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EXPERIÊNCIAS DE ENSINO MUSICAL NO CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE PONTA GROSSA – PR VENDRAMI, Georgeana Lanzini – UEPG [email protected] Eixo Temático: Cultura, Currículo e Saberes Agência Financiadora: CAPES Resumo A presente comunicação discute sobre três experiências organizacionais e educativas verificadas entre os anos 1971 e 1995 no Conservatório Artístico Musical Maestro Paulino Martins Alves (CAM), situado no município de Ponta Grossa, Paraná. Este estudo deriva do anseio de compreender a natureza do projeto cultural deste conservatório musical, aspiração de um grupo particular de músicos que atingiu proporções significativas no campo cultural/musical de Ponta Grossa a ponto de ser encampado pelo poder público desde a década de 1970 até os dias atuais, e de compreender a origem dos conflitos que se estabeleceram no decurso histórico de sua existência. A pesquisa em questão apoiou-se em autores da História Cultural, da História Oral e da Sociologia como Peter Burke, Jacques Le Goff , Gwyn Prins, Paul Thompson e Norbert Elias para problematizar as fontes escritas e orais que compõem o corpus documental, orientando o encaminhamento metodológico da pesquisa no sentido de se examinar com base nos princípios da crítica documental a maior variedade possível de evidências aliadas aos contextos políticos e sociais envolvidos, em busca de captar o movimento das ações presentes no campo estudado em sua totalidade. A argumentação teórica da pesquisa teve por base as considerações de Pierre Bourdieu sobre a história da arte e sobre as lutas culturais/simbólicas presentes na sociedade. Ao fim, observa- se que o conhecimento das três experiências educacionais discutidas, quando conjugadas ao contexto sócio cultural que as envolvia, contribuiu, para além do conhecimento das concepções e dos modelos educacionais desenvolvidos, também para uma compreensão das motivações dos conflitos que assinalaram três momentos distintos da história do CAM compreendidos na delimitação temporal da pesquisa. Palavras-chave: Conservatório de Música. Educação Musical. Cultura. Introdução A presente comunicação discute três experiências organizacionais e educativas verificadas entre os anos 1971 e 1995 no Conservatório Artístico Musical Maestro Paulino

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EXPERIÊNCIAS DE ENSINO MUSICAL NO CONSERVATÓRIO DE

MÚSICA DE PONTA GROSSA – PR

VENDRAMI, Georgeana Lanzini – UEPG

[email protected]

Eixo Temático: Cultura, Currículo e Saberes Agência Financiadora: CAPES

Resumo A presente comunicação discute sobre três experiências organizacionais e educativas verificadas entre os anos 1971 e 1995 no Conservatório Artístico Musical Maestro Paulino Martins Alves (CAM), situado no município de Ponta Grossa, Paraná. Este estudo deriva do anseio de compreender a natureza do projeto cultural deste conservatório musical, aspiração de um grupo particular de músicos que atingiu proporções significativas no campo cultural/musical de Ponta Grossa a ponto de ser encampado pelo poder público desde a década de 1970 até os dias atuais, e de compreender a origem dos conflitos que se estabeleceram no decurso histórico de sua existência. A pesquisa em questão apoiou-se em autores da História Cultural, da História Oral e da Sociologia como Peter Burke, Jacques Le Goff , Gwyn Prins, Paul Thompson e Norbert Elias para problematizar as fontes escritas e orais que compõem o corpus documental, orientando o encaminhamento metodológico da pesquisa no sentido de se examinar com base nos princípios da crítica documental a maior variedade possível de evidências aliadas aos contextos políticos e sociais envolvidos, em busca de captar o movimento das ações presentes no campo estudado em sua totalidade. A argumentação teórica da pesquisa teve por base as considerações de Pierre Bourdieu sobre a história da arte e sobre as lutas culturais/simbólicas presentes na sociedade. Ao fim, observa-se que o conhecimento das três experiências educacionais discutidas, quando conjugadas ao contexto sócio cultural que as envolvia, contribuiu, para além do conhecimento das concepções e dos modelos educacionais desenvolvidos, também para uma compreensão das motivações dos conflitos que assinalaram três momentos distintos da história do CAM compreendidos na delimitação temporal da pesquisa. Palavras-chave: Conservatório de Música. Educação Musical. Cultura.

