Eu morri e voltei para contar como é

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Relato de uma Experiência de Quase Morte (EQM) do jornalista e raizeiro Herivelton Moreira. Ele foi dado como morto em 2004 e levou sete anos de estudos para desvendar os mistérios do que aconteceu.

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Livro: Eu morri e voltei para contar como é

Nº de Páginas – 140

Editora –

ISBN –

Ano de publicação: 2012 – Abril

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Introdução

O presente livro relata uma Experiência de Quase Morte (EQM)

vivida pelo jornalista e raizeiro Herivelton Moreira no dia 06 de

Dezembro de 2004. Ele registrou por quatro horas 22 batimentos

cardíacos por minuto e pressão arterial 5/7. O coração do ser humano

bate de 80 a 120 vezes por minuto.

O mais interessante, no entanto, foi a visão que Herivelton teve ao

sair do corpo. Ele diz ter conhecido o Pulsar do Coração, aonde

encontrou a resposta para a mais instigante de todas as perguntas: o

porquê da criação?

Ao longo dos últimos sete anos, Herivelton Moreira, afirma ter

estudado o que lhe aconteceu e agora quebra tabus questionando

alguns pensamentos espíritas, budistas e cristãos. Ele afirma, por

exemplo, que o satanás e a força negativa são criações humanas.

Herivelton recorre ainda à psicologia e a centros acadêmicos para

explicar a relação com tudo o que sentiu ao sair do corpo e as mais

recentes descobertas científicas sobre a V5 a energia do Coração

para explicar o Pulsar do Coração.

O autor desta história, que vivenciou uma aventura e diz conhecer a

“morte” e a compartilha com você leitor (a).

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Prefácio

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Dedico este livro a meus filhos

Tainá Moreira, Ranniel Luz e Luanaluz, a Rossana

e a minha mãe, Dona Rute

.

Ah, e não posso me esquecer do “seu” Carlos, quem me inspirou o

título.

Agradeço a construção deste livro primeiro ao Criador e depois aos

amigos Iesu Ferreira Coelho e João Bosco Gazel.

E à Gleise Mara de Oliveira um agradecimento especial, por que

por caminhos tortuosos, ou não, você possibilitou que eu conhecesse

mais de mim mesmo.

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Fac-símile de um dos eletrocardiogramas feitos em mim no dia 06 de

Dezembro no Hospital Odilon Behrens em BH

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Um infarto que durou sete horas

Para um espiritualista “morrer é sair vivo do corpo,” uma vez que

ele retornará em outro corpo.

A história de minha “morte” teve início às quatro horas da

manhã do dia 06 de dezembro de 2004, uma segunda-feira. Como

cena de filme suspense, dei um salto com o tronco do corpo na cama.

Imagine: você levanta rapidamente, senta-se e fica pasmo, sem ação.

Já viu algo assim antes? Foi espantoso. É por isto que diretores de

cinema adoram cenas deste tipo em filmes de terror.

A cada relato direi os minutos desta “aventura?!” Explico.

Eu sou um observador do tempo. Anoto os horários de tudo o que me

acontece. Uma pessoa me liga, imediatamente registro as horas no

celular antes de atender. Uma das vantagens do celular é dispensar o

relógio de pulso.

Morava na casa do meu ex-sogro, “seu” Carlos, no bairro

Mantiqueira, em BH. Do meu quarto passava pela cozinha e depois

seguia para a sala, à direita, e chegava ao banheiro à esquerda. No

pequeno corredor um relógio grande, redondo, na parede, à minha

direita. Por isto anotei os horários e os recito de 05 em 05 minutos.

E tudo começou às quatro horas da manhã (o pulo da cama)

passei pelo relógio, cheguei ao banheiro, curvei a cabeça sobre o

vaso e... Nada. Apenas ânsia de vômito. Amparando-me na parede do

corredor devido a tontura, fui para a sala e deitei no sofá. Cinco

minutos depois nova ânsia de vômito. Corri para o banheiro e: 04:10,

de novo e... 04:15, de novo e... 04:20, de novo... 04:25 e, assim por

diante até às 05:00horas, e... Nada. Só ânsias de vômito. Imaginou o

desespero.

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Na sala, eu rolava no sofá de um lado para outro. Além da

ânsia de vômito, o sintoma mais forte de um infarto é parecer que

seus olhos vão pular do seu rosto. Tinha tonturas. Ao andar vi que

minhas referências de equilíbrio, o pêndulo, variavam.

Pêndulo - Nós temos um pêndulo, quer dizer, um ponto de

referência em equilíbrio com o chão, que é a reação à força da

gravidade. É isto que nos torna bípedes. Sem o pêndulo andaríamos

de quatro ou escorando as duas mãos no chão, como os macacos (é

por estas e outras que a Maçonaria chama de Deus de “arquiteto do

universo,” ou seja, tudo tem o seu ponto de equilíbrio).

Com isto todos nós equilibramos a noção da distância entre o

corpo e uma parede, por exemplo. Em muitos casos sabemos que

estamos à distância de um braço esticado e, ao esticá-lo apoiamos o

corpo. No meu caso, eu olhava para a parede e media a distância,

visualmente. Quando esticava o braço para me apoiar, quase caia. Eu

tinha saído do prumo, diria um pedreiro.

Todos têm um pêndulo, ou seja, você, sem instrumentos de

medidas, sabe a distância entre o seu corpo e um objeto, uma parede,

um degrau, etc. Uma forma natural de perder o pêndulo é a gravidez.

Com as modificações físicas do corpo, as grávidas perdem a

referência física do pêndulo e podem errar o degrau de uma escada

ao subirem num ônibus, por exemplo. Diversos acidentes são

registrados com grávidas por causa disto.

E assim fiquei das quatro às cinco horas da manhã do dia 06

de Dezembro de 2004. A cada cinco minutos eu ia até ao banheiro,

impulsionado por uma vontade absurda de vomitar e... Nada. Depois

desta uma hora de ânsias de vômitos e corridas ao banheiro

aconteceu um “milagre,” o primeiro.

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Um milagre?!

A vida é puro aprendizado. Aquilo que nos acontece, e que

chamamos de ruim, é Deus nos ensinando.

Vamos recapitular. Acordei às 04h do dia 06 de Dezembro de

2004 e sentei-me na cama de uma só vez, como em cena de filme de

terror. A cada cinco minutos fui ao banheiro impulsionado por ânsias

de vômito, sem vomitar. Foi então que... Acredita em orações?

A Universidade de Princeton (EUA) fez uma pesquisa com

700 pacientes internados em três hospitais. Eles foram divididos em

dois grupos, com as mesmas doenças e tempo de internação. Para uns

os visitantes eram convidados (de qualquer religião) a ir a um local

orar pelos doentes. Para os demais pacientes nada era solicitado.

Resultado: os pacientes que receberam as orações (vindas de

parentes e amigos) tiveram melhora em 60% nas condições de saúde

e deixaram os hospitais mais cedo que os outros. Penso que é tudo

uma questão de energia. As pessoas emanaram energias positivas.

As pessoas para as quais foram destinadas as orações

receberam o que de bom lhes foi proporcionado. Vamos examinar

aqui o disse Buda: o cérebro emite energia capaz de modificar as

estrutura das moléculas.

Como para mim não é possível pensar a vida sem um

Criador, a que chamamos de Deus o meu “milagre,” nesta história,

veio de uma oração. Pai de três filhos, Tainá, Ranniel e Luanaluz, eu,

deitado no sofá da sala disse às 05hs da manhã: “meu Deus. Eu sei

que o que está acontecendo comigo é sério. Não me deixe morrer

sem antes conduzir meus filhos, educá-los.”

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Se estiver lendo este livro é porque tive minha prece atendida.

O que aconteceu de “milagroso?!” Depois da oração comecei a suar

como um beduíno no deserto do Saara. Foi tanto suor que no chão

formou-se uma poça. Durou uma hora, até às seis da manhã. Pelos parcos

conhecimentos que tenho, avaliei que suar fez baixar a pressão arterial, que

deveria estar altíssima. Isto foi confirmado depois.

Suei de tal forma que fica difícil até de descrever. As ânsias

de vômito pararam. O fantástico foram as imagens em minha mente.

Eu concentrei todo o meu pensamento em meus filhos. Melhor

dizendo, eu não conseguia pensar em outro assunto e só via a

imagem deles. Imagine passar uma hora preso em um só

pensamento.

Graças a Deus

Um ano mais tarde, o Dr. Marcelo Torres, coordenador da

Urgência e Emergência do Hospital Municipal Odilon Behrens

(PBH), explicou que o suar e o vomitar “salvaram” a minha vida (ei,

espere um pouco. O vomitar foi o segundo “milagre” desta história,

aguardem). É que o entupimento da veia direita de entrada do sangue

no coração fez aumentar a pressão arterial assim como provocou o

infarto.

Como eu não morri, a pressão arterial se tornou insuportável,

o que dava a impressão de que os olhos iriam pular do rosto e me fez

perder o pêndulo. E a dor de cabeça era horrível. Ao suar, tudo se

descomprimiu, conforme teorizei antes. E a partir das seis horas

acontece o segundo “milagre” desta história.

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Vomitei até as tripas

A verdadeira oração é aquela em você pede mudanças em si.

Como numa novela, preciso relembrar antes de continuar.

Bem, das quatro às cinco horas, a cada cinco minutos, registrava

ânsias de vômito e corria para o banheiro, passando pelo relógio que

possibilitou registrar tudo e, às cinco horas comecei a suar, depois de

orar, o que durou uma hora e descomprimiu o meu corpo, regulando

a pressão arterial.

Ao acordar, às seis horas da manhã, minha ex-esposa Gleise,

nada sabia sobre o que eu passava. Não a acordei para não assustar.

Achei que dava conta. Ela, ao ver-me, da porta da sala disse: “muito

bonito, hem! Me deixou na cama sozinha!”

Neste momento acontece o segundo “milagre” de minha

história, comecei a vomitar. O curioso é que só vomitava quando ela

falava. Até o momento não tenho explicação para isto, só teoria. Ela

falava, eu vomitava. Só dei conta disto às 08hs30. Foi assim. Às

06hs, quando a Gleise falou a ânsia de vômito explodiu em mim,

corri para o banheiro e, desta vez, vomitei até. Ela parou de falar,

parei de vomitar.

Ela foi ao banheiro e eu fiquei na sala. Ela voltou para o

quarto, se deitou novamente, depois que expliquei porque não quis

acordá-la. Gleise levantou-se por volta das sete horas e voltou a falar

comigo. Voltei a vomitar. E foi assim até na hora do banho, por volta

das 08hs30 quando ela entrou no banheiro para se despedir ao sair

para o trabalho. Aí percebi.

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Foi ouvir a sua voz e vomitar. Ela saiu, voltou para o quarto e

eu parei de vomitar. Quando retornou para falar algo que não me

lembro, vomitei de novo. Foi neste momento que percebi a ligação

da voz dela com o meu vômito. Pedi que parasse de falar, parei de

vomitar. Pedi que falasse, voltei a vomitar. Se ela ficasse falando por

cinco minutos, por cinco minutos eu vomitaria.

Não tenho relato de nada igual a isto. Depois fui informado

que, além do suor excessivo das cinco às seis da manhã, o fato de ter

vomitado também me manteve vivo. Afinal eu ainda enfartava. Não

posso explicar os acontecimentos, mas tenho a impressão que o elo

entre duas pessoas que se casam é maior do que pensamos. Ela me

guarneceu, ou seja, o que faltava para eu não morrer e a pressão

arterial diminuir era vomitar. Foi ela que me proporcionou isto, com

impulso de sua voz.

A costelinha de porco

Eu passei quase dez anos sem comer carne de porco e beber

café. No domingo, antes do ocorrido, por insistência de minha ex-

sogra, Dona Lourdes, eu comi uma deliciosa costelinha de porco

preparada por ela. Como ao enfartar eu sentia ânsias de vômitos,

acreditei ser este o motivo do que me ocorria. Não fazia a menor

ideia de que estava enfartando.

Minha convicção sobre a costelinha de porco era tão forte que

quando Marilda, a pessoa que trabalhava conosco como doméstica,

chegou pedi-lhe que preparasse um “capitão de fubá” (uma fórmula

antiga para parar vômitos). E levei a costelinha de porco até ao

hospital.

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Há momentos em que a gente não percebe o que está à nossa

volta e coloca cada coisa na cabeça. Como eu poderia insistir com

médicos experientes e naquele momento. São convicções como estas

que nos levam a cometer erros. Só que faz parte. É o modo que

temos de aprender as coisas.

Resultado de exame que fiz no Hospital Odilon Behrens no dia

06/12/2004

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A chegada ao hospital

“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode

imaginar a nossa vã filosofia.”

Gleise foi para o trabalho às 08hs40 e eu voltei para o meu

quarto e deitei. Abracei meus filhos Ranniel e Luanaluz, que estavam

de férias na escola. Insisto em frisar o acontecimento anterior, o do

vômito. Luanaluz, minha doce menina, que estava com apenas dois

anos chegou e disse: “papai, cê tá doente?”. Nada me aconteceu.

Ranniel, na época com quatro anos, também falou comigo e nada,

sem vômitos e ânsias. Só a Gleise me fez vomitar e até pelo celular.

Ela ligou para saber como eu estava, por volta das 09hs30, corri para

o banheiro só de ouvir sua voz.

Fiquei deitado até 10hs15 daquela segunda-feira, acreditando

estar passando mal por causa de uma costelinha de porco. Marilda

veio até meu quarto, diversas vezes, perguntar se estava tudo bem.

(Marilda falava comigo e eu não vomitava. Não é engraçado). Não

me lembrei de ligar para o 190, 193 ou 192, os números da

emergência médica e policial. Liguei para meu irmão, Alberto

(Betim).

Betim, prestativo como sempre, saiu do bairro Buritis e foi

até Venda Nova me levar para o hospital. No caminho, pedi-lhe que

não me levasse para o Pronto Socorro, o Hospital João XXIII (BH), e

sim para o Odilon Behrens. Não me pergunte por quê. Só sei que, um

ano depois, trabalhei com o Dr. Marcelo Torres, que era da equipe

do Hospital Odilon Behrens. Mera coincidência?

Betim foi ao guichê fazer minha ficha. Olhei para a saída dos

pacientes e caminhei em direção ao segurança. Como sabia,

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intuitivamente, que minha situação era grave fui entrando. O

engraçado é que o rapaz não podia me deixar entrar, mas olhei para

ele e a portinhola se abriu. Ele não fazer perguntas. Talvez eu

parecesse mesmo um zumbi.

Empurrei as portas do tipo salão de faroeste, que abriam para

dentro e para fora ao mesmo tempo e fui entrando. Quando me viu

uma enfermeira falou: “moço, o senhor não pode entrar aqui”. Eu

respondi: “preciso de ajuda. Estou vomitando desde às 04hs por

causa de uma costelinha de porco,” e me escorei numa maca.

Foi só uma costelinha

Apareceu a Dra. Adriana, na época residente, e disse: “este

senhor está enfartando.” E eu: “que nada, foi apenas uma costelinha

de porco.” Ela fez aceno para os enfermeiros e gritou: “ajudem aqui.

Este homem está enfartando. Ponham-no na maca, tragam o soro, o

plazil e o eletrocardiograma, rápido, rápido...” E eu contestado:

“nada, doutora, foi só uma costelinha.”

Após ser colocado numa maca, continuei: “foi apenas uma

costelinha de porco. Não posso estar enfartando há sete horas. Isto

não existe...” Fechei os olhos. Ainda vi e ouvi a Dra. Adriana pegar a

fita que saiu do eletrocardiograma e mostrar para o Dr. Marcelo. Ele

disse: “vá direto ao seis, o azul. Corre com este homem que ele está

morrendo.” Depois foi confirmado que enfartei das 04 às 11hs.

Talvez um recorde para o Guines.

E sabe por que eu sei que eram 11hs? Por causa de um

relógio, redondo, afixado na parede à minha frente na sala de

urgências e emergências do hospital. Não disse que as horas me

perseguem?! E desta forma pude registrar, a cada momento, os

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horários de tudo o que me acontecia. Não havia cama disponível e na

maca mesmo fui acoplado aos aparelhos de medição de pressão e

batimento cardíaco. Aqueles que ficam na parede ou do lado do

paciente. Por volta das 11hs15 apaguei.

Eu quero água

“Meu reino não é deste mundo,” disse Jesus.

Como disse à frente de minha cama na sala de Urgência e

Emergência do Odilon Behrens tinha um relógio e toda vez que abria

os olhos lá estava ele, o tempo, implacável. Às 11hs40 acordei com

uma pessoa próxima ao meu peito. Sentia dores horríveis. E foi de

impressionar a minha lucidez diante do que me acontecia. Perguntei:

“ei, o que está acontecendo?” Pude sentir o bafo do médico acima

de minhas narinas.

Ele respondeu: “estamos tentando colocar um marca-passo

em você e preciso cortar sua pele para colocar o fio do aparelho.

Aguenta aí.” Eu disse: “mas dói pra caramba. É sem anestesia?”

Ele, meio sôfrego e constrangido: “sim. Você não pode receber

anestesia, a sua pressão está muito baixa.” E eu: “mas já existe

anestesia em gel, para áreas externas do corpo.” O médico disse: “é

mesmo. Enfermeira, pega lá pra mim. Está no armário.”

Como assim?! Eu, o paciente, lembrando ao médico os seus

procedimentos. Foi engraçado e acho que ele estava preocupado

comigo, agradeço. Desmaiei de novo. Acho que por causa do efeito

de algumas drogas que me aplicaram.

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13hs - Abri os olhos. Ao meu lado Gleise, e meu irmão Humberto.

Tiveram permissão para entrar na urgência. Imediatamente pedi água

para a enfermeira. Eu tinha passado sete horas suando e vomitando

tudo o que comia e bebia e era dezembro, o calor estava insuportável.

Na sala do hospital com mais 18 pessoas, me sentia sufocado. Não

tinha boa ventilação e sequer sistema de refrigeração.

A enfermeira respondeu: “não pode.” Meu irmão tinha numa

das mãos uma garrafa de água mineral. Ele colocou um pouco de

água na tampa e molhou meus lábios. A Dra. Adriana se aproximou e

eu pedi-lhe: “quero água.” Ela respondeu: “não pode.” Meio tonto

rebati: “como assim, doutora. Estou com muita sede. Sem água vou

morrer.”

Ela, impaciente, talvez devido ao cansaço, rebateu: “não

pode. São procedimentos médicos. O senhor já recebe água via

soro.” Insisti: “mas é muito pouco. Isto não dá para nada.” Ela saiu

sem dizer mais nada. Meu irmão disse-me: “ei, é o procedimento

deles.” Rebati de novo: “Humberto eu trato de pessoas há cinco

anos. Isto é absurdo. Água é vida, é energia. Sem água as pessoas

não encontram forças para se restaurarem.” (Sou raizeiro e, tanto

em Porto Velho como em BH, oriento pessoas no uso de plantas

medicinais).

Quando concluía a frase se aproximou um médico, cujo nome

não me lembro. Eu perguntei: “doutor, porque não posso beber

água?” Ele, educadamente, respondeu: “por causa da fragilidade da

epiglote. A água pode ultrapassar a área do pulmão e ai o senhor

morre.” Não aceitei: “não vale. As pessoas se estão conscientes, não

perdem esta capacidade.” Ele saiu, dizendo apenas: “sinto muito.”

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Meu irmão e a minha ex-esposa tiveram que sair da sala.

Meus ex-cunhados Gledson e Guê me acenarem de uma porta lateral.

Uma hora e meia hora depois, ou seja, já eram 14hs30, comecei a

incomodar aos que passavam. “Ei me dá água. Eu quero água.”

Repetia a enfermeiros e médicos que transitavam à frente de minha

maca.

Cobaia

Por volta das 14hs55 veio o Dr. Marcelo Torres e ele e eu

travamos um debate instigante. “Disseram-me que o senhor pede

água a todos que passam. Não podemos, é um procedimento

médico.” Emendei com atrevimento: “...que está errado,” e

continuei: “...somos mais de 70% água, como quer que eu melhore

sem ela. O senhor se lembra da fórmula da água doutor? H2O. Quer

dizer, duas moléculas de hidrogênio para uma de oxigênio e

hidrogênio é energia. Já inventaram até a bomba e o carro movido a

hidrogênio. Como pode me deixar sem energia e querer que eu

viva?”

Dr. Marcelo Torres me olhou, sem resposta. Foi quando

emendei e meu desafio: “... à minha frente doutor, tem um

computador. Assino um termo de responsabilidade, isentando o

senhor e o hospital. Doutor, eu morro, mas morro bebendo água.”

Ele não resistiu, chamou uma enfermeira e ordenou: “dê a este

homem um copo de água a ele a cada meia hora.” Vibrei e agradeci.

E, a cada meia, hora eu a chamava e pedia mais água. Diferente dos

outros pacientes da urgência, eu me restaurava a cada momento.

Ao beber o meu sexto copo, às 17hs, a doutora Adriana viu e

questionou a enfermeira: “quem deixou este paciente beber água?”

Com a resposta, foi direto até o doutor Marcelo Torres e, com os

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outros membros da equipe, aconteceu uma conferência. Meu caso

começou a fazer história. Um ano depois, doutor Marcelo Torres

confidenciou-me que não concordava com este procedimento e, com

a minha insistência, achou que era a hora de ver no que ia dar. Ele

era o coordenador e pronto.

Através do meu companheiro, o relógio redondo de parede,

digo que adormeci às 18hs e reabri os olhos às 20hs30, pedindo mais

água. Desacordei às 21hs. Voltei só às 01h, já na terça-feira, dia 07.

Foi neste período que se deu a minha (morte) saída do corpo e a

constatação de que sou um espírito em encarnações e reencarnações.

Agora, sem querer ofender, nada a ver com o que muito espíritas

kardecistas dizem inclusive Chico Xavier. Por exemplo: não existe a

reprodução do mundo material no espiritual. Isto é projeção do que

somos na materialidade.

Alta da Santa Casa, dia 14/12/2004

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Paciência leitor (a) amigo (a)

Os médicos não usam a intuição e convivem pouco com os

pacientes.

Antes de entrar na história de minha “morte propriamente

dita,” um amigo, João Gazel, disse-me que deveria completar a

história anterior, para não deixar o leitor sem a cronologia dos fatos,

vamos dizer, da materialidade. A história que contarei do ocorrido

comigo das 21hs do dia 06 de dezembro até às 01h do dia 07 de

dezembro de 2004, portanto já na terça-feira, ocorreu em outro plano,

no Mundo Espiritual.

Assim, fica mais fácil a compreensão de todos os fatos

ocorridos comigo, uma exceção em todos os relatos que pesquisei na

internet sobre EQM, por causa de algumas peculiaridades. Ficará,

também, mais excitante com este “intervalo” na narrativa.

No dia seguinte - Após “morrer” e voltar ao corpo, no dia 07 de

Dezembro, uma terça-feira, pela manhã, acordei com os sacudidos da

maca. Meu irmão, Humberto, estava numa das pontas da maca e o

motorista da ambulância na outra. Perguntei-lhe: “o que está

acontecendo?” Respondeu: “você está sendo levado para a Santa

Casa,” respondeu enquanto me colocava no veículo.

Na outra ponta da maca falei com o motorista: “o senhor vai

ligar a sirene?” Ele respondeu que não. E eu: “poxa, é a primeira

vez que ando numa ambulância e sem a sirene ligada,” e desacordei.

Abri os olhos, de novo, quando entravam comigo no elevador do

hospital.

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Recebi alta do “cardio” da Santa Casa de BH na outra terça-

feira, dia 14/12/2004, e os momentos que ali passei foram

interessantes. Primeiro: descobri que a maioria dos enfermeiros não

concorda com os procedimentos médicos e que a relação entre

médicos e enfermeiros é tensa, eivada de preconceitos. Está claro,

para mim, que a prática é que promove a evolução em qualquer

profissão.

Mais diálogo - Os médicos receitam procedimentos, impõem suas

teorias, mas são os enfermeiros (as) que as aplicam, avaliam reações

e acompanham resultados. Como somos, segundo a ONU, sete

bilhões de seres diferentes no planeta, é de se pressupor que

procedimentos iguais podem não oferecer resultados iguais. Os

médicos deveriam ficar mais ao lado de seus pacientes observando

suas reações, o que é feito pelos enfermeiros.

As enfermeiras concordaram com a minha tese de que sem

água a recuperação é mais difícil e que não existe a tal dificuldade de

beber água, como afirmam nas escolas. Elas não faziam contestações

abertas, como medo de represálias. Os médicos, nos hospitais, são

meio “ditadores” e, com isto, perdem a oportunidade do aprendizado

com quem pratica a medicina, os enfermeiros.

É como dizem os raizeiros que conheci em Rondônia e Acre,

a universidade dificulta o entendimento da intuição, que é a nossa

ligação com o Criador. Afinal as instituições acadêmicas e o estado

são “laicos”. É de rir quando se sai ao luar e damos de frente com a

grandeza do universo e ver pobres mortais só porque passam cinco

anos numa escola e mais dois em residência médica se acham

capazes de contestar o Criador.

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Uma noite, no “cárdio,” uma enfermeira deixou uma garrafa

pet de refrigerante com dois litros de água para mim. Se não fosse eu

beber água na marra, inclusive na torneira da pia do banheiro, tenho

certeza que o meu destino seria o mesmo do homem internado à

minha esquerda. Lembro-me que ele era negro e, acho que se

chamava Antônio. Ele passou dias e noites pedindo água. Ele gemia

e gritava ao pedir água.

No dia de minha alta chegou à enfermaria um médico, já

velho. Ele disse assim: “vocês me tiraram de minha aposentadoria

pela última vez.” Olhou para a mãe do homem e disse: “vou fazer a

cirurgia, mas quero adiantar que ele só tem 10% de chances de

sobrevivência.” Foi até o homem, pegou em sua pele e disse,

voltando para o médico que me dava alta: “ei este paciente está

desidratado.” Olhando para a mãe, de novo, finalizou: “olha, no

estado dele as chances são menores ainda. Ele não tem água no

corpo.”

Não me contive e sentado na cama, disse: “eu avisei que este

homem estava morrendo por falta de água.” O médico mais velho

olhou para mim, as pessoas à sua volta e as enfermeiras que faziam

gestos com a cabeça. Atrevido, na maioria das vezes, é palavra

atribuída a pessoas que falam a verdade e agem de acordo com a

consciência.

Bebi água toda vez que pude. É prova de que os

conhecimentos, recebidos do Augusto Jerônimo da Silva, estavam

corretos e, com isto, ganho força para as críticas. Deixei o hospital

com exames que indicavam a creatinina (funcionamento dos rins) a

4.2 (o normal é entre 0,8 e 1,2) e o ácido úrico a 9.2 (o normal varia

entre 5 a 7).

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Os dados são dia 14 de Dezembro de 2004 e retornei no dia

20/12/2004 para colheita de sangue e a entrega da “urina 24hs.”

Resultados normais para creatinina e ácido úrico. Sabe como

consegui em tão pouco tempo? Bebendo chá de chapéu-de-couro,

chupando um cacho de uva todos os dias e com uma colher de sopa

de uma garrafada feita com a flor do mandacaru, fórmula de minha

amiga, a raizeira Dadá das Ervas.

Outra coisa que faço questão de registrar é que recebi alta e a

indicação médica para, apenas, tomar AAS. Para quem foi dado

como “morto” por quatro horas foi uma receita, no mínimo, curiosa.

