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Faculdade Boa Viagem | DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração CPPA Mestrado Profissional em Gestão Empresarial MPGE Adrianna Rabelo Coutinho ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DE VINHOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA NA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE CELULARES Recife, 2017

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Faculdade Boa Viagem | DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

Adrianna Rabelo Coutinho

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

DE VINHOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA

NA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE CELULARES

Recife, 2017

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FACULDADE BOA VIAGEM | DeVry Brasil CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o

acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE do Centro

de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é

definido em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em consequência,

restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o

texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave

ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, a fim de que se preservem as

condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR LUSO-BRASILEIRO DE

VINHOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA NA

UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE CELULARES

Nome da autora: Adrianna Rabelo Coutinho

Data da Aprovação: 27/06/2017

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

Grau 2

Grau 3

Recife, 27 de junho de 2017.

______________________________________________ Assinatura do(a) Autor(a)

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Adrianna Rabelo Coutinho

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

DE VINHOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA

NA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE CELULARES

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

Profissional em Gestão Empresarial do Centro de

Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da

Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil, como

requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em

Administração.

Orientador: Prof. Dr. Rafael Lucian

Recife, PE

2017

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Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Curso de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

DE VINHOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA

NA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE CELULARES

ADRIANNA RABELO COUTINHO

Dissertação submetida ao corpo docente do

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE) do

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (CPPA) da

Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil e APROVADA em 27 de junho de 2017

Banca Examinadora:

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Dedico este trabalho a Nossa Senhora, Maria

Santíssima, e a todas as manifestações femininas

do sagrado, pois foi graças a Elas que consegui

tirar forças para chegar até o fim desta tarefa.

Dedico aos meus pais, pois eles são meu alicerce

e me apoiaram em todos os momentos de minha

trajetória.

Dedico aos meus alunos, que sempre foram o

sentido de viver na busca de me tornar melhor do

que sou, de ser fonte e de estar a serviço do

crescimento de outrem.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por me apoiarem incondicionalmente em todos os meus projetos;

À minha irmã Kaline Rabelo Coutinho, por me dar o exemplo de profissional da pesquisa, por

ser minha conselheira para que eu pudesse tomar decisões importantes e por fomentar parte

desta empreitada;

Às minhas tias Maria Clecionete Rabelo e Cleide Rabelo Wenz, por me darem apoio e

acolhimento ao longo desta trajetória;

Aos meus colegas professores, que inúmeras vezes me ouviram, tiraram dúvidas, me deram

conselhos e de forma solidária me acolheram e me apoiaram. Foram muitos, mas em especial

gostaria de citar Iracleide de Araújo Silva Lopes, Eliana Maria Cunha de Castro, Claudenice

Paulino, Rodrigo Lopes, Alexandre Siqueira, José Luis Vieira;

Aos meus professores, que me ensinaram e me mostraram o quanto fui capaz de chegar até

aqui, entre eles meu orientador Rafael Lucian;

Aos meus colegas de mestrado, que foram fonte de muitos aprendizados, em especial a Edna

Suely Azevêdo por estar do meu lado todo o tempo;

Aos meus amigos Marcelo Negromonte, Celiane Araújo, Maria Helena Souto, Rozil Ferreira,

José Carlos de Melo e Silva, Evandro Queiroz, Maurício Pelloso, Sérgio Lobo, Cristiane

Abreu, Roberio Barbosa, Sandra Helena Andrade, Virgínia França e Tereza Guimarães, que

sempre estiveram disponíveis para ouvir minhas divagações, meus choros e vibrar com minhas

conquistas;

À minha vizinha e amiga Miele Lomba, companheira de todas as horas, dona de um dos

maiores corações que já conheci e também de um bom tempero nas comidinhas que muitas

vezes me deixaram mais forte;

A todos aqueles que me incluíram em suas orações, em especial D. Mariquinha e Ovani;

A Rogério de Oliveira e Lucas Lobo por todo suporte acadêmico que me hipotecaram.

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“O ser humano vivencia a si mesmo, seus

pensamentos como algo separado do resto do

universo – numa espécie de ilusão de ótica de sua

consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão

que nos restringe a nossos desejos pessoais,

conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas.

Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa

prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão,

para que ele abranja todos os seres vivos e toda a

natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá

alcançar completamente esse objetivo, mas lutar

pela sua realização já é por si só parte de nossa

liberação e o alicerce de nossa segurança interior.” Albert Einstein

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RESUMO

O estudo da prontidão para tecnologia (TR) vem acompanhando o desenvolvimento

tecnológico e medindo o nível de adesão dos consumidores, desde o início do século, com a

criação do TRI 1.0. Aplicado em vários países, esse tem sido o instrumento para acompanhar os

condutores e inibidores para o convívio e utilização de produtos e serviços tecnológicos. No

presente estudo, utilizou-se o TRI 1.0 para aferir a prontidão em consumidores de vinho, como

forma de verificar a utilização de aplicativos na decisão de compra do produto. Para isso, foi

pesquisada uma amostra de 391 brasileiros, obtida através de técnica de snowball (bola de

neve), avaliadas a normalidade e a homogeneidade e controladas por gênero, idade, formação

acadêmica, atividade e renda. Foram realizados testes multivariados, univariados e de

consistência quando necessários. Os consumidores de vinho foram agrupados em 4 categorias

denominadas estetas (ou preocupados com a imagem), bebedor social, conhecedor (ou

entusiasta) e objetivos (ou práticos), cada uma delas com características variadas de prontidão

para tecnologia. Em relação aos perfis de TR definidos anteriormente – exploradores,

pioneiros, paranoicos, céticos e retardatários –, foram encontrados outros quatro perfis para

adoção a tecnologia – exigentes, afoitos, instáveis e eufóricos.

Palavras-chave: Comportamento do Consumidor, Prontidão para Tecnologia, Vinho.

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ABSTRACT

Readiness for technology (TR) study has been accompanying technological development and

measuring consumer compliance since the beginning of the century with the creation of TRI

1.0. Applied in several countries, it has been the instrument to accompany drives and inhibitors

for the conviviality and use of technological products and services. In the present study, TRI

1.0 was used to measure readiness in wine consumers, as a way of verify applications use in the

purchase decision of the product. For this, a sample of 400 Brazilians was surveyed, obtained

through the technique of snowball, evaluated by normality and homogeneity and controlled by

gender, age, academic background, activity and income. Multivariate, univariate and

consistency tests were performed when necessary. Wine consumers were grouped into 4

categories called aesthetes (or image worriers), social drinkers, knowledgeable (or enthusiastic)

and objective (or practical), each one of them with varied characteristics of readiness for

technology. In relation to the TR profiles defined earlier – explorers, pioneers, paranoids,

skeptics and hesitators – four other profiles were found for technology adoption – demanding,

anxious, unstable and euphoric.

Key-words: Consumer Behavior, Readiness Technology, Wine.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O vinho, bebida consumida há cerca de 6 mil anos.................................................. 7

Figura 2 – O auxílio ao consumidor através de aplicativos de celulares ....................................

Figura 3 – O vinho Perini Solidário vem com a marca Pão de Açúcar e o Selo de Outubro Rosa

.........................................................................................................................................................

Figura 4 – Os celulares se transformaram em um fenômeno na sociedade contemporânea .......

Figura 5 – Visão geral do processo perceptivo .........................................................................

Figura 6 – Tipos de memória ....................................................................................................

Figura 7 – Visão tridimensional da atitude ...................................................................................

Figura 8 – Triângulo e pirâmide: os modelos de serviço de marketing ...................................

Figura 9 – Paradoxos do consumidor diante de produtos e serviços inovadores ...................

Figura 10 – Mapa de consumo de vinho per capita no mundo ................................................

Figura 11 – Ciclo de inovação focalizada no cliente ...............................................................

Figura 12 – Fatores que influenciam a prontidão para tecnologia ..........................................

Figura 13 – Composição dos primeiros clientes por tempo de assimilação da tecnologia .......

Figura 14 – Período em que os segmentos de usuários de tecnologia atingiram 10% de taxas de

penetração em acesso à Internet ................................................................................................

Figura 15 – Desenho operacional da pesquisa ............................................................................

Figura 16 – Síntese descritiva dos clusters obtidos por Pereira (2012) ....................................

Figura 17 – Dendograma dos clusters encontrados de consumidores de vinho ........................

Figura 18 – Um dos fatores de decisão do vinho a consumir é a harmonização com o que será

servido na refeição .....................................................................................................................

Figura 19 – Destaques do E-commerce em 2016 .....................................................................

Figura 20 – Destaques do E-commerce em 2016 ......................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atributos levados em consideração pelo consumidor no processo de escolha..........

Tabela 2 – Frequência de origem dos pesquisados ..................................................................

Tabela 3 – Análise descritiva das dimensões de critério de escolha de vinhos .........................

Tabela 4 – Frequência dos itens sobre escolha de vinhos ........................................................

Tabela 5 – Frequência de otimismo ..........................................................................................

Tabela 6 – Frequência de inovabilidade ....................................................................................

Tabela 7 – Frequência de desconforto .....................................................................................

Tabela 8 – Frequência de insegurança .....................................................................................

Tabela 9 – Definição das dimensões para formação dos clusters ............................................

Tabela 10 – Comportamento estatístico dos fatores ................................................................

Tabela 11 – Clusters e fatores determinantes ...........................................................................

Tabela 12 – Perfis de consumidores em relação ao TRI e às frequências ...................................

Tabela 13 – Perfis de consumidores de vinho x TRI e as frequências ....................................

Tabela 14 – Frequência de uso de aplicativos para a escolha de vinho .........................................

Tabela 15 – Frequência do aplicativo utilizado para escolha de vinho .......................................

Tabela 16 – Cruzamento dos perfis de consumo de vinho e prontidão para tecnologia ..........

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Local onde o consumidor costuma efetuar a compra de vinhos .................................

Gráfico 2 – Distribuição da amostra por sexo ...............................................................................

Gráfico 3 – Distribuição da amostra por faixa etária .....................................................................

Gráfico 4 – Comparações entre os dados populacionais do IBGE e os da amostra ......................

Gráfico 5 – Distribuição da amostra por formação acadêmica .....................................................

Gráfico 6 – Distribuição da amostra por atividade ........................................................................

Gráfico 7 – Distribuição da amostra por renda ..............................................................................

Gráfico 8 – Variável otimismo ......................................................................................................

Gráfico 9 – Variável inovação .......................................................................................................

Gráfico 10 – Variável desconforto ................................................................................................

Gráfico 11 – Variável insegurança ................................................................................................

Gráfico 12 – Perfis fatoriais ...........................................................................................................

Gráfico 13 – Gráfico de cargas ....................................................................................................

Gráfico 14 – Frequência de TRI entre os usuários de aplicativos de celulares .............................

Gráfico 15 – Frequência de perfil de consumidores de vinho entre os usuários de aplicativos de

celulares ..........................................................................................................................................

Gráfico 16 – Perfis de consumidores de vinho ..............................................................................

Gráfico 17 – Perfis de prontidão para tecnologia ..........................................................................

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Evolução do consumo mundial de vinho de 2000 a 2012 (em milhões hl) ..............

Quadro 2 – Aplicativos disponíveis para vinhos .........................................................................

Quadro 3 – Variação da produção nos principais países produtores ...........................................

Quadro 4 – Tipos de atributos do produto ..................................................................................

Quadro 5 – O processo de decisão de compra ...........................................................................

Quadro 6 – Motivação para o consumo de vinhos no mundo .....................................................

Quadro 7 – Parâmetros que ajudaram a estabelecer as variáveis do TRI ....................................

Quadro 8 – Relação das dimensões e os perfis ..........................................................................

Quadro 9 – Mudança do foco de um produto ou serviço baseado em tecnologia .....................

Quadro 10 – Pesquisadores do TRI e suas contribuições ............................................................

Quadro 11 – Versão brasileira do TRI aplicada por Souza e Luce, 2002 ..................................

Quadro 12 – Perfis e a valoração das variáveis ..........................................................................

Quadro 13 – Comportamento dos usuários de aplicativos ........................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAVIN Instituto Brasileiro do Vinho

DOP Denominação de Origem Protegida

HORECA Hotéis, Restaurantes e Catering/Cafés

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IGP Indicação Geográfica Protegida

IVV Instituto da Vinha e do Vinho (Portugal)

TI Tecnologia da Informação

TRI Índice de Prontidão para a Tecnologia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................

1.1.1 O mercado de vinhos no Brasil ......................................................................................

1.1.2 A tecnologia no consumo de vinhos .............................................................................

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ...............................................................................................

1.3 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................................

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................................

1.5 JUSTIFICATIVAS..................................................................................................................

1.5.1 Justificativas teóricas .......................................................................................................

1.5.2 Justificativas práticas .......................................................................................................

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................

2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR .......................................................................

2.1.1 Mecanismo de percepção do consumidor ........................................................................

2.1.2 Atitudes ................................................................................................................................

2.1.3 Processo de decisão de compra ......................................................................................

2.1.4 Segmentação .....................................................................................................................

2.1.5 Fonte de informação para decisão de compra ................................................................

2.1.6 Intermediários e ponto de venda ......................................................................................

2.1.7 Comportamento do consumidor de tecnologia ..............................................................

2.1.8 Comportamento do consumidor de vinho .........................................................................

2.2 PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA..................................................................................

3 METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................... 50

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................................

3.1.1 Desenho operacional da pesquisa ..................................................................................

3.1.2 População e amostra .......................................................................................................

3.1.3 Instrumento de coleta de dados ......................................................................................

3.1.4 Coleta de dados .............................................................................................................

3.1.5 Técnica de tratamento dos dados ....................................................................................

3.1.6 Cuidados metodológicos ................................................................................................

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4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..............................................................................

4.1.1 Dados demográficos da amostra ......................................................................................

4.1.2 Análise do comportamento do consumidor de vinho .......................................................

4.1.3 Análise do TRI entre os consumidores de vinho ..............................................................

4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................................

4.2.1 Programas utilizados ..........................................................................................................

4.2.1.1 SPSS ................................................................................................................................

4.2.1.2 SIMCA .........................................................................................................................

4.3 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS .............................................................

4.3.1 Definição dos clusters de consumidores de vinho (amostra) .........................................

4.3.2 Definição dos perfis de TRI dos consumidores de vinhos (amostra) ............................

4.3.3 Análise dos perfis de TRI x clusters de consumidores de vinho ..................................

4.3.4 Análise dos consumidores que usam aplicativos .............................................................8

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTO AOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............

5 CONCLUSÕES ..........................................................................................................................

5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ...............................................................................................

5.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ...................................................................

6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................

7 APÊNDICE ...............................................................................................................................

7.1 QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ....................................................................................

7.2 FATORES PARA FORMAÇÃO DOS CLUSTERS DE CONS. DE VINHO ..................

7.3 ANÁLISE DESCRITIVA (CLUSTERS, N, MÉDIA E DP NO FATO) .......................

7.4 ANOVA SOBRE A DIFERENÇA DA MÉDIA ENTRE OS CLUSTERS ...................

7.5 POST HOC DA ANOVA SOBRE A DIFERENÇA DA MÉDIA DOS CLUSTERS ..

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho investiga a prontidão para tecnologia dos consumidores de vinhos como

forma de verificar a eficiência do uso de aplicativos para plataformas móveis na orientação ao

consumidor, na tomada de decisão de compra. Para tanto, adotou-se o Índice de Prontidão para

a Tecnologia (do original, em inglês, Technology Readiness Index - TRI) desenvolvido por

Parasuraman (2000) e validado no Brasil por Souza (2002).

O presente estudo se deu no Brasil, país tropical e com dimensões continentais, a

influência da imigração introduziu não só o hábito do consumo de vinho, mas também de

outras bebidas alcoólicas, em uma variedade de regiões com características muito diferentes.

Considerando a diversidade de influências e costumes em todo o país, o consumo de

vinho parece pequeno quando é observado em números brutos, mas possui, segundo dados

levantados pelo IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), um consumo crescente com muito

potencial para inserção de novos consumidores nesse mercado.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O vinho é um produto milenar e que mantém, vinculado ao seu consumo, um ritual –

local, ocasião, acontecimento etc. – e uma variedade de informações disponíveis para a escolha

do produto adequado. Parte dessas informações foi transmitida ao longo dos tempos de geração

para geração e diz respeito à procedência da uva, à safra, ao ano, às propriedades e à

harmonização com a comida. Esses aspectos, de tão desmistificados, imbricam verdades e pós-

verdades em um elaborado cenário de decisão de compra.

Figura 1 – Vinho, bebida consumida há cerca de 6 mil anos.

Fonte: Acervo pessoal de Sérgio Lobo, 2008

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1.1.1 O mercado de vinhos no Brasil

A média de consumo de vinho por pessoa no Brasil é muito baixa (1,8 litros/ano), porém

cresce a uma taxa constante de 5% ao ano (IBRAVIN, 2008; FOLHA, 2016). Quando

comparado a países mais antigos, como Portugal (54 litros/ano), é possível observar o potencial

que esse mercado ainda tem no Brasil (MUNDO DO MARKETING, 2016). Estudar o vinho,

então, é antecipar-se a um mercado emergente como forma de destacar ainda mais o certo

futuro de crescimento do consumo de vinho no Brasil. O Quadro 1 apresenta a evolução do

consumo dessa bebida em vários países do mundo.

Quadro 1 – Evolução do consumo mundial de vinho de 2000 a 2012 (em milhões hl)

País / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

França 34,5 33,9 34,8 34,1 33,2 33,5 33,0 32,2 30,8 30,2 29,3 29,3 30,3

EUA 21,2 21,3 22,5 23,8 24,8 25,9 26,7 27,9 27,7 27,3 27,6 28,4 29,0

Itália 30,8 30,2 27,7 29,3 28,3 27,0 27,3 26,7 26,2 24,1 24,6 23,1 22,6

Alemanha 20,2 20,0 20,3 19,7 19,8 19,8 20,2 20,8 20,7 20,2 20,2 19,7 20,0

China 10,7 11,0 11,4 12,0 12,1 12,3 13,0 13,9 14,0 14,5 15,8 16,3 17,8

Reino Unido 9,7 10,3 11,2 11,6 12,7 13,1 12,7 13,7 13,5 12,7 12,9 12,9 12,5

Rússia 4,7 6,1 6,4 8,7 9,2 9,8 11,3 12,7 11,8 10,4 12,2 11,3 10,4

Argentina 12,5 12,0 12,0 12,3 11,1 11,0 11,1 11,2 10,7 10,3 9,8 9,8 10,1

Espanha 14,0 14,2 14,0 13,8 13,9 13,7 13,5 13,1 12,2 11,3 10,9 9,9 9,3

Austrália 3,9 4,0 4,0 4,2 4,4 4,5 4,6 4,9 4,9 5,1 5,4 5,3 5,4

Portugal 4,6 4,7 4,7 5,3 4,9 4,9 4,8 4,5 4,5 4,5 4,7 4,6 4,6

Canadá 2,8 2,8 2,9 3,4 3,6 3,7 4,0 4,0 4,0 4,1 4,3 4,3 4,5

África do Sul 3,9 3,9 3,9 3,5 3,5 3,4 3,4 3,6 3,6 3,4 3,5 3,5 3,6

Brasil 3,2 3,1 3,2 3,1 3,2 3,7 3,5 3,3 3,3 3,5 3,7 3,8 3,4

Fonte: Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) – Portugal, 2016

O Brasil, então, é uma espécie de greenfield para as grandes empresas do setor de

vinhos. Essa característica diferencia bastante o Brasil de outros países onde o mercado está

maduro. Destaca-se, entretanto, que, embora a maturidade desses mercados esteja estabelecida

há muito tempo, mesmo lá ainda há um crescimento considerável no mercado (assim como

demonstrado no Quadro 1). Esse fato estimula ainda os investimentos em países como o Brasil,

que são potenciais produtores e consumidores.

1.1.2 A tecnologia no consumo de vinhos

A despeito da cronologia, a tradição milenar do vinho convive com novos hábitos, como

o uso de eletrônicos, que aproximam as pessoas de informações consultadas em tempo real. A

rotina das pessoas, pois, foi invadida por uma série de dispositivos tecnológicos que auxiliam

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em diversas atividades e se tornaram indispensáveis ao estilo de vida contemporâneo, ao passo

que o vinho já se pusera indispensável ao estilo de vida de inúmeras civilizações.

Do fortuito encontro entre esses modeladores comportamentais, dispõe-se hoje de uma

variedade de aplicativos eletrônicos que fornecem dados e informações sobre quaisquer

aspectos do consumo de vinhos. Tais possibilidades tecnológicas afetam o comportamento pré-

compra e criam uma série de oportunidades de estudo e de intervenções mercadológicas.

Tal qual outro comportamento humano, a prontidão para a tecnologia não é

padronizada, e, mesmo entre os já usuários de tecnologia, há graus de prontidão diferentes para

atividades distintas, como, por exemplo, utilizar aplicativos para operações bancárias, mas não

aderir a todas as suas funções, por medo. Logo, mensurar prontidão para a tecnologia se faz

necessário, pois só a partir disso é possível ajustar estratégias de marketing e de design dos

aplicativos.

Tanto o vinho quanto a emergência tecnológica são fenômenos mundiais, e, entre tantos

povos, nesta dissertação optou-se por entender o comportamento de prontidão para a tecnologia

dos brasileiros, contexto atual da pesquisadora. Essa grande aproximação de gostos pelo vinho

instiga a pesquisadora a entender se há extrapolação às plataformas tecnológicas para o seu

consumo.

Figura 2 – O auxílio ao consumidor através de aplicativos de celulares.

Fonte: Laurent Fievet/AFP, 2012

Considerando que o mercado brasileiro de consumo de vinho vem sendo ampliado por

novos consumidores, os dispositivos móveis podem ser determinantes para o crescimento

desses mercados e para sua maior aproximação com o consumidor final.

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Acredita-se na importância da TI (tecnologia da informação) nesse mercado, pois o

amante de vinhos é um pesquisador sistemático que vive permanentemente em busca de mais

informações sobre o produto (PEREIRA, 2012; BARROS, 2013). Esse complexo produto tem

entre suas características uma possibilidade de compra experiencial, na qual a busca por rótulos

pode ser tão agradável quanto o consumo da bebida (PEREIRA, 2012). Pesquisaram-se alguns

dos muitos aplicativos para dispositivos Android® para informar e qualificar os vinhos, a

satisfação dos usuários e o quantitativo de usuários que fazem uso dos aplicativos, como se

apresenta no Quadro 2.

Analisando sumariamente os dados (Quadro 2) apresentados, verifica-se que, apesar da

quantidade de aplicativos, são poucos os que detêm a preferência dos usuários. E também que o

índice de satisfação é variável. A ideia neste estudo é buscar informações entre os

consumidores para saber qual percentual deles é sensível a esse tipo de instrumento

(tecnológico) e comparar entre os consumidores brasileiros e portugueses se ocorre variação no

comportamento de compra. Já é possível averiguar preliminarmente nos dados que o perfil dos

consumidores é bem distinto em relação à frequência e à quantidade de consumo. Resta checar

de que forma se dá a prontidão para a tecnologia.

Quadro 2 – Aplicativos disponíveis para vinhos

Aplicativo Cotação () Usuários ( )

Vivino: Scanner de vinho 4,3 72.918

WS – Vinhos e Adega 4,2 4.154

Delectable Wine – Scan & Rate 4,4 2.744

Wine 4,2 1.875

Wine – Searcher 4,3 1.362

Hello Vino – Wine Guide 3,5 899

Vinho, Mia Adega 3,9 466

Cellar Tracker 4,3 381

Vinícolas de Espanha – Vinhos 4,5 118

Vini Fera 4,3 66

Falso beber vinho 2,9 59

Wine 3,9 56

Fonte: Google Play, acesso em 25 ago. 2016

Este estudo, portanto, investiga, diante da diversidade existente entre o perfil de

bebedores, o consumo de vinhos, e afere a relação entre a prontidão para a tecnologia e os seus

diferentes consumidores.

