Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre...

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Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO "AGENTE LARANJA" E SUA CONTAMINAC;:AO POR DIOXINAS Monografia apresentada como requisito a oblenC(so do grau de Especialista em Analises Clinicas e Toxicologicas do Curso de P6s-Graduac;ao em Analises CHnicas e Toxicol6gicas da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Msc. Andrea Paiva Curitiba 2005

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Fabfola Fatima Flores

ARMAS QUfMICAS COM ENFASE AOAGENTE LARANJA

E SUA CONTAMINACAO POR DIOXINAS

Monografia apresentada como requisitoa oblenC(so do grau de Especialista emAnalises Clinicas e Toxicologicas do Curso deP6s-Graduacao em Analises CHnicas eToxicol6gicas da Universidade Tuiuti do Parana

Orientadora Msc Andrea Paiva

Curitiba

2005

TERMO DE APROVAQAOFabfola Fatima Flores

ARMAS QUiMICAS COM ENFASE AOAGENTE LARANJA

E SUA CONTAMINAQAO POR DIOXINAS

Esta monografia loi julgada e aprovada para a obtenQao do lalo sensu de Especialisla em Analises

Clinicas e Toxicologicas no Curso de Pos-Gradua9ao em Analises Clfnicas e Toxicologicas da

Universidade Tuiutf do Parana

Curitiba 31 de maio de 2005

Analises Clfnicas e Toxicol6gicas

Universidade Tuiuti do Parana

Orientadora Proia Andrea Paiva

Universidade Tuiutf do Parana departamento de Toxicologia

SUMARIO

1INTRODU9AO 07

2 AGENTES QUiMICOS 09

21 CLASSIFICAltAO 09

211 Agentes qufmicos causadores de baixa 09

212 Agentes quimicos inquietantes 16

213 Agentes qufmicos incapacitantes 19

214 Agentes fumigenos

215 Agentes incendiarios

21

23

216 Agentes herbicidas 24

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA 32

4 DIOXINAS bull 35

41 PROPRIEDADES FiSICO-QUiMICAS E FONTES 35

42 EPISODIOS DE CONTAMINAltAo COM DIOXINAS 37

43 EPIDEMIOLOGIA _ 40

5 PATOLOGIAS ASSOCtADAS AO AGENTE LARANJA 41

51 CLORACNE 41

4252 DOENltA DE HODGKIN

53 LlNFOMA NAO-HODGKIN 45

54 PORFIRIA CUTANEA TARDIA 47

55 MIELOMA MULTIPLO 49

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS 52

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA 53

58 EFEITOS DO 24D NO HEPATOCITO 54

6 CONCLUsAo 56

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSUL TADAS 57

RESUMO

Este trabalho tern como finalidade apresentar atrav9S de pesquisa bibliografica urnestudo sabre armas qUlmicas e suas conseqOemcias a sauda Oando destaque aoAgente Laranja (associa~aodo 24 Diclorofenoxiacetico e 245 Triclorofenoxiacetico)utilizado na Guerra do Vietna Pode-s9 observar que os uscs de substancias qufmicasno caso herbicidas em pequenas quantidades sao beneficas na agricultura no en tantoquando utilizadas em aUas concentra~5es podem acarretar severas consequenciasPrincipalmente quando se trata de seus contaminantes sendo 0 mais importanterelacionado ao Agente Laranja a 2378 TCDD (Tetraclorodibenzo-p-dioxina) A qualpropicia a aparecimento de algumas patologias (cloracne doenca de Hodgkin linfomanao-Hodgkin porfiria cutanea tardia e mieloma multiplo) al9m de ser teratogenica eembriotoxica Oessa forma devemiddotse tomar cuidado e verificar 0 riscomiddotbeneHcio dautilizacao destas substancias

Palavras chave armas quimicas Agente Laranja contaminaltfao pela dioxina 2378TCDD

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 2: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

TERMO DE APROVAQAOFabfola Fatima Flores

ARMAS QUiMICAS COM ENFASE AOAGENTE LARANJA

E SUA CONTAMINAQAO POR DIOXINAS

Esta monografia loi julgada e aprovada para a obtenQao do lalo sensu de Especialisla em Analises

Clinicas e Toxicologicas no Curso de Pos-Gradua9ao em Analises Clfnicas e Toxicologicas da

Universidade Tuiutf do Parana

Curitiba 31 de maio de 2005

Analises Clfnicas e Toxicol6gicas

Universidade Tuiuti do Parana

Orientadora Proia Andrea Paiva

Universidade Tuiutf do Parana departamento de Toxicologia

SUMARIO

1INTRODU9AO 07

2 AGENTES QUiMICOS 09

21 CLASSIFICAltAO 09

211 Agentes qufmicos causadores de baixa 09

212 Agentes quimicos inquietantes 16

213 Agentes qufmicos incapacitantes 19

214 Agentes fumigenos

215 Agentes incendiarios

21

23

216 Agentes herbicidas 24

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA 32

4 DIOXINAS bull 35

41 PROPRIEDADES FiSICO-QUiMICAS E FONTES 35

42 EPISODIOS DE CONTAMINAltAo COM DIOXINAS 37

43 EPIDEMIOLOGIA _ 40

5 PATOLOGIAS ASSOCtADAS AO AGENTE LARANJA 41

51 CLORACNE 41

4252 DOENltA DE HODGKIN

53 LlNFOMA NAO-HODGKIN 45

54 PORFIRIA CUTANEA TARDIA 47

55 MIELOMA MULTIPLO 49

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS 52

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA 53

58 EFEITOS DO 24D NO HEPATOCITO 54

6 CONCLUsAo 56

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSUL TADAS 57

RESUMO

Este trabalho tern como finalidade apresentar atrav9S de pesquisa bibliografica urnestudo sabre armas qUlmicas e suas conseqOemcias a sauda Oando destaque aoAgente Laranja (associa~aodo 24 Diclorofenoxiacetico e 245 Triclorofenoxiacetico)utilizado na Guerra do Vietna Pode-s9 observar que os uscs de substancias qufmicasno caso herbicidas em pequenas quantidades sao beneficas na agricultura no en tantoquando utilizadas em aUas concentra~5es podem acarretar severas consequenciasPrincipalmente quando se trata de seus contaminantes sendo 0 mais importanterelacionado ao Agente Laranja a 2378 TCDD (Tetraclorodibenzo-p-dioxina) A qualpropicia a aparecimento de algumas patologias (cloracne doenca de Hodgkin linfomanao-Hodgkin porfiria cutanea tardia e mieloma multiplo) al9m de ser teratogenica eembriotoxica Oessa forma devemiddotse tomar cuidado e verificar 0 riscomiddotbeneHcio dautilizacao destas substancias

Palavras chave armas quimicas Agente Laranja contaminaltfao pela dioxina 2378TCDD

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

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Page 3: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

SUMARIO

1INTRODU9AO 07

2 AGENTES QUiMICOS 09

21 CLASSIFICAltAO 09

211 Agentes qufmicos causadores de baixa 09

212 Agentes quimicos inquietantes 16

213 Agentes qufmicos incapacitantes 19

214 Agentes fumigenos

215 Agentes incendiarios

21

23

216 Agentes herbicidas 24

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA 32

4 DIOXINAS bull 35

41 PROPRIEDADES FiSICO-QUiMICAS E FONTES 35

42 EPISODIOS DE CONTAMINAltAo COM DIOXINAS 37

43 EPIDEMIOLOGIA _ 40

5 PATOLOGIAS ASSOCtADAS AO AGENTE LARANJA 41

51 CLORACNE 41

4252 DOENltA DE HODGKIN

53 LlNFOMA NAO-HODGKIN 45

54 PORFIRIA CUTANEA TARDIA 47

55 MIELOMA MULTIPLO 49

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS 52

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA 53

58 EFEITOS DO 24D NO HEPATOCITO 54

6 CONCLUsAo 56

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSUL TADAS 57

RESUMO

Este trabalho tern como finalidade apresentar atrav9S de pesquisa bibliografica urnestudo sabre armas qUlmicas e suas conseqOemcias a sauda Oando destaque aoAgente Laranja (associa~aodo 24 Diclorofenoxiacetico e 245 Triclorofenoxiacetico)utilizado na Guerra do Vietna Pode-s9 observar que os uscs de substancias qufmicasno caso herbicidas em pequenas quantidades sao beneficas na agricultura no en tantoquando utilizadas em aUas concentra~5es podem acarretar severas consequenciasPrincipalmente quando se trata de seus contaminantes sendo 0 mais importanterelacionado ao Agente Laranja a 2378 TCDD (Tetraclorodibenzo-p-dioxina) A qualpropicia a aparecimento de algumas patologias (cloracne doenca de Hodgkin linfomanao-Hodgkin porfiria cutanea tardia e mieloma multiplo) al9m de ser teratogenica eembriotoxica Oessa forma devemiddotse tomar cuidado e verificar 0 riscomiddotbeneHcio dautilizacao destas substancias

Palavras chave armas quimicas Agente Laranja contaminaltfao pela dioxina 2378TCDD

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA 53

58 EFEITOS DO 24D NO HEPATOCITO 54

6 CONCLUsAo 56

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSUL TADAS 57

RESUMO

Este trabalho tern como finalidade apresentar atrav9S de pesquisa bibliografica urnestudo sabre armas qUlmicas e suas conseqOemcias a sauda Oando destaque aoAgente Laranja (associa~aodo 24 Diclorofenoxiacetico e 245 Triclorofenoxiacetico)utilizado na Guerra do Vietna Pode-s9 observar que os uscs de substancias qufmicasno caso herbicidas em pequenas quantidades sao beneficas na agricultura no en tantoquando utilizadas em aUas concentra~5es podem acarretar severas consequenciasPrincipalmente quando se trata de seus contaminantes sendo 0 mais importanterelacionado ao Agente Laranja a 2378 TCDD (Tetraclorodibenzo-p-dioxina) A qualpropicia a aparecimento de algumas patologias (cloracne doenca de Hodgkin linfomanao-Hodgkin porfiria cutanea tardia e mieloma multiplo) al9m de ser teratogenica eembriotoxica Oessa forma devemiddotse tomar cuidado e verificar 0 riscomiddotbeneHcio dautilizacao destas substancias

Palavras chave armas quimicas Agente Laranja contaminaltfao pela dioxina 2378TCDD

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 5: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

