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Conforme já contei em outra ocasião, a dupla Valizi & Valizinho (formada por mim e pelo meu saudoso irmão Osvaldo Valizi) teve início lá na fazenda onde morávamos, quando ainda éramos ado- lescentes. Alguns anos depois, em 1952, iniciamos nossas apresentações na Rádio Cultura AM de Ituverava-SP, através do programa de auditório “Brasil Sertanejo”; posteriormente, junto com o nosso amigo acordeonista Oswaldinho, formamos o trio Valizi, Valizinho e Oswaldinho. As apre- sentações no “Brasil Sertanejo” segui- ram-se por muitos anos. Em 1958, já sem o acordeonista Oswaldinho (que havia se mudado para São Paulo-SP), quase conse- guimos ingressar na Rádio Bandeirantes, o que não se concrezou porque às vésperas da nossa estreia o Valizinho adoeceu e vemos que retornar para Ituverava, por recomendação médica. Apesar disso, ali- mentávamos ainda o sonho de gravarmos um disco com nossas músicas. Mas naquela época era muito dicil fazer a gravação, porque mesmo nas cidades grandes do interior não havia gravadora; só mesmo indo para São Paulo, capital. Em certa ocasião, o meu concunha- do Devair (in memoriam), que morava em Santo André-SP, veio com a família dele passar o Natal aqui em Ituverava. O Devair nha um amigo lá em Santo André que nha uma dupla, a qual havia gravado um disco. E o Devair havia comentado com aquele amigo dele que eu apresenta- va um programa sertanejo aqui na Rádio Cultura, e o amigo dele pediu ao Devair que trouxesse um disco da dupla para que eu tocasse no meu programa. Eu já nha recebido aqui na rádio vários discos da gravadora Califórnia, de arstas como por exemplo Barrerito (com o Criolo), Canário e Passarinho, Praião e Prainha, Campanha e Cuiabano, Délio e Delinha, dentre outros. E quando vi que o disco da dupla do amigo do Devair nha sido gravado também pela Califórnia, fiquei animado com a possibili- dade da dupla Valizi & Valizinho também conseguir gravar um disco naquela gravadora. Naquela época, normalmente as gravadoras se interessavam em gravar somente arstas consagrados, que pudessem proporcionar uma grande vendagem de discos. Dificilmente as gra- vadoras gravavam duplas desconheci- das; mesmo assim resolvi tentar. O meu cunhado Valdemar (in memoriam) foi comigo até São Paulo-SP, e na gravadora Califórnia o diretor nos disse que gravava também duplas amadoras; porém, teríamos que pagar pela gravação, a qual nos custaria Cr$ 300 (trezentos cruzeiros), e a gravadora ainda nos forneceria 1.000 discos. Assim, agendamos a gravação para o mês de novembro de 1965. Voltei para Ituverava e nos prepa- ramos para fazer a gravação. Ensaiamos Valizi & Valizinho Há 50 anos a dupla gravava o primeiro disco (por José Valizi) (connua na próxima página) Valizi (esquerda) e Valizinho (direita) com o primeiro disco Reprodução/Arquivo pessoal

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Fazendinha do Valizi - Memórias de José Valizi 1Edição nº 05 - NOVEMBRO/2015www.valizi.com.br

Fazendinha do ValiziMemórias de José Valizi - www.valizi.com.br

Edição nº 05 - Novembro/2015

Conforme já contei em outra ocasião, a dupla Valizi & Valizinho (formada por mim e pelo meu saudoso irmão Osvaldo Valizi) teve início lá na fazenda onde morávamos, quando ainda éramos ado-lescentes. Alguns anos depois, em 1952, iniciamos nossas apresentações na Rádio Cultura AM de Ituverava-SP, através do programa de auditório “Brasil Sertanejo”; posteriormente, junto com o nosso amigo acordeonista Oswaldinho, formamos o trio Valizi, Valizinho e Oswaldinho. As apre-sentações no “Brasil Sertanejo” segui-ram-se por muitos anos. Em 1958, já sem o acordeonista Oswaldinho (que havia se mudado para São Paulo-SP), quase conse-guimos ingressar na Rádio Bandeirantes, o que não se concretizou porque às vésperas da nossa estreia o Valizinho adoeceu e tivemos que retornar para Ituverava, por recomendação médica. Apesar disso, ali-mentávamos ainda o sonho de gravarmos um disco com nossas músicas. Mas naquela

