FACULDADE VÉRTICE UNIVÉRTIX SOCIEDADE ......Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da...
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FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 2018/02
COORDENAÇÃO DE CURSO:
PROF. M. SC. ANDRÉ SALUSTIANO BISPO
PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: PROFA. M. SC. KELLY APARECIDA DO NASCIMENTO
PROFA. M. SC. DEYLIANE APARECIDA DE ALMEIDA PEREIRA
MATIPÓ - MG 2018
SUMÁRIO
ANÁLISE DO PERFIL TÔNICO E DE EQUILIBRAÇÃO EM ESCOLARES DO
MUNICÍPIO DE MATIPO-MG ...................................................................................... 3
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO POR ACADÊMICOS DE UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) PARTICULAR................................... 26
CONHECIMENTO DECLARATIVO SOBRE HANDEBOL POR ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA ZONA DA MATA MINEIRA. .................. 44
ESTILO DE VIDA DE SECUNDARISTAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL
DA ZONA DA MATA MINEIRA: UM COMPARATIVO QUANTO AO SEXO ............. 58
NÍVEL DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA
MINEIRA ................................................................................................................... 78
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES DO
ENSINO FUNDAMENTAL II ...................................................................................... 94
PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR ................ 110
ANÁLISE DO PERFIL TÔNICO E DE EQUILIBRAÇÃO EM ESCOLARES DO
MUNICÍPIO DE MATIPO-MG
ACADÊMICOS: Bruno Henrique Pereira de Souza; Michael Coelho Martins; Rafael
Schiavo Dias
ORIENTADORA: Prof.ª M.Sc. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira
LINHA DE PESQUISA: Práticas educativas, didática e currículo
RESUMO: O objetivo do estudo foi identificar o perfil tônico e equilibração de escolares em uma escola pública municipal de um município da Zona da Mata Mineira. A amostra foi composta por 58 alunos do ensino fundamental, somando quatro turmas: três quintos anos e somente um quarto ano. Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vitor da Fonseca (1995) para diagnóstico do perfil psicomotor da criança. O programa de análise foi aplicado durante 2 semanas em 6 sessões de 50 minutos. A idade média dos escolares é de 9,84 (DP=±0,89) anos, sendo a maioria do sexo feminino (51,7%). A tonicidade teve 60,3% de adequação e o equilíbrio 70,7% de eupraxia. Concluiu-se que grupo de escolares analisados apresentaram perfil de tonicidade e equilibração normal revelando criança sem dificuldade de aprendizagem, porém com fatores psicomotores variados. PALAVRAS-CHAVE: Psicomotricidade, Equilibração; Tonicidade; Desenvolvimento Motor.
1. INTRODUÇÃO
A psicomotricidade é a ciência que objetiva estudar o ser humano por meio do
corpo em movimento, relacionando-se ao seu mundo intrínseco e extrínseco. Assim,
ela se relaciona ao processo de maturação, no qual o corpo é cerne das aquisições
mentais, afetivas e orgânicas. Dessa forma, esta ciência é amparada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE, 2017).
Segundo Fonseca (1995), a psicomotricidade é importante para o
desenvolvimento psicomotor e das habilidades motoras das crianças, pois é por meio
dela que o sujeito descobre os objetos, os outros e seu próprio mundo. Para isso, o
autor elenca a necessidade de desenvolvimento dos fatores psicomotores, a saber:
noção do corpo, estruturação espaço-temporal, lateralização, equilibração, tonicidade,
praxia global e praxia fina.
Considerando os fatores psicomotores, destaca-se que a educação
psicomotora “é a educação da criança através de seu próprio corpo em movimento,
4
dando espaço a sua espontaneidade, criatividade, levando em consideração sua
idade cronológica, cultural corporal, maturação e interesses sociais” (SOUSA, 2004,
p. 72).
Logo, a educação psicomotora é indispensável para o desenvolvimento motor
de crianças, pois algumas defasagens motoras podem se manifestar em dificuldades
de aprendizagem, por exemplo, a dislexia e a disgrafia (LUSTOSA; FIORENTIN;
ROCHA; 2004).
As principais características da dificuldade de aprendizagem envolvem
alterações na aquisição e uso da leitura, escrita, raciocínio ou habilidades
matemáticas, pois ocorre um desenvolvimento irregular da habilidade mental que
dificulta a capacidade de racionar e executar atividades, sejam acadêmicas ou da vida
diária (COLL C. et al, 1995). Uma das causas é o acometimento por uma disfunção
neurológica, ou seja, o desvio das funções do Sistema Nervoso Central que pode
envolver desde o desenvolvimento irregular da habilidade mental a disfunções
químicas e lesões específicas do cérebro, mas também pode ter como causa fatores
hereditários (GARCÍA SÁNCHEZ, 1998; CIASCA, 2000).
Os principais tipos de dificuldade de aprendizagem são o transtorno da leitura,
transtorno do cálculo e transtorno da expressão escrita. E podem estar associados a
problemas no desenvolvimento na memória, da linguagem, na motricidade fina e de
funções tais como aquisição da noção de direita ou esquerda, interações sociais,
noção de tempo.
Para Fonseca (1995), dentre os fundamentos psicomotores indispensáveis
para o desenvolvimento da aprendizagem, estão a tonicidade e a equilibração, duas
das sete funções psicomotoras. A tonicidade é fundamental para o desenvolvimento
da criança, pois, por meio dela, a criança mostra toda atividade humana, isto é, todas
as suas emoções, posturas, atitudes etc., tendo, assim, papel primordial no
desenvolvimento motor e cognitivo. A equilibração é um fator básico de organização
que envolve vários ajustamentos posturais, que dão suporte a respostas motoras do
corpo do indivíduo. Essa função se resume em controle postural e o desenvolvimento
de destrezas de locomoção.
Diante do exposto e corroborando com o que afirmam David et al. (2016, p.3)
— o mau desenvolvimento de certas estruturas pode ocasionar dificuldades na
aprendizagem do sujeito, como por exemplo, a diferenciação de grafias, como: b-d, p-
q, b-p, 6-9, 3-5, entre outras —, este estudo propõe o seguinte questionamento: Qual
5
é o perfil tônico e de equilibração dos escolares do município de Matipó-MG? Tem-se,
para tanto, o objetivo do estudo de avaliar o perfil tônico e equilibração de escolares
de 8 a 11 anos de uma escola pública municipal de um Município da Zona da Mata
Mineira.
Com este estudo pretende-se contribuir para a conscientização em relação ao
valor do desenvolvimento dos fatores psicomotores para todas as faixas etárias e a
importância de as escolares identificarem possíveis distúrbios psicomotores e
realizarem encaminhamento precoce para o atendimento educacional especializado.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Barbosa e Oliveira (2007) realizaram um estudo descritivo com teor
exploratório, cujo objetivo é analisar a equilibração de indivíduos de 5 a 6 anos de
idade cronológica, sendo 9 meninos e 10 meninas, alunos da creche CEMEI e
participantes do projeto de extensão FAMINAS Sorriso. Por meio de atividades
lúdicas, são reforçados o equilíbrio, a coordenação motora fina e ampla, a lateralidade,
a marcha e o esquema corporal, ajudando a desenvolver no grupo uma melhor
habilidade motora.
Campos (2008) apresentou um estudo que foi realizado com 22 crianças que
frequentam um projeto denominado SOS-Bombeiros no Resgate da Cidadania,
dedicado ao atendimento sócio educativo de crianças e adolescentes de baixo nível
socioeconômico. Trata-se de uma pesquisa descritiva. Os resultados sugerem que o
programa de intervenção foi capaz de beneficiar o desempenho psicomotor dos
participantes.
Almeida (2009) realizou uma pesquisa com o objetivo de verificar o perfil motor
de crianças com idade entre 7 e 9 anos. A amostra foi composta por 28 alunos, de
ambos os gêneros, sendo 16 meninos e 12 meninas, estudantes do projeto Pía
Ambiental no município de Campo Magro. Trata-se de uma pesquisa descritiva
comparativa. Foi utilizada a Bateria Psicomotora de Fonseca-BPM (1995). O resultado
do estudo aponta que 25% das meninas e 12% dos meninos atingiram o nível de
pontuação máximo, isto é, nível de pontuação 4.
Pereira e Tudella (2008) efetuaram um estudo com o objetivo de qualificar o
perfil psicomotor de alunos da primeira série, de acordo com o gênero, idade
6
gestacional e aspecto somático. A pesquisa qualitativa envolveu 20 meninos e 17
meninas, totalizando 37 alunos de um colégio particular. Após os pais assinarem o
termo de autorização e consentimento, os alunos foram avaliados pela Bateria
Psicomotora de Fonseca (1995). Os resultados deste estudo apontaram que, em
relação ao gênero, idade gestacional e aspecto físico concluiu-se que foi
majoritariamente eupráxico, ou seja, bom, de acordo com a escala de pontuação da
BPM.
Rosa Neto et al. (2010) realizaram um estudo cujo objetivo foi investigar o perfil
motor de escolares de 6 a 10 anos e analisar a confiabilidade da Escala de
Desenvolvimento Motor EDM de Rosa Neto (2002). Trata-se de uma pesquisa
descritiva, composta por 101 alunos, sendo 56 meninos e 45 meninas. De maneira
geral, o desenvolvimento motor dos alunos está normal, de modo que o desempenho
motor está relacionado à atuação escolar deles em na sala de aula, não havendo
nenhum tipo de relatos de estorvos na aprendizagem.
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor possuir estreita
relação com o desenvolvimento cognitivo, ou seja, o que o sujeito aprende
cognitivamente irá, em seguida, se colocado em movimento. O desenvolvimento
motor é influenciado por diversos fatores, desde a idade cronológica até o ambiente
em que a pessoa vive e insere-se. No que diz respeito ao ambiente, observa-se que
na escola, especificamente na aula de Educação Física, as propostas curriculares dos
professores podem gerar maior determinação dos mais variados padrões motores.
Por conseguinte, influenciam na forma como o sujeito usufrui e atua no meio
corporalmente, bem como no seu desenvolvimento motor.
Segundo Levitt (1995), o desenvolvimento motor atípico serve como guia e
parâmetro para que se avalie a alteração e a disfunção que a criança com distúrbio
neurológico pode apresentar no funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC).
Cabe destacar que algumas dificuldades/distúrbios motores são proeminentes
no ambiente escolar, pois possuem estreita relação com o rendimento escolar.
Corroborando com Rosa Neto et al. (2004, p. 423) “a atividade motora é de suma
importância para o desenvolvimento por inteiro de uma criança, evitando algumas
defasagens cognitivas, motoras e até mesmo afetivas”. A exemplo disso, tem-se
transtorno de déficit de atenção.
7
Diante do exposto, é indispensável que os ambientes educacionais estimulem
atividades psicomotoras que contribuam para o desenvolvimento motor cognitivo.
Segundo Thurin (2010), a psicomotricidade trata o ser humano holisticamente, ou
seja, nos mostra que a criança deve ser vista de corpo inteiro, nos mais variados
aspectos (afetivo, mental e motor) e estes de forma integrada. Logo, a escola deve
proporcionar um ambiente lúdico que favoreça o desenvolvimento pleno do aluno.
Perante o desenvolvimento humano, vivem-se diversos tipos de alterações ao
longo da idade, assim, há alterações nos níveis fisiológicos e de funcionamento motor
por fatores intrínsecos e extrínsecos.
3. METODOLOGIA
A pesquisa descritiva foi realizada com alunos do Município de Matipó-Mg.
Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Foi aplicada a Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca (1995) a 58
alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, de uma determinada escola municipal
localizada na cidade de Matipó-MG.
De acordo com descrição de Vitor da Fonseca (1995), a Bateria Psicomotora
(BPM) é composta por sete itens identificados como fatores psicomotores: tonicidade,
equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia
global e praxia fina. Para este estudo, optou-se pela avaliação do perfil tônico e
equilibração, uma vez que o teste Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca
(1995) contempla a faixa etária de 6 a 11 anos.
Cada fator da bateria é composto por subfatores, com tarefas pontuadas de um
a quatro, de acordo com o desempenho da criança, ou seja, quanto melhor o
desempenho, maior a pontuação por ela obtida. Ao final da avaliação, divide-se o valor
total alcançado nos subfatores pelo número de tarefas correspondentes a cada fator,
assim, obtêm-se valores que variam de um a quatro, os quais correspondem ao perfil
psicomotor.
8
O perfil psicomotor pode ser classificado em:
• realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) perfil apráxico;
• realização com dificuldade de controle (satisfatório) perfil dispráxico;
• controlada e adequada (bom) perfil eupráxico;
• realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada (excelente) perfil
hiperpráxico.
Os dados foram coletados no mês de junho de 2018, após a assinatura do
Termo de Autorização pela direção da escola. Posteriormente, os dados foram
digitados no programa Microsft Excel, versão 2016 e analisados no programa SPSS
versão 24. Os dados estão expressos em medidas de frequência relativa, de
tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados retratados abaixo foram adquiridos por meio de questionários
aplicados em uma escola pública municipal no município de Matipó-MG. A idade
média dos escolares é de 9,84 (DP=±0,89) anos, sendo a maioria do sexo feminino
(51,7%).
Papalia e Olds (2000) dizem que entre seis e sete anos de vida de uma
determinada criança o desenvolvimento muscular e esquelético evolui, tornando os
ossos mais fortes, com maior capacidade respiratória e cardíaca, acarretando uma
maior resistência física. Sendo assim as habilidades motoras se aprimoram e elas são
capazes de pular corda, jogar bola, andar de bicicleta, equilibrar-se em cima do meio
fio, isto é, executar tarefas que requerem maior coordenação.
De acordo com as brincadeiras entre as crianças, observamos as diferenças
entre ambos os sexos. Por um lado, os meninos, estão sempre brincando com
atividades mais extravagantes, enquanto as meninas preferem atividades mais
pacíficas com uma com a outra, segundo Benenson (1993). Carvalho et al (2001)
afirmam que as crianças do sexo masculino preferem atividades que contem
arremessos de arcos e bolas e tarefas relacionadas à carpintaria, como, por exemplo,
serrar uma tábua. Enquanto as do sexo feminino preferem atividades relacionadas à
corda e à boneca, imitando a mãe em tarefas de casa, como cozinhar, lavar, passar,
varrer e outras.
Além das diferenças entre sexos, pode haver diferenças na performance
motora de crianças nascidas com idade gestacional abaixo de 37 semanas, podendo
9
apresentar distúrbios de comportamento como hiperatividade, ansiedade, déficit de
atenção e baixa autoestima, sendo ele no âmbito escolar ou familiar (OMS, 1999).
A imagem 1 apresenta o somatotipo dos escolares, conforme avaliação descrita
na Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca (1995).
Imagem 1: Somatotipo de escolares do município de Matipó-MG, de acordo com o sexo. 2018 Fonte: elaborado pelos autores
O somatotipo é apresentado como um recurso extremamente útil na analise
das repercussões na variação de forma corporal, decorre dos processos de
crescimento físico e na maturação biológica e monitoração das adaptações
morfológicas que provem dos hábitos alimentares e da prática de exercícios, Malina
(1991 apud Fortes et al 2016). Ele e formado por três componentes: endormorfia que
reflete a quantidade de gordura não essencial; mesomorfia, que traduz o
desenvolvimento do esqueleto e da musculatura em relação a estrutura e, finalmente,
a ectomorfia, que representa a linearidade relativa do indivíduo (ARAÚJO, 1985 apud
FORTES et al, 2016).
O somatotipo é apresentado como um recurso extremamente prestadio na
análise das repercussões na variação de forma corporal que decorre dos processos
de desenvolvimento físico, na maturação biológica e na vigilância das adaptações
morfológicas que provem dos hábitos alimentares e da prática de exercícios (MALINA,
1991 apud FORTES et al, 2016).
O somatotipo é composto por três componentes: endormorfia que reflete a
quantidade de gordura não essencial; mesomorfia, que traduz o crescimento do
32,8%
13,8%
5,2%
29,3%
12,1%
6,9%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Ectomorfo Mesomorfo Endomorfo
Feminino Masculino
10
esqueleto e da musculatura em relação a estrutura, e, finalmente, a ectomorfia, que
representa a linearidade relativa do indivíduo (ARAÚJO, 1985 apud FORTES et al,
2016).
A tabela 1 apresenta a caracterização do controle respiratório dos escolares.
Tabela 1: Caracterização do controle respiratório de escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG. 2018
Controle respiratório Perfil
Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico
Inspiração
Feminino - 3,3 63,3 33,3
Masculino - 3,6 60,7 35,7
Expiração
Feminino - 20,0 50,0 30,0
Masculino - 7,1 53,6 39,3
Apneia
Feminino 10,0 30,0 30,0 30,0
Masculino - 10,7 42,9 46,4
Fatigabilidade
Feminino 20,0 40,0 40,0 -
Masculino 28,6 46,4 17,9 7,1
Fonte: elaborado pelos autores
Os diferentes resultados podem ser atribuídos ao fato de que os tipos de
brincadeiras realizadas pelas meninas e pelos meninos muitas vezes diferem-se.
Segundo Teixeira e Myotin (2001), as brincadeiras dos meninos exigem coordenação
motora ampla, como soltar pipa, subir em árvore e jogar futebol, ao passo que as
meninas passam boa parte do tempo brincando em ambiente fechados. Assim,
corroborando com Pereira (2005), as atividades influenciam na aprendizagem e no
desempenho motor das crianças. Logo, sempre haverá diferença no desempenho
motor em ambos sexos.
Santos (2008) afirma que o controle respiratório é concedido por meio de uma
respiração abdominal e que o tempo de inspiração deve ser sempre inferior ao de
expiração. O autor expõe que a respiração se adapta automaticamente às
necessidades de cada momento, dessa forma, é importante respeitar e não forçar a
criança nos exercícios respiratórios para não provocar tonturas, enjoos e,
principalmente, a fadiga.
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Dada a influência da respiração sobre os processos psicológicos, sua
educação, ainda na pré-escola, é de suma importância. O controle das emoções por
meio da respiração é resultado de um processo de aprendizagem que vai fazendo-se
um processo puramente automático, que já se dispõe desde o nascimento (SANTOS,
2002).
Desta forma, é relevante compreender o perfil psicomotor dos escolares e as
possíveis influências na aprendizagem. A imagem 2 apresenta a prevalência dos
perfis psicomotores quanto à tonicidade e equilibração.
Imagem 2: Perfil psicomotor de escolares, quanto à tonicidade e equilibração, no município de Matipó-MG (2018). Fonte: elaborado pelos autores.
Um dos perfis que merece atenção neste gráfico é o eupráxico que, segundo
Fonseca (1995), é um perfil adequado para tal tarefa realizada, isto é, um bom perfil
psicomotor. A tonicidade, fundamento que teve 60,3% de adequação, é um
fundamento caracterizado pelo autor como uma atividade postural dos músculos, que
está incluída na unidade funcional do cérebro e garante as atitudes, posturas,
mímicas, emoções, entre outras. Assim, suas modulações estão relacionadas aos
estados afetivo e emocional, conscientes ou inconscientes.
Fonseca (1995) afirma que o tônus é um componente fundamental da
individualidade, qualquer modificação ocorrida em uma parte do corpo acarreta,
solidariamente, uma alteração no estado tônico das outras porções. Assim, a
1,7
60,3
37,9
17,2
70,7
12,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
Tonicidade Equilibração
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tonicidade assegura a preparação para o movimento para os mais variados moldes
de tarefa postural e práxica.
A tonicidade abarca todos os músculos encarregados pelas finalidades
biológicas e intelectuais, tendo como característica essencial o seu irrelevante nível
energético, que permite o ser humano manter-se de pé por maiores períodos sem
fadigar, ou seja, a tonicidade e a motricidade são inseparáveis.
Quirós e Schrager (1980) comprovam que o equilíbrio, fundamento no qual
obteve-se 70,7% de eupraxia, trata-se de um contato direto com várias forças,
especialmente, da gravidade e da força motora dos músculos do corpo humano. O
organismo obtém o equilíbrio quando tem capacidade de dominar as posturas e
atitudes corporais. Sendo assim, a tonicidade e a equilibração andam juntas. A
equidade motora, isto é, a autonomia fundamenta- se na manutenção de um bom
equilíbrio.
Segundo Fonseca (1995), a ausência de um bom equilíbrio pode ser a falta de
confiança que um determinado indivíduo tem em si mesmo, sendo acompanhada de
perturbações no controle motriz. Crianças que, no ponto de vista psicomotor são
instáveis, isto e, mudam de posição o tempo todo, estão apenas tentando estabelecer
seu equilíbrio, prejudicando sua capacidade detalhada.
Segundo Fernandes (2004), a tonicidade muscular é responsável pelo
movimento, essencialmente reflexo, sendo caracterizada como uma situação de
tensão muscular permanente, tendo seu papel primordial nos ajustamentos posturais
e a atitude geral do corpo. Na amostra investigada, a maioria (60,3%) apresenta perfil
de hipotonicidade, ou seja, diminuição do tônus muscular que afeta o controle nervoso
motor pelo cérebro ou força muscular. Já os demais (37,9%) apresentam
hipertonicidade, ou seja, a amplificação incomum no tônus da musculatura lisa ou
esquelética.
Nesse sentido, é indispensável compreender os cofatores da tonicidade são
responsáveis por essa musculatura e suas ações complementares. Dentre os
cofatores tem-se extensibilidade de Membros Inferiores (MI) e Membros Superiores
(MS), Passividade, Paratonia de MI e MS, Diadoconésias da Mão Direita e Mão
Esquerda, e por fim a Sincinésias Bucais e Contralaterais.
A imagem 3, a seguir, representa os cofatores de extensibilidade de Membros
Inferiores (MI) e Membros Superiores (MS) dos alunos pesquisados, de acordo com o
sexo.
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Imagem 3: Cofator Extensibilidade de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores
A flexibilidade é definida como característica motriz que necessita da
elasticidade do músculo e da mobilidade articular, representada pela amplitude
máxima de movimento necessária para a execução de qualquer atividade física
voluntaria, sem que ocorram lesões (PAVEL e ARAÚJO, 2008 apud CONTURSI,
1998, p. 03).
Segundo Contursi (1998), a flexibilidade é de suma importância para
prevenções de lesões, melhora do desempenho com menos gasto energético, além
do bem-estar que ela favorece. Uma pessoa flexível é capaz de realizar grandes
movimentos de amplitude com maior segurança e competência, beneficiando,
significativamente seu desempenho no esporte que prática e também nas aulas de
Educação Física.
A imagem 4 apresenta a proporção de alunos quanto ao cofator passividade.
0,0%
23,3%
36,7%
40,0%
10,7%
50,0%
39,3%
3,3%
6,7%
40,0%
50,0%
7,1%
35,7%
57,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
perfil apráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino
14
Imagem 4: Cofator Passividade em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores.
De acordo com Fonseca (1995), a passividade — cofator que no sexo feminino
teve 73,3% de aperfeiçoamento e enquanto o masculino teve 57,1% —, é definido
como a eficácia de relaxamento passivo dos membros e suas pontas distais diante
das mobilizações, oscilações e balanceios.
A imagem 5 à frente, exibe a porcentagem de aperfeiçoamento dos alunos
diante do cofator Paratonia de MI e MS, de conforme o sexo.
Imagem 5: Cofator Paratonia de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores
16,7%
73,3%
10,0%7,1%
57,1%
35,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
Feminino Masculino
13,3%
43,3% 43,3%
10,7%
25,0%
64,3%
6,7%
40,0%
53,3%
42,9%
57,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino
15
A paratonia é a persistência de uma rigidez muscular caracterizada por uma
inadequada incontinência das reações tônicas. Pode aparecer nos quatro membros
ou apenas em dois. Há uma instabilidade na posição estática ou quando se caminha
ou corre devido à rigidez (BARBOSA, 2014).
A imagem 6 mostra o cofator Diadococinesias de MI e MS dos escolares, de
acordo com sexo.
Imagem 6: Cofator Diadococinesias de Membros Inferiores e Superiores em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG (2018). Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores
A Diacocinesias é a habilidade para realizar repetições rápidas de padrões
relativamente simples de contrações musculares opostas, utilizada para avaliar a
maturação e a integração neuromuscular (MODOLO, 2007).
A próxima imagem está se referindo ao cofator Sincinésias Bucais e
Contralaterais.
20,0%
80,0%
10,7%
89,3%
30,0%
70,0%
3,6%
10,7%
85,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
MI Feminino MI Masculino MS Feminino MS Masculino
16
Imagem 7: Cofator Sincinésias Bucais e Contralaterais em escolares, de acordo com o sexo, no município de Matipó-MG. (2018) Fonte: Elaborado pelos autores Legenda: MI = Membros Inferiores; MS = Membros Superiores
A Sincinesia é caracterizada pela ação de músculos que não atuam em
determinado movimento, impedindo a realização de atos coordenados e com ritmo,
devido a sua descontinuidade nos gestos e imprecisão dos movimentos. Podem
aparecer, ainda, outros sintomas como tremores na língua, lábios, pálpebras e dedos
quando estes são solicitados para a execução de um determinado movimento.
(BARBOSA, 2014).
A imagem 8 apresenta o cofator Imobilidade de escolares do município de
Matipó-MG.
3,3%
30,0%
43,3%
23,3%
7,1%
64,3%
28,6%
3,3%
26,7%
46,7%
23,3%
17,9%
42,9%39,3%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
perfil hiperpráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
Bucais Feminino Bucais Masculino Contralateriais Feminino Contralateriais Masculino
17
Imagem 8: Cofatores Imobilidade em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-MG. (2018) Fonte: Elaborado pelos autores
O cofator Imoblidade ganha destaque sendo que o sexo masculino teve o
resultado de 46,4%, no perfil dispráxico, ao passo que o sexo feminino teve 46,7% o
perfil eupráxico. Fonseca (1995) diz que a imobilidade se relaciona ao fato de o
indivíduo ser capaz de parar voluntariamente todo e qualquer movimento durante um
curto espaço de tempo.
A próxima tabela indica os cofatores do equilíbrio dinâmico e marcha
controlada.