RESUMO

Este trabalho tern como finalidade apresentar atrav9S de pesquisa bibliografica urnestudo sabre armas qUlmicas e suas conseqOemcias a sauda Oando destaque aoAgente Laranja (associa~aodo 24 Diclorofenoxiacetico e 245 Triclorofenoxiacetico)utilizado na Guerra do Vietna Pode-s9 observar que os uscs de substancias qufmicasno caso herbicidas em pequenas quantidades sao beneficas na agricultura no en tantoquando utilizadas em aUas concentra~5es podem acarretar severas consequenciasPrincipalmente quando se trata de seus contaminantes sendo 0 mais importanterelacionado ao Agente Laranja a 2378 TCDD (Tetraclorodibenzo-p-dioxina) A qualpropicia a aparecimento de algumas patologias (cloracne doenca de Hodgkin linfomanao-Hodgkin porfiria cutanea tardia e mieloma multiplo) al9m de ser teratogenica eembriotoxica Oessa forma devemiddotse tomar cuidado e verificar 0 riscomiddotbeneHcio dautilizacao destas substancias

Palavras chave armas quimicas Agente Laranja contaminaltfao pela dioxina 2378TCDD

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 6: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 240 27

FIGURA 2 - FORMULA ESTRUTURAL DO HERBICIDA 245T 30

FIGURA 3 - UTILlZAltAo DO AGENTE LARANJA NO VIETNA 32

FIGURA 4 - FORMULA ESTRUTURAL DA DIOXINA 2378 TCDD 35

FIGURA 5 - VIKTOR YUSHENKO (DERMATITES ACNEIFORMES) 39

FIGURA 6 - CLORACNE (BRAltO) 42

FIGURA 7 - CELULA DE REED-STERNBERG 45

FIGURA 8 - LlNFOMA NAO-HODGKIN

FIGURA 9- PORFIRIA CUTANEA TARDIA (MAO) 48

47

FIGURA 10 - FORMAltAO DE ROULEAUX 50

FIGURA 11 - LAMINA DE MIELOMA MULTIPLO 51

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 7: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

1 INTRODU9AO

Na antiguidade muitas cidades eram cercadas par fortifica90es que as

protegiam tendo port as e areos nas entradas Janus deus romano proteter das

entradas e represent ado por uma cabeya dotada de duas faces posicionadas em

dire90es opostas Simbolizando a dualidade da natureza isla euroI portas que podem

conduzir a cam inhas diversos Chamamiddotse Efeito Janus a situa980 que apresenta

solucoes contraditorias e no case de substancias qufmicas aquelas que podem

ler aplicalt6es dilerenles e oposlas prejudiciais e benelicas (RODRIGUES2005)

As armas quimicas foram oficialmente definidas pela ewe (Chemical

Weapons Convention - COnven980 sobre Armas Qufmicas) como substancia que

por meio do efeito quimico sobre processos biologicos possam causar a morte

perda temporaria de fun~6es vitais ou ainda prejufzo permanente a pessoas sem

o apoio de outras substancias ou de qualquer forma de energia

o Efeito Janus trata-se da descoberta durante a Segunda Guerra Mundial

(1943) que 0 olicial medico Cornelius Packard Rhoads lez ao descobrir que 0 Gas

Mostarda utilizado como agente vesicante tambem poderia sar usado na

quimioterapia pois esta substancia reduz drasticamente 0 numero de leucocitos

Sendo assim Rhoads utilizou sua descoberta para combater 0 cancer

principalmente a leucemia e a Doen~a de Hodkins em que 0 aumento de

leuc6citos e brutal

o U Agente Laranja utilizado durante a Guerra do Vietna pode enquadrar-se

no Efeito Janus pois ele e formado da mistura de dois herbicidas (50 de 24

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 8: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

Diclorofenoxidoacetico e 50 de 245 Triclorofenoxidoacetico) sendo portanto

para ser utilizado na agricultura No entanto durante a guerra toi utilizado como

agente desfolhante Deixando desde seu emprego ate hoje serias consequencias

causadas pela contaminatao com a dioxina 2378 TeDO

Este trabalho visa expor os principais topicos relacionados ao Agente

Laranja desde sua origem aplicaltao propriedades toxicocineticas ate as

patologias causadas por sua exposiltao e possfveis diagnosticos laboratoriais

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 9: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

2 AGENTES QUiMICOS

21 CLASSIFICAcAo

Os agentes quimicos sao classificados de acordo com 0 Manual de

Campanhado Ministerio do Exercito (1987) dentro dos seguintes grupos agentes

qufmicos causadores de baixa agentes qufmicos inquietantes agentes qufmicos

incapacitantes agentes fumigenos e agentes incendiarios

211 Agentes quimicos causadores de baixa

Sao aqueles que par seus efeitos sabre a organismo humano produzem a

morte au incapacitacao prolongadaOs agentes deste grupo empregados com

efeitos persistentes sao utilizados tarn bam para interdiQao do terreno e do

material pelo temar da contaminayao e conseqClentemente dos efeitos sobre as

pessoas que entrarem em cantata com os mesmos

a) Taxico aos nervos

Ha as agentes qufmicos causadores de baixa do tipo texico aos nervos

afetam diretamenta 0 sistema narvoso sendo allamente toxicos tanto na forma

Ifquida como em vapor geralmente sao incolores e insfpidos Podendo-se citar 0

Sarin e 0 VX como exemplos mais representativos

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 10: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

10

Sarin

E urn liquido volatil naD persistente de alfao muito rapida que produz

baixas por inalalfao ingestaocontato dermico au ocular podendo malar em

questao de minutes apes a exposiltao (com uma concentraQao de por exemplo

200mg de sarin m3)

Passui a seguinte formula molecular C4HlOF02P(composto organico do tipo

organo fosforado) Suas propriedades ffsicas sao ponto de fusao - 56degC ponto de

ebuliltao 147C e sua densidade e de 1089 Ele sofre varialtao de solubilidade

com 0 pH do meio sendo mais potente quando S8 encontra entre pH dois a oito 0

acido fost6rica age como catalisador sendo a temperatura ajudante na velocidade

de hidr6lise do compos to Sua meia vida e contada em horas

Quando disseminado por munilt6es quimicas normalmente produz grande

quantidade de vapores Sua a980 e sobre termina90es nervosas centrais

reagindo com receptores da acetilcolina (nicotfnicos e muscarfnicos)

Os receptores nicoHnicos sao diretamente acoplados aos canais cationicos

e medeiam a transmissao sinaptica excitat6ria nipida na juncao neuromuscular

nos ganglios autonomos e em varios locais do sistema nervoso central Os

receptores muscarlnicos medeiam os efeitos da acetilcolinesterase nas sin apses

parassimpaticas p6s-ganglionares (principalmente cora980 musculatura lisa e

glandulas) e contribuem para a excitacao ganglionar ocorrendo em muitas partes

do sislema nervoso cenlral (RANG1997)

Os sintomas variam os mais comuns sao olhos lacrimejantes e saliva98o

ocorrendo tambem miose sudorese bern como dispneia visaa turva nausea

vornita espasmas e cefaleia

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 11: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

II

A medida a ser tamada imediatamente ap6s 0 contata com 0 agente e a

retirada das roupas e lavagem do local contaminado Ha antidotos para 0 Sarin

alropina (ampolas de 025 - 050 mg) e metil-piridil aldoxima (ampolas de 200mg)

no entanto e de diffcil acesso e poucas localidades os possuem

VX

o VX (etil-S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfotiolato) foi desenvolvido

originalmente no Reina Unido no infcio dos anos cinqOenta

E urn composta allamente taxieD tanto no estado IIquido como em forma de

vapor atacando 0 sistema nervoso central (considerado pelo menes cern vezes

mais texico do que 0 Sarin S8 infiltrado e duas vezes mais t6xico S8 inalado)

E urn liquido 01e050 de colora9ao ambar inodoro e insfpido

Possui a seguinte formula molecular CH2SN02PS (composta organico do

tipo organo fosforado) Suas propriedades fisicas sao ponto de fusao -39degC

ponto de ebuliltao 298degC e densidade de 1008 0 VX possui a propriedade de

dissoluQao em agua a partir dos 95degC Tambem safre varia~aa de salubilidade de

acarda com a pH do meio sendo influenciado samente em pHs a partir de oita

Os sintomas e a descontaminalfaa apes cantata sao iguais as descritas no

Sarin

b) Vesicantes

Hi os agentes causadores de baixa do tipo vesicantes afetam os olhos 0

aparelho respiratorio e principal mente a pele Produzindo queimaduras com

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

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Page 12: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

12

forma1ao de bolhas e destruiltao dos tecidos subjacentes Sao exemplos desta

categoria a Gas Mostarda e 0 Lewisita

Gas Mostarda

E causador de graves irritaltoes dermicas e oGulares comumente

conhecido como agente pustulento Podendo ser utilizado tanto na forma de vapor

como liquefeito

Sua formula molecular e C4 HeCI2 S (tambem chamada de mostarda

sutfurica) Suas propriedades fisicas sao as seguintes ponto de fusao -21 reponto de ebuliltao -13degC e massa molar 15907 E lncotor no estado puro po rem

quando encontrado na sua forma impura passui coloraltao que varia de amarelo a

marrom possuindo odor caracteristico de alho ou mostarda

o cantato com 0 gas causa les5es no Irata respiratorio na pele enos athos

no entanlo nElO S8 restringe somente a isse ele tambem causa supressao da

medula essea les6es neurologicas e gastrintestinais 0 gas mostarda e um

composto quimico altamente reativo que se une a protefnas DNA e oulros

componentes celulares causando danos as celulas logo apes 0 contato A pessoa

contaminada chega a apresentar dares e efeitos clfnicos em torno de 24 horas

apes contato

Nao ha antldoto para a expesi=aa a esle agente Sendo 0 melhor

procedimento a se tamar caso haja contaminactao e 0 afastamento do causadar

da area ex pasta aa cantato com 0 composto isso tara as conseqOencias do

cantata serem reduzidas

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 13: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

13

Lewisita

E urn liquido oleoso e incolor com odor parecido ao geranio Passui

caracterlsticas semelhantes a do Gas Mostarda acrescido em sua composi~ao de

Arsenio 0 que Ihe da efeitos mais toxicos

Os sintomas apresentados por pessoas expostas a Lewisita sao der I

irritaf8o e inflama980 dos olhos pode acorrar diarreia nauseas v6mitos

hipotensao levan do ao choque dispneia e principalmente dor e irrita(fao dermica

em questao de minutos apos a exposi980 e forma9ao de vesiculas na pele varias

heras ap6s 0 contata com a com posta

c) Sufocantes

Ha as causadores de baixa do tipo sufocantes penetram no organism a

peras vias respirat6rias afetando-as seriamente

Fosfogenio

E urn gas incolor nao persistente seu ponto de ebuliyao e 82degC Com

formula molecular COCI (cloreto de carbonila ou cloreto de cloformila)

