FELIZMENTE HÁ LUAR

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ANLISE DA: ESTRUTURA ESPAO LINGUAGEM EESTILOTRABALHO REALIZDO POR: ANA TERESA SANTOS DANIELA ROSA HUGO JESUS JOO MACHADO PORTUGUS PROF MARCELA NEVES 2011/2012

ESTRUTURA DA PEA

ESTRUTURA DA PEA INTERNANo se trata de uma obra que respeite a forma clssica nem obedea regra das trs unidades (de lugar, de tempo e de aco)

No entanto o esquema clssico est implcito (exposio, conflito, desenlace):Exposio - apresentao das personagens e abordagem do conflito Conflito - (ascedente e descendente) expe-se de forma gradual, passando pelo ponto mais alto da intensidade dramtica - o Clmax Desenlace - desfecho do clmax A apresentao dos acontecimentos processa-se pela ordem natural e linear em que ocorrem, facilitando assim a sua compreenso

ESTRUTURA DA PEA - EXTERNA

ActosEsta a diviso principal das peas de teatro, que consiste na mudana de cenrio ou simplesmente numa pausa necessria. A diviso desta pea feita exclusivamente por dois actos que correspondem a dois dias

CenasUma cena a subdiviso de um acto durante o qual as mesmas personagens ocupam a cena, assistindo-se entrada e sada de personagens. Esta pea no apresenta uma subdiviso em cenas Exemplo: Quando, no incio do primeiro acto, uma voz interrompe Vicente para avisar que a polcia tinha chegado, assiste-se a uma mudana de cena, com a entrada de dois polcias pela esquerda do palco

ESTRUTURA DA PEA EXTERNA

QuadrosUm quadro consiste num grupo de personagens em cena que tm atitudes que so conservadas por alguns instantes Exemplo: Seguindo o mesmo exemplo anterior, quando os populares dispersam, e a luz de fundo diminui de intensidade at desaparecer completamente para de seguida iluminar os dois polcias e Vicente, inicia-se um novo quadro

ESPAO

ESPAODiviso

Fsico

Psicolgico

Social

Cnico

So as didasclias e as falas das personagens que do algumas referncias...

ESPAO FSICO...espao real, que serve de cenrio ao que se desenrola. neste espao que se movem as personagens...

Trs espaos principais:Sede da regncia (Baixa lisboeta) Casa do General (Rato) Serra de Santos Antnio (junto ao Forte de S.Julio da Barra, onde se assiste as fogueiras)

Outros lugares importantes: Ruas de Lisboa Masmorra de S.Juliao da Barra

ESPAO FSICO

Rua VS Palcio

Ideais de liberdade e simplicidade do povo Misria e opresso Conforto social e econmico

Represso e tirania

ESPAO CNICO...espao teatral no qual os atores representam a pea. Este espao muitas vezes pr-definido pelo autor, com bastantes detalhes como o caso desta pea...

ExemploAs cenas de Manuel, situado num espao cnico dominado pela escurido, subitamente exposto luz, ocupando um lugar frente do palco.

ESPAO SOCIAL...espao que caracteriza o meio social, econmico, ideolgico e cultural em que as personagens se inserem... Define as classes e grupos sociais das personagens atravs das suas mentalidades, costumes, crenas, valores, tradies e posio na sociedade. Duas classes sociais: PovoPobreza, doena e misria Vesturio andrajoso, Sacos e caixotes que servem de acomodaes, Continuo mendigar.

PoderososRiqueza ostensiva e arrogncia Guarda-roupa cuidado Cadeiras como tronos.

ESPAO SOCIAL

Destacando-se este espao aspecto como:

Conflitos polticos / sociais Valores sociais em crise A recusa do progresso e da cultura A corrupo, a imoralidade e a injustia dos polticos A ambio mesquinha e a conspirao A traio, a conspirao generalizada A condenao dos ideais manicos Os caprichos pessoais dos poderosos contra a vontade do povo

ESPAO PSICOLOGICO... espao interior de uma personagem, abarcando as suas vivncias, os seus pensamentos e sentimentos...

ExemploRecordaes de Matilde de uma felicidade passada ao lado de Gomes Freire, remetendo para o carcter redentor e purificador do amor, em contraste com a violncia e a hipocrisia da sociedade

LINGUAGEM E ESTILO

LINGUAGEMOralidade / Ironia crtica

A linguagem da obra natural, viva e prxima do discurso oral A linguagem surge dominada pela ironia e pelo sarcasmo

A linguagem tradutora das emoes das personagens

atravs de interrogaes, exclamaes, oraes coordenadas, construes sintcticas simples, redundncias e pleonasmos. Uso de um vocabulrio familiar e popular. Emoes dadas atravs de: hesitaes, interrupes...

LINGUAGEMConflito poder / antipoderA linguagem traduz o conflito entre o poder e o antipoder

1 A linguagem dos representantes do poder evidencia um sentido prtico,utilitrio e material da vida. As falas so mais longas, excessivamente discursivas.

2 A voz do contrapoder (Matilde, povo) ganha frequentemente um sentidopotico, expondo a afectividade e os dramas interiores das personagens. A ironia, porm, funciona como denncia crtica da hipocrisia e da violncia dos que representam o poder.

O discurso do autor/encenador essencialmente valorativo, uma vez que convida o espectador a assumir uma atitude crtica em relao aos factos apresentados.

NIVEL LEXICAL

O lxico remetendo para o domnio polticoreino, nobreza, povo, ptria, patriotas, poltica, conspiraes, revolta

O lxico de carcter religiosorebanho, ovelhas, salvador, Senhor, Cristo, Deus, Dia do Juzo, almas, condenao, divina

ESTILOA confirmar a intencionalidade crtica da obra, de salientar a importncia do discurso das personagens, que assume variadas funcionalidades:O estilo salazarista utilizado por D. Miguel, cuja tnica essencial a defesa da Ptria e dos ideais patriticos. O tom didctico empregue pela personagem confirma a demagogia poltica das suas intervenes (49,59). A retrica jesutica usada pelo Principal Sousa deixa escapar o abuso da Igreja, ao reivindicar como vontade divina aquilo que no passava de interesses de ordem poltica (37, 40, 59).

A ironia que marca o discurso mordaz de Beresford deixa perceber a diferena cultural entre Portugal e Inglaterra (56, 57).

ESTILO

O discurso dos populares desolador e resignado, embora seja tambm irnico e acusador (16, 78, 106).

O uso do latim, que ocorre no momento da sentena e da execuo, funciona como denncia de uma sociedade arcaica e regida por valores caducos e estritamente vinculados a uma hierarquia social (98, 134).

O tom de lamento usado por Matilde, perante a perda do seu homem e do seu amor (90), d lugar contestao, acusao mordaz (128-129) e profecia de um futuro regenerador (140).