FERNANDO MP CARDOSO A L M- - amigoscoimbra70.pt · e e 1n.1m1go ac J.co. oe nao ex1s em var1cs...

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. . N / : I O 1 A L ·. . A I I .. . M- I . . . J ' . .•. FERNANDO MP CARDOSO -SITUAÇÃO PoLÍTIC!\ e ! EI�VN Ç 00 DtlfCr_!DO 00 C.C. �·pri ordi�l primeiro que tudo , cl�rific2r clguns conceitos que e-stão uit er: .vcg. ler u. lado c concaito inimigo (de classe), .por outro lado c c0�ceito de·astrat�gi, de tfctica, o conceito c�m pn�to de inini go estrat�gico de �ní�igo t�ctico, por outro . lado�o conceitó de classes s�ciais, fo_·ças sociais, etc. E um outro, que con sidero i�portenteg a nossa juventude e a necessidade da{ decorrente - de nos-estudarmos, par·icular�eEte aqueles que S-0 ainda �:ais jovens c�mo . ocês cqmaradas, par::. apreedermos a riqueza do conhecimento, da .experiência acumulada do L.C.I., para poc8rmos estar armados com ar- mas bastante boas · para. apreciar a situação em Portug l · e d�senccdear · . e onduzir a revoluçã. o. aqú' i· uma s�rie de cohfusões acerca disto. as .por ouro lado ta,_.b�m quero ·passar a outra questão que a pouca _ligaç� o que se faz, nas in- tervençõo.s Cos ccmaradas que vieram aqmi falar, da �ua análise da .s�tuaç�o �olftica eo� a linha de direita que :�aracterizou a OCI'.L} at-é há pouco tempo. Salvo o 22 camarada (o), poucos se referiram a isto. queri� clarificar estes conceitos , queria ta�b�! r8forçar nesta cl.� rificaç�o a nec· essidade de 'estudar os clássicos do m-1 e a experi- ência• acumulada .com as revoluções proletárias no muno que se de- sencade�ram, que j� se ccn6�etizaram, de modo a que n6s possaos c clorificar ainda :elhor esses ts.is conceitos. ·· . _ _ G; - P. P - i ; t. o .�. _ i _ :l_ i m i ... .9 .. . 9.i§ _ _ P.�. r . i g!i _ _ e __ �_jp . _ i _i_ PF(�..� J..�.�- Fa·iase que o inimigo.· rirci . �al. de ;.covo porugues e o que dizem cePtDs ·camaradas i,) hegemo:1.i� cas s.;perpctência�, ou ·a lu ta pela heg�monia �as 2 �uperFotancias. t u facto.,· . isso uma ex?eriência j� a�uulada a h� mais de 50 �nos o encarada Lenine disse que na era do imperialis�o Q s�a �rinciapl disputa a hegemonia. IJn era do so- cial-imperialismc a s11a rincipal disputa á a disputa · entre as duas. superpotências, entre os 2 tipos de imperia lism os , alám de existir uma contrndição secundária , a dis ; mtc. ent:ce os pc. Íses i:peri-3.listas enetr� si . Realm ente esse o inimigo p�in�ipal dos ?OVOS de todo o mudo . Forque á que é '"princi·al? orque ales s·e opoem 2 revol uç-o, porque eles são contra-revclucio nários, porque eles visam perpetuar o regime ce dominação e ex9loraç�o que é no f�nQm o cayitalismo. . . . Se este conceito está r.1ais ou men:.s clarificado para a maioria de n6s, não o est2.va para a dos ex-dirige�·ées da OCLLP. E nãq , . astavn porquê. Forque eles cbm9reedera� ffial estas �uest5Gs. Nas int,r-·. vanções recentes ou relativaQebte recer-tes de alguns partidos irma�s , e não o compreend eram que essas intervenções erar a evoluçãó da ·tal &xperiência _ c.dquirida, do conhecimento acumulado, não compreendera que esta definição não era 3ova, mas si� a s�a a�at aç ão a uma era moderna. Até na pr6pria F.k. 2 , na parte da situação i3tera6iona1· n6s pensámos que 1� é definido como inimigo principal dos povo� fte todo o mundo o hegemo�i smd das superpot�ncias, mas isso aparece-com os�ilações. Logo ma_ is à frente o social-imperialismo aparece coo o �·r ' " , t . - 5 . d t t JnJ.mJ.go ma1s per1gcso . - a con raa1çoes er . ou .o p:-g1nas e ex o , . mm u �\ que não s�c suficieptes para definir uma linha polÍtica. · ; BICEITlCl' · n- g_ o _ e _ s _ t F. a . t _ g ico . _ e _ i ;L_r n i _g,o _ t _ actico ' 25 tErAIL Cex-controeiro dis�e que não conco rcn com isco de inimigo estr - · · .�t, . d . . . t' t' .� - . t ' . . ' . · ' Z / t. eg1co e e 1n.1m1go ac J.co. oe nao ex1s em var1cs 1n1gos segunao · objectivo estrat�gice segu�do um objectivo t�ctico quer dizer que· p pa�tido de clas�e cper�ria pode f�zer a revoluç�Q quahdm qtiserl �as no ,-. ode fazer a revolução C{'ando qmiser pois as condições mate- riais determinam o ti?O �e inimigos que e xistem e �esmo na revoluç;o fases, tamb�m �e�ende �o tipo de ini2ig os q�e existe·· , dos objec- tivos e interessas desses ini�igos.Explicand� isto mais no concreto. -1-

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N /.\ C,: I O 1\( A L

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FERNANDO MP CARDOSO

-SITUAÇÃO PoLÍTIC!\ e ! l'!.fEI�Vf:N Ç.A·..'l 00 DtlfCr_!.\DO 00 C.C. �·pri ordi�l primeiro que tudo , cl�rific2r clguns conceitos que

e-stão ;-,1uitc, er:. .vcg'=l.. ler u::-. lado c concaito dà inimigo (de classe), .por outro lado c c0�ceito de·astrat�gi�, de tfctica, o conceito c�m pn�to de inini go estrat�gico � de �ní�igo t�ctico, por outro . lado�o conceitó de classes s�ciais, fo_·ças sociais, etc. E um outro, que con sidero i�portenteg a nossa juventude e a necessidade da{ decorrente -de nos-estudarmos, par·:;icular�eEte aqueles que S-0 ainda. �:ais jovens c�mo . .vocês cqmaradas, par::. apreedermos a riqueza do conhecimento, da

.experiência acumulada do L.C.I., para poc8rmos estar armados com ar­mas bastante boas ·para. apreciar a situação em Portug.:::.l· e d�sencc.dear

·.e :conduzir a revoluçã.o. Eá aqú'i· uma s�rie de cohfusões acerca disto. l4as .por oudlro lado ta,_.b�m quero ·passar a outra questão que � a pouca _ligaç� o que se faz, nas in-tervençõo..s C.os cc.maradas que vieram aqmi falar, da �ua análise da .s�tuaç�o �olftica eo� a linha de direita que :�aracterizou a OCI'.L} at-é há pouco tempo. Salvo o 22 camarada (o), poucos se referiram a isto.

queri� clarificar estes conceitos , queria ta�b�! r8forçar nesta cl.� rificaç�o a nec·essidade de 'estudar os clássicos do m-1 e a experi­ência• acumulada .com as revoluções proletárias no mun.do que já se de­sencade�ram, que j� se ccn6�etizaram, de modo a que n6s possailios c clo.rificar ainda ::::elhor esses ts.is conceitos.

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cePtDs ·camaradas i,) � a· hegemo:.1.i� cas s.;perpctência�, ou ·a lu ta pela heg�monia �as 2 �uperFotancias. t urn facto.,·. isso � uma ex?eriência j� a�ufuulada a h� mais de 50 �nos o encarada Lenine disse que na era do imperialis�o Q s�a �rinciapl disputa � a hegemonia. IJn era do so­cial-imperialismc a s11a :principal disputa á a disputa · entre as duas. superpotências, entre os 2 tipos de imperia lism os , alám de existir uma contrndição secundária , a dis :;;mtc. ent:ce os pc.. Í.ses i�::peri-3.listas enetr� si • . Realm ente esse � o inimigo p�in�ipal dos ?OVOS de todo o muri.do • . Forque á que é '"princi·:-.al? � orque ales s·e opoem 2. revol uç-o, porque eles são contra-revclucionários, porque eles visam perpetuar o regime ce dominação e ex9loraç�o que é no f�nQm o cayitalismo.

... Se este conceito está r..1ais ou men:.s clarificado para a maioria de n6s, não o est2..va para a dos ex-dirige�·ées da O.CLLP. E nãq , . astavn porquê. Forque eles cbm9reedera� ffial estas �uest5Gs. Nas int,r-·. vanções recentes ou relativaQebte recer-tes de alguns partidos irma�s , e não o compreend eram que essas intervenções erar:: a evoluçãó da ·tal &xperiência_c.dquirida, do conhecimento acumulado, não compreenderare que esta definição não era 3ova, mas si� a s�a a� a � t aç ão a uma era moderna. Até na pr6pria F.k. 2 , na parte da situação i3terria6iona1· n6s pensámos que 1� é definido como inimigo principal dos povo� fte todo o mundo o hegemo�i smd das superpot�ncias, mas isso aparece-com os�ilações. Logo ma_is à frente o social-imperialismo aparece corr.o o �·r "b�

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Cex-controilieiro dis�e que não conco rcn com isco de inimigo estr�-t- · · .�� t, . d . . . t' t' .� - . t ' . . ' . · 'Z/t. eg1co e e 1n.1m1go ac J.co. oe nao ex1s em var1cs 1nur11gos segunao ·

um objectivo estrat�gic� e segu�do um objectivo t�ctico quer dizer que· p pa�tido de clas�e cper�ria pode f�zer a revoluç�Q quahdm qtiiserl 1'-�as n&:o ,-. ode fazer a revolução C{'.lando qmiser pois as condições mate-riais determinam o ti?O �e inimigos que e xistem e �esmo na revoluç;o há fases, tamb�m �e�ende �o tipo de ini2igo s q�e existe·· , dos objec-tivos e interessas desses ini�igos.Explicand� isto mais no concreto.

