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FACULDADE IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL JOSÉ VINICIUS MINUSSI INTEGRAÇÃO ENTRE BIM E PROJETOS DE SISTEMAS PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO: VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS POR MEIO DE PROGRAMAÇÃO VISUAL PASSO FUNDO-RS 2019

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FACULDADE IMED

ESCOLA POLITÉCNICA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

JOSÉ VINICIUS MINUSSI

INTEGRAÇÃO ENTRE BIM E PROJETOS DE SISTEMAS PREDIAIS DE ESGOTO

SANITÁRIO: VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS POR MEIO DE PROGRAMAÇÃO

VISUAL

PASSO FUNDO-RS

2019

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JOSÉ VINICIUS MINUSSI

INTEGRAÇÃO ENTRE BIM E PROJETOS DE SISTEMAS PREDIAIS DE ESGOTO

SANITÁRIO: VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS POR MEIO DE PROGRAMAÇÃO

VISUAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil, Escola de Engenharia Civil, da IMED, com Linha de Pesquisa em BIM.

Passo Fundo, 05 de dezembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Juliano Lima da Silva – Engenheiro Civil (IMED) - Orientador

Prof. Me. Paola Zardo – Engenheira Civil - (IFSUL Passo Fundo)

Prof. Me. Laércio Maculan– Arquiteto e Urbanista - (IMED)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todo corpo docente da instituição IMED que partilhou de seus

conhecimentos para que eu conseguisse atingir a qualificação de engenheiro civil e

contribuir com o meu crescimento pessoal. Em especial ao meu orientador Juliano

Lima da Silva por ter me apoiado e compartilhado e seus conhecimentos para o

sucesso deste estudo.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Por que profissionais buscam a tecnologia BIM. ...................................... 14

Figura 2 – Exploração de ferramentas do tipo plug-ins conforme a área de atuação.

.................................................................................................................................. 15

Figura 3 - Origens de problemas patológicos das construções ................................ 15

Figura 4 - Instalações de esgoto sanitário. ............................................................... 24

Figura 5 - Instalações de inspeção de esgoto sanitário. ........................................... 25

Figura 6 - Análise do valor agregado do BIM no ponto de vista dos adeptos a

tecnologia. ................................................................................................................. 27

Figura 7 - Sobreposição gráfica do Revit MEP. ........................................................ 28

Figura 8 – Instalação de coluna de ventilação em conformidade (esquerda) e

desconformidade (direita) a NBR 8160. .................................................................... 29

Figura 9 - Propriedades da tubulação. ..................................................................... 30

Figura 10 - Detalhamento da tubulação. .................................................................. 31

Figura 11 – Informações extraídas de um tubo pela extensão Dynamo. .................. 32

Figura 12 - Exemplo de programação em Dynamo. ................................................. 33

Figura 13 - Fluxograma do trabalho. ........................................................................ 36

Figura 14 - Rotina de programação. ......................................................................... 38

Figura 15 - Fluxograma da função colorir. ................................................................ 41

Figura 16 – Fluxograma da função limpar. ............................................................... 42

Figura 17 - Antes e depois da verificação dos modelos retos em 2D. ...................... 43

Figura 18 - Antes e depois da verificação dos modelos com conexões em 2D. ....... 43

Figura 19 - Projeto exemplo para verificação das inclinações em vista 2D. ............. 45

Figura 20 - Resultado da verificação no projeto exemplo da vista 2D. ..................... 46

Figura 21 - Projeto exemplo para verificação das inclinações em vista 3D. ............. 47

Figura 22 - Resultado da verificação no projeto exemplo da vista 3D. ..................... 47

Figura 23 – Verificação de projeto em planta baixa. ................................................. 48

Figura 24 - Otimização de projeto em corte.............................................................. 48

Figura 25 - Verificação e correção de falha em vista planta baixa. .......................... 49

Figura 26 - Inclinações excessivas em vista 2D. ...................................................... 50

Figura 27 - Inclinações excessivas em vista 3D. ...................................................... 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro

nominal ...................................................................................................................... 20

Tabela 2 – Dimensionamento de ramais de esgoto. ................................................. 21

Tabela 3 – Dimensionamento de tubos de queda. .................................................... 21

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Normas específicas para SPES. ............................................................ 22

Quadro 2 – Legenda de cores da rotina de verificação. ........................................... 40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

API - Application Programming Interface

BIM - Building Information Modeling

CAD - Computer-Aided Design

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção

DN – Diamêtro Nominal

MEP - Mechanical Electrical and Plumbing (Mecânico Elétrico e Tubulação)

NBR - Norma Técnica Brasileira

SPHS - Sistemas Prediais Hidráulico e Sanitário

SPES - Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário

UHC – Unidade Hunter de Contribuição

VPL - Visual Programming Language

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RESUMO

A metodologia usada para a criação de projetos prediais na atual conjuntura não dispõe de detalhes e informações suficientes para impedir improvisações e atraso na obra. Para sanar essa carência de detalhes, se tem adotado o BIM (Building Information Modeling) devido a sua capacidade de acarretar melhores níveis de informações. Entretanto, o BIM encontra barreiras para ser adotado definitivamente por projetistas. Uma das barreiras identificadas nessa pesquisa é que o BIM vem sendo empregado somente para uma apresentação mais elaborada dos documentos (plantas baixas), ao invés de ser usado para o desenvolvimento e análise de projeto simultaneamente. Isso se deve ao fato de as regras normativas não estarem presentes no ambiente de trabalho da tecnologia BIM conforme as normas brasileiras. Nessa contextualização, o presente estudo teve como finalidade, desenvolver uma ferramenta de integração para auxiliar na tomada de decisão com a verificação de inclinações das tubulações de projetos de instalações prediais de esgoto sanitário em Revit MEP, através da programação visual, por meio da extensão Dynamo. Para isso, foi criado um ambiente de controle para análise da rotina de programação como forma de explorar sua usabilidade dentro do ambiente de trabalho do projetista. Além disso, o experimento possibilitou entender as aplicabilidades da programação, pois assim como foi programado para verificação de inclinações, poderia ter sido programado para verificação de outros parâmetros contribuindo com a potencialização da tecnologia BIM. Palavras-chave: BIM. MEP. Sistema de Esgoto Sanitário. Revit MEP. Programação Visual. Dynamo. NBR 8160.

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ABSTRACT

The methodology used for the creation of building projects in the current conjuncture does not have enough details and information to prevent improvisations and delay in the work. To remedy this lack of detail, BIM (Building Information Modeling) has been adopted because of its ability to bring about better levels of information. However, BIM encounters barriers to definitive adoption by designers. One of the barriers identified in this research is that BIM is being used only for a more elaborate presentation of documents (floor plans), rather than being used for simultaneous project development and analysis. This is due to the fact that normative rules are not present in the BIM technology work environment according to Brazilian standards. In this context, the aim of this study was to develop an integration tool to assist in decision making with the verification of pipe inclinations of sanitary sewage projects in Revit MEP, through visual programming, through the Dynamo extension. . For this, a control environment for analysis of the programming routine was created as a way to explain its usability within the designer work environment. In addition, the experiment made it possible to understand the applicability of programming, as it was programmed to verify inclination, could have been programmed to verify other parameters contributing to the enhancement of BIM technology.

