Fatos Sobre o Lúpus

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Fatos sobre o lúpus O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, tem o seu sistema imunológico “bagunçado”, as defesas acham que as células boas são ameaças, e as ataca. Os médicos não vão tratar o lúpus propriamente dito, e sim o paciente. O lúpus não é igual para todos, age de maneiras diferentes. No meu caso, os primeiros sintomas foram a fadiga, dores nas articulações (principalmente joelhos, tornozelos), emagrecimento e uma vermelhidão no rosto no formato de uma borboleta. Lúpus não pega, não é contagioso . Na verdade ainda ninguém sabe o porquê dele. Sabe-se que fatores externos como vírus, exposição ao sol (radiação ultravioleta), entre outros fazem o lúpus entrar em atividade em pessoas que possuem pré-diposição. 1. A principal característica da doença é a intermitência (intercalação) de suas manifestações clínicas. Klumb explica que a pessoa com lúpus tem, habitualmente, fases nas quais apresenta sintomas, chamados pelos médicos de “períodos de atividade” e, outros momentos, nos quais fica sem manifestações da doença, chamado de período de “remissão”. Exatamente por isso, “ainda que a pessoa não apresente sintoma algum, não é possível afirmar que a doença esteja ‘curada’, pois as alterações imunológicas continuam presentes e podem determinar o retorno dos sintomas outra vez”, destaca o médico. “É necessário manter o controle médico de forma contínua com o uso de um ou mais medicamentos, para a maioria das pessoas portadoras de lúpus, que ajudam a manter a doença sob controle”, acrescenta o especialista. 2. Lúpus é uma doença inflamatória e autoimune. Evandro Klumb esclarece que o lúpus pode apresentar sintomas em vários órgãos, sendo esses decorrentes de uma inflamação, ocasionada por um desequilíbrio no sistema imunológico da pessoa, fazendo com que ela produza uma quantidade aumentada de anticorpos. “São exatamente esses anticorpos que têm a capacidade de reagir contra proteínas do nosso próprio organismo, que estabelecem o conceito de doença autoimune”, explica o especialista da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 3. Lúpus depende de herança genética mas está relacionado a fatores ambientais. Vale ressaltar que o sistema imune é desenhado para proteger o corpo humano de bactérias, vírus e outros patógenos. No caso das doenças autoimunes, de forma geral, ele identifica partes do próprio corpo como patógenos e as ataca. Mas não é possível definir uma única causa para este “engano” inicial no sistema imune. Acredita-se na combinação de tendências genéticas com fatores ambientais – entre eles, não só a irradiação ultravioleta, mas também o tabaco, conforme destaca o especialista Klumb. 4. Existem dois tipos de lúpus: sistêmico e cutâneo. Evandro Klumb destaca que existem dois tipos de lúpus: um é o sistêmico, característico por apresentar sintomas em vários órgãos, como pele, pulmões, coração, rins, além de articulações e outros, podendo ter um curso grave ou não. “Nesta forma sistêmica, também são comuns sintomas gerais com cansaço, desânimo, anemia, febre baixa e emagrecimento”, destaca. O segundo tipo, ainda de acordo com o médico, é uma doença que só apresenta sintomas na pele, ou seja, não há qualquer manifestação nos outros órgãos e é denominado lúpus cutâneo. 5. O lúpus pode apresentar sintomas bastante variados. Evandro Klumb reforça que o lúpus eritematoso sistêmico (LES) desencadeia sintomas que podem surgir em diversos órgãos, de forma lenta e progressiva (meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. O reumatologista destaca que, nas fases iniciais do LES, principalmente, os sintomas que mais incomodam são: Desânimo;Cansaço;Perda de apetite. Ainda de acordo com Klumb, a maioria das pessoas com LES também pode apresentar, em algum momento: Dor nas juntas, às vezes também com inchaço (artrite). Além disso, de forma geral, conforme destaca o reumatologista Klumb, pelo menos 50% dos portadores de lúpus terá, em algum momento da doença: Inflamação na pleura (membrana que recobre os pulmões) ou no pericárdio (membrana que recobre o coração); Inflamação nos rins, que não determina dor, necessariamente, mas sim a perda de proteínas na urina, inchaço nas pernas e no rosto, hipertensão arterial e, nos casos mais graves, insuficiência renal com necessidade de hemodiálise. Já no caso do lúpus cutâneo, os sintomas ocorrem somente na pele. Pode ocorrer, de forma geral: Hipersensibilidade à luz (vermelhidão/ inflamação da pele nas partes expostas à luz, como rosto e colo); Manchas; Perda de cabelo. O especialista Klumb ressalta que qualquer órgão ou tecido pode ser envolvido pela inflamação que ocorre no lúpus, mas alguns são particularmente preocupantes. “Na pele do rosto, por exemplo, a