Sua ayao principal e exercida sobre os pulmoes pois penetra no organismo

por inalacao com a produyao de les6es nos vasos capilares e derrames nos

alv8olos culminando com urn edema pulrnonar

Em contato com agua forma acido clorfdrico e gas carbonico sendo a

hidr6lise com formacao deste acido a causa de sua toxicidade Uma concentracao

de 3 a 5 mgL determina 0 obito em poucos minutos (SCHVARTSMAN 1991)

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 14: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

14

Seus sintomas imediatos sao irritaC(ao do nariz e garganta tosse

dificuldade de respirar dar no peito lacrimejamento nauseas v6mitos e dares de

cabeC(a Estes primeiros sintomas desaparecem e ap6s urn perfodo latenle

normalmente de tres a qualro horas surgem os sintomas de edema pulmonar

Nauseas e v6mitos podem reaparecer seguidos de ronco no peito estado de

choque pressao baixa batimentos cardlacos fracas e rapidos geralmente

provocam a morte

d) T6xicas do sangue

Ha os causadores de baixa do tipo taxicas do sangue agem sabre as

elementos sangufneos penetrando no organismo pelo aparelho respiratorio ou

atraves da pele interferindo na transferencia normal do oxigemio do sangue para

as tecidos

Os sintomas dependem da dose absorvida e podem variar desde cefaleia

vertigens e nauseas ate convuls5es parada cardiaca e morte

Acido Cianfdrico

E um liquido incolor muito volatil nao persistente de alfao rapida Tambem

chamado de acido prussico de formula molecular HeN

A sua lemperalura de fusao e de -14C e de ebuliCao e de 257C Sendo

soluvel em agua eter e alcoa

o acido cianidrico penetra no organismo por inalay8o inibindo a sistema

da citocromoxidase e de modo geral as enzimas que contem ferro trivalente

Como consequencia ha morte celular e incapacidade de aproveitar oxigenio

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 15: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

15

resultando em efeitos sistemicos complexos e variados 0 sistema nervoso e

eora9ao sao provavelmenle as leeidos mais sensiveis (SCHVARTSMAN 1991)

A inalayao au ingestao de grandes quantidades produz inconsciencia

convulsoes e 6bito em poueos minutos Doses menores determinam disturbios

neurologicos (tonturas inquietude ansiedade cefaleia confusao mental

convuls6es tonicas e coma) e disturbios cardiovasculares (taquicardia seguida de

bradicardia disritmias de varios tipos e hipotensao arterial que pode evoluir para 0

cheque) sendo tambem comum ocorrer nauseas vomitos taquipneia inicial

seguida de depressao respiratoria

A intoxicayao cr6nica par gas cianidrico caracteriza-se per hipertrofia

cardiaca hipotensao arterial linfocitose neutropenia e hipoglicemia

o interessante e que caso a morte na~ ocorra em poucos minutos a

recupera(fao podera a vir em poucas horas

Cloreto de Cianogenio

E urn gas incolor com odor de amendoas arnargas nao persistente de

a(faO rapida Penetra no organisrno por inalactao transformando-se em Beido

cianidrico Ele evita que as celulas recebam oxigenio causando assim a morte

celular os 6rgaos mais afetados sao COra(fao e cere bro

Seus efeilos e sintomas sao semelhantes aos do Bcida cianidrico

lacrimejamento irrita(fao do trato respirat6rio superior pele de coloractao r6sea

movimentos incoordenados tremores respiracao rBpida agitacao cefaleia

nausea vornito prostra(fao e taquicardia em exposilt6es a pequenas quantidades

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 16: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

16

Casa a exposicao seja grande pode tambem ocorrer convulsoes hipotensao

arterial bradicardia lesaD pulmonar perda da consciencia e ate a morte

Satura rapidamente os filtros das mascaras contra gases

212 Agentes quimicos inquietantes

Estes agentes produzem irrita~ao temponlria au efeitos de incapacidade

fisiologica quando em cantata com os elhos e pele au quando inalados Seu

principal emprego e no treinamento da tropa controle de disturbios e pequenas

operaqoes de combate Os principals agentes qufmicos inquietantes sao

Cloroacetofenona

E um solido microparticulado de coloraGao branca a amarelo claro possui

odor penetrante e seu sin6nimo e gas lacrimogenio

Sua formula molecular e C6 Hs COCH2 CI e massa molecular 1546 Suas

propriedades fisico-qufmicas mais relevantes sao ponto de ebu1i9ao 247degC ponto

de fusao entre 58-59degC insoluvel em agua

E urn agente de a980 rapida que quando espargido como aerossol causa

urn intenso fluxo lacrimoso e irrita os olhos Na pele causa enrijecimento e dor E

urn agente fotofobico Afetando tambem todo 0 sistema respiratorio superior

Quando inalado causa sensa9ao de queima9ao tosse e nauseas

Efeitos secundarios sao queimaduras de segundo grau e dermatites

vesiculares aguda

A descontamina9ao requer uma solu9aO de soda caustica alc06lica

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 17: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

17

Adamsita

Conhecida quimicamente como difenilaminocloroarsina e urn s61ido

microparticulado que Possui cerea de 27 de Arsenio

Foi desenvolvido pelo qui mica norte~americano Roger Adams durante a

Primeira Grande Guerra

Pouco depois do cantata (geralmente disseminado via aerossol) 0 indivfduo

carneya a espirrar violentamente e a tossir I as partfculas s61idas do agente

quimico se depositam nos pulm5es E perdendo total mente 0 controle

apresentara dares intensas de cabe9a v6mitos e nauseas fortes

Este agente deve ser lan9ado em combinac8o com urn irritante de alaquo8o

rapida como par exemplo a cloroacetofenona para abler eleitos combinadas

Ortoclorobenzilmalononitrilo

E urn s61ido microparticulado possui a seguinte formula molecular

CICHCHCCN (CN) Em sua forma pura apresenta-se na forma de po branco

cristalino (semelhante ao talco) e com odor acre

Podendo ser disseminado em muni(foes tipo queima em granadas tipo

arrebentamento e par meio de espargidores mecanicos de aerossol

a composto foi desenvolvido inicialmente em 1928 por dois qufmicos norte-

americanos Bem Corson e Roger Stoughton (as iniciais CS referem-se as

primeiras letras dos sobrenomes dos descobridores) No entanto tiveram que

esperar ate 1956 para que 0 laboratorio britanico CBW de Porton Down

desenvolve-se 0 CS para dispersar e controlar manifesta(foes civis

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 18: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

18

Se 0 ortoclorobenzilmalononilrilo penetra nos tecidos nervDsos hit uma

grande possibilidade que se possa ser atacado pelo atomo Oxigeuromio (atraldo pelo

nucleo) e interagir com acetilconinesteras8 Esta enzima e necessaria para

catalisar a hidr61ise da acetilcolina farmada no processo nervoso de transmissao

e e a enzima que e atingida (envenenada) pelo CS

Acredita-se que 0 CS sofre degrada~aoem cianureto e tiocianato enquanto

que 0 reslo da molecula combina-se com glicina e S8 excreta como acido arto-

clorohipurico

A morte ocorre como resultado da falta de transferencia de oxigenio a

circulacao sangufnea que por sua vez resulla em edema hemorragia e obstruQao

das vias respirat6rias nos pulm6es

E de rapida acao nos olhos nariz e garganta Efeilos secundarios

presentes e a dermatite com a exposicao repetida e rea((oes alergicas ao

composto Em altas concentra((oes tambem pode causar vomitos

Para promover a descontaminacao utiliza-se uma solucao alcalina

Normalmente se emprega uma solucao de agua e bissulfeto de sadie a 5

Clora

E um gas irritante de colora((ao amarelo-esverdeada de odor acre E pouco

soluvel em agua podendo combinar-se com agua ou seu vapor e assim produzir

fum os taxicos e corrosivos de acido clorfdrico

E um agente taxico utilizado principal mente em camaras de gas para

treinamento de tropas

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 19: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

19

o cloro e urn poderoso irritante das vias respirat6rias causando irritattao da

garganta tosse intensa com espasmo bronquico sensayao de sufocayao par

espasmo dos musculos da laringe dor retroesternal depressao respiratoria

sensacao de queimacao no nariz escarro sanguinolento e edema agudo dos

pulm6es Sendo esla poderosa 8980 irritante nos pulm6es devida a formayao de

acido hidrocl6rico (GOES 1997)

Em concentraoes de 1000 ppm (partes por milhao) e fatal ap6s algumas

inalac6es profundas

o eloro e corrosivo para os olhos pele vias respiratorias e membranas

mucosas A morte em elevadas concentra95es ocorre principalmente par

insuficiencia respiratoria e parada cardiaca devido ao edema agudo pulmonar A

broncopneumonia e geralmente uma complicacao letal

Outros sintomas a exposilaquoao aguda ao eloro sao irritalaquoao nos olhos

SenSalaquoaO de queimalaquoao na boca cefaleia dor abdominal nauseas e vomitos

213 Agentes qufmicos incapacitantes

Os agentes qufmicos incapacitantes ou psicoqufmicos foram desenvolvidos

visando a obtenlaquoao de um grupo de agentes que diferentes de seus

antecessores pudessem ser usados com eficiencia para fins defensivos sem

causar mortes ou lesces graves Os efeitos fisiol6gicos e mentais produzidos

incapacitam 0 combate temporariamente permitindo uma reCUperalaquoaO completa

desses efeitos Podem ser empregados tambem em controle de disturbios Os

principais representantes deste grupo sao

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 20: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

20

ACido Lisergico Destilado (LSD -25)

E urn p6 branco brilhante que quando inalado provDca alucinacoes e

descontrole muscular

Algumas microgramas ja sao suficientes para produzir alucinayoes no ser

humana 0 efeila alucinogeno do LSDmiddot25 fai descaberta em 1943 pelo cientista

sui90 Hoffman por acaso ao aspirar pequenissima quantidade de po nurn

descuido de laboratorio

o LSD-25 atua produzindo uma serie de diston6es no funcionamento do

cerebra trazendo como conseqOencia uma variada gam a de alterayoes psiquicas

Ele e capaz de produzir diston6es na percep9ao do ambiente (cores

form as e contornos alterados) ahsectm de sinestesias ou seja estimulos olfativos e

tateis parecem visiveis e cores podem ser ouvidas Outro aspecto que caracteriza

sua alttao no cerebra refere-se aos delirios

o LSDmiddot25 tem paucas efeitos no resta do organismo Ap6s 10 a 20 minutos

depois do contato deg pulso fica mais rapido ocorre midriase ah~m de sudorese e

certa excita~ao

o perigo nao esta tanto na sua toxicidade para a organismo mas no fato de

que pela perturba~ao psiquica ha perda da habilidade de perceber e avaliar

situact0es comuns de perigo

Seus principais efeitos sao midrfase piloere9ao aumento da atividade

reflexa e paralisia espastica Sendo um psicoquimico as reatoes da vitima

estarao relacionadas com a carga emocional que jei possui Assim enquanto

algumas vftimas podem reagir passivamente outras pod em tomar-se violentas

Doses excessivas podem provocar insuficiemcia respiratoria e a morte

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 21: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

