Eutanásia Animal - MDB 3ª edicao

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1 facebook.com/RevistaMundodosBichos EUTANÁSIA ANIMAL A "boa morte" pode ser a melhor solução? Ano I - nº 3 mai/jun 2013 - distribuição gratuita facebook.com/RevistaMundodosBichos CASA ECOLÓGICA Como ter um lar mais sustentável FERRETS Conheça o mais pilhado dos exóticos EQUOTERAPIA Um tratamento baseado na interação com os cavalos

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EUTANÁSIA ANIMALA "boa morte" pode ser a melhor solução?

Ano I - nº 3 mai/jun 2013 - distribuição gratuita

facebook.com/RevistaMundodosBichos

CASA ECOLÓGICAComo ter um lar mais

sustentável

FERRETSConheça o mais pilhado

dos exóticos

EQUOTERAPIAUm tratamento baseado na interação com os cavalos

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16CAPAAs controvérsias da eutanásia12 PEIXES

Como o aquapaisagismo pode transformar seu aquário

Para sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para [email protected]

ÍNDICE

27

6 FELINOSO espírito desbravador dos gatos

22 AVESInhambu, uma espécie intrigante e enigmática

DIÁRIOImagens de uma viagem de bicicleta pela América Latina

29TRECOS ANIMAISModa, privada e até cerveja para seu pet

14 PALEONTOLOGIAUm mergulho no tempo por meio dos fósseis

10 SUSTENTABILIDADEComo o princípio dos 3 Rs pode mudar o mundo

26I S.O.S. MELHOR AMIGOGrupo de Araraquara protege animais desamparados

TODA EDIÇÃO04 Editorial05 Artigo28 Bichos curiosos30 Click

24I ECOLOGIAMedidas para ter uma casa mais "verde"

08I EXÓTICOSBrincalhões e acelerados, eles são os ferrets

20I EQUOTERAPIAO benéfico contato com os equinos

/revistamundodosbichos /mundodosbichos@rmundodosbichoso

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Editorial

Morte e vida Edição bimestral - ANO I - Nº 3 mai/jun 2013

Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

ANUNCIE: (16) 3461 2472 / 9746 9719 [email protected]

DIRETOR EXECUTIVO - Marcelo Qué[email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVO - Diogo [email protected]

DIRETOR DE MARKETING - Dacyo [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVEL - Fabiana AssisMtb 55169

EDIÇÃO - Fabiana [email protected]

REPORTAGEM - Dacyo Cavalcante / Luísa Dentello

ANALISTA DE REDES SOCIAIS - Vitor [email protected]

GERENTE DE CONTAS - Fabio [email protected]

ATENDIMENTO - Luciano [email protected]

LOGÍSTICA - Raphael Trolese

PROJETO GRÁFICO E DESIGN - Marcelo Quén

ARTICULISTA - Kdu [email protected]

ILUSTRAÇÃO - Mayara Julia [email protected]

COLUNISTA SOCIAL - Virgínia Coutinho

CONSULTORESJaquelini Fiochi - Médica VeterináriaVagner José Mendonça - Biólogo

Mundo dos Bichos não tem responsabilidade edito-rial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados

Eutanásia. Pronto, tudo indica que a sua atenção já foi fisgada. Se a palavra “eutanásia” costu-

ma causar esse efeito sobre você, despertando um misto de interes-se e curiosidade, não se preocupe – isso significa apenas que você é uma pessoa normal.

O tema da “morte tranquila”, como também é conhecida, é alvo de polêmicas e discussões acirradas nos mais diversos meios. Mas não na MDB. O propósito da nossa re-vista é levar assuntos relevantes aos leitores e estimular o pensamento crítico por meio do conhecimento. Para isso, fomos a campo e consul-tamos pesquisadores, veterinários, criadores e defensores das causas animais que pudessem contribuir para o esclarecimento dessa ques-tão espinhosa.

Mas esta edição também traz as-suntos amenos, como uma matéria sobre gatos “rueiros”, medidas para incorporar o princípio dos 3 Rs ao cotidiano e uma viagem no tempo por meio da paleontologia, além de

Shopping JaraguáBanca do Correio – Na frente do Clube 22 de agosto (sede social), ao lado dos Correios do CentroBanca da Praça Pedro de Toledo – Na Praça Pedro de ToledoBanca do Parque Infantil – No Parque Infantil Banca do Carmo – AV. 7 de Setembro, em frente à concessionária Chevrolet Banca do Extra – Dentro do supermercado Extra Banca Alves – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. 36 Banca da Fonte – Av. Bento de Abreu, em frente ao GigantãoBanca das Roseiras – Av. Luiz Alberto, próximo à padaria das Roseiras Banca 13 de Maio – Em frente à escola Antonio Lourenço Correia, na Rua 13 de maioBanca Alameda – Alameda Paulista, em frente à TV AraBanca da Santa Cruz – Praça da Santa Cruz Banca do Cris – Av. Maurício Galli, dentro do shopping Uirapuru Banca do São Geraldo – Praça da igreja do São GeraldoBanca Central – Esquina da Rua São Bento (Rua 3) com a Av. Duque de Caxias Banca Martinez – Próximo à concessionária Honda de automóveis

Onde encontrar a revista Mundo dos Bichos

muita informação sobre animais domésticos e exóticos.

Aliás, foi justamente o caráter in-formativo da revista que nos garan-tiu uma feliz notícia. Recentemente, descobrimos que a MDB tem sido utilizada em escolas como material de apoio às aulas de ciências huma-nas e biológicas. Essa constatação representa uma grande conquista para a Mundo dos Bichos!

Atitudes sustentáveis não de-pendem apenas da nossa relação com o meio ambiente – dependem da nossa relação com os jovens. As crianças e os adolescentes são os atores da construção de uma nova realidade. E as ações futuras desses jovens dependem dos valores que eles assimilam e da conscientiza-ção que desenvolvem hoje.

É para isso que existe a MDB. Para informar, formar e reformar as consciências. Afinal, se a ciência e a lei deliberam sobre a “boa mor-te”, cabe a nós assegurar condições para a boa vida. E a base para isso é o conhecimento. Boa leitura!

Revista Mundo dos Bichos

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to esteve vivo?Sim, estamos falando da euta-

násia. Não necessitamos polemi-zar o assunto. Religiões, políticas, grupos de estudiosos jamais irão dar conta de decifrar essa equação que traz um resultado tão dilace-rante que somente aquele que a

sente é capaz de entender.Somente aquele que afaga seu

gato em uma noite de inverno sabe disso.

Somente o dono de um pit bull que viu seu amigo respirar fundo e deitar sobre sua filha de 2 anos

e dormir como se estivesse ali de guarda, sabe invariavelmente a dor de entregar seu amado melhor amigo ao fim.

A cada história contada e re-contada sobre nossas relações com os animais, fico perplexo sobre como o tema da eutanásia coloca-se como uma das maiores dores pelas quais um ser humano pode passar. O luto é injusto! A dor é sofrível porque não se pode sofrer, já que se fez a escolha. O amor e a saudade são um fato real.

Como prometi ser objetiva-mente psicanalítico, serei breve: A escolha de se praticar a eutanásia ou não, diante de um sofrimento que não se sabe se é maior da par-te daquele que a fará ou daquele ser que amamos tanto, nos leva à seguinte conclusão: qualquer deci-são é um ato de amor, pois quem viveu esse amor fui eu.