Tabela 2: Co-fatores Equilíbrio Dinâmico, Marcha Controlada, em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-Mg. 2018
Equilíbrio
Perfil
Feminino Masculino
Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico
Estático retilíneo - 33,3 46,7 20,0 - 25,0 50,0 25,0
Estático ponta 3,3 16,7 56,7 23,3 3,6 14,3 42,9 39,3
Estático apoio 3,3 23,3 53,3 20,0 3,6 10,7 42,9 42,9
Dinâmico marcha 3,3 6,7 63,3 26,7 3,6 7,1 53,6 35,7
Fonte: Elaborado pelos autores
O equilíbrio dinâmico e também o estático envolvem o controle postural e das
aquisições de locomoção, integrando a capacidade de equilibração. Isso ocorre
devido aos sistemas de controle do movimento e da postura. A equilibraçao coordena
3,3%
40,0%
46,7%
10,0%
3,6%
46,4%
25,0% 25,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%
perfil apráxico perfil dispráxico perfil eupráxico perfil hiperpráxico
Feminino Masculino
18
dados intracorporais e extracorporais, cruciais na atividade motora e na aprendizagem
(FONSECA, 1995, p.146)
A tabela 3 apresenta dados referentes ao cofator equilíbrio dinâmicos, de
acordo com sua evolução no banco.
Tabela 3: Co-fatores Equilíbrio Dinâmico, Evolução no banco, em escolares, de acordo com o sexo, do município de Matipó-Mg. 2018
Equilíbrio Dinâmico
Perfil
Feminino Masculino
Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico Apráxico Dispráxico Eupráxico Hiperpráxico
Para a frente - 3,3 30,0 66,7 3,6 7,1 25,0 64,3
Para trás 16,7 30,0 43,3 10,0 7,1 21,4 42,9 28,6
Do lado direito 3,3 20,0 46,7 30,0 - 17,9 32,1 50,0
Do lado esquerdo 10,0 26,7 43,3 20,0 3,6 21,4 35,7 39,3
Pé cochinho esquerdo 3,3 10,0 63,3 23,3 3,6 32,1 25,0 39,3
Pé cochinho direito - 26,7 60,0 13,3 - 21,4 35,7 42,9
Pés juntos para frente 6,7 10,0 33,3 50,0 - 10,7 25,0 64,3
Pés juntos para trás 20,0 40,0 26,7 13,3 10,7 28,6 32,1 28,6
Pés juntos com olhos
fechados 63,3 20,0 10,0 6,7 32,1 35,7 21,4 10,7
Fonte: Elaborado pelos autores
Fonseca (2012) afirma que, no equilíbrio dinâmico e, na marcha controlada, a
criança realiza movimentos ocasionais e ligeiras reequilibrações, com rápidos sinais
difusos. Com relação aos saltos de olhos abertos, a criança realizou com ligeiras
reequilibrações e pequenos desvios de direção, sem demonstrar sinais disfuncionais,
revelando um controle dinâmico adequado. Já os saltos com os olhos fechados, a
criança realizou moderadamente, vigiados e controlados com alguns sinais de
reequilibração.
O domínio postural é consequência da contratação tônica dos músculos, que
agem como um agente estabilizador das estruturas articulares, melhorando a ação
muscular das articulações distais. Essa modulação tônica e traduzida no domínio da
equilibração, isto é, a tonicidade e a equilibração andam juntas para decorrência das
funções de coordenação dos grupos musculares. (FONSECA, 1995, p.149).
Sendo assim, Fonseca (1995, p.151) afirma que uma insegurança gravitacional
deixa a equilibração complexa, impossibilitando a atenção exclusiva, desencadeando
a fragilidade emocional.
O papel da Educação Física é de suma importância para desenvolver a
tonicidade e o equilíbrio dos escolares. Sendo assim, o profissional da área deve
buscar que seu espaço seja de formação e informação, no qual a aprendizagem dos
demais temas favoreça o aluno no dia a dia dos pontos sociais marcantes em um
19
mundo cultural, propiciando o desenvolvimento de capacidades, compreensão e
intervenção em fenômenos sociais e culturais (BRASIL, 1997, p.45).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que grupos de escolares analisados apresentaram perfil de
tonicidade e equilibração normal, revelando crianças sem dificuldade de
aprendizagem, porém com fatores psicomotores variados. Cabe destacar que o
avaliador era conhecido pelas crianças o que facilitou aplicação dos testes. Assim, a
realização das tarefas das sessões da Bateria Psicomotora depende da criança, do
seu interesse e da sua motivação. Sugere-se que estudos futuros avaliem os outros
fatores psicomotores (Lateralização, Noção do Corpo, Estruturação Espaço-temporal,
Praxia Global e Praxia Fina) e associem com o desempenho escolar.
A tonicidade é composta por cinco cofatores (Extensibilidade, Passividade,
Paratonia, Diadococinésias e Sincinnésias), ao passo que a equilibração é divida em
Imobilidade, Equilíbrio Estático, Equilíbrio Dinâmico e Marcha Controlada. Esses
cofatores juntos são de suma importância para o desenvolvimento por inteiro da
criança, uma vez que eles sempre andam juntos (tonicidade e equilíbrio), isto é, um
depende do outro. Para que o individuo tenha um bom equilíbrio, ele necessita ter um
bom tônus muscular, isto é, bem forte para possa executar com maior facilidade as
trocas de posturas e também mantê-las.
As limitações do estudo aconteceram devido ao uso de apenas 2 dois fatores
da psicomotricidade — tonicidade e equilibração —, dessa forma, sugere-se que
estudos futuros investiguem os outros 5 fatores psicomotores na amostra investigada
e/ou em outras realidades escolares.
6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C. M. Perfil Psicomotor de alunos com idade entre 7 a 9 anos. In: Congresso Nacional de Educação EDUCERE e Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 9º e 3º, Anais, Paraná, PUCPR, 2009. ARAÚJO, C. G. S. Avaliação da flexibilidade: valores normativos do flexiteste dos 5 aos 91 anos de idade. Nº4. São Paulo. Arq. Bras. Cardiol. vol.90 Apr. 2008 BARBOSA, G. P.; OLIVEIRA, M. M. Análise da equilibração em crianças de 5 a 6 anos institucionalizadas em Muriaé, MG. Revista Cientifica da Faminas, v. 3, n. 2, maio- ago. de 2007.
20
BENESON, J. E. Greater preference among females than males for dyadic interaction among females than males for dyadic interaction in early childhood. Child Development, v. 64, p. 544-555, 1993. BRASIL, Ministério da Educação e Desporto. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1997. CAMPOS, A. C. Intervenção psicomotora em crianças de nível socioeconômico baixo. São Paulo: UFSCar, 2008. CARVALHO, A. E. V.; LINHARES, M. B. M.; MARTINEZ, F. E. História de desenvolvimento e comportamento de crianças nascidas pré-termo e baixo peso. Psicologia: Reflexão e critica, v. 14, n. 1, p. 1-33, 2001. CIASCA, S. M.; ROSSINI, S. D. R. Distúrbio de aprendizagem: mudanças ou não? Correlação de dados de uma década de atendimento. Temas sobre Desenvolvimento, v. 8, n. 48, p. 11-16, 2000. CONTURSI, TÂNIA L. B. Flexibilidade e Alongamento. Rio de Janeiro: Editora Sprint. Ed 20, 1998 COLL, C. et al. Desenvolvimento psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995. v. 3 DAVID, V. Q. et al. Desenvolvendo a estruturação espaço-temporal através dos princípios do futsal. Centro Universitário de Adamantina (FAI). IV Encontro Nacional PIBID. Adamantina – SP: FAI, 2016. FERNANDES, Gisele Reigoto. Saber e Movimento: Uma reflexão sobre a psicomotricidade, o corpo, o jogo e seus significados. Rio de Janeiro, 2004. 50f. Monografia/Pos-Graduaçao. Latu Senso em Psicomotricidade – Universidade Candido Mendes. FONSECA, Vitor da. Manual de Observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. 2º ed. – Rio de Janeiro: Wak editora. 2012. FONSECA, V. Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GALLAHUE, D. L.; OZMUN J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebes, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Ed. Phorte; 2005. GARCÍA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. LEVITT, S. Treatment of Cerebral Palsyand Motor Delay.3ª edição. Oxford, UK: Blackweell, 1995.
21
MODOLO, Daniela Jovel. Diadococinesia oral e laríngea em crianças. São Paulo, 2007. Dissertação/Mestrado. Latu Senso em Fonoaudiologia – Universidade de São Paulo. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados a saúde. 10ª ed. v.1. Tradução do Centro Colaborador da OMS para classificação de doenças em português, 7ª ed. São Paulo: Universidade de São Paulo. 1999, p. 1181-1186. PAPALIA, D. E., OLDS, S. W. Desenvolvimento humano. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2000. PEREIRA, K. Perfil psicomotor: caracterização de escolares da primeira série do ensino fundamental de colégio particular. São Carlos: UFSCar, 2005. Dissertação (mestrado em fisioterapia), Universidade de São Carlos, 2005. QUIROS, J.B. E SCHRAGER, O. L. Fundamentos neuropsicológicos em lãs discapacidades de aprendizaje. Buenos Aires: Panamericana, 1980. ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. SANTOS, Rosangela Pires dos. Psicomotricidade. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/5672282/psicomotricidade---rosangela-pires. Acesso em: 10/09/2018 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Psicomotricidade. Disponível em:http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm.Acesso em: 07.out.2017. TEIXEIRA, A. G. A., MYOTIN. E. Cultura Corporal das Meninas: Análise sob a Perspectiva de Gênero. Revista Motriz, v. 7, n.1, pp. 45-48, Jan-Jun, 2001. THURIN, J.M. Évaluation de l’efficacité des thérapeutiquesenpsychomotricité. In: Entretiens de Psychomotricité. Paris: LesEntretiensMédicaux, 2010, p. 5-12.
22
ANEXOS
23
24
25
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,___________________________________________________________,
brasileiro (a), residente na cidade de _________________________ declaro ter sido
procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadoras (PREENCHER NOME COMPLETO
DOS ACADÊMICOS E RETIRAR O AMARELO E ISSO QUE ESTÁ ESCRITO) para
dar o competente consentimento a fim de participar do trabalho investigativo para a
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em
Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix a ser conduzido pelos citados
acadêmicos.
Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os
esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi
realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá
incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os
benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.
Além disso, os acadêmicos, ao discutir as medidas que serão adotadas no
decorrer do trabalho, para proteger a pessoa do (a) signatário (a), informou da
impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após
o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive
para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da
pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.
Matipó, ___ de abril de 2018.
ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO POR ACADÊMICOS DE UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) PARTICULAR
ACADÊMICOS: Leandro Luiz Polesca; Jose Paulo de Oliveira Mol; Marcelo Loures
Pereira Júnior
ORIENTADOR: Prof. M.SC. André Salustiano Bispo
LINHA DE PESQUISA: Formação de professores
RESUMO: O objetivo do estudo foi verificar a avaliação de discentes sobre estágio curricular supervisionado de uma Instituição de Ensino Superior particular, na Zona da Mata Mineira. A amostra foi composta por 51 estudantes do 2°,3°,4°e 6° períodos, regularmente matriculados no ano 2018, na referida Instituição, e foram aplicados questionários no segundo semestre de 2018. O instrumento de coleta de dados contemplou questões sócio-demográficas e das competências do estágio. Segundo a legislação vigente a maioria realizou o estágio em escolas (82,0%), entre os turnos matutino e vespertino (98,0%), com a duração em média de 3 meses e 2 dias para concluir, sendo que o tempo dedicado para tal atividade oscilou em média 2 horas semanais, e que (12%) do número total de entrevistados realizaram o estágio curricular obrigatório sendo remunerados. Além disso, observa-se que (98%) dos discentes afirmaram que tiveram aquisição de conhecimento no estágio. Entretanto, o nível de satisfação é (84,0%), quanto que todos os discentes apresentaram preocupação em conhecimentos básicos necessários para atuar e em conciliar o tempo dedicado às questões pessoais com as questões universitárias. Nota-se que (98%) dos discentes preocuparam em atingir os objetivos dos alunos, por exemplo. Cabe destacar que a instituição oferece cursos de extensão e capacitação que tem uma participação de (56%) dos discentes. Houve também a afirmação por parte dos entrevistados sobre a participação em outras atividades extracurriculares como projeto de pesquisa, grupos de estudo, cursos fora da faculdade, atividades de organização de eventos e outros, que mostrou a sua eficácia na rotina de estágio dos entrevistados. Conclui-se que a realização desta pesquisa possibilitou a análise a partir de um olhar reflexivo sobre a avaliação do estágio curricular supervisionado realizado por acadêmicos de uma instituição de ensino superior (IES) particular, permitindo descrever o público participante, as preocupações, desenvolvimento, capacitação, limitações e potencialidades das quais são praticadas pelos discentes enquanto estagiários desta instituição. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação, Estágio Supervisionado, Formação de Professores.
1. INTRODUÇÃO
Historicamente o processo de formação do professor está ligado diretamente à
capacitação da mão de obra para o mercado de trabalho. Essa formação diz respeito
a um modelo educacional de transmissão de conhecimentos científicos, pautados na
27
teoria e racionalidade técnica. A partir de modelos de formação acreditou-se que os
profissionais da educação estariam preparados e instrumentalizados a lecionar e
também na resolução de possíveis problemas que surgem na vida profissional (LIMA
e BATISTA, 2016).
Porém, observa-se um hiato na relação teoria e prática, pois os discursos são
abstratos e não tem impactado positivamente na prática docente. Verifica-se que os
novos modelos de formação profissional devem centra-se em modelos de colaboração
entre pesquisadores, estudantes em formação inicial, universidades e escolas, para
que haja um avanço no entendimento (CAMBRAIA e ZANON, 2018).
Dentro desta perspectiva, a formação de professores, segundo as políticas
educacionais, tem ênfase no caráter técnico-instrumental, com competência
determinada para solucionar problemas da prática cotidiana (FREITAS, 2002). Para
isto, os estágios acadêmicos são indispensáveis para entrelaçar a teoria e a prática,
nos cursos de ensino superior.
A lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, define que o estágio supervisionado
visa aprimorar o aprendizado dos discentes e potencializar seu currículo e formação,
sendo assim o acadêmico deve desfrutar do estágio para adquirir uma oportunidade
de experiência e vivenciar todos os obstáculos que hão de ser enfrentados. O
professor orientador deve instruir o discente a fim de aplicar e explorar todo o seu
conhecimento adquirido durante a sua formação, além disso, colaborar com o mesmo
nas discussões teóricas das práticas pedagógicas (BRASIL, 2008).
As atividades de prática profissional são indispensáveis na formação
profissional, configurando-se como espaço de articulação entre teoria e prática, e não
somente como uma atividade que visa qualificar o indivíduo a exercer determinadas
funções. Observa-se rotineiramente que é através do estágio que o discente faz sua
primeira aproximação com a prática, criando um vínculo direto com sua realidade
profissional.
Segundo BISCONSINI et al., (2016), é através do estágio que o aluno pode
estabelecer relações entre teoria e a prática, bem como toda a dinâmica que envolve
o contexto escolar, pois, não se trata apenas de metodologias mais também de
aprendizado e experiência, onde se defronta com os impasses e se submete a uma
intervenção crítica e comprometida com o projeto proposto. Além disso, o autor afirma
que se pode, através do estágio, compreender a relação entre a prática profissional e
o contexto mais amplo das suas relações com a sociedade, estabelecer as mediações
28
necessárias que possibilitem a criação de alternativas ao exercício profissional e
desenvolver habilidades e competências de conteúdo prático em complemento aos
conteúdos teóricos do curso, permitindo ao aluno uma interação com seu universo de
atuação profissional.
Para isto, o estagiário deve descrever sua observação, experiência, a relação
aluno e professor, caracterizar estrutura física da escola, a rotina diária e semanal,
bem como possíveis dificuldades enfrentadas pela escola, dentre outros aspectos que
contribuem para formação.
Diante do exposto, tem-se como problematização: qual a percepção dos
discentes sobre o estágio curricular supervisionado? Logo, o objetivo do estudo é
verificar a avaliação de discentes sobre estágio curricular supervisionado de uma
Instituição de Ensino Superior particular, na Zona da Mata Mineira.
Acredita-se que este estudo contribuirá para compreender a relação entre a
teoria e as habilidades/competências práticas do estágio supervisionado, bem como
identificar possíveis fragilidades do processo de estágio e dificuldades encontradas
nas escolas.
2. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
IZA e SAMUEL NETO (2015) realizaram um estudo com o objetivo de analisar
as produções cientificas que relatam sobre o estágio supervisionado na formação de
Professores de Educação Física realizado em uma Instituição Pública Federal no Rio
Grande do Sul – Brasil. A saber, trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, cuja
estratégia de coleta de dados foi à observação dos participantes e a entrevista não
estruturada, que foi realizada baseada em experiências no contexto de estagiário, e,
também com analise literária. Os resultados evidenciam-nos que o estágio
supervisionado é uma ferramenta fundamental e deve ser utilizada para potencializar
a formação do corpo discente enquanto observado e seu aprendizado na instituição
em que se encontra matriculado e em curso de graduação.
Assim sendo, o Estágio Supervisionado é essencial na vida acadêmica para
que o discente tenha uma prévia vivência na área onde será formador de opiniões,
professores-colaboradores, mediadores no processo ensino aprendizagem e também
29
influenciador em resultados que beneficiem aos alunos que só podem ser
conquistados com ensino satisfatório e experiências que vão gerar qualidade para o
intercâmbio entre aluno-professor.
CAMARGO et al.,(2014) realizaram um estudo, objetivando relatar a prática foi
desenvolvido durante o primeiro semestre de 2013. A atividade foi realizada em uma
Escola Pública de Ensino Fundamental do município de Ariquemes no estado de
Rondônia, com crianças do segundo ano, totalizando aproximadamente 105 alunos.
Trata-se de uma pesquisa realizada com metodologia de pesquisa-ação descritiva,
cuja estratégia de coleta de dados foi realizada através de filmagens e anotações em
campo, sendo posteriormente analisado elaborado um relatório de informações sobre
as práticas pedagógicas, atividades e conteúdos abordados e utilizados nas turmas
observadas.
Os resultados deste estudo, por sua vez, apontam que o estágio
supervisionado é a forma de aproximação dos conteúdos apresentados durante a
formação acadêmica, vivenciando a realidade que se encontra dentro do âmbito
escolar, sendo sua prática indispensável para a formação completa de um profissional
em Educação e também é de grande importância, pois possibilita momentos de
interação com a realidade profissional gerando compreensão através da postura
prévia vivida no campo de estágio que é de grande valia para o futuro como professor-
colaborador.
CALDAS NETO e NASCIMENTO (2018) realizaram um estudo em Icó, Ceará
que se caracteriza como uma revisão integrativa de alguns trabalhos resgatados no
banco de dados da Scielo. Esta revisão permitiu investigar os trabalhos que já
estavam produzidos a fim de contribuir para possíveis novas experiências para
formação de docentes enquanto discentes em uma IES sendo ela particular ou privada
e na condição de estagiários.
Os Resultados obtidos por meio deste estudo revelaram que o estágio está em
constante mudança e os discentes necessitam de se adaptar a essas condições para
estarem aptos a exercerem tais funções de estagiários. Os professores têm um papel
fundamental para a formação dos futuros profissionais da área, mas enquanto
mediador no processo em que deve explorar a capacidade e também o máximo do
aprendizado dos discentes para que haja aproveitamento no conteúdo programático
de estágio supervisionado, bem como a qualidade do desenvolvimento de cada
30
atividade e o planejamento do que deve acontecer através da Práxis que deve ser
exercida pelos discentes.
SILVA e BASTOS (2017), em seu artigo, analisaram os resultados obtidos de
uma pesquisa em doutorado que se referem a uma proposta metodológica durante o
estágio supervisionado, referente à Educação à Distância. Nesta pesquisa, além das
propostas metodológicas, o objetivo principal foi analisar entre dois grupos de sujeitos
às suas concepções, onde um dos grupos foi integrado por representantes
relacionados com parcerias entre universidade e escolas. De acordo com alguns
aspectos que podem facilitar ou dificultar a atuação do estagiário no modo escolar e
o segundo grupo, composto por licenciandos, onde os aspectos que consideravam
relevantes estão ligados à prática docente no Ensino Médio. Optaram também em
analisar quais as contribuições do trabalho com Grupos Cooperativos, referentes a
formação de professores, modalidade à distância.
CAZETTA et al.,(2018) realizou um estudo com a finalidade de avaliar os
processos de mudança nas identidades docentes que costumam ocorrer na formação
inicial desses professores, principalmente os professores em formação em
licenciatura no período de realização das atividades dos estágios que seriam
obrigatórios nas escolas. Foi solicitado aos estudantes que ao participarem do estágio
utilizassem em suas aulas, narrativas audiovisuais e também que observassem
qualquer mudança significativa durante o acompanhamento dessas interações e
situações em sala, alterando o modo de linguagem nas aulas, usando a produção
discursiva. Obtém-se como resultado deste estudo, a modificação da educação,
possibilitando que as topografias consideradas até então invisíveis, sofram processos
de ensino e aprendizagem e ganhem visibilidade plástica por meio da linguagem
audiovisual. Além disto, acredita-se que este estudo possa colaborar para a realização
de futuros estudos, bem como apontar caminhos que subsidiem o processo de
formação de professores.
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.2.1 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM OLHAR PARA A
EDUCAÇÃO FÍSICA
31
O processo de formação ainda é um assunto muito discutido no âmbito
acadêmico. Este é centrado em saberes docentes, prática, processos reflexivos,
“feedback” e formação do professor pesquisador. O estágio supervisionado é uma
fase da formação, que une a teoria que o aluno adquiriu até então com a prática que
possibilita o indivíduo a ter uma experiência ou um “feedback” quando for exercer a
profissão docente no futuro.
De acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, art. 1, §§ 1,2
(BRASIL, 2008), o estágio supervisionado é um componente curricular obrigatório em
que o acadêmico é orientado por profissionais capacitados, sendo uma etapa da
formação profissional e não apenas uma atividade qualquer. Assim sendo, a carga
mínima exigida para os cursos de licenciatura plena, como nos afirma a CNE/CPN
28/2001 (BRASIL, 2001), sendo esta de 400 horas. Estas, geralmente, são realizadas
a partir da metade da graduação, fato que gera muitas discussões, uma vez que o
tempo é muito pouco para a formação do acadêmico. Desta forma, uma das partes
essenciais do estágio se concentra na atuação acadêmica na prática propriamente
dita. Além disso, essa disciplina, como o próprio nome sugere, proporcione aos
estagiários supervisão de profissionais qualificados, visando orientar e ajudar a
resolver problemas.
Ademais, com a publicação da lei de diretrizes e bases da educação nacional,
n° 9.395/96 (BRASIL, 1996), houve ampliação e reconhecimento perante legislação
de ensino brasileiro. Para tanto, é importante frisar que o estágio supervisionado é
imprescindível no processo de formação docente, sendo o espaço onde se associa
teoria e prática. Porém, devido a seu contexto, é o momento de maiores dificuldades
para solucionar problemas. Assim sendo, o estágio deve ser visto como uma atividade
em que, assim como deveria ser em todos os outros campos, teoria e prática se
complementam. Além disso, este consiste em uma ação investigativa e importante
campo de pesquisa.
Os estágios devem ser condutores de projetos que serão desenvolvidos na
escola, vinculados com os projetos dessas instituições e da universidade. Contudo, o
modelo de formação no Brasil é marcado por fragmentações (CAMARGO,2014).
Verifica-se que ainda não mantém um trabalho vinculado com as escolas de ensino
básico, especialmente na comunicação entre universidade e a escola, dificultando
assim a adaptação do estagiário ao âmbito escolar e projetos desenvolvidos por eles.
Quando acontece esta parceria entre universidade e escola o estagiário é
32
contemplado com uma ampla oportunidade de adquirir experiências docentes que irão
contribuir para a sua prática pedagógica (BORGES, 2017).
Por meio da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB 9.394/96), uma nova proposta é instaurada em nosso País para a formação de
professores, disciplinada de acordo com o parecer CNE/CP 9/2001, fundamentando
resoluções como CNE/CP 1/2002 e também 2/2002 propondo Diretrizes curriculares
específicas a todos os cursos de licenciatura e formação de professores,uma delas
relacionada ao estágio, às suas horas de duração e seu acompanhamento durante o
curso com duração mínima estipulada de acordo com a licenciatura do curso em
prática (HONÓRIO, 2017).
2.2.2. COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Em junho de 2015 foram aprovadas leis através das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a formação inicial em nível superior Brasil (2015), que garantem as
diretrizes curriculares pelo Conselho Nacional para a formação do professor. Estas
estão relacionadas com aportes e concepções indispensáveis para a formação do
profissional em nível superior em cursos de licenciatura, formação pedagógica e
graduação para cursos de segunda licenciatura. Estas concepções são:
1. Consolidação das normas para a formação dos profissionais da área da
educação;
2. Concepção sobre conhecimento;
3. Igualdade nas condições de acesso e permanência nas escolas;
4. Experiências em diferentes etapas de ensino;
5. Articulação de Diretrizes curriculares nacionais, para formações continuadas,
iniciais, e educação básica;
6. Sólida formação teórica, trabalho coletivo, compromisso social, gestão
democrática, avaliação e regularização de cursos;
7. Articulação entre graduação e pós-graduação;
8. Docência como questão educativa;
9. Práticas educativas formais e não formais e a orientação de trabalho;
10. Todo contexto escolar desde instituições até cursos de formação atentos às
características das crianças e adolescentes, jovens ou adultos;
33
11. O reconhecimento do direito à educação;
12. A importância do profissional de educação e a sua valorização;
13.Trabalho coletivo com dinâmica que requer um planejamento que seja
sistemático, e integrado (BRASIL, 2015).
A instituição de ensino superior vem com o grande papel e a responsabilidade
de preparar e qualificar o aluno para a vivência futura no âmbito escolar,
correlacionando os conhecimentos e saberes científicos adquiridos. Para a prática do
exercício dentro do âmbito escolar, é exigido do aluno o mínimo de conhecimento
possível e adequado dentro da prática docente para a formação profissional. A prática
do acadêmico tem por finalidade fundamental proporcionar ao discente o máximo de
desenvolvimento profissional juntamente com os conhecimentos e saberes
aprendidos ao longo da formação. Ademais, o conhecimento do ser humano vem da
sua relação em estar próximo ou mesmo distante de outro ser humano e as demais
situações e experiências, pois toda prática deve ser considerada uma superação de
desafios (SOARES E SEVERINO, 2018).
Os estágios curriculares são considerados componentes curriculares
obrigatórios para a prática, experiência, vivência e desenvolvimento profissional do
aluno, tendo a meta estabelecida para o comprimento de 400 horas de carga horária
total, permitindo que o aluno tenha a relação e a interação com o futuro que o espera.
