ETICA - Trabalho (T. Transversais)
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TICA, CONCEITOS E CLASSIFICAES
ConceitosDEFINIO 1: tica a cincia do comportamento moral dos homens em Sociedade.DEFINIO 2: tica o conjunto de normas de comportamento e formas de vida atravs do qual o homem tende a realizar o valor do bem.Moral: um dos aspectos do comportamento humano (Outros: jurdico, social, alimentar, etc.). um conjunto de regras de comportamento prprias de uma cultura.
Objecto de estudo (a moral, moral positiva, o bem).Possui leis e mtodo prprio;
Etimologia: ethos (grego) = costumes; e mos, mores (latim) = moral;
Lei de ouro da tica: No faa ao outro o que no queres que o outro faa a ti (atitude passiva). Faa ao outro o que queres que o outro faa a ti (Atitude pr-ativa).
O todo da tica integrado pela Deontologia e pela Diceologia.DEONTOLOGIA: Ramo da tica que trata dos deveres (ex.: cdigos de tica).DICEOLOGIA: Ramo da tica que cuida dos direitos.
3.Classificaes/ divises da tica
Classificao de Eduardo Garcia Manez - 4formas de manifestao do pensamento tico ocidental:1 tica emprica2 tica dos bens3 tica formal4 tica de valore
3.1.tica emprica
A tica emprica pode ser enfocada em 4 configuraes:
3.1.1tica Anarquista
Princpio bsico: S tem valor o que no contraria as tendncias naturais.
CARACTERSTICAS Repudia normas e valores: Afirma que o direito (as leis), a moral, a religio, etc. So convenes sociais arbitrrias, fruto da ignorncia, do medo e da maldade; Toda organizao social deve desaparecer; Acredita existir a liberdade natural, isto , inata (o que implicaria na prevalncia dos mais fortes); A busca do prazer e a fuga da dor o objectivo supremo.
3.1.2tica UtilitaristaPrincpio bsico: bom o que til (A felicidade o nico fim da aco humana e sua consecuo o critrio para julgar toda conduta. J.S. Mill)Corolrio: Os fins justificam os meios.
CARACTERSTICAS Considera bom o que til; H perfeita identidade entre o til e o bom; A conduta tica desejvel a conduta til
3.1.3tica CeticistaPrincpio bsico: No se pode dizer com certeza o que certo ou errado, bom ou mau, pois ningum jamais ser capaz de desvendar os mistrios da natureza.
CARACTERSTICAS Na dvida, o cptico no nega, nem afirma: no julga, abstm-se de tomar uma atitude (o que j uma atitude); Dizem que no crem em nada (o que falso, pois se fossem coerentes duvidariam at desta afirmao); Na realidade os cpticos histricos no pregavam o cepticismo absoluto: admitiam valores como a dignidade do trabalho, acolhimento das leis locais, satisfao moderada das necessidades
3.1.4tica SubjectivistaPrincpio bsico: O homem a medida de todas as coisas existentes ou inexistentes (Protgoras).
DIVISO:3.1.4.1tica Subjectivista IndividualCARACTERSTICAS Nesta tica cada qual adopta a conduta mais conveniente com sua prpria escala de valores; O certo e o errado devem ser avaliados em funo das necessidades do homem; No existe um critrio objectivo, seguro de avaliao pois esta varia com o sujeito: Todas as opinies seriam verdadeiras ou falsas. No haveria cincia.
3.1.4.2tica Subjectivista Social ou EspecficaCARACTERSTICAS Nesta tica o certo, bom, justo, verdadeiro etc. So obtidos por apreciao colectiva, por indicao da sociedade; No existe um critrio objectivo, seguro de avaliao pois esta varia conforme o grupo focalizado; Todas as opinies seriam verdadeiras ou falsas. No haveria cincia.
3.2.tica dos bens
Princpio bsico: Existe um bem supremo a nortear o comportamento. Ele o fim de todos os meios.
Bens possveis: a) A Felicidade [grego: eudemonia; (eu = bom) + demonia (= esprito)]. Originou a corrente dos eudemonistas, como Aristteles. b) A Virtude ou a prtica do bem: A finalidade ltima do homem est em ser bom, virtuoso e no em ser feliz. Originou os idealistas. c) O Prazer (sensual, intelectual, artstico, etc.). Originou a corrente dos hedonistas. d) A Sabedoria.
3.2.1DIVISO DA TICA DOS BENS:
3.2.2tica SocrticaPrincpio bsico: As 2 mximas de Scrates (c. 469 399 a.C.) S sei que nada sei e Conhece-te a ti mesmo.Para ele o supremo bem, a virtude mxima a sabedoria.
CARACTERSTICAS Assim como Plato e Aristteles, considerava o homem um ser social, poltico; Para Scrates, conhecendo o bem, por consequncia o homem pratic-lo- e ser feliz. Quem faz o mal porque no conhece o bem, pois conhecendo-o, no agiria contra o que tem no corao, para no ser infeliz.
3.2.3tica PlatnicaPrincpio bsico: Para Plato (427 347 a.C), todos os fenmenos naturais so meros reflexos de formas eternas, imutveis, as ideias, sugerindo o mundo das ideias.