Artigo

Kdu Oliveira*

A dor é sofrível porque não se pode sofrer, já que se fez a escolha. O amor e a saudade são um fato real.

*Psicólogo. CRP:06/77717

(In)sensatez

Tentarei objetivar de forma psicanalítica a morte.Esperamos por ela? Não.

A queremos? Não. Mas podemos desejá-la? Sim, podemos.

A micro-história da intersubje-tividade de uma relação de amor é complexa demais para narrar a qualquer ser vivo, seja ele humano ou animal.

Dependemos tanto de algo que chamamos de vida que, de vez em quando, nos debatemos com o ato findável ao qual chamamos de morte.

Morre-se por qualquer coisa, como dizia Raul Seixas: “Oh mor-te, tu que és tão forte, vista-se com tua mais bela roupa quando vieres me buscar”. Sim, ela vem.

E quando temos que decidir por nós mesmos que é a hora de se “encerrar a vida” de um ser que praticou somente o amor enquan-

“ “

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Como lidar com o instinto explorador dos bichanos

Curiosos e ágeis, os ga-tos despertam o encanto de muitos povos mundo

afora, desde as civilizações antigas. Nos dias de hoje, no entanto, muitos criadores têm medo de que seus bichos saiam perambulando pelas ruas, e não sabem o que fazer a respeito.

Como são caçadores natos, os gatos têm o primeiro ins-tinto de reconhecer o terreno quando chegam em um novo ambiente. O criador pode achar que portão e muros serão

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por mantê-los em segurança e sau-dáveis. No mais, basta seguir as orientações do veterinário e amar seu pet. Ele vai amá-lo de volta, sem a menor dúvida.

Felinos

suficientes, mas não para os bicha-nos, que os escalam com facilidade. Normalmente, os animais não se afastam muito de sua residência – ficam sentados nos muros, deitados nos telhados vizinhos e estirados na calçada. O que costuma levá-los mais longe é o impulso sexual.

Há o temor comum de que as “noitadas” fora de casa façam o gato adquirir doenças que possam contaminar os outros animais do-mésticos e os criadores. Se o pet for bem cuidado, entretanto, os verdadeiros riscos serão maiores para ele próprio. “Atropelamentos, ataques de cães, envenenamentos ou, em caso de animais não cas-trados, brigas com outros gatos.” Esses são alguns dos problemas apontados pelo médico veteriná-rio Amilcar B. Pasta.

“A menos que o dono seja um comerciante de animais, não existe justificativa para manter um gato ou gata não castrados”, diz o vete-rinário. Em alguns casos, o obstá-culo para a cirurgia é o preço. Para isso, existem ONGs e associações de defesa dos animais que reali-zam a castração a menores custos ou mesmo gratuitamente. Adotar animais recolhidos por essas asso-ciações pode ser outra alternativa, já que eles já vêm castrados.

As vantagens da castração são grandes, até mesmo para gatos

que vivem em apartamentos com janelas teladas. As fêmeas não cas-tradas podem desenvolver tumo-res de mama e infecções uterinas, e os machos tendem a ficar mais agressivos e marcar território pela casa, produzindo urina com odor mais forte.

Quem deseja adotar um gato mas está apreensivo deve, antes de mais nada, adaptar a residência para que o bichano não sofra aci-dentes, adotando medidas como a instalação de telas nos portões das casas ou nas janelas dos apartamentos. Em segui-da, deve-se procurar um veterinário para fazer o calendário de vacinas, a vermifuga-ção adequada e, caso o animal seja fértil, pro-gramar sua castração. A boa alimentação, com rações com pouco sódio ou corante, também é fundamental. “A infec-ção urinária, a formação de cristais na urina e o consequente entupi-mento da uretra é muito comum em gatos castrados que se alimen-tam de rações inadequadas”, escla-rece Amilcar.

Acima de tudo, o mais impor-tante é garantir carinho aos ga-tos, desejá-los. Como é o criador quem os leva para sua casa, é in-teiramente sua a responsabilidade

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Engana-se quem pensa que apenas cachorros e gatos re-presentam a predileção dos

criadores de animais. Embora seja considerado exótico, o ferret, tam-bém conhecido como "furão", tem se tornado cada vez mais comum em terras brasileiras.

De acordo com a médica veteri-nária Gabriela Campos, especialis-ta em animais silvestres e exóticos, ferret e furão são dois animais di-ferentes. “O Ferret (Mustela pu-torius) tem como habitat natural os Estados Unidos, e é importado para domesticação no Brasil. Já o Furão (Galictis cuja) é um animal natural da fauna brasileira e não domesticável”, afirma. Segundo ela, “O IBAMA só permite a co-mercialização dos ferrets castrados e vacinados, sendo sua reprodução

Ferret não é furãoApesar de agitado, animal vive bem em apartamentos

em cativeiro proibida para evitar desequilíbrio ecológico”.

O ferret é “parente” da Ariranha, da Lontra e da Irara. O odor carac-terístico é uma das particularidades do animal, que utiliza glândulas específicas para afastar potenciais inimigos ou transmitir informações a outros bichos. “Essas glândulas, porém, regridem após a castração”, explica Campos. Sua expectati-va de vida vai de 6 a 10 anos em média, embora muitos indivíduos possam morrer antes por tumores ocasionados no decorrer da velhi-ce. A coloração dos seus pelos va-ria desde os tons mais claros até os mais escuros, e as mudas de pela-gem ocorrem em dois períodos do ano, no outono e na primavera.

É um animal de tamanho rela-tivamente pequeno, entre 30 e 50 cm, o que faz com que seja muito procurado por pessoas que vivem em apartamento. Esse foi o caso de Beatriz Massafera, criadora do ferret Otto, de 4 anos. Ela diz que se interessou pelo animal ao ler uma matéria em uma revista es-pecializada. “Nossa relação é ma-ravilhosa. Ele é superbrincalhão e carinhoso, mas também é muito

arteiro!”, comenta.O temperamento dócil faz com

que esses animais se adaptem fa-cilmente ao ambiente doméstico. Além disso, convivem sem pro-blemas com outros bichos, como cães e gatos, e costumam se dar muito bem com crianças, já que são bastante agitados. “Por não ser um animal noturno, ele vai se acostumar aos horários dos donos. Existem gaiolas específicas, com cabana e rede para o animal dor-mir. E os criadores também podem passear com eles utilizando uma coleira própria para a espécie”, es-clarece a veterinária.

Animais independentes, agi-tados e cheios de habilidades, os ferrets têm o hábito de explorar o ambiente. Esse instinto de desbra-vamento faz com que eles acabem entrando em buracos e locais de difícil acesso. Por isso, os criadores precisam ter cuidado com ralos, privadas e gavetas. Massafera, que mora no 13º andar de um prédio, diz que colocou grades na sacada do seu apartamento para a segu-rança de Otto. Apesar da perma-nente atenção com seu bichinho, a bagunça é inevitável. “Quando

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o deixo brincando no meu quarto, ele apronta até! É só eu virar as cos-tas que ele abre as portas do meu guarda-roupa, entra nas gavetas e joga todas as roupas para fora. Quando me dou conta, é sutiã, ca-miseta, meia, tudo esparramado no chão e ele quietinho, deitado den-tro do armário.”