Introdução

A presente comunicação discute três experiências organizacionais e educativas

verificadas entre os anos 1971 e 1995 no Conservatório Artístico Musical Maestro Paulino

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Martins Alves (CAM1), situado no município de Ponta Grossa, Paraná, cujo entendimento foi

fundamental para a análise dos conflitos existentes no processo de sua existência. O tema

compreende um dos aspectos analisados na pesquisa de dissertação intitulada Conservatório

de Música de Ponta Grossa: (Re) Produção Cultural e Distinção Social (1971-1995) defendida

em 2010 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta

Grossa.

Na dissertação em questão estudou-se o projeto cultural e educacional do CAM entre

1971 e 1995, enfatizando os aspectos que determinaram o processo de sua fundação e os

agentes sociais que o organizaram, de forma a reconstituir a história institucional e

compreender as experiências de educação musical empreendidas nesse espaço cultural. A

argumentação teórica da pesquisa teve por base as considerações de Pierre Bourdieu sobre a

história da arte e sobre as lutas culturais/simbólicas presentes na sociedade, abordagem que

possibilitou fundamentar a hipótese da existência, nesta instituição, um processo de distinção

social entre aqueles que a acessaram e aqueles que não a acessaram, além da educação

musical e da difusão da música na sociedade local através das atividades culturais e

educativas desenvolvidas.

O estudo desse processo histórico e social de realização do projeto cultural do CAM

revelou as relações e significações que se estabeleceram entre os campos cultural/artístico e

político em Ponta Grossa. Relações essas marcadas por conflitos derivados dos diferentes

interesses e concepções de arte, cultura, música e educação musical envolvidos.

Desde sua fundação, em 1971, por iniciativa de um grupo de integrantes da Orquestra

Sinfônica de Ponta Grossa2 (OSPG) e da sua oficialização como instituição pública de ensino

musical pela Prefeitura Municipal em 1972, o CAM atende a uma crescente demanda de

alunos oriundos de diversos contextos socioculturais, sendo um espaço destinado à educação

musical e à difusão cultural/musical em Ponta Grossa3. Um decurso histórico que, porém, é

1 Chamou-se inicialmente Escola Municipal de Música Tenente Paulino Martins Alves (EMM), em homenagem ao Maestro Paulino Martins Alves (1893-1973), músico de grande reconhecimento no meio musical de Ponta Grossa. Devido a readequações administrativas, teve sua denominação jurídica alterada para Conservatório Dramático Musical em 1991 e para Conservatório Artístico Musical em 2010. Para maior clareza textual, será utilizado unicamente a sigla CAM para referência ao objeto de pesquisa. 2 Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa fundada em 1955, atualmente denominada Orquestra Sinfônica Cidade de Ponta Grossa. 3 De acordo com dados de agosto de 2011, o CAM conta cerca de 360 alunos e 20 professores. Disponibiliza, para alunos a partir de quatro anos até adultos, iniciação musical, ensino básico dos instrumentos: violino, viola,

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acompanhado do contínuo conflito de relações entre o corpo docente e a administração

pública municipal, seu gestor financeiro, incidindo em dificuldades na sua efetivação como

projeto cultural. Nas entrevistas e documentos pesquisados, é recorrente a menção sobre a

problemática ligada a instalações físicas, falta de instrumentos musicais, volubilidade da

administração municipal quanto ao subsídio financeiro e à gestão do corpo docente e a

constante necessidade de adaptação das ações educativas do CAM à rotatividade de políticas

culturais, por vezes discordantes, impostas com as alternâncias políticas na gestão pública.

Para compreender mais aprofundadamente as motivações dessa disposição conflituosa

que se perpetua ao longo dos 39 anos de existência do CAM, foi pesquisado quais concepções

de cultura, de música e de educação musical permearam o movimento de sua fundação, a sua

organização pedagógica e as atividades artísticas e educativas desenvolvidas. Este estudo

apontou particularidades nas concepções sobre diferentes formas e objetivos de educação

musical, as quais materializaram-se em três experiências educativas e organizacionais que

implicaram características específicas ao movimento de relações que permeou a efetivação do

projeto cultural do CAM no período estudado.