Key words: BIM. MEP. Land sewage system. Revit MEP. Visual programming. Dynamo. NBR 8160.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

1.1 HIPÓTESE ...................................................................................................... 12

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................... 12

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 12

2. OBJETIVO ............................................................................................................ 16

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 17

3.1 SISTEMAS PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO (SPES) ............................. 17

3.1.1. Normatização ........................................................................................ 17

3.1.2. Projeto .................................................................................................. 22

3.2 BIM .................................................................................................................. 25

3.2.1 Projetos em BIM .................................................................................... 25

3.2.2 Sistemas prediais em BIM ..................................................................... 27

3.2.3 Autodesk Revit MEP .............................................................................. 28

3.2.2 Revit vinculado à extensão Dynamo ...................................................... 31

3.3 PROGRAMAÇÃO VISUAL .............................................................................. 33

3.3.1 Dynamo ................................................................................................. 33

3.3.2 Dynamo Player ...................................................................................... 35

4. METODOLOGIA ................................................................................................... 35

5. RESULTADOS ...................................................................................................... 38

5.1 FUNCIONAMENTO DA ROTINA DE VERIFICAÇÃO ..................................... 39

5.2 VERIFICAÇÃO EM AMBIENTE DE CONTROLE ........................................... 42

5.3 APLICAÇÃO EM PROJETO ........................................................................... 44

5.7 DISCUSSÃO DA ROTINA............................................................................... 50

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 51

6.1 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS ................................................... 52

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53

APÊNDICE A – MANUAL DE USO .......................................................................... 57

APÊNDICE B – PROGRAMAÇÃO DA FUNÇÃO COLORIR ................................... 58

APÊNDICE C – PROGRAMAÇÃO DA FUNÇÃO LIMPAR ...................................... 64

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1. INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico traz consigo novas ferramentas visando a inovação, a

exemplo da tecnologia BIM, pois através de um conjunto de processos é possível

englobar por inteiro o ciclo de vida de uma edificação com alto potencial, capaz de

integrar diferentes disciplinas por meio da compatibilização de projetos,

estabelecendo novos meios para gerar documentos com maior eficácia. Nos EUA,

estima-se que 72% das empresas de construção utilizam o BIM visando a redução de

custos e prazos em projetos (GEOSPATIAL WORLD, 2017).

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), define o BIM da

seguinte maneira:

“BIM é um processo progressivo que possibilita a modelagem, o

armazenamento, a troca, a consolidação e o fácil acesso aos vários

grupos de informações sobre uma edificação ou instalação que se

deseja construir, usar e manter. Uma única plataforma de informações

que pode atender todo o ciclo de vida de um objeto construído.”

BIM conduz ganhos financeiros e mantém o ritmo da obra de forma constante,

impactando no prazo do empreendimento. E, revela-se ser mais eficaz do que o

sistema comum empregado, baseada na ordenação de desenhos bidimensionais que,

além da alta demanda de tempo, é submisso a maiores erros (COSTA, 2015).

Pensando no sistema comum citado anteriormente, um software BIM viabiliza

uma leitura visual avançada do projeto quando comparada com o CAD 2D, pois no

BIM, consegue-se modificar todo o layout de projeto através do modelo tridimensional

3D, fazendo com que o engenheiro ou arquiteto antecipe erros de projeto, evitando

retrabalho e colaborando com o aumento da qualidade do conteúdo final (MARCISO,

2017).

Em uma publicação sobre o crescimento do BIM na engenharia de sistemas

prediais, a Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais -Minas Gerais

(ABRSIP-MG, 2015) realizou entrevistas a escritórios de engenharia, que revelaram

que, mesmo com as vantagens adquiridas com o uso da tecnologia no mercado da

construção, “Seu funcionamento efetivo só é possível quando todas as especialidades

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trabalham integradas e com softwares compatíveis, mas, para isso, é preciso que as

empresas não somente invistam, mas estejam motivadas a pensar BIM”.

A postagem ainda cita outra barreira encontrada na adoção do BIM no Brasil:

“A carência de softwares nacionais em 3D, com linguagens compatíveis e bibliotecas

compatibilizadas, que atendam aos padrões e normas brasileiras, demonstra ser a

maior lacuna entre a expectativa e a realidade do BIM no mercado nacional.”

Mesmo assim, o BIM se mostra efetivo dentro da disciplina MEP (Mechanical,

Electrical, and Plumbing), onde aborda-se o projeto de esgoto sanitário, porém como

cita a postagem acima, também carece de componentes de projetos modelados

especificamente para os padrões brasileiros.

Devido essa carência, o cenário do BIM no Brasil possui uma metodologia

usada para projetar a coleta de esgoto ainda baseada no desenho de projetos

bidimensionais e isométricos no tradicional e usual sistema CAD 2D. Isto ocorre em

paralelo à inserção de dados em tabelas com informações fracionadas e imperfeitas

de forma manual, aliada a consulta de catálogos e ilustrações de fornecedores de

materiais hidráulicos. Mesmo utilizando softwares BIM, vai contra o uso dos mesmos,

pois deveria ser usado para situações não acionáveis no CAD, como comparar os

elementos projetados com um dado ou parâmetro, e não somente gerar documentos.

Esses métodos impedem a potencialização de softwares dentro da tecnologia

BIM, capaz de englobar os bancos de dados que viabilizem ao projetista analisar o

projeto de forma parametrizada, automatizando e adicionando a qualidade e

confiabilidade ao produto final que faltam na atual conjuntura.

Nesse contexto, dentre os vários softwares inseridos na tecnologia BIM, se

torna valida a integração entre o software Revit e as normas que regem o sistema

predial de esgoto sanitário com o auxílio de programação visual da extensão Dynamo,

para potencializar o uso do BIM. A programação permite condicionar as informações

da forma que o ambiente de gerar projetos seja usado para tomar decisões e não

somente gerar documentos.

Essas informações podem facilitar a verificação de parâmetros dentro de um

projeto, como por exemplo as inclinações de tubos do sistema sanitário conforme o

traçado do sistema, fazendo com que o projetista avalie possíveis perfurações de

vigas e a real possibilidade de execução. Essas situações, como mencionado, não

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ocorrem no processo 2D, que depende do quão detalhado está o projeto, sendo que

os requisitos ainda são baseados em documentação, pois as prefeituras não exigem

uma análise de viabilidade executiva dos documentos elaborados. O que acaba

tornando o objetivo apenas a aprovação do projeto pelos órgãos fiscalizadores,

enquanto os softwares BIM buscam a exatidão do processo com analise que

desencadeiam tomadas de decisões em todas as etapas de construção acima da

mera documentação em todo seu ciclo de vida.

1.1 Hipótese

Com base no modelo tridimensional de um sistema predial de esgoto sanitário,

é viável integrar os elementos de projeto como tubulações, diâmetros, inclinações,

materiais e dimensões com a normatização brasileira. Sendo equivalentes a

verificação manual de projeto para o sistema por meio da programação visual.

1.2 Problema de pesquisa

É viável integrar o software Autodesk Revit MEP da tecnologia BIM com a

Norma Brasileira de esgoto sanitário (NBR 8160/1999)? Além disso, a programação

visual é uma alternativa eficiente para verificar a conformidade da modelagem durante

a criação do projeto?

1.3 Justificativa

Conforme relatado na introdução deste estudo, os softwares BIM não estão

sendo usados de forma adequada dentro do seu objetivo de desempenho.

Destacando os projetistas de Sistemas Prediais Hidráulico e Sanitário (SPHS) que

adotaram o BIM no Brasil, sem o uso da programação visual, empregam a mesma

sistemática adotada no software CAD 2D para a geração de plantas baixas e

documentações, destacando-se somente pela geração de um detalhamento mais

elaborado visto que o mesmo não atende a NBR 8160/1999.

Isso se deve ao fato de que um dos softwares BIM, o Autodesk Revit MEP por

exemplo, não englobar cálculos, dimensionamentos e verificações conforme as

normas implementadas no Brasil. Porém, o surgimento de ferramentas e plugins para

criar as funcionalidades já feitas para o CAD 2D, que emprega cálculos e

dimensionamento estão ocorrendo nesses softwares BIM, em um contexto maior que

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no CAD 2D, visto que seu potencial em ambiente de projeto engloba muitos outros

parâmetros e funcionalidades no ambiente de projeto.