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1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A escolha do vinho é complexa por envolver uma série de variáveis subjetivas, como o

gosto, e não subjetivas, como o composto de marketing. Além disso, ao contrário dos demais

produtos de consumo, o vinho envolve tradição e sentimento de realização do consumidor ao

acertar na compra. A verdade é que não faltam opções de bons vinhos no mercado. Logo,

assume-se a tese de que é importante aparelhar o consumidor com o maior número de

informações para auxiliá-lo na hora de decidir a compra.

No Brasil, os principais pontos de venda de vinhos são os supermercados e

autosserviços, devido à sua conveniência. Destaca-se, entretanto, que nesse modelo as

informações ao consumidor sobre qualquer produto, inclusive vinho, é naturalmente limitada

ao rótulo e merchandising por definição (IBRAVIN, 2008; PEREIRA, 2012).

Algumas iniciativas mercadológicas têm sido experimentadas como a criação do clube

de vinhos Pão de Açúcar Viva Vinhos, que oferece aos consumidores dos supermercados Pão

de Açúcar a possibilidade de consumo em grupo, recebendo mensalmente alguns vinhos

especiais acompanhados da oferta de vídeos/aulas de enologia, que orientam o consumidor dão

dicas de harmonização com a comida. Iniciativas dessa natureza podem estimular o consumo,

mas pouco se sabe do retorno e da satisfação do consumidor nesse formato de relacionamento.

Figura 3 – O vinho Perini Solidário vem com a marca Pão de Açúcar e o selo do Outubro Rosa

Fonte: Falando de Varejo, 2015

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O mesmo grupo Pão de Açúcar, em parceria com a Vinícola Perini, desenvolveu

campanha publicitária, em outubro de 2015 e 2016, intitulada Casa Perini Solidário. Esse

projeto consistiu em reverter parte do faturamento de vendas de duas praças – São Paulo e

Brasília – na venda de vinhos especialmente fabricados para ajudar a campanha em favor da

conscientização e do tratamento do câncer de mama. Essa parceria foi constituída entre Pão de

Açúcar, Casa Perini e o Instituto da Mama, do Rio Grande do Sul (Imama), no estado onde está

localizada a vinícola.

Essas ações ajudam a aproximar o produtor do consumidor, mas seu alcance é discutível

e difícil de ser mensurado. Segundo Guerra (2005), essas estratégias de diferenciação da marca

ajudam a reforçá-la na lembrança do consumidor, diante das muitas possibilidades de produtos

para comprar. No entanto, “o processo de decisão não é apenas baseado na maior ou menor

notoriedade de que a marca dispõe no mercado. Interessa abordar a problemática da decisão do

consumidor de vinho numa óptica mais abrangente” (GUERRA, 2005, p. 16).

Quadro 3 – Variação da produção nos principais países produtores

País Produção 2011 (mhl) 2007/2011

1 França 49.633 9%

2 Itália 41.580 -10%

3 Espanha 34.300 -1%

4 EUA 18.740 -6%

5 Argentina 15.473 3%

6 China 13.200 6%

7 Austrália 11.010 14%

8 Chile 10.572 29%

9 África do Sul 9.336 -1%

10 Federação Russa 6.353 -13%

11 Portugal 5.925 -2%

12 Romênia 4.708 -11%

13 Brasil 3.450 -1%

14 Grécia 2.587 -26%

15 Hungria 2.447 -24%

16 Nova Zelândia 2.350 59%

17 Bulgária 1268 - 29%

Fonte: ViniPortugal, 2013 (SANCHES, 2013)

A alta competitividade dos produtos e o baixo nível de informação nos pontos de venda

(PEREIRA, 2012) fazem com que a falta de aproximação entre produtor e consumidor seja um

problema. Sem um canal de comunicação eficiente, os produtores não conseguem passar aos

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consumidores a mensagem correta sobre seus produtos. Não é raro ver produtos bons sendo

vendidos a baixo custo, e, infelizmente, o contrário também é verdadeiro no Brasil.

A solução dos aplicativos especializados nessa realidade sociocultural da

contemporaneidade parece ser uma esperança, tanto para produtores quanto para consumidores

de vinhos.

O mercado de vinho no Brasil se difere muito do mercado europeu. Na Europa, uma

cultura de muitos séculos e uma agricultura forte na produção de uvas e vinho de boa qualidade

sedimentam um hábito de consumo em grande quantidade. No Brasil, com situação geográfica

muito variada, clima tropical e uma cultura bem mais nova em relação ao vinho, há outras

bebidas fortes na competição.

Ao considerar que o mercado de vinhos, no Brasil, tem crescido e que esse crescimento

se deve a novos consumidores (IBRAVIN, 2008), usar uma comunicação contemporânea e

cada dia mais efetiva – através de smartphones – poderá ser uma forma de aproximação entre

produtores e consumidores. Essas novas práticas podem melhorar a qualidade da informação e

podem criar uma melhor experiência de compra, tanto aqui quanto em qualquer outro lugar do

mundo.

Nas últimas décadas, transformações decorrentes do uso da internet têm afetado e

criado novas formas de relação na sociedade que afetam, inclusive, as formas de negócio

(SILVA; BOTELHO; RODRIGUES, 2016). O aumento do uso de smartphones em 2016

trouxe uma ampliação de 21% nas transações on-line e no número de novos e-consumidores.

Um quarto da população brasileira fez, pelo menos, uma compra usando celulares. Em

números, isso corresponde a 48 milhões de pessoas e a um aumento de 22% em relação ao ano

de 2015, gerando um faturamento de R$ 44,4 bilhões (E-bit, 2016).

As compras via dispositivos móveis foram importantes para o aumento das

vendas no Brasil em 2016. Muitos consumidores, que não tinham acesso à

internet, realizaram no ano passado a sua primeira compra utilizando o

smartphone. Em outros países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África

do Sul), como China e Índia, esse fenômeno pode ser constatado com ainda

mais intensidade. (E-bit, 2016).

Pode-se citar, pelo menos, três segmentos que mudaram significativamente a partir da

utilização dessa tecnologia: refeições, transportes e bancos. Em 2015, o mercado de entrega de

comida em casa no Brasil movimentou aproximadamente R$ 9 bilhões. 10% desse total de

transações aconteceu através de aplicativos. Os bares e restaurantes que apostam nesse novo

formato de negócio e relacionamento com sua clientela podem incrementar suas vendas sem

necessitar de ampliação em seu quadro de funcionários e em suas instalações. Na outra ponta

desse negócio, estão pessoas com o dia a dia mais corrido, sem tempo para prepararem suas

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refeições e tendo a facilidade de fazer todo o pedido e pagamento através de seu smartphone.

No Brasil, existem mais celulares ativos do que pessoas e, sendo dessa forma, é natural que os

brasileiros usem essa tecnologia para facilitar sua rotina (E-commerce Brasil, 2015).

“O segmento está dentro da tendência online-to-offline (O2O), que é uma aposta dos

negócios que utilizam a tecnologia para conectar consumidores a prestadores de serviços, como

fazem os aplicativos de táxi” (E-commerce Brasil, 2015, s/p). O aplicativo iFood, que é um dos

principais players do setor, investiu R$ 60 milhões em marketing e atendeu em 2015 um

número próximo de 1 milhão de pedidos com 5 mil estabelecimentos cadastrados em todo o

Brasil (E-commerce Brasil, 2015).

Outra mudança na rotina de pessoas na contemporaneidade foi o surgimento de

aplicativos como Uber, Easy Taxi, Easy Go, Cabify. As Operadoras de Tecnologia de

Transportes Credenciadas – OTTCs, (termo utilizado em São Paulo para designar esse tipo

serviço de transporte privado) mediadas por aplicativos, têm sido uma alternativa de transporte

frente aos serviços de fretamento e têm obtido muitos adeptos pelo preço competitivo, por um

serviço de melhor qualidade, por oferecer uma maior segurança aos passageiros por causa do

registro dos dados do carro e do motorista e por oferecer uma concorrência ao atual serviço de

táxi oferecido, regulando assim o mercado deste tipo de oferta (ESTEVES, 2015; PINA, 2016;

HIGA, 2017; CANALTECH, 2017).

No caso de serviços bancários, muito tempo se ganha na utilização de aplicativos. A

mobilidade permite aos clientes de bancos fazer várias operações sem a necessidade do

deslocamento até a agência. Existem bancos que andam investindo no modelo 100% digital,

como é o caso dos Bancos Intermedium e Original. Mas, nesse segmento, a grande barreira

para adoção é a segurança no trato com valores.

Os canais ofertados na atualidade pelas instituições financeiras são diversos,

entretanto, devido à praticidade, redução de custos e agregação de oportunidades, o

objetivo é conquistar a adaptação de seus clientes quanto à usabilidade dos seus

serviços pela internet, o que possibilita mobilidade ou realização de procedimentos

sem deslocamento pelos clientes até as agências. Contudo, nem todos os clientes estão

aceitos a esta modernidade e criam barreiras para sua utilização. (SILVEIRA;

BURKHARD, 2016, p.51).

Diante dessa problemática, a questão de pesquisa que guiou esta dissertação foi: como

se comporta o consumidor de vinho brasileiro em relação à prontidão para tecnologias no uso

de aplicativos para auxiliar na tomada de decisão de compra?

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1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral da pesquisa é entender o comportamento dos consumidores de vinho

brasileiros em relação à sua prontidão para tecnologias no uso de aplicativos para auxílio na

tomada de decisão de compra.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atender o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos:

Objetivo específico 1: Classificar o perfil dos consumidores de vinho brasileiros

através do questionário proposto por Pereira (2012);

Objetivo específico 2: Aferir e classificar a prontidão para tecnologia em consumidores

de vinho brasileiros quanto ao otimismo, inovabilidade, insegurança e desconforto,

através de TRI (PARASURAMAN; COLBY, 2002);

Objetivo específico 3: Relacionar o perfil dos consumidores de vinho para com seu

TRI;

Objetivo específico 4: Verificar a utilização de aplicativos de celulares disponíveis no

Brasil para tomada de decisão na compra de vinhos;

Objetivo específico 5: Aferir o TRI entre os consumidores que usam aplicativo para

auxiliar na decisão de compra do vinho;

Objetivo específico 6: Verificar quais são os perfis de consumidores de vinho entre os

usuários de aplicativos de celulares para decisão de compra do vinho.

1.5 JUSTIFICATIVAS

Nesta sessão, serão apresentadas as justificativas teóricas e práticas que explicam a

relevância de se realizar o estudo aqui apresentado.

1.5.1 Justificativas teóricas

Embora a escala de prontidão para tecnologia seja um assunto bastante visitado pela

academia, este estudo apresenta um olhar diferente sobre o tema. Tal distinção e sua principal

contribuição teórica é investigar um objeto de pesquisa emergente e economicamente relevante,

com potencial claro de crescimento em curto prazo.

A relevância do tema no Brasil é observável não apenas pela sua urgência e atualidade,

mas também pelo número de trabalhos científicos que contribuem para validação e atualização

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do Índice de Prontidão para a Tecnologia (por exemplo, SOUZA; LUCE, 2005; PIRES;

COSTA FILHO, 2008; RITA; ARAÚJO; PAULA; LIMA; VIANA FILHO, 2010; ROCHA;

BEVILACQUA, 2011; HAHN; SCHERER, 2014).

Não foi encontrado nenhum estudo que aponte a prontidão para tecnologia entre

consumidores de vinho com o objetivo de confirmar a eficácia das ferramentas tecnológicas

que disponibilizam informações úteis à compra.

Além dessa contribuição na análise da prontidão para tecnologia dos consumidores de

vinho, faz-se pertinente entender como classificar, em clusters, esses consumidores e assim

relacionar essas variáveis para sugerir estratégias adequadas de marketing.

Nesse contexto, atentando aos consumidores de vinho, percebe-se que, para fazer a

escolha do produto que irão consumir, eles estão sujeitos à influência de muitos fatores no

momento da compra. Quando a busca interna é suficiente, o consumidor já detém as

informações necessárias para fazer a sua escolha. A busca externa, ao seu turno, depende de

uma série de fontes que raramente estão disponíveis ao mesmo tempo e local (IBRAVIN, 2008;

PEREIRA, 2012).

Quando a compra é feita em locais onde há um vendedor ou atendente especializado

disponível, o consumidor sofrerá a influência deste em sua decisão. Porém, no autosserviço,

fatores não humanos são exclusivos e nem sempre suficientes.

Soma-se a isso o fato de que os profissionais dos pontos de venda podem desde não

receber um treinamento adequado (não ser sommelier) a até tentar uma influência desonesta

que force o consumidor a levar um produto não adequado à sua demanda (IBRAVIN, 2008).

Em linhas gerais, esse canal (varejo) possui uma presença muito baixa de profissionais

especializados em vinhos, e essa realidade é observada tanto para estabelecimentos

menores, quanto para os maiores. [...] Há uma grande expectativa de que esses canais

venham a se tornar os grandes divulgadores dos vinhos junto à população geral, e

principalmente junto à população menos conhecedora e apreciadora do vinho.

(IBRAVIN, 2008 p. 17).

Portanto, a abordagem e a contribuição teórica deste estudo é aferir a prontidão para

tecnologia nos consumidores de vinho considerando os supracitados traços do Brasil.

1.5.2 Justificativas práticas

As informações levantadas por esta pesquisa são de aplicação direta e imediata nas

tomadas de decisão das empresas do setor. Entender o impacto do uso de ferramentas

tecnológicas no marketing dos consumidores de vinho é obrigatório para qualquer player do

segmento.

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Dotar o consumidor de tal independência, ou começar a tomar partido dos aplicativos de

celular como um recurso de apoio à venda, pode ser algo tão inovador como foi a venda em

lojas de autosserviço.

Segundo informações da Agência Sebrae de Notícias, publicadas na Revista Pequenas

Empresas & Grandes Negócios (2016), nos últimos anos, o consumo de vinho cresceu perto de

16% no mercado interno. Ações cooperadas entre IBRAVIN, SEBRAE, Abrasel (Associação

Brasileira de Bares e Restaurantes), entre outras instituições, têm concentrado esforços no

sentido de incrementar toda a cadeia produtiva do vinho, sendo também a tecnologia um

importante incremento à obtenção desses resultados (SPARVOLI, 2016).

Figura 4 – Os celulares se transformaram em um fenômeno na sociedade contemporânea.

Fonte: Exame (2016), acesso em: 23 de out. de 2016

Com o aumento crescente do uso dos smatphones (E-bit, 2016), como exposto na

contextualização deste trabalho, gera-se a necessidade de investigação científica sobre as

influências e as mudanças provocadas no comportamento do consumidor, proposta aqui

defendida. O surgimento de novas gerações de consumidores com hábitos, atitudes e consumos

novos provoca a inquisição de questões ainda não respondidas. Pretende-se com esta pesquisa

dar um passo a mais nessa direção.

Pretende-se, então, com este trabalho, fornecer às empresas algum parâmetro para

inserirem em seus compostos de marketing os canais tecnológicos de comunicação com os

diferentes segmentos de consumidores de vinho, inserindo os novos consumidores no contexto

do consumo e aproximando o produtor de seu consumidor final.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, é apresentada a revisão da literatura realizada para a construção desta

dissertação de mestrado. O capítulo foi dividido em duas partes, sendo a primeira parte dirigida

ao estudo das teorias de Comportamento do Consumidor e a segunda, à prontidão para

tecnologia.

2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Por definição, “o campo de comportamento do consumidor abrange uma extensa área

que compreende o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam,

compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazerem

necessidades e desejos” (SOLOMON, 2016, p. 6). O comportamento do consumidor é

influenciado no processo decisório de compra por diferentes fatores, sejam culturais, sociais,

pessoais ou psicológicos (SCHINAIDER; FAGUNDES; SCHINAIDER, 2016).

Cabe aos profissionais e teóricos de marketing investigar as variáveis que influenciam a

decisão de compra do consumidor para decidir e dimensionar as estratégias da empresa.

É nesse contexto que o consumo, tanto da tecnologia como do vinho, são analisados.

Não apenas como produtos, mas também como parte do universo simbólico, de pertencimento

e identidade de seus consumidores.

2.1.1 Mecanismos de percepção do consumidor

Percepção é o processo através do qual os consumidores selecionam, organizam e

interpretam o que é fruto das sensações que, por sua vez, são as respostas dos receptores

sensoriais a estímulos como luz, cor, som, odor, textura etc. Para que haja a fixação do

estímulo, é necessário agregar significado ao estímulo (SAMARA; MORSCH, 2005, p. 123).

Os sentidos são fundamentais para a percepção, pois é através deles que se dão os inputs

ao sistema de percepção dos indivíduos. Quanto mais sentidos estiverem envolvidos nas

experiências, maior será a retenção desse estímulo. Cada pessoa guarda o mesmo estímulo de

forma diferente.

Os sentidos são muito importantes tanto para produtos tecnológicos como para o vinho.

Os sentidos da visão, olfato, paladar, audição e tato, apesar de funcionarem ao mesmo tempo,

são percebidos paulatinamente.

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Como os computadores, passamos por estágios de processamento de informações nos

quais fornecemos e armazenamos estímulos. Entretanto, diferentemente dos

computadores, não processamos passivamente as informações presentes, sejam elas

quais forem. A princípio, percebemos apenas um pequeno número de estímulos em

nosso ambiente, simplesmente porque existem vários em todos os cantos disputando

nossa atenção. Entre aqueles que percebemos, prestamos atenção a um número ainda

menor – e podemos não processar os estímulos que entram na consciência

objetivamente. Cada indivíduo interpreta o significado de uma maneira coerente com

suas inclinações, necessidades e experiências exclusivas (SOLOMON, 2016, p. 184).

Os estímulos sensoriais são percebidos, cada um, por um órgão receptor sensorial

diferente, que é capaz de assimilar um tipo de estímulo específico. De acordo com a Figura 5,

pode-se ver a relação entre o tipo de estímulo, o órgão que o recebe e os estágios da percepção.

Figura 5 – Visão geral do processo perceptivo

Estímulos

Sensoriais

Visões

Sons

Odores

Paladar

Texturas

Receptores

Sensoriais

Olhos

Ouvidos

Nariz

Boca

Pele

Exposição

Atenção

Interpretação

Fonte: Samara e Morsch, 2005, p. 124

O estágio de exposição é o primeiro dos três estágios, nele o indivíduo captura o

estímulo, mas nem todos são notados e a ordem de retenção do estímulo também varia de

pessoa para pessoa. Alguns estímulos são captados num período curto, outros precisam de um

tempo mais prolongado para serem notados. Eles podem estar acima ou abaixo do limiar de

percepção do indivíduo.

A atenção é o segundo estágio no processamento do estímulo e é variável de acordo

com as características do estímulo e do receptor. Numa sociedade, como a contemporânea, o

indivíduo é bombardeado por um número muito grande de informações e não é capaz de reter

todo o volume de estímulos recebidos. A maior parte das informações é, portanto, descartada e

somente aquelas nas quais o indivíduo tem algum interesse são retidas.

A tecnologia parece estar reprogramando nosso cérebro para prestar atenção a mais

estímulos. Hoje, consumimos três vezes mais informações por dia do que as pessoas

consumiam em 1960. Mudamos constantemente nosso foco de atenção: no trabalho,

os usuários de computador mudam de janela ou verificam o e-mail ou outros

programas em torno de 37 vezes por hora. Eles visitam uma média de 40 sites por dia

(SOLOMON, 2016, p. 190).

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A interpretação é o terceiro estágio e é nesse momento que se atribui significado aos

estímulos sensoriais. Cada pessoa vai atribuir significados próprios, pois essa interpretação

varia de acordo com a experiência vivida, o momento, o lugar, e as experiências anteriores que

vão ser associadas a esse estímulo. É nessa fase do processo que se arquiva o estímulo,

elaborado e significado na memória (SOLOMON, 2016).

A memória, por sua vez, é constituída por um sistema tríplice que é composto pela

memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Cada um desses

segmentos desempenha um papel diferente. A memória sensorial (MS) é a que armazena, por

poucos instantes, as sensações. Se a sensação armazenada for retida para processamento

posterior, a informação irá para a memória de curto prazo (MCP). A memória de curto prazo,

por não ter espaço para armazenar grande volume de informações e sensações, também guarda

por um curto espaço de tempo. A memória de curto prazo funciona como uma memória

operacional que armazena as informações que estão sendo processadas e nela é possível fazer

agrupamentos das sensações. Já a memória de longo prazo (MLP) armazena as informações por

um longo período. Para que as memórias saiam da MCP e migrem para a MLP é necessário que

ocorra um ensaio elaborativo, que é a associação dessa nova experiência a memórias anteriores,

através da relação do significado (SOLOMON, 2016).

Figura 6 – Tipos de memórias

Fonte: Solomon, 2016, p. 225

2.1.2 Atitudes

O termo atitude é empregado em diversos contextos, mas neste trabalho, atitude é uma

avaliação duradoura e genérica sobre pessoas, objetos, informações ou problemas. A atitude

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tem três componentes: afeto, comportamento e cognição (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD,

2016).

Figura 7 – Visão tridimensional da atitude

Fonte: Coutinho e Lucian, 2015, p. 8.

O afeto é o sentimento que o indivíduo desenvolve em relação a um objeto de atitude. O

comportamento (conação) diz respeito às intenções que se deve ter quanto ao objeto de atitude.

A cognição é o conjunto de crenças que se tem quanto ao objeto de atitude (COUTINHO;

LUCIAN, 2015).

A avaliação de atitude por parte dos profissionais e teóricos de marketing pode se tornar

extremamente complexa quando o produto tem muitos atributos a serem avaliados pelos

consumidores. Nesse caso, são avaliados os modelos de atitude que caracterizam os

componentes que podem atuar juntos na influência às avaliações das pessoas sobre os objetos

de atitude.

Como as atitudes são muito complexas, os pesquisadores de marketing podem usar os

modelos de atitude multiatributo para compreendê-las. Esse tipo de modelo

pressupõe que a atitude de um consumidor em relação a um objeto de atitude depende

das crenças que ele tem com respeito a alguns ou muitos dos atributos do objeto.

Quando utilizamos um modelo multiatributo, presumimos que podemos identificar

essas crenças específicas e associá-las para gerar uma avaliação da atitude geral do

consumidor. (SOLOMON, 2016, p. 312, grifo do autor).

Os modelos multiatributo possuem três elementos específicos: atributos, crenças e pesos

de importância. Nessa forma de analisar os atributos, para cada atributo que é reconhecido pela

maioria dos consumidores, são atribuídos pesos de acordo com a sua importância. Esses pesos

não necessariamente irão ser os mesmos entre todos os consumidores.

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2.1.3 Processo de decisão de compra

O processo de decisão de compra é dividido nas etapas de reconhecimento do problema,

de busca de informações, de avaliação de alternativas, de compra e avaliação ou de experiência

de pós-compra. Em cada uma dessas etapas, o indivíduo se alimenta de informações. Os

produtos são avaliados como alternativa à necessidade que desperta a compra. Para tomar a

decisão, as informações fornecidas tanto no rótulo do produto quanto no ponto de venda são

estímulos que influenciam a compra (DINIZ; ALMEIDA; SALAZAR; SOUZA, 2017;

RIBEIRO, 2014).

Alguns atributos do produto também são avaliados para a decisão de compra e podem

ser classificados em três categorias:

Quadro 4 – Tipos de atributos do produto

Atributos salientes São os atributos que assumem maior destaque na percepção do

consumidor, mas que não têm muita importância na sua decisão

de compra.

Ex.: Posição na gôndola, banners, cor.

