fasc_06

16
97 Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. http://enem.fdr.com.br Inscreva-se já! 06 fascículo Carlos Davyson Xavier Targino Alexandre Moura Roberto Sílvio Mota Matemática e suas Tecnologias Ana Barros Jucá Cláudio Neves Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

description

Opovo no enem

Transcript of fasc_06

Page 1: fasc_06

97Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha.

É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime.

http://enem.fdr.com.br

Inscreva-se já!

06fascícu

lo

Carlos Davyson Xavier Targino

Alexandre Moura Roberto

Sílvio Mota

Matemática e suas Tecnologias

Ana Barros Jucá

Cláudio Neves

Linguagens, Códigose suas Tecnologias

Page 2: fasc_06

Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio FalcãoCoordenação do Curso: Sílvio Mota Coordenação Editorial: Eloísa Vidal, Ricardo MouraCoordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin

Coordenação de Design Gráfi co: Deglaucy Jorge TeixeiraProjeto Gráfi co e Capas: Mikael Baima, Suzana Paz, Welton TravassosEditoração Eletrônica: Mikael Baima, Welton Travassos Ilustrações: Suzana PazRevisão: Wilson Pereira da Silva

Nano: a tecnologia do futuro

Três tecnologias revolucionarão o século 21: a informática, a biotecnologia e a na-notecnologia.

As duas primeiras já correm a todo vapor. A terceira, por outro lado, nem engatinha. “Com a nanotecnologia, será possível melhorar todos os produtos, de instrumentos cirúrgicos a compu-tadores”, afi rma o americano Ralph Merkle, um dos desbravadores dessa fronteira da ciência que quer levar a miniaturização ao extremo, usando como matéria-prima átomos e moléculas.

O nome nanotecnologia deriva do termo gre-go nano, que quer dizer anão. Um nanômetro é a unidade usada para medir o comprimento das moléculas. É um bilhão de vezes menor que um metro. Para se ter uma ideia do que isto signifi ca, a espessura de um fi o de cabelo, por exemplo, mede dez mil nanômetros. A complexidade de fabricar máquinas em uma escala tão diminuta é o principal desafi o dos nanocientistas.

Para Merkle, a nanotecnologia, quando existir, terá aplicações fabulosas. Na medicina, produzirá robôs capazes de navegar pelos capilares do corpo humano e operar uma única célula. Na informáti-ca, surgirão computadores mais rápidos, menores, mais baratos e mais poderosos. “Os métodos usa-dos para imprimir alguns milhões de transistores miniaturizados na pastilha de silício de um chip, o cérebro dos computadores, atingirão seu limite em breve. Para continuar expandindo o número de transistores e, portanto, a sua capacidade de proces-samento, novas tecnologias terão de ser criadas. É aí que entra a nanotecnologia.”, prevê o americano.

Outra aplicação da nova técnica será na explo-ração do sistema solar. Naves espaciais precisam

ser muito leves. A nanotecnologia criará materiais com dureza equivalente à do diamante, substância mais resistente encontrada na natureza, porém ba-ratos – produzidos em escala industrial. Tal mate-rial será 50 vezes mais resistente que o aço e 50 ve-zes mais leve que o alumínio usado na fuselagem de jatos, ônibus espaciais e mísseis.

Merkle faz questão de salientar que as micro-máquinas já existentes não têm nada a ver com nanotecnologia. Um exemplo é a minúscula en-grenagem construída pelo Laboratório Nacional Sandia, no estado americano do Novo México. O mecanismo, mostrado ao lado da cabeça de um ácaro, é 100 vezes mais delgado que uma folha de papel. “Para a nanotecnologia, este ácaro é do tamanho de um elefante. A microtecnologia é o presente. A nanotecnologia é o futuro.” (Disponí-vel em: htt p://www.terra.com.br/istoe/expedien/esped41.htm . Texto adaptado. Acesso em 03/05/2010).

Peter Moon

Identifi car relações entre grandezas

e unidades de medida.

Desenvolvendo Habilidades H-10

Texto de referênciaVolume - todos os corpos ocupam um lugar

no espaço. Um espaço limitado que não pode ser ocupado por outro corpo. O volume não é mais que o espaço ocupado por um corpo. Univer-salmente, toma-se como unidade de medida de volumes um cubo de aresta 1 metro. Chama-se metro cúbico. Os múltiplos e divisores do m3 se constróem a partir de cubos cujas arestas são as unidades de comprimento.

Competência de área III: Construir noções de grandezas e medidas para a compreen-são da realidade e a solução de problemas do cotidiano.

Expediente

Matemáticas e suas Tecnologias

Page 3: fasc_06

99Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Capacidade - o volume dos líquidos (leite, azeite, água, vinho, etc) e de certos materiais secos (cereais, etc), se medem utilizando reci-pientes de medidas fi xas que os contenham. O volume interior desses recipientes denomina-se capacidade, e sua unidade no Sistema Interna-cional de Unidades (SI) é o litro, defi nido como a capacidade de 1dm3.

O litro é a unidade de capacidade, mas, como ocorre com o resto das unidades, existem múl-tiplos e divisores para facilitar a medida de ca-pacidades grandes e pequenas. As unidades de capacidade constituem um código decimal aná-logo ao dos números decimais ou ao das unida-des de comprimento.

Questão 1Cristiana levou sua fi lha a uma pediatra e, ao sair da clínica, se dirigiu à farmácia para adquirir o medica-mento indicado no receituário médico. Chegando à casa, foi medicar a fi lha. Entretanto, fi cou surpresa e apreensiva ao constatar que, no receituário, o médico prescreveu, para a criança, 10ml do medicamento, en-quanto o frasco era acompanhado por um medidor gra-duado em “cc”. Sem saber de qualquer tipo de relação entre os ml indicados no receituário e os cc marcados no medidor, Cristiana procurou ler a bula e descobriu que o cc do medidor signifi ca centímetros cúbicos. Mas qual seria a relação entre tais unidades de medida?Com base nas defi nições, de volume e de capacidade, e na situação descrita, é correto afi rmar que Cristiana deve oferecer à fi lha:a) 10cc do remédio, já que 1cc = 1ml, e o médico deve cor-

rigir seus receituários utilizando as unidades corretas.b) 1cc do remédio, já que 1cc = 10ml,e o médico deve cor-

rigir seus receituários utilizando as unidades corretas.c) 10cc do remédio, já que 1cc = 1ml, e o laboratório

fabricante do medicamento deve mudar a gradu-ação do medidor para ml, que mede capacidade e não volume.

d) 1cc do remédio, já que 1cc = 10ml, e o laboratório fabricante do medicamento deve mudar a gradu-ação do medidor para ml, que mede capacidade e não volume.

e) 10cc do remédio, já que 1cc = 1ml, e médico e labo-ratório devem defi nir uma linguagem única para receituários e medidores graduados.