A formação do professor caminha lado a lado com a realidade e a compreensão, pois
a maneira que o aluno terá que lidar com a situação que enfrenta, será sua forma de
buscar seus conhecimentos e o que realmente ele aprendeu cientificamente. No
entanto, aluno e futuro professor podem sofrer o choque de realidade quando se
deparam com a real situação do trabalho docente (ISSE e MOLINA NETO, 2016).
Compreende-se que a Instituição de Ensino Superior é o local apropriado e
mais adequado para que os discentes, futuros profissionais, possam transformar suas
habilidades práticas e conhecimentos, aproximando o acadêmico o mais próximo
possível de suas vivências possibilitando a prática de sua intervenção profissional
desde o começo de sua formação, fato este que capacita o aluno a prática consistente
de todas as diversidades que o meio educacional possui. PIMENTA e LIMA (2004)
destacaram que, se o acadêmico não compreender a dinâmica do estágio futuramente
poderá encontrar problemas e não conseguir superá-los.
34
A formação inicial e profissional adequada para a realização das funções de
forma curricular pedagógica são fatores correspondentes de um bom ensino por parte
do docente dentro de sala na área acadêmica, que se complementa ao longo do curso
e de sua formação inicial, possibilitando ao aluno a aplicação do ensino prático e
metodológico para o prático pedagógico. Assim, o aluno terá o olhar crítico, sabendo
atuar, de forma profissional, desempenhando, atuando e estimulando sua prática
reflexiva e continuada (CAMARGO, 2014).
3. METODOLOGIA
Este estudo é de natureza quantitativa, de caráter descritivo. O pesquisador
mensura opiniões, hábitos e atitudes em uma população ou por meio de uma amostra
estatística (TERENCE E ESCRIVÃO FILHO, 2006). Sendo assim, estudos desta
natureza, coletam descrições detalhadas de variáveis existentes e usam dados para
justificar e avaliar condições de práticas cotidianas de um Curso Superior de uma IES
privada de MATIPÓ-MG.
Segundo Carlos Gil (2008), a pesquisa descritiva tem o objetivo de estudar as
características de um determinado grupo de pessoas, sendo caracterizada por idade,
gênero, escolaridade, renda econômica, saúde física e ou mental, dentre outros.
Aplicou-se um questionário sócio-demográfico, contendo questões abertas
(com justificativa), e fechadas (múltipla-escolha) que contemplou questões sociais
demográficas, de caracterização do estágio, da percepção ao realizar o estágio, seu
grau de satisfação e preocupações. A amostra foi composta por 51discentes do curso
de educação Física sendo eles do 2°,3º,4º,6° e 8° períodos regularmente matriculados
no ano 2018, em uma Instituição de Ensino Superior (IES) Particular, localizada na
Zona da Mata Mineira. A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2018,
tendo em vista que foram selecionados os alunos que cursam a disciplina de estágio
supervisionado curricular obrigatório nas respectivas grades de cada período dos
discentes.
Foi solicitada, aos discentes, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecimento (TCLE) e posteriormente aplicados os questionários. Os dados foram
tabulados no Microsoft Excel versão 2016 e realizadas as análises descritivas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
35
A tabela 1 apresenta a distribuição dos valores percentuais referentes ao
sexo, ano de curso e modalidade dos discentes que realizaram o estágio
supervisionado durante suas formações acadêmicas.
Tabela 1: Caracterização dos discentes de um curso de graduação (licenciatura e bacharelado) em Educação Física, que realizaram estágio supervisionado, de uma IES Privada da Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG. 2018.
Variável %
Sexo Feminino 42,0 Masculino 58,0 Ano do Curso 2º Período 8,0 3º Período 4,0 4° Período 46,0 6° Período 34,0 8° Período 8,0
Fonte: elaborado pelos autores A saber, com relação à parte de amostra em porcentual sobre gênero, o público
masculino obteve uma diferença de (+16,0%) em números sobre o sexo feminino, este
teve um total (42%), sendo a maioria integrantes do 4°e 6° períodos. Na formação do
profissional de Educação Física o estágio curricular supervisionado é reconhecido
como um espaço de preparação para o exercício da docência, seja ela escolar ou em
outras áreas de atuação, o qual deve privilegiar sempre a articulação entre teoria e
prática, além da compreensão da realidade, a valorização da postura crítico-reflexiva
e a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, de forma que considere a
especificidade das disciplinas de Educação Física e o seu contexto de atuação (SILVA
JÚNIOR E OLIVEIRA, 2018).
A tabela 2 apresenta as características do estágio realizado:
Tabela 2: Caracterização do estágio supervisionado realizado por discentes de um curso de graduação, na Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG. 2018.
Variável %
Local_ estagio Academia 18,0 APAE 8,0 Escola 74,0 Turno Matutino 48,0 Vespertino Noturno
50,0 2,0
Meses 1 meses
6,0
2 meses 14,0 3 meses 10,0 4 meses 26,0 5 meses 14,0 6 meses 30,0
36
Tempo Semanal 2 a 4 horas 56,0 4 a 8 horas 8 a 12 horas
30,0 14,0
Frequência semanal 1 vezes por semana 44,0 2 vezes por semana 32,0 3 vezes por semana 4 vezes por semana
16,0 8,0
Fonte: elaborado pelos autores
Na tabela 2 nota-se que a realização do estágio curricular supervisionado
obteve um público maior na Escola. Este representa (74%) dos discentes, tendo em
vista que eles cursavam o 2°, 3°, 4° e 6° períodos.KRUG e KRUG (2010) destacam
que é através do estágio supervisionado escolar que o profissional egresso do curso
de Licenciatura em Educação Física estará habilitado para atuar na educação básica
(instituições públicas e privadas de ensino infantil, fundamental, médio e superior;
instituições, entidades ou órgãos que atuam com populações especiais); além de
secretarias municipais, estaduais e nacionais voltadas à área da Educação Física,
tendo maior competência para o desenvolvimento de suas aulas e atividades gerais.
Além disso, observa-se que (98%) dos discentes realizaram o estágio curricular
supervisionado no período matutino e vespertino, enquanto que apenas (2%) dos
discentes realizaram no período noturno. Nota-se, ainda, que a duração do estágio
supervisionado em relação a quantidade de meses em que foi realizado teve a média
de 3 meses e 2 dias sabendo que os mesmos utilizaram em média de 4 horas
semanais com a frequência semanal de 2 vezes. Segundo FOLLE et al., (2008), os
critérios de avaliação da disciplina, a jornada diária da vida extra acadêmica e pessoal
podem influenciar na escolha do horário, dedicação e frequência semanal.
Cambraia e Zanon (2018) destacaram em sua pesquisaque alguns professores
têm a dificuldade de inserir algumas propostas pedagógicas e afirmaram que existe
certa resistência na participação de um processo de estudo e aprendizado. Porém,
existe a necessidade de um determinado tempo, e exposição a situações diferentes,
para que haja abertura ao lidar com diversas situações de conflito ou dificuldade.
A tabela 3 apresenta a percepção dos discentes quanto ao estágio:
Tabela 3: Avaliação dos discentes de um curso de graduação sobre o estágio supervisionado, em uma IES privada na Zona da Mata Mineira, localizada em Matipó – MG.2018.
Variável Sim (%) Não (%)
Aquisição de conhecimento 98,0 2,0 Recomendava a participação no estagio 96,0 4,0 Prejuízos na vida acadêmica 12,0 88,0 Remuneração 12,0 88,0 Trabalha e estuda a quanto tempo: 80,0 20,0
37
Realizou alguma atividade extracurricular que auxilia na realização do estágio supervisionado obrigatório
58,0 42,0
Possui alguma experiência de estagio não obrigatório (remunerado)antes do estágio supervisionado obrigatório no curso de Educação Física: Há quanto tempo realiza o estágio não obrigatório (remunerado) na área de Educação Física
40,0
26,0
60,0
74,0
Fonte: elaborado pelos autores
Na tabela 3, foi predominante o aspecto da aquisição de conhecimento entre
os discentes, tendo em vista que apenas (2%) afirmaram o contrário. No entanto,
(94,08%) dos mesmos que tiveram aquisição de conhecimento também
recomendaram e participaram no estágio. Percebe-se, também, que, (12%) do
número geral de discentes recebem a remuneração, enquanto (80%) conciliam
trabalho e estudo. Um estudo realizado por ISBARROLA e COPETTI (2018), teve
objetivo de analisar as percepções de estagiários em educação física referentes às
experiências positivas e negativas encontradas em seus estágios curriculares
supervisionados, concluíram que houve múltiplas contribuições relacionadas ao
componente do Estágio Curricular Supervisionado, evidenciando a importância da
criação de estudos a partir da diversidade de material teórico que a Comunidade
Universitária desenvolve em cada ano de curso, de modo que contribua para o modelo
de formação e capacitação dos discentes enquanto vivenciam a prática e a postura
que devem ter no futuro quando conquistar a formação profissional. Além disso,
(58,0%) dos discentes afirmaram que realizaram alguma atividade extracurricular
atrelada a capacitação para a realização do estágio supervisionado obrigatório, e
(40,0%) mostraram que já tiveram experiências na área de atuação remunerada antes
de realizar o estágio do curso, e que (60,0%) afirmaram não ter vivenciado tal
experiência.
A tabela 4 apresenta o grau de satisfação durante a realização do estágio
supervisionado e qual atividade contribuiu para seu desempenho:
Tabela 4: Grau de satisfação do estágio supervisionado e contribuições do curso de formação, na visão dos discentes de um curso de graduação, de uma IES Privada na Zona da Mata Mineira, localizada em MATIPÓ – MG. 2018.
Variável %
Satisfação Muito pouco 8,0 Pouco 8,0 Razoável 66,0 Muito 18,0 Atividade extracurricular Projeto de Pesquisa Grupo de Estudos
14,0 10,0
38
Curso fora da Faculdade 4,0 Projeto de extensão 56,0 Atividades de organização de eventos Outras
6,0 10,0
Fonte: elaborado pelos autores
Observa-se que (84,0%) dos discentes tiveram satisfação na realização do
estágio supervisionado curricular, quanto que (100%) dos discentes tiveram
participação em atividades curriculares, sendo elas projetos de pesquisa, grupos de
estudo, cursos fora da faculdade, projetos de extensão, atividades de organização de
eventos e outros. O estudo apresentado por KRUG e KRUG (2010), objetivou analisar
as palavras caracterizadoras dos momentos dos Estágios Curriculares
Supervisionados na percepção dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física
do CEFD/UFSM. Este destacou que as experiências positivas com a docência durante
os Estágios Curriculares Supervisionados impulsionam os acadêmicos da
Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM a se motivarem para a futura
carreira profissional na escola.
As atividades extracurriculares são indispensáveis para os discentes com a
finalidade de enriquecer seu currículo e dar visibilidade para o mesmo utilizar
futuramente conhecimentos adquiridos. Verifica-se que pelo fato de os cursos serem
oferecidos pela instituição de ensino as quais os alunos estão vinculados favorece o
acesso a conteúdo diversificado, portanto, o acadêmico tem a oportunidade de
adquirir conhecimentos para aplicá-los no Estágio Supervisionado e outras realidades
no campo de atuação da prática, quando associada à teoria.
O quadro 1 apresenta as principais preocupações dos discentes quando estão
realizando o estágio supervisionado:
Quadro 1: Grau de preocupação com o estágio supervisionado na percepção dos discentes de um curso de graduação, na Zona da Mata Mineira.
Questões NI
(%) IP
(%) IR
(%) IG (%)
Preocupação em encontrar um local para realizar o ES 22,0 6,0 22,0 50,0 Preocupação em ter um conhecimento básico para poder atua no ES - 8,0 18,0 74,0 Preocupação em passar a imagem de que possuo conhecimento técnico/pratico suficiente para atender o aluno
6,0 6,0 16,0 72,0
Preocupação em conciliar o tempo dedicado às questões pessoais (família, amigos, etc.) com as questões universitárias (outras disciplinas, prova, trabalho, seminários, ES, trabalho de conclusão de curso, etc.)
- 12,0 24,0 64,0
Preocupação em ter uma alimentação adequada para poder suportar as atividades do ES
8,0 26,0 30,0 36,0
Preocupação em prescrever atividades físicas adequadas para população que necessita de cuidados especiais (obesos mórbidos, cardiopatas, etc.)
4,0 12,0 22,0 62,0
Preocupação em atingir o objetivo dos alunos 2,0 - 16,0 82,0 Preocupação em aprender com a vivência do ES 2,0 2,0 22,0 74,0
39
Preocupação em cumprir as obrigações burocráticas do ES 2,0 2,0 28,0 68,0 Preocupação em cumprir as atividades planejadas no plano do ES 2,0 2,0 24,0 72,0 Preocupação em ser útil para os alunos atendidos 2,0 - 24,0 74,0 Preocupação em passar uma imagem de profissional para o aluno 2,0 - 24,0 74,0 Preocupação em ser educado com os alunos 4,0 2,0 22,0 72,0 Preocupação com a carga de trabalho no ES 4,0 4,0 28,0 64,0 Preocupação em respeitar o horário estabelecido pela instituição receptora do ES, e acordado em convênio
4,0 2,0 24,0 70,0
Legenda: ES = Estágio Supervisionado; NI = Nenhuma Importância; IP = Importância Pequena; IR = Importância Razoável; IG = Importância Grande. Fonte: Elaborado pelos autores.
De acordo com o quadro 1 foi possível analisar que os discentes (78,0%) se
preocuparam em encontrar um local para a realizaçãodo estágio curricular
supervisionado. Ademais, (100,0%) dos discentes tiveram a preocupação em ter o
conhecimento básico para sua atuação, desfrutando de sua atuação e capacitação no
estágio, enquanto que apenas (6%) dos discentes não se preocuparam em passar
uma imagem técnico-cientifica pautada no conhecimento técnico-prático suficiente
afim de atender ao aluno.
No tocante a preocupação dos discentes em conciliar o tempo dedicado às
questões pessoais, familiares e amigos, juntamente com as questões universitárias,
houve preocupação por parte de todos os discentes, embora para alguns, não ter
havido tanta relevância. A saber, (95%) dos discentes mostraram-se preocupados em
ter uma alimentação adequada para suportar as atividades do estágio, embora não
tenha sido muito preocupante para todos. Haja vista que apenas (2%)dos discentes
não mostraram preocupação em atingir os objetivos dos alunos, preocupações com
as vivências do estágio, cumprir atividades de obrigações burocráticas e as atividades
planejadas no plano do estágio, ser útil em ensinar e passar uma imagem profissional
para os alunos. Nota-se, ainda, que apenas (4%) não demonstraram preocupação em
serem educados com os alunos, obediência a carga horária de trabalho do estágio e
preocupações em respeitar o horário estabelecido pela instituição receptora do
estágio que é acordado em convênio a instituição de ensino superior.
De acordo com ANDRADE e MARTINS, (2017), as principais preocupações
dos futuros professores estão diretamente ligadas à questão da complexidade em
obter conhecimento profissional, ou mesmo dificuldade em interagir com diferentes
situações. Ademais, a fase inicial do estágio supervisionado está associada com a
preocupação do estagiário consigo próprio, levando em consideração dois aspectos
básicos durante o estágio: as preocupações encobertas e preocupações evidentes.
Essas características estão relacionadas com a vivência dentro e fora da instituição e
com a relação do estagiário no ambiente escolar com os demais professores e alunos.
40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a realização desta pesquisa possibilitou a análise a partir de um
olhar reflexivo sobre a avaliação do estágio curricular supervisionado, este sendo
realizado por acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior (IES) Particular,
permitindo, assim, descrever o público participante, as preocupações,
desenvolvimento, capacitação, limitações e potencialidades às quais são praticadas
pelos discentes enquanto estagiários desta instituição.
O estágio supervisionado deve ser vivenciado pelos discentes a fim de que
extraiam e apliquem conhecimento técnico científico, pautados em relacionamentos
teórico-práticos para fundamentar seu aprendizado e potencializar seu currículo em
cima do modelo que é pautado pela instituição de ensino superior, levando em
consideração que este momento é essencial para lapidar o caráter profissional do
mesmo e as correções propostas pelo supervisor de campo e coordenador de estágio
a fim de que chegue ao ápice do desenvolvimento acadêmico em campo de estágio.
Os resultados mostraram que, em sua maioria, os discentes encontraram
preocupação para a realização do estágio, visando saber utilizar o conhecimento,
relacionando o teórico-prático-científico, para cada público a que deve ser
direcionado, como também as preocupações em conciliar um tempo favorável para
melhorar o seu desempenho, objetivando suprir as necessidades de carga horária do
estágio, demanda de trabalhos, provas, trabalhos científicos, cursos e outros.
As atividades extracurriculares (projeto de pesquisa, grupo de estudos, cursos
fora da faculdade, projeto de extensão, atividades de organização de eventos, outras),
mostraram uma grande eficácia para a potencialização, diversidade de conteúdo,
preparação dos discentes enquanto estagiários visando um apanhe geral para aplicá-
las no exercer da futura profissão, que foi também através destes que mostraram
interesses e preocupações em desfrutar da organização, proposta curricular
elaborada pela instituição, para expandir e amplificar o conhecimento para manuseio
destes discentes com a finalidade de usufruir das metodologias e disciplinar com o
intuito de moldar estes para o mercado de trabalho o qual espera-nos.
REFERÊNCIAS
41
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CONHECIMENTO DECLARATIVO SOBRE HANDEBOL POR ALUNOS DO
ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA ZONA DA MATA MINEIRA.
ACADÊMICOS: Helivânio Alves Moura; Sávio Souza; Tiago Oliveira Souza
ORIENTADOR: Prof. Esp. Carlos Eduardo Toledo
LINHA DE PESQUISA: Manifestações esportivas
RESUMO Este estudo tem por objetivo, verificar qual o nível de conhecimento sobre o Handebol entre estudantes do Ensino Médio de uma Escola Estadual do distrito de São Domingos, pertencente à cidade de Santa Margarida, em Minas Gerais. A amostra foi composta por 105 alunos, de ambos o sexo. Aplicou-se um questionário contendo 08 (oito) questões fechadas, no mês de agosto de 2018, envolvendo a temática prática do handebol na escola e extraclasse, a frequência semanal da prática e a natureza da utilização desse esporte no cotidiano destes alunos. A maioria da amostra é do sexo feminino (52,83%) e estão cursando o primeiro ano do Ensino Médio (45,71%). Há participação “sempre” de 49,06% dos discentes nas aulas de Educação física e 43,40% participam “às vezes”. A modalidade esportiva de maior prática é o futsal (50,0%) e voleibol (23,58%). Cerca de 52,0% possuem conhecimento sobre a modalidade handbol, 64,15% possuem vivência e 33,02% praticam fora da escola. Quanto aos conhecimentos sobre os fundamentos e sobre as regras, a maioria afirma possuir (90,57% e 92,45%, respectivamente). Conclui-se que a prática da modalidade não é predominante no local investigado, mas verifica-se que a maioria dos alunos possui conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: handebol; Ensino Médio; Educação Física.
1. INTRODUÇÃO
O esporte sempre foi uma atração favorável na vida dos jovens, não importa a
modalidade que se pratica, mas sim os benefícios que se adquire com a sua prática.
Os jovens, de modo geral, possuem uma carga de energia que precisa ser liberada e
o esporte, em contrapartida, tem essa característica de transformar, de modo positivo,
essa energia que necessita ser extravasada (TOLEDO, 2016).
A palavra Handebol surgiu a partir do termo inglês Handball, em que Hand,
significa mão e ball significa bola, mas também pode ser chamado de Andebol ou
Handebol popularmente conhecido. Foi também denominado de handebol moderno,
quando surgiu por meio do professor alemão Karl Schelenz, no século XX, na
Alemanha. Jogado em campos de futebol com 11 jogadores em cada equipe, pela
primeira vez o handebol seria incluído nos Jogos Olímpicos em 1934. Na década de
45
60, houve uma mudança em questão ao espaço de jogo quando deixou de ser jogado
em campos e passou a ser jogado em ginásios (CORDEIRO, 2016).
O Brasil teve seu auge esportivo na modalidade no ano de 2013, quando
conquistou seu primeiro título mundial na categoria feminina. Por conta dessa
importante conquista, o número de praticantes teve um aumento significativo, assim
ganhando um novo olhar em sua prática nas escolas e em locais de lazer, passando
a ser praticado tanto por pessoas do gênero masculino quanto feminino.
Segundo Tenroller (2008), o handebol é um dos esportes mais praticados no
Brasil no âmbito escolar e é o terceiro esporte de quadra mais praticado entre os
desportos coletivos. Devido a sua baixa complexidade, é de fácil apropriação por parte
dos alunos, pois depende de gestos naturais para sua aprendizagem, por exemplo,
correr, saltar e arremessar, cujo objetivo é conduzir a bola e arremessá-la com as
mãos ao gol adversário. Assim, por meio dessas características, chega-se à
conclusão de que se trata de uma das modalidades mais ricas como meio de
educação, lazer, recreação e prática de alto nível.
As metodologias de ensino utilizadas para aprendizagem da modalidade em
questão dependem da faixa etária, objetivos e tempo de treinamento. Segundo Greco
e Benda (1998) a metodologia de ensino dos esportes coletivos deve-se iniciar de
forma incidental, para depois passar à forma intencional. Nesse sentido, a Educação
Física Escolar tem papel fundamental no seu desenvolvimento, pois imprime um
caráter lúdico na iniciação esportiva, progredindo, gradualmente, para os fundamentos
e regras do esporte.
Em nível escolar, a conduta esportiva visa o desenvolvimento integral das
crianças, jovens e adolescentes, capacita o sujeito a lidar com suas necessidades,
expectativas e desejos, bem como com as necessidades, expectativas e desejos dos
outros. Assim, o aluno possa a desenvolver as competências técnicas, sociais e
comunicativas, essenciais para o processo de desenvolvimento individual e social
(TUBINO, 2001).
Sabe-se que o esporte assume importante papel educacional frente à realidade
social em que vivemos, principalmente quando levamos em conta o seu cunho
pedagógico em detrimento do caráter tecnicista. Diante disso, defende-se a ideia de
que a aprendizagem deva ir além do ensino dos fundamentos em suas execuções
analíticas, acordadas e aplicadas em circunstâncias de jogo, ampliando o campo
experimental do aluno, criando obrigações, estimulando a personalidade cognitiva,
46
física e afetiva, oferecendo, assim, chances reais de integração social. Ou seja, um
instrumento positivo que caminha na direção do desenvolvimento do ser humano
(TUBINO, 2001).
Nesse sentido, observa-se que o handebol adquiriu um caráter recreativo
quando jogado em praias e clubes, onde as regras podem ser adaptadas a espaços
informais, o que lhe confere um aspecto lúdico e anti-estresse. Esse movimento não
só leva à adesão de novos adeptos como também garante assiduidade a um programa
de exercícios físicos. Em suma, o esporte é compreendido como um fenômeno que
apresenta diversas formas de manifestação, dentre elas: esporte educacional, esporte
de participação e esporte de rendimento; podendo ainda ser incluídas nesse rol, as
manifestações do esporte de reabilitação e, de acordo com classificações do
Ministério do Esporte, o esporte social (COUTO, 2006).
Este estudo tona-se relevante na medida em que debate a importância de a
modalidade estar sendo aplicada não apenas de forma competitiva, mas também de
forma educativa, para o desenvolvimento da corporeidade dos alunos. Tudo isso sem
se esquecer do aprendizado de forma coletiva e individual, considerando o aluno um
ser social, promovendo os conhecimentos para contemplar sua autonomia.
As questões norteadoras deste estudo são: Qual o nível de conhecimento dos
alunos em relação ao handebol? Eles conhecem as regras que contemplam esse
esporte? O handebol é um esporte praticado nas escolas?
Dessa forma, este estudo tem como objetivo verificar qual o nível de
conhecimento sobre o Handebol entre estudantes do Ensino Médio de uma Escola
Estadual do distrito de São Domingos, pertencente à cidade de Santa Margarida, em
Minas Gerais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Handebol está entre os três esportes mais praticados no Brasil, ficando atrás,
em primeiro lugar, do futebol e do voleibol, respectivamente. Essa prática também
está associada às aulas de Educação Física, pois se trata de uma atividade dinâmica
que faz com que os alunos participantes associem habilidade, coordenação motora e
pensamento rápido nas execuções de seus movimentos, o que o torno fácil de
aprendizagem, pois não apresenta regras complexas (Greco, 2005).
47
Barbosa (2013) apresentou um estudo sobre a atuação dos professores de
Educação Física no ensino dos fundamentos básicos do handebol como conteúdo
escolar das escolas públicas da rede estadual na cidade de Macapá. O autor iniciou
seus estudos fazendo observações em 3 escolas públicas da cidade de Macapá, com
o objetivo de averiguar as ações dos professores na modalidade esportiva
pesquisada, dentro do ambiente escolar, nas aulas de Educação física. Para tal,
realizou entrevista a 6 (seis) professores de Educação Física dessas escolas, dois
representantes de cada uma. Concluiu-se, no estudo, que os professores não tinham
interesse em desenvolver essa prática esportiva entre os alunos, pois eles não
demonstram aptidões e, como consequência, o futebol era a atividade esportiva
dominante nas aulas. Segundo o autor, os professores, quando tomam essa decisão,
estão deixando de proporcionar oportunidades iguais a todos que participam das
aulas, uma vez que só predomina uma única modalidade.
Serra (2017) escreveu um artigo cujo objetivo era compreender como o
handebol influencia o aluno socialmente dentro do ambiente escolar, ou seja, o
handebol como prática social.
Pires et al. (2016) também escreveram sobre o esporte na escola. A pesquisa
foi realizada com 25 (vinte e cinco) professores e corroborou com o que foi defendido
por Serra (2017) sobre a abordagem predominantemente tecnicista do ensino do
handebol. Pires et al. (2016) também afirmam que o esporte nas aulas de Educação
Física é pouco voltado para as atividades sociais, ficando apenas como atividade
física e competitiva entre os alunos. Isso indica ser preciso uma mudança na postura
do professor e principalmente nos objetivos que norteiam suas aulas, com melhores
elaborações e planejamento das atividades esportivas a serem desenvolvidas.
Concluiu, também, que essa mudança ocorrerá a partir do momento em que os
professores estiverem em constante atualização e formação continuada, saindo de
conformismo.
