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UNIVERSIDADE DO ALGARVE FACULDADE DE ECONOMIA EVOLUÇÃO E EXECUÇÃO DO CONTRATO-PROGRAMA SNS DE 2010 A 2013 Cláudia Vanessa Duarte Neves Relatório de Estágio Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde 2014

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UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FACULDADE DE ECONOMIA

EVOLUÇÃO E EXECUÇÃO DO CONTRATO-PROGRAMA

SNS DE 2010 A 2013

Cláudia Vanessa Duarte Neves

Relatório de Estágio

Mestrado em Gestão de Unidades de Saúde

2014

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UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FACULDADE DE ECONOMIA

EVOLUÇÃO E EXECUÇÃO DO CONTRATO-PROGRAMA

SNS DE 2010 A 2013

Cláudia Vanessa Duarte Neves

Relatório de Estágio

Mestrado em Gestão De Unidades de Saúde

Trabalho efetuado sob orientação:

Professor Doutor Jorge Miguel Lopo Gonçalves Andraz

Doutora Sandra Isabel Batista Brás

2014

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Declaração de Autoria de Trabalho

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“Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes,

mas sim aquelas que melhor se adaptam à mudança.”

(Charles Darwin, A Origem das Espécies, 1850)

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Agradecimentos

Com a conclusão de uma etapa tão importante para mim, quero deixar o meu

agradecimento a todos aqueles que contribuíram para a realização deste relatório.

Começo por agradecer aos meus pais por todo o apoio que me deram ao longo do

curso.

Quero deixar um agradecimento especial ao Dr.º Carlos Neves Martins por abrir as

portas à realização do meu estágio no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). À

Doutora Sandra Brás por ser a minha orientadora de estágio e por me ter proporcionado

um estágio bastante rico em conhecimento. À Doutora Teresa Henriques, pela simpatia,

paciência e por me ter transmitido o conhecimento necessário para a realização deste

trabalho. À Sabiana pelo apoio que me deu. Às pessoas do Planeamento, Controlo e

Gestão, da responsabilidade de termos e às pessoas que tive oportunidade de conhecer

nos vários departamentos, por me terem recebido de braços abertos, pela simpatia, pelo

carinho e pelo conhecimento que me transmitiram.

Não poderia deixar de agradecer ao meu orientador da universidade Professor

Doutor Jorge Andraz, pela ajuda na realização do relatório. Ao coordenador do curso

por tornar o estágio possível.

Por fim, mas não menos importante, quero agradecer à minha família e amigos pelo

apoio incondicional que me deram para a realização deste trabalho.

A todos vocês, um MUITO OBRIGADA!

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RESUMO

O presente trabalho é a fase final do percurso académico para obter o grau de

mestre em Gestão de Unidades de Saúde.

Este relatório, para além do enquadramento teórico, integra uma componente

prática que foi desenvolvido durante o estágio no Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE

(CHLN). Esta componente consiste na comparação das linhas de produção do contrato-

programa contratada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e

Administração Regional de Saúde (ARS) nos anos 2010 a 2013 e perceber qual foi o

grau de concretização do contrato-programa em termos de quantidades, preço unitário,

faturação e objetivos alcançados.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE foi criado a 01 de Março de 2008 e resultou

da fusão dos Hospitais de Santa Maria, EPE e Pulido Valente, EPE, ambos localizados

na cidade de Lisboa.

O estágio no CHLN foi realizado no Gabinete de planeamento, controlo e gestão,

onde a estagiária realizou trabalhos desde a pesquisa da emissão de termos de

responsabilidade a uma determinada clínica até à elaboração de mapas de apoio.

O relatório permite concluir que o ano em que se verificou uma maior mudança do

preço unitário da produção marginal foi no ano de 2010 para 2011. O ano que o CHLN

mais se afasta das quantidades contratadas é em 2010. Ao longo dos anos o valor total

contratado tem vindo a baixar e nos incentivos verificou-se o inverso.

Palavras-chave: Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE; financiamento;

contratualização; contrato-programa.

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ABSTRACT

This work is the final stage of the academic path for a master's degree in

Management of Health Units.

This report integrates an empirical component that was developed during the

internship in the Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE (CHLN), beyond the theoretical

framework. That component consists on the comparison of the production lines of the

program contract hired by Central Administration of the Health System (ACSS) in the

years 2010-2013 and realize what was the degree of achievement the program contract

in terms of quantity, unit price, billing and goals achieved.

The Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE was created in March 01, 2008 as the

result of the merger of the Santa Maria Hospital and Pulido Valente Hospital, both

located in Lisbon.

The internship at the CHLN was developed in the Department of Planning, Control

and Management, in which several tasks were performed, since the research of liability

declarations issued to a particular clinic to the production of support maps.

The report concludes that the major change in the unit price of the marginal

production occurs in the period 2010-2011. The year in which was detected a major

distance from the hired quantities is in 2010. Over the years, the contract value and the

incentives level moved in opposite directions. While the total contract value declined,

the incentives raised up.

Keywords: Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE; financing; contracting; program-

contract.

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ÍNDICE GERAL

Declaração de Autoria de Trabalho ................................................................................. iii

Agradecimentos ................................................................................................................ v

RESUMO ......................................................................................................................... vi

ABSTRACT .................................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... x

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... xi

LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... xii

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1

CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO .......................................... 2

2.1 História .................................................................................................................... 2

2.1.1 Centro Hospitalar Lisboa Norte ........................................................................ 2

2.1.2 Hospital Santa Maria ........................................................................................ 3

2.1.3 Hospital Pulido Valente .................................................................................... 5

2.2 Atividade ................................................................................................................. 6

2.3 Contexto .................................................................................................................. 6

2.3.1 Missão ............................................................................................................... 7

2.3.2 Visão ................................................................................................................. 7

2.3.3 Objetivos ........................................................................................................... 7

2.4 Organograma do Centro Hospitalar Lisboa Norte .................................................. 9

CAPÍTULO 3 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ESTÁGIO .................................. 11

CAPÍTULO 4 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................... 13

4.1 História do Financiamento Hospitalar .................................................................. 13

4.2 Hospitais SA.......................................................................................................... 15

4.3 Hospitais EPE........................................................................................................ 16

4.4 Grupos de Diagnósticos Homogéneos .................................................................. 18

4.5. Enquadramentos dos modelos de pagamento ...................................................... 20

4.5.1 Sistema de pagamento retrospetivo ................................................................ 21

4.5.2 Sistema de pagamento prospetivo .................................................................. 21

4.5.3 Tipos de pagamentos ...................................................................................... 22

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4.6 Contratualização .................................................................................................... 24

4.6.1 Contrato-programa ......................................................................................... 27

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO ............................................................................ 32

5.1 Contrato-Programa do CHLN ............................................................................... 32

5.1.1 Remuneração global e remuneração por linha de produção ........................... 33

5.2 Evolução do contrato-programa no período 2010-2013 ....................................... 36

5.3 Análise da execução do contrato-programa .......................................................... 41

CAPITULO 6 - CONCLUSÕES .................................................................................... 55

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 57

ANEXOS ........................................................................................................................ 60

Anexo 1 - Objetivos de 2010 ...................................................................................... 61

Anexo 2 - Objetivos de 2011 ...................................................................................... 62

Anexo 3 - Objetivos de 2012 ...................................................................................... 63

Anexo 4 - Objetivos de 2013 ...................................................................................... 64

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1- Hospital Santa Maria, E.P.E, 2014 ................................................................. 4

Figura 2.2 – Organograma do Centro Hospitalar Lisboa Norte ....................................... 9

Figura 4.1 – Fases do processo de contratualização ....................................................... 29

Figura 4.2 – Grupo dos Hospitais ................................................................................... 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 – Remuneração da produção contratada e incentivos ................................... 33

Tabela 5.2 – Preço unitário do contrato-programa e da produção marginal ................... 38

Tabela 5.3 – Índice case-mix vs preço unitário ............................................................... 40

Tabela 5.4 – Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2010 e 2011 .................. 42

Tabela 5.5 - Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2012 e 2013 ................... 45

Tabela 5.6 – Objetivos 2010 e 2011 ............................................................................... 49

Tabela 5.7 – Objetivos 2012 e 2013 ............................................................................... 51

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LISTA DE ABREVIATURAS

SNS Serviço Nacional de Saúde

ACSS Administração Central do Sistema de Saúde

HPV Hospital Polido Valente

HSM Hospital Santa Maria

GPCG Gabinete de Planeamento, Controlo e Gestão

SIGIC Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia

CTH Consulta a Tempo e Horas

SICA Sistema de Informação da Contratualização e Acompanhamento

ARS Administração Regional de Saúde

EUA Estados Unidos da América

GDH Grupos de Diagnósticos Homogéneos

SA Sociedade Anónima

EPE Entidade Pública Empresarial

SPA Sector Público Administrativo

MCDT Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

IGIF Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde

RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

ETC Equivalentes a Tempo Completo

CRES Conselho de Reflexão sobre a Saúde

LIC Lista de Inscritos para Cirurgia

OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O estágio é uma etapa muito importante do percurso académico, daí a minha opção

para concluir o curso tenha sido a realização de um estágio curricular. Procurei

encontrar um estágio que me permitisse desenvolver os conhecimentos adquiridos no

1ºano letivo do curso. Este estágio teve a duração de 640h, no Centro Hospitalar Lisboa

Norte, EPE, no Gabinete de Planeamento, Controlo e Gestão.

A realização do estágio possibilita o contato com a realidade do hospital, o que para

nós estudantes, permite-nos ter alguma experiência profissional na área. Assim, o tema

que vai ser desenvolvido neste trabalho irá consistir na comparação das linhas de

produção do contrato-programa contratadas pela ACSS nos anos 2010 a 2013 e

perceber qual foi o grau de concretização do contrato-programa em termos de

quantidades, preço unitário, faturação e objetivos alcançados.

Este relatório encontra-se dividido em cinco capítulos, para além deste capítulo

introdutório. No segundo capítulo é feita uma apresentação da entidade onde decorreu o

estágio. No terceiro capítulo encontra-se a caracterização geral do estágio. No quarto

capítulo é feito o enquadramento teórico sobre o tema e encontra-se estruturado em

várias secções. A primeira secção apresenta a história do financiamento hospitalar. A

segunda secção encontra-se a distinção entre o hospital Entidade Pública Empresarial

(EPE) e Sociedade Anónima (SA). A terceira secção refere-se ao grupo de diagnósticos

homogéneos. A quarta secção apresenta o enquadramento dos modelos de pagamento. E

por último, temos a quinta secção que apresenta os principais aspetos da

contratualização. No quinto capítulo apresenta-se o desenvolvimento e análise da parte

prática do tema. Finalmente, o sexto capítulo apresenta as principais conclusões.

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CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

2.1 História

2.1.1 Centro Hospitalar Lisboa Norte

O Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE foi criado a 01 de Março de 2008, pelo

Decreto-Lei nº 23/2008 de 08 de Fevereiro e resultou da fusão dos Hospitais de Santa

Maria, EPE e Pulido Valente, EPE.

Os dois hospitais que estiveram na origem da constituição do CHLN eram hospitais

centrais, localizados na cidade de Lisboa, separados por poucos quilómetros. Um deles

menos polivalente em termos de especialidades e serviços prestados mas muito

diferenciado e especializado nas áreas em que intervinha, e outro bem mais abrangente

na diversidade da sua oferta, cobrindo todas as áreas da medicina, com especialidades e

técnicas únicas no panorama hospitalar português.

Da simbiose destas duas organizações hospitalares nasceu um Centro Hospitalar

que, em Março de 2014, fez seis anos de existência. A sua criação permitiu formalizar

um conjunto de sinergias e complementaridades que, fruto da natural aproximação

inter-institucional, já se vinham desenhando no terreno mas que a criação do Centro e a

fusão das duas instituições permitiu potenciar.

Sobretudo a nível da urgência externa e também a nível do ensino e da

investigação, deram-se passos decisivos no sentido de uma clara integração, permitindo

dar uma resposta muito mais abrangente e adequada às necessidades do país e às

expectativas do acionista.

O CHLN está inserido na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e é

responsável pela prestação direta de cuidados de saúde a uma população de 373 mil

habitantes. Para além destes, para os quais é instituição de referência direta, abrangendo

as áreas dos Centros de Saúde de Alvalade, Benfica, Loures, Lumiar, Odivelas e

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Pontinha, a instituição recebe doentes de todas as zonas do país constituindo-se como

referência indireta de toda a zona sul do país e das ilhas dos Açores e Madeira.

O seu nome e marca, conhecido nacional e internacionalmente, permitem-lhe ainda

ser procurado por cidadãos de todo o mundo, sobretudo dos oriundos dos países de

expressão portuguesa, gerando nesta matéria oportunidades de internacionalização que

urge potenciar.

Num enquadramento com estas características não podemos deixar de salientar a

desadequação física das instalações e dos edifícios que compõem o CHLN, que

constituem um constrangimento ao desenvolvimento eficiente da sua atividade. As

características pavilionares dos edifícios do Hospital Pulido Valente, justificadas no

início do século XX com a predominância de tratamento de doenças do foro pulmonar e

o excessivo e já desadequado direcionamento das instalações de Santa Maria para o

internamento, justificado no modelo de prestação de cuidados que caracterizava o

segundo quartel do século XX, exigem uma reflexão profunda sobre a estratégia a

seguir no que se refere a remodelações e ajustamentos infraestruturais, as novas

solicitações da procura e ao estado da arte (Relatório e Contas, 2012).

2.1.2 Hospital Santa Maria

O Hospital de Santa Maria, retratado na Figura 2.1, completa este ano, 2014, 61

anos de atividade. Nestes seis decénios, o Hospital acompanhou os notáveis

desenvolvimentos científicos e técnicos, alterações dos comportamentos e estilos de

vida e as modificações políticas, económicas, sociais e demográficas ocorridas na

segunda metade do século XX, cumprindo com equidade e universalidade a missão

nuclear de ajudar os que a ele recorrem.

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Figura 2.1- Hospital Santa Maria, E.P.E, 2014

À época da construção ocorria a concretização do direito à saúde. Tornava-se

imperiosa a ultrapassagem do conceito beneficente dos cuidados de internamento.

Assumia-se que o Hospital teria de se constituir, progressivamente, como instituição de

prestação de cuidados integrados e de complexidade crescente, em ligação íntima com a

comunidade.

A obra foi orientada em Comissão Técnica dos Hospitais Escolares, sob a

presidência do Prof. Francisco Gentil, com projeto de 1938, da autoria do arquiteto

alemão Hermann Distel. Considerado como uma das maiores realizações de sempre do

Estado Português, o Hospital de Santa Maria foi oficialmente inaugurado em 1953,

vindo a abrir as portas no ano seguinte.

Durante os seus 61 anos de atividade, o Hospital consolidou-se como grande

instituição de prestação de cuidados, de formação de profissionais e de investigação

científica (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014):

Como unidade assistencial central e de referência, vocacionada para a diferenciação

técnica, têm cumprido os grandes objetivos de uma unidade do sistema público, com

vista à garantia da equidade e universalidade do acesso, da assistência eficaz e

eficiente e da promoção da qualidade e da excelência, com satisfação dos doentes e

dos profissionais;

Enquanto grande centro de ensino, tem desempenhado cabalmente o papel de

unidade base para o ensino clínico da Faculdade de Medicina de Lisboa. Nele se

diferenciaram milhares de médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais de

saúde;

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Orientado por preocupações de inovação e de contribuição para o aprofundamento do

conhecimento médico, é hoje o maior centro de investigação clínica a nível nacional.