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Forque é que na :?as sagem do r.�u-lal�.Dmo · para o capitalismo, por exemplo 1 naquele períoco transitÓrio do modo de �rodução pré-capitalista, par� a classe operiria nascent� e �esoó para�os artesãós, o an�migo �rincipal não era a bu�gue·s·ia 'que se· afirma'va como classe social tendente à domi­nação, à substituição do yoder dos senhores feudais, porque. não era ela mas sim o feudalismo� �·arque é que numa l ª etapa da Revolução- Burguesa não é a burguesia que· é� 1nimigo.principal do proletariado, são si� a­quelas forças retrógadas� de reminiscências de outros modos de produção, que s·e opÕem a esse desenvolvi?Jento? �orque há em determinadas fases i­nimigos que'têm parte dos obje6tivos que são parte dos objectivos do pr2 letariado. Cóncretamente: por�uà é que nós dizemos que a Revolu2ão Pro� letária se �a� com aliados? Faz�se com um tino de aliados que tem·os· mesm6s objécfivo� que a cla�se operár�a9 es��ncialmente o campesinato e o sem�-proletariado. Têm objectiva�ente e essencialmente, os mesmos . intere�s�s que c proletaria�o. 1:as faz-se também coe sectores de outras cla�sas que n5o tê� os �esmoa objectivo� q�e o proietariado, são.realmea te �nimigos �ocund��io�, ,sectores de classe a neutralizar no decurso da Revolu�ão ou ap6s ·a R�;olução. Na Revolução de Outubro as classes ou · se� tores de ciaso� qua 6�tra�am na Revolução sob a direcção do proletaria­do são essen'cial_mente o proletariado, que detém a hegemonia no processo, o ca!7lpe:sinato pob:.�e, éi pequena burguesia, a intelectualidade, o semi..,; -proletariado, etc o A pequena-burguesia • •.• ( note-se ) Ora h�. bocado ouvi mos dizer que Q pequena burguesia é um sector a neutralizar, então se o é devíamos �8� muito .cuidado com ela,eles. os camaradas .bolcheviques de­viam ter muit6 cuidado co� ela. qclando afinal eles foram neutralizar sec tor·e;s da média bl:trguesin e d� �édia burgue�ia campesina o Isso decorre a_. t� d�ado3 de 19i8 ern que se d� a neutraliz�çi o dos crioponeses m�dios � neutralizaçao essa que continua o . .h 'pequena burguesia era um· sector de classe que estava na �=tevolu'ç�o 9 que fazia tacbém a :1:ev:olução .... Cons-cien­te ou inco::1.scie::1t,e. o:'1de é que essc:. .�.:::evolução ;Lria levar, ela também es­tava na .:.�evoluçao � ela era un sector de classe revolucioné.rio. Neo com os interes::;es totais:do proletariado, c'Om alguns i!lter.esses e como diz o camarada· f·�ao Tse ... ,-.';un.g� 11conscientc ou inconscientemente eles estavam· na ·�évoluç�o :'. , . dal que .- e corre que tenhamos yari os inimigos, temos ipimigo s e strategi co s .,-quando o objective est:rat'egico é fazer a revolução ou corlsolidar a revoluç.ão. Te­mos inimi80S tacticos quando a prepaaramos ou visamos efe.ctivá-la.: A 'peq1,1ena 1:ur­guesia poderia ser um ini��go tactico, rn&B nem o era; era a m�dia 1:u� �ue�ia. A autocracia, a crande turguesi a, os E snhores feudais eram u •l inimi�9 estratégico. No fundo o imperialismo era o inimigo estrategico. Agora isto em ortugal como é que isto se passa! ?O inimigo estra t égieo par� a 0onsolir�a-ção da revolução no nosa ao pais dado que o social-imperialismO e o im�erialismo são a expressão do reaco­cionarismo levado até ao máximo grau que se oponham à revolução no funào•Eles, cla­ro,que,se apresentarão co o inimigos daconsolic'lação da revolução; ��as o nosso pa­fseestafinesrà· do num dado contexto geográfico e não sõ • Em que a co'ntradição en-r _.as a"es ese . .. . t; , � , . · · .

' . N · , 1n1m1go i ;:mtem tem caracterlstlcas partlculares. Por um lado a doqnnaçao econptnica e mi itar, de crto modo do imperlalismo americano, enfim ., os seus investimentos na. Europá, com as suas contradições com o sut;imperialismo europeu e por_out�o lado com a sua àominação a nível do pacto do Atlântico, da NATO. Por um ladc l3SO ,.,,por 'Outro la,�o a agressividade do social...:.imperiauismo que neste mom,Emto concentra fcryrças. em pOntos estratégicos e que ·visa realmente c. conquistar a .Eurcpa para isolar mais facilmenté ou provocar uma rarreira ao ou­t�o i�perialismo � p_ara: no fundo o. aniquilar, para ser ele o imperialismo hegemo­�Ü�ta. Ele te�de a hegemonia, logo ele .. �ende a anular o outro imperialismo. Por- :

A frente de desde a Europa , pasandn pela África, toda- esta costa ê uma linha. Depois nb·óut�o lado temos o fim d� Ásia e ai temos o social-imperialismo • Fica'· no meio como uma fronteira terrestre que :é o Alasca, o·continete americano, A Amé­rica do N<')rte e a América d�- Sul o Ganhando a América do Sul o imperialismo está isola,;r>. Cla:.:-o que i.st0 não é as.sim tão simples, mas é isto em termos gearis. De modo que a es.tratégio do social-,!lmperailismo seja a Europa1 e não é só a Europa, mas ,taml::ém a África. O modo çomo se interligam este.s �- ''t jecti vos, a África e a �uropa:

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A África será p_ara .ccmcre+..izar o tal ob.j-ectivo primordial, que é . . a Europa, pa­ra concretizar o t ai 'cerco -� Europa e dai para fazer a tal barre-ira. Por um lado vê-se .o que se está 'a fazer. na· Africa Austral, atravás de. Angola, mais tard-e ·de

·".;. Moçamtique, por outro laàoir-se-à ver o que será desencadeado por ex • . no ·Saara ·

- 'para isolar Marrocos?. para poder ter aí tamtgmt conjugado com Portugal uma· gua--- ·ri ta para o Mediterrâneo. Bem isto pode s·er assim ou eles se�uirem outra estra-

-· tégia • Mas há casos que devemos encarar como Angola, dentro em l::reve Maçam-tique e o Saara, são objecftivos tâcticos para servir o ol::jectivo estratégico muito mais profundo , mas c). aro que esta per igoi sdade é um façto. Daí que os camaradas

. chinesee e o M:CI os ,cienqminem como um ini�igo particularmente perigoso, tem par­ticularidades: a.sua agressividade, os preparativos que faz. os planos que tê�.

'Claro que· se ·_um tem um ot jeci tvo de ataques o outro tem o ol:: jectivo no fundo, :no··míOnimo, de defesa de ·suster o avanço ilo outro. Na Europa tam�ém é assim., o: imperialismo· americano procura suster, emtora se esforce tambem para ataeêr,

.. -�em que· �a�antir aí as P?s�ç?es que domina. U� conquista out�o garante. En�ao � e n�ces$ar1o ver as po �sJ. I:1l1daes pa:ça garant+r e p ara çonqu1s t ar 1 Eu tamcem oao vejo, mu1 to l::em embo:::- a ache que o sOclal- lmpe rlallsrno. seJa part1cu arment.e perJ.-:-goso�··r:ao vcjc corno -se:rci jéLÓ in:migo mais .perigoso, talvez no tal plano es;yra:-·

-téi�co para a Europa, não para Portugal mas para a Europa. Para os �ovos ih�e- · ridos na Europa, ele_ seja já o inimigo mais perigoso no plano estr:ategico. Para

: � �r �ugal, ele 1 o inimigo principal, apresenta-se como o hegemonismo das. super­

p�tinc�a�, a disputa hegemónica das superpQtências. Nn fun�o esse é o i�imig> estrateg1co porque iHe lmpede a consolJ.daçao da revoluçao. Mas agora veJamos o casb· interno em que se pode por a questão do inimigo tactico. P11ra consolidar a

Te�blução é necessário primeiro faz&-la. Para fazªgla temos determinados aliados e determinados inimigos, para consolidá-lo� temos outros. us inim�gos não sio os mesmos. Vimos que na URSS a média burguesia foi levada na revolução sem -auelouerdp apel, p:::.ra ser neutralizada já num processo de neutralização. Os ini-m1go s mu avam v· ,_,, '- . f _, 1 � ·-r . t _ • 1mos que am�e� a pequena �urgues1a azen •< O a revo uçao Ol am-bém � na consolidação da �evolução foi neütralizada, mais adiante, mas teve. No fundo era um <.:1.-iado neut:::'al , e isto o camarada Lenine , foca bem e que de-: p_O'i'S foi necessário d�:st:nuir1 destruir enquanto cuasse, porque ela é ·O germ'en da médi'a 'curvuesia e da gran'ie, ela é c germen do capitalismr� , e isso era mau existir numa revolução socialista, ee. é imcompatível com o modo de p1.odução no­vo que se vai instalrar�

Ainda há pouco tempo· n�o compreendia isto , não o compreendia na 2ª conf. da OCMLP • . • 2 ;;textos de Lenine que ahco importantes: o prefá cio a "Como iludir o povo11 , de 1920,' 'as 2 tácticas da sor�ial-democracia, 11· a revolução _ -,roletária e- o .renegado Kautsky" (livros em que o camarada Lenine aflora alguma � destas questões ) , " a revolução de Oututro e a tactica dos l::olcheviques" •

_ ( As questões internas ) detrrminam as coisat. e nao sa9 os materialistas; a condições materias de existência , E temo:J então como esta a revoluç�o em Por­

tugal. O nosso país é um pais em que a revoludão turguesa , mal ou cem , incipiente

mas firmementr , a revolução burguesa se iniciou , através do domínio r-a bur­guesia no govrrno e no aparelho de estado em 1910 , é a implantaç�o da repfiblica.