Três experiências de ensino musical do Conservatório de Música de Ponta Grossa

Encaminhamento Metodológico

Para a compreensão dos fatores importantes à análise do processo de constituição e

funcionamento do CAM no período entre 1971 e 1995, foi analisada uma conjunção de

elementos – história da sua formação, demandas atendidas, agentes envolvidos e suas

concepções – aliada aos contextos políticos e sociais envolvidos. Entende-se que a análise dos

documentos institucionais e pedagógicos e dos relatos orais por si só, sem uma compreensão

mais ampla da sociedade que os envolve, não permitiria captar em sua totalidade, o

movimento das ações presentes no campo estudado. Esta definição foi reforçada pela ideia de

que estudos que envolvem fatos históricos devem ser analisados sob uma perspectiva

multifatorial, que considera o contexto histórico, político, social e cultural no qual o objeto de

estudo encontra-se inserido. (ELIAS, 1995). violoncelo, clarinete, saxofone, trompete, flauta transversal, piano, violão e os cursos de técnica vocal e canto lírico, Musicalização Infantil, Teoria Musical, História da Música, Solfejo, Prática Artística, Prática em Conjunto e Coral. Promove concertos, apresentações didáticas, oficinas, palestras e cursos de curta duração direcionados aos alunos e ao público interessado. (CONSERVATÓRIO..., 2011).

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A compreensão dessas frentes de pesquisa guarda relação com a pesquisa histórica, a

qual engloba a análise de documentos de natureza impressa e de informações orais obtidas por

meio de entrevistas com pessoas que participaram e/ou testemunharam o processo de

fundação do CAM, bem como sua continuidade. Quanto às fontes de informação oral, foram

entrevistadas dez pessoas – fundadores, professores, diretores, funcionários e alunos – que se

situaram em posições e momentos distintos da história do CAM durante o período delimitado

e que compõem a memória coletiva do grupo social envolvido na história pesquisada. Entre as

fontes documentais, foram analisados decretos municipais, documentos internos como atas,

históricos, listagens de alunos, programas de curso, repertórios de concertos musicais,

correspondências internas e notícias de jornais.

O corpus documental da pesquisa foi problematizado com apoio em autores da

História Cultural, da História Oral e da Sociologia, como Peter Burke (1992), Jacques Le

Goff (1996), Gwyn Prins (1992), Paul Thompson (1998) e Norbert Elias (1995). Adotou-se

uma visão crítica e ampliada sobre documento e conteúdo e também se atentou para a

possibilidade de influência do entrevistador sobre os dados orais, da situação da entrevista

sobre o depoimento da testemunha e da seletividade humana entre o que lembrar e o que

esquecer, reconhecendo a importância da leitura das entrelinhas dos documentos e narrativas,

e da necessidade de se examinar a maior variedade de evidências possível. Por fim, no

exercício de análise, os elementos constituídos foram associados à história do ensino de

música dos conservatórios europeus e brasileiros e às discussões sobre a natureza do processo

educativo dessas instituições.

Análise dos elementos constituídos

No período compreendido neste estudo, distinguiram-se três momentos na história do

CAM marcados por três experiências de ensino musical inseridas numa série de continuidades

e rupturas cujos aspectos mais específicos serão discutidos a seguir.

CAM entre 1971 e 1983: formação técnica de músicos para a OSPG

A primeira experiência de ensino musical identificada aparece compreendida entre sua

fundação em 1971 e 1983. Nesse período, o ensino musical no CAM ocorre numa estreita

relação institucional com a OSPG, que foi um projeto cultural organizado na década de 1950

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por iniciativa de um grupo particular de músicos que, posteriormente, idealizou e instituiu

também o CAM, à época, destinado a garantir a continuidade do funcionamento da OSPG

através da formação técnica de músicos para integrá-la. Este grupo, em função de sua

trajetória sociocultural, mantinha uma concepção de valorização da arte e da música no

sentido estético e diletante que remetia a um gosto distinto e cujas ações culturais promovidas

eram centralizadas na difusão da arte através do espetáculo de orquestra dirigido ao público.

O CAM iniciou suas atividades como uma pequena escola com 34 alunos, um

professor de violino, viola e violoncelo e uma professora de piano e encerrou este período, em

1983, com 124 alunos e 9 professores. Para a análise do processo pedagógico do CAM nesta

primeira fase não foram encontrados registros de Programas de Curso ou de repertório.