Ao longo da sua existência, foram muitas as adaptações de estrutura e de

organização, tão significativas que deixaram o Hospital irreconhecível em relação ao

modelo original. Variou significativamente a capacidade de resposta assistencial, com

acréscimo crescente dos níveis de complexidade e de subespecialização.

Por outro lado, os já longos anos de vida da instituição fizeram-se sentir na

deterioração e inadequação de muitas das suas estruturas físicas, muitas vezes não

compatíveis com as novas práticas de prestação de cuidados e de gestão hospitalar,

radicalmente diferentes. Neste cenário, tornou-se necessária a reestruturação profunda

do Hospital, já iniciada, que se pretende que venha produzir efeitos plenos até ao fim da

primeira década do século XXI (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

Em Janeiro de 2007 o Hospital de Santa Maria foi convertido numa EPE e,

seguindo o Plano Estratégico 2006-2008, inicia-se a requalificação global do Hospital.

2.1.3 Hospital Pulido Valente

O Hospital Pulido Valente (HPV) é, desde Dezembro de 2005, um hospital E.P.E.,

remontando a sua história aos primórdios do século XX. A Rainha D. Amélia, figura

impulsionadora da luta contra a tuberculose, cria a Assistência Nacional aos

Tuberculosos (A.N.T.) e propõe a construção de um Hospital para tratamento destes

doentes. Com a sua contribuição financeira pessoal e a de pessoas influentes da época,

inicia-se a construção do Hospital de Repouso de Lisboa, que será inaugurado em

Fevereiro de 1910. Assim sendo, o HPV já possui um século de existência a prestar

serviços de saúde (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

Ao longo da sua existência, esta instituição emblemática no tratamento das doenças

do foro pulmonar é alvo de diversas transformações em termos de estatuto e

organização com a criação dos serviços de Urologia – inicialmente para o tratamento da

tuberculose renal -Cirurgia Torácica, Otorrinolaringologia e Cardiologia. É aqui que, no

início da década de sessenta, o Dr. Décio Ferreira realiza as primeiras intervenções

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cirúrgicas de “coração aberto”, cria um aparelho para circulação extra-corporal e faz,

experimentalmente, transplantações cardíacas em cães.

Acompanhando estas transformações, a denominação do Hospital foi sendo

alterada: Sanatório D. Carlos I, Sanatório Popular de Lisboa, Centro Sanatorial do

Lumiar – incluindo os Sanatórios D. Carlos I e Rainha D. Amélia – até que, ao abrigo

do Decreto-Lei 260/75, de 26 de Maio, passa a ser Hospital de Pulido Valente, com o

estatuto de Hospital Geral Central. Mantendo a Pneumologia como vertente clínica

predominante, surgem novas valências como a Medicina Interna, Gastrenterologia,

Cirurgia Geral, Dermatologia, Fisiatria e, mais recentemente, Angiologia e Cirurgia

Vascular, Obesidade Mórbida e Oncologia Médica (Centro Hospitalar Lisboa Norte,

2014).

2.2 Atividade

A atividade do CHLN, EPE, centrada na satisfação das necessidades dos utentes no

acesso aos cuidados de saúde, orienta-se por critérios exigentes de qualidade, economia,

eficiência e eficácia, num contexto de equilíbrio económico e financeiro sustentável, em

conformidade com o contrato-programa em vigor, devendo desenvolver a sua ação por

centros de responsabilidade com vista ao aprofundamento do modelo empresarial de

gestão adotado (Relatório e Contas 2012).

2.3 Contexto

Desde 27 de Dezembro de 2007, o Hospital Santa Marita (HSM) integra,

juntamente com o Hospital Pulido Valente, o CHLN – Centro Hospitalar Lisboa Norte

EPE (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

O CHLN é uma estrutura organizada e gerida pelo Estado, sendo o principal

objetivo tratar doentes e promover a saúde, prestando serviço à comunidade a que

qualquer indivíduo pode recorrer, independentemente da sua etnia, religião ou ideologia

política, em busca de auxílio, quando a sua integridade é ameaçada pela doença (Centro

Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

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Atualmente, o CHLN, para além do apoio às populações do seu local de influência

direta, garante referenciação diferenciada em variadas áreas clínicas, ao nível regional,

nacional e dos países de expressão portuguesa (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

Assim, cumpre os objetivos de uma grande Unidade do Sistema Público de Saúde,

visando a garantia da equidade e universalidade do acesso, da assistência eficaz e

eficiente e da promoção da qualidade e da excelência, satisfazendo doentes e

profissionais de saúde (Centro Hospitalar Lisboa Norte, 2014).

2.3.1 Missão

O CHLN tem como missão, a satisfação com qualidade, eficácia e eficiência das

necessidades das pessoas que acedem aos cuidados de saúde do Centro Hospitalar, em

conformidade com o seu grau de diferenciação e posicionamento como grande unidade

do sistema público de saúde, garantido a equidade e universalidade do acesso (Relatório

e contas 2012).

2.3.2 Visão

O CHLN tem como visão, ser um estabelecimento de saúde de referência,

desempenhando funções diferenciadas nas prestações de cuidados de saúde, na

formação pré, pós-graduada e continuada, bem como na área da investigação, adotando

uma conduta ética incensurável e promovendo a sustentabilidade da instituição

(Relatório e Contas, 2012).

2.3.3 Objetivos

O Centro Hospitalar tem por objetivo a prestação de cuidados de saúde aos

cidadãos no âmbito das suas capacidades e responsabilidades, em conformidade com o

seu grau de diferenciação e posicionamento no Serviço Nacional de Saúde. A sua

atividade orienta-se por critérios exigentes de qualidade, económica, eficiência e

eficácia, num quadro de equilíbrio e sustentabilidade económico, financeiro, ambiental

e social. Na área do ambiente, o CHLN adota estratégias e práticas adequadas,

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destacando-se a poupança de recursos naturais e a gestão racional de resíduos, as quais

inserem a responsabilidade social pelo equilíbrio ambiental e pelo desenvolvimento

sustentável.

De acordo com o Relatório e Contas (2012), são objetivos do CHLN:

Proporcionar aos profissionais condições de realização profissional, que

permitam atrair os melhores e mais motivados;

Prestar a sua atividade centrada no primado do doente;

Assegurar a qualidade e humanização dos cuidados prestados;

Assegurar e melhorar as condições de acolhimento e internamento dos cidadãos

utilizadores dos serviços prestados pelo Centro Hospitalar;

Garantir elevados padrões técnico-científicos;

Adequar equipamentos e instalações diretamente ligados à prestação de cuidados

de saúde;

Assegurar a gestão eficaz e eficiente dos recursos humanos;

Proporcionar aos profissionais condições de realização profissional, que

permitam atrair os melhores e mais motivados;

Desenvolver as atividades de investigação, ensino e formação no que respeita à

formação de profissionais de saúde;

Promover a articulação funcional com a rede de cuidados primários, no âmbito

da sua área de influência, bem como com a rede nacional de cuidados

continuados integrados;

Promover critérios de rigor, autonomia, responsabilização e flexibilidade na

gestão;

Garantir a sustentabilidade económica e financeira do Centro Hospitalar.

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2.4 Organograma do Centro Hospitalar Lisboa Norte

O CHLN é composto da seguinte forma: conselho de administração;

departamentos/serviços de apoio ao conselho de administração; serviços de ação

médica; serviços de suporte à prestação de cuidados; e serviços de apoio geral e

logística. Na Figura 2.2 podemos ver em detalhe como a instituição está dividia.

Figura 2.2 – Organograma do Centro Hospitalar Lisboa Norte

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Figura 2.2 – Organograma do Centro Hospitalar Lisboa Norte (continuação)

Fonte: Relatório e Contas 2012

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CAPÍTULO 3 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO

ESTÁGIO

O estágio foi realizado no Gabinete de Planeamento, Controlo e Gestão (GPCG),

sendo que durante o estágio foi dada a oportunidade à estagiária de passar algumas

manhãs de quinta e sexta-feira pelos seguintes departamentos ou serviços: termos de

responsabilidade (pedidos realizados ao exterior); pré-faturação dos termos de

responsabilidade (pedidos do exterior que foram realizados no CHLN); gestão de

compras; gestão financeira; logística e stocks; sistema integrado de gestão de inscritos

para cirurgia (SIGIC); gestão farmacêutica; instalação e equipamentos; gestão hoteleira;

sistemas de informação; gestão de recursos humanos.

A supervisora de estágio tem a seu cargo o GPCG e os seguintes serviços: serviço

de termos de responsabilidade (pedidos realizados ao exterior) e de pré-faturação dos

termos de responsabilidade (pedidos que foram realizados ao CHLN). O contacto com

estes serviços permitiu à estagiária realizar diferentes trabalhos.

Entre os trabalhos realizados no serviço termos de responsabilidade (pedidos

realizados ao exterior) contam-se os seguintes: pesquisa da emissão de termos à clínica

“XPTO”1; conferência de pré-faturas; e elaboração de tabelas relacionadas aos termos

emitidos referente à clínica “XPTO”. No GPCG, a estagiária realizou trabalhos ligados

com a elaboração de mapas do consumo de material vs produção do mês de Março de

2014; mapas de sessões dos MCDT’S realizados por especialidade do ano 2013; e

mapas das consultas a tempo e horas (CTH) por especialidade de Janeiro a Abril de

2014. O trabalho onde a estagiária usou grande parte do tempo foi na recolha e na

elaboração de dados relativos ao contrato-programa.

O Gabinete de Planeamento, Controlo e Gestão é um órgão de apoio técnico ao

Conselho de Administração na definição do planeamento estratégico e operacional do

Hospital e no controlo da sua execução. Este departamento tem como objetivo atuar nas

seguintes áreas:

1 Nome fítico da clínica.

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Coordenar a elaboração do plano e do relatório de atividades;

Recolher, tratar e analisar a informação estatística disponibilizada internamente e

garantir o seu fornecimento ao exterior;

Proceder à análise e controlo periódicos das atividades do Centro Hospitalar;

Produzir regularmente informação de gestão destinada ao Conselho de

Administração, com o intuito de apoiar os processos de tomada de decisão, numa

ótica de melhoria contínua de eficiência e coesão operacional;

Acompanhar a execução dos projetos de investimento;

Apoiar os diversos serviços do Centro Hospitalar na identificação e implementação

dos seus indicadores de atividade;

Coordenar a implementação das políticas de qualidade definidas pelo Conselho de

Administração;

Elaborar a proposta do plano de ação anual;

Acompanhamento do contrato-programa SNS;

Controlo, análise e pré-faturação SNS.

Com todas estas atividades a seu cargo, este gabinete acaba por ser um pilar central

na elaboração e concretização do planeamento do hospital, encontrando-se ainda em

contato constante com a ACSS e ARS, através da aplicação Sistema de Informação da

Contratualização e Acompanhamento (SICA), com o fornecimento de indicadores

solicitados por aquela instituição.

O estágio foi bastante proveitoso, devido ao fato de ter permitido à estagiária ficar

com uma visão do funcionamento do hospital e da sua complexidade, e rever algumas

matérias que foram lecionadas ao longo do 1º ano do curso. A realização deste estágio

permitiu à estagiária o contato direto com o mundo laboral servindo de preparação para

as realidades do mundo do trabalho.

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CAPÍTULO 4 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

4.1 História do Financiamento Hospitalar

Antes do 25 de Abril de 1974 a saúde em Portugal era constituída por várias vias

sobrepostas, entre as quais se salientam as seguintes (Baganha, Ribeiro e Pires, 2002):

As instituições centenárias de solidariedade social e as misericórdias: geriam

grande parte das instituições hospitalares, entre outros serviços do país;

Os serviços de saúde pública: estavam direcionados para a proteção da saúde

(proteção materno-infantil, vacinação, entre outros);

Os serviços médico-sociais: prestavam cuidados médicos aos beneficiários da

Federação de Caixa de Previdência;

Os serviços privados: só estavam acessíveis às pessoas com um status

socioeconómico mais elevado.

Os Hospitais estatais, especializados e gerais: a maior parte desses hospitais

estavam localizados nos grandes centros urbanos.

Com o fim de um período de ditadura, conseguido com a revolução de 1974, onde

as pessoas não tinham o direito a cuidados sociais de saúde, e a sua proteção dependia

da capacidade financeira cada pessoa, foi criado o “serviço nacional de saúde universal,

geral e gratuito, consagrado na Constituição da República Portuguesa de 1976” (Gago,

2008). Encontradas as condições políticas e sociais resultantes da revolução de 1974,

em 1979, através da Lei nº56/79, foi oficialmente implementado o sistema nacional de

saúde que foi criado como sendo um organismo em que o Estado Português assegura o

direito à saúde, prevenção, vigilância e promoção a todos os cidadãos de Portugal, o que

gerou um aumento significativo de despesa pública.

O financiamento em Portugal, até 1980, era assente no sistema de pagamento

retrospetivo, onde o pagamento era feito com base na despesa do ano anterior. Entre

1981 e 1990, houve a alteração do sistema de pagamento que era utilizado

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anteriormente, passando agora a utilizar-se o sistema de pagamento prospetivo, que

inicialmente era feito através da implementação de orçamentos hospitalares baseados no

custo médio por especialidade e por serviços individuais (Barros e Gomes, 2002). Com

esta medida, o Ministério da Saúde teve o intuito de encorajar uma utilização mais

eficiente dos recursos nos hospitais públicos para obter uma maior produtividade e um

controlo mais apertado da despesa pública no setor da saúde (Dismuke e Sena, 1999).

Em Portugal, a evolução histórica dos pagamentos hospitalares reflete a procura de

aumento de eficiência com menores custos e maior qualidade. Em 1990 foi

implementada, em Portugal, a unidade de medida Grupos de Diagnósticos Homogéneos

(GDH) que teve origem nos Estados Unidos da América (EUA).

O autor Carvalho (2010:9) refere que “o pagamento hospitalar prospetivo por

GDH avançou em duas fases: numa primeira fase, apenas as entidades terceiras

pagadoras de cuidados de saúde (subsistemas de saúde, seguradoras, etc.) eram

faturadas por GDH relativamente aos cuidados prestados em internamento aos seus

beneficiários nos hospitais do SNS; na segunda fase, a partir de 1997 a tutela passou a

financiar os hospitais do SNS relativamente aos cuidados de internamento prestados a

beneficiários do SNS por GDH”.

Em 2004 começou-se a cobrar as taxas moderadoras ao acesso às intervenções

cirúrgicas, consultas e meios complementares. Com esta medida, o Ministério da Saúde

pretendia restringir a procura desnecessária e excessiva dos utentes ao hospital, e ao

mesmo tempo que o valor das taxas contribuísse para o financiamento do hospital.

O financiamento do SNS é feito através do Orçamento de Estado, tendo como base

a Lei de Bases da Saúde nº XXXIII, que permite os serviços do SNS poderem cobrar

receitas de acordo com as situações previstas na Lei. Temos o exemplo da faturação de

cuidados prestados a terceiros responsáveis (subsistemas de saúde e entidades

seguradoras), autorizando assim, e acordo com a Lei nº 27/2002, de 8 de Novembro, os

hospitais inscrever essas faturações no seu próprio orçamento. Os hospitais que

pertencem ao SNS podem ainda cobrar taxas moderadoras com o objetivo de regular o

uso dos serviços do SNS, Base nº XXXIV da Lei 48/90.

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Em suma, o financiamento dos hospitais públicos portugueses que fazem parte do

SNS é feito através do Orçamento de Estado e das receitas que resultam da fracturação a

terceiros pagadores. A modalidade de pagamento que abrange os cuidados de saúde

prestados aos utentes do SNS está inserida no contrato-programa. O pagamento

prospetivo por episódio de internamento é utilizado quando a atividade a ser pagar está

associada aos subsistemas de saúde e aos restantes terceiros pagadores (Nunes, 2012). O

valor a pagar praticado pelo SNS está estipulado na Portaria nº 20/2014 de 29 de

Janeiro.

