Fabiana Lopes Ferreira Fatima Evaldt Giovana Faria Janete ... A gestão de pessoas é caracterizada...
Transcript of Fabiana Lopes Ferreira Fatima Evaldt Giovana Faria Janete ... A gestão de pessoas é caracterizada...
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 1
BENEFÍCIOS FLEXÍVEIS: INTENÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO E EXPERIÊNCIAS DE
QUEM JÁ IMPLEMENTOU
Fabiana Lopes Ferreira
Fatima Evaldt
Giovana Faria
Janete Tews
Joice Gomes Costa Antunes
Leonice Link Persch
Patrícia Eloisa Rech
Priscilla Martins
Rafaela Spier Becker
Vitor Hugo Comerlato
Resumo
Como uma forma de manter a competitividade das empresas e a motivação de seus
profissionais, o setor de Recursos Humanos vem sendo desafiado a buscar soluções criativas de
remuneração. Uma das estratégias utilizadas são os programas de remuneração indireta, mais
especificamente, os benefícios flexíveis. Desta forma, o presente artigo teve como objetivo
apresentar experiências de empresas no processo de implementação de benefícios flexíveis,
suas dificuldades e resultados obtidos. Foram investigadas empresas que ainda não
implementaram buscando identificar se existe interesse e quais seriam os maiores empecilhos
para tal. A pesquisa foi qualitativa e de natureza exploratória e descritiva, com aplicação de um
questionário semiestruturado. Os resultados da pesquisa apontaram como pontos positivos a
justiça na remuneração, a satisfação/motivação, atração e engajamento dos profissionais. Como
pontos negativos, observou-se um acréscimo de custo no primeiro momento. Das empresas que
não implementaram um plano de benefícios flexíveis, notou-se que 100% dos respondentes
conhecem o modelo mas não estão preparados para a implantação, justificando dificuldades no
que tange à aspectos legais, a possível resistência dos profissionais, aprovação do planejamento
de custos e a falta de aderência do plano em detrimento à cultura organizacional.
Palavras-chave: Remuneração Estratégica, Recursos Humanos, Benefícios Flexíveis.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, pacotes de compensação sofreram evoluções, incluindo “regalias” e
benefícios que não eram ofertados na geração passada (AYACHE, NAIMA, 2014). Há a
necessidade de as organizações progredirem a fim de se manterem competitivas, a fim de atrair,
reter e motivar as pessoas através do desejo delas, buscando o comprometimento com o sucesso
da empresa, através de um sistema de compensação flexível completa, repensando,
redesenhando e construindo práticas de benefícios (AYACHE, NAIMA, 2014).
Os pacotes de benefícios sociais são constituídos de facilidades, serviços, vantagens e
conveniências ofertados aos funcionários, a fim de suprir as suas necessidades, sejam elas
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 2
fisiológicas, de segurança, sociais e de auto realização, em sequência cronológica
(CHIAVENATO, 2009). Os programas com essa finalidade desempenham um papel
fundamental para o alcance das metas empresariais (GROSS; FRIEDMAN, 2004), apóiam a
estratégia dos negócios (LAWLER III, 2000; CARRAHER et al., 2003; GROSS; FRIEDMAN,
2004; COHEN apud BABCOCK, 2005) e contribuem para efetividade organizacional
(LAWLER III, 2000).
Williams (et al., 2006) afirmam que a ausência de benefícios adequados e um programa
de recompensa eficiente para os funcionários contribui para a sua insatisfação. Esta condição
atitudinal poderá ocasionar determinados impactos na organização, pelo fado de os funcionários
estarem mais centrados nos seus benefícios e não estarem atentos aos indicadores de
lucratividade da companhia (AYACHE, NAIMA, 2014).
O objeto do estudo propõe, por meio de pesquisa qualitativa e quantitativa, apresentar
opiniões de empresas que possuem o plano de benefícios flexíveis, e de empresas que não
possuem o plano em sua estrutura, verificando os possíveis prós e contras no emprego de tal
ferramenta, identificando tendências que emerjam do cruzamento dos dois grupos de
respondentes.
Para tanto, o artigo divide-se em quatro seções: a primeira apresenta o referencial
teórico, abordando inicialmente o recorte teórico de Recursos Humanos, aprofundando
posteriormente no conceito de salário, remuneração, delimitando-se por fim no tema de
benefícios flexíveis. A segunda seção expõe a metodologia utilizada, seguindo após para os
resultados da pesquisa e análise dos dados coletados, onde emergiram palavras-chaves oriundas
do cruzamento das entrevistas realizadas, trazendo à quarta seção, nas considerações finais,
reflexões sobre a prática da ferramenta de benefícios flexíveis e possíveis contribuições para
futuros estudos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Recursos Humanos
Segundo Mascarenhas (2011), a gestão de pessoas pode ser conceituada como
mobilização, orientação, direcionamento e administração do fator humano no ambiente
organizacional, observando-se as diversidades dessa gestão em diferentes contextos
organizacionais. A gestão de pessoas é caracterizada por Dutra (2002) como um conjunto de
políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre pessoa-organização, de
modo que ambas possam realizá-las ao longo do tempo. Gheno e Belitz (2011) apud Boudreau
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 3
e Milkovich (2000), conceituam Recursos Humanos como uma série de decisões integradas,
formando as relações de trabalho, sendo que a qualidade do sistema de RH influencia a
capacidade da organização e de seus empregados em atingir os objetivos propostos.
Desta forma, é fundamental que se aponte e arranje a relação entre as competências
organizacionais e as individuais. Por outro lado, é a organização que garante no processo de
desenvolvimento de competências, agregue-se também valor para o indivíduo, ou seja, as
atribuições da Gestão de Pessoas neste contexto é complexo e envolve a negociação de
interesses (FLEURY, FLEURY, 2004). A área de Recursos Humanos (RH) possui papel
fundamental dentro de uma empresa, sendo responsável pela inserção da mesma no mercado
competitivo, onde se destacará aquela que tiver melhor desempenho.
Não há leis ou princípios universais para a Administração de Recursos Humanos (ARH),
pois ela é contingencial, ou seja, depende da situação organizacional (Bohlander e Snell, 2009,
citado por Gheno e Berlitz, 2011). Marras (2002) afirma que a área de RH possui como
responsabilidades primordiais assegurar o cuidado pela qualidade de vida dos empregados e
melhorar os resultados organizacionais por meio de programas que implantem e mantenham a
qualidade e a produtividade destes profissionais (MARRAS, 2002).
Segundo Malvezzi (2013), gestão evoluiu de atividade intuitiva (era pré-industrial), para
atividade burocraticamente engenheirizada (era industrial) e por força da teleinformação e de
seus efeitos, evoluiu dessa racionalidade para a ação artesanal sistemática (era da globalização).
Fleury e Fleury (2003) afirmam que o RH é uma área que vem ganhando espaço organizacional,
buscando participar das decisões estratégicas e investindo na definição de novas políticas e
práticas de gestão. Estabelecendo a relação da área de Gestão de Pessoas à estratégia da
empresa, citam que por um lado, a área de RH deve assumir um papel importante no
desenvolvimento da estratégia da organização, na medida em que cuida em atrair, manter e
desenvolver as competências necessárias à realização dos objetivos organizacionais.
Na “moderna gestão de pessoas”, os indivíduos não são mais vistos como mero
“recurso” ou “patrimônio” da organização, mas como “parceiro” ou “colaborador” no alcance
dos resultados organizacionais (BRAND, et al., 2008). Bosquetti & Albuquerque (2005)
afirmam ainda que a “área de Gestão de Pessoas desempenha uma função estratégica nas
organizações. A gestão estratégica de pessoas destaca-se como requisito para alinhar as pessoas
à estratégia da organização. Todavia, às vezes essa importância não é devidamente observada
pelos profissionais que nela atuam”.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 4
A gestão de pessoas é uma função que se origina e evolui não somente do seu próprio
desenvolvimento, mas de uma resposta às condições do contexto organizacional e social que a
cerca (FLEURY & FISCHER, 1992). Nesse sentido, a gestão de pessoas sofreu, e ainda sofre
um contínuo desenvolvimento de suas teorias, de suas práticas e de seu impacto nas
organizações (SILVEIRA, FILHO, 2013).
Na visão de Kaufman (2008), a evolução da gestão de pessoas acontece sob três
concepções: (i) gestão de pessoas como uma atividade genérica, de controle, para produzir bens
e serviços; (ii) gestão de pessoas conota a função administrativa aplicada às organizações
privadas, governamentais e não lucrativas de gerir pessoas; e, (iii) emergente dos anos de 1980,
a terceira concepção da área de gestão de pessoas prevalece uma nova filosofia da gestão de
pessoas que se baseia em uma forma participativa de gerenciamento dos empregados, vistos
agora como ativos patrimoniais (assets) e a relação de trabalho como um jogo de soma positiva
(ganha-ganha).
A gestão de pessoas busca tornar os empregados, e a própria função de gestão de
pessoas, como fontes de vantagem competitiva de longo prazo, a partir de uma abordagem
estratégica que enfatiza o investimento em capital humano, envolvimento dos empregados, e
que defende um alinhamento integrativo das práticas de gestão do trabalho com sistemas de
recompensa baseados no ganho mútuo (SALAMAN, STOREY & BILLSBERRY, 1998).
Dutra (2004) relata que o baixo nível de consciência com que a maior parte das
organizações reage às pressões para rever a forma de gerir pessoas poderá provocar o uso
inadequado de conceitos e ferramentas e, em consequência, acarretar efeitos indesejáveis como
desarticulação conceitual entre discurso e prática; exploração do trabalhador comprometido,
sem contrapartida de valorização; descolamento estratégico entre modelo de gestão de pessoas
e compromisso com objetivos estratégicos da organização; desarticulação com as pessoas em
relação a suas expectativas e necessidades (LEITE, ALBUQUERQUE, 2011).
2.2 Remuneração Estratégica
De acordo com Flannery, Hofrichter e Platten (1997), as empresas passaram a procurar
novas soluções de remuneração, que pudessem se direcionar para novos valores, como
qualidade, serviço ao cliente, trabalho em equipe e produtividade. Adrade (1991) considera
ainda que em muitas empresas os sistemas de compensação são desenhados, implementados e
administrados de maneira autoritária, de cima para baixo, fazendo com que muitas vezes o nível
de aceitação dos sistemas de compensação é frequentemente baixo, e seu desenho deixa de levar
em conta importantes informações sobre as preferências e desejos daqueles que de fato o
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 5
suportarão. Sob certas condições, a participação nas decisões do sistema de recompensa é uma
abordagem que produzirá melhor compreensão do sistema, um sistema melhor e um alto
comprometimento para implementá-lo.
As práticas de remuneração estratégica vêm ganhando espaço no ambiente
organizacional, Gheno e Berlitz (2011) registram que o sistema de remuneração estratégica vem
sendo utilizado como um diferencial competitivo entre as organizações. Essa forma de
remuneração visa beneficiar as pessoas que, dentro de uma empresa, contribuem de alguma
forma para os resultados da mesma e se destacam como funcionários.
Marras (2002) define a remuneração estratégica como uma forma de compensar os
empregados de uma empresa que se destacaram dos demais em um determinado período. Esse
sistema possui como base o desempenho do indivíduo e outros três fatores primordiais:
conhecimentos, habilidades e atitudes. Através desses três fatores, o indivíduo é avaliado pela
organização, que lhe recompensará quando sua contribuição for positiva através do sistema de
remuneração estratégica, proporcionando um ganho maior no seu salário em alguns períodos
do ano.
De acordo com Nascimento (2001), a remuneração estratégica é composta de parte fixa
e parte variável. Na parte fixa, podem-se considerar: (i) a remuneração funcional, que é
determinada pela função e ajustada de acordo com o mercado; (ii) na remuneração por
habilidades, que é definida pelas habilidades e pela capacitação dos funcionários; e, (iii) o
salário indireto, que é composto pelos benefícios e por outras vantagens. Tratando-se da parte
variável, o autor cita: (i) a remuneração variável, que depende do desempenho individual da
equipe e da empresa; (ii) a participação acionária, que está relacionada com os objetivos de
lucratividade da organização; e, (iii) alternativas que incluem prêmios, entre outras formas
especiais de reconhecimento.
Um sistema de remuneração estratégica para ser estruturado precisa estabelecer
princípios com o foco da remuneração. Segundo Wood Jr. e Picarelli Filho (2004), esses
princípios devem estar alinhados com os objetivos estratégicos da empresa e focar os
comportamentos necessários para o seu alcance. Para definir esses princípios, os representantes
das mais diversas áreas da organização devem estar presentes.
2.3 Benefícios
Oliveira e Leone (2008) consideram que benefícios sociais são facilidades e
conveniências compartilhadas pela empresa e pelos funcionários que não estão contempladas
no salário direto, mas têm impactos financeiros no “bolso” dos funcionários e no “caixa” da
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 6
empresa. Para Milkovich e Boudreau (2000), os benefícios são aspectos indiretos da
remuneração total dos funcionários planejados para atender a três objetivos: competitividade,
atendimento da legislação e escolhas que levem em conta o indivíduo, incluindo suas
necessidades e preferências.
Kelley (1999) entende que os benefícios são ferramentas para promover a saúde, a
frequência e o desempenho no trabalho e que têm impacto sobre a imagem da empresa na
comunidade. Já Wood Jr. e Picarelli Filho (1996) alertam que os benefícios atuam como fator
de decisão para permanência do funcionário na empresa ou para a aceitação de novo convite de
trabalho. Na mesma linha de abordagem, Gheno e Berlitz (2011) afirma que o benefício é uma
forma de remuneração indireta que oferece aos funcionários uma base para a satisfação de suas
necessidades pessoais.
O que se denomina salário indireto compreende essencialmente os benefícios oferecidos
pela empresa a seus funcionários. Para Wood Jr. e Picarelli Filho (2004, p. 82), “Benefícios
respondem por parte considerável da remuneração total e costumam ser fator de decisão na
aceitação de ofertas de emprego”. Para Flannery, Hofrichter e Platten (1997), os benefícios são
fundamentais para manter os empregados satisfeitos com a organização, sendo importante que
todos saibam as vantagens de cada benefício oferecido pela organização.
De acordo com Chiavenato (2008), os benefícios sociais são planejados para auxiliar o
empregado em três áreas de sua vida: no exercício do cargo (gratificações, seguro de vida); fora
do cargo, mas dentro da empresa (lazer refeitório, transporte); ou fora da empresa, mas na
comunidade (recreação, atividades comunitárias). Os planos de benefícios também podem ser
classificados de acordo com sua exigência (legais ou não), natureza (monetários e não
monetários) e seus objetivos (assistenciais, recreativos, supletivos).
Para Milkovich e Boudreau (2000), são basicamente de três tipos: (i) econômicos:
propõem-se a oferecer certa segurança econômica adicional além do pagamento-base e dos
bônus e pagamentos de incentivo, como pensões, seguro de vida, serviços de previdência, saúde
e acidentes e cooperativas de crédito; (ii) recreativos: visam à diversão e a outras atividades
sociais, como esportes, acontecimentos sociais (bailes e piqueniques) e grupos de interesse
especial (teatro e determinados passatempos); e, (iii) facilitadores: são benefícios que, se o
empregado não tivesse pela empresa, ele procuraria por si mesmo, como serviços médicos,
habilitação, descontos em compras, cantinas, entre outros.
Tratando-se de benefícios considerados tradicionais, todos os funcionários recebem o
mesmo pacote (fixo) de benefícios, pré-acordados antes da contratação do profissional,
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 7
pressupondo que atendam às necessidades percebidas (MARGARET, et al., 2008). Todavia,
atualmente os pacotes de benefícios necessitam de adaptação, pois várias variáveis são
constantes no contexto, como a idade, sexo, status matrimonial, número de dependentes e anos
de serviço podem influenciar as preferências das pessoas (KOSSEK, EATON, 2006). Novas
abordagens propõe a prática de benefícios flexíveis, que funcionam como um menu de cafeteria,
onde o “cliente” seleciona o benefício que desejar (DAVIS, KALLEBERG, 2006, COLE,
FLINT, 2004, BUREAU, 2005).
2.4 Benefícios Flexíveis
Segundo Zhaohonga, Kellyb e Trenberth (2011) entende-se por benefícios flexíveis os
planos que são ofertados aos funcionários, onde os mesmos optam por determinado pacote de
benefícios ou valor monetário. Na concepção da Remuneração, os benefícios flexíveis tornam-
se opção viável justificado por Pontes (2010) afirmando que “um programa de benefícios
flexíveis atende muito mais ao conceito de remuneração estratégica, porque admite a diferença
de necessidades das pessoas e torna mais atraente essa parte da remuneração.
Benefícios flexíveis estão sendo inseridos nas organizações a fim de conceder ao
funcionário maiores condições para o seu trabalho e fazer com que o pacote seja mais atrativo,
pela diversidade dos serviços, de acordo com o estilo de vida de cada um (ZHAOHONGA,
KELLYB TRENBERTH, 2011). No geral, qualquer plano que permite que os funcionários
façam as escolhas sobre os benefícios que eles recebem é considerado um benefício flexível
(Beam & McFadden, 1996; Rosenbloom, 1996).
Andrade (1991) já considerava a relevância em relação a circunstâncias pessoais que
influenciam a preferência do indivíduo por dados benefícios. Considerando os tradicionais
pacotes que não levam em conta essas diferenças, muitas pessoas não têm os benefícios que
gostariam, o que significa que muitos pacotes de benefícios não dão um retorno positivo sobre
seus custos.
Através do Plano de Benefícios Flexíveis, a empresa define os custos que pretende ter e
os empregados são informados de quanto a empresa pretende gastar com cada um deles em
termos de compensação e têm a oportunidade de decidir como receberão. O plano de benefícios
flexíveis deixa claro aos empregados exatamente quanto a organização está despendendo para
compensá-los, e assegura que o dinheiro será gasto somente nos benefícios que os empregados
quiserem (ANDRADE 1991).
Segundo Nogueira, Alves e Leonel (1991; 2011; 2013), o princípio da “flexibilização”
dos benefícios está pautado na variedade de pessoas e, considerando a variedade de interesses.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 8
Através desses planos o colaborador pode optar, dentro de critérios determinados pela empresa,
por quais benefícios quer receber. Os autores citam que nessa modalidade o colaborador
compõe o mix que mais se ajusta às suas necessidades e uma vez por ano realoca sua escolha.
Consideram um eficiente sistema de gestão, proporcionando ganhos a todos os envolvidos.
Os autores referem que as empresas introduzem o programa visando: (i) o aumento da
satisfação do funcionário; (ii) atração e retenção; (iii) o aumento da percepção dos funcionários
a respeito do pacote de benefícios; (iv) o aumento do entendimento dos empregados a respeito
do valor da remuneração total; (v) a empresa determina o quanto quer gastar com benefícios,
restringindo a exposição ao aumento nos custos dos benefícios; (vi) melhor controle de custos
com benefícios no longo prazo; e, (vii) sistema menos paternalista.
Quando analisadas as vantagens que os programas flexíveis geram tanto para as
empresas quanto para os colaboradores, a flexibilidade será necessária para que as empresas
tenham pacotes de benefícios competitivos e, com isso, consigam atrair e reter os talentos
necessários para atingir as boas metas de crescimento. Cunha, Ferraz e Furtado (2007),
corroboram afirmando para que talentos não sejam absorvidos pelo mercado, as organizações
necessitam da elaboração de mecanismos de retenção como: desenvolvimento de carreira,
desenvolvimento profissional e pessoal seguidos de um bom ambiente de trabalho e de uma
remuneração composta por um salário competitivo e um programa de benefícios atrativo.
Medeiros (2013) refere que os benefícios podem ser simples, ou mais complexos e
caros, mas independentemente de seu caráter, quando bem aplicado, pode ser utilizado como
fator motivacional e também como vantagem competitiva entre as organizações concorrentes.
Benefício é atrativo, cabe às organizações a forma como ele é trabalhado, distribuído e
desenvolvido dentro a empresa, que quando favorável pode titular, e expuser as qualidades
dentro e fora a organização, tanto a concorrência quanto aos futuros colaboradores, e a aqueles
que já trabalham dentro a empresa.
Segundo Bygren (2004), o pagamento através de benefícios, tem se tornado uma
variável popular emergente das pesquisas organizacionais. Elas mostram a influência nas
atitudes dos funcionários pela percepção dos benefícios ofertados pelas organizações, tendo
retornos robustos de performance (WILLIAMS, MCDANIEL, NGUYEN, 2006, LI-PING,
LNA, SUTARSO, 2005). E a satisfação oriunda dos benefícios é importante pois este
sentimento potencial pode ser relacionado a outros indicadores organizacionais, como o
absenteísmo e rotatividade (HAAR, SPELL, 2004, YOUSEF, 2007, BENTEIN, et al., 2005).
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno 9
A importância dos benefícios flexíveis também se refere à retenção de talentos, que
segundo Castro (2011), é o dom de um indivíduo, suas habilidades, percepções, atitudes,
entendimento, impulsos inatos, sua capacidade de aprender e a busca constante no seu
desenvolvimento. Os funcionários são “retidos” ou aderentes por meio dos atrativos que a
empresa proporciona e da conciliação dos mesmos com os propósitos de cada um
(NAKASHIMA, 2003).
Nogueira, Alves e Leonel (1991; 2011; 2013) registram ainda que a grande maioria das
empresas não adotam um programa formal de Benefícios Flexíveis citando pesquisa realizada
pela Watson Wyatt, com a participação de 162 empresas dos mais variados tamanhos e
seguimentos, foi possível observar que mais de um quarto das empresas que não possuem esse
modelo desejam efetuar algum estudo em breve sobre o tema, enquanto, por outro lado, cerca
de um quinto das empresas já estudaram a viabilidade de implantar o programa, mas decidiram
por não seguir em frente com o modelo.
3 METODOLOGIA
O método utilizado para atender a proposta do trabalho foi uma pesquisa de natureza
exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa. Para a coleta de dados utilizou-se um
questionário semiestruturado, com 19 (dezenove) questões para as empresas que possuem
benefícios flexíveis e 17 (dezessete) questões para as que não possuem. Foram feitos 3 testes
piloto, a fim de garantir a validade do mesmo. Após, os questionários foram enviados para 8
(oito) empresas da região, que foram escolhidas por conveniência, através da ferramenta Google
Docs (que garante sigilo da fonte das informações obtidas).
Os mesmos foram aplicados em 4 (quatro) empresas que já implementaram um plano
de benefícios flexíveis e em 4 (quatro) empresas que ainda não possuíam um pacote de
benefícios flexíveis. Os questionários foram respondidos por profissionais de RH das empresas.
Para a análise das respostas, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo e tabulado numa
planilha de Excel.
3.1 Caraterização das Empresas Pesquisadas
De acordo com a figura 1, das empresas pesquisadas que possuem um plano de
benefícios flexíveis, nota-se uma variedade dos ramos de atuação: metalúrgica, automação
industrial, alimentação e plástico. O número de funcionários varia de 65 a 420, sendo uma
média de 188. No que tange à média da faixa etária dos profissionais dessas empresas, nota-se
que varia de 24 a 30 anos, denotando um perfil bem jovem. Os respondentes foram
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
10
Coordenadores e Supervisores de RH com tempo de empresa variando entre 3 anos e 6 meses
a 16 anos.
Figura 1: Perfil das empresas pesquisadas que implementaram benefícios flexíveis
Considerando as empresas que ainda não possuem um plano de benefícios flexíveis,
conforme Figura 2, também foram entrevistadas empresas de diversos setores: (i) plástico; (ii)
metalúrgico; (iii) plástico; e, (iv) indústria. O número de funcionários já teve uma variação de
95 a 380 funcionários, uma média de 261,5. A média de faixa etária também é jovem, com uma
variação de 30 anos a 35 anos de idade. Os respondentes foram Gerente de RH, Analistas de
RH e uma Advogada. O tempo de permanência desses profissionais nas empresas variou de 1
ano e 6 meses a 9 anos.
Figura 2: Perfil das empresas pesquisadas que não implementaram benefícios flexíveis
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
As respostas que foram tabuladas e analisadas após a pesquisa, serão paresentadas na
sequência. Sendo apresentados inicialmente os resultados das empresas que já implementaram
os benefícios flexíveis e após, as empresas que ainda não implementaram um plano de
benefícios flexíveis.
4.1 Empresas que possuem Benefícios Flexíveis
Ao implementar um plano de benefícios flexíveis, as empresas pesquisadas tinham os
seguintes objetivos: atração e retenção, motivação, redução de custos, flexibilidade,
diversidade, participação, qualidade de vida, justiça na remuneração, modernização e redução
de absenteísmo, conforme Figura 3.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
11
Figura 3: Objetivos na implementação de um plano de benefícios flexíveis
SETOR MOTIVO
Metalúrgica Retenção, motivação da equipe. Redução de custos.
Automação Industrial Flexibilizar e oportunizar ao colaborador a escolha dos seus benefícios, por ter um
perfil de profissionais jovens.
Alimentação Diversidade de benefícios para os profissionais. A responsabilidade da escolha é do
profissional. Ter profissionais mais próximos e ativos no programa e conscientes do
custo. Qualidade de vida. Atração e retenção de pessoal. Aumenta o envolvimento
da família. Justiça na remuneração. Modernização de uma das áreas mais importantes
de RH.
Plástico Principalmente Atração e Retenção de profissionais e imaginávamos que teria
resultado com Absenteísmo também.
Notou-se que 100% das empresas pesquisadas utilizaram o suporte de uma consultoria
especializada para planejar, estruturar e implementar o plano de benefícios flexíveis. As
orientações de cuidados que as empresas receberam das consultorias foram: equilíbrio nos
valores (custo x benefício), cuidados legais/jurídicos, busca da satisfação dos envolvidos,
formas de divulgação e necessidade de adaptação à realidade da empresa.
Da mesma forma, para todas as empresas pesquisadas, o principal cuidado sobre
implicações legais, que poderiam vir à tona na implementação do plano de benefícios flexíveis,
foi manter a vinculação desse pacote de acordo com a CLT, considerando os benefícios
permitidos por lei e descontos em folha.
Dentre os impactos positivos, foram apresentados: aumento da satisfação dos
funcionários, senso de justiça na remuneração, opção de escolha, otimização de tempo e
controles, retenção de profissionais, melhoria no engajamento dos profissionais e atração.
Dentre os fatores negativos, observou-se a elevação do custo nos anos iniciais e em um caso
houve uma “sensação” de perda pois a empresa arcava com 100% dos custos com auxílio
educação e do plano de saúde.
Figura 4: Principais impactos (positivos e negativos) da implementação do programa de
Benefícios Flexíveis
SETOR POSITIVO NEGATIVO
Metalúrgica Satisfação dos funcionários, justiça na
remuneração.
Primeiro ano de custo maior, mas
atualmente está equilibrado e o
projeto já está sendo viável.
Automação Industrial
Todos os colaboradores ficaram com a mesma
pontuação dos benefícios e oportunizou o
colaborador optar pelo benefício que mais
utilizaria.
Auxílio educação e plano de saúde
a empresa pagava ao funcionário
anteriormente.
Alimentação
Senso de justiça em relação a remuneração.
Motivação dos funcionários ao entender o novo
sistema de benefícios com a possibilidade de
escolher as opções que atendessem melhor suas
necessidades. Otimização tempo e controles.
Inicialmente a empresa arcou com
aumento no custo em benefícios.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
12
Plástico
O programa apresentou muito resultado na
Retenção de Profissionais, melhoria no
engajamento dos profissionais e atração.
Todos os respondentes das empresas pesquisadas acreditam que a implementação do
plano de benefícios flexíveis foi um fator competitivo para a empresa perante o mercado. As
razões apresentadas para tal entendimento foi a oportunidade de escolha pelos funcionários,
pelo fato do programa tradicional de benefícios ser muito engessado, denota uma preocupação
de valorização dos funcionários, feedbacks positivos no recrutamento (ouvir falar de alguém
que trabalha na empresa ou conhecidos), pioneirismo.
Na opinião dos respondentes, o plano atraiu e reteve profissionais por ter representado
aumento na remuneração e senso de justiça, aumentou o número de candidatos nos processos
seletivos (se tornou atrativa), negociação de permanência de profissionais e aumento no tempo
médio de permanência na empresa, conforme relato da entrevista do ramo Plástico: “Sim, este
foi o principal resultado que percebemos após a implantação. A média de permanência dos
profissionais na empresa aumentou de 1,8 anos para 3 anos”.
Quando questionados sobre a contribuição do plano de benefícios flexíveis para a gestão
do custo da organização, todos afirmaram ter havido uma melhoria. Ficou fácil e previsível o
custo com benefícios de cada funcionário, reduziu o custo no plano de saúde e auxílio educação
e simplificou o levantamento de gastos com benefícios.
Como forma de mensurar o nível de satisfação dos funcionários com o plano de
benefícios flexíveis, as empresas utilizam eleição dos Benefícios Flexíveis, nas entrevistas de
acompanhamento e desligamento, pesquisa de clima, Feedbacks e depoimentos informais dos
funcionários.
Também foram questionados se os funcionários sabem realizar as opções de maneira
“adequada” às suas reais necessidades e se a empresa fornece algum tipo de suporte nesse
sentido. Na Figura 5 estão representadas as respostas apresentadas por cada respondente.
Figura 5: Gestão "adequada" dos Benefícios Flexíveis e tipo de suporte
SETOR GESTÃO ADEQUADA? TIPO DE SUPORTE?
Metalúrgica Sim, mas com apoio principalmente do RH, e um pouco dos Gestores.
Automação Industrial Sim, a empresa possui um sistema para escolha do benefício, onde o funcionário
recebe um treinamento da utilização do mesmo e do próprio funcionamento do
benefício.
Alimentação Sim. A empresa auxilia nas escolhas dos benefícios mostrando as opções que
possam agregar mais vantagens ao funcionário.
Plástico Entendemos que não devemos subestimar a capacidade de entendimento dos
funcionários, auxiliamos os mesmos acompanhando cada um na escolha do seu
pacote de benefícios
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
13
Também foi solicitado aos respondentes para fazer um comparativo do Antes e do
Depois da implementação dos benefícios flexíveis da empresa, apresentando as principais
mudanças que houveram. Conforme demonstrado na Figura 6. Nota-se que foram apresentadas
muitas vantagens após a implementação.
Figura 6: Descrição do Antes e Depois da implementação
SETOR ANTES DEPOIS
Metalúrgica Benefícios era tratado como
obrigação e tinha que ter
É tratado como parte da remuneração,
principalmente pelo fato de saber quanto cada
benefício custa.
Automação Industrial A empresa oferecia os planos
básicos como saúde, alimentação e
transporte.
O colaborador possui flexibilidade e pode
colocar no seu cartão o benefício que for mais
favorável a ele, e oferecemos também o auxílio
combustível na qual antes não existia.
Alimentação Desigualdade na remuneração -
(funcionários com desempenho
inferior, ganhando mais do que os
funcionários de melhor desempenho
– comparando o mesmo cargo e
também cargos com hierarquias
diferentes); - Atividades
operacionais e de controle
demandavam muito tempo;
– Funcionários mais motivados. Reconhecem
que a empresa se preocupa e valoriza seus
funcionários e se diferencia das demais empresas
locais que mantém sistema tradicional de
benefícios. - Facilidade no controle dos valores
gastos com benefícios e por categoria de
benefício; - Demanda de tempo para as
atividades operacionais e de controle
diminuíram; - Automatizou a importação dos
dados para folha de pagamento;
Plástico Antes a rotatividade era altíssima,
haviam muitos pedidos de demissão
e a retenção era um problema,
Houve uma redução significativa nos pedidos de
demissão (mesmo com mercado aquecido como
em 2014) e alguns ex funcionários entraram em
contato manifestando interesse em retornar à
empresa por conta do programa de Benefício
Flexíveis. A pesquisa de satisfação aponta 90%
de satisfeitos.
Todas as empresas entrevistadas permanecem com o plano de benefícios flexíveis e 75%
dos respondentes informaram que foram realizados ajustes no programa desde a sua
implementação. As principais alterações feitas foram: fornecedores e parceiros, inclusão e
benefícios, critérios de reajuste da pontuação, e ampliação dos benefícios vinculados á metas e
desempenho. E 75% das empresas possuem o plano há mais de 2 anos e 25% menos de 2 anos.
Quando questionados se levaria um tempo para as empresas migrarem/aderirem ao
plano de Benefícios Flexíveis e todos responderam que sim. Por se tratar de uma atividade
trabalhosa, complexa de entendimento, requer disposição à quebra de paradigmas, fator cultural
local impacta fortemente, depende da realidade, da cultura e do planejamento de cada empresa.
Por isso, torna-se necessário uma quebra de paradigma da cultura local. O entrevistado da
empresa de Alimentação afirmou o seguinte:
“Meu entendimento é que as empresas necessitam buscar alternativas
criativas e inovadoras para “cuidar” e reconhecer as pessoas que nela atuam. Oferecer
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
14
a possibilidade de escolher os benefícios que melhor possam suprir as necessidades de
cada funcionário é uma forma de tratar cada um respeitando sua individualidade.
Então a partir do momento que os gestores se derem por conta disso e evidenciarem
que não existem riscos em relação a aspectos legais a adesão deve ser favorecida”.
Sobre sugestões para quem pretende implementar um plano de benefícios flexíveis,
sugeriu-se fazer o estudo, identificar quanto custa hoje, comparar os valores de quanto custará,
visitar empresas que aderiram, conversar com pessoas que são usuárias dos Benefícios
Flexíveis, analisar a cultura da empresa e perfil dos funcionários, não subestimar a capacidade
de entendimento dos funcionários e realizar uma comunicação eficaz.
4.2 Empresas que não possuem Benefícios Flexíveis
As empresas que ainda não possuem benefícios flexíveis foram questionadas se
estudavam a possibilidade de implantar um Plano de Benefícios Flexíveis e caso positivo, qual
era o objetivo, para poder comparar com os objetivos das empresas que já haviam
implementado, mas nenhuma empresa respondeu – acredita-se que seja devido ao fato de não
ter sido marcada como obrigatória no questionário.
Quando questionadas se haveria a necessidade ou interesse em contratar uma consultoria
especializada, 75% informaram que sim e 25% informaram que tentariam implantar o programa
internamente com seus profissionais. E 100% das empresas pesquisadas informaram não estar
preparadas para implementar um plano de benefícios flexíveis. Os motivos apresentados foram:
momento econômico, falta de compreensão dos beneficiários, necessidade de ajuste da cultura
paternalista e necessidade de padronização de processos internos.
Ao serem questionados se acreditam que o programa de Benefícios Flexíveis é um fator
competitivo perante o mercado, 50% responderam que sim e 50% responderam que não. Entre
os que responderam “não”, a justificativa foi que o um sistema tradicional que possui bons e
interessantes benefícios, já é o suficiente para a competitividade. Para os que responderam sim,
consideram a flexibilidade atrativa e gera diferenciação atraindo bons profissionais,
especialmente os mais jovens.
Todas as empresas entrevistadas tinham conhecimento dos benefícios flexíveis. Entre
os fatores que impedem a sua implantação foram listados: aspectos legais, beneficiários não
possuem boa aceitação dessa modalidade, ajuste de cultura para menos paternalista,
planejamento e preparação para aumento de custos a curto prazo.
Na Figura 7 é apresentado um quadro-resumo da opinião dos respondentes quanto ao
poder de retenção e atração de talentos e a redução de custos com a implementação de um plano
de benefícios flexíveis.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
15
Figura 7: Impactos da implementação de um plano de benefícios flexíveis
SETOR ATRAI E RETÊM? REDUZ CUSTO?
Plástico Talvez possa reter e ou atrair talentos,
desde que o programa seja bem
estruturado de forma atender as
expectativas dos funcionários.
Talvez reduza, tudo vai depender do benefício ao
qual estará sendo otimizado.
Metalúrgico Acredito que não. Ao nosso ver, reter
talentos está ligado a oportunidades de
carreira e desenvolvimento profissional, e
não à benefícios.
Acredito que possa em partes, porque a empresa
pode limitar estabelecendo um teto dentre todos os
benefícios que ela possui ou possa vir a ter.
Plástico Sim, pois os benefícios significam
remuneração indireta e que por vezes são
mais significativos que o próprio salário.
Num primeiro momento, certamente para o
lançamento dos pacotes, haverá um acréscimo nos
valores, pois aqueles funcionários que hoje não
possuem outra opção de benefícios, entendo,
passariam a ter um gasto que a empresa não tem.
Mas a longo prazo, entendo que podem ser
reduzidos, a medida que mais funcionários aderem
e que a empresa consegue barganhar valores junto
a fornecedores pelo número de usuários e também
agregar este a remuneração total.
Indústria Com certeza. Os jovens talentos são mais
ambiciosos e almejam crescimento rápido
e com bons atrativos.
Sim, pois a empresa terá conhecimento
Nas empresas que não há benefícios flexíveis, a satisfação do funcionário em relação ao
atual programa de Benefícios oferecido é mensurada através de pesquisa de clima (75%) e
entrevistas de desligamentos (25%). Os programas atuais são mantidos intactos e ajustes são
feitos somente em casos específicos de demanda do mercado e/ou da economia.
Ao perguntar se o entrevistado acredita que os funcionários da empresa possuiriam
maturidade para escolher e administrar os pontos do programa de Benefícios Flexíveis, 75%
responderam que sim e 25% responderam que não. Considerando as mudanças de mercado e
perfil profissional, as empresas foram questionadas se acreditavam que o formato tradicional
de benefícios ainda atende a organização da qual faziam parte, e 75% responderam que sim e
25% responderam que não.
Por fim, também foram questionados se acreditavam que levará quanto tempo até as
empresas migrarem ao plano de Benefícios Flexíveis e todos concordaram que levaria tempo.
Alguns não estão convencidos que a ferramenta seja viável ou interessante a longo prazo, os
beneficiários ficam desconfiados das vantagens da ferramenta e depende também da cultura da
empresa, do ramo de atividade e da localidade em que está localizada.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como a proposta deste estudo foi a busca de experiências de empresas que
implementaram um plano de benefícios flexíveis - verificando os possíveis prós e contras no
emprego de tal ferramenta e os motivos que as levaram a implementar, e de empresas que não
o possuem, identificando os motivos pelos quais não o fizeram ou não pretendem, e viabilizar
uma análise comparativa dessas visões, pode-se considerar que o objetivo foi atingido. A seguir
serão comentados os resultados mais relevantes.
Quanto aos objetivos da implantação do plano de benefícios flexíveis, o principal
motivo apontado foi a atração e a retenção de bons profissionais. Dentre outros motivos,
considera-se redução de custos para a empresa, justiça na remuneração, envolvimento na
família, modernização da área de benefícios e qualidade de vida. No que tange às implicações
legais, segundo os respondentes, é necessário cuidar para que se obedeça a legislação, que saiba
diferenciar salário de benefícios (a fim de compor o pacote de remuneração). Todos os
respondentes afirmam que as reduções de custos com a implantação dos benefícios flexíveis
dependeriam da gestão realizada sobre esta ferramenta, tendo como premissa o cruzamento
“adequado” entre serviços e produtos ofertados x custos que a empresa terá.
Sobre a questão de atração e retenção de talentos pelo pacote de benefícios flexíveis,
acredita-se, no viés dos respondentes, que se o programa for estruturado de forma consistente,
será um atrativo, além de propiciar um diferencial na carreira dos profissionais. 25% acreditam
que os benefícios flexíveis não são fator determinante para se atrair e reter profissionais. Por
outro lado, 100% das empresas que implementaram afirmaram ter melhorado esse indicador e
75% das que não possuem também acreditam que auxilie na retenção e atração de talentos.
Dunzer (et al., 2008) complementam a evidência dos resultados da pesquisa, que citam como
desafio atual a atração dos profissionais da geração Y, que estão no mercado de trabalho e são
os mais jovens. Conforme identificado no perfil das empresas, a idade média dos profissionais
empregados é de 31 anos.
Quando questionados dos pontos positivos da implantação, percebeu-se a justiça na
remuneração, bem como a satisfação/motivação dos funcionários, a atração e engajamento dos
profissionais. Como pontos negativos, observou-se um acréscimo de custo no primeiro
momento, buscando-se o equilíbrio posteriormente. Da mesma forma, 100% dos respondentes
acreditam que o programa de benefícios flexíveis é fator competitivo frente ao mercado,
oferecendo oportunidades de escolhas para os profissionais, como forma de atração, sendo
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
17
diferencial em comparação a empresas que adotam programas considerados “tradicionais” no
mercado.
Na questão que diz respeito ao comparativo do “antes” e “depois” dos benefícios
flexíveis, os respondentes afirmaram que antes era visto como obrigação e atualmente é
considerado como remuneração indireta. Há mais flexibilidade e acréscimo de benefícios, se
comparado ao quadro antes da implantação do programa. 25% acredita que o percentual de
rotatividade diminuiu em relação ao momento antes do pacote de benefícios. 25% afirmam que
havia desigualdade na remuneração e que atualmente há o maior reconhecimento pelos
funcionários.
Das empresas que não implementaram um plano de benefícios flexíveis, notou-se que
100% dos respondentes conhecem o modelo (sendo que 25% afirmam que conhecem
parcialmente) mas não estão preparados para a implantação do plano de benefícios flexíveis,
justificando dificuldades no que tange à aspectos legais, a possível resistência dos profissionais
em aceitarem o método diferencial de benefícios, aprovação do planejamento de custos em
relação ao pacote e a falta de aderência do plano em detrimento à cultura organizacional.
Corroborando com Davis e Kallemberg (2006), que afirma que as áreas de RH consideram o
plano importante, mesmo não implementando o mesmo.
Observando ainda as empresas que não praticam os benefícios flexíveis, verifica-se que
75% dos respondentes acreditam ser relevante a contratação de uma consultoria especializada
em benefícios flexíveis, pois propicia à empresa contratante a aquisição de conhecimento,
expertise, através de profissionais experientes no tema. O pequeno percentual (25%) acredita
que a implantação interna seria possível, muito embora não evidenciam na pesquisa que
possuem know-how para a implantação. Todas as empresas que implementaram, utilizaram
serviços especializados de consultoria.
Predominantemente a mensuração em relação à satisfação dos funcionários como
programa de benefícios flexíveis oferecidos e os benefícios tradicionais é realizado através de
pesquisa de clima (75%) das empresas analisadas. Das empresas que ainda possuem o modelo
tradicional de benefícios, quando questionados se o pacote atual de benefícios atende às
necessidades da empresa, 75% acreditam que sim, o pacote atual atende e 25% acreditam que
há a necessidade da maior visibilidade dos pontos que poderiam ser alterados.
Caso alguma empresa tenha interesse em adotar os benefícios flexíveis, como sugestão,
os respondentes afirmam que se faz necessário, benchmarking com empresas que possuem o
pacote, projeções de custos, entendimento da cultura da empresa e um plano de comunicação
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
18
eficaz. Nossa região possui características “paternalistas”, tornando mais “difícil” a
implantação do programa. Muito embora não tenha sido tão enfatizada a questão legal nas
pesquisas, tanto as empresas que não praticam como as que possuem implantado o plano de
benefícios flexíveis, citam o cuidado que se deve ter em relação à esta questão, sabendo
diferenciar salário e benefício, corroborando com Nascimento (2001) e conforme lei 10.243 do
Anexo I.
Observa-se que a prática de benefícios flexíveis oferece a oportunidade da utilização de
programas que contribuem para a qualidade de vida e bem-estar, e custo x benefício para as
organizações, elementos estes que são mais valorizadas na atual geração, emergidas nas
respostas da pesquisa, sendo o diferencial para a captação de talentos através da remuneração
indireta.
Atingimos o objetivo, provocando a reflexão sobre as práticas de remuneração
estratégica, mais especificamente, benefícios tradicionais e benefícios flexíveis. Como
limitação do estudo pode-se destacar a quantidade de empresas pesquisadas e por ser uma
pesquisa local. Para que possa ter a possibilidade de generalização, sugerem-se pesquisas
futuras com maior número de empresas para poder realizar uma comparação dos resultados dos
estudos.
6 REFERÊNCIAS
ANDRADE, Marcelo Machado Teixeira de. O sistema de recompensa na empresa do futuro.
Revista de Administração de Empresas, v. 31, n. 1, p. 49-53, 1991.
AYACHE, Zoubeir, NAIMA, Ghennam. The Impact of Flexible Benefits Plan on
Organization Commitment and Intention to Quit. Meditterranean Journal of Social
Sciences. MCSER Publishing, Rome-Italy. ISSN 2039-2117 (online), Vol 5 nº 8, May, 2014.
BABCOCK, P. Find what workers want. HR Magazine, Alexandria, v. 50, n. 4, 2005.
BARRINGER, M. W. &MILKOVICH, G. T. A theoretical exploration of the adoption and
design of flexible benefit plans: A case of human resource innovation (CAHRS Working
Paper #97-22). Ithaca, NY: Cornell University, School of Industrial and Labor Relations, Center
for Advanced Human Resource Studies. http://digitalcommons.ilr.cornell.edu/cahrswp/163.
1997.
BEAM, B.T. & MCFADDEN, J.J. Employee benefits. Chicago, IL: Dearborn Financial
Publishing, Inc, 1996.
BENTEIN, K., VANDENBERGHE, C., VANDENBERG, R, STINGLHAMBER, F. The Role
of Change in the Relationship between Commitment and Turnover: A Latent Growth
Modeling Approach. Journal of Applied Psychology, Vol .90, Iss. 3, 468-482, 2005.
BOHLANDER, G.; SNELL, S. Administração de recursos humanos.14. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
BOSQUETI, M. A., ALBUQUERQUE, L. G. Gestão estratégica de pessoas: visão do RH X
visão dos clientes. In: XXIX Encontro anual da associação nacional de pós-graduação e
pesquisa em administração – ENANPAD. Brasília: Anpad, 2005. 1 CD-ROM.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
19
BRAND, A. F., TOLFO, S. da Rosa, PEREIRA, M. F. e ALMEIDA, M. I. R. de. Atuação
estratégica da área de gestão de pessoas em organizações de saúde: um estudo à luz da
percepção dos profissionais da área. Gestão e Regionalidade, vol.24, n.71, ed.especial, XI
Semead, 2008.
BYGREN, M. Pay reference standards and pay satisfaction: what do workers evaluate their pay
against?.Journal of Social Science Research, Vol .33, Iss. 2, 206 – 224, 2004.
CARRAHER, S. M.; HART, D. E.; CARRAHER JR., C. Attitudes towards benefits among
entrepreneurial employees. Personnel Review, v. 32, n. 6, 2003.
CASTRO, D. R. O Desafio de Atrair e Reter Talentos em Organizações na
Contemporaneidade. VII Congresso Nacional de Excelência em Gestão, RJ. Anais... 2011.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. São Paulo:
Atlas, 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho. 6ª edição.
Barueri: Editora Manole, 2009.
COLE, N. D., FLINT. H. D. Perceptions of distributive and procedural justice in employee
benefits: flexible versus traditional benefit plans. Journal of Managerial Psychology, Vol.
19, Iss. 1, 19 – 40, 2004.
DAVIS, A. E., and KALLEBERG, A. Family friendly organization work and family
programs. Journal of Work and occupations, 33, 191–223, 2006.
DELOITTE. It´s 2008: Do you know where your talent is? Relatório de pesquisa, 2004.
Disponível em: http://www.emeraldinsight.com/doi/pdfplus/10.1108/02756660810886953
Acesso em: 11/11/2015
DUNZER, Gustavo André, MELO, Eliana Medeiros Pereira, MELO, Joyce de Souza Cunha.
Desafios de atração e retenção de talentos: estudo de caso da Petrobrás. XXXII EnANPAD.
Rio de Janeiro, pg. 1-16. 2008.
DUTRA, Joel Souza. Competências: conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na
empresa moderna. São Paulo: Atlas S.A., 2004.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São
Paulo: Atlas, 2002.
DYCHTWALD, K. Workforce crisis: how to beat the coming shortage of skills and talent.
Boston: Harvard School Press, 2006. 268 p.
FLANNERY, T. P.; HOFRICHTER, D.; PLATTEN, P. E. Pessoas, desempenho e salários.
São Paulo: Futura, 1997.
FLEURY, A. C. C.. FLEURY, M. T. L. Estratégias competitivas e competências essenciais:
perspectivas para a internacionalização da indústria no brasil. GESTÃO & PRODUÇÃO,
v.10, n.2, p.129-144, 2003.
GHENO R. e BERLITZ J. Remuneração Estratégica e Pacote de Benefícios: um estudo de
caso aplicado ao nível operacional de uma multinacional. Revista de Administração
UFSM v.4 n.1, Santa Maria, 2011.
GROSS, S. E.; FRIEDMAN, H. M. Creating an effective total reward strategy: holistic
approach better supports business success. Benefits Quarterly, Brookfield, v. 20, n. 3, 2004.
KANTER, R. M. Quando os gigante aprendem a dançar: dominando os desafios de
estratégias, gestão e carreiras nos anos 90. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
KAUFMAN, Bruce E. Managing the human factor: the early years of human resource
management in American industry. Ithaca - NY: Cornell University Press, 2008.
KOSSEK, B. A., and EATON, S. C. Job control and work family effectiveness. Journal of
Vocational Behavior, 68, 347– 350, 2006.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
20
LEITE, N. R. P., ALBUQUERQUE, L. G. Gestão estratégica de pessoas, comprometimento
e contrato psicológico: o caso Vale. Revista de Administração. RAUSP, 46(1), 19-31. São
Paulo: FEA-USP, 2011.
MALVEZZI, Sigmar. A gestão de pessoas no contexto da estrutura de redes: desafios para
a sociedade, empresas e indivíduos. Perspectivas em Gestão & Conhecimento. João Pessoa,
v. 3, Número Especial, p. 6-17, out. 2013
MARGARET, L., WILLIAMS, H., BROWER, H., FORD, R. L., WILLIAMS, L. J., and
CARRAHER, M. S. A comprehensive model and measure of compensation satisfaction.
Journal of Occupational and Organizational Psychology, Vol. 81, Iss. 4, 639–668, 2008.
MARRAS, J. P. Administração da remuneração. São Paulo: Thomson, 2002.
MASCARENHAS, A. O. Gestão Estratégica de Pessoas: evolução teoria e crítica. São
Paulo: Cangege Learning, 2011.
MEDEIROS, FABIOLA DOS SANTOS et al. Plano de carreira como forma de motivação
organizacional, atendendo as necessidades do mercado da atual geração Z e Y. MILKOVICH, G. T.; BOUDREAU, J. W. Administração de recursos humanos. São Paulo:
Atlas, 2000.
NAKASHIMA. C. JC Online- Deloitte Banco de Talentos. Reter Talentos, o maior desafio.
Disponível em: http://www2.uol.com.br/JC/sites/Deloitte/artigos/a3.htm Acesso em 01
setembro 2013.
NASCIMENTO, L. P. do. Administração de cargos e salários. São Paulo: Pioneira, 2001.
NOGUEIRA, Deborah Xavier Ribeiro; ALVES, Monalisa Silva; LEONEL, Patrícia Aparecida
Zaqueu. Benefícios flexíveis: a inovação no ambiente de trabalho.
OLIVEIRA P. W. S. e LEONE R. J. G. Gestão Estratégica de Benefícios: proposição de um
modelo matemático para assistência dos funcionários. Revista de Administração Mackenzie
v.9 n.2, São Paulo, 2008.
PICCININI, V. C.; OLIVEIRA, S. R. de; RÜBENICH, N. V. Formal, flexível ou informal?
Reflexões sobre o trabalho no Brasil. In: XXIX EnANPAD 2005, 2005, Brasília - DF.
PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de cargos e salários: carreiras e
remuneração. São Paulo: Editora LTr, 2010.
SALAMAN, G.; STOREY, J.; BILLSBERRY, J. Strategic human resource management:
defining the field. In SALAMAN, G.; STOREY, J.; BILLSBERRY, J. (Eds.). Strategic human
resource management: theory and practice. London: Sage, p. 01–11, 1987.
SANTANA, T. L. Remuneração e Benefícios. Disponível em: http://www.portalrh.com.br.
Acesso em 30 de junho 2013.
SILVEIRA, V. N. S., FILHO, A. Del M. Gestão estratégica de pessoas e desempenho: uma
análise teórica. Pretexto, Belo Horizonte, v. 14, n1, p.71-87, 2013.
ULRICH, D. A New Mandate for Human Resources. Harvard Business Review. Boston:
jan/fev. 1998a.
Williams, L. M., McDaniel, A. M., and Nguyen, N. T. A meta-analysis of the antecedents
and consequences of pay level satisfaction. Journal of Applied Psychology, Vol. 91, Iss. 2,
392 – 413, 2006.
WOOD JR., T.; PICARELLI FILHO, V. Remuneração estratégica: a nova vantagem
competitiva. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
YOUSEF, D. A. Organizational commitment a mediator of the relationship behavior with
job satisfaction and performance in a non western country. Journal of Managerial
Psychology, 15, 6–24, 2007.
ZHAOHONGA, L., KELLYB, J., and TRENBERTH, L. Antecedents and consequences of
the introduction of flexible benefit plans in China. The International Journal of Human
Resource Management, Vol. 22, Iss. 5, 1128-1145, 2011.
ARH Serrana – Associação Serrana de Recursos Humanos
Trabalho de Pesquisa - Grupo de Estudos de Remuneração
Coordenadores(as) do Grupo de Estudos de Remuneração: Sabrina Boch Ferreira, Thiago Paese Savaris
Coordenadora Grupo de Estudos Departamento de Desenvolvimento da ARH Serrana: Michele Bueno
21
ANEXO I – IMPLICAÇÕES LEGAIS
Conforme LEI No 10.243, DE 19 DE JUNHO DE 2001, § 2º, para os efeitos previstos neste
artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo
empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no
local de trabalho, para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores
relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou
não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro
saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
Além da regulamentação apresentada pela CLT, precisa-se considerar as definições constantes
na convenção coletiva de cada categoria de trabalho. Segundo o autor José Cairo Júnior a
convenção coletiva de trabalho é um instrumento normativo derivado da negociação coletiva
havida entre o sindicato da categoria profissional e o respectivo sindicato da categoria
econômica, tendo como objetivo a fixação de novas condições de trabalho.
Para o autor Amauri Mascaro Nascimento as convenções coletivas de trabalho têm como
escopo constituir condições aplicáveis a terceiros, ou seja, a instituição de normas de conduta
que serão aplicadas às relações individuais e obrigações entre os sujeitos coletivos estipulantes.
A Consolidação das Leis do Trabalho também definiu a convenção coletiva do trabalho em seu
art. 611: Art. 611 – Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual
dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam
condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais do trabalho.
Em muitos casos a convenção coletiva define padrões e diretrizes para benefícios sociais que
devem ser respeitados em políticas de benefícios da empresa. Esses benefícios são
frequentemente relacionados a saúde, educação e apoio familiar como creche, funeral.