Porém, as entrevistas revelaram nuances sobre as práticas educacionais desenvolvidas.

Fábio M. H. Maia4 (entrevista, jul. 2009) afirma que entre 1977 e 1979, período em

que estudou violoncelo no CAM, os alunos eram, em sua maioria, jovens e adultos. As aulas

ministradas eram práticas e individuais (duas semanais) e a formação teórica se dava na

medida daquilo que o repertório requeria. Sobre a metodologia de ensino da teoria musical,

ele recorda que “os pontos” eram escritos pelo próprio professor em caderno pautado para

música, devendo os alunos estudá-los para a aula seguinte. Se corretamente aprendidos, o

professor passava nova lição, sempre sobre conteúdos direcionados aos conhecimentos

necessários para o aprendizado da peça musical que estava sendo estudada. Quanto à

metodologia de ensino do instrumento musical, no caso o violoncelo, o entrevistado recorda

que era utilizado um único “livro estrangeiro”, no qual eram seguidas as atividades

apresentadas numa ordem crescente de dificuldade. Recorda-se também que o repertório

contemplava “músicas clássicas”, cujos graus de complexidade técnica eram direcionados

para o músico iniciante.

O professor de violão Luis Procópio Schmidt (entrevista, out. 2009) afirma que seu

objetivo maior era ensinar “violão clássico” aos alunos e incentivar para que seguissem a

carreira de violonista “com possibilidades de tornarem-se solistas de orquestra”. Entre 1982 e

1984, eram ofertadas duas aulas semanais, uma individual para instrumento e uma em grupo

para teoria. Era utilizado principalmente o método “Minhas primeiras notas ao violão” de

Mário Mascarenhas e um repertório de peças eruditas, as quais tinham feito parte da sua

4 Por tratar-se de uma pesquisa histórica, optou-se pela divulgação dos nomes dos agentes sociais envolvidos, a qual foi autorizada por escrito por todos os entrevistados.

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formação. Schmidt relata que não havia programas de curso para as aulas de instrumento ou

qualquer diretriz que norteasse as ações pedagógicas da escola, ficando a cargo de cada

professor a organização de seu curso e a escolha do repertório e da metodologia de ensino.

Essas informações indicam que a educação musical no CAM, até o início da década de

1980, privilegiava a instrução musical e o desenvolvimento do domínio da técnica

instrumental, provavelmente devido à urgência na formação de músicos instrumentistas de

cordas para compor a OSPG e também por isso, a presença de uma maioria de alunos jovens e

adultos. Era desenvolvida uma metodologia de ensino da música centrada no

desenvolvimento da técnica para execução do repertório, onde atividades gerais de

musicalização como percepção, apreciação, composição e improvisação não eram

prestigiadas, ainda que novas concepções ligadas às questões culturais e sociais da música e

da educação musical representadas por autores como Hans J. Koellreutter (serialismo e

Manifesto Música Viva desde 1946), e Keith Swanwick (teoria espiral da aprendizagem

musical, desde a década de 1970) entre outros, estivessem nas discussões do meio pedagógico

musical nacional.

A concepção de ensino de música que transparece nos relatos sobre esse período

aponta para um modelo tradicional-tecnicista que se aproxima do que Freire (1994) e Mateiro

(1999) apresentam como um enfoque técnico-linear, voltado para interesses técnicos dentro

de um modelo de educação em que o professor “treina ou adestra” o aluno para realizar uma

tarefa com êxito e rapidez – capacitação do indivíduo para tocar na orquestra. Mas, ao mesmo

tempo, calcado num modelo tradicional de educação em que o professor transmite ao aluno os

conhecimentos que acumulou em sua própria formação, claramente observável na reprodução

do repertório e dos métodos utilizados pelos professores para o ensino do violão e do

violoncelo, enquanto o aluno se apropria e reproduz o conhecimento recebido. (MEKSENAS,

1990).