Uma pesquisa realizada por Rocha (2018), corrobora com a colocação dos

autores anteriores sobre menor incidência de erros, pois explica a principal diferença

entre o sistema CAD 2D e a tecnologia BIM. O CAD 2D trabalha por um sistema

baseado em linhas com suas características explicitas de forma manual através de

legendas do projeto. Enquanto o BIM trabalha por um sistema baseado em

modelagem 3D paramétrica, tendo suas propriedades definidas pelo projetista,

gerando detalhes advindos de componentes detalhados.

Assim, o projetista com sua responsabilidade diante projeto, necessita sanar

diversos detalhes para garantir a funcionalidade e desempenho durante a vida útil do

sistema imposta pelas normatizações. Desse modo, automatizar alguns processos

como o dimensionamento dos condutos inclinados, de forma a evitar o retorno do mau

cheiro gerados pelos despejos. Isto é feito de modo a atingir a alternativa mais

econômica dentro dos parâmetros vigentes e reduzir os erros do profissional, aspectos

de suma importância para a inovação da metodologia de projeto.

A Figura 1 destaca a pesquisa realizada por Souza e Lyrio (2009), que expõe

o conceito citado anteriormente, sendo um dos motivos que leva um profissional

adotar a tecnologia BIM como ferramenta de trabalho a menor incidência de erros com

21,28%.

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Figura 1 - Por que profissionais buscam a tecnologia BIM.

Fonte: Souza e Lyrio (2009).

Nessa contextualização, a tecnologia BIM desencadeia novas ferramentas

que viabilizam a integração entre normativas e projetos com o uso de ferramentas que

permitam empregar a técnica em modelos 3D de construção, possibilitando o melhor

sistema de componentes do projeto, suspendendo retrabalhos e acarretando

tubulações normatizadas com maior qualidade.

Silva et al. (2017), desenvolveram uma pesquisa com o intuito de verificar o

principal motivo de desenvolvimento de ferramentas do tipo plugins no Brasil,

demonstraram que o uso dessas ferramentas como o proposto acima, é muito

explorado para desencadear o aumento de produtividade (Productivity) o que

potencializaria as instalações elétricas e hidráulicas (MEP), sendo uma das disciplinas

menos exploradas como ilustra o gráfico da Figura 2.

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Figura 2 – Exploração de ferramentas do tipo plug-ins conforme a área de atuação.

Fonte: Silva et al. (2017).

Essa pouca exploração da tecnologia BIM para instalações, expõe o espaço

ainda existente no mercado para o desenvolvimento de novas ferramentas para

contribuir com o avanço dentro da engenharia e arquitetura. Visto que irá potencializar

softwares BIM como o Revit, oferecendo agilidade em tomadas de decisões devido a

disposição de um maior escopo para o projetista.

Como uma maneira de compreender esse cenário, Motteu e Cnudde (1989),

expõem essa lacuna relacionada a falta de investimentos nesse mercado na etapa de

projeto comprovando a correlação entre patologias e projeto justamente na concepção

do mesmo, com 46% dos causadores de falhas. Cabe observar que somente 22% dos

problemas remetem-se a falhas provenientes do canteiro de obras, como indica o

gráfico da Figura 3.

Figura 3 - Origens de problemas patológicos das construções

Fonte: Motteu e Cnudde (1989).

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Outro fator relevante para a qualificação BIM dentro do contexto atual, passa

pelas normas que regem todos os projetos técnicos desenvolvidos por profissionais.

A tecnologia BIM por si só, não contem compatibilidade com as normas brasileiras e

sim, empregada nela normas americanas por conta da baixa abrangência das

normativas nacionais brasileiras dentro do cenário internacional. Por conta disso,

órgãos governamentais brasileiros elaboraram um decreto para a disseminação do

BIM, onde estudam a obrigatoriedade da tecnologia BIM no mercado nacional, essa

renovação em ferramentas de trabalho se faz necessária para que a tecnologia não

se torne ultrapassada e resultem em orçamentos, projetos e cronogramas imprecisos.

Enfim, considerando o grande espaço de exploração da ferramenta MEP no

competitivo mercado brasileiro e o atraso da metodologia de criação, aliado aos

enormes benefícios oferecidos pelo BIM na utilização de modelos ricos em

informação, os obstáculos previamente enunciados serão abordados. Propõe-se uma

programação visual (VPL) na extensão Dynamo, associada ao Autodesk Revit MEP.

Dessa forma, a ferramenta contribui para aprimorar, simplificar e facilitar o

atendimento dos projetos desenvolvidos no Revit com o auxílio a tomada de decisão

no ambiente de trabalho, perante a verificação das inclinações de projeto com o intuito

de utilizar o potencial do software Revit MEP para realizar a análise e concepção de

projeto ainda no ato de projetar.

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Desenvolver uma ferramenta de integração entre o Revit e a NBR 8160/1999

do sistema predial de esgoto sanitário através de uma ferramenta de programação

visual, com o auxílio da extensão Dynamo.

2.2 Objetivos específicos

• Apresentar soluções para as limitações do BIM em relação a norma de

sistemas prediais de esgoto sanitário através da modelagem;

• Auxiliar na tomada de decisão através de um verificador de projeto;

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• Aferir o uso da ferramenta desenvolvida e se as principais limitações do

Revit para qualificação das instalações de sistemas prediais de esgoto

sanitário foram atendidas.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário (SPES)

3.1.1. Normatização

Os projetos de uma instalação de esgoto sanitário devem atender as

exigências e recomendações estabelecidas pela norma NBR 8160 (ABNT, 1999).

Esta norma define o Sistema Predial de Esgoto Sanitário como o “Conjunto

de tubulações e acessórios destinados a coletar e transportar o esgoto sanitário,

garantir o encaminhamento dos gases para a atmosfera e evitar o encaminhamento

dos mesmos para os ambientes sanitários”. Além disso, o sistema predial de esgoto

sanitário deve conter outras premissas como:

• Assegurar a potabilidade da água;

• Proporcionar velocidade ao escoamento para evitar o acumulo dos resíduos na

tubulação;

• Evitar o retorno dos gases para ambientes da edificação;

• Impossibilitar a mistura com o sistema predial de águas pluviais;

• Garantir a inspeção dos componentes;

• Inviabilizar a entrada de esgoto na tubulação de ventilação;

• Impedir a passagem de resíduos para dentro das tubulações do sistema;

• Evitar o contato das tubulações com estruturas que transmitam ruídos sonoros;

Esse sistema é composto por aparelhos sanitários, desconectores, tubos de

queda, ramais de descarga e de esgoto, subcoletores e coletor predial, e o subsistema

de ventilação junto aos demais elementos complementares.

A seguir será explanado sobre alguns desses componentes relatados de

acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999):

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Aparelho sanitário, conforme a norma são: “aparelhos ligados à instalação

predial e destinados ao uso de água para fins higiênicos ou a receber dejetos ou águas

servidas”, além dos requisitos apresentados, precisam transmitir conforto ao usuário.

Os aparelhos compostos por fecho hídrico, necessitam vedar os aparelhos

sanitários. Para isso, utiliza-se caixa sifonada para a coleta de resíduos provenientes

do sistema junto às águas derivadas das lavagens das calçadas.

Quanto aos rejeitos de tanques ou máquinas de lavar roupas em edificação

com múltiplos pavimentos, podem ser descarregados em um tubo de queda individual

contando com uma caixa sifonada no final do tubo.

Sobre a inclinação das tubulações horizontais, o escoamento deve se dar pelo

efeito da gravidade; para tubulações até 75 mm de diâmetro nominal (DN) adota-se

2% e 1% para tubulações com DN maior que 100 mm; sendo a inclinação máxima de

5%.

Em relação aos tubos de queda, quando houver necessidades de desvios, o

mesmo não pode exceder 90 graus.

Para os ramais de descarga e de esgoto, os desvios horizontais não devem

exceder 45 graus; e os desvios verticais – horizontais não devem passar de 90 graus.