Atributos importantes São aqueles que estão presentes em vários, senão todos os

produtos que estão em avaliação para serem consumidos.

Ex.: Embalagem, rótulo.

Atributos determinantes São aqueles que o consumidor mais considera na sua decisão de

consumo.

Ex.: Aroma, textura, sabor.

Fonte: DINIZ et al., 2017

Quando o produto em avaliação é o vinho, os atributos são divididos em dois grupos:

intrínsecos e extrínsecos. Intrínsecos são os atributos que fazem parte do vinho, interno,

inerente, constitutivo que são castas, grau alcoólico, cor, aroma, sabor e estilo do vinho. Já os

atributos extrínsecos são aqueles que são exteriores ao produto, mas que influem na compra

como: preço, embalagem, rótulo e contrarrotulo, design, marca, prêmios (RIBEIRO, 2014).

2.1.4 Segmentação

A segmentação de mercado está fundamentada no princípio de que os consumidores são

diferentes e possuem necessidades distintas, mas é possível perceber grupos de pessoas e

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33

necessidades que são comuns. Sendo assim, pode-se separar o total de consumidores em grupos

que tenham as mesmas expectativas, gostos semelhantes, e formas de consumo iguais

(BAZANINI; FERREIRA; FÉRIS; RAVAGNANI, 2016). Um caso simples de segmentação é

a respeito, por exemplo, de sabores. Na indústria alimentícia, existem vários produtores que

possuem uma variedade grande de sabores para atender às diversas preferências de seus

consumidores.

A segmentação é baseada em desdobramentos do lado da oferta de mercado, e

representa um ajuste mais racional e preciso do produto, e do esforço mercadológico,

para o pronto atendimento às exigências do consumidor. [...] A segmentação de

mercado está no cerne da estratégia de marketing (BAZANINI et al., 2016, p. 51).

Existem muitos critérios de segmentação, entre eles os critérios demográficos,

geográficos, psicográficos, econômicos e sociais. Para cada tipo de critérios de segmentação,

vão surgir segmentos distintos. De acordo com o produto, deve-se priorizar algum ou alguns

desses critérios.

A segmentação tem sido uma forma de oferecer com mais eficiência às pessoas

produtos que caem como uma luva para seus anseios e interesses, e tem sido uma forma das

empresas oferecerem produtos e serviços diferenciados, tornando-os mais competitivos no

mercado e buscando nichos específicos. Uma boa oferta, dentro das expectativas do cliente,

permite não só um aumento na sua satisfação como na lealdade desse cliente à marca

(BAZANINI et al., 2016; PORTER, 1999).

2.1.5 Fonte de informação para decisão de compra

A decisão de compra do consumidor é um processo que acontece em quatro estágios. O

primeiro deles é o estágio da necessidade despertada no qual o consumidor reconhece uma

necessidade fazendo com que ele considere a compra de um produto ou serviço. Num segundo

momento, o consumidor avalia as alternativas através de toda e qualquer informação que o leve

a fazer a melhor escolha de produto, de preço, de local de venda.

No terceiro estágio, o consumidor faz a compra ou desiste dela. É nesse estágio que

efetivamente o consumidor faz a sua escolha. E, por fim, no quarto estágio, uma vez que a

compra do produto ou serviço tenha sido efetuada, o consumidor, de propriedade e no uso do

produto ou serviço, avalia sua satisfação sobre o bem ou serviço adquirido. De acordo com o

Quadro 8, pode-se observar as relações existentes entre as ações em todos esses momentos do

processo de decisão da compra.

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Quadro 5 – O processo de decisão de compra

Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV

Necessidade

Despertada

Atividades de Pré-Compra Decisão de

Compra

Avaliação de

Pós-Compra

Fonte: BEBER, Sedinei J. N., 1998

É importante destacar o quanto a comunicação é importante em todos os estágios. Ao

longo de todos os estágios, diferentes mídias podem ser utilizadas para tornar mais eficiente

todo o processo (BEBER, 1998; KOTLER; ARMSTRONG, 2012).

A fase de pré-compra é considerada crítica tendo em conta todo o processo de decisão

de compra, uma vez que o consumidor está sujeito à influência de inúmeros fatores

tais como as suas preferências, a percepção das suas necessidades, o seu conhecimento

e o seu nível de incerteza (PEREIRA, 2012, p. 19).

No comportamento do consumidor, o levantamento de informações a respeito do

produto ou serviço que se deseja consumir é uma fase das mais importantes para a definição da

compra. Os consumidores são constantemente bombardeados de informações e costumam

buscar informações dos produtos de seu interesse. A tecnologia na forma de computadores e

celulares e da Internet, hoje, é fonte de informações para a tomada de decisão de muitos

consumidores.

O comportamento do consumidor face à procura de informação é uma das

componentes principais da análise do processo de decisão. Todos os dias, os

consumidores se deparam com situações de compra face à quais agem de forma

diferente, isto porque algumas decisões são mais complexas e envolvem um maior

esforço do que outras, sendo que, no limite, o processo de decisão pode até assumir

uma natureza automatizada sem qualquer tipo de envolvimento associado (PEREIRA,

2012, p. 18).

O marketing digital é a utilização de estratégias, em qualquer componente digital, no

composto de marketing – produto, preço, praça ou promoção (GABRIEL, 2010). Considerado

uma evolução, trazendo novos conceitos, o marketing digital é o emprego de estratégias de

marketing através de canais eletrônicos para expandir a relação entre as organizações e os

clientes. (CRUZ; SILVA, 2014)

Identificação

do Problema

Hábitos

Incertezas

Avaliação

Necessidades

Busca de

Informações

Fontes de

Informações

Exames de

Alternativas

Descartar

Seleção

Atividades de

Pós-Compra

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2.1.6 Intermediários e ponto de venda

Ao decidir-se por adquirir um produto ou serviço, o consumidor se dirige ao ponto de

venda onde acontecem alguns estágios do processo de venda. Das etapas do processo citadas

anteriormente, pelo menos três podem ocorrer no ponto de venda: busca de informações,

avaliação de alternativas e a compra propriamente dita.

Com o modelo de autoatendimento, muito utilizado na atualidade, o consumidor decide

a compra avaliando entre os vários produtos que se apresentam na gôndola, solitariamente, sem

ajuda de intermediários, a não ser o produto e seus concorrentes, apresentados na gôndola.

Para que o varejo tenha sucesso em seu papel de atender ao consumidor final, é

necessário compreender os critérios de avaliação, as características adequadas para um

ponto de venda, os processos comparativos e os critérios que os consumidores

consideram aceitáveis ou inaceitáveis no atendimento de suas expectativas (ANTONI;

BASSO, 2016, p. 596).

Na etapa de procura de informação, o consumidor busca primeiramente informações

internas, de características de potenciais soluções e de maneiras de comparar as soluções. Se a

busca interna não for satisfatória, levando o consumidor a saciedade de sua necessidade, inicia-

se outra busca, só que agora externa. Dentre as fontes externas de informação, pode-se

encontrar anúncios, indicações de amigos, os vendedores, revistas especializadas, internet etc.

(SANCHES, 2013).

Quando se trata do vinho deve-se destacar que o papel do intermediário ou do vendedor

é muito importante, pois, com o baixo nível de informações internas sobre o produto, o auxílio

do vendedor, numa loja especializada ou num restaurante de um garçom/maitre/sommelier, é

muito considerado pelo consumidor (IBRAVIN, 2008). No tocante aos produtos inovadores,

percebe-se que o valor do investimento exige uma busca de informação mais detalhada e

extensa, envolvendo outras fontes de informação (PARASURAMAN; COLBY, 2002).

Nessa fase da compra:

O conceito de risco percebido que está na base do comportamento do consumidor e

representa a incerteza deste face à perda ou ao ganho numa transação, podendo este

resultado final repercutir-se em seis vertentes: a financeira, a performance, a social, a

psicológica, a segurança e, a perda de tempo/convivência. Fruto da conjugação destes

fatores, o risco percebido varia, contudo, na forma como é encarado e no modo como

o consumidor atua sobre ele (PEREIRA, 2012, p. 19).

Ainda segundo Pereira (2012), quando a incerteza e o risco percebido não são atenuados

pelas informações dadas pelas fontes formais, o consumidor tende a buscar as informações em

fontes informais. Essas formas de buscas vem sofrendo atualizações com o passar do tempo e,

mais recentemente, são muito frequentes na forma virtual.

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36

2.1.7 Comportamento do consumidor de tecnologia

Com a adoção cada vez maior de tecnologias no consumo, a natureza das interações

entre produtores e consumidores tem mudado, e essa nova dinâmica tem implicações diretas

sobre a satisfação do consumidor e sobre a prontidão para adoção de novas tecnologias.

A transformação provocada pela tecnologia nos serviços deverá acelerar no futuro,

porque as tecnologias atuais estão aumentando rapidamente em velocidade,

capacidade, conectividade, funcionalidade e facilidade de uso, enquanto as inovações

potencialmente inovadoras ainda estão nascendo. (PARASURAMAN; COLBY, 2014,

p.59).

A grande competitividade faz com que a tecnologia seja usada como facilitadora nas

transações fazendo com que consumidores interajam com máquinas ao invés de funcionários da

linha de frente caracterizando, com isso, o que é chamado no marketing, de autoatendimento.

Essas tecnologias são empregadas em várias atividades: caixas eletrônicos, sites de varejo na

Internet, serviços bancários on-line, compra de ingressos, pagamento de estacionamentos, entre

outras. O autoatendimento abrange uma variedade grande de tecnologias (FIGUEIREDO;

SANTOS; CARNEIRO; ARAÚJO, 2012).

O autoatendimento é um fenômeno que existe há décadas, mas se estabeleceu como

comportamento majoritário em bancos, supermercados, lojas de conveniências, entre outros

estabelecimentos de serviços. O aumento da incidência de clientes que têm de servir-se através

de sistemas baseados em tecnologia é pertinente tanto para empresas de serviços quanto bens

(PARASURAMAN; COLBY, 2014). Sendo assim, “as pessoas estarão lidando com desafios e

oportunidades em tecnologia, muito depois de a Web ter se tornado tão comum quanto o

automóvel ou o rádio” (PARASURAMAN; COLBY, 2002, p. 27).

Os recursos tecnológicos influem na eficiência das empresas, na competitividade, e até

no conceito que os consumidores podem estabelecer sobre elas. O uso de recursos tecnológicos,

entretanto, não garante a satisfação e a adoção por parte dos consumidores. Sendo assim, é

necessário que as empresas, antes de adotarem qualquer ferramenta tecnológica, avaliem sua

clientela para saber qual o nível de interesse de seus clientes na utilização dessas ferramentas.

Com o aumento no uso de ferramentas computacionais e conectadas à Internet a partir

da década de 1990, Parasuraman e Colby (2015), em suas pesquisas, constataram que o

comportamento do consumidor de tecnologia tinha algumas especificidades que não

respondiam da mesma forma para outros produtos e serviços.

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Para realçar as implicações de mudanças de indução tecnológica na essência das

relações consumidor-empresa, Parasuraman (1996) propôs um modelo, derivado do modelo

triangular de Kotler (1994). Trata-se de uma ampliação do modelo original com o acréscimo da

dimensão de tecnologia, transformando-o no modelo de pirâmide para o marketing. A

tecnologia incide sobre empresa, colaboradores e consumidores, influindo nas relações de

marketing interna, externa e interativa, como mostra a figura abaixo (Figura 8).

Figura 8 – Triângulo e pirâmide: os modelos de serviços de marketing

Modelo do Triângulo

Companhia

Modelo da Pirâmide

Companhia

Fonte: Parasuraman, 2000, p. 74 e 75

No diagrama de pirâmide (Figura 8) observa-se que a introdução da tecnologia nas

empresas influencia e interfere na relação com os clientes (marketing externo), na relação com

os colaboradores (marketing interno), e também na interação entre profissionais da linha de

frente com a clientela (marketing interativo), o que coloca numa posição de grande relevância o

estudo dessas relações para definir estratégias adequadas de marketing.

Segundo Mick e Fournier (1998), a reação das pessoas à tecnologia é explicada por oito

paradoxos com os quais elas têm que lidar:

Figura 9 – Paradoxos do consumidor diante de produtos e serviços inovadores

Fonte: Da autora. Baseado em Mick e Fournier, 1998

Consumidores Consumidores Funcionários Funcionários

Marketing

Interno

Marketing

Externo

Marketing

Interativo

Tecnologia

Caos

Escravidão

Obsolescência

Incompetência

Ineficiência

Criação de necessidade

Isolamento

Desconectividade

Controle

Liberdade

Novidade

Competência

Eficiência

Cumpre necessidade

Assimilação

Conectividade

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Através da vivência com esses paradoxos, os consumidores de tecnologia podem

desenvolver sentimentos positivos e negativos e tais sentimentos podem coexistir

simultaneamente com dominâncias eventuais de um ou outro. (PARASURAMAN; COLBY,

2015).

Ainda seguindo a reflexão de Mick e Fournier (1998), definiu-se que os sentimentos

positivos conduzem os consumidores para o uso da tecnologia e os sentimentos negativos os

seguem impedindo ou retardando esse uso. É desse pensamento que partiu a definição dos

condutores e inibidores da prontidão para a tecnologia.

Logo, diante do exposto, acredita-se que tal comportamento pode ocorrer também no

mercado de vinhos, interesse particular desta dissertação de mestrado.

2.1.8 Comportamento do consumidor de vinho

O comportamento do consumidor de vinho não assume um padrão igual em todos os

países do mundo. Nos países da Europa, berço da cultura vitivinífera, o consumo é muitas

vezes maior do que em países de outros continentes (ver Figura 10), mesmo naqueles onde

houve colonização europeia, como é o caso do Brasil. Portanto, os hábitos de consumo no

Brasil é muito distinto como já foi afirmado neste estudo.

O consumo de vinho está diretamente associado ao clima e às condições para o cultivo

da uva. Mas com as distâncias encurtadas com a globalização é possível verificar um

crescimento global desse consumo.

Figura 10 – Mapa de consumo de vinho per capita no mundo

Fonte: Vinhopedia, 2010, acesso em: 29 de abr. de 2017

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Nesta pesquisa, optou-se por estudar o comportamento dos consumidores de vinho no

Brasil, para que se pudesse estabelecer um paralelo sobre as duas formas dos consumidores

reagirem, ao mesmo tempo ao consumo de vinho e à adoção à tecnologia.

Pereira (2012) salienta que o primeiro critério de escolha do produto esta associado à

cor do vinho, sendo o tinto o de maior preferência, e que normalmente essa decisão está

vinculada ao tipo de comida que será consumida junto com o vinho.

São muitos os atributos do vinho que implicam a decisão de compra do consumidor.

Entre eles, Ribeiro (2014) destaca: paladar, tipo de vinho, teor alcoólico, idade do vinho, cor,

preço, marca, rótulo, embalagem, uso e região de origem. Mas, o maior destaque é dado ao

preço, à região de origem e à marca.

Mesmo na Europa, onde o consumo per capita assume os maiores valores, em cada país

são valorizados aspectos diferentes na escolha do vinho. As preferências do consumidor

mudam (DINIZ; ALMEIDA; SALAZAR; SOUZA, 2017).

Quadro 6 – Motivação para o consumo de vinhos no mundo

País Consumo

per capita

Motivos

França 45,7 litros Harmonização com a comida;

País de origem;

Conhecimento prévio do produto.

Itália 42,15 litros Degustação prévia do vinho;

Harmonização com a comida;

País de origem.

Espanha 26,16 litros Preço do vinho;

Harmonização com a comida;

País de origem.

Portugal 41,81 litros Preço do vinho.

Brasil 1,8 litros Marca;

Conhecimento prévio do vinho

Harmonização com a comida.

Fonte: DINIZ et al., 2017 e Vinhopedia, 2010

É importante ressaltar que, neste estudo, apesar de afirmar que o consumidor brasileiro

decide sua compra baseado na marca, no conhecimento prévio do produto e na harmonização

com a comida, o experimento realizado aponta que o consumo dos recifenses se baseia na

variedade de uva, origem do vinho, harmonização com o alimento e informações contidas no

contrarrótulo, o que aponta que, num país continental como o Brasil, o comportamento do

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consumidor de vinho não segue um padrão uniforme. Ainda pode-se inferir que, como são

muitos os atributos do produto e pouco o conhecimento do consumidor, atributos como a marca

não sejam definitivos em todas as regiões do país (DINIZ et al., 2017 e IBRAVIN, 2008).

Entre os brasileiros, existe uma grande receptividade em relação ao produto, mesmo não

sendo um consumidor frequente, pois o consumidor não se sente seguro por se sentir

desconhecedor para tomar decisões consistentes.

Diante da presença de uma variedade de escolhas, o consumidor, ao invés de celebrar,

denota temor e confusão, com reações que vão da inércia por optar pela mesma marca

já consumida, até a fuga para outra categoria. Consequentemente, 8 em cada 10

consumidores admite indecisão na hora da compra e quase 7 em cada 10 sentem falta

de informação. (IBRAVIN, 2008, p. 3).

O segmento vinícola brasileiro, através do IBRAVIN (2008), vem pesquisando as

características do consumidor brasileiro para ampliar as vendas e essas pesquisas apontam que

o consumidor de vinho no Brasil tem um baixo nível de conhecimento sobre o produto. O

consumo de vinhos importados é muito maior do que o de nacionais, mas o consumidor

brasileiro reconhece a qualidade do produto brasileiro e tem um sentimento de compromisso

com a indústria brasileira. A escolha do vinho acontece com base no sabor, que, por sua vez, é

definido por um conjunto de características associadas como o teor de açúcar, a cor, o aroma e

o tipo de uva, o que reforça o valor que é dado aos sentidos, apesar dessa escolha ser feita de

forma rudimentar, sem maiores conhecimentos. Após o sabor, o preço e a origem são os fatores

que ajudam a definir a compra.

Tabela 1 – Atributos levados em consideração pelo consumidor no processo de escolha

Consumidor Maduro Sabor

78,6%

Marca

57,1%

Aroma

35,7%

Preço

-7,1%

Vinhos de Mesa Consumidor Típico Sabor

68,1%

Preço

45,9%

Marca

39,3%

Consumidor Maduro Sabor

83,1%

Marca

43,8%

Aroma

31,3%

Uva

12,5%

Origem

9,4%

Preço

-21,9% Vinhos Finos Consumidor Típico Sabor

74,6%

Marca

38,5%

Aroma

21,1%

Preço

14,4%

Consumidor Maduro Sabor

100%

Uva

80,7%

Marca

20%

Aroma

20%

Preço

-20%

Espumantes Consumidor Típico Sabor

68,1%

Preço

48,2%

Marca

46%

Fonte: IBRAVIN, 2008

Os consumidores maduros são aqueles que possuem um alto grau de conhecimento

sobre o produto e as informações fornecidas na pesquisa têm um alto grau também de

consistência, isto é, há segurança nas informações que prestam sobre o produto. Os

consumidores típicos são aqueles que têm pouco conhecimento sobre o produto e uma baixa

consistência nas informações que prestam (IBRAVIN, 2008).

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No Quadro 7, são apresentados os atributos decisivos na escolha do produto, que variam

de acordo com o tipo de vinho (vinho de mesa, vinho fino e espumante – os três tipos são

variações do que é conhecido como vinho) e com a maturidade do consumidor. O atributo mais

decisivo unanimemente é o sabor, o qual não é o único e é seguido por atributos que aparecem

de forma constante: marca, aroma, preço, tipo de uva e origem (IBRAVIN, 2008).

Segundo o IBRAVIN (2008, p.7), 70% da população brasileira são consumidores de

alguma bebida alcoólica. Dentre os bebedores, 11,6% consomem vinho de mesa; 5,7%, vinhos

finos e 5%, espumantes, o que somados correspondem a 22,3% do total de consumidores de

bebidas alcoólicas.

O típico consumidor de vinhos possui conhecimento limitado referente à categoria,

seja referente à composição das bebidas ou aos indicativos de qualidade. Para grande

parte dos que consomem vinhos, a única informação coerente que possuem sobre a

bebida é a distinção entre sabores (suave e seco). Essa distinção é feita tanto para os

vinhos tintos quanto para os vinhos brancos (IBRAVIN, 2008, p.15).

Dentre os consumidores brasileiros, pode-se perceber uma segmentação quanto à

maturidade do consumo (IBRAVIN, 2008, p.18):

5% de consumidores maduros: são os que possuem um grau de conhecimento muito acima da

média e certa consistência entre os que afirmam consumir e os que realmente consomem.

14,4% de consumidores com consciência ativa: são os que têm um índice de conhecimento

mediano, que já adquiriram algum conhecimento sobre vinhos e tomam algumas atitudes

acertadas.

35,2% de consumidores com consciência passiva: são os consumidores com baixo

conhecimento e pouca consistência no conhecimento que têm.

45,3% de consumidores imaturos: são os consumidores com nível de conhecimento

muito abaixo da média e total inconsistência no conhecimento que tem.

Com o baixo nível de informação, o consumidor sente-se desorientado para decidir sua

compra diante da grande variedade de alternativas. As informações são disponibilizadas no

rótulo e contrarrótulo, mas as mesmas são pouco assimiladas diante do baixo nível de

conhecimento e levam o indivíduo à paralisação no momento da escolha provocando grande

desconforto (IBRAVIN, 2008).

Em meio a semelhante desnorteamento, os consumidores lançam mão de atalhos

cognitivos como preço para diferenciar os produtos. Assim, para a maioria, o preço é

sinal de diferença entre vinho fino e de mesa, embora um percentual alto dos

consumidores totais (47%) admita desconhecer quais elementos diferenciam um do

outro. Já os maduros se apoiam menos no preço e admitem menor grau de dúvidas

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entre ambas opções, sugerindo um conhecimento e experiência maior com a categoria.

(IBRAVIN, 2008, p. 22).

No consumo do vinho, quatro motivações são consideradas como gatilho: prazer,

requinte, refeição e celebração. Esses motivadores atuam de maneira conjunta e para a

consolidação do consumo são necessários, pelo menos, dois deles presentes. Observou-se que

esses motivadores têm uma forte relação com o consumo do vinho e atuam de maneira

diferente em cada consumidor (IBRAVIN, 2008).

Prazer: quando busco relaxar, me animar, desinibir. Quando quero quebrar a rotina;

quando saio do trabalho para o happy hour. Oferece sensações que nenhuma bebida me dá.

Requinte: quando quero um momento romântico íntimo, porque me faz sentir

sofisticado, para acompanhar leitura, música ou vídeo. Quando busco uma situação mais

refinada.

Celebração: para celebrar um evento ou festa, para confraternizar com os amigos.

Refeição: para acompanhar as refeições, quando vou receber uma visita, para deixar o

ambiente mais aconchegante.

Gráfico 1 – Local onde o consumidor costuma efetuar a compra de vinhos

Fonte: IBRAVIN, 2008, p.58

O vinho é um produto que nem sempre o consumidor é o responsável pela compra. A

grande maioria de consumidores (2 em cada 3) que faz a compra do produto costuma fazê-la

em supermercados e hipermercados. 7% costumam comprar vinhos em bares e 6%, em botecos,

como observamos no Gráfico 2 (IBRAVIN, 2008).

Observa-se, portanto, que o comércio de vendas de vinho é bastante pulverizado e o

varejo convencional é o grande definidor de vendas, ficando responsável por quase

67%

7%

6%

3% 3%

2% 2%

0,50% 0,10%

3% 6% Super/hipermercado

Bar/boteco

Mercadinho

Loja especializada

Atacadista/Depósito

Vinícola

Restaurante

Loja de conveniência

Importador

Internet

Outro

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70% das vendas. No caso de vinhos finos, alguns pontos de vendas, tais como

restaurantes ou lojas especializadas aumentam a sua participação nas vendas

(IBRAVIN, 2008, p. 58).

A venda de vinhos no Brasil está concentrada principalmente nas classes A e B e na

região Sul. O preço é um aspecto muito observado pelo consumidor. Na falta de informação, é

um parâmetro de avaliação de valor. Um fato curioso observado na pesquisa é que o

consumidor brasileiro aceita pagar mais por um vinho importado do que está disposto a pagar

pela bebida de origem nacional e paga mais pelo produto que julga ter maior valor agregado.

2.2 PRONTIDÃO PARA TECNOLOGIA

Neste capítulo, é apresentada a teoria da prontidão para tecnologia e o índice

desenvolvido para aferir a disposição dos consumidores no uso de produtos e serviços

tecnológicos.

A Teoria de Prontidão para Tecnologia “é uma combinação de crenças relacionadas à

tecnologia que, em conjunto, determinam a predisposição da pessoa para interagir com

produtos e serviços baseados em tecnologia” e o Índice de Prontidão para Tecnologia “é uma

escala de múltiplos itens que mede a disposição para tecnologia da pessoa determinando sua

posição sobre 36 declarações diferentes a respeito de crenças relativas ao tema”

(PARASURAMAN; COLBY, 2001, p.32 e 34).

A TR (Technology Readiness) começou a ser elaborada pelos estudiosos do marketing

no início do século XXI e foi enunciada por Parasuraman e Colby (2001; 2015) como uma

forma de avaliar o olhar dos consumidores sobre produtos/serviços tecnológicos. Nessa

perspectiva, a partir dessa visão, é possível adequar as estratégias de marketing para melhor

aceitação e competitividade no mercado de inovações.

Com a crescente presença de produtos e serviços tecnológicos os profissionais de

marketing têm a necessidade de entender plenamente o comportamento do consumidor nesse

contexto, pois nesse ambiente transformado pela mudança tecnológica não se pode acreditar

que a reação diante da tecnologia seja uniforme entre os consumidores.

Para se avaliar as reações dos consumidores e não cometer erros em estratégias

inadequadas de marketing, é necessário desenvolver instrumentos que possam avaliar as

reações do consumidor levando em conta que a melhor solução de tecnologia não garante

sucesso de mercado (PARASURAMAN; COLBY, 2001; RITA et al., 2010).

O principal motivo das ações inadequadas de marketing para produtos e serviços

baseados em tecnologia é a compreensão equivocada das atitudes dos clientes em

relação à tecnologia e das variações dessas atitudes nos diferentes segmentos de

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clientes. Logo, a compreensão dos fatores que levam os consumidores a adotar ou não

novas tecnologias é interessante tanto para empresas, em seu sentido prático, quanto

para pesquisa do comportamento do consumidor, e consequentemente o marketing,

em seu sentido teórico (HAHN; SCHERER, 2014, p. 61).

É importante destacar que o TRI é fruto de um longo estudo que começou ainda na

década de 1980, no sentido de delinear a forma como os indivíduos interagiam com produtos e

serviços inovadores. Com o crescente aumento da oferta desses produtos e serviços e a

gradativa migração de serviços analógicos para um formato digital, em busca de agilidade e

melhoria na execução de tarefas, muitas empresas começaram a introduzir, em suas rotinas,

várias etapas digitais.

Em 1988, começou um enorme ciclo de pesquisas qualitativas realizado por telefone

nos Estados Unidos, que se chamou National Technology Readiness Survey (NTRS), Pesquisa

Nacional de Prontidão para Tecnologia, executado por Parasuraman e Colby (2002, p.28). Esse

ciclo de estudos foi realizado durante 11 anos e buscava investigar as crenças relativas à

tecnologia e descobrir a dinâmica em torno do comércio eletrônico. Graças a essa pesquisa é

que se chegou ao Índice de Prontidão para Tecnologia (TRI) e ela foi fundamental para definir

e quantificar a TR (Technology Readiness) e a sua relação com o comportamento dos

consumidores de tecnologia (PARASURAMAN; COLBY, 2001, p.33).

Parasuraman (2000) desenvolveu uma escala para aferir a prontidão dos consumidores

para a tecnologia entendendo que era necessário perceber de que forma o consumidor encarava

essas mudanças tecnológicas e de que maneira ele interagia com os dispositivos de tecnologia –

Technology Readiness Index (TRI).

Parasuraman e Colby (2001) baseiam-se em quatro princípios de marketing para lidar

com os produtos inovadores: (1) a adoção de tecnologia é um processo distinto, (2) as

inovações exigem estratégias de marketing diferentes, (3) garantir a satisfação do cliente é um

desafio maior para o produto ou serviço baseado em tecnologia e (4) os mercados são regidos

pela lei de massa crítica, em que frequentemente o resultado é absoluto (PARASURAMAN;

COLBY, 2001; 2015).

Para lidar diretamente com essa realidade específica, os autores propõem um modelo

estratégico adequado às situações tecnológicas com foco no cliente e voltado para inovações

contínuas.

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45

Figura 11 – Ciclo de inovação focalizada no cliente

Fonte: Parasuraman e Colby, 2001, p. 19

O instrumento TRI (Technology Readiness Index) avalia, através de fatores condutores

(otimismos e inovabilidade) e inibidores (insegurança e desconforto), como o consumidor reage

às experiências com a tecnologia.

Como está apresentado na Figura 11, os indutores são divididos em otimismo, que é a

dimensão que representa as visões positivas em relação à tecnologia e às crenças de que esta

propicia aos indivíduos maior controle, flexibilidade e eficiência nas suas vidas; e

inovatividade, que representa uma tendência do indivíduo a ser pioneiro na adoção de

tecnologia ou líder de opinião. Já os inibidores podem ser desconforto, que denota a percepção

de falta de controle sobre a tecnologia e o sentimento de ser oprimido por ela; e insegurança,

que denota desconfiança da tecnologia e ceticismo com relação às próprias habilidades em

utilizá-la de forma apropriada (PARASURAMAN; COLBY, 2001).

Figura 12 – Fatores que influenciam a prontidão para tecnologia

Fonte: Parasuraman e Colby, 2001, p. 37

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46

A partir da identificação de oito paradoxos (controle/caos, liberdade/escravidão,

novo/obsoleto, competência/incompetência, eficiência/ineficiência, cumpre/cria necessidades,

assimilação/isolamento e conectividade/desconectividade), sentimentos cujo consumidor de

tecnologia vivencia na convivência e consumo de produtos e serviços tecnológicos, propostos

por Mick e Fournier (1998), foram elaboradas questões que durante o ciclo de pesquisas do

NTRS foram lapidadas até se chegar às 36 proposições do TRI (PARASURAMAN; COLBY,

2001).

No Quadro 7, estão algumas das conclusões mais significativas que foram extraídas das

pesquisas NTRS e a partir das quais se chegou às quatro dimensões do TRI: otimismo,

inovabilidade, desconforto e insegurança. Segundo Parasuraman e Colby (2001, p. 34),

“embora os sentimentos positivos e negativos a respeito de tecnologia possam coexistir, é

provável que as pessoas variem com relação ao predomínio relativo dos dois tipos de

sentimentos”.

Quadro 7 – Parâmetros que ajudaram a estabelecer as variáveis da TRI

Facetas da prontidão para a tecnologia

(Crenças obtidas em pesquisas qualitativas NTRS)

Positivos Negativos

Indutores

Otimismo 80% das pessoas pesquisadas

acreditam que estão fazendo hoje,

com o auxílio da tecnologia, mais

do que há dois anos;

74% acreditam que a tecnologia

lhes dá mais mobilidade;

72% acham as novas tecnologias

mentalmente estimulantes;

71% acreditam que a tecnologia

torna-os mais eficientes no

trabalho;

66% acreditam que os produtos e

serviços que incorporam as mais

recentes tecnologias são mais

convenientes.

93% consumidores querem uma

demonstração dos benefícios da

tecnologia antes de comprar;

90% preferem falar com uma

pessoa e não com uma máquina

quando entram em contato com

uma empresa;

83% acreditam que as pessoas

muitas vezes se tornam muito

dependentes de que a tecnologia

faça as coisas para elas;

47% acham que tecnologias

concebidas para tornar a vida

mais fácil, em geral, têm

resultados decepcionantes.

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47

Inovabilidade

87% acreditam que estão sempre

abertos ao aprendizado sobre

tecnologias novas e diferentes;

85% acreditam que o aprendizado a

respeito de tecnologia pode ser tão

compensador quanto a tecnologia

em si;

51% acham que as pessoas perdem

os benefícios da tecnologia quando

adiam uma compra à espera de que

algo melhor esteja a caminho;

50% pensam que podem lidar

sozinhos com produtos e serviços

baseados em tecnologia;

36% acreditam que outros

recorrem a eles em busca de

conselhos sobre novas tecnologias.

64% estão em dia com os mais

recentes desenvolvimentos

tecnológicos em suas áreas de

interesse;

63% gostam do desafio de lidar

com dispositivos de alta

tecnologia.

Inibidores

Desconforto 61% sentem-se oprimidos pela carga de

conhecimentos que precisam ter para

utilizar a mais recente tecnologia;

53% acreditam que o pessoal de suporte

técnico não explica o funcionamento de

um aparelho ou serviço em termos

compreensíveis;

53% pensam que não existe um manual

para um produto ou serviço de alta

tecnologia que seja escrito em

linguagem comum;

47% acreditam que o suporte técnico

algumas vezes os faz sentir que alguém

está tirando proveito deles;

45% acreditam que, geralmente, a

tecnologia é muito complicada para que

possa ser útil.

50% acreditam que têm menos

problemas que os outros para fazer

com que a tecnologia trabalhe para

eles;

46% preferem resolver problemas

relativos à tecnologia por conta

própria;

45% afirmam que comumente estão no

controle de novas tecnologias.

Insegurança

87% acreditam que qualquer transação

comercial realizada eletronicamente

deveria ser confirmada por escrito;

70% preocupam-se com a possibilidade

das informações que enviam pela

Internet serem vistas por outras pessoas.

82% acreditam que, quando qualquer

coisa é automatizada, é preciso

verificar cuidadosamente se a máquina

ou o computador não está cometendo

erros;

78% acreditam que a mudança muito

rápida para uma tecnologia

revolucionária pode ser arriscada;

62% dizem que a tecnologia sempre

parece falhar no momento em que

mais precisam delas.

Fonte: Da autora. Baseado em Parasuraman e Colby, 2001, p. 36-44.

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No Brasil, Souza e Luce (2003) chegaram a resultados diferentes do modelo proposto

por Parasuraman e Colby (2001), uma vez que a análise exploratória e confirmatória não

confirmou a estrutura de quatro fatores. Souza e Luce (2003),

verificaram o melhor ajustamento do modelo alternativo com seis fatores (otimismo,

inovabilidade, desconforto com constrangimento, desconforto e risco funcional e

físico, insegurança com informação e insegurança pela falta de contato), sendo este

recomendado a consumidores brasileiros (HAHN; SCHERER, 2014).

Após elaborar o instrumento para aferir a prontidão dos consumidores, Parasuraman e

Colby (2001) reconheceram, avaliando a frequência de cada um dos condutores e indutores,

cinco perfis distintos de consumidores:

Exploradores: apresentam altos índices de prontidão para tecnologia, altos escores nas

dimensões de otimismo e inovabilidade; e baixos escores nas dimensões de desconforto e

insegurança.

Pioneiros: apresentam altos índices de prontidão para tecnologia, altos escores nas

dimensões de otimismo e inovabilidade; mas também altos escores nas dimensões de

desconforto e insegurança.

Paranoicos: apresentam altos níveis de otimismo, mas revelam níveis igualmente altos

nas dimensões inibidoras da adoção. Este grupo apresenta, ainda, baixo grau de inovabilidade.

Retardatários: representam o oposto dos exploradores, pois exibem baixos escores nas

dimensões condutoras da adoção e altos escores nas dimensões inibidoras.

Céticos: revelam escores baixos em todas as dimensões.

Para facilitar o entendimento, observe o Quadro 9 abaixo:

Quadro 8 – Relação das dimensões e os perfis

Otimismo Inovabilidade Desconforto Insegurança

Exploradores Alto Alto Baixo Baixo

Pioneiros Alto Alto Alto Alto

Céticos Baixo Baixo Baixo Baixo

Paranoicos Alto Baixo Alto Alto

Retardatários Baixo Baixo Alto Alto

Fonte: Da autora. Baseado em Parasuraman e Colby, 2001

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49

Para facilitar o entendimento, o Quadro 9 estrutura os perfis de acordo com os escores

estabelecidos pelos respondentes a partir dos fatores do TRI.

O cálculo do índice de prontidão para a tecnologia é feito a partir da seguinte fórmula:

TRI = Otimismo + Inovabilidade + (6 – Desconforto) + (6 – Insegurança)

4

Essa fórmula é sugerida em Parasuraman (2000, pág. 13), mas efetivamente é

explicitada em Rita et al (2010, p.181), que salienta que “é necessária uma codificação reversa

para os escores das dimensões Desconforto e Insegurança”. Os autores do TRI explicam que “a

combinação de pontuações nas quatro dimensões representa a disposição geral do indivíduo

para a tecnologia” (PARASURAMAN; COLBY, 2001, p. 45).

Parasuraman e Colby (2001) apresentam índices para cada perfil, apesar de destacarem

que tais indicadores foram os conferidos nos Estados Unidos, podendo variar em outras

regiões. Considerando que cada questão varie de 1 a 5 e sendo 36 questões apresentadas no

instrumento da pesquisa, a média de pontuação (TR) entre Exploradores é de 123; entre os

Pioneiros, 104; entre os Céticos, 102; entre os Paranoicos, 88 e entre os Retardatários, 79.

O mesmo estudo ainda destaca que a pontuação média de otimismo = 3,8 (p. 37);

inovabilidade = 3,2 (p. 40); desconforto = 3,5 (p. 42); e insegurança = 4 (p. 44)

(PARASURAMAN; COLBY, 2001, p. 63).

Parasuraman e Colby (2001) perceberam que no consumo de produtos e serviços

tecnológicos os grupos de cada um dos perfis tendem a responder ao lançamento de produtos

inovadores em ordem.

Os exploradores normalmente são os primeiros a aderir a novos consumos, pois

dispõem de grande pontuação em otimismo e inovabilidade e baixos escores em relação às

dimensões inibidoras de desconforto e insegurança.

Na sequência, vêm os pioneiros, que têm pontuações igualmente maiores para o

otimismo e inovabilidade, mas que diferem dos primeiros por também possuírem índices altos

nas variáveis inibidoras do desconforto e da insegurança, fazendo com que se diferenciem por

ter maior cautela e menos encantamento com as tecnologias.

Os céticos e paranoicos são os que aderem na sequência ao consumo de tecnologia.

Cada grupo se comporta de uma forma. Os céticos não acreditam em tecnologia e não se

interessam por inovações, agem de forma desconfiada em relação à mesma, mas sem inibição,

têm poucas inseguranças e desconforto diante do novo.

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Figura 13 – Composição dos primeiros clientes por tempo de assimilação da tecnologia

Fonte: Parasuraman e Colby, 2001, p. 56

Os paranoicos têm altos fatores de otimismo, mas também muito receio, apresentando

também altos índices de desconforto e insegurança.

Por último, os retardatários têm baixos índices de otimismo e inovabilidade e altos

índices de desconforto e insegurança. São os últimos a aderir ao consumo de produtos e

serviços tecnológicos.

Essas conclusões são oriundas de pesquisa sobre o uso de internet doméstica nos

Estados Unidos. Essa categoria de serviço continua crescente, mas um cronograma observou

quando cada grupo atingiu o nível de aceitação de 10%, para se ter uma ideia da velocidade de

aceitação do mercado americano, como é ilustrado nas Figuras 12 e 13 (PARASURAMAN;

COLBY, 2001).

Figura 14 – Período em que os segmentos de usuários de tecnologia atingiram

10% de taxas de penetração em acesso à Internet

Exploradores Pioneiros Céticos Paranoicos Retardatários

Julho/95 Outubro/96 Maio/97 Janeiro/98 Setembro/98

Fonte: Parasuraman e Colby, 2001, p. 55

O profissional de marketing pode utilizar as informações levantadas com o TRI em

diferentes momentos do ciclo de vida do produto – introdução, crescimento e declínio. Na fase

de introdução, é importante ter o foco nas necessidades do consumidor. No estágio de

introdução do produto/serviço tecnológico, o segmento dominante é o explorador e o que é

levado em maior consideração é a inovatividade em questão. “Essa é a melhor oportunidade

Pri

mei

ros

usu

ário

s

Cedo Tarde Exploradores Pioneiros Céticos Paranoicos Retardatários

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51

para estudar as necessidades dos consumidores de tecnologia e reunir ideias para torná-las

prontas para o futuro” (PARASURAMAN; COLBY, 2001, p. 58).

Na fase de crescimento, o foco deve estar na concorrência, para poder responder com

rapidez às possíveis mudanças e adequação das estratégias. Como estratégia, as empresas

devem facilitar o uso do produto tornando o atendimento ao cliente muito mais acessível,

desmistificando os processos. Nessa fase, crescem os problemas com assistência técnica, as

preocupações com a segurança e a atitude cautelosa dos aprendizes em relação ao benefício

oferecido.

Os pioneiros constituem um grupo que deve estar no centro das atenções, pois vencido o

momento de lançamento, é estratégico tornar a adesão do grupo efetiva e vencer as

desconfianças e inseguranças características desse segmento. No Quadro 10, é possível ver de

forma sintética como devem ser adotadas as estratégias em cada momento do ciclo dos

produtos e serviços (PARASURAMAN; COLBY, 2001).

Na fase de declínio, o foco das estratégias deve ser voltado para os consumidores

retardatários. Eles têm menor inclinação para o consumo de tecnologia, mas diante de

tecnologias já estabelecidas podem se ver obrigados à adesão tardia ao produto/serviço. Nessa

fase, é útil introduzir atualizações e rever inovações do produto/serviço, quando é possível, para

iniciar outro ciclo.

Quadro 9 – Mudança do foco de um produto ou serviço baseado em tecnologia

Estágio de

desenvolvimento

Adoção

precoce

Crescimento

em aceleração

Crescimento máximo Crescimento

em declínio

Segmento

dominante

Explorador

Pioneiro

Cético

Paranoico

Retardatário

Temas do

mercado

Inovação Desconforto e

Insegurança

Baixo

otimismo

Desconforto

e

insegurança

Maturidade

do mercado

e resistência

dos “teimosos”

Estratégias Visar a

inovadores,

fazer produtos

baseados na

visão de futuro

e construir

uma base de

mercado

Concentra-se

na facilidade do

uso e garantia

Promover

benefícios do

produto

Aumentar

foco na

facilidade

de uso e

garantia

Focalizar na

retensão e em

inovações

Fonte: Parasuraman e Colby, 2001, p. 57

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No Quadro 10, destacam-se as estratégias de marketing propostas para as diferentes

etapas do ciclo de vida do produto/serviço dirigido a cada segmento propostos no índice (TRI)

e os respectivos destaques da atitude de cada segmento. O estágio de adoção precoce é

considerado a melhor fase para perceber as necessidades dos consumidores de tecnologia. À

medida que o crescimento do mercado avança, os novos consumidores pertencerão ao

segmento mais crítico, que são os pioneiros.

No estágio de crescimento máximo, os segmentos a serem conquistados no mercado são

os céticos e os paranoicos. Os primeiros têm que ser convencidos dos méritos da nova

tecnologia e os últimos, não muito incomodados com o desconforto e a insegurança por já

existirem muitos consumidores que experimentaram a nova tecnologia, precisam ser

convencidos a adotá-la, pois não são dotados de sentimentos inovadores. Por fim, no estágio de

declínio ainda existem consumidores a ser conquistados – os retardatários.

O índice de prontidão para a tecnologia foi criado há quase duas décadas e revisto para a

realidade brasileira em diversos estudos nesse período (SOUZA, 2002; SOUZA; LUCE, 2005;

PINTO; PEREIRA; SANTOS, 2006; PIRES; COSTA FILHO, 2008; RITA et al., 2010;

FERREIRA, 2010; ROCHA; BEVILACQUA, 2011, HAHN; SCHERER, 2014). Em 2014, o

instrumento foi revisto e atualizado pelos próprios autores. O chamado TRI 2.0 reviu os itens e

suas quantidades, reduzindo de 36 para 16, sendo 4 itens para cada variável. O índice 2.0 ainda

não foi validado no Brasil.

Considerando que a prontidão para a tecnologia se modificou ao longo desses anos, o

uso de produtos e serviços tecnológicos vem aumentando exponencialmente, influindo cada dia

mais no comportamento dos consumidores.

Desde a publicação do TRI, o ritmo das mudanças tecnológicas se acelerou, com o

advento de avanços como acesso à Internet de alta velocidade, comércio móvel,

mídias sociais e computação em nuvem. Neste contexto, e com mais de 12 anos de

experiência utilizando o TRI, os autores iniciaram o desenvolvimento de um TRI 2.0

atualizado e simplificado (PARASURAMAN; COLBY, 2015, p.60).

Da mesma forma que o TRI 1.0, a versão atualizada (TRI 2.0), passou inicialmente por

uma fase exploratória qualitativa que usou o TRI 1.0 como base, e teve o objetivo de avaliar a

solidez psicométrica da escala. Foi realizado um fórum com 61 entrevistados, de onde saíram

317 comentários (cerca de 5 por respondente). Esse processo foi conduzido por quatro analistas

e um dos autores que moderaram a sessão de brainstorming. Durante o processo, identificaram-

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53

se temas importantes relacionados a drivers de tecnologia, inibidores, comportamentos e

correlatos (PARASURAMAN; COLBY, 2015).

Um desafio inerente a uma escala que mede as atitudes tecnológicas é que as próprias

tecnologias mudam ao longo do tempo, sendo o ritmo particularmente rápido no

domínio das tecnologias de prestação de serviços. Os itens de escala que se referem a

tecnologias específicas para tornar as declarações significativas e claras para os

respondentes correm o risco de perder sua relevância se as tecnologias referenciadas

se tornam obsoletas ou lugar comum. [...] Outra questão foi que muitas tecnologias

formativas de hoje estavam em sua infância em 1999. Exemplos incluem

smartphones, serviços de Internet sem fio, mídias sociais, videoconferência doméstica

e aplicativos em nuvem (PARASURAMAN; COLBY, 2015, p. 61).

O quadro a seguir (Quadro 10) apresenta uma síntese desses pesquisas que foram

anteriormente realizadas sobre TRI no Brasil.

Quadro 10 – Pesquisadores da TRI e suas contribuições

Pesquisador Ano Principais contribuições de suas pesquisas

Souza;

Souza e Luce

2002

2005

Pela primeira vez o Índice de Prontidão para a Tecnologia (TRI) é

traduzido e aplicado no contexto brasileiro. Ajustes foram feitos

desmembrando as dimensões de desconforto e insegurança, mas

mantendo as de otimismo e inovatividade.

Pinto, Pereira e

Santos

2006 Pesquisa realizada utilizando o TRI, que foi analisada também

com a metodologia da teoria de Conjuntos Nebulosos (Fuzzys)

denominada Grade of Membership (GoM). Os resultados aponta-

ram a caracterização de três perfis com relação à disposição de

adoção de tecnologia – baixo, médio e alto – que foram relaciona-

dos aos cinco já apontados por Parasuraman: exploradores e pio-

neiros (alto); céticos (médio) e paranoicos e retardatários (baixo).

Pires e Costa Filho 2008 Nesse trabalho, foram utilizados além do TRI, o Modelo de Acei-

tação de Tecnologia (TAM), e estes foram considerados isolados e

conjuntamente. Comparou-se os resultados obtidos entre dois

grupos: usuários e não-usuários de serviços bancários on-line. No

cruzamento entre TRI e TAM, foi verificado que apenas a variável

Otimismo influiu sobre o TAM. As outras três variáveis não se

confirmaram como antecedentes da intenção de uso.

Rita et al. 2010 Nesse estudo, aplicou-se a TRI no estado de Alagoas e verificou-

se na amostra analisada resultados próximos dos encontrados por

Parasuraman (2000) e Tsikriktsis (2004), mas curiosamente a fre-

quência dos perfis se apresentou bem diferente. A maior frequên-

cia foi de consumidores retardatários (31,29%), seguidos de

pioneiros (29,14%), exploradores (22,39%) e céticos (17,18%).

Na tipologia dos perfis de Tsikriktsis (2004), não existe o perfil

paranoico.

Ferreira 2010 Essa pesquisa teve como objetivo elaborar um novo modelo

(CART) para o comportamento do consumidor em relação à

adoção de produtos de alta tecnologia. Além do TRI, foi utilizado

como base o modelo CAT (Consumer Acceptance of Technology

Model), de Kulviwat et al.(2007), fazendo uso simultâneo de

construtos cognitivos e afetivos.

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Rocha e Bevilacqua 2011 Esse estudo teve como objetivo aferir a prontidão para tecnologia

na cidade de Catalão, GO. Teve uma amostra dividida igualmente

por sexo, subdividida em quatro grupos de faixa etária,

majoritariamente de nível médio de escolaridade (45%) e de nível

superior (50%) e com renda acima de R$ 1.020,00 (45%) até

acima de R$ 15.300,00 (2%). Observou-se maioria de

consumidores pioneiros.

Hahn e Sherer 2014 Esse trabalho pretendeu reavaliar o TRI no Brasil uma década

depois do trabalho realizado por Souza e Luce (2002). O estudo

demonstrou que os fatores inibidores vêm diminuindo ao longo

dos anos. Mas a escala demonstrou ainda relativa instabilidade,

apontando que o instrumento deve ser submetido a ajustes em

determinados casos.

Parasuraman e Colby 2014 Reavaliação dos itens, adaptação da linguagem para novas tecno-

logias e redução de 36 para 16 itens. Como preparação para essa

nova apresentação (2.0), houve um ciclo de pesquisa qualitativa

explora-tória utilizando a versão anterior, agora chamada de TRI

1.0.

Fonte: Da autora.

Para elaboração da versão atualizada do TRI, estudos foram feitos para verificar a

utilização da escala em outros países, que não o norte-americano, levantamento que apontou

que:

Quase um terço (29%) das aplicações têm sido nos Estados Unidos, mas em outros

países com muitos usuários como:e, Alemanha (9%), Malásia (6%), Turquia (6%),

Reino Unido (6%), China (5%), Índia (5%), Brasil (4%), Canadá (4%), Filipinas

(4%) e África do Sul (4%). A maioria dos estudos envolvidos contextos (B2C)

business-to-consumer (41%), mas um bom número estavam em (B2B) business-to-

business (30%) e (29%) contextos educativos. As aplicações do TRI 1.0 abrangem

uma variedade de serviços, testando a influência próspera da tecnologia no domínio

do serviço. Uma análise longitudinal dos pedidos de licenças acadêmicas sugere que

as aplicações iniciais do TRI 1.0 estavam em setores que adotaram precocemente

modelos de prestação de serviços baseados em tecnologia, incluindo serviços

financeiros e varejo. As aplicações, em seguida, se espalharam para o governo e

serviços sem fins lucrativos, e mais recentemente para a saúde. (PARASURAMAN;

COLBY, 2015, p.61)

Apesar do estudo aqui apresentado ter aplicado a versão 1.0 da escala, observa-se que o

caráter inovador aqui demonstrado é o emprego do TRI em um segmento de mercado

tradicional, e, até mesmo, considerado conservador em sua abordagem ao consumidor no

mercado.

No próximo capítulo, será apresentada a metodologia da pesquisa, que será melhor

percebida a partir do tratamento e, análise dos dados coletados, conforme detalhamento que se

inicia pelos procedimentos metodológicos adotados para se alcançar os objetivos de pesquisa.

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Aqui serão detalhados os procedimentos metodológicos que foram utilizados nesta

investigação para gerar respostas à pergunta: como se comporta o consumidor de vinho

brasileiro em relação à prontidão para tecnologias no uso de aplicativos para auxiliar na tomada

de decisão de compra?

A seguir, serão apresentados o desenho metodológico, o instrumento de pesquisa, a

forma de coleta de dados, a população e a amostra, e os cuidados metodológicos que a

envolveram.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Esta pesquisa possui caráter descritivo e foi operacionalizada através de um

levantamento com uso de questionário eletrônico no Brasil para investigar a prontidão para

tecnologia dos consumidores de vinhos, no intuito de atestar a eficiência de ferramentas

tecnológicas de informação que podem auxiliar os consumidores na decisão de compra.

A pesquisa descritiva objetiva a caracterização ou descrição de fenômenos envolvendo

determinada população, descrevendo relações entre variáveis utilizando técnicas padronizadas

de coleta de dados. O método de levantamento consiste no uso de questionário estruturado, no

qual os pesquisados, através de perguntas de alternativas fixas, apresentam informações sobre o

seu comportamento, atitudes, motivações, estilo de vida e características demográficas (GIL,

1999; MALHOTRA, 2006).

Com a intenção de estudar a relação entre os tipos ou classificações dos consumidores

de vinho e a prontidão para tecnologia dos mesmos, foram utilizados questionários já validados

por Pereira (2012) para segmentar os consumidores de vinho em clusters e o Índice de

Prontidão para a Tecnologia para examinar o nível de prontidão e o seu comportamento

característico (PARASURAMAN, 2000).

Como estudo descritivo estatístico, buscou-se uma análise quantitativa das relações de

consumo, de acordo com o que já foi exposto, a partir da elaboração de amostra da população,

utilizando-se a estatística para este fim, pois o que se pretende é extrapolar os resultados

obtidos na amostra em estudo para determinada população (SAMARA; BARROS, 2002).

O levantamento de campo realizado apresenta média profundidade e média amplitude, e

com isso pode-se observar representatividade da população em estudo, a sumarização por

categorias, o cruzamento de dados e maior confiabilidade pelo número amostral (MATTAR,

2008).

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3.1.1 Desenho Operacional da Pesquisa

As fases da pesquisa estão apresentadas na sequência metodológica ilustrada na Figura

15, exposta abaixo, onde seguem constituídas todas as fases necessárias de serem realizadas

desde a elaboração do instrumento de coleta de dados até a obtenção dos resultados.

Figura 15 – Desenho operacional da pesquisa

Fonte: Da autora.

3.1.2 População e amostra

A população desta pesquisa foi composta por consumidores de vinho do Brasil.

Utilizou-se aqui o conceito de população explicado por Malhotra (2006), que entende

população como o conjunto de elementos que compartilham características comuns. O autor

(2006) também entende amostra como um subgrupo pertencente e representativo da população.

É fundamental calcular adequadamente a amostra para que seja representativa da população

estudada.

Para atender às necessidades do estudo, foi considerada a população do Brasil, uma vez

que a pesquisa pretendeu estudar o universo do país. A partir do dado oficial (IBGE, 2010),

considerou-se a população brasileira de 190.755.799 habitantes.

O número de consumidores de vinho no Brasil é considerado infinito por não ser

possível calculá-lo de forma absoluta. Partindo dessa premissa, a definição do tamanho da

amostra foi calculada utilizando o tamanho do universo de sua população, 50% de

heterogeneidade, 5% de margem de erro e 95% de nível de confiança. Esses números

apontaram para 385 consumidores de vinho (NETQUEST, 2016) a serem questionados no

Brasil.

Definição do Fenômeno

Definição da População e

Amostras

Elaboração

do Instrumento

de Coleta de Dados Pré-testes

Obtenção das Frequências

Estatísticas

Teste Paramétricos

Multivariados (PCA,

Análise de Clusters)

Teste Paramétricos

Univariados de Hipóteses

(ANOVA, Chi Quadrado)

Testes de Normalidade e

Homogeneidade

Coleta de Dados

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57

O questionário foi idealizado em português brasileiro e hospedado em formato

eletrônico na base no Google Drive®, onde também foi arquivado o banco de dados com as

respostas. Inicialmente, a tentativa para localizar consumidores se deu através de contato com

clubes do vinho, no Brasil.

O índice de respostas no Brasil, apesar de não ter obtido resposta dos clubes de vinhos,

aconteceu de forma satisfatória e atingiu a meta através do Facebook®, e da aplicação de

questionários impressos, aplicados pessoalmente, em locais de concentração de consumidores

de vinho. Foram 397 questionários válidos, 3 foram descartados por preenchimento insuficiente

de respostas.

O instrumento de coleta de dados será apresentado com todas as suas minúcias na

próxima subseção e está disponível no Apêndice desta dissertação.

3.1.3 Instrumentos de coleta de dados

O questionário foi composto por três partes, sendo a primeira formada por questões

dirigidas à caracterização do consumo de vinho, baseadas em Pereira (2012); na segunda parte

foi composta por questões do Índice de Prontidão para Tecnologia (PARASURAMAN;

COLBY, 2001) e a terceira, por questões demográficas. A pesquisa foi dirigida a maiores de 18

anos, brasileiros, consumidores de vinhos, sem priorizar qualquer tipo de consumo. O

questionário ficou disponível no Google Drive® de 24 de novembro de 2016 até 22 de maio de

2017, um total de seis meses.

A primeira parte do questionário foi formulada com questões sobre atributos que são

levados em consideração na compra do vinho (19), recomendações que influenciam a compra

(16) e frequência e local da compra do vinho (8). Todas as questões dessa parte foram

constituídas de respostas fixas, sendo as duas primeiras tipo Likert, que, segundo Vieira (2011,

p.36), é uma técnica “criada por Rensis Likert em 1932 é uma escala de classificação

amplamente utilizada, exigindo que os entrevistados indiquem um grau de afirmações sobre

objetos de estímulo”.

A segunda parte do instrumento de coleta de dados foi formada utilizando a escala

Likert de 5 pontos, na qual 1 corresponde a “discordo totalmente” e 5 “concordo totalmente”.

Para analisar a prontidão para a tecnologia, foram avaliadas as quatro dimensões enunciadas

por Parasuraman (2000): otimismo, inovabilidade, desconforto e insegurança. Essas dimensões

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foram testadas e validadas, em público brasileiro, por Souza e Luce (2003). O total de questões

propostas na escala original são de 36 itens e, no Brasil, em vez de serem agrupadas em 4

grupos, foram divididas em 6 categorias.

A escala, no Brasil, foi traduzida e aplicada por Souza e Luce (2005) e sofreu pequenas

adaptações. A escala original eradividida em 4 dimensões, duas dimensões condutoras e duas

dimensões inibidoras ao comportamento diante de produtos e serviços tecnológicos

(PARASURAMAN, 2000). Os 36 itens foram agrupados em otimismo (10), inovabilidade (7),

desconforto (10) e insegurança (9). No Brasil, Souza e Luce (2003) propuseram que as

categorias de inibidores fossem desmembradas cada uma em dois grupos: desconforto com

constrangimento (7), desconforto com risco funcional e físico (3) e insegurança com as

informações (4), insegurança pela falta de contato (5). Seguiu-se o modelo original de

Parasuraman, mas aplicaram-se os itens traduzidos e validado no Brasil por Souza e Luce

(2003). A versão 2.0 do TRI não foi utilizada por não ter sido validada no Brasil.

Na aplicação de testes feitos no Brasil, os pesquisadores sentiram a necessidade de

dividir as dimensões inibidoras em dois grupos cada. Tais mudanças ocorreram após análise

fatorial exploratória. “As tentativas iniciais de extração dos fatores relacionados à prontidão

para tecnologia (rotação ortogonal Varimax) não resultaram em uma estrutura fatorial

satisfatória” (SOUZA; LUCE, 2005, p. 126). Esses testes exploratórios não confirmaram a

estrutura do instrumento com 4 fatores. “A solução com 6 fatores se mostrou mais adequada,

respondendo por uma variância explicada de 57,3%”. Os procedimentos ainda detectaram a

necessidade da retirada dos itens 22 e 27, ambos contidos no fator desconforto, para melhorar a

estrutura interna da escala.

Quadro 11 – Versão brasileira do TRI aplicada por Souza e Luce, 2002

Variável Número de itens Quais itens

Otimismo 10 1 a 10

Inovatividade 7 11 a 17

Desconforto com constrangimento 6 18 a 21, 23 e 26

Desconforto com risco funcional e físico 2 24 e 25

Insegurança com a informação 4 28 a 31

Insegurança pela falta de contato pessoal 4 32 a 36

Fonte: Souza e Luce, 2002

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Uma lista de 34 itens, adaptada para o público brasileiro, ficou assim dividida: otimismo

com 10 itens (de 1 a 10), inovatividade com 7 itens (de 11 a 17), desconforto com

constrangimento com 6 itens (de 18 a 21, 23 e 26), desconforto com o risco funcional e físico

com 2 itens (24 e 25), insegurança com a informação com 4 itens (de 28 a 31), insegurança pela

falta de contato pessoal com 4 itens (de 32 a 36).

É importante registrar que, desde as primeiras aplicações do índice de prontidão para a

tecnologia, foram inseridas nos questionários perguntas para caracterização dos respondentes

quanto à idade, o gênero, o grau de instrução e à renda. Essas inserções também foram adotadas

neste estudo e não afetaram os resultados, mas ajudaram a identificar e entender os perfis. Os

dados demográficos, que constituem a terceira parte do questionário, foram inquiridos com

questões de gênero, idade, origem, grau de escolaridade, atividade e renda, dados estes comuns

nas pesquisas tanto do TRI como do estudo de cluster dos consumidores de vinho utilizado

como referência nesta pesquisa.

3.1.4 Coleta de dados

A coleta de dados aconteceu de 24 de novembro de 2016 a 22 de maio de 2017. Foi

utilizada a rede social Facebook® para distribuição do questionário. A técnica utilizada foi

semelhante à da bola de neve, para distribuição dos questionários, na qual foi solicitado aos

participantes o encaminhamento do questionário para outros consumidores.

Essa técnica é uma forma de amostra não probabilística utilizada em pesquisas sociais

onde os participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes que por sua

vez indicam novos participantes e assim sucessivamente, até que seja alcançado o

objetivo proposto. [...] É uma técnica de amostragem que utiliza cadeias de referência,

uma espécie de rede. (BALDIN; MUNHOZ, 2011)

Essa técnica é mais utilizada em estudos qualitativos, mas o seu emprego em pesquisas

quantitativas também é encontrado principalmente em estudos nos quais existe dificuldade na

abordagem dos participantes. O processo foi concluído ao atingir o número de questionários

calculados (SANTOS, 2013).

3.1.5 Técnicas de tratamento dos dados

Os dados foram tabulados em Excel e depois transferidos, recodificados para o

programa SPSS 18. Os dados então foram reavaliados para encontrar erros de digitação,

informações perdidas (missing values). Após essa avaliação, a amostra foi submetida a um teste

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de normalidade (Kolgomorov-Smirnov) e a um teste de homogeneidade (Levene) para permitir

a realização de testes paramétricos.

Após realizados os testes iniciais, escolheu-se realizar uma transformação em Z-score

nos dados, evitando problemas de amplitude de erros. Foi então realizada uma análise

descritiva dos dados através do SPSS 18, obtendo-se as frequências e quantidades relativas dos

perfis de consumo de vinho e prontidão para tecnologia das variáveis de estudo. Então, foram

realizados testes multivariados a fim de obter-se perfis e aglomerados (clusters) através da

Análise de Cluster Hierárquica, do K-means e Dendograma (utilizando o método de Ward).

A partir da definição dos clusters, procedeu-se uma Análise de Componentes Principais

(ACP), no qual foram selecionados fatores ou componentes com valores próprios (alto valores

ou eigenvalues) superiores a 1,00 e coeficientes de saturação (carga fatorial) iguais ou

superiores a 0,3.

Desses modelos gerados, foram testados sua confiabilidade através do teste de Kaiser-

Meyer-Olkin (KMO) e do teste de esfericidade, de Bartlett. A análise do teste de esfericidade

de Bartlett apresentou uma significância de 0,000, e o teste de KMO obteve um valor de 0,880

permitindo prosseguir com a análise de componentes principais. A consistência interna ou grau

de coerência de cada fator ou componente foi verificada através do Alfa de Cronbach dentro de

cada um.

Finalizando as análises multivariadas utilizou-se o programa SIMCA 14.1 para

promover outra ACP, assim gerando gráficos que mostram a relação de posição dos pontos da

amostra (perfil fatorial) com as influências vetoriais (com direção, sentido e intensidade das

variáveis), gráfico Biplot e análise discriminante.

Após definidos os clusters e suas características, foram feitas as análises univariadas

(Análise de Variância e post hoc, Qui-quadrado e Análise de Correspondência) para melhor

caracterização das diferenças através da análise de variância.

3.1.6 Cuidados metodológicos

A aplicação dos questionários visou aferir o nível de prontidão para tecnologia dos

consumidores de vinhos para utilizar como ferramenta de marketing os aplicativos que

fornecem informações no sentido de aparelhar o consumidor para sua tomada de decisão de

compra de vinhos. Para atender a esse objetivo, foram necessários alguns cuidados na

aplicação. Pretendeu-se nesse processo:

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Que as perguntas fossem facilmente respondidas, para definir perfil demográfico

e psicográfico do consumidor pesquisado, de forma resumidamente

apresentadas. Ver no questionário em apêndice;

O layout do questionário favorecesse o preenchimento e a resposta de todas as

questões apresentadas;

A apresentação favorecesse o preenchimento evitando o status quo das questões

apresentadas, já que a quantidade de questões não podia ser, por implicações

metodológicas, resumida.

Como o questionário utilizado já foi testado, não só pelos autores muitas vezes aqui

citados Souza e Luce (2003 e 2005), mas também Rita et al.(2010), Ferreira (2010), Rocha e

Bevilacqua (2011), nesse estudo aplicou-se um pré-teste, utilizando o questionário. Com esse

pré-teste, observou-se que não havia necessidade de alterações para a aplicação com o restante

da amostra.

O pré-teste objetivou analisar a clareza e a facilidade de resposta dos pesquisados para

que eles respondessem com clareza as questões que lhes foram inquiridas. A dificuldade na

obtenção de respostas foi observada e analisada como uma limitação da aplicação através de

plataforma de survey. Será apresentados, na próxima sessão, os resultados obtidos e a discussão

dos mesmos.

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62

4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, serão apresentados os dados oriundos da pesquisa e as estatísticas

descritivas que caracterizaram a amostra. Além disso, apresentamos a análise das variáveis

estudadas, com o intuito de atender os objetivos propostos neste trabalho.

Partindo de uma visão global, inicialmente apresenta-se a caracterização da amostra,

para, posteriormente, demonstrar a análise fatorial e a de clusters, com o objetivo de segmentar

os consumidores de vinho e de tecnologia e explicar de que forma esses dados se integram.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

O levantamento foi realizado ao longo de seis meses, tendo início em 2016 e final em

2017. De 400 questionários aplicados e respondidos, foram eliminados 3, por insuficiência de

respostas, e 9 foram respondido por portugueses, restando um total de 388 questionários

respondidos.

4.1.1 Dados demográficos da amostra

Observou-se uma boa distribuição da amostra na questão de sexo (Gráfico 3) e idade

(Gráfico 4) não apresentando viés para a amostra avaliado através do teste de análise de

variância ANOVA (p>0,05), o que se apresenta nos gráficos 3 e 4. Em relação ao sexo,

considerou-se 397 indivíduos respondentes que ficaram divididos em 204 homens, o que

corresponde a 51,3% da amostra, e 189 mulheres, 47,6%. Ainda observou-se a presença de 3

respondentes que declararam não ser nem do sexo feminino, nem masculino (0,75%).

Gráfico 2 – Distribuição da amostra por sexo

Fonte: Dados da pesquisa.

47,6% 189

51,3% 204

Sexo

1 Feminino

2 Masculino

3 Outros

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Em relação à idade dos respondentes, a amostra é composta por indivíduos com idades

acima de 18 anos, que foram distribuídos em 6 grupos: de 18 a 24 anos (9,57%), de 25 a 34

anos (26,95%), de 35 a 44 anos (29,47%), de 45 a 54 anos (25,70%), de 55 a 65 anos (7,05%) e

acima de 65 anos (1,26%). Comparando esses grupos com os percentuais do censo demográfico

de 2010, último realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, alguns

valores diferem, como pode-se perceber pelos gráficos 3 e 4.

Gráfico 3 – Distribuição da amostra por faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 4 – Comparações entre dados populacionais do IBGE e os da amostra

Fonte: Da autora, com base nos dados da pesquisa e do IBGE.

No quesito formação acadêmica (Gráfico 5), a amostra apresentou a seguinte divisão:

nenhum respondente com apenas ensino fundamental, 28 com nível médio (7,05%); 51 com

9,57%

26,95%

29,47%

25,70%

7,05%

1,26% Idade

18-24 anos

25-34 anos

35-44 anos

45-54 anos

55-65 anos

Acima de 65 anos

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

18-24 25-34 35-44 45-54 55-65 Acima de65

Comparativo IBGE x Amostra de Pesquisa

Dados do IBGE

Dados da pesquisa

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nível superior em andamento (12,84%); 96 com ensino superior completo (24,18%); e uma

grande presença de pós-graduados, 222 (55,92%).

Gráfico 5 – Distribuição da amostra por formação acadêmica

Fonte: Dados da pesquisa.

No fator atividade, percebeu-se maioria de empregados, ganhando por volta de 2 a 5

salários (renda). O item atividade, como se vê no Gráfico 6, ficou dividido em: 42 estudantes

(10,5%), 18 desempregados (4,53%), 109 empregados por conta própria (27,45%), 213

empregados por conta de outrem (53,65%) e 15 aposentados (3,78%).

Gráfico 6 – Distribuição da amostra por atividade

Fonte: Dados da pesquisa.

7,05% 12,84%

24,18% 55,92%

Formação Acadêmica

Fundamental

Médio

Superior (emandamento)

Superior (completo)

Pós-graduado

10,5% 4,53%

27,45% 53,65%

3,78%

Atividade

Estudante

Desempregado

Empregado por contaprópria

Empregado por conta deoutrem

Aposentado

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Com relação à renda, verificou-se 22 inquiridos com menos de 1 salário mínimo

(5,54%); 59 com renda de 1 a 2 salários (14,86%); 121 com renda entre 2 a 5 salários

(30,48%); 72 com renda de 5 a 8 salários (18,13%); 37 com renda de 8 a 10 salários (9,31%) e

86 com renda acima de 10 salários (21,66%).

Gráfico 7 – Distribuição da amostra por renda

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à cidade de origem dos consumidores, tivemos ocorrência de todas as

regiões do país, com exceção da região Centro-Oeste, com uma ocorrência bem significativa no

estado de Pernambuco pela proximidade com a realização de pesquisa (Tabela 2).

Essa análise geral permitiu a constatação de que a amostra, em sua maioria, pertence à

faixa etária entre 35-44 e 45-54 anos, o que juntas determinam 55,17% do total, destacando-se

a formação acadêmica pós-graduada, a situação ocupacional empregada por outrem e com

renda média de 2 a 5 salários mínimos – correspondendo a valores entre R$ 1.760 e R$ 4.400.

Isso se deve ao fato, principalmente, da administração do questionário, através da Internet e

com forte adesão da comunidade acadêmica, que terminou repercutindo nos resultados

evidenciados nesta pesquisa. A amostra concentrou-se principalmente em pessoas de idade

média, mas houve uma boa representação de pessoas mais novas (36,52%) e mais velhas

(8,31%). Quanto ao gênero, foram observados valores muito próximos, apontando equilíbrio

entre os de gênero feminino (47,6%) e masculino (51,4%).

A maioria da amostra é de pernambucanos, que são principalmente de Recife (207 –

52,1%), mas que também estão distribuídos no restante da Região Metropolitana (12 – 3%), em

Caruaru (38 – 9,6%) e em outras cidades do interior de Pernambuco (51 – 12,8%). Ainda

observou-se respondentes de outros estados do Nordeste do Brasil (31 – 7,8%), Sudeste (28 –

7%), Sul (17 – 4,3%) e Norte (4 – 1%), não tendo nenhuma ocorrência da região Centro-Oeste.

5,54% 14,86%

30,48% 18,13%

9,31%

21,66%

Renda

Até 1 salário

De 1 a 2 salários

De 2 a 5 salários

De 5 a 8 salários

De 8 a 10 salários

Acima de 10 salários

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Tabela 2 – Frequência de origem dos pesquisados

Naturalidade

Frequência Percentual

Válido

Percentual

Cumulativo

Percentual

Válido AL 3 ,8 ,8 ,8

BA 2 ,5 ,5 1,3

PE Caruaru 38 9,6 9,6 10,8

CE 3 ,8 ,8 11,6

MG 1 ,3 ,3 11,8

PA 3 ,8 ,8 12,6

PB 19 4,8 4,8 17,4

PE Outras cidades 51 12,8 12,8 30,2

PI 1 ,3 ,3 30,5

Portugal 9 2,3 2,3 32,7

PR 6 1,5 1,5 34,3

PE Recife 207 52,1 52,1 86,4

RJ 11 2,8 2,8 89,2

PE Região Metropolitana 12 3,0 3,0 92,2

RN 3 ,8 ,8 92,9

RO 1 ,3 ,3 93,2

RS 10 2,5 2,5 95,7

SC 1 ,3 ,3 96,0

SP 16 4,0 4,0 100,0

Total 397 100,0 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

4.1.2 Análise do comportamento do consumidor de vinho

A autora utilizada como referência para segmentar os consumidores de vinho foi Ana

Isabel Pereira (2012) que, em seu estudo, criou uma escala constituída por 19 critérios de

escolha do vinho, 14 fontes de informação para sua escolha e 7 locais e canais de compra do

produto com a respectiva frequência de aquisição.

O questionário utilizado, já validado na pesquisa de Pereira (2012) e realizado com a

escala Likert, de –2 a +2, onde –2 corresponde a “pouco importante” e +2 a “muito

importante”, mostrou-se consistente. Na Tabela 3, são apresentadas as frequências obtidas na

pesquisa.

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Tabela 3 – Frequência dos itens sobre escolha de vinhos

Estatística Descritiva

N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Casta 397 -2 2 ,85 1,134

Região de origem 397 -2 2 ,94 1,043

Ano de Colheita 397 -2 2 ,33 1,126

Grau Alcoólico 397 -2 2 ,38 1,128

Adequação a Prato Gastronômico 397 -2 2 ,69 1,046

Qualidade 397 -2 2 1,37 ,859

Marca 397 -2 2 ,66 1,018

Prestígio 397 -2 2 ,27 1,073

Medalhas e prêmios 397 -2 2 -,04 1,014

Enólogo 397 -2 2 -,18 1,010

Casa Produtora 397 -2 2 ,33 1,056

Design da Garrafa 396 -2 2 -,08 1,144

Design do Rótulo 397 -2 2 -,03 1,132

Design do Contrarrótulo 397 -2 2 -,30 1,081

Informação do Rótulo 397 -2 2 ,78 1,032

Informação do Contrarrótulo 397 -2 2 ,62 1,077

Preço 397 -2 2 1,10 ,941

Embalagem Externa 397 -2 2 -,16 1,149

Madeira 397 -2 2 ,04 1,089

Recomendação de Empregados 397 -2 2 ,25 1,044

Recomendação de Promotora 397 -2 2 ,08 1,047

Rec. de Emp. do restaurante 397 -2 2 ,41 1,005

Recomendação de Amigo 397 -2 2 1,21 ,839

Recomendação Namorado 397 -2 2 1,13 ,972

Crítico de TV 397 -2 2 ,74 1,061

Notícia TV 397 -2 2 ,32 1,060

Publicidade de Revista 397 -2 2 ,05 1,031

Anúncio via Celular 397 -2 2 -,17 1,060

Site de Internet 397 -2 2 ,42 1,106

Fóruns e Blog de Crítico de Vinho 397 -2 2 ,47 1,091

Fóruns e Blog de Consumidor 397 -2 2 ,48 1,091

Facebook ou redes sociais 397 -2 2 ,02 1,081

Flyer Loja 397 -2 2 ,15 1,040

Prateleiras 397 -2 2 ,80 1,009

Livro Guia 397 -2 2 ,33 1,128

Compra em Supermercados 397 0 5 2,67 ,849

Compras em Lojas de Bebidas 397 0 5 2,16 ,919

Compras em Comércio Tradicional 397 0 5 1,87 ,943

Lojas Gourmet 397 -1 5 1,70 ,893

Comércio Online 397 0 5 1,37 ,769

Comércio Produtor 397 -1 5 1,41 ,742

Salões e Feiras 397 -1 4 1,29 ,606

Frequência 397 1 5 2,89 ,789

Valid N (listwise) 396

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

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As frequências maiores observadas foram nos itens compra (2,89), compra em

supermercados (2,67), compra em lojas especializadas de bebidas (2,16), compra em comércio

tradicional (1,87), compra em lojas gourmet (1,70), compra diretamente do produtor (1,41),

qualidade (1,37), compra em comércio on-line (1,37), recomendação de um amigo ou familiar

(1,21), recomendação do conjugue ou namorado(a) (1,13) e preço (1,10), conforme demonstra

a tabela 3.

Dentre as variáveis de características importantes de escolha do vinho, as maiores

frequências apontam que os inquiridos valorizam o tipo de uva, a região de origem, qualidade e

preço. Já entre as variáveis de fonte de informação, ficou evidenciada uma maior frequência da

recomendação de amigos, recomendação de conjugue ou namorado(a), demonstrando que os

consumidores valorizam as indicações de pessoas que estão estreitamente relacionadas a elas.

O terceiro grupo de informações, que diz respeito ao local de compra e à frequência,

evidenciou uma maior ocorrência dos itens de compra diretamente do produtor, em

supermercados e em lojas especializadas uma vez por mês ou mais. Com uma menor

ocorrência, embora com relativa importância, observou-se nas respostas a compra uma vez de 6

em 6 meses, em salões ou feiras e em compras on-line. Esses dados não surpreendem, entre

brasileiros, pois o consumo per capita aponta um consumo pequeno no país, com uma média

anual de 1,8 litros.

Pereira (2012) analisou as classificações existentes e definiu, a partir da utilização de

análise de componentes principais (ACP), cinco dimensões consistentes para a escolha de

vinhos – perfil do vinho, design, prestígio, informação e preço – como se observa na Tabela 4.

Tabela 4 – Análise descritiva das dimensões de critério de escolha de vinhos

Dimensão Média Desvio Padrão MO

Preço 4,26 0,59 4

Informação 3,59 0,90 4

Perfil do Vinho 3,46 0,66 3

Prestígio 3,39 0,65 3

Design 2,99 0,89 3

Fonte: Pereira, 2012, p.48

Pereira (2012) optou por uma solução de 3 grupos, que se mostrou mais consistente de

acordo com o seu cenário de pesquisa. Os três clusters foram nominados de entusiastas,

orientados pelo preço e regulares. Esses grupos tiveram participação respectivamente na

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69

amostra de 42,6%, 9,9% e 47,5%. A Figura 16 ilustra uma síntese descritiva dos clusters

obtidos.

O perfil “entusiastas”, tem predominância feminina, é composto por consumidores que

valorizam o preço e a informação em detrimento do design, estão atentas à imprensa

especializada, mas valorizam mais a informação da loja e do boca a boca. 40% compram vinho

mensalmente e, embora comprem mais em supermercados, não deixam de ir a lojas

especializadas em bebidas ou diretamente ao produtor.

O perfil “orientados pelo preço” é composto por consumidores mais jovens, com até 34

anos, escolhem apenas com base no preço, servem-se da propaganda boca a boca para fazer

suas escolhas. 50% compram em supermercados, numa frequência de 6 em 6 meses.

O perfil “regulares” é constituído majoritariamente por homens (51,9%). Trata-se de

consumidores com menos de 34 anos, privilegiam o preço e o boca a boca para escolher o

vinho, valorizam medianamente os prêmios, o perfil do vinho, as informações e preço em

detrimento do design do produto, compram também em supermercados, mas eventualmente

compram em lojas especializadas.

Figura 16 – Síntese descritiva dos clusters obtidos por Pereira (2012)

Fonte: Pereira, 2012, p. 75

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70

Através de análise descritiva das dimensões em Pereira (2012), foi possível constatar

que o fator preço apresentou médias mais altas em comparação com as outras dimensões,

assumindo um valor superior a 4 pontos, o que permite concluir que esta é a mais importante

para a escolha de um vinho nesse estudo. Aproveitou-se, aqui, o questionário utilizado por

Pereira (2012), mas, em virtude dos grupos terem características demográficas bem diferentes,

a pesquisa indicou clusters diferentes que serão comentados a seguir.

4.1.3 Análise do TRI entre os consumidores de vinho

O TRI é composto por 4 variáveis (otimismo, inovação, desconforto e insegurança) que,

compostas em diferentes intensidades, definem o perfil dos consumidores. Parasuraman e

Colby (2002) apresentaram cinco perfis que adotam comportamentos bem distintos –

exploradores, pioneiros, céticos, paranoicos e retardatários, que variam em função da

composição das variáveis.

Nos resultados desta pesquisa, observou-se que os consumidores aparentam ter um TRI

de média escala, sendo bem evidenciado o seu alto otimismo e escalas balanceadas das demais

variáveis, apresentando entre alto e médio as demais características (inovação, desconforto e

insegurança). A seguir as tabelas com as frequências de cada variável.

Tabela 5 – Frequência de Otimismo

@OTI

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

Valid 1 2 ,5 3,1 3,1

2 1 ,3 1,6 4,7

3 14 3,5 21,9 26,6

4 36 9,1 56,3 82,8

5 11 2,8 17,2 100,0

Total 64 16,1 100,0

Missing System 333 83,9

Total 397 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

A variável otimismo é uma das condutoras da adoção à tecnologia e nesta pesquisa

apareceu em maior destaque.

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71

Gráfico 8 – Variável otimismo

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

Tabela 6 – Frequência de inovabilidade

@INO

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

Valid 2 10 2,5 18,9 18,9

3 25 6,3 47,2 66,0

4 18 4,5 34,0 100,0

Total 53 13,4 100,0

Missing System 344 86,6

Total 397 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

A variável inovabilidade tem uma distribuição mais equilibrada, mas se distribui

principalmente em quantidades intermediárias. Não provoca maiores interferências na geração

dos perfis.

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72

Gráfico 9 – Variável inovabilidade

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

Tabela 7 – Frequência de desconforto

@DESC

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

Valid 2 8 2,0 12,5 12,5

3 38 9,6 59,4 71,9

4 18 4,5 28,1 100,0

Total 64 16,1 100,0

Missing System 333 83,9

Total 397 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

A variável desconforto tem uma forma destacada e mediana, diferentemente da variável

anterior não exerce muito efeito na geração dos perfis encontrados.

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73

Gráfico 10 – Variável desconforto

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

Tabela 8 – Frequência de insegurança

@INS

Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent

Valid 2 11 2,8 13,3 13,3

3 35 8,8 42,2 55,4

4 32 8,1 38,6 94,0

5 5 1,3 6,0 100,0

Total 83 20,9 100,0

Missing System 314 79,1

Total 397 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

A variável insegurança ocorreu de uma forma diferente das demais. Ela demonstra

efeito na formação dos perfis encontrados, o que explicita a sua importância para a amostra.

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74

Gráfico 11 – Variável insegurança

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SPSS.

4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística propicia ao pesquisador a observação das relações das variáveis ao

mesmo tempo. As análises descritivas dos dados foram realizadas através do programa SPSS

permitindo ter uma visão geral de como se comportam. Para uma análise mais específica, foram

realizadas análises multivariadas nos programas SPSS 20 e SIMCA 14.1, permitindo a

evidenciação de perfis e clusters das duas escalas de estudo (perfil de consumo de vinho e

perfil de prontidão para tecnologia) e também a associação entre eles.

4.2.1. Programas utilizados

4.2.1.1 SPSS

Este trabalho elegeu o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) – Pacote

Estatístico para as Ciências Sociais – como o principal programa para o tratamento dos dados

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75

obtidos na coleta. O programa é voltado para as ciências sociais, emitindo relatórios com

resultados estatísticos que são utilizados para análise do pesquisador. Os resultados são

apresentados em tabelas de contagem de frequência, percentagens e percentagens cumulativas

para os valores de cada variável, apresentando ainda todas as estatísticas associadas

(MALHOTRA, 2012).

4.2.1.2 SIMCA

Outro programa utilizado para tratar os dados foi o SIMCA, mesmo com um grande

número de dados. Esse programa auxiliou a visualização dos dados de forma visual para

facilitar a interpretação. O SIMCA ajuda a analisar as variações do processo, a identificar os

parâmetros críticos e a prever a qualidade do produto final. (UMETRICS, 2017).

4.3 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS

4.3.1 Definição dos clusters de consumidores de vinhos (amostra)

Ao analisar a amostra de consumidores brasileiros, observou-se que as dimensões

estudadas por Pereira (2012) foram igualmente verificada, com exceção da variável mais

importante do estudo citado – preço (ver Tabela 2, p.52). No trabalho usado como referência,

as dimensões apontadas foram Preço, Informação, Perfil do Vinho, Prestígio e Design, sendo a

dimensão Informação subdividida em imprensa, staff, boca a boca e loja. Nesta pesquisa, entre

brasileiros, a dimensão preço apresentou carga fatorial igual a 0,344, valor considerado por

Pereira (2012) muito baixo.

Pereira (2012) conclui que, apesar de Portugal ter uma longa tradição no setor vinícola,

em 2012, o segmento encarava uma diminuição de consumo que tornava o mercado mais

competitivo e os consumidores mais seletivos tendo o preço como seu principal regulador.

Após a realização da primeira ACP, constatou-se que os critérios “grau alcoólico”,

“estágio em madeira” e “enólogo” não apresentaram coeficientes de saturação iguais

ou superiores a 0,50 pelo que optamos por exclui-los. Desta rejeição resultou uma

segunda análise de componentes principais de onde emergiram 5 dimensões com

valores próprios superiores a 1,00 e que explicam cerca de 68,5% da variância dos

resultados. (PEREIRA, 2012, p.45).

Dessa forma, foram identificados 9 fatores (Tabela 9), pois o fator 10 foi descartado por

sua baixa significância (0,053).

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76

Tabela 9 – Definição das dimensões para formação dos clusters

Rotated Factor Matrix

a

Fator 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Publicidade de Revista ,863

Anuncio Celular ,791

Noticia TV ,639

Facebook e redes sociais ,613 ,301

Comunicação interior de Loja ,540 ,304 ,355

Critico TV ,383 ,344 ,303 ,327

Livro Guia ,380 ,367

Marca ,654

Qualidade ,615 ,312

Prestigio ,597

CasaProd ,588

Região ,546

Enólogo ,446

Uva ,418

Ano ,409

Medalhas ,408

Comp. com Prato Gastronômico ,397

Teor Alcoólico ,350

Madeira ,325

Design Rotulo ,880

Design Garrafa ,832

Design Contra Rotulo ,797

Embalagem Exterior ,360 ,438

Consulta Blog ,857

Critico Blog ,335 ,782

Anuncio em Site ,497 ,500

Casa Produtora ,788

Comércio.Saloes ,761

Comércio.Online ,467

Comércio Gourmet ,466

Comércio Tradicional ,410 ,377

Recomend. Empregado Comércio ,795

Recomendação Promotora ,399 ,680

Recomendação Mesa ,596 ,333

Recomendação Amigo ,766

Recomendação Conjugue ,748

Preço ,344

Frequência ,774

Comércio Supermercados ,635

Comércio.Loja de Bebidas ,358 ,410

Informação do Contra Rotulo ,822

Informação do Rotulo ,330 ,703

Prateleira ,322 Extraction Method: Maximum Likelihood.

Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.

a. Rotation converged in 10 iterations.

Fonte: Dados da pesquisa.

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77

Tabela 10 – Comportamento estatístico dos fatores

ANOVA

Sum of Squares df Mean Square F Sig.

REGR factor score 1

for analysis 6

Between Groups 107,665 3 35,888 58,891 ,000

Within Groups 238,887 392 ,609

Total 346,552 395

REGR factor score 2

for analysis 6

Between Groups 60,048 3 20,016 30,594 ,000

Within Groups 256,468 392 ,654

Total 316,517 395

REGR factor score 3

for analysis 6

Between Groups 63,387 3 21,129 28,207 ,000

Within Groups 293,632 392 ,749

Total 357,019 395

REGR factor score 4

for analysis 6

Between Groups 42,920 3 14,307 18,238 ,000

Within Groups 307,501 392 ,784

Total 350,421 395

REGR factor score 5

for analysis 6

Between Groups 54,540 3 18,180 27,421 ,000

Within Groups 259,889 392 ,663

Total 314,429 395

REGR factor score 6

for analysis 6

Between Groups 16,619 3 5,540 7,363 ,000

Within Groups 294,949 392 ,752

Total 311,569 395

REGR factor score 7

for analysis 6

Between Groups 44,055 3 14,685 21,385 ,000

Within Groups 269,187 392 ,687

Total 313,242 395

REGR factor score 8

for analysis 6

Between Groups 33,991 3 11,330 17,038 ,000

Within Groups 260,680 392 ,665

Total 294,672 395

REGR factor score 9

for analysis 6

Between Groups 20,480 3 6,827 8,592 ,000

Within Groups 311,461 392 ,795

Total 331,942 395

REGR factor score

10 for analysis 6

Between

Groups

4,605 3 1,535 2,584 ,053

Within Groups 232,898 392 ,594

Total 237,503 395

Fonte: Dados da pesquisa, gerados com o programa SPSS.

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78

Percebidos os fatores e seus graus de importância na formação de cada grupo, foram

encontrados 4 clusters, ilustrado pelo dendrograma. Dendograma é uma forma visual de ilustrar

a estratificação da amostra em clusters.

Figura 17 – Dendrograma dos clusters encontrados de consumidores de vinho

Fonte: Dados da pesquisa, gerados pelo programa SIMCA

Tabela 11 – Clusters e fatores determinantes

F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9

Cluster 1 Esteta B B A B B B B B B

Cluster 2 Bebedor Social B B B B A B M A B

Cluster 3 Conhecedor A A A A A A M A A

Cluster 4 Objetivo ou Prático M M M A B M A M A

Fonte: Dados da pesquisa

Uma vez observada a incidência de cada fator, foi possível caracterizar cada grupo e dar

nome a partir de suas características, o que é proposto a seguir:

Cluster 1 – Esteta ou Preocupado com a imagem

Consumidor que é medianamente estimulado pelas informações da imprensa, seja ela

tradicional ou digital, não dá importância para o perfil do vinho, valoriza muito aspectos do

design do produto, não se importa com prestígio, nem com informações do staff, com

informações de boca a boca, ou ainda, informações do rótulo e contrarrótulo, tem baixa

frequência no consumo do produto. Com maioria masculina, empregado e com renda entre 8 e

10 salários mínimos. Idade não foi fator determinante no grupo.

1 2 3 4

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79

Cluster 2 – Bebedor Social

Consumidor que não é sensível a informações da imprensa, seja ela tradicional ou

digital, não se atém ao perfil do vinho, nem ao design do produto. Não dá ouvidos ao staff, nem

a informações do rótulo e contrarrótulo. É estimulado pelo prestígio, por informações boca a

boca, compra vinho em supermercados e em lojas de bebidas. Com maioria masculina,

empregado, com renda de 1 a 2 salários em igual quantidade a pessoas de renda entre 8 e 10

salários.

Cluster 3 – Conhecedor

Consumidor que se importa e se sente estimulado por todo e qualquer canal de

informação, pelo perfil do vinho, design do produto e informações contidas na garrafa. Maioria

feminina, empregada e com renda entre 2 a 5 salários.

Cluster 4 – Objetivo

Consumidor que é essencialmente estimulado pelas informações contidas na garrafa

(rótulo e contrarrótulo), por recomendações de amigos e cônjuges. Maioria masculina,

empregado e com renda entre 2 e 5 salários mínimos.

4.3.2 Definição dos perfis de TRI dos consumidores de vinhos (amostra)

Como já foi apresentado neste trabalho, o TRI é um índice que foi criado para medir a

prontidão para tecnologia e possui variáveis condutoras – otimismo e inovabilidade, e variáveis

inibidoras – desconforto e insegurança. De acordo com a intensidade e ocorrência dessas

variáveis é possível observar comportamentos distintos dos consumidores de tecnologia.

Parasuraman e Colby (2001) identificaram 5 perfis (exploradores, pioneiros, céticos,

paranoicos e retardatários) e descreveram os comportamentos característicos desses grupos.

Com 4 variáveis e suas frequências medidas em alta e baixa, é possível encontrar ao

todo 16 arranjos diferentes do TRI. Nesta pesquisa, além dos 5 perfis já definidos por

Parasuraman e Colby (2001), foi observada a ocorrência de quatro outros perfis com frequência

significativa. No Quadro 10, observa-se que o espectro de comportamentos em relação à

prontidão para tecnologia está se tornando mais diversificado e que o número de céticos e

retardatários, os mais resistentes às inovações, tem aparecido em menor número.

O perfil dos Exigentes apareceu na amostra 37 vezes (9,5%). Ele tem mais ocorrência

do que os perfis de retardatários e céticos, já definidos por Parasuraman e Colby (2002). Os

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80

Exigentes têm altas frequências de otimismo, inovatividade e insegurança; e baixa de

desconforto. Esses consumidores são extremamente dispostos para a tecnologia, mas não

ignoram que a tecnologia pode colocá-los em risco tanto física quanto financeiramente. Ainda

sobre os Exigentes pode-se dizer que eles se sentem tão à vontade com a tecnologia que não

sentem qualquer desconforto em sua utilização.

Quadro 12 – Perfis e a valoração das variáveis

Perfis

(frequência) Otimismo Inovabilidade Desconforto Insegurança

Pioneiros (118) Alto Alto Alto Alto

Exploradores (61) Alto Alto Baixo Baixo

Paranoicos (45) Baixo Baixo Alto Alto

Céticos (22) Baixo Baixo Baixo Baixo

Retardatários (12) Baixo Baixo Alto Alto

Exigentes (37) Alto Alto Baixo Alto

Afoitos (31) Alto Alto Alto Baixo

Instáveis (24) Alto Baixo Baixo Alto

Eufóricos (24) Alto Baixo Baixo Baixo

Fonte: Dados da pesquisa.

O perfil dos Afoitos teve ocorrência maior do que os perfis Céticos e Retardatários,

aparecendo menos do que os Exigentes, 31 vezes (7,9%). Esse perfil possui muita disposição

para uso da tecnologia, não se sente inseguro, mas aparenta ter alguns desconfortos com a

tecnologia. Pode-se pensar que as pessoas que têm muita impaciência na espera pela realização

de algumas tarefas, por exemplo, no caixa eletrônico ou no uso de redes wi-fi de baixa

performance, se enquadrem justamente nesse perfil.

Outro perfil encontrado neste estudo foi nomeado de Instáveis. Esse perfil foi

reconhecido em 24 respondentes (6,2%). Curiosamente, esse indivíduo tem um otimismo

elevado o que o conduz à adoção de tecnologia, mas tem igualmente uma enorme insegurança,

fazendo com que experimente um conflito interno muito grande. Do ponto de vista comercial,

pode ser um cliente difícil, que demore muito mais tempo a ser convencido da compra, ou

oscilando muito até consumar a aquisição.

Por último, encontrou-se o perfil Eufórico. Para esse perfil, apenas o otimismo é alto.

Todas as outras variáveis aparecem baixas. Esse perfil aparece na amostra em 24 indivíduos,

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correspondendo a 6,2% do total. Os Eufóricos são bastante otimistas, mas não são muito

inovadores, não são inseguros nem se sentem desconfortáveis no uso da tecnologia.

Tabela 12 – Perfis de consumidores em relação o TRI e às frequências

Perfis originais (PARASURAMAN; COLBY, 2001, 2002 e 2015)

Novos perfis (Dados obtidos na pesquisa)

Perfil Frequência Perfil Frequência

Pioneiros (AAAA) 118 (30,4%) Exigentes (AABA) 37 (9,5%)

Exploradores (AABB) 61 (15,7%) Afoitos (AAAB) 31 (7,9%)

Paranoicos (ABAA) 45 (11,6%) Instáveis (ABBA) 24 (6,2%)

Céticos (BBBB) 22 (5,7%) Eufóricos (ABBB) 24 (6,2%)

Retardatários (BBAA) 12 (3,1%) Outros 14 (3,7%)

Fonte: Dados da pesquisa.

O que podemos ainda analisar nos dados levantados é que, com o passar do tempo,

desde a criação do TRI 1.0 (PARASURAMAN, 2000) até os dias atuais, a imersão cada vez

maior no universo tecnológico tem levado à diminuição da frequência de céticos (5,7%) e de

retardatários (3,1%), que dentre os perfis são os mais indiferentes à tecnologia, embora não

tenda à extinção dos mesmos. Além disso, novos perfis tendem a aparecer tornando cada vez

mais complexo o cenário, com perfis cada vez mais diferentes e específicos.

Ficou verificado nesta pesquisa que os dados demográficos – gênero, idade, origem,

atividade, grau de instrução e renda – tiveram pouca influência sobre a aferição da prontidão

para tecnologia, não sendo possível perceber diferenças entre o comportamento de homens e

mulheres, mais novos e mais velhos, mais ou menos instruídos, levando a crer que, em

qualquer estágio da vida, as pessoas têm respondido aos condutores e inibidores tecnológicos

de forma semelhante.

4.3.3 Análise dos perfis de TRI x Clusters de consumidores de vinho

O que moveu esta pesquisa, desde o início, foi justamente o interesse em saber se os

aplicativos de celulares poderiam assumir o lugar da grande mídia de informação e servisse de

suporte para oferecer ao consumidor informações importantes que lhe auxiliassem a fazer a

melhor escolha do produto, baseado em informações corretas e de pessoas que pudessem

formar um grupo de referência significativa.

Após classificar a amostra, aqui estudada, em 4 grupos de consumidores de vinho

(estetas, bebedores sociais, conhecedores e objetivos) e aferir a prontidão para tecnologia dos

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82

mesmos, foi importante saber quais ocorrências de prontidão cada grupo (cluster) manifestou.

Os resultados foram observados na Tabela 12 e serão discutidos a seguir.

Tabela 13 – Perfis de consumidores de vinho x TRI e as frequências

PerfilTRI * Cluster Number of Case Crosstabulation

Cluster Number of Case

Total 1 2 3 4

PerfilTRI ABAB Count 1 3 0 5 9

% within PerfilTRI 11,1% 33,3% ,0% 55,6% 100,0%

% within Cluster Number of Case 2,0% 5,0% ,0% 2,5% 2,3%

Adjusted Residual -,1 1,5 -1,6 ,4

Afoitos Count 8 3 8 24 43

% within PerfilTRI 18,6% 7,0% 18,6% 55,8% 100,0%

% within Cluster Number of Case 16,3% 5,0% 8,9% 12,2% 10,9%

Adjusted Residual 1,3 -1,6 -,7 ,8

BBAB Count 0 1 0 0 1

% within PerfilTRI ,0% 100,0% ,0% ,0% 100,0%

% within Cluster Number of Case ,0% 1,7% ,0% ,0% ,3%

Adjusted Residual -,4 2,4 -,5 -1,0

BBBA Count 0 1 0 0 1

% within PerfilTRI ,0% 100,0% ,0% ,0% 100,0%

% within Cluster Number of Case ,0% 1,7% ,0% ,0% ,3%

Adjusted Residual -,4 2,4 -,5 -1,0

Céticos Count 9 6 4 3 22

% within PerfilTRI 40,9% 27,3% 18,2% 13,6% 100,0%

% within Cluster Number of Case 18,4% 10,0% 4,4% 1,5% 5,6%

Adjusted Residual 4,2 1,6 -,5 -3,5

Eufóricos Count 3 2 6 13 24

% within PerfilTRI 12,5% 8,3% 25,0% 54,2% 100,0%

% within Cluster Number of Case 6,1% 3,3% 6,7% 6,6% 6,1%

Adjusted Residual ,0 -1,0 ,3 ,4

Exigentes Count 3 3 12 19 37

% within PerfilTRI 8,1% 8,1% 32,4% 51,4% 100,0%

% within Cluster Number of Case 6,1% 5,0% 13,3% 9,6% 9,3%

Adjusted Residual -,8 -1,3 1,5 ,2

Exploradores Count 5 12 10 33 60

% within PerfilTRI 8,3% 20,0% 16,7% 55,0% 100,0%

% within Cluster Number of Case 10,2% 20,0% 11,1% 16,8% 15,2%

Adjusted Residual -1,0 1,1 -1,2 ,9

Instáveis Count 3 4 4 13 24

% within PerfilTRI 12,5% 16,7% 16,7% 54,2% 100,0%

% within Cluster Number of Case 6,1% 6,7% 4,4% 6,6% 6,1%

Adjusted Residual ,0 ,2 -,7 ,4

Paranoicos Count 4 9 6 26 45

% within PerfilTRI 8,9% 20,0% 13,3% 57,8% 100,0%

% within Cluster Number of Case 8,2% 15,0% 6,7% 13,2% 11,4%

Adjusted Residual -,8 1,0 -1,6 1,1

Pioneiros Count 13 12 37 56 118

% within PerfilTRI 11,0% 10,2% 31,4% 47,5% 100,0%

% within Cluster Number of Case 26,5% 20,0% 41,1% 28,4% 29,8%

Adjusted Residual -,5 -1,8 2,7 -,6

Retardatários Count 0 4 3 5 12

% within PerfilTRI ,0% 33,3% 25,0% 41,7% 100,0%

% within Cluster Number of Case ,0% 6,7% 3,3% 2,5% 3,0%

Adjusted Residual -1,3 1,8 ,2 -,6

Total Count 49 60 90 197 396

% within PerfilTRI 12,4% 15,2% 22,7% 49,7% 100,0%

% within Cluster Number of Case 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa, gerados com o programa SPSS

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83

No grupo 1, que foi chamado de estetas ou preocupados com a imagem, a maior

ocorrência encontrada foi de pioneiros, com 13 indivíduos (26,5%) do grupo, seguido de

céticos, com 9 pessoas (18,4%), e afoitos, com 8 pessoas (16,3%). Os estetas são na amostra o

menor grupo, com 12,3%, e, com exceção das categorias de TR relacionadas, observa-se uma

pulverização dos outros perfis, com frequências muito baixas.

No grupo 2, chamado de bebedor social, as maiores quantidades significativas

encontradas foram de exploradores e pioneiros em iguais quantidades – 12 pessoas (20%).

No grupo 3, chamado de conhecedores, a maior quantidade foi de pioneiros, com 37

pessoas (31,4%), e na sequência está os exigentes, 12 pesquisados (20%).

No grupo 4, chamado de objetivos, a maior ocorrência foi de pioneiros (56), seguido de

exploradores (33), paranoicos (26) e afoitos (24). Por ser o grupo que possui uma maior

representatividade, 49,7% da amostra total, é o que tem um maior número de ocorrências de

perfis com quantidades expressivas.

As frequências observadas com este estudo, apesar de significativas, não são

conclusivas, de maneira a fazer acreditar que para cada perfil de consumidor de vinho adote um

comportamento único de prontidão para tecnologia. Mas a aferição da TR pode apontar

condutas do comportamento desse consumidor de maneira a ajudar a definir as estratégias de

marketing.

4.3.4 Análise dos consumidores que usam aplicativos

Dos 400 questionários aplicados na pesquisa, 40 respondentes afirmaram que utilizavam

aplicativos de celulares para se informar antes de definirem a compra. Nesta seção será

analisado o comportamento desses respondentes em relação ao consumo de vinho e em relação

à prontidão para tecnologia.

Nesse grupo a maioria apresentou perfil Objetivo/Explorador aparecendo num total de

20%. A combinação destas características faz com que se entenda que a avaliação do vinho se

dá na ocasião da compra, levando em consideração as informações do rótulo e contrarrótulo,

recomendações de amigos e cônjuges e o aplicativo, que normalmente se encontra à mão e

assume caráter decisivo para a compra. Demograficamente, esse consumidor é em maioria

masculina, com idade entre 35 e 44 anos, com formação superior ou pós-graduada, empregado

e com renda superior a 10 salários mínimos.

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84

Quadro 13 – Comportamento dos Usuários de Aplicativos

Clusters Cluster 1

Estetas

Cluster 2

Bebedor Social

Cluster 3

Conhecedor

Cluster 4

Objetivos Total Perfil TRI

Exploradores 0 2 1 8 11

Pioneiros 0 0 6 3 9

Afoitos 0 2 0 3 5

Exigentes 0 1 1 2 4

Instáveis 0 1 0 2 3

Paranoicos 0 0 0 2 2

Céticos 1 1 0 0 2

Eufóricos 0 0 0 2 2

Outros 0 1 0 1 2

Total 1 8 8 23 40

Fonte: Dados da pesquisa.

Outro grupo significativo são os Conhecedores/Pioneiros, que correspondem a 15% do

grupo. Eles se caracterizam, no consumo de vinho, por se sentirem estimulados por todo e

qualquer canal de informação, pelo perfil do vinho e por questões relativas ao design do

produto, mas, no comportamento diante da tecnologia, eles são muito otimistas e inovadores.

No entanto, também são muito inseguros e desconfortáveis, fazendo com que, mesmo

estimulados ao uso da tecnologia, também sejam desconfiados com o uso dos aplicativos de

celulares. Os Conhecedores são em maioria mulheres e com renda menor do que os Objetivos.

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTO AOS OBJETIVOS DA PESQUISA

Com a intenção de atender aos objetivos específicos constantes deste trabalho, foram

realizados testes estatísticos e análises que nesta seção serão apresentados.

Objetivo específico 1: Classificar o perfil dos consumidores de vinho brasileiros e portugueses

através do questionário próprio de Pereira (2012).

Para o atendimento desse objetivo foi utilizada análise de clusters para confirmar ou

descobrir se os brasileiros se agrupavam da mesma forma dos portugues. Foram feitas Análises

dos Componentes Principais (ACP) até definir-se os novos perfis dos consumidores de vinhos

encontrados.

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Objetivo específico 2: Aferir e classificar a prontidão para tecnologia em consumidores de

vinho brasileiros e portugueses quanto ao otimismo, inovabilidade, insegurança e desconforto,

através do TRI (PARASURAMAN; COLBY, 2002).

O atendimento desse objetivo ocorreu através do cálculo do Índice, através de seus 36

itens, do cálculo dos fatores inibidores e condutores em alto e baixo, da conferência das

frequências dos perfis e da identificação dos novos perfis. Mas, da mesma forma como dito

acima, não foi possível aferir a prontidão entre portugueses.

Objetivo específico 3: Relacionar o perfil dos consumidores de vinho para com seu TRI.

Para atender esse objetivo, inicialmente foram analisados os Componentes Principais

para definir os agrupamentos de consumidores de vinho na amostra e o TRI juntos. Na

sequência foi observada a relação entre as duas análises. De forma visual, no Gráfico 12

observa-se a distribuição dos respondentes, de acordo com as cargas fatoriais apresentadas no

Gráfico 16.

Gráfico 12 – Perfis fatoriais

Pioneiros (AAAA) Céticos (BBBB) Afoitos (AAAB)

Exploradores (AABB) Retardatários (BBAA) Instáveis (ABBA)

Paranoicos (ABAA) Exigentes (AABA) Eufóricos (ABBB)

Fonte: Dados da pesquisa, gerado no programa SIMCA

Gráfico 13 – Gráfico de cargas fatoriais

Fonte: Dados da pesquisa, gerado no programa SIMCA

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Objetivo específico 4: Verificar a utilização de aplicativos de celulares disponíveis no Brasil

para tomada de decisão na compra de vinhos.

No questionário foi incluída uma pergunta direta para verificar o uso de aplicativo para

a escolha do vinho e, em caso afirmativo, dizer qual seria o aplicativo. Segundo as respostas,

apenas 10% dos inqueridos usam aplicativos (Tabela 14) e o mais utilizado é o Vivino (75%),

conforme ilustra a Tabela 15.

Tabela 14 – Frequências de uso de aplicativos para escolha de vinho

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulative

Percent

Valid Sim 40 10,1 10,1 10,1

Não 357 89,9 89,9 100,0

Total 397 100,0 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados no programa SPSS.

Tabela 15 – Frequência do aplicativo utilizado para escolha de vinho

Frequency Percent

Valid

Percent

Cumulative

Percent

Valid 0 357 89,9 91,1 91,1

Vivino 30 7,6 7,7 98,7

Wine 2 ,5 ,5 99,2

Evino 1 ,3 ,3 99,5

Club Vinho 1 ,3 ,3 99,7

Corks 1 ,3 ,3 100,0

Total 392 98,7 100,0

Missing System 5 1,3

Total 397 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, gerados no programa SPSS.

Objetivo específico 5: Aferir o TRI entre os consumidores que usam aplicativo para auxiliar na

decisão de compra do vinho.

Destaca-se no Quadro 16 que, da mesma forma que se apresentou na análise geral dos

dados, as maiores frequências foram dos consumidores Exploradores e Pioneiros, havendo

nesse pequeno grupo uma inversão, aparecendo em maior número os Exploradores.

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Pode-se analisar que os consumidores de vinho que usam aplicativos para assessorar na

decisão de compra têm maior otimismo e inovabilidade e pouca insegurança e desconforto com

o uso de tecnologia, diferentemente do resultado geral. O que já era esperado, pois quanto

maior a prontidão para tecnologia maior o uso de ferramentas tecnológicas no dia a dia desses

indivíduos.

No Gráfico 15 observa-se a frequência específica dos perfis de prontidão para

tecnologia entre os consumidores de vinho que utilizam aplicativos de celulares.

Gráfico 14 – Frequência de TRI entre os usuários de aplicativos de celulares

Fonte: Dados de pesquisa.

Objetivo específico 6: Verificar quais são os perfis de consumidores de vinho entre os usuários

de aplicativos de celulares para decisão de compra do vinho.

Para atender ao sexto objetivo, foi analisada a frequência dos clusters de consumidores

de vinho, o que mostrou a ocorrência de uma expressiva maioria de consumidores objetivos,

com 57,5%, o que correspondeu, num universo de 40 respondentes, a um número de 23

consumidores nessa pequena amostra.

Além da expressiva maioria de consumidores objetivos, foi percebida uma frequência

equilibrada de consumidores conhecedores e bebedores sociais com o percentual igual para os

dois grupos, de 20%.

27,5%

22,5% 12,5%

10%

7,5%

5% 5%

5% 5%

Frequência dos Perfis de TRI em consumidores que usam aplicativos

Explorador

Pioneiro

Afoitos

Exigentes

Instaveis

Euforicos

Céticos

Paranóico

Outros

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Os consumidores objetivos são influenciados pelas recomendações de amigos e

cônjuges e pelas informações nos rótulos e contrarrótulos, são em maioria do sexo masculino e

empregados.

Gráfico 15 – Frequência de perfil dos consumidores de vinho

entre os usuários de aplicativos de celulares

Fonte: Dados de pesquisa

2,5% 20%

20% 57,5%

Frequência dos perfis de consumo de vinho que usam aplicativos

Estetas

Bebedor Social

Conhecedor

Objetivos

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5 CONCLUSÕES

Este trabalho analisou a prontidão para tecnologia entre os consumidores de vinho, no

Brasil, através do TRI 1.0 (O TRI 2.0 ainda não foi validado no Brasil). O objetivo foi

descobrir se, diante de um mundo de ferramentas tecnológicas, os aplicativos de celulares

podem ser utilizados como meio de informação, dotando os consumidores de informação no

momento da decisão de compra.

O vinho é um produto complexo, e, como tal, exige que o consumidor conheça bem

suas características para fazer sua melhor escolha. Muitos fatores são determinantes, em graus

variados, para que o consumidor tome sua decisão. No mercado brasileiro, o nível de

conhecimento acumulado pelos consumidores não apresenta consistência, isto é, o consumidor

facilmente confunde os atributos do produto por não ter uma prática de consumo efetiva. O

brasileiro tem uma baixa média per capita de consumo do produto (1,8 hectolitros/ano) em

comparação com outros países do mundo, tanto na Europa, berço da cultura vitivinífera, quanto

nas Américas (IBRAVIN, 2008).

Figura 18 – Um dos fatores de decisão do vinho a consumir é a harmonização

da bebida com o que será servido na refeição.

Fonte: Acervo pessoal de Sérgio Lobo, 2008

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Associado a essas questões, o staff de vendas do produto, nos locais de compra, não é

devidamente treinado para exercer uma ajuda efetiva e, muitas vezes, não gera uma

confiabilidade no consumidor.

Tendo em mente a invasão do nosso dia a dia por ferramentas tecnológicas de

informação, busca e comércio, esta pesquisa investigou como os aplicativos de dispositivos

móveis, acessados a bancos de dados e opiniões de outras pessoas em redes sociais, poderiam

ajudar a suprir a necessidade de informações do consumidor de vinhos.

Este levantamento também se encarregou de aferir a prontidão para tecnologia dos

consumidores desse produto, para entender que relação eles tinham com a tecnologia e com

suas ferramentas.

O estudo ainda teve o objetivo de levantar os dados no mercado brasileiro, e estabelecer

comparações entre o consumo nos outros países. Os dados aqui apurados são por si só

significativos para o entendimento das relações de consumo e uso da tecnologia.

A pesquisa foi aplicada com 400 indivíduos que se declararam consumidores de vinho.

Dentre os respondentes, 47,6% são do gênero feminino, 51,4% do masculino e 1% do outro;

com idades bem distribuídas, sendo a faixa de 35 a 44 anos a maior. Os resultados mostraram

um viés em relação à formação acadêmica, com quase 56% com formação pós-graduada e com

maioria de empregados, 81%, com renda entre 2 e 5 salários.

Foram identificados fatores de influência para decisão de compra do vinho (PEREIRA,

2012) e, através deles, identificados quatro perfis de consumidores. Os perfis identificados não

foram os mesmos encontrados na pesquisa de Pereira (2012), o que já era esperado pela

diferença da amostra. Os perfis encontrados foram nominados de estetas ou preocupados com a

imagem, bebedor social, conhecedor e objetivos.

O grupo maior foi o de objetivos e práticos, com quase 50% da amostra. Esse perfil é

influenciado principalmente pelas informações contidas na garrafa e por recomendações de

amigos e parentes próximos. Na sequência, com 22,7% dos consumidores estudados, está o

perfil de conhecedor ou entusiasta. Nesse grupo, o único de maioria feminina, o consumidor é

ávido por toda e qualquer fonte de informação sobre o produto e se sente estimulado a

experimentar várias formas de consumo, locais de compra e produtos.

Os dois outros grupos menos significativos são os bebedores sociais, que valorizam o

prestígio da bebida, informações boca a boca, e que frequentam lojas especializadas e

pesquisam e compram produtos nos supermercados. Esse grupo correspondeu a 15% da

amostra. E, por fim, os estetas, que ganharam esse nome por valorizarem muito os aspectos de

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design, mais até do que recomendações do staff, de amigos e parentes e do perfil do vinho

(Gráfico 16).

Gráfico 16 – Perfis de consumidores de vinho

Fonte: Dados da pesquisa.

Outra parte da investigação, a aferição da prontidão para tecnologia, confirmou as

afirmações de Parasuraman e Colby (2001, 2002, 2015) em relação à identificação dos fatores e

suas intensidades e apresentou não só a alta frequência dos perfis já definidos pelos seus

autores, mas também revelou novos perfis com ocorrências significativas. Além disso, a análise

apontou para a diminuição de frequência dos perfis de céticos e retardatários, os mais

resistentes à adoção de tecnologia.

Gráfico 17 – Perfis de prontidão para tecnologia (TRI 1.0)

Fonte: Dados da pesquisa.

12%

15%

23%

50%

Perfis de consumidores de vinho

Estetas oupreocupados com aimagem

Bebedor social

30%

15%

11%

11%

9%

6%

6%

6% 3% 3%

Perfis de Prontidão para Tecnologia Pioneiros

Exploradores

Paranoicos

Afoitos

Exigentes

Eufóricos

Instáveis

Céticos

Retardatários

Outros

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Para esta pesquisa, o ponto alto era cruzar os grupos de consumidores de vinhos com os

perfis de prontidão para tecnologia, na direção de observar de observar a existência de algum

perfil específico de comportamento para delinear as estratégias de marketing do produto. O que

foi observado é que a maior ocorrência em todos os grupos foi a do perfil pioneiro (AAAA),

que tem grande otimismo e inovabilidade, mas que também tem grande incidência de

desconforto e insegurança.

A ocorrência encontrada entre os perfis de pioneiro (AAAA) e exploradores (AABB) é

de quase o dobro. Enquanto na amostra foram encontrados 118 pioneiros, os exploradores

foram 60 – apontando que os consumidores de vinho se, por um lado, acreditam na tecnologia

como fonte de melhoria de vida, por outro, creem que essa nova conduta social também

apresenta motivos para se ter cautela.

No grupo de consumidores de vinho chamados de objetivos ou práticos, que constituem

a maioria, encontramos perfis de TR de pioneiros, exploradores, paranoicos, afoitos e

exigentes. O que aponta que, dentre os grupos de consumidores de vinhos, podemos encontrar

diferentes perfis de prontidão para a tecnologia.

Tabela 16 – Cruzamento dos perfis de consumo de vinho e prontidão para tecnologia

Perfis

de TRI

Pio

nei

ros

(AA

AA

)

Explo

radore

s (A

AB

B)

Par

anoic

os

(AB

AA

)

Afo

itos

(AA

AB

)

Exig

ente

s (A

AB

A)

Inst

ávei

s (A

BB

A)

Eufó

rico

s (A

BB

B)

Cét

icos

(BB

BB

)

Ret

ardat

ário

s (B

BA

A)

Outr

os

(A

BA

B,

BB

AB

, B

BB

A)

Tota

is

Perfis de

consumidor

de vinho

Estetas

13 5 4 8 3 3 3 9 0 1 49

Bebedores

sociais 12 12 9 3 3 4 2 6 4 5 60

Conhecedores

ou entusiastas 37 10 6 8 12 4 6 4 3 0 90

Objetivos ou

Práticos 56 33 26 24 19 13 13 3 5 5 197

Totais 118 60 45 43 37 24 24 22 12 11 396

Fonte: Dados da pesquisa.

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93

Não foi confirmada uma relação direta entre o consumo de vinho e a prontidão para a

tecnologia, mas uma vez conhecendo os percentuais de TR, dentro dos segmentos de

consumidores de vinho, podem ser elaboradas estratégias distintas para o aumento de

propaganda, divulgação de informações e veiculação de opiniões em redes sociais através do

meio digital.

5.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

As limitações deste trabalho se deram principalmente pela extensão do questionário e

pelo fato do principal meio de acessar o questionário ser o Facebook ®.

Primeiramente, tratando a questão da extensão do questionário, pode-se dizer que a

necessidade de agrupar os consumidores em clusters e aferir a Prontidão para Tecnologia

exigiu que se utilizassem dois questionários, anteriormente validados, juntos. A Prontidão para

Tecnologia foi medida através de sua versão 1.0, que possui 36 itens e a clusterização dos

consumidores de vinhos, utilizando o questionário de Pereira (2012), com quatro questões, mas

em cada uma delas um número de itens grande de variáveis. Por isso, verificou-se fadiga no

preenchimento do questionário, o que não invalidou a pesquisa, mas acrescentou um nível de

dificuldade maior para obtenção do número de 400 questionários, que constituía a meta do

trabalho.

O fato da divulgação do questionário se dar através do Facebook® proporcionou uma

boa visibilidade para o questionário, mas não garantiu a adesão e resposta, sem mencionar que

existe um percentual de consumidores de vinhos que, por opção, não fazem parte

intencionalmente de redes sociais. O que faz com que se tenha uma restrição na generalização

dos resultados.

5.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

A investigação aqui realizada permite vislumbrar várias possibilidades para novos

estudos. Primeiramente, buscar a validação do TRI 2.0 no Brasil, que aprimora e facilita a

aferição da prontidão, pois a redução significativa de itens na escala favorece a adesão dos

respondentes e facilita o cálculo com menos questões.

Outra lacuna que se abre para a pesquisa é a utilização do TRI como forma de aprimorar

as estratégias de marketing, não só para produtos tecnológicos, mas também para quaisquer

outros produtos, uma vez que na atualidade o consumidor de qualquer produto usa

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intensamente a tecnologia como forma de acesso, como fonte de informação e até mesmo para

realização da compra.

Entre a população brasileira, a adesão ao uso de equipamentos digitais – smartphones,

tablets, minicomputadores etc – demonstra que esse canal é indiscutivelmente importante para

as novas formas de comércio e informação. Em 2016 o e-commerce cresceu no Brasil mais de

7% numa situação de crise econômica quando o comércio tradicional apresentou retração.

Além dessa evidência de sua importância e crescimento, diferentemente de outros países do

mundo, esse volume de transações e acessos ainda precisa ser melhor estudado, e muitas

questões ainda não foram respondidas para se avaliar realmente esse fenômeno. Para ilustrar o

que foi exposto, apresenta-se na Figura 19 e 20 destaques da publicação do E-Bit no ano de

2016.

Figura 19 – Destaques do E-commerce em 2016

Fonte: E-Bit, 2016

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Figura 20 – Destaques do E-commerce em 2016

Fonte: E-Bit, 2016

Portanto, abre-se um caminho para muitas investigações no sentido de verificar a

eficiência e as estratégias de marketing, incluindo os aplicativos de celulares, como forma de

atingir o consumidor e aproximá-lo de produtores e comerciantes, tendo um entendimento

maior de suas necessidades.

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7 APÊNDICE

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7.1 QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Consumo de Vinhos no Brasil e em Portugal

Seja bem-vindo.

Esse questionário tem o objetivo de identificar a relação entre as pessoas e os aplicativos relacionados a venda e ao consumo de vinhos em Portugal e no Brasil. Tal pesquisa faz parte de uma dissertação desenvolvida na Faculdade Boa Viagem (Brasil) por Adrianna Rabelo Coutinho e sob orientação do Prof. Dr. Rafael Lucian. Os dados são sigilosos e só serão utilizados para fins de investigação do fenômeno, sua divulgação será restrita ao ambiente acadêmico. Contacto e mais informações em: [email protected]

Usa aplicativo para escolher vinho?

Sim Não

Qual?

___________________________________________________________

Por favor, diga-nos quais os critérios mais importantes e menos importantes na sua

escolha um vinho. Para cada uma das afirmações coloque um X no círculo que melhor

corresponde à sua opinião.*

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106

Gostaríamos agora de saber quais das seguintes fontes de informação é que exercem maior ou menor influência na sua escolha de um vinho. Para cada uma das afirmações coloque um X no círculo que melhor corresponde à sua opinião.*

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107

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108

De uma forma mais específica, diga-nos por favor onde costuma comprar vinho. Para cada uma das afirmações coloque um X no círculo que melhor corresponde à sua opinião.*

Costuma comprar vinho com que frequência?*

Leia as frases abaixo e assinale o seu grau de concordância com elas.

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113

Idade ______________________________________________________________________________ Gênero

Feminino

Masculino

Outro

Está respondendo esta pesquisa em que país?

Portugal

Brasil

Natural de (cidade)

Muito obrigada por sua colaboração.

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114

7.2 FATORES PARA FORMAÇÃO DOS CLUSTERS DE CONSUMIDORES DE VINHO

Total Variance Explained

Factor

Initial Eigenvalues

Extraction Sums of Squared

Loadings

Rotation Sums of Squared

Loadings

Total

% of

Variance

Cumulative

% Total

% of

Variance

Cumulative

% Total

% of

Variance Cumulative %

1 10,865 25,268 25,268 10,200 23,721 23,721 4,071 9,467 9,467

2 3,442 8,004 33,272 2,236 5,200 28,921 4,024 9,358 18,825

3 2,714 6,312 39,584 2,126 4,944 33,865 2,920 6,792 25,616

4 2,314 5,381 44,964 2,243 5,217 39,082 2,471 5,747 31,364

5 2,005 4,662 49,627 1,931 4,491 43,573 2,199 5,114 36,478

6 1,639 3,813 53,439 1,019 2,370 45,944 2,036 4,734 41,212

7 1,408 3,275 56,714 1,541 3,585 49,528 1,967 4,574 45,785

8 1,294 3,009 59,724 ,898 2,089 51,617 1,635 3,801 49,586

9 1,126 2,620 62,343 ,822 1,911 53,528 1,610 3,745 53,332

10 1,091 2,536 64,880 ,639 1,487 55,015 ,724 1,683 55,015

Extraction Method: Maximum Likelihood.

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115

7.3 ANÁLISE DESCRITIVA (CLUSTERS, N, MÉDIA E DP NO FATOR)

Descriptives

N Mean Std.

Deviation Std. Error

95% Confidence Interval for Mean

Minimum Maximum Lower Bound

Upper Bound

REGR factor score 1 for analysis 6

1 49 -,2277353 ,87445949 ,12492278 -,4789094 ,0234388 -2,28529 1,76558

2 60 -1,0167376

,77833691 ,10048286 -1,2178033 -,8156719 -2,62076 ,43631

3 90 ,6876955 ,77070132 ,08123905 ,5262752 ,8491158 -1,29043 2,07260

4 197 ,0521355 ,76122692 ,05423517 -,0548239 ,1590949 -2,84166 1,80082

Total 396 ,0000000 ,93666840 ,04706936 -,0925378 ,0925378 -2,84166 2,07260

REGR factor score 2 for analysis 6

1 49 -,6869343 1,12507358 ,16072480 -1,0100932 -,3637754 -3,59210 1,20878

2 60 -,4722454 1,10810990 ,14305637 -,7585006 -,1859903 -3,78114 2,04101

3 90 ,4942939 ,69216742 ,07296085 ,3493222 ,6392656 -1,62983 2,28966

4 197 ,0888734 ,64136428 ,04569531 -,0012442 ,1789910 -1,84025 1,90540

Total 396 ,0000000 ,89515805 ,04498338 -,0884368 ,0884368 -3,78114 2,28966

REGR factor score 3 for analysis 6

1 49 ,1657993 ,83376751 ,11910964 -,0736867 ,4052853 -1,80703 1,73442

2 60 -,8276299 ,79337811 ,10242467 -1,0325812 -,6226786 -1,88637 1,36594

3 90 ,4821738 ,92917476 ,09794362 ,2875619 ,6767856 -2,22694 2,00480

4 197 -,0094518 ,86392329 ,06155199 -,1308410 ,1119374 -2,38343 1,76062

Total 396 ,0000000 ,95070851 ,04777490 -,0939249 ,0939249 -2,38343 2,00480

REGR factor score 4 for analysis 6

1 49 -,3467342 ,97184242 ,13883463 -,6258799 -,0675885 -2,50453 1,22051

2 60 -,6042081 1,12831018 ,14566422 -,8956815 -,3127347 -2,50859 2,08196

3 90 ,3855709 ,66787914 ,07040064 ,2456864 ,5254555 -1,26792 1,71151

4 197 ,0941171 ,86706801 ,06177604 -,0277139 ,2159482 -2,80689 2,04342

Total 396 ,0000000 ,94188141 ,04733132 -,0930528 ,0930528 -2,80689 2,08196

REGR factor score 5 for analysis 6

1 49 -,5236590 ,61509090 ,08787013 -,7003337 -,3469842 -3,34029 ,85412

2 60 ,3712781 1,01387000 ,13089005 ,1093677 ,6331885 -2,18254 3,43923

3 90 ,5118860 1,17859349 ,12423466 ,2650344 ,7587377 -1,01387 4,81364

4 197 -,2166860 ,54140996 ,03857386 -,2927591 -,1406129 -1,06357 1,64292

Total 396 ,0000000 ,89220067 ,04483477 -,0881446 ,0881446 -3,34029 4,81364

REGR factor score 6 for analysis 6

1 49 -,2520489 ,87252722 ,12464675 -,5026680 -,0014298 -2,05880 1,97716

2 60 -,3530263 1,12012453 ,14460746 -,6423851 -,0636674 -2,48711 1,62794

3 90 ,2437264 ,87004667 ,09171097 ,0614987 ,4259542 -2,86226 1,85960

4 197 ,0588660 ,77264890 ,05504896 -,0496984 ,1674303 -2,08252 1,95985

Total 396 ,0000000 ,88813376 ,04463040 -,0877428 ,0877428 -2,86226 1,97716

REGR factor score 7 for analysis 6

1 49 -,8141620 1,27964162 ,18280595 -1,1817180 -,4466060 -3,88761 1,19380

2 60 -,0039500 1,03606948 ,13375599 -,2715951 ,2636951 -2,94038 1,78083

3 90 -,0734179 ,68518224 ,07222455 -,2169265 ,0700907 -2,47200 1,17482

4 197 ,2372515 ,66036218 ,04704886 ,1444645 ,3300385 -1,39953 2,14953

Total 396 ,0000000 ,89051497 ,04475006 -,0879781 ,0879781 -3,88761 2,14953

REGR factor score 8 for analysis 6

1 49 -,7215363 ,75722869 ,10817553 -,9390378 -,5040349 -2,43692 1,56934

2 60 ,3090105 ,81418157 ,10511039 ,0986851 ,5193359 -2,23357 1,89690

3 90 ,1746710 ,82769400 ,08724661 ,0013139 ,3480282 -1,31173 1,94544

4 197 ,0055546 ,82398612 ,05870658 -,1102231 ,1213323 -2,37838 2,53725

Total 396 ,0000000 ,86371529 ,04340333 -,0853304 ,0853304 -2,43692 2,53725

REGR factor score 9 for analysis 6

1 49 -,4289756 ,81563127 ,11651875 -,6632523 -,1946990 -2,31487 1,94885

2 60 -,3069830 1,34352052 ,17344775 -,6540511 ,0400852 -2,77222 2,08078

3 90 ,1919173 ,76754516 ,08090636 ,0311581 ,3526765 -1,97508 1,67979

4 197 ,1125189 ,78441208 ,05588705 ,0023018 ,2227361 -2,39860 1,82958

Total 396 ,0000000 ,91671090 ,04606646 -,0905661 ,0905661 -2,77222 2,08078

REGR factor score 10 for analysis 6

1 49 -,1628599 ,92666759 ,13238108 -,4290299 ,1033101 -3,27933 1,96163

2 60 ,1537803 ,91647003 ,11831577 -,0829690 ,3905296 -2,30379 1,73871

3 90 ,1154360 ,61366505 ,06468598 -,0130937 ,2439656 -1,57032 1,53419

4 197 -,0590656 ,74439565 ,05303599 -,1636600 ,0455289 -2,10718 2,34319

Total 396 ,0000000 ,77541819 ,03896623 -,0766071 ,0766071 -3,27933 2,34319

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116

7.4 ANOVA SOBRE A DIFERENÇA DA MÉDIA ENTRE OS CLUSTERS

ANOVA

Sum of

Squares df

Mean

Square F Sig.

REGR factor score 1 for analysis 6 Between

Groups

107,665 3 35,888 58,891 ,000

Within Groups 238,887 392 ,609

Total 346,552 395

REGR factor score 2 for analysis 6 Between

Groups

60,048 3 20,016 30,594 ,000

Within Groups 256,468 392 ,654

Total 316,517 395

REGR factor score 3 for analysis 6 Between

Groups

63,387 3 21,129 28,207 ,000

Within Groups 293,632 392 ,749

Total 357,019 395

REGR factor score 4 for analysis 6 Between

Groups

42,920 3 14,307 18,238 ,000

Within Groups 307,501 392 ,784

Total 350,421 395

REGR factor score 5 for analysis 6 Between

Groups

54,540 3 18,180 27,421 ,000

Within Groups 259,889 392 ,663

Total 314,429 395

REGR factor score 6 for analysis 6 Between

Groups

16,619 3 5,540 7,363 ,000

Within Groups 294,949 392 ,752

Total 311,569 395

REGR factor score 7 for analysis 6 Between

Groups

44,055 3 14,685 21,385 ,000

Within Groups 269,187 392 ,687

Total 313,242 395

REGR factor score 8 for analysis 6 Between

Groups

33,991 3 11,330 17,038 ,000

Within Groups 260,680 392 ,665

Total 294,672 395

REGR factor score 9 for analysis 6 Between

Groups

20,480 3 6,827 8,592 ,000

Within Groups 311,461 392 ,795

Total 331,942 395

REGR factor score 10 for analysis

6

Between

Groups

4,605 3 1,535 2,584 ,053

Within Groups 232,898 392 ,594

Total 237,503 395

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117

7.5 POST HOC DA ANOVA SOBRE A DIFERENÇA DA MEDIA DOS CLUSTERS

Multiple Comparisons

LSD

Dependent Variable

(I) Cluster Number of Case

(J) Cluster Number of Case

Mean Difference (I-J) Std. Error Sig.

95% Confidence Interval

Lower Bound

Upper Bound

REGR factor score 1 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 ,78900233* ,15031170 ,000 ,4934844 1,0845203

3 -,91543076* ,13859301 ,000 -1,1879093 -,6429522

4 -,27987074* ,12462054 ,025 -,5248790 -,0348625

2 dimension3

1 -,78900233* ,15031170 ,000 -1,0845203 -,4934844

3 -1,70443309* ,13010739 ,000 -1,9602287 -1,4486375

4 -1,06887307* ,11510947 ,000 -1,2951822 -,8425639

3 dimension3

1 ,91543076* ,13859301 ,000 ,6429522 1,1879093

2 1,70443309* ,13010739 ,000 1,4486375 1,9602287

4 ,63556001* ,09932071 ,000 ,4402921 ,8308279

4 dimension3

1 ,27987074* ,12462054 ,025 ,0348625 ,5248790

2 1,06887307* ,11510947 ,000 ,8425639 1,2951822

3 -,63556001* ,09932071 ,000 -,8308279 -,4402921

REGR factor score 2 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -,21468887 ,15574473 ,169 -,5208883 ,0915106

3 -1,18122820* ,14360246 ,000 -1,4635555 -,8989009

4 -,77580768* ,12912495 ,000 -1,0296717 -,5219436

2 dimension3

1 ,21468887 ,15574473 ,169 -,0915106 ,5208883

3 -,96653933* ,13481013 ,000 -1,2315806 -,7014980

4 -,56111881* ,11927010 ,000 -,7956079 -,3266297

3 dimension3

1 1,18122820* ,14360246 ,000 ,8989009 1,4635555

2 ,96653933* ,13481013 ,000 ,7014980 1,2315806

4 ,40542052* ,10291066 ,000 ,2030947 ,6077464

4 dimension3

1 ,77580768* ,12912495 ,000 ,5219436 1,0296717

2 ,56111881* ,11927010 ,000 ,3266297 ,7956079

3 -,40542052* ,10291066 ,000 -,6077464 -,2030947

REGR factor score 3 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 ,99342918* ,16664738 ,000 ,6657947 1,3210636

3 -,31637449* ,15365511 ,040 -,6184657 -,0142833

4 ,17525107 ,13816413 ,205 -,0963843 ,4468865

2 dimension3

1 -,99342918* ,16664738 ,000 -1,3210636 -,6657947

3 -1,30980367* ,14424729 ,000 -1,5933988 -1,0262086

4 -,81817811* ,12761941 ,000 -1,0690822 -,5672740

3 dimension3

1 ,31637449* ,15365511 ,040 ,0142833 ,6184657

2 1,30980367* ,14424729 ,000 1,0262086 1,5933988

4 ,49162556* ,11011475 ,000 ,2751362 ,7081149

4 dimension3

1 -,17525107 ,13816413 ,205 -,4468865 ,0963843

2 ,81817811* ,12761941 ,000 ,5672740 1,0690822

3 -,49162556* ,11011475 ,000 -,7081149 -,2751362

REGR factor score 4 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 ,25747390 ,17053736 ,132 -,0778084 ,5927562

3 -,73230513* ,15724182 ,000 -1,0414479 -,4231624

4 -,44085132* ,14138924 ,002 -,7188274 -,1628753

2 dimension3

1 -,25747390 ,17053736 ,132 -,5927562 ,0778084

3 -,98977903* ,14761439 ,000 -1,2799940 -,6995641

4 -,69832522* ,13059838 ,000 -,9550861 -,4415644

3 dimension3

1 ,73230513* ,15724182 ,000 ,4231624 1,0414479

2 ,98977903* ,14761439 ,000 ,6995641 1,2799940

4 ,29145381* ,11268511 ,010 ,0699110 ,5129966

4 dimension3

1 ,44085132* ,14138924 ,002 ,1628753 ,7188274

2 ,69832522* ,13059838 ,000 ,4415644 ,9550861

3 -,29145381* ,11268511 ,010 -,5129966 -,0699110

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118

REGR factor score 5 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -,89493704* ,15677994 ,000 -1,2031717 -,5867023

3 -1,03554499* ,14455696 ,000 -1,3197489 -,7513411

4 -,30697298* ,12998322 ,019 -,5625244 -,0514215

2 dimension3

1 ,89493704* ,15677994 ,000 ,5867023 1,2031717

3 -,14060795 ,13570619 ,301 -,4074109 ,1261950

4 ,58796405* ,12006287 ,000 ,3519164 ,8240118

3 dimension3

1 1,03554499* ,14455696 ,000 ,7513411 1,3197489

2 ,14060795 ,13570619 ,301 -,1261950 ,4074109

4 ,72857200* ,10359469 ,000 ,5249013 ,9322427

4 dimension3

1 ,30697298* ,12998322 ,019 ,0514215 ,5625244

2 -,58796405* ,12006287 ,000 -,8240118 -,3519164

3 -,72857200* ,10359469 ,000 -,9322427 -,5249013

REGR factor score 6 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 ,10097738 ,16702067 ,546 -,2273910 ,4293457

3 -,49577533* ,15399930 ,001 -,7985432 -,1930075

4 -,31091485* ,13847362 ,025 -,5831587 -,0386710

2 dimension3

1 -,10097738 ,16702067 ,546 -,4293457 ,2273910

3 -,59675271* ,14457040 ,000 -,8809831 -,3125224

4 -,41189222* ,12790528 ,001 -,6633584 -,1604261

3 dimension3

1 ,49577533* ,15399930 ,001 ,1930075 ,7985432

2 ,59675271* ,14457040 ,000 ,3125224 ,8809831

4 ,18486048 ,11036141 ,095 -,0321138 ,4018348

4 dimension3

1 ,31091485* ,13847362 ,025 ,0386710 ,5831587

2 ,41189222* ,12790528 ,001 ,1604261 ,6633584

3 -,18486048 ,11036141 ,095 -,4018348 ,0321138

REGR factor score 7 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -,81021205* ,15955975 ,000 -1,1239120 -,4965121

3 -,74074413* ,14712005 ,000 -1,0299872 -,4515011

4 -1,05141355* ,13228791 ,000 -1,3114961 -,7913310

2 dimension3

1 ,81021205* ,15955975 ,000 ,4965121 1,1239120

3 ,06946792 ,13811235 ,615 -,2020657 ,3410015

4 -,24120151* ,12219167 ,049 -,4814345 -,0009685

3 dimension3

1 ,74074413* ,14712005 ,000 ,4515011 1,0299872

2 -,06946792 ,13811235 ,615 -,3410015 ,2020657

4 -,31066942* ,10543149 ,003 -,5179513 -,1033875

4 dimension3

1 1,05141355* ,13228791 ,000 ,7913310 1,3114961

2 ,24120151* ,12219167 ,049 ,0009685 ,4814345

3 ,31066942* ,10543149 ,003 ,1033875 ,5179513

REGR factor score 8 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -1,03054687* ,15701843 ,000 -1,3392505 -,7218433

3 -,89620738* ,14477686 ,000 -1,1808436 -,6115711

4 -,72709095* ,13018096 ,000 -,9830311 -,4711508

2 dimension3

1 1,03054687* ,15701843 ,000 ,7218433 1,3392505

3 ,13433949 ,13591263 ,324 -,1328694 ,4015483

4 ,30345592* ,12024551 ,012 ,0670491 ,5398627

3 dimension3

1 ,89620738* ,14477686 ,000 ,6115711 1,1808436

2 -,13433949 ,13591263 ,324 -,4015483 ,1328694

4 ,16911643 ,10375228 ,104 -,0348641 ,3730969

4 dimension3

1 ,72709095* ,13018096 ,000 ,4711508 ,9830311

2 -,30345592* ,12024551 ,012 -,5398627 -,0670491

3 -,16911643 ,10375228 ,104 -,3730969 ,0348641

REGR factor score 9 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -,12199269 ,17163217 ,478 -,4594274 ,2154420

3 -,62089296* ,15825127 ,000 -,9320204 -,3097656

4 -,54149456* ,14229692 ,000 -,8212552 -,2617340

2 dimension3

1 ,12199269 ,17163217 ,478 -,2154420 ,4594274

3 -,49890027* ,14856204 ,001 -,7909783 -,2068222

4 -,41950188* ,13143679 ,002 -,6779111 -,1610927

3 dimension3

1 ,62089296* ,15825127 ,000 ,3097656 ,9320204

2 ,49890027* ,14856204 ,001 ,2068222 ,7909783

4 ,07939840 ,11340852 ,484 -,1435666 ,3023634

4 dimension3

1 ,54149456* ,14229692 ,000 ,2617340 ,8212552

2 ,41950188* ,13143679 ,002 ,1610927 ,6779111

3 -,07939840 ,11340852 ,484 -,3023634 ,1435666

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119

REGR factor score 10 for analysis 6

dimension2

1 dimension3

2 -,31664019* ,14841551 ,034 -,6084302 -,0248502

3 -,27829590* ,13684465 ,043 -,5473371 -,0092546

4 -,10379436 ,12304844 ,399 -,3457118 ,1381231

2 dimension3

1 ,31664019* ,14841551 ,034 ,0248502 ,6084302

3 ,03834430 ,12846608 ,765 -,2142244 ,2909130

4 ,21284584 ,11365735 ,062 -,0106084 ,4363001

3 dimension3

1 ,27829590* ,13684465 ,043 ,0092546 ,5473371

2 -,03834430 ,12846608 ,765 -,2909130 ,2142244

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4 dimension3

1 ,10379436 ,12304844 ,399 -,1381231 ,3457118

2 -,21284584 ,11365735 ,062 -,4363001 ,0106084

3 -,17450154 ,09806777 ,076 -,3673061 ,0183030

*. The mean difference is significant at the 0.05 level.