·nevido ás cri�et.s1e �s contradiç�s internas e à necessidade de acumulaçã o da ourgues1 a cap1 a 1sta. · . ,

. - esta recorr·eu ao fasc1 smo, que desde sempre e um recurso da burguesla nos per�odos de crise. Devemos tamêem ver o fascismo em Portugal não como um fasci smo ident.ico aos outros, mas um fascismo com particulariddaes um·rascismo que se serve e é a principia apoiada por latiYundiários, por gran­des_ agrários� etc, e depois serve de"'processo, de regime de acumulação à grande cu:aguesia existente" É o períor1o que vai pe; ...-.5 ��i-r- num -período posterior à cori- · cen_tração capitalista, que cá vimos e a que ch-egou a CUF por exemplo e ou tuas empresas. do género , os gran0es monopólibs., Ao passo que nout::-.os paí �ese de ca­pitalismo avançado t em que a revol�ção burguesa se fez há muito mais tempo, 0 fascismo é já uma coisa diferente � emtorê o nosso país tamcém se tivessse t�r��?o no mesmo ; O fáscismo não e o domínio da burguesia que é ma, sanguiná-rJ.a que tem e§trs qualidades , gajõs que _gostam de dar porradn fia gente não é i�-t� • . Ele é .a. dominação de detrminada cla.sse e de determinados sec.tor�s e fracçoes de .<:>lasse. O fascismo é o domínio do capital financeiro, é ain cerli­gaçio do capital_ 'bancário c'Jm o capital 1·1dustrial � e o fascismo em p0rtugal

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dado que a sua origem foram latifundiários, a;rarlOS e alguns sectores da turguesia nascente, tinha c�)ntradições entre este sect0r da turguesia, esta fracção, e outra fracção ligada à terra, liGada à exploração colonial. ( o fascismo ) Não é uma tuE guesia que se distinga da outra fracção por ser mui to mais cruel, é uma arma natu­ral a que eles recorrem, de que se reveste a ditadura l'ur8'uesa em determinadas si­tuaÇões. :!!; a solução que a grande tur,;;uesia utiliza nara tentar salvar-se da crise. � l�var um pouco mais longe o carãc�er que tem a dominação da classe turguesa, a ditadura sotre o povo, sol:re a classe op�=?rária.

Nós vimos essas próprias contra.Jições, a guerra colonial, a sul-missão que os mo nopólios exercem sorre grandes sectores da pequena turguesia, é isso que no fundo­explica o 25 de Arril. O que é e.n termos de classe o 25 de Atril? Quem faz o 25 de Atril? Que interesses há com o 25 de Arril? O 25 de Arril é realmente desencadeado e ninguém o pode negar, por sectores da pequena e da médi-'1 turguesia. O ''.Jovim.ento dos Capitães é isso. Pelo caminho vai apanhando, ou hã infiltraç5es, a grande tur­guesia. O >'I}'A já nâo é só a pequena turguesia e sectores da média turguesia. Tem tamrérn alguns representantes da grande 1:ur,q;uesia, represç�ntantes que log0 após o 2) de Atril aparecem mui t:) mais claros. Ora a pequena turguesia no temp:J do imperi alismo sô tem uma possirilidade: ou faz a Revoiuçâo, vai para a Revolu:;ão, está nã ]:{evolução, soe a direcção do proletariado, e ela é de certo :rwdo uma claese revol� cionária, tendo disso consciência ou não; ou está no poder, e estando no poder só pode servir para um lad·) da tarreira, não pode servir o proletariado, vai servir o imperialismo. O camarada 1qline disse isto há mais de 50 c.nos. A pequena turcuesia no Poder nem serve interesses próprios, porque ela é esmagada. E ist0 é ucaa verda­de qu� fdi dita hã muito te�po e que n6s n�o li���os cá. E isto tem a ver como � que o social-imperialismo pode jogar cá.

O golpe militar tem estas características de classe, quanto ;;t mLn, (� com a Jun­ta dá-se a entrada da grande turguesia, quer da grande turguesia ligada ao imperi� lismo ( americano quer ao europeu ) ... Hã outra <;'Uestão: E acwnulação c a reprodu­ção do capital no nosso país não levaram a que, devido ?s contradiç0es internas do fascismo r'?ntre a turguesia explor.qdora, agrária e colonial, e a turguesia finance_i ra, o capital financeiro, não levaram a que a acu�ulação fosse tão Grande que leva sse Portugal, mes�o sendo um naís colonizador, mesmo sPndo uma pot�ncia colonial � não levou Portugal a ser wn ·9aís imperialista na verdadeira acepção da palavra, is to P., ele dava mais rase a1)S imverialistas para eles exercerem o seu domínio.Q.uer­nas colónias quer aqui em Portugal, a turpuesia do nosPo país apresenta-se com a cara de lacaia do imperialismo, quer do americano quer do sut-i�perialismo euroneu. E oorque é lacaia? Porque essa acumulação gastou-se na �uerra, etc, e ela necessi­tou de capitais, de investimentos. Por isso se v� que a economia portuguesa está de rastos, está sut:nissa ao imperialismo, quer ao americano quer ao su1::-i,:1perialiE_ ,no europeu.

A pequena turguesia faz o golpe e permite a inclus�o destes representantes do i :lperialismo, como a Junta. Bla é a expressão clara disto. :g o Spínola e os outros gajos que foram corridos. É o período eu que o Champalimaud, et·c, falar1 no 1illES, nos 100 milhões ::>ara investir. É a grande turguesia a joe;ar a cartada, mesmo tendo lã a pequena turguesia no poder, de cimentar sot nova capa, relegando oara 2º pl2-no ·as tais for·ias colonialistas da turguesia a;.:rária, q:1e se opunham no fundo ao seu de se nvol vimen.to cá em Portugal. Ve.'1o s que há sectores reaccionários que foram mes�o escorraçados por isso. O Champalimaud9 por exemplo, tinha contradi]5es com u ma série deles.

Depois eles tentam uma cartada para se seg-urarein !'lelhor, porque a pequena tur -guesia estav.a no Co!'lselho da Revolução, do.,ünava aqullo de certo modo9 emtora a su a política fosse de servir o imn�rialismo. �ntão eles ( a gr�nde turguesia ) ti = nha� nec�ssidade de cimentar o seu domínio, não queriam que Ple ficasse ape�as pe­�o Governo e pel� lugar de Presidente da Rep6tlica ( Spínola ). Foi 0 temp0 ao con lio, em que partilhavam o p,overno com representantes internos do social-imperialis mo, em que a grande 1::urguesia im::lP.rialista ataca. F': o ''golpe Palma Carlos", é da= p·)is o 28 de Setemtro, que é o atac:ue da gr.s.nde l::urguesia. Dá-se o lº ataque, as forças populares, o povo, reagem contra isso. De facto é o novo.· Os revisas tam -térn estiveram ai, ( era a fél.SP do conlnio, era a ver quem .conseguia trazer para o sr-u seio a maior !)arte dos militares represrontantes da peqt1ena turguesia9 estava ­.. se rEalmente numa fase de acurmlar for ;as, de conquista ) vão realmente para as tarricadas, rnas há factos, e is'o foi pouco anontado, q11e são estes� depois da or-

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dem do Spínola de que a manifestação era autori�ada, depois do discurso de Sanches 0�5rio na 1missona a di�er que aquilo Pstava autorizado e dâ ordens para desfázer as t arri cadas, eu por exemplo estava num sítio ern çue os revisas det a,-�daram, onde eles disseram que o partido tinha dado ordens para recolher. LSto aconteceu às 2h da manhã, em que as coisas eram grav<:s, ·e voltaram às 5 h • .!.'oram receter ordens e voltara'!! quando se soute que lá dentro tinha;n c.onser,uido compôr as coisas, talvez em aliança com us representAntes dessa camada da granãe turguesia l�caia do sut-im oeri ali smo euroueu. Os partido:: !lessa altura não estavam d nen tado s corno represen­tantes genuínosh das cla�ses S\)Ciais. Os :Jf,r\,idos quando a�)arecem não sõ.o repJ�esen-. tan�es disto ou daquilo, mas as?ire� a s�-lo, ou�ros podem já mais ou �enos s�-lo. :g na luta de classes que a grande turguesia arranja os seus aryarelhos partidários e os consolida. ,;rlui tas vezes quando um não lhe serve, foi ar sorvido por outras ca­madas da turguesia, pois ela des�oca-se para outro. Por isso não nos devemos admi­rar que, por exe•nplo, nais tarde ou mais cedo existam ósões no PS, é mais uma de� locação de fo rças e de interesses ::>ara outros partic�os, ou do PPD >ara o CDS, a a� censão do CIS, etc. Devemos liear isto ao apareci'll..::n to e Gonsolida:;:ão dos seus me­lhores represent8ntes. E elas .far8o r!os partidos C1Ue melhor as r3efendam o seu par­tido genuíno. Emtora eFtejam lá, não são outros que fa�em isto por eles, c�o o que Gramsci dizía, os seus intelectuais org�nicos e �s seus elementos mai� activos.

Demodo que real.11ente .o povo opõe-se, e aparece depois o llde 11Ia:cço, que ninguém tem dúvida que é .m golpe, uma tentativa de f;Olpe . , fosse para ll de -�arço fos se para quando fosse, em que a grande rurguesia, lacaia <'lo imperialismo, com o coE luio �ais ou menos encapota1o, mais ou men0s declarado, da turguesia l8caia do su� -imperialismo europeu ( a ve rdade é que o PS andou metido em águas turvas), tenta mai_s uma cartada. E aí reaLnente não é povo, na sua expressão :rl<Üs lÍ.npida, mais clara, que se lhes opõe. AÍ não, aí o povo é conduzido e há for·; as ( da turç�uesia) muito mais importantes a op6r-se-lhe. Quem são? São os lacaios, os representantes do social-i 'l.perialismo russo. Como é que se dá este processo? Isto tem a ver com a questão: como é que se �ode dar cá no nosso país a ascensão do social-imperialis­mo e como é q�e ele pode assumir as características de inimigo ou não.

