EUCLIDES NETO RETRATO - UFBA

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Coleção Pequenas Obras Primas 3 RETRATO DE GENERAL e-book.br EDITORA UNIVERSITÁRIA DO LIVRO DIGITAL EUCLIDES NETO RETRATO DE GENERAL

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Coleção Pequenas Obras Primas 3

RETRATODE GENERAL

e-book.brEDITORA UNIVERSITÁRIA

DO LIVRO DIGITAL

EUCLIDES NETO

RETRATODE GENERAL

A COLEÇÃO PEQUENAS

OBRAS PRIMAS foi conce-bida para selecionar tex-tos brasileiros e estrangei-ros da mais alta qualidade;capazes de despertar eprender a atenção dos lei-tores que apreciam a sim-plicidade de uma históriabem contada e sobretudobem escrita.

Como são escolhidasnarrativas curtas, em pou-cas páginas e breves mi-nutos o leitor sairá dessemundo fantástico com acerteza de ter desfrutadode um dos momentos es-senciais da literatura, atra-vés de um livro pequenono tamanho mas de excep-cional grandeza na quali-dade.

Como se vê, o objetivoaqui visado é contribuirpara o prazer do hábito deleitura, num momento deexpansão dos meios decomunicação multivisuais.

Euclides Neto

e-book.brEDITORA UNIVERSITÁRIA

DO LIVRO DIGITAL

(Conto)Seleção, organização e notas

de Cid Seixas

RETRATO

GENERALDE

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| EU CL I DE S N E T O |

ColeçãoPequenas Obras Primas

CONSELHO EDITORIAL:Alana El Fahl (UEFS)

Cid Seixas (UFBA | UEFS)Denise Teixeira (LITERA)

Gildeci de Oliveira Leite (UNEB)Itana Nogueira Nunes (UNEB)

Copyright 2018 Euclides NetoTipologia Original Garamond, 15

Formato 12 x 20 cm.Número de Páginas: 26

Endereços deste e-book:www.e-book.uefs.br/euclides_neto

www.linguagens.ufba.brhttp://literaturanabahia.blogspot.com

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| HISTÓRIA DE CAÇADOR || RETRATO DE GEN ERAL |

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SUMÁRIO

Livros de Euclides Neto,página 6

Retrato de General,página 7

Obras Primas,página 21

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1 Berimbau (1946)2 Vida Morta (1947)3 Os Magros (1961)4 O Patrão (1978)5 Comercinho do Poço Fundo (1979)6 Os Genros (1981)7 64: Um Prefeito, a Revolução e os Jumentos (1983)8 Machombongo (1986)9 O Menino Traquino (1994)10 A Enxada (1996)11 Dicionareco das Roças de Cacau e Arredores (1997)12 Trilhas da Reforma Agrária (1999)13 O Tempo é Chegado (2001)

E-BOOKS

14 A última Caçada (2017)15 O Advogado e o Burro Ladrão (2017)16 Cinco Histórias da Roça (2017)17 O bocado não é para quem faz (2017)18 História de Caçador (2018)19 Retrato de General (2018)

LIVROS IMPRESSOS

LIVROS DE EUCLIDES NETO

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Saiu da cidade de Beira Rio aindarapaz moderno. Sonhava com hori-zontes de astronauta. O destino lhereservava um futuro que ali não reali-zaria.

Partiu, deixando as lágrimas dosparentes, da pobre mãe viúva, que nãosuportaria a separação, sobretudo sa-bendo que o filho abraçaria a vocaçãodas armas, sujeito aos riscos dos cam-pos de batalha. Ninguém segurou oafoito Hermógenes – afoito e deter-

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minado. Mas era o destino, o chama-do imperioso da Pátria, mais forte quequalquer outro sentimento.

Quando chegou a São Paulo, alis-tou-se. Tinha porte suficiente e atédesenvoltura para cumprir a nobili-tante tarefa.

Passaram-se anos. Cartas vasquei-ras para a família, que só faziamarroxear as saudades e o desejo derevê-lo, contando o sucesso nas trin-cheiras, com vitórias sempre minuci-osamente descritas. Se mais não es-crevia, justificava-se: era devido àconstante remoção para frentes deoperações, cada vez mais distantes eperigosas. A velha mãe orgulhosa dofilho, que se celebrizava. Graças aDeus viveu ela o suficiente para vê-loretornar coberto de glórias.