Marchini e Armbrust (2012) afirmam que, nas aulas de Educação Física, no
tocante às modalidades esportivas praticadas na escola, o professor, por meio de
atividades, pode influenciar diretamente as escolhas e opções esportivas dos alunos
não apenas dentro da escola, mas também fora dela. Essas constatações dos autores
são comprovadas pelas entrevistas realizadas pelos autores, no estudo, com 60
alunos do Ensino Médio de uma escola pública. Segundo os dados, 32 dos
entrevistados responderam ‘sim’ (53,3%) quando foram indagados se há relação entre
48
a modalidade esportiva mais trabalhada na escola e o que é praticado fora dela. Os
outros 28 ‘não’ (46,7%) responderam não haver essa correspondência. Concluiu-se,
no estudo, que a influência exercida pelo professor nas elaborações das atividades
esportivas reflete nas escolhas esportivas praticadas pelos alunos fora do ambiente
escolar, portanto se percebe a necessidade de mais dinamismo e habilidades
diferenciadas por parte do professor de Educação Física em suas aulas.
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) (BRASIL, 1998),
o ensino dos esportes enquanto eixo temático viabiliza a execução de fundamentos,
trabalhando a cultura corporal, desenvolvendo a autonomia, no caso do handebol
(recepção, passe, progressão arremesso, drible, finta), bem como as diferentes
vivências das situações de jogo.
Pereira (2000) e Joaquim (2011) apontam para a necessidade de novas
pesquisas no campo escolar, contemplando os esportes. O esporte é um dos
elementos para se trabalhar a cultura corporal e o Handebol, principalmente, pode
contribuir para a adoção de uma nova postura, criando barreiras contra o preconceito
e a discriminação em diferentes grupos étnicos e sociais.
O desporto apresenta características de esforços de alta intensidade e curta
duração, com ênfase nas capacidades motoras, visando à força rápida e explosiva.
No ensino dos fundamentos básicos do handebol, destaca-se o processo de
conscientização do indivíduo. A competição também faz parte desse processo, mas
de forma saudável, e não se almeja a performance (GONÇALVES, 1994 apud
NUNES, 2013).
Souza et al. (2006) afirma que o treinamento das referidas capacidades
motoras é um componente importante do desempenho físico e, a esse respeito, a
atenção deve ser referida ao desenvolvimento do condicionamento físico. A prática do
Handebol vem crescendo significativamente no contexto escolar e, atualmente, vem
sendo bem aceita como conteúdo pelos professores de Educação Física. As práticas
sofreram modificações sendo transmitidas de forma educacional, com movimentos de
fácil execução e que ajudem no desenvolvimento motor dos alunos.
Nas aulas de Educação Física, é relevante respeitar as diferentes culturas dos
alunos, diferentes manifestações corporais e comportamentos. O professor deverá
realizar atividades elaboradas relacionadas ao handebol, permitindo-lhes uma
49
vivência do esporte dentro de sua cultura e proporcionando, assim, desenvolvimento
positivo, visando desenvolver novas habilidades ao aluno. A escola e professores
devem valorizar a cultura do aluno como um todo, “os movimentos corporais que os
alunos possuem extrapolam a influência da escola, são culturais e têm significados”
(DAOLIO, 2006, p. 32, apud MONTEIRO, 2011, p.03).
Santos et al (2006) apud Maia (2010) afirmam que, durante as aulas, as regras
são passadas de forma flexível com modificações e visando sempre a participação
coletiva e priorizando a inclusão de todos durante as atividades aplicadas. O
professor, como mediador dos alunos, deve proporcionar-lhes liberdade de ideias e
opiniões em relação às atividades. Assim as aulas fluirão de forma lúdica.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva que, para Gil (2008), possui
como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de
uma experiência e, geralmente, assumem a forma de levantamento de dados.
A amostra foi composta por 105 discentes (47 do sexo masculino e 58 do sexo
feminino) do Ensino Médio, com idade entre 16 e 20 anos, de ambos os sexos. O local
de realização do estudo foi uma Escola Estadual do distrito de São Domingos,
pertencente à cidade de Santa Margarida, na Zona da Mata Mineira. Os entrevistados
são participantes também, de um Projeto Social desenvolvido pela Prefeitura
Municipal de Santa Margarida-MG. Todos os participantes assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido para participarem da pesquisa.
Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário composto
por 8 (oito) questões fechadas, no mês de agosto de 2018. As perguntas tinham
relação com a prática do handebol na Escola e Extraclasse, Frequência semanal da
prática desse esporte e a natureza da utilização desse esporte no cotidiano destes
alunos.
Após a coleta dos dados, os questionários foram digitados no programa SPSS
versão 24 e realizadas as análises estatísticas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A modalidade esportiva vem se tornando referência e crescendo em vários
aspectos e diferentes cenários, tendo muito dinamismo em sua prática,
desenvolvendo a socialização, psicomotricidade, cooperação, inclusão. O esporte
50
passa a ser compreendido como um instrumento educacional, abandonando o modo
tecnicista, e passa-se a despertar mais o interesse pela prática esportiva dentro do
contexto escolar. O jogo ainda conta, ainda, com uma perspectiva competitiva, o que
não é prejudicial, mas torna o handebol em si um jogo para o ensino e aprendizagem
significativos.
Dessa forma, esta sessão de resultados apresenta dados que se referem ao
nível de conhecimento dos alunos sobre o handebol. A tabela 1 apresenta as
características da amostra investigada:
Tabela 1: Dados de caracterização de estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.
Variável %
Sexo
Feminino 52,83
Masculino 44,34
Não declarado 2,83
Nível de ensino médio
Primeiro 45,71
Segundo 28,57
Terceiro 25,71
Fonte: elaborado pelos autores
A maioria da amostra é do sexo feminino (52,83%) e estão cursando o primeiro
ano do ensino médio (45,71). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN’s) (BRASIL, 1998), o ensino dos esportes enquanto eixo temático viabiliza a
execução de fundamentos, trabalhando a cultura corporal, desenvolvendo a
autonomia, no caso do handebol (recepção, passe, progressão arremesso, drible,
finta), bem como as diferentes vivências das situações de jogo.
Joaquim (2011) aponta para a necessidade de novas pesquisas no campo
escolar, contemplando os esportes. Para o autor, o esporte é um dos elementos
significativos para trabalhar a cultura corporal. Nesse sentido, o handebol deve ser
adotado para contribuir para a adoção de uma postura contra o preconceito e a
discriminação em diferentes grupos étnicos e sociais. Dessa forma, ele deve ser
desenvolvido no Ensino Médio objetivando a especialização esportiva dos alunos.
A tabela 2 apresenta informações sobre a prática da Educação Física na escola
e a modalidade esportiva desenvolvida:
51
Tabela 2: Prática da Educação Física na escola e a modalidade esportiva desenvolvida, de estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.
Variável %
Participação nas aulas de Educação Física
Sim 49,06
Não 6,60
Às vezes 43,40
Nunca 0,94
Modalidade esportiva
Futsal 50,00
Handebol 6,60
Voleibol 23,58
Tênis de Mesa 13,21
Xadrez 6,60
Fonte: elaborado pelos autores
Há participação “sempre” de 49,06% discentes nas aulas de Educação Física,
e 43,40% participam “às vezes”. A modalidade esportiva de maior prática é o futsal
(50,0%) e voleibol (23,58%). Embora o handebol seja um dos esportes coletivos mais
práticos para ensinar movimentos básicos como correr, saltar e arremessar e,
também, para realizar movimentos como mudança de direção, de planos, em
diferentes acelerações, verifica-se que, na amostra investigada, ele é pouco
desenvolvido.
Segundo Tobergte e Curtiz (2013), o Handebol desenvolve e aprimora as
atividades físicas, motoras e cognitivas. Durante sua prática, por exemplo, na
perspectiva lúdica-treino, o aprendiz é orientado a realizar desde os movimentos
básicos do jogo até os mais complexos. Assim, é necessário que ele (aluno/jogador)
desenvolva aspectos como força muscular, agilidade, equilíbrio e precisão bem
aprimorados.
A tabela 3 apresenta informações sobre conhecimento, vivência e prática do
handebol:
Tabela 3: Conhecimento, vivência e prática do handebol por estudantes do Ensino Médio, de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.
Variável %
Conhecimento
Sim 51,89
Não 3,77
52
Um pouco 44,34
Vivência
Sim 64,15
Às vezes 29,25
Nunca 6,60
Prática fora da escola
Sim 33,02
Às vezes 32,08
Nunca 34,91
Fonte: elaborado pelos autores
De acordo com a tabela 3, cerca de 52,0% possuem conhecimento sobre a
modalidade, 64,15% possuem vivência e 33,02% praticam fora da escola. A prática
do Handebol vem crescendo significativamente no contexto escolar e tem sido bem
aceita como conteúdo pelos professores de Educação Física. Ela também passou por
modificações e passou a ser transmitida de forma educacional, com movimentos de
fácil execução e que ajudam no desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos.
A tabela 4 apresenta o conhecimento declarativo sobre a modalidade quanto
às regras e fundamentos:
Tabela 4: Conhecimento declarativo sobre o handebol por estudantes do Ensino Médio de uma escola estadual, localizada num Distrito de Santa Margarida-MG. 2018.
Variável %
Conhecimento sobre fundamentos
Sim 90,57
Não 3,77
Um pouco 5,66
Conhecimento sobre regras
Sim 92,45
Não 1,89
Um pouco 5,66
Fonte: elaborado pelos autores
Quanto aos conhecimentos sobre os fundamentos e sobre as regras, a maioria
dos alunos (90,57% e 92,45%, respectivamente) afirmam que possuem, mas verifica-
se que a modalidade tem pouca frequência de participação (6,60%). Logo, é
necessário que as aulas de Educação Física respeitem as diferentes culturais dos
alunos e as diferentes manifestações corporais e comportamentos.
53
Desta forma, o professor deverá realizar atividades elaboradas relacionadas ao
handebol, proporcionando a eles uma vivência do esporte dentro de sua cultura e
proporcionando assim um desenvolvimento positivo e de benefícios, visando a
melhoria e adquirindo novas habilidades ao aluno. A escola e os professores devem
valorizar a cultura do aluno como um todo, os movimentos corporais que os alunos
possuem extrapolam a influência da escola, são culturais e têm significados (DAOLIO,
2006, p. 32, apud MONTEIRO, 2011, p.03).
Santos et al. (2006) apud Maia (2010) afirmam que, durante as aulas, as regras
são passadas de forma flexível com modificações e visando sempre a participação
coletiva. Além disso, devem priorizar a inclusão de todos durante as atividades
aplicadas. O professor deve ser o mediador dos alunos dando a eles a liberdade de
ideias e opiniões em relação às atividades.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora o futsal, o voleibol e o tênis de mesa aparecem como prioridades pelos
alunos nas atividades das aulas de Educação Física, o estudo mostrou que o handebol
é um esporte reconhecido pelos alunos. Além disso, trata-se de uma modalidade
esportiva que vem crescendo de forma discreta dentro do ambiente escolar.
Constatou-se, ainda, que o handebol, é pouco praticado fora do ambiente
escolar, isso pode ser motivado pela pouca ênfase ao esporte nas atividades práticas
dentro da escola. Conforme estudos aqui apresentados, a promoção do esporte na
escola é responsável pelas escolhas que os alunos fazem fora dela. Nesta pesquisa,
verificou-se que a grande maioria dos alunos tem conhecimento dos fundamentos do
handebol 90,57% e conhecem as regras que regem esse esporte 92,45%, mas a
pequena ocorrência da prática fora da escola revela que há apenas um aprendizado
teórico.
Portanto fica aqui uma sugestão para os professores de Educação Física e
futuros profissionais da área que diversifiquem as modalidades esportivas nas aulas
de Educação Física para dar a todos os alunos oportunidades iguais de manifestarem
suas aptidões físicas, sociais e culturais dentro das atividades esportivas.
REFERÊNCIAS
54
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55
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56
ANEXOS
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO SOBRE CONHECIMENTO DO HANDEBOL
Idade: Gênero: M ( ) F ( ) Série ou Ano (1º) (2º) (3º)
1. Você participa das atividades aplicadas pelo professor nas aulas de Educação
Física?
( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes ( ) Nunca
2. Qual modalidade esportiva você mais se identifica nas aulas de Educação
Física:
( ) Futsal ( ) Handebol ( ) Voleibol ( ) Tênis de Mesa ( ) Xadrez
3. Você conhece a modalidade esportiva “Handebol”?
( ) Sim ( ) Um pouco ( ) Não
4. Nas aulas de Educação Física, você já vivenciou atividades da modalidade
esportiva “Handebol”?
( ) Sim ( ) Ás vezes ( ) Nunca
5. Você faz prática do esporte fora da escola, nos momentos de lazer?
( ) Sim ( ) Ás vezes ( ) Nunca
6. Você conhece os fundamentos básicos do Handebol?
( ) Sim ( ) Um pouco ( ) Não
7. Qual jogador pode utilizar os pés no jogo de Handebol?
( ) Pivô ( ) Ponta ( ) Goleiro ( ) Armador
8. Quais dos fundamentos a seguir não faz parte do jogo de Handebol?
( ) Passe ( ) Saque ( ) Drible ( ) Arremesso
57
ANEXO 2
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Matipó, MG, 09 de agosto de 2018.
Por meio deste instrumento, solicitamos autorização da direção e coordenação
da Escola Estadual do Ribeirão de São Domingos, para que nós, alunos (as) do Curso
de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVERTIX, Helivânio
Alves Moura, Sávio Souza Soares e Tiago Oliveira Souza, possamos aplicar
questionários para as coletas de dados para o trabalho de Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC).
TERMO DE ANUÊNCIA PARA A REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS PARA
O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC).
Eu, ______________________________________________________, no uso
das minhas atribuições, autorizo os acadêmicos (as) do Curso de Licenciatura em
Educação Física da Faculdade Vértice-UNIVERTIX - Helivânio Alves Moura,
Sávio Souza Soares e Tiago Oliveira Souza a realizar as suas atividades para o
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) neste estabelecimento escolar.
Matipó, MG, ___ de agosto de 2018.
___________________________________________________
(Assinatura e carimbo do diretor e/ou responsável legal pelo estabelecimento
escolar)
Desde já, agradeço pela atenção dispensada.
58
ESTILO DE VIDA DE SECUNDARISTAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL
DA ZONA DA MATA MINEIRA: UM COMPARATIVO QUANTO AO SEXO
ACADÊMICOS: Fernanda Carvalho Fernandes; Mateus Barçante de Souza; Priscilla
da Costa Gonzaga Candido
ORIENTADORA: Prof.ª M.Sc. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira
LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola
RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar o estilo de vida de adolescentes do Ensino Médio em uma Escola Estadual da Zona da Mata Mineira. Foram selecionados alunos regularmente matriculados no primeiro ano do Ensino Médio, de forma aleatória, que responderam a questionários sócio-demográficos, de saúde e de atividade física. A idade média é15,3 (DP=±0,90) anos, sendo a maioria do sexo feminino (52,2%). Foi observado também, nesta amostra, colesterol elevado (12,3%). Já o sexo masculino apresentou menor proporção deste acometimento (5,0%), contudo possuem maior prevalência de pressão arterial elevada (7,6%). Quanto aos familiares, as doenças de maior prevalência são diabetes — 60,0% no sexo feminino e 34,5% no sexo masculino — e pressão arterial elevada — 62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino. Verificou-se que ambos os sexos possuem Índice de Massa Corporal adequado (X=21,35±3,73 sexo feminino e X=21,28 ±2,94 sexo masculino). Para nível de atividade física, a maioria são insuficientemente ativos (39,2% feminino e 28,6% masculino). Quanto ao tempo de tela, há maior proporção de homens quando comparados às mulheres, sendo o tempo médio de 2 a 2,5 horas. Tem-se como conclusão preliminar que o ambiente escolar é propício à orientação dos adolescentes quanto à adoção de estilo de vida saudável, por conseguinte, prevenção de doenças cardiometabólicas. PALAVRAS CHAVE: estilo de vida, adolescentes, saúde pública, educação física.
1. INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase de transição tanto física quanto comportamental.
Dentro dos aspectos comportamentais, destaca se, na atualidade, a falta de prática
de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos (SILVA et al., 2015).
Durante o período de desenvolvimento do adolescente, ocorrem
transformações que alteram a composição corporal podendo ser de origem hormonal,
social, genética, ambiental, nutricional, cultural dentre outras. Tais transformações
possuem relação com ganho de massa corporal e desenvolvimento físico,
compreendendo também a maturação dos órgãos e sistemas para a aquisição de
capacidades especificas e novas (MIRANDA et al., 2018). Portanto, a nutrição está
59
diretamente envolvida com essas modificações, especialmente em relação às
recomendações nutricionais e aos padrões alimentares adotados.
Outro fato que contribui para mudanças corporais é a inatividade física.
Segundo Victo et al (2017), nos últimos anos, houve aumento do número de
adolescentes obesos, assim como as doenças relacionadas a um estilo de vida
inadequado, pois as brincadeiras de crianças têm sido trocadas por horas e horas de
televisores, celulares, computadores, por exemplo (LUCENA et al, 2015).
Para Cardoso et al (2016), compreender os fenômenos que estão relacionados
à saúde é uma das principais formas para se melhorar a qualidade de vida da
população. Neste sentido, a escola parece ser o meio mais adequado de ensinamento
referente aos saberes, conhecimento e formação de conceitos. Sendo assim,
conhecer esses aspectos pode influenciar tanto na prevenção de doenças quanto nos
devidos cuidados necessários.
Miranda et al (2017) afirmam que o estilo de vida sedentário pode ter como
resultado o aumento de consumo na ingestão de alimentos, levando a ingestão de
calorias em excesso, o que pode também acarretar aumento da massa de gordura
corporal. Por outro lado, a elevação dos níveis habituais em relação à atividade física
ou à diminuição do comportamento sedentário aumenta o consumo de energia,
reduzindo assim o risco de doenças e reduzindo o excesso de peso.
Cunha et al. (2017), em seu estudo, notaram que a prevenção é o melhor
caminho. Desde criança, já se deve modelar as atitudes e comportamentos sobre uma
vida saudável, atividades físicas e nutrição. Ademais, no ambiente escolar, dar
atenção à prevenção de doenças, desenvolvendo estratégias para que se crie
motivação para a prática de exercícios físicos e esportes e a ingestão de alimentos
saudáveis.
Outro fator que merece atenção, na adolescência, é a exposição excessiva a
recursos tecnológicos (celulares, computadores, televisão e videogame) o que
contribui para aumento do tempo de tela. Para Lucena et al (2015), o aumento do
tempo de tela pode ter relação com a fase em que se vive e sua definição cultural. Por
exemplo, adolescentes dos 14 aos 15 anos de idade, geralmente, tendem a fazer a
maior parte das atividades impostas pelos pais, tarefa escolar, tarefas domesticas e
os amigos.
Ferrari et al (2017) afirmam que há baixa prevalência de estilo de vida saudável
em adolescentes, porém, um estilo de vida saudável sugere que orientações para a
60
saúde vêm de importantes fatores culturais, sociais, econômicos, históricos e políticas.
Nesse sentido, tem-se como problema de pesquisa: O estilo de vida de estudantes
secundarista tem associação com seu estado de saúde? Assim, esse estudo tem
como objetivo investigar o estilo de vida e comportamento sedentário de adolescentes
do ensino médio e associação com a saúde.
Portanto, considera-se que o estilo de vida saudável é um dos diversos fatores
potencialmente importantes em relação à qualidade de vida e prevenção de doenças
cardiometabólicas. Assim, é importante a promoção de programas que levem os
adolescentes ou educandos a adotarem hábitos de alimentação saudável e prática de
atividade física regular (MOREIRA et al., 2016).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A relação entre saúde e estilo de vida tem sido o foco do estudo de muitos
pesquisadores, principalmente, direcionados à adolescência. Um estilo de vida
saudável — com prática de exercícios físicos e alimentação adequada na infância e
adolescência — tende a prevenir doenças futuras.
Cardoso et al (2016) realizaram um estudo para avaliar o nível de conhecimento
de alunos que cursam o Ensino Médio no sul do Brasil, em relação à quatro fatores
de risco, são eles: o consumo exagerado de álcool, tabagismo, alimentação
inadequada e sedentarismo. Trata se de uma pesquisa de estudo censitário, tendo
como base o questionário elaborado por Borges et al (2009). Tendo como resultado a
falta de políticas públicas escolares necessárias para ampliar o conhecimento sobre
os temas pesquisados, gerando assim a prevenção de doenças crônicas.
Outro estudo realizado para avaliar perfil lipídico de adolescentes e sua relação
com a doença crônica aterosclerose e que mostra suas maiores consequências, na
fase adulta, foi realizado por Cunha et al (2017). Os autores realizaram uma pesquisa
transversal retrospectiva que coletou dados de 600 adolescentes, com idade entre de
10 a 19 anos no município de Araucária/São Paulo. Avaliaram-se as taxas de
triglicerídeos e colesterol e os resultados apontam que os métodos para a
identificação do colesterol no organismo podem também ajudar na prevenção e
tratamento de doenças metabólicas.
61
Lucena et al (2015) pesquisaram a prevalência de tempo excessivo de tela e
fatores associados em adolescentes. Foi um estudo epidemiológico transversal,
realizado com 2.874 adolescentes, com idade entre 14 e 19 anos, sendo que 57,8%
eram do sexo feminino. Definiram o tempo de tela com atividades como assistir
televisão, jogar vídeo game e usar computador acima de duas horas por dia. Os
resultados mostraram que o tempo de tela elevado varia de acordo com as
características sociodemográficas, sendo que os valores mais elevados estão em
adolescentes do sexo masculino (84,3%).
Miranda et al. (2018) investigaram o nível de atividade física e a satisfação com
o próprio corpo em adolescentes do sexo feminino. Foi realizado estudo transversal
exploratório, realizado com 120 adolescentes, em que o peso, estatura e perímetro da
cintura foram aferidos. Os autores concluíram que quanto maior o tempo com uso de
celular, maior era a insatisfação corporal das adolescentes. Identificaram que as
adolescentes que são fisicamente ativas apresentam níveis de insatisfação em
relação à circunferência da cintura, relação cintura-estatura e ao índice de massa
corporal.
Ferrari et al (2017) analisaram o estilo de vida das populações adolescentes,
adultas e idosas no município de São Paulo, tendo relação com as variáveis
socioeconômicas e demográficas. Nota-se que os idosos e adultos obtiveram
prevalência maior de estilo de vida saudável, quando comparados aos adolescentes.
O principal fator responsável pelo estilo de vida não saudável é o consumo alimentar,
demonstrando a importância de intervenções de promoção à saúde que compreenda
a adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física.
O presente estudo tem o propósito de averiguar a associação de doenças
crônicas não transmissíveis, com o estilo de vida, alimentação, nível de exercício
físico, dentre outros, na adolescência, e sua ligação com histórico familiar e em
comparação ao sexo feminino e masculino.
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. Nela,
sofrem-se várias mudanças nas dimensões sociais, psicológicas e biológicas. Seria
extremamente importante a escolha de hábitos de vida saudáveis, principalmente uma
boa alimentação. O consumo de alimentos sem monitoração é o principal fator
62
responsável pelo quadro epidemiológico de sobrepeso, obesidade, transtornos
alimentares e, até mesmo, carências nutricionais (SILVA et al, 2015).
O estilo de vida da população mundial vem aumentando a incidência de
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a saber, doenças cardiovasculares,
diabetes, pressão alta e obesidade. Tais doenças podem ser evitadas com a mudança
de hábitos de vida e estratégias que tenham o intuito de promover a saúde, como
políticas dirigidas diretamente ao ambiente escolar. As estratégias de saúde escolar
podem interferir no estilo de vida atual do aluno, introduzindo hábitos de vida
saudáveis que refletirão na vida adulta (CARDOSO et al, 2016).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), são necessárias ações para
educação alimentar e nutricional e, também, promoções de práticas de incentivo para
consumo de alimentos saudáveis no âmbito escolar, orientando a prevenção de
doenças. Ações estas que podem contribuir para uma vida mais saudável veiculada
por alimentos adequados, evitando assim doenças não transmissíveis como
obesidade, hipertensão, colesterol, diabetes, doenças cardiovasculares e, até mesmo,
o câncer.
Maldonado et al (2015) afirmaram que a prática de esportes na escola deve
estar voltada para o desenvolvimento de capacidades e habilidades humanas, indo
além do entendimento prático. Dessa forma, poderá refletir sobre os benefícios da
adoção de estilos de vida ativo para a saúde, que fazem parte também da expectativa
de aprendizagem das propostas curriculares.
Segundo Moreira et al (2016), por mais que a Educação Física escolar traga
esforços aos alunos nas suas aulas, verifica-se que os níveis mais elevados de
aptidão física não são adequados, quando relacionados à saúde. Portanto, seria
necessária uma reflexão junto às autoridades da área da educação, elaborando
políticas públicas e garantindo o número adequado de horas por semana. Associado
a isso, é necessário que as aulas de EF tenham as devidas condições para que
nossos escolares adotem práticas úteis para sua vida e atitudes adequadas ao seu
desenvolvimento.
Lucena et al (2015) afirmam que os comportamentos considerados sedentários
são de atividade geralmente de baixo gasto calórico e que na maioria das vezes são
realizados sentados ou inclinados como, por exemplo, assistir televisão, trabalhar
sentado e dirigir. O tempo de tela (screen time), portanto seria a denominação à
medida de tempo que os adolescentes passam diariamente jogando videogame,
63
assistindo televisão e usando o computador, além de ser uma das formas mais usadas
no estudo de sedentarismo em adolescentes.
Sendo assim, nota se a importância de averiguar e identificar as causas mais
relevantes de doenças não transmissíveis em adolescentes em consequência do seu
estilo de vida, observando desde sua alimentação às suas atividades físicas.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, do tipo descritiva, que foi realizada
com alunos do Ensino Médio da rede pública de uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Segundo Gil (2002), pesquisas descritivas tem como o principal objetivo a descrição
das características de determinada população, fenômeno ou, alguma relação entre
variável. Sendo classificadas por vários tipos de técnicas padronizadas como coletas
de dados, por meio de questionários ou por uma observação sistemática.
Por se tratar de um estudo epidemiológico, o questionário utilizado é
estruturado e pré-codificado, com informações relacionadas a características
diversas, sendo elas auto relatadas pelos respondentes. (LIMA-COSTA E BARRETO,
2003)
A amostra foi composta por alunos do primeiro ano do Ensino Médio,
regularmente matriculados, em uma escola da rede estadual. A escolha deste
segmento escolar deve-se ao fato de a primeira fase da adolescência ser o período
de maior risco de obesidade e doenças relacionadas a ela, pois é um período de
transição para as etapas precoces da vida adulta. Ademais, por ser um período em
que ocorrem doenças metabólicas, por exemplo, comorbidades como diabetes e
hipertensão arterial, relacionados ao estilo de vida dotados por esses jovens
(FRIGNANI et al., 2014).