4.2 Hospitais SA

Os Hospitais SA foram criados em Janeiro de 2003, pela Deliberação do Conselho

de Ministros nº 15/2003. Com a implementação desta deliberação, o Conselho de

Ministros pretendia que as necessidades dos utentes fossem satisfeitas em tempo útil,

com qualidade e com contenção da despesa pública. Este modelo teve o intuito de ser

visto como um meio de maximizar a eficiência das instituições que compõem a rede

hospitalar portuguesa (Moreira, 2011). A escolha dos hospitais a transformar em SA

recaiu sobre aqueles que potencialmente teriam condições para demonstrar uma boa

performance.

Com a criação da Lei de Bases da Saúde em 1990, esta prevê que a gestão das

unidades de saúde deveria cumprir a um conjunto de regras de gestão empresarial. O

Governo concedeu ao Estado um papel de acionista, com o objetivo de dinamizar e

multiplicar a dimensão dessa experiência, promovendo um clima de competitividade e

um novo nível de exigência e de profissionalismo de gestão que viesse a possibilitar

ganhos de eficiência significativos na rede hospitalar (Moreira, 2011).

No total foram 31 hospitais que passaram para SA de capitais exclusivamente

públicos, pretendendo-se assim estabelecer uma crescente autonomia de gestão dos

hospitais, em matrizes muito próximos da realidade empresarial, onde em simultâneo

houvesse a separação da função de prestador de cuidados de saúde da função de

financiador público do SNS. Esta separação não deixou de continuar assegurar o

carácter universal, geral e tendencialmente gratuito do mesmo. A nível da contabilidade,

estes hospitais passam a ser controlados através de um auditor interno. Contudo, a nível

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de financiamento este modelo não permite a entrada de capitais privados nesses

hospitais, ou seja, o financiamento continua a ser público (Moreira, 2011).

Em termos de contratação de profissionais, este modelo contempla que a

contratação deva ser feita através do contrato individual de trabalho, prevendo a

utilização de incentivos pecuniários ou de outra natureza.

No fundo, os hospitais SA são apenas hospitais públicos transformados em

sociedades anónimas, com a implementação de regras de gestão diferentes dos restantes

hospitais públicos, e com capitais exclusivamente públicos (Moreira, 2011).

O Relatório do Orçamento de Estado de 2004 estabeleceu que os Hospitais SA

passariam a ser financiados com base num contrato-programa celebrado entre o

Ministério da Saúde e o Hospital, tendo sido criada e utilizada uma tabela de preços

com base na qual o SNS pagaria a esses hospitais. O cálculo dessa tabela foi feita com

base nas produções contratadas, acrescida de uma margem de 10%, com a condição de

se o hospital ultrapassar esse limiar é-lhe pago apenas o custo marginal (Moreira, 2011).

4.3 Hospitais EPE

Como foi referido no ponto anterior, a Lei de Bases da Saúde n.º 48/90, de 24 de

Agosto, veio claramente prever que, sempre que for possível, a gestão das unidades de

saúde deveria obedecer a regras de gestão empresarial, podendo ser autorizada a gestão

de hospitais do SNS a entidades privadas, através de contratos de gestão.

Em 2005, os hospitais que eram SA adotaram e implementaram a figura jurídica de

EPE colocando em disputa o modelo mais tradicional (SPA) face a um modelo mais

empresarial (EPE), que supostamente adotaria práticas, métodos e ferramentas da gestão

privada, e lhes concederia um maior grau de autonomia (Raposo, 2007).

Esta transformação foi oficializada com a publicação do Decreto-Lei nº233/2005,

onde estabelece a alteração dos 31 hospitais que anteriormente tinha-lhes sido

concedido o estatuto de SA de capitais exclusivos.

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Porém, nesta transformação (dos Hospitais SA para EPE) foi utilizado um conjunto

de critérios de escolha, sendo que havia a hipótese de o hospital aderir voluntariamente

a esta transformação. Os critérios em causa foram a tipologia de atividade, a

representatividade regional e a dimensão.

Este novo modelo está inserido numa política de modernização e regeneração do

SNS que tem como um dos objetivos a adoção de uma gestão inovadora com natureza

empresarial orientada para a satisfação das necessidades dos utentes. Todavia, fica à

responsabilidade dos Hospitais EPE disponibilizarem um melhor acesso dos cidadãos

aos cuidados de saúde e a promoção e desenvolvimento dos seus profissionais Moreira

(2011).

Segundo Moreira (2011:36-37), as mudanças efetuadas pecaram por terem

privilegiado excessivamente a componente jurídica, onde, em contrapartida,

subestimaram a intervenção no redesenho da organização. Era importante ter sido feito

um ajustamento a vários níveis. Concretamente, na implementação de modelos de

contratualização interna com a descentralização da decisão nas linhas de produção, uma

aposta na gestão da informação e do conhecimento como recurso estratégico para o

apoio a essa decisão e à gestão central e na implementação da gestão por objetivos,

entre outros.

Os Hospitais EPE utilizam como base a gestão empresarial, o que faz com que a

sua gestão seja mais rigorosa. Mas este modelo não apresenta medidas apenas

financeiras e de menor desperdício de recursos. As EPE’s também têm como objetivo

criar melhores condições aos utentes para que estes possam beneficiar de melhores

condições, tais como: ao nível da qualidade clínica; da facilidade de acesso a

profissionais especializados; de melhoria de serviço; e atendimento. Outro dos objetivos

que as EPE’s também têm em conta é o crescimento e motivação do seu profissional de

saúde, pois a sua motivação leva-o a prestar bons cuidados de saúde, contribuindo assim

para uma melhoria constante a nível de funcionamento do hospital em que está inserido

e no cumprimento dos objetivos a que o hospital está sujeito (Moreira, 2011).

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A nível de orçamento também houve alterações. Enquanto que no modelo SA o

orçamento era baseado nos custos históricos, no modelo EPE o orçamento é baseado na

otimização da gestão.

Em relação à receita os hospitais deixaram de ser financiados apenas por capitais

exclusivamente públicos, como acontecia nos hospitais SA. Sendo que agora os

hospitais EPE passam a ter duas fontes de receita que são o SNS, que em média é

responsável por cerca de 80% das receitas anuais do hospital, e os subsistemas de saúde,

empresas seguradoras e privados, que em média são responsáveis pelos restantes 20%

das receitas anuais do hospital. A receita pelo SNS é com base na contratação da

produção por linha de atividade do hospital, que estão estabelecidos no contrato-

programa. Essas linhas de atividade estão divididas entre internamento, consultas

externas, sessões de hospital de dia, episódios de urgência (Moreira, 2011).

4.4 Grupos de Diagnósticos Homogéneos

Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos foram criados nos finais da década de 60

nos EUA com o objetivo de facilitar a gestão hospitalar, através de um sistema de

classificação de doentes que permitisse medir e avaliar o desempenho de cada hospital.

Ao longo dos anos, este conceito sofreu algumas alterações. Enquanto inicialmente

este sistema tinha sido desenvolvido como sendo uma ferramenta auxiliar da gestão

hospitalar, nos dias de hoje, o sistema é visto como uma forma de financiamento dos

hospitais (Gago, 2008; Borges; Lopes; Silva 2011).

Podemos assim definir os GDH como sendo um “sistema de classificação de

episódios agudos de doença tratados em internamento, que permite definir

operacionalmente, a produção de um hospital.” (Portaria nº20/20142). Este sistema, em

Portugal, é também utilizado para os episódios médicos de ambulatório e para alguns

episódios cirúrgicos de ambulatório.

2 Portaria n.º 20/2014 de 29 de Janeiro de 2014 1ª Série Diário da República

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Os GDH são definidos através dos seguintes critérios: diagnóstico principal,

intervenções cirúrgicas, patologias associadas e complicações, procedimentos clínicos

realizados, idade, sexo do doente, destino após a alta e peso à nascença. Estes grupos

foram criados de modo a serem coerentes do ponto de vista clínico e homogéneos no

que diz respeito ao consumo de recursos (Gago, 2008).

Existe uma tabela Internacional com a Classificação das Doenças e dos respetivos

códigos que resultam num GDH. Esses códigos englobam as intervenções cirúrgicas, os

diagnósticos, entre outros atos médicos. Esta tabela nos hospitais portugueses incide

sobre financiamento do internamento hospitalar.

Em 1984, Portugal foi o país pioneiro em toda a Europa, na implementação do

GDH como mecanismo de financiamento hospitalar. Apesar de Portugal ter

implementado os GDH’s em 1984, só em 1987 foram conhecidos os resultados da

utilização do GDH como forma de financiamento dos hospitais do SNS (Gago, 2008).

O sistema foi adotado em Portugal com o objetivo do pagamento pela produção

fosse abrangido a todos os sectores de atividade hospitalar relacionados com o

tratamento dos utentes. Porém, a prioridade recaiu sobre o internamento na definição do

subsídio à exploração e na vertente de faturação a terceiros pagadores (subsistemas de

saúde, seguradoras, entre outros).

Relativamente ao subsídio à exploração, cada hospital começou a receber consoante

a combinação de uma componente de produção e de uma componente histórica, e os

preços passaram a ser ajustados pelo índice case-mix - "indicador de intensidade de

meios" - que ao medir o impacto de determinadas variáveis no custo médio do doente

tratado, ajustariam o orçamento de cada hospital à sua capacidade técnica assistencial

(Rego, 2011).

A implementação do financiamento do GDH às entidades pagadoras de cuidados de

saúde teve início a 31 de Maio de 1990, através da Portaria nº 409/90, onde estava

estabelecido que apenas as entidades terceiras pagadoras eram faturadas por GDH

relativamente aos cuidados prestados em internamento aos seus beneficiários nos

hospitais do SNS.

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Os preços por GDH para efeitos da faturação só foram publicados “pela primeira

vez, em 1989, mas a sua aplicação efetiva para definição do orçamento financeiro dos

hospitais só veio a efetuar-se em 1997. Genericamente, o subsídio à exploração de cada

hospital passou a resultar da combinação de uma componente histórica com uma

componente ajustada pela produção (GDH) e com preços diferenciados em função de

cinco grupos de hospitais. Esta componente, que no orçamento de 1997 representou

10% do valor global, passou para 20% em 1998” (Bentes, 1998:2).

Estes critérios eram inicialmente baseados no pagamento retrospetivo, ou seja, o

financiamento era feito com base no histórico do ano anterior. Esse histórico poderia ter

como consequência, para o hospital, o “lucro” ou “custos” face ao financiamento do ano

anterior. Todavia, o lucro não tinha qualquer fixação de limites máximos e os custos

ficavam anulados devido à manutenção do valor do financiamento do ano anterior. Hoje

em dia, os critérios do financiamento dos GDH’s têm como base o pagamento

prospetivo, o que origina que as taxas de pagamento dos GDH’s sejam estabelecidas

antes dos cuidados médicos serem prestados. Sendo estas taxas estabelecidas antes do

hospital prestar qualquer cuidado médico, o hospital terá que fazer alguns ajustes na

gestão dos seus custos, já que se o custo de tratar um utente num dado GDH for menor

do que a taxa de pagamento estabelecida para esse GDH, essa diferença vai gerar lucro

para o hospital, mas o contrário também se verifica, ou seja, se o custo de tratar um

utente num dado GDH for maior do que a taxa de pagamento estabelecida para esse

GDH, o hospital terá custos acrescidos (Gago, 2008).

Todos os anos é feita pela ARS, uma análise que pode resultar em ajustes no preço

do GDH para o hospital. Estes ajustes também englobam as disponibilidades da região

como forma de adequar o orçamento à realidade do hospital.

4.5. Enquadramentos dos modelos de pagamento

De acordo com a literatura existem dois sistemas de remuneração aos hospitais e de

afetação de recursos, retrospetivo e prospetivo, os quais serão analisados nos pontos

seguintes (Nunes, 2012; Barros e Gomes, 2011; Carvalho, 2010).

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Em termos do financiamento hospitalar, nos dois sistemas estão incluídos várias

modalidades de pagamento aos hospitais. Estas modalidades “definem a forma como o

dinheiro vai ser atribuído às instituições, pelos serviços por elas a serem prestados,

sendo que a diferentes modalidades de pagamento estão associados riscos e incentivos

distintos” (Nunes, 2012:11). Assim, as modalidades de pagamento podem-se dividir

entre pagamento baseado no ato, pagamento por diária de internamento, pagamento por

caso/episódio, pagamento por orçamento global e capitalização.

O sistema de financiamento de cada hospital tem claramente efeitos no seu

procedimento enquanto prestador de cuidados de saúde. Esses efeitos podem ter

impactos no cumprimento dos objetivos, na satisfação dos utentes, na eficiência, na

qualidade dos cuidados e na equidade.

4.5.1 Sistema de pagamento retrospetivo

Até finais dos anos 70, os hospitais públicos portugueses utilizavam o sistema de

pagamento retrospetivo. Este sistema consiste no pagamento de uma verba ao hospital

que é feito com base no histórico da despesa em anos anteriores, sendo que, de uma

forma direta não há ligação do financiamento com a contratação das linhas de atividade

nem com o nível de desempenho (Gago, 2008).

Um sistema com estas características não apresenta incentivos a uma gestão de

redução de custos do hospital, nem um conjunto de objetivos de comportamentos

desejáveis a nível regional e nacional, e nem estimula a eficiência (visto não haver

qualquer risco/penalização para o hospital). Este sistema tem assim a desvantagem “que

o pagamento baseado no ato é um sistema "aberto no fim" que oferece aos prestadores

um cheque em branco para encorajar a procura se estes o quiserem” (Barros e Gomes,

2002:37). Esta situação pode potencializar um aumento de consumo de recursos que não

são necessariamente essenciais ao hospital.

4.5.2 Sistema de pagamento prospetivo

A partir de 1981, os hospitais públicos portugueses começaram a utilizar o sistema

de pagamento prospetivo que é o oposto do modelo retrospetivo. Ou seja, no sistema

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prospetivo o pagamento da verba ao hospital é feito de uma forma direta com a

atividade contratada, onde o volume dos serviços a serem prestados e os preços são

previamente estabelecidos. Neste modelo o pagamento está subdividido por diária de

internamento, por ato, e por caso (Gago, 2008).

A utilização do pagamento prospetivo incentiva que o hospital faça uma gestão

mais eficiente, isto porque o hospital muitas das vezes irá defrontar-se com situações

em que os custos praticados são diferentes dos preços estabelecidos.

Em suma, o pagamento prospetivo é feito através de um valor fixo já estabelecido,

para um determinado diagnóstico/tratamento, mas pode acontecer que esse valor pode

não ser o custo real que o hospital teve com o diagnóstico/tratamento. Daí ser

importante que o hospital faça um reajustamento dos seus recursos e uma gestão das

despesas inerentes aos tratamentos para que haja uma maior aproximação, tanto quanto

possível, do valor fixo.

Embora este sistema de pagamento possa “contribuir para que os prestadores

tenham os incentivos certos na procura de eficiência, poderá eventualmente gerar outro

tipo de distorções, nomeadamente em relação à diminuição da qualidade dos serviços

prestados e ao que se denomina de seleção adversa, em que os casos de saúde mais

complicados possam ser rejeitados por representarem custos acima da média, gerando-

se assim graves problemas de acesso aos cuidados de saúde e colocando-se em causa a

equidade no acesso e no tratamento” (Gago, 2008:38-39).