No ll de t<iarço quem está declaradarnente à frente não são já as massas populares, é já urna certa direc.;ão dos lacaios do social-imperialismo soviético. E cÕmo é que se chegou a isto? A peq<1ena turguesia é instável, ela na época do im)eriéüismo se_E ve a imperialismo, na 4poca do imperialismo e do social-imperialismo te� tend�ncia a servir ora um ora outro. Uma t.oa parte, neste processo, das for�as representati­v&s no 9oder da pequena turguesia, foram conquistadas �elo� representantes do soei al-.imp�rialismo. Aquilo que a ,'(ente di'0 c;ue são oficiais trotskistas ( a pente nãÕ, alguns r1izem ) s8.o real··11ente uma narte ria pequena rllrt;uesia no poder, ou dos repre :::entantes no poder da pequena turguesia. São tl'na ?artP que é revolucionária e que­é iludida, que é "n)anhada'' pelo social-itnp('rialismo. É através das infilcrações de quadros do par";ido revisionista, t::omo o Vasco Gon']alves e outros, que eles con­seguem trazer para o SP.U seio, para a sua dominação, essa narte da oequena l::urgue­sia no poder. U:na outra parte conciliou ora para u.n ora para outro lado ( �os imp� rialismos ) , é no fundo -,quela parte cue . parece ligada ao f:rupo dos 9, que tem e­lementos aue estâo fortemente ligados à �urguesta i�perialista e outros ligados aos lacnios do sue-imperialismo e outros que são mesmo genuínos represPntantes da pequena l:urguesia tradicional, como o Helo Antunes, mas que tamrém oscilam para um lado ou para o outro. A gente viu que ne1:sa altura o i>lelo Antunes foi para o lado do imperialismo, depois do 25 de Novemtro começou para aí a fazer fes�as aoF repre sen·r,antes do social-imperialismo, dizendo que o P"C" devia estar no p;ovf':·rno e coi-: sas do g�nero. E a oscila��o ,urn da pequena turguesia. O �rupo dos 9 tinha contra di ções, en Ln: os tais J epresentu.nte s �enuíno s da pequena turguesia, •nai s ou menos­conscientes, :nais ou .nenos politizados ( ligação ao)º l'Iundo, etc), ingenuamente porque ela é incapaz de se servir a si própria, ela serve sempre o i:n;:>erialismo,e outros ele.nentos de outras classes, infiltrados, ( não vou di�er rue o c�nto e Cas tro e represen�ante da peqllena 1-urguesia ) caiem _9ara ') lado do imperialismo am.eri cano, ( unf-. são osseus re;:>resentantes ·mtros conciliam com eles , sã.o os tais ele= rnentos da iJI?q'J.ena rurgue�ia ) . !. a gente vê q;le o Documen�o do� 9, por mu:i ·i;<' ideo­logia peoueno rurgu€sa �ue lâ tenha, é no fundo a conciliação duma parte da peque­na turguesia no poder com o imperialis"lo. l!: isso qae a ;.ente nota co'll a adesão da­quilo c.ue nós chamamo_s a oficialagem, a t.'ascistada, os oficiais reaccionários, e não só esse apoio como tamtém a nível civil, 8m que a �ente vê que a grande turgu�

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sia dã apoio ao D1cumento, contra o social-imDerialismo. O V Gov�rno �a expressão, efémera,da maior forç a dos representantes do social-im,Prialismo. E ef���ra pornu�? Porque ent�etanto com a 00lÍtica reaccion�ria de cada um dos sucesrivos governos, prindpalmente a �artir rlo III, IV, etc, devido 8 influ€ncia e à nscendência que o �ocial-imperialis�o �inh� no poder essa politica reaccion�ria ( P ta�t6m devido à política reacciontria sotre a ?equena turguesia e 2 .média tur�uesia, pela grande rurguesia que com elas partilhRva o DOder ) , uma outra parte rla pequena l'urguesia que era a que ti�hR estado sot a alçada do social-imperialismo, demarca-se dele,ti midamente é certo, demarca-se um nouco e vem 2 çonstituir aquilo que se agrupa à volta do Documento Copcon. Claro que os m-1 tamt�m se ilu(hram com esca questão , �as hã ai j& campos demarcados. N�o vou dizer o que isfo podia ser, �as vou di�er algo para caracterizar o conte6do de classe dessa evolução.

Dá-se depois a queda inevitável do V Governo. O VI Governo ô um .<:,overno do imp� rialismo para o qual uma parte da.pequena turguesia foi. Os revisionistae são es -

corraçados grandemente do GOverno, t�m algunas derrotas no poder, no Conselho da HE.volujão, mas essas for:;as que sõ.o afastadas cont.i.nuam a ter o poder \'Üli tar. Vê­-se que esta derrota é r-o;?enas a')arente. Não lhes interessa apresentar-se aqui como agressores, pois isto pode causar conflitos entre as 2 super-potências c: 1.les nes­te momento não est�o ainda interessados nisso, convém-lhes mais coisas �P especto legal, "pelo lJOder cons�i tuírlo", lJelo "porler do 25 de Al'ril'1•

Eles tentam rntão ·:t carta�a do 2':) d� Novemtro, que é uma jognda dos rP;Jresentl'l,!! teP do social-imuerialismo em PortuBal. Porqu�? Servem-se das tais forças da pe -quena turguesia que no fundo ainda tinham algum poder a nível :nilitar. ;.'azem isto inserido na estratégia do social-imperialismo, que iremos ver qual €. E eles f.qzem para quê? Par.'} �a�t-r a l{pvolução? Para fazer um p:olpe 0ue emrora senc'lo ,o;olpe se a­presenta8re sot a capa de Revoluç�o� Não, eles faziam-no uara fazer um �olpe de rastidores, isto é , repôr x pedras no Conselho da Hevolução, repôr x '!edras no r-.2. verno. }� 2. tal capa legal. Para quê? ?ara o reconhE:ci 1ento da Bepútlica Popular de Angola, oara utilização de elem�ntos, materiais ou homens, que servissem de influ­incia para esse reconhecimento, cta organização do �nti�o exército colonial, pAra nâo ter que recorrer �os curanos, que depois foram forçados a isso. � um golpe , mas que nâo é "puro·', como �odos os �;olpes, e devido ao facto do nosso país ser um país di': disputa das 2 super-potências, elas influenciam não só os s8ur.: representa!! tes mas ta;n1::Ém tenta111 entrar nas jogad.::ts que cn.�a uma delas tiesenvolve. Se o soci­al-imperialismo fazia esta jogada do ;;olpe, o i..1perialisrno americano tamtém não fi cou p<J.rado, e perante a eminênci<l de um golpe, ou pPrante aquilo que era a táctica do social-imqerialismo em Portugal naquele momento, se não tinham poder para con -tra�ôr, E isso era o rastilho que fa�ia rerentnr a guerra civil e podia ser um con fli to mui to m::tis agudo e ·o i:rtperialis:no cl:rteri cano tamtém não terá air,da conveniên­cia, opta pela utili�ação das pedras que tinha entretanto infiltrado. � um facto , a CIA estava "letida no f;Olpe, àesc3.rrilou-o, fê-lo arortar. Porque é quP a CIA sa­re? Por exer�plo, hoje falA.-se p�tra aí que o Costa 'TA.rtins é agente da ClA9 não sei se é verdade ou nâo! SejR ou não seja, o que é que sucede? Sare-se, por exemplo, oue o tal Com3.ndo que se opôs 3.0 golpe estavA. já mlnimamente estoçado, antes do 25 de Novemtro. A participação de cert�s forças que seriam utilizadas no golpe estava neutrali�ada, e isso são indicações de que a CIA não só sacia disto co�o tinha pe­dras infiltradas no processo. }� satotagem, é jogo de tastidores. Sa1:e-se que os C:o mandos p3.ra saire;n pRra a rua, quiseram a ga.cantia que não eram atacados9 lJrinci = palmente pelos paraquedistas, e foi-lhes dito que os paraqueoistas n�o sairiam, e isso foi-lhes garantido. Sare-se, por outro lado, que os �olpistas tinham daoo or­dens para gue os paraquerHstas avançar� m sotre os Comandos. E essa ordEm n'i'í.o foi cumprida. SFJ.te-sr: que outra força oe reservFJ., q11e eram os fuzileiros navais, não foram accionados, e isto não foi só por interveniência da CIA, 'llas porque o parti­do revisionista viu que isso era queimar muitas pedras sem necessidade, numa altu� ra em que o golpe estava pràticemente falhado, �evioo à nâo saída, à passividade , dos paraquedistas, principalmente deles. Sate-se t amt ém que o tomrardea·nento de Cort<=gaça não foi efectuado, não r::uer dizer que foss:· [.>Or cFJ.usa da CIA, mas sate­-se que havia deslocação de •TJ:'lterial pélra outro lado, aviões, etc. Sate-se que Canto e Castro é facho, e é capa7. de ser da CIA, e estava no Conselho da !{evolução e era uma pedra i;nportantissima n::i avia;ão. :Iorais e Silva tnrr1tém devia ter para lá umas ligações. Sare-se realmente que eles des�onteram o golpe. �as os revisas são esp8rtos, aquele �olpe falhou, era � sua tãctica aqui; a tácticn ào social-im-

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p e r i a l i smo aqui f a l ho u , e quando um G O l p e f al h a o s i nt e rve n i e n t e s são apo n t ado s a ded o , · " comem" c as t i g o , a'! anham um " c orre c t i v o " . E l e s t amrf.m n'i'í.o são p arvo s de t o d o , f i z e r am p ar ar a s c o i s a s , sairam do g o l p e p ar a não per d e r e m tudo 9 D ar a não saírem que i ma d o s .

( . . . )

O r evi s i o n i s Tlo no p o d e r f:: re all'le 'l t G o s o c i a l - f a s ó smo . n o r que e l e c xe T c c. u11a dl_ ta dura fer o z , f a s c i s t a . c ã e m P o r t u� al e n quanto o revi s i o n i smo t ev e p o s i ç õ e s mai o ­ri t �r i a s o u c o n segui u d o n i n ar o apare l h o d o p o d e r , t ev e D o s i ç 5 e s t o a s a n ív e l d o p o d e r , d e u algu�as i nà i caç5 e s d a sua p � â t i c a , d a s sua� caracter í s t i ca s so c i al - fas­c i st a s , em v hr i o s c amp o s . Por exemp l o , n a c- r e l aç5e s de produç�o , no movi m e n t o d e mais a s , n a s formas sur t i s de repre s são , t i p i ca�ente f a s ci s t a s , n o mov i me n t o o p erã­r i o c o m e s s e t i p o de méto d o s , J?Or e x e mp l o , a A s s r-: mr l e i a ·� o s �Ie t alúrgi co s , P.. s s em -t l e i as d e f ãt r i c a em que e l e s i n s t a l aram o terror , e i st o não � n enhuma acusação , são f a ct o s ! U t i l i z aram OlÉ t0dos s o ci al - f a s c i st a s . _,n e s ')e r d e r am alguma for ç a a ní -v e l d o p o der , não t �m n e s te rno �eDto poder e e l e s ut i l i �am e s se s m� t o do s? Nâo , por­que o s o c i a l - fa s ci smo � uma c�ract erí st i cR do r ev i s i o n i sm� no p o d er , com mai s o u me n o s p o d er . S e t em mai s p o d er é d e c l ar :::td w n e n t e s o c ü t l - f asci s t a , s e t e m m e n o s p o -der é so c i al - f a s c i s t a e m d e termi n a d o s & s p e c t o s . C á e m P o r t u,'{ al , o p ar t i d o _, ev i si o ­n i s t a agor a não t e m uma -1r át i r: a so c i ?..l- f a s c i s t a , " 'llr o r a '' sua e s s 0 n c i a o sE j a . Bm c a so s e x tremo s E l e s re �orrE rão !'1 € s sa prãt i c a , YJUI'lél a s s e mr l r i a , e t c , re �orrerão à porrada conn o s c o ( as sj. f'l como o CDS t e m as sn n s forças d e cho que , e l e s tamt é m t êm) . ,·í:as não t ê m n e s t e mo l'�nto UfTla prftt i c a vi s í v e l a n iv E l d a s m a s s a s d e p ar t i d o s o c i al f as c i s t a , não t Ê m . ; :�as P,gor.'l a que s t ão , p o d e o revi s i o n i smo m o d erno t o m ar o p o d er? No g e r a l o revi si oni s!'lo mo derno no p o d er , o u se j a o s so c i a l - f a s c i s t aJS , q·1e :1A l a do mi riaçÃ.o q · 1 e i mp õ e ;n a. outro s ?Ovo s são so c i al - i :nperi a.li s t a s , são ::�gr e s sor<.: s ; ni)o e� tã e m d e c a d � n c i a . Mas o revi s i o n i smo mo derno n�o no p o d er , ho j e � n i t i d o 9 e s tâ e m cadên c i a , p o d e - se d i z.er que o campo rev i si o n i s t a , de CE'. r t o modo , (:: s t � c-: ,71 degem: r e_§_ c ê n c i a . ':::: ;cn t o é a s :: i m que o revi f:' i o n i s ,o no p o d e r t e n t a fa·?.er v o l t e - face n o f' p art_! d o s r0vi s i o n i s t a s . LE" ''11::ro o c a s o de j,. sr>nnh a , ,· "l que e l e s qui serarrJ correr o Garri l ­l o , prov2.Yc lmt-n tf, S LlCederit em .!<'ran ç a G o m o "archai s , p ar a não p erder o s s e u s rc- J)rc s e n t an t e s � e n uí n o s .