Além disso, esse modelo tradicional-tecnicista de ensino praticado no CAM

transparece envolto por uma visão essencialista do homem. A noção de essência artística

revelada no talento, na vocação e no dom inato, assim como a representação da música como

de origem divina e como símbolo de cultura e civilização são temas frequentes nos textos

deste período e nos relatos dos entrevistados. Um exemplo é a afirmação encontrada no

Histórico (1981, p. 1, grifo nosso) de que o CAM tinha “por finalidade promover

gratuitamente o ensino dos fundamentos da expressão e comunicação humanas na área

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musical, principalmente aos jovens que tivessem talento”. Essa concepção de valorização do

talento, fortemente presente também nas declarações de dois fundadores do CAM,

acompanhou, segundo Oliveira (1993, p. 32), a proliferação dos conservatórios no mundo

ocidental no século XIX e incentivou “o ensino instrumental de alto nível, fundamentado [...]

na crença de que somente os alunos talentosos conseguem se desenvolver musicalmente”.

Ao longo desta experiência educativa, o grupo gestor do CAM teve dificuldades diante

da impossibilidade de qualificação imediata de alunos, uma vez que o aprendizado

instrumental mínimo para a formação de um músico de orquestra requer alguns anos de

estudos e desenvolvimento técnico. Além disso, no início da década de 1980, evidenciou-se

uma crescente procura de alunos crianças e adolescentes, principalmente pelo curso de piano,

como um novo fator que também afastava a possibilidade de direcionar o CAM unicamente

para servir à OSPG.

CAM entre 1984 e 1993: visão ampliada de educação musical

Frente à insustentabilidade do objetivo educacional vigente e à necessidade de

adequação à nova demanda de alunos, estabeleceu-se um extenso debate entre professores,

alunos do CAM e integrantes da OSPG, calcado no imperativo de se pensar em algo que fosse

além do ensino exclusivo da execução do instrumento musical. Discutiu-se sobre a

necessidade de se voltar o pensamento para uma formação musical ampla a ser desenvolvida

em longo prazo e que envolveria a sensibilização artística e a musicalização desde a infância.

Pensou-se ainda, frente à aspiração de aperfeiçoamento técnico da orquestra, sobre a

necessidade de se incrementar e formalizar a estrutura pedagógica do CAM.

Em 1984, após negociação e exposição junto à Secretaria Municipal de Educação,

Cultura e Esportes sobre a nova proposta pedagógica e institucional, o CAM passa a ser

dirigido e integrado por professores e músicos que mantinham um vínculo de formação e

atuação profissional com a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), naquele

contexto uma das principais instituições de ensino musical do Estado, representando ao novo

grupo diretor do CAM o principal lócus de formação de músicos. Verifica-se uma apropriação

do modelo pedagógico da EMBAP, principalmente através da adaptação dos programas de

ensino para os cursos de instrumento e disciplinas teórico-musicais.

Nesse momento, foi iniciado um projeto educacional direcionado à formação musical

“em longo prazo” que propunha a iniciação na infância, a implantação do ensino de outros

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instrumentos além dos que compunham a orquestra, a organização escolar burocrática e

administrativa e o desenvolvimento de projetos que previam a difusão das ações educativas.

Esse direcionamento prevaleceu durante o período de 1984 a 1993, englobando duas gestões

de diretoria que expressaram continuidade nos objetivos e nas ações pedagógicas.

O grupo de músicos e professores representados por Taís Ferronato (entrevista, fev.

2010), diretora do CAM na gestão 1984- 1989, propunha uma concepção de ensino musical

que valorizava uma forma de iniciação musical que, além da leitura e da execução

instrumental, proporcionasse “momentos musicais” descritos por Ferronato como “práticas de

tocar e cantar em conjunto”, participação e apreciação de concertos, cursos de férias, oficinas

de música, “musicalizar cantando” através de Coro Infantil, entre outros. A agregação de

novos professores com formações musicais diversificadas derivou propostas de projetos

educacionais para o CAM como grupo de flautas, coro infantil, ciclos de palestras sobre

música antiga e um curso de apreciação musical aberto à comunidade em que eram

desenvolvidas atividades de “audição de discos”, percepção de timbres, comentários de

concertos, palestras, conhecimentos sobre instrumentos e história da música.

(RELATÓRIO..., 1987).

Em suma, foram organizados projetos que intencionavam desenvolver disposições

duradouras à prática artística musical. Outro exemplo foi um projeto que complementava as

atividades de musicalização e visava à formação de plateia. Nesse projeto, a agenda dos

concertos e espetáculos que se apresentavam em Ponta Grossa era monitorada. Aqueles de

interesse eram divulgados na escola, antes da apresentação fazia-se uma breve exposição

sobre as obras, compositores, intérpretes, instrumentos musicais e depois se seguia em grupo

para o espetáculo.