21

Gas paralisante

Tambem na forma de p6 e absorvido pelo organismo par inala~ao

o gas paralisante e urn potenta agente psicoqufmico mais efetivo ainda

que a LSD-25 produz diminuiyao temporaria da atividade Hsica e mental em

decorrencia da desorientayao e das alucinaltoes que ele induz em seres humanos

Seus principais efeitos sao taquicardia retenyao urinaria prisao de ventre

reduyao da atividade ffsica e mental alucinayoes son olen cia elevaltao da

temperatura corporal cefaleia e algumas vezes conduta manfaca geralmente a

vftima permanece parada amerce destes efeitas durante horas sem iniciativa

para realizar movimentos

Doses excessivas pod em provocar efeitos semelhantes aos toxicos dos

nervos e a morte

214 Agentes Fumigenos

Sao aqueles que por sua pr6pria queima par hidr61ise ou por combustao

lanfam em suspensao no ar partfculas s61idas ou Ifquidas provocando um efeito

de obscurecimento que vem a ser a fuma~a Os principais exemplos sao

SGF

E um 61eo especial de petr61eo que produz uma fuma~a branca muito

densa quando vaporizada por condensa~ao Geralmente nao causa reafoes

fisiol6gicas adversas quando as vftimas ficam expostas a ela em altas

concentrafoes no terreno e nao tem efeito adverso sobre 0 material

22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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22

Fosfaro Branco

E urn solido cerosa branco de coloraQao branca a amarela e odor de alho

o qual entra em combustao quando exposto ao ar formando uma densa fumaltta

branca de grande intensidade

o fesfero branco plastico e urn mistura de f6storo branco e borracha

sintalica

As particulas em combustao do agente dispersado pelo arrebentamento da

muniQao podem causar graves queimaduras dolorosas e lenta cicatrizayao 0

fostoro branco quando inalado causa tosse irritaQao na garganta e pulmoes E

quando inalado por longo perlodo pode causar a fosforonecrose que consiste na

rna cicatrizayao de feridas na boca e fratura do osso da mandfbula

Mistura de Hexacloretana

E urn s61ido que quando entra em combustao produz uma fuma9a branca

acinzentada ligeiramente menos densa que a produzida pelo fosforo branco A

longa expesi9ao a concentra90es desta fuma9a pode irritar ou incapacitar pessoas

sem proteao adequada

Mistura Trioxido de Enxofre e Acido Clorosulfonico

E um Ifquido que quando exposto ao ar forma fuma9a branca menos

densa que aquela form ada pelo f6sfero branco E uma fuma9a acida que irrita a

pele e e alta mente corrosiva para determinados tipos de materiais e pinturas

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 23: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

23

Fumigenos de Sinalizacao

Sao produzidos par combusHveis que contem corante organico Quando

esle combustfvel e queimado 0 corante e vaporizado e condensado para gerar a

fumaca colorida

215 Agentes Incendiarios

Sao empregados para provocar incendios em inslalac6es destruir materiais

ou para atacar pessoal palo fogo Os incendiarios sao divididos em dois grupos

Intensivos (sao as que geram alias temperaturas sobre areas limitadas

destinados especificamente a destruicao de material) e extensivos (sao as que

produzem menores temperaturas porem atingem areas maiores destinados a

provocar incendios e causar baixas no pessoal alem dos efeitos psicoI6gicos)

Os principais agentes incendiarios sao

Gasolina Gelatinosa

E uma substancia obtida da mislura da gasolina comum com a espessador

NAPALM (goma obtida de gasolina gelificada pela adiao de sais de aluminio

derivado do acido palmftico e dos acidos naftenicos) Queima todos as materiais

cambustiveis com que entra em cantata Sua temperatura de queima oscila entre

650degC a 750degC E empregada em bombas de aviayao granadas e lanya-chamas

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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60

Veneno de Yushenko e mesma do Agente Laranja 2004Notfcias Terra Disponfvel emhllpllnoliciaslerracombrmundofinlernalOOI440899-EI310OOhlml Acesso em02fev200S

WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

Page 24: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

24

Termita

E urn metal que queima violentamente a uma temperatura de 2000degC

fazendo queimar todos as materiais combustfveis com que entra em cantata

inclusive sob a agua Nao e empregado propriamente para provocar incendias

mas sim para destruir determinados materiais

216 Agentes Herbicidas

Os herbicidas para aplicalt6es militares devem ser rapidos na aCao e

atacar plantas Para cumprir esls objetivo ales devem ser aplicados em maior

quantidade que nas aplicac6es civis e requerem as mesmas medidas de

seguranca 0 emprego em combate deste material baseiamiddotse na destruicao das

plantas que possam oferecer coberta ao inimigo ou fornecer-Ihe alimento Sendo

empregados para malar au prejudicar 0 crescimento das plantas dissecar (as

folhas secam e caem) regular 0 crescimento (inibem aumentam e alteram os

processos fisiol6gicos das plantas) e ainda agem como esterilizantes do solo

o Agente Laranja e uma mistura de dois herbicidas 0 24 0 (24

diclorofenoxiacetico) e 0 245 T (245 triclorofenoxiacetico) na proporao de 50

N-butil ester de 24 0 e 50 N-butil ester de butil 245 T Atinge as folhas em dois

dias e provoca sua queda entre uma a seis semanas Tern efeito esterilizante no

solo durante uma a cinco semanas A mistura e utilizada na quanti dade de tres a

cinco gal6es por hectare dissolvidos em 61eo diesel

Os herbicidas fenoxiacidos sao classificados em funcao do numero de

atomos de cloro no anel aromatico podendo ser distribuidos em tres grupos

importantes

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 25: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

25

bull Compostos com um atomo de claro MCPA (acido 4-cloro-2-

metilfenoxidoacetico)

bull Compostos com dais alamos de cloro 24 0

bull Compostos com tres alamos de cloro 245 T

Sendo 0 24 0 e 0 245 T herbicidas fenoxiacidos possuem a mesma

toxicocinetica (LARINI t997)

Eles sao absorvidos pelo Irato gastrintestinal e respiratorio A absorcao

dermica e desprezivel quando na forma de esteres Contudo quando assumem a

forma de dioxinas provocam dermatites acneiformes entre Qutras patologias Pois

as dioxinas sao contaminantes normal mente encontrados como impurezas de

fabricalfao destes herbicidas

Sua distribuilfao pelo organismo e mais ou menos uniforme concentrando-

se principal mente no leeida gorduroso e em menor concentracao nos musculos

rins figado bayo e cerebro

Q 240 e 0 245T sao excretados principalmente at raves da urina sob

forma inalterada Q maior carater lipofflico do 245T em funyao do maior numero

de atomos de cloro em sua molecula resulta numa maior absoryao renal que

contribui para a sua pequena excreyao urinaria Assim sendo a meia-vida

plasmalica do 245T e da ordem de trinta e cinco horas que corresponde a cerca

de Ires vezes a meia-vida plasmatica do 240

Estudos experimentais demonstram que a 245T e significativamente

excretado na bile sendo 157 a propory8o da dose administrada eliminada na

bile em seis horas Qutros estudos demonstram que 75 a 80 de uma dose

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 26: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

26

unica de 245T administrada em rates pel a via oral DU parenteral e excretada na

urina E segundo Oga (1996) uma pequena propor9ao e excretada como

compostos conjugadas com acido glicuronico e com aminoacidos (glicina e

taurina)

Estudos diversos com 240 e 245T reaJizados em diferentes especies

animaisdemonstram que 0 herbicida e teratogenico (relacionado com a nutri9ao

do feto) e embriotoxico (morte fetal e pelo retardo no desenvolvimento do feto)

A carcinogenicidade de herbicidas fenoxiaceticos como 0 24 0 e 0 245T

em roedores nao tem sido demonstrada mas a dioxina TCDD (2378-

tetraclorodibenzo-14-dioxina) contaminante de suas formula90es produz urn

aumento na incidencia de tumores em locals variados quando administrada na

dieta em baixas concentralioes de nana au picogramas par grama

Segundo Midio (1997) a ingestao diaria aceitavel para 245T com um

contecdo maximo de 001 ppm e de TCDD foi estimada em 003 mgKg peso E os

valores de tolermcia (intervalo de seguran9a) de 24D que podem ser encontrados

sao no arroz 02 ppm na cana-de-a(ucar O1ppm no trigo O2ppm na soja 01

ppm no cafe 01 ppm e no milho 02 ppm Sendo estas detec90es de residuos de

herbicidas em alimentos geralmente realizadas por cromatografia gasosa

Acido 24-diclorofenoxiacetico (240)

E um po cristalino de cor branca ou amarelada sendo soluvel em alcool

eter e acetona e pouco soluvel na agua

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 27: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

27

Sua formula molecular e G H (0 GH GOOH) GI Seu ponto de fusao e

1405G (na forma de acido pur~) Nao sendo higroscopico mas e corrosivo

24middotD

CI 0= IICI~DGH~OH

(24middotdichloropheno~)acetlc acid

FIGURA 1 Formula estrulural doherbicida 240 FONTEDisponfvelemh1tpllipworldumnEdufchapterswareherb24-Dgif Acesso em28mar2005

o 24 0 na forma de acido naD e utilizado como herbicida e sim seU$ sais

metalicos alcalinos am6nicos e amfnicos e S8US esteres de baixa volatilidade

Sendo comercializado com as seguintes names Esteronreg (Dowelanco)

Deferonreg (Defensa) Aminolreg (Herbitecnica) e U 46 0 Fluid 720reg (BAS F)

Em animais de laboratorio a miotonia e a sindrome mais caracteristica que

ocorre no envenenamento pelo 240 Esta associada ao aumento passivo do

influxo de K+ e diminui930 compensat6ria de CI ~ na condutancia nervosa

(OGA1996)

No homem ap6s a ingestao de doses elevadas a morte e precedida por

espasmos nos membros hipotonia muscular generalizada relaxamento dos

esfincteres diminuigao dos reflexos midrfase dispneia e coma profundo

Tambem ocorrendo disturbios cardiacos com fibrilag6es auriculares e as vezes

ventriculares responsaveis por posslveis 6bitos A necropsia revela ulceras

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 28: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

28

necroticas na mucosa oral e intestinal e altera90es hepaticas e renais com

hipertrofia epileliallubular

o 240 bern como os demais fenoxiacidos e inibidor da fosforilayao

oxidativa e tern a9030 loxica diretamente sobre as musculos estriados e uma

passlvel mas discutida a930 loxica sobre os nervos perifericos

(SCHVARTSMAN1991)