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Mitos e verdades

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Fatos sobre o lpusO lpus uma doena autoimune, ou seja, tem o seu sistema imunolgico bagunado, as defesas acham que as clulas boas so ameaas, e as ataca. Os mdicos no vo tratar o lpus propriamente dito, e sim o paciente. O lpus no igual para todos, age de maneiras diferentes. No meu caso, os primeiros sintomas foram a fadiga, dores nas articulaes (principalmente joelhos, tornozelos), emagrecimento e uma vermelhido no rosto no formato de uma borboleta.Lpus no pega, no contagioso. Na verdade ainda ningum sabe o porqu dele. Sabe-se que fatores externos como vrus, exposio ao sol (radiao ultravioleta), entre outros fazem olpus entrar em atividade em pessoas que possuem pr-diposio. 1. A principal caracterstica da doena a intermitncia (intercalao) de suas manifestaes clnicas.Klumb explica que a pessoa com lpus tem, habitualmente, fases nas quais apresenta sintomas, chamados pelos mdicos de perodos de atividade e, outros momentos, nos quais fica sem manifestaes da doena, chamado de perodo de remisso.Exatamente por isso, ainda que a pessoa no apresente sintoma algum, no possvel afirmar que a doena esteja curada, pois as alteraes imunolgicas continuam presentes e podem determinar o retorno dos sintomas outra vez, destaca o mdico. necessrio manter o controle mdico de forma contnua com o uso de um ou mais medicamentos, para a maioria das pessoas portadoras de lpus, que ajudam a manter a doena sob controle, acrescenta o especialista.2. Lpus uma doena inflamatria e autoimune.Evandro Klumb esclarece que o lpus pode apresentar sintomas em vrios rgos, sendo esses decorrentes de uma inflamao, ocasionada por um desequilbrio no sistema imunolgico da pessoa, fazendo com que ela produza uma quantidade aumentada de anticorpos.So exatamente esses anticorpos que tm a capacidade de reagir contra protenas do nosso prprio organismo, que estabelecem o conceito de doena autoimune, explica o especialista da Sociedade Brasileira de Reumatologia.3. Lpus depende de herana gentica mas est relacionado a fatores ambientais.Vale ressaltar que o sistema imune desenhado para proteger o corpo humano de bactrias, vrus e outros patgenos. No caso das doenas autoimunes, de forma geral, ele identifica partes do prprio corpo como patgenos e as ataca.Mas no possvel definir uma nica causa para este engano inicial no sistema imune. Acredita-se na combinao de tendncias genticas com fatores ambientais entre eles, no s a irradiao ultravioleta, mas tambm o tabaco, conforme destaca o especialista Klumb.4. Existem dois tipos de lpus: sistmico e cutneo.Evandro Klumb destaca que existem dois tipos de lpus: um o sistmico, caracterstico por apresentar sintomas em vrios rgos, como pele, pulmes, corao, rins, alm de articulaes e outros, podendo ter um curso grave ou no. Nesta forma sistmica, tambm so comuns sintomas gerais com cansao, desnimo, anemia, febre baixa e emagrecimento, destaca.O segundo tipo, ainda de acordo com o mdico, uma doena que s apresenta sintomas na pele, ou seja, no h qualquer manifestao nos outros rgos e denominado lpus cutneo.5. O lpus pode apresentar sintomas bastante variados.Evandro Klumb refora que o lpus eritematoso sistmico (LES) desencadeia sintomas que podem surgir em diversos rgos, de forma lenta e progressiva (meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remisso.O reumatologista destaca que, nas fases iniciais do LES, principalmente, os sintomas que mais incomodam so:Desnimo;Cansao;Perda de apetite.Ainda de acordo com Klumb, a maioria das pessoas com LES tambm pode apresentar, em algum momento:Dor nas juntas, s vezes tambm com inchao (artrite).Alm disso, de forma geral, conforme destaca o reumatologista Klumb, pelo menos 50% dos portadores de lpus ter, em algum momento da doena:Inflamao na pleura (membrana que recobre os pulmes) ou no pericrdio (membrana que recobre o corao);Inflamao nos rins, que no determina dor, necessariamente, mas sim a perda de protenas na urina, inchao nas pernas e no rosto, hipertenso arterial e, nos casos mais graves, insuficincia renal com necessidade de hemodilise.J no caso do lpus cutneo, os sintomas ocorrem somente na pele. Pode ocorrer, de forma geral:Hipersensibilidade luz (vermelhido/ inflamao da pele nas partes expostas luz, como rosto e colo);Manchas;Perda de cabelo.O especialista Klumb ressalta que qualquer rgo ou tecido pode ser envolvido pela inflamao que ocorre no lpus, mas alguns so particularmente preocupantes. Na pele do rosto, por exemplo, a pessoa pode ficar com marcas e, por isso, estigmatizada, o que determina diminuio da autoestima, principalmente para as mulheres, diz.6. O lpus mais prevalente entre as mulheres do que entre os homens.Evandro Klumb explica que a doena pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raa e sexo, porm as mulheres so muito mais acometidas, principalmente, na faixa etria entre 20 e 45 anos.Ainda de acordo com o mdico, estima-se que 120 mil a 250 mil pessoas tenham Lpus Eritematoso Sistmico (LES) no Brasil. 1 a cada 1.000 mulheres, no Brasil, so portadoras de Lpus Eritematoso Sistmico (LES). No Rio de Janeiro, estima-se que a doena afeta entre 8 a 14 mil pessoas. Em So Paulo, os especialistas estimam a existncia de 12 a 18 mil portadoras de LES, acrescenta Klumb.7. O tratamento do lpus varia de acordo com a gravidade da doena.O diagnstico do LES feito pelo mdico reumatologista que reconhece os sintomas caractersticos da doena, com associao a exames que incluem hemograma, avaliao dos rins e pesquisa dos distrbios imunolgicos prprios da doena.O tratamento do portador de lpus, de acordo com Evandro Klumb, depende do tipo de manifestao apresentada e deve ser individualizado. O objetivo reequilibrar o sistema imunolgico, alm de controlar dor e inflamao. E o tratamento comea pela conscientizao do paciente, explica.A intensidade com que se busca esse reequilbrio (do sistema imunolgico) e a quantidade de medicamentos necessrios para esse controle, depende fundamentalmente da gravidade e extenso da doena, de acordo com o mdico:Casos iniciais e mais leves: pode-se usar apenas a cloroquina ou hidroxicloroquina (que so imunomoduladores) e analgsicos.Casos mais avanados ou mais graves: pode-se fazer necessrio o emprego de corticosteroides (cortisona), imunossupressores e, mais modernamente, tambm alguns medicamentos denominados de agentes biolgicos como terapia mssel ou terapia alvo.O especialista acrescenta que algumas medidas so fundamentais para o reequilbrio imunolgico do portador de lpus:Medidas de proteo contra a claridade ou irradiao solar (com o uso de fotoprotetores),Suspenso do tabagismo,Afastamento de condies de estresse,Alimentao balanceada,Repouso adequado,Atividade fsica regular.8. Ainda no possvel falar em cura do lpus, mas em controle da doena.Na atualidade, ainda no possvel falar em cura do lpus, mas em controle da doena, destaca Klumb. Existem inmeras pessoas com LES que usam apenas cloroquina (medicamento) e medidas gerais com um bom controle da doena, diz.No entanto, ressalta o mdico, a maioria ir precisar de um acompanhamento regular, a cada trs ou seis meses, com um reumatologista. Pois, em caso de uma reativao dos sintomas da doena, esses devem ser controlados logo no incio, permitindo que a pessoa rapidamente reequilibre o seu sistema imunolgico e recupere sua sade, explica.9. A maioria das pessoas com lpus levam uma vida normal.Hoje, podemos afirmar que a maioria das pessoas com lpus leva uma vida relativamente normal, ainda que essa normalidade seja flutuante e dependa de um acompanhamento regular com o reumatologista, comenta o especialista Klumb.10. Lpus no uma doena contagiosa e nem hereditria.Embora muita gente tenha dvidas sobre isso, mito dizer que o lpus uma doena contagiosa. Ela uma doena inflamatria, autoimune e crnica.No que diz respeito hereditariedade, este outro mito. Especialistas acreditam na predisposio gentica, mas no na hereditariedade ou seja, no porque a me de uma pessoa tem a doena, por exemplo, que ela tambm ter.Outro mito dizer que a paciente com lpus nunca poder ter filhos. Embora a gravidez no seja indicada enquanto a doena estiver em atividade, a mulher poder, sim, engravidar, desde que com planejamento e autorizao do mdico.Por fim, vale destacar que consenso entre os especialistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) que cada vez mais surgem novos conhecimentos acerca dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento do Lpus Eritematoso Sistmico (LES). Com isso, surgem tambm novos medicamentos, com mais eficcia e menos efeitos adversos.

ConsequnciasComo a doena pode acometer diversos rgos, principalmente se no for tratada corretamente, suas consequncias so variadas, podendo desencadear diversos tipos de comprometimentos, como por exemplo: cutneo (leses de pele); articular (artrite intermitente); hematolgico (anemia); cardaco (pericardite e aterosclerose); pulmonar (inflamao da pleura e hipertenso); insuficincia renal (mal funcionamento dos rins); neuropsiquitrico (desordens de humor, de movimento e de ansiedade, cefaleia, convulses e psicose, dentre outros)1. Leia em Sinais e Sintomas mais informaes a respeito.Algumas pessoas apresentam quadros mais leves do lpus, envolvendo apenas a pele2.