FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS Bacharelado em Humanidades

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Avaliação de Impacto Ambiental - Prof. Dr. Evandro Sathler

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTALAVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

(A.I.A.)(A.I.A.)

Aula de 21 de outubro de 2011

Modulo IV:

Análise de Risco

(capítulo 12 do livro base – Sánchez - 2008)



CONTEXTUALIZAÇÃO

Alguns dos impactos negativos analisados no contexto da AIA apenas se manifestam no caso

de funcionamento anormal do

empreendimento.



CONTEXTUALIZAÇÃO

Na análise de viabilidade de um projeto/empreendimento depara-se

com perguntas como:

O que aconteceria se...?



CONTEXTUALIZAÇÃO

O mau funcionamento (intrínseco, falha humana ou de

materiais) em algum componente ou no empreendimento como um todo pode causar impacto muito mais significativo do que aqueles

impactos considerados no funcionamento normal.



CONTEXTUALIZAÇÃO

Do ponto de vista do risco pode-se considerar dois tipos:

RISCOS AGUDOS

Acidentes industriais ampliados

RISCOS CRÔNICOS

Exposição da população a agentes físicos (ruído, contaminação etc.)



CONTEXTUALIZAÇÃO

A análise de riscos pode ser dividida em três classes:

(1) Análise de segurança;

(2) Avaliação de risco à saúde;

(3) Avaliação de risco ecológico.

NO CONTEXTO DA AIA PREFERE-SE O TERMO:

ANÁLISE DE RISCOS TECNOLÓGICOS.ANÁLISE DE RISCOS TECNOLÓGICOS.



TIPOS DE RISCOS AMBIENTAIS

São muitas as classificações para os chamados riscos ambientais:

RISCOS

AMBIENTAIS

RISCOS NATURAIS

RISCOS TECNOLÓGICOS

Atmosféricos, hidrológicos, geológicos, biológicos, siderais

Agudos, crônicos



TIPOS DE RISCOS AMBIENTAIS

Dentro da AIA a preocupação com o risco se refere normalmente aos riscos

tecnológicos.

Dentre estes os riscos agudos são os que se prende mais a atenção.

Isto não impede que os riscos crônicos sejam mais significativos que os agudos.



UM LONGO HISTÓRICO DE ACIDENTES TECNOLÓGICOS

São muitas as razões para que os riscos de acidentes sejam considerados na AIA

em determinados projetos/empreendimentos.

?Porque as conseqüências de um acidente

podem representar impactos significativos, mesmo que na operação normal eles não

ocorram.




Alguns exemplos:

Bhopal (India)1984 – Vazamento químico = 1.762 mortos + 60.000 pessoas contaminadas;

Cubatão (Brasil) 1985 – Vazamento químico = 6.000 pessoas evacuadas;

Alasca (EUA) 1989 – Vazamento de petróleo = 1.000 km de costa poluída + 35.000 aves mortas.




Todo projeto/empreendimento com potencial de risco de acidente deve incluir programas

de gerenciamento, incluindo aspectos preventivos e corretivos.

Na medida que o risco de acidentes é considerado impacto significativo à

segurança, à vida e ao ambiente, ele deve ser incorporado de forma mais efetiva na AIA.



DEFINIÇÕES

Analisando o risco é necessário diferenciar dois conceitos fundamentais:

PERIGO

RISCO

Situação ou condição que tem potencial de acarretar conseqüências indesejáveis: trata-se de uma

característica intrínseca de uma substância, uma instalação ou um artefato

A contextualização de uma situação de perigo. Possibilidade de materialização do perigo ou da ocorrência de um evento

indesejado.



DEFINIÇÕES

Risco pode ser definido, ainda, como:

O potencial de ocorrência de resultados adversos indesejados para a saúde ou para a vida humana; para o

ambiente ou para bens materiais.

Formalmente, risco é definido como o produto da probabilidade de ocorrência de um determinado evento pela

magnitude das conseqüências.



DEFINIÇÕES

O grau de risco depende da magnitude das conseqüências.

A avaliação de riscos é uma atividade correlata à AIA, mas se desenvolveu

em contextos distintos, por comunidades profissionais e disciplinares diferenciadas.



DEFINIÇÕES

A Avaliação de Riscos é, geralmente, analisada em quatro etapas:

Identificação de perigos;

Análise das conseqüências e estimativas dos riscos;

Avaliação dos riscos;

Gerenciamento dos riscos.



DEFINIÇÕES

Risco, portanto, é entendido como a conjugação da

probabilidade de que ocorra uma falha

com a

magnitude das conseqüências

Assim sendo, o gerenciamento de riscos deve agir sobre ambas.

Medidas de prevenção de acidentes devem estar associadas levando-se em consideração

a localização do projeto/empreendimento.