Ago r a como � q u e i st o � R s s i m , i s to não é tão l íri c o , o n ó s rl i z erf'!o s q u� e l e s p o d e ill t o :nar o p o d er . } U c s t o :naram o ;J O d er ") !1 d C: t e r rü nad o s 'H.Í sc s <o a lª v e z. qu€ o fi z. e r am f o i :::ttrav é s da degr: n ·�r e s cÊn o �. a. . .lJcpo i s d ::t c l a s s e o p er ár i a t f.-r to mado o "()O­der n e s s e s p aí se s , dã- sE: u�a degen� r e s c ên c i a no s E u aparelho par t i d �ri o , no sEu � d e s t a camen to d e vanguar d a . Qual � r l a? r a a s c e n s�o dum? forç a s o c i a l , que 0n tre -t an t o se t i nh A c o n s t i tuí d o , i cate�ori e de c l n s s e s o c i al .

Outro c o n c<::i t o : forç:::t so ci al . O c à'llar;: d a L e n i n e d i z qtle a t ur o cr a c i a auto cráti­ca� no t : · mpo da autocraci a , n o t e m�o do c z ari sm9 , n5o era um8 c l a r se so c i a l , �as � uma forç a s o c i al . O que quer i s to d i � e r ? O 0UE c � t ur o craci a , e s t at a l , do gov erno? S5o. e l e s �ue d e t ê m o ry o d er a n í v e l d o s or��o s rlo �overn o , � o s trir11n�i s 9 e t c . Eram n o fun do e l e s que p ar t i l h av am aqui lo e i mp unh ?..m l� � i re ctri �e s . E l e s são uma for ç a s o ci a l , t 8 m u m cer�o n o der . N 5o t $ m � � o d e r p ar a o F xc r cer . F o r ç a so c i a l é po der em ') o t & n c j. a , Ou p o d r- r r e a l , dr-- ex.::-r oí c i o do �0o d er , ou p o der dr: t o mar o p o d er . f: por i s s o que o co n ju n t o de forc; as �ue f a z e m a Revo lução {; 1.1m con junto d e for..;: a s so c i a i s , e m que apA.r e c F. 1 :1 um a classe a d e ter a hegemon i a , o ryro l é t ar i ad o , e l ev a e-; trate s d e outrP.ts c l a s s e s , d a l:'llr8ue si a :::tgr ári a , i s L o é U'Tla parte d a pE que n a-tungu� si a camp e s i n a P o sut - pro lt=: tar i ado d o campo r: d · s ci dade s , le v a uma p ar t e d a p e quÕ n a turgue s i a , i st o é , algum::-,s for9 a.::o. s ; c i ai s CO !l ur.1a c l a s s e a d iriGi - l a s .

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O r a a tu:..· o c r � c i a t e m t e n dê n c i a d e ;:>n s s e.r de força s o c i al que d e t 6 . ., u m a p .. .cte do po der ( É como o l a c ai o d o p a trão que quer s � r patrão ) , a turo craci a o q u e n ao tem � p o d e r , :?ar a ser e l a a d e t e n to r � d o p o d�r

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Que t ur o cr ac i a � e s ta que P s c c n d e ao no der n a URSS E e m p aí se s e m quo ne f o r ç a s p o p U l ar e s t in h am con qui � t a d o o p o d er ? Qual & e s s a f o r ç a ? P arte : a �al �or ; n s o c i al qu e - v e m do E s tado turgue s , a t a l turo cr ?..c i a d o _ a 1 al e lho e s t at a l , q u e entretanto se acomoda ao s n ov o s sr :'1h o re s , 8. nova c l n s se que d e t ém o ryo der . E l R t e n t a t o i c o t ar , qu2n do i s so nâo 6 ?O s si v e l t e n t a mo rl i fi car as qur st5e s . P o r outro l ado u n a co i s a -que en tre t anbo se f o i cri a n � o & a · turo c r n ci a p ar t i d �r i a . D e s d e o camnra d a L e n i n e ;::;o car:�arada E s t::>. l i n e , a o l o n.g-o d o E ano s , 2. p;e n t e v ê sr: mprP. aque l e prot l ema él a t uro Cracl· a 11 u1· à d �o · 1-. t. • " tl - t

-c 9 c a o 9 na n o s '- uro crn 1 ze mo s • E: ''lpr,., r s s a s prE: o cnp8.çor.::- j u s as 9 no r • -

que i sso � _ r E a l me n te um � r rigo . A turo cra c i a ao n d P ? A t uro or ac i a n o P arti � o , i st o é , ; s fun c i o n ?..r i o s , t o d o s os r; s tr nto s q u e para ai se cri am, p o r qu e n·J P ar t i 0 o t arr.-

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t é m h á i n t e r e s s e s de clar s e , h á i n f i ltraçõ e s , mas p ar a além de s t a s a luta de c l a s­se s t amt � m se r e f l e ct e l á , emt o r a l � nro h a j a genui namente c l asse s s o c i ai s , 2orque as c l a s s e s so · i ai s não e x i s t e m a s s i m E st a t i c amen t e e são reflexo das c o n d i ç õ e s e c� n5 1i c a s 9 d as r e l a çõ e s e c on6mi cas , e x i s t e m l á i nterE s se s d e c l e s se e l f de senvo lve­- s e a nível i d e o l ógi co uma lut ::-� d .:: c Ltssr: s . E s t ll huo craci a p rl.sE'. <1. de :L'o�cç n so c 1 nl em que s€ t inha c o n s t i t uí d o , e d á o go lpe d e m i s er i c ór d i a, cri o u t o d a s s c o n d i ç õ e s , apanh o u o Exér c i t o , auanhou o �p ar e lho p ar t i d nr i o , a s cende , p a s s a a s€r e l a a dominar o poder p o l í t i co P. e conómi c o , po i s e st e � st av a d i r e c tamen t e r � l acion ado à c l a s s e que d e t i nha o p o d er . E com e st a c ar acterí st i c a , com e s t a sua asc�n sRo ao p o d e r , dá- se uma � e d i f i cação , que n�o é a� e n a s d e co n ce i t o , não É ap e n a s formal , é r e a l , e l a p a s s a de fo r ç a s o c i al a c l as s e s o ci al e daí quP s e j a uma nova cl rJ.r se so­c i a l , 1:urgu e s a 9 porquP. enqu.<tnto forç A. s o c i al n;:ío à �-? t i nh a nada nas for;; .� s d e pro du­ç ão , não era d e t e n t o r a d o s 1T1ei o s de pro duç8.o , t; i nh a ap enaE' p o d er no ::1.p Rr elho e st a­t al , no apar 8lho d e j u s t i ç a , P t c . Ali p a s � a a ser dona d o s �e i o s d e p r o dução , p a s­sa a ser o exp lo r ador do p r o l e t ari ado c do povo . t e s t a carac t e rí s t i ca que faz com que quem e s te j a n o p o der não se j & 11 uma coi s a rrtui t o e sque si t a11 , mas se j a U;YJa classe t urgue s a , du'n novo tipo , é um fac to , mas é : � r urgue s i a que F- st á no po d er .