Esle herbicida induz a prolifera98o de peroxissomas hepaticas diminui as

niveis de lipidios sericos e aumenta a atividade da catalase (OGA 1996)

Nas exposiyoes ocupacionais sao comuns a irritac3o dos ethos da mucosa

nasal e oral 0 aparecimento de eruP90es cutaneas e alteralf6es urinarias

caracterizadas por oliguria hematuria e albuminuria

o efeila taxico indireto causado pelo 24D pode ser obs9rvado quando

aplicado em concentraifoes subtoxicas em determinados vegetais como a

beterraba aumentando a concentrayao de nitratos em vinte vezes 0 valor normal

o controle biologico das exposiyoes ocupacionais ao 240 pode ser

realizado pela determinayao do composto em amostras de urina Porem estudos

atuais nao permit em 0 estabelecimento de valores definidos como IBE (indice

Biol6gico de Exposiyao) Em exposi90es assintomaticas fcram constatados nfveis

urinarios de 24D de 40 a 100 mgL (LARINI 199394)

o tratamento nos casos de ingestao indica-se 0 esvaziamento gastrico

especial mente se for de doses superiores a 40 mgKg Na exposi9ao dermica

excess iva recomenda-se lavagem corporal

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 29: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

29

A hidrataltao do paciente e diurese forcada alcalina parecem medidas

eficazes assim aumentam a excreyao do taxieD e atenuam os efeitos da

mioglobinuria e a acidose metab6lica

Tratamento sintomatico e de suporte sao importantes e devem visar

especialmente a hipertermia acidose metabolica hipercalemia mioglobinuria e

disfunyao hepatica e renal

As drogas simpatomimeticas e epinefrina sao contra-indicadas pelos riscos

de possfveis disritmias cardfacas

o efeito herbicida do 24D relatado por Audus (1976) estabelece que

temperaturas marnas e intensidades altas de luz aumentam sua atividade E

relacionou tambem sua toxicidade aumentada a uma melhoria na atividade

fisiol6gica da planta Sendo a substancia mais efetiva quando a umidade do solo e

a temperatura sao favoraveis para 0 crescimento

Nao ha duvida de que a temperatura na hara da aplicaltfao do herbicida au

no momenta seguinte a aplicaltfao possa ter efeito critico mas a influencia de

temperaturas antes da ap1icaltf80 exceto a medida que par se relacionarem a

efeitos em longo prazo em pubescencia e formaltfao de cuticula deve ser

considerado como sendo questionavel A persistencia de 240 dentro da planta

nao eo aparentemente muito afetada pela temperatura apos a tratamento

A taxa de penetraltao do 24D foi aumentada a medida que intensidades de

luz aumentaram Audus (1976) considerou que a luz age diretamente abrindo

estomas e indiretamente apoiando a fotossfntese

ObseNou-se tambem uma absonao aumentada sob uma umidade relativa

alia A penetraltfao do herbicida cessa quando as gotinhas secam na folha Rastros

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 30: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

30

de chuva au orvalho poderiam aumentar a penetra9ao atraves de re-

umedecimento dos depositos

o nlvel de pH mais favoravel a urn efeito rapido atrav8S das folhas eSla em

torna de qualro

Acido 245- triclorofenoxiacetico (245 T)

E urn solido de cor parda soluvel no alcool e insoluvel em agua

Sua formula molecular e C H Cb 0 CHCO H

~HCIYCI

~4l-TtiChIOrophenolCfileticAcId(245-Ii

FIGURA 2 Formula eslrulural doherbicida 245T FONTE DisponivelemhttpwwwchemumnEduclass3306oldspring9596presentalionl245Tcompl245-_compVgif AcessQ em28mar200S

Os dados sabre intoxica9oes par 245T isolado sao confusos e conflitantes

Sendo mais relacionados aos seus contaminantes (TCDD) au a mistura com

oulras substimcias (24D)

o 245T deve determinar urn quadro taxieD semelhante ao produzido pelo

24D ou Dutro compostos fenoxiacidos enquanto os problemas mais graves

descritos devem ser relacionados a presenl(a do contaminante a dioxina

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 31: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

31

Segundo Audus (1976) a umidade relativa tern pouca ou nenhuma relaqao

com a entrada de 245T em mudas de algarobeira nem tao pouco islo af8tou 0

metabolismo ao contrario aos efeitos de umidade em 24D

A temperatura per outro lado tern urn 8feito profunda sabre a transposicao

base-petala E uma diminuiQao em umidade de terra foi associada com uma

diminuiQao em transposiQao de folhas para ralzes

A intensidade da luz afetau a absonao e transposiQao diferentemente em

varias especies lenhosas com absonao linear com intensidade elevada em

especies de madeira de pinho de folha lon9a e azevinho e curvilfneo em carvalho

de paste e carvalho de agua (AUDUS1976)

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 32: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

32

3 HISTORICO DO AGENTE LARANJA

o Agente Laranja nome c6digo para a faixa laranja que foi utilizada para

marcar os tam bores anda a produto era armazenado sando urn herbicida

desenvolvido para usc militar

FIGURA 3 Uliliza9ao do Agente Laranja no Vietna FONTEDisponfvel emhllplwwwredvoltairenetlarticie2537html Acesso

em 2Bmar200S

Quimicamente sua formula~aoe a mistura do 24 0 e 245 T Ambos

herbicidas fcram desenvolvidos como agente neutralizador de ervas daninhas nos

anos quarenta e eram efetivos contra plantas de folhas largas como 0 terrene

dense da floresta encontrado no sudeste asiatico

Embora a origem do produto datar as anos quarenta testes serios para

aplicacoes militares nao comecaram ate 0 inicio dos anos sessenta Sendo entao

testado no Vietna e levado para largamente ser utilizado durante 0 pico da guerra

(1967middot68) entretanto 0 seu uso foi diminufdo e descontinuado em 1971

Foram realizado testes nos Estados Unidos antes da sua introdu(fao para

uso no Vietna sendo executados em Fort Detrick Maryland Base da For(fa Aerea

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 33: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

33

de Eglin na Florida e Camp Orim em Nova lorque Outros testes loram

administrados na Tailandia no inicio dos anos sessenta

Hi algum tempo ecologistas que visitaram 0 Vietna para inspecionar as

areas afetadas sobre as consequenctas ambientais destas aplica((oes sendo

diffcil para ales fazerem qualquer afirmactao objetiva uma vez que nao estiveram

lei na epoca De acordo com Audus (1976) eles chegaram a conclus5es

relevantes

bull Aproximadamente 358 milh6es de acres foram borrifados pelo menos uma

vez e alguns duas vezes au mais

bull 75 dos herbicidas fcram utilizados em florestas internas Em areas que

fcram borrifadas somente uma vez 0 prejufzQ era geralmente Iimitado as

arvores altas anda a aplicaltao era mais freqCJente uma proponao maior de

arvores era prejudicada e afetando as camadas mais baixas de cobertura

bull Aproximadamente 260 mil acres de florestas de mangues foram afetadas e

severamente prejudicadas Uma aplca~ao geralmente matava todas as

arvores afetadas e ate agora houve pouca recoloniza~ao Urn perfodo de

cem anos para recolonizayao natural tem sido estimado ou vinte anos se

empreendida pelo hom em

bull Reslduos toxicos desapareceram rapidamente dos solos geralmente em

doze meses de aplica~ao na~ tem havido evidencia de laterizay80 ou

outros efeitos locais no status de nutrientes do solo como consequencia da

morte da vegeta8o

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 34: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

34

A dioxin a (2378 TCDD) tem side amplamente implicada como material

responsclvel par suposto afeila taxieD no homem e animais sando

detectada ern peixes e moluscos em areas de drenagem ou regi6es

tratadas

Sando evidente que eSls ralatorio entregue a Academia Nacional de

Ciencias dos Estados Unidos relata que a vegetatf8o foi afetada em urn curto

periodo de tempo em uma escala nunca registrada antes Os efeitos ecol6gicos

(nas florestas mangues habitat aquaticos) fcram muito severos e ha no relatorio

uma incerteza sabre a extensao do dana causado em 10ngo prazo

Apesar do Documento 38 do C6digo dos Estados Unidos proibirem

veteranos de guerra de processar 0 governo por danos sofridos enquanto no

Exercito as companhias que fabricavam 0 Agente Laranja (Dow Monsanto

Corporagao Diamond Sharmock Hercules Inc Uniroyal Inc Corporagao

Thompson de Substancias Quimicas) foram vitimas de uma atao judicial coletiva

registrada original mente em 1979 e estabelecido urn acordo ern tribunal em 1987

de cento e oitenta milh6es de d6lares Tentativas de processar os fabricantes sao

tentadas e tern sido proibidas pelos tribunals pOis para eles 0 assunto e res

judicata ou seja 0 assunto esta resolvido

35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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35

4 DIOXINAS

41 PROPRIEDADES FisICOmiddotQUiMICAS E FONTES

As dioxinas perlencem a urn grupo gene rico de organoclorados que

compreende aproximadamente onze mil compostos Sao elementos aromaticos

triciclicos e halogenados derivados do nucleo da dibenza-p-dioxina A mais

conhecida de todas e a 2378 tetraclorodibenzomiddotpmiddotdioxina (2378 TCDD)

reDO 2318 - TetradtlonllbenzodJaxln

CI 0 CI_(I~~-CI 0 CI

FIGURA 4 Formula estrulural da dioxina 2378reDO FONTE Disponivel emhtlpllwwwestrucplancomarArticulosidioxinasiimage002jpg Acesso em 28mar200S

A primeira dioxina clorada foi sintetizada em 1872 por Merz e Weith mas

sua estrutura naD S8 conheceu ate 1957 neste mesmo ana sintetizQu-se a 2378

tetraclorodibenzQ-p-dioxina (sendo uma das mais toxicas)

Sao compostos incolores inodoros solidos em temperatura ambiente

sendo quimicamente muito estaveis permanecem no solo e sedimentos durante

decadas e ate mesmo durante seculos Possuem uma elevada lipossolubilidade

associandomiddotse a oleos azeites e solventes organicos (facilitando sua

bioacumulagao) e ligeiramente soluveis em agua Sao termoestaveis possuindo

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 36: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

36

uma baixa pressao de vapor mas sao fotossensiveis A cromatografia 9a50sa e a

espectrometria 9a50sa sao as metodos analfticos basicamente utilizados

A TeDO possui uma meia-vida estimada no organismo de cinco a onze

anos sendo diferente entre as espEkies A absonao cutanea e muito restrita

contudo a oral pulmonar placentaria e a ocorrida durante a lactencia e muito

elevada

A dioxina e uma substancia qufmica allamente loxica Sua DLso em cobaias

06 megKg e a dose toxiea para 0 homem e estimada em 01 megKg

(SCHVARTSMAN1991)