A prova do sucesso ali, no retratoque trouxera, mostrado na molduradoirada e oval, medindo, sem exage-

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ro, quatro palmos de comprimento etrês de largura. O troféu tomou ime-diatamente lugar de destaque na salade visitas, bem no centro, entre osavós enterrados lá fora, numa fazen-da chamada Jenipapo. Até uma belaimagem do Senhor do Bonfim foideslocada do seu aposento para agasa-lhar o ora vizinho de parede, em toda asua pompa, honrando o espaço.

A cidade, que deixara acanhada,duas ou três ruas compridas, beiran-do ou paralelas ao rio de Contas, cres-cera: novos bairros, casas comerciaise bancos, clubes, antes inexistentes.Também ele mudara: encorpou, maiscorado, nariz forte de boxeador. Comorelíquia dos campos de batalha, umacicatriz na sobrancelha esquerda eoutra, bem mais funda, na queixada.Orgulho de um militar que arriscaraa própria vida em defesa da pátriaestremecida.

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O retrato não era uma fotografiacomum. Vestia-se com farda de gala,botões rebrilhantes que se encarreira-vam do gogó às partes baixas do pen-te. Olhar de Napoleão montado àfrente das tropas vitoriosas. Os alama-res combinavam com os botões. Nagola, os ramalhetes também de ouro.Caindo dos ombros para os braços,os trancelins vermelhos. Não levavaquepe. Mostrava um cabelo reparti-do e engomado. E o bigodinho emlinha.

Como todo guerreiro que volta àcasa materna, desfiava as lutas, o ma-traquear das metralhadoras, os atos debravura. Tudo confirmado pelas me-dalhas que se dependuravam do pei-to – de todos os tamanhos e cores.

Retrato de general. Só podia ser.Quem visitava a família, era logo

conduzido à sala e ouvia os relatos dosfeitos consagradores. Como quem

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conta um caso aumenta um tanto, afama de Hermógenes foi crescendo,disparou nos lábios de quem os recon-tava. Houve homenagens, almoços,discursos inflamados no Rotary, glo-rificando o filho da terra, orgulho dasua história. Um vereador entusias-mado sapecou o projeto do seu nomeem logradouro público, que começouem beco General Hermógenes, e pas-sou a praça de muito destaque na ci-dade. Escolas também foram batiza-das. Se aparecia autoridade de fora, ouaconteciam reuniões de mesas flori-das, o ilustre homem era o primeiro aser chamado para compô-las. E nãoera esse negócio de ser incluído nobolo de autoridades representadas,civis, militares e eclesiásticas. Nunca.O nome era citado com a cadência esonoridade da sua magnitude, comadjetivos coloridos. Houve até quemo convidasse à mesa com um honro-

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so: Magnífico Hermógenes CaldasValverde. Esse negócio de general fi-cara pouco.

Nessas ocasiões trovejavam as pal-mas, quase sempre de pé. Garboso, láse ia a figura tomar assento à mesa, aolado do presidente, quando não osubstituía, em subida honra.

Conquanto a cidade tenha cresci-do, entrava agora na dura dificuldadedo sol, das doenças do cacaueiro, dosfazendeiros nas teias dos débitos. Ograduado militar aumentava mais o seuprestígio pela decadência reinante.

Terra dos genros, dos ricos e afa-mados casamentos, automóveis deluxo, dos aviões para visitar as pro-priedades agrícolas (nem se chamavammais fazendas), tudo parecia um tem-po vencido, como sempre acontece nadecadência das nobrezas.

Com a chegada da quase miséria,os genros foram largando as filhas dos

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cacauicultores (nome também inven-tado, para indicar os nababos). Res-taram os netos dos desenlaces. Mui-tas mulheres, retomando do Rio deJaneiro ou de Salvador, sobravam,atrás de novo casamento ou mesmode aventuras amorosas, já que a carnegania. Decaídas, nem tanto. Invés decontas bancárias rechonchudas passa-ram a minguados reais conseguidoscom a venda de joias, mobília e o quemais pudessem passar adiante. Comonão mais podiam comprar roupa, mes-mo as singelas, era comum vê-las depaetês e sedas finas, nas reuniões dacooperativa dos cacauicultores, tam-bém falida, usando os vestidos de gri-fe, usados nos salões da Corte. Algu-mas até sofriam a humilhação de tra-balhar para sobreviver. Os maridos,rapagões de cabeleira pintando a ida-de, desapareceram, sem nenhuma con-dição de dar mesada à mulher e filhos.