Quanto aos subcoletores e coletor predial, a norma também cita desvios de

ângulo máximo de 45 graus, e devem conter caixas de inspeção para manutenção da

rede.

Em relação ao subsistema de ventilação, pode ser primário ou secundário. A

ventilação primária, deve localizar-se a no mínimo a 4 metros de qualquer esquadria

e passar 0,30 metros da cobertura com uma proteção contra as águas da chuva.

Os elementos ou dispositivos complementares são as caixas de inspeção,

poços de visita e caixas de gordura. A distância de 25 metros não pode ser excedida

entre dispositivos de inspeção. A metragem entre o último aparelho de inspeção e o

coletor público não deve passar 15 metros. No caso de edificações com mais de dois

pavimentos, as caixas de inspeção não podem ser posicionadas a uma distância

superior de 2 metros dos tubos de queda respectivo ao aparelho.

Os ramais do lavatório, banheira, ralo e tanque devem ser ligados à caixa

sifonada e os ramais com efluentes de gordura devem ser ligados à caixa de gorduras

ou a tubos de queda específicos.

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Além dos parâmetros e elementos acima mencionados, a concepção do

dimensionamento das tubulações de esgoto é regida também pelo critério das

Unidades Hunter de Contribuição (UHC) ou também chamada de unidade de

descarga juntamente a seus diâmetros nominais mínimos. Cada aparelho possui um

peso e em função do peso ou da somatória de pesos determina-se os diâmetros dos

ramais de descarga, ramais de esgoto, subcoletores, coletores ou tubos de queda. Na

Tabela 1 pode ser verificado os diâmetros dos ramais de descarga.

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Tabela 1 - Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal

mínimo dos ramais de descarga.

Aparelho Sanitário Número de unidades de

Hunter de contribuição

Diâmetro

nominal mínimo

do ramal de

descarga DN

Bacia Sanitária 6 100

Banheira de residência 2 40

Bebedouro 0,5 40

Bidê 1 40

Chuveiro De residência 2 40

Coletivo 4 40

Lavatório De residência 1 40

De uso geral 2 40

Mictório

Válvula de

descarga 6 75

Caixa de

descarga 5 50

Descarga

automática 2 40

De calha 2 50

Pia de cozinha residencial 3 50

Pia de

cozinha

industrial

Preparação 3 50

Lavagem de

panelas 4 50

Tanque de lavar roupas 3 40

Máquina de lavar louças 2 50

Máquina de lavar roupas 3 50

Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999).

Depois de contabilizado a quantia de UHC para cada trecho do sistema,

consulta-se a Tabela 2 para determinar os diâmetros dos ramais de esgoto.

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Tabela 2 – Dimensionamento de ramais de esgoto.

Diâmetro nominal

mínimo do tubo

DN

Número máximo de

unidades de Hunter de

contribuição UHC

40 3

50 6

75 20

100 160

Fonte: NBR 8160.

Após isso, determina-se o diâmetro dos tubos de queda pela Tabela 3

conforme a unidade de descarga acumulada em cada trecho.

Tabela 3 – Dimensionamento de tubos de queda.

Diâmetro nominal

do tubo

Número máximo de UHC

Prédio de até três

pavimentos

Prédio com mais de três

pavimentos

40 4 8

50 10 24

75 30 70

100 240 500

150 960 1900

200 2200 3600

250 3800 5600

300 6000 8400

Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999).

Outras normas vigentes com potencial de uso para a concepção do projeto

de SPES, mas que não serão abordadas nesse trabalho, encontram-se no Quadro

1:

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Quadro 1 - Normas específicas para SPES.

ABNT NBR 9648, Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário

ABNT NBR 12450, Pia monolítica de material plástico - Dimensões – Padronização

ABNT NBR 12451, Cuba de material plástico para pia - Dimensões – Padronização

ABNT NBR 13969, Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação

ABNT NBR 5688, Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisitos

ABNT NBR 15097-1, Aparelhos sanitários de material cerâmico - Parte 1: Requisitos e métodos de ensaios

ABNT NBR 15097-2, Aparelhos sanitários de material cerâmico - Parte 2: Procedimento para instalação

ABNT NBR 15491, Caixa de descarga para limpeza de bacias sanitárias - Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15423, Válvulas de escoamento - Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 15857, Válvula de descarga para limpeza de bacias sanitárias - Requisitos e métodos de ensaio

ABNT NBR 14162, Aparelhos sanitários - Sifão - Requisitos e métodos de ensaio

Fonte: Autor (2019).

3.1.2. Projeto

Botelho et al. (2014), define a instalação predial de esgoto como “o conjunto de

aparelhos sanitários, tubulações e dispositivos destinados a coletar e afastar da

edificação as águas servidas para fins higiênicos, encaminhando-as ao destino

adequado.”

Botelho et al. (2014), ainda ressalta que o desafio do projeto de esgoto

sanitário localiza-se na criação, não só do ponto de vista técnico, mas também

econômicos, executivos, e no sentido mais prático para não acarretar no atraso do

cronograma físico da obra. A posição das tubulações e aparelhos, aliada ao conflito

de outras tubulações de diversas instalações prediais, na supraestrutura e no projeto

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arquitetônico, é o entrave do projetista hidráulico, juntamente com as diferenças de

cotas dentro da edificação.

Esses entraves na concepção do projeto podem ocasionar erros imediatos ao

canteiro de obras ou após a finalização da mesma. De acordo com Gnipper (2010),

as patologias provenientes da concepção do projeto se relacionam a danos

decorrentes de erros de projeto, falhas de dimensionamento, incoerência na descrição

dos materiais, falta de detalhes executivos, falta de mão de obra especializada, e

outros aspectos.

Um erro comum dentro do projeto de esgoto sanitário consiste na localização

da caixa de inspeção que muitas vezes são locadas em ambientes arquitetônicos

onde recebem um revestimento que dificultam a sua manutenção devido a

necessidade de quebra de concreto para vistoria-la. Outro erro comum nesse tipo de

projeto é a falta do uso de ramais secundários de ventilação ou mau posicionamento

desse ramal, que devem ficar entre a caixa sifonada e o ramal primário de esgoto

sanitário (MALDONADO, 2017).

Antoniazzi (2008), também destaca os erros provenientes do projeto e relata

que ocorrem pela má coordenação e o uso de informações superficiais para a

execução aliado a materiais pobres em termos de desempenho, falta de

acompanhamento da execução para atualização dos documentos como plantas

baixas, falta de compatibilização, dentre outros fatores.

Porém, é indiscutível sua elaboração pelo ponto de vista técnico e impossível

determinar um tempo ideal de projeto. Em grandes centros mundiais, as horas gastas

com essa etapa atingem um patamar de equivalência com a duração da obra,

tentando acarretar em menos desperdícios e improvisações na fase de execução.

Enquanto no Brasil, a fase de projeto é definida como apenas um documento

necessário para o cumprimento das leis, isso se torna o principal empecilho para o

ritmo de produtividade correto no decorrer da obra (MELHADO, 1994).

Para a elaboração do projeto, Creder (2018), define alguns itens:

• Finalização do projeto de arquitetura;

• Finalização dos projetos estruturais;

• Estudo da ligação final do sistema em coletor público ou analise de outro

destino final;

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Já para compor o projeto, Creder (2018) cita que são necessários:

• Definição dos pontos de esgoto;

• Localização e definição das tubulações;

• Locação das inspeções;

• Dimensionamento de cada trecho das tubulações que compõem o sistema;

• Especificação dos diâmetros, equipamentos e materiais.

A Figura 4 consta uma instalação típica de esgoto sanitário em ambientes do

tipo banheiro, com alguns dos itens explorados acima. E a Figura 5, detalha os

componentes de inspeção do sistema que se localizam na parte externa da edificação.

Figura 4 - Instalações de esgoto sanitário.

Fonte: Junior (2011).

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Figura 5 - Instalações de inspeção de esgoto sanitário.

Fonte: Creder (2018).