Estes problemas eventualmente também podem surgir ao nível da seleção de

valências pelos hospitais, isto é, o hospital pode deixar de apostar nos cuidados de saúde

que lhes acarretem mais custos, apostando assim naqueles que lhes é mais favorável.

4.5.3 Tipos de pagamentos

Uma vez que os sistemas de pagamento que foram anteriormente expostos

apresentam vantagens e desvantagens, pode-se concluir que a melhor opção é a

integração de um sistema de pagamento misto em que o hospital recebe uma

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componente fixa e uma percentagem dos custos em que incorreu permitindo fornecer

incentivos à eficiência e estabelecer limites aos estímulos à manipulação do sistema.

Na adaptação do sistema misto podem ser usados diferentes tipos de unidades de

pagamento, onde estes estão associados a níveis de incentivos direcionados para a

contenção de custos. Logo, à medida que a unidade de pagamento é mais complexa, o

risco e os incentivos à eficiência aumentam.

Existem várias formas de proceder ao pagamento da atividade hospitalar. Entre

outras, salientam-se as seguintes (Gago, 2008; Nunes, 2012):

Pagamento baseado no ato: o pagamento está relacionado com a prestação de

um determinado serviço ou ato. Ou seja, numa forma resumida, este pagamento

está implícito ao sistema retrospetivo de reposição do montante dos atos

prestados pelo hospital. Este sistema promove a sobreprestação de atos médicos

e não premeia o tratamento de doentes;

Pagamento por diária de internamento: os hospitais são pagos de acordo com o

número de dias de permanência dos doentes no hospital, criando incentivos aos

internamentos mais prolongados principalmente quando estes incorporam

apenas a parte de custos que diz respeito à atividade hoteleira;

Pagamento por caso/episódio: os pagamentos cobrem todos os serviços de

cuidados de saúde prestados por caso/episódio de doença. Os preços, neste tipo

de pagamento, estão estabelecidos por categoria de diagnóstico, em grupos

homogéneos ao nível do consumo de recursos, para determinados níveis de

demora média.

Segundo Gago (2008:40) “A complexidade desta modalidade varia

consoante o número de categorias existentes. Esta forma de pagamento

incentiva o tratamento de doentes e a redução da duração de internamento, o

que aumenta a eficiência técnica e económica. Na verdade, quanto mais doentes

tratarem mais ganham e quanto menos tempo demorarem a tratar esses doentes,

face aos níveis de demora média estabelecidos, mais-valias obtêm para o

hospital”;

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Pagamento por orçamento global: o hospital recebe uma quantia global e

limitada que corresponde a um determinado período de tempo com a finalidade

de cobrir as despesas hospitalares, permitindo ao hospital uma maior

flexibilidade em relação às decisões clínicas. Este pagamento pode ser calculado

através da despesa histórica, dos custos unitários fixos, do pagamento por

capitalização, do volume de serviço a ser prestado e das populações a serem

cobertas.

Um dos desafios desta modalidade de pagamento para o hospital é cumprir o

orçamento global que lhe foi estabelecido, mantendo a qualidade do atendimento

e na prestação dos cuidados de saúde aos utentes;

Capitalização: este tipo de pagamento aposta na prevenção da doença em vez da

prestação de cuidados diferenciados mais dispendiosos, o que pode resultar na

seleção dos doentes com doenças mais dispendiosas para o hospital e na

diminuição da qualidade e quantidade dos serviços prestados, tendo em vista a

diminuição dos custos da população abrangida por cada hospital.

Segundo o autor Nunes (2012:18), “O pagamento por capitação, pressupõe a

atribuição de um montante global fixo por cada pessoa que integra um

determinado nível de cuidados, independentemente de precisar ou não de

cuidados, durante um determinado período de tempo, com o intuito de financiar

os custos referentes a um conjunto de serviços (Aas, 1995; Barnum et al., 1995).

Neste modelo o prestador têm uma lista na qual estão inscritos um conjunto de

cidadãos, recebendo por cada um, um valor fixo, por norma anual, com vista a

custear os cuidados contratados, sendo que a escolha do prestador é feita pelo

cidadão (CRES, 1998). Assim sendo, existe um duplo incentivo ao controle de

custos e à prestação de cuidados custo-eficazes, já que havendo diferencial

entre o preço pago e o custo incorrido o mesmo reverte a favor do prestador

(Barnum, 1995; Aas, 1995; CRES, 1998)”.

4.6 Contratualização

Em Portugal, a contratualização teve início na segunda metade da década de 1990,

direcionada “para a adoção de uma relação de base (quase) contratual entre os

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diferentes agentes, com uma maior flexibilidade e recorrendo a mecanismos

«empresariais» com centralização dos serviços públicos no cidadão utilizador”

(Observatório Português dos Sistemas de Saúde, 2009:85-86). Ou seja, com isto

pretendia-se que a gestão de recursos passasse para uma gestão baseada em resultados,

com uma responsabilidade acrescida, com o objetivo de garantir o acesso com qualidade

das populações aos cuidados de saúde que deles necessitam e combater o desempenho

deficitário (Diniz, 2013).

O processo de contratualização teve início com a concessão da gestão do Hospital

Fernando Fonseca ao setor privado em 1995, com a empresarialização do Hospital de

São Sebastião em Santa Maria em 1996, da Unidade Local de Saúde de Matosinhos em

1999 e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio em 2001, o que constituiu o motor

da consolidação do modelo (Ferreira; Escoval; Lourenço; Matos; Ribeiro, 2010), Assim,

estes hospitais passaram a deixar de utilizar o sistema de pagamento retrospetivo e

passaram a utilizar o novo sistema de pagamento prospetivo, isto é, o seu financiamento

deixa de ser baseado no históricos e passa a ser financiado através da atividade

contratada.

Com a implementação da contratualização, houve uma mudança do modelo

“passando a distribuir os recursos na base de contratos rigorosos que traduzam o

pagamento adequado dos serviços prestados em função das necessidades em saúde de

uma comunidade tipo, em detrimento de uma distribuição em função das necessidades

apresentadas pelos próprios serviços” (Escoval, 2003:19). Assim, segundo Escoval

2003, e de uma forma resumida, podemos concluir que a contratualização apoia-se no

sistema de pagamento prospetivo dos serviços que vão ser prestados, com base em

orçamento negociados, e na definição da produção contratada.

A contratualização é composta pelos seguintes objetivos (ACSS, 2012):

Promover o nível de saúde da população;

Promover o acesso e o desempenho assistencial das instituições;

Melhorar o controlo financeiro das instituições;

Definir preços e fazer previsão de custos;

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26

Promover a eficiência na utilização de recursos das instituições;

Promover a atividade programada em detrimento da assistência urgente;

Incentivar a articulação das instituições hospitalares com os prestadores de

cuidados primários e cuidados continuados;

Promover a redução dos tempos de espera (cirurgia, consulta, etc.);

Maximizar a capacidade instalada de Meios Complementares de Diagnóstico e

Terapêutica (MCDT).

Em suma, os objetivos da contratualização a serem atingidos passam por assegurar a

responsabilização da gestão, pelo controlo da despesa total (sendo necessário fazer um

planeamento para o controlo da despesa efetiva), pela maximização da eficiência das

unidades prestadoras de cuidados de saúde (através do acompanhamento, avaliação e

promoção da atividades de cada unidade por forma a aumentar a eficiência dessa

atividades), e por encorajar a descentralização da gestão. Com efeito, no que respeita ao

último objetivo, a contratualização possibilita uma delegação de responsabilidades ao

longo da linha de gestão, permitindo aos gestores de nível hierárquico inferior, um

maior poder para gastar os recursos de acordo com as necessidades das populações

(Moreira, 2011).

A utilização da contratualização, segundo os autores Matos, Ferreira, Lourenço,

Escoval (2010), apresentam as seguintes vantagens: o esclarecimento das funções e

responsabilidades de ambas as partes, a ligação entre as disponibilidades financeiras a

outputs de serviços, e a apresentação de resultados e padrões de consumo, o que facilita

o processo de melhorias em eficiência e equidade. O uso da contratualização, embora

tenha tido resultados prometedores resultantes do seu crescimento nos últimos anos, não

deixou de receber críticas e até lhe foram identificados algumas lacunas (Gonçalves,

2013).

Perrot (2008) identificou as seguintes desvantagens deste método:

O recurso da contratualização conduz por vezes a desvios e derrapagens

consideradas inaceitáveis;

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27

O recurso da contratualização no sector da saúde desenvolve-se por

conveniência de oportunidades e não devido a uma estratégia claramente

definida pelo Ministério da Saúde;

Frequentemente, o processo de contratualização é feito sem profissionalismo,

pois alguns agentes contratantes trabalham sem experiência prévia e precaução,

o que conduz muitas vezes ao fracasso.

Em Abril de 2002, foi criada a lei nº27/2002 de gestão hospitalar que alterou a Lei

de Bases da Saúde de 1990 e reestruturou a organização do sistema de saúde, através da

aprovação de um novo regime jurídico e de modelos de gestão hospitalar (Carvalho,

2010). Com a alteração da lei também houve alterações a nível do orçamento global,

isto é, o orçamento global que era fixado antecipadamente pelo Estado (unidade

pagadora) foi substituído pelo contrato-programa. Este manteve “algumas das técnicas

que já existiam e acrescenta o pagamento de desvio de produção e o acerto de contas”

(Carvalho, 2010:14).

4.6.1 Contrato-programa

Como já foi dito anteriormente, os cuidados de saúde prestados aos utentes do SNS

estão inseridos no contrato-programa. Assim, segundo Costa, Santana e Boto (2008), o

contrato-programa pode ser definido como sendo um “documento que sela o acordo

tripartido relativo ao compromisso de desenvolvimento de um conjunto de direitos e

obrigações, entre as quais se inclui a atividade produtiva prevista bem como as

contrapartidas financeira em função da atividade proposta”. Por sua vez, Rego (2008)

define o contrato-programa de uma forma mais geral, pois segundo o autor, o contrato-

programa “especifica o conjunto de outputs que deverão ser produzidos a partir de um

dado volume de inputs financeiros, num período de tempo e segundo determinados

padrões de qualidade”.

Podemos concluir assim que no contrato-programa estão estabelecidos o valor do

financiamento (dividido por linhas de produção/atividade) correspondente a cada

hospital, com a finalidade da prestação de cuidados de saúde aos beneficiários do SNS.

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28

Os intervenientes no processo de negociação do contrato-programa, são a ACSS

(pagador), os Departamentos de Contratualização de cada ARS (negociador) e cada

unidade hospitalar (prestador).

Os contratos-programa inicialmente eram “celebrados diretamente entre o Instituto

de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF), atual Administração Central do

Sistema de Saúde (ACSS, I.P.), ao nível central da Administração, e o Hospital SACEP,

sendo o controlo económico-financeiro dos mesmos da responsabilidade da Unidade de

Missão dos Hospitais, SA. (UMHSA), posteriormente integrada, igualmente, na ACSS,

I.P” (Pêcego, 2010:26). Os primeiros contratos-programa foram implementados em

2003, entre os hospitais Sociedades Anónimas (SA), a União de Missão dos hospitais

SA e o IGIF (ACSS), tendo em 2006 o processo de contratualização sido alargado a

todos os hospitais do SNS (EPE e SPA) (Marques, 2009; Valente, 2010).

O contrato-programa é constituído por uma estrutura principal, anexos e apêndices.

A parte principal do documento é constituída pelas seguintes características: objeto do

contrato; princípios gerais; obrigações principais; princípios de gestão; políticas de

melhoria da qualidade; articulação com os demais prestadores de cuidados; acesso às

prestações de cuidados de saúde; identificação de utentes e terceiros responsáveis;

recursos necessários; formação; e avaliação de desempenho. Nos anexos encontramos

os serviços contratados (as linhas de produção estão divididas por consultas externas,

internamento, ambulatório, urgências, sessões hospital de dia, gestão da doença crónica,

saúde sexual e reprodutiva, sessões de radioterapia, serviços domiciliários, lar, e

outros); as remunerações; os objetivos de qualidade e eficiência; as penalizações; e os

pagamentos. Cada uma das características referidas é definida de acordo com o

desempenho relativo a cada hospital.

Em relação às linhas de produção, existe um total de seis linhas que se têm mantido

ao longo dos anos. Estas são as seguintes: o internamento, o ambulatório, as consultas

externas, as urgências, as sessões de hospital de dia e os serviços domiciliários. As

outras linhas de produção podem sofrer algumas alterações de ano para ano.

A quantidade a ser produzida por hospital é calculada de acordo o plano de

desempenho elaborado no final do exercício económico do ano anterior ao que se refere

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o contrato-programa. O plano de desempenho é um suporte à gestão que serve do ponto

de partida para o processo de negociação entre os intervenientes do contrato-programa,

uma vez que é com base no plano elaborado que é estimado o nível de atividade e se

estabelece o montante a ser distribuído por hospital (ACSS, 2011).

O processo de contratualização tem início com o planeamento de necessidades em

saúde e com a definição de prioridades de investimento. A fase seguinte consiste na

recolha de informação junto das instituições a contratualizar e termina com a avaliação

do desempenho dos objetivos contratualizados (ACSS, 2011).

A Figura 4.1 mostra-nos as fases do processo de contratualização.

Figura 4.1 – Fases do processo de contratualização

Fonte: Processo de Contratualização (ACSS, 2011)

Com a celebração do contrato-programa, a ACSS tem “o objetivo de ajustar a

produção às necessidades em saúde da população, acordando níveis de produção que

assegurem os princípios de equidade, efetividade e eficiência do sistema (implica um

conhecimento efetivo das necessidades em saúde da população) e bem assim, da sua

sustentabilidade económico-financeira” (ACSS, 2011:6). Na fase do acompanhamento

da execução do contrato-programa, compete aos hospitais fazer a recolha sistemática de

informação que possibilite a análise comparativa dos desempenhos reais das instituições

face ao contratualizado, de forma a promover medidas corretivas ou potenciar bons

resultados (ACSS, 2011).

Desde 2007 que o processo de contratualização é constituído por uma

calendarização de ações que envolvem a ACSS, os Departamentos de Contratualização

Planeamento e

Avaliação de

Necessidades

----------

Plano de

Desempenho

Negociação

-----------

Contrato-Programa

Acompanhamento

-----------

Avaliação

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30

das Administrações Regionais de Saúde e as instituições hospitalares (ACSS, 2011). O

processo inicia-se, em Junho, com uma fase de Estudos e de Planeamento que visa a

introdução de melhorias, ajustamentos ao modelo de financiamento hospitalar em

função de alterações ocorridas no universo das instituições do SNS, orientações

políticas e técnicas a que o modelo tenha de dar resposta, atualização de linhas de

produção, de preços, do índice de case-mix das instituições, entre outros, assim como de

maior fundamentação relativamente à identificação de necessidades em saúde que

devem sustentar a compra de serviços pelas Regiões de Saúde (ACSS, 2011).

A segunda fase inicia-se com a revisão das matrizes do Plano de Desempenho que é

necessário preparar no Sistema de Informação da Contratualização e Acompanhamento

(SICA) em tempo adequado para disponibilização às instituições e seu preenchimento.

Este documento permitirá trabalhar e preparar quer os instrumentos de simulação

iniciais de distribuição das dotações financeiras por ARS e por instituição, quer os

documentos que apoiam as reuniões de negociação entre os Departamentos de

Contratualização das ARS e as instituições hospitalares (ACSS, 2011). Nesta fase é

importante a elaboração ou atualização da metodologia do contrato-programa para o ano

seguinte, assim como a preparação do documento de apoio ao contrato-programa

(ACSS, 2011).