ESTUDOS DE ANÁLISE DE RISCO

Um estudo de risco, portanto, está centrado na identificação de perigos, estimando-se o risco e sua

magnitude e propondo medidas de gerenciamento dos riscos.

As medidas se dividem:

PREVENTIVAS;

EMERGÊNCIA.

Objetivam reduzir as probabilidades de ocorrência de acidentes e suas

conseqüências

Objetivam um modus operante para a eventualidade de ocorrência do acidente




Os estudos de risco podem ser conduzidos de forma integrada à AIA ou de forma independente.

No licenciamento de alguns projetos/empreendimentos potencialmente perigosos serão exigidos estudos de

análise de risco.

Para os projetos/empreendimentos de sistemas de dutos de transporte de petróleo e gás e outras substâncias

químicas os estudos de análise de risco serão sistematicamente exigidos.

O tipo de substância química e a localização do projeto/empreendimento determinam os critérios de

classificação das instalações perigosas.




Os principais itens de um Estudo de Análise de Risco são:

Caracterização do empreendimento e da região;

Identificação dos perigos e consolidação de cenários de acidentes;

Estimativa dos efeitos físicos e análise de vulnerabilidade;

Estimativa de freqüências;

Estimativa e avaliação de riscos;

Gerenciamento de riscos.




Caracterização do empreendimento e da região:

Descrição das instalações e das atividades. Descrição do local,

especialmente as características climáticas e meteorológicas, uso do solo, entorno do empreendimento,

população e bens a proteger.




Identificação dos perigos e consolidação de cenários de acidentes:

Procedimentos sistematizados são empenhados na busca da identificação das possíveis seqüências de eventos que podem resultar na liberação acidental de substâncias ou outros efeitos

negativos.

Cenários são preparados em função da severidade dos danos, ou seja, situações plausíveis de acidentes.

Algumas técnicas:

Análise Preliminar de Perigos (APP);

Análise de Perigos e Operabilidade (HAZOP);

Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE).




Estimativa dos efeitos físicos e análise de vulnerabilidade:

Trata-se da previsão das conseqüências ambientais no caso em que os cenários sejam confirmados na

análise.

Existem diversos modelos matemáticos que simulam efeitos de acidentes.




Estimativa de freqüências:

Trata-se da quantificação de ocorrência dos cenários de acidentes identificados, levando-se em

consideração dados históricos ou opinião de especialistas.




Estimativa e avaliação de riscos:

Trata-se de uma estimativa quantitativa, probabilística do risco impingido às pessoas da área de influência do projeto/empreendimento.




Gerenciamento de riscos.

Formulação de diferentes medidas preventivas para evitar a ocorrência de acidentes e reduzir seus

efeitos.

Inclui a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Risco (PGR) e um Plano de Atendimento a

Emergências (PAE).




Por vezes a preparação de um estudo completo de análise de risco pode ser substituído por um Plano de Gerenciamento

de Risco (PGR), que é incorporado ao EIA.




Um PGR apresentado para fins de licenciamento em geral contêm as seguintes informações:

Informações de segurança do processo;

Revisão dos riscos do processo;

Gerenciamento de modificações;

Manutenção e garantia de integridade de sistemas críticos;

Procedimentos operacionais;

Capacitação de recursos humanos;

Plano de ação de emergência;

Auditorias.




Este modelo de PGR tem por base a indústria química.

Com algumas variações e adaptações este modelo pode ser usado em outros setores.

Leitura do primeiro parágrafo da pg. 325



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO

A análise de riscos ambientais desenvolveu-se a partir da industria

nuclear.

Acidentes com reatores ou outras instalações nucleares são – geralmente –

de baixa probabilidade de ocorrência.

Porém suas conseqüências são de grandes proporções.



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO – identificação de perigos

Identificação de Perigos

É o ponto de partida dos estudos de risco. Alguns não passam desta fase, dirigindo-se diretamente para a

elaboração de um PGR.

Nos casos em que é necessária uma análise mais sofisticada, estimam-se as freqüências de ocorrência de

certos cenários, estimando-se os riscos.

A identificação de perigos pode ser realizada através de uma varredura da instalação analisada, buscando-se identificar falhas operacionais e quantificação de suas

freqüências.