Além de arrumar a algazarra que eles deixam pela casa, o cria-dor deve cortar as unhas dos ani-mais para que eles não estraguem a mobília. Os banhos, geralmente a cada 15 dias (com xampu próprio para ferrets ou gatos), exigem água morna e muito cuidado com olhos,

ouvidos e boca.Outra questão que demanda a

atenção dos criadores é a alimen-tação. Existem rações específicas para os ferrets, mas elas são impor-tadas e vendidas apenas em cen-tros especializados, como algumas lojas de São Paulo. Segundo Cam-pos, “As rações secas são melhores do que as úmidas, pois diminuem a possibilidade de doenças perio-dontais”. Além da ração, também se pode oferecer frutas e bastante água fresca, já que eles costumam sentir muita sede.

Os ferrets precisam receber vacina contra cinomose e raiva

O odor característico é uma das particularidades do animal, que utiliza glândulas específicas para afastar potenciais inimigos ou transmitir informações a outros bichos.

“Parentes” do Ferret

Exóticos

Ariranha Lontra

Irara

e devem ser levados a um veterinário especializado em animais silvestres e exóticos, com a frequência de uma vez ao ano ou a cada seis meses, para que seja feita a pesagem do animal e exames de rotina. “Deve-se também evitar o contato do ferret com pessoas gripadas, pois ele é suscetível à gripe humana”, explica a veterinária.

Você pode fazer como a Bea-triz, e se apaixonar por um mons-trinho carinhoso e cheio de gás. O preço de um ferret varia de 800 a 1.500 reais. O valor da sua compa-nhia é inestimável.

Beatriz Massafera com Otto. ferret de 4 anos.

“ “

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O contato do homem com o pla-neta apresenta uma dinâmica marcada por relações de dese-

quilíbrio e exploração. Esse quadro preocupante decorre de uma cultu-ra baseada em 3 Cs: Crescimento, Comércio e Consumo. Quando es-sas práticas são realizadas de ma-neira desorganizada e compulsiva, elas conduzem à destruição do ho-mem e do meio em que ele vive.

O crescimento acelerado e de-sigual leva aos abismos sociais e ao empobrecimento da natureza. O comércio desenfreado induz ao acúmulo de lixo e ao caos urbano. E o consumo excessivo, por sua vez, retroalimenta todo esse siste-ma autodestrutivo.

Como deu para notar, a questão é amplamente complexa e enraiza-da na nossa sociedade. A solução, entretanto, pode começar com uma medida simples e ao alcance de todos: substituir os 3 Cs por 3 Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Eduardo Ferin da Cunha, inte-grante da equipe de gestão do Re-ciclatesc, programa do SENAC de São Carlos que atua com o remane-jo de equipamentos de informática, explica que os 3 Rs fundamentam as ações do grupo. “No nosso caso,

Reduzir significa incentivar a redu-ção em novas aquisições de equipa-mentos de informática. Reutilizar é adequar os equipamentos e reapro-veitá-los para doação a outras ins-tituições sociais. Reciclar se refere a desmanufaturar os equipamentos que não podem ser aproveitados.”

Além de diminuir a produção de lixo que seria gerada com o descarte, o programa recupera os equipamentos recebidos e os des-tina a outras instituições. Mas os 3 Rs também podem ser praticados no ambiente doméstico.

O primeiro R, Reduzir, está re-lacionado ao consumo consciente,

isto é, à redução do desperdício. Nesse sentido, cortar o excesso dos bens industrializados adqui-ridos é tão importante quanto diminuir o uso de bens naturais. Atitudes como fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar o carro com balde em vez de mangueira são maneiras simples e eficientes de economizar.

Um posicionamento inteligente em relação ao primeiro R consiste em comprar mercadorias de pro-dutores locais. Além de fortalecer a economia da região, a prática reduz a emissão de carbono resul-tante do transporte de produtos.

Responsabilidadeescrita com 3 Rs

Xixi consciente

Diminuir o consumo de água envolve práticas tão simples que a Fundação SOS Mata Atlân-

tica, em criação assinada pela agência F/Nazca Saatchi & Saatchi, lançou a campanha “Xixi no banho”, que incentiva a população a fazer xixi ao chuveiro como forma de diminuir a água usada na descarga. A campanha influenciou até um vereador da Holanda, da província de Drenthe, que convidou a população a fazer o mesmo.

Reeducação de hábitos pode mudar a realidade

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Sustentabilidade

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Você já parou para pensar na lo-gística que entra em ação quando se compra um produto da China? Tente imaginar o tanto de petró-leo necessário para transportar o objeto do outro lado do mundo até a sua caixa de correios.

Depois de reduzir o consumo, é a vez de implantar o segundo R: Reutilizar. Assim como a dimi-nuição do desperdício, o aprovei-tamento máximo e a reutilização dos itens adquiridos são funda-mentais para o consumo susten-tável. Um exemplo envolve o emprego de sacolas duráveis, as ecobags, para carregar as compras do mercado. Como são mais resis-tentes que as sacolas descartáveis, elas podem ser reutilizadas diver-sas vezes, o que diminui a geração

de resíduos sólidos (lixo).Somente após os 2 Rs, finalmen-

te se chega ao terceiro: Reciclar. Essa é uma excelente estratégia de preservação, pois proporciona um novo ciclo de vida a materiais usa-dos (daí o nome re-ciclagem). Em-bora alguns produtos não possam ser reciclados em casa, um méto-do de contribuir com a reciclagem consiste em separar o lixo domés-tico. Diversas prefeituras (como as de Araraquara e São Carlos) mantêm ou apoiam serviços de coleta seletiva, medida que favo-rece o meio ambiente e a econo-mia. Além disso, a reciclagem não se destina unicamente a produtos industrializados. Matéria orgânica também é reciclável, e pode ser transformada em adubo.

Apesar de ser o mais conheci-do dos 3 Rs, a reciclagem, por si só, não é capaz de resolver todos os problemas ambientais. Quando se recicla um objeto, apenas se cria um novo produto. Se isso não for combinado à redução do consumo e à reutilização dos itens, a recicla-gem não consegue escoar a enorme quantidade de materiais fabricados a cada instante. É por isso que exis-te uma “hierarquia” na definição dos 3 Rs – Reduzir, Reutilizar e Re-ciclar, nessa sequência.

Muito além da iniciativa de

grandes organizações e dos pro-jetos voltados à transformação da realidade em grande escala, a salvação do planeta é particular, local e circunstancial. O mundo é salvo ou condenado a cada ati-tude que se toma ou se deixa de tomar. Afinal, se a sustentação dos 3 Cs depende dos hábitos diários dos consumidores, o for-talecimento dos 3 Rs também é dependente de ações realizadas diariamente. Cabe a cada um fa-zer a sua escolha.

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Você já pensou em transformar seu aquário comum em um fabu-loso jardim submerso, cheio de harmonia para os peixes e beleza para o ambiente? Isso é possível graças ao aquapaisagismo, técni-

ca que nasceu há aproximadamente duas décadas na Europa e continua atraindo aquaristas do mundo todo.

O aquapaisagismo consiste na arte de recriar uma paisagem ou um ambiente natural dentro do aquário, por meio da utilização de materiais de decoração, plantas e peixes, e da composição equilibrada de todos es-ses elementos. Existem profissionais qualificados para orientar a escolha do aquário, peixes e plantas, já que alguns cuidados devem ser tomados.

