Fado Falado

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7/17/2019 Fado Falado http://slidepdf.com/reader/full/fado-falado 1/2 Fado Triste Fado negro das vielas Onde a noite quando passa Leva mais tempo a passar Ouve-se a voz Voz inspirada de uma raça Que mundo em fora nos levou Pelo azul do mar Se o fado se canta e chora  Tam!m se pode falar "#os doloridas na guitarra que desgarra dor izarra "#os insofridas$ m#os plangentes "#os frementes e impacientes "#os desoladas e somrias %esgraçadas$ doentias Quando & traiç#o$ ciume e morte ' um coraç#o a ater forte (ma hist)ria em singela *airro antigo$ uma viela (m marinheiro ging#o ' a 'm+lia cigarreira Que ainda tinha mais virtude Que a pr)pria ,osa "aria 'm dia de prociss#o %a Senhora da Sade Os ei.os que ele lhe dava  Trazia-os ele de longe  Trazia-os ele do mar 'ram ravios e salgados ' ao regressar & tardinha O mulherio tagarela %e todo o airro de /lfama 0ochichava em segredinho Que os sapatos dele e dela %ormiam muito .untinhos %eai1o da mesma cama Pela .anela da 'm+lia 'ntrava a lua ' a guitarra 2 esquina de uma rua gemia$ %olente a soluçar3 ' l4 em casa5 "#os amorosas na guitarra Que desgarra dor izarra "#os frementes de dese.o

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Fado falado - poema

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7/17/2019 Fado Falado

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Fado TristeFado negro das vielasOnde a noite quando passaLeva mais tempo a passarOuve-se a voz

Voz inspirada de uma raçaQue mundo em fora nos levouPelo azul do marSe o fado se canta e chora

 Tam!m se pode falar

"#os doloridas na guitarraque desgarra dor izarra"#os insofridas$ m#os plangentes"#os frementes e impacientes"#os desoladas e somrias

%esgraçadas$ doentiasQuando & traiç#o$ ciume e morte' um coraç#o a ater forte

(ma hist)ria em singela*airro antigo$ uma viela(m marinheiro ging#o' a 'm+lia cigarreiraQue ainda tinha mais virtudeQue a pr)pria ,osa "aria'm dia de prociss#o

%a Senhora da Sade

Os ei.os que ele lhe dava Trazia-os ele de longe Trazia-os ele do mar'ram ravios e salgados' ao regressar & tardinhaO mulherio tagarela%e todo o airro de /lfama0ochichava em segredinhoQue os sapatos dele e dela

%ormiam muito .untinhos%eai1o da mesma cama

Pela .anela da 'm+lia'ntrava a lua' a guitarra2 esquina de uma rua gemia$%olente a soluçar3' l4 em casa5

"#os amorosas na guitarra

Que desgarra dor izarra"#os frementes de dese.o

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6mpacientes como um ei.o"#os de fado$ de pecado/ guitarra a afagar0omo um corpo de mulherPara o despir e para o ei.ar

"as um dia$"as um dia santo %eus$ ele n#o veio'la espera olhando a lua$ meu %eusQue sofrer aqueleO luar ate nas casasO luar ate na rua"as n#o marca a somra deleProcurou como doida' ao voltar da esquinaViu ele acompanhado

0om outra ao lado$ de raço dado7ing#o$ feliz$ levi#o(m ar fadista e izarro(m cravo atr4s da orelha' preso & oca vermelhaO que resta de um cigarroLume e cinza na viela$'la v8$ que homem aqueleO lume no peito dela/ cinza no olhar dele

' o ciume chegou como lumeQueimou$ o seu peito a sangrarFoi como vento que veioLaareda atear$ a fogueira aumentarFoi a vis#o infernal/ imagem do mal que no airro surgiuFoi o amor que .urouQue .urou e mentiu0orrem vertigens num grito%ireito ou maldito que h4-de perderPu1a a navalha$ canalha

9#o h4 quem te valha Tu tens de morrer:4 alarido na vielaQue mulher aquelaQue pai1#o a sua' cai um corpo sangrando9as pedras da rua