CARACTERSTICAS: Discpulo de Scrates, de quem registou e desenvolveu as ideias, ensinava no bosqueAcademus procurando embaar a teoria da conduta em bases racionais, para serem slidas, imutveis; Era dualista: os homens so formados por 2 naturezas: material (corpo, perecvel) e espiritual (alma, imortal); A lgica e a razo so os instrumentos para atingir a sabedoria; O problema moral no individual, mas colectivo, social e cabe ao Estado providenciar educao aos cidados para conheam e pratiquem as virtudes, o que torn-los- felizes.
PARTES DA ALMADOUTRINA DAS VIRTUDES
INTELIGNCIASABEDORIA
VONTADEVALOR
APETITETEMPERANA
3.2.4.tica AristotlicaPrincpio bsico: Aristteles (384 322 a.C.), aluno do Academus, diz que a felicidade s pode ser conseguida com a integrao de suas 3 formas: prazer, virtude, sabedoria (ou: prazeres/satisfao + cidadania responsvel + filosofia/cincia).
CARACTERSTICAS: A felicidade um processo de busca constante da virtude, que o desenvolvimento das faculdades naturais, e deve sempre obedecer a lei do meio-termo, do equilbrio (Virtus in medium est); Contrariando Plato, prope o estudo do mundo usando no s a razo (mundo mtico das ideias: viso racionalista) mas tambm os sentidos para observ-lo como ele (viso emprica), criando a metodologia cientfica; Sua famosa frase: O homem um animal poltico por natureza, expe seu pensamento quanto ao fato do agir social humano.3.2.5tica EpicuristaPrincpio bsico: Os seguidores de Epicuro (341 270 a.C.) tinham como bem supremoa felicidade, a ser atingido por meio dos prazeres (eudemonismo hedonista) e os do esprito so mais elevados que os do corpo. Seu objectivo maior era afastar a dor e os sofrimentos.
CARACTERSTICAS: Consideravam a prudncia a virtude dos sbios; A tica epicurista individualista, com certo utilitarismo egosta.Admitiam 3 classes de prazer: Naturais e necessrios (Ex: satisfao moderada dos apetites); Naturais mas no necessrios (Ex: gula, cio); Nem naturais nem necessrios (Ex: glria).
3.2.6tica EsticaPrincpio bsico: Zenon (de Chipre, 300 a.C.) fundou esta filosofia que ensina a tica da virtude como fim: o estico no aspira ser feliz, mas ser bom.
CARACTERSTICAS: Propunham o direito (normas ticas) universalmente vlido, atemporal: o direito natural; Professavam o monismo: os seres tm apenas uma natureza (todas as pessoas so parte de uma mesma razo universal, o logos); Ensinavam que se deve desligar-se das afeies, do mundo exterior e viver conforme a natureza concebida pela razo; Eram fatalistas: Nada acontece por acaso e o destino de todos est traado; Tanto as coisas felizes como as desgraas so coisas naturais e devem ser aceitas com naturalidade (com estoicismo).
3.3tica formal
Princpio bsico: Immanuel Kant props diretriz formal a que chamou imperativo categrico (vale sempre e uma ordem): Age sempre segundo aquelas mximas atravs das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem em lei geral.
CARACTERSTICAS: Aceita a premissa bsica da tica emprica: E possvel distinguir o certo do errado atravs da experincia, do resultado do procedimento, da observao sensorial do que de fato ocorre no mundo, mas - Juntamente com a premissa da tica racional: A razo deve ser consultada na investigao do fim ltimo da existncia humana; Definiu mxima como: princpio subjectivo, autnomo, interno ligada ideia do dever tica do dever). Lei moral: princpio objectivo, universal (diz como conduzir-se).
Autonomia e Heteronomia:Kant diz que a atitude tica proveniente da vontade do agente (autonomia) e no de outrem (heteronomia). Uma aco correcta se feita com boa vontade, pureza de inteno, independente de sua consequncia (tica da atitude).
Classificao das aces:a) Contrrias ao deverb) Conformes ao dever:b.1. Feitas por deverb.2. No feitas por dever (mas por outro motivo) (Ex: Conservar a vida ( um dever) por dever mesmo quando no h mais apego a ela).
3.4tica de valore
Princpio bsico: Uma aco boa (e consequentemente um dever) se estiver fundamentada em um valor (Kant, de modo inverso, se baseia na ideia do dever: uma aco boa, tem valor, deve ser feita, se obedece o princpio categrico).CARACTERSTICAS: Os valores existem e devem ser descobertos, ensinados e aprendidos; Axiologia: Cincia que estuda os valores, sobretudo os morais; Os valores obedecem a uma escala hierrquica e podem ser classificados em: a) vitais; b) espirituais; c) religiosos, etc. Exemplos de valores: Justia, Caridade, Temperana, famlia, ptria, liberdade, fraternidade, igualdade.
BIBLIOGRAFIANALINI, Jos Renato. tica Geral e Profissional. 4.ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p.25-71.