Solução Comentada: Na relação entre unidades de ca-pacidade e volume, sabemos que 1l equivale a 1dm3. Se dividirmos estas unidades por 1.000, obteremos:a milésima parte de um litro (um mililitro) correspon-de à milésima parte de 1dm3 (um centímetro cúbico),

portanto como cada 1ml corresponde a 1cc, então 10ml corresponderão a 10cc.Com relação a quem deve corrigir a unidade, o labo-ratório cometeu um equívoco ao usar o “cc” como medida de capacidade. Portanto, a unidade do frasco deve ser de capacidade (ml), tendo o laboratório fabri-cante a obrigação de corrigi-lo.Resposta: C

Utilizar a noção de escalas na leitura

de representação de situação do

cotidiano.

Desenvolvendo Habilidades H-11

Texto de referênciaEscala de Richter(ML): é uma escala logarít-

mica que quantifi ca a magnitude sísmica de um terremoto. A fórmula utilizada é:

ML = logA – logA0, onde:A = amplitude máxima medida no sismógrafoA0 = uma amplitude de referência.

A magnitude é única para cada sismo, en-quanto a intensidade das ondas sísmicas dimi-nui conforme a distância das rochas atravessadas pelas ondas e as linhas de falha. Assim, embora cada terremoto tenha uma única magnitude, seus efeitos podem variar segundo a distância, as condições dos terrenos e das edifi cações, entre outros fatores.

Escala de Mercalli: é uma escala qualitativa usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e naturais. Os efeitos de um sismo são classifi cados em graus, denotados pelos numerais romanos de I a XII, por meio de uma tabela que associa cada número romano aos danos causados, sendo o grau I correspondente a um tremor não sentido pelas pessoas, e o grau XII à alteração calamitosa do relevo da região afetada. A avaliação não é matemática, estando sujeita à elevada subjetividade, uma vez que se baseia na observação humana. Para contrariar essa subjeti-vidade, os observadores são treinados, e a escala inclui um conjunto de parâmetros objetivos que devem ser verifi cados.

Page 4: fasc_06

100

Questão 2“Um forte terremoto de magnitude 7 devastou o Haiti às 16h53min do dia 12 de janeiro, hora local -19h53min de Brasília. O epicentro foi a 13km da ca-pital, Porto Príncipe. A situação humanitária do país, o mais pobre das Américas, é caótica. Pelo menos 200 mil pessoas morreram, 300 mil fi caram feridas, 4 mil foram amputadas. Há um milhão de desabrigados. A capital, Porto Príncipe, teve vários prédios destruí-dos. Cadáveres foram enterrados em valas comuns ou pelas próprias famílias. Comida, água e medica-mentos escasseiam. (Disponível em: g1.globo.com/Notícias/Mundo. Acesso em 03/05/2010).“O terremoto de 8,8 graus que atingiu o Chile na ma-drugada deste sábado, matando ao menos 214, foi 900 vezes mais forte que o tremor que atingiu o Haiti no mês passado, que matou mais de 200 mil. O terremoto deste sábado teve seu epicentro localizado a 34km de profundidade, em uma área relativamente pouco po-pulosa. No Haiti, o epicentro estava a apenas 13km da capital Porto Príncipe, intensifi cando sua capacidade de destruição.O governo haitiano estima que cerca de 220 mil pessoas morreram e outros 1,2 milhão fi caram sem casa. No Chile, os mortos até o momento são estimados em centenas.” (Disponível em: www1.folha.uol.com.br/folha/mundo. Acesso em 03/05/2010).Com base nas defi nições das escalas Ritcher e Mer-calli e nos trechos de notícias sobre os terremotos do Chile e do Haiti, podemos concluir que:a) a magnitude do terremoto no Chile, considerando

a escala Mercalli, foi maior que no Haiti.b) a magnitude do terremoto no Haiti, considerando

a escala Ritcher, foi menor que no Chile. c) condições, como a distância do epicentro e a estrutura

do local atingido, interferem nas medidas das escalas. d) terremotos com altos graus na escala Mercalli, ne-

cessariamente, são terremotos de grande magnitu-de na escala Ritcher.

e) como as escalas Ritcher e Mercalli usam unidades e formas de medida diferentes, não há a possibilidade de utilizá-las para medição de um mesmo terremoto.

Solução Comentada: Pelas defi nições, concluímos que a escala Ritcher mede matematicamente a magni-tude de um terremoto no seu epicentro, e não indica o grau de destruição na área atingida.Já para a escala Mercalli, importa apenas o grau de destruição, sendo bastante subjetiva.Nessas condições, podemos afi rmar que, na escala Ritcher, o terremoto chileno foi maior, ao passo que, na escala Mer-calli, o terremoto haitiano ultrapassou em muito o chileno.Dois pontos a considerar para a constatação acima:a) A distância do epicentro, 13km no Haiti e 35km no Chile; e

b) O Chile, por ser um país desenvolvido, por possuir regras rígidas para a construção, e um longo histórico de catástrofes sísmicas, está mais preparado para en-frentar situações desse porte.Resposta: B

Resolver situação-problema que

envolva medidas de grandezas.

Desenvolvendo Habilidades H-12

Texto de referênciaTamanho da imagem e megapixels.

O tamanho físico (se é que se pode dizer as-sim) de uma imagem é indicada por pixels (uni-dade mínima de cor). Uma imagem pode ter 600x400 pixels, 1800x1200 pixels, 3600x2400 pi-xels etc, sendo que esses valores são os números de pontos que a imagem possui na horizontal e o número de pixels que ela possui na vertical, como se fosse uma contagem de azulejos de uma parede em sua largura e altura.