Essa experiência educativa de musicalização proporcionava aos alunos do CAM uma

familiarização com referências que lhes permitiam perceber a música, o concerto e o meio

cultural de forma significativa através da promoção da visita assídua ao meio artístico

cultural. Segundo PENNA (2008, p. 31), esse é um processo de musicalização desenvolvido

na perspectiva sociológica e educacional, cuja sensibilização à música ocorre através da

articulação entre o “quadro das experiências acumuladas” e os esquemas de percepção

desenvolvidos.

Em relação ao coro infantil, que foi inserido como disciplina curricular no programa

do CAM, Haydée H. Gorosito (entrevista, abr. 2010), diretora na gestão de 1989-1993, relata

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que o objetivo era musicalizar através do canto de peças folclóricas e infantis. A escolha desse

repertório para o coro é um indicativo de que o referencial musical dessa segunda experiência

educacional seguia o mesmo padrão de expressão cultural musical da experiência anterior,

privilegiando, nesse caso, a música folclórica nacional e estrangeira arranjada nos padrões

harmônicos da música europeia ocidental. A entrevistada relatou que músicas populares como

Carinhoso (de Pixinguinha) e Fascinação (de Marchetti e Feraudy com versão em português

de Armando Louzada) constavam no repertório do coro, porém, não porque fossem

consideradas indispensáveis ou de “qualidade superior” para a formação musical, mas sim

porque agradavam aos pais dos alunos, motivando a permanência do filho no CAM.

A gestão que encerrou em 1993, além da consolidação e continuidade das ações

pedagógicas e organizacionais iniciadas em 1984, empreendeu decisões administrativas

importantes como a definição do convênio de cooperação técnica e financeira entre a

Prefeitura Municipal e a Associação de Pais e Mestres do CAM. A nova forma de gestão

econômica advinda desse convênio possibilitou a ampliação dos cursos ofertados, bem como

facilitou à gestão do período seguinte a criação de grupos para a prática musical em conjunto

e o empreendimento de uma série de eventos artístico-culturais que visivelmente legitimava

as ações e a importância do CAM frente ao gestor público.

CAM entre 1993 e 1995: educação musical ampla associada à formação musical técnica

É interessante observar nessa gestão a convergência e a transformação das duas

perspectivas anteriores. A partir de 1993, vê-se a “educação musical ampla” do segundo

grupo gestor continuada na subsequente integração de alunos crianças ao CAM, que

oportunizava disciplinas de Musicalização, Vivência Musical (teoria musical adaptada para a

faixa etária infantil e pré-adolescente), Coro Infantil e Música em Grupo com flauta-doce ou

piano. Da mesma forma, é possível identificar uma tendência que se aproxima a do grupo

fundador para a formação musical em instrumentos para orquestra, porém, desde a infância.

Marcelo Urias, diretor do CAM neste período, possui formação musical em piano e

regência e estudou na EMBAP, porquanto mantinha acesso próximo à OSPG, por vezes

regendo-a ou ministrando alguns cursos e por outras, organizando espetáculos que

vinculavam o CAM e a OSPG, abrindo caminho para novo contato entre as duas instituições.

Visivelmente a EMBAP continua representando o principal lócus de formação de professores

para o CAM – em 1995 eram onze entre os vinte e quatro contratados mais o próprio diretor –

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delegando a garantia e legitimidade às suas ações como referencial de qualidade, de

estruturação curricular e de visão sobre a arte.

Durante esse período observa-se uma grande mobilidade na contratação e dispensa de

professores, segundo alguns relatos, devido à incompatibilidade nas relações profissionais

com a diretoria. Porém, ao mesmo tempo em que essa mobilidade gerou conflitos e vacância

no quadro de profissionais do CAM, permitiu a concentração de novos professores com

diferentes visões e experiências, gerando o empreendimento de diversos gêneros de grupos

musicais.