Sabe por que, amigo leitor? O infarto que me acometeu teve origem

no emocional.

Só que esta é outra história que explico e conto em outro livro

que escrevo há cerca de cinco anos: A Gente Adoece é Pela

Emoção. Quem sabe, mais à frente, você não terá a oportunidade de

lê-lo, se Deus quiser. Ora, voltemos a história de minha “morte.” As

considerações aqui descritas já servem ao propósito de manifestar o

que vi e penso sobre o que me aconteceu, materialmente falando.

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Morri e voltei para contar como é Página 24

A história de minha “morte”

Bom, voltemos ao hospital Odilon Behrens, na noite do dia

06 de Dezembro de 2004. Eu dormi (ou desmaiei, não sei) às 18hs.

Abri os olhos às 20hs30 e voltei a fechá-los às 21hs horas para só

reabri-los à 01h da terça-feira.

Os relatos que farei agora serão sem marcação de horários,

óbvio. Assim como Albert Einstein já havia dito, descobri que o

tempo é uma relatividade da matéria. Para onde fui não há tempo. O

relativismo é apenas material.

Quando peguei a cópia de meu prontuário (todo paciente tem

o direito e deveria pegar o seu. É um registro pessoal) é que soube

dos horários. Às 21hs horas em ponto a Gleise viu que médicos e

alguns enfermeiros estavam à minha volta, na maca. Assustada pediu

informações.

Dra. Adriana se aproximou e disparou: “agora é só rezar.

Como está o seu marido, nós já perdemos seis nos últimos quinze

minutos.” Tinha sido um dia difícil, aquele. Gleise entrou em pânico

e ficou, de longe, observando.

Sai do corpo e vi que sou um espírito - De minha parte sai do corpo

e vi tudo, não ouvi nada. Primeiro mistério que revelo a quem

interessar sobre a “morte.” Para onde o espírito vai, ou fica, não se

fala. Toda a comunicação é telepática. Imagine, penso agora, se Deus

precisa de voz, de fala, de garganta, de cordas vocais?! Agora sei que

não.

Toda a cena que registrei foi apenas visual. Os médicos à

minha volta na maca. Minha ex-mulher da porta da urgência. Eu

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Morri e voltei para contar como é Página 25

vendo toda a cena. Preocupação no rosto das pessoas. A tensão com

a possibilidade de minha “morte” física.

O tempo não existe, é só nosso - Como disse antes, o tempo é

relativo e, portanto, pertence à matéria. Apenas para situar acho que

fiquei a ver toda aquela cena por um ou dois minutos. Só que, como

o tempo não existe fora da matéria, pareceu-me uma eternidade.

Fui virado para a direta. Uma força sempre antecipava os

meus movimentos. Vou falar sobre isto mais na frente. Apenas

adianto que senti o que é o senti. Fiquei em sombra, ou penumbra,

como dizem. Uma pequena luz se apresentou ao longe, ou perto. É só

uma questão de perspectiva. Assim como o tempo a distância e

localização não são possíveis de precisar fora do corpo.

Astral Superior?! - Tenho que dar um nome a este lugar. Sempre

damos nomes às coisas e aos lugares. Precisamos de referências. É

humano isto. Vamos à lista. Para os budistas, o Nirvana. Os cristãos,

o Céu, Jardins do Éden ou paraíso. Os islamitas, dizem: Os Jardins

de Alá. Para os espiritualistas, o Astral Superior. A Cabalá chama de

“Mundo Espiritual.” Para escrever melhor e a boa compreensão do

que relato eu vou chamar apenas de “astral.” Se está tudo bem para

você, assim não vinculo este relato a nenhum dogma religioso. Não é

para isto que o faço.

O movimento da Luz - No “astral” onde estive não podia

referendar distância, local e tempo. Apenas ela existia e a luz

começou a se mover em minha direção. Algumas religiões

chamariam o ser que eu vi de “anjo.” Não posso defini-lo como os

católicos o fazem. Não tinha asas e apareceu-me em forma humana.

Eu sentia e via uma luz sob o seu corpo.

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Morri e voltei para contar como é Página 26

Aliás, vou explicar isto também mais adiante neste meu

relato, eu sentia tudo, ao falar ver e ouvir é mera referência para a

sua compreensão, amigo leitor. E sabe o que eu apenas observava

que me acompanhava da matéria?! Os batimentos do meu coração.

Interessante, não?!

Deus só pensa. Tudo gira e acontece pelo pensamento de Deus -

Telepatia. Já disseram os filósofos gregos que a vida pode ser um

pensamento de Deus. O ser que se aproximava de mim, pelo que

senti, tinha uma intenção, ou uma ordem. Foi quando recebi um

comunicado (não posso falar de ouvi uma voz, porque foi só em

pensamento). Definam como queiram só que recebi uma frase: “ele

não vai ficar ainda. Ele vai voltar. Leve-o para ver o que tem que

ver.”

Sabia que a ordem não foi passada a mim. Isto me deu a

certeza de que, fosse quem fosse o ser de luz que se aproximou era,

digamos, um emissário. Outros podem dizer que é um ser de luz, um

mensageiro divino, protetor, guia espiritual. Não sei. Só sei que vi a

luz se aproximar e, com um gesto, indicar que o acompanhasse.

Neste momento senti-me distanciando da maca onde estava

meu corpo. É uma coisa engraçada de relatar. Eu tinha vontade de

acompanhá-lo, mas era independente de minha vontade. Apenas

distanciei da maca onde estava meu corpo, observando-o. Explico.

Eu ir aonde o ser de luz me indicava não dependia de minha vontade.

Eu iria de qualquer jeito. Eu era conduzido. Mais uma vez chamo a

atenção para o Domínio de Deus.

Tem gente que fala que o espírito pode sair do corpo e fica

ligado ao mesmo por um cordão de prata, que é consciência que nos

liga a Deus. Não sei. Nada vi ou senti disto. Apenas, naquele

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Morri e voltei para contar como é Página 27

momento, resolvi uma dúvida, eterna para muitos, e já solucionada

para mim.

“Eu sou um espírito em encarnação e reencarnação.”

Quem não o admite ou é por desconhecimento ou

manipulação. Lembro-o, leitor, das palavras que Jesus teria dito:

“meu reino não é deste mundo.” Ora, então existe outro mundo, já

que Ele reina em outro lugar?! Eu sei que sim, o que chamei apenas

de “astral.”

Quando falamos sobre algo que envolve religião ouvimos o

velho chavão: “ninguém é dono da verdade.” Não se trata disto.

Tudo o que é verdadeiro é o que é experimentado, vivido. Eu vivi

isto e vou usar a frase de um programa de TV: “acredite, se quiser,”

relato aqui o que vivi.

Eu sou um espírito, repito

Reprisando, fui dado como “morto” às 21hs. Passei quatro

horas com batimento cardíaco em 22 por minuto e pressão arterial

em 5/7. O ser humano registra entre 80 e 120 batimentos por minuto.

Sessenta batimentos já é infarto. Imagine 22 por minuto. É coma, ou

“morte,” conforme me foi explicado pelos médicos.

Agora faça uma avaliação. Quatro horas nestas condições.

Por isto que o Dr. Marcelo Torres dizia que eu era um zumbi, um

morto vivo. Quer dizer, eu fui e voltei para contar como é.

Acompanhei a luz, ou o ser de luz, à minha frente. Melhor

dizendo, fui levado. Ao me distanciar da maca não sei se subi como

querem crer alguns, ou se estava no mesmo alinhamento do chão. Só

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Morri e voltei para contar como é Página 28

sei que o ambiente à minha volta ficou em penumbra. Não estive, em

nenhum momento, em lugar com luz total ou escuridão total.

Uma tela de cinema - Na penumbra onde estava abriu-se uma tela à

minha frente, como num cinema. Veio-me a compreensão de que

aquela era uma forma de comunicação apropriada a mim, ou seja,

como sou cinéfilo a forma cinematográfica foi a mais adequada. Isto

me remete à compreensão do que é o amor divino. Ele trás as

orientações na linguagem que você entende ou gosta. Para que você

receba o ensino é preciso que você o aceite. A forma da comunicação

abre as portas da aceitação, primeiro passo para a compreensão.

Assim, para mim, existem orientações nos livros, nos filmes,

nas novelas, nas revistas, etc. Só que você tem um sistema de

reconhecimento único do que lê, ouve e vê. Por isto, você faz a

leitura mais adequada à sua formação, melhor dizendo, à sua

percepção. Isto explica a diferença de interpretações, mas as

orientações divinas são iguais para todos. Ele é sempre igual para

todos.

É por isto que faço a critica a falta de intuição dos médicos (e

outros profissionais das áreas sociais e de saúde). A compreensão

que descrevo agora do que aconteceu me foi passado ao mesmo

tempo em que tudo acontecia e de forma telepática. Isto mesmo!

Quando a tela se abriu, em meus pensamentos recebia a explicação

do porque e para que tudo acontecia. Parece confuso, mas volto a

dizer o que sentia (pelas batidas do coração). Eu falo de

pensamento, visão e audição para a compreensão do leitor. Amigo,

eu estive no Reino do Sentir, que descrevo mais tarde.

No momento em que um médico atende um paciente se elevar

o pensamento a Deus pode receber o que deve fazer melhor por ele,

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Morri e voltei para contar como é Página 29

do que tentar apenas aplicar as teorias aprendidas de outros seres

humanos na faculdade. Ter informação é uma coisa. Ter

conhecimento e sabedoria é outra.

E o que se passou na telona?! - A minha vida. Esta vida, esta

encarnação. Está claro que eu, e ninguém, aguentaria o volume de

informações sobre mais de uma encarnação. E tem outra coisa que

explica porque não podemos recordar muitas vidas. Imagine você

lembrar, agora, que já foi um ladrão, estuprador, um avarento etc.

Nem vem com esta de príncipe e nobre. Irrita-me na falácia de

muitos kardecistas que só falam sobre reis, rainhas e princesas.

Acredito que o desconhecimento de vidas passadas quando

você está encarnado é uma proteção de Deus a nossa memória. E

mais, Ele quer que você aprenda por si. Tudo na vida é aprendizado.

Todos os movimentos de Deus para conosco visa o nosso

aprendizado. Não existe o mal como falam. É o próprio Deus

movimentando-se e nos colocando em movimento para nosso

“crescimento espiritual.”

O filme de minha vida - Está claro que não vou entrar em detalhes.

É pessoal. Agora imagine um filme e você como ator principal de

uma vida inteira, a sua vida. Cada gesto, palavra, olhar, paladar,

cheiro, som, enfim, tudo o que você fizer, fez e faz. O seu registro

temporal na vida terrena. Foi assim que vi e percebi (senti).

Eu tive resposta a outra pergunta. Uma pessoa em Porto

Velho fazia muito uma brincadeira. Ele dizia: “um dos nomes de

Deus é ninguém. As pessoas, quando vão fazer algo errado pensam

assim – ninguém está vendo. É verdade, ninguém vê tudo,

entendeu?!” E o velho continuava: “ninguém é Deus que tudo vê e

registra.”

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Morri e voltei para contar como é Página 30

Foi com a telona passando a minha vida que entendi as

palavras de “seu” Augusto, o velho “quexada.” Deus, ou melhor,

“Ninguém” tudo registra e, é óbvio, vê e ouve. Milionésimo por

milionésimo de segundo do tempo nossas ações são registradas.

Nada escapa de forma individual e coletiva. Está claro que numa

cena em que converso com minha mãe, por exemplo, ela aparece.

Então, é fácil concluir que tem, na mesma cena, o meu registro e o

dela.

E para que serviu passar a minha vida na tela do “cinema”?!

Para o que veio depois. Uma revelação e tanto.

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Morri e voltei para contar como é Página 31

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Morri e voltei para contar como é Página 32

O meu “julgamento”

Se Deus é AMOR você acredita que o AMOR pode julgar a

alguém?!

O relato que faço agora é de um julgamento. Mas, não como

você está pensando. Para surpresa geral descobri que Deus não julga

ninguém. Finda a exibição de cada detalhe de minha vida, desde um

banho que tomei a cada dia, o copo de café que bebi, a cada almoço,

sexo, conversas, matérias jornalísticas que escrevi programas de TV

que vi, filmes, tudo, literalmente tudo, passei a outro estágio.

Chamo de estágio por causa da dificuldade de definir lugar,

distância e tempo. Acredito, por exemplo, que a exibição

cinematográfica de minha vida tenha durado três horas. Como sai do

corpo às 21hs do dia 06 de Dezembro, acredito que já era meia-noite

quando passei ao estágio seguinte. Esta parte é fascinante.

Novo intervalo. Paciência – em minhas andanças pela vida ouvi

falar, nas mais de 18 religiões que frequentei, em “campo das

estátuas,” “campo das recordações,” entre outros lugares em que se

encontram nossos registros. A minha experiência me diz que tudo

está em nós. Nas moléculas de oxigênio. Cientistas americanos já

desvendaram que nossos arquivos ficam armazenados em moléculas

de oxigênio, que são acionadas quando você pensa.

E as moléculas de oxigênio transmitem as informações

através dos neurônios até a central da fala, que fica no córtex

cerebral. Observei que não só as informações materiais, como cores,

números entre outros dados, ficam armazenados nas moléculas de

oxigênio, a memória espiritual tem outro ambiente (falaremos sobre

isto mais tarde).

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Morri e voltei para contar como é Página 33

Mas voltemos ao julgamento - As religiões debatem isto há

milênios. Desde os tempos das mais primitivas manifestações

religiosas que o homem se pergunta: quem faz o julgamento de

nossos atos? Já tivemos época em que, em nome de Deus,

organismos religiosos realizaram esta tarefa, como a Santa Inquisição

da Igreja Católica. Entre os Aiatolás, principalmente iranianos, esta

forma medieval de entender as responsabilidades de Deus ainda

persiste.

Mas, o que aconteceu comigo mudou a minha percepção e,

espero mude a sua também. Após a exibição de minha vida fui

levado a outro estágio. Lá, ainda na penumbra, apareceram três

personalidades. Uma à minha frente, outra à minha esquerda e outra

à minha direita. Todos com os rostos encobertos por uma penumbra.

A luz do ambiente incidia sobre suas vestes, mas não sobre as faces.

Como era de se esperar, o personagem da esquerda me

atacava. Dele vinham todas as lembranças de meus erros. No popular

o chamam de “advogado do diabo.” E ele “descascava.” Falava de

tudo. Até de meus pensamentos. Quando algum dia eu olhei para

uma mulher com cobiça, por exemplo. Lá estava ele a me lembrar de

todos os erros que cometi.

Sem linchamento moral - Só que, com um detalhe. Nada de me

diminuir, moralmente. Fui lembrado e cobrado das corrupções do

dia-a-dia. Por exemplo, quando usei meu irmão para furar a fila da

Caixa Econômica Federal. Um ato que pensava ser menor, lá estava

ele a me apresentar a conta. Implacável. Nada é perdoado, como

sempre dizia minha mãe, aqui se faz aqui se paga, ou melhor,

responde-se.

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Morri e voltei para contar como é Página 34

Não é fácil enfrentar isto. A primeira reação é de culpa. Mas

tal sentimento é amenizado pelo outro lado, o personagem da direita.

É engraçado. Na política temos a direita e a esquerda como

sinônimos, para quem acredita, do bem e do mal. Temos ainda o lado

direito e o esquerdo da escrita. Algumas literaturas e culturas

entendem que o direito é o certo e o esquerdo é o errado. Existem

mais pessoas destras do que canhotas.

Esta definição é material. A citação da esquerda é a mera

posição das coisas. Tudo na matéria é dual e relativo. Não tive

dúvidas sobre o significado, neste caso de direita e esquerda. O

simbolismo é a negatividade representada pelo lado esquerdo homem

e a positividade pelo lado direito (sei que vou sofrer o maior

bombardeio por causa disto, mas é assim que funciona. Lá vem o

pessoal PSTU, PSOL, PC do B, PCB entre outros).

E como foi a minha defesa?! Como os advogados fazem?!

Claro que não. Foi uma defesa incorruptível.

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Morri e voltei para contar como é Página 35

O que vale é a intenção

Somos falhos demais para sermos julgados por nossos atos.

Retomando o relato, lembro-me que o personagem que estava

à minha esquerda me “arregaçava sem perdão,” como o dito

popular. O personagem da direita me defendia. Na Justiça terrena um

advogado diria, sobre minhas falhas, que eu “estava nervoso,” na

tentativa de apelar aos atenuantes e amenizar a punição.

Na Justiça Divina não. Lembro-me que na Bíblia, e para

algumas religiões não católicas ou evangélicas, a balança da justiça é

trazida pelo Arcanjo São Miguel. Nota-se que ela tem dois pratos.

Tudo é medido e pesado de acordo com os atos e os acontecimentos

e, o principal, é a intenção.

Tudo o que é justo é medido pela intenção do fazer. O ser

humano é falho por natureza, então a Justiça Divina é elástica, ou

seja, o seu julgamento será de acordo com a sua capacidade de

percepção de seus atos. Como posso ser condenado de forma rígida,

se estou “dormindo” e não tenho conhecimento de toda a verdade.

Mestre Gabriel, fundador da União do Vegetal disse: “duvido que

alguém erre consciente.”

Estando consciente não tenho como errar. Só que tenho eu a

consciência de tudo?! Porque fomos criados?! Para o que?! Quem

domina e para o que?! Sou, realmente, dono de meus atos?! Tenho

realmente o “livre arbítrio”?! Com este entendimento, explico que

minha “defesa” foi feita a partir do levantamento de minhas ações,

com o objetivo de dignificar a autoestima, colocando-me com um ser

humano, apenas. Tudo tem um “tamanho” e um “lugar.”

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Morri e voltei para contar como é Página 36

Desta forma, ao mesmo tempo em que o da esquerda

lembrava os meus erros, eu era lembrado de minhas virtudes pelo

personagem à minha direita. Quando tratei bem a pessoas doentes, os

animais, o amor por meus filhos, meus parentes, pela humanidade,

tudo foi lembrado e situado como meu, em autoestima.

Os momentos em que manifestei acreditar que o ser humano

é o centro de tudo e por ele deve-se tudo fazer. Até mesmo os

debates com os amigos Gazel, Almerindo, Iesu e Nelson sobre a raça

humana e o desejo de desenvolver projetos de caridade e doação ao

próximo. Quero dizer, tudo conta, assim como tudo é registrado.

Até os animais - Aqui vale um destaque. No Livro do Viver e do

Morrer, do Sogyal Rinpoche, um monge budista tibetano, está dito

que na hora do julgamento do espírito até um animal pode depor a

seu favor. Exemplo: você cuida de um cavalo, trata-o bem, dá-lhe

alimento e, principalmente, amor e atenção. Para os budistas o

animal presta depoimento a seu favor, porque nele também reside um

espírito.

Não vi acontecer assim. Mas, fui lembrado pelo personagem á

minha direita da cadela que salvei da morte em Porto Velho. A

mesma que me salvou do ataque de um casal de Dobermann. É isto.

Todos os seus atos, para o bem e para o mal, são registrados e

apresentados na “sua hora,” levando-se em consideração a

encarnação que está sendo revista.

A forma da defesa é honesta e sincera. Não se trata de refugar

o que se fez de errado, mas de mostrar que o ser humano é dual, ou

seja, ele tem em si o positivo e negativo. E quer saber mesmo: você

não domina nada e todo movimento é para o seu crescimento

espiritual.

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Morri e voltei para contar como é Página 37

A grande luta humana, qual é? Manter a força do bem

dominando a do mal. Por isto a pregação de que basta ser honesto é

fraca. Ser honesto é um dever e não uma virtude. Agora, um erro,

também, não é o fim do mundo, quando a pessoa souber ver-se e

reconhecê-lo. O perdão a si mesmo é a chave. E sabe o que é

perdoar? É não cometer mais o mesmo erro.

Deus não perdoa ninguém – grifei e coloquei em caixa alta porque

tem gente que fala isto o tempo todo. O que você faz tem o seu

registro e não é domínio seu então Deus não tem o que perdoar.

Uma prática saudável a qualquer ser humano é ter um bom

espelho em casa. Olhe-se bem e avalie-se. Pessoas que me conhecem

podem dizer: “esse cara está com demagogia. Conheço o rabo de

palha dele.” Exatamente. Como não estou aqui como “fariseu” a

pregar aos outros e esconder-me, digo que decidi mostrar tudo isto

uma vez que eu mesmo não aprendi com os acontecimentos do dia

06 de Dezembro de 2004 e fiz um monte de “borradas” depois.

Desculpem-me o jeito chulo de falar, mas foi assim mesmo.

O amor e a dor - Existem duas formas de aprendizado na vida: o

amor e a dor. Como não aprendi com a primeira opção, tive que

passar pela segunda. E só eu mesmo para saber a dor que senti com

as perdas que tive, principalmente no ano de 2011. Separei-me de

uma pessoa maravilhosa, não posso conviver mais diariamente com

meus filhos Ranniel e Luanaluz. Mas, tem uma coisa.

O homem não é dual?! Hoje convivo melhor com Tainá,

minha outra filha, e veio o meu neto Lucas. Perdi algo e ganhei na

outra ponta. Os movimentos de Deus são assim.

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Morri e voltei para contar como é Página 38

E ainda estou em aprendizado, claro. Não estou aqui como

um messias. Faço a descrição sincera de tudo o que aconteceu para

que ninguém ponha a mão na minha cara para falar nada. Aliás, atire

a primeira pedra. O final do “julgamento.”

De novo, amigo (a) leitor (a): paciência.

O que relatei, até agora, é chamado de EQM – Experiência de

Quase Morte, expressão criada pelo Dr. Raymond Moody em seu

livro Vida Depois da Vida, escrito em 1975 e é aceita pela

comunidade médica. Só que, no meu caso, a história foi além da

simples visão da luz, como a do fim do túnel, e do próprio corpo,

como alguns relatam em matérias jornalísticas, livros e hoje estão

espalhadas na internet (é só pesquisar no Google a sigla EQM).

Tenho uma explicação do porque estive à frente de tais fatos,

mas o final desta história ainda está em construção e com vocês.

Tenho que passar a adiante tais fatos. Foram sete anos de estudos

sobre tudo o que aconteceu até ter segurança para falar,

principalmente em função do que vou relatar a partir de agora, o final

do meu “julgamento.”

Antes preciso fazer dois questionamentos:

a) O que é Deus? Qual a sua essência? Deus é o puro amor?

Dizem que sim. Tem até uma religião com este nome Deus é

amor. A essência de Deus é o próprio amor e por isto ele é

chamado de pai. Não posso conceber Deus sem amor. Ele

criou toda esta beleza na Terra só para nós, e nos deu a vida e

tudo o que precisamos para crescer e evoluir. Só um Deus de

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Morri e voltei para contar como é Página 39

amor poderia nos dizer “ama ao próximo como a ti mesmo.”

Não sendo amor puro e verdadeiro, jamais nos traria tais

mandamentos através do que chamamos de mais puro profeta

(até considerado seu próprio filho) Jesus, o homem que

praticou o amor em toda a sua essência. Então, leitor, fica

difícil você discordar de mim. Deus é amor, fechamos

questão.

b) Ora, vamos a uma reflexão: o AMOR julga?! Não é

interessante. Eles dizem que Deus é amor e ao mesmo tempo

nos julga. Dizem que, do que entendemos ser amor, o único

puro amor na Terra é o de uma mãe. Você já viu alguma mãe

julgar?! A mãe apenas se doa ao filho. Nas filas das

penitenciárias 75% são mães, mais uns 20% são irmãs e

esposas. Pode ser o pior bandido deste planeta, a mãe está lá

para visitá-lo. O amor apenas doa, não julga. Deus é o desejo

de doar. O que ele nos doa?! Você ainda pergunta?! A vida, a

luz, o ar, os alimentos, a água, a dor, o sofrimento, a

felicidade, enfim tudo. Todo o que existe tem a função de

satisfazer os nossos desejos e nos dar prazer. Mas, vivem

dizendo que Deus nos julga. Que haverá o dia do “juízo

final.” Que Jesus chegará entoando trombetas e arrebatando

fiéis aos que temem a Deus. Será isto mesmo?! Não foi o que

vi

A minha resposta a esta pergunta é simples: “Deus não julga

ninguém.” Aliás, colocamos nas costas de Deus muita coisa que não

tem nada a ver com Ele. Deus criou uma sistemática, um rosário de

leis, um “moto contínuo,” ou seja, tudo se move por forças de leis

imutáveis. E qual é o nosso papel nesta história?! Obedecê-las. Saber

viver sob sua égide.

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Morri e voltei para contar como é Página 40

O homem está violando as imutáveis leis da natureza e a lei

do retorno nos trás catástrofes imensas. Rios que transbordam,

geadas horríveis, vulcões em erupção etc. E aí, as leis divinas não são

aprovadas no final do ano durante o recesso parlamentar?! Elas

existem e são implacáveis para quem não as obedecem. Só que tudo

faz parte do plano do Criador. Tudo vem dele e ele é tudo. Não cai

uma folha de uma árvore sem que Deus queira (Bíblia).

Ei, qual a prova de minhas afirmativas?!

O final do meu “julgamento”

Nas páginas anteriores disse que o meu relato de EQM difere

dos demais. Acho que sim. Das pesquisas que fiz não vi nada sobre

ser levado a algum lugar e ser julgado. Já falei aqui que esta é uma

questão antiga para humanidade. A Bíblia, por exemplo, se refere o

tempo todo aos julgamentos de Deus. Sodoma e Gomorra. A história

da Arca de Noé, o maior julgamento da história da humanidade.

Acredito que estes relatos na Bíblia, e em outros escritos

religiosos da humanidade, está na constatação de que temos a

consciência dentro de nós. Ela nos “acocha” o tempo todo. Tem uma

“ideologia” moderna do “nada a ver.” As pessoas promovem ações

e dizem para si mesmo “nada a ver.” Um errado e confuso conceito

de liberdade. Bom, como percebi que não escapo de “julgamento,”

pelo que relatei anteriormente passei a perguntar: mas quem pode me

julgar?

A partir desta pergunta veio a maior revelação no meu

“julgamento.” Afinal, quem esta por trás desta penumbra?! Após o

personagem à minha direita e à esquerda concluírem seus relatos

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Morri e voltei para contar como é Página 41

sobre os meus erros e acertos, uma luz se abriu e o terceiro

personagem se apresentou. Nós formávamos um quadrado. Como

uma caixa. Tinha uma à minha esquerda, outro à minha direita e um

à minha frente.

Sete anos depois descobri a simbologia disto. Você não é uma

“caixa”?! Repare. Você está dentro de um corpo e tem cinco formas

de ver o mundo: audição, paladar, olfato, visão e tato. Você é um

espírito envolto em uma caixa que observa o mundo por sensações. E

mais, você tem um programa de computador específico, único. Tudo

o que você observa tem um direcionamento só seu, uma conclusão só

sua.

Quer um exemplo: eu e você avistamos agora um pássaro

verde. Para mim, lindo. Para você nem tanto. A mim lembra minha

infância, um papagaio que conheci. A você pode não lembrar nada.

Entendeu?! É isto que chamo de programa de computador com

aplicativo único, ou seja, somos sete bilhões neste planeta e cada é

capaz de definir o que vê de maneira diferente. Por isto fica difícil

alguém nos julgar. Teria que estar dentro de nós. Eureca, esta é a

reposta...

Sabe quem estava à minha frente e como juiz determinava tudo

sobre os meus atos? EU. Ei, vou dar um tempo ao seu espanto...