Foram selecionados alunos de forma aleatória que responderam a
questionários sociodemográficos sobre saúde e atividade física (IPAq versão curta).
Por meio dos dados fornecidos, calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e o
nível de atividade física. A aplicação do questionário foi realizada após a autorização
da escola e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O período de
realização da pesquisa foi entre o mês de março e maio de 2018.
Os questionários foram digitados no programa Microsoft Excel versão 2017 e
realizadas as análises estatísticas no programa SPSS versão 24. Para as variáveis
qualitativas, calculou-se as medidas de frequência, comparando-as por sexo. Já nas
64
variáveis quantitativas calcularam-se as medidas de tendência central (média) e de
dispersão (desvio padrão). Os resultados serão apresentados na forma de tabelas e
gráficos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Comini e Braga (2016), é crescente a inatividade física e com ela o
aumento de doenças, causando um distúrbio bem maior que o esperado e o seu
funcionamento, provocando assim uma séria ameaça ao corpo. Lucena et al (2015)
revelam que o tempo de tela de pode interferir mesmo que em baixa magnitude quanto
a sua associação à prática e nível de atividades físicas.
Diante do exposto, esta sessão de resultados e discussões apresentará os
dados relativos ao nível de atividade física, tempo de tela e prevalência de doenças
em estudantes regularmente matriculadas no primeiro ano Ensino Médio. Foram
avaliados 249 estudantes, sendo que 52,2% são do sexo feminino.
A tabela 1 apresenta os dados em relação ao sexo e presença ou não de
doenças, tanto nos estudantes, quanto em seus familiares.
Tabela 1 – Caracterização de adolescentes secundarista, autorreferida, quanto sexo e presença de doenças, expressos em frequência relativa, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
%
Masculino (n=119)
%
Presença de doença nos adolescentes
Diabetes 5,4 4,2
Doenças do coração 5,4 6,7
PA elevada 8,5 7,6
Colesterol 12,3 5,0
Triglicerídeos 9,2 5,0
Histórico Familiar
Diabetes 60,0 34,5
Doenças do coração 38,5 27,7
PA elevada 62,3 45,4
Colesterol 25,4 24,4
Triglicerídeos 27,7 28,6
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
As doenças mais prevalentes nos adolescentes foram colesterol (12,3% sexo
feminino) e pressão arterial elevada (7,6% sexo masculino). Quanto aos familiares, as
65
doenças de maior prevalência são diabetes (60,0% sexo feminino e 34,5% sexo
masculino) e pressão arterial elevada (62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino).
Um estudo realizado por Kern et al (2017) afirma que a pressão arterial elevada
vem aumentando em adolescentes nos últimos anos e que adolescentes hipertensos
podem ter aderido à doença tanto pelo seu estilo de vida quanto pelo seu histórico
familiar. Relata, ainda, que a pressão arterial elevada é o principal fator responsável
pela mortalidade nas doenças cardiovasculares.
Cunha et al (2018) afirmam que a mudança de vida para hábitos saudáveis é a
melhor forma de prevenção para o controle do perfil lipídico, sabendo que o colesterol
alto pode ser adquirido ainda na infância e adolescência de acordo com os hábitos
alimentares das crianças ou adolescentes, podendo também ser influenciado pelos
costumes de seus familiares.
No que se refere à diabetes, um estudo realizado por Cruz (2018) relata que a
doença afeta diretamente a vida dos adolescentes, podendo ter como principal causa
a má alimentação, fatores genéticos, dentre outros. Afirma, ainda, que, na maioria das
vezes, tem-se dificuldades em aceitar a doença, principalmente, por ela exigir
acompanhamento contínuo e sistemático.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2013), como resultado da
inatividade física, morrem, a cada ano, pelo menos 1,9 milhões de pessoas no mundo.
O sedentarismo, juntamente à alimentação inadequada, pode gerar obesidade ou
excesso de peso. A adiposidade, ou seja, o acúmulo de gordura corporal se associa
a sérios problemas na saúde, causando doenças como diabetes, hipertensão e
colesterol elevado. Alguns fatores genéticos e psicológicos também podem acarretar
essas doenças, entretanto os fatores ambientais como o consumo excessivo de
calorias e a diminuição no gasto energético relativo são hábitos que deveriam ser
modificados para maior controle e prevenção de doenças.
A tabela 2 traz informações relativas aos adolescentes, quanto ao sexo, faixa
etária, estatura, estado nutricional, nível de atividade física e tempo de tela.
Tabela 2: Caracterização de adolescentes secundarista quanto sexo, idade, peso, estatura e estado nutricional, expressos média e desvio padrão, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
Média (DP)
Masculino (n=119)
Média (DP)
p
Idade 15,30 (0,90) 15,80(1,10) < 0,001
66
Peso 54,71(20,59) 60,94(14,05) 0,022
Estatura 157,30(25,00) 171,80(7,50) 0,000
Índice de Massa Corporal 21,35(3,73) 21,28(2,94) 0,907
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
A idade média da amostra é de 15 anos e, em ambos os sexos, o Índice de
Massa Corporal (IMC) é adequado (X=21,35±3,73 sexo feminino e X=21,28 ±2,94
sexo masculino). No que se refere ao IMC, Almeida et al (2018) afirmam que o
exercício físico se relaciona diretamente com a medida do peso, podendo ter seu nível
reduzido com a prática de exercícios físicos que são efetivos no controle ponderal e
prevenção ou diminuição da obesidade. Embora a maioria dos alunos tenham
apresentado IMC normal, os estudantes do estágio “2” da adolescência (faixa etária
dos alunos pesquisados) podem ser falsos eutróficos, ou sejam, podem apresentar
alterações metabólicas que são fatores de risco para doenças cardiometabólicas
associadas ao estilo de vida inadequado.
O peso e estatura são duas variáveis úteis quando se examina as mudanças
no processo de crescimento nos adolescentes. No início da puberdade, a taxa de
crescimento do adolescente aumenta acentuadamente, logo após, sofre uma redução
exponencial, até que a altura total seja atingida, em média aos 16,5 anos para o sexo
feminino e 18 anos para o sexo masculino. Estas variáveis antropométricas sofrem
alterações significativas por volta de 12-14 anos em meninas e 14 anos em meninos.
Devido ao maior crescimento e também ao desenvolvimento muscular, nos
adolescentes do sexo masculino, o IMC não obteve diferença significativa em relação
ao sexo. (FRIGNANI et al., 2014)
A tabela 3 apresenta a caracterização dos adolescentes pesquisados quanto
ao nível de atividade física.
Tabela 3: Caracterização de adolescentes secundarista quanto ao nível de atividade física, expressos frequência relativa, em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
Média (DP)
Masculino (n=119)
Média (DP)
p
Sedentário 17,7 23,5
0,017 Insuficientemente ativo 39,2 28,6
Ativo 30,8 22,7
Muito ativo 12,3 25,2
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
67
Na tabela 3, a maioria dos adolescentes foram considerados insuficientemente
ativos, sendo cerca de 39,2 % do sexo feminino e 28,6% do sexo masculino.
Christofaro et al. (2017), em seu estudo, relatam que os adolescentes geralmente
possuem um nível de atividade física diretamente relacionado ao meio em que vivem,
podendo ser influenciados por hábitos de seus amigos e principalmente pelo estilo de
vida adotado por seus pais.
Sabe-se que, quando não se atinge os níveis recomendados de atividade física
semanal, a prevalência de doenças cardiometabólicas aumenta, especialmente
quando as pessoas possuem tempo de tela elevado. Assim, a tabela 4 e 5 apresentam
o tipo de tempo de tela e tempo destinado, nos estudantes investigados.
Tabela 4: Tempo de tela por adolescentes secundaristas em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
%
Masculino (n=119)
%
p
Acesso a televisão (sim) 61,9 62,3 0,529
Acesso a videogame (sim) 23,8 59,5 <0,001
Acesso a computador (sim) 48,8 65,2 0,008
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
Na tabela 4, há diferenças estatísticas quanto o acesso ao videogame e ao
computador entre adolescentes do sexo feminino e masculino. Segundo Lucena et al.
(2015), isso pode ser decorrente da definição cultural do adolescente, sendo que a
maior prevalência dos estudantes do sexo masculino diante dos videogames e
computadores é devido ao fato de essas atividades serem um modo de interação entre
eles.
Tabela 5: Tempo de tela por adolescentes secundaristas em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
Média (DP)
Masculino (n=119)
Média (DP)
p
Tempo de acesso à televisão (horas) 2,01 (2,79) 2,51 (5,08) 0,337
Tempo de acesso à videogame (horas) 0,62 (2,76) 1,87 (3,43) 0,002
Tempo de acesso a computador (horas) 0,95 (1,56) 2,50 (4,65) < 0,001
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
Quando comparados os estudantes, em relação às horas de tempo de tela,
verifica-se que o sexo masculino possui média superior ao feminino quanto ao acesso
68
à videogame e computador. Para Lucena et al. (2015), o tempo de tela excessivo
ainda é um tema conflitante quando relacionado às doenças cardiorrespiratórias,
obesidade ou excesso de peso em adolescentes, pois reflete a falta de atividades
físicas e ao sedentarismo.
Além do sedentarismo e o tempo de tela, considera-se que o tempo sentado
também é um indicativo de aumento das prevalências de doenças cardiometabólicas.
Na tabela 5, é apresentado o tempo sentado em dias de semana e aos finais de
semana pelos estudantes.
Tabela 6: Tempo sentado de adolescentes secundarista em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Variáveis Feminino (n=130)
Média (DP)
Masculino (n=119)
Média (DP)
p
Tempo sentado em dias de semana 5,05(5,19) 4,52(4,14) 0,381
Tempo sentado em dias de final de
semana 4,80(5,79) 8,11(5,59) 0,373
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
Os dados indicam que não há diferenças entre homens e mulheres quanto ao
tempo sentado, segundo a amostra investigada. Lucena et al (2015) relatam, também,
que a causa de maior impacto para o tempo sentado dos adolescentes é a causado
principalmente pelo mal hábito do tempo excessivo de tela, resultando
consequentemente em sedentarismo e estilo de vida inadequado gerando, por
exemplo, doenças cardiometabólicas.
Além dos fatores supracitados, considera-se que o consumo de alimentos
calóricos e gordurosos favorece o acometimento de doenças. A tabela 5 apresenta a
frequência de consumo alimentar, por grupo de alimentos, na amostra.
Tabela 7: Frequência alimentar, em valores médios em dias, de adolescentes secundarista em um município da Zona da Mata Mineira. Matipó-MG. 2018.
Grupos de alimentos Feminino Masculino
Média DP Média DP
Cereais, Pães e Massas (Arroz, Milho, Trigo, Aveia, Cevada)
5,50 2,50 5,11 2,70
Tubérculos (Batatas, Inhame, Mandioca) 2,36 2,39 2,29 2,44
Hortaliças e Leguminosas (Feijões, Ervilha, Verduras, Tomate, Pepino, Repolho, Chuchu, Couve-flor, Cenoura e Beterraba)
4,98 2,55 4,68 2,50
69
Leite e Derivados (Queijos, Requeijão, Creme de Leite, Iogurte)
4,40 2,60 4,42 2,52
Açúcares e Doces (Achocolatados, Mel, Refrigerantes, Sorvetes)
3,95 2,65 3,96 2,48
Óleos e Gorduras (Frituras, Azeite, Manteiga, Margarina)
4,24 2,80 3,69 2,66
Condimentos (Molhos, Catchup, Mostarda, Maionese, Molho Inglês, Molho Shoyu)
2,46 2,35 2,21 2,30
Fonte: dados coletados pelos pesquisadores
De acordo com os dados obtidos, tanto o sexo feminino quanto o masculino
possuem um maior consumo de cereais, pães e massas; com média de 5,50
(DP=±2,50) dias por semana para o sexo feminino e de 5,11 (DP=±2,70) dias por
semana para o sexo masculino. Segundo Silva et al. (2015) estes alimentos
agregados ao consumo excessivo óleos e gorduras podem trazer consequências,
como as doenças cardiometabólicas, apesar do significativo consumo de hortaliças e
leguminosas realizado pelos alunos.
Silva et al. (2015) destacam em seu estudo, que, na maioria das vezes, o baixo
nível econômico é o fator que influencia o consumo de alimentos nutricionalmente
inadequados em grandes centros urbanos e o fato de possuir um menor preço é que
lidera seu consumo, mesmo em áreas de cultivos de produtos mais saudáveis, em
áreas mais distantes.
Em suma, diante dos dados apresentados, verifica-se que é importante que os
ambientes escolares adotem medidas de promoção da saúde e estilos de vida
saudável, bem como de prevenção às doenças cardiometabólicas. Embora os
adolescentes da pesquisa tenham apresentando, na sua grande maioria, o IMC dentro
do padrão normal, apresentaram, também, serem falsos eutróficos, pois possuem
índices significativos de doenças relativas ao estilo de vida inadequado.
Logo, a escola, por representar um local de aprendizado e troca de
experiências mútuas, deveria ter como um de seus objetivos a conscientização e a
promoção da saúde e de práticas apropriadas, oferecendo a oportunidade de novos
estudos e pesquisas. Dessa forma, o professor de Educação Física deve se incumbir
do desenvolvimento de programas que demonstrem aos estudantes a importância de
um estilo de vida saudável, fazendo com que as atividades relacionadas à uma boa
saúde estejam sempre presentes no cotidiano das escolas (MOREIRA et al., 2016)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
70
A presente pesquisa descreveu relações entre estilo de vida de adolescentes
do primeiro ano do Ensino Médio, sendo a amostra composta por alunos de uma
escola estadual de uma cidade da zona da mata Mineira, com idade adequada à
primeira fase da adolescência, período conhecido como o de maior risco de se obter
doenças metabólicas, por exemplo, comorbidades como diabetes e hipertensão
arterial, que estão relacionados ao estilo de vida.
Conclui-se que o ambiente escolar é propício para orientação dos adolescentes
quanto à adoção de estilo de vida saudável e, por conseguinte, a prevenção de
doenças cardiometabólicas. As doenças de maior prevalência entre os adolescentes
foram: colesterol (12,3% para o sexo feminino) e pressão arterial elevada (7,6%para
o sexo masculino). Referente aos familiares, as doenças de maior prevalência são
diabetes (60,0% sexo feminino e 34,5% sexo masculino) e pressão arterial elevada.
(62,3% sexo feminino e 45,4% sexo masculino).
O estilo de vida dos adolescentes participantes da pesquisa não demonstra
hábitos saudáveis, de acordo com os dados obtidos até o presente momento. A má
alimentação, o tempo de tela excessivo, o tempo sentado, os níveis de atividade física
e etc. refletem a influência do sexo dos adolescentes em relação às suas atitudes,
podendo também sofrer influência familiar, além das suas condições
socioeconômicas. Nota-se que adolescentes do sexo masculino passam por mais
tempo de tela, e com isso mais tempo sentado do que os adolescentes do sexo
feminino.
Assim, cabe às instituições e órgãos responsáveis promover sempre a
qualidade de vida, tendo em vista estudos relacionados e medidas cabíveis à
manutenção da saúde, como prática de atividade física, alimentação saudável e etc.
Diante do exposto, tem-se como limitação do estudo a amostra ser composta apenas
por alunos de uma faixa etária da adolescência, bem como ter sido utilizado
informações auto referidas. Logo, sugere-se que estudos futuros avaliem com
medidas diretas as variáveis antropométricas e de nível de atividade física, bem como
outros estágios da adolescência.
6. REFERÊNCIAS
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ANEXOS Questionário
1-Nome:________________________________________________ 2-Série/Ano:_____ 3- Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) 4-Data de nascimento: ___/___/___ 5- Idade:___ 6-Bairro que reside:__________________________ 7 – Qual seu peso? _________ 8 – Qual sua estatura? ______ 8 - Você apresenta alguma doença como:
Não Sim Não sabe
Diabetes
Doenças do coração
Pressão alta
Colesterol alto
Triglicerídeos alto
9 - Seus pais/avós/irmãos apresentam/apresentaram alguma doença como:
Não Sim Não sabe
Diabetes
Doenças do coração
Pressão alta
Derrame (Acidente cerebrovascular)
Obesidade
10 – Na sua casa tem:
Posse de itens Quantidade
Televisão em cores
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada mensalista
Máquina de lavar
Videocassete ou DVD
Geladeira
Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex)
11 - Grau de Instrução do chefe de família
Grau de Instrução chefe de família Marque a opção
Analfabeto/ Fundamental 1 Incompleto
Fundamental 1 Completo / Fundamental 2 Incompleto
Fundamental 2 Completo/ Médio Incompleto
Médio Completo/ Superior Incompleto
Superior Completo
QUESTIONÁRIO DE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE TELA
12. Como você vai para escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar
13. Como você volta da escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar
14. Se vai a pé ou de bicicleta quanto tempo você gasta para chegar a escola? ______ minutos.
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15. Se vai de ônibus quanto tempo precisa andar até o ponto de ônibus? ________ minutos.
16. Você assiste televisão todos os dias? 1- ( )sim 2- ( ) não
17. Se respondeu sim à questão 16 quanto tempo você assiste televisão por dia? ___ horas___
minutos
18. Você joga videogame? 1-( ) sim 2- ( )não
19. Se respondeu sim a pergunta 18, diga quanto tempo joga por dia _____horas _____minutos
20. Você usa computador? 1- ( )sim 2- ( )não
21. Se respondeu sim à pergunta 20 diga quanto tempo usa por dia? _____horas _____minutos
22. Quanto tempo em média você costuma dormir por dia? _______ horas.
23. Você dorme durante o dia? 1- ( ) Sim 2- ( ) Não
24. Se respondeu sim à pergunta 23 informe quanto tempo? _________ horas.
25. Você participa de alguma escolinha, time ou treinamento desportivo? (desde que haja
treinador/professor). 1- ( ) Sim 2- ( ) Não
26.
Se respondeu sim à questão 20, informe qual esporte e a duração da atividade por semana.
Esporte:_____________________________.
duração por semana: ___ horas minutos_____ Há quanto tempo pratica?_______meses
27. Durante quantas horas diárias você brinca ativamente (joga futebol, corre, dança, nada, anda
de bicicleta, brinca de pique (etc.)?________ horas _______minutos.
International Physical Activity Questionnaire (IPAQ):
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia
As perguntas estão relacionadas ao tempo que voce gasta fazendo atividade física na última semana As perguntas incluem atividades que voce faz na escola, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou parte de suas ativiades em casa. Suas respostas são muito importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigada pela sua participação Para responder as questões lembre que:
• atividades fisicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.
• Atividades físicas moderadas são aquela que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que voce realiza pelo menos dez minutos continuos de cada vez. 1 a- Em quantos dias da ultima semana voce caminhou pelo menos dez minutos continuos em cas ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias por semana________________________ ( ) nenhum 1 b- Nos dias em que voce caminhou por pelo menos dez minutos continuos quanto tempo no total gastou caminhando por dia? horas___________ minutos_____________. 2 a- Em quantos dias da ultima semana, voce realizou atividades moderadas por pelo menos dez minutos continuos, como por exempo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástia aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domestico na casa, no quintal ou no
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jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim ou qualquer atividade que faz aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (NÃO INCLUA CAMINHADA) Dias___________ por semana ( ) nenhum 2 b- No dia em que voce fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos, quanto tempo você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas ___________ minutos____________ 3 a- Em quantos dias da ultima semana você realizou atividades vigorosas por pelo menos 10minutos contínuos como por exemplo, correr, fazer ginastica aeróbica, jogar futebol, pedalar rapido na bicicleta,fazer serviços domesticos pesados, carregar pesos elevados ou qualquer tividade que faz aumentar muito sua respiração ou batimentos do coração. Dias __________ por semana ( ) nenhum. 3 b- Nos dias em que fez essas tividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total vocêgatou fazendo essas atividades por dia? Horas__________ minutos____________
Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo em casa, na escola, durante o tempo livre, fazendo lição de casa, visitando amigos, lendo e sentado ou deitado assistindo televisão, computador, vídeo game. Não inclua o tempo gasto sentado
durante transporte em ônibus ou carro.
4a- Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4b- Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4c- Quanto tempo você pratica atividade física por dia? Horas:_______ Minutos:______
Questionário de Consumo e Frequência Alimentar Resumido (Em Dias/Semana)
Grupo de Alimentos
Menos
que 1
dia
1
dia
2
dias
3
dias
4
dias
5
dias
6
dias
7
dias Nunca
Cereais, Pães e Massas
(Arroz, Milho, Trigo, Aveia,
Cevada)
Tubérculos (Batatas, Inhame,
Mandioca)
Tubérculos (Batatas, Inhame,
Mandioca)
Hortaliças e Leguminosas
(Feijões, Ervilha, Verduras,
Tomate, Pepino, Repolho,
Chuchu, Couve-flor, Cenoura e
Beterraba)
Leite e Derivados (Queijos,
Requeijão, Creme de Leite,
Iogurte)
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Açúcares e Doces
(Achocolatados, Mel,
Refrigerantes, Sorvetes)
Óleos e Gorduras (Frituras,
Azeite, Manteiga, Margarina)
Condimentos (Molhos,
Catchup, Mostarda, Maionese,
Molho Inglês, Molho Shoyu)
Quais refeições são realizadas por dia da semana:
Refeições Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Desjejum (Café da manhã)
Colação (Lanche da manhã)
Almoço
Lanche da Tarde
Jantar
Ceia
Total de Refeições
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NÍVEL DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA
MINEIRA
ACADÊMICAS: Luziane Piler Gonçalves; Pânala Gonçalves de Souza; Rosiane
Salgado Ferreira
ORIENTADOR: Prof. M. SC. Fábio Florindo Soares
LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola
RESUMO O objetivo do estudo foi verificar o nível de Aptidão Cardiorrespiratória de alunos do Ensino Médio de uma escola pública estadual da zona da mata mineira. A amostra foi composta por 100 indivíduos, sendo 52% do sexo masculino e 48% do feminino, que foram submetidos ao teste correr e caminhar - protocolo de Cooper (1977), em uma pista de atletismo semiolímpica (200 metros), sempre no período matutino. Os resultados indicam que 83% da amostra apresentam níveis de aptidão cardiorrespiratória, considerados insatisfatórios, para os parâmetros de Cooper (1982). Vale salientar que 33% da amostra do sexo masculino apresentaram níveis de aptidão cardiorrespiratória satisfatória, sendo que este fenômeno não foi observado em nenhum indivíduo do sexo feminino. Concluímos que podem existir indícios de baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória em adolescentes em idade escolar. PALAVRAS CHAVE: aptidão cardiorrespiratória; atividade física; alunos; ensino médio.
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a inatividade física tem se tornado mais frequente entre
jovens e adolescentes, devido à velocidade de crescimento dos avanços tecnológicos.
A consequência desta inatividade faz com que o ser humano se torne menos
dependentes de suas capacidades físicas, tendo como consequência principalmente
a diminuição da aptidão cardiorrespiratória (MATSUDO, 2001).
Pode-se definir a aptidão física como uma disposição de bem-estar motivada
por atividade física satisfatória, peculiaridades genéticas e adaptação nutricional
(GALLAHUE e OZMUN, 2005). O nível de aptidão física está relacionado com as
transformações fisiológicas e anatômicas dos indivíduos durante a vida, sendo
diretamente influenciada principalmente por questões hormonais, variando pela
quantidade, ou não, de atividades físicas (BERGMANN et al., 2005).
79
A aptidão cardiorrespiratória é identificada como um bom fator da aptidão física,
visto que submete o organismo a suportar cargas físicas por um período prolongado,
podendo proporcionar melhora nos níveis fisiológicos. (COSTA et. al., 2000).
Segundo McArdle, Katch e Katch (2013), a capacidade física é a habilidade de
realizar exercícios dinâmicos, envolvendo grandes grupos musculares, em
intensidade de moderada a alta, por períodos prolongados, sendo assim, esse é um
dos componentes mais importantes da aptidão física.
O nível cardiorrespiratório é considerado como componente da aptidão física
que melhor descreve a capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório de
fornecer oxigênio durante uma atividade física contínua. O mesmo justifica sua
importância na medida em que se configura como um elemento chave para a aptidão
física referindo-se à saúde e a execução de esportes em geral, bem como com a
saúde cardiovascular em particular.
Segundo o American CollegeOf Sports Medicine (ACSM), (1991), os estudos
realizados demonstram associação significativa entre atividade física, aptidão
cardiorrespiratória e saúde.
Dessa forma, a questão norteadora deste estudo é: qual o nível de aptidão
cardiorrespiratório de alunos do ensino médio de uma escola pública estadual de um
Município da Zona da Mata Mineira?
Portanto, esta pesquisa objetiva verificar o nível de aptidão cardiorrespiratória
de estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de um Município da Zona da
Mata Mineira.
Com esse estudo pretendemos contribuir para uma melhor compreensão da
importância da prática de atividade física para a melhoria da saúde e prevenção de
doenças cardiovasculares.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A inatividade física e os níveis baixos de aptidão física da população em geral
têm se tornado a cada década um problema de saúde pública, o que pode acarretar
inúmeras patologias.
Costa (2012) realizou uma pesquisa com alunos entre 11 e 13 anos tendo como
objetivo esquadrinhar os níveis de aptidão física relativa à saúde, conforme as
80
características como, sexo e idade, aos critérios propostos pelo Projeto Esporte Brasil
(PROESP-BR). Conclui-se que, conforme as obras literárias existentes e o referencial
PROESP-BR, cerca de (90%) dos voluntários estão dentro dos padrões de aptidão
física, podendo ter um comprometimento mínimo em relação saúde e doenças
causadas pela falta de aptidão física relativa à saúde e, somente (10%) dos
voluntários, todos do sexo feminino, com baixos níveis de aptidão física.
Pelegrini et al., (2011), apontaram em seus estudos que 95% de crianças entre
7 e 10 anos, de ambos os sexos, de uma escola do interior do Rio Grande do Sul, não
obtiveram um estágio recomendado de aptidão física para serem considerados
saudáveis.
Deoclécio (2012) realizou um estudo objetivando detectar os níveis de aptidão
física relativa à saúde dos estudantes de 14 anos de idade, do ensino fundamental,
da Escola Sagrados Corações de Alto Paraíso, de Goiás. Os resultados deste estudo
apontaram que os escolares não atingiram o limite de zona saúde, como propõe o
PROESP-BR, mas que podem ser revertidos com a conscientização dos alunos, de
forma que os influencie a praticarem exercícios físicos.
