EUROP BSIN A M LY OXFORD jornal a saúde nas suas mãos … · talidade infantil e o final da...

16
Angola precisa de mais sangue Uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas. Em Angola, uma taxa de doação de 1% corresponderia a mais de 257 mil dado- res, o que não se verifi- ca. Representaria uma colheita de 700 unida- des de sangue por dia, cerca de 21 mil men- salmente e 258 mil anualmente. “Este é o grande objectivo que perseguimos” , assegu- ra a directora-geral do INS, Antónia Constan- tino, em entrevista ao JS. Conheça o essen- cial deste grande desa- fio e pense no que está ao seu alcance fazer para ajudar a salvar vi- das. As dos outros e – quiçá – a sua própria! |Pag.2,4 e 6 A Clínica Multiperfil vai realizar o 4º Congresso de Ciências da Saúde nos próximos dias 6 a 9 de No- vembro, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda. “Formar e informar na área da saúde, discutir o sector com todos os seus actores, criar oportunida- des de networking e reafir- mar o sucesso das edições anteriores, sempre muito participadas, constituem alguns dos objectivos do evento”, de acordo com o PCA desta prestigiada uni- dade de saúde, Manuel Fi- lipe Dias dos Santos. Os cursos pré-congresso decorrem a 6 e 7 e o Con- gresso, com múltiplos simpósios, e um programa científico de excelência, tem lugar a 8 e 9 de Novem- bro. Em simultâneo, decorre a Expo Multiperfil 2017, nos dias 6 a 9 de Novembro, com a presença dos prin- cipais laboratórios e distri- buidores farmacêuticos, fornecedores de equipa- mento médico-hospitalar e serviços. O Caminho do Bem European Society for Quality Research Lausanne EUROPE BUSINESS ASSEMBLY OXFORD jornal Ano 8 - Nº 80 Abril/Maio 2017 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Na 70ª Assembleia Mundial da Saúde Ministro Luís Gomes Sambo anuncia os progressos registados no domínio da saúde Poliomielite erradicada O ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, no dis- curso que proferiu, em Maio, na 6ª sessão plená- ria da 70ª Assembleia Mundial da Saúde, anun- ciou os progressos registados no país no domí- nio da saúde, nomeadamente no âmbito da erradicação do vírus da poliomielite, a redução significativa da mortalidade materna e da mor- talidade infantil e o final da epidemia de febre- amarela que afectou o país em 2016. O ministro reconheceu, no entanto, que o siste- ma nacional de saúde é desafiado com questões de qualidade de atendimento, eficiência na ges- tão de recursos, capacidade reguladora, protec- ção social e aumento da cobertura em todos os municípios do país. Leia também as declarações do governante na conferência de imprensa no GRECIMA – “Radio- grafia do sector da saúde”. |Pags.3, 8 e 9 Multiperfil realiza o 4º Congresso de Ciências da Saúde em Novembro Óbitos por 1000 nascidos vivos Número de anos Mortalidade infantil reduziu 72% nos últimos 10 anos Esperança de vida aumentou 50 % nos últimos 25 anos 1990 258 2007 158 2017 44 1990 41 2000 49 2016 61 Angola reduz significativamente a mortalidade materna e infantil nos últimos dez anos

Transcript of EUROP BSIN A M LY OXFORD jornal a saúde nas suas mãos … · talidade infantil e o final da...

Angola precisa demais sangue

Uma bolsa de sanguepode salvar até quatrovidas. Em Angola,uma taxa de doação de1% corresponderia amais de 257 mil dado-res, o que não se verifi-ca. Representaria umacolheita de 700 unida-des de sangue por dia,cerca de 21 mil men-salmente e 258 milanualmente. “Este é ogrande objectivo queperseguimos”, assegu-ra a directora-geral doINS, Antónia Constan-tino, em entrevista aoJS. Conheça o essen-cial deste grande desa-fio e pense no que estáao seu alcance fazerpara ajudar a salvar vi-das. As dos outros e –quiçá – a sua própria! |Pag.2,4 e 6

A Clínica Multiperfil vairealizar o 4º Congresso deCiências da Saúde nospróximos dias 6 a 9 de No-vembro, no Centro deConvenções de Talatona,em Luanda. “Formar e informar naárea da saúde, discutir osector com todos os seusactores, criar oportunida-des de networkinge reafir-mar o sucesso das ediçõesanteriores, sempre muitoparticipadas, constituemalguns dos objectivos doevento”, de acordo com oPCA desta prestigiada uni-dade de saúde, Manuel Fi-lipe Dias dos Santos.Os cursos pré-congressodecorrem a 6 e 7 e o Con-gresso, com múltiplossimpósios, e um programacientífico de excelência,tem lugar a 8 e 9 de Novem-bro. Em simultâneo, decorre aExpo Multiperfil 2017, nosdias 6 a 9 de Novembro,com a presença dos prin-cipais laboratórios e distri-buidores farmacêuticos,fornecedores de equipa-mento médico-hospitalare serviços.

O Caminho do BemEuropean Society for

Quality ResearchLausanne

EUROPE BUSINESS ASSEMBLY

OXFORD

jornalAno 8 - Nº 80Abril/Maio2017Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá

MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude

a saúde nas suas mãosA N G O L A

da

Na 70ª Assembleia Mundial da Saúde

Ministro Luís Gomes Sambo anuncia os progressos registados no domínio da saúde

Poliomielite erradicada

O ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, no dis-curso que proferiu, em Maio, na 6ª sessão plená-ria da 70ª Assembleia Mundial da Saúde, anun-ciou os progressos registados no país no domí-nio da saúde, nomeadamente no âmbito daerradicação do vírus da poliomielite, a reduçãosignificativa da mortalidade materna e da mor-talidade infantil e o final da epidemia de febre-amarela que afectou o país em 2016.

O ministro reconheceu, no entanto, que o siste-ma nacional de saúde é desafiado com questõesde qualidade de atendimento, eficiência na ges-tão de recursos, capacidade reguladora, protec-ção social e aumento da cobertura em todos osmunicípios do país. Leia também as declarações do governante naconferência de imprensa no GRECIMA – “Radio-grafia do sector da saúde”. |Pags.3, 8 e 9

Multiperfil realiza o 4ºCongresso de Ciências da Saúde emNovembro

Óbitos por 1000 nascidos vivos Número de anos

Mortalidade infantil reduziu 72%nos últimos

10 anos

Esperança de vida aumentou 50 %

nos últimos 25 anos

1990

258

2007

158

2017

44

1990

41

2000

49

2016

61

Angola reduz significativamentea mortalidade materna

e infantil nos últimos dez anos

2  OPINIãO Abril/Maio 2017 JSA

Orientação editorial: Dr. Eduardo Magalhães (MINSA)Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, Dra. AdelaideCarvalho, Prof. Dra. Arlete Borges, Enf. Lic. Conceição Martins, Dra.Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isabel Massocolo, Dra. IsildaNeves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr. Josi-nando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuela de Jesus Mendes, Dr. MiguelGaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Redacção: Susana Gonçalves; Cláudia Pinto; Francisco Cosme dosSantos.Correspondentes provinciais: Elsa Inakulo (Huambo); Diniz Si-mão (Cuanza Norte); Casimiro José (Cuanza Sul); Victor Mayala (Zaire)

MARKETING E PUBLICIDADE: Nuno Rocha Tel.: 940 560 672 E-mail:[email protected]: Jorge Vieira. Editor: Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar- Ingombota, Luanda, Angola,

Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected].

Conservatória Registo Comercial de Luanda nº 872-10/100505, NIF5417089028, Registo no Ministério da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal:Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693 Sintra - Portugal,Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247 679Periodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada:80 mil leitores.

FICHA TÉCNICA 

Parceria: 

www.jornaldasaude.org

Jornal da saúde de Angola

O aumento do número de pessoas que dão sangue de modo volun-tário e regular é o único meio de assegurar o acesso universal a san-gue seguro para todos os doentes que necessitam de uma transfusãosanguínea.

Por isso, nunca é de mais salientar a necessidade de dispormos con-tinuadamente de sangue seguro em Angola. Na origem da procurade sangue, encontram-se as ainda elevadas taxas de mortalidade ma-terna, pesem embora os significativos progressos conseguidos nosúltimos anos. Quase 40% dos óbitos maternos devem-se precisamen-te a hemorragias, pelo que a disponibilidade de sangue salva as vidasde muitas destas mães.

Por outro lado, o Relatório Mundial da Malária 2016, da Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS) alerta que a doença continua sendo umproblema de saúde global. No ano passado, foram registados 212 mi-lhões de casos e 429 mil mortes. A situação é mais grave na África Sub-saariana que concentra 90% dos casos e 92% das mortes em todo omundo. As crianças com menos de cinco anos são mais vulneráveis.Calcula-se que elas representam 70% de todos os óbitos. Em algumasáreas, cerca de 7,5% destas mortes devem-se a anemiagrave associada ao paludismo. Uma vez mais, a disponi-bilidade de sangue ajuda a salvar as vidas de milhares decrianças.

São igualmente prevalecentes no país outras doençase situações médicas cuja gestão requer transfusões san-guíneas, como a anemia falciforme. A estes factores, vêmacrescentar-se elevadas taxas de acidentes de viação eoutras lesões que contribuem para uma grande procurade sangue.

Há assim uma grande necessidade de dádivas de san-gue na África Subsariana em geral, e em Angola em particular, como re-velou a directora-geral do Instituto Nacional do Sangue, Antónia Cons-tantino, em entrevista que concedeu ao JS. Mas os países enfrentamigualmente dificuldades na selecção dos dadores com baixo risco de in-fecção, devido à elevada prevalência de doenças transmissíveis atravésde transfusões sanguíneas.

Boa governação

Ora, em 2009, escrevia o então Director Regional da OMS África, LuísGomes Sambo, o nosso actual ministro da Saúde, a este propósito :“Embora os desafios que se colocam à dádiva voluntária de sangue

pareçam muito desencorajadores, não são inultrapassáveis. Além dis-so, o custo a longo prazo de colher sangue de dadores que não sãoseguros supera em muito qualquer investimento que tenhamos de

fazer para alcançar esta importante meta. Exorto assimos Estados-Membros a incrementar o reforço dos seusserviços de medicina transfusional, de forma não só aaumentar a quantidade de sangue colhido, mas tambéma garantir que este provém de dadores voluntários nãoremunerados, como uma importante intervenção noreforço dos sistemas de prestação de cuidados de saú-de”.