De acordo com o aquarista Eduardo Júnior, o aquário deve conter peixes, camarões ou caramujos que auxiliem na limpeza para evitar o surgimento de musgo nas paredes. A água deve conter medidas certas de nutrientes e CO2, a iluminação deve ser balanceada e os peixes precisam ser seleciona-

PAISAGENS SUBMERSASTécnica permitecriar aquários incríveis

Tetra-néon, ou simplesmente néon, é um peixe de água doce da família Characidae, da ordem Characiformes, originário da região norte da América do Sul. É um peixe de cardume de co-res muito vivas, bastante apreciado na aquariofilia de água doce.

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Fotos/projeto: Filipe Oliveirahttp://faao.blogspot.com.br/

Diferentes estágios da montagem de um bonsai submerso

Peixes

Rua 9 de julho, 160 - Centro Araraquara - SP

16 3357 7510Aquários plantados e marinhosLagos ornamentais

Projetos personalizadosA maior variedade de peixes exóticos

Você, que enlouquece só de ver um peixinho, vai perder a cabeça quando nos visitar.

anuncio loco por peixes.pdf 1 19/02/2013 22:19:46

INCA

S

dos corretamente. “Peixes menores e mais coloridos são ideais para os aquários plantados, pois costumam ficar em cardumes, o que dá um as-pecto mais natural e vivo ao aquá-rio”, aconselha o especialista.

Diversas técnicas podem ser empregadas para a montagem de paisagens submersas. Uma delas permite a criação de bonsais por meio de troncos, pedras e mus-gos. Como o bonsai utilizado no aquário precisa estar morto e res-secado, o aspecto de vida que ele assume depende dos musgos que crescem no tronco.

O musgo mais indicado, nesses casos, é o de crescimento trian-gular. Inicialmente, é necessário fixá-lo nos galhos e podar regu-larmente os ramos inferiores para que recebam a iluminação neces-

sária. Utilizar um tronco com vá-rias ramificações torna a copa do bonsai mais natural e o crescimen-to do musgo mais rápido. A mon-tagem de uma paisagem como

essa, entretanto, requer bastante paciência e dedicação. Mas todos os investimentos e cuidados serão bem recompensados. Os efeitos resultantes são belíssimos.

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O Brasil ocupa as primeiras posições de qualquer lista de biodiver-sidade que se possa levantar: o país possui grande parte dos ma-míferos, das aves e dos anfíbios do mundo, sem contar os répteis,

peixes, insetos, orquídeas, bromélias, fungos e muitos outros grupos de seres vivos. Em toda a dimensão continental deste nosso país, te-mos um vasto número de biomas e paisagens, que variam das dunas potiguares aos pampas gaúchos, passando por um sem número de flo-restas, campos, manguezais, cavernas, serras. Dados científicos ainda apontam que não conhecemos mais que 10% de todo o nosso patrimô-nio vivo e que muitas das espécies ainda não catalogadas por cientistas já estão em vias de extinguir-se.

Logicamente, a posição do Brasil no planeta Terra é favorável para a ocupação de diferentes tipos de ambientes. Temos um território que se estende de um hemisfério a outro, com diferentes padrões de relevo, de clima, pluviosidade e solo, que nos permite ter um nordeste semiárido e uma serra catarinense com geadas e neve frequente. E todos estes fatores proporcionam uma riqueza e uma diversidade de espécies tal como encontramos neste país.

Mas, se por um lado, temos grandes extensões de florestas, cerra-dos e campos, pequenas variações locais transformam estes ambientes em colchas de retalhos, cuja provincialidade e endemicidade são mui-to bem quistas. Assim, o Brasil possui não só espécies que ocorrem em praticamente todos os biomas, como a suçuarana (Puma conco-lor), como também muitas espécies endêmicas. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) vive somente nas matas úmidas do Rio de Ja-neiro; o tuco-tuco (Ctenomys minutus) é exclusivo da costa gaúcha; o cacto mandacaru (Cereus jamacaru) só ocorre na Caatinga, e por aí vai!

Outro fator que influencia a biodiversidade é o “histórico” biológi-co brasileiro. Os biomas estão sempre se modificando no decorrer do tempo. Para quem olha uma floresta imponente como a Amazônia, fica difícil imaginar que aquela região já foi coberta por vegetação savânica, como o cerrado, e até por um braço de mar. O mesmo aconteceu com o sertão nordestino: ele já abrigou uma imensa quantidade de espécies de peixes, tubarões, tartarugas e outros animais marinhos. Sabemos isso

A (paleo)biodiversidade brasileira Por Heitor Francischini*

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Paleontologia

graças aos fósseis!Fóssil é um resto corporal ou ves-

tígio de um organismo que viveu em períodos geológicos passados: os-sos, dentes, escamas, placas, folhas, penas, ovos, pegadas, fezes ou até mesmo um organismo inteiro são exemplos de fósseis. E o Brasil pos-sui muito deles! Se em pouco mais de 500 anos de história (decorridos desde a chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro) sabemos tão pouco sobre as espécies que vivem ou viveram no nosso país, imagine se aumentarmos este tempo para dez mil anos. E para um, dez ou cem milhões de anos?

Se voltarmos no tempo, podería-mos encontrar faunas e floras mui-to diferentes das que conhecemos hoje. No interior do Ceará e do Pernambuco atual, na região co-nhecida como Chapada do Arari-pe, encontramos árvores e arbustos típicos da caatinga, caules grossos, espinhos, folhas coriáceas. Mas se voltarmos ao Período Cretáceo (72 milhões de anos atrás), na mesma região, encontraremos um grande lago onde dinossauros esperam silenciosamente pelo melhor mo-mento de abocanhar um peixe e pterossauros voam exibindo suas cristas possivelmente multicolori-das. Neste mesmo período, em São Paulo e Minas Gerais, saurópodes desfilam com seus longos pescoços entre pequenos crocodilos que mais

parecem tatus. Ao retroceder mais no tempo, até chegar ao Período Ju-rássico (há 145 milhões de anos), o mesmo território paulista e mineiro estariam cobertos de areia, forman-do o maior deserto que já houve no mundo, com pequenos dinossauros bípedes e mamíferos saltitantes.

Quanto mais retrocedemos na cronologia, mais diferente é a paisagem vislumbrada: no Triás-sico do Rio Grande do Sul (mais ou menos 230 milhões de anos atrás), manadas de dicinodontes alimentando-se de plantas pareci-das com as cavalinhas atuais eram comuns. Raro é observar que os grandes predadores, com qua-se dois metros de altura e pernas adaptadas para a corrida, eram parentes distantes dos crocodilos. Já no Permiano (290 milhões de anos) do mesmo local, um grande braço de mar de águas frias ba-nhava a região, na qual pequenos répteis, os mesossauros, nadavam em busca de crustáceos. Por falar

nestes incríveis animais, os mesos-sauros são endêmicos do Brasil, do Uruguai e da costa oeste da África, sendo testemunhas de um passado em que América e África forma-vam um único grande continente, o Gondwana, juntamente com a Antártica, a Austrália e a Índia.

O entendimento da biodiversi-dade é uma atividade muito com-plexa. Se variações no espaço (so-bretudo na latitude e na altitude) podem revelar uma mudança na composição faunística e florística, variações no tempo (estas viagens ao passado que os fósseis nos pro-porcionam) mostram toda a evolu-ção geológica, climática e biológica que uma região sofreu.

