EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in...

4
EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE TEN- ÕES NEOTECTÔNICOS DO BRASIL Ricardo Diniz da Costa CPMTC/IGC/UFMG, [email protected] Allaoua Saadi CPMTC/IGC/UFMG Os dados relativos à eterminação do campo de tensões intraplaca na Amé .ca do Sul são bastante escassos. A maioria deles diz espeito a determinações de mecanismo focal de sismos (Assumpção 1992, 1998 e 1998a, Veloso et al. 1991) e de dados geológicos. Assumpção (1992) apresen uma compilação dos dados disponíveis, onde a aioria concentra-se na costa oeste, na região dos A des. Estes dados foram integrados no projeto "Worl Stress Map" (Zoback, 1992), cujas atualizações po em ser encontradas na "homepage" do projeto (Figu a Ia, http://www.world- stress-map.org). No Brasil, a maioria d s dados disponíveis con- centra-se nas bacias do Amaz nas, Paraná e costeiras, sendo a maioria obtida pela nálise de "breakout" de poços de petróleo. Lima et alo(1997) apresentam uma compilação dos dados dispo íveis (Figura lb) e uma comparação dos dados obtid s com os modelos teóri- cos de distribuição dos camp s de tensão para a Plata- forma Sul-americana. Nas ba ias marginais, os dados indicam que a direção de SHm . é paralela à costa bra- sileira, sendo interpretado co o condições locais de- vidas a tensões flexurais asso iadas à carga sedimentar na margem continental. Os ados relativos às bacias intracratônicas são bastante ispersos, não permitin- do uma boa definição do cam o de tensões litosféricos. Os mais constantes indicam ma média para o SHmax de direção NW-SE na Bacia do Médio-Amazonas e no Brasil Central e de direção ENE- WSW na Bacia do Paraná. Magalhães (1999) ap esenta um estudo sobre as tensões regionais no territ rio brasileiro e suas va- riações locais, associada a fatores diversos, fisiográficos e litoestruturais Este autor compara da- dos obtidos através de divers s métodos e conclui que existe uma concordância gen I entre os mesmos, des- tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" são muito mais variáveis por est em associadas ao cam- po de tensões local, enquan o as determinações por dados estruturais são mais c nstantes e de caracterís- ticas mais regionais. Recor]ece, em caráter prelimi- nar, duas áreas distintas no te itório brasileiro, às quais designa Província de Tensõe do Interior e Província de Tensões da Costa. A pri eira com sõ, de direção aproximadamente NW-SE, de regime tectônico transcorrente, relacionada om a rotação da Placa Sulamericana para oeste a segunda de regime distensivo, relacionada ao rel vo serrano e/ou às baci- as sedimentares costeiras adjacentes com Hmax . para- lelo à costa. A Tabela 1 apresenta um quadro sintético com os dados obtidos por diversos autores através da utili- zação de dados geológicos. Deve-se notar que estas deformações se caracterizam por uma forte partição com campos de tensão locais compatíveis com o regi- onal, mas de características diferentes. Associados ao primeiro evento podem desenvolver-se regimes compressivos NE-SW, conforme verificado por Femandes (1997) e Gesicki & Riccomini (1998) ou regimes distensivos NW-SE, conforme sugerido por Riccomini (1989), Silva (1997), Morales et alo (1998) e Santos (1999). Associados ao segundo evento po- dem desenvolver-se regimes distensivos de direção NE-SW, sugeridos por Mioto & Hasui (1992), Silva (1997), Femandes (1997) e Mello et alo (1998) ou compressivos NW-SE, conforme descrito por Silva (1997), Femandes (1997) e Morales et al. (1998). Estes dados parecem indicar uma constância, do ponto de vista regional, no campo de tensões re- centes no centro-sul do Brasil, uma vez que são apre- sentados resultados obtidos por diversos autores na Bacia de Curitiba, Pantanal Mato-grossense, norte e centro-leste de São Paulo, e sul e leste de Minas Ge- rais. Os dados obtidos para a região sul de Minas Gerais (Costa, 1999) indicam a predominância de uma deformação ativa associada a um regime transcorrente, com o desenvolvimento de feições transpressivas e transtensivas subordinadas. As primeiras se orientam segundo a direção E-W a ENE- WSW, com vergência para N, correspondendo à direção das serras, enquan- to as transtensivas dividem-se em dois grupos princi- pais de direção NNW-SSE e ENE- WSw. O grupo sub- meridiano é considerado como associado à tectônica regional, enquanto o outro é interpretado como resul- tado da geração de escarpas, graças ao colapso do re- levo gerado pela tectônica regional. Os dados apresentados mostram o panorama geral do campo de tensões cenozóico na Região Su- deste. A utilização de técnicas de medição de tensão "in situ" seria extremamente oportuna, uma vez que serviria como balizador e aferidor da técnica de análi- se cinemática e dinâmica de planos estriados, propici- ando uma extensão desta para outras áreas semelhan- tes, onde a ausência de marcadores temporais recen- tes tem criado empecilhos ao desenvolvimento de es- 151

Transcript of EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in...