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Se eles viveram até ali dos cheques dosogro, como poderiam tê-los agoraquando as estufas e barcaças estavamvazias? Queriam se ver livres do far-do incômodo das esposas já envelhe-cidas e, sobretudo, pobres.

Sobrava, portanto, mulher larga-da. Algumas ainda aproveitáveis, masmachucadas pelos desregramentos dacidade grande. Como viver como seviúvas fossem, algumas até honesta-mente, mas ainda apaixonadas, saudo-sas, minando as lágrimas? Outras,logo tiravam o luto e caíam na gandaia,conseguindo horas extras no colchãodos rufiões.

No entanto, o que nos interessa éo brioso Hermógenes. Voltara comos cinquenta anos, cabelos já alvaçãos.Seu nariz de lutador de boxe e a com-petente barriguinha de militar descan-sado atraíam a cobiça das mulheresdos genros.

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Até que se aproximara de uma de-las. Queria construir um lar. Em SãoPaulo, justiça se lhe faça, não era mui-to de procurar as sirigaitas, conquan-to algumas tenham passado pelas suasaventuras na cama.

Agora, não. Seu nome famoso co-brava casa, esposa e filhos. Daí as mu-lheres largadas, pencas delas, apaixo-nadas pelos seus galões. Uma maispoética tentou conquistá-lo lembran-do que a natureza enfeitava os pavões,galos e aves machos, para atrair as fê-meas. Estava deslumbrada com o mi-litar coberto de glórias e medalhas.Chegou a se instalar uma discretaguerra fria entre o mulherio, cada umadisputando mais o oficial. E ele, so-branceiro, altivo, não se deixava levarpelas doidivanas passadas pelo cabo damula ruça. Recusava-as com desdém,ainda que delicadamente, como man-dava a boa educação. Despeitadas, che-

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garam a levantar suspeitas pela integri-dade masculina do cobiçado varão. Vin-gança besta, já se vê, de mulher rejeita-da.

Assim não aconteceu com Julieta.Assim, não, minto. Julieta não eramulher largada. Fazia parte de umaninhada de irmãs, ela já na beira dostrinta anos, de beleza indefinida comoessas de pintura moderna, que a gen-te não sabe se é o belo ou borrão detinta. Simpática e prendada, moça debastidor e agulha de crochê na mão acompletar o orçamento domésticocom seus rococós. Longe de ser jane-leira. Tímida, não correspondeu àsinsistências de Hermógenes – era gen-te importante demais para o seu bicode costureira. Mas um dia – tudo temum dia – passou pelo passeio da casadele e olhou para dentro da sala, cujasjanelas se escancaravam para a rua. Láestava o retrato. Irresistível. Foi a per-

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dedeira. Aliás, mulher alguma resisti-ria à farda resplandecente. Era tarde.Ele se lamuriava, queixando-se que ointeresse acontecia pelo seu posto,que as levava a desejá-lo tanto. Nãoexistia amor.

Com Julieta foi diferente. Incen-diou o que se chamava paixão no tem-po que existia tal bobagem. Daí veioo casamento. Festão. Filhos.

Não se sabe bem por que, o tem-po apagou o fogo do amor. Dizia-seque as largadas pelos genros caíam emcima dele com tal fúria que o nobremilitar não tinha como resistir. Maisuma abandonada. Julieta, injuriada, foimorar longe, nos confins do Pará,chamada por um tio. Fugia do ingra-to que lhe dera, não a felicidade, masa desdita de vê-lo atrás dos rabos desaia.

Pena que não se possa narrar osdetalhes dessa longa epopeia, que en-

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cheria um gordo romance de fôlego,lágrimas e aventuras.

Por lá, Julieta, ainda carnuda e su-culenta, conheceu um fazendeiro so-litário, com quem se casou na tinta epapel, ajudada pelo divórcio que dei-xara para trás. Não tivera mais filhos.Os de Hermógenes cresciam, foramà escola, frequentaram a Universida-de em Belém e se formaram, adotadospelo padrasto.

Um dos rapazes, médico psiquia-tra, sofria da síndrome de quem nãoconhecia o pai e o procurava. Aindamenino, perguntava insistentementeonde ele estava. Com o tempo, engo-liu a desilusão de encontrá-lo. Nemuma fotografia, um objeto que o lem-brasse. Julieta não guardara nada.Cortara a decepção pela cepa. Hones-tamente dizia, sem maiores explica-ções, que não valia a pena conhecer o

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pai, já que agora, sim, agora tinhaquem verdadeiramente cuidava deles.

Mesmo assim, o psiquiatra escre-via para Beira Rio, procurando des-vendar seu mistério maior e pedia umalembrança, qualquer coisa que lhedesse a presença material do progeni-tor.

O tio mandou-lhe o retrato degeneral, em toda a sua pompa. Nadamais significativo. Infelizmente de-morou de chegar. Quando o psiquia-tra o recebeu, tinha descoberto nassuas buscas ansiosas, já fazendo maljuízo da própria mãe, toda a verdadesobre Hermógenes. A moldura com-provava tudo. Nos arquivos da Polí-cia Montada de São Paulo constava onome de um soldado, de nomeHermógenes Pereira Gonzaga, natu-ral de Beira Rio, expulso da corpo-ração por desvio de conduta. E asmedalhas no peito? Bem, todos sabem

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que existem nos estúdios dos retra-tistas, desde o cavalinho de madeirapara os meninos tirarem retratos ves-tidos de caubói, até fardas com me-dalhas para os vaidosos que preten-dam ser promovidos, com os galões einsígnias ao gosto do freguês.

Triste sina de um garboso retratode general: virou labaredas.

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A Coleção PEQUENAS OBRAS

PRIMAS foi concebida para publicar eme-books – que mais se assemelham, pelareduzida dimensão, a simples folhe-tos – textos brasileiros e estrangeirosda mais alta qualidade. Obras capazes,portanto, de despertar e prender aatenção dos leitores que apreciam asimplicidade de uma história bemcontada e, sobretudo, bem escrita.

A arte da leitura, hoje em evidentedeclínio, por reservar ao leitor o pa-

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pel de sujeito consciente e senhor dedestinos, é o ponto de chegada.

Veja-se que, diferentemente domero expectador da televisão, o lei-tor do bom texto literário é quemconstrói os significados. A aparênciados personagens, seus trajes e trejei-tos não são vistos por entre as pala-vras. Os cenários onde as coisas acon-tecem são também construídos namente de quem lê um livro. Dessemodo, o leitor se distancia do expecta-dor e se torna um artista, um criador,que reinventa o que foi escrito.

Como são escolhidas narrativascurtas para esta Coleção, em poucaspáginas e em breves minutos o leitorsairá deste mundo fantástico com acerteza de ter desfrutado de um dosmomentos essenciais da literatura,através de um livro pequeno no ta-manho mas de excepcional grandezana qualidade.

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O objetivo aqui visado é contri-buir para o prazer do hábito de leitu-ra, num momento de expansão dosmeios de comunicação multivisuais.

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A arte da leitura,hoje em evidente declí-nio, por reservar ao lei-tor o papel de sujeitoconsciente e senhor dedestinos, é o ponto dechegada.

Veja-se que, diferen-temente do mero expec-tador da televisão, o lei-tor do bom texto literá-rio é quem constrói ossignificados. A aparênciados personagens, seustrajes e trejeitos não sãovistos por entre as pala-vras. Os cenários onde ascoisas acontecem sãotambém construídos namente de quem lê um li-vro.

Desse modo, o leitorse distancia do expecta-dor e se torna um artista,um criador, que reinventao que foi escrito.

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DO LIVRO DIGITAL

RETRATODE GENERAL

E as medalhas no peito? Bem, to-dos sabem que existem nos estúdiosdos retratistas, desde o cavalinho demadeira para os meninos tirarem re-tratos vestidos de caubói, até fardascom medalhas para os vaidosos quepretendam ser promovidos, com osgalões e insígnias ao gosto do freguês.

Euclides Neto