3.2 BIM

3.2.1 Projetos em BIM

O uso da sigla BIM na atual conjuntura da construção civil, quer dizer muito

mais que simplesmente compatibilização. O BIM no atual cenário, se remete a gestão,

controle, desenvolvimento, qualidade e exatidão (LIRA et al., 2013). Essa vinculação

entre realidade e projeto durante o método construtivo, agiliza e evita problemas nas

atividades construtivas (PAPER, 2014).

Barison e Santos (2016), também destacam que isso impacta de forma direta

na adição de velocidade no canteiro de obras, devido a detecção de

incompatibilidades com antecedência ainda na fase de projeto.

Segundo Costa e Ilha (2017), o uso do BIM na construção se apresenta como

uma importante medida, pois possibilita o desenvolvimento de projetos com maior

nível de detalhe, redução de retrabalho e comparação de diferentes cenários na

escolha da solução mais adequada a cada situação de projeto.

Os autores ainda destacam que o BIM, é imprescindível para padronização

dos projetos que serão executados com o decorrer dos anos.

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Também pensando nisso, Costa, Staut e Ilha (2014) ressaltam que a

qualidade final do produto se agrega na etapa inicial de projeto. O emprego de

modelos virtuais através do Revit, condiciona ao projetista atingir a racionalização do

projeto para distintos comparativos econômicos da concepção. Afinal, por conta da

baixa qualidade dos produtos da construção civil, os projetos são vistos como

burocracia do ponto de vista executivo.

Um exemplo prático que o uso do BIM traz à tona por meio da

compatibilização entre os projetos, é proporcionar ao projetista responsável pelo

encanamento, indicar os melhores lugares para que o traçado da tubulação do

subsolo consiga ser levada para fora da edificação por gravidade pela

compatibilização. Isso proporciona economia no projeto estrutural (TITLOW, 2009).

A migração para o BIM como exposto até aqui, traz benefícios para escritórios,

canteiro de obras e monitoramento pós obra. Para comprovar isso, McGraw Hill

Construction (2014), desenvolveu uma análise em empresas de diferentes países

para elencar 3 ganhos do empreendimento ao ser pensado, analisado e controlado

em tecnologia BIM durante todo o ciclo de vida da edificação. A Figura 6 expõe os

percentuais levantados na pesquisa. O benefício mais citado foi redução de erros e

omissões (41%). Entretanto, para o estudo proposto de integração entre o Revit e a

NBR 8160/1999 vale ressaltar a vantagem da redução de retrabalhos (31%). Dessa

forma, o aprimoramento do uso do BIM para esse fim servirá de catalisador para a

redução de retrabalhos.

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Figura 6 - Análise do valor agregado do BIM no ponto de vista dos adeptos a tecnologia.

Fonte: Adaptado de McGraw Hill Construction (2014).

3.2.2 Sistemas prediais em BIM

Conforme Titlow (2009), há vários softwares que trabalham os sistemas

prediais dentro da tecnologia BIM, porém os mais conhecidos entre os projetistas são:

Graphisoft ArchiCAD MEP, Bentley Mechanical e o Autodesk Revit MEP.

De acordo com Bentley (2011), o programa Bentley Mechanical dentro do

processo BIM, no caso de um projeto, possibilita a operação, construção e

manutenção do mesmo. Através da análise, documentação, construção e

colaboração.

Já o aplicativo Graphisoft ArchiCAD MEP, se destaca pela identificação de

conflitos entre os projetos arquitetônicos, estruturais e instalações. O retorno de

informação imediato e por conta disso, acelera a coordenação das equipes de

projetistas (GRAPHISOFT, 2019).

Por fim, o programa escolhido para o desenvolvimento dessa pesquisa, o

Revit MEP, é um software da empresa Autodesk (2018), a qual descreve a ramificação

MEP (Mechanical Electrical and Plumbing) do Revit, com a finalidade de modelar,

analisar e colaborar os componentes entre os projetos de instalações.

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3.2.3 Autodesk Revit MEP

O Revit MEP é voltado ao desenvolvimento de projetos de instalações

hidráulicas, elétricas produzindo desenhos e gerando documentos. (COSTA, 2013).

Porém, a base de configuração para o projeto se dá pelo template associada

ao MEP. Esses templates são disponibilizados pelo Revit especificamente para cada

disciplina, seja ela arquitetônica, estrutural ou MEP, ou seja, uma pré configuração

com filtros de cores, tamanhos, famílias de tubulações e dispositivos para projetar.

(COSTA, 2013).

A Figura 7 mostra uma das configurações de cores de um template MEP.

Figura 7 - Sobreposição gráfica do Revit MEP.

.

Fonte: Autodesk Revit, adaptado pelo autor (2019).

Entretanto, mesmo com o uso de modelagem, visibilidades gráficas e outras

condicionantes, o Revit MEP permite algumas intervenções em desacordo com a

norma. Uma falha comum segundo Oneda (2017), é a instalação de conexões de

maneira incorreta. No caso da tubulação de ventilação, a ligação entre o ramal de

ventilação na coluna de ventilação, deve ser feita com uma junção de 45° com mínimo

15 cm de altura em relação ao escoamento do fluido. Na Figura 8 abaixo, no lado

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esquerdo tem-se a instalação conforme a recomendação da NBR e no lado direito

desconforme a NBR.

Figura 8 – Instalação de coluna de ventilação em conformidade (esquerda) e desconformidade

(direita) a NBR 8160.

Fonte: Oneda (2017), adaptado pelo autor.

O Revit MEP não evita esse tipo de erro, mas facilita a identificação, por ser

uma representação tridimensional parametrizada, com as informações provenientes

dos elementos. Quando selecionada, informa uma serie de característica da tubulação

ou peça, como diâmetros, UHC e até mesmo a área. Isso implica na escolha adequada

e facilita o desenvolvimento de rotinas para a verificação dos erros como os expostos

anteriormente. Isso retorna na questão da diferença entre os softwares BIM e CAD

2D, em relação aos sistemas de tubulação do Revit MEP. E esclarece que o avanço

tecnológico da ferramenta não significa um avanço na qualidade do projeto, devido à

tecnologia BIM aceitar este tipo de situação equivoca, mas possui a função de suporte

ao conhecimento prévio do projetista.

Essas tubulações possuem uma ligação lógica devido a conexão de

características conforme a família que pertence. Desencadeia uma série de

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informações dos componentes e propicia que a engenharia tenha participação no

modelo tridimensional (BOKMILLER et al. 2014).

Esses parâmetros que constituem as famílias, assim como sistema, projeto e

compartilhado. Normalmente está associada a um grupo, no caso do sistema predial

de esgoto sanitário. A Figura 9 apresenta como o Revit MEP informa essas

propriedades para o projetista, onde se torna possível elencar todos os parâmetros

discutidos até aqui, como materiais, diâmetros e outras condicionantes ao projeto.

Figura 9 - Propriedades da tubulação.

Fonte: Autodesk Revit, adaptado pelo autor (2019).

Ainda ao selecionar um trecho de uma tubulação inclinada por exemplo, o

Revit indica a inclinação junto com a cota inicial e final do tubo como na Figura 10.

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Figura 10 - Detalhamento da tubulação.

Fonte: Autodesk Revit, adaptado pelo autor (2019).

Outro parâmetro importante é o sistema de ligações lógicas, no caso do Revit,

o mesmo não permite que sistemas de tubulações diferentes sejam associados, ou

seja, conectar uma tubulação do sistema sanitário com uma tubulação de água

quente. Isso ocorre porque os sistemas pertencem a famílias de elementos gerados

para expressar informações técnicas (de engenharia) e informações gráficas.

Quanto aos parâmetros de projeto, seu benefício se deve a opção de aplica-

lo as famílias de um elemento ou em todos os elementos de uma categoria, ao invés

de aplicar o parâmetro em uma família de cada vez (BOKMILLER, 2014).