Era EU, isto mesmo. Na posição de juiz, o personagem era

EU... Espantado?!

Claro que não resisti e, em pensamento, perguntei: “e os

outros, quem são?!” A resposta foi imediata. A luz aumentou e

clareou todo o ambiente em que estava. O personagem do meu lado

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Morri e voltei para contar como é Página 42

esquerdo, aquele que me condenava de dedo em riste, sabe quem

era? EU.

E sabe quem era o personagem benevolente que à minha

direita me defendia? EU. Entendeu?! Complicado não?! Vamos

estudar um pouco mais tudo isto?! O relato de todos estes

acontecimentos, que guardo há sete anos (escrevi tudo isto em

dezembro de 2011), é para chegar neste momento.

Dá para correr de si mesmo?! - Entendo, hoje, que a minha

busca desde os 12 anos de idade se completa no final da EQM que

vivi e com os estudos que faço hoje. Ao final de minha trajetória fora

do corpo abri os olhos, à 01h da terça-feira, dia 07 de Dezembro.

Uma enfermeira, ao lado da maca, gritou para o Dr. Marcelo Torres:

“doutor ele voltou.” Deram-me toda assistência.

Eu não registrava mais nada de anormal. Minha pressão e

batimentos cardíacos: estabilizados. Às 06hs da manhã, como já

relatei antes, fui internado no “cárdio” da Santa Casa de

Misericórdia de BH, onde fiquei até o dia 14 de Dezembro de 2004.

Não é uma resposta simples a diversas perguntas que o

homem faz?!

Um Deus carrasco, que julga e cobra de nós as falhas da sua

própria criação?! Impossível. Não fomos criados à sua perfeição, e

por isto, ele não pode nos julgar, é simples. Tão simples que parece

impossível de se acreditar. Quem nos criou: um Deus. E como?

Imperfeitos. Quem coordena todas as nossas ações: Ele (não cai uma

folha ...). Então, como pode me julgar? Sou julgado pelo o que? Só

tenho uma escolha: obedecê-lo. Desobedece para ver o que te

acontece.

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Morri e voltei para contar como é Página 43

Tudo em mim - Pude constatar com a minha percepção (não posso

dizer com meus próprios olhos, uma vez que meu corpo esteve na

maca do hospital) da consciência. Ao enfrentar o resultado de

minhas ações eu estive na minha presença e fui o meu inquisidor,

defensor e realizei o meu próprio julgamento. E, quando se chega a

este estágio, acredito de evolução da consciência, não tem espírito

que se engane.

Li uma vez que na Suíça implantaram uma universidade

aonde o próprio aluno respondia aos questionários, corrigia a própria

prova e se dava notas. Sabe qual o resultado?! Cerca de 70%

reprovou a si mesmo. Sabe por quê?! Porque é uma das leis

imutáveis de Deus, você não pode enganar a si próprio. É o maior

dos absurdos e parte da humanidade tem pensado que pode fazer isto.

A culpa é sempre dos outros.

Jornalista que sou digo assim: “na frente das câmeras todos

são bonzinhos.” Não jogam lixo no chão, preservam a natureza, não

gritam com o motorista ao lado nos engarrafamentos, etc.

A sinceridade não é uma prática corriqueira entre os homens.

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Morri e voltei para contar como é Página 44

Por que eu?!

Fica parecendo que estou preocupado com o julgamento das

outras pessoas. Não é isto. Sou jornalista e como tal treinado para

fazer perguntas. Quando escrevo tais lembranças me vem à mente

que perguntas o leitor pode estar fazendo sobre o que relato e já

emendo as respostas, mesmo que não sejam estas as suas perguntas,

caro (a) leitor (a).

Outros relatos na imprensa falam de EQM diferentes da que

eu tive. Não tenho uma resposta pronta, direta a esta pergunta,

apenas a compreensão. Sei que Ele quis que eu soubesse e

vivenciasse tudo isto. Acredito que as energias circulam e as pessoas

se ligam a partir de suas escolhas.

Um exemplo: um compositor de música. Ele não cria nada.

Ele recebe de uma fonte de inspiração, como acreditaram os gregos.

Só que ele se concentra, fica à disposição para receber e, assim,

trazer uma mensagem, um alento, alegria, prazer, através da música.

Tudo está sob o Sentir. Nós temos apenas a intenção, nada mais.

É assim que encontro resposta para a pergunta: “porque

eu?!” Meus pensamentos sempre se concentraram na busca para a

mais misteriosa das perguntas: “por quê?!” Sei que um dia vou

desencarnar (morrer, como definem muitos). Sei que nasci e como

isto se deu. Mas o porquê de tudo isto?! A vida, a criação, o

sofrimento, a esperança, a realização, as doenças, enfim a existência.

Muitas religiões, muitas perguntas.

Ei, mas o que me aconteceu não responde a isto?! Será que

não?! Tenho procurado aquietar minha “rebeldia.” Nasci

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Morri e voltei para contar como é Página 45

presbiteriano, religião evangélica de minha avó Lindoura e de minha

mãe. Meu pai era um daqueles “católicos não praticantes.” Na

Polícia Militar de Minas Gerais até se aposentar, ele impôs à família

uma condição nômade. Em meus registros, até os 16 anos meu pai

mudou mais de 12 vezes. E como as cidades eram pequenas, no

interior de Minas (Tombos, Faria Lemos, Santana do Manhuaçu,

Santana de Cataguazes, Simonésia entre outras), nosso pai nos

obrigava a frequentar a igreja evangélica que tivesse na cidade para a

qual mudássemos. A única que não fazia questão era a Testemunha

de Jeová.

Com isto, eu e meus dois irmãos mais velhos, fomos, na

maioria das vezes, batistas e presbiterianos. E foi em Carangola, aos

12 anos, que protagonizei meu primeiro ato de “rebeldia.” Fiz uma

pergunta para a professora da Escola Dominical. Ela respondeu e não

me satisfez e mantive a pergunta. Ela tornou a responder e eu

continuei perguntando.

Qual era a pergunta?! “Porque Deus, que vê tudo, presente,

passado e futuro, e tem o poder para me tirar de algo ruim e deixa

que eu cometa o erro?” Não é assim. Os pastores e padres dizem:

Deus é onipresente, onisciente e onipotente. Está presente a tudo, tem

consciência de tudo e é todo o poder. Então porque ele deixa que

cometamos erros, se ele sabe que vamos cometê-los antes de nós. Era

a pergunta de um garoto de 12 anos. Fica óbvio que a professora não

tinha a resposta.

Decidi, daquele dia em diante, não ir mais à igreja

Presbiteriana de Carangola e a nenhuma outra. Minha mãe bancou a

minha rebeldia e papai não teve mais forças para me obrigar mais a ir

aos cultos. Passei pela Igreja Católica, mas a adoração a imagens de

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Morri e voltei para contar como é Página 46

barro não me convence. Frequentei a União Espírita Mineira, na rua

Guarani, em BH. Um dia fiz lá uma pergunta e não gostei da

resposta.

Fui a centros de Umbanda, outras instituições kardecistas e li

o primeiro livro da seita do Racionalismo Cristão: Racional Superior.

Fui para a Seicho-no-ie, a Fé-Bahai, aos Hare Krisna, a Ordem

Marçônica Rosaluz (seita religiosa com sede em Porto Velho – RO,

que comunga o chá hoasca ou vegetal), estive numa uma dissidência

do Santo Daime, no Acre frequentei o Centro Espírita Daniel Pereira

(conhecido como barquinha) e estou filiado à União do Vegetal

(UDV).

Deixo claro que minhas conclusões sobre o que aconteceu são

exclusivamente minhas. Elas não fazem parte de nenhum dogma das

religiões e/ou seitas que frequentei e a que estou filiado, a UDV.

Inclusive há divergências lá quanto ao que eu relato. Só que eu não

teorizei, eu vivi. Recebo, hoje, também as orientações do método

científico de estudo do homem, a Cabalá, através do Centro de

Estudos Bnei Baruck.

A passagem mais aterradora de minha juventude foi quando li

“Eram os deuses astronautas,” do alemão Erick Vandanickem. Vi o

filme também e pirei. Tinha 18 anos e andava pelas ruas de BH com

a cabeça a mil. Não conseguia respostas para as perguntas que o livro

suscita e não aceitava as respostas dele. Foi um inferno. As teorias

dele são arrasadoras.

E então, porque eu?! - Acho que o currículo apresentado

antes dá uma ideia. Assim como o compositor está sintonizado para

receber as músicas que compõe, eu estou sintonizado a 39 anos numa

só pergunta. Sofri com a dificuldade que tive me fazer entender por

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Morri e voltei para contar como é Página 47

pessoas que amo (filhos, ex-mulheres, minha mãe e irmãos). Deixei

de lado minha vida pessoal, financeira e profissional. Fui chamado

de “menino maluquinho,” por um irmão, o Humberto.

Tudo em função de uma procura. Esta procura é sua e você

poderia receber o que recebi. Veja bem. Existem relatos de

escolhidos para executarem missões e verem as coisas. Não estou

dizendo isto de mim. Fui eu quem correu atrás, assim recebi. Está

claro que minhas deficiências me levaram a erros incríveis e

inimagináveis aos olhos de pessoas que se concentraram em

concursos públicos e estabilização da vida financeira. Aos 51 anos

me vi dependente de um quarto na casa de minha mãe para dormir e

a sua benevolência para ter um prato de sopa à noite ao chegar do

trabalho.

Ao final de 2011 resolvi sentar e escrever estes relatos,

vividos em 2004. Foi quando tive consciência de que não sou um

messias, e nem um privilegiado, mas um sintonizado com as

principais perguntas da humanidade. Dediquei minha vida a isto até

agora e passo à frente o que vivi.

Em 2005 conheci uma pessoa, a quem chama de mãe num

centro espiritualista chamado Ghaedi, que disse: “saiu de BH foi

parar na Amazônia para procurar o que está dentro de você.” Hoje,

após análise do que ocorreu em 2004, sei que é a mais absoluta

verdade.

Tudo está dentro de nós. Mas, este é outro debate que

pretendo desenvolver mais adiante. Obrigado por sua paciência até

agora e resumo assim: enfartei e às 21hs do dia 06 de Dezembro de

2004 e sai do corpo. Vi minha vida passar numa tela de cinema e

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Morri e voltei para contar como é Página 48

depois três personagens ficaram à minha esquerda, à minha direta e à

minha frente.

Ao final de uma espécie de “julgamento” as luzes se

ampliaram e vi que as três personagens eram Eu mesmo. O que

significa isto, para mim, é que a consciência do homem rege tudo.

Todos os registros que vi na tela, na verdade, estão na minha

memória e os meus atos são julgados por mim mesmo. Deus não

julga, nem condena, nem castiga... Nada. Até o perdão é você mesmo

que se dá, quando reconhece o erro e não o pratica mais.

Enfim, o homem é o resumo de tudo. A NASA está

equivocada. Somos o verdadeiro universo, temos um universo dentro

de nós, que é fantástico, maravilhoso e inexplorado por nós mesmos.

É como no poema de Carlos Drumond de Andrade que transcrevo

aqui e encerro esta fase de meu relato.

O Homem; as viagens o homem, bicho da Terra...

O Homem; as viagens

o homem, bicho da Terra tão pequeno

chateia-se na terra

lugar de muita miséria e pouca diversão

faz um foguete, uma cápsula, um módulo

toca para a Lua

desce cauteloso na Lua

pisa na Lua

planta bandeirola na Lua

experimenta a Lua

coloniza a Lua

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Morri e voltei para contar como é Página 49

civiliza a Lua

humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra

O homem chateia-se na Lua

Vamos para Marte - ordena a suas máquinas

Elas obedecem,o homem desce em Marte

pisa em Marte

experimenta

coloniza

civiliza

humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.

Vamos a outra parte?

Claro - diz o engenho

sofisticado e dócil.

Vamos a Vênus.

O homem põe o pé em Vênus,

vê o visto- é isto?

idem

idem

idem.

O homem funde a cuca se não Júpiter

proclamar justiça junto com injustiça

repetir a fossa

repetir o inquieto

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Morri e voltei para contar como é Página 50

repertório.

Outros planetas restam para outras colônias.

O espaço todo vira Terra - a terra.

O homem chega ao Sol ou dá uma volta

só para te ver?

Não vê que ele inventa

roupa insiderável de viver no Sol.

Põe o pé e:

mas que chato é o Sol, falso touro

espanhol domado.

Restam outros sistemas fora

do solar a colonizar.

Ao acabarem todos

só resta ao homem

(estará equipado?)

a dificílima dangerosíssima viagem

de si a si mesmo

por o pé no chão

do seu coração

experimentar

colonizar

civilizar

humanizar

o homem

descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

a perene,insuspeitada alegria

de con-viver.

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Morri e voltei para contar como é Página 51

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

Amigo (a) leitor (a) a história do infarto que me acometeu já a

contei no plano da materialidade. Após pesquisas e outras vivências,

sete anos após o ocorrido, passo, agora ao relato de tudo o que

aconteceu de outra forma, em outra linguagem. Mas, como assim?

Não temos dois mundos conforme as palavras de Jesus? (meu

Reino não é deste mundo). Ora, então vivemos no limiar de duas

realidades: a material e a espiritual. Viemos de uma para a outra. A

verdadeira razão da existência está oculta de nós e isto nos confunde.

Filósofos, poetas, cientistas e pobres mortais como eu e você passam

a vida decifrando tais mistérios. Alguns eu os vivi.

Por ser jornalista acumulei informações das mais variadas ao

longo de meus 30 anos de profissão. Elas vieram da ciência, da

religião, do esoterismo, do homem simples que dá entrevista

encostado-se a uma charrete no interior de Minas, mas que tem

sabedoria nas palavras. Minhas percepções, antes intuitivas, se

confirmaram através do que vivi durante o infarto que me acometeu e

do resultado de pesquisas científicas, que confirmam os profetas e os

poetas. A minha inquietude falou a meu favor.

Relembro-o (a), amigo (a) leitor (a), que comecei minhas

perguntas aos 12 anos. Quis o Criador que me tornasse jornalista

para continuar perguntando, após dois vestibulares para psicologia e

que não passei, graças a Deus. Como tudo está sob seu Domínio,

quis ele ainda que me tornasse raizeiro. Fique comigo e mostrarei o

que é isto. Um desejo incontrolável pelo porque da vida, a explicação

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Morri e voltei para contar como é Página 52

para tudo isto. Sabe o que descobri? Que este desejo me foi dado por

Ele. Sim. É inexorável. Perturbador. Um código em mim, em você,

em nós e que nos faz retornar a Ele.

De volta à história de minha “morte” - Bom, voltemos ao momento

mais marcante da minha história de EQM que relatei antes, das 21hs

do dia 06/12/2004 até às 01h da manhã do dia 07/12/2004. Repito

que as palavras que usei, antes, são para as compreensões da

materialidade. Agora descreverei como tudo, realmente, aconteceu.

Exemplo: antes eu disse que vi uma luz, agora digo: eu senti

uma luz em minha direção. Antes disse que recebi telepaticamente as

orientações e ordens que obedeci. Agora direi eu senti todas as

palavras e orientações em pensamento. Faz diferença? Muita.

Materialidade – Na materialidade somos uma caixa com cinco

sentidos: audição, visão, paladar olfato e tato. E, usando uma

linguagem atual, da mídia, temos um programa de computador que

interpreta, de forma única, o que os sentidos captam. É a percepção

da realidade.

O exemplo de antes do pássaro verde. Você o vê e ele tem um

significado para mim e outro para você. Só que o pássaro é o mesmo.

A diferença está na percepção desta realidade que é única em cada

um de nós. Isto é muito importante. Preste atenção em como você

percebe a realidade à sua volta. Ela tem leis imutáveis, mas a sua

percepção o fará decidir, escolher, e suas escolhas influenciam toda a

sua vida, talvez, de forma equivocada.

Através dos cinco sentidos percebemos a realidade

materializada, às vezes, fácil de ser decifrada. Pau é pau e pedra é

pedra. E quando nos deparamos com “fenômenos” que não

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Morri e voltei para contar como é Página 53

conseguimos explicar? Tentamos fazê-lo através de um destes

sentidos e, principalmente, pela intelectualidade. Impraticável. O

Criador nos deu tais instrumentos para nos situarmos na

materialidade, para sobrevivermos nela e a ela compreendermos.

Quando os usamos na tentativa de explicar a espiritualidade,

invariavelmente, falhamos pela influência do meio.

A ocultação de Deus – A falha acontece por que Deus está oculto,

distante de nós. Interessante! Muitas perguntas com poucas e vagas

respostas, que são dependentes de uma coisa: a fé. Como é Deus? De

que essência ele é feito? A sua forma, existe? Ele é pura energia? É

amor? Amor é uma energia?

Percebe que podemos imaginar tudo isto? Já notou como

imaginam por nós? Escrevem coisas e ainda as batizam de

“sagradas,” “a verdade absoluta.” Por que isto acontece? É por que

Ele está oculto de nós.

Como ele está oculto de nós a sua forma de comunicação

também é oculta, acredito eu e foi o que vivi. Assim nós é que temos

que buscar e aprimorar esta comunicação. Vamos a uma pergunta, já

respondida por muitos e pouco assimilada por nós: qual o sentido

que nos habilita ao contato com Deus?

Você sabe que Ele fala contigo, não? Acredita nisto? Se sim,

então como ele fala conosco? Alguns chamam esta forma de contato

de sexto sentido. Temos o paladar para sentir o gosto das coisas e

com o olfato os cheiros, mas e quando Deus nos fala. É pelo pensar?

O cérebro? - Acredito que não e dou uma razão lógica para isto.

Ligado, automaticamente, aos cinco sentidos da materialidade o

cérebro e a intelectualidade estão ocupados demais para processar a

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Morri e voltei para contar como é Página 54

comunicação e as intenções de Deus. Tem lógica para você? Disse,

antes, que o academicismo mata o sexto sentido, uma vez que os

eruditos se utilizam demais da relatividade da materialidade para

explicar e, até, substituir o Criador, competir com ele.

O raciocínio intelectual é inferior à intuição e a própria

ciência já está provando isto, como veremos adiante. O raciocínio

intelectual tem como base os parâmetros da relatividade e ela é dual,

é da vida na materialidade. O Criador é uno conosco, o único

Domínio.

Não se pode conhecê-lo através da dualidade do relativismo

material. É preciso transcender para compreendê-lo. Não se pode,

por exemplo, examiná-lo com a contraposição entre o bem e o mal,

porque o mal não existe da forma como o percebemos.

Ciência - A ciência hoje já admite que o sexto sentido é uma

realidade, mas até aceitá-lo como determinante em nossas vidas vai

enorme distância. Aliás, a cada investigação científica e confirmação

de seus resultados, a ciência se aproxima do que há milênios profetas

já nos orientam.

Deixando de lado o contexto do sexto sentido e admitindo a

sua existência, fica-nos uma pergunta: por qual órgão ele se expressa

na materialidade, ou seja, em nosso corpo físico, biológico e/ou

material?

Vejamos os outros cinco sentidos têm um instrumento de

atuação na materialidade: a audição. O som passa pelos ouvidos que

são compostos por um sistema que o processa e decifra para a sua

compreensão. Sejam os mais maravilhosos e/ou aterradores sons

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Morri e voltei para contar como é Página 55

produzidos pela humanidade e/ou a natureza. Não vamos delongar

aqui com análise dos outros quatro sentidos.

O canal de processamento do sexto sentido também é um

órgão biológico, humano, uma vez que estamos na materialidade e é

aqui que as leis espirituais se expressam. Qual será?

O intestino, este órgão enorme (entre 8 e 9 metros) com

funções vitais para nós? O fígado, o nosso motor, ou os rins, que para

a medicina chinesa é o órgão mais importante do corpo humano?

Não acredito. Eles quando agem (uma diarreia, por exemplo) têm a

função de nos mostrar que algo está errado. É só. Eles não são

autônomos. Você tem uma diarreia e diz: Deus está falando comigo?!

(kkkkkk... Corre para o banheiro e passa um fax. Não resisti).

O único órgão com as características necessárias para abrigar

o sexto sentido e a nossa comunicação com o Criador é o Coração.

Ele é autônomo e o que mexe com a gente. Mexe tanto que os poetas

o recitam há milênios. E os profetas, então? Tanta aclamação assim

não pode ser em vão.

Universidades – não há incoerência no que vou dizer agora, em

função das críticas que fiz ao academicismo. Universidades

americanas, principalmente a de Princeton, se dedicam aos estudos

do “improvável,” especialmente o que vem sendo dito há milênios

por religiões e seus profetas. É um trabalho diferenciado.

O mesmo acontece na Rússia, em alguns países da Europa, na

China e a na Índia. Eles sabem que o poeta inglês William

Shakespeare tinha razão. Observe, não foi um cientista que disse que

“existem mais mistérios entre o céu e a Terra do que pode imaginar

a nossa vã filosofia,” mas um poeta e escritor, um homem com

estreita ligação com o seu coração e que falou para os nossos

corações.

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Morri e voltei para contar como é Página 56

A ciência e a religião se completam – As partes já estão dizendo

isto. Em diversas partes do mundo a maior descoberta recente da

humanidade é a V5, a energia do Coração. Ela é tão potente que

ainda não conseguiram mensurá-la toda. Estamos engatinhando neste

campo.

Agora, uma coisa a ciência já sabe, que o Coração é capaz de

armazenar informações, lembranças advindas do nosso emocional e

transmiti-las ao cérebro. Ele se comunica com o cérebro e, para

muitos incrédulos, sabe-se hoje que é ele que comanda o cérebro e

não o contrário.

A materialidade dos nossos cientistas e suas errôneas

interpretações de nossas diferenças com os outros animais, aos quais

chamamos de “irracionais,” nos levaram à petulância que confunde

o domínio do cérebro sobre o coração, melhor dizendo a intuição. É

assim, por exemplo, que agem os médicos.

O que pretendo mostrar-lhe, amigo leitor, é que com a minha

EQM, as informações que armazenei ao longo de anos e as

experiências práticas que vivenciei como raizeiro em Porto Velho,

somado aos recentes conhecimentos recebidos através do chá

conhecido como Hoasca, Vegetal e Santo Daime e na Cabalá,

cheguei ao que passo a demonstrar a partir de agora.

Antes observe alguns textos religiosos sobre o coração.

Na Bíblia - Em 1 Samuel 16:7 “Mas o Senhor disse a Samuel: Não

atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura,

porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois

o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha

para o coração.”

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Morri e voltei para contar como é Página 57

Davi diz em Salmos 51:10 “Cria em mim, ó Deus, um

coração puro, e renova em mim um espírito estável.”

No Novo Testamento Jesus fala do Coração 159 vezes, e eis

uma de suas mais importantes falas sobre este órgão: “Eu vos darei

um coração novo e porei em vós um espírito novo. Removerei de

vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne”.

Para Buda o que importa é o coração.

Pergunta: Ouvimos com certa frequência que “o que importa é o

coração”. Qual é o significado dessa frase sob o ponto de vista da

prática do budismo?

Resposta: De fato, o Buda Nitiren Daishonin enfatiza a importância do

coração em diversos escritos. Por exemplo, no escrito “A Estratégia do

Sutra de Lótus”, ele orienta seu discípulo Shijo King sobre a

importância de basear-se na fé na Lei Mística antes de qualquer outra

tática ou estratégia. Daishonin afirma: “O que importa é o coração”.

(The Writings of Nichiren Daishonin [WND], pág.1.000.) Quando já

vivia no Monte Minobu, Daishonin também escreveu “O Tambor no

Portal do Trovão” à seguidora Senniti-ama que morava na distante Ilha

de Sado, incentivando-lhe: “Simplesmente observar o rosto um do

outro seria insignificante. O que importa é o coração da pessoa.

Encontremo-nos algum dia no Pico da Águia, onde vive o Buda

Sakyamuni”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 6, pág. 99.)

A palavra “coração” possui, sem dúvida, uma enorme abrangência de

significados. O Dicionário Michaelis define o termo da seguinte forma:

“s.m. 1. Anat. Órgão oco e musculoso, centro motor da circulação do

sangue. 2. O peito. 3. Objeto em forma de coração. 4. Sede suposta da

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Morri e voltei para contar como é Página 58

sensibilidade moral, das paixões e sentimentos. 5. Amor, afeto. 6.

Caráter, índole. 7. Pessoa ou objeto amado. 8. Coragem, ânimo. 9.

Centro, âmago”.

Além disso, ao lermos a palavra “coração” nos textos budistas em

língua portuguesa, há uma questão a ser considerada conforme consta

nos “Comentários sobre a tradução” do livro Os Escritos de Nitiren

Daishonin, reproduzida a seguir: “Mente: A palavra japonesa kokoro

ou shin, que é comumente traduzida como ‘mente’ ou ‘coração’, não

possui um equivalente exato no português, pois é um termo que

engloba tanto a mente de uma pessoa, como seu espírito, emoção,

volição e psiquê. Também pode indicar ‘vida’ como uma entidade

psicossomática. Dessa forma, a palavra ‘mente’ ou ‘coração’, que

aparece no texto devem ser compreendidas no sentido mais amplo

possível”. (Vol. 1, Prefácio, pág. lviii).

Vejamos, então, alguns aspectos relacionados com a palavra ‘coração’

sob o ponto de vista da prática do budismo.

Na frase “O que importa é o coração,” acima apresentada, podemos

observar na palavra “coração,” o sentido de “fé” como também da

própria “vida”. Normalmente, diante das dificuldades da vida diária, as

pessoas planejam diversas táticas e estratégias em busca de uma

solução. Entretanto, Daishonin orienta seu discípulo Shijo Kingo a,

antes de mais nada, basear-se na fé na Lei Mística. Em outras palavras,

Daishonin indica o caminho da fé ao Gohonzon e a recitação do

Daimoku como o ponto de partida para a solução dos problemas,

fazendo uso da referida frase. Por outro lado, podemos também

entender que a solução de quaisquer problemas na vida se encontra no

interior de nós mesmos, isto é, no nosso próprio “coração.”

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Morri e voltei para contar como é Página 59

Em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, cita essa frase

dos escritos, afirmando: “A felicidade não nos é concedida pelos

outros ou vem de algum lugar fora de nós, mas é algo que nós próprios

devemos obter com o nosso próprio coração.” Assim como Daishonin

diz, ‘O que importa é o coração’. (WND, pág. 1.000.) Em outro

escrito, encontramos a seguinte declaração: “A boa sorte vem do

coração e torna a pessoa digna de respeito.” (WND, pág. 1.137.) A fé

é o que nos capacita a fortalecer e aprofundar nosso coração no grau

máximo.

Além do significado de “fé” e de “vida” apresentado anteriormente

para a palavra “coração”, podemos entendê-lo também como

“determinação”. O budismo expõe o princípio de Três Mil Mundos

num Único Momento da Vida (itinen sanzen) que ilustra o quanto uma

“decisão” ou “determinação” de uma pessoa em um dado momento é

importante para a transformação de sua vida e das circunstâncias ao seu

redor.

O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, expressa claramente a importância

da determinação: “O que importa é o coração.” (The Writings of

Nichiren Daishonin, pág. 1.000.) Nisso se encontra a essência da vida.

Nosso coração e nossa mente envolvem toda a sociedade, o mundo e o

Universo. Tudo se decide pela determinação em nosso coração neste

exato momento. Fonte: www.estadodebuda.com.br.

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Morri e voltei para contar como é Página 60

Agora um passeio pelo Hinduísmo

(os escritos hindus são feitos em verso e prosas, diálogos).