época era muito difícil fazer a gravação, porque mesmo nas cidades grandes do interior não havia gravadora; só mesmo indo para São Paulo, capital.

Em certa ocasião, o meu concunha-do Devair (in memoriam), que morava em Santo André-SP, veio com a família dele passar o Natal aqui em Ituverava. O Devair tinha um amigo lá em Santo André que tinha uma dupla, a qual havia gravado um disco. E o Devair havia comentado com aquele amigo dele que eu apresenta-va um programa sertanejo aqui na Rádio Cultura, e o amigo dele pediu ao Devair que trouxesse um disco da dupla para que eu tocasse no meu programa. Eu já tinha recebido aqui na rádio vários discos da gravadora Califórnia, de artistas como por exemplo Barrerito (com o Criolo), Canário e Passarinho, Praião e Prainha, Campanha e Cuiabano, Délio e Delinha, dentre outros. E quando vi que o disco da dupla do amigo do Devair tinha sido gravado também pela

Califórnia, fiquei animado com a possibili-dade da dupla Valizi & Valizinho também conseguir gravar um disco naquela gravadora.

Naquela época, normalmente as gravadoras se interessavam em gravar somente artistas consagrados, que pudessem proporcionar uma grande vendagem de discos. Dificilmente as gra-vadoras gravavam duplas desconheci-das; mesmo assim resolvi tentar. O meu cunhado Valdemar (in memoriam) foi comigo até São Paulo-SP, e na gravadora Califórnia o diretor nos disse que gravava também duplas amadoras; porém, teríamos que pagar pela gravação, a qual nos custaria Cr$ 300 (trezentos cruzeiros), e a gravadora ainda nos forneceria 1.000 discos. Assim, agendamos a gravação para o mês de novembro de 1965.

Voltei para Ituverava e nos prepa-ramos para fazer a gravação. Ensaiamos

Valizi & ValizinhoHá 50 anos a dupla gravava o primeiro disco

(por José Valizi)

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Valizi (esquerda) e Valizinho (direita) com o primeiro disco

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Fazendinha do Valizi - Memórias de José Valizi2 Edição nº 05 - NOVEMBRO/2015 www.valizi.com.br

A Rádio Cultura AM de Ituverava-SP surgiu no final da déca-da de 1940. Foi fundada pelos irmãos Nunes (Michel, Dib e Jorge Nunes), que eram também proprietários do Cine Rosário. A pri-meira sede da rádio ficava situada na rua Cel. José Nunes da Silva, no quarteirão entre a Av. Dr. Soares de Oliveira e a rua Dr. Ademar de Barros, no lugar onde atualmente funcionam o consultório odontológico do Dr. Jesus Bento Anunciação e outros estabele-cimentos comerciais (veja foto 1). O prédio era próprio e, além dos estúdios, dispunha de um auditório onde eram realizados programas ao vivo, com apresentação de duplas, trios, crianças e jovens. Inclusive, foi naquele auditório que a dupla Valizi & Valizi-nho (que depois se transformou no trio Valizi, Valizinho e Oswal-

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bem duas músicas de autoria do Valizinho: “Amor Fantasma” e “No Dia das Mães”. A música “No Dia das Mães” precisaria de uma menina para declamar um trecho; o diretor da gravadora nos disse que não era necessário levarmos uma menina, porque ele conseguiria uma lá da capital, que já estava acostumada a gravar com outros artistas. Porém, chegado o dia e o momento de gravarmos, a tal menina que o diretor da gravadora ficou de conseguir não pôde comparecer; e então, na última

hora, no lugar da música “No Dia das Mães” gravamos o “Xote da Despedida”.