Em 1995, há registros de que o CAM possuía Grupo de Violão Contemporâneo que

executava repertório popular e erudito, incluindo a música do início do século XX, algo

inédito no CAM até então; Grupo de Acordeões e Grupo Regionalista (compostos por

percussão, canto, violão, clarinete e acordeom) que executavam musicais regionais e

folclóricas; Grupo de Metais (composto por trompete, trompa, trombone, flauta, clarinete e

saxofone), cujo repertório era variado; Coro Adulto, Coro Infantil, além de Orquestra de

Câmara e Orquestra Mirim (para alunos até 12 anos, formada por violino, flauta doce, piano e

violoncelo) com repertório erudito. Diante dessa diversidade de possibilidades, praticamente

todos os alunos eram envolvidos com a prática musical em grupo, a qual foi tão almejada nas

duas experiências educativo-musicais anteriormente estabelecidas no CAM. Um acréscimo

significativo foi a criação do curso de Teatro Amador em 1993, pela inovação representada na

instituição que pela primeira vez fez uso da possibilidade de ampliação para outra área

artística além da música. Até 1995, foram realizadas várias peças teatrais em diversos espaços

de Ponta Grossa, além de apresentações em cidades próximas. Muitas apresentações do grupo

de teatro eram sonorizadas por grupos musicais compostos por alunos do CAM, numa

proposta de integração das duas áreas artísticas na formação dos alunos.

Os empreendimentos culturais e musicais realizados nessa gestão imprimiram ao

CAM uma conjugação dos sentidos técnico, cívico e estético observados historicamente nos

conservatórios. O sentido técnico surge na sucessiva formação de grupos musicais utilizados

para, além do exercício da prática musical em conjunto, promover e legitimar o CAM perante

a sociedade e ao gestor público através da promoção de espetáculos. Esse direcionamento

transparece uma prática de ensino que conserva a concepção tecnicista no sentido da aceitação

de que a aprendizagem adequada para a execução de um instrumento musical requer treino,

repetição e disciplina, para em última instância formar um profissional ou técnico competente.

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Porém, assim como no período entre 1984 e 1993, diferencia-se da concepção tradicional de

ensino da primeira experiência, na medida em que o programa de ensino não é pautado

unicamente no repasse do repertório adquirido pelo professor na trajetória de sua formação

artística pessoal e sim adequado aos parâmetros definidos por uma instituição de referência,

no caso, ainda a EMBAP.

O sentido cívico surge relacionado à tendência de promoção de espetáculos

argumentada pela direção como intenção de se levar “música de qualidade” à comunidade.

Um argumento que era explicitamente atrelado ao uso da música como animação cultural em

eventos do Departamento de Cultura, o que criava a contrapartida do financiamento para a

realização de eventos bastante pretensiosos. (CONSERVATÓRIO..., 1995).

Reaparece ainda, o sentido estético e diletante que remete ao domínio de um gosto

distinto pelos agentes que o promovem e pelos que o acessam. Mas, nesse período, esse gosto

é aliado à ampliação das práticas musicais e do repertório, diferentemente do grupo fundador

da OSPG e do CAM que centrou sua atenção na orquestra e no repertório erudito, ainda que

em sua versão mais popularizada entre a sociedade média (música ligeira, árias de óperas

conhecidas ou obras nacionais de compositores eruditos) como única fonte de difusão

cultural/musical e de marca distintiva. Nesta terceira experiência de ensino musical no CAM

o gosto artístico também baliza a distinção social de um grupo específico pela estética, porém

agora não unicamente pela hierarquização do repertório, mas, principalmente, pelo

profissionalismo devotado a sua execução, ligado à busca do virtuosismo e da comprovação

de competência artística na veiculação de espetáculos musicais.

Considerações Finais

A inquietação sobre a natureza do projeto cultural do CAM, aspiração de um grupo

particular de músicos que atingiu proporções significativas no campo cultural/musical de

Ponta Grossa a ponto de ser encampado pelo poder público até os dias atuais, e sobre a

origem dos conflitos que se estabeleceram no decurso histórico de sua existência, levou, entre

diversas variantes analisadas, ao estudo das ações educativo-musicais promovidas pela

instituição. Para tanto, o encaminhamento metodológico da pesquisa foi orientado no sentido

de examinar com base nos princípios da crítica documental a maior variedade possível de

evidências aliadas aos contextos políticos e sociais envolvidos, em busca de captar o

movimento das ações presentes no campo estudado em sua totalidade.