Realizadas as negociações, acordadas as quantidades e volumes financeiros de cada

um dos contratos, formalizados através de assinatura e posterior homologação e

publicitação, inicia-se a fase de Monitorização e Acompanhamento, fase esta que

assume cada vez mais um papel fundamental no controlo orçamental e cumprimento

dos cuidados de saúde a realizar no âmbito do SNS (ACSS, 2011).

Em suma, o processo de contratualização é iniciado a partir do segundo trimestre do

ano anterior ao ano para o qual se pretende contratualizar e a fase da monitorização

ocorre durante o ano da contratualização. O processo termina com a avaliação do grau

de cumprimento das metas contratadas e objetivos de desempenho alcançados,

possibilitando identificar as consequências inerentes e aplicar as regras definidas no

contrato. Esta fase ocorre após o encerramento do ano para o qual decorreu o Processo

de Contratualização (ACSS, 2011).

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31

No contrato-programa, cada hospital pertence a um grupo. Esse grupo foi criado

pela ACSS de forma a ajudar a determinar os preços que o hospital irá receber pelo

SNS. A Figura 4.2 seguinte mostra-nos o grupo que cada hospital pertence.

Fonte: ACSS, 2014

Grupo B

H Santa Maria Maior

CH Médio Ave

CH Póvoa do Varzim/Vila do Conde

H Figueira da Foz

Grupo C

CH Alto Ave

CH Baixo Vouga

CH Barreiro/Montijo

CH Cova da Beira

CH Entre Douro e Vouga

CH Leiria-Pombal

CH Médio Tejo

CH Setúbal

CH Tâmega e Sousa

HD Santarém

Grupo D

CH Vila Nova de Gaia /Espinho

CH Trás-os-Montes Alto Douro

CH Tondela-Viseu

H Garcia da Orta

H Fernando da Fonseca

H Espírito Santo de Évora

Hospital Faro

Grupo E

CH Porto

CH São João

CH Universidade de Coimbra

CH Lisboa Central

CH Lisboa Ocidental

CH Lisboa Norte

Grupo F

IPO Porto

IPO Coimbra

IPO Lisboa

Figura 4.2 – Grupo dos Hospitais

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CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO

O Ministério da Saúde (1998) caracteriza o hospital como sendo ”um

estabelecimento de saúde de elevada diferenciação, constituído por meios tecnológicos

e humanos, cujo objetivo nuclear é a prestação de cuidados de saúde durante 24 horas

por dia, desenvolvendo a sua atividade através do diagnóstico, da terapêutica e da

reabilitação em regime de internamento ou de ambulatório”.

O presente estudo de caso está assente no CHLN, E.P.E., tendo como base o

contrato-programa referente de 2010 a 2013. O estudo tem como objetivos identificar as

mudanças que ocorreram ao longo dos quatro anos, ao nível do contrato e de linha de

produção contratada pelo SNS e a análise da execução do contrato-programa através da

comparação entre os valores contratados e os valores realizados em cada linha de

produção.

5.1 Contrato-Programa do CHLN

Como já foi referenciado anteriormente, o CHLN, EPE foi criado a 01 de Março de

2008, tendo resultado da junção dos Hospitais de Santa Maria, EPE e Pulido Valente,

EPE. Quando aderiram ao Contrato-Programa, em 2006, ambos os hospitais

pretenderam introduzir e promover maior racionalidade na seleção e nas decisões, em

três vertentes relativas (Hospital Santa Maria, 2004):

Às formas de propriedade e parcerias a enquadrar por um quadro institucional, a

definir pela tutela;

Às complementaridades regionais e nacionais a estabelecer com as instituições

reguladoras;

Às capacidades e meios a instalar pelos serviços, em termos de recursos

humanos, equipamentos e instalações.

O contrato-programa determina os preços que o hospital irá receber do SNS, de

acordo com o grupo a que está inserido. O CHLN enquadra-se no grupo E, recebendo

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assim, em contrapartida, o valor da produção base contratada correspondente ao ano a

contratar. No mapa da atividade hospitalar que a ACSS e a ARS contratam com o

CHLN, estão celebrados os valores das linhas de produção, índice case-mix, número e

percentagem dos doentes equivalentes, preço unitário, quantidades, e valor. No presente

trabalho apenas irão ser analisados o índice case-mix, o valor, o preço unitário, as linhas

de produção, as quantidades e os objetivos.

5.1.1 Remuneração global e remuneração por linha de produção

Sendo o contrato-programa constituído por uma estrutura principal onde são

delineadas as cláusulas específicas do financiamento para o ano a contratar, iremos

analisar a remuneração da produção contratada, incentivos, produção marginal,

produção marginal adicional e custos fixos.

Seguidamente, a Tabela 5.1 apresenta os valores da remuneração da produção

contratada e dos incentivos, de cada ano.

Tabela 5.1 – Remuneração da produção contratada e incentivos

2010 2011 2012 2013

Remuneração da

produção contratada 355.133.410,48€ 336.421.179,86€ 290.250.000,00€ 275.217.290,18€

Incentivos3 9.885.815,47€ 9.948.187,25€ 11.610.000,00€ 13.760.864,51€

Fonte: Contrato-Programa de 2010 a 2013.

Em relação aos custos fixos, produção marginal e produção marginal adicional do

contrato-programa, estava estabelecido o seguinte para os anos em estudo (Contrato-

Programa e Circular Normativa, de 2010 a 2013):

2010, foi contratado o seguinte:

Na urgência, se os volumes de produção realizada forem inferior aos

valores contratados, o SNS assume o pagamento de cada unidade não

3 Valor máximo pelo cumprimento dos objetivos estabelecidos.

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produzida, correspondente a 50% dos custos fixos associados a esta

produção;

Caso as unidades de pagamento sejam inferiores a 50% do volume

contratado, por linha de produção, o SNS não efetua qualquer

pagamento;

Se o volume da produção realizada pelo CHLN, com exceção para a

produção cirúrgica programada, for superior ao volume contratado, cada

unidade produzida acima deste volume, até ao limite máximo de 10%,

será paga da seguinte forma, por linha de produção: 44% do preço

contratado para o internamento e permanência em lar (IPO); 58% do

preço contratado para a consulta e serviço domiciliário; 45% do preço

contratado para a urgência e 75% do preço contratado para o hospital de

dia, planos de saúde, e GDH médicos de ambulatório;

Se o volume da produção cirúrgica programada realizada em

ambulatório ou internamento pelas unidades de saúde for superior ao

volume contratado, cada unidade produzida acima deste volume será

paga ao preço da tabela do SIGIC. A remuneração ao hospital referente à

produção cirúrgica programada marginal é acrescida, no caso de se

verificarem intervenções com múltiplos procedimentos independentes,

simultaneamente ou consecutivos, que decorram num episódio cirúrgico,

de um valor correspondente a 45% do preço do GDH do episódio.

Quando os procedimentos realizados correspondam a patologia

neoplástica devidamente documentada por exames de anatomia

patológica, o valor a pagar pela produção cirúrgica é acrescido de 30%.

O valor resultante destes acréscimos não pode ser superior ao preço da

produção base contratada;

O valor resultante destes acréscimos não pode ser superior ao preço da

produção base contratada.

2011 e 2012: nestes anos, face ao ano anterior, alguns parâmetros mantiveram-se

e foi contratado o seguinte:

Na urgência, os critérios mantiveram-se, ou seja, se os volumes de

produção realizada forem inferior aos valores contratados, o SNS

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assume o pagamento de cada unidade não produzida, correspondente a

50% dos custos fixos associados a esta produção;

Caso as unidades de pagamento sejam inferiores a 50% do volume

contratado, por linha de produção, o SNS não efetua qualquer

pagamento;

Se o volume da produção realizada pelo CHLN for superior ao volume

contratado, assume o pagamento de cada unidade produzida acima deste

volume, até ao limite máximo de 10%, as linhas de produção serão

pagas da seguinte forma: 10% do preço contratado para o internamento;

permanência em lar do IPO; e urgências. A 15% do preço contratado

para a consulta e serviço domiciliário; Hospital Dia; planos de saúde; e

episódios de ambulatório classificados com GDH médicos;

Em 2011, o volume da produção cirúrgica programada realizada em

ambulatório ou internamento teve as mesmas características que 2010;

Em 2012, se o volume da produção cirúrgica adicional realizada pelas

unidades de saúde for superior ao volume contratado, cada unidade

produzida acima deste volume será paga ao preço da tabela do SIGIC,

com a exceção da produção referente a doentes transferidos para

entidades convencionadas que será paga pelo valor de 90% do valor

constante na tabela de preços em vigor para o SIGIC;

O valor da produção marginal está limitado ao valor global do contrato-

programa, sem o valor da linha de incentivos.

2013:

Se o volume de produção realizada for superior ao volume contratado,

não existe limite de produção nas seguintes linhas de produção: cirúrgica

programada; doentes com esclerose múltipla; doentes com hepatite C;

doentes oncológicos; doentes com hipertensão pulmonar; radioterapia e

para a aplicação de próteses;

Se o volume da produção realizada pelo CHLN for superior ao volume

contratado, assume o pagamento de cada unidade produzida acima deste

volume, até ao limite máximo de 10%, as linhas de produção serão pagas

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da seguinte forma: 10% do preço contratado para o internamento;

permanência em lar do IPO; e urgências. A 15% do preço contratado

para a consulta e serviço domiciliário; Hospital Dia; interrupção da

gravidez, doentes em TARC (VIH/Sida); diagnóstico pré-natal; e

episódios de ambulatório classificados com GDH médicos;

O valor da produção marginal (vpm) não pode exceder o valor global do

contrato-programa (vgc), líquido do valor dos incentivos (i) e do valor da

produção base faturada (vpbf), ou seja, o vpm é dado pela expressão que

se apresenta seguidamente:

vpm = vgc - (i + vpbf). (1)

5.2 Evolução do contrato-programa no período 2010-2013

Com base na análise da Tabela 5.1, podemos verificar que a ARS tem vindo a

reduzir o valor da remuneração pela produção contratada. Constatamos que o maior

decréscimo do valor foi no orçamento de 2012 com uma redução de 46.171.179,86

euros face ao orçamento do ano anterior, sendo que ao longo dos quatro anos a ARS

cortou no orçamento o valor de 79.916.120,30 euros. Um dos motivos de ser ter

verificado um corte tão acentuado pela ARS deve-se à crise económico que o país tem

estado a atravessar, o que fez com que houvesse reformas orientadas para a melhoria da

eficiência, eficácia e qualidade na prestação de cuidados de saúde e uma reestruturação

dos gastos. Uma vez que o sector da saúde é responsável pela maior parte da despesa do

Estado, este também foi o sector que sofreu medidas de austeridade mais rigorosas. Esta

redução ao longo dos anos tem um grande impacto no hospital, o que obriga a uma

melhor gestão dos recursos e redução de custos. Com estes cortes o hospital é

pressionado a obter outras formas de obtenção de receita, como por exemplo: o aluguer

de espaços dentro do recinto hospitalar e a reestruturação dos gastos.

Ao longo dos anos verificamos que o hospital tem vindo a preocupar-se mais com o

cumprimento dos objetivos, refletindo-se no aumento do valor dos incentivos atingidos,

em cada ano. No total dos quatro anos, se o hospital tivesse cumprido todos os objetivos

definidos no contrato-programa, poderia ter recebido um total de 45.204.867,23 euros

em incentivos. Este valor corresponde a menos de metade dos cortes feitos pela ARS no

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total dos anos em estudo. O ano de 2012 foi o ano em que a redução da remuneração da

produção contratada foi maior, e verificou-se apenas 11.661.812,75 euros de incentivos.

Em relação aos custos fixos e à produção marginal adicional aferimos que as regras

mantêm-se constantes ao longo dos quatro anos. Na produção marginal nota-se uma

grande mudança, de 2010 para 2011, havendo um corte nas percentagens nas linhas de

produção, relativas ao preço unitário. Em 2011, relativamente a 2010 ocorreram as

seguintes reduções: redução de 34% no internamento e na permanência em lar (IPO);

redução de 43% na consulta e serviço domiciliário; redução de 35% na urgência; e

redução de 60% no hospital de dia, planos de saúde, e GDH médicos de ambulatório.

Em 2012 e 2013 as percentagens dos preços unitários mantiveram-se nos 10% e

15% do valor do contrato-programa como verificamos em 2011, sendo que no total o

valor da linha de produção não pode ultrapassar os 10%. Desde de 2012 (inclusive) a

produção marginal não pode exceder o valor base do contrato-programa. Porém, se, no

final do ano, o hospital não conseguir produzir o que foi contratado, este pode incluir a

produção marginal adicional na sua fatura.

Até 2013, a produção marginal adicional da produção cirúrgica programada

realizada em ambulatório ou internamento é regida pelos preços da tabela do SIGIC.

Em 2013 constatamos a existência de novas linhas de produção, nomeadamente,

doentes com esclerose múltipla, doentes com hepatite C, doentes oncológicos, doentes

com hipertensão pulmonar, radioterapia e próteses. Para as próteses, se a produção

realizada for superior à contratada, não há limite de produção. Contudo é importante

voltar a referir que, quer nas linhas de produção com limites percentuais (produção

marginal), quer nas linhas de produção em que não há limite de produção (produção

marginal adicional), o valor total não pode ultrapassar o valor base do contrato

programa.

A Tabela 5.2, apresentada em seguida, mostra o impacto das reduções do preço

unitário ao nível do contrato-programa e das percentagens da produção marginal.