O número de megapixels, extremamente popular hoje em dia, é uma maneira de mos-trar o tamanho da imagem que será gerada por determinada câmera fotográfi ca ou scanner. Para entender, vamos pensar antes no tamanho da imagem. Imaginemos uma câmera que, em sua resolução máxima, crie uma imagem em tamanho 1800x1200 pixels. Para saber o núme-ro de pixels dessa câmera, basta multiplicar 1800x1200, obtendo: 2.160.000 pixels totais na imagem. O termo Mega é uma terminologia científi ca que defi ne milhão, ou seja, 1 megapixel é igual a 1.000.000 de pixels, logo, no exemplo anterior, chegamos à conclusão de que a câmera possui 2,16 megapixels (2.160.000 pixels). (Dispo-nível em: htt p://www.macrofotografi a.com.br/artigos/. Acessado em: 04/05/2010).

Questão 3Para imprimir uma foto de dimensões 10cm x 15cm com qualidade máxima, necessitamos de uma câmera que forneça uma imagem com resolução mínima de 2,16 megapixels, ou seja, 1800 x 1200 pixels.Para imprimir essa imagem, com qualidade máxima, nas dimensões 20cm x 30cm, é necessário utilizar uma câmera com resolução mínima de:a) 2,16 megapixels. b) 4,32 megapixels.c) 5,12 megapixels. d) 6,48 megapixels.e) 8,64 megapixels.

Page 5: fasc_06

101Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

c) R$ 0,30 por quilo consumido.d) R$ 75,00 por dia.e) R$ 0,20 por cliente.

Solução comentada: Primeiro: se cada prato excede em 20g o peso padrão, então o restaurante está co-brando indevidamente 15g, afi nal, a norma do Inme-tro permite um erro de até 5g.Segundo: a cobrança indevida de 15g acontece a cada prato pesado, não importando quantos gramas, real-mente, a pessoa esta consumindo.Este fato é importante para excluir a ideia de que o restaurante ganha 15g a cada quilo vendido.Compreendido os dois pontos anteriores, observa-se que, para cada cliente foram cobrados indevidamente 15g. Como cada kg da refeição custa R$20,00, então:100g custam R$2,00,10g custam R$0,20, 5g custam R$0,10 e 15g custam R$0,30. Logo, cada um dos 500 fregueses que almoçam diariamente neste restaurante paga, indevidamente, R$0,30, totalizando uma receita diária de R$150,00.Resposta: B

Avaliar proposta de intervenção na

realidade utilizando conhecimentos

geométricos relacionados a grande-

zas e medidas.

Desenvolvendo Habilidades H-14

Texto de referênciaIpem/SP fi scaliza produtos de higiene pessoal

Na segunda-feira, 23 de julho, o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-SP) defl agrou a Opera-ção Bom-dia, verifi cando 54 lotes de produtos de higiene pessoal, tais como papel higiênico, cre-me dental, sabonetes em barra ou líquido, hastes fl exíveis, entre outros itens de higiene pessoal (xampu, condicionador, desodorante, creme cor-poral e para mãos, etc.).

No total, 16 lotes apresentaram erros quanti-tativos (29,63%). Papel higiênico, item campeão de irregularidade nos exames do Ipem-SP em produtos de grande consumo popular nos últi-mos cinco anos, voltou a apresentar altos índices de erros na metragem.

No laboratório de pré-medidos de Ribeirão Preto, foi encontrada a maior irregularidade desta operação. As 20 amostras do papel higiê-nico gofrado “Cupido”, de 30m x 10cm, acondi-

Solução Comentada: Se para imprimir uma foto de 10 cm x 15cm, com qualidade, é necessário uma imagem com tamanho igual a 1800 x 1200 pixels, então, para imprimir uma foto de 20cm x 30cm, cujas dimensões são o dobro da outra, é necessário uma imagem com dimensões na mesma proporção. Portanto, o tamanho da imagem é 3600 x 2400 pixels, formando uma ima-gem com 8.640.000 pixels, ou ainda, 8,64 megapixels.Resposta: E

Avaliar o resultado de uma medição

na construção de um argumento

consistente.

Desenvolvendo Habilidades H-13

TextoTeste Extra: restaurantes a quiloMario Campagnani

Ao pesar um prato em um restaurante a quilo, os consumidores não pensam em como uma pe-quena diferença na balança pode pesar muito no bolso. Mas o Inmetro, sabendo que uma diferença de peso na balança ou no prato pode causar uma perda para os consumidores, estabeleceu uma sé-rie de normas para esses estabelecimentos: - Respeitar as margens de variação de peso.

Um prato só pode ter uma variação de peso de, no máximo, 5g. Já foi feito um estudo que provou ser muito difícil que todos os pratos te-nham o mesmo peso, por isso existe essa mar-gem de tolerância. - Fixar cartaz, informando aos clientes o peso do prato.

Além de estar fi xado próximo da balança, o in-formativo do peso deve ter uma letra de pelo me-nos cinco centímetros, possibilitando a leitura do peso por todos os clientes do restaurante.(Disponível em htt p://extra.globo.com/economia/materias/2007/09/11/297683133.asp. Texto adaptado. Acesso em 03/05/2010).

Questão 4Variação pequena faz grande diferençaUm restaurante cobra R$ 20,00 por quilo (e seus pra-tos excedem em 20g o peso do prato padrão) e atende a 500 clientes diariamente, que consomem, em média, 500g cada.Com base nas normas do Inmetro, sobre a situação descrita acima, é correto afi rmar que o restaurante ga-nha indevidamente:a) R$ 0,40 de cada cliente.b) R$ 150,00 por dia.

Page 6: fasc_06

102

cionado pela empresa Papel Jaraguá Ltda., esta-vam, em média, 12% menor no comprimento e 5% na largura declarados na embalagem.

Questão 5No texto acima, defrontamo-nos com uma situação comum no nosso dia a dia, na qual as empresas erram nas medidas de seus produtos, nunca a favor do con-sumidor. Se no caso citado no texto, a empresa fosse multada no valor que ela ganhou indevidamente, su-pondo que ela vendeu 20 milhões de rolos a R$ 0,40 cada, esse valor seria:a) R$ 2.436.000,00. b) R$ 986.400,00.c) R$ 1.688.000,00. d) R$ 1.312.00,00.e) R$ 2.124.000,00.Solução comentada: Inicialmente, calculemos a área de papel higiênico que deveria estar sendo vendido. Para isso, transformamos 30m para cm, encontrando 3.000cm. Quando esticamos todo o rolo de papel higiênico, obte-mos um retângulo de comprimento 3.000cm e largura 10cm, com área igual a 30.000cm2. Sabemos, porém, que este comprimento era, na realidade, 12% menor, ou seja, 2.640cm e, a largura foi reduzida em 5%, passando a ser 9,5cm; portanto, a quantidade de papel higiênico realmente vendido era de 25.080cm2. Cada rolo de papel higiênico tinha 4.920cm2 a menos que os 30.000cm2 que deveria ter, ou seja, a Papel Jaraguá diminuiu indevida-mente16,4% do papel que estava vendendo.Como cada rolo custava R$0,40 e foram vendidos 20.000.000, então a Jaraguá recebeu R$ 8.000.000,00, dos quais 16,4% foram indevidos. Logo a multa da empresa deveria ser 16,4% de R$8.000.000,00, portan-to R$1.312.000,00.Resposta: D