As dioxinas sao substancias presentes como contaminantes nos

desfoliantes utilizados no Vietna (Agente Laranja) Elas apareeem basieamente

na queima de produtos que contem cloro Sua origem habitual e da incinerayao de

residuos urbanos e hospitalares fabricay8o de papal (branqueamento realizado

com eloro) herbicidas desfoliantes desinfetantes PVC (poli eloreto de vinila)

produQao de metais a alIas temperaturas ha gerayao de dioxinas tam bern durante

os processos de combustao de borracha e produtos petroliferas incluindo os

gases pravenientes de motores a gasolina com ou sem chumbo e com ou sem

conversores cataliticos

43 GENERALIDADES

A toxicidade destes produtos quimicos eSla reconhecida pela OMS

(Organiza9ao Mundial da Saude) sendo publieado em 16 de janeiro de 1998 um

informe incluindo as dioxin as como carcinogenos ambientais

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 37: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

37

A dioxina e hoje considerada a mais violenta substancia criada pelo

hom em seu grau de periculosidade ultrapassa ate 0 urimia e a plutonio Se

rnoleculas de cloro estejam onde estiverem sao submetidas a alIas temperaturas

em presencade materia organica alguns tipos de dioxina sefao gerados

Muitos pafses europeus e a Japao julgavam que a queima de seus lixos era

a solulttao tecnicamente perfeita para S8 desfazerem das montanhas de lixo

domestico existentes e constantemente gerada Julgavamiddotse que dioxinas

pudessem S8r destruidas a 800degC entretanto descobriu-se que no resfriamento

dos gases em combustao em determinada faixa de temperatura slas

reapareciam

42 EPISODIOS DE CONTAMINAcAo COM DIOXINAS

Em estudos realizados em Seveso (Italia) vinte anos ap6s urn acidente

ocorrido em 1976onde uma grande area foi amplamente contaminada com

dioxinas observou-se urn aumento significativ~ dos casos de cancer na

populagao alem de casos de diabetes (principalmente em mulheres) e patologias

cardiovasculares

Em Paris (Franlta) houve urn aumento na incidemcia de sarcoma de tecidos

brancos e linfoma Nao-Hodghins na populaqao que residia nas proximidades de

uma incineradora de reslduos s6lidos urbanos

Foi realizado urn estudo retrospectivo ao perfodo de 1939 a 1992 com

21863 trabalhadores de doze parses expostos a fenoxi herbicidas contarninados

com TCDD Os resultados obtidos demonstrararn urn aumento de cases de

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 38: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

38

cancer diminuicao de testosterona aumentos dos nlveis de FSH (Harmonia

Folieulo Estimulante) e LH (Hormonio Luteinizante)

Urn estudo realizado pelo Ministerio da Sauda Japones realizado com 415

mulheres que tiveram filhes em 1998 descobriu que 0 leite materna eonism

aproximadamente 222 picogramas de dioxina par grama de gordura urn mes apes

o nascimento Urn bebe pode consumir entao 1036 picogramas par dia Na

Europa tambem S8 realizaram analises e verificoumiddotse a presenca de dioxinas em

leile materna

Entre 1971 e 1982 em Missouri (Estados Unidos) oeorreu uma grande

contaminagao com dioxinas em areas com continham cavalos Entao estudaram

gestacoes e partos nas mulheres residentes nesla area observando-se urn ligeiro

aumento no risco de morte fetal e pos-nascimento baixo peso ao nascer e

diferentes defeitos fetais

Especialistas britanicos em toxicologiaentre eles John Henry afirmam que

o tipo de dioxina utilizada para envenenar 0 Hder da oposilttao ucraniana Viktor

Yushenko em 2004 foi a mesma presente no Agente Laranja ou seja a 2378

TCDD Em exames realizados observou-se 0 segundo mais alto nfvel de dioxina

registrado em humanos seis mil vezes maior do que 0 normal 0 envenenamento

causou a Viktor Yushenko deformaltt6es faciais (dermatites acneiformes) e

constantes dores nas costas

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 39: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

39

FIGURA 5 Viktor Yushenko(dermalites acneiformes) FONTEDisponivel em httpnoliciaslerracombrmundointernalOOI440899-EI310OOhtmlAcesso em 02fev2005

Ha alguns anos atras pafses europeus entraram em panico (especialmente

a Belgica) que descobriram em seus alimentos principalmente os derivados do

leite tra905 de dioxina

A descoberta de nlveis alarm antes de contaminayao de leite per dioxina na

Alemanha levou suas autoridades a suspender as importa90es de farelo de polpa

citrica do Brasil Sendo que eSla farelo era largamente usado como parte da rayao

do gada europeu foi apontado como a causa da contaminayao Assim a

Comissao Europeia proibiu os parses europeus de importarem 0 produto brasileiro

ate que houvesse garantias de que nao estava mais contaminado e fosse revelada

a causa da contamina=ao Oescobriu-se entao que a cal utilizada pela empresa

para neutralizar 0 farelo de polpa cftrica estava contaminada por dioxinas sendo a

cal proveniente da Industria Petroquimica Solvay (multinacional de origem belga)

Em 1998 foram detectados niveis altfssimos de dioxina no leite produzido

no estado alemao de Baden- Wuttemburg (sudeste da Alemanha) sendo entao

retirado do mercado

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 40: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

40

45 EPIDEMIOLOGIA

o Agente Laranja apresenta a problema epidemiologico mais complexo

que ja S8 imaginou Pois para determinar entre milh6es de veteranos do Vietna

quais fcram expostos qual 0 grau de extensao equal 0 dana (S8 houver)

result ante daquela exposiltao e muito dificil

Algumas das dificuldades encontradas e que uma estimativa de dois

milh5es e meio entre hom ens e mulheres serviram no Vietna E deslocavammiddotse

mudando de area com grande frequencia

A exposigao e ditleil de ser quantificada com precisao pois epidemiologia

significa que a pessoa leve a oportunidade de cantata de alguma maneira com a

substancia quimica Eo cantata pode ser direto ser borrifado fisicamente com os

produtos ou ainda em oportunidades mais remotas como cantata pelo ar

alimento au cadeia de agua

Uma outra dificuldade e quanta ao grau de exposictao muitas vezes

chamado de dose-fator de resposta Para calcular 0 efeito a saude de uma

exposiyao em quantidade freqOencia e durayao da mesma

E tambem muitas doenyas inclusive a cancer tem perfodos de lalencia

extremamente longos Entao existe a possibilidade de uma pessoa ser exposta a

uma toxina (dioxina) e nao ter efeito daquela exposictao manifestado durante vinte

anos au mais Enlretanto uma pessoa pode ter tido cantata com oulros falores

adicionais no lugar de trabalho au no meio ambiente Sendo extremamente diffcil

avaliar e separar estas exposiyoes misturadas ao procurar a fonle da doenya

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

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Page 41: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

41

5 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO AGENTE LARANJA

As patologias que serao descritas a seguir sao relacionadas ao cantata com

a contaminante enconlrado no Agente Laranja ou seja a dioxina (TCDD)

Demonstrando em animais de laboratorio sua acao teratogenica mutagenica e

carcinogenica

Sendo os principais efeitos clfnicos observados a cloracne doenlaquoa de

Hodgkin Linfoma NaomiddotHodgkin hepatomegalia disturbios do metabolismo da

porfirina disturbios neurologicos e musculares

51 CLORACNE

Cloracne e urn e1eil0 humane universalmente ligado a exposiltao a dioxina

sendo considerada urn sinal clinico de exposicao

A severidade e ataque abrupto de cloracne seguem uma curva de dose

res posta As les6es sao notavelmente persistentes e resistentes a regimes de

tratamento de acne tradicionais Observou-se que a durac8o media de cloracne

residual seria de vinte e seis anos segundo estudo realizado em urn grupo de

trabalhadores que presenciaram urn acidente industrial

Apresenta-se como erupc8o caracterizada pelo aparecimento na pele de

cistos e bolhas de coloracao amarelo-palida au escura e pustulas que podem

persistir por varios anos Seu conteudo tern muitas vezes odor desagradavel

(SCHVARTSMAN1991)

As les6es sao mais comuns na regiao malar pas-auricular pesco90 tronco

genitais e membros superiores Aparecendo raramente nas maos pernas e pes

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 42: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

42

FIGURA 6 Cloracne (bra90)FONTE Disponivel emhllplwwwproleccioncivil-andaluciaorgIGraficosOocumentosSevesoCloracne4jpg Acesso em28mar2005

52 DOEN9A DE HODGKIN

Esta doen((a envolve a prolifera~ao de uma forma atipica de celula Iinf6ide

que ate recentemente era de diffcil categorizactao e chamada de celula de Reed-

Sternberg

Mas estas celulas podem ocasionalmente ser encontradas em outras

condit6es como mononucleose infecciosa e linfomas nao-Hodgkin Assim para

urn diagnostico preciso da doenQa de Hodgkin depende de caracterfsticas

adicionais das calulas e da arquitetura do tecido (HARRISON et ai 1998)

Sua manifestacao clfnica e com 0 aumenlo de volume de urn unico

linfonodo ou de urn grupo de linfonodos Macroscopicamente as Iinfonodos

afetados estao aumentados de volume geralmente com ate dois centlmetros de

diametro

A doen~a nao tratada resulta em dissemina~ao para os linfonodos

adjacentes e envolvimento do ba~o Hgado pulmoes e medula ossea

43

A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

como a tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica sao utilizadas para

determinar grupos de linfonodos aumentados de volume e infiltracao do baco e do

figado A bi6psia hepatica permite a avaliacao do envolvimento hepatico e a

puncao de medula 6ssea e empregada para determinar 0 grau de infiltrayao

medular (STEVENS 1998)

Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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A doenca e inicialmente diagnosticada pela biopsia de linfonodos Exames

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Dependendo da intensidade da resposta do hospedeiro a Doenca de

Hodgkin (DH) pode ser classificada em quatro subtipos DH com predominancia

linfocitaria DH com celularidade mista DH com esclerose nodular e DH com

deplecao linfocitaria

Ap6s bi6psia e classifica9ao histopatol6gica da DH e necessaria definir a

extensao da doenya que e essencial para a selecao da terapia

Varios tipos de calulas de Reed-Sternberg (RS) foram descritossendo

relacionadas aos subtipos da doenca

As celulas de RS classicas sao binucleadas semelhantes a olhos de coruja

(DH com celularidade mista e esclerose nodular) As calulas RS mononucleares

podem 5er encontradas em qualquer tipo de DH principalmente na de

celularidade mista As celulas de RS pleom6rficas possuem nucleos

hipercromaticos grandes e sao maiores do que outros tipos de celulas de RS

encontradas na depleltao linfocitaria e esclerose nodular As celulas lacunares sao

circundadas por urn espalto artefatual nos cortes histol6gicos e sao

caracteristicamente encontradas na esclerose nodular A variante das celulas de

RS encontrada na forma de predominancia linfocitaria e denominada de variante

44

linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 44: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

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linfocitica histiocitica (celula em pipoca devido ao contorno lobulado de seu

nltleleo)

A malaria dos pacientes que apresentam doenca de Hodgkin tsm pouco au

nenhum sintoma relacionado a doenca Entretanto entretanto de 25 a 30 dos

pacientes tern alguns sintomas constitucionais sendo 0 mais comum a febre

baixa que pode associar-se a sudorese noturna recorrente Outro sintoma

importante e a perda de peso inexplicada de mais de 10 ao longo de seis meses

au menos Sendo tarn bam fadiga mal-8slar e fraqueza sintomas encontrados

(HARRISON el aI 1998)

Com tratamento apropriado cerca de 85 dos pacientes com DH sao

curaveis A radioterapia pade curar mais de 80 dos pacientes com DH

localizada Foram desenvolvidos tres campos de radiatao para cobrir as provaveis

localizac5es da doenca campo do manto (9anglios linfaticos submandibulares

cervicais supraclaviculares infraclaviculares axilares mediastinais e hilares)

campo para6rtico (processos transversos dos corpos vertebrais abdominais e

bato) e campo pelvico (ganglios ilfacos comuns hipogatricos ilfacos extemos e

inguinais)

A quimioterapia com a combinatao de mecloretamina vincristina

procarbazina e prednisona produz redutao completa em 85 a 90 dos casos

Na DH a fosfatase alcalina leucocitaria costuma estar aumentada nas

formas ativas da doenca 0 VHS (Volume de Hemossedimenlacao) apresenla-se

aumentado (em especial nos surtos agudos) Na medula 6ssea as vezes sao

encontradas celulas de RS Quando realizado 0 adenograma 0 achado de celulas

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

Page 45: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

45

grandes e decisivo (40-50 1-1)com nucleo multilobulado com nucleolos gigantes e

proloplasma azul (calulas de RS) (GORINA 1996)

FIGURA 7 CEllula de Reed-SternbergFONTE Disponvel em httpwwwthecrookstoncollectioncomiColleclionlmedslinesiSlidesfReed-Sternberg-celljpg Acesso em28mar2005

53 LlNFOMAS NAO-HODGKIN

Eles podem ser classificados em nodais (tum ores com origem nos

linfonodos maio ria dos casas) e 8xtranodais (tum ores originarios de grupos

especializados de celulas Iinf6ides)

A maioria dos linfomas extranodais surge em celulas Iinf6ides

especializadas associadas ao epih~lio e alguns cases sao encontrados nos

intestinos enos pulmoes Quiros S8 desenvolvem em orgaos que normalmente

nao contem populacao linf6ide como os testiculos e a tire6ide Os linfomas

tam bern podem se desenvolver no cerebra e na pele como doenca primaria

(STEVENS 1998)

Mais de dois tercos dos pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta-se

com linfadenopatia periferica persistente indolor

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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Page 46: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

46

Os sintomas mais comuns sao inchaco dos linfonodos no peSCDyD virilha

au axila Qutros sinais tambem podem ser caroeros pequenos na pele erupcao

cutanea tonsilas aumentadas au urn inchaco em alguma parte do abdomen

Podendo acorrer febre fraqueza dor 6ssea e perda de apetite

o comprometimento de ganglios retroperitoniais mesentericos e pelvicos ecomum na maioria dos subtipos histo16gicos de linfoma nao-Hodgkin Entre 25 e

50 dos pacientes apresentam-se com infiltrayao hepatica

A evolucao desta doenca e muito variavel A conduta convencional para a

maio ria dos pacientes e que eles podem ser observados com piora e melhora da

doenya durante uma media de Ires anos sem necessidade de terapia

(HARRISON et aI 1998)

Quando 0 tratamento e iniciado este linfoma e muito sensfvel aquimioterapia com agente unico e em combinagao As taxas de resposta completa

de pacientes nao-tratados anteriormente a agentes alquilantes isolados como

ciclofosfamida au 0 clorambucil variam de 30 a 60

o hemograma de pacientes com linfoma nao-Hodgkin apresenta anemia

moderada e trombopenia leucocitose ou leucopenia (de acordo com a tipo e a

fase) predomlnio de celulas mononucleares linf6ides atfpicas (variaveis de acordo

com a classe do linforna) e eosinofilia (GORINA 1996)

47

FIGURA 8 Linfoma nao-Hpdgkin FONTEDisponfvel em httpwwwanlicorposcombrimagensJA_cd30_1jpg Acesso em28mar2005

54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

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Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

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Page 47: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

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54 PORFIRIA CUTEANEA TARDIA

Esta doen~a e mais comum em hom ens do que em mulheres e produz

lesoes expostas do corpo Esta freqOentemente associada ao alcoolismo au

doenta hepatica e apos a exposictao a substancias qufmicas incluindo di e

triclorofen6is e 2378 TCDD

Tipicamente os pacientes com porfiria cutanea tardia apresentam lesac

hepatica e exibem alto risco de carcinoma hepatocelular Estes carcinomas naD

produzem porfirinas

Na porfiria cutanea tardia a URO-descarboxilase hepatica apresenta-se

deficiente As porfirinas estaa aumentadas no figado no plasma na urina e nas

fezeso nivel urimirio de ALA pode estar ligeiramente elevado(HARRISON et

al1998)

Predisposicao genetica pode fazer parte de alguns casos 0 metabolismo

do ferro pode ser normal jil que na maioria dos pacientes tern siderose hepatica

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

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WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

Page 48: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

48

As manifestacoes cutaneas comecam como areas de eritema com

vesiculas ou bolhas que ocorrem em porcoes expostas do corpo Crostas e

cicatrizes S8 desenvolvem seguidas de cicatrizayao As vesiculas e bolhas

normalmente sao muito evidentes em tempo ensolarado particularmente no fim do

verao e inicio do Dulona Em casas graves sem tratamento mudancas

desfiguralivas podem acontecer nas orelhas nariz e dedos

FIGURA 9 Poriiria Cutanea Tardia (mao)FONTEDisponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishiencyimagesencyfullsize2573jpg Acesso em28mar2005

Outras caracteristicas incluem hipertricose e hiperpigmentayao sobretudo

da face bern como espessamento fibrose e calcificagao lembrando as alterac6es

cutaneas da esclerose sistemica(HARRISON et al1998)

A cloracne produz uma reacao nesta doenga que pode incluir febre

cefaleia dor abdominal v6mito e urina vermelha

No tratamento uma resposta completa frequentemente pode ser obtida com

flebotomias repetidas para reduzir a ferro hepatico E necessaria acompanhar

49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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59

MANUAL DE CAMPANHA C 3-4 Defesa contra os ataques quimicos biol6gicos enucleares 1ed Editado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

MANUAL DE CAMPANHA C 3-5 Operalt5es quimicas biol6gicas e nucleares 1edEditado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

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WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

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49

rigorosamente os niveis de hemoglobina e hemat6crito e a ferrina serica para

avitar 0 desenvolvimento de deficiencia de ferro e anemia

A porfiria cutanea tardia tambem pode ser tratada com cloroquina ou

hidroxicloroquina que formam complexos com as porfirinas em excesso

promovendo sua excrecao

A bi6psia hepatica revela alterac5es morfologicas da doeny8 de base e

fluorescencia a luz ultravioleta Com frequencia estao aumentados 0 ferro serico e

a saturacao de transferrina Na urina ha urn aumento acentuado de uroporfirina

(WALLACH1986)

55 MIELOMA MULTIPLO

o mieloma multiplo representa uma proliferatao maligna dos plasm6citos

derivada de urn unico clone

as plasmocitos crescern na medula substituindo difusamente 0 tecido

hematopoietico normal Esta expansao pode causar as lesoes liticas e do res

6sseas em quase 70 dos pacientes A dor costuma envolver as costas e as

costelas e ao contra rio da dor do carcinoma metastatico que costuma piorar a

noite e precipitada pelo movimento Assim sendo a destruicao 6ssea pode

provocar hipercalcemia e fraturas patoJ6gicas (geralmente nas vertebras costelas

crania e pelve) (HARRISON et aI 1998)

o segundo problema cHnico mais comum e a susceptibilidade a infeccoes

bacterianas Sendo as mais comuns as pneumonias e as pielonefrites Os

pat6genos mais frequentes sao Staphylococcus pneumoniae Staphylococcus

50

aureaus e Klebsiella pneumoniae nos pulm6es e Escherichia coli e Qutros gram-

negativos no Irate urinario

Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

Acido Cianidrico Disponivel em hllpllptwikipadiaorgwiki Acesso em 28mar2005

Agenl Orange Websile Disponivel emhllpllwwwlewispublishingcomorangehlmAcesso em 021ev2005

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Celula Reed-Sternberg Disponivel emhllp11 wwwthecrookstoncollectioncomColiectionmedslinesSlidesReed-Sternberg-celljpg Acesso em 28mar2005

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DANTAS G F CIA estuda gas paralisante BZ desde 0 inicio da decada de 1960 2002Oisponivel em httpwwwvivacienclacombrvivaciencial03_01_001asp Acesso em06abr2005

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GORINA A B A clinica e 0 laborat6rio 16ed Rio de janeiro Editora Medsi 1996SS6p

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Em quase 25 dos pacientes com mieloma verifica-se insuficiemcia renal A

causa mais comum desta insuficiencia a hipercalemia Depositos glomerulares de

amil6ide hiperuricemia infec~6es de repeti~ao e a infiltracao ocasional dos rins

par celulas do mieloma podem contribuir para a disfuncao renal

As celulas sintelizam cadeias monoclonais de imunoglobulina que

acumulam no sangue e podem ser detectadas como bandas monoclonais na

eletroforese do soro

As cadeias livres da imunoglobulina monoclonal excedente podem ser

filtradas nos glomerulos para serem eliminadas na urina quando podem ser

detectadas como protefnas de Bence-Jones

As concentra~6es elevadas de protefna no sangue sao responsaveis par

urn VHS elevado como resullado da forma~ao de rouleaux (WALLACH1986)

FIGURA 10 Forma9ao de rouleaux FONTEDisponivel em httpimagebloodlineneVstoriesstoryReader$1222 Acesso em 28mar2005