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38

Tabela 5.2 – Preço unitário do contrato-programa e da produção marginal

2010 2011 2012 2013

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

1. Consultas

Externas

Nº de 1ªs consultas

médicas (s/majoração)

121,55 € 70,50 € 116,69 € 17,50 € 83,79 € 12,57 € 75,23 € 11,28 €

Nº de 1ªs consultas

referenciadas (CTH)

- - - - - - 82,75 € 12,41 €

Nº de consultas

subsequentes médicas

110,50 € 64,09 € 106,08 € 15,91 € 76,17 € 11,43 73,04 € 10,96 €

2. Internamento

Doentes Saídos

GDH Médicos 2.442,26 € 1.074,59 € 2.344,57 € 234,46 € 2.157,22 € 215,72 € 2.362,06 € 236,21 €

GDH Cirúrgicos 4.661,43 € Tabela

SIGIC

4.474,97 € Tabela

SIGIC

4.296,02 € Tabela

SIGIC

3.853,35 € Tabela

SIGIC

CDH Cirúrgicos –

Actividade Adicional

- - - - 2.850,06 € Tabela

SIGIC

- -

GDH Cirúrgicos

Urgentes

4.661,43 € 2.051,03 € 4.474,97 € 447,50 € 4.296,02 € 429,60 € 3.660,69 € 366,07 €

Dias de internamento

de Doentes Crónicos

Doentes crónicos

Ventilados

293,91 € 129,32 € 293,91 € 29,391 € 270,40 € 27,04 € 254,18 € 25,42 €

3. Episódios de

GDH de

Ambulatório

GDH Cirúrgicos 1.384,79 € Tabela

SIGIC

1.329,40 € Tabela

SIGIC

1.540,08€ Tabela

SIGIC

1.208,64 € Tabela

SIGIC

GDH Cirúrgicos –

atividade adicional

- - - - 1.021,72 € Tabela

SIGIC

- -

GDH Médicos 315,11 € 236,33 € 302,50 € 45,38 € 311,53 € 46,73 € 464,53 € 69,68 €

4. Urgências

Atendimentos (SU –

Polivalente)

137,92 € 62,06 € 132,40 € 13,24 € 121,81 € 12,18 € 112,07 € 11,21 €

Atendimento (SU –

Básica)

- - 37,78 € 3,78 € 34,76 € 3,48 € - -

5. Sessões de

Hospital de Dia

Base - - - - - - 20,98 € 3,15 €

Hematologia 368,28 € 276,21 € 353,55 € 53,03 € 325,27 € 48,79 € - -

Imuno-Hemoterapia 368,28 € 276,21 € 353,55 € 53,03 € 327,27 € 49,09 € 305,75 € 45,86 €

Infecciologia 517,64 € 388,23 € 496,93 € 74,54 € - - - -

Psiquiatria 38,26 € 28,70 € 36,73 € 5,51 € 33,79 € 5,07 € 31,76 € 4,76 €

Outros - - - - 22,32 € 3,35 € - -

6. Diálise

Hemodiálise

(semana/doente)

547,94 € 410,96 € 537,26 € 80,59 € - - - -

Diálise Peritoneal

(semana/doente)

28.492,88 € 21.369,66 € 27.937,22 € 4.190,58 € - - - -

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39

Tabela 5.2 - Preço unitário do contrato-programa e da produção marginal (continuação)

2010 2011 2012 2013

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

Preço

unitário

(Euros)

Produção

Marginal

7. Programas de

Gestão da Doença

Crónica

VIH/SIDA (doentes

em TARC)

11.040 € 8.280 € 11.040 € 1.656 € 10.156,80 € 1.523,52 € 9.547,44 € 1.432,12 €

Esclerose múltipla –

doentes em

terapêutica

modificadora

- - - - - - 12.895,68 € 12.895,68 €

VHC – novos doentes - - - - - - 9.442 € 9.442 €

Tratamento de

doentes c/patologia

oncológica – novos

doentes

- - - - - - - -

Cancro da mama

(1ºano)

- - - - - - 9.107,52 € 9.107,52 €

Cancro do cólon e reto

(1ºano)

- - - - - - 13.639,20 € 13.639,20 €

Cancro do colo do

útero (1ºano)

- - - - - - 13.409,76 € 13.409,76 €

8. Saúde Sexual e

Reprodutiva

IVG até 10 semanas

Medicamentos (nº

I.V.G)

341 € 256 € 341 € 51 € 313,72 € 47,06 € 294,90 € 44,24 €

Cirurgia (nº I.V.G) 444 € 333 € 444 € 67 € 408,48 € 61,27 € 383,97 € 57,60 €

Diagnostico Pré-

Natal

Protocolo I 41,80 € 31 € 41,80 € 6,27 € 41,80 € 6,27 € 39,29 € 5,89 €

Protocolo II 71,60 € 54 € 71,60 € 10,74 € 71,60 € 10,74 € 67,30 € 10,10 €

9. Sessões

Radioterapia

Tratamento simples - - - - - - 108,89 € 108,89 €

Tratamentos

complexos

- - - - - - 261,37 € 261,37 €

10. Serviços

Domiciliários

41,53 € 24,09 € 39,87 € 5,98 € 36,68 € 5,50 € 34,48 € 5,17 €

11. Outros

Próteses

Implante coclear - - - - - - 20.715,08€ 20.715,08€

Banda gástrica - - - - - - 1.476,51€ 1.476,51€

Desfibrilhador

cardíaco

- - - - - - 17.135,40€ 17.135,40€

Prótese da anca - - - - - - 1.246,04€ 1.246,04€

Neuro estimulador

intracranio

- - - - - - 18.856,18€ 18.856,18€

Neuro estimulador

medular

- - - - - - 19.883,69€ 19.883,69€

Neuro estimulador

periférico

- - - - - - 1.359,53€ 1.359,53€

Fonte: Contrato-Programa e Circular Normativa, de 2010 a 2013

Em termos do preço unitário estabelecido pelo contrato-programa, deparamo-nos

logo com a redução do mesmo ao longo dos anos, com exceção de alguns casos em que

os preços foram iguais e outros em que aumentaram. Houve seis casos em que os preços

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40

se mantiveram no 1º e no 2º ano, e que foram os seguintes: doentes crónicos ventilados,

em que no ano 2010/2011 o preço manteve-se nos 293,91 euros; VIH/SIDA (doentes

em TARC), em que no ano 2010/2011 o preço continuou nos 11.040 euros; IVG até 10

semanas, onde o preço permaneceu no ano 2010/2011 nos 341 euros e 444 euros, cada

valor corresponde à sua subdivisão; e o diagnóstico pré-natal, onde o preço unitário no

ano de 2010 a 2012 teve um valor de 41,80 euros e 71,60 euros, cada valor corresponde

à sua subdivisão. Nos anos entre 2011 e 2013 observou-se um ligeiro aumento nos

preços unitários. Esses aumentos surgiram nos seguintes anos: 2012/2013 no GDH

Médicos (internamento); 2011/2012 no GDH Cirúrgicos (episódios de GDH de

ambulatório); e 2011/2012, 2012/2013 no GDH Médicos (episódios de GDH de

ambulatório). Esta situação deveu-se ao fato de ter havido um aumento no índice case-

mix, porque na realidade o preço unitário diminuiu como demonstra a Tabela 5.3.

Tabela 5.3 – Índice case-mix vs preço unitário

2011 2012 2013

Índice

case-mix

Preço

unitário

Índice

case-mix

Doentes

Equivalentes Preço

unitário

Índice

case-mix

Doentes

Equivalentes Preço

unitário Nº % Nº %

Internamento

GDH Médicos - - 1,0193 21.953 92,33% 2.116,37€ 1,137 23.979 93,25% 2.077,45€

Episódios de GDH

de Ambulatório

GDH Cirúrgicos 0,5779 2.300,40€ 0,7277 - - 2.116,37€ - - - -

GDH Médicos 0,1315 2.300,40€ 0,1472 - - 2.116,37€ 0,2169 - - 2.141,70€

Fonte: Contrato-Programa de 2010 a 2013

Para esta situação o preço unitário real para o hospital é calculado da seguinte

forma:

P.U.R = ICM x P.U (2)

Legenda:

P.U.R = Preço Unitário Real

ICM = Índice case-mix

P.U = Preço Unitário

Contudo, para chegarmos ao valor final contratado do GDH médico do

internamento não basta multiplicarmos o P.U.R pelas quantidades, pois para além da

forma anterior é necessário fazer os seguintes cálculos:

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N.D.E = % D.E x Q (3)

e

V.F = N.D.E x P.U.R (4)

Legenda:

N.D.E = Número de Doentes Equivalentes

% D.E = Percentagem de Doentes Equivalentes

Q = Quantidades4

V.F = Valor Final

Na produção marginal também se verifica a mesma tendência que no preço

unitário, isto é, ao longo dos anos a ARS, no geral, tem vindo a pagar menos pela

produção que o hospital produza a mais. O ano onde essa redução mais se destaca é em

2010/2011, por consequência da redução do preço unitário, mas principalmente devido

à redução das percentagens que foram referidas anteriormente. De 2011 a 2013, a

redução do preço da produção marginal advém do facto do preço unitário ter reduzido,

uma vez que as percentagens nestes anos se mantiveram entre os 10% e 15%.

5.3 Análise da execução do contrato-programa

Após a análise da evolução do valor total, do preço unitário e do valor dos

incentivos contratados por cada ano para o CHLN, segue-se, nesta secção, a análise do

grau de execução do contrato-programa com base no estudo comparativo entre o que o

hospital produziu em quantidades e o valor que o CHLN estima receber da ARS por ter

atingindo e/ou ultrapassado as quantidades contratadas e estipuladas no contrato-

programa anual. Nas Tabelas 5.4 e 5.5, apresentadas seguidamente, encontram-se as

quantidades e os valores contratados pela ACSS e a ARS nos anos em estudo, sendo

que o “valor real” corresponde ao valor resultante da aplicação das fórmulas da

produção marginal referidas anteriormente.

4 O valor unitário das quantidades está identificado no ponto seguinte.

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Tabela 5.4 – Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2010 e 2011

2010 2011

Contrato-Programa Realizado Contrato-Programa Realizado

Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros) Valor Real

(Euros) Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros)

Valor Real

(Euros)

1. Consultas

Externas 742.855 84.412.032,90 € 654.264 82.470.294,00 € 82.470.294,00 € 741.936 80.865.435,31 € 741.937 80.188.197 € 80.932.505,84 €

Nº de 1ªs

consultas médicas 210.548 25.592.109,40 € 176.248 24.043.198,00 € 24.043.198,00 € 203.663 23.765.435,47 € 203.664 23.832.506,00 € 23.832.506,00 €

Nº consultas

médicas

subsequentes

532.307 58.819.923,50 € 478.016 58.427.096,00 € 58.427.096,00 € 538.273 57.099.999,84 € 538.273 56.355.691 € 57.099.999,84 €

2. Internamento 53.034 156.828.509,93 € 47.995 155.868.253,05 € 155.868.253,05 € 50.713 145.680.856,98 € 52.048 151.452.679,81 € 151.452.679,81 €

Doentes Saídos 50.479 156.077.569,88 € 45.440 155.117.313,00 € 155.117.313,00 € 49.618 145.359.025,53 € 50.953 151.452.679,81 € 151.130.848,36 €

GHD Médicos 31.068 68.666.525,93 € 27.412 67.710.809,00 € 67.710.809,00 € 31.409 66.644.336,30 € 31.409 66.644.336,30 € 66.644.336,30 €

GDH Cirúrgicos 15.415 69.413.281,54 € 14.500 69.412.769,00 € 69.412.769,00 € 14.112 61.002.765,41 € 15.447 66.774.588,24 € 66.774.588,24 €

GDH Cirúrgicos

Urgentes 3.996 17.997.762,41 € 3.528 17.993.735,00 € 17.993.735,00 € 4.097 17.711.923,82 € 4.097 17.711.923,82 € 17.711.923,82 €

Dias de

Internamento de

Doentes Crónicos

2.555 750.940,05 € 2.555 750.940,05 € 750.940,05 € 1.095 321.831,45 € 1.095 321.831 € 321.831,45 €

Doentes Crónicos

Ventilados 2.555 750.940,05 € 2.555 750.940,05 € 750.940,05 € 1.095 321.831,45 € 1.095 321.831 € 321.831,45 €

3. Episódio de

GDH de

Ambulatório

93.652 44.066.676,14 € 85.087 39.598.886,80 € 39.598.886,80 € 99.424 44.252.353,12 € 99.905 44.891.793 € 44.751.132,00 €

GDH Cirúrgicos 13.608 18.844.261,44 € 13.497 17.942.911,80 € 17.942.911,80 € 13.805 18.352.383,01 € 14.286 18.890.790 € 18.890.790,00 €

GDH Médicos 80.044 25.222.414,70 € 71.590 21.655.975,00 € 21.655.975,00 € 85.619 25.899.970,11 € 85.619 25.860.342 € 25.860.342,00 €

4. Urgências 279.761 38.584.637,12 € 282.300 40.265.206,00 € 38.742.207,46 € 311.109 32.371.679,88 € 311.109 32.367.160,00 € 32.367.160,00 €

Atendimentos (SU

– Polivalente) 279.761 38.584.637,12 € 282.300 40.265.206,00 € 38.742.207,46 € 311.109 28.850.357,20 € 217.903 28.850.357,20 € 28.850.357,20 €

Atendimentos (SU

– Básica) - - - - - 93.206 3.521.322,68 € 93.206 3.521.322,68 € 3.521.322,68 €

5. Sessões em

Hospital de Dia 30.651 11.887.478,28 € 33.221 13.077.904,40 € 12.574.712,41 € 33.230 12.278.164,82 € 33.230 12.278.164,82 € 12.278.164,82 €

Hematologia 3.099 1.141.299,72 € 1.912 835.259,00 € 835.259,00 € 3.522 1.245.203,10 € 3.522 1.245.203,10 € 1.245.203,10 €

Imuno-

Hemoterapia 13.012 4.792.059,36 € 11.610 4.275.730,80 € 4.275.730,80 € 11.904 4.208.659,20 € 11.904 4.208.659,20 € 4.208.659,20 €

Infeciologia 11.260 5.828.626,40 € 15.047 7.788.929,08 € 7.298.853,41 € 13.408 6.662.837,44 € 13.408 6.662.837,44 € 6.662.837,44 €

Psiquiatria 3.280 125.492,80 € 4.652 131.140,00 € 164.869,20 € 4.396 161.465,08 € 4.396 161.465,08 € 161.465,08 €

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43

Tabela 5.4 – Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2010 e 2011 (continuação)

Nota: Os valores que aparecem na coluna do realizado correspondem a estimativas que o hospital poderá receber da ARS correspondente ao Contrato-Programa contratado.

Fonte: Contrato-Programa de 2010 e 2011 e P.C.G

2010 2011

Contrato-Programa Realizado Contrato-Programa Realizado

Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros) Valor Real

(Euros) Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros)

Valor Real

(Euros)

6. Diálise 1.499 2.777.507,86 € 4.979 4.600.504,24 € 4.420.096,78 € 1.554 3.218.698,56 € 4.709 3.261.235,00 € 3.236.432,39 €

Hemodialise

(semana/doente) 1.429 783.006,26 € 4.912 2.691.481,28 € 929.718,98 € 1.467 788.160,42 € 4.622 827.413,00 € 805.894,25 €

Diálise Peritoneal

(semana/doente) 70 1.994.501,60 € 67 1.909.022,96 € 3.490.377,80 € 87 2.430.538,14 € 87 2.433.822,00 € 2.430.538,14 €

7. IG até 10

semanas 625 213.125,00 € 546 186.048,00 €

186.048,00 €

568 196.881,00 € 535 182.435,00 € 182.435,00 €

Medicamentos 625 213.125,00 € 546 186.048,00 € 186.048,00 € 537 183.117,00 € - - -

Cirurgia - - - - - 31 13.764,00 € - - -

8. Planos de saúde 392 1.337.868,20 € 392 1.337.868,20 € 1.337.868,00 € 710 4.431.103,60 € 710 4.431.103,60 € 4.431.103,60 €

VIH/Sida – novos

doentes em

tratamentos

ambulatório

120 1.324.800,00 € 120 1.324.800,00 € 1.324.800,00 € 400 4.416.000,00 € 400 4.416.000,00 € 4.416.000,00 €

Diagnostico Pré-

Natal 272 13.068,20 € 272 13.068,20 € 13.068,20 € 310 15.103,60 € 310 15.103,60 € 15.103,60 €

Protocolo I 215 8.987,00 € 215 8.987,00 € 8.987,00 € 238 9.948,40 € 238 9.948,40 € 9.948,40 €

Protocolo II 57 4.081,20 € 57 4.081,20 € 4.081,20 € 72 5.155,20 € 72 5.155,20 € 5.155,20 €

9. Outros - 15.025.575,05 € 10.573.878 14.511.842,00 € 14.511.842,00 € - 13.126.006,59 € 9.678.273 13.217.753,00 € 13.217.753,00 €

Medicamentos de

cedência

hospitalar em

ambulatório

- 15.025.575,05 € 10.573.878 14.511.842,00 € 14.511.842,00 € - 13.126.006,59 € 9.678.273 13.217.753,00 € 13.217.753,00 €

10. Valor da

Produção

355.133.410,48 € 351.730.758,49 € 349.710.208,70 € 336.421.179,86 € 342.875.405,09 € 342.853.886,34 €

11. Incentivos 9.885.815,47 € 4.092.727,60 € 4.092.727,60 € 9.948.187,25 € 5.347.150,65 € 5.347.150,65 €

12. Valor Total do

Contrato 365.019.225,95 € 354.393.659,05 € 353.802.936,30 € 346.369.367,11 € 348.222.555,74 € 348.201.036,99 €

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O valor total do realizado em 2010 não atingiu as quantidades contratadas, com a

exceção das urgências, da infeciologia, da psiquiatria e da hemodialise, onde as

quantidades produzidas excederam as quantidades contratadas. Apesar do hospital, em

algumas linhas de produção, não ter atingido as quantidades contratadas, não houve

qualquer penalização porque as quantidades produzidas foram sempre superiores a 50%

das quantidades contratadas.