Ora cá e m P o r tuRal o s revi � i o n i stas n�o são umA c l a s se so ci al . U á l ã i n fi ltra -·; õ e s da p e quenA. , P ,;é d i ?.. turgu e s i a que são d e t t" ntoras d e fár:ci c a s , mas i s s o não é signi f í cativo , e l r: s não s�o det e n t o r E s d e �e i o s d e pro dução , não s�o uma c l asse s� c i a l . A l é m d i s s o e l F: S são j á um p r o d u t o d a n o v a i de o logi a ( as c l a s s e s soci ai s p r� duz e m sempre a s i d eo logi a s n e c e s s ár i Rs à sua Planut enção , p ara g ar an t i r e m o seu do­míni o , a sua exp lor ação ) , p ar a a l ém de serem já o s lac.:ü o s , os r e p r e s e n t P..n t e s da nov-3. t urgu e s i a , e l e s t êm t amté11 a nova i d eo logi a , a i d eo l og i a d a nova c l ::J. s se , têm o r evi s i o n i smo mo d ('r no . Não é apenas a su"t;'1i ss�o ao s i n t e r e s se s da turgu e s i a tr ad_i c i o n a l 9 é a su"t m i s são a um t i po con cre t o d e turgue s i a . O r0vi s i o n i smo an tigo era a sutmi s são Jo s i n te r e s s e s d o pro l e t ar i ad o a o �� i n tere s s e s d a t urguc s i a 9 mui t as v e z e s n a ci o n al . O r ev i si oni smo '!!O d erno n2o s e caract eri '?.a p or sE: sut me t er :::to P i n t e r e s s E s da r urgue si a imperi ali s t a , e l e sut m e t e - s e 2.o s intere s se s d a turgu e s i a s o ci nl- i mp e ­ri ali s t a . :Não s ã o u m a c l a s se s o ci al , ·nas o s r ev i si o n i s t a s t ê m uma t as e so c i al . H á o s t a i s turo sr a t a s no ap are lh 0 p ar t i dár i o ( e ta111"t é rrt e l e s puderam fazer i st o atra vé s dél. t uro crt:>.ci a exi s t e n t e no Parti do da c l a s se o p er ár i a , que tran s fo rmou a rurÕ crrJ.ci a em força s o c i al no '3.I:Jarelho p art i d ár i o , que con seguiu ap !'lnh ar e s s e A.parelho) t e m tA.mt ém outro s sector e s � parte d<1 ar i s to cr a c i a o u e r ár i a , que é r e a l (TJ.ente uma camada da c l a s s e o p e r ári a p r o r e n s a à con c i l i ação com o i Cllp er i ali smo , n e s t e c a so d_Q do que e s sa p ar t e d a ari s t o cr a c i a oper ár i a e d o rrü n a.da por novas forças s o c i a i s ( o� tra p A.r t e e s t � dominada E sot a alçadél. d o · i mperi ali smo A.�eri cano e d 2.s forças so c i ai s que s8.o seus reprF? se n t ante s ; o P S tem 18. uma p ar t e d a ar i st o cr a c i a oper ári:_ a; mas quem t e m mai s é realmente o par t i d o revi s i on i s t a ) ; há aind a novo s s e c t ore s qué a? ar e ce r am com o dç senvolvimento d � s for ç a s pro dutivas - o s t é cn i c o s 9 a turo -cr a c i a operár i a , i s to e , e l emen t o s que d e sempe�hA.n do um trar albo pro du G iv o 9 d e sem­penham e s se p a � e l atr avé s do trar nlho i nt e le ctual quP e n cerra e l e em si um a contra di ção ç; n t agón i ca com o trat P.lbo rnr:mua l , i st o P. , são o s rl.p o n t a dor e s , o s agen t e s d e­mé todo ; t � m t amt é m o s t � cn i c o s que mui t as vR ze s d e s emp enham trat alho produtivo n o pro ce sso d e p r o d uç ão , 0 ue exe cut�m atravé s d o tr�t alho i n t e l e c tual , m Q S que t ê m i n fluê n c i a n a c l a s se operár i a .

C o mo é que e n tão e l e s p o d e m conqui s t ar o p o d er ? b l e s t � m e s ta i n f lu�n ci a no mo­v imen t o o p e r ár i o , têm i nfluê n c i a nas ma s s a s , € qonquí s t am , d ado que o s o c i al-im­p e r i a l i smo não t e m cá U;YJa r a se de dominação e conómi c a , e dado que a sua car act erí s t i cél agre s s i v a fo.z com que a sua d o ;nin Rção se p o s s a exer cer atravP. s d a 1.1gr e s são c;: t e r n a , o s seus r � p r e se n t an t e s quP lbe fa3 e m o jogo . No fun d o , que sirvnm o s e u ot= j e ct ivo c s·l;r atégi co . Se e l e n?.o tem cf:. U!Tlr.t t as e e c onó mi c� não s?í.o em Pc:ccu.gal , não repre s e n t am , nf!la clqsse so sü1l . O P 1 ' C" re_pre sent a rJ.qui em Portugal d iv�.r s o s secto­res so c i ai s , r:: t ur o cr :?.Gi a d a qu:: l e p A.r t i d o , a turo crac i a o p e r ár i a , o s t é c ni co s , e t c , e repr e s e n t a , p ar a a l � m d e s s e s i n t er e s se s o s o c i a l - i m p eri 8 l i smo sovi é t i co . Dado que não são u.nA. c l a s s e tÊm n e ce s si d :,de d e chEgar ao p o d e r ou A.travé s dum ,3' olpe de força9 um golp e que se j A confun d i do com n �r:vo lução , m an ipul an d o n s ma s s as ( e i s­s o é : i f í ci l , o seu dP smB s c ar '- rn P. n t o é �rogre s sivo , N a F urop R i s so é d i fí c i l , o seu d e smas carnmen t o é proer e s s i v o , RÍ e l e s jogA.m mai s n s s reforma s , f> outra t :\ G t i ca ) •

""as aqui e '!l P o r tur�al o IJ.Ue é que se p n sr-: -3.? E l · s t ê[ll urrJ ::� grande tradi ç ã o , t �m um grande p e s o n a s m a s s � s , no mov i mento o perár i o e a l �m d i s so t Rm t � m exer cem influ�n

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ci a s o 1: r e a p e que na t u..r;::; u e s i ;:, d e sd e h á mui t O t e mp o , d e s d e a pr nt i ca d e suhn i s são 8. , � � l J A , d euraue s i a n o temDo d o fasci s m o . H a r e l aç o e s de co l ar oraqao e e e s cem 2.l p e r a s , o u

t....' J.: X i n ilu� n c i a s . Dai que nó s nâo n o s ad mir e m o s que e l � s re corram s6 a inf lue n c i a d a s ma s s !'l s d a n d o o sE:;u g o l p e com a t a l c ap a d a Revolução , eng él.na nd o ;:)_S f'l 2 S s as ? apr ovei:_ t a n d o um p e r í o d o d e cri se c o mo é e s te , cri se d o capi t 2 l i smo 9 mas r e co rr a �" p e quena eurgue s i a

-que e n tr et an t o t omou o p o d er , p ar t e d e l a . E en tão nó s v imo s , e & p r e c i so

não sermo s e st á t i co s , não t ermo s o f: s qu ema de que " e l e s n ã o t ê m 1: c:. e e e c o nó mi c a, só p o d e m fa-;:;er i s s o de <lprc s e n t ar às mnssas como uma Rev o luç 8.o , e depo i s nós :r1o stra -�o s às massas como e l e s o s traem, que n�o fa�em Revo lução n e nhum a , ião npenas um o-o lpe" . nós n'A.o d ev e ,no s ver i s s.o eó a s s i m , m2.s devemo s v e r o 1)r0 ce s s0 d e forma d i a o 1 ' -

l l c t i c a . E a g e n t e v g que e l e s co n s eguem c o l o car soe � sua d o m i n ação p ar t e d a � e -qu e n a urgue s i a . l• n t !lo e l e s têm c a� él ci d ::1 d e e po s sir i l i d ad Ee de chf:,; ar ao p o der . l3 e m , t i v e r 8 m ! H á t o cado quan d o eu n.: ff;ri e s ta i mpossi 1: i l i d adc- de t o :11ar e m o p o der se n ã o

t ive s se m u<:J. e;r an de ap o i o d e •'las se. s o u 2. ún i c a po s s i1: i l i 0 ad e de o f az er e m c o n fund i_Q d o as m a s s a s , f a z c:n d o ·) seu g o l p e c ap are c en do à s rnas E a s corn i s s o como UJ1a R e v o l u­;ão . � s t ã p o s s i t i l i d A de co n sre t a e rn P or tugal e xi s t e , ou e xi st i a , E aqui i s so so­mou- s e co ;n outra car;; ct e r í s t i c a , que foi e le s c o n seguir e' �l c o l o car soe o s e u d o m í ni:_ o u-n � :0 ar t e d n J e quena 1: urgu e si n que d e t i nh n o p o der . C o n s eguira!ll i s s o e e n tíio t i ­nham , t ivt: r am , c ap ;o_ c i d ;.:d t� r e al d e c o � qLli s t Br o p o d er . '' ia s c l ar o quE ni:lo o .::·az c m c o m a !�c;_ v o l u ;ão 9 com g o l f) e s d e f or J :L ; L cze rTJ- n o su1: t i l t7le n t e , a t aih ; ' r� cr-l(l cr n.ci a a c� minha do so c i al i smo 11 • Enganam as m n s s a s ( a s n a c i o n ali z açõ e s ) 9 t en t am arr;:m j ar t a­se <:e c o n ó 11i c a . A . - t" n t e t e n dr-: l i t<; ar r. p o l í t i c a d e n ac i on a l i z aç õ c- s c o m .;t J) O l Í t i c a d o s seus e l e m e nt o s , por exe mp l o no Hi n i s t é r i o do ��r at alho , e m que e l e s co meç am a p c rmi t i r .q s aí d a d o -:: ap i t ill amE ri cRao i'ltravÉ :: d o t o i co t e à s l u t a s da c l R s se o p er á­