3.2.2 Revit vinculado à extensão Dynamo

Os avanços tecnológicos possibilitam ao engenheiro criar sua própria

ferramenta, através da linguagem de programação para o desenvolvimento de plug-

ins que fornecem soluções para os projetistas a partir de um problema (FERNANDES

et al., 2016).

Esses instrumentos de soluções para a modelação paramétrica concede o

diagnóstico de diversos indicadores de desempenho conforme as diretrizes tomadas

no início do projeto (LUDWIG, 2010).

Souza et al. (2016), destaca que essa interação entre Revit e Dynamo propicia

a operação de dimensionamento em ordem cronológica de parametrização. Isso

desencadeia uma série de informações que devem ser pensadas e analisadas uma

por vez, como por exemplo o tipo de tubulação, se reforçada ou normal, diâmetro,

encaixe, para cada situação. Pois, por meio dessa extensão Dynamo, o projetista

dispõe das informações inclusas na API (Application Programming Interface) do

programa Revit. Dessa maneira, consegue-se adquirir dados sobre as características

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do modelo que são examinadas através da programação visual e, posteriormente

regressam para o Revit parametrizadas, elaborando uma modelagem na projeção

desses novos elementos.

Os parâmetros podem ser extraídos pelo Dynamo ao selecionar um

componente no ambiente de trabalho do Revit e a partir disso é possível editar

qualquer informação sobre um tubo por exemplo, como atesta a Figura 11.

Figura 11 – Informações extraídas de um tubo pela extensão Dynamo.

Fonte: Dynamo, adaptado pelo autor (2019).

Entre as muitas vantagens do uso do Revit aliado ao Dynamo, ressalta-se a

criação de regras paramétricas que Eastman et al. (2014) citam que, através dessas

regras paramétricas que alimentam com informações a concepção do projeto,

destacam-se a menor incidência de retrabalho no projeto.

Essas regras paramétricas são informações registráveis que definem as

propriedades das peças e conexões do projeto se tornando as bases de modelagem,

verificações e dimensionamento, categorizando geometrias, referências e

funcionamento do sistema. Na verdade, são os mais importantes itens para o ganho

de tempo na etapa de concepção, se desenvolvidos de maneira prática, o modelador

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passa a contar com um conteúdo confiável, reduzindo erros e acelerando tarefas

(BOKMILLER, 2014).

3.3 Programação Visual

3.3.1 Dynamo

Storms (2016), define o Dynamo como “uma extensão de programação visual

para o Autodesk Revit que permite manipular dados, esculpir geometria, explorar

opções de design, automatizar processos e criar links entre várias aplicações”.

No Dynamo, pequenos algoritmos são criados usando um fluxo de trabalho

através de nodes e wires (espécies de ligações) que estão conectados uns aos outros

através de cabos associados às portas que cada nodes contém. Uma porta de um

elemento só pode ser conectada a outra porta de um tipo correspondente. Isso

significa que a porta de entrada e saída deve ter tipos compatíveis (FERREIRA;

ANTÔNIO, 2015).

Um exemplo de projeto paramétrico aplicado no Revit pressupõe que se o

projetista alterar os parâmetros da forma de uma determinada parede no modelo, o

resto das variáveis mudará com ela. Com o Dynamo adicionado, essas variáveis

podem ser alteradas automaticamente, por exemplo quando todas as paredes

externas devem ter uma abertura para ventilação mínima, o Dynamo agrega esse

potencial ao Revit e altera todas as variáveis dos elementos para que se tenha as

aberturas mínimas de ventilação . O Dynamo também obtém acesso à estrutura de

dados do Revit, que permite um controle ainda mais profundo dos elementos do

modelo (NEZAMALDIN, 2019).

Figura 12 - Exemplo de programação em Dynamo.

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Fonte: Storms (2016).

Storms (2016), ainda cita que o Dynamo é ideal para realizar as atividades

repetitivas que demandam uma alta demanda de tempo para algo que pode ser

simples e direto. Pensando nisso, o autor elenca alguns motivos para utilizar o

Dynamo:

• As famílias paramétricas do Revit não possuem integração com outras famílias

do Revit;

• O Revit não pode ser usado apenas para desenhos;

• O design e análise devem acontecer ao mesmo tempo, no mesmo modelo.

De acordo com Kensek (2014), existem três métodos que compõem o fluxo

de construção de rotinas no Dynamo: destruir, desenhar e atualizar. O método de

destruição é usado para limpar elementos criados pertencentes ao nodes. O método

de desenho é usado para gerar objetos do Revit com base nas conexões de entrada.

E o método de atualização é usado para instruir os nós a executarem processos já

realizados.

Costuma-se caracterizar o Dynamo como uma ferramenta complexa restrita a

geometrias de modelagem complexa, porém, pode-se processar vários tipos de

dados independente da sua forma geométrica, especialmente a instalações de

sistemas prediais por qualificar os projetos por meio dessa ferramenta (DUNCAN;

CAPRARU, 2015).

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3.3.2 Dynamo Player

Autodesk (2019), define o Dynamo Player como uma ferramenta de

reprodução simples das programações do Dynamo no Revit.

Nezamaldin (2019), também define o Dynamo Player como um auxiliar do

Dynamo, além de relatar que o mesmo permite ao usuário requerer somente as

entrada (inputs) e saídas (outputs) do Dynamo no ambiente de trabalho em Revit mais

rapidamente, pois não há necessidade de ver o script inteiro da programação.

4. METODOLOGIA

Com base nos conhecimentos técnicos, segundo Gil (2002), a pesquisa é

classificada como exploratória por contar com levantamento bibliográfico. Ainda

conforme o autor, a pesquisa pode ser discriminada como experimental por conter um

objeto de estudo modificado por meio de parâmetros, no caso do presente trabalho,

procura-se a conformidade dos elementos do ambiente de projeto em Revit MEP com

a NBR 8160. E qualitativa, porque não se trata de dados estatísticos ou quantitativos.

Dessa forma a natureza da pesquisa é exploratória, experimental e qualitativa.

A metodologia para a finalização da presente pesquisa seguiu o fluxograma

apresentado na Figura 13:

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Figura 13 - Fluxograma do trabalho.

Fonte: Autor (2019).

Baseado no fluxograma acima, a metodologia de trabalho dividiu-se da

seguinte maneira:

Etapa 1 – Revisão bibliográfica: para se embasar no tema do estudo proposto,

a pesquisa bibliográfica abordou temas que englobam a norma que rege o sistema

predial de esgoto sanitário NBR8160/1999, responsável por orientar e relatar os

requisitos que um projeto de sistema predial de esgoto sanitário precisa conter.

Também se empregou temas relacionados a tecnologia BIM como o Revit MEP e, por

fim a programação visual enfocada a extensão Dynamo.

Etapa 2 – Levantamento de informações: de forma a contribuir com a definição

de programação do estudo, foram definidas duas maneiras de fundamentar esta

etapa, primeiramente através das funcionalidades do Revit para analisar as principais

funções que possuem potencial no ambiente de projeto visto que o Revit calcula

inclinação, identifica o que são tubos e conexões.

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Em um segundo momento, se realizou o estudo da NBR 8160/1999 para a

revisão dos parâmetros da rotina fundamentada.

Etapa 3 – Análise do levantamento: as alternativas de programação foram

processadas e analisadas para dar ênfase à escolha da rotina a ser programada,

juntamente com o estudo da NBR. Como o BIM não possui integração as normas

brasileiras, também foram elencados alguns pontos específicos da NBR 8160/1999,

os quais são considerados fundamentais para o desempenho adequado de uma

instalação de esgoto sanitário e que convém integrá-los ao BIM, visto que a ferramenta

programada também possui compatibilidade com outros ambientes de projeto no

Revit.