Os ambientes mudam lentamen-te, num quadro de estabilidade di-nâmica, em que o que existe hoje é o resultado de colonizações, extin-ções e interações das mais diferen-tes espécies de animais, vegetais e micro-organismos com o ambiente físico. Um mergulho nas profunde-zas do tempo pode revelar histórias e personagens incríveis, que só es-tão disponíveis para nós, humanos, como singelas criaturas petrifica-das: os fósseis.

Um mergulho nas profundezas do tempo pode revelar histórias e personagens incríveis, que só estão disponíveis para nós, humanos, como singelas criaturas petrificadas: os fósseis

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*Biólogo formado pela UFSCar e mestrando em Geociências (Paleontologia) pela UFRGS

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Nos séculos passados, a morte era tratada como um fenô-meno místico, de natureza

sobrenatural ou sacralizada, que deveria ser simplesmente aceito pelo homem ou, quando muito, recebido por meio de rituais. Nos dias de hoje, graças aos avanços da ciência, a morte é tida como um evento biológico natural, for-çosamente destinado a roubar a vida dos organismos animados.

O problema é que a naturali-dade que configura a morte não é tão perceptível, ou tão viável, quando ela incide sobre algum ente querido. Nesses casos, o que constitui um processo inevitável e esperado se mostra como um acontecimento traumático, que desperta sentimentos de dor, ne-gação e impotência. É justamente no cerne dessas questões, entre a naturalidade e a opressão da

A eutanásia precisa de remédio?No centro de impasses éticos e morais, procedimento ainda é visto como tabu

morte, que surge o tema da euta-násia, recurso médico carregado de aspectos sensíveis.

“Eutanásia” vem do grego (eu = bom; thanatos = morte) e significa algo como “boa morte”. Por mais contraditória que possa parecer, essa é a sua função básica: estabe-lecer condições para que o animal (racional ou “irracional”) disponha de uma morte “boa”, livre de sofri-mentos físicos e emocionais.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veteriná-ria (CFMV), que regulamenta a atividade veterinária no Bra-sil, a eutanásia animal deve ser executada apenas pelo médico veterinário, desde que não haja recursos alternativos e que o profissional adote procedimen-tos éticos fundamentais. Nesse sentido, um dos princípios mais importantes é o do bem-estar

animal, que determina medidas como o mínimo impacto am-biental, elevado grau de respei-to aos animais e a ausência ou redução máxima de desconforto e dor. O profissional que não seguir essas diretrizes pode ser processado pelo CFMV e pelos órgãos de Justiça competentes.

LeishmanioseO conceito da “boa morte”,

expresso dessa maneira, soa po-ético e expressivo. Mais do que evocar o lirismo, contudo, a eu-tanásia tem o poder de mobilizar as pessoas e de gerar discussões acaloradas. Um exemplo ocorreu

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Capa

recentemente, com o polêmico caso do cachorro Scooby.

O episódio envolvia ações de maus tratos por parte do dono de Scooby, animal diagnosticado com leishmaniose visceral (LV). A questão assumiu alcance nacio-nal quando o cachorro foi “sen-tenciado” à eutanásia, em decor-rência da portaria que determina o sacrifício obrigatório dos cães com LV. Com o intuito de impe-dir a morte do animal, criou-se nas redes sociais uma campanha chamada “Salvem o Scooby”. A iniciativa conseguiu a adesão de mais de 13 mil pessoas e contri-buiu para derrubar a regulamen-

tação judicial que “condenava” o cachorro. Essa decisão, que libe-rou o tratamento dos cães infec-tados, gerou questionamentos de natureza ética.

Segundo especialistas, uma vez infectado pela leishmaniose, o cachorro está condenado a vi-ver com o protozoário pelo resto dos seus dias, ainda que rece-ba tratamento e os sintomas da doença desapareçam. O maior problema, nesse caso, é que os cães continuarão sendo fontes de infecção para o vetor, atuando como “reservatórios do parasita” mesmo depois de aparentemente curados – condição que configu-ra um problema de saúde pública e justificaria a eutanásia.

O biólogo Vagner José Men-donça, especialista em Saúde Pú-blica e doutor em Parasitologia, afirma que os estudos nesse sen-tido ainda não chegaram a um consenso. “Muitos avanços têm ocorrido nos últimos anos, mas a despeito do grande número de testes disponíveis para o diag-nóstico da LV, nenhum apresenta 100% de sensibilidade e especifi-cidade”, explica.

A advogada Vivi Vieri, de-fensora das causas animais, é contra a eutanásia nos casos de leishmaniose visceral. “O Brasil é o único país no mundo que faz da eutanásia obrigatória uma medida de controle”, afirma. De acordo com ela, existem meios mais éticos e eficazes para com-bater a doença. “O que a OMS [Organização Mundial de Saúde] recomenda é um programa de controle de zoonoses dentro de padrões éticos e morais, como controle de natalidade de cães e gatos, e não a matança indiscri-minada que o Brasil adota.”

Em dezembro de 2012, o dono do vira-lata Scooby

arrastou o cachorro por 4 km pelas ruas de Campo Grande (MS) utilizando uma corrente presa a uma moto. Após aco-lher o animal ferido, a ONG Abrigo dos Bichos verificou que ele estava contaminado por leishmaniose. Como não existe medicação própria para os animais infectados, uma portaria determina a eutaná-sia obrigatória nesses casos.

Sensibilizada pela situação, a veterinária Sibele Luzia de Souza Cação resolveu tratar Scooby com medicação hu-mana, o que contraria diretri-zes da sua profissão. Em de-corrência da infração, Sibele, que era presidente do Conse-lho Regional de Medicina Ve-terinária, foi expulsa do cargo.

A veterinária entrou com uma ação na Justiça alegan-do que a eutanásia não era necessária e, contando com grande apoio popular, a causa foi ganha. Depois de cinco meses de tratamento, Scooby não apresentava sin-tomas da doença.

Conheça o caso

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escolha pela esperança como ins-trumento de luta pela vida.

Francisca Miranda passou por esse dilema. Na noite em que levou Tobby, seu bacet de 10 anos, para o habitual passeio no condomínio onde moravam, ela não imaginava que um acidente haveria de mudar decisivamente suas vidas. Era pe-ríodo de férias, época em que seu condomínio costuma ficar repleto

Direito de escolhaAs discussões se agitam sobre-

tudo quando o tema envolve situ-ações de saúde comprometida ou de vida em fase terminal. Nesses casos, o problema diz respeito à liberdade de escolha da família: de um lado, a escolha pela eutanásia como maneira de aliviar o sofri-mento do animal e garantir a ele uma morte pacífica; do outro, a

de crianças e adolescentes. Ao cir-cular com o cachorro pelo pátio, uma das crianças que brincavam não viu o pequeno animal e caiu sobre ele, fraturando a coluna do bicho. Foi o início de uma luta que durou três meses e terminou com o sacrifício do bacet.

“Eu o amava muito, como se fosse um filho”, afirma Francis-ca, comovida. Apesar disso, o sofrimento que Tobby enfrenta-va diariamente fez com que a fa-mília optasse pela eutanásia. O acidente tinha deixado o animal paraplégico, e nem o tratamento que ele recebia, incluindo acu-puntura, aliviava suas dores. Se-gundo a criadora, a decisão pela eutanásia, que já tinha sido su-gerida pelo veterinário, foi difí-cil. “O pior era saber que a gente ia levá-lo à clínica, mas voltaria sem ele”, relata Francisca. “Meu filho não conseguia levá-lo, fi-cava sempre protelando. Mas depois me agradeceu por eu ter tido essa coragem.”