Dez diferentes técnicas de identificação de riscos:

1. Análise histórica de acidentes: levantamento de acidentes ocorridos em instalações similares;

2. Inspeção de segurança: somente se aplica a instalações em funcionamento;

3. Lista de verificação: seqüência lógica de questões para avaliação das condições de segurança de uma instalação: condições físicas, equipamentos e operações. A lista de verificação aplica-se às etapas de elaboração do projeto, de construção, de operação e paradas para manutenção;




4. Método “E se...? Identificação de eventos indesejados;

5. Análise preliminar de riscos: aplicada nas etapas de planejamento de projetos objetivando-se uma identificação precoce de situações indesejadas;

6. Estudo de riscos e operabilidade: avalia o potencial de riscos decorrentes da má operação ou mau funcionamento de itens individuais dos equipamentos e os efeitos na instalação;




7. Tipos de ruptura e análise de conseqüências: identificação de falhas hipotéticas relacionando-se tais falhas com seus respectivos efeitos;

8. Análise de árvore de falha: montagem de um diagrama com bifurcações sucessivas. Permite uma análise quantitativa, atribuindo-se probabilidades a cada evento;

9. Análise de árvore de eventos: descrição por diagramas da seqüência de eventos necessários para a ocorrência de um acidente. Cada ramificação só permite duas possibilidades: sucesso ou falha;

10. Análise de causas e conseqüências: preparação de diagramas de causas e conseqüências e uma seqüência de passos .



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO análise das conseqüências e estimativas de riscos

A análise das conseqüências e estimativas de riscos trata da parte quantitativa da

avaliação de riscos. É uma simulação de acidentes.

Permite estimar a extensão e a magnitude das conseqüências, utilizando-se modelos

matemáticos específicos para determinado cenário acidental.



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO análise das conseqüências e estimativas de riscos

Lembrando que o risco é o PRODUTO da combinação entre PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA e MAGNITUDE DAS

CONSEQÜÊNCIAS, como estimar essa magnitude?

Pode ser estimada em termos de perdas econômicas ou ecológicas.

No caso do risco agudo, a medida é o número esperado de mortes.

E no risco crônico é o número de mortes ou casos de câncer (no caso das substâncias possuírem este

potencial).



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO avaliação de riscos

A avaliação de riscos, tal qual na Avaliação da Importância dos Impactos, implica em juízo de

valor.

Defende-se o conceito de risco aceitável, como sendo aquele a que todos estamos sujeitos pelo

simples fato de viver. Ou por desempenhar determinadas atividades, esportes etc.

Seria possível determinar uma média para o que se considera risco aceitável?



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO Avaliação de riscos

Define-se risco social como a quantidade anual de perda de vidas humanas associadas a determinada atividade.

A fórmula é:

NÚMERO DE MORTES POR ACIDENTES

X

NÚMERO DE ACIDENTES POR ANO

Mesmo assustando, trabalha-se com cifras na ordem de uma morte a cada 10 mil anos ou a cada milhão de

anos.



FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE RISCO Avaliação de riscos

Também se define risco individual como a razão entre o risco social e o número de

habitantes da zona de estudo.

Assim, cada país ou instituição estabelece os critérios para o risco aceitável, tanto para o risco individual como para o risco

social.



PERCEPÇÃO DE RISCOS

A percepção de riscos é uma das questões mais relevantes na AIA, pois lida com a maneira como as pessoas encaram e se comportam diante de situações de risco.

Há riscos econômicos em investimentos financeiros;

Risco na prática de esportes radicais;

Risco à saúde no uso do tabaco, no abuso do álcool e outras drogas.




A perspectiva é semelhante em relação ao ambiente.

Quando submetido a processo de AIA, determinado projeto/empreendimento

costuma ser questionado por ocasião da Audiência Pública, no sentido do que pode

acontecer caso algo der errado.

O que pode acontecer?




As ciências do comportamento se interessam pelo tema da percepção de riscos. Como as pessoas encaram

situações perigosas.

Vamos analisar alguns aspectos estudados:

Preferência intuitiva por raciocínio determinístico:

A maior parte da população tem dificuldades em raciocinar com base em probabilidades.




Maior importância atribuída às conseqüências possíveis de um evento do que à probabilidade

de ocorrência:

Por exemplo: duas situações onde, tecnicamente, o risco é idêntico. Num caso a

probabilidade de ocorrência é mínima, mas com maior número de vítimas;

Noutro caso a probabilidade de ocorrência é maior, mas com número reduzido de vítimas.

Tende-se a optar pelo primeiro caso.




Distribuição social dos riscos:

É mais difícil aceitar um cenário de risco na qual os beneficiários são diferentes daqueles

aos quais o risco é exposto.




Circunstâncias qualitativas do risco:

Familiaridade com a situação de perigo = riscos novos tendem a ser menos aceitos;

Controle pessoal = risco é mais aceitável quando as pessoas podem controlar a situação de perigo, ou

pensam que podem controlar;

A experiência pessoal interfere na forma de percepção do perigo.

A credibilidade das instituições de gerenciamento de risco tem grande peso na aceitabilidade social.




A questão da repartição dos riscos e benefícios torna-se um dos pontos

centrais quando se objetiva a instalação de um projeto/empreendimento

perigoso.

Há grande potencial de conflito quando os beneficiários estão distantes do

risco.



SEGUNDO E TERCEIRO MOMENTO

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