Até então, o nome artístico da nossa dupla era Zé Valizi & Valizinho, mas por sugestão da gravadora passamos a adotar o nome artístico Valizi & Valizinho. Ficamos também muito emocionados porque o sanfoneiro que nos acompanhou durante a gravação do nosso disco foi o Perigoso, de quem gostávamos muito porque ele já tinha gravado também com outros artistas já consagrados. E assim, aquele foi o

primeiro e único disco gravado pela dupla Valizi & Valizinho. O Valizinho compôs várias outras músicas, as quais cantávamos no programa “Brasil Sertanejo” da Rádio Cultura de Ituverava. Quem sabe algum dia eu ainda consiga gravar um CD com essas músicas, como uma homenagem, um tributo ao Valizinho. FV Para você que não tem o disco original (nem o CD) e deseja ouvir as músicas, elas estão disponíveis no site www.valizi.com.br.

Sedes da Rádio CulturaConheça os locais onde a rádio

funcionou, desde a sua inauguração até os dias atuais

(por José Valizi)

dinho) se apresentou pela primeira vez no programa “Brasil Sertanejo”, e prosseguiu com suas apresentações por vários anos. O programa era atração musical da cidade, e a população lotava o auditório aos domin-gos, para ver as apresentações, tendo sido Nelson Cordaro um dos apresentadores do programa.

Ainda funcionando naquela primei-ra sede, a Rádio Cultura foi comprada pelo Pérsio de Piratininga Assumpção Sen, e lá continuou estabelecida por muito tempo. Depois o Pérsio vendeu aquele imóvel e alugou um outro local (um sobrado), para onde transferiu as instalações da rádio. O sobrado, que existe até hoje (veja foto 2), ficava situado na mesma rua, a um quartei-

rão de distância do local anterior, ou seja: na quadra entre a rua Dr. Ademar de Bar-ros e a praça da igreja matriz (a então praça Rui Barbosa; atualmente, praça Dep. Hél-vio Nunes da Silva). Foi naquela segunda sede que comecei o programa “Fazendinha do Valizi”, em 1961. Algum tempo depois, a emissora foi vendida para o Sr. José de Frei-tas, que após 7 meses a vendeu para José Maurício Amêndola e Domingos Ramos Fernandes, e estes transferiram provisoria-mente as instalações da rádio para o salão da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (veja foto 3).

Depois de algum tempo, a rádio foi transferida para um imóvel residencial si-tuado na rua Dr. Getúlio Vargas, no quar-

teirão entre as ruas Cap. Hilário Alves de Freitas e Cel. José Nunes da Silva (veja foto 4). Daquele local, a rádio foi transferida para o então Hotel Caiçara, atualmente Dômus Hotel (veja foto 5), sendo instala-da no último andar daquele prédio. A rá-dio foi então comprada por José Nelson de Carvalho e instalada em outro imóvel residencial situado próximo daquele hotel, mais precisamente na rua Cap. Euclides Barbosa Lima, no quarteirão entre a praça Dez de Março e a rua Maj. Domingos Ri-beiro dos Santos (veja foto 6).

Depois o José Nelson comprou um imóvel residencial, situado na rua Dr. Ade-mar de Barros, no quarteirão entre as ruas

Nelson Cordaro (esquerda) e José Valizi (direita) em frente ao local onde, no passado, funcionou a 1ª sede da Rádio Cultura de Ituverava

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(5) Foto atual do local da 5ª sede (6) Foto atual do local da 6ª sede (7) Foto atual do local da 7ª sede (8) Foto da atual sede da rádio

(1) Foto atual do local da 1ª sede (2) Foto atual do local da 2ª sede (3) Foto atual do local da 3ª sede (4) Foto atual do local da 4ª sede

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Fazendinha do Valizi - Memórias de José Valizi 3Edição nº 05 - NOVEMBRO/2015www.valizi.com.br

Músicas de Valizi & Valizinho(por José Valizi)

Bate-papo

Muitos anos atrás, talvez no final da década de 1950 ou início da de 1960, passaram por Ituverava-SP uns missionários, os quais permaneceram em nossa cidade durante uma semana, rea-lizando os seus trabalhos. Na praça da igreja matriz Nossa Senho-ra do Carmo existe um cruzeiro de madeira (veja a foto acima).