É, assim, muito gratificante para o cidadão nacionalconstatar que, precisamente, o que Gomes Sambo ad-vogava há uns anos quando dirigia a OMS África está

agora, enquanto governante, a orientar e a aplicar em Angola, confor-me é patente, entre outros, na vasta campanha que o Instituto Nacio-nal do Sangue implementou este ano para celebrar o dia mundial dodador de sangue, a 14 de Junho, mas que está a decorrer desde Maio,portanto durante dois meses, com um programa vastíssimo de acti-vidades de sensibilização em vários locais e províncias mais críticas, eque terá os seus pontos altos no próximo dia 14 de Junho no Semi-nário “Sistema Nacional de Sangue: Desafios e Perspectivas” e nagrande marcha a 17 de Junho, conforme nos revelou a diretora-geraldeste Instituto na entrevista que publicamos na presente edição.Um exemplo de boa governação.

Porque é importante doar sangue

Rui MoReiRA De SáDirector [email protected]

O Jornal da Saúde chega gratuita-mente às suas mãos graças ao

apoio das seguintes empresas eentidades socialmente

responsáveis que contribuem parao bem-estar dos angolanos e o

desenvolvimento sustentável dopaís.

QUADRO DE HONRA

Empresas Socialmente

Responsáveis

Doe Sangue! Doe Agora! Doe com Regularidade! Faça Parte desta Causa!

3ACTUAlIDADEAbril/Maio 2017 JSA 

Nova aliança intensifica luta contra doenças transmitidas por mosquitos

n A iniciativa permite que redesnacionais, governos e outros in-tervenientes possam gerar e ace-der a dados e ferramentas emtempo real através da plataformaeletrónica “Environment Live”das Nações Unidas.Uma nova aliança entre organiza-ções de ciência-cidadã e as NaçõesUnidas-Ambiente foi lançada estemês num esforço para intensificara luta global contra doenças trans-mitidas por mosquitos, responsá-veis por milhões de mortes anual-mente.Em 2015, só a malária causou

438 mil mortes, de acordo com aOrganização Mundial de Saúde. A incidência de dengue a nível

mundial aumentou 30 vezes nosúltimos 30 anos, e aumentaramtambém o número de países quereportaram o seu primeiro surtodesta doença.Os esforços sustentados de con-

trolo de mosquitos são fundamen-tais para prevenirem surtos de

doenças transmitidas por estes, asquais incluem ainda Zika, chikun-gunya e febre-amarela. A nova iniciativa, designada

“Global Mosquito Alert”, reúne mi-lhares de cientistas e voluntários detodo o mundo para monitorizar econtrolar doenças transmitidaspor mosquitos, incluindo Zika, fe-bre amarela, chikungunya, den-gue, malária e febre do Nilo Oci-dental. A Global Mosquito Alert é aprimeira plataforma global que re-corre a técnicas de ciência cidadãpara abordar a monitorização daspopulações de mosquitos.Espera-se que o programa

avance como uma colaboração,envolvendo as Associações deCiência Cidadã Europeia, Austra-liana e Americana, bem como acomunidade de ciência cidadã emdesenvolvimento no Sudeste Asiá-tico.O acordo para lançar a iniciativa

foi alcançado durante um works-hopde dois dias, realizado em Ge-

nebra no início deste mês, organi-zado pelas Nações Unidas-Am-biente, o Wilson Center’s Scienceand Technology Innovation Pro-gram (STIP) e a European CitizenScience Association (ECSA).Jacqueline McGlade, Directora

de Ciência nas Nações Unidas-Ambiente, disse: "O Global Mos-quito Alert oferecerá, pela primeiravez, uma plataforma partilhadaque permite às pessoas no terrenopartilhar as suas observações e in-formações com um vasto conjuntode cientistas de modo a monitori-zar tendências de emergência emtempo real e envolvendo a ciênciacidadã na vigilância e controlo glo-bal de mosquitos transmissores dedoenças.O Global Mosquito Alert será

apoiado por um consórcio de pro-vedores de dados e informações,coordenado pelo Environment Li-ve, plataforma dinâmica de conhe-cimento da ONU, projetada paracolher, processar e partilhar a me-

lhor investigação e ciência am-biental do mundo, criada e manti-da pelas Nações Unidas-Ambien-te. A plataforma fornece acessoaberto em tempo real aos deciso-res políticos e ao público em geral,usando redes distribuídas, com-putação em nuvem, big datae fun-ções de busca aprimoradas.O consórcio inclui: Mosquito

Alert, Espanha; MosquitoWEB,Portugal; ZanzaMapp, Itália; Mug-genradar, Holanda; GLOBE Obser-ver Mosquito Habitat Mapper,EUA/Internacional e InvasiveMosquito Project, EUA.As informações disponibiliza-

das no Environment Live vão per-mitir aos decisores minimizar ris-cos e ameaças à saúde, ao mesmotempo que disponibilizam aos ci-dadãos interessados a oportunida-de de contribuir com suas obser-vações e possíveis soluções. Os da-dos fornecidos pelo cidadãoaumentarão a informação já dis-ponível nas fontes oficiais.

n O novo director-geral da OMS, Te-dros Adhanom Ghebreyesus, da Etió-pia, eleito durante a 70ª Assembleia daOMS. Os outros dois concorrenteseram David Nabarro, do Reino Unido,e Sania Nishtar, do Paquistão. A missãopermanente de Angola junto da Orga-nizações das Nações Unidas em Gene-bra, na coordenação do Grupo africa-no, teve papel importante na trajectó-ria da campanha do candidato etíope,endossado pelos Chefes de Estado daUnião Africana.

nO ministro da Saúde, Luís Go-mes Sambo, discursou, este mêsde Maio, na 6ª sessão plenária da70ª Assembleia Mundial da Saú-de, no debate geral em nome deAngola, tendo expressado a suaapreciação à presidente pela for-ma elegante e muito efectiva co-mo tem orientado os trabalhosda Assembleia.

Na ocasião, o ministro agradeceu,a Margaret Chan pelo seu últimorelatório como directora-geral daOMS, no qual realça os progressosalcançados no trabalho de progra-mação, governação e gestão degrupos de trabalho visando tornara OMS mais efectiva, eficiente,transparente e responsável. Ao di-rigir-se a Margaret Chan, manifes-tou o apreço pelos sábios conse-lhos para o futuro, em particularaos baseados em evidências queajudarão aos decisores avançarpara os Objectivos de Desenvolvi-mento Sustentável. Também agradeceu à directora

cessante da OMS por ter efectua-do duas visitas oficiais ao nossopaís, uma em 2008 - quando desa-fiou o Ministério da Saúde a redu-zir o índice de mortalidade mater-na (MMR) e a taxa de mortalidadeinfantil (IMR) e também para pa-rar a circulação do poliovírus e,novamente, em 2016 durante o pi-co da epidemia de febre-amarela,tendo nessa altura deixado sensa-

tos conselhos sobre o plano de res-posta à epidemia.

Progressos registadosDurante a sua intervenção, o go-vernante angolano, aproveitou aoportunidade para anunciar pro-gressos registados no país no do-mínio da saúde, nomeadamenteno âmbito da erradicação do vírusda poliomielite (último caso noti-ficado em 2011), a redução signifi-cativa da mortalidade materna eda mortalidade infantil e o final daepidemia de febre-amarela que

afectou o país em 2016. “Estes são alguns dos benefí-

cios que o povo angolano está ausufruir do ambiente de paz e deestabilidade política desde os últi-mos 15 anos, o que dá oportunida-de de mais investimentos domés-ticos no sector da saúde”, precisou. Entretanto, o ministro reconhe-

ceu que, actualmente, o sistemanacional de saúde é desafiadocom questões de qualidade deatendimento, eficiência na gestãode recursos, capacidade regulado-ra, protecção social e aumento da

cobertura de cuidados de saúdede qualidade em todos os municí-pios do país. “Estas são algumasdas principais componentes daagenda de reforma da saúde paraconstruir um sistema melhor paraa saúde na era do desenvolvimen-to sustentável", apontou.

Margaret Chan recebe prémio de liderança e dedicação à vacinaçãoSob o lema “Alcançar cada pessoaem todos os sítios, com vacinasque salvam vidas” decorreu numadas salas do Palácio das NaçõesUnidas em Genebra, uma sessãoespecial à margem da 70ª Assem-bleia Mundial da Saúde. Esta sessão analisou o grau de

cumprimento do “Plano de AcçãoMundial de Vacinação” pelos re-presentantes dos países, dos par-ceiros-chave e do pessoal do se-cretariado Técnico da OMS. O painel de discussão integrou

o ministro da Saúde, Luís GomesSambo, que falou sobre a execu-ção do Plano de Acção Mundial deVacinação em Angola, tendo real-çado o sucesso na interrupção dacirculação do vírus da poliomielitedesde 2011, reconhecendo queem relação à cobertura da DTP3(vacina contra a difteria, tétano etosse convulsa) estarmos aindaaquém da meta de 90% de cober-tura recomendada em 80% dosmunicípios do país.

Aumentar os investimentos do

programa alargado de vacinação

Luís Sambo reafirmou o compromisso doMinistério da Saúde em colaboração com osGovernos provinciais de aumentar os inves-timentos e desempenho do Programa Alar-gado de Vacinação, incluindo a compra de va-cinas, para compensar a posição de certosdoadores tais como a Aliança Global de Vaci-nas e imunização (GAVi) que decidiram cor-tar o financiamento das vacinas, alegando ofacto da transição em breve de Angola para acategoria de país de renda média. Para o efei-to, recomendou-se um período transitóriodurante o qual o governo deverá criar umespaço fiscal e respectivo orçamento para oPrograma Alargado de Vacinação. o titular da pasta da saúde assegurou tam-bém o compromisso do executivo angolanoem relação à saúde da população e prome-teu elevar o nível da cobertura de vacinaçãode rotina em Angola para 85% em 2020. Durante a sessão, Luís Gomes Sambo pro-cedeu à entrega de um prémio em nome daComunidade Mundial para imunização à en-tão directora geral da oMS, Margaret Chan. “Nós distinguimos a sua pessoa com esteprémio, como sinal do nosso reconhecimen-to pela sua liderança e dedicação ao planode acção mundial de vacinação. Assumimoso compromisso de trabalhar arduamentepara vencer os desafios que persistem e al-cançar cada pessoa, em todos os sítios, comvacinas que salvam vidas”, disse o ministroda Saúde angolano. A sessão especial sobre vacinas e imuniza-ção foi uma oportunidade de partilha de ex-periências para melhor entender alguns de-safios e soluções para se alcançar os objecti-vos nacionais e mundiais, no quadro doPlano de Acção Mundial de Vacinação.

70ª Assembleia Mundial da Saúde

Ministro Luís Gomes Sambo destaca os progressosregistados no domínio da saúde no país

4 DiA MunDiAl Do DADor De SAngue Abril/Maio 2017 JSA

INS sensibiliza a população para doarsangue e profissionais para aumentar a segurança no processo de transfusão

nA directora-geral do INS,Antónia Constantino, em en-trevista ao JS, adiantou que“uma bolsa de sangue podesalvar até quatro vidas e, to-dos os anos, aproximada-mente cerca de 93 milhões debolsas de sangue são colhidasem todo o mundo. Apesar deparecer um número elevado,milhares de pacientes aindaficam à espera para fazer umatransfusão”, referiu.

De acordo com a respon-sável, este cenário agrava-seprincipalmente nos paísessubdesenvolvidos e de baixarenda. Uma pesquisa realiza-da em 173 países revelou queas taxas de doações represen-tam menos de um por centoda população, enquanto o re-comendado pela Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS)é de três a cinco por cento.

No caso de Angola, umataxa de 1% corresponderia amais de 257 mil dadores, oque não se verifica. “Este é ogrande objectivo que perse-guimos”, assegura, “o que re-presentaria uma colheita de700 unidades de sangue pordia, cerca de 21 mil mensal-mente e 258 mil anualmente”.

Para a promoção da dádi-va de sangue, a sensibilização

da juventude que é um dosgrandes desafios do INS.“Precisamos de criar umacultura de doação de sanguena nossa sociedade, o queexige muito trabalho e infor-mação, para que se consigasalvar mais vidas”, assegurou.

A celebração do Dia Mun-dial do Dador tem como ob-jectivo aumentar a consciên-cia da necessidade de compo-nentes sanguíneos seguros eagradecer a todos os dadoresas suas dádivas voluntárias ebenévolas. A celebração dadata visa ainda reconhecer aimportância e o contributo dodador em salvar vidas e emmelhorar a saúde e qualidadede vida de muitos doentes.

A OMS quer expandir estenúmero, encorajando outraspessoas a tornarem-se dado-res de sangue. A organizaçãopretende que em 2020 as dá-divas de sangue em todos ospaíses sejam completamentebenévolas e não remunera-das.

Doar sangue é um acto deamor e solidariedade, refere adirectora, considerando serimprescindível para o funcio-namento de muitas unidadeshospitalares e outras unida-des de saúde com responsa-bilidade transfusional.

Uma bolsa de sangue po-de salvar até quatro vidas.Com o crescimento da popu-lação, o desenvolvimento denovas áreas de saúde, o au-mento do número e da com-plexidade das cirurgias, oatendimento mais frequentede doentes críticos nas urgên-cias, as complicações obsté-tricas, estimular o crescimen-to do número de doadores desangue frequentes é a únicaforma de garantir a continui-dade de processo.

Seminário debate as pers-pectivas do sistema nacio-nal de sangueSegundo a directora-geral doINS, o seminário que se reali-za no Memorial Dr. Agosti-nho Neto, a 14 de Junho, temcomo objectivo fundamentalcongregar os profissionais daárea de hemoterapia para de-baterem, partilharem e reflec-

tirem sobre as temáticas quefazem parte do dia-a-dia damedicina transfusional.

A responsável revelou ain-da que o evento irá decorreráem duas partes. A primeiraculminará com a homena-gem a alguns parceiros e a an-tigos dadores voluntários desangue – com mais doaçõesregulares – “que representa-

rão todos aqueles que têm si-do fieis à causa solidária dedoar sangue”.

A segunda parte é dedica-da à apresentação e debate detemas específicos, tais comoo sistema nacional de sangue,desafios e perspectivas paraAngola, indicações da trans-fusão em pediatria, compli-cações hemorrágicas na gra-

videz, o parto e o papel da te-rapia transfusional e comousar o sangue em cirurgiascardíacas ou torácicas.

O seminário é aberto paratodos os profissionais de saú-de ligados à medicina trans-fusional e outras áreas do sa-ber. Antónia Constantino es-tima a presença de cerca de250 participantes. Destacoutambém a presença de umconvidado internacional, aconfirmar, o professor brasi-leiro David Wipi, que vaiapresentar uma conferênciasobre a importância da he-moterapia na saúde pública.

“Houve a necessidade delevar-se aos debates a reflexãosobre o uso do sangue em ci-rurgias cardíacas devido a vá-rias doenças do foro pediátri-co que, ultimamente, têmafectado as crianças, como éo caso das más formações

congénitas, doenças cardio-vasculares associadas a febrereumática e suas complica-ções e outras que têm sidoobservadas nos hospitais”, re-velou.

Antónia Constantino querque no final do seminário osparticipantes concluam que“foi possível munir a maiorparte dos profissionais comconhecimentos que lhes per-mitem lidar com situaçõesdebatidas e também quantoà importância da racionaliza-ção da utilização do sangue,uma vez que se trata de umrecurso escasso”.

Acresce que “a interacçãoentre os profissionais de saú-de das unidades com respon-sabilidades transfusionais e aentidade reguladora do san-gue do país, será um ganhorecíproco para todos os pro-fissionais que almejam umasaúde melhor para o país”,disse.

Situação nas provínciasNo que se refere à situaçãonas províncias, AntóniaConstantino referiu que“Luanda apresenta o maiornível de consumo de sangue,devido ao número de habi-tantes, e, em particular, aosvários casos de anemia severae malária grave que são diag-nosticadas em crianças”. Con-tudo, “nenhuma provínciaestá comodamente sem ne-cessidades de sangue e a sen-tir-se garantida. As suas ne-cessidades são supridas gra-ças a um grande programa degestão de sangue que tem si-do feito pelos profissionais desaúde ao longo destes anos, eaos apelos que fazem aos par-ceiros para doar o sangue nosmomentos de maior necessi-dade o que permite gerir o dé-fice com a segurança possí-vel”, declarou.

Realçou também que odéfice de sangue que se regis-ta nas províncias da Huíla,Cunene e Lunda-Sul resul-tam do elevado número deprocedimentos médicos, no-meadamente cirurgias ecomplicações que exigemtransfusões de sangue aos pa-cientes.

Francisco cosme dos santos

comrui moreira de sá

Com o objetivo de sensibili-

zar a população para a impor-

tância da doação regular de

sangue – e não apenas espo-

radicamente para familiares

–, bem como para a necessi-

dade de se implementarem

actividades educativas e for-

madoras visando maior segu-

rança e qualidade em todo o

processo de transfusão, o Ins-

tituto Nacional do Sangue

(INS) programou um conjun-

to de actividades pelo país

que se iniciaram a 3 de Maio e

terminam a 30 de Junho. São

oito simpósios, um seminário

sobre os desafios e perspecti-

vas do sistema nacional de

sangue – que se realiza, em

Luanda, a 14 de Junho – e uma

marcha, simultânea em todas

as províncias do país, que de-

corre a 17 de Junho.

“No caso de Angola, uma taxa de 1% corresponderia a mais de 257 mil dadores, o que não se verifica. Este é o grande objectivo que perseguimos, pois representaria uma colheita de 700 unidades de sangue por dia, cerca de 21 mil mensalmente e 258 mil anualmente”

AntóniA

ConstAntino

Precisamos de

criar uma cultura

de doação de san-

gue na nossa so-

ciedade, o que

exige muito tra-

balho e informa-

ção, para que se

consiga salvar

mais vidas

Um dador voluntário numa unidade de saúde da capital. Doar

sangue é um acto de amor e solidariedade

6 ReSponSAbilidAde SociAl Abril/Maio 2017 JSA

Banco Económico promove campanhas de doação de sangue

nNa cerimónia de apre-sentação de resultados, achefe do Departamentode Promoção da Dádivade Sangue do INS, Euni-ce Manico, informou queos maiores consumido-res de sangue são o Hos-pital Pediátrico e o Insti-tuto Nacional de Oncolo-gia. Ambas asinstituições têm umgrande défice de sangue.A médica disse que o Ins-tituto de Oncologia temsido o maior consumidorde sangue devido ao ele-vado número de doentes

que necessitam de trans-fusões. “O Instituto Na-cional do Sangue temsangue armazenado pa-ra as emergências masnão devemos deixá-loesvaziar.”

“Apenas 450 mililitrossão suficientes para sal-var a vida de quatro pa-cientes adultos e mais dequatro crianças, por isso,agradecemos a todos osparceiros sociais, em es-pecial ao Banco Econó-mico, por nos concede-rem esta acção solidária,que vai ajudar a colmatar

as necessidades do Insti-tuto Nacional de Sangue”,sublinhou Eunice Mani-co.

Lembrou que os hos-pitais estão preparadospara todos que preten-

dam ajudar o próximo.“O Executivo está a tra-balhar no sentido de pôrtodos os equipamentosnecessários de colheitada “gota milagrosa” (san-gue) nos hospitais. Preci-sa-se apenas que as pes-soas compareçam nasunidades de saúde paraprestarem este acto soli-dário que é a doação desangue”.

Afirmou que a parce-ria mantida com o BancoEconómico “é de extre-ma importância e bem-vinda, pois ajuda a mini-

mizar as necessidadesde sangue em algunshospitais, o que tantotem preocupado o Insti-tuto, porque as urgên-cias de sangue têm sidoconstantes”.

E apelou a outrasempresas para que si-gam o exemplo do Ban-co Económico.

Por sua vez, a coor-denadora da área deresponsabilidade socialdo Banco Económico,Katyana Mil-Homens,disse que a razão que le-vou o banco a unir es-forços com o INS foi so-bretudo a falta de san-gue que tem seregistado nos hospitaisdo país, pelo que reali-zaram em conjunto trêscampanhas de doaçãode sangue, “para honra-rem os valores sociaisda instituição”.

“O Banco Económi-co considera a doaçãode sangue uma questãode responsabilidade so-cial, para além de umacto de generosidadepessoal, sobretudo dehumanidade e solida-riedade com os que pre-cisam”.

Matuba Filipe

“A identificação precoceda surdez é crucial”

A surdez é um problema de saúde pública com

consequências graves, não só na criança porta-

dora de deficiência, mas também na família mais

próxima, considerou o médico otorrinolarin-

gologista Filipe Matuba, em declarações ao JS,

por ocasião da conferência Conventus Socie-

tas ORL Latina.

O especialista avançou na ocasião que a identi-

ficação precoce da surdez é crucial para a pes-

soa atingir um potencial linguístico total e o seu

rastreio não deve ser tardio .

Apresentou, como factores de risco de surdez,

a hereditariedade , anomalias cromiofaciais, in-

fecções e síndromes .

Apontou também a malária, minigite, sarampo,

prematuridade, eclâmpsia , ruído, e ausência de

respiração após dez minutos do parto como

factores para a surdez.

Francisco cosme

dos santos

O Banco Económico, em

parceria com o Instituto

Nacional de Sangue

(INS), realizou três cam-

panhas de recolhas de

sangue nas províncias de

Benguela, Zaire e Luanda,

que envolveram cerca de

320 dadores, permitindo a

colheita de mais de 140 li-

tros de sangue, que pode-

rão ajudar a salvar cerca

de 1116 vidas.

Na iniciativa participaram também os colabora-

dores da instituição bancária. lucrécia tunguna

disse ao Jornal da Saúde que “doava pela segunda

vez, pois dar sangue é um acto de extrema im-

portância, de solidariedade, porque salva várias

vidas e constitui um gesto de amor ao próxi-

mo”. a bancária aconselha a população em geral

a cultivar o hábito de doar sangue porque “dar

sangue é dar vida”.

Gonçalo Cardoso adiantou que dar sangue “é

um acto de ajuda ao próximo, que pode – quem

sabe! – ser recíproco, porque amanhã podem

ser os outros a terem o mesmo gesto solidário

para comigo”, lembrou. Disse também que é

muito importante que todos sejam dadores vo-

luntários “para poderem ajudar e contribuírem

para o aumento dos stocks de sangue dos hospi-

tais e do instituto Nacional de Sangue”. Gonçalo

Cardoso referiu ainda que, dentro de quatro

meses, irá, voluntariamente, doar novamente o

seu sangue “para salvar vidas”.

O bancário Hildebrando Sala realçou que “não é

correcto perderem-se várias vidas por falta de

sangue nos hospitais”. Como “não se fabrica tem

que ser doado por todos nós, como seres hu-

manos que somos, independentemente da etnia

e da raça”.

Disse também que é necessário que se perca o

medo. “Já fiz três doações e não pretendo parar

este acto solidário" e que o fará apenas "caso a

saúde não me venha a permitir depois dos 60

anos de idade”.

para aqueles que a prática da doação de sangue

é tida como tabu, Hildebrando Sala referiu que

“têm perder este preconceito, porque não se

deve fazer a doação apenas quando temos um

dos nossos familiares a necessitar de sangue e

está prestes a falecer. Não esperem por situa-

ções limite: façam a doação nas unidades hospi-

talares com antecedência, sem cobrança alguma,

como se tem observado em muitos hospitais a

nível do país”, concluiu.

A palavra aos dadores de sangue

Dia Mundial da Audição Cerca de 5% da população mundial vive com deficiência auditiva incapacitante

Agir contra a perda auditiva: um investimento que soa bem

n O Dia Mundial da Audi-ção deste ano, centrou-seno impacto económico daperda de audição. “Agircontra a perda auditiva:um investimento que soabem” – foi o lema.

Cerca de 360 milhões de pes-soas – isto é, 5% da popula-ção mundial – vivem comdeficiência auditiva incapa-citante, sobretudo nos paísesde rendimento baixo e mé-dio. A perda auditiva ignora-da traz um custo elevado àeconomia mundial. A OMSestima que os custos ascen-dam anualmente a 750 milmilhões de dólares norte-americanos, o que equivale

à despesa anual conjuntacom a saúde do Brasil e daChina ou ao produto internobruto dos Países Baixos.

Na região africana, cerca4,5% da população vive comesta deficiência invisível que,frequentemente, passa des-percebida.

Impacto nas criançasNas crianças a perda de au-dição pode ter influência nafala e na aquisição linguísti-ca, afectando consideravel-mente o desempenho esco-lar e levando à exclusão.Além disso, a produçãomundial de aparelhos audi-tivos é totalmente inadequa-da e, nos países de rendi-mento baixo e médio, menos

de uma em 40 pessoas queprecisam de um aparelhoauditivo o consegue.

A boa notícia é que as me-didas para enfrentar a perdaauditiva têm uma boa rela-ção custo-eficácia, de acordocom a OMS. A detecção e aintervenção precoces são es-senciais; metade de todos oscasos de perda auditiva podeser evitada através da pre-venção. Outras das medidasde baixo custo consistem emidentificar a perda auditivaprecocemente através dorastreio dos recém-nascidos,das crianças em idade esco-lar e dos adultos acima dos50 anos, e ainda em identifi-car e tratar rapidamente asinfecções nos ouvidos.

Matuba Filipe A surdez é um problema de saú-

de pública com consequências graves, não só na

criança portadora de deficiência, mas também

para a família

“Apenas 450 mililitros são suficientes para salvar a vida de quatro pacientes adultos e mais de quatro crianças (...)”

ClíNICA medItexRua da Missao, No 52Ingombotas, Luanda, AngolaTel: 923 640 227/ 928 616 506

928 616 507

E-mails: [email protected]@[email protected]

eStOmAtOlOGIA medItex:Rua Ramalho Ortigao, No.21, Bairro Alvalade, Luanda, AngolaTel: 222 320 842E-mails:[email protected]

OftAlmOlOGIA medItex:Edificio IRCA, Rua Amilcar Cabral No. 211, Ingombotas, Luanda, AngolaTel: 222 371 665E-mails: [email protected]

SERVIÇOS DE SAÚDE COM ATENÇÃO HUMANA E PROFISSIONALISMO MÉDICO

uAngiologiauCardiologiauCuidados intensivos para adultos

e criançasuDermatologiauEndocrinologiauEstomatologiauFisiatriauGastroenterologiau InfectologiauMedicina internauNeonatologiauNeurofisiologiauNeurologiauNutriçãouPediatriauPsiquiatriauReumatologia

Serviços de meios de diagnósticouLaboratorio clínicouMicrobiologiauNeurofisiologiauEcografia simple, transcavitaria e Rx

u AngiologiauCirurgia estéticauCirurgia estomatológicauCirurgia geraluGinecologia e obstetríciauCirurgia maxilofacialuOftalmologiauCirurgia vídeo endoscópicauNeurocirurgiauOrtopedia e traumatologiauOtorrinolaringologiauUrologia

especialidades Cirúrgicas especialidades Clínicas

CONtACte-NOS:

Adv ANGOlA – planos eSistemas de Saúde, lda.Apartado 3946Edf. Academia BAI,Av. Comandante Loy, Bloco C,1º andar, Morro Bento

eNSA Seguros de Angola, S.A.

tRANQUIlIdAde Corpora-ção Angolana de Seguros

NOSSA Nova Sociedade de Seguros de Angola, S.A.

SOURCe SeRvICe, ldA –Centro médicoBairro TalatonaTel: 222 021 727 / 913 921 666

pARCeRIAS

URGÊNCIAS 24 HORAS SeRvIçOS de AmbUlâNCIA – CONSUltAS – eNfeRmAGem - INteRNAmeNtO

Abertura - Director do GRECIMA, Manuel António RabelaisEstamos aqui para mais umaconferência para o diálogoentre o Governo e o cidadão,hoje especificamente na pes-soa do senhor ministro daSaúde, Luís Gomes Sambo.

A saúde é muito impor-tante para a vida de todosnós. Estamos aqui para diri-mir algumas desinforma-ções também. O senhor mi-nistro está presente para res-ponder a todas as questõesque tiverem para colocar, afim de um melhor esclareci-mento a todos os nossos ci-dadãos.

O senhor ministro, comohabitualmente, vai fazeruma introdução e, depois, te-remos o período de pergun-tas e respostas.

Introdução do ministro da Saúde“O desenvolvimento sanitá-rio inscreve-se no contextodo desenvolvimento socioe-conómico do país”

Muito bom dia a todos. Écom imenso prazer que, emnome da Direcção do Minis-tério da Saúde e de todosprofissionais e trabalhadoresdo Ministério da Saúde, e, so-bretudo, em nome do nosso

Executivo, nos dispomos aprestar informações sobre asituação do estado da saúdeno nosso país, nomeada-mente no que diz respeitoaos progressos alcançadosdesde a nossa independên-cia e ao estado de saúde daspopulações, através dos indi-cadores disponíveis, e, tam-bém, falarmos das perspec-tivas do reforço para a me-lhoria do estado de saúde dapopulação do nosso país.

Começaria por dizer queo desenvolvimento sanitárioinscreve-se no contexto dodesenvolvimento socioeco-nómico do país.

Existem determinantespolíticas, económicas, so-ciais, ambientais que deve-mos observar se quisermoster uma ideia daquilo quesão os reflexos da qualidadeda vida no estado de saúdedas pessoas.

Recursos humanos: esforço para aumentar o número de profissionaisde saúdeOs progressos realizados emtermos de saúde no nossopaís são vários. Eu vou me re-ferir, primeiro, aos recursoshumanos, e dizer que houveum grande esforço do Exe-cutivo angolano desde a in-

dependência para aumentaro número de profissionais desaúde no país e melhorar asua distribuição de forma acobrir as necessidades de to-dos os municípios e provín-cias que integram o nossopaís.

Na altura da independên-cia, tínhamos cerca de 45

médicos. Em 2002, o númeroaumentou para 1.200 e, em2014, contamos com cercade 3.600 médicos. O númerode farmacêuticos, que era decinco, em 1980, passou para510, em 2014.