Krishna, certa vez Você ensinou que felizes são aqueles que sentem a

Pulsação do Grande Amor em seus pequenos corações. E, hoje, eu sei

bem do que Você falava.

Porque o meu pequeno coração já transbordou, há muito, na cheia do

Amor...

E eu devo isso a Você! Ah, quantas vezes Você deve ter me olhado, no

silêncio do Invisível Imanente, e talvez pensado: Ele é apenas um

menino. Sim, houve um tempo em que o meu coração era grande...

Mas, Você me mostrou que grande era o Amor. Então, o meu coração

ficou pequeno diante do Infinito.

Porque o meu ego se derreteu sob a ação da Luz. E eu percebi que,

grande era o Coração do Todo, onde cabem os pequenos corações de

todos os seres.

E grande também é o Amor que passa pelo meu pequeno coração... E a

Vida! Sabe?... Às vezes eu me pego pensando em Você... E, aí, o meu

dia fica lindo, só por isso. E me dá uma vontade danada de fazer algo

legal.

Então, eu escrevo e deixo o meu pequeno coração falar sobre as

Grandes Coisas do Espírito... E tudo muda! E eu passo a olhar a dor

dos homens e o vazio consciencial que tanto os consome... E, nas asas

da compaixão silenciosa, eu os abraço, como se fosse Você que

estivesse abraçando-os junto comigo.

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Morri e voltei para contar como é Página 61

Sim, eu me atrevo a pensar nisso! Porque Você me ensinou que todos

os seres são pequenos avatares do Divino. E quando eu penso em

Você, algo acontece... E o meu coração fica menor ainda. Porque o

Amor é maior do que tudo!

E, diante do Infinito, eu não passo de uma criança.

Voltemos à ciência - Para não estender muito ficarei apenas com as

três religiões citadas acima: o cristianismo, o hinduísmo e o budismo.

Todas, como observamos, centram no coração o que há de mais

importante para a raça humana.

Pela fé já bastaria para demonstrar o relato que farei sobre o

que aconteceu comigo no dia 06 de Dezembro de 2004. Mas a

maioria das pessoas não encontra explicações apenas na fé. Elas

querem mais, a versão oficial, científica.

A ciência tem uma coisa estranha em sua relação com o

poder. Só chega à grande massa da humanidade as informações

científicas permitidas pelos detentores do poder e, na maioria dos

casos, tais conhecimentos não são libertadores da humanidade. Se as

religiões fossem científicas, ou o contrário, as informações poderiam

ajudar a libertar o homem.

Só que os sistemas de controle promovem o conflito entre as

partes com o objetivo de dominar o mercado. E as pessoas sentam-se

à frente de seus sofás, recebem as informações, mas não as

processam. Os conhecimentos científicos não chegam para mudar

suas vidas e sim para controlá-las.

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Morri e voltei para contar como é Página 62

Quero aqui unir pontas de informações que tenho e transmiti-

las de forma a gerar um conhecimento capaz de auxiliar alguém, que

seja uma pessoa apenas já me darei por satisfeito. Assim, se você é

como os doutores das universidades, devotos de São Tomé, leia com

atenção a entrevista que o Dr. Paul Pearsall concedeu à Revista

Planeta e depois me diga se não é a mesma coisa que já nos disseram

Buda, Jesus e Krishna.

Paul Pearsall é americano, neuropsicólogo reconhecido

internacionalmente, professor auxiliar da Universidade do Havai em

Manoa e membro da Administração do State of Hawaii Consortium

for Integrative Health Care.

Revista Planeta

O Poder do Coração (os destaques no texto são meus)

Por Fátima Afonso

Segundo o dr. Paul Pearsall, as células têm memória e o coração

carrega um código energético especial, que nos conecta com os

demais seres humanos e com o mundo à nossa volta. De certa

maneira, sua teoria explica por que muitos transplantados – como

ele mesmo pode comprovar – passam a manifestar traços da

personalidade do doador.

PLANETA – Pesquisas científicas recentes sugerem que o coração

pensa e que as células têm memória, havendo uma relação entre

esses dois processos. Explique-nos, em linhas gerais, de que forma

isso se dá.

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Morri e voltei para contar como é Página 63

Paul Pearsall – O fato de que as células têm memória é uma lei

básica da natureza. Mesmo os mais simples organismos unicelulares

lembram como se movimentar, encontrar alimento, fazer sexo e

evitar os predadores. Os cientistas chamam isso de “memória da

função”, mas, se uma célula pode lembrar, é bem provável que

muitas células juntas poderiam ter “memórias” mais complexas e

elaborada. As células do coração são as únicas células rítmicas.

Elas pulsam mesmo quando estão fora do corpo. Não é insensato

sugerir que milhares de células do coração ressoando juntas e

expostas a bilhões de células do sangue que passam pelo coração, a

cada segundo, podem conter memórias.

Um dos hormônios do corpo associado com a memória é a

substância chamada acetilcolina. A falta das moléculas dessa

substância é verificada na doença de Alzheimer, na qual a função de

memória se encontra gravemente diminuída. Na memória existe

também uma “eletricidade”. O DNA do nosso corpo que contém o

nosso código genético age como uma espiral de cobre, permitindo

que os nossos genes transmitam códigos elétricos entre si. O coração

gera um campo eletromagnético de cinco mil milivolts. O coração é

capaz de emitir frequências de onda de rádio, e ele fala com o

cérebro através de uma substância chamada ANP, Peptídeo

Naturético Atrial (Atrial Naturetic Peptide), descoberta no coração.

A força eletromagnética do cérebro é cerca de 140 milivolts,

portanto, a energia codificadora elétrica do coração é forte. As

nossas células, os nossos genes, as substâncias no coração e a

eletricidade do nosso corpo gerada primariamente pelo coração se

combinam para ajudar a fabricar e armazenar as memórias.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles,

transferiram as memórias de vermes. Pesquisadores do Instituto de

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Morri e voltei para contar como é Página 64

Tecnologia da Califórnia mostraram que um único elétron podia

alterar as memórias de nossos genes. As células do coração,

colocadas próximas a outras células do coração, se comunicam

entre si e entram juntas numa batida rítmica. As células do coração

retiradas por biópsia de um paciente e colocadas num prato de

laboratório vibraram mais rápido quando seu doador estava sendo

testado numa esteira ergométrica, num aposento no fim do corredor,

bem distante do lugar onde suas células estavam sendo observadas.

Existem dezenas de fascinantes descobertas em pesquisas que

indicam o princípio de que estamos ligados de uma maneira que

ainda não entendemos. As questões da memória celular e dos

transplantados que recebem as memórias e as características de seus

doadores são exemplos da emergência de ciência mais integrativa

que esteja disposta a estudar questões que antes ridicularizava.

PLANETA – Além de memórias dos nossos ancestrais, as células

poderiam carregar também “lembranças” de vidas passadas?

Paul Pearsall – A questão das memórias de vidas passadas é muito

interessante. Se por um lado tem havido muita publicidade sobre

reivindicações de pessoas de que elas foram um rei ou uma rainha

ou outra figura histórica bem conhecida na sua “vida passada”, tem

havido também pesquisas muito cuidadosas, que levantam muitas

questões sérias e interessantes sobre essa possibilidade. O dr. Ian

Stevenson, da Universidade de Virgínia, viajou pelo mundo por

quase 40 anos para documentar mais de dois mil casos de crianças

pequenas que afirmam recordar-se de vidas passadas. No Havaí,

onde nasci, acredita-se que nossos ancestrais estão sempre conosco

e dentro de nós. Acreditamos, e a ciência o demonstra, que nossas

células carregam os códigos daqueles que vieram antes de nós.

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Morri e voltei para contar como é Página 65

Para os cientistas, uma das coisas mais difíceis de aceitar é a ideia

de que a separação e os limites são ilusões. Todos nós somos de fato

Um e conectados em muitos níveis. Não importa se nosso cérebro

presta atenção ou não, nossas células lembram de onde viemos.

Cabe a nós prestar atenção a isso.

PLANETA – Diante das descobertas da cardioenergética, podemos

dizer que o coração é o maior responsável pela nossa saúde, e não

o cérebro, como propõe a psiconeuroimunologia?

Paul Pearsall – Como o psicólogo Abraham Maslow afirmou, a

saúde é uma questão de ser, não de fazer. “Quem” somos é

primordial para o nosso bem-estar. A medicina moderna tem uma

orientação muito mecânica. Ela busca explicações concretas e

singulares. Não há dúvida de que o cérebro não está realmente na

nossa cabeça, mas no corpo todo. As células do estômago e do

coração falam com o cérebro tanto quanto o cérebro fala com o

nosso corpo. O coração é muito mais do que um mecanismo

bombeador. Ele não está a serviço do cérebro, mas é um parceiro

para formar com ele nossa organização interna de manutenção da

saúde. O coração secreta hormônios, como o ANF, que ajuda a

regular todo o sistema do nosso corpo. O coração bem como o

cérebro é um órgão hormonal. A questão em saúde não é “a mente

sobre a matéria”, mas “a mente é matéria”. Nosso corpo inteiro e

todos os seus sete bilhões de células podem pensar, sentir e

conectar-se com outras células. Por causa de sua imensa energia

eletromagnética e de outras energias, o coração particularmente se

conecta com outros corações. A saúde e a cura são questões de

compaixão, de ligação e de estar consciente de que nós não “temos”

um corpo, mas somos o nosso corpo.

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Morri e voltei para contar como é Página 66

PLANETA – Sendo assim, que conselhos o senhor daria para

quem deseja se curar de um mal qualquer ou evitar doenças?

Paul Pearsall – Escrevi um livro, publicado agora em agosto,

intitulado Miracle in Maui: Letting Miracles Happen in Your Life

(“Milagres em Maui: Deixando os Milagres Acontecerem em sua

Vida”). Ele documenta minha cura milagrosa, o câncer em estágio

IV e a recuperação de um transplante de medula, quatro

quimioterapias radicais e radiação no corpo todo. Meu conselho é

lembrar que não é possível praticar a “autocura”. Toda cura é uma

questão de reconexão– seja a reconexão com o nosso próprio corpo,

com os nossos sistemas corpóreos e células se conectando umas com

as outras, ou a conexão com os nossos ancestrais e a terra. Cura é

conexão. Quando nos tornamos “cardiossensíveis” e ouvimos o

nosso coração, encontramos ali mensagens de cura que todos nós

compartilhamos – um tipo de sabedoria espiritual em comum de

paciência, unidade, agradabilidade, humildade e ternura, a qual é a

linguagem do coração, que permite que os milagres aconteçam.

PLANETA – De certa maneira, a existência de um código do

coração parece ter sido confirmada ao senhor por dezenas de

histórias de transplantados cardíacos que, depois de receber o

órgão, passaram a manifestar traços da personalidade do doador.

Dos casos que estudou quais os que mais o impressionaram?

Paul Pearsall – Publiquei vários casos de transplantados de coração

que receberam as memórias de seus doadores. Estes aparecem em

revistas profissionais. Descrevo muitos casos no meu livro Memória

das Células (Editora Mercuryo). Lamento ter publicado os casos

“dramáticos” porque eles parecem evocar grande resistência e

tornam sensacionalismo aquilo que deveria ser seriamente científico,

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Morri e voltei para contar como é Página 67

médico e espiritual. Na verdade, os casos que me impres-sionam

mais são os casos calmos, sutis, que envolvem o “sentir-se

profundamente conectado com o meu doador”, e “amar meu doador

agora e para sempre”.

Todos nós somos receptores de transplante de coração. Se você

quiser ler sobre casos notáveis, leia o meu livro. Se você quiser

aprender realmente sobre o código do coração, sente-se, fique de

mãos dadas com alguém que você ama, e sinta a energia da conexão

coração com coração. A energia do coração está à nossa volta.

Cabe a nós querermos ser receptores.

PLANETA – As mudanças na personalidade do receptor são

notadas também em casos de transplantes de outros órgãos, como

rins e pulmões, por exemplo?

Paul Pearsall – Casos de receptores que recebem memórias e

características de seus doadores foram relatados em transplantes de

rim, fígado e até de córnea. Quanto mais estudo esse assunto, mais

suspeito que o verdadeiro mistério reside em por que algumas

pessoas parecem sintonizar tão profundamente com as memórias das

células e com o seu código do coração. Podemos aprender com

essas pessoas corajosas e normalmente humildes. Elas são como

astronautas espirituais. Alguns zombam delas, mas se estivermos

dispostos a ouvir amorosa e abertamente, podemos ouvir o código

do coração. Se permanecermos com o coração duro, deixamos de

nos beneficiar com as lições do coração e com aqueles que as

aprenderam.

PLANETA – O senhor levantou, entre cientistas, médiuns e

curandeiros, várias teorias que explicam por que os transplantados

manteriam uma conexão energética com o doador falecido.

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Morri e voltei para contar como é Página 68

Alguma delas lhe parece ser, particularmente, mais correta que as

demais?

Paul Pearsall – Eu adoro o ceticismo da ciência, mas abomino o seu

cinismo. Infelizmente, a televisão e o encontro popular apresentam

distorções daquilo que são, na verdade, processos sutis, mas

poderosos, da cardioconexão. Acontece muita falsidade. Muitos dos

chamados astros “paranormais” são presumivelmente bem-

intencionados e podem, de fato, estar mais dispostos a usar aquilo

que alguns chamam de seu “sexto sentido”, mas eles não estão

realmente fazendo nada que todos nós não possamos fazer. O ponto

simples, mas profundo, é que todos nós estamos conectados. Alguns

de nós reconhecemos esse fato e damos profundo valor a isso e

tentamos sintonizar-se com a energia sutil dessa conexão.

Outros zombam dela ou ficam ampliando as metas, de modo

que nenhuma quantidade de pesquisa é suficiente para convencê-los

sobre assuntos como memória das células, o coração que pensa e

sente, e a assim chamada sensibilidade “psi” ou paranormal. Como

a maioria dos pesquisadores dispostos a “sair da caixa” da“vida até

a morte” e “um corpo governado por um cérebro”, descobri que o

que for que nos conecta é algo sutil. Olhando para as antigas

ciências indígenas, como a cultura havaiana, antigos ensinamentos

chineses e outras “velhas” sabedorias, descobri que elas contêm

muitas chaves para maior entendimento de nossa profunda conexão.

Mas devemos estar dispostos a abraçar tanto as ciências antigas

quanto as novas e estudar tanto o mito quanto a matéria.

Pessoalmente, eu não acho que faremos muito progresso no

entendimento desses assuntos das memórias das células, corações

que sentem e a conexão espiritual total antes que resolvamos o

problema epistemológico. Acho que não podemos aprender o que

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Morri e voltei para contar como é Página 69

precisamos somente com o cérebro moderno. Precisamos também de

uma mente de nativo – inocente, conectada com a natureza.

PLANETA – Como o senhor vê a hipótese de o espírito do doador,

por falta de preparo, influenciar a pessoa que recebeu seu órgão?

Paul Pearsall – Se por espírito você quer dizer “energia vital”, não

há dúvida de que somos afetados pelo espírito de todos. Não há

nada amedrontador ou mau sobre o fato de a energia amorosa de

um doador encontrar caminho para o receptor. Doar um órgão é um

dos mais poderosos atos de amor. Cabe a nós decidir beber dessa

energia amorosa e do espírito de seu doador.

PLANETA – Um problema cardíaco poderia afetar a energia V, a

energia informativa do coração?

Paul Pearsall – A maioria dos doadores de órgãos sofre uma morte

trágica e súbita. Se você pergunta se a natureza desse acontecimento

se dirige para as memórias dos receptores, a resposta é “sim e não”.

A resposta é “sim” se o receptor escolhe buscar isso e estar aberto

para isso. A resposta é “não” se o receptor escolhe ver o coração

doado como mera substituição de bomba. Minhas entrevistas com os

receptores e famílias dos doadores, porém, indicam que é

primordialmente a essência amorosa do doador que é transmitida ao

receptor. Se pensarmos no transplante somente como células se

transferindo para outro corpo, não entendemos o ponto. Há muito

mais. Não é apenas memória das células. Parece haver algo sobre a

profunda natureza de salvar vidas na doação de órgãos que diminui

a nossa percepção de que somos todos conectados. Talvez o

transplante de órgão seja uma questão de fornecer – como numa

chamada telefônica – uma linha mais clara e direta para essa

conexão.

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Morri e voltei para contar como é Página 70

PLANETA – Supondo-se que a essência humana está no coração,

o que pode acontecer do ponto de vista espiritual, se a ciência

conseguir, no futuro, substituí-lo definitivamente por um órgão

artificial ou até mesmo de um animal, como vem sendo tentado?

Paul Pearsall – Mesmo se a medicina for capaz de fornecer um

coração artificial confiável, ele também carregará a energia

daqueles que o forneceram. Novamente, estamos conectados com

todos e com tudo. O mundo moderno pensa que os objetos não têm

energia, mas eles têm. Einstein mostrou que, se um simples grão de

areia pudesse ser impulsionado rápido o bastante, ele poderia conter

energia suficiente para iluminar uma cidade. Se matéria e energia

estão conectadas pela velocidade da luz, parece possível que nossas

mentes e corpos estejam conectados por significado. Os médicos, os

pesquisadores, as equipes clínicas, enfermeiras, família e todos os

envolvidos no transplante de coração“artificial” sem dúvida

transplantariam sua energia junto com essa “máquina”. O trabalho

no programa de Pesquisa de Anomalias em Engenharia de Princeton

demonstrou que, quando as pessoas focalizam sua intenção nos

objetos, acontecem neles mudanças sutis, mas significantes.

Novamente é importante lembrar o assunto de conexão entre todos e

tudo em todo lugar. Para entender realmente o que escrevi sobre

isso, meu leitor precisa parar de viver no SIN, self-interest norm

(“norma de auto-interesse”), e começar a pensar e sentir na direção

mais coletivista de antigas culturas indígenas.

PLANETA – Qual a relevância da sua teoria para casos de rejeição

de órgãos, já que, ao receber um novo coração, o paciente pode

estar ganhando valores morais e religiosos, por exemplo,

completamente diferentes dos seus?

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Morri e voltei para contar como é Página 71

Paul Pearsall – A rejeição de órgão é um processo complicado. Há

muitos fatores bioquímicos envolvidos, mas não há dúvida de que a

questão da “energia” é importante também. Uma boa combinação

depende não só do tamanho do órgão e da compatibilidade

bioquímica; até certo ponto depende também – os médicos o

reconheçam ou não – de uma compatibilidade energética entre o

doador e o receptor, e mesmo entre a família do doador e a família

do receptor. Fala-se que, “se não sabemos que não sabemos, então

não sabemos”. Aqueles que preferem ignorar a importância da

memória das células, o coração como órgão sensório e as sutis

conexões energéticas no mundo o fazem para o detrimento daqueles

que eles esperam ajudar.

PLANETA – Há alguns anos, o senhor próprio passou por um

transplante de medula óssea. Esse fato influenciou de alguma

maneira as suas pesquisas?

Paul Pearsall – Meu transplante de medula foi um transplante

autólogo, ou seja, os médicos retiraram minha própria medula,

trataram-na e colocaram-na de volta no meu corpo. Até hoje, tenho

dentro de mim muitas associações que estão ligadas a esse

transplante, e sei que a energia amorosa de meus médicos e

enfermeiras ressoa dentro de mim. Não tenho certeza se minha

medula também captou de alguma forma essa energia e a colocou

dentro de mim. Sei, no entanto, que a energia amorosa pode ser

enviada e recebida.

PLANETA – A energia V parece ter correspondência em várias

culturas e sistemas de cura antigos, caso da energia chi dos

chineses, por exemplo...

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Morri e voltei para contar como é Página 72

Paul Pearsall – Os havaianos referem-se à energia sutil de nossa

conexão como mana. A maioria das culturas antigas tem seus

próprios nomes para essa energia, mas sem dúvida que milhares de

anos de sabedoria antiga ensinam que, de fato, há uma conexão

energética “vital” entre tudo o que existe. Os cientistas falam

somente de quatro tipos de energia (elegromagnética, gravidade e

energia nuclear fraca e forte). Mas, quando você fala a esses

mesmos cientistas sobre mana ou uma energia sutil, eles costumam

responder que eles a têm sentido em suas próprias vidas. Os

cientistas gostam de dizer que são totalmente objetivos, mas não são

mais objetivos que a maioria de nós. Eles têm seus preconceitos

também. Eu só peço que eles olhem para onde estou apontando, em

vez de morder o meu dedo. A cultura havaiana ensina que o primeiro

princípio da vida é aloha, que significa compartilhar (alo) o sopro

sagrado (ha) da vida. Todos nós fazemos isso todo dia. Cabe a nós

escolher termos consciência disso, viver a nossa vida em plena

consciência disso e de acordo com esse princípio do paraíso.

Observaram - Aquilo que seria mais fácil aceitar pela obediência às

leis do Criador o homem agora, milhares de anos depois dos

profetas, filósofos e místicos, engatinha ainda na compreensão de

suas leis. Então. O que foi dito por Buda, Krishna e Jesus não está

confirmado nas palavras e experimentos do Dr. Paul Pearsall. E tem

mais, o que ele afirma eu vivi.

Chamo a atenção mais uma vez para os detalhes: os budistas e

hinduístas nos informam que todas as decisões da humanidade

passam pelo coração. Jesus cita-o 159 vezes e a Bíblia, em diversos

trechos diz que Deus quer o seu Coração e vem o Dr. Paul Pearshal,

dois mil anos depois e, para os incrédulos e diz “o coração gera um

campo eletromagnético de cinco mil milivolts. O coração é capaz de

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Morri e voltei para contar como é Página 73

emitir frequências de onda de rádio, e ele fala com o cérebro através

de uma substância chamada ANP, Peptídeo Naturético Atrial (Atrial

Naturetic Peptide), descoberta no coração. A força eletromagnética

do cérebro é cerca de 140 milivolts, portanto, a energia codificadora

elétrica do coração é forte.”

E o que mais chama a atenção para o relato que farei de

minha “morte”: As células do coração são as únicas células

rítmicas. Elas pulsam mesmo quando estão fora do corpo.

Interessante, não? O Coração pode (já vimos isto em imagens na TV)

pulsar fora do corpo. Quando são mostradas imagens de retirada de

órgãos para o transplante vê-se que o Coração, mesmo desligado do

corpo continua batendo.

O pulsar do meu coração

O Reino do Sentir – Todas as informações anteriores nos levam ao

dia 06 de dezembro de 2004, às 21hs. Eu disse que vi isto e aquilo.

Nada. Eu senti. É tão simples que parece inacreditável. Não estava

em estado corpóreo, então como poderia eu ver, ouvir, cheirar, pegar

(tato) e saber o paladar das coisas? Não havia a visão como você

agora a usa ao ler este livro. Os instrumentos para processar os

sentidos, os órgãos humanos, não estavam em mim.

Vamos detalhar apenas dois sentidos aos quais damos mais

importância, visão e audição, e que não têm como executar suas

funções no Mundo Espiritual. Como então eu poderia saber da

existência de uma luz sem os olhos? E como soube das palavras que

foram ditas se não tinha como ouvir?!

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Morri e voltei para contar como é Página 74

Pelo sentir. A morada de Deus é o Reino do Sentir - Como cheguei

a esta conclusão? O instrumento que me dá esta condição é o Pulsar

do meu Coração. Sim, a única coisa que realmente fez sentido

naquele momento. Foi através do Pulsar que senti a luz a me

encontrar. Foi através dEle que vi a tela de cinema passar toda a

minha vida.

As emoções por mim vividas e relembradas naquele momento

vinham do Pulsar do meu Coração. Quanto sai do corpo eu sentia

meus batimentos cardíacos, apesar de não estar com ele. Foi a

ligação com a materialidade.

Todas as explicações religiosas, científicas e esotéricas que

tive conhecimento eu vivi. O Pulsar do meu Coração recebia tudo e

me conduzia naquele universo de sensações. Sentia tudo fluir por ele.

Ele foi o condutor de tudo em mim. As observações feitas por meu

“advogado” de defesa e acusação (eu mesmo) e o juiz (eu também)

em meu “julgamento.” Emociono-me ao relembrar que vivi tudo o

que registrei em pesquisas e investigações sobre o Sexto Sentido, que

é a nossa ligação com o Criador.

É por isto que os budistas e hinduístas dizem que todas as

“decisões do mundo” passam pelo Coração. Ele é a chave porque é a

conexão direta com o Criador. Os cabalistas já o demonstraram

antes, quando ensinaram que ele é o Desejo e é o Desejo que move as

ações humanas. Tudo se move em função de nossos Desejos e a

energia que o impulsiona está no Coração. O Coração é puro Desejo

Assim como disse antes que existe joio na Bíblia, digo

também que a Igreja Católica tem um dogma de pura verdade: o

Coração Eucarístico de Jesus. Se Ele pode ser confirmado como

mensageiro e “filho de Deus,” como acreditam os cristãos, então é

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Morri e voltei para contar como é Página 75

pelo seu Coração que tudo nos ensina e por isto que a ele se referiu

tantas vezes. Chego a pensar hoje que ele pode ter sido, na Terra,

apenas o Pulsar do seu Coração, dada as peculiaridades de sua

passagem entre nós.

Cada instante do que vivi, aprendi depois, está registrado na

energia V5 do meu Coração. Talvez tivesse sido mais fácil para mim

se compreendesse isto há mais tempo. Eu me pouparia de tantos

sofrimentos e a alguns de meus entes mais queridos, como os filhos,

irmãos e mãe. Aos amigos, que belos amigos eu tenho, a alegria e a

gratidão de tamanha paciência e compreensão.

Só que hoje sei que não poderia ter sido diferente do que foi.

Tudo está dentro do propósito do Criador. O Herivelton que sou

jamais teria conseguido chegar ao que chegou e viver o que viveu de

outra forma. Não sou maior nem menor do que ninguém por isto. O

mesmo está acontecendo com você, só que de outra forma e você é

que ainda não percebeu.

O Pulsar do seu Coração – amigo (a) observe, teste neste momento

o que digo. Examine, agora. Você tem alguma decisão a tomar? Esta

prestes a convidar alguém a um namoro. Sinta o Pulsar do seu

Coração quando for decidir. Pare. Coloque a mão sobre ele. Feche os

olhos, respire fundo e o sinta.

A intensidade do ocorrido comigo e a minha especialização

de jornalista (fui treinado para investigar e noticiar as coisas) fez

parte de uma preparação para chegar até aqui. Hoje posso revelar às

pessoas que o Pulsar do nosso Coração é quem nos comanda. Ele é a

nossa ligação direta com o Criador, por isto ele vai sempre pulsar e

dar a orientação correta. Ele é o canal de recepção do Criador.

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Morri e voltei para contar como é Página 76

Não perca tempo com o intelecto. Ele é apenas a base

racional do que você vai sentir. Raul Seixas, o roqueiro profeta disse:

“A minha cabeça sabe o que aprendeu e por isto eu sou mais eu.” O

cérebro é só um processador. Ele não sente e, por isto, não decifra os

códigos da comunicação do Criador com a sua Criação. O intelecto

nos confunde.

De novo a ciência - Observe a palavra Pulsar é usada

constantemente pela ciência para explicar o Universo. Os cientistas

dizem que o universo pulsa o tempo todo, está em movimento de

Retração e Expansão (teoria do big ban). O que mais pode definir a

grandeza de Deus do que o Universo.