Aquele cruzeiro foi colocado durante a estadia daqueles missionários em Ituverava. Inclusive, o meu pai (Júlio Valisi) foi uma das pessoas que ajudou a carregar aquele cruzeiro, em pro-cissão, até o local onde ele foi colocado. E assim, inspirado naque-le acontecimento, o meu irmão e companheiro de dupla Valizinho compôs a música “Santas Missões”; veja a letra abaixo. FV

“Santas Missões” (moda campeira)(Letra e música de Valizinho)

Em 7 de agosto, em nossa cidadeCobriu de encanto e de felicidadeChegaram os missionários, padre da igualdadeDando bons conselhos pra humanidadeTrouxeram, coberta com um manto de anil,A imagem da Padroeira do BrasilO povo esperando, não sei quantas mil,Recebeu contente, com esforço gentil

Muitas mil pessoas, durante as missõesForam na igreja, cumprir a religiãoFelizes, confessaram e fizeram a comunhãoReceberam Jesus no seu coraçãoEntre as procissões, a das bandeirinhas,Com todas as crianças, que no lugar tinhaQuando caminhava, um ar puro vinhaEra Jesus beijando todas as criancinhas

Todos separados, teve a conferênciaAos doentes, a comunhão foi nas residênciasAté os prisioneiros, fizeram sua penitênciaReceberam a hóstia pelas ReverênciasE os missionários foram aos hospitaisDar a comunhão aos que sofrem demaisDeram bons conselhos às moças e rapazesMostraram bom caminho aos filhos e aos pais

Teve a procissão, toda luminosaCarregando a santa, que é milagrosaPlantaram o Cruzeiro entre as flores e as rosasNaquele jardim, na praça famosaE os missionários, depois das bênçãosForam se despedindo de todos os cristãosDeixaram para nós a recordaçãoDos dias felizes das Santas Missões.

Em visita recente ao meu irmão Jonas Valize, tivemos um bate-papo sobre nossas trajetórias no rádio (para quem ainda não sabia, quando comecei o programa “Fazendinha do Valizi” o Jonas já trabalhava na Rádio Cultura de Ituverava), falamos também um pouco sobre a dupla Valizi & Valizinho e recordamos outras coisas mais. (por José Valizi) FV Assista ao vídeo dessa nossa conversa no site www.valizi.com.br.

Maj. Joaquim Pedro Pereira e Cel. Dionísio Barbosa Sandoval, e transferiu a rádio para lá, onde permaneceu por vários anos. O local exato é onde atualmente funciona a loja Tend Tudo Departa-mentos (veja foto 7). Foi naquele local que comecei a apresentar o meu outro programa de rádio: “Viola Fora de Hora”. Ainda naque-le local, a rádio foi vendida para Djalma Zanoli. Posteriormente, foi vendida para Raze Rezek (de Barretos-SP), que posteriormente adquiriu um imóvel em construção e, depois de terminar a obra, transferiu a rádio para lá, que é o local onde está atualmente ins-talada, na avenida Dr. Soares de Oliveira (veja foto 8).

E assim, relembramos todos os locais onde a Rádio Cultura AM de Ituverava funcionou, desde a sua inauguração até os dias atuais. No primeiro local foi onde a dupla Valizi & Valizinho iniciou sua carreira artística no rádio. E nos demais locais, onde durante 40 anos apresentei o saudoso programa Fazendinha do Valizi. FV Assista ao vídeo relacionado a este artigo no site www.valizi.com.br.

Zé Valizi e AmigosRecebi em minha imaginária fazendinha a visita dos amigos

Chiquinho e Oscar Rosa (irmãos), Omildes de Paula (Têti) e Fábio Rodrigues Pereira, ocasião em que recordamos alguns causos e estórias. (por José Valizi) FV Assista aos vídeos, com trechos desse encontro, no site www.valizi.com.br.

José Valizi (esquerda) e seu irmão Jonas Valize (direita)

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Cruzeiro de madeira na praça da igreja matriz Nossa Senhora do Carmo

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A partir da esquerda: Chiquinho Rosa, Zé Valizi, Oscar Rosa, Omildes de Paula (Têti) e Fábio Rodrigues Pereira

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Fazendinha do Valizi - Memórias de José Valizi4 Edição nº 05 - NOVEMBRO/2015 www.valizi.com.br

EXPEDIENTE: Esta publicação é uma divulgação complementar do website www.valizi.com.br (Fazendinha do Valizi - Memórias de José Valizi). Projeto elaborado por: PORTAL ONDE IR - www.ondeir.combr. Tiragem: 3.000 exemplares. Reprodução: não está autorizada a reprodução do conteúdo deste informatino em nenhum outro site na internet; para a reprodução em outras mídias impressas, deverá ser-nos solicitada autorização prévia, e também constar a fonte (www.valizi.com.br). CONTATO: Rua Dr. Fernando Costa, 62 - Centro - CEP 14500-000 - ITUVERAVA-SP - E-mail: [email protected] - Telefone (16) 3839-1624.

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Estórias e causos da fazendinha(por José Valizi)

Os óculos das vacasAqui na fazendinha, certa vez aconte-

ceu uma estiagem muito prolongada. O pasto ficou todo seco, dificultando a ali-mentação das vacas, e estas começaram a ficar magrinhas. E o tempo não dava nem sinal de chuva. Então tive uma ideia: man-dei fazer numa ótica da cidade um monte de óculos com armação bem grande e len-tes verdes, e pedi para os meus vaqueiros Zezão e Manduco colocarem um óculos em cada vaca. Como as lentes eram verdes, as vacas enxergaram o pasto todo verdinho e começaram a comer capim seco pensando que era verde; com isso, elas mataram a fome e voltaram a engordar.

O trem de ferroA linha do trem de ferro passava den-

tro da fazendinha. Em certo ponto, a linha tinha uma subida. Quando chovia, o trem patinava e não conseguia subir o morro. Então, o maquinista dava marcha à ré no

trem, saía do trilho, pegava um desvio na estrada de chão, passava em frente à sede da fazenda, contornando o morro, e pe-gava novamente a estrada de ferro mais adiante, prosseguindo a viagem.

Os buracos da estradaQuando dava chuva muito pesada na

fazendinha, a enxurrada abria enormes buracos nas estradas de chão, e as carroças e carros de bois não conseguiam passar. Então, a gente reunia a turma da fazenda, todo mundo com enxadão, enxada, picare-ta e pá, e cavávamos em volta dos buracos e virávamos todos eles de boca para baixo, deixando as estradas consertadas.

Açúcar na hortaEu costumava falar no meu programa

que durante o mês de fevereiro era época de colocar açúcar no canteiro de cebolinha, pois elas ficavam mais viçosas e gostosas. Certo dia, um pedreiro da cidade veio me

dizer que o filho dele, uma criança, ouviu eu dizer isso no rádio e, sem que a mãe dele percebesse, foi lá na cozinha, pegou um saco de açúcar e despejou todinho no canteiro de cebolinha que eles tinham no quintal. Quando a mãe do menino viu o que ele tinha feito, ficou muito brava, e o moleque explicou que “foi o Zé Valizi que falou no rádio para fazer aquilo”. Depois que o pedreiro me contou o ocorrido, fa-lei que eu não faria mais essas brincadei-ras que pudessem dar prejuízo ao ouvinte. Mas na verdade, o pedreiro deu foi muita risada da arte que o filho dele fez. FV

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