Houve também um gran-de esforço para a formaçãode enfermeiros gerais e emespecialidades. O número,que era de 3.500, em 1975,passou para 13 mil, em 2002,e, actualmente, temos cercade 33 mil enfermeiros em vá-rias áreas, no nosso país.

Reconstrução e a construção de novas infraestruturas de saúdeFalando das infraestruturasde saúde, como sabem, ape-sar do período de guerra quedestruiu e desactivou umaboa parte das unidades sani-tárias do país, houve um es-forço, depois da declaraçãoda paz, para a reconstrução ea construção de novas infra-estruturas de saúde em todopaís.

Mas queria recordar que,em 1988, nós tínhamos cerca1.500 unidades de saúde. Em2000, o número reduziu para1.000, devido à guerra. Em2012, cresceu para 1.300 e,actualmente, nós temos cer-ca de 3 mil unidades de saú-

de em todo o país. Estou a fa-lar de hospitais, centros desaúde e postos de saúde, semcontar com o crescimento dosector privado nos últimosanos. Também tem o seu pa-pel importante na coberturados cuidados de saúde dapopulação.

Orçamento da saúde: é aceitável mas ainda não suficienteFalando do orçamento, opaís tem feito esforços paramelhorar as dotações orça-mentais para o sector da saú-de. Ainda não conseguimoso ideal, mas queria recordarque, em 2001, a saúde absor-via 5 por cento do Orçamen-to Geral do Estado. Em 2009,conheceu o pico com 8,1 porcento, mas neste momento,em 2017, o nosso orçamentosectorial representa apenas4,2 por cento do OrçamentoGeral do Estado. Estou a falarde percentagens e não estoua falar de números absolu-tos, mas o que conta, de fac-to, é a despesa para a saúdepor habitante, por ano, nonosso país. É aceitável maspensamos que ainda não ésuficiente. Temos planos nosentido de melhorar a nossaadvocacia junto das instân-cias competentes do Gover-

no e do Parlamento para au-mentarmos a percentagemdo Orçamento Geral da saú-de comparado com o Orça-mento Geral do Estado. Co-mo disse, o ambiente deguerra e a situação de paz ede reconstrução nacional fo-ram determinantes impor-tantes na evolução do sector.

Também queria dizerque, durante este período,houve um grande esforço deformação de quadros da saú-de no interior do país e no ex-terior. Houve um grande es-forço visível de reconstrução,reabilitação e equipamentode unidades sanitárias emtodo o país e verificou-setambém uma desconcentra-ção e descentralização dagestão dos serviços nacio-nais de saúde, no âmbito daLei do nosso Governo sobreo poder de Estado a nível lo-cal. E portanto, neste am-biente, registaram-se impac-tos positivos nos indivíduos,nas famílias e na comunida-de em geral. Impactos positi-vos em termos de saúde. Se-não, vejamos a tendência dealguns dos indicadores desaúde do nosso país. Fale-mos da esperança de vida ànascença. A esperança de vi-da à nascença era de 41 anosem 1990. Melhorámos para49 anos em 2000 e os últimosdados que temos indicamque a esperança de vida ànascença do angolano é de61 anos, figurando entre osmelhores indicadores rela-cionados com a esperançade vida no nosso continente.

Mortalidade infantil: indicador melhorou significativamenteQueria referir-me, de segui-da, à mortalidade infantil. Éum indicador muito impor-tante de desempenho do sis-tema nacional de saúde. Esteindicador, em 1990, era de258 óbitos por 1000 nascidosvivos. Melhorou para 158 por1000 em 2007, e actualmen-te, pelos últimos dados do in-quérito mais recente, a mor-talidade infantil passou para44 óbitos por 1000 nascidosvivos. A sua componente demortalidade neonatal é de 24óbitos por 1000, e a mortali-dade infanto-juvenil tam-bém melhorou. Baixou para

8 nAcionAl Abril/Maio 2017 JSA

Radiografia do sector da saúde no paísPela importância desta en-

trevista, concedida pelo mi-

nistro da Saúde, Luís Gomes

Sambo, no início deste ano,

no GRECIMA – uma autênti-

ca radiografia ao sector da

saúde em Angola, recheada

de indicadores e reveladora

de perspectivas e tendências

–reproduzimos a sua primei-

ra parte, na íntegra, nesta edi-

ção do JS. No próximo núme-

ro, publicaremos as pergun-

tas e respostas dos

jornalistas. Os leitores pas-

sam assim a ter ao seu dispor

um documento de referên-

cia, com informação correcta

e actualizada, do sector da

saúde no país.

“Na altura da independência, tínhamos cerca de 45 médicos. Em 2002, o número aumentou para 1.200 e, em 2014, contamos com cerca de 3.600 médicos. O número de farmacêuticos, que era de cinco, em 1980, passou para 510, em 2014.Houve também um grande esforço para a formação de enfermeiros gerais e em especialidades. O número, que era de 3.500, em 1975, passoupara 13 mil, em 2002, e, actualmente, temos cerca de 33 mil enfermeiros em várias áreas, no nosso país”

Conferência de imprensa do ministro da Saúde no GRECIMA

9JSA Abril/Maio 2017

Indicadores

Óbitos por 1000 nascidos vivos Número de anos

Médicos

1975

45

68 por 1000. Estes são dadosfactuais e que reflectem oimpacto das políticas e dosprogramas do Governo naárea da saúde e na área so-cial e económica, pois dasaúde resulta a qualidade devida da população. Aindaqueria acrescentar, em rela-ção à mortalidade materna,que os indicadores tambémtêm melhorado desde o ano2000. Na altura o nosso paístinha1400 óbitos por cada100 mil nascidos vivos. O in-dicador de mortalidade ma-terna era dos piores. Em 2000,melhorou para 450 óbitos por100 mil nascidos vivos e osdados mais recentes de-monstram que melhorámosainda mais em termos demortalidade materna no nos-so país. Naturalmente queestas melhorias represen-tam tendências muito posi-tivas, mas os dados actuaisainda não satisfazem. Tantoa população como o governotêm ambições para uma si-tuação ainda mais confortá-vel em termos de estado desaúde da população, poisque a saúde da população éuma determinante impor-tante para o desenvolvimen-to económico e social dopaís.

“O nosso país é vulnerável a epidemias”Devo dizer que o nosso paísé vulnerável a epidemias.Temos enfrentado epide-mias que criam uma situa-ção de sobrecarga no ServiçoNacional de Saúde e quecomprometem a saúde emesmo a vida de alguns dosnossos cidadãos. Recordam-se que, no ano passado, en-frentámos uma epidemia defebre-amarela que atingiu 16províncias, registando 4.590casos suspeitos, dos quais884 foram confirmados nonosso laboratório nacionalde referência. Infelizmente,foram registados 384 óbitosdurante a epidemia de febre-amarela e uma taxa de mor-talidade de 8,3 por cento, oque reflecte um bom desem-penho dos cuidados clínicosaos cidadãos que foram atin-gidos pela doença. Tambémenfrentámos, no ano passa-do, uma epidemia de palu-dismo que foi das piores queeu conheci no nosso país.Registámos cerca de 3 mi-lhões e 300 mil casos, em2015, com 7 mil óbitos e, em2016, registámos 4 milhões e266 mil casos com 15 milóbitos registados. Foi de fac-

to um drama do nosso paísque todos vocês tiveramoportunidade de viver e fo-ram tomadas as medidas pa-ra controlarmos, tanto a epi-demia de febre-amarela, co-mo a de paludismo. Opaludismo continua endé-mico no nosso país, mas nãonas proporções que conhe-cemos no ano passado.Também temos a epidemiade cólera, que actualmentetoca 3 províncias do nossopaís com 262 casos e 11 óbi-tos. Nas províncias do Zaire,município do Soyo, foramregistados 174 casos, Cabin-da cerca de 70 casos e Luan-da 5 casos. Estamos a traba-lhar no sentido de alertar anossa população, as colecti-vidades locais e os órgãos depoder local em relação àsmedidas de prevenção. Asepidemias são preveníveis eé preciso que nós conheça-mos quais são as medidaspara evitar a eclosão de epi-demias. Não posso deixar defalar do zika que é um vírusque provoca uma sintoma-tologia, sobretudo neuroló-gica.

O zika já foi também diag-nosticado no nosso país em2016. Registámos dois casos.O primeiro foi num cidadãofrancês, que trabalhou nonosso país durante 30 dias,na província de Benguela eregressou a França e ali foifeito um diagnóstico. O se-gundo caso, registámos numcidadão angolano no muni-cípio de Viana e o caso maisrecente foi na província doBengo, a uma cidadã que te-ve um feto, uma criança commicrocefalia. Estamos, nestemomento, a reforçar as me-didas de segurança para ave-riguar a magnitude desteproblema no nosso país e jáestamos a tomar as medidaspreventivas e algumas delas

são exactamente as mesmasem relação à prevenção dafebre-amarela, chicungunyae da dengue. Essas consti-tuem o mesmo grupo dedoenças conhecidas comoarboviroses e que são trans-mitidas pelo mesmo mos-quito aedis egyptisque nóstemos no nosso país. Estemosquito gosta de viver emmeios onde há problemas dehigiene e saneamento. Nãoobstante isso, também te-mos a prevenção da cóleraque se relaciona, sobretudo,com o consumo de água im-própria.

Precisamos de melhorara qualidade da água em tor-no da nossa população etambém educarmos aindamais a população para quetome medidas de higienepara que a água de consumoseja de qualidade.

HIV/SIDA“O virus também circula nonosso país”Não queria deixar de falar dagrande pandemia doHIV/SIDA que abala o mun-do desde os anos 80. O nossopaís não foi poupado. O vírusdo HIV também circula emAngola. Os índices de sero-prevalência no nosso paísnão são muito elevados. Sãode 2,1 por cento.

Contudo, a sua distribui-ção varia no país de provín-cia para província e de acor-do com os grupos popula-cionais. Portanto, há certasprovíncias que estão maisafectadas: província do Cu-nene, Moxico, Cuando Cu-bango, Cabinda e, natural-mente, a província de Luan-da, dada a sua importânciaem termos demográficos.Temos de continuar a tomarmedidas preventivas, sobre-tudo para que evitemos o au-mento de novos casos de in-fecção de HIV, sobretudo noseio da juventude que é a fai-xa da população mais vulne-rável e, portanto, os cidadãosdo sexo feminino.

Nós temos perspectivasem relação ao desenvolvi-mento do sector, mas eu fi-caria por aqui. Vou dar-vos apalavra para esclarecer umou outro assunto que seja dointeresse para os órgãos decomunicação social e popu-lação em geral. À vossa dis-posição.

(Na próxima edição do JS publica-

mos as perguntas e respostas dos jor-

nalistas presentes na conferência de

imprensa)

“A esperança de vida à nascença era de 41 anos em 1990. Melhorámos para 49 anos em 2000 e os últimos dados que temos indicam que a esperança de vida à nascença do angolano é de 61 anos, figurando entre os melhores indicadores relacionados com a esperança de vida no nosso continente”

2002

1200

2014

3600

Mortalidade infantil

1990

258

2007

158

2017

44

Farmacêuticos

1980

5

2017

510

Enfermeiros

1975

3500

2002

13000

2017

33000

Esperança de vida à nascença

1990

41

2000

49

2016

61

Unidades de Saúde

1988

1500

2000

1000

2012

1300

2017

3000

10 mAláriA Abril/Maio 2017 JSA

BIAL Angola apresenta Malacur

Um tratamento de primeira linha para malária

n O grupo farmacêuticoBIAL vai apresentar publi-camente em Angola, no iní-cio de Junho, o medicamen-to Malacur (arteminol/fos-fato de piperaquina) para amalária não complicada. Oevento contará com a pre-sença de António Portela,Presidente Executivo daBIAL.O Malacur (arteminol/

fosfato de piperaquina) éum medicamento reco-mendado pela OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS)como tratamento de pri-meira linha da malária nãocomplicada.A malária é uma doença

infecciosa, potencialmentefatal e que, segundo dadosmais recentes, afectou, em2015, 212 milhões de pes-soas e provocou 429 milmortes em África, mais de300 mil das quais em crian-

ças e adolescentes. Em An-gola a malária é a principalcausa de morte, provocan-do, anualmente, cerca denove mil óbitos.Para António Portela,

Presidente Executivo daBIAL, o lançamento desteantimalárico constitui ummarco na história de BIALem Angola. “Estamos certosda diferença que podemosfazer com a introdução des-te medicamento no merca-do angolano onde a maláriacontinua a ter um peso de-vastador e é uma das princi-pais causas de morte nopaís. Lançarmos este medi-camento em Angola, quepela primeira vez é comer-cializado num país lusófo-no, é reflexo do nosso com-promisso com este merca-do e do concretizar damissão de BIAL de estar aoserviço da saúde de todas aspessoas, um pouco por todoo mundo.”De acordo com Nuno

Cardoso, responsável deBIAL em Angola, “conhece-mos e vivenciamos profun-damente a realidade do paíse das suas necessidades,concretamente no que res-peita aos cuidados de saú-de, e este lançamento vemreforçar a presença da em-presa em Angola. Temos si-do, e queremos continuar aser, um parceiro dos ango-lanos na melhoria das suascondições de saúde e quali-

dade de vida, contribuindoagora para minimizar amortalidade associada àmalária”.Com a comercialização

deste antimalárico, BIALfortalece a sua gama de me-

dicamentos em Angola, quecobre as doenças infeccio-sas, a saúde da mulher ematerna e doenças neuro-lógicas.As operações da BIAL em

Angola remontam à década

de 80, primeiro sob a formade exportação e, a partir de2008, através da criação daempresa BIAL Angola, Lda.BIAL Angola figura no TOP 3das empresas farmacêuticasno país e dispõe de uma ga-

ma de 41 produtos.Com medicamentos dis-

poníveis em mais de 55 paí-ses, BIAL mantém comoobjectivo estratégico o re-forço da sua expansão inter-nacional.

Recomendado pela Organi-

zação Mundial de Saúde, e

pela primeira vez comercia-

lizado em Angola, este é, se-

gundo um comunicado da

farmacêutica “um trata-

mento rápido, eficaz e de

longa duração que garante

cura clínica e parasitológica

da malária não complica-

da”.

Recomendado pela OMS como tratamento de primeira linha damalária não complicada, Malacur é uma associação de fármacosem dose fixa – arteminol e fosfato de piperaquina com acçãocomplementar. É um tratamento rápido, eficaz e de longa dura-ção, que garante a cura clínica e parasitológica, com um esquemaposológico simples – uma toma por dia durante três dias.Artenimol é o metabolito activo de todos os derivados da arte-misinina, sendo o antimalárico associado à mais rápida resoluçãodos sintomas clínicos e mais rápida eliminação da parasitémia. O efeito prolongado da piperaquina permite uma recuperaçãototal e um efeito profilático de 46 dias após o tratamento. A longasemivida de eliminação da piperaquina (22 dias) proporciona umlongo efeito profilático pós tratamento, impedindo a reinfecção.Com um bom perfil de segurança e geralmente bem tolerado, foitestado em mais de 10000 doentes, entre os 6 meses e os 85anos de idade (mediana 8 anos, 48.5% com menos de 5 anos) comuma taxa não ajustada de recorrência de parasitémia sintomática<0.5% ao dia 28.

Sobre o Malacur

11empreSASJSA Abril/Maio 2017

Biols Pharmaceuticals em Angola

Multinacional passa a disponibilizar mais de 30 milreferências de 140 laboratórios

n A empresa multinacionaldistribuidora e comercializa-dora de produtos farmacêu-ticos Biols Pharmaceuticalstem vindo a expandir o for-necimento ao nível de medi-camentos hospitalares e defarmácia de oficina emLuanda, com alargamentode forma sustentada nasprovíncias de Angola.A Biols representa 140 la-

boratórios farmacêuticos anível mundial, o que lhespermite disponibilizar umagrande gama de produtoscom mais de 30 mil referên-cias. Com operações em vá-rios mercados, entre os quaisCabo Verde e Guiné, paraalém de Angola, a Biols Phar-maceuticals está agora pre-sente também em Moçam-bique, reforçando a sua acti-vidade, iniciada em 2014,

intensificando as operaçõesdos laboratórios que repre-senta e distribui.O ponto de partida para o

investimento ao nível da in-ternacionalização, que ini-ciou em Angola, bem comoo enquadramento legal quese avizinha em Moçambi-que, foram os factores deter-minantes para o reforço das

operações da Biols Pharma-ceuticals e das operaçõesdos laboratórios por si repre-sentadas numa plataformade distribuição multi-produ-to do supply chain farma-cêutico.Esteja atento à próxima

edição do JS onde publicare-mos uma entrevista ao seudirector, Vasco Jorge.

12 ActuAlidAde Abril/Maio 2017 JSA

Centro Terapêutico Makarismo

Equilíbrio entre a mente e o corpo é agora mais fácil em Luanda

nDe acordo com a sua direc-tora, Madalena Mendes Si-mões, entre outras especiali-dades oferecidas no CentroMakarismo destacam-se “aterapia familiar e de casais,psicologia clínica para adul-tos, psicoterapia infantil, psi-quiatria, terapia da fala, dis-calculia (distúrbio caracteri-zado pela dificuldade emcompreender e manipularnúmeros), dislexia (distúrbiocaracterizado pela dificulda-de de leitura), transtorno dodéfice de atenção, com ousem hiperactividade (TDA ouTDAH), terapia em grupo pa-ra dependentes ( álcool, dro-ga e jogo), terapia em grupopara famílias de dependentes( álcool, droga e jogo), e aindaoutros serviços, como massa-gens de relaxamento e cursosde preparação de noivos”.

O centro constitui assimum espaço de partilha de vá-rios especialistas do compor-tamento humano, que, deforma autónoma, desenvol-vem as suas práticas terapêu-ticas, com o objectivo de pro-mover o bem-estar por via doequilíbrio entre a mente e ocorpo.

Porquê este Centro?Segundo Madalena Simões“o Centro Terapêutico Maka-rismo surgiu de um sonhoantigo decorrente do facto devivermos num ambiente per-turbado em que se observamconstantemente muitos indi-víduos com várias doençasdo foro-mental, sobretudo ostress, a depressão, crises fa-miliares, etc. Neste quadro,pensou-se numa instituiçãocom uma visão ampla, direc-cionada aos transtornos devária ordem que pudesse mi-nimizar todos esses proble-

mas que afectam, quer crian-ças, quer adultos”.

Referiu ainda que umadas mais-valias do Centro é“sem dúvida, a atenção a to-dos aqueles que padecem dedoenças decorrentes dos re-feridos distúrbios, de forma aque esses doentes sintam ereconheçam que existempessoas que pensam neles,nos seus problemas”.

Fobias e outros distúrbiosMadalena Simões disse tam-bém que o Centro está à dis-posição de todos os indiví-duos que sofrem de fobias(medo ou repulsa persistentede um objeto ou de uma si-tuação), distúrbios alimenta-res, divórcios, problemas fa-miliares, infantis, mudançasde emprego, perturbações depersonalidade, ansiedade,agressividade, entre outras,que são identificados no quo-tidiano e que requerem umacompanhamento clínicopersonalizado.

Problemática dos casais é uma preocupação O bispo reformado da igrejametodista unida, Emílio deCarvalho, em declarações aoJS, afirmou que “iniciativasdo género não devem ficarpor aqui porque é importantee oportuno que hajam cen-tros como o Makarismo, on-de as pessoas podem tratar asmais diversas enfermidades,com bons serviços terapêuti-cos”.

O bispo assegurou que aproblemática dos casais éuma das grandes preocupa-ções da igreja, mas que podeser gerida com o envolvi-mento da sociedade, comopor exemplo através dos ser-viços de terapia de casais doCentro “que irá certamentepropiciar a harmonia e obem-estar das famílias quetêm enfrentado graves pro-blemas de estruturação”.

O Centro está aberto aopúblico de segunda à sexta-feira, das 9h00 às 20h00, e aossábados das 9h00 às 12h00,na Rua dos Frescos nº CS4,Talatona, Zona 3, por trás doBANC.

O Centro Terapêutico Maka-rismo, inaugurado em Abril,na capital, vai oferecer servi-ços avançados de tratamen-to médico, educação, acon-selhamento, recuperaçãopsicofísica, reabilitação eapoio psicossocial a indiví-duos e famílias.

O evento contou com a presença de ilustresconvidados

Bispo eMílio de Carvalho É importante e oportuno que hajacentros como o Makarismo, onde as pessoas podem tratar asmais diversas enfermidades, com bons serviços terapêuticos

Madalena Mendes siMões O Centro Terapêutico Makarismosurgiu de um sonho antigo decorrente do facto de vivermosnum ambiente perturbado em que se observam constantemen-te muitos indivíduos com várias doenças do foro-mental, sobre-tudo o stress, a depressão, crises familiares, entre outras

Fátima Magalhães dirige-se à audiência

Evelize Fresta, anterior Vice-ministra da Saúde - e então res-ponsável, também, pela orientação editorial do Jornal da Saúde-, acompanhada pelo seu marido, Mário Fresta, director do CE-DUMED, marcaram presença

A terapia familiar e de casais, a psicologia clínica para adultos e apsicoterapia infantil consituem algumas das valências do Centro

O casal Fátima Magalhães e Eduardo Magalhães.

Os fumadores perdem 15 anos de vida

A nível mundial, o tabacomata mais de 7,2 milhõesde pessoas por ano, dosquais 80% nos países debaixo ou médio rendi-mento. Na Região Africa-na, morrem todos os anosaproximadamente 146mil adultos com 30 anosde idade ou mais, devidoa doenças relacionadascom o tabaco. Cerca demetade dos consumido-res de tabaco morre pre-

maturamente por doen-ças causadas pelo tabacoe, em média, os fumado-res perdem 15 anos de vi-da. Isso faz do uso do ta-baco um dos principaisfactores de risco evitáveisde doenças não transmis-síveis, tais como doençascardiovasculares, cancro,doenças pulmonares cró-nicas e diabetes. É umaameaça para todos, inde-pendentemente do sexo,idade, raça e contexto cul-tural ou educacional.

CUSTO DOS CUIDADOS DE SAÚDE Na Região Africana, o cus-to dos cuidados de saúdedevidos ao fumo do taba-co representa 3,5% dadespesa total da saúdepor ano. É causa de sofri-mento, doenças e morteprematura e empobreceas famílias. Impõe um pe-sado fardo económico àseconomias nacionais,através do aumento doscustos dos cuidados desaúde e de uma menorprodutividade. O uso dotabaco agrava as desi-gualdades na saúde e apobreza, visto que as pes-soas mais pobres passama gastar menos em pro-dutos essenciais, comoalimentos, educação ecuidados de saúde. A in-

dústria do tabaco estátambém a visar cada vezmais as mulheres e as jo-vens.

PLANTAÇÕES DE TABACOPara além disso, as plan-tações de tabaco contri-buem para a insegurançaalimentar e a subnutriçãoapoderando-se de terre-nos agrícolas, que pode-riam ser usados commaior utilidade na cultu-ra de produtos alimenta-res. Os cinco principaisprodutores de folhas detabaco da Região Africa-na sofrem de subnutriçãoe neles a cultura de taba-co coexiste com taxas desubnutrição que oscilamentre 20% e 43%. O tabacotem igualmente impactosobre o ambiente, atravésdo fumo, lixo, incêndios edesflorestação, provo-cando alterações no cli-ma. A simples cultura eprodução de tabaco cons-tituem um perigo para asaúde. São as mulheresque se encarregam damaior parte do trabalhonos campos de tabaco eos filhos das famílias quecultivam tabaco são en-volvidos no trabalho in-fantil, o que os expõe àdoença do tabaco verde ea perigos sanitários pro-

vocados pelos pesticidase pela inalação de fumo epoeira do tabaco.

A LUTA CONTRA O TABACO É UMA SOLUÇÃO SIMPLES E ECONÓMICA A luta contra o tabaco éuma solução simples eeconómica para essesproblemas. A Conven-ção-Quadro da OMS paraa Luta Antitabágica(CQLA) é o instrumentomais poderoso a nívelmundial para combater oimpacto negativo do ta-baco sobre o desenvolvi-mento. Em particular, oaumento dos impostos edos preços do tabaco sãoformas comprovadas eeficazes para reduzir aprocura do tabaco, difi-cultando o seu acesso. Is-so desencoraja o consu-mo, melhora a saúde daspessoas e das comunida-des e reduz o fardo dasdoenças e morte. O controlo do comér-

cio ilícito de produtos dotabaco é igualmente umapolítica-chave para redu-zir o uso do tabaco e assuas consequências paraa saúde e a economia. Ou-tras medidas, tais como oapoio a alternativas eco-nomicamente viáveis àprodução de tabaco e a

restrição do acesso de jo-vens a produtos do tabacopoderão ser eficazes, es-pecialmente como partede uma estratégia abran-gente para reduzir o usodo tabaco.

NINGUÉM SERÁESQUECIDOTodos os países benefi-ciam com o controlobem-sucedido da epide-mia do tabaco, protegen-do as suas populaçõescontra os malefícios douso do tabaco e reduzin-do os prejuízos para aseconomias nacionais. Oobjectivo da Agenda 2030para o DesenvolvimentoSustentável é garantir que“ninguém será esqueci-do”. A luta antitabágica éencarada como um dosmeios mais eficazes parase atingir a meta 3.4 dosODS, que consiste em re-duzir em um terço, até2030, o número de mor-tes prematuras por doen-ças não transmissíveis.

APELO À LUTA ANTITABÁGICAHoje, ao comemorarmoso Dia Mundial Sem Taba-co de 2017, apelo aos Es-tados-Membros para queincluam a luta antitabági-ca nas suas políticas e pla-nos nacionais, assim co-

mo nos quadros de im-plementação dos ODS. Ospaíses deverão imple-mentar na íntegra aCQLA da OMS, incluindoo aumento dos impostossobre o tabaco, para re-duzir a procura de produ-tos do tabaco. A receitaassim gerada para os go-vernos poderá ser usadapara financiar a cobertu-ra universal de saúde, apromoção da saúde e ou-tros programas de desen-volvimento. Exorto as pessoas indi-

vidualmente a ajudarema construir um mundosustentável, livre de taba-co, quer nunca usandoprodutos do tabaco, querabandonando o hábito defumar. Proteja a sua saú-de e a das pessoas expos-tas ao fumo passivo, in-cluindo as crianças, ou-tros membros da famíliae amigos. A luta contra o tabaco

pode quebrar o ciclo dapobreza, contribuir paraacabar com a fome, pro-mover a agricultura sus-tentável e o crescimentoeconómico e combater asalterações climáticas.Apoiemos todos a luta an-titabágica, para salvar vi-das, melhorar o desen-volvimento e reduzir asdesigualdades na saúde.

13DiA MunDiAl SeM tAbAco JSA Abril/Maio 2017

Matshidiso Moeti

directora Regional do escritório

Regional da oMs para a África

Todos os anos, no dia 31 de

Maio, comemoramos o Dia

Mundial Sem Tabaco, para

sensibilizar as pessoas para a

saúde e para os riscos e peri-

gos associados ao uso do ta-

baco e à exposição ao fumo

do tabaco. O tema deste

ano do Dia Mundial Sem Ta-

baco é "Tabaco – uma

ameaça ao desenvolvimen-

to". O uso do tabaco consti-

tui um grande obstáculo ao

desenvolvimento sustentá-

vel, com impacto generali-

zado sobre a saúde, a pobre-

za, a fome no mundo, o cres-

cimento económico, a

igualdade de género, o am-

biente, a educação, as finan-

ças e a governação.

Cerca de 9% das mortes de homens em Angola e 4% das mulheres devem-se ao consumo de tabacoA 31 de Maio comemora-se o Dia Mundial

Sem Tabaco. O tema deste ano é "Ta-baco – uma ameaça ao desenvolvi-mento". O uso do tabaco ameaça odesenvolvimento sustentável,com impacto sobre a saúde, apobreza, a fome no mundo, ocrescimento económico, aigualdade de género, o ambien-te, a educação, as finanças e agovernação.A nível mundial, o tabaco ma-

ta mais de 7,2 milhões de pessoaspor ano, dos quais 80% nos paísesde baixo ou médio rendimento. Na

Região Africana, morrem todos osanos cerca de 146 000 adultos na faixa

dos 30 anos de idade ou mais, devido adoenças relacionadas com o tabaco. Os fu-madores perdem 15 anos de vida. Isso fazdo uso do tabaco um dos principais factoresde risco evitáveis de doenças não transmis-

síveis, tais como doenças cardiovasculares,cancro, doenças pulmonares crónicas ediabetes.Angola aderiu à Convenção-Quadro de

Luta Contra o Tabaco promovida pela Or-ganização Mundial da Saúde.Um estudo realizado no país, em 2009, a

um universo de 735 estudantes dos 13-15anos de idade revelou que 20,2% de rapazese 18,6% de raparigas consomem cigarrosou outros produtos do tabaco. A OMS (rela-tório de 2008) estima que 9% das mortesque ocorrem em Angola nos homens e 4%nas mulheres são devidas ao consumo dotabaco.Fontes independentes (Country Fact

Sheet, 2013) revelam que a prevalência defumadores diariamente em Angola rondaos 16,7% (924.900) para homens e 1,6%(92.100) para as mulheres, constituindouma ameaça permanente à saúde públicados angolanos.

O TABACO PREJUDICA A SUA SAÚDE. NÃO FUME ! Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do MINSA

14 PreVenção Abril/Maio 2017 JSA

1.É essencial no crescimento e reparação tecidular. Ocolagénio que é uma importante proteína constituinteda pele, cartilagem, tendões, ligamentos e parede capi-lar, necessita de Vitamina C para a sua formação.2.É fundamental na reparação e manutenção das célu-las dos ossos, dentes, gengivas e dos vasos sanguíneos. 3.A Vitamina C actua como antioxidante, bloqueando odano causado pelos radicais livres, substâncias oxidan-tes que lesam o DNA e proteínas. As lesões que resultamda actuação dos radicais livres ao longo do tempo con-tribuem para o processo de envelhecimento e de desen-volvimento de diversas doenças. Assim, é fundamentalincentivar a diminuição do número de substâncias oxi-dantes, denominadas de radicais livres, evitando o maispossível a ocorrência de stress oxidativo, e, portanto, aocorrência de processos degenerativos. Para tal a pre-sença de antioxidantes como a Vitamina C é benéfica ecrucial. 4. É necessária no processo de cicatrização tecidular.5.Actua como cofactor em processos enzimáticos e me-tabólicos. A Vitamina C permite que sejam eficiente-mente utilizados pelo organismo, hidratos de carbono,gorduras e proteínas.6. Facilita a absorção de ferro ao permitir que o organis-mo absorva ferro de fontes não-heme. 7. Fortalece o sistema imunológico.

