FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE...

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE FARMÁCIA LUZINÁRIO ODILON DOS SANTOS SOUZA MARSOL BESER DINIZ DA SILVA ROBSON CANELAS RIOS ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AUTOMEDICAÇÃO DE VITAMINAS Santos - SP Novembro/2010

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

LUZINÁRIO ODILON DOS SANTOS SOUZA

MARSOL BESER DINIZ DA SILVA

ROBSON CANELAS RIOS

ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA

AUTOMEDICAÇÃO DE VITAMINAS

Santos - SP

Novembro/2010

UNIVERSIDADE SANTA CECILIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

LUZINÁRIO ODILON DOS SANTOS SOUZA

MARSOL BESER DINIZ DA SILVA

ROBSON CANELAS RIOS

ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA

AUTOMEDICAÇÃO DE VITAMINAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

exigência parcial para obtenção do título de

Farmacêutico à Faculdade de Ciências e Tecnologia

da Universidade Santa Cecília, sob a orientação do

Profº Valter Garcia Santos e co-orientação da Profª

MS. Maria Fernanda Barretto Penteado Pedroso.

Santos - SP

Novembro/2010

LUZINÁRIO ODILON DOS SANTOS SOUZA

MARSOL BESER DINIZ DA SILVA

ROBSON CANELAS RIOS

ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AUTOMEDICAÇÃO DE VITAMINAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título

de Farmacêutico à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Santa Cecília.

Data da aprovação: 12/11/2010

Banca Examinadora

_________________________________________________________

Profº Valter Garcia Santos

Orientador

_________________________________________________________

Profº Edson Spanghero Dalur

_________________________________________________________

Profª. Luciana Lopes Guimarães Fernandes

DEDICATÓRIA

A

Nossos pais, companheiros do sempre.

AGRADECIMENTOS

Profº Dr. Valter Garcia Santos e Profª MS. Maria Fernanda Barretto Penteado

Pedroso, pela orientação e atenção nos momentos em que precisamos.

Grupo Poupafarma, Grupo Pague Menos, Dra. Alcimeire Borges Rodrigues, Dra. Maria

José Alves dos Santos, Dra. Lissandra Rodrigues Pessoa e a Lucimara, pela força que nos

deram para seguirmos em frente, não nos permitindo desistir.

Toda experiência que nos obriga a enfrentar

o medo cara a cara nos torna mais fortes,

aumenta nosso valor e nossa confiança.

(ELEANOR ROOSEVELT, 2005)

RESUMO

Nos últimos anos, tem havido aumento substancial na popularidade da medicina

alternativa para uma variedade de doenças e sintomas, bem como para a prevenção das

práticas de saúde geral e auto-cuidado. Estudos relataram o uso generalizado dessas

substâncias, dentre elas as vitaminas. A automedicação sempre ocorre pela iniciativa de

um doente ou de seu responsável, na intenção de produzir e utilizar um produto no qual

ele acredita que trará benefícios no tratamento de sua doença ou alívio de sintomas. O

objetivo deste estudo foi demonstrar a importância da atenção farmacêutica direcionada a

indivíduos com idade superior a 18 anos que sejam usuários de vitaminas sem prescrição

médica adquiridos em uma Drogaria na Cidade de Santos e São Vicente em São Paulo.

Como resultado obteve-se que 75,32% dos entrevistados compreendem a faixa etária entre

18 e 50 anos (18 a 30 anos – 31,33%; 31 a 40 anos – 24,66% e 41 a 50 anos – 19,33%) e

24,65% estão na faixa etária entre 51 e 90 anos(51 a 60 anos – 12%, 61 a 70 anos 8,66%,

71 a 80 anos 3,33%, 81 a 90 anos 0,66%) ; 37% são de gênero masculino e 63% feminino,

28% adquiriam os medicamentos por orientação de um profissional da saúde, seguidos de

21% através de familiar ou amigo; 46% dos entrevistados fazem uso de outro

medicamento; 59% receberam orientação do profissional farmacêutico no momento da

aquisição do produto. Os dados obtidos confirmam a importância do estudo da

automedicação e comprovam à necessidade de informar a população sobre medidas mais

apropriadas, que garantam produtos mais eficazes, necessários, com qualidade, segurança

e preço mais acessíveis.

PALAVRAS-CHAVE: Vitaminas, automedicação, atenção farmacêutica.

LISTA DE FIGURAS

TABELA 1 – Interações entre as classes dos medicamentos encontrados na

pesquisa e vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis .................................................

13

GRÁFICO 1 – Distribuição segundo a Faixa etária................................................. 33

GRÁFICO 2 –Distribuição de acordo com o gênero ............................................... 33

GRÁFICO 3 –Distribuição do tipo de influência que levou a

automedicação..............................................................................................................

34

GRÁFICO 4 – Indivíduos que fazem uso de outro medicamento associado a

vitamina ........................................................................................................................

34

GRÁFICO 5 – Tipo de medicamento usados pelos indivíduos da pesquisa

associado a vitamina....................................................................................................

35

GRÁFICO 6 – Indivíduos que basearam-se em receitas antigas para compra de

vitamina.........................................................................................................................

35

GRÁFICO 7 – Indivíduos que receberam informação de um profissional

farmacêutico na compra de vitamina.........................................................................

36

GRÁFICO 8 – Indivíduos que costumam comprar medicamentos sem receita

médica............................................................................................................................

36

GRÁFICO 9 – Aquisição de medicamento sem receita médica............................... 37

SUMÁRIO

1 -INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 10

2 -FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................ 13

2.1 – VITAMINAS............................................................................................... 13

2.1.1 – Vitaminas hidrossolúveis.............................................................. 14

2.1.1.1 – Vitamina B1 (Tiamina)................................................... 13

2.1.1.2 – Vitamina B2 (Riboflavina)............................................. 14

2.1.1.3 – Vitamina B3 (Niacina).................................................... 14

2.1.1.4 – Vitamina B5 (Ácido Pantotênico).................................. 15

2.1.1.5 – Vitamina B6 (Piridoxina)............................................... 15

2.1.1.6 – Biotina.............................................................................. 15

2.1.1.7 – Vitamina B12 (Cianocolalamina).................................. 16

2.1.1.8 – Ácido Fólico..................................................................... 16

2.1.1.9 – Vitamina C (Ácido Ascórbico)....................................... 16

2.1.2 – Vitaminas Lipossoluveis............................................................... 17

2.1.2.1 – Vitamina A....................................................................... 17

2.1.2.2 – Vitamina D (Colicalciferol)............................................ 17

2.1.2.3 – Vitamina E (Tocoferol)................................................... 18

2.1.2.4 – Vitamina K (Ubiquinona)............................................... 18

2.1.3 – Hipervitaminose............................................................................ 19

2.1.3.1 – Efeitos da Hipervitaminose............................................ 19

2.1.3.1.1 – Vitaminas Hidrossolúveis................................ 19

2.1.3.1.2 – Vitaminas Lipossolúveis.................................. 19

2.2 - AUTOMEDICAÇÃO................................................................................. 21

2.3 – ATENÇÃO FARMACÊUTICA................................................................ 23

2.3.1– Importância da Atenção Farmacêutica........................................ 26

2.3.2– Atenção Farmacêutica e o papel do Profissional farmacêutico. 28

3 - OBJETIVOS.............................................................................................................. 32

4 - MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 32

5 - RESULTADOS.......................................................................................................... 34

6 - DISCUSSÃO.............................................................................................................. 40

7 - CONCLUSÃO............................................................................................................ 42

8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 43

9 - ANEXOS..................................................................................................................... 47

1 - INTRODUÇÃO

As vitaminas são um grupo de nutrientes orgânicos (que contêm carbono) não

relacionados quimicamente e essenciais em pequenas quantidades para o metabolismo e

crescimento normais e para o bem estar físico. Por não serem sintetizados no nosso organismo

ou o serem, mas em quantidades inadequadas, esses nutrientes precisam ser obtidos através da

alimentação. Nosso corpo usa as vitaminas para produzir substâncias que têm uma

participação vital em muitas das reações químicas das nossas células, reações essenciais ao

seu funcionamento adequado (HENDLER, 1997). As vitaminas são conhecidas pelos seus

nomes específicos e suas necessidades ou requisitos diários expressos em termos de

miligramas ou microgramas de vitamina pura ou em unidades internacionais que são baseadas

também em quantidades específicas (ANGELIS, 1986a, p. 55).

As vitaminas são classificadas em dois grupos em base de suas solubilidades: as

vitaminas hidrossolúveis e as vitaminas lipossolúveis. Esta classificação apresenta alguma

utilidade, uma vez que alinha as vitaminas de acordo com certas características fisiológicas

comuns. As vitaminas lipossolúveis são encontradas nos alimentos em associação com os

lipídeos, nas suas frações insaponificáveis. Tais vitaminas são absorvidas no trato

gastrointestinal juntamente com as gorduras da dieta e, condições desfavoráveis para a

absorção normal da gordura afetam também a absorção das vitaminas. Não são normalmente

excretadas na urina e tendem a se armazenar no organismo em quantidades moderadas, o que

torna o homem e o animal, de certa forma, independentes do suprimento diário destas

vitaminas. As hidrossolúveis, ao contrário, não são associadas com dietas lipídicas e

desarranjos da absorção de gorduras não interferem com a absorção destas vitaminas. Como

são normalmente excretadas na urina em pequenas quantidades, não são armazenadas no

organismo de maneira apreciável, o que torna necessário um suprimento diário para evitar

depleções com comprometimentos das funções fisiológicas normais (ANGELIS, 1986a, p.