Toda a criação está a pulsar dentro do Coração de Deus,

estamos dentro de Deus. A Sua luz nos cobre o tempo todo e “vem

do justo ao pecador,” num gesto sublime de doação. É a “luz

superior, do nosso pai verdadeiro,” que nos trás o ensino verdadeiro.

Não é assim que está dito?

A Luz Divina está presente em quase todos os dogmas

religiosos. É a luz da sabedoria para os budistas. A Luz que ilumina o

caminho, no caso Jesus para os cristãos. Em todos os cantos, afirma-

se, ela é a presença da vida, produz efeito sobre as vitaminas, as

proteínas e os sais minerais em seu corpo.

Uma última coisa antes de passar para outro tema: agora,

amigo (a) leitor (a), você já sabe e a ciência, na qual você mais

acredita confirma, que a energia maior que temos e a do Coração e

chega a ser 35 vezes superior a emitida pelo cérebro. Foi através

desta energia que fui conduzido fora do corpo. Foi ela que me

dominou por inteiro. É nela que está armazenada toda a minha

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memória espiritual, nesta vida. É ela que nos conecta ao Criador, o

Pulsar do Universo.

A cada reencarnação tudo se apaga, ficando o registro do seu

aprendizado. O que passou, passou e tudo é recomeço. Uma nova

chance, um raiar de um novo dia. O Pulsar do nosso Coração vai

receber os registros necessários à sua evolução e você retorna com o

que recebeu e aprendeu.

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Morri e voltei para contar como é Página 78

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

O sentir

O domínio do Criador é completo. Total. Saia à rua, de dia ou

de noite, e observe o céu, o universo. “Olhai os lírios do campo.” À

noite é mais fácil, tem as estrelas e o firmamento. É uma imensidão.

De acordo com cálculos científicos a Terra está para o Sol na

proporção de uma bola de futebol para a Terra. Quer dizer, o

tamanho da Terra perto Sol é o mesmo que o de uma bola de futebol

perto da Terra. É impossível dimensionar tudo isto sem um Criador,

um Domínio.

Quer ver isto de perto? É fácil, tenha um infarto... (kkkkkkk.

Não resisti, de novo, a esta forma onomatopaica, como fazem os

jovens na internet).

Na materialidade ao sair da cama me moveria, andaria sob um

chão. Quando sai do corpo nada fiz, só senti. Fui conduzido de um

lugar a outro, acredito, que apenas pelo pensar de Deus. A primeira

vez foi quando senti a luz em minha direção. Depois senti a “ordem”

informando que eu voltaria. E sabe como é o sentir? Algo passando

por dentro de você. Uma energia fluindo em seu corpo. Um diapasão.

Sabe o que é um diapasão?

É um antigo instrumento utilizado pelos artistas para afinar

instrumento, em especial os de corda. O diapasão reverbera os sons.

Assim, a cada palavra dita: “ele não vai ficar, vai voltar,” eu as

sentia passando por mim, reverberando. O espírito é energia pura. É

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Morri e voltei para contar como é Página 79

um Pulsar como Ele, o Criador. A gota de azougue. Eu me

movimentava? Não, era movimentado. Eu olhava? Não, as imagens

passavam pelo registro do meu Pulsar. O que tinha de sentir

atravessava o meu ser.

Sabe o que eu tenho? Hoje sei que é apenas a intenção. Tudo

o mais é e está no sentir sobre tudo o que há e Ele domina tudo o que

sentimos. Tudo é dEle.

Filhos de Deus – E o que somos? Uma parte dEle. Todos os escritos

e dogmas religiosos dizem que somos “filhos de Deus.” Mas, o que é

isto? Qual é a concepção disto? Um filho, na materialidade, é o

resultado da união de dois DNAs, uma fórmula única reunida a partir

de dois doadores. E do Criador como podemos ser filhos? Fala-se

muito do feminino e o masculino em Deus.

A melhor definição que encontrei em minhas pesquisas é a do

Mestre Gabriel, fundador da UDV. Ele disse que somos uma gota de

azougue. Sabe o que é azougue? É o mercúrio. Quando você separa

de uma grande gota de azougue algumas gotinhas menores, elas se

unem à gota maior, como um ímã. A explicação pressupõe que de

uma gota maior originou-se pequenas gotículas que lutam para se

reunir ao imã, ao Criador.

Ei, então, se isto está correto, eu sou da mesma essência de

Deus? Claro, se concorda com a teoria, você é uma parte de Deus,

portanto é Deus também. Profetas, filósofos e poetas têm dito isto há

milênios e a ciência começa a desvendar tal mistério.

Mas sou falho? – Este é outro tema: sou da mesma essência, mas

falho, pequeno, inferior ao Criador, por quê? Difícil resposta aos

olhos de nossas religiões tradicionais. Os cabalistas são os que

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Morri e voltei para contar como é Página 80

melhor respondem, em minha opinião. Eles dizem que, por diferença

de forma, nos distanciamos do Criador e a sua ocultação nos impede

de vermos isto melhor. Somos da mesma essência, mas nos

diferenciamos na forma (tento desvendar isto mais à frente).

Que forma? – Os cabalistas se referem à forma da energia, a força

que tudo rege. Ele nos doa e nós recebemos. Não se trata de forma

como se conhece na materialidade.

Tudo o que atribuímos ao Criador só tem a ver com a materialidade,

quando não se conhece a espiritualidade. Num dos filmes de Jornada

nas Estrelas para o cinema isto fica bem claro. A nave Interprise é

levada a um planeta que seria a morada de Deus. Quando chegam lá

os personagens se deparam com um ser de energia que se apresenta

nas formas de Deus expressas pela humanidade. A representação

neste episódio é perfeita para exemplificar o que digo.

É que as formas que aparecem são parte do imaginário

humano, uma inversão da nossa percepção na materialidade para o

Mundo Espiritual. Na tela do cinema observa-se bem que as muitas

formas atribuídas a Deus o foram ao longo da história da

humanidade. Por quê? Estamos tão distantes de Deus que tudo sobre

ele imaginamos e, é claro, sob influência cultural, o meio em que

vivemos.

Na Bíblia, em Gênesis está escrito: “deus fez o homem à sua

imagem e semelhança.” Impraticável. Deus necessita de mãos? Ele

tem em que pegar? Ele é o tudo e tudo é Ele. Avaliar que Deus

precisa de boca para comer, por exemplo, é um bom exemplo de

como nós imaginamos Deus.

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Morri e voltei para contar como é Página 81

Estabelecer uma forma de Deus a partir do ser humano é

inverter a árvore. Dizem os cabalistas, no ensino da raiz e dos ramos,

que tudo nasce do Criador e nos é doado. Assim, a raiz é o Criador e

não o homem, a materialidade. Para mim isto é mais lógico, afinal o

Criador veio primeiro?

A teoria do livro de Gênesis subverte esta ordem. Ela cria um

Deus à imagem e semelhança do homem, ou seja, ela dá enorme

importância no ato da criação e isto nos faz acreditar que somos a

imagem de Deus e os outros seres não. Tal tese tem sido devastadora,

uma vez que muitos concluem que, por isto, somos superiores ao

resto da Criação, o que contribui para promover a destruição de

outras espécies.

Então qual a forma de Deus? – quando sai do corpo não estive na

presença do Criador, está óbvio. Apesar de saber que sou Ele e Ele

sou eu, naquele momento e naquela situação não teria tal

importância. Não procurei e não há uma forma do Criador em

equivalência na materialidade. Não pode ter. Nós apenas sentimos o

seu poder atuando em toda a sua Criação

Há milênios que criam dogmas sobre respostas falaciosas

para as perguntas humanas, devido a nossa necessidade de

referências. A materialidade tem suas formas por causa de sua

dualidade, nossas necessidades e percepções. Nada aqui tem a ver

com o Mundo Espiritual.

Fora do corpo o que senti foi uma energia que domina tudo. O

Criador é a onisciência, onipresença e onipotência. Ele passa por

dentro de você e, repito, você está dentro dEle. Vamos examinar

outro texto bíblico, ainda em Gênesis: “e Deus fez a luz e viu que era

boa.” Ora, é impensável. Deus é a luz. Ele não fez a luz. A energia

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Morri e voltei para contar como é Página 82

que senti dele nos clareia com a intensidade e a força do seu

Domínio. Ela é intensa e constante. É como algo que está batendo à

sua porta e querendo entrar mesmo sem ser convidado. Algo

compulsório que você não domina.

E mais, você não tem como lutar contra isto. É impossível.

Outra coisa sua luz é por todos e para todos. Não há diferenças entre

nós aos olhos do Criador, independente do que façamos. O sentir é

pleno e absoluto. Interpretações de Deus como estas de Gênesis são

versões humanas para o desconhecido por causa de sua Ocultação.

Satanás, diabo, capeta e a força negativa são invenções humanas

Elas, em diversos dogmas serviram a um propósito: dar civilidade ao

homem. No primitivismo religioso só era possível frear os disparates

humanos a partir do medo. Tal dogma cumpriu o seu papel. O medo

fez e faz parte dos propósitos do Criador (vamos detalhar isto mais

tarde?.

Imagine Moisés, andando com milhares de pessoas por

quarenta anos pelo deserto em busca da “terra prometida.” Se ele

não se utilizasse do medo como controlaria e manteria o povo unido?

E olha que, de acordo com relatos bíblicos ele ainda enfrentou

rebeliões e tentativas de assassinato.

Assim, o Deus que ele apresenta naquela época era capaz de

queimá-lo em chamas ardentes e o capeta, diabo, satanás, o

“cramulhão,” todas estes gomas foram alegorias para civilizar a

violência primitiva da humanidade.

Existe uma teoria engraçada. Somos “cascudos,” ou seja,

estamos tão impregnados de nossas falhas que adquirimos “cascas”

que nos impedem de ver a espiritualidades. O Criador está tão oculto

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Morri e voltei para contar como é Página 83

de nós, que sobre Ele tudo nós teorizamos e imaginamos. Ei, mas

alguns profetas e líderes estão sendo chamados de mentirosos por

você?

Não. Eles cuidaram da memória de seus discípulos e

prepararam o terreno para o futuro. Jesus não falava por parábolas?

Hoje muitos usam tais dogmas como desculpas para os atos do

homem. Pelo que vivi tudo se encerra em nós e ponto final. Lembra-

se do meu julgamento. Era eu, mais eu e depois eu. Não tem esta de

alguém decidindo por mim. Se assim o for terá que pagar por mim

também. E tem como?

É inconcebível eu pensar que algo pode me dizer o que fazer,

além do Criador. Ele tem um propósito para cada de um de nós e

assim, tudo funciona de acordo com este propósito. Ademais se

acredito que a outra força é inferior a Ele então suas ações só podem

acontecer com a sua permissão.

Se Ele é o Domínio, é a força superior a “outra força” só

atua com o seu consentimento. Então os erros do negativo são parte e

criados por Ele? (Vou falar sobre isto no capítulo da força negativa)

E a história de Jô? - Examine comigo. Conforme os escritos Deus

teria dito a satanás: você pode fazer tudo com Jó, menos tocar em sua

vida e no seu rosto. Bom, se eu tenho o poder para definir como você

pode atuar então a sua atuação é limitada por mim. Assim, por

definição bem simples, a sua atuação é consequência do meu

comando, do meu Domínio. Eu posso estabelecer o seu limite.

Isto é ilógico se aceito, como nós definimos antes que Deus é

amor. Como o amor pode autorizar que o negativo atue como

aconteceu com a história de Jó. É preciso contextualizar o

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Morri e voltei para contar como é Página 84

aparecimento das histórias. Elas são alegorias para trazer a

civilidade. Elas têm um conteúdo, uma lição de moral.

Elas, na maioria dos casos, vêm para ensinar a humildade, a

compaixão, promover o “temor” a Deus para “acalmar” o homem.

Elas não podem ser levadas a ferro e fogo como verdades, como

acontecimentos reais. Muitas delas são parábolas, voltando à

linguagem de Jesus.

O Domínio é o amor, Pulsar de tudo - Ao sair do corpo, no dia

06/12, logo percebi que estava envolto numa energia vibrante,

indescritível: o Pulsar de Deus sentido no Pulsar do meu Coração.

Tudo pulsava em mim e era bom e pleno. Estive pleno. Não

senti angústias e ansiedades, o que seria normal diante do

desconhecido. Todos os outros cinco sentidos (olfato, audição, visão,

paladar e tato) agiam em mim por um viés só. Eu e Ele éramos um

só.

O pensamento em mim não existia, era só o dEle. Tudo em

mim era comandado por Ele. Todas as sensações, e que sensações! A

plenitude da paz, a calma, a serenidade, o sereno da luz. Indescritível

para apenas cinco sentidos. Passo a vocês o que consigo ainda

recordar. Não se pode conhecer isto de ouvir falar, é preciso sentir. A

verdadeira religião é a do sentir.

Religião quer dizer religar vem do latim: religare. Hoje sei

que só posso religar a mim mesmo. Não religo a outro. Sou da

mesma essência do Criador. E sabe o que mais. Para muitos agora

direi uma blasfêmia. Ele, o Criador, se partiu em vários e criou um

sistema de reunificação de si mesmo. Cada partícula faz parte do

todo e o todo não pode ficar nenhuma de suas partículas. Assim, para

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Morri e voltei para contar como é Página 85

ao perfeito novamente se recompor necessitará de todas as suas

partes.

Resultado: nada de mal ele pode nos fazer. Já pensou o amor

realizando algo de ruim? Ainda mais se aceitamos as teorias que

descrevo acima (e outros também já o disseram) que definem que

somos partes do Criador? Se assim o é, então Ele faria mal a si

próprio. Não é engraçado? Eu sigo alguém que diz que sou parte do

Criador, mas aceito que ele criou algo para me prejudicar, melhor

dizendo, para prejudicar a si próprio. Ilógico.

Sou filho de Deus – Uma frase comum entre nós. Só que na

materialidade o filho é o resultado da união de dois outros seres

criando um terceiro. Aceitando a teoria da gota de azougue, então eu

não sou filho, sou irmão do Criador, sou uma parte dEle.

Isto me dá uma perspectiva diferente na análise de muito que

já foi falado. Por exemplo: Jesus, filho de Deus. Mas, Ele ensinou a

seguinte oração: Pai nosso que estais nos céus. Não é incoerente Ele

me ensinar a dizer Pai Nosso e depois eu dizer que é o único filho de

Deus? Ora eu sou um componente de Deus, parte dEle e também a

sua Criação.

Quero dizer: somos todos importantes para o Criador.

E o sofrimento? - Não é uma incoerência a Bíblia dizer assim: “não

cai uma folha de uma árvore sem que Deus queira ou determine.”

Ora, então o sofrimento que assola a humanidade, a fome, a miséria,

enfim tudo aquilo que não desejamos é, também, obra de Deus?

E agora, como padres e pastores respondem a isto? Criando

outra figura: a força negativa.

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Morri e voltei para contar como é Página 86

Se o negativo tem tanta força, então existem dois deuses (ou

até mais) como queriam os gregos. Pelo dogma de todas as religiões

existem duas potências acima de nós. A duas são capazes de nos

influenciar e até nos dominar. Uma pelo que entendemos ser o mal e

outra o bem. Desta forma dividamos o trono do Criador. Não

acredito mais nisto.

Então tudo vem dele, está claro para você?Ei, mas e a nossa

pergunta: e o sofrimento?

É a nossa incompreensão aos seus propósitos, a sua ocultação,

dizem os cabalistas. Pelo que senti ao sair do corpo, hoje sei que esta

definição está mais próxima da verdade. Tudo se move por Ele e

através dEle. Uma pessoa sofre porque não entende o propósito do

Criador. Sempre temos dois caminhos para o aprendizado: o amor e

a dor. Como nos distanciamos do caminho do amor, nós escolhemos

o da dor.

Sofrer é desconhecer a espiritualidade e suas principais leis

(disse-o o Mestre Gabriel). As peias que passamos na vida têm o

propósito de nos ensinar, de nos corrigir. Não existe punição: o céu,

o inferno e o purgatório. O amor não pode ser carrasco, não pode

punir. O amor só nos educa e ama. Todas as dores que passamos nos

fazem melhores e este é o propósito dEle (falamos disto também lá

frente).

Você sofre porque não entende isto. Fez algo errado, vai

sofrer e sofre porque não aceita que isto é para o seu bem. Só depois

de muitas perdas (como no meu caso duas famílias que formei) é que

se aproxima da humildade. Aí você reconhece que tudo aconteceu

para o seu bem, o seu crescimento espiritual.

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Morri e voltei para contar como é Página 87

Em todos os momentos, se você se lembrar, foi alertado,

orientado, mas não pensou, não escutou o seu Coração. Agiu sem

pensar e decidiu com enorme margem de erro. Resultado final:

sofrimento, dor e, na maioria das vezes, perdas. E aí o que fazemos:

apontamos um agente externo e sobre ele desaguamos tudo. O

negativo, o satanás, diabo, a força inferior.

O Domínio de Deus na materialidade – Como falo aqui do Reino

do Sentir, a energia do Criador, tenho que situar de forma precisa o

seu Domínio. Aliás, abri este capítulo com esta fala: é total.

O uso restrito da intelectualidade suprime o sexto sentido e

afeta a nossa capacidade do exame de determinadas situações. Nas

escolas, por exemplo, ensinam que o homem é um animal racional,

os demais animais não.

Vamos ao significado da palavra raciocínio: s.m. Faculdade,

ação ou maneira de raciocinar. Concatenação de proposições

deduzidas umas das outras para chegar a uma demonstração: seguir

um raciocínio.

Seguindo tal definição, tomemos como exemplo um leão

selvagem. Ele está com fome e sai para caçar. Ele caminha e observa

um grupo de gnus, animais suculentos, de médio porte e presa fácil

para um predador de seu porte. O leão espreita e espera o momento

certo. Escolhe a sua presa através de critérios de observação, de

seletividade: os mais velhos, os mais lentos, os doentes, os filhotes.

Ele, para o ataque, desenvolveu uma estratégia.

Então, responda-me, o leão não raciocina? Ao longo dos anos

ele desenvolveu uma tática, a partir de observação e se adaptou às

próprias experiências, isto é raciocínio. Com a prática estabeleceu e

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Morri e voltei para contar como é Página 88

desenvolveu critérios de seletividade. Ele só se alimenta dos mais

fracos, permitindo que os demais reproduzam e deem continuidade à

sua fonte de alimentos, outro tipo de raciocínio. Cada vez mais se

utiliza de táticas que facilitam suas ações. Mais raciocínio.

Vou dar outro exemplo, o dos chimpanzés, passado na TV

recentemente. Primeiro, ao ver uma presa (eles também são

carnívoros) o líder da caçada grita (uma forma especial de

comunicação), avisando aos demais: raciocino e comunicação

especial.

A caça deles é coletiva e bem coordenada: raciocínio

coletivo, coordenação. Eles fazem um verdadeiro balé na copa das

árvores espreitando e encurralando a presa. Em geral a caça é a uma

espécie de macaco de menor porte e, como eles atacam em grupo, a

vítima não tem a menor chance.

Poderia ficar aqui páginas e páginas descrevendo a

capacidade de raciocínio dos animais que chamamos irracionais.

Então a definição que nós, seres humanos, somos animais racionais e

eles irracionais já não cabe mais, deveria ser revista nos livros

didáticos.

Então, qual a diferença entre nós – ela está no desejo. Isto, o nível

de desejo deles é primário. Nós ampliamos nossos desejos. Eles

satisfazem apenas as necessidades básicas de sexo, alimentação e

moradia. Nós ampliamos as fases.

No passado o homem tinha apenas tais desejos, digamos

primitivos, por sexo, alimento e moradia. Uma caverna bastava como

abrigo. A mulher estava no grupo e provia o sexo (o mesmo vale

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Morri e voltei para contar como é Página 89

para elas) e os alimentos eram caçados, como os chimpanzés ainda o

fazem.

Ampliamos os desejos - Em seu livro A Origem da Família, do

Estado e da Propriedade Privada o alemão Friedrich Engels, mentor

intelectual de Karl Marx, bem define os estágios da “evolução”

humana na materialidade sob a visão socioeconômica.

De acordo com Engels o milho foi o primeiro instrumento

desta transformação. O homem passa ao estágio onívoro, deixa de ser

apenas carnívoro, planta o milho e o tem como alimento (diferencia

o seu desejo dos animais).

A tribo vizinha não acompanhou tal evolução e acha mais

fácil roubar o milho para comer, do que ficar correndo atrás de

mamutes ou em virtude de sua escassez. Nasce então a milícia

(polícia) de proteção à propriedade da primeira tribo, a divisão de

terras, as fronteiras.

Em seguida vem a troca de produtos e depois uma única

moeda de troca: o dinheiro. Ele amplia e consolida o poder de um

homem sobre o outro e de povos sobre outros.

A humanidade, com isto, veio expandindo seus desejos e eles

nos levaram aos estágios em que estamos hoje. Nascem os estados,

os reis e suas conquistas e acúmulos. Somo diferentes, não é

verdade? As nações também.

Assim temos povos ainda em estágios primários de desejos,

lutando por moradia, sexo e alimento, na África principalmente.

Muitas pessoas ainda estão neste estágio em nosso próprio país.

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Morri e voltei para contar como é Página 90

E os animais? Eles não ampliam os desejos. Então o que

fazem? Apenas obedecem ao Domínio o Criador, o Reino do Sentir.

Seu raciocínio se mantém no estágio primário. Mas, a observação do

comportamento dos animais nos informa como funciona o Domínio

do Criador.

Quando o leão sai para caçar ele apenas age sob este

Domínio. Ele não interfere com isto, apenas obedece a uma ordem, o

que denominamos instinto. Ele senti o que tem que fazer e obedece.

Já assistiu os documentários da BBC de Londres sobre animais.

Percebeu como tudo se move em cumprimento de leis, fixas e

imutáveis.

Os animais não reconhecem a própria existência, somente o

elefante passa perto disto e é capaz de se conhecer no espelho. Os

animais somente obedecem à lei implacável do desejo de saciar a

fome, sexo e fazem como podem para obterem da natureza o abrigo.

Assim como nós nos tempos das cavernas.

Só que nós, pela vontade do Criador, modificamos a nossa

percepção instintiva e colocamos à frente de nossas ações o intelecto,

influenciado por nossos desejos. Um exemplo muito claro. Um

homem vê uma mulher passar, gostosona. Observa a sua mão direita

e vê que ela é casada.

O seu instinto diz que é “chave de cadeia.” Só que se ele for

correspondido em seus olhares, principalmente, coloca o seu querer

em ação, age. Depois, se algo der errado, vai dizer que foi obra do

diabo, o satanás ou a força negativa.

Sabemos todos que o Criador se comunicou com este homem

do meu exemplo fictício. Sabe como? O coração bateu mais rápido e

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Morri e voltei para contar como é Página 91

a garganta ficou presa, devido a ansiedade. A expectativa de realizar

algo perigoso provocou-lhe sensações e até elevou a sua pressão

arterial. Aquelas perguntas: “e se o marido dela souber?” “E se

minha mulher souber?”

Agora voltemos ao leão. Ele vai à caça, observa um filhote de

gnu desgarrado de um bando. Dá início à sua estratégia de ataque e,

de repente passa à sua frente uma gnu maravilhosa, toda gostosona,

com um traseiro fantástico. Ele muda o roteiro? Não. Segue a sua

estratégia inicial, porque é assim que funciona sob o Domínio do

Criador.

O desejo do leão não fala mais alto ao intelecto, ele se limita

à ordem do “moto contínuo” que rege a materialidade. Nós

louvamos a democracia como sistema de governo e político, mas as

leis divinas não são democráticas. Elas são impositivas. Ou você

obedece ou está lascado.

O nosso galã no exemplo anterior recebeu uma ordem e da

melhor forma possível, como aconselhamento. Isto mesmo. Quando

ele almejou a gostosona e o coração dele bateu foi o Criador o

aconselhando-o a ver o erro. O Pulsar do seu Coração em conexão

com o Pulsar do Criador recebeu orientações sobre o seu ato e

apontou suas consequências.

Este é um dos exemplos de como funciona o Reino do Sentir.

Nas savanas africanas o leão senti a ordem divina e não modifica o

que tem que fazer. O homem está sob as mesmas leis que ele, mas o

pote de desejo vem aumentando a cada passagem do tempo e ele erra

porque não está orientado a corrigí-lo. Ele segue em frente, obedece

ao desejo sem correção e, depois, recebe a conta para pagar.

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Morri e voltei para contar como é Página 92

Já reparou que tudo fora do homem está em equilíbrio?

Observe. Rios, peixes, mares, animais, a chuva, o Sol, o quente, o

úmido etc. O único em desequilíbrio é o homem. Tudo o mais segue

as leis do Criador em obediência e, por isto, está em equilíbrio.

Não se escapa - Não adianta, não tem como escapar, você é parte do

Reino do Sentir e está sob o Domínio do Criador. Do mesmo modo

que ao sair do corpo percebi que tudo tem um Domínio.

Ôpa, assim fica fácil. O que eu faço de errado não é minha

culpa, faz parte do Sentir e que é definido pelo Domínio do Criador?

Ei, esta é a pequena brecha que você tem.

Em Rondônia as pessoas atravessam o rio Madeira com um

barco chamado “rabeta.” O “rabeta” é um motor de moto ou de

serra elétrica acoplado a uma hélice que coloca na água impulsiona o

barco. Só que o “rabeta’ é fraco para as marolas (ondas) que o rio

Madeira tem.

Assim, a única funcão do condutor de um “rabeta” é apenas

guiá-lo de forma a ir no centro (a linha do meio), mais para a

margem direita ou a esquerda, porque a correnteza do Madeira é

mais forte. Isto ilustra bem o que é livre arbítrio.

O Reino do Sentir mostra que somos um “rabeta,” ou seja,

um barquinho e só podemos, com muito esforço e permissão ainda,

nos conduzir ou para a margem direita ou a esquerda da grande

correnteza que é o Domínio do Criador.

É bonito ver isto descrito num hinário da sociedade chamada

de “barquinha,” (Centro Espírita Daniel Pereira) em rio Branco,

Acre.

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Morri e voltei para contar como é Página 93

“Tudo acaba aonde começou” – Na música Pedro, o profeta dos

tempos modernos Raul Seixas trouxe-nos um ensinamento com este

refrão. Ora, não somos parte do Criador. Não fomos desgarrados

dEle e temos em nós o desejo de retornar para Ele. Então tudo acaba

aonde começou, ou seja, o fim desta história será o dia em que

retornaremos à casa do pai.

Outra coisa, este tudo quer dizer, também, para todos. Tudo

somos todos nós. Eu disse lá atrás que a perfeição para manter-se

perfeita necessita de todos as suas partes.

Que absurdo: você está comparando Gandhi a um estuprador?

Madre Tereza de Calcutá a um traficante? São Francisco a um

pedófilo? Não há nada de comparativo aqui, há constatação. Hoje sei

que todos os seres têm a mesma importância para o Criador passam

e passarão por processos de correção. Senão for assim qual a razão

da reencaranção?

Alguns, no entanto, aprenderam pelo amor, o praticaram,

encurtaram o próprio caminho até o Criador. Os demais também

chegarão lá. Cada um a seu tempo, pois tudo está no seu lugar. Não

existe julgamento divino pelos atos de ninguém, porque o Criador é

o amor pleno e o amor não julga, como já demonstrei.

O julgamento acontece em você e por você. Ele está na

relatividade das coisas, na materialidade. Ele de nada servirá no

mundo espiritual, mas você precisa desta referência na materialidade.