A médica veterinária Jaqueline Fiochi considera a eutanásia uma medida válida apenas em casos extremos. “É preciso tentar todas as alternativas existentes antes de pensar na eutanásia.” O biólogo Vagner Mendonça concorda: “É necessário fazer toda uma varre-

A série política House of Cards, produzida pela Netflix em parceria com o ator Kevin Spacy, problematiza a questão da eutanásia

na sua cena de abertura. Com um tom provocativo, o protagonista sacrifica com as próprias mãos um cachorro acidentado de modo a poupar o animal de um sofrimento reputado desnecessário, já que sua morte era tida como certa. Longe de ser o tema do episódio, a atitude mostra a complexidade moral do assunto.

Alívio para a dor

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dura a respeito da doença, con-siderando diagnóstico confiável, falta de tratamento, qualidade de vida do animal, qualidade am-biental. Muitos fatores devem ser estudados e vistos com atenção antes de qualquer decisão”.

Um aspecto relevante na difí-

cil escolha sobre realizar ou não a eutanásia é o custo envolvido no prolongamento da vida do animal. Em alguns casos, os criadores não têm condições de arcar com os valores do tratamento, que po-dem chegar a cifras altíssimas. E o que é pior – nem sempre existe a garantia de que o investimen-to vai assegurar a sobrevivência do animal ou a sua qualidade de vida. O sacrifício nesses casos, no entanto, é uma das decisões mais criticadas pelos militantes das questões animais, que reclamam maior previdência por parte dos criadores. Segundo eles, é preciso estar preparado para cuidar bem dos bichos de estimação, e saber que esses animais, assim como as pessoas, também adoecem e ge-ram despesas.

Isso aumenta ainda mais a pres-são sobre a família e pode desen-cadear decisões precipitadas. Por esse motivo, é essencial que os criadores contem com o acompa-nhamento de profissionais expe-rientes e mantenham um relacio-namento transparente com eles.

Capa

É preciso tentar todas

as alternativas existentes antes

de pensar na eutanásia

“ “

A eutanásia é a melhor solução?No meio de tantos impasses

deixados no ar, apenas uma ati-tude é certa: a conscientização. Despertar a noção do respeito e da responsabilidade em relação aos animais é muito mais im-portante do que chegar a uma resposta pontual que encerre o caso. Cada circunstância precisa ser analisada de acordo com as particularidades da situação, as características do animal, a ética dos profissionais e a sensibilida-de dos criadores.

A única forma de se atingir al-gum progresso nas controvérsias sobre a eutanásia é por meio da discussão aberta, que venha subs-

tituir o silêncio incômodo constru-ído no interior desses temas. Seus métodos, suas implicações, seus possíveis benefícios e desvanta-gens devem ser trazidos à refle-xão de profissionais, criadores e interessados, para que as melhores práticas sejam alcançadas.

Para além dos inesgotáveis pontos de vista que se possa le-vantar, ninguém discorda que o fundamental é preservar os di-reitos dos animais em quaisquer circunstâncias, e garantir que as condições da sua morte (por meio da eutanásia ou de outras causas) não apaguem as boas lembranças que eles proporcio-naram em vida.

De acordo com a CFMV, a eutanásia pode ser indicada quando:

O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;

1

o animal constituir ameaça à saú-de pública;2o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;3

o animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais – CEUA;

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o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.

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EquoterapiaTratamento é indicado em casos de problemas físicos e psicológicos

A equoterapia é um método que faz uso do cavalo para auxiliar na reabilitação de

pessoas que sofreram danos cere-brais e motores e no tratamento de portadores de deficiências.

Frequentemente procurada de-vido ao vínculo que permite es-tabelecer com o meio ambiente, a equitação terapêutica, como também é conhecida, se destaca

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Equinos

pelo contexto de ar livre em que é realizada. Esse ambiente favore-ce o relaxamento e a eficácia dos resultados, que podem surgir mais rápido do que em tratamentos convencionais realizados em hos-pitais e clínicas.

A terapia funciona como um re-curso complementar, e não elimina a necessidade de tratamentos em paralelo. Para sua realização, é indi-cado que o praticante tenha sempre o acompanhamento de um fisiote-rapeuta, fonoaudiólogo e psicólogo para melhores resultados.

Segundo a psicóloga e fonoau-dióloga Regina Dall’Acqua Jardim, a equoterapia proporciona um tra-balho de motricidade global que envolve grupos musculares do corpo todo. “Os ganhos posturais de equilíbrio, coordenação motora e melhora da tonicidade muscular levam a uma maior consciência corporal.” Os próprios movimen-tos do cavalo estimulam os ajustes posturais do praticante, que endi-reita a coluna para responder aos desequilíbrios criados pela movi-mentação do animal.

Além dos benefícios físicos, a equoterapia também traz vanta-gens psicológicas ao praticante. Quando ele se descobre capaz de conduzir um animal de grande porte, como o cavalo, ocorre um grande reforço na sua autoestima. Essa sensação de força e liberdade favorece melhoras significativas em seu quadro clínico e até em seu convívio social.

Os ganhos posturais de equilíbrio, coordenação motora e melhora da tonicidade muscular levam a uma maior consciência corporal

EQUILÍBRIOPara que não caia, o montador precisa utilizar uma série de músculos e ajustar a coluna, o que favorece a correção postural.

2

CONSCIÊNCIAA movimentação garante benefícios à resistência física do praticante e à sua consciência corporal.

A movimentação proporcionada pelo trote do cavalo favorece a correção da postura, estimula a tonificação de músculos do corpo inteiro, contribui para

a motricidade global e auxilia no desenvolvimento de maior consciência corporal.

Consciência corporal

DESEQUILÍBRIO1O trote do cavalo movimenta o corpo do montador para cima e para baixo, para a frente e para trás e para os lados, o que produz a sensação de desequilíbrio.

PARA CIMA E PARA BAIXO

PARA FRENTE E PARA TRÁS

PARA UM LADO E PARA O OUTRO

PARA CIMA E PARA BAIXO

3

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Quando o assunto é o pássa-ro que melhor representa os elementos culturais do Bra-

sil, os primeiros nomes lembra-dos são a arara azul, o tucano e o tuiuiu, aves que simbolizam o pa-trimônio ornitológico brasileiro. Existe um pássaro, contudo, que nem sempre é mencionado nessa lista, embora esteja intimamente ligado à cultura popular brasileira. Trata-se do inhambu.

De acordo com o ornitólogo Rafael Guerta, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (INPA) que estuda o comportamento dessas aves, os inhambus são pássaros que vivem no chão e têm baixa capacidade de voo. “Assim como as galinhas, são capazes apenas de curtos voos de ‘sobe e desce’ e saltos de poucos metros, o que fazem quando são surpreendidos. Costumam ser óti-mos corredores, com grande habi-lidade para se camuflar na vegeta-ção”, esclarece.

Os inhambus, ou nambus, per-tencem à família dos tinamídeos, grupo que também abriga aves

Crypturellus parvirostris, popularmente conhecido como inhambu-xororó.