O ano 2011 apresenta algum equilíbrio e um pequeno aumento das quantidades

contratadas e das produzidas, face ao ano anterior. Neste ano, o dado que mais se

destaca pelo afastamento das quantidades produzidas das contratadas é a linha de

produção de interrupção à gravidez até às 10 semanas. De facto, pelo valor total do

contrato verificamos que o hospital produziu mais 1.853.188,60 euros do que o valor

total contratado. Porém estima-se que o CHLN irá receber, cerca de 1.831.669,80 euros,

para além do valor contratado.

No caso do cálculo dos GDH’s cirúrgicos, do internamento e do ambulatório, o

valor é igual ao valor realizado (ambos valores estimados) devido ao facto de este

cálculo ser feito com base na tabela SIGIC e de ser necessário outro tipo de dados que

não vão ser analisados neste trabalho.

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45

Tabela 5.5 - Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2012 e 2013

2012 2013

Contrato-Programa Realizado Contrato-Programa Realizado

Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros) Valor Real

(Euros) Quantidade Valor (Euros) Quantidade

Valor

(Euros)

Valor Real

(Euros)

1. Consultas Externas 680.096 53.267.384,88 € 703.666 54.991.401,00 € 52.979.164,25 € 671.900 49.702.748,23 € 695.851 51.354.300,13 € 49.670.715,17 €

Nº de 1ªs consultas médicas

(s/majoração) 192.188 16.103.432,52 € 184.535 15.458.333,00 € 15.458.333,00 € 160.017 12.038.078,91 € 159.358 11.951.489,18 €

11.951.489,18 €

Nº de 1ªs consultas

referenciadas (CTH) - - - - - 28.500 2.358.375,00 € 25.308 2.108.221,75 €

2.108.221,75 €

Nº de consultas subsequentes

médicas 487.908 37.163.952,36 € 519.131 39.533.068,00 € 37.520.831,25 € 483.383 35.306.294,32 € 511.185 37.294.589,20 €

35.611.004,24 €

2. Internamento 41.566 113.002.963,14

€ 50.311

137.626.504,60

137.626.504,60

€ 42.175 113.930.315,60 € 45.761

125.877.322,78

119.377.567,41

Doentes Saídos 40.102 112.607.097,54

€ 48.847

137.230.639,00

123.010.765,62

€ 40.715 113.559.212,80 € 44.301

125.506.219,98

119.006.464,61

GDH Médicos 23.777 47.357.361,55 € 29.209 58.661.123,00 € 47.870.343,71 € 25.715 56.639.852,33 € 26.548 58.596.341,26 € 56.836.615,26 €

GDH Cirúrgico 8.952 38.036.956,33 € 13.497 53.884.663,00 € 53.884.663,00 € 11.000 42.305.892,76 € 12.346 47.409.953,64 € 47.409.953,64 €

GDH Cirúrgico - atividade

adicional 2.879 8.116.973,15 € 698 1.967.062,00 € 1.967.062,00 € - - - -

-

GDH Cirúrgico Urgentes 4.494 19.095.806,51 € 5.443 22.717.791,00 € 19.288.696,91 € 4.000 14.613.467,71 € 5.407 19.499.925,08 € 14.759.895,71 €

Dias de Internamento de

Doentes Crónicos 1.464 395.865,60 € 1.464 395.865,60 € 395.865,60 € 1.460 371.102,80 € 1.460 371.102,80 €

371.102,80 €

Doentes Crónicos Ventilados 1.464 395.865,60 € 1.464 395.865,60 € 395.865,60 € 1.460 371.102,80 € 1.460 371.102,80 € 371.102,80 €

3. Episódio de GDH de

Ambulatório 93.606 42.231.944,69 € 95.351 48.410.936,23 € 23.286.976,32 € 33.000 25.003.014,67 € 44.020 30.631.163,77 €

26.026.694,90 €

GDH Cirúrgicos 8.975 13.822.239,98 € 14.704 22.645.336,32 € 22.645.336,32 € 13.000 15.712.320,07 € 13.138 16.526.960,30 € 16.526.960,30 €

GDH Cirúrgicos - atividade

adicional 2.879 2.941.531,62 € 626 641.640,00 € 641.640,00 € - - - -

-

GDH Médicos 81.752 25.468.173,09 € 80.647 25.123.959,91 € 25.123.959,91 € 20.000 9.290.694,60 € 30.882 14.104.203,47 € 9.499.734,60 €

4. Urgências 196.879 22.577.279,24 € 203.016 23.327.785,00 € 22.652.019,20 € 185.120 20.746.398,40 € 177.978 19.946.330,67 € 19.946.330,67 €

Atendimento (SU -

Polivalente) 180.744 22.016.426,64 € 186.880 22.766.898,00 € 22.091.163,12 € 185.120 20.746.398,40 € 177.978 19.946.330,67

19.946.330,67 €

Atendimento (SU - Básica) 16.135 560.852,60 € 16.136 560.887,00 € 560.856,08 € - - - - -

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Tabela 5.5 - Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2012 e 2013 (continuação)

2012 2013

Contrato-Programa Realizado Contrato-Programa Realizado

Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros)

Valor Real

(Euros) Quantidade Valor (Euros) Quantidade

Valor

(Euros)

Valor Real

(Euros)

5. Sessões em Hospital de

Dia 51.027 5.381.850,89 € 56.295 5.763.510,21 € 5.493.098,80 € 44.840 2.554.694,16 € 53.034 2.765.497,00 €

2.844.003,91 €

Base - - - - - 33.592 704.760,16 € 35.451 735.789,58 € 710.616,01 €

Hematologia 3.138 1.020.697,26 € 3.152 1.025.251,04 € 1.021.380,32 € - - - - -

Imuno-Hemoterapia 10.697 3.479.413,19 € 11.501 3.740.930,27 € 3.518.881,55 € 5.448 1.665.726,00 € 11.611 1.847.341,50 € 1.948.361,18 €

Infeciologia - - - - - - - - - -

Psiquiatria 4.500 152.055,00 € 5.918 199.969,22 € 155.477,25 € 5.800 184.208,00 € 5.972 182.365,92 € 185.026,72 €

Outros 32.692 729.685,44 € 35.724 797.359,68 € 797.359,68 € - - - - -

6. Programas de Gestão da

Doença Crónica 3.109 32.438.730,40 € 3.409 33.921.864,23 €

33.621.283,32 €

VIH/Sida 3.090 31.384.512,00 € 3.128 31.770.470,40 € 31.442.405,76 € 2.154 20.565.185,76 € 2.673 25.520.307,12 € 21.027.760,52 €

Esclerose múltipla – doentes

em terapêutica modificadora - - - - - 600 7.737.408,00 € 411 5.292.387,07 €

5.300.124,48 €

VHC – novos doentes - - - - - 28 264.376,00 € 19 183.363,64 € 179.398,00 €

Tratamento de doentes c/

patologia oncológica – novos

doentes

- - - - - 327 3.871.760,64 € 306 2.925.806,40 € 3.557.000,16 €

Cancro da mama (1ºano) - - - - - 129 1.174.870,08 € 135 1.129.332,48 € 1.229.515,20 €

Cancro do colon e reto

(1ºano) - - - - - 182 2.482.334,40 € 150 1.568.508,00 €

2.045.880,00 €

Cancro do colo do útero

(1ºano) - - - - - 16 214.556,16 € 21 227.965,92 €

281.604,96 €

7. Saúde Sexual e

Reprodutiva 776 155.641,12 € 707 148.462,72 € 136.429,06 € 777 148.342,94 € 729 151.796,43 €

144.872,69 €

IVG até 10 semanas 426 137.435,12 € 429 134.964,92 € 122.931,26 € 452 133.472,94 € 469 138.897,90 € 133.545,56 €

Medicamentos 386 121.095,92 € 425 133.331,00 € 122.931,26 € 450 132.705,00 € 469 138.897,90 € 133.545,56 €

Cirurgia 40 16.339,20 € 4 1.633,92 € 2 767,94 € - - -

Diagnostico Pré-Natal 350 18.206,00 € 278 13.497,80 € 13.497,80 € 325 14.870,00 € 260 12.898,53 € 11.327,13 €

Protocolo I 230 9.614,00 € 215 8.987,00 € 8.987,00 € 250 9.822,50 € 157 6.168,53 € 6.168,53 €

Protocolo II 120 8.592,00 € 63 4.510,80 € 4.510,80 € 75 5.047,50 € 103 6.730,00 € 5.158,60 €

8. Sessões de Radioterapia - - - - - 41.626 4.549.275,46 € 54.361 5.856.104,20 € 5.856.104,20 €

Tratamentos simples - - - - - 41.517 4.520.786,13 € 54.361 5.856.104,20 € 5.856.104,20 €

Tratamentos complexos - - - - - 109 28.489,33 € - - -

9. Serviços Domiciliários 1.294 47.463,92 € 1.569 57.551,00 € 48.530,92 € 1.334 45.996,32 € 1.648 54.306,00 € 47.030,32 €

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47

Tabela 5.5 - Quantidades do contrato-programa vs realizado, 2012 e 2013 (continuação)

2012 2013

Contrato-Programa Realizado Contrato-Programa Realizado

Quantidade Valor (Euros) Quantidade Valor (Euros) Valor Real

(Euros) Quantidade Valor (Euros) Quantidade

Valor

(Euros)

Valor Real

(Euros)

10. Outros - 10.590.960,12€ 11.773.642 14.159.593,00€ 14.159.593,00€ 484 12.336.909,49€ 11.702.697 12.012.036,06€ 12.012.036,06€

Próteses - - - - - - -

Implante coclear - - - - - 4 82.860,32€ 6 124.290,48€ 124.290,48€

Banda gástrica - - - - - 20 29.530,20€ 1 1.476,51€ 1.476,51€

Desfibrilhador cardíaco - - - - - 150 2.570.310,00€ 118 2.021.977,20€ 2.021.977,20€

Prótese da anca - - - - - 235 292.819,40€ 133 165.723,32€ 165.723,32€

Neuro estimulador

intracraniano - - - - - 40 754.247,20€ 61 1.150.226,98€

1.150.226,98€

Neuro estimulador medular - - - - - 20 397.673,80€ 18 357.906,42€ 357.906,42€

Neuro estimulador

periférico - - - - - 15 20.392,95€ 1 1.359,53€

1.359,53€

Medicamentos de

cedência hospitalar em

ambulatório

- 7.593.591,83€ 11.773.642 10.712.256,00€ 10.712.256,00€ - 4.607.526,22€ 11.702.359 4.607.526,22€ 4.607.526,22€

Internos - 2.997.368,29€ - 3.447.337,00 € 3.447.337,00€ - 3.581.549,40€ 3.581.549,40€ 3.581.549,40€

11. Valor da Produção - 278.640.000,0€ - 316.256.214,1€ 298.728.808,4€ - 261.456.425,67€ - 282.570.721,2€ 269.565.241,4€

12. Incentivos - 11.610.000,00€ - 8.722.857,72 € 8.722.857,72€ - 13.760.864,51€ - 11.301.288,80€ 11.301.288,80€

13. Valor Total do

Contrato - 290.250.000,0€ - 324.979.071,8€ 307.451.666,1€ - 275.217.290,18€ - 293.872.010,0€ 280.866.530,2€

Nota: os valores que aprecem na coluna do realizado correspondem a estimativas que o hospital poderá receber da ARS correspondente ao Contrato-Programa contratado.

Fonte: Contrato-Programa 2012 e 2013 e GPCG

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48

Em 2012 também se observou que o CHLN aumentou a sua produção em mais de

metade das linhas de produção. Esta situação apenas não foi observada nas consultas

CTH, no GDH cirúrgico (atividade adicional), no internamento e no ambulatório, no

GDH médico do ambulatório, na cirurgia da IVG até 10 semanas, e no protocolo I e II

do diagnóstico pré-natal. Neste ano é importante destacar que as cirurgias da IVG até 10

semanas que o hospital realizou não vão ser remuneradas pela ARS porque as cirurgias

realizadas foram inferiores a 50% das contratadas. Decorrente desta situação, o hospital

tem a haver um acréscimo de 17.201.666,10 euros em relação ao valor que foi

contratado.

O último ano em análise, 2013, segue a mesma tendência que 2012, isto é, no geral

as quantidades produzidas são superiores às contratadas. Destacamos ainda a existência

das novas linhas de produção, como a patologia oncológica, a esclerose múltipla, a

VHC, as sessões de radioterapia e as próteses. No hospital dia deixou de haver a

subdivisão “outros” e foi criada a subdivisão “base”. Neste ano, o total da produção

produzida também foi superior à contratada e portanto estima-se que o hospital tenha a

haver um acréscimo de 5.649.240,10 euros em relação ao contratado. De um modo

global, ao longo destes anos, constatamos que as quantidades do contrato-programa

têm-se reduzido em algumas linhas de produção, o que faz com que a produção do

CHLN ultrapasse as quantidades contratadas. Consequentemente, a produção excedente

tem que seguir um conjunto de regras definidas pela ARS e ACSS, e em grande parte,

para cada linha de produção existe uma percentagem que define o limite que é pago da

produção em excesso.

Em algumas situações verificamos que com a aplicação destas regras o hospital sai

prejudicado com a produção excedente. Ao olharmos para o valor total realizado e para

o valor total real realizado verificamos logo uma diferença de valores, que foi reduzida

nos anos 2010 e 2011, mas relativamente elevada em 2012 e 2013.

Em termos de quantidades produzidas pelo CHLN, ao longo dos anos, verifica-se o

oposto do que foi falado nos dois parágrafos anteriores, ou seja, o hospital na maior

parte das linhas de produção igualou e ultrapassou as quantidades contratadas.

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49

Um parâmetro que está presente nas tabelas anteriores e que é cada vez mais

importante são os incentivos, cujos valores constam nas Tabelas 5.4 e 5.5. Os valores

sugerem uma preocupação do CHLN no que respeita ao cumprimento dos objetivos, o

que se traduz à posteriori em incentivos monetários para o hospital. Para além do

pagamento das linhas de produção é ainda concebido o pagamento de incentivos

relacionados com o cumprimento de objetivos de acessibilidade, qualidade, eficiência

económico-financeira e desempenho assistencial. Os incentivos económicos são uma

forma de motivar os hospitais a aplicar práticas mais eficazes nos seus serviços,

obrigando a uma reorganização da sua própria estrutura económico-financeira.

Os objetivos dividem-se em duas categorias, entre objetivos nacionais e objetivos

regionais. Na Tabela 5.6 iremos ver o que contempla cada um deles, para cada ano, e o

valor que o CHLN poderá receber da ARS pelo cumprimento desses objetivos.