Etapa 4 – Delineamento da ferramenta a ser programada: a partir da etapa

anterior, eleger define-se uma rotina programável e que proporcione um ganho de

qualidade para a maneira como se projeta no Revit MEP. Visto que, com os estudos

realizados, um dos principais ganhos em aliar a programação visual no Dynamo com

o Revit, é a portabilidade das rotinas em distintas áreas de trabalho.

Etapa 5 – Aprendizado do processo: definida a rotina a ser programada para

a ferramenta, iniciou-se o processo de aprendizado da extensão Dynamo. Esta

extensão possibilitou ao usuário uma programação livre a partir do ambiente de

desenvolvimento. Permitiu também administrar informações paramétricas por meio de

ligações com wires e nodes de programação. Estas ligações foram feitas com seus

‘nodes’, responsáveis por conectar as informações de input e output na rotina criada.

Etapa 6 – Programação: foi planejada a ferramenta programada para o

problema identificado a partir do fluxograma de funcionamento, então, com o auxílio

da extensão Dynamo e programa Revit MEP por meio de uma metodologia conforme

o fluxograma da Figura 14 foi desenvolvido o script da programação que teve

inicialmente a verificação do funcionamento em um ambiente controlado e posterior a

isso, a verificação em um projeto de uma edificação para verificar tanto a

funcionalidade correta quanto a usabilidade da ferramenta.

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Figura 14 - Rotina de programação.

Fonte: Autor (2019).

Etapa 7 – Análise da experiência: comparou-se os resultados da ferramenta

desenvolvida com a verificação manual conforme a NBR 8160/1999. Foi analisado os

dados e ambiente de trabalho desenvolvidos pela programação da ferramenta em

questão, em relação aos parâmetros fornecidos pela normativa de forma a evidenciar

a possibilidade de automatização do processo proposto por meio da programação

visual. E por fim, apresentou-se um ponto de vista técnico em torno do estudo.

5. RESULTADOS

Como na introdução desta pesquisa, destaca-se a responsabilidade do

projetista em realizar um projeto executivo para que o profissional executor consiga,

por meio da documentação, empregar todas as técnicas no canteiro de obras sem

improvisações. Os projetistas necessitam verificar possíveis erros de forma rápida e

eficaz antes de prosseguir com a elaboração dos projetos.

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Para isso, uma série de processos tem se destacado dentro dos escritórios,

como por exemplo checklists de verificação, que possuem o objetivo de analisar o real

desempenho dos sistemas dimensionados que compõem os projetos.

Nesse contexto surgiu a alternativa de facilitar esse serviço através de uma

rotina de verificação da inclinação das tubulações de esgoto sanitário, com o intuito

de validar o traçado dessas tubulações, e promover a melhor decisão de otimização

de projeto ainda na fase inicial.

Nesta ocasião, as tubulações de esgoto afetam diretamente na movimentação

de solo, perfuração de vigas e o correto escoamento de resíduos. Dessa forma, ao

invés de realizar cálculos, a programação visa a performance do processo de projeto,

ocupando para isso, informações do modelo BIM para associar informações

geométricas e parâmetros correlacionados ao sistema sanitário.

A rotina de trabalho desenvolvida no Dynamo é uma proposta para alterar a

verificação do projeto. Para isso, a funcionalidade se dá pelo emprego de máscara de

cores que proporcionam um mapeamento de cores conforme a inclinação das

tubulações. Isso se torna válido para detectar a conformidade dos tubos que

antecedem as conexões e peças. Além disso, corrobora com a portabilidade da rotina

para outros ambientes de trabalho do Revit visto que não há necessidade de criar

filtros pois a ferramenta desenvolvida contorna isso sem alterar as propriedades do

“template do usuário” com a criação de máscara de cores temporária semelhante a

função “Sobrepor Gráficos na Vista” – que altera apenas a representação.

5.1 Funcionamento da rotina de verificação

A função da rotina é criar uma máscara de cores por meio de parâmetros pré-

programados no Dynamo. O usuário não necessita inserir nenhuma informação para

executar a rotina, apenas estar na vista de trabalho que deseja utilizar o verificador de

inclinação, seja ela 2D ou 3D seguindo o manual de uso (disposto no apêndice A) que

serve como guia de instruções para o usuário utilizar a rotina de verificação. Ao utilizar,

primeiramente deve-se executar a função do Dynamo player que proporciona ao

usuário uma interface ágil, na guia gerenciar da interface do Revit, após isso é

necessário localizar a pasta onde se encontram as funções “colorir” e “limpar” em

formato .DYN – a extensão utilizada para rotinas do Dynamo. Assim, basta abrir a

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vista que deseja analisar no Revit e rodar a função pela janela que se abre do Dynamo

Player .

Durante o processo inicial da rotina, ocorre a seleção de todos os elementos

da vista, sejam peças como tubos, ou conexões como joelhos ou junções. Após isso

todos os elementos selecionados da vista de projeto do Revit são filtrados e para

buscar somente os pertencentes à categoria de tubulação. Com estas informações, é

possível iniciar o processo de criação das máscaras de cores a partir de um banco de

dados com valores de inclinação dos elementos pareados, no caso tubos. Onde os

tubos são preenchidos de acordo com as inclinações e cores dispostas no quadro

abaixo:

Quadro 2 – Legenda de cores da rotina de verificação.

Fonte: Autor (2019).

Por serem cores distintas do padrão das tubulações de ambiente do Revit

MEP, normalmente “verde” para as tubulações de esgoto sanitário, a máscara de cor

proporciona ao usuário verificar de forma visual se as tubulações possuem uma

ligação lógica com as peças que sucedem as conexões anteriores dando o

escoamento necessário para o funcionamento do sistema sanitário. Além de aumentar

a tomada de decisão em relação ao posicionamento dos tubos.

O fluxograma da Figura 15 ilustra o processo operacional de verificação de

inclinação desenvolvido pela rotina proposta.

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Figura 15 - Fluxograma da função colorir.

Fonte: Autor (2019).

Após isso, foi necessário programar a função “limpar”, disposta na Figura 16

para que o usuário possa usar novamente o verificador em uma vista já executada

pela rotina. Portanto, essa rotina possibilita a reinicialização dos filtros de cores da

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vista do ambiente de trabalho, além da exclusão das máscaras de cores originadas

de verificações anteriores.

Figura 16 – Fluxograma da função limpar.

Fonte: Autor (2019).

A programação dos fluxogramas aqui apresentados está disposta no apêndice

B e C.

5.2 Verificação em ambiente de controle

Para analisar o funcionamento da ferramenta programada, criou-se um

ambiente de controle, onde inicialmente foi criado quatro segmentos retos de tubos

com identificador de inclinação utilizando um filtro de vista padrão do Revit para o

sistema sanitário de modo a verificar a exatidão da função “colorir”, conforme o quadro

2 apresentado acima, como atesta a Figura 17.

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Figura 17 - Antes e depois da verificação dos modelos retos em 2D.

Fonte: Autor (2019).

Percebe-se que os segmentos de tubos da Figura 17 foram coloridos de forma

correta de acordo com o intervalo de inclinações de suas respectivas cores.

Outro método de análise adotado no ambiente de controle foi a inserção de

conexões entre segmentos de tubos para atestar a funcionalidade da máscara de

cores somente na família de tubulação da mesma forma do teste com segmentos

retos, é apresentado os tubos com o filtro normal e após com a máscara de cores

originada pela rotina, como demonstra a Figura 18.

Figura 18 - Antes e depois da verificação dos modelos com conexões em 2D.

Fonte: Autor (2019).

Constata-se que como programado, as conexões existentes, no caso joelho

de 90° e 45° não foram coloridos após a execução da verificação. Dessa maneira, a

ferramenta programada possui uma função que pode agilizar o processo de

verificação das tubulações visto que as conexões possuem inclinações variáveis em

torno dos seus eixos, e a visualização deste parâmetro não é útil.