A Vitamina C desempenha um papel na protecção contra algumas patologias:— A evidência sugere que a Vitamina C pode ajudar aproteger as artérias contra danos. Alguns estudos - em-bora não todos - sugerem que a Vitamina C pode retar-dar a progressão da aterosclerose (endurecimento dasartérias). Outros estudos sugerem que a Vitamina C po-de ajudar a manter as artérias flexíveis.— Estudos baseados na população (que envolvem a ob-servação de grandes grupos de pessoas ao longo do tem-po) sugerem que as pessoas que comem alimentos ricosem antioxidantes, incluindo a Vitamina C, têm um me-nor risco de pressão arterial elevada do que as pessoascom dietas mais pobres.— A Vitamina C (500 mg) parece ter um papel, junta-mente com outros antioxidantes, incluindo o zinco (80mg), beta-caroteno (15 mg) e vitamina E (400 UI) na pro-tecção dos olhos contra o desenvolvimento de Degene-ração Macular da Idade (DMRI)— Alguns estudos sugerem que a Vitamina C juntamen-te com a vitamina E pode ajudar a prevenir a ocorrênciade pré-eclampsia em mulheres de alto risco. A pré-eclampsia, caracterizada por hipertensão e proteinúriaé uma causa comum de nascimentos prematuros.

Apesar da informação ser ainda limitada, estudos sugerem que a Vitamina C também pode: — Melhorar a visão dos indivíduos com uveíte (inflama-ção da túnica média do olho).— Contribuir no tratamento de condições relacionadascom alergias, como asma, eczema e febre do feno (cha-mada rinite alérgica).— Reduzir os efeitos da exposição ao sol, tais como quei-maduras solares ou vermelhidão (chamado eritema).— Ajudar no tratamento de queimaduras e feridas.— Ajudar no tratamento de condições virais, incluindo amononucleose. A Vitamina C é ainda largamente utilizada como cosmé-tico pois ajuda na hidratação e na produção de substân-cias que actuam na renovação da pele. O seu poder anti-oxidante e a sua acção na produção de colágeneo, fazemdela, essencial em tratamentos de rejuvenescimento.

A Vitamina C está largamente disponível nos ali-mentos, quer de origem vegetal quer animal, em-bora as melhores fontes sejam os frutos e vegetaisfrescos e as chamadas miudezas de aves. Osgrãos e as leguminosas contêm elevado teor emVitamina C, contudo como esta é instável numambiente alcalino e ao oxigénio, luz e calor, asperdas podem ser consideráveis durante o arma-zenamento e a cozedura.

Todas as frutas e vegetais contêm Vitamina C.As frutas consideradas as maiores fontes de Vita-mina C são: os cítricos, como a laranja, toranja, li-mão e uvas, o kiwi, manga, papaia, abacaxi, mo-rangos, framboesas, mirtilos e melancia. Entre osvegetais que contêm mais Vitamina C destacam-

se os bróculos, couves de bruxelas, couve-flor, pi-mentos verdes e vermelhos, espinafres, repolho,nabos, batata doce e batata branca, tomate e abó-bora.O processamento dos alimentos pode degradarou mesmo destruir a vitamina C, assim como aexposição ao ar, a secagem, salga e cozedura. Ocongelamento geralmente não causa perda deVitamina C, a não ser que o armazenamento sejamuito prolongado. Para que a dieta alimentar tenha o aporte ade-quado de Vitamina C, deverão ser tidos em contaestes factores, sendo aconselhável consumir pre-ferencialmente frutas e vegetais frescos, legumescozidos a vapor ou com apenas uma ligeira coze-dura.

Funções da Vitamina C

Fontes de Vitamina C

A Vitamina C (nomes químicos: ácido ascórbico e ascorbato) é uma lactona de 6-carbo-

nos sintetizada a partir da glucose por muitos animais. Contudo, algumas espécies, co-

mo os seres humanos, não são capazes de sintetizar endogenamente a Vitamina C, pelo

que o seu aporte terá que ser feito através da alimentação ou suplementação dietética.

A Vitamina C é uma vitamina hidrossolúvel, sendo um sistema redox composto por áci-

do ascórbico e ácido di-hidroascórbico que actua como um dador de electrões (agente

redutor ou antioxidante) para 11 enzimas. Como é hidrossolúvel, esta vitamina não é

armazenada no organismo, sendo essencial que haja uma reposição diária. A sua princi-

pal função metabólica é a manutenção da formação de colagénio, sendo também um

importante antioxidante.

Stela SoareS

MPharmD. | Gestora de assuntos

regulamentares e Compliance | Shalina

Healthcare

“O aporte diáriode Vitamina C é fundamental à saúde daspopulações. A possívelexistência dedeficiência destavitamina noorganismo decrianças e adultoscondiciona a qualidade devida e odesenvolvimentode doenças”

“A Vitamina C éessencial nocrescimento ereparaçãotecidular. Éfundamental nareparação emanutenção dascélulas dosossos, dentes,gengivas e dosvasossanguíneos”

A importância da Vitamina C para

a saúde e bem-estar

15JSA Abril/Maio 2017

O conteúdo corporal total da Vitamina C varia de300 mg (quase escorbuto) a cerca de 2 g. Elevadosníveis de Vitamina C (concentrações milimolares)são mantidos nas células e nos tecidos e são maiselevados nos leucócitos (glóbulos brancos), nosolhos, nas glândulas suprarrenais, na glândula pi-tuitária e no cérebro. Níveis relativamente baixosde Vitamina C (concentrações micromolares) sãoencontrados em fluidos extracelulares, como plas-ma, glóbulos vermelhos e saliva.Para aferir do estado em Vitamina C no indivíduo,a concentração de acido ascórbico no plasma san-guíneo ou soro reflecte o recente aporte em Vita-mina C, e a este respeito são indicadores mais fiá-veis do que a concentração de Vitamina C nos eri-trócitos. A concentração de ácido ascórbico nos

leucócitos estámais relaciona-da com a sua fun-ção ao nível tecidual,sendo provavelmente oindicador mais sensível doestado de Vitamina CII. Baixosníveis de Vitamina C têm sido as-sociados a uma série de condições,incluindo pressão arterial elevada,doença da vesícula biliar, acidentevascular cerebral, alguns tipos de can-cro e aterosclerose, a acumulação deplaca nos vasos sanguíneos que podelevar a ataque cardíaco e acidente vas-cular cerebral. Obter suficiente Vita-

mina C da dieta alimentar pode ajudar a reduziro risco de desenvolver algumas

destas condições, contudonão são conclusivos os es-tudos de que a suplemen-tação irá ajudar ou prevenirqualquer uma destas condi-ções .III A suplementação deVitamina C deve ser feita 2 - 3

vezes por dia, com as refeições, depen-dendo da dosagem. Alguns estudos sugeremque os adultos devem tomar 250 - 500 mgduas vezes por dia para extrair um real be-nefício. Para dosagens superiores a 1000mg de Vitamina C diariamente deverá serconsultado o médico ou farmacêutico.

Níveis de Vitamina C no organismo Recomendações

Doses Diárias Recomendadas (DDRs) para Vitamina C

Idade Homem Mulher

0–6 meses 40 mg 40 mg

7–12 meses 50 mg 50 mg

1–3 anos 15 mg 15 mg

4–8 anos 25 mg 25 mg

9–13 anos 45 mg 45 mg

14–18 anos 75 mg 65 mg

+19 anos 90 mg 75 mg

Fumadores Indivíduos fumadores necessitam de mais 35 mg/dia

de Vitamina C do que não fumadores.

Mulheres Grávidas 80-85mg

Mulheres em Aleitamento 115-120mg

Consumo Diário Recomendado de Vitamina C IV

Devido ao potencial de efeitos colaterais e

interacções com medicamentos, os suple-

mentos dietéticos devem ser tomados sob

a orientação de um médico, farmacêutico

ou enfermeiro.

A Vitamina C aumenta a quantidade de ferro

que é absorvido dos alimentos. Pessoas com

hemocromatose ou talassémia, não devem

tomar suplementos de Vitamina C sem

orientação médica. As pessoas com anemia

falciforme, bem como as que possuam uma

desordem metabólica chamada G6PD, po-

dem ter efeitos adversos sérios com a utili-

zação de suplementos em Vitamina C.

A Vitamina C é geralmente considerada se-

gura uma vez que o excesso não é armaze-

nado no organismo, contudo doses superio-

res a 2000mg/dia podem provocar diarreia,

gases ou dores de estômago. Se tal ocorrer

deve haver uma diminuição da dose de Vita-

mina C.

O aporte diário de Vitamina C é fundamen-

tal à saúde das populações. A possível exis-

tência de deficiência desta vitamina no orga-

nismo de crianças e adultos condiciona a

qualidade de vida e o desenvolvimento de

doenças, pelo que a OMS recomenda uma

alimentação que inclua frutas e vegetais ri-

cos em vitamina C, e recomenda a sua su-

plementação sempre que houver desequilí-

brios no plano alimentar.

Assegurar a dose diária recomendada

(DDR) de Vitamina C é fundamental a todas

as comunidades, mas um maior cuidado de-

ve ser tido para com grupos populacionais

mais vulneráveis e susceptíveis a doenças e

estados de subnutrição.

I Vitamins and Mineral Require-ments in human Nutrition- WHOand FAO of the United nationsIIGuidelines on Food Fortificationwith micronutrients - WHOIIIVitamins and Mineral Require-ments in human Nutrition- WHOand FAO of the United nationsIVWHO, FDA, EMEA