Page 1: EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" são muito mais variáveis por est em associadas ao cam-po de tensões local,

EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE TEN-ÕES NEOTECTÔNICOS DO BRASIL

Ricardo Diniz da CostaCPMTC/IGC/UFMG, [email protected]

Allaoua SaadiCPMTC/IGC/UFMG

Os dados relativos à eterminação do campode tensões intraplaca na Amé .ca do Sul são bastanteescassos. A maioria deles diz espeito a determinaçõesde mecanismo focal de sismos (Assumpção 1992, 1998e 1998a, Veloso et al. 1991) e de dados geológicos.Assumpção (1992) apresen uma compilação dosdados disponíveis, onde a aioria concentra-se nacosta oeste, na região dos A des. Estes dados foramintegrados no projeto "Worl Stress Map" (Zoback,1992), cujas atualizações po em ser encontradas na"homepage" do projeto (Figu a Ia, http://www.world-stress-map.org).

No Brasil, a maioria d s dados disponíveis con-centra-se nas bacias do Amaz nas, Paraná e costeiras,sendo a maioria obtida pela nálise de "breakout" depoços de petróleo. Lima et alo(1997) apresentam umacompilação dos dados dispo íveis (Figura lb) e umacomparação dos dados obtid s com os modelos teóri-cos de distribuição dos camp s de tensão para a Plata-forma Sul-americana. Nas ba ias marginais, os dadosindicam que a direção de SHm. é paralela à costa bra-sileira, sendo interpretado co o condições locais de-vidas a tensões flexurais asso iadas à carga sedimentarna margem continental. Os ados relativos às baciasintracratônicas são bastante ispersos, não permitin-do uma boa definição do cam o de tensões litosféricos.Os mais constantes indicam ma média para o SHmaxde direção NW-SE na Bacia do Médio-Amazonas eno Brasil Central e de direção ENE- WSW na Baciado Paraná.

Magalhães (1999) ap esenta um estudo sobreas tensões regionais no territ rio brasileiro e suas va-riações locais, associada a fatores diversos,fisiográficos e litoestruturais Este autor compara da-dos obtidos através de divers s métodos e conclui queexiste uma concordância gen I entre os mesmos, des-tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" sãomuito mais variáveis por est em associadas ao cam-po de tensões local, enquan o as determinações pordados estruturais são mais c nstantes e de caracterís-ticas mais regionais. Recor]ece, em caráter prelimi-nar, duas áreas distintas no te itório brasileiro, às quaisdesigna Província de Tensõe do Interior e Provínciade Tensões da Costa. A pri eira com sõ, de direçãoaproximadamente NW-SE, de regime tectônicotranscorrente, relacionada om a rotação da PlacaSulamericana para oeste a segunda de regimedistensivo, relacionada ao rel vo serrano e/ou às baci-

as sedimentares costeiras adjacentes com SÔHmax.para-lelo à costa.

A Tabela 1 apresenta um quadro sintético comos dados obtidos por diversos autores através da utili-zação de dados geológicos. Deve-se notar que estasdeformações se caracterizam por uma forte partiçãocom campos de tensão locais compatíveis com o regi-onal, mas de características diferentes. Associados aoprimeiro evento podem desenvolver-se regimescompressivos NE-SW, conforme verificado porFemandes (1997) e Gesicki & Riccomini (1998) ouregimes distensivos NW-SE, conforme sugerido porRiccomini (1989), Silva (1997), Morales et alo (1998)e Santos (1999). Associados ao segundo evento po-dem desenvolver-se regimes distensivos de direçãoNE-SW, sugeridos por Mioto & Hasui (1992), Silva(1997), Femandes (1997) e Mello et alo (1998) oucompressivos NW-SE, conforme descrito por Silva(1997), Femandes (1997) e Morales et al. (1998).

Estes dados parecem indicar uma constância,do ponto de vista regional, no campo de tensões re-centes no centro-sul do Brasil, uma vez que são apre-sentados resultados obtidos por diversos autores naBacia de Curitiba, Pantanal Mato-grossense, norte ecentro-leste de São Paulo, e sul e leste de Minas Ge-rais.

Os dados obtidos para a região sul de MinasGerais (Costa, 1999) indicam a predominância de umadeformação ativa associada a um regime transcorrente,com o desenvolvimento de feições transpressivas etranstensivas subordinadas. As primeiras se orientamsegundo a direção E-W a ENE- WSW, com vergênciapara N, correspondendo à direção das serras, enquan-to as transtensivas dividem-se em dois grupos princi-pais de direção NNW-SSE e ENE- WSw. O grupo sub-meridiano é considerado como associado à tectônicaregional, enquanto o outro é interpretado como resul-tado da geração de escarpas, graças ao colapso do re-levo gerado pela tectônica regional.