r i a contri'l o s d es p 2 d i rae n t o s , em que e l e s c ort a m � e i n d emni z açõ e s e l evadas e p õ e m E qui l o a 3 me s e s ( d e i n d e mn i z a9�0 ) p o r c a d a Flno . Outro a sp e ct o , l i ;<a�o às pre s sõ e s d e. s e mpr c s -'l.s i rrrp eriali s t a s , c o rno é o c a so d a F2T , que pre s si on av a a co n c e s são d e c r � d i t o s 9 e m qu� r e c u s .qvnm e sse s cr � di t o s ( o s revi P i on i s t a s ) e E m que e l e s atra­v é s por exemp l o d a C o mi s sâo S i n d i cal da St ilndar d ( i st o no c a so d a e l e ctr6n i ca ) têm j 2 c on tr e. to s t� s t .s.t r: l '" ci do s c o m nma e mp re sa p o l rt c a p ar a que , sr: a IT: ' s e f o s s e e mt or a , e l e s p o s s am pro d u z i r c á c e n t r a i s t F l ef6ni c!lS p ar .-:t o s T LP E ') S C']'T ' co m p e­quE n as mo di fi c .qç Õ e s , u t i l i z él n d o e qu i p n.r11en t o e maqui n Rr i a p o l a c a e comp o n e n t e s p o ­l � co s . l i st o e st e n d e - s e d él e l e ct r ón i c a A m c t al o me c �ni c a , E t c . Era a n e c e s s i d ad e qÚe € l t= s s en t i am d e ;::rr Rl'l j ar t a se e con ó mi c a p ar a s e su st e Í'lt arP. m r e 2 l m e n t e como p ar t i do s 6 c i al - f a s c i s t a , no va c l -1. s s e . w�s fát ri c a s n a c i o n al i z a d a s , n a s co mi s s5 e s d e -t r at alhado r e s q u e e l e s d o mi n av a m , a s ce n d em a novo s p at rõe s . E di s to as m a s s a s t � m exp eri Ê n c i a . De s de" c;ue nó s não d ig amo s " So ci nl- f a s c i s t <ú> ! " m a s lh e s ap o n t e m o s : " E s t � s = a � e r , e l e s corrFm co m ful ano , t e l tr an o e c i cr .qno ; ant e s e r am g aj o s iguai s � ­ge n t e e ag or a são i s t o , i sto e n.qui l o , t ê m e s t c: s mé t o d o s e aque l e s" , :: u massas _ c o m p r e e n d e m i st o , é u,"l f P, c t o , e u t e nho exp e r i ê n c i a di s t o . C l aro que n ã o p o d e mo s d i -­z er <ts si m " S o c i al- f a s ci s t n s ! " , a. s m.� s s ::\ s d i ?.e m l t)g'O à pr i me ir a " L á vÊm v o cê s ! Não demon stram n e.d ae só v ê m é com t o ca s. ! 11 • JS ·:ts si m . Dev e'!lo s d i c: e r : " E s t á. s a Vt::r , fula­n o _ f o i p <U' a a C o mi s s â ; de 'l'r a1: al h a d or c s , _ t: s t fL s a ver c o m o é que e l e : g orn an d a , j á ::-�n d .<:. com o c 2.rro o n l?'!lp r e s a , "ilF'len t o u o o :r d e n ."'.o 0 p ar a lO ou 20 con t o s , nui1 c:a cá a­p ar e c e 9 r:n d a p 2.r .1. aí a s c:rvi r o p ar t i d o ! E s t 5. s :J ver co mo P que é 9 .nol: i l i ;>, am a gen t e !J ;:-,ra ir 7 q u c l a rJ. Wl i f e s t a:_; ;; o , ilrr an j a . a qui t r rtn s Qo r t e , ca'!lion e t .q s , E st f s a v e;_. -co rno f.: que e ? " . É rt s s i rn que rt p,e n t e d ev i a co :nblter o s o c i al- f 2 s ci smo . Que aí , n e s ­s e p erí o d o , h av i a ma� i fe st açõ e s d e s o c i a l - f a s c i E mo . �qs a s m a s s a s e n t e n d i am i s so como s o c i a l - f o. s ci smo? Não , só en � en d i am d e p o i s d a g P. n t e lhes e xp l i car . " E s t ás a v e r co mo é ? I s t o chama- se i st o " . A ;>; ent e qu.:=tMl o f a z i s s o n o s j ornili s é l i d o por t o d a a �en t e , At � no c o n cr e t o do d i a a di a no no s so tr at alh o a ge n t e deve ut i l i z rtr -E': s s a c e..r ;l c t er i z n:� ão j u s t a d o e o c i a l:- f n. s c i s mo . E , c l aro , p ara ; s comun i s t a s 9 p ar a o s se c t or e s avan ç ado s d a s � a s s a s , E n t�o s i 9 � n o org�o central , � 1 5. que s e e x ­p l i c a t e � r i camen t r: t u � 0 a t � ao fi m e lh e s d � p o s si t i li d n d e s d e s e nrmarem i ct eolõ­p;i ca:nen t e p ara s.:->rem futur o s mi l i t ant e s . d o P ar t i d o arm a d o s i d e o l �g i c amen t e c o n t r a o rev i s i o n i smo mo dern o .

Câ em Por tugal , e l e s t iv er am p o s s i t i li dade d e apanhar o p o d er . 1 iveram. A ORP C d i � i a q ue P l e s não t i nham e s s a p o s s i 1: i l i d a d e , t i nh a uma vi sâo c st 6 ti c a , não vi a i st o no c o n cr et o . O P CP ( R ) t e m slguns exemp l o s , d i z que 6 p r e c i s o t e r cui d a d o mas

, , .., "' , . ' tame em nao v e � i st o . l< :u p P. n s o que c o m o avan 2 o <1 a c l as s e op er arl a e d <'.\ sua v anr;uar da e com a sua organi zaçno no seu B s t a d o I•'! rti or , e u p en s o que e l e s d e i x �lrão d e t e r-

- � ...

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e s s a p o s sib i li d ade . E e l e s s8c em-no b e m . N e s t e momento não t êm assi m gr�o d e s p o ssl b i l i dadcs di sso, t ent ·:m conci l i ar com o suc - i mperiali smo europeu no sent1 do d e se � porem ao imperi a l i smo amer i c ano . Enquant o o PPD é o r epre sentan t e , neste momento , genuíno do i mperiali smo ameri cano . O PPD ( e o CDS , t amc ém de certo modo ) é o por� t a-voz d este o o stul ado do i mperi a l i smo A.meri cano" comuni s t a s , fora do governo ! ' ' . P� dem- se:.. dar mo.d.11fi caÇõe s ni sto , o d e sl o camento d e forças ?a cu:gue s i a

�mai s l�g�da ao

sul'- i mperiali smo europeu para a · sua saída dt) PS devi do a man 1 f e staç ao da me d 1 a bur gue si a, e d a p e quena turgue si a , no P S e a sua conci l i ação grande com o

. socia�- i mp�

riali smo , p o d e l evar ao de sl o c amen t o de ssas for ças p ar a o PPD , e pode 1 n clus1vame� t e l ev ar a que forças l igadas ao i mp eri ali smo amer i c ano se desloquem do PPD para o C D S . � e m que se ver a s c o i s a s n e sta persp e ctiva de evolução .

Com o 25 d e N ovemtro a grande burgue si a tomo u o po der e a p e quena turgu e s i a a: p anhou que foi uma coi sa em gran d e . N o re so�ldo do golpe t anto apanham o s repre seg t ant e s d o so ei a l - i mp eri ali smo como a p e quena t urgu e si a , que fi cou arrumada a um cag t o . Por mui to que o - �e l o Antun e s t arafuste qual quer di a correm-no de l á . O ��orai s e S-i lva j á sai a t err eiro a atacá- lo . "Não h á re speito nenhum ! " di zem el e s . {as i s to não são coi sas de resp e i t o , são c o i s a s de i n t ere ss e s .

Vou aqui d emon strar a s contradi çõe s daquil o que considero e u , a expr e s são ou a nova expre s são do oportuni smo d e direita no sei o da OC f�P , que é p or exemp lo a i n­t ervenção d a camarad& ( 24) · Ela tem expr e s s õ e s que p or v e z e s n o s fazem sorrir , não p or de sprezo , mas por ver que i sto é fragran t e , sal t a à vi st a . D i z e l a que o s repr� sen t at e s do social-imperi ali smo , o soci al- fasci smo como e l a l � e chama, e st ão em a� cen são . E d á como ex emp l o di sto o de senc ade amento d a s grev e s . Acho que i sto é não compreender e st a s que s t õ e s , 1 st o r e almente não e s t á em ascen são . C aracteri zo aquela i n tervenção como a nova forma que o oportuni smo de direita dentro da O CMLP assume . �0oportuni !3mo d e direi t a d a OC:M1P a : compreender o s erro s em que t i nha c a!do , em re l aç ão àqui lo que o s oportuni s t a s t i nham cai d o . I sto é, por exemp l o , o s oportuni s t a;­que e u consi dcrlarei o s genuín o s r epre sen t an t e s de direi t a j ã em degeneres cên ci a , genuí n o s r epre sent ante s d e uma c l a s s e s o ci al , como a UCHP , são n: t i d ament e mai s e s_Ecr t o s , não cometem i ngenui d a d e s tão gran d e s . E então o s oportuni stas da omrLP j á aprenderam com a s crít i ca s que e l e s lhe s fazi ax , de modo que j á dizem que o "Gover�o P atri ót i co de I ndepen dên ci a N aci onal" é um turaco fenomen al , j á di zem, que o que há a fazer é preparar a classe p ara a Revolução S o ci al i st a . O modo como se encaram a� coi sas ain d a tem r aí z e s no oportuni smo de dir e i t a d a OC'U.J> , não se encaram d o ponto d e v i s t a das c l a s ses sociai s ; quem é que detem a forç a?Quai s são as c l asses s o c i ai � , quai s são a s forç a s soei ai s , mas enquadra- se pQr exemp lo e m Grupo d o s N ove , o s mi li­t ar e s , e diz e l a o segui n t e , " ap ó s o 25 de N o.vemcro , sai r e forç ado o sector d a 1:;ur­gue !;li a l i gado ao s 9" , realmente i sto é de a gente se r i .r , i sso é o me smo que I'I S op_o_r tuni s t a s de direi t a da O C�1LP defenderam p or exemp l o : na C onferên c i a Regi onal d e Li sb o a e que d i z e m �ue o fasci smo avanç a, mas quem detinha o p o der ap6 s o 25 d e N�­vembro e qn.em o detem ain d a são os 9, é re almen t e não ver que os 9 e stão a ser ar­rumado s n a pr ate lei r a , a p A quena-turgue si a e s t á a ser arrumada na t urgue sia p0rque j ã não serve , é f l agrant e , a gente vê que o �elo Antun e s ap6 s o 25/I I/75 e st endeu as mão s ao P " C " P i s so não pegou e agora esforç a-se p or conci l i ar com a b urgue s i a i mpe­ri ali st a ligada ao su1:; - i mp eri ali smo Europeu , e a gente vê que ele j â modi fi cou a sua te se que era"ligaçã� d e Portugal ao 3 º ·>1undo" ( genuína aspiração d a p e quena cur gues�a} , ser e l a a l i gar- se · ao 3 º ��undo , mer cado s , p o ssi c i l i d ade s de cre scer , I n de- -p e n d e n o i a N aci onal di zi a t= l e e agora d i z " ligação ao 3 Q Mundo através d a Europa" , Portugal cago export ador d a Eur o p a p ara o 3 º i•1undo , com ei li ação com a 1:; urgue �i a l acai a do su1:; - i mperi ali smo europeu . � evi d en t e , quem e st á ho j e n o p o der são r e almen­te o s l a c ai o s do i mperi ali smo ameri cano e do suo - i mperi ali smo Eur o p eu , c l ar o que a­gora p are ce aparent emente que e l e s e stão a t e r algumas contradiç õ e s , m�s Gt é aqui não as tiver am , p or enquanto são apen as aparente s , vere m o s como i sso evolui . Sucede �ue ainda Portugal é um paí s c ap i tali s t a , com r e l aç õ e s d e pro dução capi t a l i s t a s e em qu� a Revolução Burgu e s a caminha p ar a a sua última f a se , por que o n o s s o p aí s devi do ao nível de de senvolvimento das r e l açõ e s de p r o dução turgue sas e forç as cap i t a l i s tas é ai n d a um p a í s c ap i t al i st a d epen dente e daí que a 1:;urgu e si a cá, actue como l acaia do i mperi a l i smo e do sut - i mp eri A.li smo , a grande turgue si a portugue sa não é uma burgue si a i mperi ali sta n a verdadeira acepção do t ermo , po i s não tem contra d i ç õ e s c�m as diver sas b urgue si as i mperi ali s t a s , n�meadamen t e europei as , el a é l ac aia tem t endenci a a a s cender a i ss o , e l a e l acai a d evi do ao s i nvestimento s , à domi n aç ão e"t c .