Não existe condenação também. O que existe é correção, que

se leve mais 1.700 encarnações, como disse um amigo meu uma vez,

mas o objetivo final é a correção e não o fim da Criação, a sua

punição. Isto porque a Criação faz parte e vai retornar ao Criador

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Morri e voltei para contar como é Página 94

Ninguém escapa disto, o que explica porque nas sociedades

materialmente “evoluídas” as pessoas não estão satisfeitas, querendo

mais e mais ainda e não sabem o que querem.

As religiões fazem aumentar o desejo pelo Criador, mas não

têm conhecimento para explicar tal fenômeno. Suas respostas aos

questionamentos humanos são incompletas e sempre deixam um

vazio. É por isto que as mesmas perguntas sempre voltam.

O desejo de voltar à casa do pai, se religar, é compulsivo e

contante está no Pulsar do seu Coração. É a gota de azougue.

Renda-se. Você nada pode fazer.

Então o que mais buscamos nesta vida? Estarmos com o

Criador. E como podemos realizar isto diferente dEle? Impossível.

Por isto, dizem os cabalistas, desejamos o tempo todo termos

equivalermos em forma com o Criador.

Mas que tipo de forma? Um velho de cabelos brancos,

plácido, como um avô ou um pai? Não. Queremos ser igual a sua

essência: o amor incondicional, a doação incondicional. Será esta a

resposta à grande pergunta: por quê? Ainda tenho muito a estudar

sobre isto, mas aceitar tal explicação deu paz ao meu ser, à minha

existência.

Desde os 12 anos – Eu persegui esta resposta. O porque da

existência? Alguns homens espelham um grande desejo, têm

perguntas que nunca calam.

Se pergunte: porque Einstein chegou a tantas conclusões e

fórmulas que contribuiram para mudar os rumos da ciência? Porque

outros nomes na astronomia, na física quântica, na nanotecnologia,

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Morri e voltei para contar como é Página 95

na biologia, na teologia continuam a fazer tantas perguntas? O que

temos em nós que não nos deixa satisfeitos?

Estes homens (alguns poucos na humanidade) se

comportaram com uma insatisfação absurda diante do que receberam

na materialidade. Eles nunca pararam. Só que eles chamara a atenção

da humanidade por seus feitos.

Você também é assim e não percebe. A Luz do Criador,

dizem os cabalistas, nos coloca num jogo sem fim, hoje nos dando e

amanhã nos tirando o que deu. Com isto você não se satisfaz e quer

mais e mais. Cada age de acordo com a sua percepção da realidade e

nível de desejo.

Falamos da Luz da sabedoria e ela se abre todos os dias pela

manhã. A Luz da Vida, a mesma que traz o equilíbrio na natureza. Lá

está ela de novo, raiando a cada momento que chamamos de manhã.

E a gente nem nota. O Criador é o próprio santo de casa que não faz

milagres.

Ele está dentro de você por toda a eternidade e você o procura

fora. Cria forças que o combate e se preocupa mais com elas do que

com o amor advindo de Deus. Ele está se doando o tempo todo e nós,

por causa de sua ocultação, não percebemos isto.

O desejamos, mas não sabemos tê-lo quando ele se apresenta.

Só que tem uma coisa: nada de culpa. Ele quis e quer que tudo seja

assim. Ele nos conhece bem e sabe como funcionamos.

Reino do sentir – Foi o que procurei mostrar até agora. Tudo por

nós é sentido, ou seja, Ele determina, reina, ordena, através do sentir.

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Morri e voltei para contar como é Página 96

Você nunca vai ouví-lo, como é descrito nas hitórias bíblicas (como

a de Moisés, por exemplo), mas você pode sentí-lo.

Os budistas capricham neste ensinamento. Eles passam anos

em meditação, à procura do reino do sentir, na busca por sentir o

amor divino. Só que amar é verbo transitivo, você o sentirá em

comunhão com o próximo ou só numa montanha?

É por isto que dos seus profetas, o predileto no mundo

ocidental disse: ame ao teu próximo como a ti mesmo. O amor só é

possível em relacionamento com outros seres humanos e, na maioria

das vezes, em conflitos.

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Morri e voltei para contar como é Página 97

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

O desejo

Conversamos muito sobre o desejo no capítulo anterior.

Devido a importância do tema me proponho a debatê-lo mais,

exemplificá-lo.

Antes, me deixe esclarecer algo amigo (a) leitor (a). Eu, no

dia 06 de dezembro de 2004, sob o Domínio do Criador saí do corpo

e senti tudo o que descrevi até agora. Ao retornar estudei por sete

anos e agora relato faço o meu relato e compreensão do que

aconteceu. Não existe o propósito aqui que estabelecer dogmas. Não

crio seitas. Não sou dono da verdade.

Minha profissão me treinou para perguntar e tenho feito uma

série delas. Como faço perguntas, também apresento as minhas

respostas, que são pontos de partida para reflexões. Encontre as suas!

Alguém pode se perguntar: mas como este cara vem falando

isto apenas porque saiu do corpo por quatro horas? Como ele pode

ter todas estas definições e certezas a partir de um pequeno evento se

comparado a milênios da história da humanidade?

Não compreender o que nos acontece é a mola mestra das

buscas humanas, é o que nos impulsiona. O Criador está oculto de

nós. Não compreendemos tal propósito, não temos respostas e aí

formulamos uma ou diversas teorias sobre o mesmo tema. Isto nos

aguça e vamos em frente.

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Morri e voltei para contar como é Página 98

Sai do corpo senti e registrei tudo o que descrevo. Pretendo

convencê-lo (a) e não vencê-lo (a) amigo (a) leitor (a). Tenho sido

didático e acredito que devo passar às pessoas o que vivi, senti e que

me fez aprender algo bom para mim e que, a meu ver, também será

bom para você.

Eu disse, antes, que o tempo não existe no Mundo Espiritual.

Ele só é percebido na relatividade da matéria. Portanto, quatro horas

passadas aqui podem representar uma eternidade fora do corpo. Falo

de algo que senti ao sair do corpo e mostro que Buda, Jesus e um

cientista americano, por exemplo, falam a mesma coisa.

Sou um aprendiz, e tenho convicções. Um budista faz o

caminho da peregrinação de Buda por 10 anos para ser considerado

um discípulo de um monge. Na União do Vegetal um discípulo pode

levar até 10 anos para Receber o grau de Mestre. Um Padre passa 10

anos em estudos para a ordenação. Um cabalista passa, no mínimo,

40 anos estudando para ensinar a sabedoria cabalística.

Seria idiotice minha me considerar um professor. Só que é

diferente quanto a gente senti o que é mostrado o aprendizado se

acelera. Uma coisa eu garanto, não há nada aqui inventado. É só.

Então, decifremos o desejo – Deixo claro que este é ensinamento

novo para mim e como um estudante fazendo um trabalho escolar

convido-o (a) às reflexões a seguir. Quem quiser aprofundar melhor e

conhecer mais sobre o desejo deve procurar na internet o Centro de

Estudos Bnei Baruck (cabala TV).

Dentro dos limites que proponho vamos examinar mais de

perto o significado intelectual da palavra desejo (de-se-jo) - s. m.

Vontade de possuir ou fazer algo. Apetite sexual. Anseio, ambição.

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Morri e voltei para contar como é Página 99

Fiz questão de grifar o texto acima para mostrar como, na

maioria dos casos, a intelectualidade é uma armadilha que deturpa o

significado das palavras. Em quase todas as pesquisas em dicionário

e na internet a tônica da palavra desejo está ligada à libido, à

sexualidade.

Esta forma de compreensão prejudica as percepções que

temos sobre a espiritualidade. Desejo é uma condição humana

aplicável a tudo o que vivemos. O Coração é o desejo, a força que

impulsiona a humanidade.

O consumo desenfreado pelo desejo - Você vai comprar um carro.

Qual o principal objetivo de um veículo? Levar-nos de um lugar a

outro em segurança e conforto. Mas, o seu desejo por ascensão social

pode levá-lo a querer um carro com “algo mais,” ou seja, o status

social que ele “virtualmente” proporciona.

A mídia explora isto bem e cria novos conceitos para ampliar

os desejos do consumidor. Já tem até o “carro conceito” (é hilário,

mas as pessoas engolem isto).

Ok, você pode comprar um carro mil e seguir em frente.

Agora se tiver um salário um pouco maior e estiver em ambiente de

classe média, por exemplo, vai pensar assim: “vou comprar um

Honda Civic ou um Corolla. Este carro me dará posição social,

status. Pelo que ganho e no meu local de trabalho, não pode ser de

diferente.” Entendeu?

Está aí amigo, o seu desejo foi modificado e ampliado por sua

condição social (e não tem nada a ver com a sexualidade). Você é

um pote de desejos que se ampliam sempre e mais e mais. Vamos a

outro exemplo.

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Morri e voltei para contar como é Página 100

Tem homem que conquista uma bela mulher, cheia de

sensualidade. Um cartão de visitas. Só que depois a trai. Não é

engraçado?! A gente vê na mídia história de traição de homens que

têm mulheres lindíssimas. Mas, o que aconteceu?

É que muitos homens têm o desejo centrado na aventura, na

adrenalina que seus atos proporcionam. Conheci homens que tinham

mulheres belíssimas, mas as traíram com mulheres (no padrão de

beleza da sociedade) mais feias.

O desejo é o motor da materialidade – Veja o que diz o guru

indiano Deepack Chopra em seu livro As Sete Leis do Sucesso.

5ª Lei da Intenção de e do Desejo

Quando queremos alguma coisa, não é preciso despender uma força

enorme para chegar lá. Ao semearmos com atenção o desejo no

Universo, ele se concretiza - mas no tempo certo.

Aplique a “intenção e o desejo” em sua vida com os seguintes

passos:

1) Faça uma lista de seus desejos e carregue-a por onde for.

2) Leia-a antes de meditar e dormir, além de quando acordar.

3) Solte os desejos no ventre da criação e confie verdadeiramente na

ideia de que serão concretizados.

4) Conscientize- se do momento presente em todas as suas ações e

não permita que eventuais obstáculos consumam essa atenção.

5) Com o exercício de aceitar o presente como ele é, o futuro se

manifestará como você espera. “Então sereno e inabalável, você

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Morri e voltei para contar como é Página 101

segue comprometido com seus sonhos”. Sempre confiante de que

quando tiver que ser será.

Vejam, também, o que Buda disse sobre o DESEJO:

1- Os Desejos

Os mais importantes ensinamentos budistas são as Quatro Nobres

Verdades.

A primeira nobre verdade é a existência do sofrimento; a segunda é

que a causa dele são os três venenos: o desejo, a ignorância e a

aversão; e terceira nobre verdade é que o sofrimento acaba quando

eliminamos os três venenos.

Fala-se muito na extinção dos desejos no Budismo, mas é muito

importante que esses desejos não compreendem bem o que

entendemos sobre desejos na língua portuguesa. Isso ocorre por

causa da tradução das palavras “tanha”, “mana” e “ditthi” na língua

Pali que significa desejos.

Os desejos impulsionam todas as ações da vida, por exemplo: A

pessoa trabalha, mas existe um propósito nesse trabalhar; que é

ganhar dinheiro ou sustentar a família, ou fazer algo com esse

dinheiro; o comer: comemos pelo desejo de comer; a fome, isso nos

impulsiona a cometer este ato; tomamos banho pelo desejo de

ficarmos limpos.

Fonte: Por: Ricardo Chioro, site

http://an.locaweb.com.br/Webindependente/Buddhismo/esclareci

mentossobreobudiso.htm

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Morri e voltei para contar como é Página 102

E porque o desejo é a força motora? - Porque é a razão de tudo,

somos puro desejo. Tenho outra maneira simples de mostrar isto.

Você fabrica o ar que respira? A água que bebe? O fogo? Opa, você

o faz funcionar, não o fabrica, não o produz. Fabrica os alimentos

que come?

Examine bem, você os beneficia: cozinha ou frita ou assa,

mas não os fabrica. Sabe como produzir uma banana? Pode até

manipular a sua produção, como o fazem os laboratórios de

modificação genética, mas eles não fabricam nada. E a luz do Sol,

fabrica? Aquela que nos dá a vida.

Ora bolas, então o ser humano é um recebedor (parece até

propaganda de operadora de celular..kkkkkk). Não produzimos nada

que nos mantém vivos. Nem a vida. Isto mesmo, você não é vida

você recebe a vida, ela lhe é dada e tudo o que necessita para a sua

manutenção.

O único que é vida é o próprio Criador. A gente diz assim: a

minha vida. Observe: vida é só uma, a dÊle. Eu não tenho a minha

vida, ela me é dada e eu não posso fazer dela o que quero, tenho que

obedecer a uma série de leis que a regem.

Li uma vez que se o Sol se apagar toda a vida na Terra

existirá por apenas três minutos. Que fragilidade a nossa! Como

podemos arvorar poderes sobre a vida se a nossa não passa de três

minutos sem o suporte que nos é dado pelo Criador? E ainda tem

outra força? Impossível alguma força perante tamanho Domínio.

Então eu sou um recebedor, um puro desejo de receber - Exato.

Fomos criados para receber e, está claro, seletivamos o que

recebemos pelo prazer que nos proporcionar aquilo que vamos

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Morri e voltei para contar como é Página 103

receber. Tudo nós recebemos e aceitamos ou assimilamos o que nos

dá prazer. Você corre atrás de sofrimento? Hoje eu levantei com uma

vontade de chorar, de sofrer. Já sei, vou atrás de alguém de não me

quer, não me ama, que me faz sofrer. É assim que funciona?

A expansão do desejo – Ele acontece a todo o momento. Não é

comum ouvir de amigos em rodas de conversa: as mulheres nunca

estão satisfeitas. Faz parte e em você também, amigo leitor.

Observe à sua volta e verá que a cada dia o desejo das pessoas

aumenta. É uma dinâmica inexorável e impossível de ser contida. Em

Belo Horizonte, para citar a cidade onde moro, não cabe mais carros

nas ruas. Mas, o desejo de ter um está levando mais e mais carros às

ruas. Vai explodir.

A correção dos desejos – É o que estamos fazendo aqui. É a sua

principal missão. Voltemos, porém, a análise individual do desejo.

Examine sempre o que deseja. Está namorando. Observe se os

desejos dele (a) estão alinhados com os seus. Não falo de desejo por

carro e/ou bens matérias. Ela (ele) quer posição social e você se

contenta com apenas casa de campo. Vai ter problema.

E você? Quer isto na sua vida? Quem fala é quem vivenciou.

Está escolhendo um homem ou mulher? Está namorando? Teste os

desejos dele (a). Conheça-os e aos seus também.

Vou falar de mim, para não falar dos outros. Depois de uma

separação eu conquistei (ou fui conquistado por) uma bela, morena,

cor de jambo, uma espécie de “baianeira,” ou seja, mistura de

baiano com mineira, como se diz em Montes Claros.

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Morri e voltei para contar como é Página 104

Todo homem quer uma mulher bonita ao seu lado. Mas é o

desejo certo? Acabei descobrindo que não, foi um desencontro. Ei,

deixo claro que ela é legal, caridosa, simpática, acolhe bem as

pessoas (vão dizer que ainda estou apaixonado kkkkkkk). Quem a

conhece sabe o que estou dizendo.

Mas, o que aconteceu?! Nossos desejos se diferenciavam.

Uma pessoa que nos conhece dizia sempre assim: “você e ela, nunca

vi duas pessoas tão diferentes juntas.” Exato. Eu tinha um desejo

desenfreado: conhecer mais sobre a espiritualidade. A pessoa que

dividiu comigo a vida por 12 anos tinha outros desejos e os

manifestou. Eu é que não percebi. Não soube como lidar com o meu

egoísmo. Separamos.

O que faltou em nós foi o ponto de equilibro. Eu abrir mão de

apenas seguir o curso do meu desejo e ela também. Eu me ocupava

totalmente da espiritualidade.

Quase sempre não existem errados nas separações. O que

existe é diferença nos desejos. As uniões começam com este erro

pelo desconhecimento das pessoas sobre o tema, sobre a

espiritualidade. Elas se entregam às paixões, uma forma errada de

percepção do amor.

Assim, se você é daqueles (as) que um carro serve para levá-

lo (la) de um lugar para outro e está com um alguém que quer um

veículo para ascensão social, pense bem. É ingenuidade sua pensar

que vai mudá-la. O mais fácil é ceder aos desejos dela (le).

É mais fácil absorver a má orientação vinda das novelas,

propagandas e do meio social que privilegia valores da

materialidade. Não, isto não está de todo errado. Apenas há uma

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Morri e voltei para contar como é Página 105

dimensão e uma intensidade para tudo, um caminho do meio como

disse Buda.

Quem não gosta de um bom carro?! Eu gosto. Se melhorar de

vida talvez compre um melhor. Não sou nenhuma freira. Só que já

aprendi a não me apegar a isto. Hoje tenho um carro Uno 1.000 e ele

me leva de um canto a outro, está bom. Talvez, agora, se tivesse com

uma mulher e ela me pedisse um Crossfox, com grana para comprar,

eu daria. Antes eu não pensava assim. Mas, também não tinha a

grana mesmo!

A correção do meu desejo - Eu ainda quero uma companheira. Faz

parte. Dormir sem uma costelinha, um cobertor de orelha, é “fria.”

(Não é Nelson?!...kkkkkkk) Só que vou examinar melhor se alguém

se aproximar de mim ou eu de alguém. O que vou examinar? O que

devo fazer?

Corrigir o meu desejo. Agora penso em ter uma mulher com

os desejos mais sintonizados com os meus, mais próximos (agora se

vier em formato Luma de Oliveira será mais agradável. kkkkkkkkk).

De novo deixo claro. Não estou a julgar caráter ou levantar

culpa disto ou daquilo. Quem estava comigo não é uma má pessoa,

como já a descrevi. As diferenças em nossos desejos e a deficiência

em nosso diálogo é que nos levaram à separação (já me culpei muito

por isto).

Somos essência deste mesmo Deus, então o que aconteceu?

Veja se alguém apenas doa e eu apenas recebo, eu sou diferente dele.

E se isto aumentar. Quer dizer se eu, cada vez aumentar o meu desejo

de receber. Eu vou, a cada dia, ficar mais distante daquele que me

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Morri e voltei para contar como é Página 106

doa. Ei, então eu faço uma pergunta: o que é melhor, doar ou

receber?

A doação é o amor incondicional. É claro que doar é melhor

do que receber. É o que nós todos queremos. Ser doadores, amar sem

condição. Aprender a amar como o Criador. Você não gostaria de

saber amar como Deus? Hem?! Que tal, ser o amor eterno?! Não

dizem isto os namorados uns aos outros? Amor, eterno amor.

Pois bem, desconfio que Ele nos fez assim. Ele usa este

desejo como uma “doce armadilha” para nos levar de volta. Quanto

mais aumentamos os nossos desejos mais perto dEle chegamos. Mais

o queremos e é assim que Ele quer. Assim está programado e nada

pode impedir.

Sinta à sua volta. As pessoas estão ávidas por consumo. Elas

correm para os grandes feirões da Ricardo Eletro, Casas Bahia,

MRV, Tenda etc. Elas querem satisfazer, e rápido, todos os seus

desejos. Muitos deles contidos há anos devido às condições

socioeconômicas do país.

Isto é inexorável. O que?! Este cara endoidou de vez! Então

Deus quer que sejamos consumidores compulsivos? Não, ninguém

disse isto. Só que as pessoas O desejam tanto e não sabem disto, que

procuram compensações na materialidade. Por isto encontramos no

consumo uma forma de satisfação.

Claro, comprar uma casa é uma necessidade de moradia. Mas,

já citamos o exemplo do carro. Quando conseguimos satisfazer um

desejo ele se amplia e aparece outro maior e assim sucessivamente. E

nós colocamos a culpa no meio. Não posso morar neste bairro, o meu

nível melhorou e vai-se aumentando um desejo aí gente!

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Morri e voltei para contar como é Página 107

O socioeconômico - Até bem pouco tempo as esquerdas brasileiras

diziam que os problemas socioeconômicos (desemprego, a miséria

etc) é que geram a violência (ainda tem gente pensando assim).

Pergunta: Como explicar que o Brasil está em situação de

quase pleno emprego e a violência aumentou? E vão dizer que são as

drogas.

Tá bom. E o que acontece quando um povo tem as suas

necessidades básicas satisfeitas como no Japão, Suécia, Holanda,

entre outros países, mas o número de suicídios é alto, sem contar o

consumo de drogas e medicamentos de controle da ansiedade?

O suicídio no Japão e na Alemanha é alarmante. Diga-me:

porque o homem quando tem de tudo, materialmente, ainda é

insatisfeito, ansioso? O que lhe falta? Explicações materializadas não

respondem. Os céticos materialistas falam de ganância pelo poder de

uma classe burguesa, como se a classe operária fosse diferente. É

risível.

O maior desejo de um operário é tornar-se um burguês, no

sentido clássico marxista dado a esta palavra. Os últimos programas

sociais do Governo Federal mostraram isto. Os financiamentos

universitários para as classes mais pobres mostraram que ela, a

“classe operária,” tem o desejo de tornar-se burguesa.

Um fenômeno interessante expressou-se nos debates

desenvolvidos no início do Governo Lula sobre as cotas raciais nas

faculdades e no mercado de trabalho. Ao ascender socialmente,

muitos negros adotam comportamentos burgueses, que são típicos da

raça branca e rica (repito que a conotação dada a esta palavra não é

minha, mas dos marxistas).

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Morri e voltei para contar como é Página 108

Este comportamento não é bem avaliado pela esquerda por

que ela desconhece e não se estuda o desejo, mola mestra de tudo

que nos move na materialidade. Quem nunca ouviu isto: “O povo

nunca está satisfeito.” “É impossível satisfazer o ser humano.”

Aliás, uma correção. Quando falo de esquerda não digo da

que chegou ao poder. Quem chega ao poder não é mais esquerda ou

direita, é o poder. Só entendo estas denominações no exercício da

ação partidária. No poder o PT, por exemplo, aprendeu rápido o que

é o desejo. Tanto que criou uma série de programas para satisfazer os

desejos das massas brasileiras, caso contrário teria caído na chamada

crise do “mensalão.”

Desejar o Criador - O desejo maior que você tem em você é o de

retornar ao Criador. De conhecer e vivenciar a espiritualidade.

Quando a sede de conhecimento se esgota (o quarto estágio do

desenvolvimento humano) e tudo está satisfeito, sobra um desejo: o

que está no Pulsar do seu Coração.

Lembra-se do que o Dr. Paul Pearsall constatou em suas

pesquisas: “o coração gera um campo eletromagnético de cinco mil

milivolts. O coração é capaz de emitir frequências de onda de rádio,

e ele fala com o cérebro através de uma substância chamada ANP,

Peptídeo Naturético Atrial (Atrial Naturetic Peptide), descoberta no

coração. A força eletromagnética do cérebro é cerca de 140

milivolts...”

Buda disse que a energia do cérebro é capaz de modificar a

matéria. A Universidade de Princeton fez experiências científicas

com base nesta premissa e confirmou as palavras do “iluminado.”

Agora, imagine. A energia do cérebro é capaz de modificar a matéria

e é 35 vezes menor que a do Coração. Façamos a correspondência

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Morri e voltei para contar como é Página 109

disto em ações de amor e saberemos o poder contido em nosso

Pulsar.

A gota de azougue – É bom reprisar o que disse a seus discípulos

Mestre Gabriel (UDV) sobre a gota de azougue. Ele apenas definiu

em palavras simples, para o povo simples ao qual falava o que já

manifestaram filósofos, esotéricos, sábios, cabalistas entre outros

“professores” da humanidade.

O Criador é a grande gota de azougue e nós somos as

gotículas menores. Qual é a única “verdade” contida em todas as

religiões? A de que um dia retornaremos à casa do pai (Nirvana,

Éden, Jardins de Alá, Paraíso, etc). Exato. A grande gota de

azougue nos quer de volta, porque um dia nos distanciamos dele em

forma e Desejo. (Olha Raul Seixas aí de novo: “porque tudo acaba

onde começou”).

A nossa energia e essência são as mesmas do Criador, mas

em forma e intenção nos tornamos diferentes. É muito comum, em

diversos escritos de hoje, alguém dizer que somos uno com Deus. Eu

pude Sentir isto quando saí do corpo. O Pulsar do meu Coração não

batia nem estava só. O dÊle batia comigo e era o meu e eu era Êle.

Certa vez, em Porto Velho (onde morei por cinco anos e

meio) eu senti a satisfação plena. Alegria e felicidade não são nada

perto disto. Meus olhos se encheram de água. Eu pensei que ia

arrebentar como um balão de hélio. Explodir. Não aguentei e tive

medo. Pedi para parar. Pedi socorro. Pois bem, tive que quase

“morrer,” por quatro horas para poder sentir isto de novo.

Através do Pulsar do meu Coração durante as quatro horas

fora do corpo, eu estive novamente em satisfação plena. O pleno da

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Morri e voltei para contar como é Página 110

existência. Hoje sei por que estamos ocultos e distantes dele.

Deixamos a eternidade, por causa da ampliação de nosso egoísmo, o

desejo de receber. É o que somos. Na materialidade os intelectuais

deturpam o verdadeiro sentido das palavras. Egoísta é o que somos.

Isto não é ruim ou bom, apenas é.

Mas, o exame deste tema responde à pergunta feita antes: por

que nunca estamos satisfeitos? Quando temos de tudo ainda

queremos mais? Em termos proporcionais, o maior número de

suicidas na humanidade vem de povos com condições sociais e

econômicas excelentes: os japoneses e os alemães.

A excessiva intelectualidade não os permite, ainda, que

saibam da existência de todo este desejo no Pulsar do Coração. O

desejo maior pelo Criador, o retorno à sua casa, a gota de azougue: o

ponto no Coração.

Satisfação – Não há na materialidade. Somos um “pote de desejos” e

cada vez eles aumentam mais. Hoje um carro bonito, amanhã outro

com mais status social ainda. Junto a isto dinheiro e poder e você vai

entender os casos de corrupção na sociedade.

O homem tende a satisfazer os seus desejos básicos:

alimentação, moradia, sexo, dinheiro, poder e conhecimento e o

egoísmo o impede de ver a extensão dos seus atos com o objetivo de

satisfazê-los.

Encurtar o caminho - Bom, se sei que jamais me tornarei satisfeito

com o que me oferta a materialidade, então posso encurtar caminho?

Claro. Esta foi, e ainda continua sendo, a missão dos grandes

profetas: ensinar-nos a encurtar o caminho. Amigo (a) leitor (a), este

caminho você terá que fazê-lo (la) quer queira ou não.

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Morri e voltei para contar como é Página 111

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

As emoções e a memória.

Somos do Reino do Sentir conforme minha experiência fora

do corpo. O Criador nos senti e nós a Ele. Foi o que descobri. E na

materialidade? Também funciona assim, como procurei demonstrar

através dos animais.

A humanidade não trabalha isto muito bem porque não

conhece o Sexto Sentido. Na materialidade traduzimos o sentir em

emoções. O sentir é um estágio mais elevado. Qual a importância,

então, das emoções para a espiritualidade, a evolução?

Estamos na materialidade e é aqui que tudo se processa. É

aqui que faço o dever de casa, como diz a letra de um repente

nordestino: “a vida é uma escola e o mundo é um professor.”

Somos regidos pelo Reino do Sentir cuja equivalência na

materialidade é a emoção, que se expressa em ações, tem

interferência sobre elas e podem gerar doenças e atrocidades. Para

completar o meu raciocínio preciso que recorrer aos estudos de um

brasileiro.