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

Page 51: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

51

Embora ocorram sintomas neurol6gicos em uma minoria dos pacientes

ales podem tsr muitas causas A hipercalcemia pode provocar letargia fraqueza

depressao e confusao A hiperviscosidade pode causar cefaleia cansato

disturbios visuais e retinopatia

A avaliaQao clfnica dos pacientes inclui 0 exame cuidadoso para pesquisar

assos e massas dolorosos

o diagnostico baseia-se no exame do aspirado de medula ossea que

apresenta excesso de plasmocitos Tendo como apoio para diagnosticar 0

mieloma multiplo a detecQao de uma banda monoclonal de imunoglobulina na

eletroforese de proteina do soro e de proteinas de Bence-Jones na urina

FIGURA 11 Lamina de mieloma multiplaFONTE Disponfvel em httpwwwtempomedicoitiimm99651taligilAcesso em28mar20D5

Quando se suspeita da presenca da proteina de Bence-Jones pode-se

fazer um teste seletivo que utilize as propriedades de solubilidade caracterfsticas

dessa protefna Diferentemente das demais que coagulam e assim permanecem

quando expostas ao calor esta protefna coagula entre 40 e 60degC e se dissolve

quando a temperatura atinge 90 a 100degC (STRASINGER 1991)

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

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Page 52: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

52

No hemograma apresentaMse anemia normocftica e normocromica em 60

dos pacientes Leucemia mielomonocftica aguda freqOentemente precedida pel a

anemia sideroblastica refrataria e muito vista

o calcio serica e aumentado em 25 a 50 dos casas 0 f6storo serica ehabitual mente normal E a fosfatase alcalina do soro e geralmente normal ou

ligeiramente aumentada

A maioria dos pacientes necessita de intervencao terapeutica Geralmente

esse tratamento e de dois tipos qUimioterapia sistemica (para controlar a

progressao do mieloma) e cuidados de suporte sintomaticos (para prevenir

morbidade grave par complica90es da doen9a) 0 tratamento padrao consiste em

pulsos intermitentes de urn agente alquilante ciclofosfamida e prednisona

(HARRISON et ai 199B)

56 EFEITOS EMBRIOTOXICOS E TERATOGENICOS

o grupo fenoxis de herbicidas (24D e 245T) em baixa concentra9ao induz

ao crescimento de modo similar aD hormonia auxina da planta Em concentra90es

elevadas estes herbicidas causam urn crescimento excessive e descontrolado

que leva a morta da planta

Segundo Audus (1976) foi observado efeitos teratogenicos e embriotoxicos

em rates e avos de galinha mas ainda esla em discussao S8 a ap1ica980 externa

tern algum efeito sabre avos ferteis

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

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MIDIO A F Herbicidas em alimentos Sao PauloLivraria Varela Llda 1997 109p

Mieloma Multiplo Disponivel em httptempomedicoitiimm996S1taligif Acesso em28mar200S

Mieloma Multiplo Disponivel em httpwwwhemonlinecombr44361gif Acesso em28mar200S

Mieloma Multiplo Disponivel em httpwwwdraheloisahpgigcombrmm494gifAcesso em 28mar200S

MIGUEL N C 0 DE BRITO-GITIRANA L Hepatic alterations in giant bullfrog inducedby Tordon 24D Braz J Morphol Sci v1S n1 p 49-57 1998

OGA S Fundamentos de Toxicologia Sao Paulo Atheneu 1996 S1Sp

PAULINO C A PALERMO NETO J Effects of acute 24 dichlorophenoxyacetic acidintoxication on some rat serum components and enzyme activities Brazilian J MedBioi Res p19S-198 1991

Parfiria Cutanea Tardia Disponfvel em httpwwwnlmnihgovmedlineplusspanishencyimagesencyfulisize2S73jpg Acesso em28mar200S

RANG HP et al Farmacologia 3ed Rio de Janeiro Guanabara-Koogan 1995 692p

RODRIGUES M Quimica Antiga e Moderna Editora Moderna Online 2005 Disponivelem httpwwwmodernacombrquimicalquimica_amqmodernal0005 Acesso em28mar200S

SARIN Disponivel em httpwwwcriptoniohpgigcombrlsarinhlm Acesso em02fev200S

SCHVARTSMAN S Intoxica90es Agudas 4ed Sao Paulo Sarvier Editora de LivrosMedicos Llda 1991 3SSp

SILVA P Farmacologia 5 ed Rio de Janeiro Guanabara-Koogan 1998 1314p

STRASINGER S K Uroamiise e Fludos Biol6gicos 3ed Sao Paulo Editorial Premier1998233p

60

Veneno de Yushenko e mesma do Agente Laranja 2004Notfcias Terra Disponfvel emhllpllnoliciaslerracombrmundofinlernalOOI440899-EI310OOhlml Acesso em02fev200S

WALLACH J Interpretacao das exames de laboratorio 4ed Rio de Janeiro EditoraMedsi Llda 1989721 p

Page 53: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

53

Fai realizada uma pesquisa na Argentina (pais que utiliza em grande escala

as herbicidas 24D e 245T) investigando 0 provavel efeilo de aplicaoes exlernas

em evos ferteis de galinha

as resultados obtidos com esta pesquisa foram que 0 choco de pintinhos

dos avos tratado com 240 mostrou diferentes anormalidades como a fusao das

vertebras do pesco~o disfunQoes metcras e posturais com deslocacao da

articulaQao da coxa e garras torcidas 0 que implica em disfunQao neurol6gica

como alteraQoes cerebrais qufmicas e bioqufmicas

57 EFEITOS SOBRE A ATIVIDADE ENZIMATICA

Esludos realizados por Paulino e Palermo - Nelo (1991) no Cenlro de

Pesquisas em Toxicologia Veterinaria da Universidade de Sao Paulo sabre os

efeitos da intoxicagao aguda par 240 em enzimas de importancia obtiveram como

resultado 0 seguinte

bull Niveis de soro de lactose desidrogenase fosfatase alcalina e creatinina

aumentaram de 1 para 4 em 5 8 e 24 horas ap6s adminislraao de 24D

Os nfveis de aspartato e alanlna transferase foram maiores apenas nas 8 e

24 horas

Niveis de amilase fcram aumentados somente 8 horas ap6s a

administracao e entao retornaram aos niveis normais

Em contraste houve reducao dos nfveis de proteina total glicose e

albumina

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

fragmentos do ffgado de ra-touro-gigante (Rana catesbiana) atraves de estudo

rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E OBRAS CONSULTADAS

Acido Cianidrico Disponivel em hllpllptwikipadiaorgwiki Acesso em 28mar2005

Agenl Orange Websile Disponivel emhllpllwwwlewispublishingcomorangehlmAcesso em 021ev2005

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MANUAL DE CAMPANHA C 3-4 Defesa contra os ataques quimicos biol6gicos enucleares 1ed Editado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

MANUAL DE CAMPANHA C 3-5 Operalt5es quimicas biol6gicas e nucleares 1edEditado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

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Page 54: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

54

De acordo com as resultados obtidos observoumiddotse que a intoxicaQao aguda

com 24D rompe niveis de sora de varias enzimas e componentes que sao

considerados indicadores de lesac de tee ida Estas alteraQoes refletem

principalmente lesao de tecidos hepaticas e musculares induzidos pelo herbicida

mas toxicidade pancreatica e de rim tambem podem ter ocorrido

Esle estudo foi realizado com rates Wistar da propria colonia da

Universidade de Sao Paulo

58 EFEITOS DO 240 NO HEPATOCITO

Miguel e De Brito-Gitirana (1998) observaram 0 efeito do 24D sobre

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rotineiro pela microscopia eletr6nica de transmissao

Os peroxissomas hepaticas foram visualizados ap6s incuba9ao com 33middot

diaminobenzidina em meio alcalino E a analise ultraestrutural revelou mudan9as

progressivas no hepatocito induzidas pela droga

Apos duas semanas foi observada alteral(ao da morfologia usual des

retfcules endoplasmaticos Iiso e rugoso Houve redu9ao dos granulos de

glicogemio associ ado ao aumento da frequencia dos lisossomas Goticulas de

lipfdios tambem fcram observadas nos hepatocitos

Apos quatro semanas occrreu urn aumento significativo do glicogenio

associado com um grande numero de peroxissornas e mitoc6ndrias E as

gotlculas de lipidios tornaram-se mais abundantes

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

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possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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58

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Page 55: Fabfola Fatima Flores ARMAS QUfMICAS: COM ENFASE AO E … · por meio do efeito quimico sobre processos biologicos, possam causar a morte, perda temporaria de fun~6es vitais, ou ainda,

55

o estudo concluiu que 0 24D e capaz de induzir alteratoes ultraestruturais

no hepatocito de Rana catesbiana

56

6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

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possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

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Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

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DANTAS G F CIA estuda gas paralisante BZ desde 0 inicio da decada de 1960 2002Oisponivel em httpwwwvivacienclacombrvivaciencial03_01_001asp Acesso em06abr2005

DAUENHAUER K Vietn bullbull 0 agente laranja continua matando Ambiente Global 2005Disponivel em hllp11 www2uolcombr ambienteglobalsitel reportagenslultnoVul1865u244shl Acesso em 02fev2005

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DIOXINA Disponfvel em httpJwwwmjuestoxicologiaJdioxinashtm Acesso em04out2004

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DUFFARD R TRAINI L Embryotoxic and teratogenic effects of phenoxy herbicidesActa physiol Pharmacollatinoam p39-42 1981

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59

MANUAL DE CAMPANHA C 3-4 Defesa contra os ataques quimicos biol6gicos enucleares 1ed Editado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

MANUAL DE CAMPANHA C 3-5 Operalt5es quimicas biol6gicas e nucleares 1edEditado pelo Estado Maior do Exercito Brasileiro 1987

MIDIO A F Herbicidas em alimentos Sao PauloLivraria Varela Llda 1997 109p

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6 CONCLUSAO

Atraves da pesquisa observou-se que apesar de 0 Agente Laranja ter sido

sintetizado com fjnalidade belica ainda e utilizado em nossas lavouras como agente

herbicida

Com a estudo realizado tambem S8 verificou a ausencia de uma analise

toxicologica voltada para 0 diagnostico precoce quando S8 trata dos herbicidas 240 e

245T e da dioxina 2378TCDD a exemplo do que existe para os organofosforados

carbamatos e a pentaclorofenol Dificultando assim a diagnostico sendo que as

marcadores laboratoriais existentes observam-se apenas apes a dana ter ocorrido e

possuem pouca au nenhuma especificidade para a exposiyao

Contudo em funlaquoao do risco apresentado it sua exposilttao peden do ocorrer a

aparecimento de efeitos embriot6xicos e teratogenicos alem de outras patologias

citadas sua utilizactao deveria ser melhor avaliada e sempre que possivel substituida

par outro agente mais seguro tanto para a hom em Quanta para 0 meio ambiente

Como 0 risco apresentado e maior ao beneflcio da utilizactao destes herbicidas a

melhor maneira de evitar sua contaminayao e a erradicayao do seu usa

57

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