Falácias informais

1
FALÁCIAS INFORMAIS O que são? Argumentos em que as premissas não sustentam a conclusão em virtude do seu conteúdo ou de defeitos na linguagem. Falácia contra o Homem Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado. P.e. “A afirmação do João é falsa pois ele é um sujeito mal-educado.” Falácia da Ignorância Ocorre quando alguém tenta argumentar que algo é verdadeiro, porque se não provou ser falso. P.e. “Deus existe” ou “Deus não existe”; “Não acredito em Deus porque ninguém provou que ele existe.” Falácia da Petição de Princípio Consiste em adotar, para premissa de um raciocínio, a própria conclusão que se quer demonstrar. P.e. “Uma pessoa odeia pessoas de outra raça porque é racista.” Falácia da Falsa Dicotomia Apresentação de duas alternativas como sendo as únicas existentes em dado universo, ignorando ou omitindo outras possíveis. P.e. “Ou o dinheiro ou a vida!” Falácia do Espantalho A pessoas ignora a posição do adversário num debate e substitui por uma versão distorcida e exagerada. P.e. “- Ontem disse-me respondia Fridolin (…) que a sua filha sofre de distúrbios mentais. As circunstâncias em que a encontrámos apontam nessa direção. E como quis o acaso que neles tivesse tomado parte pelo menos como observador gostaria portanto de lhe sugerir, HerrGibiser, que recorra ao conselho de um especialista (…) - E o senhor doutor teria, quem sabe, a gentileza de se encarregar do tratamento? - Por favor, não ponha na minha boca palavras que não me ouvir proferir respondeu Fridolin, cortante, contudo um pouco rouco.” Falácia da derrapagem Ocorre quando entre a premissa inicial e a conclusão são introduzidas outras posições, num ciclo de consequências, em que se perde o nexo entre o que estava ser dito ou defendido no ponto de partida e aquilo a que se chega. P.e. “Se for ao médico pago a consulta. Assim, fico sem dinheiro para comprar livro e jogos. Se não tiver livros e jogos, não desenvolvo as minhas capacidades. Logo, se foi ao médico não desenvolvo as minhas capacidades.”

Transcript of Falácias informais

Page 1: Falácias informais

FALÁCIAS INFORMAIS

O que são? Argumentos em que as premissas não sustentam a conclusão em virtude do seu

conteúdo ou de defeitos na linguagem.

Falácia contra o Homem – Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele

ataca a pessoa que fez o enunciado.

P.e. “A afirmação do João é falsa pois ele é um sujeito mal-educado.”

Falácia da Ignorância – Ocorre quando alguém tenta argumentar que algo é verdadeiro,

porque se não provou ser falso.

P.e. “Deus existe” ou “Deus não existe”; “Não acredito em Deus porque ninguém provou que

ele existe.”

Falácia da Petição de Princípio – Consiste em adotar, para premissa de um raciocínio, a própria

conclusão que se quer demonstrar.

P.e. “Uma pessoa odeia pessoas de outra raça porque é racista.”

Falácia da Falsa Dicotomia – Apresentação de duas alternativas como sendo as únicas

existentes em dado universo, ignorando ou omitindo outras possíveis.

P.e. “Ou o dinheiro ou a vida!”

Falácia do Espantalho – A pessoas ignora a posição do adversário num debate e substitui por

uma versão distorcida e exagerada.

P.e. “- Ontem disse-me – respondia Fridolin (…) que a sua filha sofre de distúrbios mentais. As

circunstâncias em que a encontrámos apontam nessa direção. E como quis o acaso que neles

tivesse tomado parte – pelo menos como observador – gostaria portanto de lhe sugerir,

HerrGibiser, que recorra ao conselho de um especialista (…)

- E o senhor doutor teria, quem sabe, a gentileza de se encarregar do tratamento?

- Por favor, não ponha na minha boca palavras que não me ouvir proferir – respondeu Fridolin,

cortante, contudo um pouco rouco.”

Falácia da derrapagem – Ocorre quando entre a premissa inicial e a conclusão são introduzidas

outras posições, num ciclo de consequências, em que se perde o nexo entre o que estava ser

dito ou defendido no ponto de partida e aquilo a que se chega.

P.e. “Se for ao médico pago a consulta. Assim, fico sem dinheiro para comprar livro e jogos. Se

não tiver livros e jogos, não desenvolvo as minhas capacidades. Logo, se foi ao médico não

desenvolvo as minhas capacidades.”