Os dados apresentados mostram o panoramageral do campo de tensões cenozóico na Região Su-deste. A utilização de técnicas de medição de tensão"in situ" seria extremamente oportuna, uma vez queserviria como balizador e aferidor da técnica de análi-se cinemática e dinâmica de planos estriados, propici-ando uma extensão desta para outras áreas semelhan-tes, onde a ausência de marcadores temporais recen-tes tem criado empecilhos ao desenvolvimento de es-

151

Page 2: EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" são muito mais variáveis por est em associadas ao cam-po de tensões local,

tudos neotectônicos. Magalhães (1999) conclui que aanálise cinemática e dinâmica de planos estriados,mesmo aqueles encontrados em rochas mais antigas,constitui-se em um método confiável para análise pre-liminar do estado de tensões regional e local, sendouma ferramenta útil no planejamento, execução e in-terpretação dos resultados de campanhas de ensaiospara a realização de determinações do campo de ten-sões por medição "in situ".

O entendimento deste quadro tectônicocenozóico está intimamente relacionado com aevolução do Atlântico Sul, ainda um capítulo abertoe que só poderá ser desvendado com trabalhosintensivos nas bacias plataformais e na borda emersa,incluindo-se aí análises paleogeográficas,paleomagnéticas, sísmica profunda e gravimetria,entre outras técnicas.

CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Assumpção, M. 1992. The regional intraplate stressfield in SouthAmerica. Joumal ofGeophysical Society,97, 11889-11903. 'Assumpção, M. 1998. Focal mechanisms of smallearthquakes in the southeastem Brazilian shield: a testof stress models of South America plate, GeophysicalJoumal Intemational, 133, 490-498.Assumpção, M. 1998a. Seismicity and Stress in theBrazilian Passive Margin. Bulletin of the SeismologicalSociety of America, 88: 1, 160-169.Costa, RD. 1999. Determinação dos campos de ten-são cenozóicos na região sul de Minas Gerais. (Tesede doutoramento, IGCE - Universidade EstadualPaulista - Rio Claro,. 1 volume) InéditoCosta, RD.; Saadi, A & Ebert,H.D. 1998. Estruturas etensões recentes na região sul de Minas Gerais: pri-meiros resultados. XL Congresso Brasileiro de Geo-logia, Belo Horizonte - MG, Anais ..., SBG-MG, 76.Femandes, AJ. 1997. Tectônica cenozóica na bordaleste da Bacia do Paraná entre Campinas e Mogi-Guaçu, SP. VI Simpósio Nacional de EstudosTectônicos, Anais ..., Pirenópolis, GO, SBG, 128-130.Gesicki, AL.D. & Riccomini, C. 1998. Neotectônicana borda sudeste do Pantanal Sulmatogrossense. ln:XL Congresso Brasileiro de Geologia. Belo Horizon-te, 1998. Anais ... , SBG, 84.Leite, E.C. 1995. Estudo neotectônico da região deSão João del Rey-Mí.l Seminário de Qualificação. Pós-graduação em GeologialIGCfUFMo. Belo Horizonte.Inédito.Leite, E.C.; Saadi, A & Costa, RD. 1996. Evoluçãodo Campo de Tensões Recentes no Rift Cenozóico daRegião de São João del Rei - Mg. ln: XXXIX Congres-so Brasileiro de Geologia, Salvador, 1996. Anais ... ,Salvador, SBG-BA, v. 5, 453-456 p.p.

Lima, c., Cobbold, fl.R. & Soudarin, L. 1997.Topographic and struc mal expressions of Andean-related tectonics in mi plate South America. ln: VISimpâsio :vacional de E tudos Tectônicos, Pirenópolis-GO, Anais ... , SBG, 27-