89).

O padrão de consumo de medicamentos no Brasil é fortemente influenciado pela falta

de controle em toda a cadeia de disponibilização, desde a produção até a comercialização,

levando ao consumo abusivo e irracional de produtos de venda livre e mesmo dos que

necessitam de receituário médico. (MATOS et al, 2002).

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A automedicação sempre ocorre pela iniciativa de um doente ou de seu responsável,

na intenção de produzir e utilizar um produto no qual ele acredita que trará benefícios no

tratamento de sua doença ou alívio de sintomas (PAULO; ZANINE, 1988).

A automedicação pode também contribuir para o alívio financeiro dos sistemas de

saúde pública. Porém, o simbolismo de saúde fortalece os hábitos de consumo ao apresentar

medicamentos ao consumidor de forma sedutora e vendável, como “alívio imediato da dor”,

“melhora da performance física”, e não com a simples abstração da saúde. (ARANDA DA

SILVA, 2007).

É importante salientar que medicamentos podem ser utilizados de forma errada por

leigos em assuntos clínicos e farmacológicos além de interagirem com outros medicamentos e

alimentos. É nesse momento, que mais uma vez, torna-se imperativo o acompanhamento do

profissional farmacêutico na prevenção de riscos como aquele que orienta e assiste o paciente

em todos os sentidos, desde a dispensação, fazendo assim, uso de suas competências

profissionais e atuando com responsabilidade (BORTOLON et al, 2007).

A relação entre vitaminas e saúde tem estado presente na mídia com relativa

freqüência. A imprensa tem destacado os resultados de pesquisa sobre a prevenção de doenças

crônicas não transmissíveis, abordado o risco de efeitos tóxicos associados à ingestão

excessiva de medicamentos à base de vitaminas e apontado as incertezas a respeito de seus

efeitos benéficos além da satisfação de necessidades nutricionais. Também têm sido

publicados artigos que defendem a suplementação da dieta com produtos vitamínicos.

(SANTOS et al, 2002).

Segundo Craig e Stitzel (2005) o consumo de uma dieta variada contendo uma ampla

diversidade de produtos alimentares fornece uma ingestão adequada de vitaminas na maioria

das pessoas, de modo que a suplementação dessas quantidades não tem nenhum efeito

benéfico e pode até mesmo resultar em toxidade associada à hipervitaminose.

Somente os Estados Unidos apresentaram um consumo na década de 90 no mercado

de suplementos nutricionais de mais de 33 bilhões de dólares, crescendo para um total de 12

bilhões de dólares anuais em 1999. Às vezes estas substâncias são normalmente obtidas no

mercado negro, assim não podemos garantir sua qualidade, além de detectarem-se outros

componentes que envolvam riscos não declarados a saúde. Seu uso na ausência de uma

necessidade, deficiência específica ou de uma condição não é recomendado. Embora a

maioria seja promovida, assegurando propriedades ergogênicas e estéticas, o seu benefício é

no mínimo duvidoso. (OLIVER et al, 2008).

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Nos últimos anos, tem havido um aumento substancial na popularidade da medicina

alternativa para uma variedade de doenças e sintomas, bem como para a prevenção das

práticas de saúde geral e auto-cuidado. Estudos relataram o uso generalizado dessas

substâncias. (AMERICA; MILLING, 2008).

12

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 - Vitaminas

As vitaminas formam um grupo de substâncias químicas não relacionadas que são

essenciais em pequenas quantidades para a regulação do metabolismo, crescimento e função

normais do corpo humano. Nem todas as vitaminas podem ser sintetizadas no organismo, de

modo que algumas precisam ser obtidas de uma fonte externa, através de uma dieta

apropriada e bem-balanceada ou através de suplementos dietéticos (CRAIG; STITZEL,

2005).

No caso especifico das vitaminas, substâncias que atuam, em sua grande maioria, em

quantidades catalíticas, servindo de coenzimas ou fatores ativadores enzimáticos, quando

usadas em doses bem maiores que aquelas recomendadas como “necessidade diária” não

devem ser consideradas como agentes fisiológicos, capazes de corrigir uma eventual

necessidade metabólica. Cuidados devem ser tomados porque, em doses elevadas e usadas por

longos períodos, podem acarretar efeitos secundários muito diversificados e, algumas vezes,

graves. O bom senso, aliado à observação bioquímica de que as vitaminas são compostos

essenciais para o funcionamento normal do metabolismo celular e, por isso mesmo

indispensáveis, demonstra normalmente que elas não devem ser usadas em excesso. A

ingestão de alimentos variados, a exemplo de vegetais, carnes, peixes e seus derivados

naturais, pode ser amplamente suficiente para garantir o suprimento diário das vitaminas que

foram usadas nas transformações metabólicas (RODRIGUES, 2004).

2.1.1 - Vitaminas hidrossolúveis

As vitaminas chamadas hidrossolúveis são as do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B12,

BIOTINA e ÁCIDO FÓLICO) e vitamina C. As vitaminas solúveis na água permanecem

menos tempo no organismo, até quatro dias em média, precisam de reposição permanente e

são utilizadas pelo organismo quando absorvidas no processo de digestão (GERUDE, 1995)

2.1.1.1 - Vitamina B1 (Tiamina)

A vitamina B1 desempenha um papel importante na conversão do açúcar do sangue

(glicose) em energia biológica. Participa de algumas reações metabólicas fundamentais no

tecido nervoso, coração, formação de células vermelhas do sangue e manutenção da

musculatura lisa e esquelética. A tiamina é encontrada em grande número de alimentos, tanto

de origem animal como vegetal, incluindo legumes, raízes, leite, vísceras, pescado, sendo que

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do ovo só a gema a contém, pois a clara constitui uma das poucas exceções de sua ausência

em alimentos. Nos vegetais, sua principal fonte reside nas leguminosas, principalmente o

amendoim, entre os cereais o gérmen de trigo e os cereais integrais (RODRIGUES, 2004).

A deficiência da vitamina B1, conhecida como beribéri, ocorre quando a deficiência

afeta o sistema nervoso, produzindo sintomas de confusão mental, distúrbios visuais, paralisia

de alguns músculos do olho, diminuição da sensibilidade nos pés e pernas. Quanto ao

excesso, até o momento não há indicação de efeitos tóxicos pela administração oral. Efeitos

adversos não ocorrem quando a vitamina é fornecida pelos alimentos, face a sua característica

de não se acumular no organismo, mesmo quando empregada por via oral em doses elevadas.

Grandes doses podem interferir no metabolismo de outras vitaminas do complexo B e podem

precipitar os sinais e sintomas de outros estados carenciais em indivíduos desnutridos

(CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.2 - Vitamina B2 (Riboflavina)

Assim como a tiamina, é crucial para a produção de energia do organismo. Também

tem qualidades antioxidandes, portanto, é essencial tanto para respiração celular, onde a

energia é produzida, quanto na eliminação de resíduos tóxicos produzidos durante a

respiração celular. A riboflavina é encontrada em grande número de alimentos animais e

vegetais, porém em quantidades pequenas. Suas maiores fontes são representadas pelas

carnes, vísceras, leite, queijos, ovo (gema) e vegetais folhosos, legumes e certas frutas. As

leguminosas em geral constituem boas fontes (RODRIGUES, 2004).

A sua deficiência produz efeitos na pele e nas mucosas. Dentre os sintomas incluem-se

rachaduras no canto da boca, nos lábios, vermelhidão da língua associada a uma sensação de

queimação e eczema da face e genitais (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.3 - Vitamina B3 (Niacina)

A niacina é parte das coenzimas NAD (nicotinamida adenina dinucleótido) e NADP

(nicotinamida adenina dinucleótido fosfato), que exercem funções de oxidorredução no

organismo. As melhores fontes de niacina são representadas pela carne, vísceras, pescado,

assinalando-se que a carne deve ser utilizada com o suco desprendido porque a niacina sofre

extração durante a cocção dos alimentos. Outras boas fontes são representadas pelos ovos e

leite. Entre os vegetais, o amendoim constitui a maior fonte, tanto sob forma crua com a

cutícula e sem a mesma; outras fontes: pimentão, leguminosas e algumas frutas

(RODRIGUES, 2004).

14 14

Sua deficiência pode causar dermatites (pelagra), diarréias e até demência. Altas doses

podem causar coceira, vermelhidão e rubor na face, nariz e braços. Algumas pessoas podem

sofrer náuseas, dores de cabeça, cãibra e diarréia. O uso excessivo de vitamina B3 acarreta as

mais diversas manifestações desagradáveis como rubor ou vermelhidão da superfície corpórea

que é chamado de “rubor de niacina”, pode levar a náusea, dores de cabeça, prurido no corpo,

hepatopatias e ainda alterar os níveis glicêmicos do sangue (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.4 - Vitamina B5 (Ácido Pantotênico)

A vitamina B5 desempenha inúmeras funções metabólicas essenciais ao corpo

humano, inclusive algumas relacionadas à produção de hormônios da glândula adrenal e à

produção de energia. Encontrado em grande número de alimentos, sendo os mais

representativos: fígado, rim, coração, ovos, leite, língua de boi, trigo, centeio, farinha de soja,

brócolis, cogumelos. Encontrada na geléia real em maior proporção entre as vitaminas que ela

contém (RODRIGUES, 2004).

A sua deficiência não tem sido reconhecida com uma dieta comum, presumivelmente

por causa da grande ocorrência da vitamina nos alimentos comuns. (CRAIG; STITZEL,

2005).

2.1.1.5 - Vitamina B6 (Piridoxina)

A vitamina B6 é necessária para o funcionamento adequado de mais de sessenta

enzimas e essencial para a síntese normal do ácido nucléico e das proteínas. Participa da

multiplicação de todas as células e da produção das hemáceas e das células do sistema

imunológico. Influencia o sistema nervoso através de seus efeitos sobre vários minerais e

neurotransmissores cerebrais. A piridoxina é encontrada em maior proporção em alimentos de

origem animal (carnes, de porco principalmente), leite e ovos. Entre os vegetais, assinala-se a

batata inglesa, aveia, banana e gérmen de trigo (RODRIGUES, 2004).

A deficiência severa pode provocar anemia, distúrbios nervosos e diversos problemas

de pele. (CRAIG; STITZEL, 2005)

2.1.1.6 - Biotina

A biotina é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B produzida no intestino pelas

bactérias e obtida através da alimentação. Apresenta efeito direto na formação da pele, sendo

também conhecida como “fator pele”, participando ainda na degradação dos glicídios e,

15 15

indiretamente, na síntese de várias proteínas. Dentre as boas fontes de biotina estão nozes,

grãos integrais, leite, vegetais, miúdos e levedo de cerveja (RODRIGUES, 2004).

A deficiência, que não é comum, afeta principalmente a pele e os cabelos. Dentre os

sintomas estão calvície, pele seca e escamosa e vermelhidão em volta do nariz e da boca

(CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.7 - Vitamina B12 (Cianocobalamina)

É essencial para o funcionamento da célula, principalmente no trato gastrointestinal,

medula óssea e tecido nervoso. A vitamina B12 tem suas maiores fontes nos alimentos de

origem animal: carnes de vaca e de porco, miúdos (especialmente rim e fígado), peixes,

laticínios, ovos (RODRIGUES, 2004).

A deficiência pode provocar distúrbios nervosos e danos cerebrais, bem como em

anemia perniciosa (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.8 - Ácido Fólico

O ácido fólico participa de vários processos metabólicos importantes do organismo,

sendo o mais importante a síntese de DNA. As principais fontes dessa vitamina são: vegetais

de folha verde-escuros, laranja, feijão, arroz, levedo de cerveja e fígado (RODRIGUES,

2004).

A deficiência leva a uma anemia chamada megaloblástica. Entretanto, pode ocorrer

deficiência de ácido fólico sem anemia, podendo gerar um amplo espectro de sintomas, tais

como fraqueza generalizada, fadiga fácil, irritabilidade (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.1.9 - Vitamina C (Ácido Ascórbico)

A vitamina C ajuda na formação de proteínas, aumenta a absorção de ferro, aumenta a

resistência às infecções, importante na resposta imune e na cicatrização de feridas. As

principais fontes da vitamina C são representadas pelos vegetais folhosos, legumes e frutas.

Nos vegetais folhosos o ácido ascórbico encontra-se em quantidades variáveis, mas sempre

apreciáveis, sobressaindo-se percentualmente o brócolis, caruru, couve, folhas de inhame,

pontas de folhas de mandioca, folhas de mostarda,cabo, além de várias outras espécies

vegetais. Nas frutas o teor de vitamina C é apreciável, incluindo percentualmente a cereja do

Pará, a seguir o caju, a goiaba, a manga, as frutas cítricas e um grande número de outras frutas

(RODRIGUES, 2004).

16

Em caso deficiência provoca desenvolvimento do escorbuto, uma doença caracterizada

por feridas que não cicatrizam, gengivas que sangram, pele áspera e atrofia muscular. Queda

de resistência imunológica. Casos de toxicidade, com o excesso de vitamina C ,pode facilitar

a formação de cálculos renais e crises de excesso de acido úrico levando a crises de gota,

diarréia, cólicas abdominais, cefaléia, sensações de calor excessivo (CRAIG; STITZEL,

2005).

2.1.2 -Vitaminas lipossolúveis

As vitaminas chamadas lipossolúveis são A, D, E, K permanecem períodos maiores

armazenados no organismo, sendo que em excesso, podem provocar toxidade (GERUDE,

1995).

2.1.2.1 - Vitamina A

Desempenha papel essencial na visão e desenvolvimento ósseo, no desenvolvimento e

função do tecido epitelial, no sistema de defesa do organismo e no processo de reprodução.

Alimentos que são fontes de vitamina A: óleo de fígado de bacalhau, carnes e produtos

animais. Alimentos ricos em betacaroteno: Cenoura, batata-doce, brócolis, espinafre, couve,

nabo verde, tomate, alface, mamão papaia, melão, abóbora (RODRIGUES, 2004).

A deficiência pode causar atraso no crescimento e desenvolvimento, cegueira noturna,

alteração do epitélio do olho e manchas de Pitot - manchas brancas no olho. Sinais e sintomas

de deficiência de vitamina A leve são facilmente observadas: lesões da pele, como a

hiperqueratose folicular e infecções são sinais mais precoces da deficiência. A vitamina A, é

altamente tóxica em excesso e pode causar efeitos teratogênicos se ingerida durante a

gravidez. Pode causar doenças ósseas nos portadores de insuficiência renal crônica, lesão de

retina podendo causar até cegueira e ainda hepatite tóxica. Quando ingerida em excesso e por

um período prolongado a vitamina A se acumula no fígado em níveis tóxicos podendo levar

no período de gravidez à deformidade dos órgãos de feto, malformações e anomalias faciais e

cerebrais além do aborto espontâneo durante a gravidez. (CRAIG; STITZEL, 2005)

2.1.2.2 - Vitamina D (Colicalciferol)

Desempenha um papel fundamental no controle do metabolismo do cálcio. Outras

funções são: controle da proliferação e diferenciação celular, que poderiam ter um enorme

impacto sobre a prevenção e tratamento do câncer; a imunomodulação, que poderia ser

importante na proteção contra doenças infecciosas e seu tratamento; e a manutenção da

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fluidez da membrana celular, que poderia ter importância em todos os processos biológicos,

inclusive o de envelhecimento. A vitamina D é encontrada em grande quantidade no óleo de

fígado de peixes, como lambari, bacalhau, arenque e atum, e gema de ovo (RODRIGUES,

2004).

A deficiência clássica de vitamina D provoca o raquitismo, uma doença que acomete

crianças em idade de crescimento caracterizada por mineralização defeituosa dos ossos. Altas

doses podem causar hipercalcemia (aumento do nível de cálcio no sangue) e calcificação dos

tecidos lisos. Dentre os sintomas de hipercalcemia e hipercalciúria estão: dores articulares,

anorexia, náusea, vômito, constipação, cansaço, anorexia, letargia, tontura e, nos casos mais

graves, confusão, desorientação, hipertensão arterial, falência renal e coma. O consumo

excessivo de vitamina D em crianças pode levar a sintomas como vômitos, diarréia,

hipertensão arterial e ainda afetar o crescimento (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.2.3 - Vitamina E (Tocoferol)

É um importante antioxidante. Previne danos na membrana celular, além de proteger

as hemáceas (células do sangue). Ainda atua na manutenção do tecido epitelial. A vitamina E

é encontrada no gérmen de trigo e em seu óleo, assim como nos óleos de soja, arroz, algodão,

milho, girassol, gema de ovo, vegetais folhosos e legumes. A deficiência dessa vitamina

raramente acontece. A única descoberta consistente foi associada a níveis baixos de tocoferol

no plasma e presumivelmente o tocoferol protege os lipídios da membrana da hemácea à

peroxidação, que resultam na destruição da membrana e hemólise. O excesso pode levar a

náusea, extrema fadiga muscular, distúrbios gastrointestinais dos mais diversos possíveis

(CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.2.4 - Vitamina K (Ubiquinona)

Auxilia na produção de protrombina, um composto necessário na coagulação

sangüínea normal. Também desempenha um papel significativo na mineralização óssea e,

portanto, na manutenção da cicatrização normal de ossos e fraturas (CRAIG; STITZEL,

2005).

A vitamina K é encontrada em diversos alimentos, principalmente no fígado de porco,

alface, couve, couve-flor, espinafre, repolho e em menor proporção nos cereais, como trigo e

a aveia. Os alimentos de origem animal a contêm em pequena proporção, com exceção do

fígado e do leite de vaca. A deficiência é incomum devido à ampla distribuição da vitamina

nos alimentos e à síntese de grande parte de nossas necessidades de vitamina K pelas bactérias

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no intestino humano, entretanto, pode ocorrer. Os sintomas de deficiência são equimoses

faciais e manchas rochas na pele. O uso de altas doses pode causar algumas reações do tipo

alérgicas, por exemplo, erupções de pele, coceira, rubor, anemia hemolítica e

hiperbilirrubinemia além de fadia, anorexia, vômitos e diarréia (RODRIGUES, 2004).

2.1.3 - Hipervitaminose

Quando o individuo ingere grandes doses de vitaminas são observados efeitos tóxicos.

As vitaminas hidrossolúveis em geral são as menos tóxicas, visto que as quantidades

excessivas costumam ser excretadas na urina. As vitaminas lipossolúveis são armazenadas no

corpo, de modo que é fácil atingir níveis tóxicos (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.3.1 – Efeitos da hipervitaminose

2.1.3.1.1 - Vitaminas Hidrossóluveis

Os efeitos da hipervitaminose das vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B12,

BIOTINA e ÁCIDO FÓLICO) não foram documentados, embora se tenha relatado que a

piridoxina em grandes doses provoca neuropatias periféricas, podem ocorrer ataxia e

dormência das mãos e dos pés, bem como comprometimento da sensação de dor, toque e

temperatura. A ingestão excessiva de niacina pode resultar em rubor, prurido, distúrbios

gastrintestinais e hepatotoxidade. A ingestão em excesso de vitamina C pode resultar em

diarréia, devido à irritação intestinal. O ácido ascórbico é parcialmente metabolizado e

excretado na forma de oxalato, pode-se verificar a formação de cálculos renais de oxalato em

alguns pacientes (CRAIG; STITZEL, 2005).

2.1.3.1.2 - Vitaminas Lipossóluveis

A hipervitaminose A em fase aguda resulta em sonolência, cefaléia, vômitos,

papiledema e protrusão das fontanelas em lactentes, os sintomas de toxidade crônica

consistem em pele escamosa, queda de cabelos, unhas quebradiças e hepatoesplenomegalia.

Foram observados ocorrência de anorexia, irritabilidade e aumento dos ossos em crianças e

retardo do crescimento. A vitamina A em grandes quantidades é teratogênica, e não se devem

administrar suplementos durante a gravidez normal. A hipercalcemia que é resultante da

19

hipervitaminose D é responsável pelo aparecimento de sintomas tóxicos, como fraqueza

muscular, dor óssea, anorexia, calcificação ectópica, hipertensão e arritmias cardíacas. A

toxicidade nos lactentes pode resultar em retardo físico e mental, insuficiência renal e morte.

A adminsitração prolongada de grandes doses de vitamina E pode resultar em fraqueza

muscular, fadiga, cefaléia e náusea, essa toxicidade pode ser revertida pela interrupção da

suplementação de grandes doses. A hipervitaminose K não esta bem definida, pode ocorrer

icterícia no recém-nascido se forem administradas grandes doses à mãe antes do nascimento

(CRAIG; STITZEL, 2005).

20

2.2 - Automedicação

É a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não

habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo usuário, sem a

avaliação prévia de um profissional de saúde, em outras palavras, é a ingestão de

medicamentos por conta e risco por um indivíduo. Uma das preocupações frente à

automedicação e ao uso indiscriminado de medicamentos é o risco de intoxicação. A

propaganda muitas vezes induz e incentiva o consumo de determinado medicamento que nem

sempre é o indicado para aquela necessidade. A cultura da automedicação, somada a

geniosidade do marketing, expõem inúmeras pessoas ao perigo. As causas do problema

seriam o uso incorreto de substâncias durante vários períodos da vida, onde o sistema imune é

perturbado, facilitando assim intoxicações, hipersensibilidade e resistência de organismos

nocivos. Os medicamentos são comprados, por indicações de amigos, matérias de jornais,

revista, Internet ou indicação do balconista. O culto à beleza impulsionou as vendas de

medicamentos para emagrecer e vitaminas. A onda das psicoses fez a classe média consumir

antidepressivos sem recomendação médica. Antitérmicos, antiinflamatórios e analgésicos são

os medicamentos mais utilizados, sem qualquer tipo de orientação e que representam as

classes de medicamentos que mais intoxicam (ANVISA, 2010).

A automedicação é comumente descrita como a forma pela qual indivíduo ou

responsável decide, sem avaliação médica, qual medicamento fará uso para alívio sintomático

e também na esperança de uma possível cura. (ARRAIS et al, 1997).

Segundo Millian e Martinez (2003), pode-se considerar automedicação o consumo de

um fármaco sem orientação ou informação adequada, a utilização de doses incorretas e o uso

por um período inadequado.

De acordo com Ivannissevich (1994), a má qualidade da oferta de medicamentos, o

não cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de

informações e instrução na população em geral justificam a preocupação com a qualidade da

automedicação praticada no país.

Segundo Lima e Rodrigues (2006), quando praticada corretamente, a automedicação

pode também contribuir para o alívio financeiro dos sistemas de saúde pública. Porém, o

simbolismo de saúde fortalece os hábitos de consumo ao apresentar medicamentos ao

consumidor de forma sedutora e vendável, como “alívio imediato da dor”, “melhora da

performance física”, e não com a simples abstração da saúde. (ARANDA DA SILVA, 2007).

21

O uso indiscriminado de medicamentos sem prescrição médica gera entre outras

conseqüências o mascaramento de doenças graves, bem como o alívio dos sintomas encoberta

a doença de base, quadros de reações adversas aos medicamentos utilizados além do

desenvolvimento de resistência bacteriana. (CARVALHO, 2008).

Diante deste contexto, tornam-se necessárias medidas preventivas de modo a

contribuir para a diminuição diária de riscos causados pela automedicação e

conseqüentemente tornar visível a conscientização da população quanto ao perigo dos efeitos

adversos que certos medicamentos podem causar. (SOUZA et al, 2008).

Qualquer prática de automedicação, como qualquer outra prática que diz respeito à

saúde, tem resultados incertos (LOPES, 2001).

A utilização de medicamentos que restaram de prescrições anteriores ou descumprindo

a orientação profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a dosagem e o

período de tempo determinados na receita pode ser um indicativo indireto da falta ou falha de

qualidade dos serviços de saúde (BÉRIA et al, 1993).

Medicamentos cuja dispensação só deve ser realizada mediante prescrição médica são

vendidos de forma indiscriminada pelo estabelecimento farmacêutico, proporcionando ao

indivíduo ou responsável o reconhecimento dos sintomas de sua doença e respectivo

tratamento (CERQUEIRA et al, 2005).

O papel da família, da escola, dos profissionais e gestores de saúde é imprescindível

para que realmente medidas sejam implantadas na intenção de resolver esse grave problema

de saúde (DA SILVA; GIUGLIANI, 2004).

Diante desse contexto, Carvalho et al. (2008) afirmam a importância de educar de

maneira crítica os profissionais da área da saúde, de modo que estes se tornem multiplicadores

de informações quanto ao uso correto e racional de medicamentos, salientando os riscos da

automedicação.

22

2.3 - Atenção Farmacêutica

É um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da assistência

farmacêutica que compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades,

compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças e na promoção e recuperação

da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. Problema relacionado a medicamento (PRM)

é um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia que

interfere nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário. Atendimento

farmacêutico é o ato que o farmacêutico, fundamentado em sua práxis, interage e responde às

demandas dos usuários do sistema de saúde, buscando a resolução de problemas de saúde que

envolvam ou não o uso de medicamentos, este processo pode compreender escuta ativa,

identificação de necessidades, análise da situação, tomada de decisões, definição de condutas,

documentação e avaliação entre outros. O farmacêutico da farmácia pública ou hospitalar tem

uma gama enorme de tarefas burocráticas que o afastam do paciente e, assim como ocorreu

em outros países, o farmacêutico brasileiro precisa gerenciar melhor seu tempo, diminuindo

as tarefas administrativas e aumentando as atividades clínicas, para que isso aconteça o

farmacêutico terá que delegar serviços aos colaboradores diretos e informatizar processos de

rotina, mudando sua postura e enxergando o paciente como foco de seu trabalho. Atenção

farmacêutica requer a integração de conhecimentos e habilidades tais como: Conhecimento de

doenças, de farmacoterapia, de terapia não-medicamentosa, de análises clínicas, habilidades

de comunicação, em monitoramento de pacientes, em avaliação física, em informação sobre

medicamentos, em planejamento terapêutico. (POLACOW BISSON, 2007).

Desde o final do século XIX, a ação do farmacêutico quanto ao aviamento de

medicamentos vem deslocando seu foco da produção, agora industrializada, para o

atendimento ao paciente. Isso suscitou a percepção de uma série de intercorrências quanto ao

uso de medicamentos, ensejando a necessidade de outras formas de ação do profissional

farmacêutico. Por volta de 1950, na farmácia hospitalar, verificou-se a necessidade de estudar

e desenvolver sistemas de distribuição de medicamentos que ofertassem segurança para que o

medicamento certo chegasse ao paciente certo, evoluindo nos anos 60 até a farmácia clínica,

associada à distribuição de medicamentos. Na farmácia comunitária, verificou-se a

necessidade de entregar o medicamento junto a informações que alertassem o usuário quanto

ao uso correto daqueles, o que levou a evolução dessa prática até o aconselhamento (MARIN

et al, 2003).

A Atenção Farmacêutica, a parte mais pulsante do que se denomina farmácia clínica, é

um broto novo que dá sinais vigorosos de crescimento no Brasil. Embora seja parte da

23

farmácia clínica, a Atenção Farmacêutica confunde-se com ela. A farmácia clínica nasceu nos

anos 60, nos Estados Unidos. O seu pólo irradiador foi um grupo de professores e estudantes

da Universidade de São Francisco na Califórnia. O fenômeno industrial roubou o espaço dos

farmacêuticos que, antes não só eram os proprietários das farmácias, como também atuavam

manipulando e até produzindo princípios ativos. Com a massificação da produção, o

farmacêutico passou a ser visto pela sociedade como um mero dispensador de medicamentos.

Os professores e estudantes da Universidade de São Francisco encontraram na Atenção

Farmacêutica a resposta para a questão que inquietava a categoria farmacêutica (MENEZES,

2000).

Assistência Farmacêutica é um termo utilizado na Política Nacional de Medicamentos

para designar um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros profissionais da

saúde, voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto a nível individual como

coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso

racional. As atividades relacionadas à assistência farmacêutica vão desde a pesquisa, o

desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como sua seleção,

programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de qualidade dos produtos e

serviços, acompanhamento farmacoterapêutico, avaliação de sua utilização, na perspectiva da

obtenção de resultados concretos e da melhoria de qualidade de vida da população

(BRANDÃO, 2003). Dentre os inúmeros componentes da Assistência Farmacêutica destaca-

se a Atenção Farmacêutica.

A primeira publicação em que se mencionou o termo Atenção Farmacêutica foi escrita

por Mikeal et al (1975), que definiu o conceito como a “Atenção que dado paciente requer e

recebe com garantias de um uso seguro e racional dos medicamentos”.

Segundo Hepler e Strand (1990), verificando que os princípios preconizados para a

farmácia clínica não haviam sido alcançados, apresentaram à comunidade científica a

proposição de um novo paradigma: pharmaceutical care- atenção farmacêutica. Estes mesmos

autores propõem a atenção farmacêutica como uma forma responsável de prover a

farmacoterapia, sempre considerando, prioritariamente, os resultados que devem ser

alcançados, de modo a influir decisivamente na melhor qualidade de vida do paciente. Nela, o

farmacêutico estabelece uma relação com o paciente, com base em um acordo no qual o

farmacêutico realiza uma função de controle do uso de medicamentos, apoiando-se na

vigilância e buscando o interesse do paciente.

Analisando as proposições de Hepler e Strand (1990), a Organização Mundial de

Saúde (OMS, 1993) preconiza que o modelo de atenção farmacêutica é o ideal para atender às

24

necessidades da população, sendo o farmacêutico o agente e o paciente o principal

beneficiário desta nova filosofia de prática profissional. A OMS entende atenção farmacêutica

como o conjunto de atitudes, comportamentos, compromissos, inquietações, valores éticos,

funções, conhecimentos, responsabilidades e destrezas do farmacêutico na prestação da

farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na

qualidade de vida do paciente (OMS, 1993).

Uma proposta de consenso da atenção farmacêutica tem sido aceita pelos profissionais

que atuam na área da saúde e define a atenção farmacêutica é um modelo de prática

farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes,

valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na

prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de

saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia

racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da

qualidade de vida. Essa interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos,

respeitadas as suas especificidades biopsico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de

saúde (OPAS, 2003).

O termo Atenção Farmacêutica significa o processo pelo qual o farmacêutico atua com

os profissionais e com o paciente na planificação, implementação e monitorização de uma

farmacoterapêutica que produzirá resultados específicos. O aconselhamento ao paciente é um

dos instrumentos essenciais para a realização da Atenção Farmacêutica, sendo imprescindível

o desenvolvimento das habilidades de comunicação, para assegurar a boa relação

farmacêutico – usuário (LYRA JR et al, 2000).

Nesse modelo, os farmacêuticos atuam dentro de uma “equipe de saúde”, formada

basicamente pelo próprio paciente, seu médico e o farmacêutico. Este, em cooperação com o

paciente, atua de modo a melhorar os resultados da farmacoterapia, com a prevenção e

detecção de todos os problemas encontrados durante a terapia medicamentosa do paciente,

antes que estes possam dar lugar à morbidade e/ou mortalidade relacionada com

medicamentos (MACHUCA; FAUS, 2003).

A Atenção Farmacêutica baseia-se, justamente, na capacidade do farmacêutico de

assumir novas responsabilidades relacionadas aos medicamentos e aos pacientes, através da

realização de um acompanhamento sistemático e documentado com o consentimento dos

mesmos. Nesta perspectiva, a preparação de futuros farmacêuticos habilitados para o

desempenho, com destreza, conhecimentos técnicos e compromisso social de suas atribuições,

exige do ensino de farmácia e das suas universidades uma ênfase no desenvolvimento de

25

todas as habilidades necessárias para a formação de profissionais pautados pela qualificação e

excelência. Exige também uma visão e uma postura interdisciplinar, integradora, informadora

(ALBERTON, 2001).

2.3.1 - Importância da atenção farmacêutica

Os problemas de acesso aos medicamentos em nível ambulatorial, seja pela

indisponibilidade, seja pela falta de qualidade ou pelo uso irracional, oneram ainda mais o

sistema de saúde ao “acarretar internações desnecessárias pelo agravamento de quadros

clínicos contornáveis com o tratamento ambulatorial”. É fato facilmente percebido que a

internação por doenças de grande importância epidemiológica e manejáveis em nível

ambulatorial ocorrem por uma contribuição importante de aspectos relacionados ao (mau) uso

dos medicamentos, incluindo a questão da adesão terapêutica. O esforço, portanto, é para que,

inicialmente, a prevenção, e a seguir, o tratamento ambulatorial, sejam resolutivos, de modo a

minimizar a necessidade de internação (MARIN et al, 2003).

Destacam-se a seguir alguns fatores explicativos da importância do tratamento

ambulatorial: incentivo para diminuir a hospitalização ou tempo de permanência; número

crescente de pacientes portadores de doenças crônicas; maior foco na medicina preventiva e

na educação em saúde; o uso adequado do medicamento constitui-se, geralmente, uma das

intervenções terapêuticas mais custo-efetivas (MARIN et al, 2003).

Segundo Peretta e Ciccia (2000), os medicamentos constituem o procedimento

terapêutico mais massivamente empregado. O consumo irracional de medicamentos é um

fenômeno que se multiplica com rapidez em todo o mundo. Numerosos estudos têm sido

realizados com o fim de descrever os problemas relacionados com o mal uso dos

medicamentos. Alguns desses estudos sugerem que aproximadamente 50% da população que

toma medicamentos o faz de maneira incorreta e que 5% das internações hospitalares são

devido ao não cumprimento das terapias farmacológicas.

No Brasil, o aumento das demandas na área de saúde, tem evidenciado a necessidade

de que se estabeleça uma política de medicamentos em que o farmacêutico deve ser o

elemento essencial na promoção da saúde e do uso racional dos medicamentos. Alguns

estabelecimentos farmacêuticos privados, percebendo esta demanda, têm substituído

progressivamente a prática tradicional de dispensação de medicamentos, ou seja, a simples

entrega do produto, pela prestação de serviços que incorporam, através da Atenção

Farmacêutica, um diferencial competitivo no mercado (ALBERTON, 2001).

26

A dispensação é o ato farmacêutico de distribuir um ou mais medicamentos a um

paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma prescrição elaborada por um

profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso

adequado do medicamento. São elementos importantes desta orientação, entre outros, a ênfase

no cumprimento do regime de dosificação, a influência dos alimentos, a interação com outros

medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de

conservação do produto (MARIN et al, 2003).

O procedimento de dispensação deve assegurar que o medicamento de boa qualidade

seja entregue ao paciente certo, na dose prescrita, na quantidade adequada; que sejam

fornecidas as informações suficientes para o uso correto e que seja embalado de forma a

preservar a qualidade do produto. Trata-se do atendimento de um paciente específico e que,

portanto, terá necessidades e características também específicas, as quais devem ser levadas

em conta no momento do atendimento. É uma das últimas oportunidades de, ainda dentro do

sistema de saúde, identificar, corrigir ou reduzir possíveis riscos associados a terapia

medicamentosa (MARIN et al, 2003).

Dispensar um medicamento não é vender, mas conhecer seus clientes ou pacientes e

orientá-los da melhor maneira possível sobre como usar o produto comprado

(POLAKIEWICZ, 2002).

Nesse momento, são estabelecidas oportunidades ímpares para a contribuição do

farmacêutico ao uso racional de medicamentos. Isto ocorre por meio de vários procedimentos,

nem sempre adequadamente valorizados: fornecendo a quantidade correta de medicamento de

boa qualidade e em adequadas condições de armazenamento; verificando a integralidade

técnica da prescrição; orientando adequadamente o paciente quanto ao uso e cuidados corretos

do medicamento, bem como promovendo a adesão terapêutica a prescrita, para o que será

necessário estabelecer interação suficiente a fim de individualizar o atendimento de acordo

com as necessidades do usuário, monitorando o uso de medicamentos, o que inclui o registro

de reações adversas (MARIN et al, 2003).

A Atenção Farmacêutica tem a finalidade fundamental de promover a farmacoterapia

planejada, para encontrar os resultados definitivos que melhorem a qualidade de vida do

paciente. Esta requer três funções distintas, que são: iniciação, monitoramento e

administração da Atenção Farmacêutica (HEPLER; ROUSSEAU, 1994).

A Atenção Farmacêutica concede ao farmacêutico um papel de destaque com a

identificação, prevenção e resolução de problemas relacionados ao uso de medicamentos,

estabelecendo uma relação recíproca de compromisso e responsabilidade tanto do

27

farmacêutico quanto do usuário de medicamento através do acompanhamento

farmacoterapêutico e da coleta de dados importantes sobre os problemas encontrados na

terapia medicamentosa do paciente. Dessa forma, os pacientes são estimulados a aderirem a

uma farmacoterapia de melhor qualidade, esperando assim um sucesso do tratamento

prescrito e um melhor resultado clínico (ARMANDO et al, 2000).

O problema relacionado com o medicamento pode ser definido como um problema de

saúde, vinculado à farmacoterapia, e que interfere ou pode interferir, sobre os resultados

esperados na cura do paciente. O farmacêutico, dentro da equipe de saúde é o mais indicado

para identificar e solucionar esses problemas, que eventualmente possam surgir durante um

tratamento farmacológico. Entre os problemas relacionados com os medicamentos merecem

destaque: 1) Patologias não tratadas; 2) Utilização de medicamentos incorretos (prescrição

inadequada) 3) Doses subterapêuticas ou superdosagens; 4) Reações adversas aos

medicamentos; 5) Interações dos medicamentos com alimentos ou com outros medicamentos;

6) Automedicação (BRANDÃO, 2003).

A Atenção Farmacêutica, considerada como um serviço de atenção primária à saúde,

tem sido o tema de alguns dos discursos mais veementes da Organização Mundial de Saúde,

que entende que a atenção primária da qual faz parte a Atenção Farmacêutica é a chave para

reverter às expectativas negativas que pairam sobre o setor saúde dos povos dos países

subdesenvolvidos e em desenvolvimento como o Brasil (OMS, 1993).

A atenção primária previne as populações contra doenças, livrando o cidadão da

internação hospitalar e, desta forma, barateando os custos. O farmacêutico, além de prestar

orientação sobre doenças, ajudando a preveni-las, vai informar sobre os medicamentos, com

vistas a racionalizar o seu uso e a evitar erros na terapêutica. As ações farmacêuticas

significam segurança para a população, especialmente para quem toma medicamentos. A

Atenção Farmacêutica é algo tão forte que pode revelar o nível de saúde de um povo. Por tudo

isso, ela é tão recomendada pela Organização Mundial de Saúde - OMS e adotada pelos

países do primeiro mundo, há mais de uma década, com resultados positivos (MENEZES,

2000).

2.3.2 - Atenção farmacêutica e o papel do profissional farmacêutico

As profissões existem para servir a sociedade e a missão da profissão farmacêutica

deve se centrar nas necessidades da sociedade e de cada paciente com relação aos

medicamentos. A profissão farmacêutica é a que descobre, desenvolve, produz, distribui e

transmite informações sobre drogas, medicamentos e outros produtos farmacêuticos. A

28

dimensão ética da profissão farmacêutica está determinada, em todos os seus atos, em

benefício do ser humano, da coletividade e do meio ambiente, sem discriminação de qualquer

natureza (HANHANI, 2001).

Os autores Hepler e Strand (1990) realizaram uma análise sobre os três períodos que

consideram importantes da atividade farmacêutica no século XX, definindo-os como: o

tradicional, o de transição e o de desenvolvimento da atenção ao paciente. O papel tradicional

foi desenvolvido pelo boticário que preparava e vendia os medicamentos, fornecendo

orientações aos seus clientes sobre o uso dos mesmos. Era comum prescrevê-los.

Conforme a indústria farmacêutica começou a se desenvolver, este papel do

farmacêutico paulatinamente foi diminuindo. Começa assim o período de transição. As

atividades farmacêuticas voltaram-se principalmente para a produção de medicamentos numa

abordagem técnicoindustrial. Os países do Primeiro Mundo concentraram-se no

desenvolvimento de novos fármacos e o Brasil, que possui um parque industrial farmacêutico

predominantemente multinacional, trabalhou a tecnologia farmacêutica adaptando as fórmulas

às condições climáticas do país (VIEIRA, 2007).

A publicação da Lei 5.991/73, que ainda está em vigor, conferiu às atividades

farmacêuticas um enfoque mercantilista. Qualquer empreendedor pode ser proprietário de

uma farmácia ou drogaria, desde que conte com um profissional farmacêutico que se

responsabilize tecnicamente pelo estabelecimento. Este é o marco da perda do papel social

desenvolvido pela farmácia. O estabelecimento comercial farmacêutico voltou-se para o lucro

e o farmacêutico começou a perder autonomia para o desempenho de suas atividades. O

profissional passou a atuar como mero empregado da farmácia ou drogaria perdeu o respeito

da sociedade e refugiou-se em outras atividades, distanciando-se de seu papel de agente de

saúde. Com isto, ampliaram-se os espaços para a obtenção de lucros desenfreados através da

“empurroterapia” e da propaganda desmedidas (VIEIRA, 2007).

O medicamento passou a ser visto como uma solução “mágica” para todos os

problemas humanos, assumindo o conceito de bem de consumo em detrimento ao de bem

social (VIEIRA, 2007).

Mas, enfim, o farmacêutico em meio a uma grave crise de identidade profissional

iniciou sua reação fazendo nascer nos anos 60 a prática da farmácia clínica . Passou a se

conscientizar do seu papel para a saúde pública. A prática farmacêutica orienta-se para a

atenção ao paciente e o medicamento passa a ser visto como um meio ou instrumento para se

alcançar um resultado, seja este paliativo, curativo ou preventivo. Ou seja, a finalidade do

trabalho deixa de focalizar o medicamento enquanto produto farmacêutico e passa a ser

29

direcionada ao paciente, com a preocupação de que os riscos inerentes à utilização deste

produto sejam minimizados (VIEIRA, 2007).

A informação, assessoramento e orientação ao paciente, prestados pelo farmacêutico

fazem com que se aplique na prática um resgate da verdadeira função do farmacêutico

(COSTA, 2001).

Muito além de ser um simples dispensador de remédios, o farmacêutico está envolvido

no processo de pesquisa de novas drogas, no estudo de efeitos colaterais e de reações adversas

dos medicamentos já existentes, na fabricação de cosméticos, na dispensação de medicação

aos doentes hospitalares, na fiscalização sanitária e em outras atividades que asseguram a

qualidade de vida. Arcar com tamanha responsabilidade não é tão simples como possa

parecer. Mais que boa vontade e alguns anos de estudos universitários, um bom farmacêutico

necessita estar a par dos avanços medicinais, das novidades de sua área e das mudanças da

sociedade (POLAKIEWICZ, 2002).

A informação, assessoramento e orientação ao paciente, prestados pelo farmacêutico

fazem com que se aplique na prática um resgate da verdadeira função do farmacêutico

(COSTA, 2001).

A situação do exercício profissional farmacêutico, na América Latina, é complexa. A

sua função social e profissional não está clara para as autoridades e muito menos para a

sociedade. Os latino-americanos ainda não alcançaram um desenvolvimento amplo e

generalizado da farmácia clínica como os Estados Unidos e Europa, uma orientação neste

sentido levaria ao reconhecimento da equipe de saúde e da sociedade do valor da hierarquia

das funções e serviços que o farmacêutico fornece (HAUBER, 1995).

A Organização Mundial da Saúde (1993) reconhece que há diferenças nos sistemas de

assistência à saúde entre alguns países. Entretanto, considera que o conceito de Atenção

Farmacêutica é aplicável em todos os países, apesar das diferenças na educação e da situação

sócio-econômica, e considera que Atenção Farmacêutica é uma atitude profissional que todo

farmacêutico deve tender.

Os serviços farmacêuticos implicam, igualmente, o envolvimento em atividades de

promoção da saúde e prevenção de doenças nas populações. Quando o tratamento é

necessário, o farmacêutico deve assegurar-se, em relação a cada paciente, da qualidade do

processo de uso dos medicamentos, de modo a conseguir o máximo efeito terapêutico e evitar

reações adversas indesejáveis. Isto pressupõe que tendo em vista os resultados terapêuticos, os

farmacêuticos aceitem partilhar responsabilidades com outros profissionais de saúde e com os

próprios pacientes (OMS, 1993).

30

O farmacêutico apresenta-se como um profissional que possui uma visão ampla da

realidade da saúde. Ele conhece as doenças mais prevalentes, entende dos medicamentos que

as curam, sabe sobre a terapêutica medicamentosa e deve estar facilmente disponível nos

estabelecimentos. Ele é o profissional de saúde mais acessível, no mundo inteiro, está

preparado para oferecer a Atenção Farmacêutica, e os seus serviços são gratuitos àqueles que

o procuram na farmácia (SANTOS, 2000).

No Brasil, o aumento das demandas na área de saúde, tem evidenciado a necessidade

de que se estabeleça uma política de medicamentos em que o farmacêutico deve ser o

elemento essencial na promoção da saúde e do uso racional dos medicamentos. Alguns

estabelecimentos farmacêuticos privados, percebendo esta demanda, têm substituído

progressivamente a prática tradicional de dispensação de medicamentos, ou seja, a simples

entrega do produto, pela prestação de serviços que incorporam, através da Atenção

Farmacêutica, um diferencial competitivo no mercado (ALBERTON, 2001).

O farmacêutico é um elo indispensável entre a cadeia produtiva de medicamentos e a

sociedade, o profissional é que faz a ponte que resulta na segurança e na saúde da população

(PERILLO, 2002).

A sociedade brasileira resgata o farmacêutico como o profissional insubstituível,

imbatível em conhecimentos sobre medicamentos e exclusivo, ninguém, que não ele está legal

ética e academicamente tão capacitado para orientar o usuário do medicamento acerca do

produto que está adquirindo (SANTOS, 2000).

O conhecimento, a habilidade e a tradição do farmacêutico o fazem legítimo líder dos

esforços que realizam as equipes de profissionais de saúde para assegurar bons resultados com

o uso de medicamentos (PERETTA; CICCIA, 2000).

Sendo o farmacêutico fundamental na equipe multiprofissional de saúde, ele tem que

estar à frente da farmácia, consultando o paciente, e com o seu conhecimento e a sua

inquietude, passando as suas informações, a exemplo dos riscos potenciais que há nos

medicamentos. Também sabendo do paciente se ele está tomando outros produtos. Os

desafios futuros são os de buscar os caminhos éticos, porque, cada vez mais, são muitos os

perigos e sofisticados os medicamentos, o que aumenta os erros potenciais para a saúde dos

pacientes se não usados corretamente. Esse é um compromisso do farmacêutico para com a

saúde pública (REYS, 2000).

31

3 - OBJETIVO

O objetivo geral consiste em demonstrar a importância da atenção farmacêutica

direcionada a indivíduos a partir de 18 anos usuários de vitaminas sem prescrição médica

adquiridos em uma Drogaria na Cidade de Santos e São Vicente no Estado de São Paulo, e o

objetivo específico caracteriza-se por avaliar a efetiva participação do profissional

farmacêutico durante o processo da automedicação em indivíduos usuários de vitaminas.

4 - MATERIAL E MÉTODO

Como metodologia foi realizada a pesquisa em livros, revistas científicas e busca em

sites da internet relacionados ao tema. Como pesquisa de campo foi aplicado um questionário

nos indivíduos a partir dos 18 anos que adquiriram vitaminas sem prescrição médica em

drogarias localizadas no bairro Gonzaga em Santos/SP e no bairro Boa Vista em São

Vicente/SP.

Durante a aplicação do questionário foi realizada a prática de Atenção Farmacêutica

através da orientação de fatores de risco sobre o uso de vitaminas e sobre seus efeitos

terapêuticos e colaterais.

Dados como faixa etária, gênero e tipos de medicamentos adquiridos são apresentados

na forma de tabelas e gráficos que foram comparados com a literatura quando pertinentes.

Trata-se de um estudo prospectivo onde foi realizado levantamento dos dados através

de 150 questionários (anexo I) aplicados pelos alunos pesquisadores aos indivíduos com faixa

etária a partir dos 18 anos no momento da aquisição de vitaminas sem prescrição médica em

drogarias localizadas no bairro Gonzaga em Santos/SP (75 questionários) e no bairro Boa

Vista em São Vicente/SP (75 questionários).

Como critérios de inclusão foram acompanhados todos os indivíduos que adquiriram

vitaminas sem prescrição médica com faixa etária a partir dos 18 anos.

Serão excluídos do estudo os indivíduos que não adquiriram vitaminas ou adquiriram

através de receita médica, além dos indivíduos cuja faixa etária não seja superior a 18 anos.

Após o levantamento das principais vitaminas adquiridas foi elaborado tabela de

orientação farmacêutica (anexo III) aos pacientes, informando-os sobre o uso correto desses

medicamentos, efeitos colaterais, horários de administração, guarda e conservação adequados.

Os indivíduos da pesquisa que apresentarem dúvidas serão orientados a procurar seu médico

para maiores esclarecimentos.

32

Será aplicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (anexo II) para

os sujeitos da pesquisa.

33

5 - RESULTADOS

No gráfico abaixo apresentamos os resultados obtidos na aplicação do questionário.

Gráfico 1 – Distribuição segundo faixa etária.

feminino - 94

63%

masculino - 56

37%

Gráfico 2 – Distribuição dos entrevistados de acordo com o gênero.

31,33%

24,66% 19,33%

12,00%

8,66% 3,33% 0,66% 18 a 30 anos

31 a 40 anos

41 a 50 anos

51 a 60 anos

61 a 70 anos

71 a 80 anos

81 a 90 anos

34

30% 28%21%

14%

4% 3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Prescrições

anteriores

Profissional

da saude

(não médico,

ex.: aux.

farmácia)

Familiar ou

amigo

Publicidade Outros Tinha em

casa sem

prescrição

médica

Gráfico 3 – Distribuição por tipo de influência que levou a automedicação de vitaminas.

54%

46%

SIM

NÃO

Gráfico 4 – Indivíduos que fazem uso de outros medicamentos associados a vitaminas.

35

13%

2%

3%

5%

2%

1%

1%

6%

2%

11%

Anti-hipertensivo

Contraceptivos Orais

Analgésico

Antivaricoso

Diuréticos

Hipoglicemiantes

Tranquilizantes

Estimulantes

Antidepressivo

Outros

Gráfico 5 – Tipo de Medicamentos usados pelos indivíduos da pesquisa associados a vitaminas.

70%

30%

SIM

NÃO

Gráfico 6 – Indivíduos que basearam-se em receitas antigas para a compra de vitaminas

36

41%

59%

SIM

NÃO

Gráfico 7 – Indivíduos que receberam informações de um profissional farmacêutico na compra de vitaminas.

12%

88%

SIM

NÃO

Gráfico 8 – Indivíduos que utilizam o medicamento até o término da embalagem.

37

14%

86%

SIM

NÃO

Gráfico 9 – Aquisição de vitaminas sem receita médica.

38

Tabela 1 – Interações entre as classes dos medicamentos encontradas na pesquisa e as vitaminas hidrossolúveis

e lipossolúveis (BACHMANN et al, 2006).

VITAMINAS

HIDROSSOLUVEIS

VITAMINAS

LIPOSSOLUVEIS

B1 B2 B3 B5 B6 B7 B9 B12 C A D E K

Analgésico * * * * * * * * * * * * *

Anticonvulsivo * * * * * * * * * * * * *

Antidepressivo * * * * * * * * * * * * *

Anti-hipertensivo * * * * * * * * * * * * *

Anti-impotência * * * * * * * * * * * * *

Antiinflamatório * * * * * * * * * * * * *

Descongestionante

Nasal

* * * * * * * * * * * * *

Antiulcerativo * * * * * * * * * * * * *

Antivaricoso * * * * * * * * * * * * *

Diurético * * * * * * * * * * * * *

Estimulantes * * * * * * * * * * * * *

Hipoglicemiantes * * * * * * * * * * * * *

Contraceptivos

Orais

* * * * * * * * * ** * * *

Regulador

intestinal

* * * * * * * * * * * * *

Tranqüilizante * * * * * * * * * * * * *

*Nenhuma interação identificada

** Aumenta a concentração sérica da vitamina A

39

6 - DISCUSSÃO

Ao avaliarmos o gráfico 1 podemos observar que 56% dos entrevistados

compreendem a faixa etária de 18 a 40 anos. Os dados apresentados são semelhantes aos

apontados por Loyola Filho et al (2002). que avaliou a prevalência e os fatores associados à

automedicação, encontrando a idade média de 66,4 anos.

O gráfico 2 nos mostra a distribuição dos entrevistados de acordo com o gênero, onde

obteve-se prevalência de 63% no gênero feminino quando comparada ao gênero masculino –

37%. Dados semelhantes foram encontrados por Araujo Jr e Vicentini (2007) que apontaram

no estudo a prevalência de 60% no gênero feminino comparada a 40% do gênero masculino.

Vitor et al (2008) encontrou em seu trabalho que 29,24% utiliza ou utilizou receitas

antigas para automedicação e quando compra fármacos sem receita, esta compra é

influenciada por amigos (18,6%). Dados semelhantes foram apontados no trabalho

(respectivamente 30% e 21%) (gráfico 3).

Lima e Rodrigues (2006) apresentaram em seu trabalho que 44,2% dos entrevistados

analisados faziam uso de um ou mais produtos sem prescrição médica, perfazendo 85 eventos

de automedicação. A análise dos dados desse trabalho está próxima as encontradas nesse

trabalho onde 46% dos indivíduos fazem uso de medicamentos sem prescrição médica.

(gráfico 4).

Dentre os pacientes que fazem uso de medicamentos associados às vitaminas

encontrou-se nesse trabalho um total de 54% entrevistados. Dentro desse total foram

informados 70 medicamentos diferentes, distribuídos nas seguintes classes terapêuticas

Analgésico, Anticonvulsivo, Antidepressivo, Anti-hipertensivo, Anti-impotência,

Antinflamátorio, Descongestionante Nasal, Antiulceroso, Diurético, Estimulantes,

Hipoglicemiantes, Contraceptivos Orais, Regulador intestinal e Tranquilizante conforme BPR

- Guia de Remédios (2005). Dados semelhantes foram encontrados no trabalho de Sa et al

(2007), onde 49% dos indivíduos fazem uso da prática da automedicação associada a várias

classes de medicamentos (gráfico 5).

Dados apresentados por Arrais et al (1997) demonstraram que 40% dos usuários de

medicamentos sem prescrição médica, o adquirem baseados em receitas anteriores. Dados

semelhantes – gráfico 6, foram encontrados em nosso trabalho (30%).

Obteve-se que 41% dos indivíduos pesquisados não receberam informação do

profissional farmacêutico no momento da aquisição da vitamina (gráfico 7). Souza et al.

(2008) demonstra em seu trabalho que torna-se imprescindível para o farmacêutico ter a

40

noção exata de sua competência e dos limites de sua intervenção no processo saúde-doença,

para que assuma a atitude correta, no momento oportuno, avaliando a situação do doente,

conduzindo-o, se necessário, a uma consulta médica ou ao hospital, em caso de urgência,

além de que o farmacêutico dentro de suas habilitações é o profissional capacitado para

prestar assistência farmacêutica, cujo objetivo principal é conscientizar o indivíduo/paciente

que os medicamentos utilizados corretamente e sob orientação médica propiciam alívio de

males que afetam a sua saúde. É claro que acabar com a automedicação é impossível, contudo

é possível minimizá-la, cabendo haver uma estreita relação entre profissional e paciente de

modo a garantir o bem-estar da população de modo geral.

Os dados do gráfico 8 mostram que 88% dos indivíduos da pesquisa normalmente

utilizam o medicamento até o final do tratamento, não ocorrendo interrupção do mesmo. Este

dado pode não representar um dado real uma vez que os indivíduos pesquisados poderiam não

sentir-se confortáveis em responder que interrompem o tratamento. Rocha et al (2008)

demonstra que o profissional farmacêutico pode contribuir informando aos pacientes sobre

sua patologia e os medicamentos a serem administrados. A orientação, que pode ser tanto

verbal como por escrito, inclui instruções sobre o modo correto de usar, possíveis efeitos

adversos, atitude a tomar no caso de esquecimento de doses, alertas quanto aos riscos da

automedicação e da interrupção prévia do tratamento. Caso o farmacêutico detecte algum

problema com a terapia farmacológica prescrita, ou mesmo de dificuldade de adesão, deve

entrar em contato com o médico para discutirem uma possível intervenção.

Vilarino et al (1998) demonstra em seu trabalho que a prevalência da automedicação

nos municípios do estado do Sul, cujos dados estão estimados em 76,1% dos indivíduos

entrevistados. Dados acima expostos estão próximos aos demonstrados no gráfico 9, onde

86% dos indivíduos pesquisados costumam comprar medicamentos sem receita médica. O

consumo em excesso de vitaminas pode levar a super dosagem que traz efeitos colaterais

prejudiciais a saúde e ao bem estar físico dos indivíduos.

41

7 - CONCLUSÃO

As vitaminas são nutrientes essenciais para a saúde e a vida. Elas não são curas

milagrosas para o envelhecimento, a dieta pobre, falta de exercício físico ou falta de

motivação para assumir a responsabilidade por um físico e bem-estar emocional. Quando em

quantidades inadequadas, as vitaminas precisam ser obtidas através da alimentação. São

classificadas em dois grupos em base de suas solubilidades: as vitaminas hidrossolúveis B1,

B2, B3, B5, B6, B12, BIOTINA e ÁCIDO FÓLICO e vitamina C e as vitaminas lipossolúveis

A, D, E, K.

Na ingestão de grandes doses de vitaminas são observados efeitos tóxicos nos

indivíduos, de modo que a suplementação dessas quantidades não tem nenhum efeito benéfico

e pode até mesmo resultar em toxidade associada à hipervitaminose.

Automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de

pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelos

indivíduos, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde. A preocupação com

automedicação e ao uso indiscriminado de medicamentos é o risco de intoxicação, muitas

vezes incentivado pela propaganda, induzindo e incentivando o consumo de determinado

medicamento que nem sempre é o indicado para aquela necessidade.

Atenção Farmacêutica compreende atitudes, valores éticos, comportamentos,

habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças e na promoção e

recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde praticando a assistência

farmacêutica.

A maioria dos indivíduos que responderam ao questionário faz uso de vitaminas e

suplementos com o intuito do bem-estar físico e mental. Na aplicação do questionário os

indivíduos foram orientados sobre os prejuízos da automedicação, e sobre a importância da

orientação médica e farmacêutica para esclarecimento necessário na administração de

medicamentos.

Concluímos que a atenção farmacêutica é de extrema importância a população,

esclarecendo quanto aos perigos das interações medicamentosas que podem ser causadas pela

automedicação. Com o incentivo da propaganda e pelo fato de que grande maioria das

vitaminas não exige receita médica, não deve ser consumido sem consultar um especialista, e

desta forma o papel do farmacêutico no momento da compra do medicamento é essencial para

o bem estar da população, evitando ao máximo a prática da automedicação e seus riscos à

saúde.

42

8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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46

9 - ANEXOS

ANEXO I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ANEXO II - Questionário aplicado em indivíduos a partir de 18 anos

ANEXO III – Ficha de Orientação Farmacêutica

ANEXO IV – Aprovação do Comitê de Ética da UNISANTA

ANEXO V – Aprovação do Comitê Científico - XIV Congresso Internacional OFIL 2010

47

ANEXO I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Curso de Graduação em Farmácia

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

_____________________________________________________________(Nome),

_________ anos, sexo __________________, estou ciente das características e condições do

projeto: “ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AUTOMEDICAÇÃO DE VITAMINAS”, cujas

orientações recebi verbalmente.

Declaro ainda que cedo os resultados obtidos em função da minha participação,

autorizando a UNISANTA a reproduzi-los ou divulgá-los junto à internet, jornais, televisão e

todos os demais meios de comunicação, públicos ou privados, sendo que em nenhuma

hipótese poderão ser utilizados de maneira contrária à moral, aos bons costumes ou à ordem

pública, mas sim sempre no sentido acadêmico, científico, técnico, cultural e social.

Enfim, tendo sido orientado (a) quanto ao teor de todo o aqui mencionado e

compreendido a natureza e o objetivo do já referido estudo e sabendo que meus dados

pessoais serão mantidos em sigilo, manifesto meu livre consentimento em participar, estando

totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou pagar, por minha

participação.

_______________, _____ de __________________ de 2010.

Assinatura do responsável pela coleta: __________________________________

Pesquisador: Profº Valter Garcia Santos

Acadêmicos: Luzinário Odilon dos Santos Souza

Marsol Beser Diniz da Silva

Robson Canelas Rios

Comitê de Ética - UNISANTA – Telefone para contato (13) 3202-7100 r. 263

Universidade Santa Cecília

Rua Oswaldo Cruz, 277 - Boqueirão - Santos/SP - CEP: 11045-907 / Tel: 13. 3202-7100.

48

ANEXO II - Questionário aplicado em indivíduos a partir de 18 anos.

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Curso de Graduação em Farmácia

Coleta de dados para realização do TCC:

Atenção Farmacêutica na Automedicação de Vitaminas

Iniciais do paciente: ___________ Ficha nº: _______

Sexo: ( ) F ( ) M Idade: ______anos ______ meses

Qual medicamento foi comprado?

__________________________________________________________________

É a primeira vez que você compra esse medicamento?

( ) Sim ( ) Não

A automedicação foi influenciada por:

( )familiar ou amigo ( )prescrições anteriores

( )profissional da saúde (não médico) ( )publicidade (tv, revistas, internet)

( )tinha em casa sem prescrição médica ( )outro. Qual? __________________

Faz uso de algum outro medicamento? Se sim, informe qual (is):

_____________________________________________________________________

Você se baseou em alguma receita antiga para comprar esse medicamento?

( ) Sim ( ) Não

Se não, por que você está comprando esse medicamento?

___________________________________________________________________

Você já recebeu informações de um farmacêutico sobre esse medicamento?

( ) Sim ( ) Não

Você normalmente usa o medicamento até o fim ou interrompe o tratamento quando percebe

uma melhora?

( ) Até o fim ( ) Interrompe o tratamento

Você costuma comprar medicamentos sem receita médica?

( ) Sim ( ) Não

Responsável pela coleta: _____________________________ data: ___ / ___ / ___

A presente pesquisa tem o objetivo de buscar informações a respeito da automedicação de vitaminas em

indivíduos a partir de 18 anos.

Agradecemos a sua colaboração.

49

ANEXO III – Ficha de Orientação Farmacêutica

Ficha de orientação farmacêutica

Nome do paciente:

Medicamento Horário de administração Observação importante

Aluno responsável pela orientação:

Supervisão: Prof. Valter Garcia Santos – CRF-SP: 21.147

50

ANEXO IV – Aprovação do Comitê de Ética da UNISANTA

51

ANEXO V – Aprovação do Comitê Científico - XIV Congresso Internacional OFIL 2010.

52