Fonseca et al., (2010), investigou estudantes, de ambos sexos, entre 8 a 10
anos, avaliando o nível de aptidão física de cada aluno. O estudo apurou as variáveis
IMC, resistência aeróbia e força abdominal, adotando também o protocolo PROESP-
BR, onde se conclui que a maior parte da amostra apresentou valores menos elevados
dos preconizados.
Moreira et al., (2005) realizou um estudo que aponta que, entre 10 a 16 anos,
as crianças apresentaram maiores índices de gordura, tendo como maiores resultados
o sexo feminino entre 10 e 16 anos, com diferenças significantes a partir dos 11 anos,
sendo que, no sexo masculino, apresentaram níveis de aptidão cardiorrespiratória
superiores na comparação.
Bergmann et al., (2005) também realizou um estudo parecido com o anterior,
com escolares entre 7 a 17 anos, sendo 53% dos meninos e 66% das meninas que
mostraram menor alcance na aptidão física "Zona Saudável” de aptidão física,
apontando meninas com maior relação nessas idades. Isto ocorre, pois nessa idade
a menina está passando pelo o início da puberdade e o aumento de crescimento das
meninas nessa fase. Entretanto, neste estudo, 57,9% do grupo feminino, e apenas
50% do grupo masculino, estão dentro dos parâmetros (GALLAHUE e OZMUN 2005).
81
Em nenhum dos estudos apontados neste levantamento foram pesquisados os
níveis de aptidão física em alunos do ensino médio, de ambos os sexos, em um
município de interior, utilizando o protocolo de Cooper (1977).
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
Bouchardet al., (1994) afirma que a aptidão física se refere à produção de um
desempenho físico bom em suas atividades diárias, podendo ser nas escolas, em
casa, ou em eventos esportivos. Já Guedes (1995) afirma que bons níveis de aptidão
física ajudam no funcionamento regular do organismo, ou seja, enquanto a atividade
física ocorre o organismo se une em grandes grupos de músculos protegendo-o de
doenças externas ou evitá-las.
Corroborando com Guedes (2002) um dos principais motivos de óbito é a
inatividade física, sendo que está relacionada com o aparecimento de várias
patologias. Dentro deste quadro é de fundamental importância o papel do profissional
de Educação Física, uma vez que este deve sempre estar alertando seus alunos para
a importância que a atividade física tem no seu cotidiano.
Os benefícios da aptidão física para a saúde estão cada vez mais evidenciados.
Vários pesquisadores, de diversas áreas, incluindo a Educação Física e a Medicina
do Exercício e do Esporte, pelos métodos de pesquisa epidemiológica, já
demonstraram que, tanto a inatividade física quanto a baixa aptidão física são
prejudiciais à saúde (ARAÚJO et al., 2000a)
Segundo Nahas (2003) para muitas pessoas iniciarem a prática da atividade
física e manter um ritmo saudável a fim de alcançar uma boa condição na aptidão
física é uma tarefa difícil, já que necessitam de esforço individual. Para que ocorra
uma melhoria nos níveis adequados de aptidão física nas sociedades urbanas
modernas é necessária uma forte motivação. Motivados, os indivíduos percebem os
diversos benefícios e notam como é de grande valor para a sua vida, superando as
dificuldades para realizar tais ações e quando as forças sociais oferecem mais
facilitadores do que barreiras.
Existem muitos benefícios no desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória
sobre a saúde, sendo eles: menor risco para doenças como hipertensão e diabetes,
redução da obesidade total e abdominal, melhora da saúde mental e corporal e um
bom caminho para aumentar a carga horária nas aulas de Educação Física. Além
82
disso, a aptidão física está mais fortemente relacionada à prevenção da síndrome
metabólica do que a atividade física (DUMITH et al., 2010).
A aptidão cardiorrespiratória necessita das qualidades do coração, pulmões,
sangue e vasos sanguíneos e da capacidade das fibras musculares de utilizarem o
oxigênio transportado para produzir energia.
A aptidão cardiorrespiratória é definida como a eficácia dos sistemas
circulatório e respiratório de proporcionar oxigênio aos músculos durante o exercício
físico, de intensidade moderada a alta, envolvendo grandes grupos musculares, por
longos períodos. É considerado um importante marcador de saúde desde a Infância
até a adolescência. O baixo nível da aptidão cardiorrespiratória associa-se ao
aumento dos fatores de risco cardiovascular e à síndrome metabólica em jovens,
aumentando o risco cardiovascular quando forem adultos (MINATTO et al., 2016, p.
470).
Nahas (2003) afirma que no período da adolescência, os indivíduos passam
por modificações fisiológicas, afetando o organismo, de uma forma geral, que tende a
refletir-se na capacidade de esforço (SOBRAL, 1988).
A literatura especializada diz que a aptidão cardiorrespiratória aumenta com a
idade, sendo já observado na adolescência valores mais altos. De modo geral, em
uma mesma faixa etária, os valores declinam para o sexo feminino (GHORAYEB et
al., 1999).
O baixo nível de aptidão cardiorrespiratória está associado a um maior risco de
doenças cardiovasculares e de mortalidade por todas as causas, tanto em homens
quanto em mulheres (HASKELL et al., 2007).
Portanto, a avaliação da aptidão física e, principalmente, cardiorrespiratória,
tem um papel essencial na descoberta de algum caso que possa predispor a uma
doença, e servindo como alicerce dos programas de educação física, podendo
preservar uma saúde de boa qualidade. (SILVA et al., 2010, p. 1).
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do ensino médio de uma
escola pública da cidade de Matipó, Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
83
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002, p.41-
42).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016), a
cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira.
Fundada em 17de dezembro de 1938, situada numa altitude de 615 metros e a 244
km quilômetros da capital. População estimada é de 17.639 habitantes e a base de
sua economia é agropecuária e cafeicultura.
Para a mensuração da aptidão cardiorrespiratória utilizamos o protocolo de
Cooper (1977), (teste de andar/correr de 12 minutos). Segue figura 1 com a
classificação do teste de Cooper 1982, com o nível de aptidão cardiorrespiratória no
teste de andar/correr durante os 12 minutos:
Figura 1: Classificação do nível de aptidão cardiorrespiratória no teste de andar/correr
Fonte: Cooper, 1982.
A pesquisa foi realizada durante os meses de fevereiro a julho de 2017. A
amostra foi composta por 100 estudantes do ensino médio, de ambos os sexos,
regularmente matriculados em uma escola pública estadual, de um município da Zona
da Mata Mineira, presentes no dia da execução do teste.
A coleta de dados ocorreu no período matutino na pista de atletismo
semiolímpica da Faculdade Vértice. A amostra foi orientada a realizar o teste de
acordo com o protocolo de correr e caminhar de Cooper (1977), sendo que cada
indivíduo deve correr ou caminhar, em pista demarcada, a maior distância possível
84
em 12 minutos. A pista foi demarcada em distâncias de 50 em 50 metros para a melhor
visualização durante a execução do teste.
Após a coleta dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e tabuladas em
arquivo Excel versão 2016, apresentadas em forma de gráficos e tabelas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de tabelas e gráficos. A idade média da amostra é
15,8 (DP=±1,1) anos para homens, e 16,2 (DP=±0,7) anos para mulheres.
Segue tabela 1 com a caracterização dos estudantes pesquisados:
Tabela 1: Caracterização dos estudantes secundaristas quanto a sexo, série e nível de aptidão cardiorrespiratória. Matipó-MG. 2018
Variável %
Sexo Feminino 48,00 Masculino 52,00 Série 1º ano 25,00 2º ano 34,00 3º ano 41,00 Nível de aptidão Muito fraca 66,00 Fraca 10,00 Média 7,00 Boa 5,00 Excelente 9,00 Superior 2,00
Fonte: elaborado pelos autores
De acordo com os dados da tabela 1, verifica-se que a maioria da amostra é do
sexo masculino (52,0%), o que segundo Dumith, Azevedo Junior e Rombaldi (2008)
pode influenciar nos resultados da aptidão física relacionada à saúde, ou seja, nos
resultados da aptidão cardiorrespiratória. Outro fator que pode apresentar diferenças,
segundo os autores, é a idade da amostra, o que pode ser observada na maior
proporção de alunos do terceiro ano (41,0%).
Procurando corroborar as influências do sexo e da série nos níveis de aptidão
(distância percorrida durante o teste), a tabela 2 apresenta a associação entre a
distância percorrida no Teste de Cooper pelos estudantes secundaristas.
85
Tabela 2: Associação entre a distância percorrida no Teste de Cooper pelos estudantes secundaristas quanto ao sexo e série. Matipó-MG. 2018
Variável Distância percorrida p
Sexo Feminino 1398,96 (248,08)
< 0,001 Masculino 2219,25 (531,81) Série 1º ano 2170,04 (574,63) a
0,001 2º ano 1630,88 (457,72) b
3º ano 1776,83 (610,75) b
Fonte: elaborado pelos autores
Quanto à distância média percorrida durante o teste, observa-se que indivíduos
do sexo masculino apresentam valores superiores aos do sexo feminino, sendo esta
diferença estatisticamente significante (p<0,001). Desta forma, o nível de capacidade
cardiorrespiratória, conforme Cooper (1982), para os homens é considerado médio e
para mulheres, muito fraco. Tais resultados (sexo) corroboram com Dumith, Azevedo
Junior e Rombaldi (2008), contudo diferiram-se quando avaliados nas séries. Segundo
os autores, alunos mais velhos tendem a ter maior capacidade cardiorrespiratória, já
no presente estudo verificou-se que alunos do primeiro ano apresentaram valores
superiores que as demais séries.
Coledam et al.,(2016) afirmam que adolescentes em idade escolar praticam
poucos exercícios físicos de forma regular e o maior contato com os mesmos se faz
através das aulas de Educação Física, sendo esta insuficiente para proporcionar
níveis de aptidão cardiorrespiratória em grau satisfatório.
Segue gráfico 1 do nível de capacidade cardiorrespiratória em indivíduos de
ambos os sexos:
Gráfico 1: Nível de capacidade cardiorrespiratória em indivíduos de ambos os sexos. Matipó-MG. 2018 Fonte: elaborado pelos autores.
86
Verifica-se no gráfico 1 que a maioria (76,0%) da amostra apresentam níveis
de capacidade cardiorrespiratória de “muito fraca” a “fraca”, sendo que somente
17,0% apresentam valores preconizados como ideais para uma boa saúde.
Segundo o ACSM (2000), a capacidade cardiorrespiratória é um dos
componentes da aptidão física relacionada a saúde que declina com o aumento da
idade, relatando que uma baixa capacidade cardiorrespiratória poderá desencadear
doenças crônicas degenerativas, o que pode ser confirmado na tabela 2. Entretanto,
uma boa capacidade cardiovascular melhora a aptidão física, interferindo de forma a
reduzir os declínios funcionais e contribuindo para um estilo de vida independente e
mais saudável.
O Gráfico 2 retrata o nível cardiorrespiratório da amostra, classificados por
sexo, segundo Cooper (1982).
Gráfico 2: Comparação do nível de aptidão física de estudantes secundaristas quanto ao sexo. Matipó-MG. 2018 Fonte: elaborado pelos autores.
Analisando o gráfico 2 observa-se que as mulheres apresentam em sua
totalidade níveis baixos de aptidão cardiorrespiratória “muito fraca” (85,50%) e “fraca”
(14,50%). Já os homens, 33% da mesma apresentam níveis de aptidão
cardiorrespiratória satisfatória, obtida e classificada através do teste de Cooper
(1982).
48,1%
7,7%13,5%
9,6%
17,3%
3,8%
85,4%
14,6%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
Muito fraca Fraca Média Boa Excelente Superior
Masculino Feminino
87
De acordo com Silva et al., (2017) a inatividade física e o baixo nível de aptidão
física dos adolescentes têm contribuído para a diminuição da perspectiva de qualidade
de vida, ocasionando o aumento de patologias e mortes prematuras. Diante deste
quadro, para Pelegrini et al., (2017) as aulas de Educação Física escolar são
fundamentais na reversão deste processo, visto que, quando planejadas
adequadamente, apresentam uma ampla gama de ações para a promoção da saúde.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo deste estudo foi analisar o nível da capacidade
cardiorrespiratória dos alunos do ensino médio de uma Escola Pública Estadual de
um Município da Zona da Mata Mineira. Os resultados do presente estudo apontaram
que a maioria dos indivíduos foi classificada com um nível baixo de capacidade
cardiorrespiratória quando avaliados e classificados de acordo com protocolo de
Cooper (1982).
Os resultados indicam que 83% da amostra apresentam níveis de aptidão
cardiorrespiratória considerada insatisfatória segundo Cooper (1982). Vale salientar
que 33% da amostra do sexo masculino apresentaram níveis de aptidão
cardiorrespiratória satisfatória, sendo que este fenômeno não foi observado em
nenhum indivíduo do sexo feminino.
Concluímos através do presente estudo que os níveis de aptidão
cardiorrespiratória, em adolescentes em idade escolar, são influenciados pelo sexo e
série escolar. Recomenda-se a realização de estudos periódicos, abrangendo
diferentes regiões, a fim de comparar os indicadores de aptidão cardiorrespiratória da
população de adolescentes em idade escolar, para que possa servir como alicerce
para as políticas públicas a serem adotadas.
6. REFERÊNCIAS
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88
BERGMANN, G. et al.,A aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Perfil. Dossiê projeto esporte RS, p.12-21, 2005. Disponível em: http://www.proesp.ufrgs.br/proesp/images/stories/pdf/publicacoes/revista%20perfil/aptidao_bergmann.pdf Acesso em: 15 de agosto de 2017. BOUCHARD, C.; SHEPHARD, R.J.; STEPHENS, T.A. Atividade física, condicionamento físico e saúde: procedimentos internacionais e consenso. Champaign, IL: Human Kinetics, 1994. COLEDAM, D. H. C. et al. Fatores associados à aptidão cardiorrespiratória de escolares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 21-26, 2016. COOPER, K.H. Um meio de avaliar o consumo máximo de oxigênio. JAMA, v.32, n. 203, p. 8-135, 1977. COOPER, K.H. Um meio de avaliar o consumo máximo de oxigênio. JAMA, v.15, n.3, p.103-150,1982. COSTA, R.; GUERRA, S.; RIBEIRO, J. C.; LEANDRO, C.; DUARTE, J. A.; MOTA, J. Aptidão Cardiorrespiratória de uma População Pediátrica da Zona do Grande-Porto. Revista Portuguesa de Medicina Desportiva: v.18, p. 27-40, 2000. COSTA, B. B. B. DA. Níveis de aptidão física relacionada à saúde de escolares entre 10 a 13 anos de idade da escola Sagrado Corações, Alto Paraíso-GO. 2012. iv 41 f, Monografia (Licenciatura em Educação Física) — Universidade de Brasília, Universidade Aberta do Brasil, Alto Paraíso-GO, 2012. COSTA, R.; et al., “Aptidão Cardiorrespiratória de uma População Pediátrica da Zona do Grande-Porto”. Revista Portuguesa de Medicina Desportiva v.18, p.27-40, 2000. DEOCLÉCIO, R. V. Níveis de aptidão física relacionadas à saúde em escolares: os níveis de aptidão relacionados à saúde dos alunos do ensino fundamental. Alto Paraíso, 2012. 53p. Monografia/Graduação. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Disciplina de TCC II – Curso de Licenciatura em Educação Física, Universidade Aberta do Brasil-UAB, 2012 DUMITH S.C.; AZEVEDO JÚNIOR M.R.; ROMBALDI A.J. Aptidão Física Relacionada à Saúde de Alunos do Ensino Fundamental do Município de Rio Grande, RS, Brasil. Revista Brasileira de Medicina Esporte. v.14, n.5, p.454-459, 2008. DUMITH, S. C.; et al., Aptidão física relacionada ao desempenho motor em escolares de sete a 15 anos. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, São Paulo, SP, v. 24, n. 1, p. 5-14, jan./mar. 2010. FONSECA, H. A. R. et al., Aptidão física relacionada à saúde de escolares de escola pública em tempo integral. Acta Scientiarum Health Sciences. V.32, n.2, p.155-161.2010.
89
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005. GHORAYEB N.; BOZZA, A.; LOOS, L.; FUCHS, A. R. C. N.,.“Aspectos cardiovasculares da criança atleta”. In: GHORAYEB N, Barros TL. O Exercício: Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. 1.ed. São Paulo: Atheneu, 2004, p.73-363. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisas. São Paulo: Atlas, 2002. GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. Exercício Físico na Promoção da Saúde. Londrina: Midiograf, 1995. GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em crianças e adolescentes. São Paulo: CLR Balieiro, 2002. HASKELL, W.L.; et al. Atividade e saúde pública: Recomendação atualizada para adultos do Colégio Americano de Medicina Esportiva e da AmericanHeartAssociation. Medicine and Science in Sports and Exercise, Indianápolis, v.39, n. 8, p.1423-1434, 2007. MATSUDO, S. M. Envelhecimento e Atividade Física. Londrina: Midiograf, 2001. MCARDLE, W.D.; KATCH, F.L.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício energia, nutrição e desempenho humano.7. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. MINATTO, Gisele; et al. Relação ente aptidão cardiorrespiratória e adiposidade corporal em meninas. Revista Paulista de Pediatria. São Paulo. v.34, n.4, p. 469-475. 2016. MOREIRA, R.; et al., Composição corporal de adolescentes da cidade de General Câmara - RS. Revista Perfil: Dossiê Projeto Esporte RS. V.7, n.7, p.42-46. 2005. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3.ed. rev. e atual. Londrina: Madiograf, 2003.278 p. PELEGRINI, A. et al. Aptidão física relacionada à saúde de escolares brasileiros: dados do projeto esporte Brasil. São Paulo. Revista Brasileira Medicina Esporte, v. 17, n. 2,p.92-96, 2011. PELEGRINI, A.et al. Aptidão cardiorrespiratória em adolescentes. Revista Andaluza Medicina delDeporte. Junta de Andalúcia. v.10, n.3, p. 152-157, 2017. SILVA, S. P. et al. Aptidão cardiorrespiratória e composição corporal em crianças e adolescentes : Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n3/a14v16n3.pdfAcesso em: 10 de Outubro de 2018.
90
SILVA, D.A.S.et al.Mudanças seculares nos níveis de aptidão aeróbia em crianças brasileiras. Rev. Bras. Med. Esporte,v. 23, n.6, p. 450-454, 2017. SOBRAL, F. Adolescente atleta. Lisboa, Livros Horizonte, 1988.
ANEXO I
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO
Ficha de Coleta de Dados
Teste de Cooper
Q1-Data: Q5-Escola:
Q2-Tempo: Q6-Série:
Q3-Condição Climática: Q7-Sexo:
Q4-Horário:
Q8-Nome Q9-Idade Q10-Sexo Q11-Distância Q12-Aptidão
92
93
ANEXO II
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA – 6º PERÍODO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,___________________________________________________________,
brasileiro (a), residente na cidade de _________________________ declaro ter sido
procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadoras LUZIANE PILER GONÇALVES,
PÂNALA GONÇALVES DE SOUZA e ROSIANE SALGADO FERREIRA para dar o
competente consentimento a fim de deixar os alunos a participarem do trabalho
investigativo para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de
Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix a ser conduzido
pelos citados acadêmicos.
Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os
esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi
realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá
incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os
benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.
Além disso, os acadêmicos, ao discutirem as medidas que serão adotadas no
decorrer do trabalho, para protegerem a pessoa do (a) signatário (a), informaram da
impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após
o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive
para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da
pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.
Matipó, __________________ de________________________________de 2017.
______________________________________________
ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES DO
ENSINO FUNDAMENTAL II
Acadêmicos: Ana Maria Mariano Gomes; Diana Lopes Batista Coelho; Maria José
Vidal da Silva
Orientador: Deyliane Aparecida de Almeida Pereira.
LINHA DE PESQUISA: Saúde na Escola
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo avaliar o tempo de tela e o nível de atividade física de estudantes do Ensino Fundamental II, ressaltando o nível de sedentarismo em cidades distintas. Trata-se de um estudo quantitativo do tipo descritivo em que foram avaliados 216 alunos do Ensino Fundamental II, dos municípios de Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca. O instrumento de coleta de dados foram: questionário sociodemográfico, questionário IPAq, recordatório de atividade diária e questionário de avaliação de tempo de tela. A idade média foi de 12,61 (DP=±1,27) anos e o tempo de sono de 7,68 (DP=±3,22). As formas de deslocamento para escola é transporte escolar e a pé (45,4% em ambos). A maioria não pratica atividades esportivas (67,4%) e utilizam cerca de 14,10 (DP=±21,36) horas por dia de aparelhos eletrônicos. O nível de atividade física foi classificado como sedentário a insuficientemente ativo para 24,8% dos homens e 22,9% das mulheres; e ativo a muito ativo para 27,6% homens e 24,8% para mulheres. Conclui-se que os alunos do ensino fundamental II possuem nível de atividade física consideravelmente bom, em contrapartida o tempo de tela está elevado, sendo fator de risco para doenças cardiometabólicas. PALAVRAS-CHAVE: tecnologia, sedentarismo, saúde, atividade física.
1. INTRODUÇÃO:
Sendo considerado atualmente um fator preocupante para a sociedade, o
sedentarismo juntamente com a tecnologia, tem causado muitas mudanças na vida
de várias crianças e adolescentes. Isso vem acontecendo porque as atividades que
envolvem grande movimentação como pular, correr e saltar estão sendo trocadas pela
TV, o videogame e os smartphones. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(WHO, 2010) o sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de
atividade física onde a ingestão de alimentos é maior que o gasto de energia e calorias
fazendo com que adquiramos hábitos sedentários em nosso cotidiano.
Carmo et al (2013) afirma que o estilo de vida sedentário associado ao uso
excessivo da tecnologia acarreta vários problemas de saúde, por exemplo, o
surgimento de doenças cardiometabólicas, tais como a hipertensão, diabetes,
obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto e entre outras. Ademais,
95
acarreta prejuízos no desenvolvimento motor, psicológico e dificuldades de
socialização.
Nota-se tal cenário nos estudos de Rycerz et al (2014) , Paiva et al e Costa et
al (2015) eles afirmam que as brincadeiras de rua já não são mais frequentes nos dias
de hoje e nas escolas a situação tem se agravado, pois os alunos estão dependentes
dos professores para realizar atividade física. Benedito et al (2015), complementam
declarando que a idade escolar é o melhor período para o desenvolvimento da aptidão
física e para adoção de um estilo de vida mais ativo que tende a ser mantido na vida
futura.
Segundo Alves (2013), cabe ao Educador Físico orientar e acompanhar a
realização dessas atividades, pois a atividade física para as crianças e os
adolescentes deve ser alegre e prazerosa, para que se torne um hábito em sua vida.
As recomendações atuais, orientam que para reduzir e evitar demais problemas
cardiometabólicos, a prática frequente de atividades físicas de 3 a 5 vezes por
semana, durante 40 a 60 minutos, bem como a mudança nos hábitos alimentares
contribuem para aquisição de hábitos de vida saudável e minimização do risco de
desenvolvimento de doenças hipocinéticas (WHO, 2010).
Corroborando com Rycerz (2013)., a Educação Física Escolar tem sua
contribuição desde as séries iniciais, pois a mesma ao incentivar a prática regular de
exercício físico e adquirir hábitos saudáveis, incorpora-a a vida do indivíduo e este
hábito tende a perpetuar na idade adulta. Em contrapartida, o uso excessivo de
tecnologia contribui para que haja decréscimo na prática de atividades físicas, que
são essenciais para prevenção de doenças cardiometabólicas.
Diante do exposto tem-se a seguinte problematização: o nível de atividade
física está associado ao tempo de tela (comportamento sedentário)? Logo, o objetivo
é investigar a associação entre o nível de atividade física e o tempo de tela de
estudantes do Ensino Fundamental II.
Espera-se que esse estudo contribua para conscientização dos jovens e de
seus familiares em relação aos danos que podem ser causados pelo sedentarismo
devido as tecnologias, como resultado, tem-se maior predisposição de
desenvolvimento de doenças hipocinéticas e falta de socialização.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
96
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de atividade
física onde a ingestão de alimentos é maior que o gasto de energia e calorias (WHO,
2010). Torna-se importante a análise desse tema, pois tem-se observado mudanças
no comportamento e estilo de vida de diversas crianças e adolescentes devido aos
avanços tecnológicos, acarretando assim na diminuição dos níveis de atividades
físicas.
Guedes (2015) realizou uma pesquisa transversal para investigar a influência
da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. Investigou-
-se 1.130 escolas públicas e privadas do ensino fundamental de São Luiz, MA. O meio
para alcançar os resultados foi através de questionários adaptados do Ipaq
(Questionário Internacional de Atividade Física). Os resultados expõem sobre o
exercício físico praticado e tempo consumido com algumas atividades ocupacionais.
Lourenço (2016) investigou o desenvolvimento infantil procurando
compreender a influência da tecnologia. Foram pesquisadas crianças de uma escola
pública na cidade de Monte Alto- SP. Foram pesquisados os benefícios e malefícios,
a forma como a tecnologia afeta as capacidades linguísticas, psicológica, motora, bem
como os ricos que trazem para a saúde. Os autores concluíram que uma das
alternativas é monitorar e orientar os alunos sobre os riscos do excesso, pois a
tecnologia usada de forma correta pode ajudar no aprendizado e trazer benefícios.
Mendes (2013) em estudo realizado com 40 alunos e profissionais de duas
faculdades no Ceará objetivou compreender como as novas tecnologias têm
influenciado para que as pessoas se tornem sedentárias, bem como a sua propagação
no trabalho e na vida social. A tecnologia trouxe vários benefícios, mas tem que ser
usada de forma correta, caso contrário pode fazer com que as pessoas se tornem
mais sedentárias.
Silva, Barreto e Cascão no ano de 2012 realizaram uma pesquisa em escolas
públicas e privadas na região de Mogi das Cruzes com crianças e adolescentes para
verificar a influência da tecnologia nos níveis de atividade física e analisar a
interferência destes aparelhos em relação a prática ou não de atividade física. O
instrumento de pesquisa foi o questionário do IPAq para obter dados quantitativos e
qualitativos que possibilitaram chegar à conclusão de que a influência tecnológica é
global e está presente nos hábitos de consumo e comportamento cotidiano onde a
utilização exagerada está levando a uma vida sedentária. Contudo cabe à Educação
97
Física promover atividades recreativas e prazerosas principalmente nas escolas,
atividades estas que estimulem a vida ativa para assim proporcionar melhor qualidade
de vida. A tecnologia na sociedade contemporânea vem se tornando a referência de
lazer, trabalho e conhecimento nos dias atuais. Grande parte das crianças,
adolescentes e jovens está deixando de praticar atividades físicas recreativas,
atividades estas que exigem grande movimentação e gasto de energia, isso vem
reduzindo devido à evolução tecnológica.