Tabela 5.6 – Objetivos 2010 e 2011

5 RNCCI - Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

2010 2011

Contrato-

Programa Realizado

Contrato-

Programa Realizado

Objetivos Nacionais

Qu

ali

da

de

e

serv

iço

A.1 Taxa de reinternamentos nos primeiros cinco

dias (%) 444.862 € 0 € 149.222,81 € 119.378,25 €

A.2 Nº de profissionais envolvidos em programas

de formação na área de controlo e infeção 296.574 € 296.574 € - -

A.3 Percentagem de partos por cesariana - - 298.445,62 € 298.445,62 €

Ace

sso

B.1 Nº de doentes referenciados nas especialidades

de medicina interna, cirurgia geral e ortopedia para

a RNCCI5/Nº doentes saídos nas especialidades de medicina interna, cirurgia geral e ortopedia (%)

296.574 € 0 € - -

B.2 Peso das primeiras consultas médicas no total

de consultas médicas 444.862 € 355.889 € 447.668,43 € 447.668,43 €

B.3 Mediana do nº de dias entrada a data de

internamento e a data de sinalização para a RNCCI - - 149.222,81 € 149.222,81 €

B.4 Rácio consultas externas/urgências - - 149.222,81 € 149.222,81 €

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50

Tabela 5.6 – Objetivos 2010 e 2011 (contiuação)

Fonte: GPCG

Como vimos anteriormente, desde 2010 até 2013, o cumprimento dos objetivos por

parte do CHLN tem vindo a aumentar. Em 2010, muitos foram os objetivos que o

CHLN não conseguiu atingir. Apenas metade dos objetivos estabelecidos no contrato-

programa foram atingidos, o que se refletiu valor total dos incentivos realizados pelo

hospital. O grupo onde o hospital conseguiu alcançar um maior valor foi nos outros

objetivos regionais com um total de 2.669.170 euros, mais de metade do valor atingido.

6 LIC - Lista de Inscritos para Cirurgia

2010 2011

Contrato-

Programa Realizado

Contrato-

Programa Realizado

Objetivos Nacionais

Des

emp

enh

o

ass

iste

nci

al

C.1 Peso de GDH’s cirúrgicos ambulatório no total

de GDH’s cirúrgicos programadas (%) 444.862 € 444.862 € 447.668,43 € 447.668,43 €

C.2 Demora média (dias) 296.574 € 177.945 € 298.445,62 € 298.445,62 €

C.3 Percentagem do consumo de embalagens de

medicamentos genéricos, no total de embalagens de

medicamentos

- - 298.445,62 € 298.445,62 €

Des

emp

enh

o

eco

mic

o-

fin

an

ceir

o

D.1 Custo unitário por doente padrão (€) 296.574 € 148.287 € - -

D.2 Resultado operacional 444.862 € 0 € 447.668,43 € 0,00 €

D.3 Peso dos custos com pessoal ajustado nos

proveitos operacionais - - 298.445,62 € 298.445,62 €

Objetivos Regionais

Des

emp

enh

o

eco

mic

o-

fin

an

ceir

o

E.1 Variação % consumos 494.291 € 0 € 656.580,36 € 0,00 €

E.2 Variação % fornecimentos serviços externos 494.291 € 0 € 656.580,36 € 0,00 €

E.3 Variação % custos com pessoal 494.291 € 0 € 676.476,73 € 676.476,73 €

E.4 Compras 494.291 € 0 € - -

Ou

tro

s o

bje

tivo

s re

gio

na

is

F1. Primeiras consultas realizadas e registadas no

CTH relativamente ao total de primeiras consultas realizadas no Hospital (%)

741.436 € 593.149 € - -

F.2 Tempo médio de avaliação do pedido e

marcação da consulta no CTH (dias) 741.436 € 0 € 746.114,04 € 149.222,81 €

F.3 Tempo médio de espera LIC6 do Hospital (dias) 988.582 € 988.582 € 1.740.932,77 € 1.392.746,22 €

F.4 % Doentes oncológicos em LIC > 2 meses 988.582 € 0 € - -

F.5 % Doentes em LIC > 24 meses 988.582 € 790.865 € - -

F.6 % de partos por cesariana 494.291 € 296.574 € - -

F.7 Variação % total de custos operacionais (%

face ao real de 2010) - - 2.487.046,81 € 621.761,70 €

Total dos incentivos 9.885.815,5 € 4.092.727,6 € 9.948.187,25 € 5.347.150,65 €

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51

No ano de 2011 houve uma alteração nos objetivos estabelecidos face a 2010,

havendo um ligeiro aumento do valor total dos incentivos e do valor atingido pelo

cumprimento dos objetivos. O grupo onde o hospital conseguiu alcançar um maior valor

foi nos objetivos nacionais com um total de 2.506.943,19 euros.

Contudo, nestes dois anos observou-se que os valores dos objetivos que foram

atingidos pelo CHLN foram iguais ou superiores a metade do valor contratado. À

exceção de dois objetivos em 2011 que foram atingidos, mas o valor foi inferior a

metade do valor contratado, foi o caso do tempo médio de avaliação do pedido e

marcação da consulta no CTH (dias), e do tempo médio de espera LIC do Hospital.

Tabela 5.7 – Objetivos 2012 e 2013

2012 2013

Contrato-

Programa Realizado Contrato-

Programa Realizado

Objetivos Nacionais

Ace

sso

A.1 Percentagem de primeiras

consultas médicas no total de consultas médicas

348.300,00 € 322.454,42 € 412.825,94 € 392.184,64 €

A.2 Percentagem de utentes

referenciados para consulta

externa atendidos em tempo adequado

348.300,00 € 332.360,85 € 412.825,94 € 378.479,90 €

A.3 Peso das consultas

externas com registo de alta no total de consultas externas

- - 412.825,94 € 321.086,84 €

A.4 Percentagem de doentes

cirúrgicos tratados em tempo adequado

348.300,00 € 320.436,00 € 412.825,94 € 386.646,73 €

A.5 Permilagem de doentes

sinalizados para a RNCCI, em

tempo adequado, no total de doentes tratados

348.300,00 € 248.192,58 € 412.825,94 € 326.119,55 €

A.6 Percentagem de consultas

realizadas e registadas no CTH

relativamente ao total das

primeiras consultas

348.300,00 € 245.468,57 € - -

Des

emp

enh

o a

ssis

ten

cial B.1 Demora média 580.500,00 € 581.208,79 € 550.434,58 € 553.119,63 €

B.2 Percentagem de

reinternamento em 30 dias 348.300,00 € 334.641,18 € 550.434,58 € 437.845,69 €

B.3 Percentagem de doentes

saídos com duração de

internamento acima do limiar

máximo

348.300,00 € 417.960,00 € 550.434,58 € 565.724,43 €

B.4 Percentagem de partos por

cesariana 348.300,00 € 336.859,49 € 550.434,58 € 575.630,53 €

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52

Tabela 5.7 – Objetivos 2012 e 2013 (continuação)

7 ETC - Equivalentes a Tempo Completo

2012 2013 Contrato-

Programa Realizado

Contrato-

Programa Realizado

Objetivos Nacionais

Des

emp

enh

o

ass

iste

nci

al

B.5 Percentagem de cirurgias

realizadas em ambulatório no

total de cirurgias programadas

348.300,00 € 356.642,51 € 412.825,94 € 365.832,78 €

B.6 Percentagem do consumo

de embalagens de

medicamentos genéricos, no

total de embalagens de medicamentos

348.300,00 € 354.830,63 € 412.825,94 € 421.082,45 €

Des

emp

enh

o

ass

iste

nci

al

B.7 Taxa de registo de

utilização da “lista de

verificação de atividade cirúrgica”

- - 412.825,94 € 0,00 €

Des

emp

enh

o e

con

óm

ico

-fin

an

ceir

o

C.1 Percentagem dos custos

com horas extraordinárias,

suplementos e fornecimentos

de serviços externos III

(selecionados no total de custos com pessoal

348.300,00 € 330.438,46 € 688.043,23 € 791.508,37 €

C.2 EBITDA 348.300,00 € 0,00 € 688.043,23 € 605.921,66 €

C.3 Acréscimo de divida 348.300,00 € 417.960,00 € 688.043,23 € 0,00 €

C.4 Percentagem de proveitos

operacionais extra contrato-

programa no total de proveitos operacionais

348.300,00 € 417.960,00 € 688.043,23 € 825.651,87 €

C.5 Peso dos custos com

pessoal ajustado nos proveitos

operacionais

348.300,00 € 313.046,96 € - -

Objetivos Regionais

Ob

jeti

vo

s re

gio

na

is

D.1 Tempo médio de espera

em LIC < X dias 1.741.500,00 € 1.384.492,50 € 2.752.172,90 € 3.039.029,43 €

D.2 Variação 2013/2012 do

custo unitário por doente

tratado/ano em HIV

(medicamentos dispensados em ambulatório)

- - 1.376.086,45 € 0,00 €

D.3 Nº de consultas externas

por médico ETC7/ano na especialidade de oftalmologia

- - 688.043,23 € 521.076,77 €

D.4 Nº de consultas externas

por médico ETC/ano na especialidade de urologia

- - 688.043,23 € 794.347,53 €

D.5 Redução da lotação praticada (nº de camas)

1.741.500,00 € 1.070.745,58 € - -

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53

Tabela 5.7 – Objetivos 2012 e 2013 (continuação)

2012 2013

Contrato-

Programa Realizado

Contrato-

Programa Realizado

Objetivos Regionais

Ob

jeti

vo

s

reg

ion

ais

D.6 Tempo médio de resposta

para consultas no CTH (dias) 1.161.000,00 € 937.159,20 € - -

D.7 Custos com MCDT’s

solicitados ao exterior (var. %2012/2011)

1.161.000,00 € 0,00 € - -

Total dos incentivos 11.610.000,00 € 8.722.857,72 € 13.760.864,51€ 11.301.288,80€

Fonte: GPCG

Em 2012 e 2013, o valor atingido pelo CHLN aproxima-se do valor total dos

incentivos contratados. Nestes anos observou-se o oposto dos anos anteriores, isto é,

poucos foram os objetivos que o CHLN não conseguiu atingir, o que se refletiu no valor

total dos incentivos realizados face aos contratados. Destacou-se ainda, em 2012 e 2013, o

facto de, em alguns objetivos, o CHLN não só atingiu o valor do objetivo em causa como

ainda ultrapassou esse valor. Esses objetivos foram os seguintes: demora média (2012 e

2013); percentagem de doentes saídos com duração de internamento acima do limiar

máximo (2012 e 2013); percentagem de cirurgias realizadas em ambulatório no total de

cirurgias programadas (2012); percentagem do consumo de embalagens de medicamentos

genéricos no total de embalagens de medicamentos (2012 e 2013); acréscimo de dívida

(2012); e percentagem de proveitos operacionais extra contrato-programa no total de

proveitos operacionais (2012 e 2013).

Os objetivos alcançados em 2013 foram os seguintes: percentagem de partos por

cesariana; percentagem dos custos com horas extraordinárias, suplementos e fornecimentos

de serviços externos III (selecionados no total de custos com pessoal; tempo médio de

espera em LIC < X dias; e nº de consultas externas por médico ETC/ano na especialidade

de urologia.

Nos anos de 2012 e 2013, observou-se que, relativamente a determinados objetivos,

que os valores realizados pelo CHLN foram superiores aos contratados. Isto deve-se ao

facto de a partir de 2012 a ACSS e a ARS permitirem que o limite do grau de

cumprimento do indicador passasse para 120%, permitindo ao CHLN receber verbas

adicionais acrescidas para fazer face aos objetivos que não foram atingidos.

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54

Em ambos os anos, o grupo onde o hospital conseguiu alcançar um maior valor foi

nos objetivos regionais com um valor em 2012 de 3.392.397,28 euros e em 2013 de

4.354.453,73 euros. Apurou-se ainda que desde 2011 até 2013 houve um reajustamento

dos objetivos e um aumento no valor total dos objetivos contratados, este último dado

veio comprovar o que tínhamos visto anteriormente.

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55

CAPITULO 6 - CONCLUSÕES

Com a realização deste estágio pude desenvolver diversas competências, tanto a

nível pessoal como profissional, e adquirir novos conhecimentos, em particular sobre o

tema desenvolvido neste trabalho.

O contrato-programa é um documento onde estão definidos os objetivos que cada

hospital tem que atingir, no que respeita aos cuidados de saúde (por exemplo: consultas

externa, planos de saúde, entre outros) e estabelece o modo de remuneração desses atos

que serão pagos, a cada unidade hospitalar, de acordo com uma tabela de preços.

Nos últimos anos e dado a conjuntura económica do país, existem inúmeros

desafios na saúde em Portugal. Esta situação verificou-se nos anos em análise do

trabalho, onde a ARS desde 2010 tem vindo a cortar no valor total da contratação.

Apesar desses cortes, a ACSS e a ARS pretendem que o hospital aumente a sua

eficiência através de uma gestão de redução de custos e, em contrapartida, haja um

aumento na qualidade.

Em 2011 foi ano onde as percentagens da produção marginal foram alteradas,

provocando um impacto negativo para o hospital, ou seja, essas percentagens, face ao

ano anterior, foram reduzidas para mais de metade, o que significa que o hospital irá

receber muito menos por cada linha de produção que produza a mais. Dos quatros anos

analisados, 2011 foi o ano que a ARS contratou, no total, mais quantidades das linhas

de produção. Todavia isso não se refletiu no valor total da contratação devido à quebra

dos preços unitários. O ano onde se verificou um maior impacto dos cortes feitos foi em

2012, devido aos preços unitários e as quantidades contratados, no geral, terem

diminuído. Ao longo dos anos existiu um reajuste nas linhas do contrato programa,

sobretudo no ano 2013, onde foram criados novos programas de saúde.

A ACSS e a ARS têm ajustado, ao longo dos anos, os objetivos que o hospital deve

cumprir, fazendo assim, com que a verba disponibilizada para os incentivos tenha

aumentado de ano para o ano, e consequentemente, verificou-se que há uma

preocupação pelo CHLN pelo cumprimento dos objetivos propostos.

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56

Em termos de quantidades produzidas, o CHLN, 2010 foi o ano em não foram

atingidos os valores contratados na maior parte das linhas de produção. Contudo, desde

2011 começou a haver um equilíbrio e um aumento em certas linhas de produção das

quantidades produzidas face às contratadas. Observou-se que a ARS faz uma grande

aposta na contratação das primeiras consultas. Esta situação traduz-se no facto da ARS

querer que as consultas sejam mais eficientes, para que o utente não necessite de voltar

novamente ao hospital.

Para concluir, o grau de execução do contrato-programa foi de 96,93% em 2010,

100,53% em 2011, 105,93% em 2012, e 102,05% em 2013. Verificou-se assim que o

único ano que o CHLN não atingiu o valor das quantidades contratadas foi em 2010.

Quando o valor contratado é ultrapassado, o hospital rege-se pelas regras da produção

marginal. Se mesmo assim as quantidades produzidas ultrapassarem as quantidades do

contrato-programa e da produção marginal, esta situação torna-se prejudicial para o

hospital devido ao facto de ser este a ter que suportar o custo da produção excedente.

Em relação aos objetivos dos incentivos constitucionais, observou-se o oposto das

quantidades produzidas pelo CHLN em termos do cumprimento máximo contratado,

isto é, nos anos em estudo o hospital atingiu 41,40% em 2010, 53,75% em 2011,

73,20% em 2012 e 77,14% em 2013. Apesar do hospital não ter atingido o teto máximo

contratado nota-se que há uma evolução positiva ao longo dos anos. Esta evolução

reflete-se da preocupação do CHLN no cumprimento dos objetivos estabelecidos, que

para além de tornar alguns serviços prestados mais eficazes, funciona também como

uma fonte de rendimento extra.

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57

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ANEXOS

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Anexo 1 - Objetivos de 2010

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Anexo 2 - Objetivos de 2011

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63

Anexo 3 - Objetivos de 2012

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64

Anexo 4 - Objetivos de 2013

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65

Anexo 4 - Objetivos de 2013 (continuação)