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A presente comunicação relata em parte o resultado desse exercício teórico-

metodológico, mesmo que, em alguns aspectos da contextualização social e política, de forma

um pouco implícita em função da limitação de espaço dessa modalidade textual. É

interessante perceber como o estudo das três experiências educacionais discutidas contribuiu

para a compreensão dos conflitos e rupturas que assinalaram três momentos distintos da

história do CAM compreendidos na delimitação temporal da pesquisa.

No primeiro caso, compreendido no período de 1971 a 1983, o grupo particular de

músicos que idealizou e instituiu o CAM vinculado à missão de garantir a continuidade do

funcionamento da OSPG, mantinha uma concepção que valorizava a arte e a música no

sentido estético e diletante que remetia a um gosto distinto. Este, expresso unicamente na

forma de concertos dirigidos ao público capaz de fruir tal tipo de arte, do qual o grupo ligado

ao campo político de Ponta Grossa não fazia parte, tendo seus interesses voltados mais para o

desenvolvimento urbano econômico e estrutural da cidade.

No segundo caso, compreendido no período entre 1984 e 1993, vigorou uma cultura

musical que valorizava a formação musical ampla do indivíduo, planejada para longo prazo,

cujo início se dava preferencialmente na infância e contemplava inclusive o aprendizado das

regras sociais de comportamento em ambientes artístico culturais. Esta gestão obteve êxito

um pouco maior nas relações com o gestor público em função da relação estabelecida com a

EMBAP que legitimava suas ações no campo musical de Ponta Grossa, bem como entre as

autoridades políticas dessa cidade. Nos termos de Bourdieu, constituindo o processo de

consagração de suas ações (BOURDIEU, 2008b, p. 87).

No terceiro momento, entre 1993 e 1995, observa-se um processo de síntese das

experiências pedagógico-musicais empreendidas nos dois períodos anteriores. Porém,

observa-se um novo direcionamento das estratégias de legitimação do CAM que resultou

numa visibilidade frente ao gestor público e à sociedade de Ponta Grossa muito maior do que

em qualquer das fases que o antecederam.

A distinção dos agentes do CAM, nesse contexto, aparece ligada não ao repertório em

específico, à capacidade de fruição de um tipo específico de música, ou ao seu respaldo numa

instituição de reconhecimento, mas sim à competência artística e musical que compreende a

virtuosidade na execução, a versatilidade em transitar por diversos gêneros musicais e,

principalmente, a capacidade de idealizar e empreender o espetáculo, que, por sua vez, sugere

a posse de uma rede de relações influente tanto no meio artístico como político. Frente aos

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impasses com o gestor público, essa gestão assume um posicionamento diferente dos

manifestados pelas outras gestões nos conflitos anteriores, usando como estratégia de

persuasão do grupo político a continuar apoiando as ações do CAM, a sugestão da utilidade

prática que o CAM poderia representar, destacando sua versatilidade para oferecer “todo tipo

de conjunto instrumental e vocal, tocando desde o erudito ao popular”, que seria colocado à

disposição do gestor público. (CONSERVATÓRIO..., 1993, p. 2).

O posicionamento de disponibilizar a arte/música como bem de troca no mercado de

interesses entre os campos envolvidos originou um mecanismo diferente em suas relações.

Desse momento em diante, surgem inúmeros comunicados, cartas e memorandos, que

registram trocas e até parcerias entre a Secretaria de Educação e Cultura e o CAM, que

garantiram financiamento para diversas aquisições e projetos musicais. Essa forma de obter

distinção social a partir da disposição estética é captada por Bourdieu (2008a, p. 64) quando

afirma que a competência cultural adquirida na relação com determinado campo é definida

por suas condições de aquisição, mas é perpetuada no modo de utilização, predispondo a

receber “valores diferentes nos distintos mercados”.

Dessa forma, a identificação e o entendimento das concepções de educação presentes

no CAM, conjugadas aos demais elementos do contexto social, político e cultural de Ponta

Grossa no período estudado foram importantes para ponderar as diferenças que estiveram em

jogo na efetivação do projeto desta instituição de educação musical.

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SCHMIDT, Luis Procópio. Entrevista [16 out. 2009]. Entrevistador: Georgeana L. Vendrami. Ponta Grossa, 2009. Gravação digital. SPINASSI, Cyrth Isabel. Entrevista [02 out. 2009]. Entrevistador: Georgeana L. Vendrami. Ponta Grossa, 2009. Gravação digital.