Relatórios da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância (2014)
expõem como a tecnologia afeta o desenvolvimento e influencia nos níveis de
atividade física das crianças. Por meio de uma pesquisa comparativa compreendeu-
´-se que o uso indiscriminado da tecnologia traz graves riscos à saúde, causando
assim um comportamento sedentário. Diante disso, sugere-se que os dispositivos
tecnológicos sejam utilizados de forma educativa e recreativa para que assim seja
estimulada a prática de atividades físicas de forma lúdica e prazerosa para que desta
forma novos hábitos saudáveis levem a uma melhor qualidade de vida.
2.2. REFERENCIAL TEÓRICO
Atualmente o século XXI é considerado o período de maior manifestação
tecnológica, que tem contribuído para desenvolvimento rápido da inteligência e
construção de um vocabulário verbal enriquecedor para escrever coisas simples e o
uso de estruturas frasais mais complexas e outros aspectos (GUERRA, 2014).
Entretanto, observa-se aspectos negativos no âmbito da prática de atividade
física, ou seja, há aumento significativo da prevalência de hábitos sedentários,
especialmente em crianças e adolescentes. As atividades recreativas como
brincadeiras de roda, pique- pega, rouba bandeira, o mestre mandou, entre outras,
estão sendo deixadas de lado por causa da tecnologia que tem atraído a atenção
deste público.
O sedentarismo pode ser compreendido como falta, ausência ou diminuição de
atividade física Barreto et al (2013). Segundo Paiva e Costa (2015) de acordo com a
faixa etária há um maior índice no uso de recursos tecnológicos para divertimento e
lazer, especialmente celular, notebook, videogames, tablets e TV. Contudo, toda essa
evolução deixa pontos negativos na sociedade, principalmente os que dizem respeito
à saúde, como o aparecimento de doenças cardiometabólicas, a diabetes, infarto e
pressão alta decorrentes do sedentarismo.
98
Sabe-se que a Educação Física Escolar pode ser uma estratégia para
minimizar estes efeitos, pois pode ser um dos meios para incentivar de forma criativa
e prazerosa a prática de atividades físicas principalmente na escola e no contra turno
escolar. Paixão e Regina (2014) afirmam que esta disciplina é responsável por
transmitir saberes da cultura corporal de movimento e quanto a necessidade de uma
vida ativa para desenvolvimento de aspectos motores, cognitivos e sócio afetivos; e
também que estes hábitos saudáveis se perpetuem na vida adulta.
Em suma, apesar das boas influências o impacto tecnológico também pode ter
impacto negativo, assim, cabe aos pais e responsáveis controlar o uso dessa
tecnologia na vida de seus filhos e fazer com que essa tecnologia atue de forma
positiva na vida de todos. Para isto, pode-se incentivar a realização de atividades
recreativas em ambientes educacionais e não educacionais.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva que foi realizada nas escolas, dos
municípios de Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca. A pesquisa descritiva, segundo
Gil (2008) objetiva descrever as características de uma população, fenômeno ou de
uma experiência. Neste estudo, irá descrever as características da amostra quanto a
sexo, faixa etária, renda familiar, nível de atividade física e tempo de tela.
A amostra foi composta por estudantes do Ensino Fundamental II, regularmente
matriculados nos municípios supracitados, que aceitaram participar da pesquisa
assinando o Termo de Consentimento Livre, de esclarecimento e preenchimento dos
questionários.
Os instrumentos de coleta de dados foram:
• Questionário sociodemográfico - para caracterização
• Questionário IPAq (Questionário Internacional de Atividade Física) versão curta –
para avaliar o nível de atividade física. A Inatividade física será definido pelo não
cumprimento de pelo menos 60 minutos diários de atividade física moderada ou
vigorosa, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (1998).
• Recordatório de atividade diária – para avaliar as atividades diárias
• Questionário de avaliação do tempo de tela – para avaliar o comportamento
sedentário, que diz respeito ao tempo gasto em uma semana habitual com base
no “tempo de tela”, obtido pela soma do tempo diário gasto com televisão,
computador, videogame e tablet. Assim, o sedentarismo será definido como tempo
99
de tela maior que 120 minutos diários, conforme preconizado pela Academia
Americana de Pediatria (2011).
A coleta de dados foi realizada nos meses de maio e junho de 2018,
posteriormente foram digitados os questionários no programa Microsoft Excel e
realizada as análises estatísticas descritivas. Os resultados serão apresentados na
forma de tabela e gráficos.
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra do presente estudo constou de 216 alunos, regularmente
matriculados no ensino fundamental II, com idade entre 10 à 14 anos de idade, que
responderam aos questionários relacionados ao tempo de tela e o nível de atividade
física. Os dados foram coletados em três cidades da Zona da Mata Mineira, a saber,
Abre Campo, Raul Soares e Rio Casca.
A tabela 1 apresenta a característica dos estudantes quanto a cidade de origem
e série que estão matriculados.
Tabela 1: Caracterização de estudantes do Ensino Fundamental II quanto a sexo, cidade de origem e série, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018
Variável %
Cidade de origem
Abre Campo 28,4
Raul Soares 33,5
Rio Casca 38,1
Série
6º ano 32,1
7º ano 34,9
8º ano 20,6
9º ano 12,4
Fonte: elaborado pelos autores
A Educação Física Escolar tem papel fundamental no processo de prevenção
do sedentarismo e de promoção da qualidade de vida. Na maioria das vezes o único
lugar que a criança ou o adolescente tem a oportunidade de praticar atividade física é
dentro da escola. Percebe-se então a importância da escola para a prática de
atividades e adoção de hábitos saudáveis na infância. Quando crianças e
adolescentes adotam a prática regular de exercícios físicos desde cedo, eles têm mais
chances de ter uma vida adulta ativa (RYCERZ, 2013).
100
O sono é um fator muito relevante em toda vida do ser humano influenciando
na vida da pessoa, portanto ter um tempo de sono adequado à idade é muito
importante. Foi feita uma análise quantitativa do tempo em que cada aluno passa
dormindo e a idade desses alunos (tabela 2).
Tabela 2: Caracterização de estudantes do Ensino Fundamental II quanto a idade, tempo de sono, expressos em média e desvio padrão. Matipó – MG. 2018.
Variável Média (DP)
Idade 12,61 (1,27)
Tempo de sono 7,68 (3,22)
Fonte: elaborado pelos autores
Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), conforme a
idade aumenta, a necessidade de sono diminui, a exemplo disto, dos 6 aos 12 anos,
a recomendação cai para 9 a 12 horas, sendo que nas idades antecessoras, a
recomendação é de 11 a 14 horas. Os adolescentes de 13 a 18 anos devem dormir
de 8 a 10 horas por noite para manter a saúde em dia, sendo este número considerado
uma hora a mais em relação a diretriz da Fundação Nacional do Sono (PARUTHI et
al, 2016).
Segundo Paruthi et al (2016), o sono é essencial para a boa performance do
cérebro infantil em desenvolvimento, sendo que o sono insuficiente está associado a
risco aumentado de acidentes, diabetes, obesidade, problemas mentais e depressão.
Ademais, os autores afirmam que na adolescência há aumento do risco de
automutilação, pensamento suicida e tentativas de suicídio. Em contraponto, dormir
as horas adequadas em horários regulares está associado a melhores desfechos
incluindo: memória, comportamento, qualidade de vida, aprendizado, saúde física e
mental.
No que tange a saúde, verifica-se que o sono pode interferir diretamente no
nível de atividade física dos estudantes. No gráfico 1 é apresentado as formas de
deslocamento dos educandos até a escola.
Segundo Santos et al (2010), o deslocamento fisicamente ativo para escola
pode constituir uma importante fonte de atividade física diária. Segundo os autores,
evidências consistentes sugerem que a prática de atividades físicas nos
deslocamentos está intimamente associada a diversos desfechos relacionados à
saúde, como o aumento dos níveis gerais de atividade física, de aptidão
101
cardiorrespiratória, manutenção da massa corporal e redução do risco de acidente
vascular cerebral isquêmico.
Gráfico 1: Formas de deslocamento para escola por estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores
Outro fator que contribui para redução dos fatores de risco cardiovascular é a
prática de atividade esportiva. No gráfico 2 são apresentadas as atividades esportivas
praticadas pelos discentes do ensino fundamental II.
Gráfico 2: Tipo de atividades esportivas realizadas por estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores
45,4
9,2
45,445,9
9,6
44,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
A pé Bicicleta Transporte escolar
Deslocamento para escola Retorno para casa
67,4
2,8
22,9
7,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Não praticante
Academia/Ginástica/Caminhada
Futebol
Outros (Educação Física, Vôlei,queimada, peteca, natação,karatê,Bicicleta,Ciclismo)
102
De acordo com Paiva e Costa (2015), o fato das crianças substituírem as
brincadeiras como: pega-pega, esconde-esconde, jogar bola e atividades que
envolvem movimento físico, por jogos eletrônicos (computadores e videogames)
podem comprometer a saúde física e psicológica, provocando o isolamento social.
Outro fato que merece atenção e que é desencadeado pelo estilo de vida inativo é o
fenômeno da obesidade, causado principalmente em função do sedentarismo
estimulado pelos dispositivos eletrônicos.
Gualano e Tinucci (2011) afirmam que a prática de exercícios físicos é um meio
de prevenção às diversas doenças crônicas, tais como: diabetes do tipo 2, hipertensão
arterial, artrite, osteoporose, obesidade, câncer, etc. Os autores afirmam que um
indivíduo sedentário não pode ser considerado saudável, logo, a prática de atividade
física é essencial à saúde, por ser uma opção barata e segura, se orientada por um
profissional de Educação Física. Embora a maioria da amostragem (67,4%) não
pratica esporte, os (67,0%) declaram que praticam atividade física em forma de
brincadeiras, fato que contribui para um estilo de vida ativa.
A tabela 3 apresenta o tempo gasto para prática de atividade física e o
comportamento sedentário da amostra.
Tabela 3: Atividade física e Comportamento Sedentário de estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em média e desvio padrão. Matipó – MG. 2018
Variável Média (DP)
Tempo de prática de esporte (Horas) 3,70 (10,90)
Tempo de prática de esporte (meses) 1,72 (2,74)
Tempo de brincadeiras (Horas) 10,20 (14,63)
Tempo de tela
Televisão 6,83 (11,86)
Videogame 1,97 (1,99)
Computador 2,74 (7,28)
Tablet 1,57 (6,65)
Celular 14,10 (21,36)
Tempo sentado (dias de semana) 4,49 (3,56)
Tempo sentado (final de semana) 3,97 (4,49)
Fonte: elaborado pelos autores
Vários estudos apontam prevalências consideráveis de doenças relacionadas
ao sedentarismo na população. Este fato pode ser atribuído ao atual estilo de vida das
103
pessoas, tais como: utilização demasiada de aparelhos eletrônicos (cerca de
14,10±21,36 horas por dia na amostra investigada), estudos excessivos, trabalho sem
esforço físico, maior oferta e consumo de produtos de alto valor energético. Torna-se
ainda mais preocupante em crianças e adolescentes, uma vez que é nesta fase, que
o indivíduo adquiri vários hábitos que tendem a permanecer na vida adulta. Assim,
fica evidente a importância de programas de intervenção alimentar e de exercícios
físicos, a fim de combater os malefícios provocados por este estilo de vida, nada
saudável (BARRETO et al, 2013).
Diante deste contexto, em que a sociedade se encontra, os grandes
prejudicados são as crianças e adolescentes em idade escolar, que estão se tornando
cada dia mais sedentários. Na amostra investigada, o tempo em que a criança e o
adolescente permanece sentado oscila de 4,49 (±3,56) horas a 3,97 (±4,49) horas em
dias de semana e aos finais de semana, respectivamente. Ao invés de saírem para
brincar nos parques, nas ruas ou nas quadras, eles passam o dia em frente à TV
(cerca de 6,83±11,86 horas), computadores (cerca de 2,74±7,28 horas), e celulares
(cerca de 14,10±21,36 horas), desfrutando desse conforto que a tecnologia
proporciona. Associada a este estilo de vida, grande parte das crianças e
adolescentes não se alimentam corretamente, o que pode provocar obesidade e
outras doenças crônicas não transmissíveis (RYCERZ, 2014). Tal situação, na
amostra investigada, pode ser influenciada pelo não controle do tempo de tela pela
maioria dos pais (57,8%).
No entanto, o uso indiscriminado da tecnologia pelas crianças provoca
desequilíbrio orgânico, isolamento do mundo real, despersonalização, ansiedade e
depressão, impedindo o desenvolvimento e amadurecimento afetivo, físico, cognitivo
e social das crianças (PAIVA; COSTA, 2015).
O gráfico 3 traz os resultados do nível de atividade física dos alunos pesquisados.
104
Gráfico 3: Nível de atividade física de estudantes do Ensino Fundamental II, expressos em frequência relativa. Matipó – MG. 2018. Fonte: elaborado pelos autores
Verifica-se no gráfico 3 que o sedentarismo é maior em crianças e adolescentes
do sexo feminino (15,6%), já as maiores prevalências de alunos ativos (16,5%),
entretanto, são estudantes do sexo masculino possuem prevalências maiores quando
se referem ao nível de atividade muito ativo (13,8%). Santos et al. (2009), de maneira
geral, os meninos tendem a possuir maiores níveis de atividade física quando
comparados com as meninas, já existindo algum consenso na literatura de que esta
diferença pode ser explicada por fatores socioculturais.
Desde as idades mais precoces já é concebida a ideia de que homens e
mulheres possuem papéis diferentes na sociedade, sendo os homens mais
tradicionalmente caracterizados por tarefas voltadas ao trabalho e atividades manuais
enquanto as mulheres são caracterizadas para atividades familiares e tarefas
domésticas (SANTOS et al., 2009). Esta diferença nos níveis de atividade física pode
ainda ser maior quando o instrumento utilizado para avaliar a atividade física não
contempla atividades ocupacionais, tarefas domésticas, transporte ou atividades
familiares. No entanto, mesmo quando são utilizados métodos objetivos para avaliar
atividade física, os meninos são mais fisicamente ativos do que as meninas.
Oliveira (2015) afirma que educação física nos anos iniciais é indispensável,
pois é o momento propício para desenvolver coordenação motora, aspectos cognitivos
e afetivos. Além disso, sabe-se que os hábitos adotados na infância e na adolescência
tendem a se manter na vida adulta, a exemplo disto, a atividade física.
15,6
7,3
16,5
8,3
11
13,8 13,8 13,8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sedentário Insuficientemente ativo Ativo Muito ativo
Feminino Masculino
105
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, os dados apresentados demonstram que o nível de atividade física
é preocupante, pois embora as prevalências não sejam baixas, encontram-se alunos
com elevado tempo de telas, fator que pode trazer prejuízos para o desenvolvimento
desses alunos. Desse modo, cabe ao professor de Educação Física orientar os alunos
sobre os riscos que o uso indiscriminado da tecnologia pode trazer a eles, também
orientá-los sobre os grandes benefícios da pratica de esportes e atividades físicas
diárias. Ademais, deve-se falar nas aulas sobre os riscos causados pelo sedentarismo
que provem da falta de atividade física, bem como propor aulas diferenciadas e
descontraídas para que aumente a aderência à prática de atividades físicas e
esportivas no seu tempo de lazer.
Tem-se como limitações no presente estudo o fato de ter sido realizado em apenas
três municípios e escolas da Zona da Mata Mineira, assim, sugere-se que estudos
futuros avaliem as demais escolas e cidades.
6. REFERÊNCIAS
ALVES, Jairo. A importância das atividades lúdicas nas aulas de educação física no processo ensino aprendizagem. Ariquemes-RO, 2013. F.45 p.9-10. Monográfia/Trabalho de Conclusão de Curso II e no Curso de Licenciatura em Educação Física do Programa Pró-Licenciatura da Universidade de Brasília – Polo. BARRETO, A. B. R. et al. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Com. Ciências da Saude. Maringá, PR. v. 24, n. 4, pp. 375-384, 2013. DANTE, de Rose Jr.; Alessandro H. Nicolai Ré Et al. Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. GUALANO, B; TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças cronicas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo. v.25,p. 37-43, dez. 2011. GUEDES, N. A influência da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. 2015. Dissertação (conclusão de curso Ed. Física) - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Centro Universitário de Brasília-UniCEUB, Brasília, 2015. GUEDES, Natan. A influência da tecnologia para o sedentarismo de estudantes no ensino fundamental. Brasília, 2015.7p. Trabalho de conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciatura em Educação
106
Física pela Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. GUERRA, Raissa. Até que ponto a tecnologia faz mal a infância. Tecmundo. Disponível em: http:www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/32723-ate-que-ponto-a-tecnologia-faz-mal-na-infancia-htm. Acesso em:07 de out. de 2017. MENDES, C.; CUNHA, R.. As novas tecnologias e suas influências na prática de atividade física e no sedentarismo. Saúde, Humanas e Tecnologia, Crato, v.1, n. 1, p. 1-23, junho. 2013. OLIVEIRA, Elvis. Análise do processo de educação física e sua influência na formação e desenvolvimento dos alunos das primeiras séries do ensino fundamental (1°- 5° ano) uma revisão. Ariquemes-RO, 2015. F.32 p.11-12. Monografia/Graduação. Educação Física da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. PARUTHI, Shalini, MD, et al. Quantidade recomendada de sono para populações pediátricas: uma declaração de consenso da Academia Americana de Medicina do Sono. Journal of clinical sleep medicine, v. 14, n. 08, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5664/jcsm.5866. Acesso em 05.set.2018 as 15:14h. RYCERZ,L. Atividade Física e saude na educação física escolar. Revista Digital Efdeportes. Buenos Aires. v. 19, n.197, out.2014. Disponível em http://www.efdeporttes.com/. Acesso em: 16/04/2015. SANTOS, Carla Menêzes. et al. Prevalência e fatores associados à inatividade física nos deslocamentos para escola em adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde v.26, n. 07, p. 13-20, 2009 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n7/21.pdf acesso em 05.set.20018 as 15:29. SANTOS, Marina Silva. et al. Prevalência de barreiras para a prática de atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Curitiba v.2, p. 14, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v13n1/09.pdf . Acesso em: 05. Set.2018. SCHAFRANSKI, Elvio. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor Produções Didático Pedagógicas. Curitiba Volume III, Cadernos PDE set 2013.
107
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
Pesquisa: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE TEMPO DE TELA DOS ESTUDANTES
DO ENSINO FUNDAMENTAL II
QUESTIONÁRIO DE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E TEMPO DE TELA DO
ENSINO FUNDAMENTAL II
Pesquisadores: Ana Maria Mariano Gomes, Diana Lopes Batista Coelho, Maria José Vidal da Silva Orientadora: Dnt. Deyliane Aparecida de Almeida Pereira
Q1-Nome:__________________________________________________ Q2- Sexo: F( 1 ) M ( 2 ) Q3-Data de nascimento: __/__/__ Q4-Idade:_________ Q5-Cidade:__________________________ Q6-Escola:_________________________
Q7 Como você vai para escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar
Q8 Como você volta da escola? (1) A pé (2) de bicicleta (3) de carro ou transporte escolar
Q9 Se vai a pé ou de bicicleta quanto tempo você gasta para chegar a escola? ______ minutos.
Q10 Se vai de ônibus quanto tempo precisa andar ate o ponto de ônibus? ________ minutos.
Q11 Você assiste televisão todos os dias? 1- ( )sim 2- ( ) não
Q12 Se respondeu sim a questão 11 quanto tempo você assiste televisão por dia? ___ horas___
minutos
Q13 Você joga videogame? 1-( ) sim 2- ( )não
Q14 Se respondeu sim a pergunta 13, diga quanto tempo joga por dia _____horas _____minutos
Q15 Você usa computador? 1- ( )sim 2- ( )não
Q16 Se respondeu sim a pergunta 15 diga quanto tempo usa por dia? _____horas _____minutos
Q17 Quanto tempo em média você costuma dormir por dia? _______ horas.
Q18 Você dorme durante o dia? 1- ( ) Sim 2- ( ) Não
Q19 Se respondeu sim a pergunta 18 informe quanto tempo? _________ horas.
Q20 Você participa de alguma escolinha, time ou treinamento desportivo? (desde que haja
treinador/professor).
Q21
Se respondeu sim a questão 20, informe qual esporte e a duração da atividade por semana.
Esporte:_____________________________.
duração por semana: ___ horas minutos_____ Há quanto tempo pratica?_______meses
108
Q22 Durante quantas horas diárias você brinca ativamente (joga futebol, corre, dança, nada, anda
de bicicleta, brinca de pique (etc)?________ horas _______minutos.
Avaliação do comportamento sedentário medido pelo tempo de tela,
Segundo Barros e Nahas (2003). Nome: _______________________________________________________ Escola: _______________________________________ serie/ano________ Data de nascimento: ____/____/____ Idade:______ Sexo: M ( ) F ( ) 1- Na sua casa tem aparelhos de televisão, televisão por assinatura ou antena parabólica, videogame
para utilização no televisor e computador? ( )Não ( )Sim
Especifique:_________________________________________________
2- Alguém controla o tempo que você passa assistindo televisão, ou mexendo no celular ou
computador? ( )Não ( ) Sim
3- Você pratica atividade física frequentemente? ( ) Não ( ) Sim
Especifique ______________________________________________
Dia da semana 1° dia 2° dia 3° dia 4° dia 5° dia 6° dia 7° dia 8° dia
Tempo de tela
Televisão
Vídeo game
Computador
Tablet
Celular
International Physical Activity Questionnaire (IPAQ):
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia
As perguntas estão relacionadas ao tempo que voce gasta fazendo atividade física na ultuma semana As perguntas incluem atividades que voce faz na escola ou no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou parte de suas ativiades em casa ou no jardim Suas respostas são muito importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não sejaa ativo. Obrigada pela sua participação Para responder as questões lembre que:
• atividades fisicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.
• Atividades físicas moderadas são aquela que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.
• Para responder as perguntas pense somente nas atividades que voce realiza pelo menos dez minutos continuos de cada vez.
1 a- em quantos dias da ultima semana voce caminhou pelo menos dez minutos continuos em cas ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? dias por semana________________________ ( ) nenhum 1 b- nos dias em que voce caminhou por pelo menos dez minutos continuos quanto tempo no total gastou caminhando por dia?
109
horas___________ minutos_____________. 2 a- em quantos dias da ultima semana, voce realizou atividades moderadas por pelo menos dez minutos continuos, como por exempo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástia aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domestico na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim ou qualquer atividade que faz aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração(NÃO INCLUA CAMINHADA) Dias___________ por semana ( ) nenhum 2 b- no dia em que voce fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos, quanto tempo você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas ___________ minutos____________ 3 a- em quantos dias da ultima semana você realizou atividades vigorosas por pelo menos 10minutos contínuos como por exemplo, correr, fazer ginastica aeróbica, jogar futebol, pedalar rapido na bicicleta,fazer serviços domesticos pesados, carregar pesos elevados ou qualquer tividade que faz aumentar muito sua respiração ou batimentos do coração. Dias __________ por semana ( ) nenhum. 3 b- nos dias em que fez essas tividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total vocêgatou fazendo essas atividades por dia? Horas__________ minutos____________
Estas últimas perguntas são em relação ao tempo que você gasta sentado ao todo em casa, na escola, durante o tempo livre, fazendo lição de casa, visitando amigos, lendo e sentado ou deitado assistindo televisão, computador, vídeo game. Não inclua o tempo gasto sentado
durante transporte em ônibus ou carro.
4a- Quanto tempo por dia você fica sentado em um dia de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4b- Quanto tempo por dia você fica sentado no final de semana? Horas:_______ Minutos:______ 4c- Quanto tempo você pratica atividade física por dia? Horas:_______ Minutos:______
PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR
ACADÊMICOS: Guilherme Rolim Campos; Raissa Ferreira Moreira; Samuel de Sousa
Martins
ORIENTADOR: Prof. Ms. Fábio Florindo Soares
LINHA DE PESQUISA: Manifestações esportivas
RESUMO: Este estudo teve com objetivo avaliar como é a prática da modalidade Atletismo no contexto escolar no município de Raul Soares, Minas Gerais. A amostra foi composta por 100 indivíduos, de ambos os sexos, alunos do 1o ao 3o anos do ensino médio, do turno matutino de uma escola pública da cidade de Raul Soares-MG. Os resultados indicam que, a maioria dos participantes da pesquisa, pouco praticam o Atletismo no contexto escolar, devido ao pequeno número de aulas e, em muitos casos, a não inexistência deste conteúdo. Em relação à importância e benefícios da prática do Atletismo, os alunos destacam aspectos fisiológicos e psicológicos como principais pontos frisados. Os pesquisados relatam que o principal motivo da não difusão do Atletismo escolar é devido à falta de infraestrutura física e apoio institucional. Conclui-se que a prática do Atletismo é pouco difundida no contexto escolar. PALAVRAS-CHAVE: Contexto Escolar; Atletismo
1. INTRODUÇÃO
A escola é o ambiente primordial para a construção do conhecimento com seus
diversos conteúdos, entre os quais, inclui-se a Educação Física. A Educação Física
Escolar é uma disciplina cujo objetivo é a difusão dos conteúdos da cultura corporal e
de movimento (SOARES et al., 1992). Uma das atividades sugeridas nos PCN’s
(Parâmetros Curriculares Nacionais) da Educação Física (BRASIL, 1998) é o
Atletismo, com objetivo de desenvolver capacidade física e psicomotoras e sociais dos
educandos.
De acordo com Schmolinsk (1992), o Atletismo é um esporte primordial na
educação física escolar, pois utiliza as habilidades naturais do ser humano, como:
marchar, correr, saltar e lançar objetos à distância, que desde a antiguidade eram
utilizados por todos os povos do mundo. “Entretanto, é um conteúdo pouco difundido
e trabalhado nas aulas de Educação Física Escolar” NETTO (2008, p.16). E quando
é explorado se limita a poucas modalidades como as corridas e, às vezes, aos saltos
(MARQUES e IORA, 2009).
111
Segundo Rosa (2011), o Atletismo como modalidade esportiva pode ajudar o
professor de educação física a desempenhar um trabalho exitoso na escola, além de
desenvolver aptidões físicas (força, agilidade, flexibilidade e resistência), psicológicas
(tomada de decisões) e noção espaço-temporal, pode ser praticado por todos e
adaptado à infraestrutura da escola. Diante do exposto, a questão eixo do estudo é:
como o Atletismo está sendo trabalhado e praticado no contexto escolar?