Ave tem grande importância na fauna e na cultura nacional

O misterioso inhambu

como a perdiz, a codorna, o ma-cuco e o jaó. “As espécies de tina-mídeos estão distribuídas apenas na região da América do Sul e Central. Habitam desde as eleva-das altitudes dos Andes, a mais de 4.000 metros do solo, até as regi-ões costeiras próximas ao nível do mar, passando por áreas que vão do México à Argentina. Mas é nos biomas brasileiros que vive a maioria das espécies de tinamíde-os”, explica o ornitólogo.

Uma dessas espécies, a inham-bu galinha, tem uma particula-

Crypturellus tataupa, popularmente conhecido como inhambu-xintã.

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a cultura nacional? O próprio biólogo responde. “Me interessei pelos inhambus por serem espé-cies pouco co-nhecidas e ao mesmo tempo muito impor-tantes para a cultura brasileira, fazendo parte da nossa tradição e de len-das populares.”

Inhambu vem do tupi, e significa “o que levanta voo rumorejando”. Por serem bichos muito crípticos, isto é, difíceis de se encontrar, costumam fazer barulho apenas quando levantam voo.

Essa característica inspirou al-gumas lendas indígenas, como a Estória dos Curiosos, dos índios Cauaiua-Parintintim. A lenda fala de um grupo de índios que sai para explorar terras desconhecidas. A certa altura, eles ouvem o canto de um inhambu, som que quebra o silêncio da floresta e cria uma atmosfera de mistério e suspense. Ao fim, todos os índios morrem, exceto o único que não se deixou levar pela curiosidade.

Aves

O misterioso inhambu

ridade intrigante: a fêmea bota ovos azuis. O motivo dessa co-loração incomum é um enigma para os biólogos. “Por que ovos com cores tão chamativas e que são facilmente vistos no chão da floresta, inclusive por predadores, continuam sendo selecionados e produzidos pelas gerações? Como a seleção natural permite a exis-tência estável de ovos com essa característica ainda é um mistério. Existe uma hipótese segundo a qual o permanente cuidado do pai

(é apenas o macho que cuida do ninho) poderia evitar a exposição dos ovos, revelando estratégias para um efetivo cuidado parental e o sucesso das ninhadas”, comen-ta o especialista.

Mas e a relação dessas aves com

Uma das espécies dessa família de pássaros, a inhambu galinha, tem uma particularidade intrigante: a fêmea bota ovos azuis. O motivo dessa coloração incomum é um enigma para os biólogos

“ “ Outra influência do inham-bu sobre a cultura brasi-

leira está presente na música. Os nomes populares de duas espécies de tinamídeos ins-piraram e se imortalizaram na moda de viola ''Inhambu--Xintã e Xororó'', composi-ção da dupla Athos Campo e Serrinha. As versões mais famosas dessa música foram gravadas por Tonico e Tinoco, Inezita Barroso e Chitãozinho e Xororó, dupla que adotou artisticamente o nome dos pássaros em homenagem à tradicional moda de viola.

Para quem não conhece, vale a pena conferir a moda de viola: http://migre.me/eJ3s3

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Casa verde A sustentabilidade é um conceito que está em evidência no mundo todo, e se torna cada

vez mais presente nos distintos setores da sociedade. Na arquitetura e na engenharia civil, por exemplo, as medidas sustentáveis podem ser adotadas em todos os estágios de uma construção, desde o instante do planejamento até a escolha dos materiais e a execução da obra.

A instalação de painéis solares é uma das diversas opções que favorecem a geração de energia limpa e a economia energética. Outro recurso interessante é a utilização de tijolos ecológicos, que contam com uma fabricação sustentável, permitem obras mais limpas e ainda proporcionam benefícios como isolamento térmico e acústico.

As casas baseadas na susten-tabilidade funcionam como

um ecossistema. “Reten-do recursos naturais e

os armazenando para utilizar futuramen-te, assim como um ser vivo que se encontra em equi-

líbrio natural, uma casa e seus morado-

res também podem entrar em harmonia, interagindo por meio da sustentabilidade”, afirma a arquiteta Luciana Barbiero, especializada em arquitetura sustentável.

Embora o progresso fre-quentemente leve à degrada-ção ambiental, o desenvol-

vimento de novas formas de interação com o meio permite

ao homem, hoje, assegurar sua sobrevivência e a preservação da natureza. As novas alternativas tec-nológicas, aplicadas a áreas como a arquitetura e a construção civil, são um aliado valioso na batalha pelo equilíbrio ecológico.

Ações simples permitem economizar recursos financeiros e naturais

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SaúdeEcologia

1- Aquecimento de águaO chuveiro é responsável por cer-ca de 7% dos gastos de energia em uma casa. Instalar painéis solares permite o aquecimento da água de maneira ambientalmente correta.

2- Captando a água da chuvaÉ possível aproveitar a água da chu-va para realizar tarefas que não de-pendem de água potável, como regar as plantas, lavar o carro e o quintal e alimentar o sistema de descarga. A instalação normalmente é feita no telhado e a água deve ser armazena-da em um recipiente fechado.

3- Aproveitamento da luz solarAs janelas devem ser posicionadas de modo a aproveitar ao máximo a luz do sol, o que diminui a necessi-dade de luz artificial.

4- Descarga com caixa acopladaPara evitar o desperdício de água na hora da descarga, pode-se op-tar pelas descargas com caixas acopladas e válvulas para regula-gem de 3 a 6 litros.

10 medidas para construir uma casa ecológica

5- Soluções para luz solar diretaA luz solar em excesso também pode ser um problema. Com a ins-talação de brises ou painéis, é pos-sível minimizar a luz direta e me-lhorar a climatização do ambiente e o desconforto visual.

6- VentilaçãoAproveitar a ventilação natural é uma ótima forma de economia. A melhor maneira é garantir a circula-ção cruzada, que consiste no posi-cionamento dos vãos de forma que o ar entre por uma janela e saia por outra, dinâmica que assegura tam-bém a renovação do ar.

7- MadeiraÉ importante usar madeiras certifi-cadas. Assegure-se de que a madei-ra não resulta de exploração ilegal.

8- Aparelhos com o selo da ProcelDar preferência para eletrodomésticos com o selo da Procel garante a eficiên-cia energética do aparelho e conduz a uma redução na conta elétrica.

9- Telhado verdeTelhado verde é uma técnica que consiste no uso de solo e vegetação na cobertura de edificações. Além de deixar a fachada da casa muito mais bonita, a técnica fornece isola-mento acústico e térmico, facilita a drenagem da água da chuva e ainda permite a ventilação cruzada.

10- Painéis fotovoltaicosPainéis solares fotovoltaicos trans-formam energia solar em elétrica. Com isso, a energia produzida du-rante o dia pode ser utilizada tam-bém à noite.

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Fazendo a diferença

A enorme quantidade de animais desamparados que vivem nas ruas de Araraquara não confi-

gura uma causa sem esperanças, gra-ças à atuação de instituições como a S.O.S. Melhor Amigo, que trabalha para garantir uma vida melhor para os pequenos abandonados.

O grupo nasceu da necessidade de ajudar animais que vivem em situações de risco. A S.O.S. Melhor Amigo oferece auxílio em três áreas: acolhimento, castração e adoção. O acolhimento tem como enfoque preferencial as cadelas prenhes, de modo a garantir maior segurança para o animal, para suas crias e para a saúde pública. Passado o tempo mínimo, os filhotes e a mãe são castrados e colocados para adoção em feiras.