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5.3 Aplicação em projeto

Para findar a análise da programação desenvolvida, foi aplicada a rotina

verificadora de inclinação em uma vista 2D e 3D de um projeto hidráulico residencial

unifamiliar em alvenaria e concreto armado com 122,18 m² de área, composto por 3

quartos, 2 banheiros, cozinha, área de serviço, sala e garagem, conforme as Figuras

19 e 20 que seguem.

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Figura 19 - Projeto exemplo para verificação das inclinações em vista 2D.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 20 - Resultado da verificação no projeto exemplo da vista 2D.

Fonte: Autor (2019).

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Figura 21 - Projeto exemplo para verificação das inclinações em vista 3D.

Fonte: Autor (2019).

Figura 22 - Resultado da verificação no projeto exemplo da vista 3D.

Fonte: Autor (2019).

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Um caso de funcionalidade da rotina programada acontece no cenário de

conexões entre elementos, como por exemplo na Figura 23, onde foi projetado uma

situação de instalação sanitária que comporta uma caixa sifonada com tubos de

entrada e um de saída.

Nessa situação bastaria o projetista selecionar os elementos e verificar a

inclinação nas propriedades que o Revit demonstra, porém, em projetos de alta

complexidade ou em grandes demandas como em um conjunto habitacional por

exemplo, onde se tem layouts semelhantes e instalações sanitárias idênticas, esse

trabalho de verificação manual se torna afanoso, por isso com o auxílio da rotina

consegue-se de forma ágil e simultânea a verificação de toda a instalação, e

identificação de possíveis falhas, no caso, o tubo de saída da caixa sifonada que

possui inclinação maior que 2% como atesta a Figura 23 e está atravessando uma

viga encostando em sua armação inferior, sendo que a tubulação poderia estar com

uma inclinação de 2% e atravessaria a viga na fração que não prejudicaria a armadura

inferior como melhor situação, evitando falhas estruturais como ilustra a Figura 24.

Figura 23 – Verificação de projeto em planta baixa.

Fonte: Autor (2019).

Figura 24 - Otimização de projeto em corte.

Fonte: Autor (2019).

Outro cenário corriqueiro de projeto, é a falta de inclinação nas tubulações de

esgoto sanitário que causam um desempenho inadequado do sistema com o retorno

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de fluidos, fazendo com que haja o surgimento de mau cheiro e até mesmo o

transbordo das peças. Por exemplo, na Figura 25 uma mesma caixa sifonada da

situação anterior possui tubo de saída de 50 milímetros com uma inclinação de 1%,

quando conforme a norma todos os tubos menores que 75 milímetros devem ter

inclinação maior ou igual a 2%.

Figura 25 - Verificação e correção de falha em vista planta baixa.

Fonte: Autor (2019).

Outra situação, como demonstra as Figuras 26 e 27, a inclinação do tubo

originado da bacia sanitária que tem diâmetro nominal de 100mm, está com uma

inclinação maior que 3% e, pela norma, o suficiente para uma tubulação com diâmetro

superior a 100mm possuir um desempenho adequado é de 1%.

Essa mesma situação aplicada em um modelo predial residencial por exemplo,

poderia diminuir o rebaixo de gesso do pavimento inferior, aumentando

consequentemente seu pé direito (distância entre o piso e o teto do pavimento) ou

alterar a indicação de altura do furo em uma viga. Já em uma edificação térrea,

também poderia mudar a perfuração da viga baldrame, mas além disso, diminuir a

profundidade da vala de instalação do tubo, acarretando menos horas de trabalho

para mão de obra e um menor volume de solo solto pelo canteiro de obras.

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Figura 26 - Inclinações excessivas em vista 2D.

Fonte: Autor (2019).

Figura 27 - Inclinações excessivas em vista 3D.

Fonte: Autor (2019).

5.7 Discussão da rotina

A rotina demonstrou ser de grande valia para o processo de verificação do

projeto de esgoto sanitário, devido à grande exigência do mercado da construção civil

para compatibilizações de projetos conforme as etapas de obra. Por meio dela,

consegue-se observar as inclinações de tubulações, analisando a conformidade com

as alturas de perfurações em vigas, a profundidade de escavação do solo e se o

sistema sanitário proposto irá funcionar pelas elevações acarretadas por suas

inclinações em tubos horizontais, visto que as tubulações verticais não necessitam de

inclinação.

O principal objetivo de integrar o Revit com aspectos da norma para aumentar

a qualidade dos projetos por meio da integração entre o Dynamo e o Revit foi atingido.

Sendo que um dos pontos que vale ressaltar é a assertividade executiva que a rotina

proporciona, pois muitas vezes com a movimentação das peças que compõem o

sistema como ralos e caixas, as inclinações iniciais se alteram ou se anulam, e

passam despercebidas pelo profissional técnico durante o ato de projetar, já que a

rotina indica por uma máscara de cores as respectivas inclinações.

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6. CONCLUSÃO

O BIM por seu potencial de compatibilização de projetos durante todo o ciclo

do empreendimento proporciona inúmeros benefícios. No entanto, como citado na

introdução desta pesquisa, a tecnologia BIM vem sendo usada como um CAD 2D

melhorado.

Por isso, rotinas de verificação de projeto potencializam a ferramenta e

corroboram para a adesão definitiva da tecnologia para o seu real objetivo de análise

e verificação da modelagem de forma simultânea além de contribuir com a

disseminação da programação visual em sistemas prediais. Programação visual essa

que, assim como a textual agrega portabilidade à rotina criada através do Dynamo,

podendo ser utilizadas em templates distintas do Revit pois, não necessita instalar

softwares robustos, basta usar a experiência e conhecimento do projetista em

programar, para disseminar uma tecnologia que pode ser usada por todos que

participam na concepção de projeto.

Nesse contexto, esta pesquisa valida o desenvolvimento de programação

visual dentro da tecnologia BIM de maneira automatizada, personalizada e assertiva.

Visto que dessa forma, o sistema de instalação sanitária fica próximo a realidade

contando com todas as inclinações necessárias e validas para o canteiro de obras.

Dessa maneira, como executou-se a análise da verificação de inclinações,

poderia ser programada uma ferramenta com outro tipo de parâmetro que

proporcionaria a projetista agilidade como diâmetros, tipo de tubulação, fluxo ou nível

pois, como criamos planilhas de excel para acelerar cálculos, as plataformas de

projeto evoluíram e permitem que os projetistas criem soluções para verificação das

variáveis envolvidas nos projetos para acelerar modelagem e verificações de acordo

com as normas.

Para finalizar, com esse estudo, visa-se concretizar a potencialização da

tecnologia BIM quando somada a programação visual proporcionando a essa

tecnologia ainda mais adesão perante ao CAD 2D. Sendo que esse estudo poderá ser

utilizado para aperfeiçoamentos da tecnologia BIM, disciplinas de sistemas prediais e

assuntos relacionados a programação visual.

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6.1 Sugestões para estudos futuros

Em estudos futuros, pensa-se em seguir usando a programação para

potencialização das ferramentas de projeto, sendo desenvolvidas ou aperfeiçoadas

outras ferramentas.

O aperfeiçoamento desse estudo desencadearia uma verificação mais

elaborada com o acréscimo de máscara de cores conforme o sentido de fluxo das

tubulações, dessa forma surgiria inclinações positivas e negativas, fracionando a

ferramenta desenvolvida.

Para o desenvolvimento de ferramentas que seguem o mesmo alinhamento,

sugere-se programas rotinas que potencializem diferentes projetos, como a

verificação das tubulações conforme o diâmetros das mesmas através de máscara de

cores, sempre com atualizações que atendam as obrigatoriedades normativas de

projeto e execução que orientem o projetista a tomar decisões.

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APÊNDICE A – MANUAL DE USO

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APÊNDICE B – PROGRAMAÇÃO DA FUNÇÃO COLORIR

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APÊNDICE C – PROGRAMAÇÃO DA FUNÇÃO LIMPAR