Aprenda Fazendo

Q1. Área-3 / Habilidade 10 (Enem 2009)Técnicos concluem mapeamento do aquífero Guarani O aquífero Guarani localiza-se no subterrâneo dos terri-tórios da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com ex-tensão total de 1.200.000 quilômetros quadrados, dos quais 840.000 quilômetros quadrados estão no Brasil. O aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetros cúbi-cos de água e é considerado um dos maiores do mundo. Na maioria das vezes em que são feitas referências à água, são usadas as unidades metro cúbico e litro, e não as unidades já descritas. A Companhia de Sa-neamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou, por exemplo, um novo reservatório cuja capacidade de armazenagem é de 20 milhões de litros. (Disponível em: htt p://noticias.terra.com.br. Acesso em: 10 jul. 2009. Adaptado).

Comparando as capacidades do aquífero Guarani e desse novo reservatório da Sabesp, a capacidade do aquífero Guarani é: a) 1,5 × 102 vezes a capacidade do reservatório novo. b) 1,5 × 103 vezes a capacidade do reservatório novo. c) 1,5 × 106 vezes a capacidade do reservatório novo. d) 1,5 × 108 vezes a capacidade do reservatório novo. e) 1,5 × 109 vezes a capacidade do reservatório novo. __________________________________________

Q2. Área-3 / Habilidade10

De acordo com o diálogo travado na tirinha, podemos concluir que:a) o pedaço de corda mede 22 palmos.b) o pedaço de corda mede 20 palmos.c) o pedaço de corda mede 400cm, pois de acordo com

o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), um palmo mede, aproximadamente, 20cm.

d) o pedaço de corda mede 21 palmos, pois 21 é a mé-dia aritmética entre 20 e 22.

e) o João e o Tião precisam usar uma unidade de me-dida padrão, não necessariamente centímetro ou metro para medirem o pedaço de corda.

__________________________________________Q3. Área-3 / Habilidade 11 (Enem 2009)A fi gura a seguir mostra as medidas reais de uma aeronave que será fabricada para utilização por com-panhias de transporte aéreo. Um engenheiro precisa fazer o desenho desse avião em escala de 1:150.Para o engenheiro fazer esse desenho em uma folha de papel, deixando uma margem de 1cm em relação às bordas da folha, quais as dimensões mínimas, em centímetros, que essa folha deverá ter?

Page 7: fasc_06

103Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

a) 2,9cm × 3,4cm. b) 3,9cm × 4,4cm. c) 20cm × 25cm.d) 21cm × 26cm.e) 192cm × 242cm.__________________________________________Q4. Área-3 / Habilidade 11 Em um trabalho de História no seu colégio, Flaudi-nho tinha de fazer uma linha do tempo com a indi-cação dos principais acontecimentos de sua vida. Ele fez um traço de 16cm em sua cartografi a e anotou, nas extremidades, o ano de seu nascimento (2000) e o ano atual (2010), em que completou 10 anos. Eis os acontecimentos que Flaudinho resolveu pôr na linha do tempo:2 anos: Entrei na escola.5 anos: Ganhei minha bicicleta.8 anos: Fui suspenso.9 anos: Dormi pela primeira vez longe dos meus pais.10 anos: Comecei a fazer parte da seleção de futsal do colégio.Se as distâncias entre os pontos na linha do tempo são proporcionais ao tempo decorrido, então o ponto cor-respondente ao ano em que Flaudinho dormiu longe de seus pais pela primeira vez é:a) 14,2cm. b) 14,4cm. c) 14,5cm.d) 14,6cm. e) 14,8cm.__________________________________________Q5. Área-3 / Habilidade 12 (Enem 2001)

Um engenheiro, para calcular a área de uma cidade, copiou sua planta numa folha de papel de boa quali-dade, recortou e pesou numa balança de precisão, ob-tendo 40g. Em seguida, recortou do mesmo desenho uma praça de dimensões reais 100m x 100m, pesou o recorte na mesma balança e obteve 0,08g. Com esses dados, foi possível dizer que a área da cidade, em me-tros quadrados, é de, aproximadamente: a) 800. b) 10000. c) 320000.d) 400000. e) 5000000.

Q6. Área-3 / Habilidade 12Dona Isabel comprou 5 pacotes de café com 250g cada pacote com uma cédula de R$ 20,00 e recebeu de troco R$ 8,00. Diante desses valores, podemos afi rmar que um quilo de café custa:a) R$ 8,80. b) R$ 9,20. c) R$ 9,60.d) R$ 10,00. e) R$ 10,20.__________________________________________Q7. Área-3 / Habilidade 13 (Enem 2009)A cisterna é um recipiente utilizado para arma-zenar água da chuva. Os principais critérios a serem observados para captação e armazenagem de água da chuva são: a demanda diária de água na proprieda-de; o índice médio de precipitação (chuva), por re-gião, em cada período do ano; o tempo necessário para armazenagem; e a área de telhado necessária ou disponível para captação. Para fazer o cálculo do volume de uma cisterna, deve-se acrescentar um adicional relativo ao coefi ciente de evaporação. Na difi culdade em se estabelecer um coefi ciente confi ável, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa) sugere que sejam adicionados 10% ao volume calculado de água. Desse modo, o volume, em m3 , de uma cisterna é calculado por Vc = Vd × Ndia, em que Vd = volume de demanda da água diária (m3 ), Ndia = número de dias de arma-zenagem, e este resultado deve ser acrescido de 10%. Para melhorar a qualidade da água, recomenda-se que a captação seja feita somente nos telhados das edifi cações. Considerando que a precipitação de chu-va de 1mm sobre uma área de 1m2 produz 1 litro de água, pode-se calcular a área de um telhado a fi m de atender a necessidade de armazenagem da seguinte maneira: área do telhado (em m2 ) = volume da cisterna (em litros)/precipitação. (Disponível em: www.cnpsa.embrapa.br. Acesso em: 8 jun. 2009. Adaptado). Para atender a uma demanda diária de 2.000 litros de água, com período de armazenagem de 15 dias e precipitação média de 110mm, o telhado, retangular, deverá ter as dimensões mínimas de:a) 6 metros por 5 metros, pois assim teria uma área

de 30m2 . b) 15 metros por 20 metros, pois assim teria uma

área de 300m2 . c) 50 metros por 60 metros, pois assim teria uma

área de 3.000m2 . d) 91 metros por 30 metros, pois assim teria uma

área de 2.730m2 . e) 110 metros por 30 metros, pois assim teria uma

área de 3.300m2 .