As feirinhas de adoção, feitas em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, ocorrem três vezes por mês (sempre aos sábados) no Par-que Infantil, e no Shopping Jaraguá, uma vez a cada dois meses. Além das feiras, a S.O.S. presta serviço de divulgação de animais perdidos e para adoção.

O grupo concede ainda assistên-cia a cuidadores independentes por

meio da doação de rações, produtos de limpeza e remédios, resultado de campanhas voluntárias para arreca-dação de fundos. Diversas iniciativas privadas também garantem apoio ao grupo, como a Clínica Araraquara, a Farmacovet e a MAX Alimentos. Segundo Betty Peixoto, uma das res-ponsáveis pela divulgação dos traba-

S.O.S. Melhor AmigoInstituição araraquarense luta pelos direitos dos animais

Encontre mais informações sobre os trabalhos da S.O.S.

Melhor amigo no endereço eletrônico www.sosmelhoramigo.com.br ou em www.facebook.com/sosmelhoramigo. Para contribuições, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (16) 3214-4969. Para doações diretas, dirija-se à loja Sunny, na rua São Bento, 1341. Contato: (16) 3331-4963.

Saiba mais

lhos da S.O.S., há também diversos petshops que contribuem, oferecen-do banhos aos animais antes das fei-ras de adoção.

Os “acolhedores de primeira via-gem”, de acordo com Betty, devem seguir um procedimento padrão. Em primeiro lugar, é necessário verificar se o animal tem uma marca azul na parte de dentro da orelha. Essa mar-ca significa que ele foi chipado, ou seja, recebeu um microchip com as informações dos seus responsáveis. Se a marca existir, deve-se ligar para o telefone (16) 3339-4441 e requi-sitar a identificação do bicho. Em seguida, orienta-se a postar uma foto do animal nas mídias sociais para buscar um possível reconheci-mento. Se for realmente um animal abandonado, sem dono e sem chip, é preciso realizar sua castração, para somente então decidir se o bichinho vai ser disponibilizado para adoção.

Com atitudes como essas, é pos-sível fazer a diferença não só na vida do animal, como na própria sociedade. Quanto mais animais felizes houver, mais famílias feli-zes existirão. Pet saudável e amado é sinônimo de alegria e longevida-de para todos.

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Mundo dos bichos

O diário de viagem das semanas 22 e 23 relata a saída de Beto da charmosa Mendoza, capital argentina do vinho, em direção ao Chile. Depois de cinco meses do início da sua jornada, o ciclista

já atravessou distintos territórios. Não apenas os limites territoriais dos municípios e dos países, mas também os da saudade, do cansaço e do frio. Por sinal, esse foi um dos maiores obstáculos que ele superou até agora: o clima gelado da Cordilheira dos Andes. O desafio proporcionou imagens incríveis, que Beto compartilha com os leitores da MDB.

Diário de bicicletafacebook.com/vestigiodeaventura

Diário

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Bichos curiosos

Bicho é tão esquisito que é caçado pela população local

Acha que as esquisitices do reino animal foram esgota-

das pelo ai-ai? Então dá uma olhada nesse focinho char-moso e nessas garras enor-mes. E aí, bicho, qual é?

E aí, bicho, qual é?Madagascar

O nome dele é bem apropriado: Ai-ai. Até parece a reação de alguém ao dar de cara com um

desses bichos. Também conhecidos pelos nomes de aie-aie e aye-aye, esses animais são lêmures encon-

trados naturalmente em apenas um território no mundo: a ilha de Ma-dagascar, na costa Leste da África.

Com orelhas grandes, olhos es-bugalhados, pelos desgrenhados e um dedo alongado e esquelético, o

ai-ai parece um lêmure que deu errado. Pensar assim, po-

rém, seria um grande

O filme Madagascar mostra animais simpáticos que vi-vem na ilha africana, como Julien, rei dos lêmures.

Embora o personagem seja sociável e comunicativo, os lêmures são bichos tímidos e discretos, que se remexem muito bem longe do olhar de curiosos.

Ai-ai, se eu te pego

engano. Cada um dos traços da apa-rência “não convencional” do bicho tem uma razão de ser.

Os olhos grandes são adaptados para enxergar no breu das florestas onde vive, já que o animal tem há-bitos noturnos. As enormes orelhas funcionam como um sonar, o que permite o uso da ecolocalização nos ambientes de pouca luz. E a carac-terística mais marcante, seu dedo comprido e fino, é o instrumento

perfeito para manter a sua dieta. O dedo médio do ai-ai é utiliza-

do para encontrar larvas no interior de árvores. Primeiro, ele bate repe-tidamente o dedo em troncos para ouvir se existe algum verme se mo-vendo embaixo da casca. Depois, ele morde a madeira até abrir um orifício e usa esse mesmo dedo os-

sudo para puxar a larva para fora. O lêmure consome também maté-ria animal, frutos, nozes, sementes, néctar e fungos.

Sua aparência assustadora e seus hábitos noturnos levaram ao surgi-mento de crendices locais associando o bicho à morte. Os nativos acredi-tam que, se um ai-ai apontar o dedo médio para alguém, essa pessoa mor-re. Por esse motivo, todo animal avis-tado em natureza era caçado e morto.

Essa crença popular e a destrui-ção do seu habitat fizeram com que a espécie se tornasse ameaçada de extinção. Nos dias de hoje, feliz-mente, eles estão protegidos por leis internacionais e pela atuação de diversas ONGs.

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Miscelânea

TRECOS animais

EstiloFoi-se o tempo em que variar o look dos cachorros significava apenas fazer aquele tosado com pompom no rabinho. A Zeedog oferece uma infinidade de itensde moda e acessórios para traduzir a personalidade do seu pet.www.zee-dog.com.

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Toys Dogbox é umserviço que traça um perfil do seu cachorro e envia mensalmente uma caixa com brinquedos e bugigangas para entreter os animais e dar um descanso aos criadores. Afinal, cuidar de cães não é nada fácil. Mas pode ser brincadeira. www.dogbox.com.br

CacaRecolher cocô nunca é uma tarefa agradá-vel. Com o Gatoalete, isso pode não ser mais um problema. O produto se adapta ao vaso sanitário e promete revolucionar a maneira como os animais usam o banheiro. Ideal para gatos de apartamento e castrados.www.gatoalete.com

RaçãoO comedor automático Le Bistro Programable Feeder não fala a língua dos cães nem dos gatos, mas garante que eles comam a ração apenas nos períodos que o criador determinar. O aparelho serve de uma a três refeições por dia, o que ainda ajuda a controlar o peso do animal. www.petmate.com

CervejaÉ isso aí, já existe cerveja até para cães e gatos. A Dogbeer vem em sabores como carne, frango e peixe e é livre de componentes nocivos à saúde dos bichos, como o álcool. Assim, se você levar seu pet para afogar as mágoas no boteco, ele vai poder te arrastar de volta para casa. www.dogbeer.com

O mercado dos pets está cada vez mais aquecido. Prova disso é a enorme variedade de produtos e serviços especializados que têm surgido para atender as necessida-des deles e dos criadores. A MDB pesquisou coisas bacanas que podem tornar a vida dos nossos melhores amigos ainda mais divertida.

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Click

Jorge

Marcelo - Koala Pet Shop Rock Dog - Cão Ajuda Eduardo e Jopinha

Bu, Fifi e Cherrie

Renata Calil

Angela e Chinon

Gi Bonalda Isabela, Fábio e Demi Moore

Caroline Ianelli e Nina

Luna

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