Augusto Cury – É psicanalista e um dos gênios vivos da

humanidade (autor, entre outros, do livro Pais Brilhantes,

Professores Fascinantes). Ele é considerado a maior revolução da

psicanálise depois de Freud. Não sou especialista e vou reportar o

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Morri e voltei para contar como é Página 112

que aprendi com as teorias de Cury, melhor dizendo o que ele muito

bem e didaticamente nos ensina.

A ciência desvendou em que guardamos, na materialidade, as

nossas memórias: em partículas de moléculas de oxigênio (vamos

falar sobre isto mais à frente). Cury, após 20 anos de pesquisas, nos

diz como isto funciona através da teoria da Inteligência Multifocal,

ou seja, como a memória é acionada.

Vou dar o mesmo exemplo de Cury em um de seus livros e

tentar explicar. Volte no tempo. No dia em que completou 10 anos de

idade, na sua festa de aniversário. Tente lembrar-se da cor da roupa

de usava, da cor do sofá da sala, da cor da mesa da cozinha, dos

objetos que estavam presentes na mesa do bolo. Provavelmente

pouco ou nada se lembrará.

Agora, neste mesmo dia do seu 10º aniversário, sentiu alguma

emoção forte? Vamos a uma situação fictícia. A nossa personagem

tem 30 anos e seu pai não compareceu ao seu 10º aniversário. Assim,

a nossa personagem, ao lembra-se do seu 10º aniversário vai

priorizar o episódio da ausência do pai. Cury dá a este processo o

nome de “gatilho.”

Outro exame para entendermos melhor - Um japonês ficou quase

quatro minutos sem respirar, dentro de um barril com água no

programa do Flávio Cavalcanti há anos (TV Tupi). Um faquir indiano

já ficou 103 dias sem comer, somente bebendo água.

Isto prova que o ser humano pode ficar por um período

razoável sem as principais atividades que o mantém vivo: respirar e

comer. Só que o japonês e o faquir indiano não ficaram um

milionésimo de segundo sem pensar. O pensar é compulsório. Você

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Morri e voltei para contar como é Página 113

está agora está lendo este livro e pensando em algo, provavelmente,

diferente e/ou complementar ao que lê. Lembrando-se de algum

momento marcante? É isto. O pensar é uma dinâmica incontrolável e

está sob o Domínio do Criador.

Não paramos de pensar nem dormindo. O pensar é o Pulsar

da Existência. Para alguns filósofos esta é a prova de que tudo

acontece pelo pensamento de Deus, somos o pensamento de Deus em

ação, disseram.

Quando estive fora do corpo senti as suas mensagens em

telepatia. Ele, ao pensar emana a energia do amor, a doação

incondicional. O Cury, no entanto, nos diz que o nosso principal

registro, ou seja, aquilo que mais damos valor e priorizamos é o que

está relacionado às nossas emoções, inversão literal do Reino do

Sentir na materialidade.

Explica o psicólogo que, como você não pode parar de

pensar, os seus arquivos de memória são acionados de forma

compulsória. Mas, tem momentos em que ele dispara, melhor pode

ser disparado como o gatilho de um revolver faz com a bala. Para

Cury, com muita propriedade, a espoleta que detona esta bala é a

emoção.

Cury continua sua descoberta nos provando que a memória

não pode ser “deletada,” usando um termo virtual e atual. Tem gente

que fala assim: esquece isto, bola pra frente, apague de sua

memória. Impossível. Você jamais apagará os registros que

armazena durante a vida.

Então, para ajudar pessoas com problemas emocionais, Cury

ensina que é preciso reeditar a emoção que dispara o gatilho da

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Morri e voltei para contar como é Página 114

memória e com isto reeditar, também, a interpretação e a reação

sobre o que está arquivado.

O perdão - Voltemos ao nosso exemplo fictício. Se a ausência do pai

na festa de aniversário é fonte de infelicidade para a personagem,

Cury a aconselharia a relembrar, voluntariamente, o episódio e

reconstruir toda a emoção que o envolve e reeditá-la.

A personagem teria que retomar o momento da festa de

aniversário, encontrar as razões para aquele acontecimento e, por

exemplo, perdoar se for o caso e/ou conformar-se. Coisas que as

religiões ensinam, mas com métodos pouco eficientes.

Só assim as pessoas com problemas emocionais graves

podem encontrar a cura, garante Cury. Mas, o que isto tem a ver com

as temáticas deste bloco do livro? Tudo.

Vamos unir as pontas – quando estive fora do corpo eu senti tudo

através do Pulsar do meu Coração. E mais, as memórias

armazenadas, de acordo com Cury, não podem ser apagadas,

esquecidas. Através do Pulsar do meu Coração recebi toda a

memória de minhas ações nesta vida, segundo a segundo.

Enquanto vivo, nesta encarnação nenhum registro meu pode

ser apagado, no Pulsar e em minhas memórias na materialidade. E

Cury, o gatilho é o mesmo, lá também, com, uma diferença.

Voltemos à minha saída do corpo. Antes de eu ser “julgado” vi

numa tela de cinema toda a minha vida.

Quais foram as cenas que mais mexeram comigo? Quais as

que mais eu realcei, senti, chorei e sofri? Aquelas que, confirmando

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Morri e voltei para contar como é Página 115

Cury, explodiram dentro de mim pelos registros emocionais que

continham e que acionaram os meus gatilhos.

Diversos gatilhos de minhas memórias foram disparados

naqueles momentos fora do corpo. Os gritos que dei com meus filhos

e minha ex-mulher. As movimentações apaixonadas e exacerbadas

em diversos temas e assuntos. A minha falta da “linha do meio” ou,

como diria Buda, “o caminho do meio.” Todo o meu caminhar, até

agora, que foi extremado. Vivi sempre em intensas emoções (ah

Roberto Carlos).

Amigo Cury, qual a diferença (se me permitem a licença

poética)? É que ao serem disparados os gatilhos quando estive fora

do corpo o Pulsar do Criador me acolheu. Ele absorveu de mim todo

o temor e culpa. Ele me amparou. Ele me disse que tudo era para ser

assim, estava no seu propósito. Eu funciono assim. Tudo em mim,

para descobrir o que sei agora, só poderia acontecer da forma como

foi. Um amigo passou um ano me dizendo a mesma coisa.

Ah, senhor, agradeço tudo o que sofri para conhecer-me

melhor. E conhecendo-me eu O conheço e através desta troca minha

alma se acalma e começo a caminhar pela linha do meio. O quanto

agradeço aos amigos Gazel e Iesu que estiveram ao meu lado nesta

caminhada. Eles me ajudaram a ver tudo isto. Como precisamos uns

dos outros.

A fórmula do Cury para que as pessoas encontrem a cura de

seus problemas emocionais é mais completa quando temos o Criador

em meio a nós. Não se trata, porém, de orar e pedir clemência,

misericórdia, para que resolva nossos problemas como num passe de

mágica.

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Morri e voltei para contar como é Página 116

Trata-se de saber como é o seu Domínio sobre nós. O que

você considera o mal, a força negativa, o satanás para alguns, é o que

realmente o mostra como você é.

O que vivi enquanto escrevia este livro é a confirmação de

dois filósofos: Platão e Sócrates. A primeira descoberta minha é a

confirmação da “teoria da caverna,” (Platão) que diz que o outro é

o seu espelho. O outro é quem mostra como você realmente é. Por

isto somos seres sociáveis.

E a outra fala nos diz: quer saber viver, então “conheça-te a

ti mesmo.” E o que é conhecer a ti mesmo? É saber que vivemos, na

materialidade, no errôneo reino das emoções porque nos

distanciamos do Criador. Ele está oculto de nós e o traduzimos ao

invés de senti-lo, conhecermos em sua essência.

Outra fórmula é aprender que tudo o envolve por seu

Domínio e Ele governa o Reino do Sentir. Então sinta-O, deixe esta

bobagem de força negativa, de um agente externo o influenciando e

coisa e tal. É Ele. Você é que o percebe de forma errada e se

confunde.

Está sofrendo? Busque em seu orgulho a razão para isto.

Perdas e dor são frutos de suas ações, consequência de suas

incompreensões quanto ao propósito do Criador (Paro por aqui e

retorno ao tema depois).

A memória - A humanidade sempre se perguntou: o que é memória?

Onde armazenamos as informações que acumulamos? São bilhões de

informações ao dia: cores, sons, cheiros, movimentos, frases,

emoções, momentos etc. Qual o local com espaço para tanto? O

cérebro? Não.

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Morri e voltei para contar como é Página 117

Pesquisadores americanos da Universidade de Princeton

(EUA) chegaram à seguinte conclusão: as moléculas de oxigênio.

Interessante. Quando alguém pergunta a você dois mais dois são?

Num bilionésimo de segundo você responde: quatro.

Esta informação, de acordo com a ciência, está armazenada

numa partícula de uma molécula de oxigênio. Ao ser acionada, o

sistema que a contém transmite a informação através da cadeia de

neurônios dispostos quase que em linha reta. Eles transferem a

informação ao sistema de fala e por estímulos elétricos você

responde: quanto é dois mais dois?Quatro.

A resposta, quatro, é deslocada de uma molécula de oxigênio,

passa pela sequencia de neurônios disposta em fileira e chega ao

sistema da fala, é decodificada e expressa. E isto acontece numa

velocidade que ainda não foi mensurada. A nossa memória é virtual,

como aprendemos recentemente com a internet (Matrix).

Não é no cérebro – Li outro dia uma seguidora da “terapia

quântica” dizer que a memória se armazena no cérebro. Impossível.

Ele não tem espaço. Mas, qual a função do cérebro? Ser, na

materialidade, o processador das informações armazenadas, o

decodificador. Ele processa o que você armazena no oxigênio em

áreas distintas, chamadas lóbulos.

Quando sai do corpo vi que no Mundo Espiritual tudo é

armazenado no Pulsar, a energia que aciona o universo e nos

conecta ao Criador. O Pulsar dá a vida, é a energia que tudo

sustenta, satisfaz todas as necessidades: alimenta, comunica,

esclarece, é o tempo sem o tempo, a existência plena. Algo

impossível de apenas descrever. É preciso vivenciar. Se o Pulsar é

Ele prova-se o seu completo Domínio.

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Morri e voltei para contar como é Página 118

Como é sábio o Criador. Ele é quem, fora da matéria, é o

tudo: processa e armazenar tudo o que há na e dá vida. Isto foi

necessário porque que a materialidade é efêmera. Imagine todo o

registro de uma encarnação se perder porque o cérebro foi

danificado.

Certo, mas as pessoas sofreram acidentes, danificam o

cérebro e ficam sem memória? Claro. Elas perderam o processador.

Só que a recuperação de muitos prova que o que armazenamos não

fica no cérebro. Está em outra gaveta.

O meu caso - Quando sofri o infarto fiquei sem oxigênio no cérebro

e perdi, parcialmente, a memória. Meu amigo Iesu foi me visitar eu

sabia que ele era uma pessoa conhecida e importante para mim, mas

não me lembrei do seu nome durante os minutos de sua visita e

meses após minha alta.

Hoje sei que meu cérebro, com o infarto, perdeu oxigenação e

com isto parte de minhas memórias. No entanto, oxigenando o

cérebro a memória ficou intacta e se ampliou com os tratamentos que

fiz à base de plantas medicinais.

Assim, percebo que na materialidade todas as energias e

funções que regem o universo têm a sua equivalência de forma, com

energia e, consequente sustentabilidade de suas ações que emanam

do Mundo Espiritual, do Pulsar. A materialidade reproduz o mundo

espiritual. Não pode ser o contrário.

Se o Tudo, o Criador¸ criou-nos então ele veio primeiro e

dEle tudo veio. Como as suas leis podem ter surgido depois? Não há

lógica em projetar a vida materializada no Mundo Espiritual. É o

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Morri e voltei para contar como é Página 119

contrário. As leis criadas lá regem a matéria, se consolidam na

matéria para a sua existência, o seu funcionamento.

Quer outro exemplo? A Lei da Gravidade. Todos os corpos

necessitam de ponto de equilíbrio, o pêndulo já citado antes. Esta lei

age como um ímã sobre os corpos materiais. No Mundo Espiritual

ela também age. Ele é o ímã, a grande gota de azougue que nos puxa

para si através da força do desejo. Nós o desejamos o tempo todo,

consciente ou inconscientemente.

Assim, fora do corpo em sentia uma atração irresistível a um

ponto que, ao mesmo tempo, era a minha referência de equilíbrio

naquele ambiente, se é que posso chamar assim.

Dimensão - A diferença é que na materialidade temos dimensões e

formas diferentes para as coisas e objetos e nossas referências são

relativas (relatividade) porque sinto as coisas e os objetos fora de

mim. Fora do corpo não, tudo é um só.

Não existe nada além de você e o Criador. Nada,

absolutamente nada. Céu, inferno, purgatório, filhos, mãe,

sociabilidade espiritual, lugares como na materialidade para nos

encontrarmos, nos revermos.

O propósito da materialidade se encerra nela mesma. Nossa

vida na materialidade, apesar de sua grande importância porque é o

palco aonde exercitamos o nosso aprendizado (fazemos o dever de

casa), é descartável. Exatamente. Toda esta beleza, este planeta

inteiro é efêmero. A sua vida vivida agora se esvai quando você

desencarna. Fica em você o que aprendeu, o que o levou à evolução.

Tudo nos faz evoluir.

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Morri e voltei para contar como é Página 120

Ei, mas você está sendo incoerente e nos disse que a sua vida

em uma tela e que tudo está armazenado? Sim, a memória desta vida,

desta encarnação. Eu pulso ao viver. Eu sou um pulsar que tem a sua

maior força e tradução de ação no meu Coração.

Ele, o Criador, é o pulsar de tudo, o universo. Assim,

enquanto pulsamos, nós e Ele, estamos conectados e fazemos o

universo funcionar. Na materialidade cada uma nós é um universo.

Olhe para o funcionamento do seu corpo. “Zilhões” de

células. Bilhões de agentes e reagentes trabalhando o tempo todo.

Hormônios, ácidos, compostos químicos dos mais variados. Glicose,

sacarose, bílis, funções nefrológicas. Sabia que a cada banho você

perde um número incontável de células, que são repostas

imediatamente?! Sabia que você não tem a sua cor?

Engraçado não?! A melanina é produzida diariamente e repõe

a sua cor, desgastada por seu consumo de energia diário. O que é a

doença do vitiligo? É a não reposição da melanina. Ora se o seu

fígado não a repuser você fica branquinho como o Michael Jackson.

O que isto significa? Que você é incompleto e se faz e refaz

todos os dias, minutos, segundos. Você pulsa o tempo todo. Só que

na materialidade existe um princípio, meio e fim para tudo. Faz parte

da existência como instrumento de aprendizado.

A cada ano na escola você acumula o que aprendeu e isto

serve apenas de escada para evoluir no aprendizado. Aquilo que você

aprendeu no primeiro ano do segundo grau, por exemplo, será escada

para o segundo ano, mas a maior parte do que foi aprendido será

descartado.

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Morri e voltei para contar como é Página 121

A espiritualidade também é assim. O que aprendemos aqui

numa vida ao desencarnar passou, se foi. Na próxima vida se renova

o processo e o que aprendeu vem consigo, está registrado no seu

pulsar, servindo de orientação à nova vida. Isto explica muita coisa,

não? A gente não diz assim: “isto é da pessoa, é dela, nasceu com

ela.”

Desde pequeno meu filho Ranniel manifesta interesse por

astronomia. Algo incomum na sua idade e época (11 anos). Minha

filha Luanaluz está dentro dos padrões, quer ser celebridade: artista.

O interesse que Ranniel demonstra por astronomia é dele, já veio

com ele de outra encarnação, eu em nada estimulo, critico, falo (é um

dos absurdos que os pais cometem ao passarem aos filhos os seus

projetos e planos). Se ele vai evoluir isto ou não é outra história.

O registro da memória – você é o que é como foi criado. Os seus

registros na vida são automáticos. Mas, nós, na materialidade

privilegiamos o que chamamos de negativo. Faz parte de nossa

construção. Eu, por exemplo, fiquei mais de um ano sofrendo e

chorando minhas perdas no final de 2010, além de enorme complexo

de culpa por tudo o que aconteceu.

É, mas eu também tive momentos felizes como o nascimento

de meus três filhos, minhas conquistas pessoais e/ou profissionais.

As “paixões,” os beijos que dei e os orgasmos que tive e que

proporcionei. Os bons registros emocionais também disparam o

gatilho da memória. O problema é que sempre realçamos o negativo,

principalmente pelo que provoca em nós.

Doença e emocional - Com isto verificamos o porquê as pessoas, em

sua grande maioria, estão doentes a partir do emocional. Faz parte de

nossa construção na materialidade se interessar pelo que é negativo.

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Morri e voltei para contar como é Página 122

Dou dois exemplos: intelectuais culpam a TV por exibir programas

(jornalísticos especialmente) de conteúdo negativo e forte.

O problema é que exibir novelas com conteúdo intelectual

não dá Ibope, a exemplo de O Casarão, que teve ser concluída antes

do prazo pela Rede Globo. Mas, quando se expõe problemas, crimes,

corrupção entre outros temas do nível a audiência aumenta. Outro

exemplo é o de uma grande rede de supermercado americana. Ela

descobriu que, quando é bem atendido, um cliente conta para quatro

amigos seus. Quando o atendimento não é bom ele espalha para até

oito pessoas.

Uma vez a rainha da Inglaterra reclamou que os jornais

britânicos só davam notícias ruins. Eles estamparam na capa 10 boas

notícias e escreveram “desculpem-nos rainha, nós não criamos os

fatos só os noticiamos.” O resto da edição foi só porcaria.

É assim que somos. Temos no Coração todo o Pulsar do

amor divino, mas, especialmente no Brasil, os ataques cardíacos

estão em segundo lugar em causa de mortes, depois dos crimes de

homicídio. Isto por que carregamos nas emoções, somos intensos e

pela via do que chamamos de negativo, a do sofrimento.

Em recente entrevista a uma revista de “celebridades” um

ator português disse: “tudo no Brasil é muito intenso.” Como a nossa

maior intensidade é para os sentimentos negativos: ansiedade,

preocupação, mágoas e rancores, nós registramos altos índices de

infarto.

O meu caso - Ao retornar de Porto Velho, em 2003, com R$ 500,00

no bolso, aos 42 anos, e com o mundo ruindo sob os meus pés, não

resisti aos problemas advindos de tal situação. Não comia carnes

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Morri e voltei para contar como é Página 123

vermelhas há um ano, caminhava todos os dias, me alimentava bem e

natural.

Mas andar de um lado para o outro pelos corredores do

Mercado Central de BH enrolando os cabelos de tanta preocupação,

óbvio, não poderia me fazer bem.

O infarto que me acometeu teve tanta origem no emocional

que saí da Santa Casa, depois de quase desencarnar, apenas com a

receita de um AAS por dia e sinvastatina, nada mais. Fora do corpo

conheci o Reino do Sentir e na materialidade aprendi que estamos no

reino das emoções desenfreadas. Roberto Carlos vive repetindo e

com razão: “são tantas emoções.”

Elas são fortes e influenciam o nosso caminhar porque não

conhecemos o Reino do Sentir, a espiritualidade, motivo pela qual a

humanidade tanto sofre. Aqui as emoções dominam e, sem correção

dos desejos, influenciando negativamente o Coração dominando-nos

e levando-nos a atos impensados.

Não me culpo mais, por que esta não é solução. O grosso fui

teve a razão de ser na doença emocional que contrai a partir de

problemas insolúveis a meu ver. Gritava descontroladamente. Não

me via e não aceitava que precisava de ajuda. Só quero reparação de

uma coisa. Nunca bati na minha ex-mulher como me acusou no

processo que abriu contra mim com base na Lei Maria da Penha.

Pois bem leitor (a). Espero ter contribuído para melhor

compreensão destes dois temas: memória e as emoções. Cuide das

suas.

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Morri e voltei para contar como é Página 124

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

A força negativa

“A vida é uma escola e o mundo é o professor.” Os versos

são de um repente nordestino cantado por Caju e Castanha, que já

citei antes. O mundo é o Criador, não? Tudo o que nele há é provido

por Deus. Nós não criamos nada, apenas forjamos, adaptamos,

modificamos o que Ele nos doa. Aí fica a pergunta: Ele tudo nos doa

para o que? O que Ele quer de nós? Adoração, como dizem alguns?

E Ele faz o que com isto? Deus é vaidoso? Tem necessidade

de criar-nos inferior a Ele só para adorá-lo? Esquisito, não?

Desconfio. O objetivo de nossa criação é ainda um mistério, mas

uma coisa é certa quer Ele quer se doar a nós, Ele se doa o tempo

todo e penso que quer que aprendamos isto. É mais lógico e Deus é

lógico.

Todas as religiões dizem que vamos nos religar a Ele retornar

à casa do pai e que, para isto, temos que estar limpos, puros, sem

máculas. O refrão citado é ótimo, porque é na materialidade que se

dá o processo do nosso aprendizado, o mundo, o Criador, o nosso

professor.

Aceitando a tese, vem outra pergunta: e o que quer o

professor, qual é o seu objetivo final? Qual a maior satisfação de

todo professor? Sua mãe é a sua primeira professora (o mesmo vale

para seu pai). Qual a satisfação dela (e), ao final década ensino? Que

você aprenda, cresça, evolua. Então a fórmula para o aprendizado é

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Morri e voltei para contar como é Página 125

menos importante? Sim, desde que o exame não se dê pela ótica da

materialidade.

É claro que ninguém está defendendo aqui que a mãe (ou o

pai) arrebente seu filho de pancada para que ele aprenda algo e isto é

o que importa. Mas, o pai deve conhecer o filho e orientá-lo como

melhor ele recebe a orientação (por isto as palmadas que minha me

deu foram acertadas kkkkk).

Para mim assim age o Criador. Ele envia-nos emissários para

ensinar o amor. Leia a série de livros Análise da Inteligência de Jesus

Cristo, de Augusto Cury que entenderá o que falo. Ele, através do

Sexto Sentido, se comunica conosco e nos orienta. Quando não

funciona determina a um amigo (a), vizinho (a), até uma pessoa

estranha na rua, para trazer a palavra certa.

E, na maioria das vezes, não atendemos, não aprendemos. Aí,

meu irmão, o pau canta e o sofrimento é certo. Só que, mesmo assim,

é para o nosso bem. Nas redes sociais (especialmente o Facebook) as

pessoas postam frases assim: “quando Deus te tira algo ele não o

está punindo, mas ensinando-o.” Tem mais: “Deus, quanto tira algo

de você é para valorizar o que perdeu e Ele o dará em dobro.”

Estas mensagens estão próximas da história de Jó. Aposto que

a maioria das pessoas que as escrevem esbraveja quando sofrem. E

porque isto acontece? Pelo que sei, hoje, é porque não entendemos o

propósito do Criador e não aceitamos como Ele age sobre nós.

Nós fomos criados para o prazer. Ora se o que sinto não me

dá prazer então eu o rejeito. E se não me dá prazer então não vem de

Deus, Uma conclusão errada. Então vem de quem? De onde? Para

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Morri e voltei para contar como é Página 126

esta resposta criamos, ou criaram para nós, algumas figuras: satanás,

a força negativa etc.

Quando sai do corpo sentia apenas duas energias: a do

Criador e a minha. Ei, e aquele que veio ao seu encontro? Lembra

que eu disse que não dava para defini-lo? É porque era uma projeção

de minhas referências. O Criador se comunica conosco da forma

como aceitamos. Só que, ao final, soube que tudo vinha dEle e era a

forma de comunicação dEle.

Então, você quer dizer que o sofrimento vem dEle? As

guerras, as doenças, os martírios da humanidade? Sim, para mim, o

sofrimento que sentimos é Ele quem proporciona. Ôpa, cadê camisa

de força, o cara endoidou de vez! Um Pai promovendo dor e

sofrimento em seus filhos, em sua criação.

Não. Quem faz isto somos nós, por causa da nossa percepção

da realidade. Ele me ensina e quer que eu aprenda, mas eu não

aprendo pelo amor. Fica para Ele apenas um caminho, o da dor. Se

você concorda, eu disse lá atrás que o objetivo final do professor é o

resultado? Ok? O professor nos envia mensageiros e eles nos

ensinam o amor, a prática do bem. Falam de amar ao próximo como

a nós mesmos. Ok?

E nós aprendemos? Estamos praticando? A cada dia quando

você liga a TV e lê os jornais o que mais tem? O jornal Super, de

BH, é o mais vendido no país. Qual a sua linha editorial: sangue,

futebol e mulher gostosa na capa. Quem define esta linha editorial?

O dono do jornal?

Não, o povo. Primeiro porque proporciona farto material para

ser noticiado e segundo porque prestigia o que é negativo.

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Morri e voltei para contar como é Página 127

Campanhas educativas - Durante o governo Médice (1970) o Brasil

ganhou prêmios internacionais com campanhas de educação para o

trânsito. Lembra-se: Não corra. Não mate. Não morra. Éramos os

campeões mundiais de mortes em acidentes no trânsito. Hoje, 42

anos depois, continuamos os mesmos campões em mortes e milhares

de dólares a menos em investimentos que se tornaram inúteis. E isto

e não é privilégio nosso.

Na Europa a Espanha era a primeira nação em mortes no

trânsito. Na década de 1990 o governo adotou uma legislação rígida.

Se o radar o detectar em alta velocidade numa rodovia espanhola

você paga multa e é preso por até 30 dias, sem habeas corpus. Hoje a

Espanha é um dos países que registra menos acidentes e mortes no

trânsito em toda a Europa.

E vocês acham que com o Criador é diferente?

A realidade do que somos – Eu já citei que Ele nos envia

mensagens por diversos meios, principalmente os que você aceita.

Assim, vamos à análise de um capítulo da série Jornadas nas Estrelas

"The Enemy Within" (O inimigo interior). O título é genial. O nosso

maior inimigo é o inimigo interior.

No episódio o capitão Kirk é dividido em dois. O conflito que

se segue é o da nave ter dois capitães, um bom e outro com

características do que chamamos negativo. O Kirk positivo é

benevolente, passivo, mas não tem iniciativa. O Kirk negativo é

impulsivo, emotivo, provocante e detentor do leme, rege as ações.

A personagem Spock muito bem analisa as duas

personalidades contidas em cada um de nós. Não é interessante? Ele

é uma personagem que não tem emoções. Ele diz assim: A aquilo

que consideramos mal é o que nos impulsiona, nos move. Mas, se

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Morri e voltei para contar como é Página 128

aceito que todos os movimentos são do Criador então não existe o

negativo.

Já falei antes, mas é bom reforçar. O capitão Kirk bonzinho

quase perde o comando da nave. Diz Spock: “o seu lado negativo,

sob controle, é o que o faz forte e único no comando da nave.” (mais

ou menos assim).

Mas, de que me serve analisar isto agora? Porque se Ele tudo

Domina, recompõe tudo no final, então ele move em mim o que sou o

que tenho em mim. O capítulo é tão perfeito nesta análise que, ao

final, o Kirk negativo aceita, de volta, ser parte do positivo. Ele não

tem outra opção.

Fica óbvio que o que chamamos de negativo é utilizado pelo

Criador como instrumento da nossa evolução. Ele quer que eu

cresça, evolua, retorne para Ele. Conceder esta missão a um ser

negativo é inverter tudo, porque afinal terei que considerar que este

ser é que quer o meu bem. Incoerente. Vou dar um exemplo meu.

