Tiago Ribeiro (à esquerda), JorgePereira e Rui Marinho usaram

“dinheiro do mealheiro”para lançar a Seegno

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Na Seegno, as paredes são usa-das como quadros para explicara arquitetura dos sistemas infor-máticos aos clientes. O segredoestá na tinta efeito ardósia, quepermite à equipa ir limpando asparedes para desenhar novos sis-temas sempre que apresentaum novo projeto.

Para Jorge Pereira, Tiago Ri-beiro e Rui Marinho, os três só-cios da empresa bracarense, es-ta poderá ser mais uma formade mostrar que querem “explo-rar ideias inovadoras e desenvol-ver soluções através da tecnolo-gia e da criatividade”, como di-zem numa das apresentações daSeegno na Internet.

Especializada no desenvolvi-mento de software e design, aSeegno nasceu há dois anoscom um capital social de seis mileuros, constituído com “o dinhei-ro do mealheiro” de três jovensdecididos a ir crescendo “poretapas” no mundo dos negócios.

“Começámos a procurar traba-lho na Internet, entre as empre-sas de media e consultoria dos

Estados Unidos. Conseguimosos primeiros projetos e, a partirdeles, fomos abrindo portas pa-ra os outros”, diz Jorge Pereira.

A última aposta da empresa éo VRI Direct, que promete levartecnologia portuguesa aos hospi-tais norte-americanos para aju-dar os deficientes auditivos a co-municarem com os médicos. Nabase do projeto, orçado em¤100 mil euros, está uma aplica-ção por videoconferência atra-vés da qual os médicos acedema um tradutor de linguagem ges-tual nas suas consultas.

Ter nos Estados Unidos umdos melhores clientes não éuma surpresa para a equipa daSeegno, consciente do seu po-tencial competitivo ao nível doscustos. “Pelo preço que paga-riam apenas a uma pessoa nosEUA, podem ter uma empresa atrabalhar para eles em Portugale a garantir soluções comple-tas”, explicam.

Mas a Seegno está a deixar asua marca um pouco por todo omundo. Uma das suas primei-

ras aventuras foi a criação deum sistema de envio de sms eminglês e árabe para uma empre-sa não-governamental do Bah-rein. Neste caso, o objetivo eraoferecer às equipas de organiza-ções não-governamentais a tra-balhar no terreno comunica-ções baratas e rápidas para ope-radores de todo o mundo.

Na Alemanha, desenvolveuum bloqueador de conteúdosque funciona como um filtro naWeb, permitindo aos pais solu-ções personalizadas para impe-dir os filhos de receberem cor-reio eletrónico de determinadaspessoas ou acederem a páginasespecíficas da net num horáriopredefinido.

Do Reino Unido veio a enco-menda de um sistema de reser-vas para o ‘Bread & Breakfast’inglês, que combina no mesmoespaço anúncios, reservas, regis-to e comentários dos clientes.

Em Portugal, uma das referên-cias da empresa na aérea da edu-cação é a Lappiz.com, um espa-ço de colaboração para os estu-

dantes do ensino superior troca-rem conteúdos académicos, de-senvolvido em colaboração coma InnovationPoint, da DST.

Com raízes comuns na Univer-sidade do Minho, onde Jorge eTiago seguiram Engenharia deSistemas e Informática, enquan-to Rui estudou Engenharia Bio-médica, os três jovens garantemque a sua experiência profissio-nal é a prova de que “podemosdivertir-nos muito a trabalhar”.

No seu caso, basta um espaçode 117 metros quadrados, dividi-dos por duas salas, e “um peque-no investimento” em computa-dores e licenças de software e di-reitos de imagem para utilizarnos seus projetos.

A pensar no crescimento, têmuma lista de pessoas a contratarsempre que a carteira de enco-mendas garantir uma “margemde segurança” para isso. E a ver-dade, diz Jorge Pereira, “é que,do grupo inicial de candidatos,cinco já estão na Seegno”.

Margarida Cardoso

mmcardoso@expresso.impresa.pt

Rede social paraconsumidores

Groopi.es é o nome de um dosúltimos projetos desenvolvidospela Seegno paraos norte-americanos daAtmosphere BBDO. “Tratou-sede dar resposta a umanecessidade identificada noespírito consumista americano:criar uma ferramenta quepermita encontrar informaçãode confiança sobre a qualidadedos produtos”, explica JorgePereira, um dos três sócios daSeegno. Lançada em setembro,a comunidade do Groopi.esé uma nova rede socialde aconselhamento sobreprodutos e serviços quepretende crescer na net “combase na confiança construída”,ligando “colegas, vizinhos,amigos e amigos de amigos”. Osistema integra já referências a490 produtos e serviços.

PRIMEIROS NÚMEROS

100mil euros é o valor do projetomais caro desenvolvidona Seegno. O orçamento varia,habitualmente, entre ¤5 mile ¤50 mil

70mil euros foi o valor faturadoem 2009, o seu primeiro anode atividade. Este valorduplicou até setembroe 2010 poderá fecharcom vendas de ¤250 mil

Três jovens de Braga estão a usar tecnologia portuguesa para ganhar clientes, da América ao Bahrein

EMPREENDEDORISMO

De Braga para os EUA à boleia da net

Expresso, 30 de outubro de 2010 ECONOMIA 25