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar como é a prática da modalidade
Atletismo no contexto escolar no município de Raul Soares, Minas Gerais. Pretende-
se contribuir para análise e compreensão da prática do Atletismo no contexto escolar,
identificando possíveis fragilidades e potencialidades no ensino da modalidade, por
fim, direcionar ações educacionais em relação a sua prática no âmbito escolar.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Atletismo pode ser considerado como uma das mais antigas modalidades
esportivas do mundo, visto que requer ações básicas e naturais do movimento
humano. A prática do mesmo no contexto escolar deve servir de alicerce na formação
das capacidades motoras do individuo.
Netto (2008) em estudo realizado sobre o conhecimento do conteúdo Atletismo
na educação física escolar apresenta a forma com que o Atletismo deve ser trabalhado
e abordado. Foi realizada uma pesquisa direta, de cunho qualitativo e quantitativo em
forma de pesquisa de campo na qual teve como meio de obtenção de dados. Para
isto, o autor utilizou dois testes físicos básicos para fundamentar a tese do “pré-
Atletismo”, que é composto por gestos motores básicos (correr, saltar e lançar), e por
maior codificação dos movimentos básicos, em segundo momento. O Atletismo faz
parte do âmbito da Educação Física Escolar trazendo o conhecimento através da
prática e fazendo com que os alunos adquiram, não somente experiências para uma
atividade esportiva no âmbito escolar e sim, para o domínio da vida.
Matthiesen (2003) e Gomes (2008) abordam razões distintas do porquê do
Atletismo não ser trabalhado nas escolas, dentre elas envolvem situações que são
nítidas no dia-a-dia escolar e no cotidiano. Os autores expõem que muitos o deixam
de lado por não saberem como abordá-lo, até pela falta de infraestrutura e quando o
abordam esquecem aspectos históricos e visam apenas o rendimento. Notamos que
112
hoje em dia é difícil trabalhar o Atletismo como um todo e por isso poucos o abordam
da maneira correta, e muitas das vezes nem o abordam e deixam os alunos sem até
mesmo terem noção de seu conhecimento histórico cultural.
Marques e Iora (2009) afirmam que os acadêmicos se limitam superficialmente
no Atletismo competitivo, baseado apenas em saltos. É comum vermos hoje em dia
professores que só visam vencer e muitas das vezes não passam valores éticos e
morais que são indispensáveis, assim como a melhoria das habilidades naturais que
são elementos fundamentais trabalhados com o Atletismo.
Miranda (2007) aborda que a pedagogia ou até mesmo a abordagem
pedagógica pode auxiliar nas diversas vivências propostas a serem trabalhadas, com
o uso do Atletismo, sendo as crianças e jovens os principais alvos. Ele sugere que
sejam abordados, de forma lúdica, os esportes, jogos, danças e outros; além de
abarcar a expressão corporal em si como forma de linguagem.
Schmolinsky (1992) declara que o professor pode, por meio de várias formas
de abordagens, mas de preferência com exemplos, para a melhor compreensão,
desde que promova uma ampla vivência aos seus alunos, incluindo o conhecimento
histórico e o aprimoramento das valências físicas básicas como: força, velocidade,
resistência, flexibilidade, extensibilidade, agilidade, etc.
Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores realizaram as
pesquisas analisando a prática da modalidade Atletismo no contexto escolar.
2.2 REFERENCIAL TEÓRICO
O Atletismo é um conjunto de modalidades desportivas que se originou na
antiguidade, e desde então está presente nos jogos olímpicos. Porém, no Brasil o
Atletismo nunca se firmou como um esporte de relevância por falta de campos, pistas,
equipamentos adequados e por falta de profissionais de Educação Física capacitados
e especializados nessa prática. Outro fator de extrema importância para o Atletismo
não ser aderido nas escolas é a falta de incentivo que deveria ocorrer desde o inicio
da vida escolar das crianças (MIANI, 2009).
O Atletismo é considerado esporte base, sendo de grande importância para as
crianças que se encontram na fase escolar e desenvolvendo as capacidades e
habilidades inerentes aos seus conteúdos, que servem de suporte para outras
modalidades desportivas. Este fato torna-se evidente observando a dificuldade que as
crianças têm em desenvolver de maneira coordenada os movimentos de arremessar
113
objetos, saltar e correr. No processo de aprendizagem motora, uma das finalidades
de estudo da Educação Física é compreender o desenvolvimento das crianças com
intuito de expor suas habilidades e capacidades motoras coordenativas (MIANI, 2009).
Meinel (1984), afirma que o processo da formação de personalidade é um
processo básico na vida do ser humano. Podemos citar, por exemplo, os animais, que
aprendem a movimentar-se conforme o ambiente em que vivem, através da
observação de seus semelhantes e permanecem com aquele padrão por toda a vida.
Os humanos, enquanto criança tem seus movimentos naturais básicos, observando
os mais velhos, porém, tais movimentos podem sofrer mudanças quando estes são
direcionados a uma vivência específica como uma modalidade desportiva.
Ainda em consonância com o autor, na iniciação ao Atletismo como um esporte
de base, compreende-se que o processo de aprendizagem nas escolas deverá ocorrer
como direcionamento e conhecimento dos movimentos corporais, auxiliando no
processo de aquisição das valências físicas de base e contribuindo para o crescimento
e melhora da mesma.
Por isso, a aprendizagem motora na fase escolar, principalmente os
movimentos sensoriais, encontra-se em primeiro plano. Por meio deste processo,
normalmente é muito complicada a iniciação de movimentos, visto que os princípios
necessários à aprendizagem são diversificados levando em consideração a
individualidade de cada ser humano. Para cada modalidade esportiva percebem-se
os diferentes movimentos realizados pelas crianças.
Hildebrandt e Laging (1986) afirmam que as transformações na modalidade
esportiva Atletismo, em um ponto de vista prático, podem apresentar certas
dificuldades. Inicialmente, não se pode pensar que isso significa a redução de um
modo correto da prática. Trata-se de uma mudança de concepção, tanto no ensino
quanto no esporte e na maneira como é visto pela sociedade.
Kunz (1991) existem mudanças importantes a serem aplicadas na prática
escolar. Por isso, é indispensável que o professor de Educação Física faça uma
analise do seu método de ensino, tendo o Atletismo como exemplo, que trará um
grande desenvolvimento no contexto escolar, considerando o objetivo do conteúdo e
o método de ensino utilizado nas aulas de Educação Física.
Sousa (apud KUNZ, 1998), as práticas tradicionais do Atletismo, como correr,
saltar e arremessar são utilizadas como uma base para mudanças didáticas
pedagógicas. Contudo, seus métodos devem conter múltiplos e diversos campos de
114
experiências e aprendizagem para os alunos e não apenas modelos padronizados na
execução dessas atividades.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do ensino médio de uma
escola pública da cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Segundo Gil (2010),
pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados, tais como o questionário e a, observação sistemática (GIL, 2010,
p.41-42).
Visando compreender a prática do Atletismo no contexto escolar foi aplicado a
100 alunos, do 1o ao 3o ensino médio, do turno matutino, um questionário fechado
contendo 17 questões em visita in loco, durante as aulas de Educação Física em uma
escola pública da cidade de Raul Soares, em alunos de ambos os sexos do ensino
médio durante os meses de maio a agosto de 2018.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (IBGE, 2017),
a cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
Mineira. Foi fundada em 19 de dezembro de 1924. Localizada numa altitude de 294
metros e a 294 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 24.408
habitantes e a base de sua economia é a agropecuária e cafeicultura.
Após a coleta de dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e tabuladas em
arquivo Excel versão 2016, apresentadas em forma de tabela e gráficos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de tabelas e gráficos. A tabela 1 apresenta as
características sociodemográficas dos escolares, sendo a idade média de 16,52
(DP=±1,09) anos e o tempo médio a qual estuda na escola de 2,58 (DP=±1,75).
115
Tabela 1: Características sociodemográficas da população investigada, tempo a qual estuda na escola, Raul Soares-MG 2018.
Características %
Sexo
Feminino 47,0
Masculino 53,0
Idade
15 anos 22,0
16 anos 25,0
17 anos 35,0
18 anos 15,0
19 anos 3,0
Tempo a qual estuda nesta escola
Menos de 1 ano 14,0
1 ano 15,0
2 anos 24,0
3 anos 31,0
5 ou mais anos 16,0
Fonte: elaborado pelos autores
Analisando a tabela 1, verificamos que a maioria (53,0%) da amostra é de
indivíduos do sexo masculino, idade de 17 anos (35,0%) e 24,0% relatam estudarem
nesta escola há pelo menos 2 anos.
A tabela 2 retrata a participação e percepção dos alunos quanto à prática do
Atletismo no contexto escolar, assim como sua inserção no currículo escolar.
Tabela 2: O Atletismo como parte do currículo da disciplina Educação Física, participação do Atletismo na escola e percepção quanto às aulas de Atletismo. Raul Soares-MG. 2018.
Questões %
Atletismo faz parte do currículo de Educação Física da sua Escola Sim 61,0 Não 39,0 Participação dos alunos nas aulas de Atletismo na escola Sim 56,0 Não 44,0 Percepção quanto às aulas de Atletismo Interessantes 15,0 Divertidas 20,0 Monótonas 2,0 Criativas 1,0 Chatas 6,0 Boas 23,0 Não deveria existir 2,0 Não existem aulas de Atletismo 31,0
Fonte: elaborado pelos autores
Na tabela 2, observa-se que a maioria (61,0%) da amostra afirma que o ensino
do Atletismo faz parte do currículo da disciplina Educação Física e 56,0% participam
da aula. Quanto à percepção das aulas de Atletismo, os alunos as classificam como
116
interessantes (15,0%), boas (23,0%) e divertidas (30,0%), entretanto 31,0% relatam
inexistência de aulas de Atletismo.
O ensino de Educação Física na escola é marcado por uma dura dualidade:
uma parte dos alunos gosta e percebe a importância das aulas e, por outro, uma
grande parcela as classifica como: monótonas, chatas e inúteis (BETTI; LIZ, 2003).
Para superar esta concepção, Kunz (2014) afirma que é necessário variar as diversas
formas do ensino do Atletismo, para que os alunos ampliem a percepção da
importância deste conteúdo.
Na tabela 3 são abordados o interesse e. a frequência de participação dos
alunos em relação a prática do Atletismo em um período anual.
Tabela 3: Interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo e Frequência de participação do Atletismo nas aulas de Educação Física em um período anual. Raul Soares 2018.
Interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo %
Todos participam. 3,0 A maioria dos alunos participa. 54,0 A minoria dos participa das atividades. 11,0 Ninguém participa. 1,0 Não existem aulas de Atletismo. 31,0
Fonte: elaborado pelos autores
Na tabela 3, verifica-se que a maioria da amostra relata participar das aulas de
Atletismo escolar, apesar dos alunos apresentarem frequência de participação inferior
a menos de 10 aulas anuais (33,0%). Vale salientar que 31,0% afirmaram que não
existem aulas de Atletismo.
Segundo Daolio (1995), é necessário buscar novas metodologias para valorizar
a disciplina na sociedade e dentro das unidades escolares. Os professores precisam
atualizar-se constantemente para que suas aulas atendam às verdadeiras
necessidades dos alunos e, não promoverem a evasão na disciplina, aumentando
assim a capacidade cognitiva e motivacional dos alunos.
Corroborando com Mota e Silva (2015), o Atletismo deve ser ministrado dentro
das unidades de ensino, visto que o mesmo proporciona uma ampla gama de
movimentos naturais, o que possibilitará ao seu praticante uma melhor qualidade de
vida, principalmente relacionada aos aspectos motores e fisiológicos.
A tabela 4 demonstra a organização escolar quanto à prática do Atletismo.
117
Tabela 4: Organização Escolar quanto à prática do Atletismo. Raul Soares 2018.
Questões %
Locais aonde são desenvolvidos as atividades em Atletismo na sua escola Na própria escola 69,0 Não é desenvolvido na minha escola 31,0 Turno no qual são ministradas as aulas de Atletismo Turno Escolar 92,0 Fora do turno escolar 8,0 Representação em competições de Atletismo Escolar Sim 69,0 Não 31,0
Fonte: elaborado pelos autores
Na tabela 4, observa-se a organização escolar quanto à prática do Atletismo,
onde as aulas em sua maioria ocorrem na própria escola (69,0%) e em turno escolar
(92,0%), sendo que 69,0% das escolas possuem representações em competições de
Atletismo escolar.
Para Magno et al., (2011), a prática do Atletismo escolar deve ser pautada como
agente da promoção da aprendizagem, visto que o mesmo ajuda no desenvolvimento
das capacidades motora básicas, sendo alicerce para o desenvolvimento integral do
indivíduo.
Em consonância com Matthiesen (2017, p. 17), ao abordar os objetivos do
Atletismo no contexto escolar, reforça que esse deve “ser considerado um meio para
educar, ao mesmo tempo em que tem como objetivo – e, portanto, fim – a transmissão
de um saber construído historicamente”.
A figura 1 apresenta os conteúdos que os alunos participam e quais as suas
preferências nas aulas de Educação Física.
Figura 1: Conteúdos mais ministrados e de maior preferência nas aulas de Educação Física.
118
Legenda: A - Atividades Rítmicas e Expressivas; B – Voleibol; C – Atletismo; D - Futebol (Futsal); E – Peteca; F - Jogos populares; G – Ginásticas; H – Lutas; I - Xadrez (jogos de tabuleiros).
Verifica-se, na figura 1 que os conteúdos que os alunos participam (ministrados
pelo professor) e os de preferência são Futebol (26,0% e 37,0%, respectivamente) e
Voleibol (50,0% e 39,0%, respectivamente). Tais dados confirmam que a prática do
Atletismo é inexistente dentro deste contexto.
Os Conteúdos Básicos Comuns (MINAS GERAIS, 2017) apresentam quatro
eixos temáticos a serem ministrados nas aulas de Educação de Física:
• Eixo temático I – Esporte;
• Eixo temático II – Jogos e Brincadeiras;
• Eixo temático III – Ginástica;
• Eixo temático IV – Dança e Movimentos Expressivos.
Ainda em consonância com os Conteúdos Básicos Comuns (MINAS GERAIS,
2017), no Eixo Temático I – Esporte, em média, cada conteúdo ministrado devem ser
trabalhados aspectos como: História, Elementos Técnicos Básicos, Táticas das
Modalidades Esportivas e Regras, totalizando 19 aulas anuais para o conteúdo em
questão. Logo, verifica-se que a amostra investigada não tem acesso a tais
conteúdos. A falta da prática da modalidade Atletismo pode privar ao educando a
possibilidade de ampliar o seu conhecimento e desenvolvimento psicomotor.
A figura 2 retrata a percepção dos benefícios da prática do Atletismo segundo
os alunos.
Figura 2: Benefícios da prática do Atletismo segundo os alunos entrevistados.
119
Legenda: A - Contribui para desenvolver o espírito de equipe. Espírito de Luta; B - Controle da ansiedade e Melhora a autoestima; C - Contribui para a melhoria na tomada de decisões; D - Estabelece vínculos entre os conhecimentos e a vida cotidiana; E - Desenvolve a capacidade de atenção, memória e raciocínio lógico; F - Desperta a competitividade, mas de uma forma sadia; G - Contribui para elevação Capacidade Cardiorrespiratória
Em relação à percepção dos benefícios da prática do Atletismo segundo os
alunos, verificamos que os mesmos apontam diversos benefícios com o resultado da
prática regular deste esporte. Caraballo (2017) aponta diversos benefícios para a
prática do Atletismo no contexto escolar, principalmente aspectos fisiológicos a nível
cardiorrespiratório e psicológicos como autocontrole e tomada de decisões.
De acordo com Osborne (2017), o desenvolvimento e aprimoramento total dos
alunos é um conceito educacional escolar que visa a formação de indivíduos de forma
ampla, ou seja, enquanto processo formativo deve atuar pelo desenvolvimento dos
educandos nas suas múltiplas dimensões: fisiológicas, psicomotoras, sociais e
simbólicas.
A tabela 5 apresenta a análise da prática da modalidade Atletismo escolar na
visão dos alunos.
Tabela 5: Análise do Atletismo escolar na visão dos alunos. Raul Soares 2018.
Questões %
O Atletismo é pouco difundido – praticado no contexto escolar Sim 7,0 Não 3,0 Razões dificultadoras para a prática do Atletismo no contexto escolar Falta de infraestrutura 61,0 Falta de conhecimento 9,0 Falta de apoio institucional (direção da escola e coordenação pedagógica) 30,0
Fonte: elaborado pelos autores
A tabela 5 apresenta a análise do Atletismo no contexto escolar na visão dos
alunos, onde 77% dos mesmos afirmam que o Atletismo é pouco difundido na escola
e apontam a falta de infraestrutura e falta de apoio institucional como principais razões
para este processo. Em consonância com Pieri e Huber (2013), a pouca difusão da
prática do Atletismo escolar passa pela falta de propostas didático-pedagógicas,
assim como a falta de infraestrutura em geral, o que acarreta o desinteresse de
professores e alunos para a prática desse conteúdo.
A prática da modalidade Atletismo deveria estar constantemente presente nas
aulas de Educação Física, visto que os benefícios proporcionados pela mesma são
de fundamental importância para o desenvolvimento dos educandos. A pouca difusão
120
no Atletismo escolar com o evidenciado neste estudo pode acarretar danos na
formação integral dos indivíduos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontam que, a maioria dos participantes da pesquisa, pouco
pratica o Atletismo no contexto escolar, devido ao pequeno número de aulas e, em
muitos casos, inexistência deste conteúdo. Em relação à importância e benefícios da
prática do Atletismo, os alunos destacam aspectos fisiológicos e psicológicos como
principais pontos frisados.
Os pesquisados relatam que o principal motivo da não difusão do Atletismo é
devido à falta de infraestrutura física e apoio institucional, logo, conclui-se que a
prática do Atletismo é pouco difundida no contexto escolar.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais a fim de comparar a percepção da população em geral sobre a prática do
Atletismo no contexto escolar, servindo como alicerce para as políticas educacionais
a serem adotadas.
6. REFERÊNCIAS
BETTI, M.; LIZ, M.T.F. Educação Física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. Motriz, v.9, n.3, p.135-142, 2003. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Educação Física. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. 114p. (PCNs 5ª a 8ª Séries). CARABALLO, Alba. Atletismo para crianças. Revista digital. Disponível em https://br.guiainfantil.com/materias/esportesAtletismo-para-criancas/ Acesso em:17 maio. 2018 DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995 GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GOMES, Cecilia Leda Jordão. Atletismo como conteúdo pedagógico e formativo. Londrina,2008.36p.Objeto de aprendizagem colaborativo. Atletismo. Programa de Desenvolvimento Educacional. Secretaria de Estado da Educação – SEED.
121
HILDEBRANDT, R.; LAGING, R. Concepções abertas ao ensino da educação física. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1986. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 25. ago.2017. KUNZ, E. Educação Física ensino e mudanças. Ijui: Unijuí, 1991. KUNZ, E. Didática da Educação Física. Ijui: Unijuí, 1998 KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 8. ed. Ijuí: Unijuí, 2014. MAGNO, Carlos et al. O Atletismo como recurso metodológico no ensino infantil. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd159/o-Atletismo-como-recurso-metodologico.htm. Acesso em:24.nov.2018. MARQUES, Carmen Lucia da Silva; IORA, Jacob Alfredo. Atletismo Escolar: possibilidades e estratégias de objetivo, conteúdo e métodos em aulas de Educação Física. Movimento. Porto Alegre, v. 15, n. 02, p. 103-118, abril/junho de 2009. MATTHIESEN, S. Q. (Org.) Atletismo teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan. 2017 MATTHIESEN, S. Q. (Org.). Atletismo se aprende na escola. Rio Claro: NE, 2003. 58p. MEINEL, K. Motricidade. Teoria da Motricidade Esportiva sob o Aspecto Pedagógico, 1984. MIANI, A.R. A prática do Atletismo nas aulas de Educação Física nas Escolas de ensino fundamental. Baueri. Manole.2009. MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares de Educação Física para o ensino fundamental e médio (CBC). Minas Gerais/MG. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??id_objeto=23967. Acesso em:16.ago.2017. MIRANDA, Carlos Fabre. Panalfas: relato de oficina para séries iniciais dos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. In: Congresso do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa, 12., Anais... Porto Alegre: UFRGS, 2008. MOTA e SILVA, Eduardo Vinicius. et al. Atletismo (ainda) não se aprende na escola? revisando artigos publicados em periódicos científicos da educação física nos últimos anos. Movimento, v. 21, n. 4, p. 1111-1122, out./ dez., 2015 . NETTO, Reynaldo Seifert. O ensino do Atletismo nas aulas de educação física. Paraná Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/804-4.pdf
122
Acesso em:24.nov.2018. OSBORNE, Kim Hurtault. Conceito de Desenvolvimento Integral. Revista digital. Disponível em: http://www.oas.org/pt/sobre/sedi.asp. Acesso em: 27. Mai. 2018. PIERI, Anderson de.; HUBER, Marcos Paulo. A utilização do Atletismo na Educação Física escolar como base para o desenvolvimento motor. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 17, n. 178, colocar páginas, Marzo de 2013. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd178/Atletismo-na-educacao-fisica-escolar.htm Acesso em: 10.mai.2018. ROSA, L. A. Brincando de Atletismo no meio escolar. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN 2011. SCHMOLINSKY, G. Atletismo. 3. ed. Editorial Estampa: Lisboa, 1992. SOARES, C. L. et al., Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
123
ANEXO I
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA – 50 e 60 PERÍODOS – 2018
ACADÊMICOS: GUILHERME ROLIM CAMPOS
RAÍSSA FERREIRA MOREIRA
SAMUEL DE SOUSA MARTINS
ORIENTADOR: PROF. FÁBIO FLORINDO SOARES
PRÁTICA DA MODALIDADE ATLETISMO NO CONTEXTO ESCOLAR
Nome:____________________________
Idade :_______________anos
Sexo (M) (F)
Há quanto tempo estuda nesta escola: ____________________anos
O Atletismo faz parte do currículo de Educação Física da sua Escola?
Sim ( ) Não ( )
Você já praticou Atletismo na escola? Sim ( ) Não ( )
Você considera as aulas de Atletismo:
( ) Interessantes ( ) Divertidas ( ) Monótonas ( ) Cansativa ( ) Criativas ( )
Recreação ( ) Chatas ( ) Boas ( ) Não deveria existir ( ) Não existem aulas de
Atletismo
Como você vê o interesse dos alunos em relação ao conteúdo Atletismo?
( ) Todos participam.
( ) A maioria dos alunos participa das atividades.
( ) A minoria dos participa das atividades.
( ) Ninguém participa.
( ) Não existem aulas de Atletismo
Com qual frequência você participa do Atletismo nas aulas de Educação Física
em um período anual?
( ) Menos de 10 aulas.
124
( ) 10 a 15 aulas.
( ) 16 a 20 aulas.
( ) Mais de 20 aulas
( ) Não existem aulas de Atletismo
Assinale com um (x) outros casos que você concorda quando ao ensino de
Atletismo na Escola:
( ) Contribui para desenvolver o espírito de equipe. Espírito de Luta;
( ) Controle da ansiedade e Melhora a autoestima
( ) Contribui para a melhoria na tomada de decisões.
( ) Estabelece vínculos entre os conhecimentos e a vida cotidiana.
( ) Desenvolve a capacidade de atenção, memória e raciocínio lógico.
( ) Desperta a competitividade, mas de uma forma sadia.
( ) Contribui para elevação Capacidade Cardiorrespiratória.
Dos conteúdos abaixo, qual você participa com a maior frequência em suas
aulas de Educação Física?
( ) Atividades Rítmicas e Expressivas.
( ) Voleibol.
( ) Atletismo
( ) Futebol (Futsal).
( ) Basquetebol.
( ) Peteca.
( ) Jogos populares.
( ) Ginásticas.
( ) Lutas.
( ) Xadrez ( jogos de tabuleiros).
Qual o de sua maior preferência?
( ) Atividades Rítmicas e Expressivas.
( ) Voleibol.
( ) Atletismo
( ) Futebol (Futsal).
( ) Basquetebol.
125
( ) Peteca.
( ) Jogos populares.
( ) Ginásticas.
( ) Lutas.
( ) Xadrez ( jogos de tabuleiros).
Em quais locais são desenvolvidos os trabalhos de Atletismo na sua escola?
Na própria escola ( )
Em local emprestado ( )
Aberto ( )
Outros ( )
Não é desenvolvido na minha escola ( )
Em qual turno são desenvolvidas as aulas?
Turno Escolar ( ). Fora do turno escolar ( )
Sua escola tem equipe representativa de Atletismo nas competições?
Sim ( ) Não ( )
Você concorda que o Atletismo é pouco difundido – praticado no contexto
escolar?
Sim ( ) Não ( )
Quais as razões dificultam a prática do Atletismo no contexto escolar?
Falta de infraestrutura ( )
Falta de conhecimento
Falta de apoio institucional (direção da escola e coordenação pedagógica)
Outros:________________________________________________
126
ANEXO II
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu,_______________________________________________________________,
brasileiro (a), residente na cidade de______________________________declaro ter
sido procurado (a) pelos acadêmicos pesquisadores GUILHERME ROLIM CAMPOS,
RAÍSSA FERREIRA MOREIRA E SAMUEL DE SOUSA MARTINS, para dar o
competente consentimento a fim de participar do trabalho investigativo para a
disciplina Trabalho de Curso (TC) do curso de Educação Física da Faculdade Vértice
– Univértix a ser conduzido pelos citados acadêmicos.
Os acadêmicos, em reunião específica para esse fim, prestaram os
esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho, cujo exame prévio pormenorizado foi
realizado, havendo, em especial, alertado para possíveis riscos em que poderá
incorrer o (a) signatário (a), ao participar desse trabalho, bem como esclareceu os
benefícios pessoais e sociais que o trabalho poderá trazer.
Além disso, os acadêmicos, ao discutir as medidas que serão adotadas no
decorrer do trabalho, para proteger a pessoa do (a) signatário (a), informou da
impossibilidade de assegurar cem por cento de confidencialidade e anonimato. Após
o exame e os esclarecimentos prestados, foi-lhes dado o consentimento, inclusive
para posteriores publicações, na certeza de que os benefícios pessoais e sociais da
pesquisa serão maiores que os riscos que ela poderá oferecer.
_____________________________, ______ de ____________________ de 2018.
___________________________________________________________________
ASSINATURA DO(A) ENTREVISTADO(A)