Inveja – As pessoas e algumas lideranças orientam a gente assim:

não seja invejoso. Isto vai te fazer mal. É a força negativa atuando

em você. Um dos sete pecados capitais.

Eu senti, por muitos anos, inveja da liderança que um grande

amigo exercia sobre um grupo de pessoas de nosso convívio (não

revelo o nome para poupar-lhe). Ao longo de anos de convivência

sentia que era tal sentimento era absurdo. Queria ser como ele, um

líder, mas não desfrutava dos mesmos atributos.

Ficou doido, de novo? Qual o ponto positivo nisto? Primeiro:

o exercício da sinceridade para comigo. Negar o que sinto é mentir

para mim mesmo. Exato. A negação do que e como somos, ou

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Morri e voltei para contar como é Página 129

estamos, é ingenuidade, uma vez que a verdade é uma força divina,

superior.

Por isto, a inveja que sentia foi o melhor instrumento de

minha correção e não as palavras chavões e bonitinhas que ouvia. A

inveja me acionava. Ela me fazia pensar, refletir. Ela me cutucava o

tempo todo e eu, incomodado com aquilo, procurava as razões de sua

existência em mim.

Quando você descobre as origens de algo ruim em você pode

reeditá-lo, como orienta o Cury. O sentimento negativo é

perturbador e nos leva a questionar-nos. Prestar atenção neles é uma

chave que pode levar a solução do problema. Negá-los é mantê-los

em cativeiro, mas a chave deste cativeiro é frágil e você, cedo ou

tarde, pode revelar-se pior do que antes.

O Capitão Kirk negativo que temos em nós é provocador.

Questiona e é questionado. Aguça, pergunta e toda pergunta tem a

missão de encontrar uma resposta. Não disse que as mensagens

corretas estão em todo o lugar o que é preciso é a leitura correta?

Brincam comigo me chamando de doido porque ando pelas

ruas conversando sozinho. Só que, na maioria das vezes, era este tipo

de conversa que tinha, sobre as minhas falhas, a minha negatividade.

Pois bem, somos assim. E como o Criador sabe disto ele usa

o seu Domínio sobre tudo o que há todas as forças e energias, e nos

move através do que somos, do que temos em nós. Por isto, entendo

eu, que todos os movimentos que chamamos de negativo vêm dEle.

São provocados por Ele para que, no final aprendamos que é

o que verdadeiramente importa. Aí, quando você aprende ele

recompõe o que você perdeu ou te dá algo adiante, não vou dizer

melhor, mas que será igualmente bom para você.

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Morri e voltei para contar como é Página 130

Ao Criador importa o resultado – Quem já não ouviu a frase:

“fiquei cego e nada vi. Só vi o que fiz depois que tudo passou?” Para

quem acredita que a outra força ou o satanás pode fazer isto, siga em

frente. Para mim não.

O que importa a quem tudo Domina é o resultado. E Ele tudo

domina, por isto, tudo pode recompor. A história de Jó se não for

entendida assim é mentirosa.

Amigo (a), se eu posso recompor tudo, porque eu tenho o

Domínio sobre tudo, então o que me interessa é o aprendizado: a

eternidade. O sofrimento que você passou em meia hora, um dia,

cinco dias, como foi o meu caso, não é nada se comparado com a

eternidade. A civilização humana, dizem, tem 15 mil anos. O que é

um dia perto de 15 mil anos.

Porque você está ligado no momento? – A gente se liga no

momento e não no resultado. Em todos os casos que já relatei como

jornalista e ouvi de relatos pessoais, as horas de angústia e

sofrimento foram convertidas em felicidade, reconhecimento, futuro

prazer pelo “dever cumprido.”

E as matérias de TV sobre recuperação de presos? Não é legal

ver as pessoas declarando que “comeram o pão que o diabo amassou

na cadeia, mas estão recuperadas e pagaram suas dívidas com a

sociedade.” O que é mais importante? O sofrimento vivido na cadeia

pela pessoa do exemplo acima ou a correção de seu comportamento,

a civilidade?

Agora me diga com toda sinceridade: se você me visse assim,

um homem, aos 51 anos de idade, chorando dia e noite pelos erros

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Morri e voltei para contar como é Página 131

que cometeu, não daria vontade de me dar uns tapas? Balançou a

cabeça dizendo sim, hem?! Então, foi o que Ele fez.

Falando de mim (Falo de mim para não falar dos outros). Quando

concluía este livro, no mês de abril me arvorei a sabedor, me exaltei.

Pensei estar preparado para levá-lo a público e debater tais ideias.

Um dia algumas coincidências (que não existem) acontecem.

Recebo uma mensagem no meu email informando que uma pessoa

tinha criado uma página no Facebook. Olha, já começa por aí. Você

recebe mensagem todo dia informando quem está abrindo página em

rede social? Meu imaginário me disse que era um “sinal.”

Passei a abrir esta página todos os dias e conclui tudo errado.

Respondendo a um processo com base na Lei Maria da Penha, pensei

ter sido vítima de uma trama: fantasiei. Passei a agir de forma

desenfreada, pensando estar me defendendo. Destilei raiva, ódio,

mágoa, rancor, desespero, ciúmes etc.

Mandei cartas, publiquei coisas na internet, e enviei

mensagens. Três dias de ações ininterruptas. Um amigo me alertou e

fui grosso com ele ao telefone (olha o Criador enviando auxílio).

Todo cheio de razões fui e fiz o que fiz.

De madrugada, após o terceiro dia a ficha caiu e disparei

mensagens pedindo perdão e me desculpando. Passei dois dias

andando pelo bairro onde moro desorientado. Emagreci cinco quilos

e meio em cinco dias (não receito esta dieta pra ninguém. kkkkkkk).

O sofrimento comeu solto.

Alguns podem definir que o satanás e/ou a força negativa

tinham me induzido aos atos que pratiquei. Besteira. Foi uma força

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Morri e voltei para contar como é Página 132

negativa sim. Mas estava em mim, acionada para a minha evolução,

para o meu aprendizado.

Sim. Digo sem receio das críticas. Só existimos Eu e o

Criador na minha existência, assim como na sua. Fui cegado e, pelo

erro, senti como deve ser e como devo agir (ou como não se deve

agir nunca). Entende agora o objetivo final do professor. Vê como

ele é mais importante?

Eu, ao longo da vida, recebi todos os ensinos que um homem

pode e precisa receber no limite de minhas compreensões. Conheci

por uma vizinha a história de amor da São Francisco de Assis.

Acessei as obras de Augusto Cury, de Louis Hay, Sogyal Rinpoche,

Deepack Choppra e mais ainda com o trabalho de raizeiro.

E o que fiz com tudo isto?! Durante algum tempo evolui o

meu aprendizado, mas a teimosia era mais forte do que todos os

aconselhamentos e ensinos. Adelcia, uma amiga, disse-me uma vez:

“O que acontece com você? Inteligente você é. Porque não se

controla e faz a coisa certa” Tinha inteligência racional, mas a

emocional era zero.

Aí vem o Criador e me dá logo uma “porrada.” Agora terei

que passar por medidas de correção porque meus atos foram

relatados à Justiça dentro do processo que respondo e o juiz não vai

perdoar tamanha besteira (O MP já não perdoou).

No meu caso, eu aprendi e me vi. Acordei. Minha ficha caiu.

Desde este episódio que durmo bem e expurguei o que mais acabou

comigo em 2011: a autocomiseração. Ao invés de levantar a cabeça,

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Morri e voltei para contar como é Página 133

sacudir a poeira e dar a volta cima, resgatar-me, fiquei chorando as

perdas que tive.

Comendo a própria carne – Uma frase me acordou: “você está

comendo a própria carne.” É a mesma coisa que autocomiseração,

mas faz um efeito diferente na gente. Parei de comer a própria carne

e resolvi registrar isto nestes relatos, modificando até os rumos deste

livro. Achei necessário, apesar de muito devassar a minha.

Eu disse que me vi com o episódio. O orgulho ferido,

arrogância, ciúmes, inveja, mágoa, ira e rancor. Tudo isto?! Sim. E

porque foi importante eu ver isto? Porque se não aprendemos como

somos não chegamos à correção. O mal e se revela em nós.

Agora digo assim: amigo (a) o que acontece a você faz o

efeito de espelho. Quando bater o ódio por alguém, pare, estude a si

mesmo. Reverta-o a você. Vai aqui uma frase de um guru indiano:

odiar alguém é o mesmo que você beber veneno e querer que ele

morra.

Os sentimentos negativos são produzidos por nós. Estão em

nós. Lembra-se do episódio do meu “julgamento.” Só eu posso

julgar-me e sentenciar-me, porque só eu produzo tudo o que há em

mim, seja bom ou ruim.

E o que o Criador faz? Ele tem o Domínio e por isto aflora

em mim o que tenho. A gente explode de emoções desenfreadas e

age. É por isto que o livre arbítrio não existe. O Domínio do Criador

é tudo pelo Reino do Sentir. Até seus pensamentos são emanados

dEle. Somos apenas marionetes no jogo da existência.

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Morri e voltei para contar como é Página 134

Assim Ele mexe com a gente e faz a gente se ver. Eu estava

recheado de ciúmes, mágoas, rancor, raiva, então como poderia ser

diferente. O que Ele promoveria em mim do mais puro amor se eu

não o tinha para oferecer.

A vergonha - Eu tenho o Criador em mim por sua doação, sou a

gota de azougue. E tenho o satanás, a força negativa por

“vergonha,” por opção. Isto mesmo. A “vergonha” diante da

incompreensão de seus atos me distanciou dEle e de suas ações em

mim. Mas, suas leis é que me fazem agir e pensar assim, e o

resultado é devastador, negativo, que gera doença, sofrimentos etc.

Pensam que vamos resolver isto com frases feitas, chavões?

Não é produtivo. Ficaremos como enceradeira, rodando no mesmo

lugar. Há uma força que nos faz desejar tudo para nós mesmos e ela

é utilizada para que nos vejamos.

O meu espelho é o outro - Ei, sabe quem pode me ajudar? Você?

Sim, o outro, o irmão é por isto que somos sociáveis. Fomos criados

assim. Eu preciso de você para me ver e você de mim.

No caso revelado por mim, quem me fez ver quem eu sou:

ela. Depois deste episódio entendi a frase dita por meu amigo

Nelson: ela é o melhor presente que Deus te deu. Ela me provocava

ciúmes, desejo de controle e poder, revelava a minha insegurança etc.

Como não sabia fazer a leitura correta, sofria.

Platão estava certo com a sua teoria da caverna. O outro (o

irmão, o amigo, o pai, a mãe, a professora, os políticos, as

celebridades, etc) é quem nos mostrar quem e como somos.

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Morri e voltei para contar como é Página 135

Cada pessoa constrói a própria percepção da realidade e o

Criador sabe disto. Muitos já sabem do que falo. Outros terão que

passar pelo passei. Aliás, isto acontece todos os dias. Você, leitor (a)

passa por algum tipo de sofrimento? Qual a leitura que faz?

Reconhece-se no episódio? E mais, entende porque errou?

Se você não consegue isto, então fatalmente encontrará uma

resposta fora, do tipo satanás ou a força negativa.

O domínio do Criador, de novo - O que interessa é o resultado. O

que passei mostrou-me como domina o Criador. Somos cegados em

nossas ações e quando acordamos nos sentimos mais, nos

conhecemos melhor.

Pois bem fui eu quem fez o que fiz e vou responder

judicialmente. Assim digo que o resultado é o que me interessa. Pago

por meus erros com a boca mais doce deste mundo. Prefiro ter errado

e aprendido a manter-me no engano.

Foi uma força negativa sim que me fez agir como agi, mas

que está em mim e conhecendo-a posso eliminá-la. Ah, que delícia!

Agora começo, na prática, a engatinhar na sabedoria que Sócrates

deixou-nos há mais de três mil anos: “conheça-te a ti mesmo.”

Hoje, estou em paz. Deixei de comer a própria carne e retirei

de mim os flagelos do complexo de culpa que me atormentavam.

Colho o fruto do Domínio do Criador sobre mim. Ele não me fez

nenhum mal e nem me fez fazer nenhum mal. Suas leis imutáveis

acionaram em mim o que sou e o que de pior tenho (melhor, tinha)

em mim.

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Morri e voltei para contar como é Página 136

A reação ao teste é o que importa. Caiu a ficha e pedi perdão

a quem foi atingido com o que fiz. Ele acionou o que de ruim há

(havia) em mim porque sabe com sou. Ele confiou que eu veria tudo

no final, que evoluiria. Agora sei que não sou o “o coco do cavalo do

bandido” que pensava ser. Ele confiou em mim e isto, como na

propaganda, “não tem preço.”

Ei, a força negativa pode fazer isto? Ela teria este interesse?

Ela poderia me recompor, como estou? Se sua essência é me

prejudicar, como poderia resultar em mim algo tão bom? Ah, mas ela

prejudica e o Criador te reconstitui. Que sacana hem?! Ele Deus pai

todo poderoso, nos cria frágil e alguém para nos sacanear e depois

vem para nos salvar. E mais, ainda temos que implorar por isto,

como dizem os evangélicos e católicos radicais.

Este Deus eu não sigo. O meu é puro amor em doação

incondicional. Se sofrer é porque crio o sofrimento, uma vez que

não entendo como Ele age. E mesmo assim, é assim que Ele quer,

foi assim que me criou. Este é o seu propósito. Por isto que ao sair

do corpo senti o seu amparo, o seu bálsamo. Ele é tudo e tudo finda

nele. E na materialidade o tudo sou eu e tudo passa por mim, sob o

seu Domínio. Isto para mim é conclusivo.

Somos egoístas - Sou egoísta sim e isto não é bom nem mau, apenas

é. E você também o é, e vou provar que todos são. E saber que sou

egoísta já é uma grande vantagem. Você já percebeu que todas as

suas ações lhe dão prazer? Na rua uma pessoa pede orientação de

como encontrar um endereço. Você para, mostra e segue o seu

caminho.

Notou que você sentiu um enorme prazer neste ato?

Rejubilou-se com a ação de ajudar uma pessoa. Sentiu aquele frio na

barriga de satisfação. É isto. Ah, mas isto não é egoísmo, afinal eu

ajudei a alguém? Se me perguntou, mentalmente, é porque está com

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Morri e voltei para contar como é Página 137

o entendimento errado da palavra egoísmo (ah a intelectualidade

bagunça tudo).

Dizem que egoísmo é a ação de uma pessoa para beneficiar a

si própria. Como só existem duas grandes forças no universo: o

desejo de doar, Deus, e o desejo de receber, nós, tudo nos retorna em

forma de prazer. É assim o tempo todo. Agora, o dia que você fizer

algo por alguém e não sentir prazer nenhum nisto, volte a falar

comigo, tá!

Ah, ligue-me de novo quando você der um presente ao seu

filho, namorada, mãe, pai e nada sentir, prazer nenhum. A sua

escolha sempre lhe dá prazer. Estou esperando a ligação de quem me

provar o contrário.

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Morri e voltei para contar como é Página 138

No Reino do Sentir

O PULSAR DO MEU CORAÇÃO

A nossa forma

Acredito que todo espiritualista deve se perguntar: qual é a

forma do espírito? Por onde passei esta pergunta era recorrente. Toda

vez que conto a minha história alguém pergunta e como é o espírito,

a sua forma, cor etc.

Este tema para mim, hoje, não tem tanta importância. Outra

coisa que já respondo: eu não via mãe de ninguém e isto não existe.

Quem desencarnou encontra-se com a energia divina e espera o seu

retorno, amparado pelo Pulsar do Criador. É só.

Do que senti fora do corpo sei que tudo tem uma tradução do

Mundo Espiritual para a materialidade, uma equivalência de forma

em essência e energia. A forma pertence apenas à materialidade.

Fora do corpo tudo é e energia e luz. Uma só energia, a dEle.

Com a compreensão do que escrevi acima já respondi parte

da pergunta. A gota de azougue é uma parte do Criador e Ele é pura

energia, então também o somos energia e luz. E na matéria? A

explicação que encontrei não fala, propriamente, de uma forma para

o espírito.

Com isto eu não compreendo alguns escritos de Chico Xavier

e outros espíritas. Eles projetam a materialidade na espiritualidade,

transmitindo concepções de nossa percepção material para o Mundo

Espiritual. Suas orientações básicas nos são benéficas, mas poderiam

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Morri e voltei para contar como é Página 139

nos ajudar mais se mostrassem o Mundo Espiritual como ele

realmente é.

Tentarei traduzir o que senti fora do corpo para o

correspondente na materialidade. Primeiro: é preciso algo que

permita a livre transmissão das energias. Fora do corpo tudo é uma

energia só, límpida, fluídica e evoluída.

Na materialidade as energias são condensadas, então preciso

de espaço livre para a sua transmissão de um corpo a outro, de um

objeto a outro. Quem proporciona isto? O oxigênio.

A importância do oxigênio para o corpo humano – Além da

memória, como explicamos antes, o oxigênio está presente em todos

os aspectos da existência humana. Toda a essência da nossa

existência materializada passa por ele.

Aprendemos que não há vida sem água. Perfeito. Nós e o

planeta Terra somos compostos de 73% de água. Existem alimentos

que chegam a ter 98% de água em sua composição. Mas o que é

água? Qual a sua fórmula? H2O.

Duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio que unidas

existem em estado liquido. O hidrogênio é energia pura e o oxigênio

é que nos sustenta na combustão e tudo o mais.

Raizeiros – Os raizeiros sabem como trabalhar o oxigênio em

tratamentos. Todas as fórmulas de garrafadas que aprendi contem

plantas depurativas do sangue. O segredo é: Duas ou três (até mais)

plantas anti-inflamatórias combinadas com uma planta depurativa do

sangue. A melhor delas, para mim, é o nosso chapéu-de-couro.

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Morri e voltei para contar como é Página 140

Qual a explicação para esta fórmula? As plantas consideradas

anti-inflamatórias nada mais são que vitaminas para os anticorpos, os

agentes que combatem os causadores das doenças. Qual a diferença

entre o que propõe a ciência alopática e a natural?

O cientista pesquisa uma droga (daí o nome drogaria) para

matar o que está te matando. A maior parte das doenças é provocada

por agentes externos que prejudicam o corpo: vírus, bactérias,

germes, protozoários etc. Assim, você ingere um “veneno ou droga”

para matar o agente (que é um ser vivo) que provoca a doença.

E o que propõe o natural?! Você nasceu com suas defesas. O

corpo humano é perfeito (imperfeito é o recheio kkkkkk). Ele contém

todo o sistema de defesa necessário a combater qualquer doença

(vejam os índios em equilíbrio com a natureza).

Mas você o desequilibrou, o enfraqueceu. O tratamento

natural é nada mais nada menos que vitaminas, sais minerais e a

purificação do sangue para que os seus anticorpos possam combater,

melhor dizendo, expulsar o que está te matando. E o que tudo isto

tem a ver com o que estávamos falando antes?!

É que, na cura do homem, para uma saúde perfeita, é preciso

purificar seu sangue, oxigená-lo. A boa oxigenação do sangue

melhora o transporte dos princípios anti-inflamatórios até as células e

fortalece os anticorpos, alimenta-os, e estes combatem o agressor.

Em Porto Velho alguns homens me procuravam com

problemas de ereção e pediam as famosas garrafadas de Catuaba,

Marapuama, Guaraná etc. Às vezes eu cometia uma “mentira

branca.” Fazia a garrafadas apenas com depurativos do sangue e

dizia que tinham todas aquelas plantas. O que interessa é que fazia

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efeito, porque “o cabra” precisava era limpar o sangue para retomar

e/ou manter a ereção. Cara, mas o que isto tem a ver com a forma do

espírito?

O oxigênio limpo representa quase todas as boas expressões

do homem. A pessoa fica mais feliz, a sexualidade melhora e a

memória fica intacta.

O que pode habitar um corpo materializado, fechado e denso,

transitar e transmitir por todo ele registrando tudo e ofertando saúde?

Não poderia nunca ser uma energia densa, porque dois corpos não

podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.

Entre outras conclusões, pergunto amigo leitor: o que pode

transmitir-nos todas as emoções, memórias e informações

armazenadas em sua vida? O oxigênio.

Qual elemento nos proporciona alegria, prazer, vitalidade

para uma vida saudável? O oxigênio. De qual elemento dependemos

para combater uma doença? Que deve estar limpo dentro de nós, sem

radicais livres, para que possamos nos manter jovens e saudáveis? O

oxigênio. Qual é o elemento de combustão da vida? O oxigênio.

Explicando melhor - Em seu corpo existem duas formas de transitar

o oxigênio. Através da água, via corrente sanguinea, que vai ao

cérebro, coração e todos os órgãos (75% do total). A outra via é a

respiratória (25%). Quem também tem sua função junto ao cérebro,

mas sua principal ação é a combustão nos pulmões. Exato.

A sua energia propulsora, amigo, é a combustão, a mesma

que move o carro, que foi criado com base no funcionamento do

corpo humano. Quer dizer, o oxigênio tem função primordial em

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Morri e voltei para contar como é Página 142

tudo. Ele faz de tudo em nós. Todos os alimentos que ingerimos têm

água para trazer até nós o oxigênio.

A expressão máquina humana é comumente usada pela

imprensa, porque somos uma máquina. Consumimos e emanamos

energias. Depositamos em nossa própria atmosfera o gás carbônico

que é resultado de nossa respiração e do processo de combustão que

promovemos em nossos pulmões. Nossa energia motora é a

combustão.

Somos como um carro. O combustível é para a energia de

combustão, queimada no interior do motor e que faz o carro andar.

Mas não adianta o carro está com o tanque cheio se não tiver energia

elétrica para acionar o motor. Você é a assim.

Então, amigo leitor, esta é a minha conclusão - A forma do

espírito, a sua essência na materialidade, é o oxigênio, em estado

gasoso. É por isto que está dito na Bíblia e “Deus deu-lhe o sopro da

vida.” Nos ensinos hindus temos que no início “de tudo as águas se

movimentaram no mundo espiritual para realizar, pela vontade de

Khrisna, a criação.”

O oxigênio está em todo o lugar. Ele está nas plantas, na

forma da água. Ele é o que promove a combustão, portanto está

presente no quarto elemento, o fogo, o mais transformador de todos

os elementos. Todas as “revoluções” científicas humanas só foram e

ainda são possíveis graças ao fogo.

Tudo o que se relaciona a humanidade, sua evolução, sua

constituição física, biológica, existência, prazer, reflexão, projeção,

tranquilidade, calma, orgasmo, inteligência, a memória humana entre

outros da lista, está ligado ao oxigênio.

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Morri e voltei para contar como é Página 143

Filósofos e esotéricos já disseram que somos uno com Deus.

Se isto é verdade é preciso, na materialidade, explicar como e através

de que? O único elemento uno em todos os aspectos da materialidade

é o oxigênio. Está em todos os alimentos na fórmula da água (H2O).

É fonte vital da vida. É o elemento propulsor da energia de

combustão, que impulsiona nossas atividades físicas e biológicas na

materialidade. É um elemento capaz de permitir a transmissão de

energias entre as pessoas e os seres.

Através deles se processam o som, a transmissão de ondas, a

luz do sol, fonte de energia, calor e transformações. A luz solar

quando promove a fotossínteses o resultado é o ar, O2. E assim por

diante. Pode até não ser em forma, como concebemos as coisas, mas

a ligação do espírito na materialidade com o Mundo Espiritual, de

onde procedem todas as coisas, se dá pelo oxigênio.

Em resumo, você é, na matéria, o estado gasoso do oxigênio

que, através de uma fabulosa mecânica de uso da energia

eletromagnética, é capaz de fazer tudo o que faz: pensar, emocionar-

se, sentir-se, ter prazer, movimentar-se e, entre outras tarefas, ainda

receber e transmitir tudo ao grande Pulsar da Existência ao qual

chamamos de Deus e/ou Criador.

Foi a esta conclusão que cheguei. Como dizem alguns: esta é

a minha compreensão. Abro-me a outras percepções.

Conclusão

Para tudo isto que disse neste livro? Não há. A única coisa

que garanto é que não há mentiras. Fui levado a sentir o que senti e

relato às pessoas. Quem me conhece sabe que sempre defendi minhas

ideias com veemência, às vezes confundida com arrogância e

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ignorância. É o meu jeito de ser. Errei na dose, às vezes, e não passei

o conteúdo da forma correta, mas o conteúdo era correto em sua

maioria.

Eu acredito que cada ser humano tem um jeito próprio de

alcançar o propósito do Criador. É o pequeno espaço que temos para

a decisão que pode nos mudar. Eu sofri muito para chegar até aqui e

só espero ter aprendido o suficiente para não ter que sofrer mais para

avançar. Espero que, com os meus relatos, eu ajude pessoas a não

sofrer o que sofri para aprender.

Está vendo a foto acima. É isto. Somos uma engrenagem e só

vamos sair desta se aprendermos isto. Aliás, tenho uma boa notícia

para você: mesmo que não queira, é assim que você vai e precisa do

outro para ir. Mas que vai, vai. Não adianta não querer ir.

Se não acredita no que falo, ótimo, vamos ao debate de ideias.

Apenas não desperdice a oportunidade de, com o outro, aprender. Eu

sempre doei meus livros. O livro é um condutor de ideias, não um

objeto para se apegar. Estarei pronto para confrontar as ideias e

experiências que apresento. Nada está acabado. Tudo está em

construção. Freud abriu o conhecimento da psicanálise, veio o Cury e

avançou, amanhã será outro e a formulação de teorias vai continuar.

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Morri e voltei para contar como é Página 145

Agradeço a sua atenção. A única coisa que Sócrates errou foi

em dizer: “só sei que nada sei.” Se o Criador me ensina e nada

aprendo alguém está incompetente nesta história.

Prefiro dizer: “hoje eu sei que sou uma rabetinha no meio do

imenso oceano que é o Domínio do Criador e me esforço para

conduzir o barco na linha do meio.”

Um abraço.

Herivelton Moreira, Belo Horizonte, maio de 2012

[email protected]. (Espero você para continuar o debate)

Citações bibliográficas:

Augusto Cury, Livro: Inteligência Multifocal, Análise da Construção

dos Pensamentos e da Formatação de Pensadores Editora Cultrix

(1999).

A Origem da Família e da Propriedade Privada, de Friedrich Engels,

obra de Publicada em 1884, na Alemanha.

As Sete Leis Espirituais do Sucesso do médico e guru indiano Deepak

Chopra, lançado em 1994 nos Estados Unidos.

Gênesis ou Génesis (do grego Γένεσις, "origem", "nascimento", "criação")

é o primeiro livro tanto da Bíblia Hebraica como da Bíblia cristã, antecede

o Livro do Êxodo. Faz parte do Pentateuco e da Torá, os cinco primeiros

livros bíblicos. Gênesis (do grego Γένεσις, "nascimento", "origem") é o

nome dado pela Septuaginta ao primeiro destes livros, ao passo que seu

título hebraico Bereshit ( , B'reishit, "No princípio" é tirado da

primeira palavra a sua sentença inicial.

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Morri e voltei para contar como é Página 146

Raul Seixas, música Meu Amigo Pedro – refrão “tudo acaba aonde

começou.”

"The Enemy Within" – O inimigo Interior- 5º episódio da primeira

temporada da série Jornadas nas Estrelas.

O Livro do Viver e do Morrer, de Sogyal Rinpoche – Editora Palas

Athena

Editora:

Registro número:

Série: