FABIO - Modelo de Artigo_Ciências Em Rede-Entregar (1)

16
OBRAS DE MELHORAMENTO DO LEITO PARA A NAVEGAÇÃO COSTA, W. F.; GOMES, F.; MACHADO, T. A.; PAULA, C. C.; COSTA, G. G.; MANDUCA, F.A; SOUTO, S. B. ENGENHARIA CIVIL ITPAC- PORTO INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS PORTO LTDA. Rua 02, Quadra 07 s/n – Jardim dos Ypês; Porto Nacional – TO Fone: (063) 3363-9600 [email protected]. br; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

description

TRABALHO

Transcript of FABIO - Modelo de Artigo_Ciências Em Rede-Entregar (1)

Departamento de Engenharia de Estruturas

OBRAS DE MELHORAMENTO DO LEITO PARA A NAVEGAO

COSTA, W. F.; GOMES, F.; MACHADO, T. A.; PAULA, C. C.; COSTA, G. G.; MANDUCA, F.A; SOUTO, S. B.

Resumo

O presente trabalho analisa as caractersticas do Complexo Porturio de Suape, detalhando e formalizando as divises do porto externo e do interno, alem de especificar todas as reas de acostagem, suas profundidades, bem como suas respectivas larguras e comprimentos. Descreve como se originou o porto, sua localizao, os acessos para chegar at o terminal, os tipos de instalaes existentes, os equipamentos usados nos servios do porto tanto os pertencentes do prprio porto, quanto os privados, breve histrico dos portos brasileiros at os problemas e as possveis solues. Dessa forma apresenta a situao atual do terminal porturio, descrevendo assim toda a sua infraestrutura.

Palavras-chave: Caractersticas. Divises. Porto. Infraestrutura.

Port of Suape

Abstract

This paper analyzes the characteristics of the Port Complex of Suape, formalizing and detailing the divisions of the external and internal port, in addition to specifying all areas of dock, their depths and their respective widths and lengths. Describes how it originated the harbor, its location, access to reach the terminal, the types of facilities, equipment used in port services both owned port itself, as private, brief history of Brazilian ports until the problems and possible solutions. Thus presents the current status of the port terminal, thus describing its entire infrastructure.

Keywords: Features. Divisions. Port. Infrastructure

1 INTRODUO

Em diversos rios de leito mvel ou fixo, durante a poca de seca o escoamento das vazes pode causar problemas, sobretudo navegao, por causa da reduo excessiva das profundidades e formao de curvas muito acentuadas. As baixas profundidades podem tambm acarretar problemas s estruturas de tomada dgua, dificultando, ou at mesmo, interrompendo a captao dessas guas para atendimento das demandas a que esto designadas.

Com a finalidade de solucionar este tipo de problema que so desenvolvidas as obras de melhoramento dos leitos dos rios para as navegaes. Essas obras tedem a concentrar o fluxo de gua na poca de seca por meio do emprego de diques, espiges ou at mesmo outras obras. Por via de regra essas obras no interferem no escoamento das vazes de cheia uma vez que so de pequena altura, suficiente para permitir a concentrao do fluxo na estiagem.

A regularizao de um rio pode ser definida como as obras construdas no seu leito para dirigir e guiar as correntes, visando obteno de um leito estvel, segundo certo traado, e um perfil transversal determinado, a fim de corrigir e regularizar as imperfeies naturais, e elevar o nvel dgua.

2 Reviso bibliogrfica

2.1 Regularizao das Vazes

Os rios em condies de serem considerados habilitados ao transporte de cargas em carter comercial devem permitir em trechos suficientemente longos o trfego contnuo e seguro de embarcaes de porte. Esse conceito de navegabilidade relativo e est vinculado ao aspecto econmico de transporte, dependendo o porte das embarcaes dos modais de transporte disponveis (ALFREDINI E ARASAKI, 2009).

De acordo com Alfredini e Arasaki (2009) os embaraos navegao podem ser elencados como:

Deficincias de profundidade, condio necessria de navegabilidade, pela presena de fundos resistentes, alargamentos excessivos (perda de competncia das correntes), corredeiras; sendo dependentes dos nveis em funo das vazes, de acordo com as condies hidrolgicas.

Deficincias planimtricas por larguras e raios de curvatura abaixo dos mnimos requeridos para a passagem e evoluo segura das embarcaes;

Outras deficincias como: correntes com velocidade excessiva ou direo inconveniente, falta de fixao do canal de navegao e ms passagens pela mudana brusca do talvegue nas inflexes das curvas.

Uma alternativa para superar essas deficincias a regularizao de vazes implantando-se obras a montante do trecho de interesse, visando aumentar as vazes e, consequentemente, os nveis na estiagem, ou excepcionalmente diminuir as vazes das cheias. Assim, em geral so realizadas barragens nos afluentes e formadores do rio navegvel para evitar as condies desfavorveis de trfego das embarcaes pelas variaes de vazo.

2.2 Classicamente, as obras de melhoramento do leito de rios para a navegao em ordem crescente de complexidade e custo associado so a NORMALIZAO, a REGULARIZAO DO LEITO e a CANALIZAO.

2.1.3 Normalizao

Essas obras so as mais baratas, bem como as mais simples, e, exatamente por isso necessita de grande manuteno, apresentando menor vida til. So realizadas pelo homem, que no se utiliza para isso, da energia natural do rio (SORIA, 2006).

So obras locais visando problemas especficos, do tipo: trecho raso ou curva muito brusca ou margem instvel; de modo geral visam o melhoramento dos cursos de gua e no influem no regime hidrulico ou morfolgico do rio. Dificilmente so usadas sozinhas, sendo comum a sua utilizao em conjunto com os outros tipos de obras. As principais obras de normalizao so (SILVA, 2004):

Desobstruo e Limpeza - Consiste na retirada de obstculos estranhos ao leito, que dificultam o escoamento ou desviam os filetes lquidos. Geralmente so vegetais ou embarcaes sossobradas. Utilizam-se embarcaes destocadeiras e guindastes. Este tipo de obra no intervm no equilbrio do rio, portanto, no produz impactos ambientais.

Limitao dos Leitos de Inundao - Tem a finalidade de facilitar a navegao, concentrando o escoamento num leito bem definido. Outra finalidade pode ser a de proteger os terrenos ribeirinhos. As obras utilizadas neste caso so diques longitudinais. Podem ser construdos a seco, aproveitando o perodo de estiagem, localizados no leito menor e de maneira geral em argila (impermevel).Verificar-se que este tipo de obra, intervm no equilbrio do rio, dando origem a impactos ambientais, que sero minimizados com a execuo de obras complementares para a proteo do leito.

Fechamento de Braos Secundrios - Este tipo de obra utilizado para aumentar a profundidade num dos trechos dos braos do curso de gua, mediante o fechamento dos outros. O fechamento efetuado atravs de obras permeveis ou no, geralmente com altura at a cota mnima de navegao, ficando submersos para as vazes maiores. Estas obras so pequenas barragens, que podem ser galgadas, devendo, portanto ter a superfcie protegida para evitar a sua destruio, ou soleiras de fundo. Podem ser construdas em enrocamento de pedras ou terra, com proteo na superfcie ou ainda em estaqueamento simples ou duplo.

Proteo das Margens - De um modo geral denominaremos por margem a superfcie inclinada do terreno em contato direto com a gua ou imediatamente acima, distinguindo-se: a parte superior ou berma, que s atingida pelas enchentes excepcionais e que muitas vezes constituda pelos diques de proteo contra inundaes, a ribanceira ou talude, entre o nvel de estiagem mnima e o das enchentes normais e o p da margem ou base, a parte inferior. Abaixo do nvel de estiagem, permanentemente submersa.

A figura 1 do seu lado esquerdo apresenta um desenho esquemtico da dragagem de materiais no rochoso, o trabalho de remoo de solo j desagregado, de partes acima do nvel ideal para navegao, as partculas so provocadas pela fora erosiva das correntes do rio, tambm so utilizadas jatos dgua ou uma espcie de broca que aumenta a fora do arrancamento das partculas e assim pela suco das dragas, o equipamento remove as partes que interferem na navegao das barcaas (SORIA,2006).

Figura 1 Desenho esquemtico de dragagem e derrocamento

Fonte: MMA (2006)

A figura 1 do lado direito o esquema de derrocamento, quando ocorrem materiais submersos, e a simples dragagem no pode ser utilizada, so realizadas os processos de derrocamento fluvial, que consiste no desmonte da rocha, retira, transporte e deposio do material desagregado que pode ser feita por explosivos ou por percusso, sendo este segundo tipo realizado pela queda livre de uma haste de derrocagem, ou atravs de marteletes pneumticos (SORIA, 2006).

Segundo Santos, apud Piolli e Dias (2004) o prprio leito serve para transportar materiais, como cimento e equipamentos mecnicos, em geral os trabalhos realizados no rio, como dragagem e derrocamentos so de pequena monta, considerada a extenso, e so realizadas respeitando-se a natural evoluo morfolgica do rio.

2.1.3 Regularizao do leito

Segundo Santana e Tuchibana (2004) obras de regularizao de rios so obras de engenharia como diques e espiges ou, ainda associadas a estas, com funes de transporte eficaz dos sedimentos em suspenso e dos depsitos do fundo, de estabilidade do curso dgua com mnima eroso das margens, de orientao da corrente lquida em determinados trechos do curso dgua de profundidade suficiente e percurso satisfatrio para a navegao e permitir a utilizao das guas para outros propsitos.

De acordo com Soria (2006) se as obras de normalizao so insuficientes para melhorar as condies de navegabilidade, so necessrias obras de regularizao. Estas obras utilizam a energia do prprio rio para promover as alteraes necessrias, sendo que o homem apenas induz o processo. Normalmente os custos destas intervenes so bastante elevados, mas os resultados so permanentes, exigindo pequena manuteno.

Uma regularizao hidroviria feita para os comboios passarem, conforme Galinkin (2004) e necessitam de obras que corrigem os traados dos rios, obras necessrias para evitar manobras indevidas, curvas estreitas e fechadas, elevam o tempo de viagem e gasto de combustvel, as embarcaes so deliberadamente lanadas contra as margens do rio, em um processo de avano e recuo que as permite passar, danificando fortemente as margens como demonstrado na figura 2 em seu lado esquerdo.

Figura 2 Regularizao dos rios.

Fonte: Neves (1999).

A figura 2 do lado direito demonstra as correes necessrias para uma navegao eficiente e com mnimos prejuzos ao meio ambiente, conforme Galinkin (2004) o transporte fluvial de cargas no Brasil pode, naturalmente, ser til ao pas mas sua implantao deve ser precedida de estudos ambientais, econmicos e sociais para uma correta avaliao de seus impactos positivos e negativos. No se deve simplesmente mimetizar o que ocorreu nos pases do capitalismo central e buscar aumentar a qualquer custo o percentual de participao do transporte fluvial de cargas no total transportado no pas. Todas as alternativas devem ser analisadas e as informaes tcnicas e cientificas mais atualizadas precisam ser incorporadas nessa avaliao.

2.1.5 Canalizao

Segundo Brighetti (2001), a canalizao consiste na construo de represamentos e, consequentemente em obras de transposio de desnvel, como por exemplo, as eclusas.

A figura 3 mostra o processo de canalizao de um rio, obra de canalizao transforma o rio em uma srie de patamares, por meio de barragens, cujos desnveis so vencidos por obras de transposio, criando condies para a navegao em toda a extenso do curso dgua (SORIA, 2006).

Figura 3 Processo de canalizao de um rio.

Fonte: SORIA (2006).

Conforme Soria (2006) a canalizao apresenta inmeras vantagens, sendo elas:

Pode ser executada em qualquer rio;

As profundidades aumentam, permitindo maiores calados;

Menor velocidade das guas, reduzindo os tempos de viagem;

Menor percurso pela retificao por recobrimento;

Possibilidade de controle da vazo na estiagem;

Facilidade para construo de portos;

Aproveitamento hidreltrico, irritao e outros.

Ainda de acordo com Soria (2006), podem ser observadas as seguintes desvantagens:

Alto custo das obras, a inundao das reas ribeirinhas;

A limitao do trfego nas obras de transposio de desnvel, bem como o tempo perdido nestes pontos;

Problemas ecolgicos.

A eclusa foi maneira que a engenharia usou para que as embarcaes pudessem transpor os desnveis causados pelas barragens, funcionam como degraus, h duas portas separando os dois nveis do rio. Quando a embarcao precisa subir o rio ela entra pela porta da eclusa jusante fica no reservatrio que , ento, enchido com gua elevando a embarcao para que possa atingir o nvel mais alto. Quando a embarcao precisa descer o rio ele esvaziado, descendo a embarcao at o nvel mais baixo do rio. Um dos seus objetivos permitir a navegao. O processo de enchimento do reservatrio hidrulico, de modo que no necessrio o uso de bombas dgua e motores (BARRA BONITA, 2014).

As figuras 4, 5 e 6 demonstram as fases pelas quais as embarcaes passam no processo de transposio das barragens. A figura 4 apresenta como funciona a primeira etapa de uma eclusa a comporta a jusante est fechada, as vlvulas de enchimento ficam abertas at o nvel da Eclusa alcance o nvel do montante. A comporta de montante abre para que a embarcao entre e depois fechada novamente (BARRA BONITA, 2014).

Figura 4 Primeira fase da eclusagem.

Fonte: BARRA BONITA (2014).

A figura 5 demonstra com a embarcao dentro da Eclusa, a comporta de montante e as vlvulas de enchimentos so fechadas, enquanto que as vlvulas de dreno so abertas at que o nvel de gua interno da Eclusa alcance o nvel de jusante (BARRA BONITA, 2014).

Figura 5 Segunda fase da eclusagem.

Fonte: BARRA BONITA (2014).

Finalmente na figura 6 apresentado o momento que o nvel de gua dentro da eclusa est igual ao nvel jusante, a comporta de jusante aberta para que a embarcao possa seguir viagem (BARRA BONITA, 2014).

Figura 6 Ultima fase da eclusagem.

Fonte: BARRA BONITA (2014).

3 CONCLUSO

Pela observao das caractersticas analisados ao tema referindo-se porto de Suape, conclui-se que so de grande importncia, pois com o desenvolvimento do Complexo porturio, a movimentao porturia cresce em ritmo acelerado e consolida Suape como um porto concentrador e distribuidor de cargas. A sua concepo de porto-indstria oferecem condies ideais para a instalao de empreendimentos nos mais diversos segmentos. Conta com uma infraestrutura terrestre prpria, em permanente desenvolvimento e modernizao, com ferrovias e rodovias.

4 REFERNCIAS

BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hdricos/Caderno setorial de recursos hdricos: transporte hidrovirio Braslia: MMA, 2006. 120 P. Disponvel em:.Acesso em: 06 de outubro de 2014.

BRIGHETTI, G (2001) - Obras de Regularizao de Leito. Notas de Aula PHD 5023 - Obras Fluviais. So Paulo: EPUSP, 2001.a. 27 p.

NEVES, M.A.S - Avaliao preliminar dos efeitos produzidos por barcaas no leito e margens do rio Paraguai, Coppetec, Rio de Janeiro, dez 1999.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA BONITA, venha navegar com a gente. Eclusagem. Disponvel em: http://www.barrabomitasp.com.br/eclusaasp/. Acesso em: 06 de outubro de 2014.

REVISTA COM CINCIA. GALINKIN, MAURICIO/Para navegar cuidado preciso/ disponvel em: