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1
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
FARMÁCIA
MARCOS ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO
FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTE PORTADOR DE
VASCULITE CRÔNICA
Santos – SP
Novembro/2010
2
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
FARMÁCIA
MARCOS ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO
FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTE PORTADOR DE
VASCULITE CRÔNICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia à Comissão Julgadora da Universidade Santa Cecília, sob orientação do Profº Valter Garcia Santos.
Santos – SP
Novembro/2010
3
MARCOS ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO
FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTE PORTADOR DE VASCULITE
CRÔNICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia à Comissão Julgadora da Universidade Santa Cecília, sob orientação do Prof. Valter Garcia Santos
Data da Aprovação:
Banca Examinadora:
Prof.Ms. Valter Garcia Santos
Orientador
Prof. (a) Ms. Maria Fernanda B. Penteado Pedroso
Prof.Ms. Túlio Nakazato da Cunha
4
Dedico este trabalho a Sonia Maria de Carlis pela colaboração e carinho.
5
Agradeço primeiramente ao Prof.Valter Garcia Santos e a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou
indireta para conclusão deste trabalho. Em especial a minha esposa Daniela de Carlis
pela dedicação e companheirismo.
6
RESUMO
Considerando o paciente como sendo a parte central na atenção farmacêutica e no acompanhamento farmacoterapêutico visando o restabelecimento do quadro clínico e melhora na qualidade de vida do paciente, a metodologia DÁDER vem proporcionar ferramentas de uso amplamente comprovado, para o estudo farmacológico de diversas patologias e suas complicações, que tanto transtorno tem causado à paciente. Neste contexto, objetiva-se promover o seguimento farmacoterapêutico em paciente do gênero feminino portadora de diversas patologias, entre elas, a vasculite crônica. Este processo inflamatório já esta instalado há 14 anos, resultando em úlcera de tendão isquêmica não epitelizante em membro inferior direito, a paciente, seguindo orientação médica faz uso de polifarmacoterapia no seu dia-a-dia, na expectativa de restabelecer o retorno da saúde e minimizar o seu sofrimento. Durante o estudo do caso clínico foi detectado a ocorrência de diversos PRM tendo como conseqüência Resultados Negativos associados à Medicação. Estes RNM são de dois tipos: o paciente sofre um problema de saúde devido a uma inefectividade não quantitativa, ou seja, o problema não depende da dose; Outra suspeita de RNM é quanto à segurança do medicamento, a paciente tem um problema de saúde associado à insegurança não quantitativa do medicamento, ou seja, não depende da dose e sim de efeitos colaterais do fármaco.
PALAVRAS-CHAVE: Vasculite; Atenção Farmacêutica; Polifarmacoterapia; Método DÁDER.
7
LISTA DE ABREVIATURAS
AINES - Antiinflamatório não esteroidal.
ATPase - Adenosina Trifosfato.
AV - Atrio Ventricular.
AVC - Acidente Vascular Cerebral.
CMP - Fosfato Dissódico de Citidina.
CTD - Doença de Tecido Conectivo.
CYP 450 - Citocromo p-450.
ECA - Enzima Conversora da Angiotensina.
FDE 5 - Fosfodiesterase-5 (inibidor).
GABA - Gama Amino Butírico.
IMC - Indice de Massa Corpórea.
IMS - Interações Medicamentosas
INR - Tempo de Protrombina(via da Coagulação).
IVC - Insuficiência Vascular Crônica.
HDL - Lipoproteína de Alta Densidade.
HMG-COA - 3-hidroxi,3-metil Glutaril coenzima A.
LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade.
MAO - Mono Amino Oxidase.
PA - Pressão Arterial.
PHS -Púrpura Henöch-Schönlein
PRM - Problemas Relacionados a Medicamentos.
RNM - Resultados Negativos a Medicamentos.
pH - Potencial Hidrogeniônico (Ácido,Neutro,Alcalino).
RAMS - Resultados Adversos com Medicamentos
SNC - Sistema Nervoso Central.
TCLE - Termo de Compromisso Livre e Esclarecimento.
UTP - Trifosfato Trissódico de Uridina.
VHS - Velocidade de Hemossedimentação.
VLDL - Lipoproteína de Muito Baixa Densidade.
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................10
1.1 CLASSIFICAÇÕES DAS VASCULITES..........................11
1.2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA..........................................14
1.3 MÉTODO DÁDER............................................................16
1.4 LISTA DE PRM................................................................17
2. OBJETIVOS..............................................................................18
3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................19
3.1 ESTADO DE SITUAÇÃO..................................................20
3.2. A PRESCRIÇÃO MÉDICA...............................................23
4. RESULTADOS.........................................................................24
4.1 MONONITRATO DE ISOSSORBIDA...............................24
4.2 SINVASTATINA................................................................24
4.3 CUMARINA/TROXERRUTINA.........................................26
4.4 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO.............................................27
4.5 CLORIDRATO DE METFORMINA...................................29
4.6 SULFATO DE MORFINA..................................................31
4.7 CLORIDRATO DE FEXOFENADINA...............................33
4.8 CARVEDILOL...................................................................35
4.9 FUROSEMIDA/CLORIDRATO DE AMILORIDA..............38
4.10 CITIDINA/URIDINA/HIDROXOCOBALAMINA...............39
4.11 OMEPRAZOL.................................................................40
4.12 DIAZEPAM.....................................................................42
5. ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO.................45
5.1 TROMETAMOL CETOROLACO......................................47
6. DISCUSSÃO..............................................................................51
9
7. CONCLUSÃO ...........................................................................54
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................55
9. ANEXOS....................................................................................58
10
INTRODUÇÃO
Vasculite significa inflamação do revestimento dos vasos sanguíneos.
(G. Maunz. et al.,2009)
Trata-se de uma situação clínica cada vez mais freqüente na população
geriátrica, na qual o diagnóstico e tratamento merecem considerações
especiais. As vasculites mimetizam inúmeras condições clínicas freqüentes no
idoso, dificultando seu reconhecimento. São doenças que afetam múltiplos
órgãos, muitas vezes com conseqüências devastadoras, necessitando de um
diagnóstico preciso e precoce. (HALPERN, ARI STIELl. 2008).
Os achados clínicos e patológicos que produzem são variáveis e
dependem do local e do tipo de vaso sanguíneo afetado. Estas condições,
muitas vezes se sobrepõem as manifestações clínicas e patológicas, o que
torna por vezes difícil chegar a um diagnóstico preciso e impedem o
desenvolvimento de um sistema de classificação universal. (A. Sánchez Torres,
2005)
A primeira classificação foi introduzida por Zeek em 1952 que subdividiu
as vasculites em Periarterite nodosa, Angeíte de Hipersensibilidade, Arterite
Reumática, Angeíte Granulomatosa alérgica e a Arterite Temporal. Desde
então, outras formas de classificação tem surgido, mas não existe um quadro
clínico padrão e não se tem uma etiologia definitiva. Além disso, quando um
agente ou estimulante antigênico é bem conhecido, como o antígeno de
superfície da hepatite B, um número de diferentes formas de padrões clínicos
podem ocorrer.
Em geral, a classificação dessas doenças leva em consideração uma
associação de achados clínicos com aspectos histopatológicos, relacionados
com o tamanho dos vasos acometidos.
11
Quadro 1 – Classificação das vasculites
Vasculite dos grandes vasos Arterite de células gigantes (arterite tempora)
Arterite de Takayasu
Vasculite de vasos de médio calibre
Poliartrite nodosa clássica
Doença de Kawasaki
Vasculite de pequenos vasos
Granulomtose de Wegener
Síndrome de Churg e Strauss
Poliangite (poliarterite) microscópica
Púrpura de Henoch Shoenlein
Crioglobulinemia essencial
Vasculite leucocitoclástica cutânea
Adaptado de: HALPERN, ARI STIELl.Revista Einstein. 2008; 6 (Supl 1):S55-S63 Vasculites
sistêmicas na população geriátrica.
O tratamento nas últimas duas décadas alterou-se completamente, a
maioria das vasculites podem agora ser controladas e às vezes podem até ser
curadas. A questão atualmente concentra-se nos efeitos secundários de alguns
tratamentos. O plano terapêutico, atualmente, inclui os fármacos, o exercício e
o repouso adequado, a dieta e a evicção do stress, do tabagismo, do frio e de
determinados medicamentos/alimentos que possam ter causado a vasculite.
(Malheiro Filipa. 2006).
A vasculite cutânea é frequentemente associada a uma resposta de
hipersensibilidade da droga, e os sintomas clínicos melhoram quando a droga é
interrompida. Medicamentos que têm sido usados na resposta de
hipersensibilidade incluem penicilinas, aminopenicillinas, drogas sulfonamidas
base (incluindo sulfamidas antibacterianas, assim como a maioria dos
diuréticos de alça e tiazídicos), alopurinol, quinolonas, e propiltiouracil.
A Vasculite de hipersensibilidade é comumente associada com complexos
imunes circulantes, as drogas agem como haptenos, estimulando uma resposta
imunitária, seguida pela formação de imunocomplexos circulantes que são
12
depositados em vênulas pós-capilares e arteríolas, induzindo inflamação. (G.
Maunz et al 2009).
Existe uma nova classe de medicamentos, cujo uso nas vasculites está
ainda em fase experimental, mas que, em breve, promete ser uma das opções.
Trata-se das terapêuticas biológicas (Infliximab®, Etanercept® e
Adalimumab®). Estes medicamentos talvez possam ajudar os doentes com
certos tipos de vasculite, incluindo a Granulomatose de Wegener, a Arterite de
Takayasu e a Doença de Behcet (MALHEIRO FILIPA. 2006).
No caso de uma vasculite de pequenos vasos, podem apenas ser
necessários corticóides em baixa dose ou até nem ter indicação para tal.
Outros medicamentos, tal como as sulfamidas, também podem ser indicados.
No caso de uma vasculite de pequenos vasos que só afeta a pele,
frequentemente é apenas necessário tratar a infecção subjacente e/ou retirar a
droga ou alimento que desencadeou a vasculite. No caso de uma vasculite com
atingimento renal (especialmente se envolve vasos sanguíneos de pequeno e
médio calibre), então, provavelmente, será necessário uma combinação de
vários medicamentos incluindo:
• um agente imunossupressor (geralmente a ciclofosfamida), que
“suprimirá” o sistema imune que ataca os vasos,
• corticóides, que podem ser tomados em comprimidos (por via oral) ou
por injeções (por via intravenosa).
No caso de uma vasculite de artérias de médio calibre, outros
tratamentos podem estar indicados, dependendo da doença:
• A Doença de Kawasaki pode ser tratada eficazmente com injeções de
imunoglobulina (uma proteína do sangue que interage com o sistema
imunitário),
• A hepatite associada à Poliarterite Nodosa pode ser tratada com um
medicamento antiviral (Interferom®,Ribavirina®,…) e plasmaferese (tratamento
que “limpa” o sangue).
13
No caso de uma vasculite de grandes vasos, o tratamento mais eficaz
consistirá em geral no uso de corticóides.
Estes são muito eficazes na Arterite Temporal e na Arterite do Takayasu.
(MALHEIRO FILIPA. 2006)
Os sinais cutâneos de vasculite incluem urticária, púrpura, pápulas
purpúricas, infiltrado, eritema, úlcera, infarto, nódulos e gangrena digital que
são freqüentemente associados com sintomas sistêmicos de febre, mal estar,
perda de peso, atralgias, e / ou artrite. Existem inúmeras doenças que podem
simular clinicamente a vasculite. Quando houver suspeita de vasculite cutânea,
o primeiro passo deve ser confirmar o diagnóstico por biópsia de pele. As áreas
geográficas de púrpura, com necrose e ulceração pode ser devido à síndrome
do anticorpo antifosfolípide, reconhecida histologicamente por pequenos vasos
não inflamatórios ou pequenos vasos neutrofílicos, identificados
histologicamente pelas descobertas de depósitos de fibrina nas paredes dos
vasos, restos nucleares perivascular, e rompimento de parede do vaso pela
infiltração de neutrófilos. (J. Andrew Carlson, 2006)
Três padrões de evolução da doença cutânea ocorrem em vasculite:
(1) único episódio agudo, auto-limitada (resolvido em 6 meses) de
vasculite tipicamente associado com uma droga ou provocada por infecções
( 60% dos casos);
(2) doença com períodos livres de sintomas normalmente encontrados
em pacientes com PHS (Púrpura Henöch-Schönlein) e CTD (Doença de Tecido
Conectivo) vasculite associada (20%);
(3) uma doença crônica e incessante, muitas vezes associados à
crioglobulinemia e malignidade (20%).
14
ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Conceito
Assistência Farmacêutica é um termo utilizado na Política Nacional de
Medicamentos para designar um conjunto de ações desenvolvidas pelo
farmacêutico e outros profissionais da saúde, voltadas à promoção, proteção e
recuperação da saúde, tanto a nível individual como coletivo, tendo o
medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional.
As atividades relacionadas à assistência farmacêutica vão desde a pesquisa, o
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como sua
seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de
qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento farmacoterapêutico,
avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados
concretos e da melhoria de qualidade de vida da população (BRASIL, 2004).
Com a evolução da tecnologia houve a introdução de novos fármacos,
modificando os procedimentos diagnósticos e terapêuticos, e com isso
aumentando a expectativa de vida da população mundial, e também o aumento
do número de medicamentos utilizados por pacientes, contribuindo para o seu
uso incorreto, e assim concorrendo para o aparecimento de complicações das
doenças causadas pela ineficácia do tratamento e suas reações adversas,
aumentando a mortalidade e os custos dos tratamentos. (OPAS-2002).
No sentido de incentivar a qualidade da assistência farmacêutica, em
1990, HEPLER & STRAND expuseram sua preocupação com os problemas
que os medicamentos podem causar em relação à diminuição da qualidade de
vida do paciente, através das reações adversas, a não aderência ao tratamento
e a prescrição inadequada. Os autores propõem o conceito de uma nova
prática, que se difundiu mundialmente, Atenção Farmacêutica.
A prática farmacêutica compreende atitudes, valores éticos,
comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na
prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada
à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com os pacientes e
15
familiares, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta
interação deve envolver a concepção dos seus sujeitos, respeitadas as suas
especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de
saúde (BRASIL, 2004).
Inicialmente Atenção Farmacêutica, foi concebida no processo de
atenção individual, contudo a declaração de Tóquio (ORGANIZACIÓN
MUNDIAL DE LA SALUD, 1993) amplia o beneficio da Atenção Farmacêutica
para a população em geral, sendo ainda reconhecido o profissional
farmacêutico como um dispensador da atenção à saúde, junto com outros
membros da equipe de saúde. Esta é uma prática centrada no paciente, a qual
requer trabalho conjunto do farmacêutico com o paciente e juntamente com a
equipe multidisciplinar.
A Organização Mundial de Saúde preconiza que o modelo de
atenção farmacêutica é para atender às necessidades da população, sendo o
farmacêutico, o dispensador da atenção à saúde e o paciente o principal
beneficiário desta filosofia de prática profissional. A OMS entende atenção
farmacêutica como o conjunto de atitudes, comportamentos, compromissos,
inquietações, valores éticos, funções, conhecimentos, responsabilidades e
destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de
alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do
paciente (OMS, 1993).
A dispensação é o ato farmacêutico de distribuir um ou mais
medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de
uma prescrição elaborada por um profissional autorizado. Neste ato, o
farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do
medicamento. São elementos importantes desta orientação, entre outros, a
ênfase no cumprimento do regime de dosificação, a influência dos alimentos, a
interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas
potenciais e as condições de conservação do produto (AGONESI, DANIELA
2008).
16
O MÉTODO DÁDER
O Método Dáder foi desenhado pelo “Grupo de Investigación en
Atención Farmacéutica de la Universidad de Granada”, no ano de 1999, e
atualmente está sendo utilizado em diversos países por centenas de
Farmacêuticos Comunitários em milhares de doentes (MACHUCA ,et AL 2003).
O Método Dáder baseia-se na obtenção da História Farmacoterapêutica
do doente, isto é, nos problemas de saúde que este apresenta nos
medicamentos que utiliza e na avaliação do seu Estado de Situação numa
determinada data, de forma a identificar e resolver os possíveis problemas
relacionados com medicamentos (PRM) que o doente apresenta. Após esta
identificação realizam-se as intervenções farmacêuticas necessárias para
resolver os PRM e posteriormente avaliam-se os resultados obtidos.
(MACHUCA; et AL 2003).
Define-se os PRM, como aquelas situações em que o processo de uso
de medicamentos causa ou podem causar o aparecimento de um resultado
negativo associado à medicação (RNM). Os PRM são elementos do processo
(entendendo como tal, tudo o que acontece antes do resultado), que se
supõem para o usuário de medicamentos, um maior risco de sofrer RNM. Os
RNM são considerados, como os resultados na saúde do paciente, que não
estão adequados ao objetivo da farmacoterapia em associação ao uso de
medicamentos (Terceiro consenso de Granada sobre problemas relacionados
com medicamentos, 2007).
Define-se como “suspeita de RNM” a situação na qual o paciente está
em risco de sofrer um problema de saúde associado ao uso de medicamentos,
geralmente pela existência de um ou mais PRM, ao que podemos considerar
como fatores de risco de RNM. (Terceiro consenso de Granada sobre
problemas relacionados com medicamentos, 2007)
17
Lista de Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM)
Administração errada do medicamento.
Características pessoais.
Conservação inadequada.
Contra-indicação.
Dose e duração não adequada.
Duplicidade.
Erros na dispensação.
Erros na prescrição.
Abandono da prescrição/posologia.
Interações.
Outros problemas de saúde que afetam o tratamento.
Probabilidade de efeitos adversos.
Problema de saúde insuficientemente tratado.
Outros.
18
OBJETIVOS
I. Aplicação da metodologia DÀDER de seguimento farmacoterapêutico a
paciente portadora de vasculite crônica.
II. Identificar e solucionar eventuais PRM que possam estar causando
RNM (Resultados Negativos a Medicamentos).
III. Através da aplicação da metodologia, obter uma melhora na qualidade
de vida da paciente.
19
MATERIAIS E MÉTODOS
Utilizando-se o Método DÁDER de Seguimento Farmacoterapêutico que
se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do paciente, avaliar seu
estado de situação, identificar os possíveis PRM/RNM e adequar a
farmacoterapia para que o paciente não sofra um problema de saúde
associado ao uso de medicamentos. Após esta identificação, serão realizadas
as intervenções farmacêuticas necessárias para resolver os prováveis RNM e
posteriormente serão avaliados os resultados obtidos.
Roteiro de aplicação da metodologia DÁDER
1. Oferta do serviço a paciente e assinatura do TCLE;
2. Visitação ao médico responsável pela paciente para coletar informações
da patologia em questão, e quais outras patologias estão envolvidas,
suas características, novas terapias e novos tratamentos;
3. Avaliação dos medicamentos que estão sendo utilizados pela paciente;
4. Análise de exames laboratoriais (anteriores e atuais);
5. Acompanhamento na evolução do quadro clínico e prestar Atenção
Farmacêutica
6. Aplicação da metodologia DÁDER para eventuais RNM, que serão
identificados na prescrição da paciente (caso seja necessário)
7. Baseado na literatura avaliar o quadro clínico e propor mudanças
conjuntas com o médico na prescrição da paciente;
8. Reavaliar o quadro clínico e verificar se foi solucionado os eventuais
RNM, em caso negativo, retornar ao item 3.
(Terceiro consenso de Granada sobre problemas relacionados com
medicamentos, 2007)
20
Estado de Situação em junho de 2010
Componentes da Apresentação do Caso Clínico
1. Informações gerais e queixas da paciente
S.M.C. é uma paciente do sexo feminino, de 65 anos, branca, dona de
casa, moradora em São Vicente, nos recebeu em sua casa para uma consulta
voluntária, com a intenção de relatar alguns sintomas indesejáveis que está
sentindo. Faz uso de polifarmácia para o a tratamento de uma vasculite e suas
queixas principais são:
Dores muito fortes em membro inferior direito;
Cefaléia constante;
Dores abdominais, na região do estômago (queimação);
Enjôos;
2. História da doença presente
A paciente é portadora de vasculite, relata que tem dificuldades para
dormir devido as fortes dores causadas por uma úlcera em membro inferior
direito (figura 1).
Neste mesmo membro a paciente desenvolveu uma “Anquilose Tíbio
Társica”. É considerada como de fundamental importância na fisiopatologia dos
pacientes com IVC, uma vez que, ao se reconhecer a imobilidade completa e
permanente dessa articulação, os pacientes se tornam incuráveis. A mobilidade
da articulação do tornozelo depende da eficiência da contração do músculo
tríceps sural, que é considerado uma parte fundamental da mais importante da
bomba impulso-aspirativa para o retorno venoso dos membros inferiores.
Assim, a flexibilidade desta articulação tem papel importante na eficiência da
bomba muscular da panturrilha para evitar a estase venosa e suas
conseqüências (Timi, Jorge Ribas, 2009).
21
Outras patologias diagnosticadas:
Arritmia;
Diabetes mellitus do tipo 2;
Hipertensão arterial
Dislipidemia.
(figura 1) Úlcera isquêmica não epitelizante em membro inferior direito
3. Histórico médico pregresso (Dados fornecidos pela paciente)
Este processo inflamatório está instalado há 14 anos, resultando em
úlcera de tendão isquêmica não epitelizante, localizado no terço distal do
membro direito, na fáscia externa.
Não foi possível descobrir a etiologia desta vasculite, suspeita-se que
não seja sistêmica, pela ausência de sintomas e sinais.
22
Para o tratamento da úlcera é prescrito a pomada papayna Gel a 2%,
esta aplicação é feita no interior da úlcera após a limpeza com solução
fisiológica. O creme fludroxicortida é passado na borda da úlcera, a fim de
impedir que a papayna gel não agrida os tecidos sadios que estão se formando
ao redor da úlcera. A pomada de óxido de zinco vitaminada também é usada
na parte de trás do membro, para diminuir a queimação da secreção.
4. Histórico Familiar
A mãe, falecida, foi diagnosticada com a mesma patologia, possuía
também úlcera em membro inferior. Ela possui uma irmã viva, bem e que não
apresenta a patologia.
5. Histórico Social
S.M.C nos relatou que é ex-fumante,não etilista e que durante 20 anos
consumia aproximadamente 01 maço de cigarros por dia,parou de fumar há
cerca de 10 anos.
6. Exame Físico.
S.M.C é uma pessoa idosa, consciente, com dificuldades de locomoção.
Apresenta PA controlada de 120 mmHg X 80 mmHg (através de
medicamentos).Horário da medição é sempre entre 10h e 11 h, feito pelo
atendimento „Home Care‟ de seu plano de saúde.
Temperatura corporal de 36,5 graus possui 1,68 metros de altura e 90
kilos de massa corporal classificada com IMC de 31,88 (obesidade Grau I).
23
A Prescrição Médica
1. Monocordil® 20 mg (arritmia) - mononitrato de isossorbida 3X ao dia
8h\16h\24h.
2. Sinvastatina 20 mg (dislipidemia) às 22h.
3. Venalot® (circulação) - cumarina/troxerrutina 2x ao dia 8h\22h. (a
prescrição é para 3 x ao dia, mas a paciente informa que está tomando
de 12h\12h devido ao elevado custo do medicamento.
4. Buferin cardio® 81 mg (antiagregante plaquetário) – ácido
acetilsalicílico no almoço aproximadamente 12h .
5. Metformina 850 mg (diabetes mellitus) 2X ao dia 10h\20h.
6. Dimorf® 10 mg (analgésico) - sulfato de morfina, 6 X ao dia
4h\8h\12h\16h\20h\24h.
7. Alegra® 120 mg (anti-histamínico) cloridrato de fexofenadina às 20h.
8. Carvedilol 12.5 mg (vasodilatador) às 8h.
9. Diurisa® (anti-hipertensivo) - furosemida 40 mg \ cloridrato de
amilorida cristalizada 10 mg,às 10h.
10. Etna citidina / uridina/ hidroxocobalamina (lesões nervosas,nervos
periféricos, coluna e dores de origem desconhecida)
11. Omeprazol 40 mg (Inibidor da bomba de prótons) às 07:45h.
12. Diazepan 10 mg (ansiolítico) toma somente aos sábados às 22h.
(ANVISA. Bulário eletrônico
<http//www.Anvisa.gov.br./medicamentos/bulário>)
24
RESULTADOS
1. Mononitrato de isossorbida 20 mg (Monocordil®)
Vaso dilatador metabólito de ação prolongada (mononitrato de
isossorbida). Provoca uma dilatação venosa sistêmica, diminui a pré-carga
mensurada pela pressão capilar pulmonar em cunha e pela pressão e volume
diastólicos finais ventriculares esquerdos. A redução média é de 25% em
repouso este efeito aumenta os sintomas congestivos na insuficiência cardíaca
e o gradiente de perfusão miocárdica em pacientes com coronariopatia. Sua
meia vida de excreção é de 4 horas.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a isossorbida, a nitratos orgânicos, uso concomitante
com inibidores da FDE-5 (sildenafila, Tadalafina, Vardenafila). No glaucoma de
ângulo fechado a pressão intra ocular pode aumentar. Contra indicado para
pacientes com anemia grave; Em pequenas doses pode ocorrer Hipotensão
postural, episódios passageiros de fraqueza, tontura ou síncope. Dose
excessiva pode causar cefaléia, turvamento da visão ou xerostomia.
Interações Medicamentosas
Efeitos sobre o CYP 450 (substrato CYP 3A4) podem aumentar os níveis
do monoidrato de isossorbida, antifúngicos azólicos, claritromicina, diclofenaco,
doxacitina, eritromicina, imatinibe, inibidores da protease, isoniazida,
nefazodona, propofol, quinidina, telitromicina e verapamil diminuem a pressão
arterial (sistólica e diastólica) o uso de sildenafila só pode ser administrado
após 24 horas.
2. Sinvastatina 20 mg
A sinvastatina é um agente redutor de colesterol, derivado
sinteticamente de um produto de fermentação do Aspergillus terreus. Apos a
ingestão oral, a sinvastatina é hidrolisada ao seu correspondente β-
25
hidroxiacido. Esse é o principal metabólito e o inibidor da 3-hidroxi-3-
metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase, uma enzima que catalisa um
passo precoce e limitante na biossíntese do colesterol. Como resultado, em
estudos clínicos, a sinvastatina reduziu as concentrações do colesterol
plasmático total e do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDL)
e a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL). Além disso, a sinvastatina
aumentou o HDL-colesterol e reduziu os triglicérides plasmáticos.
Em pacientes com diabetes mellitus, o risco de um evento coronariano
importante foi reduzido em 55%. Além disso, a sinvastatina reduziu
significativamente o risco de eventos vasculares cerebrais fatais e não fatais
(AVC e ataques isquêmicos transitórios) em 28%.
Interações medicamentosas
A sinvastatina é metabolizada pela isoenzima 3A4 do citocromo P450,
mas não exerce atividade inibitória sobre ela; conseqüentemente, não é
esperado que afete as concentrações plasmáticas de outros medicamentos
metabolizados pela CYP3A4. Inibidores potentes da CYP3A4 aumentam o
risco de miopatia por reduzirem a eliminação da sinvastatina.
O risco de miopatia também é aumentado pelos seguintes
medicamentos hipolipemiantes que não são inibidores potentes da CYP3A4,
mas que podem causar miopatia quando administrados isoladamente.
Derivados Cumarínicos: Em dois estudos clínicos, um realizado com
voluntários normais e outro com pacientes hipercolesterolêmicos, 20-40 mg/dia
de Sinvastatina potencializaram discretamente o efeito de anticoagulantes
cumarínicos: o tempo de protrombina, expresso como Relação Internacional
Normal ("INR"), aumentou dos valores do período basal de 1,7 a 1,8 e de 2,6 a
3,4 nos estudos realizados com voluntários e em pacientes, respectivamente. A
terapia com Sinvastatina não foi associada com sangramento ou com
alterações no tempo de protrombina em pacientes que não estavam tomando
anticoagulantes.
26
Contra-indicações
Hipersensibilidade a qualquer componente do produto; doença hepática
ativa ou aumentos persistentes e inexplicados das transaminases séricas;
gravidez e lactação.
Outros efeitos adversos
Tanto em estudos clínicos não-controlados como no uso rotineiro foram:
náusea, diarréia, erupção cutânea, dispepsia, prurido, alopecia, tontura,
câimbra muscular, mialgia, pancreatite, parestesia, neuropatia periférica,
vômitos e anemia. Raramente ocorreu rabdomiólise e hepatite/icterícia. Uma
síndrome de hipersensibilidade aparente foi raramente relatada e inclui
algumas das seguintes características: angiodema, síndrome do tipo lúpus,
polimialgia reumática, vasculite, trombocitopenia, eosinofilia, aumento de VHS,
artrite, artralgia, urticária, fotossensibilidade, febre, vermelhidão, dispnéia e
mal-estar.
3. Cumarina/troxerrutina (Venalot®).
Os agentes cumarina e troxerrutina contidos no Venalot® apresentam
efeito protetor do endotélio capilar, melhorando a capacidade do fluxo
sangüíneo através de ações hemodinâmicas e antitrombóticas. Com isto, a
exsudação de plasma para o interstício é diminuída. Obtêm-se, assim, melhora
do fluxo capilar que é apoiada pelos efeitos hemodinâmicos, demonstrado
especialmente pela troxerrutina, para a flexibilidade dos eritrócitos. No caso de
insuficiência venosa crônica, obtêm-se diminuição da adesão de leucócitos,
que danifica as paredes capilares e causa inflamações, assim como da
agregação de trombócitos, o que entre outros, é o centro dos processos
patológicos.
Efeito antiedematoso, antiflogísticos, protetor de tecido e linfocinético: A
cumarina contida estimula o efeito proteolítico dos macrófagos, em edemas
locais ricos em proteínas. Com a proteólise ocorre uma rápida remissão dos
edemas e do processo inflamatório, pois, a proteína do edema, responsável
pela retenção de água intersticial, causadora e mantenedora do processo
27
inflamatório, é dividida em pequenas moléculas e frações de moléculas. Estas
são transportadas através de capilares sangüíneos e linfáticos obtendo-se um
aumento da capacidade de transporte linfático, pelo visível efeito linfocinético
da cumarina e da troxerrutina
Ação esperada do medicamento
Melhora da circulação periférica venosa e linfática, diminuindo também o
inchaço decorrente de problemas dos vasos linfáticos e venosos.
Interações medicamentosas
A administração simultânea de drogas que prejudicam a função hepática
pode levar ao aumento de possíveis reações hepáticas.
Reações adversas e alteração dos exames laboratoriais
Tem sido relatado rubor (vermelhidão), distúrbios gastrointestinais,
cefaléia. Elevações eventuais de enzimas hepáticas (transaminases séricas,
gama-glutamil transpeptidases) podem ocorrer, predominantemente durante o
período inicial do tratamento, as quais diminuem com a descontinuação do uso
do produto. Casos isolados de hepatite acompanhados ou não de icterícia
foram relatados, e os mesmos foram reversíveis após a interrupção do
tratamento. Houve relatos isolados de doenças gastrointestinais.
Atenção diabéticos: contém açúcar.
4. Ácido acetilsalicílico 81 mg (Buferin cardio®).’
Contém ácido acetilsalicílico em formulação tamponada o que possibilita
uma absorção mais rápida, proporcionando o dobro da concentração
plasmática obtida com o ácido acetilsalicílico comum. Os três componentes de
ação tamponante, o carbonato de cálcio, o óxido de magnésio e o carbonato de
magnésio, presentes na fórmula de Bufferin, ajudam a prevenir o aparecimento
de eventos gastrintestinais comuns às formulações simples do ácido
acetilsalicílico. Os comprimidos revestidos facilitam a ingestão.
28
O ácido acetilsalicílico inibe a síntese de prostaglandinas e de
tromboxano A2, prevenindo a agregação plaquetária e a formação de trombos.
É um potente inibidor tanto da síntese das prostaglandinas como da agregação
plaquetária, entre os derivados do ácido salicílico. As diferenças entre a
atividade de Bufferin e a do ácido salicílico são devidas ao grupo acetila da
molécula de ácido acetilsalicílico. Este grupo é responsável pela inativação da
via cicloxigenase.
Interações medicamentosas
Inibidores da enzima conversora da angiotensina: os efeitos
hiponatrêmicos e hipotensivos dos inibidores da ECA podem ser diminuídos
pela administração concomitante de ácido acetilsalicílico, devido ao seu efeito
indireto sobre a via de conversão renina-angiotensina.
Diuréticos: a eficácia dos diuréticos pode ser diminuída pela
administração concomitante do ácido acetilsalicilíco, devido à inibição das
prostaglandinas renais, levando a uma diminuição do fluxo sangüíneo renal e à
retenção de sais e fluidos.
Hipoglicemiantes orais: doses moderadas de ácido acetilsalicílico podem
aumentar a eficácia destas drogas, levando a hipoglicemia.
Reações adversas ao medicamento
Gerais: febre, hipotermia e sede.
Cardiovascular: disritmia, hipotensão e taquicardia.
Sistema nervoso central: agitação, edema cerebral, coma, confusão,
tontura, dor de cabeça, hemorragia intracraniana ou subdural, letargia e
convulsões.
Fluidos e eletrólitos: desidratação, hipercalemia, acidose metabólica e
alcalose respiratória.
29
Gastrointestinal: dispepsia, sangramento gastrointestinal, ulceração e
perfuração, náusea, vômito, elevação transitória das enzimas hepáticas,
hepatite, síndrome de Reye e pancreatite.
Hematológico: prolongamento do tempo de protrombina, coagulação
intravascular disseminada, coagulopatia e trombocitopenia.
Hipersensibilidade: anafilaxia aguda, angioedema, asma,
broncoespasmo, edema de laringe e urticária.
Musculoesquelético: rabdomiólise.
Metabolismo: hiperglicemia e hipoglicemia (em crianças).
Respiratório: aumento anormal dos movimentos respiratórios, edema
pulmonar e respiração excessivamente rápida.
Sentidos especiais: perda de audição e zumbido. Pacientes que
freqüentemente apresentam perda de audição podem ter dificuldade em
perceber o zumbido. Nestes pacientes, zumbido não pode ser usado como um
indicador clínico de salicilismo.
Urogenital: nefrite intersticial, necrose papilar, proteinúria, insuficiência
renal e falência renal.
5. Cloridrato de Metformina 850 mg.
A principal indicação para a metformina é o diabetes mellitus tipo 2,
principalmente em pessoas obesas e quando acompanhado de resistência à
insulina. A metformina reduz a ocorrência de todas as complicações do
diabetes, sendo que é o único antidiabético oral comprovadamente capaz de
prevenir suas complicações cardiovasculares. A metformina por si só é incapaz
de provocar hipoglicemia, pois não aumenta ou estimula a secreção de
insulina, é às vezes considerado um "normoglicemiante". A metformina não
causa aumento de peso, e pode mesmo provocar discreto emagrecimento.
Também reduz os níveis de ácidos graxos livres, e pode reduzir discretamente
os níveis de LDL e triglicérides.
30
Efeitos adversos
Os mais comuns da metformina são de natureza gastrointestinal são
náuseas, vômitos, diarréia, gases, cólicas e falta de apetite – e são mais
freqüentes no início do tratamento ou após um aumento na dose. A metformina
parece provocar desconforto gastrointestinal mais freqüentemente que a maior
parte dos outros antidiabéticos. O uso prolongado da metformina está
associado a um aumento nos níveis de homocisteína no sangue e a má-
absorção da vitamina B12. Quanto maior a dose de metformina e o tempo de
uso, maior a incidência de deficiência de vitamina B12. O uso de metformina
está contra-indicado em pessoas com qualquer doença que possa aumentar o
risco de acidose láctica, como diminuição da função renal (níveis de creatinina
no sangue acima de 1,4 a 1,5 mg/dl, embora tais limites sejam arbitrários),
doenças do fígado, e estados associados à hipóxia.
Interações com outros medicamentos
A cimetidina (utilizada no tratamento da úlcera péptica) aumenta a
concentração de metformina no sangue, pois torna a remoção de metformina
pelos rins mais lenta. Tanto a metformina como a cimetidina (principalmente a
forma catiônica, ou positivamente carregada, desta) são excretadas pelos rins
do mesmo modo, e podem competir pelos mesmos mecanismos celulares de
transporte. Um pequeno estudo duplo-cego demonstrou que o antibiótico
cefalexina também aumenta a concentração de metformina, de modo
semelhante; teoricamente, muitos fármacos catiônicos (como a digoxina, a
morfina, o quinino e a vancomicina) podem produzir o mesmo efeito. A
furosemida, um diurético, interage com a metformina; a concentração e a meia-
vida da furosemida são reduzidas, enquanto a concentração de metformina
aumenta, sem alteração de sua remoção do organismo.
31
6. Sulfato de Morfina 10 mg (Dimorf®)
A morfina exerce primariamente seus efeitos sobre o SNC e órgãos com
musculatura lisa. Seus efeitos farmacológicos incluem analgesia, sonolência,
euforia, redução de temperatura corporal (em baixas doses), depressão
respiratória relacionada com a dose, interferência com a resposta
adrenocortical ao estresse (em altas doses), redução da resistência periférica
com pequeno ou nenhum efeito sobre o coração e miose. A morfina, como
outros opióides, age como um agonista interagindo com sítios receptores
estéreos específicos e ligações saturadas no cérebro, medula espinhal e outros
tecidos alterando processos que afetam tanto a percepção da dor como a
resposta emocional a ela.
Interações medicamentosas
Depressores do SNC: a morfina deve ser administrada com cautela em
pacientes que recebem concomitantemente medicamentos inibidores do SNC
(sedativos, hipnóticos, anestésicos em geral, anti-eméticos, fenotiazídicos,
outros tranqüilizantes e álcool) devido ao risco de depressão respiratória,
hipotensão, sedação profunda ou coma.
Inibidores da Monoamino-oxidase (MAO): a morfina não deve ser
administrada em pacientes que fazem uso de inibidores da MAO. Nestes casos
recomenda-se suspender o tratamento por pelo menos 14 dias devido a
possibilidade de potencialização de efeitos do opióide como ansiedade,
confusão mental, depressão respiratória e coma.
Diuréticos: a morfina pode reduzir a eficácia dos diuréticos pela indução
da liberação de hormônios antidiuréticos. Morfina pode levar à retenção urinária
por espasmo do esfíncter da bexiga em homens com prostatismo.
Antibióticos: Há algumas evidências de que a capacidade indutora
enzimática da rifampicina pode reduzir as concentrações séricas de morfina e
diminuir seu efeito analgésico; indução das enzimas responsáveis pela
conversão de morfina para o metabólito ativo glicuronato não pareceu ocorrer.
32
Benzodiazepínicos: Efeito sedativo aditivo pode ser esperado entre os
analgésicos opióides e benzodiazepínicos. Este efeito aditivo tem sido relatado
quando há associação de morfina e midazolam.
Metoclopramida: A metoclopramida potencializa a depressão do SNC
causada pela morfina. O efeito da metoclopramida sobre a motilidade gástrica
é reduzido pela morfina.
Antidepressivos tricíclicos: Quando administrados a pacientes com
câncer, em uso de solução oral de morfina, a clomipramida e a amitriptilina
aumentaram significativamente a disponibilidade de morfina no plasma. Nota-
se, entretanto, que a potencialização dos efeitos analgésicos da morfina por
essas drogas pode ser atribuída apenas pelo aumento da biodisponibilidade da
morfina. A dose de tricíclicos a ser utilizada concomitantemente com morfina,
em tratamento da dor de câncer, é melhor estipulada pela avaliação clínica do
que por dados farmacocinéticos.
Reações adversas a medicamentos
As reações adversas mais freqüentemente observadas incluem tontura,
vertigem, sedação, náusea, vômito e transpiração. Estes efeitos parecem ser
mais observados em pacientes ambulatoriais do que naqueles que não sofrem
dor grave. Em tais pacientes, são aconselháveis doses mais baixas.
Sistema Nervoso Central: Euforia, desconforto, fraqueza, dor de cabeça,
insônia, agitação, desorientação e distúrbios visuais. Não foram relatadas
concentrações de morfina no plasma que justificassem a mioclonia, razão pela
qual seu papel na gênese deste sinal é questionado.
Possivelmente seu surgimento é devido ao uso concomitante de outros
fármacos, como antidepressivos, antipsicóticos e AINHs. São bem controladas
com benzodiazepínicos (Midazolam).
Gastrintestinal: Boca seca, constipação e espasmo no trato biliar.
Cardiovascular: Rubor na face, bradicardia, palpitação e síncope.
33
Alérgico: Prurido, urticária, outras erupções cutâneas, edema e
raramente urticária hemorrágica.
Tratamento das Reações Adversas mais freqüentes:
Náusea e Vômito: O uso de fenotiazidas e anti-histamínicos pode ser um
tratamento efetivo para a náusea de fontes medular e vestibular
respectivamente. Entretanto, estas drogas podem potencializar os efeitos
colaterais do narcótico ou do produto contra a náusea.
Sonolência (sedação): Uma vez conseguido o controle da dor, a
sedação indesejável pode ser minimizada pela titulação da dose, para um nível
suficiente, para manter a dor tolerável ou um estado livre de dor.
Efeitos no músculo: É possível ocorrer um grave espasmo retovaginal
em pacientes que receberam morfina intratecal. Os espasmos foram
controlados com sucesso com midazolam.
7. Cloridrato de fexofenadina 120 mg (Alegra®)
Allegra® é um produto com ação anti-histamínica utilizado no
tratamento sintomático de manifestações alérgicas. Após dose única e doses
de duas vezes ao dia, via oral, de cloridrato de fexofenadina demonstrou- se
que o fármaco apresenta efeito anti-histamínico, iniciando-se dentro de 1 hora
e alcançando seu efeito máximo dentro de 2 a 3 horas, prolongando-se por 12
horas no mínimo. Foi alcançada mais de 80% de inibição máxima nas áreas de
formação de pápula e eritema. Não foi observada tolerância desses efeitos
após 28 dias.
Está indicado como anti-histamínico no tratamento das manifestações
alérgicas, tais como rinite alérgica e urticária. Não foi observada nenhuma
interação entre a fexofenadina e o omeprazol. No entanto, a administração de
um antiácido contendo hidróxido de alumínio e magnésio, aproximadamente 15
minutos antes do cloridrato de fexofenadina, causou uma redução na
biodisponibilidade.
Recomenda- se aguardar um período aproximado de 2 horas entre as
34
administrações de cloridrato de fexofenadina e antiácidos11 que contenham
hidróxido de alumínio e magnésio.
Interações medicamentosas
A administração concomitante do cloridrato de fexofenadina com
eritromicina ou cetoconazol não demonstrou nenhum aumento significativo no
intervalo QTc. Não foi relatado nenhuma diferença nos efeitos adversos no
caso destes agentes terem sido administrados isoladamente ou em
combinação.
Não foi observada nenhuma interação entre a fexofenadina e o
omeprazol. No entanto, a administração de um antiácido contendo hidróxido de
alumínio e magnésio, aproximadamente 15 minutos antes do cloridrato de
fexofenadina, causou uma redução na biodisponibilidade.
Recomenda-se aguardar um período aproximado de 2 horas entre as
administrações de cloridrato de fexofenadina e antiácidos que contenham
hidróxido de alumínio e magnésio.
Reações adversas a medicamentos
Nos estudos placebo-controlados envolvendo pacientes com rinite
alérgica sazonal e urticária idiopática crônica, os eventos adversos foram
comparáveis nos pacientes tratados com placebo ou fexofenadina.
Os eventos adversos mais freqüentes relatados em adultos incluem:
cefaléia (> 3%), sonolência, vertigem e náuseas (1-3%). Os eventos adversos
que foram relatados durante os estudos controlados envolvendo pacientes com
rinite alérgica sazonal e urticária idiopática crônica, com incidência menor do
que 1% e similares ao placebo e que foram raramente relatados após a
comercialização incluem: fadiga, insônia, nervosismo, alterações do sono ou
pesadelos. Foram relatados raros casos de exantema, urticária, pruridos e
reações de hipersensibilidade, tais como: angioedema, rigidez torácica,
dispnéia, rubor e anafilaxia sistêmica.
35
Os eventos adversos relatados em estudos placebo-controlados de
urticária idiopática crônica foram similares àqueles relatados em estudos
placebo-controlados de rinite alérgica.
Nos estudos placebo-controlados em crianças com 6 a 11 anos de idade
com rinite alérgica sazonal, os eventos adversos foram similares àqueles
observados nos estudos clínicos envolvendo adultos e crianças de 12 anos ou
mais com rinite alérgica sazonal.
8. Carvedilol 12,5 mg
É um antagonista neuro-hormonal de ação múltipla, com propriedades
betabloqueadoras não seletivas, alfa bloqueadora e antioxidante. O carvedilol
reduz a resistência vascular periférica por vasodilatação mediada pelo bloqueio
alfa1 e suprime o sistema renina-angiotensina-aldosterona devido ao bloqueio
beta; retenção hídrica é, portanto, uma ocorrência rara. O carvedilol não
apresenta atividade simpatomimética intrínseca e, como o propranolol,
apresenta propriedades estabilizadoras de membrana. O carvedilol não exerce
efeitos adversos no perfil lipídico. A relação HDL/LDL se mantém normal.
Em pacientes hipertensos e portadores de diabetes tipo 2, não se
observou influência do carvedilol na glicemia de jejum ou pós-prandial, nos
níveis de hemoglobina glicosilada ou necessidade de se alterar a dose dos
agentes antidiabéticos. Nos pacientes com resistência à insulina, o carvedilol
melhorou a sensibilidade à insulina.
Na Hipertensão arterial o carvedilol é indicado para tratamento isolado
ou em associação a outros agentes anti-hipertensivos, especialmente
diuréticos tiazídicos. Pode ser usado como adjunto à terapia padrão, em
pacientes incapazes de tolerar inibidores da ECA e também em pacientes que
não estejam recebendo tratamento com digitálicos, hidralazina ou nitratos.
O carvedilol não necessariamente deve ser ingerido junto a alimentos;
entretanto, em pacientes com insuficiência cardíaca, deverá ser administrado
com alimentos para reduzir a velocidade de absorção e diminuir a incidência de
efeitos ortostáticos.
36
Deve-se ter cautela ao administrar-se carvedilol a pacientes com
diabetes mellitus, pois os sinais e sintomas precoces de hipoglicemia podem
ser mascarados ou atenuados. Em pacientes com insuficiência cardíaca
congestiva e diabetes, o uso do carvedilol pode associar-se a piora do controle
da glicemia. Portanto, monitoração regular da glicemia é necessária nos
diabéticos quando o Carvedilol for iniciado ou titulado e a terapia
hipoglicemiante ajustada adequadamente. Atenção com diabéticos, pois
contém açúcar.
Carvedilol deve ser usado com cautela em pacientes com doença
vascular periférica, pois os betabloqueadores podem precipitar ou agravar os
sintomas de insuficiência arterial. Em pacientes com distúrbios circulatórios
periféricos (fenômeno de Raynaud) poderá ocorrer exacerbação dos sintomas.
Reações adversas ao medicamento
Sistema respiratório
Comuns: asma/dispnéia em pacientes com predisposição.
Raros: obstrução nasal.
Sistema gastrintestinal
Comuns: desconforto gastrintestinal (náuseas, dor abdominal e diarréia).
Raros: vômitos, obstipação intestinal.
Metabolismo
Hiperglicemia, hipoglicemia e deterioração do controle da glicose em
pacientes com diabetes mellitus preexistente. Hipercolesterolemia. Devido à
propriedade betabloqueadora, é possível o diabetes mellitus latente se
manifestar. Diabetes instalada pode se agravar e que a contra-regulação da
glicose seja inibida. Pacientes com insuficiência cardíaca podem,
ocasionalmente, desenvolver aumento do peso corporal. Dor nas
extremidades, distúrbios visuais e irritação ocular, redução do lacrimejamento e
secura da boca.
37
Principais Interações Medicamentos
Pode potencializar o efeito de outro medicamento com ação hipotensora
administrado concomitantemente ou que tenham a hipotensão como possível
efeito adverso.
Casos isolados de distúrbios da condução têm sido observados quando
carvedilol e diltiazem são administrados concomitantemente.
Após administração concomitante de digoxina e carvedilol, a
concentração plasmática de digoxina aumentou aproximadamente 15%.
Recomenda-se monitoração dos níveis de digoxina ao iniciar, ajustar ou
descontinuar o carvedilol.
A administração concomitante de clonidina e betabloqueadores pode
potencializar os efeitos de hipotensão e redução da freqüência cardíaca.
Os efeitos da insulina e de antidiabéticos orais podem ser aumentados.
Os sinais e sintomas de hipoglicemia podem ser mascarados ou
atenuados (especialmente taquicardia). Monitoração regular da glicemia é,
portanto, recomendada.
É necessário cautela em pacientes em uso de indutores de oxidases de
função mista, como a rifampicina, pois o nível sérico do carvedilol pode ser
reduzido, ou inibidores de oxidases de função mista, como a cimetidina, pois o
nível sérico pode ser aumentado. Entretanto, com base no pequeno efeito da
cimetidina sobre os níveis de carvedilol, a probabilidade de interações
clinicamente significativas é mínima.
Atenção especial aos efeitos sinérgico inotrópico negativo e hipotensor
do carvedilol e drogas anestésicas.
Administração concomitante do carvedilol e glicosídeos cardíacos
podem prolongar o tempo de condução AV.
Pacientes em uso de betabloqueadores e agentes depletores de
catecolaminas (inibidores da MAO) devem ser observados quanto a sinais de
hipotensão e/ou bradicardia severa.
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Observou-se aumento discreto nas concentrações de ciclosporina após
uso de carvedilol em pacientes transplantados renais que sofriam de rejeição
vascular crônica.
9. Furosemida 40 mg + Cloridrato de amilorida 10 mg (Diurisa®)
É indicado para edema de qualquer origem, circulatório, renal e
hepático. Particularmente indicado nos edemas refratários aos tratamentos
habituais e quando o uso prolongado de diurético é indicado. Atua inibindo o
transporte ativo de cloro na porção espessa da alça de Henle e desta maneira,
promovendo um aumento na eliminação de água e sódio pelo rim.
Reações adversas
Náuseas, diarréia, erupções cutâneas e perda de apetite.
Contra-indicações e precauções
O uso deste medicamento é contra indicado no primeiro trimestre de
gravidez, insuficiência renal com anúria, coma hepático, distúrbios graves do
equilíbrio eletrolítico. Em pacientes com função renal9 precária a administração
de Diurisa® deve ser feita sob controle, pois, poderá haver elevação dos níveis
plasmáticos de potássio. Durante o tratamento aconselha- se alimentação rica
em verduras e frutas (especialmente frutas cítricas, bananas, suco de tomate,
melão, etc.).
É uma associação de um diurético de grande potência natriurética e
caliurética, furosemida, com outro de pequena ação natriurética e com
capacidade de poupar potássio ao nível do túbulo distal, a amilorida, impedindo
a troca de potássio e íons hidrogênio por sódio, a amilorida além de prevenir o
aparecimento da hipocalemia, ainda corrige a alcalose metabólica,
principalmente a que decorre da perda urinária de potássio provocada quer por
hiperaldosteronismo, quer por uso de diuréticos com intensa ação natriurética.
A amilorida não tem efeito depressor sobre a filtração glomerular, o que permite
seu emprego em indivíduos com função renal diminuída.
39
Interações medicamentosas
A furosemida inibe a atividade dos anticoagulantes orais, devendo os
doentes em uso de estes medicamentos efetuarem provas de coagulação
periódica. A toxidade digitálica pode ser aumentada assim como pode
precipitar o aparecimento de anitúrias em pacientes portadores de isquemia
cardíaca. A furosemida, em função de diminuir a resposta das artérias as
aminas depressoras, deve ser descontinuada com uma semana de
antecedência em pacientes que irão submeter- se a uma cirurgia. Em pacientes
sob tratamento com lítio a administração de diuréticos somente será feita com
cuidado porque podem reduzir a excreção de lítio, aumentando seus níveis
séricos. A probenecida inibe a secreção da furosemida, em qualquer
concentração plasmática. A nefrotoxidade produzida pela cefaloridina é
acentuada pela furosemida e deve- se ser prudente ao usar qualquer
cefalosporina juntamente com furosemida.
10. Citidina/ Uridina/ Hidroxocobalamina (ETNA®)
É composto pelos ribonucleotídeos pirimidínicos CMP e UTP, extraído
de RNA degradado é indicado no tratamento de alguns tipos de patologias nos
nervos periféricos, tais como trauma ou compressão local.
Interações medicamentosas
Pode interagir por mecanismo de competição com os seguintes
retrovirais análogos do nucleosídeos pirimidínicos, devido à semelhança
estrutural: Estavudina,ribavirina,zalcitabina e lamivudina.
Reações adversas
Hipersensibilidade a formulação e aquelas relacionadas à lindocaína
(Arritmias, diminuição do inotropismo,convulsões metemoglobinemia)
40
11. Omeprazol 40 mg
Inibidor da bomba de próton, pró fármaco benzomidazol substituído que
se acumula no lado luminal dos canalículos secretores das células parietais.
São ativados pelos transportadores de ácido e a seguir ligam-se de modo
covalente às enzimas H+,K+, ATPase (bomba de próton) bloqueando-as
irreversivelmente e inibem de forma acentuada a secreção de ácido gástrico.
O omeprazol também usado na síndrome de Zollinger-Ellison um tumor
neuroendócrino hipersecretor de gástrina.
Efeitos colaterais mais comuns são diarréia e cefaléia.
Interações medicamentosas
Embora em menor proporção do que os antagonistas H2, o omeprazol
também pode inibir o metabolismo dos fármacos que dependem do citocromo
P-450 monoxigenase hepática. Nesses casos, quando houver necessidade de
administração concomitante desses tipos de fármacos, recomenda-se a
adequação de suas doses.
Anticoagulantes, cumarina ou derivados da indandiona; diazepam,
fenitoína e varfarina (medicamentos metabolizados por oxidação hepática)
podem ter sua eliminação retardada pelo omeprazol; benzodiazepínicos,
ciclosporinas ou dissulfiram; depressores da medula óssea (a administração
concomitante pode aumentar os efeitos leucopênicos e/ou trombocitopênicos
de ambas as medicações, se necessário o uso concomitante, devem ser
considerados os efeitos tóxicos); estudos de interação de omeprazol com
outros fármacos indicaram que não há influência sobre: cafeína, fenacetina,
teofilina, piroxicam, diclofenaco, naproxeno, propranolol, metoprolol, etanol,
ciclosporina, lidocaína, quinidina, estradiol, eritromicina e budesonida; durante
o tratamento concomitante de omeprazol e claritomicina, foi observado
aumento nas concentrações plasmáticas de ambas as substâncias, mas não
houve interação com o metronidazol ou a amoxicilina.
41
Reações adversas a medicamentos
Não são frequentes e, quando presentes, geralmente são de intensidade
leve, desaparecendo com a continuação do tratamento.
Sistema nervoso central e periférico: cefaleia.
Gastrintestinais: diarreia, constipação, dor abdominal, náusea/vômitos e
flatulência.
Sistema nervoso central e periférico: tontura, parestesia, sonolência,
insônia e vertigem.
Hepáticas: aumento das enzimas hepáticas (alanina, aminotransferase,
transaminase-glutâmico-oxalacético-sérica,transpeptidase-gamaglutamil,
fosfatase alcalina e bilirrubina).
Sistema nervoso central e periférico: confusão mental reversível,
agitação, agressividade, depressão e alucinações, principalmente em estado
grave.
Gastrintestinais: boca seca, estomatite, candidíase gastrintestinal.
Hepáticas: encefalopatia em pacientes com insuficiência hepática grave
preexistente, hepatite com ou sem icterícia, insuficiência hepática.
Pele: fotossensibilidade, eritema multiforme, síndrome de Stevens-
Johnsons, necrólise epidérmica tóxica, alopecia.
Outros: reações de hipersensibilidade como angioedema, febre,
broncoespasmo, nefrite intersticial e choque anafilático. Aumento da
transpiração, edema periférico, turvação da visão, alteração do paladar e
hiponatremia.
Reações adversas por sistema orgânico
Efeitos cardiovasculares: dor no peito, angina, taquicardia e bradicardia.
Efeitos dermatológicos: vasculite leucoclástica cutânea, eritema nodoso
e rash cutâneo.
42
Efeitos metabólico-endócrinos: hipoglicemia, aumento de peso,
hipercalemia, lesões renais, nefrite intersticial aguda e diminuição da absorção
de vitamina B12.
Efeitos gastrintestinais: dor abdominal, gastrite atrófica, diarreia por
Clostridium difficile, polipose glandular fúndica de estômago, câncer gástrico,
hipergastrinemia e superinfecção.
Efeitos hematológicos: neutropenia, anemia hemolítica, esofagite,
duodenite, letargia, dispneia, dificuldade urinária, distensão abdominal e
anemia megaloblástica.
Efeitos imunológicos: hipotensão, efeito carcinogênico, alterações
celulares e mutação genética.
Efeitos musculoesqueléticos: dor lombar, cãibra, distúrbio muscular,
fratura do quadril, miosite, dor nos membros inferiores e rabdomiólise.
Efeitos renais: nefrite intersticial, infecções do trato urinário, piúria
microscópica, proteinúria, hematúria, glicosúria, dor testicular e creatinina
sérica elevada.
Efeitos respiratórios: pneumonia, tosse, epistaxe e dor de garganta.
Durante o tratamento prolongado, foi observada alta frequência de
aparecimento de cistos glandulares gástricos.
Essas alterações são consequências fisiológicas da pronunciada inibição
da secreção ácida, sendo benignas e parecendo reversíveis.
12. Diazepan 10 mg
Este medicamento faz parte do grupo dos benzodiazepínicos e possui
propriedades ansiolíticas, sedativas, miorrelaxantes, anticonvulsivantes e
efeitos amnésicos. Sabe-se atualmente que tais ações são devidas ao reforço
da ação do ácido gama-aminobutírico (GABA), o mais importante inibidor da
neurotransmissão no cérebro. A substância ativa é rápida e completamente
43
absorvida após administração oral, atingindo a concentração plasmática
máxima após 30-90 minutos.
Interações medicamentosas
Tem sido descrito que a administração concomitante de cimetidina (mas
não ranitidina) retarda o clearance do diazepam. Existem igualmente estudos
mostrando que a disponibilidade metabólica da fenitoína é afetada pelo
diazepam. Por outro lado, não existem interferências com os antidiabéticos,
anticoagulantes e diuréticos comumente utilizados. Se o diazepam é usado
concomitantemente com outros medicamentos de ação central, tais como:
neurolépticos, tranqüilizantes, antidepressivos, hipnóticos, anticonvulsivantes,
analgésicos e anestésicos, os efeitos destes medicamentos podem
potencializar ou serem potencializados pelo diazepam. O uso simultâneo com
levodopa pode diminuir o efeito terapêutico da levodopa.
Existe interação potencialmente relevante entre diazepam e os
compostos que inibem certas enzimas hepáticas (particularmente citocromo P-
450 3A). Estudos indicam que estes compostos influenciam a farmacocinética
do diazepam e podem aumentar e prolongar a sedação. Esta reação ocorre
com cimetidina, cetoconazol, fluvoxamina, fluoxetina e omeprazol.
Reações adversas/colaterais:
Os efeitos colaterais mais comumente citados são: cansaço, sonolência
e relaxamento muscular; em geral, estão relacionados com a dose
administrada. Têm sido descritas reações paradoxais tais como: excitação
aguda, ansiedade, distúrbios do sono e alucinações. Quando estes últimos
ocorrem, o tratamento com diazepam deve ser interrompido. Particularmente
após administração endovenosa rápida, podem ocorrer: trombose venosa,
flebite, irritação local, edema ou, menos freqüentemente, alterações
vasculares. Veias de pequeno calibre não devem ser escolhidas para a
administração, devendo-se evitar principalmente a administração intra-arterial e
o extravasamento do medicamento.
44
(Figura 4) Ficha de Assistência Domiciliar de julho /2010 mostrando atual prescrição.
45
Acompanhamento Farmacoterapêutico realizado em 08 de agosto de 2010
Sintomas atuais e queixas da paciente:
Dor no membro direito; cefaléia (têmporas e no lobo frontal); falta de ar;
edema nos membros inferiores e dores nas costas (coluna e lombar);
Após análise, a paciente foi orientada e foram atualizados os horários de
alguns medicamentos da prescrição
07h45 - Omeprazol
08h00 - Cumarina (Benzopirona) /Troxerrutina
- Sulfato de morfina
- Mononitrato de isossorbida
- Carvedilol.
10h00 - Furosemida \ Cloridrato de Amilorida
- Cloridrato de Metformina.
11h35 - Sulfato de morfina (a dose foi adiantada, por não agüentar a dor).
12h00 - Ácido acetilsalicílico tamponado
- Fosfato dissódico de Citidina/Trifosfato trissódico de
- Uridina/Acetato de Hidroxocobalamina.
15h30 - Mononitrato de isossorbida
- Sulfato de morfina
16h00 - Trometamol cetorolaco (Sublingual)
19h00 - Furosemida \ Cloridrato de Amilorida
19h30 - Sulfato de morfina
20h00 - Cloridrato de fexofenadina
- Cloridrato de Metformina
22h15 - Sulfato de morfina
- Cumarina (Benzopirona) /Troxerrutina
46
- Monidrato de isossorbida
- Sinvastatina.
04h00 - Sulfato de morfina
Aos sábados as 22h30 a paciente têm prescrito pelo médico o ansiolítico
benzodiazepínico “Diazepan”, a paciente toma o ansiolítico para que no dia
seguinte, quando não tem o atendimento “Home Care” ela possa dormir até
mais tarde.
A paciente nos relatou que tem dois novos medicamentos prescritos pelo
médico.
O primeiro medicamento é de formulação manipulada, é um analgésico
e contém os seguintes compostos:
13. Meloxican 7,5 mg (Antiinflamatório não esteroidal,Analgésico)
14. Gabafentina 400 mg (analgésico neuropático)
15. Ranitidina 100 mg (Antiulceroso,Antagonista de receptores H2)
16. Paracetamol 400 mg (Analgésico,Antitérmico)
17. Piridoxina 100 mg (Vitamina do complexo B,Suplemento nutricional)
A posologia é tomar uma cápsula de 12 /12 horas, a paciente diz que
tomou o novo medicamento na quinta-feira (05/08) e na sexta-feira (06/08),
mas parou devido aos seguintes efeitos adversos: boca amarga, ânsia de
vômito e enjôo.
Segundo medicamento prescrito também é um analgésico, com a
intenção da retirada do sulfato de morfina para o tratamento da dor.
47
Trometamol cetorolaco (Toragesic®)
Tometamol cetorolaco é um potente agente analgésico da classe dos
antiinflamatórios não esteroidais (AINE‟s). Não é um opiáceo e não apresenta
efeitos sobre os receptores opiáceos. Seu mecanismo de ação é através da
inibição do sistema enzimático cicloxigenase e, conseqüentemente, da síntese
de prostaglandinas. Pode ser considerado um analgésico de atividade
periférica. Sua atividade biológica está associada com sua forma S. No
apresenta propriedades sedativas ou ansiolíticas. Está indicado para o
controle, em curto prazo, da dor aguda, de moderada a severa intensidade.
-Este medicamento esta sendo administrado às 03h30, segundo a nova
prescrição.
Interações medicamentosas
O uso concomitante com outros AINE‟s pode aumentar o risco de efeitos
adversos;
Cumarínicos, indandiônicos, heparina e medicamentos trombolíticos
(alteplase,anistrelase, estreptoquinase, uroquinase): podem ser perigosos
devido à inibição plaquetária exercida pelos AINEs e também devido ao
aumento do risco de ulcerações e hemorragias gastrintestinais;
Antidiabéticos orais ou insulina: aumentam o efeito hipoglicemiante, pois
as prostaglandinas estão diretamente envolvidas no mecanismo regulador do
metabolismo da glicose, e também, possivelmente, os antiinflamatórios
nãoesteróides deslocam os antidiabéticos orais do complexo protéico
plasmático;
Anti-hipertensivos: há uma redução ou reversão do efeito anti-
hipertensivo devido, possivelmente, à inibição de prostaglandinas renais e/ou
causar a retenção de sódio e de líquidos;
Diuréticos: pode haver diminuição da eficácia diurética e anti-
hipertensiva e aumento do risco de insuficiência renal secundária,
provavelmente devido à inibição da síntese de prostaglandinas renais;
48
Reações adversas do medicamento
Gastrintestinais: náusea, dispepsia, dor gastrintestinal, sangramento
gastrintestinal, desconforto abdominal, hematêmese, gastrite, esofagite,
diarréia, eructação, constipação, flatulência, saciedade, melena, úlcera péptica,
ulceração gastrintestinal não-péptica, sangramento retal, estomatite ulcerativa,
vômito, hemorragia, perfuração, pancreatite.
Sistema nervoso central / musculoesquelético: ansiedade, sonolência,
dor de cabeça, suor, boca seca, nervosismo, parestesia, distúrbios funcionais,
pensamento anormal, depressão, euforia, convulsões, sede excessiva,
dificuldade de concentração, insônia, mal-estar, fadiga, estimulação, vertigem,
paladar e visão anormal, neurite óptica, mialgia, sonhos anormais, alucinações,
hipercinesia, perda da audição, tinito, meningite asséptica, reações psicóticas.
Sangramento: ferida hemorrágica pós-operatória, hematoma, epistaxe,
aumento do tempo de sangramento.
Outros: astenia, edema, ganho de peso, anormalidades dos testes de
função hepática, hepatite, falência do fígado, icterícia, febre.
49
(Figura 5) - Resultado bacterioscópico do dia 24/07/2010
Nesta mesma data foi feito nova cultura da secreção (figura 5) para
avaliar o tratamento da infecção bacteriana, que esta instalada na úlcera.
50
Acompanhamento Farmacoterapêutico realizado em 22 de agosto de 2010
Durante a entrevista a paciente nos relata continuar apresentando os
mesmos sintomas e queixas desde o ultimo acompanhamento. Nesta semana
a prescrição continuou a mesma, apenas a adição de PRONTOSAN® -
(betaína, poliexanida, glicerol, água, hidroxietilcelulose), prescrita para
lavagens constantes da úlcera. Inicialmente a paciente está testando em uma
pequena porção da úlcera, os resultados ainda não foram verificados, mas já
se sabe que a solução esta causando um aumento de dor e isto pode
ocasionar um abandono ao tratamento.
Em posterior acompanhamento feito no dia 05 de setembro, foi relatado
pela paciente, o abandono do tratamento. A solução PRONTOSAN causou
necrose tecidual em uma grande área da úlcera, comunicando o fato ao seu
médico, ele recomendou apenas utilizar uma vez por semana.
51
DISCUSSÃO
As interações entre drogas podem ser significativas se a doença tratada
é grave ou potencialmente fatal. A incidência das interações oscila de 3 a 5%
nos pacientes que recebem poucos medicamentos e até 20% naqueles que
recebem de 10 a 20 drogas. (BISSON, 2007).
As respostas decorrentes das IMs podem ser desejadas ou indesejadas.
São desejadas e necessárias na medida em que reduzem os efeitos colaterais
ou melhoram a eficácia terapêutica dos agentes combinados. São indesejadas
quando prejudiciais à terapia, podendo aumentar as RAMs e causar ineficácia
terapêutica. (GUASTALDI, 2008).
Seguindo os conceitos da metodologia DÁDER, podemos observar no
caso clínico analisado, o aparecimento de no mínimo oito PRM (de acordo com
a lista de PRM descritos na página 17 deste trabalho) entre eles os que mais
estão interferindo na saúde da paciente são:
Probabilidade de efeitos adversos;
Interações
Problemas de saúde insuficientemente tratados;
Características pessoais;
Estes PRM detectados nos acompanhamentos farmacêuticos mostram
que a paciente esta tendo um Resultado Negativo da Medicação, e que os
resultados na saúde da paciente não estão adequados aos objetivos da
farmacoterapia e estão associados a uma falha no uso do medicamento.
As interações que encontramos durante o acompanhamento da
posologia e nos medicamentos prescritos para a paciente foram:
Ácido Acetilsalicílico interagindo de forma moderada com Cloridrato de
Amilorida, a eficácia dos diuréticos pode ser diminuída pela administração
concomitante do ácido acetilsalicílico, devido à inibição das prostaglandinas
renais, levando a uma diminuição do fluxo sangüíneo renal e à retenção de sais
e fluidos. De acordo com a análise, estes medicamentos não precisam ser
52
substituídos apenas deveriam estar sendo administrados em horários
diferentes.
Sulfato de Morfina - A morfina pode reduzir a eficácia dos diuréticos
pela indução da liberação de hormônios antidiuréticos, foi observada na atual
posologia o pouco tempo de administração entre as doses do sulfato de
morfina e os diuréticos Furosemida e Cloridrato de Amilorida, aconselhamos
aumentar o intervalo de tempo entre as doses para que esta interação possa
ser minimizada.
O mononitrato de isossorbida em administração conjunta com Carvedilol
tem classificação de interação moderada, o mononitrato causa efeitos aditivos
na ação Hipotensiva do carvedilol, podendo causar hipotensão ortostática na
paciente. A mudança na dosagem ou a troca dos horários na posologia
deveriam ser reavaliadas pelo médico.
Entre a Metformina e o Cloridrato de Amilorida esta ocorrendo uma
interação de intensidade moderada, a administração concomitante destes
fármacos pode aumentar os riscos de acidose Lática. Os dois fármacos
competem pela mesma via de excreção. Segundo a literatura é recomendado o
ajuste da dose ou a administração desses dois fármacos em horários
diferentes.
Na analise de Risco X Benefício, a Sinvastatina, um medicamento
utilizado pela paciente para tratar a dislipidemia, causa uma síndrome de
hipersensibilidade aparente, foi raramente relatada e inclui algumas das
seguintes características: angiodema, síndrome do tipo lúpus, polimialgia
reumática, vasculite, trombocitopenia, eosinofilia, aumento de VHS, artrite,
artralgia, urticária, fotossensibilidade, febre, vermelhidão, dispnéia e mal-estar.
Este efeito adverso da sinvastatina, mesmo que de forma rara, deveria ser
reavaliado pelo seu médico em sua prescrição.
Omeprazol tem um efeito adverso dermatológico, causador de vasculite
leucoclástica cutânea, eritema nodoso e rash cutâneo. Na tentativa de diminuir
ao máximo os efeitos colaterais deste medicamento a sua reavaliação deve ser
realizada.
53
Outro medicamento que deveria ser reavaliado pelo médico, é a
Furosemida, está descrito na bula que um dos efeitos adversos e causar nefrite
intersticial, Vasculite ou eosinofilia. Também são reações raras, mas como já
dissemos, a paciente tem vasculite diagnosticada e este efeito pode agravar o
quadro clínico.
Continuando a análise da prescrição, notamos que a maioria dos
sintomas e queixas relatadas pela paciente são causados por uma grande
parte dos medicamentos prescritos.
Outros medicamentos que contém açúcar na sua formulação, como o
Venalot e o Carvedilol contribuem para o descontrole do Diabetes.
O Trometamol cetorolaco o Omeprazol e a Sinvastatina podem estar
causando as mialgias e as dores nos membros inferiores que a paciente tanto
se queixa.
A Cefaléia constante que a paciente tem nos descrito, esta relatada na
bula do Mononitrato de isossorbida, na Fexofenadina, no Omeprazol e no
Diazepam.
Ao elaborarmos o plano de orientação da paciente, constatamos os
seguintes erros no estado de situação: interromper o tratamento com
medicamentos prescritos sem o consentimento médico; falta de recursos
financeiros para adquirir o medicamento; desconsiderar as orientações
referentes à utilização conjunta de alimentos com medicamentos; omitir doses
prescritas de determinados medicamentos e auto administrar dose adicional
quando não ocorre alívio dos sintomas.
Todas estas situações observadas e estudadas ao longo deste trabalho
farão parte de uma carta que será encaminhada para o médico, com o intuito
de esclarecer o prescritor sobre todos os Resultados Negativos que a
Medicação esta causando na farmacoterapia e na qualidade de vida da
paciente.
54
CONCLUSÃO
Neste estudo podemos concluir que tanto a paciente quanto o médico
desconhecem a totalidade dos efeitos adversos e das interações
medicamentosas que os fármacos podem estar causando no tratamento de
diversas patologias. Quando se busca o restabelecimento da saúde, é de
fundamental importância a inserção do Farmacêutico durante todas as fases da
farmacoterapia, com a tarefa de esclarecer, aconselhar e resolver na medida
do possível todos os efeitos indesejados, minimizando os custos no tratamento,
os resultados negativos da medicação e o retorno da qualidade de vida.
O farmacêutico deve orientar sobre a maneira de acondicionamento,
administração, dosagem, dentre outras preocupações. Este profissional
juntamente com o prescritor poderá assistir e elucidar os pacientes sobre a
melhor terapia a ser adotada. Como resultado acrescenta mais segurança e
promove uma melhor adesão da população a farmacoterapia.
É importante lembrarmos que a adoção de um estilo saudável de vida é
fundamental para pacientes que fazem uso de polifarmacoterapia e tem
diversas patologias associadas. O hábito de alimentar-se deve incluir a redução
da quantidade de açúcar nas refeições para os Diabéticos e redução da
ingestão de sódio nos pacientes Hipertensos, tanto na elaboração de alimentos
quanto nos industrializados.
Quanto aos resultados, ainda não alcançamos os níveis desejados de
controle das patologias envolvidas e da segurança farmacoterapêutica. Ainda
estamos no aguardo de uma resposta do médico da paciente, com as
mudanças que se tornam necessárias.
55
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58
ANEXOS
TERMO DE CONSENTIMENTO À UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
_______________________________________________________________ (Nome),
portador (a) da Célula de Identidade RG nº: __________________________________,
e cadastrado(a) junto ao CPF sob o nº:_______________________________________,
residente e domiciliado na _________________________________________________
______________________________________________, CEP:___________-_______,
nascido em _____/_____/________, Sexo:____________________________________,
Fones: ( )____________________________________________________________,
E-mail:________________________________________________________________,
ciente das características e condições do Projeto: “FARMÁCIA CLÍNICA:
IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DÁDER COMO MANUAL DE
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTES
PORTADORES DE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL “ cujas
orientações recebi por escrito e verbalmente em reunião realizada no dia
_____/_____/________, requeiro minha inclusão no referido Projeto e desde já:
a) Dadas as minhas condições pessoais, de hipertensão e diabetes e uso contínuo de
medicamentos, isento a Universidade Santa Cecília e os respectivos profissionais de
quaisquer responsabilidades decorrentes de atividades correta e prudentemente
ministradas sob o ponto de vista técnico-científico, em especial das responsabilidades
civil, administrativa e criminal, em virtude de eventuais ocorrências.
b) Tenho ciência ainda que deverei, para acessar o Consultório Farmacêutico, localizado
no 6º andar do Bloco E, utilizar obrigatoriamente o elevador ali existente, sendo
vedada a utilização das escadas, salvo se devidamente orientado e acompanhado por
integrante da Instituição.
c) Declaro ainda que cedo minha imagem e os resultados obtidos em função da minha
participação, autorizando a UNISANTA a reproduzi-los ou divulgá-los junto à internet,
jornais, televisão e todos os demais meios de comunicação, públicos ou privados, sendo
que em nenhuma hipótese poderá a imagem ser utilizada de maneira contrária à moral,
aos bons costumes ou à ordem pública, mas sim sempre no sentido acadêmico,
científico, técnico, cultural e social.
d)Tenho ciência ainda que as atividades poderão ser interrompidas a qualquer momento,
a critério de qualquer uma das partes, mediante comunicação prévia.
e) Declaro:
( ) não tenho plano de saúde
( ) tenho o seguinte plano de saúde:_____________________________________
Em caso de alguma eventualidade, solicito, se possível, ser encaminhado para o
seguinte serviço de saúde: _________________________________________________
e que seja contatado(a) a(s) seguinte(s) pessoa(s), através do(s) respectivo(s)
telefone(s):_____________________________________________________________
Santos, ______/______/________, Assinatura: ________________________________
59
Cultura em Geral/Antibiograma
(Figura 2) Cultura em Geral e Antibiograma
60
(Figura 3) Controle de atendimento feito pelo plano de saúde da paciente.