1

0.Magalhães, ES. 1999. ensões regionais e locais: ca-sos no território brasil iro e padrão geral. (Tese dedoutoramento, Escola I e Engenharia da USP - SãoCarlos. 225p.) Inédito.Mello, C.L; Rodrigues, .F; Suguio, K. & Kohler, H.C.1998. Tectônica cenozóica no médio vale do Rio Doce.ln: XL Congresso Brasz1leirode Geologia. Belo Hori-zonte, 1998. Anais ... , ~G, 89.Mioto, J.A & Hasui, Y. 1992. Aspectos estruturais deinteresse à implantação da rede sismográfica de SaltoSantiago, Rio Iguaçu (P ). ln: Hasui, Y & Mioto, J.A.1992 (editores). Geolo ia Estrutural Aplicada. SãoPaulo, ABGENotoranti ,281-296.Morales, N.; Costa, r. .S.; Borges, M.S.; Hasui, Y.;Pires Neto, AO. & Jime ez-Rueda, J.R 1998. Feiçõesde transpressão cenozó ca no Planalto Atlântico. ln:XL Congresso Brasilei de Geologia. Belo Horizon-te, 1998. Anais ... , SB 80.Reinecker, J., O. Heid ach, M. Tingay, P. Connolly,and B. Müller (2004): e 2004 release of the WorldStress Map (disponí el em www.world-stress-map.org)Riccomini, C. 1989. O rift continental do sudeste doBrasil. São Paulo, 256 . (Tese de doutoramento, Ins-tituto de Geociências d Universidade de São Paulo).Inédito.Salamuni, E.; Ebert, H .. ; Hasui, Y. Costa, lB.S. &Borges, M.S. 1998. Tec ônica terciária e neotectônicada Bacia Sedimentar d Curitiba. ln: XL CongressoBrasileiro de Geologia. elo Horizonte, 1998.Anais ..., SBG, 91.Santos, M. 1999. Serra da Mantiqueira e Planalto doAlto Rio Grande: a Bac a Terciária de Aiuruoca e evo-lução morfotectônica. ( ese de doutoramento, IGCE -Universidade Estadual aulista - Rio Claro,. 2 volu-mes) InéditoSilva, P.C.E 1997. Co siderações sobre a tectônicarúptil na região entre Vi torantim e Salto de Pirapora,SP. ln: VI Simpásio Na ional de Estudos Tectônicos,Pirenópolis, Anais ... , S: G, 139-142.Veloso,· lA; Assumpç o, M.; Carvalho, J.; Barbosa,J.R.; Fontenele, D.; Ba sine, A; Gomes, LP.; Blum,M. & Ribeiro, R.K. 1 90. Sismicidade recente nosestados de Minas Ger is e Bahia. ln: I WorkshopNeotectônica e Sedime tação Continental Cenozáicano sudeste brasileiro. elo Horizonte, 1990. Anais ...Belo Horizonte, SBG- G, BoI. 11:57-61.Zoback, M.L. 1992. Fi st and second-order pattemsof stress in the lithos here: the world stress mapproject, Joumal ofGeo hysical Research, 97,11703-11728.

152

Page 3: EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" são muito mais variáveis por est em associadas ao cam-po de tensões local,

270" 290° 300° 310"

_ 0°

_ 0°

_ 0°

290" 300° 310"

4

~--/J.ISOL

o

-4

-8

-12

-16

-20

-24

-60 -56 -52 -48

320" 330°

-50"

-10"

.i

_20°

_30°

-40"

~<. .,,"'........,. ••.• "

:> ::'''0 ...":~~Re\llme

v ss .".0•••101,.

OceanoAtlântico

OceanoAtlântico

-44 ·40 -36

Fig. 1 - (a) Word Stress ap ReI. 2004 (Reinecker et al. 2004) e (b) mapa com a distribuição dos vetoreshorizontais máximos de pa e da América do Sul (Lima et al. 1997).

153

Page 4: EVOLUÇÃO O CONHECIMENTO SOBRE OS CAMPOS DE … · tacando que as determinaçõe de tensões "in situ" são muito mais variáveis por est em associadas ao cam-po de tensões local,

~staetal. L: 1m Gesicb&Rúx.omini tltL _:Melloetal Moral~et Fernandes Salamuni et

Referê[}cia l~g leite et ai. Ri~ornini Sil\'a 1991 Santoo 19951989 1998 allS98 1997 ~.lmCosta 1~9 19% 1998

.Á.reJ de Sul de RiftCool S.J. de]Re~ Rio DoceSEPantam Planalto Eda Bacia EmBac4a Bacia de

AÍUruOCaesmdo Minas do Sudeste MT Atlântico doPmá do~araná emitIna

\\\\'-\~[ NE-SW \'E-SW 8-SaXNE.. _~L - SSW-

Terc·iMio NE-SW NE-S'W \E-SW NE-SW E-\\' a \\\'. SE E-W \\,\\'- - 'E E\\' a \E·S\\'.. ~~

\\\\\'-ESE NE-S\\l E\E-WS\Y

N\V-SE XVi·SE t\1\'-SEAlua! NW-SE NW-SE ~W-SE \\\·SE E·V/ NW·SE N·S \\\\HSE E-\\l XVI·SE

\\\W·ESE E-W NNE·SSW E-Wr;, fmnnres.iào I IF\lrn;àt11 h J"'~,,,,,n=to I -""

-VI-1'>0

g;~P> O"

~~(D P>~.•......o I

@ ~~ O"

t::

~'""O

~o

~~o'(=i'o