Page 8: fasc_06

104

Q8. Área-3 / Habilidade 13Observe o anúncio abaixo:Condomínio Flor do CampoMedidas do terreno 125m x 180mÁrea Verde 600m²Área de lazer 6% do condomínioÁrea do lote 375m² por R$120.000,00Ruas 3% da área total

Baseado nas informações dadas no anúncio, podemos pressupor que o montante máximo arrecadado pela imobiliária ao fi nal da venda de todo o condomínio será:a) R$ 6.075.000,00. b) R$ 6.360.000,00.c) R$ 5.400.000,00. d) R$ 2.360.000,00.e) R$ 4.875.000,00.Q9. Área-3 / Habilidade 14Um fazendeiro, para estocar o vinho que produz, compra tonéis cilíndricos de um empresa e os estoca em um armazém de forma quadrangular de lado 16m. Sabendo que será preciso estocar mais vinho sem po-der construir um novo armazém, pede ao fabricante que mude as medidas dos tonéis, que hoje possuem 8m de diâmetro e 1m de altura. O fabricante lança 3 propostas de tonéis, mas sem mudar o valor da altura:Proposta – I: Tonéis de 4m de diâmetro.Proposta – II: Tonéis de 16m de diâmetro.Proposta – III: Tonéis de 2m de diâmetro.Baseado nas propostas lançadas pelo fabricante, o fa-zendeiro deverá escolher:a) a proposta I, pois está lhe trará os maiores benefí-

cios.b) qualquer uma das três propostas, pois todas trazem

o mesmo benefício.

c) a proposta II, afi nal é a única que traz algum be-nefício.

d) nenhuma das três, pois todas são iguais à situação já existente.

e) a proposta III, pois, apesar de todas as propostas trazerem benefícios, a III traz o maior.

Q.10 Área-3 / Habilidade 14O piso representa só 2% do gasto para a construção de uma casa. Para reduzir ainda mais esse custo, uma forma é fazer um contrapiso que dispense revesti-mentos. São três tipos de acabamento: o marmoriza-do, o piso caipira e o queimado. São opções de pisos, relativamente baratas, que podem ser usados nos am-bientes internos.Em um dia de trabalho, é possível cobrir uma área de 10m x 12m. O preço do metro quadrado é R$ 18,00 para o piso caipira, R$ 20,00 para o acabamento quei-mado e R$ 35,00 para o marmorizado. (Fonte: Ministério da Educação. Matemática: Livro do estudante: Ensino Fundamental, Coordenação Zuleika de Felice Murrie. Brasília: MEC: Inep, 2002).Suponha que as informações acima estão todas atua-lizadas e que Dona Isabel queira revestir uma sala de dimensões 10m x 12m, colocando uma faixa de lajota de 2m em toda a volta da sala e, no centro, o contrapi-so com acabamento marmorizado. Neste caso, Dona Isabel precisaria de:a) 24 metros quadrados de lajotas.b) 48 metros quadrados de lajotas.c) 72 metros quadrados de lajotas.d) 60 metros quadrados de acabamento marmorizado.e) 96 metros quadrados de acabamento marmorizado.

Page 9: fasc_06

105Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Competência de área V: Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, fun-ção, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

Esta área de competência exige que o estudan-te compreenda a interrelação entre o texto (na maioria das questões, literário) e o seu

contexto. O texto, como sabemos, não é uma obra autônoma, nascida da mera inspiração e do talento de seu produtor, e sim resultado de complexas inte-rações entre o meio e a época em que foi produzido.

A descrição da área vai além: exige que se de-monstre essa compreensão através do próprio tex-to – sua estrutura, os procedimentos criativos nele empregados. Não se trata, portanto, de questões de natureza teórica. Perceba que, diversas vezes, a teoria literária ou o conhecimento histórico neces-sários à resolução vêm explícitos no comando.

Fala-se, ainda, nas condições de produção e recepção do texto. O que isso signifi ca? Vejamos um rápido exemplo.

Você talvez já tenha achado um romance ro-mântico (como Iracema, de José de Alencar, ou A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo) ingênuo, didático. Talvez já tenha achado o enredo óbvio, o fi nal previsível. Mas lembre-se: você é um leitor do século XXI, acostumado à lingua-gem do cinema, cada vez menos linear. Flashba-ck, cortes narrativos, justaposição de tempos e espaços – nada disso é novidade hoje.

Agora tente se colocar na posição de um lei-tor de meados do século XIX.

Até então, as longas narrativas cabiam à po-esia, à epopeia. O romance era um gênero rela-tivamente recente, com o qual você não estava habituado. E ainda lia as histórias não em livro, mas no formato de folhetins, ou seja, capítulo a capítulo nos jornais. Nessas condições, talvez as tramas não lhe parecessem tão evidentes e, quem sabe, você até chorasse naquela cena fi nal, quando tudo dava certo ou acaba em tragédia.

Como se pode perceber, o autor (produtor) e o leitor (receptor) de épocas distintas têm, res-

pectivamente, distintos recursos de produção e de assimilação de um mesmo texto.

Estabelecer relações entre o texto

literário e o momento de sua produ-

ção, situando aspectos do contexto

histórico, social e político.

Desenvolvendo Habilidades H-15

QUESTÃO (1 Enem 2009)Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua im-portunação de senhores e de escravos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver afl ito e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfi ado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Le-ôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desa-piedada, Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!... (GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (Adaptado).A personagem Isaura, como afi rma o título do roman-ce, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofri-mentos por que passa a protagonista:a) assemelham-se aos das demais escravas do país, o

que indica o estilo realista da abordagem do tema da escravidão pelo autor do romance.

b) demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais de ordem sentimental do que física.

c) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o caráter idea-lista da abordagem do tema pelo autor do romance.

d) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da sociedade.

e) revelam a condição degradante das mulheres es-cravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fi sicamente pelos seus senhores.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Page 10: fasc_06

106

Solução Comentada: O romance A Escrava Isaura, de Bernardo de Guimarães, é um dos mais populares do Romantismo. Trata-se de uma história peculiar, em que uma escrava é conduzida ao papel de heroína. Porém, isso não ocorre sem que o autor tenha de em-pregar procedimentos narrativo-descritivos que ate-nuam ou idealizam sua condição social. Sim, porque, como você deve lembrar, o público das obras român-ticas é predominantemente feminino e burguês – sen-do, portanto, benefi ciário do regime escravocrata. Então, como fazer com que os leitores (e principalmente as leitoras) se identifi cassem com a protagonista? Para tanto, Bernardo de Guimarães promove um embran-quecimento de Isaura. Embora mestiça, a personagem não apresenta nenhuma característica negra. Trata-se de uma idealização radical. Ela é escrava e negra, mas não é descrita como tal. Logo, a alternativa correta é a letra C, que é a única que se refere ao caráter fantasioso da abordagem usada pelo romancista.Resposta: C

Relacionar informações sobre con-

cepções artísticas e procedimentos

de construção do texto literário.

Desenvolvendo Habilidades H-16

Questão 2 – Enem 2009Confi dência do ItabiranoAlguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.Noventa por cento de ferro nas calçadas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida é porosidade e co-municação

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te[ofereço:

esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,este São Benedito do velho santeiro Alfredo [Duval;este couro de anta, estendido no sofá da sala de

[visitas;este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.Hoje sou funcionário público.Itabira é apenas uma fotografi a na parede.Mas como dói!(ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003).

Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poetica-mente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particu-lar, como se percebe claramente na construção do poema Confi dência do Itabirano. Tendo em vista os procedimen-tos de construção do texto literário e as concepções artísti-cas modernistas, conclui- se que o poema acima:a) representa a fase heroica do modernismo, devido

ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.

b) apresenta uma característica importante do gêne-ro lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.

c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.

d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em compara-ção com as prendas resgatadas de Itabira.

e) apresenta infl uências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.

Solução Comentada: A questão exige compreensão textual bem como conhecimentos específi cos de lite-ratura brasileira e de procedimentos de estilo. O co-mando fala de Drummond, discorre sobre sua obra, situa-o no Modernismo. Não diz, todavia, a que fase do movimento o autor está ligado. Lembremos aqui a divisão didática das gerações mo-dernistas:1)Primeira geração (1922). Inicia-se com a Semana de Arte Moderna, em São Paulo, que lança as bases do movimen-to. É um período “heroico”, experimental, que traz para a poesia o verso livre, o cotidiano, a oralidade. Não raro os poetas procuram chocar, colocando-se contra a chamada “cultura acadêmica”. Destacam-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. 2)Segunda Geração (1930). Passada a efervescência de 22, os escritores se voltam para a realidade social, com desta-que para as obras regionalistas do chamado Romance de 30. A poesia vive um momento plural, para muitos o mais fecundo de nossa literatura. Sem esquecer as conquistas da Semana, os poetas recuperam aspectos da tradição, como as formas fi xas. Destacam-se Carlos Drummond de Andrade, Cecília Mei-reles, Vinícius de Morais, Jorge de Lima e Murilo Mendes.3)Terceira Geração (1945). O Modernismo vive, no dizer de diversos críticos, uma fase de revisão, com a retomada de novas experimentações, com destaque para a obra intimista

Page 11: fasc_06

107Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

cipais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a:a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhe-

cida da natureza nacional, marcada pelo subdesen-volvimento e pela falta de perspectiva de renovação.

b) consciência da exploração da terra pelos colonizado-res e pela classe dominante local, o que coibiu a ex-ploração desenfreada das riquezas naturais do país.

c) construção, em linguagem simples, realista e do-cumental, sem fantasia ou exaltação, de uma ima-gem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.

d) expansão dos limites geográfi cos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distan-tes do Brasil aos brasileiros.

e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nas-cente burguesia brasileira.

Solução Comentada: A questão exige conhecimentos es-pecífi cos de literatura. O comando nos fala em contribui-ções permanentes do Romantismo para a construção de nossa identidade nacional. Vejamos o que isso signifi ca.O Romantismo começa, no Brasil, em 1836, com Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães – apenas catorze anos após a Independência. O movimento ro-mântico nasce, portanto, praticamente ao mesmo tempo que o Brasil como nação autônoma. Assim sendo, caberá aos românticos a construção de nossa identidade cultural. E eles o fazem. Os romances histórico-indianistas ele-vam o índio à categoria de herói, os urbanos retratam a ascendente burguesia nacional e os regionalistas tra-zem ao público leitor novos espaços nacionais (o ser-tão nordestino, o centro-oeste, o pampa gaúcho, etc.). É o caso de Inocência, de Visconde de Taunay, obra da qual foi retirado o texto da questão. O capítulo “O Sertão e o Sertanejo” serve de introdução à narrativa, apresentando ao leitor a paisagem de Mato Grosso e seus habitantes.O item B fala de colonizadores e, portanto, está erra-da, já que, como relembramos, o Romantismo surge após a Independência. O item C está errado, pois fala em linguagem realista, e sabemos que os escritores ro-mânticos são idealistas. O item E também é incorreto, porque o ambiente é rural, e não urbano.Restam os itens A e D. Mas lembre que os autores do período são idealistas, não se posicionando critica-mente em relação à paisagem. A alternativa correta é a D, que fala do sentimento de unidade nacional sur-gido a partir dos romances românticos. Resposta: D

de Clarice Lispector e a linguagem inventiva de Guimarães Rosa. Na poesia, emerge uma corrente dita formalista, de que João Cabral de Melo Neto é o principal representante.Drummond é, portanto, da segunda, e não da primeira ge-ração (dita “heroica”), o que torna a alternativa A errada.A letra B fala de gêneros literários, mais precisamente do gênero lírico, que se caracteriza pela expressão subjetiva, e não objetiva. A alternativa está, portanto, errada. A alternativa C, correta, associa o produtor do texto à sua cidade. Drummond, como sabemos, é mineiro de Itabira, e o poema traz, de fato, fl agrante carga auto-biográfi ca e afi rma literalmente que o eu lírico é “de ferro”, tal como as montanhas de Minas Gerais.A alternativa D afi rma que o poema trata da inutilidade da poesia, sendo, portanto, absurda. A letra E fala de in-fl uências românticas do autor, o que está incorreto, mas, sobretudo, diz que ele emprega “recursos pomposos” de estilo, e o poema faz uso de linguagem simples e direta.Resposta: C

Reconhecer a presença de valores

sociais e humanos atualizáveis e

permanentes no patrimônio literário

nacional.

Desenvolvendo Habilidades H-17

Questão 3 – Enem 2009(Prova Anulada)O Sertão e o SertanejoAli começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e resse-cado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que um tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trê-mula, como que a contemplar medrosa e vacilante os es-paços imensos que se alongam diante dela. O fogo, de-tido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes pas-sos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétri-cas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar as pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de es-pantosa atividade. Transborda a vida. (TAUNAY, A. Inocên-cia. São Paulo: Ática 1993 (adaptado).O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o tre-cho acima, é possível reconhecer que uma das prin-

Page 12: fasc_06

108

Aprenda Fazendo

Q1. Área-5 / Habilidade 17 (Enem 2009)Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Bra-sil, normalizado, já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do outro do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas, voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expressões linguísticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as for-mas de tratamento brasileiros. O mesmo, embora em ní-vel superfi cial, dele excluído o plano da língua, aconte-ceu com a Europa, que, depois da diáspora dos anos 70, depois da inserção na cultura da bossa nova e da música popular brasileira, da problemática ecológica centrada na Amazônia, ou da problemática social emergente do fenômeno dos meninos de rua, e até do álibi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua todos os dias a descobrir, no bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fi m do século XIX, Sílvio Romero defi nia a literatura brasileira como manifestação de um país mestiço, será fácil para nós defi ni-la como expressão de um país polifônico: em que já não é determinante o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve originalmente a sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início do século XXI, o novo estilo brasileiro.(STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira. Rio de Janei-ro: Nova Aguilar, 2004. Adaptado).

No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos poucos, construindo uma iden-tidade cultural e literária relativamente autônoma frente à identidade europeia, em geral, e à portugue-sa, em particular. Sua análise pressupõe, de modo es-pecial, o papel do patrimônio literário e linguístico, que favoreceu o surgimento daquilo que ela chama de “estilo brasileiro”. Diante desse pressuposto, e le-vando em consideração o texto e as diferentes etapas de consolidação da cultura brasileira, constata-se que:a) o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no sécu-

lo XIX, o que o fez assimilar novos gêneros artísti-cos e culturais, assim como usos originais do idio-ma, conforme ilustra o caso do escritor Machado de Assis.

b) a Europa reconheceu a importância da língua por-tuguesa no mundo, a partir da projeção que poe-tas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do século XX.

c) ocorre, no início do século XXI, promovido pela solidifi cação da cultura nacional, maior reconheci-mento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.

d) o Brasil continua sendo, como no século XIX, uma nação culturalmente mestiça, embora a expressão dominante seja aquela produzida no eixo Rio-São Paulo, em especial aquela ligada às telenovelas.

e) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante signifi cativa entre as diversas matrizes culturais advindas das várias regiões do país, como se pode comprovar na obra de Paulo Coelho.

__________________________________________Q2. Área-5 / Habilidade 15 (Enem 2009)Texto I[...] já foi o tempo em que via a convivência como vi-ável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que re-conhecia a existência escandalosa de imaginados va-lores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de pro-blemas; num mundo estapafúrdio – defi nitivamente fora de foco – cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você, que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, nin-guém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pen-sar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de fi car sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...].(NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo: Companhia das Letras, 1992).

Texto IIRaduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto ver-bal entre amantes, em que a fúria das palavras cortan-tes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar. (CO-MODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em: htt p://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.):Considerando-se os textos apresentados e o contex-to político e social no qual foi produzida a obra Um Copo de Cólera, verifi ca-se que o narrador, ao dirigir-se à sua parceira, nessa novela, tece um discurso:a) conformista, que procura defender as instituições

nas quais repousava a autoridade do regime mili-tar no Brasil, a saber: a Igreja, a família e o Estado.

b) pacifi sta, que procura defender os ideais libertá-rios representativos da intelectualidade brasileira

Page 13: fasc_06

109Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

opositora à ditadura militar na década de 70 do século passado.

c) desmistifi cador, escrito em um discurso ágil e contun-dente, que critica os grandes princípios humanitários supostamente defendidos por sua interlocutora.

d) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos humanos como uma única forma de salvamento para a humanidade.

e) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura militar, por meio da defesa de instituições como a família e a Igreja.

__________________________________________Q3. Área-5 / Habilidade 15 (Inep 2009)O apanhador de desperdíciosUso a palavra para compor meus silêncios.Não gosto das palavrasfatigadas de informar.Dou mais respeitoàs que vivem de barriga no chãotipo água pedra sapo.Entendo bem o sotaque das águasDou respeito às coisas desimportantese aos seres desimportantes.Prezo insetos mais que aviões.Prezo a velocidadedas tartarugas mais que a dos mísseis.Tenho em mim um atraso de nascença.Eu fui aparelhadopara gostar de passarinhos.Tenho abundância de ser feliz por isso.Meu quintal é maior do que o mundo.Sou um apanhador de desperdícios:Amo os restoscomo as boas moscas.Queria que a minha voz tivesse um formatode canto.Porque eu não sou da informática:eu sou da invencionática.Só uso a palavra para compor meus silêncios.(BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Ma-nuel da Costa Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74).É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa por meio da linguagem:a) denotativa, para evidenciar a oposição entre ele-

mentos da natureza e da modernidade.b) rebuscada de neologismos que depreciam elemen-

tos próprios do mundo moderno.c) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insig-

nifi cantes.

d) simples, porém expressiva no uso de metáforas para defi nir o fazer poético do eu-lírico poeta.

e) referencial, para criticar o instrumentalismo técni-co e o pragmatismo da era da informação digital.

__________________________________________Q4. Área-5 / Habilidade 17 (Inep 2009)Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afi rma-se que:a) informática e invencionática são ações que, para o

poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo va-lor na sua poesia.

b) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às di-versas maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria vida.

c) a capacidade do ser humano de criar está condicio-nada aos processos de modernização tecnológicos.

d) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da informática.

e) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.

__________________________________________Q5. Área-5 / Habilidade 15 (Enem 2009)Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tives-sem sempre água fresca e adotariam todas as provi-dências sanitárias.Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografi a para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal se-ria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felici-dade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixi-nhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói. (BRE-CHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfi gurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os va-lores humanos que ela própria criou. É o que ocorre

Page 14: fasc_06

110

na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor:a) demonstra o quanto a literatura pode ser aliena-

dora ao retratar, de modo positivo, as relações de opressão existentes na sociedade.

b) revela a ação predatória do homem no mar, ques-tionando a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental.

c) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das socie-dades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade moderna.

d) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fun-damentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.

e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fra-cos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.

__________________________________________Q6. Área-5 / Habilidade 16 (Enem 2009)Cárcere das almasAh! Toda a alma num cárcere anda presa,Soluçando nas trevas, entre as gradesDo calabouço olhando imensidades,Mares, estrelas, tardes, natureza.Tudo se veste de uma igual grandezaQuando a alma entre grilhões as liberdadesSonha e, sonhando, as imortalidadesRasga no etéreo o Espaço da Pureza.Ó almas presas, mudas e fechadasNas prisões colossais e abandonadas,Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!Nesses silêncios solitários, graves,que chaveiro do Céu possui as chavespara abrir-vos as portas do Mistério?!(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catari-nense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993).Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poe-ma Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e

direta, de temas fi losófi cos.b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em

relação à temática nacionalista.c) o refi namento estético da forma poética e o trata-

mento metafísico de temas universais.d) a evidente preocupação do eu lírico com a realida-

de social expressa em imagens poéticas inovadoras.e) a liberdade formal da estrutura poética que dis-

pensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

Q7. Área-5 / Habilidade 16 (Enem 2009 Anulado)IstoDizem que fi njo ou mintoTudo que escrevo. Não.Eu simplesmente sintoCom a imaginação.Não uso o coração.Tudo o que sonho ou passoO que me falha ou fi nda,É como que um terraçoSobre outra coisa ainda.Essa coisa é que é linda.Por isso escrevo em meioDo que não está ao pé,Livre do meu enleio,Sério do que não é.Sentir? Sinta quem lê!(PESSOA, F. Poemas escolhidos. São Paulo: Globo, 1997).

Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordiná-rios do século XX. Sua obsessão pelo fazer poético não encontrou limites. Pessoa viveu mais no plano criativo do que no plano concreto, e criar foi a gran-de fi nalidade de sua vida. Poeta da “Geração Orfeu”, assumiu uma atitude irreverente. Com base no texto e na temática do poema Isto, conclui-se que o autor:a) revela seu confl ito emotivo em relação ao processo

de escritura do texto.b) considera fundamental para a poesia a infl uência

dos fetos sociais.c) associa o modo de composição do poema ao esta-

do de alma do poeta.d) apresenta a concepção do Romantismo quanto à

expressão da voz do poeta.e) separa os sentimentos do poeta da voz que fala no

texto, ou seja, do eu lírico.__________________________________________Q8. Área-5 / Habilidade 7 (Enem 2009 Anulado)Texto 1O morcegoMeia noite. Ao meu quarto me recolho.Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:Na bruta ardência orgânica da sede,Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.“Vou mandar levantar outra parede...”— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolhoE olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,Circularmente sobre a minha rede!Pego de um pau. Esforços faço. ChegoA tocá-lo. Minh’alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!A Consciência Humana é este morcego!Por mais que a gente faça, à noite, ele entraImperceptivelmente em nosso quarto!

Page 15: fasc_06

111Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Texto 2O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do hor-roroso, difi culta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científi ca.(CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).Em consonância com os comentários do texto 2 acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O mor-cego apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma estética capaz de:a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos

banais são revestidos na poesia.b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna

por meio do gosto pelo macabro.c) representar realisticamente as difi culdades do coti-

diano sem associá-lo a refl exões de cunho existencial.d) abordar dilemas humanos universais a partir de

um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.

e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de ele-mentos das histórias de horror e suspense na es-trutura lírica da poesia.

__________________________________________Q9. Área-5 / Habilidade 15 (Enem 2009 – Anulado) Ó meio-dia confuso,ó vinte-e-um de abril sinistro,que intrigas de ouro e de sonhohouve em tua formação?Quem condena, julga e pune?Quem é culpado e inocente?Na mesma cova do tempoCai o castigo e o perdão.Morre a tinta das sentençase o sangue dos enforcados ...- liras, espadas e cruzespura cinza agora são.Na mesma cova, as palavras,e o secreto pensamento,as coroas e os machados,mentiras e verdade estão.(...)(MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfi dência. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972. (fragmento).

O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfi dência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário de contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio:

a) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional.

b) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histó-rico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfi dentes.

c) da recusa da autora de inserir nos versos o des-fecho histórico do movimento da Inconfi dência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfi dentes.

d) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfi dência, que, questionada poeticamente, al-cança sua dimensão histórica mais profunda.

e) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela auto-ra, a fi m de exaltar o heroísmo dos inconfi dentes.

__________________________________________Q10. Área-5 / Habilidade 15 (Enem 2009)No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independen-tes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por forma-ção histórica, composição étnica, costumes, modis-mos linguísticos, etc. Por isso, deu aos romances regio-nais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, pro-curou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refl etindo as características locais.(CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros en-saios. São Paulo: Ática, 2003).Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que:a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela te-

mática essencialmente urbana, colocando em re-levo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.

b) José de Alencar, representante, sobretudo, do ro-mance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações confl ituosas entre as raças.

c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentu-ado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o pon-to de vista dos menos favorecidos.

d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo reli-gioso, as raízes africanas e indígenas que caracte-rizam o nosso povo.

Page 16: fasc_06

Atenção!! Inscreva-se já e tenha acesso a outros materiais sobre o Enem no http://enem.fdr.com.br

PromoçãoParceriaPatrocínio Apoio Realização

e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a proble-mática do homem urbano em confronto com a mo-dernização do país promovida pelo Estado Novo.

Matemática – Gabarito Q1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

EEDBECBBDC

Linguagens e Códigos - GabaritoQ1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

CCDBDCEDDC

Acompanhe O POVO no Enem:

Pelo rádio:Rádioaulas veiculadas todos os sábados (das 10 às 11h) e segundas (das 16 às 17h) na rádio O

POVO/CBN 1010 AM .

Pela TV:O programa O POVO no Enem estreia neste do-mingo 30/05, às 16h, na TV O POVO, (48 - canal

aberto, 23 - NET, 11 - TV SHOW).

Pelo twitter:www.twitter.com/opovonoenem2010