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sotre o que di sse a camarada ( 24) " as n ac i o n al i z aç õ e s só p o dem ser comparávei s em percentagem às d a Checosl Qvaqui a , e i s to é caracterí st i c a que o s o ci al-fasci s-mo t e m p o s sib i l i dade s de t o m ar o p o der , o u pelo men o s e s t á a cri ar as b a ses mat eri­ai s p ar a o se u domí ni o " , n'ão é assi m .Por i st o em de termi n adro s momen t o s as n<;icion ali_ z açõe s · convêm à t urgue s i a , quan do se deram as n ac i o n al i zações as Or�an � z�ções M:L exp l i c aram i s so ( ex : Franç a) . v ou- t e dar um f acto na Alemanh a , n o pr1 n c1 p 1 o do se c . , a Ale manha t i nha atingi do um e st ado d e de senv o lvimen t o t al , que t i nha mui t as i n dus­tri as nacional i zadas , O camarada Lenine d i z i a até que as formas que assumi r i a e nevo modo de pro dução n a Rússi a era comp ar áve l à Alemanha, si mp l e smente com uma di ferença era que a c l a s s e n o p o der era outr a . I sto quer di zer que n a . Alemanha o c ap i t al i sme t i nha chegado a uma f a se mui t o avan ç ada, a revo lução t urgue sa t i nha chegado a uma fase av anç ada, em que r e al mehte a Revolução se c o l o cava, e e l e até d i z i a que "6 pro­v áv e l que a Revo lução se d e sen cade i e na Alemanh a , que a seguir à Rú ssi a e l a apar e ç a n a Alemanha e n ó s devemo- n o s preparar p ara ajudar fraternalmen t e , provar o int erna­c i on al i smo pr o le t ári c" , porque e l e pen sava que a Alemanha ser i a o germem da Revol�

. ç ão P r o l e t ár i a n a Eur o p a . A d i ferenç a não é as n a c i on a l i zaçõe s e m si , é o c ar ácter 1_, de classe que t e m o t i p o de dominaçáo , quem é a c l a ss e n o p o der . P orque por exemp l o : numa fase d é cr i se d o capi t al i smo de st e t i p o a burgue si a p o de d e s e j ar e ser-lhe fa­voráv e l , a manutenção de algumas naci o n al i z aç õ e s , p orque i s so faz com que e l e nã� t enha que re correr a ·cré d i t o s , a empr é s t i mo s , et c , e sej a o P ovo e s e j am os dinhéiros p úb li co s , s e j am o s empr é s t i m o s ao E s t ado a suport ar o s e f ei t o s da cri se . �a s logo qu e a· altura se j a t o a , p ar a se dar um de senvo lvi mento ai n d a mai or das forç as produtivas e e l a aumentar a t ax a de lucro , a ganân ci a que e l a tem , e l a d e sn ac i onali z a i s s� . Al­gumas das n a cionali zaçõe svão ser d e snacional i zadas , mas vão manter ainda alguma s . Não dig as , ( a 24) que é err ad o , que e st a s n acional i z aç õ e s são o t i p o de r e l açõ e s de _, pro dução s o ci a l - f asci stas , não são , são t i po s de re l aç õ e s de pro dução de c ap i t al i sm� d e s envolvi do , e que p e l o t i p o de exploração qúe l á se exerce , e i s so depen d e da c l a s­se que e s t á n o p o der , que extorque ou não mai s-vali a , se e stiver a c l a s s e operár i a � '

p o i s i s so corr e sp o n d e a uma f a se avanç ada do pro ce s so produtivo , o so ci ali smo , no c a­p i t ali smo i s so é a fase de expl oração aáxi m a , é a t al f a sE pré-revoluci onári a , e m que a cri se leva a i s so , at é que aqui l o se de sorgan i z a tudo . Daí que eu diga que ne p l a­n o tÁcti c o , que é a turgue s i a n o seu c on j unto o ini migo mai s perigo so do P ovo P ortu­guê s , e e s t a t urgue si a no sE:u con junt o porque não t e m gran d e s contradi ç õ e s entre , si , a t urgue s i a i mperi ali s ta não t e m grande s contr adi çõ e s e m P ortugal . P or quê? P ortugal não é tão r i c o como i s so , que e l e s p o s s am chup ar cá mui t o . P ortugal é i mp or­t ante a nível geopolí t i co , € e s t a a sua i mportân ci a fundamental , porque P ortugal a �í ve l e conómi co o que é que p o de ofere cer ? ··�ão de ot r a t arata ?}:ão e st o u a ver cerno é . Ant e s d a d e s c o loni zação o s Amer i cano s t i nham c á " o olho " , neo-coloni ali sroo , ma s agor a 9- sua i mp o r t ân ci a fundamental é geo-polí t i ca , e stratégi c a . A t urgw, s i a p ortugue sa nãe t e m contrad i ç õ e s me smo se cundári a s coro as b urgue sias i mp er i a l i stas ou sut - i mpgri ali_s t a s , não há urna contr adi ção que a oponha ao i mperi a l i smo Amer i c an o porque e l a é l a cai a , p e l o e s tado de depen d ên c i a , e l e s ·FJ.qui vão con ci l i ar , de certo modo as di sput as ; que e l e s tenham são se cundári a s e s ó n a medi da em que P ortugal p o ssa servir como pont a de l anç a p ara o 3 º �·1undo , mas o que se p a s s a é que P ortuc,-al devi d o à sua si tuação geo­- p o l í t i c ap o d e servir n a sua o p o s i ção ao i mper i al i smo Amerieano e p ara i s so como é que e l e serve?A soci al- democr a c i a teri a que exp lorar o P ovo par a r e s o lver e s sa con­tradição , d ado que não era a t urgue si a portugue s a ( a b en e f i c i ar s6) h avi a que repar t i r o que dar i a a i n d a mai cr exploração . "1a s quem é que detem. o P o der mi l i t ar e a mai or parte do po der e conómi co?E o própr i o i mperiali smo ameri cano , é a r urgue si a ligada ar :ii.'rop<> eri ali smo ameri can o , aue tem cÁ i nve st i ment o s , a mai or p arte da e c o n o mi a e s t á largamen t'e ligada ;;ro fmperi:a:fi:iirona. ame ri cano> e aié'm di sso Portugal e s t â m i l i t arroent.e �n seri do n a N AT O , se .b em - que H. e st e j am ·o s i roper�ali stas europeÜ�, o qomí ni'o é ã• i m­p er i a l i smo amer i c an o , se t e m que h a j a contrad i ç õ e s entre e l e s o domí n i o é do i mperi a ­l i smo Ameri c ano , de modo que ele aqui e m P ortugal , e parA. o d e sencad e amen t o d a revo l u­ção em portugal , e l e é re almente o i n i migo mai s perigo so .

P o r quê se usa a d e s i gn aç ão de mai s per i g o s o e não de pri n ci p al?Porque o pri n ci p a l a gente j á viu que • • • o u então p o d í amo s ut i l i zar outra quE: stão que e r a : pri n c i p a l a n ív e l e stratégi c o e principal a níve l t ácti co , ma s i s so l evava a confusóe s , p o i s não ·

s e sab i a se era pri ncipal a n í ve l e stratégi co ou t á cti co , e a s s i m uti l i z amo s outra caracterí sti ca: pri n c i p al a níve l e stratégi c o e se cundár i o ( p ara n ó s portugue se s , não

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numa pr e spe ctiva d o mun do , p ar a n ó s prole tariad o por tuguê s ) e mai s p erigo so n o aspecto t áctico . , digamo s no fundo é aqu-i lo que se apre senta ali ·õomo pri n ci p al _ . Acho :nai s c o nv en i e n t e o termo 11 () me.i s perigo so" , p orquE:' s e - ·é mai s perigo so é porque H á outro s perigo so s , quer di zE:r que há algum que n o mín i mo é - perigo so , me sm·o n o p l ano i ntern � . Se a u-m d i z e m o s que é mai s per igo so'.' é porque H á outro me n o s perigo so que t ame ém e perigo s o , n o p l ano i nterno meno s , p orqué re almente e l e s são amt o s perigo s o s n o p l an o e s t-r atégi co .

A� gc�te d i z que um i n i migo é mai s perigo so , ou perigo so , ou det ermi n �d a for ç a so­cial é i n i miga medi an t e o s i ntere s se s que t emm i d af que eu ache que e st a que stão de pri nccipal e mai s perigo so , é d e t ermi n a d a p e l o s in tere s s e s dos i n i mi g o s? , Suponhamo s i st o : se o soci al-imoeri ali smo sovi éti co d e termi nasse como oe j e c tivo s eu , pr i n c i p a l , a Europ a ( p ortugal f um p a í s d a europa) e r a n atural que aí o s o c i al- i mperi�li smo se apre sentasse como o i n i migo mai s perigo s o , rnantento como i ni migo pri ncipal a lu­t a p e l a hegemonia das duas superpotÂnci a s , p orque se e l a apare cia aí como i n i migo mai s perigoso é porq�e tame é m h av i a outro i ni migo , me n o s p erigo so é certo , se assim é (é urna qque stão quf' t e mo s que aclarar) devido a e s sas p ar t i cular i d a d e s agre s siv a s , ao cerco que e l e j á t em , uma parte sua at é d a Europ a , a sua e s tratégi a e m �fri c a , o Saar á , Marr o c o s e o �'1e di terrâne o , e t c , a gen te d i z i a " e le é o mai s perigo s o " , ( eu por mi nha � ar t e ai n d a não clar i fi quei e st a que stão ) , mas contudo era o mai s perigos� d e s­se - �o n j un t o que era pri ncipal que era a hegemon i a d a s sup er p o t ên c i a s .

C laro que e m Portugal aqui i n tername n t e quan d o n ó s d i z e mo s i s s o , não quer d i z er que t e nhamo s i nt ernamente u n s i n i mi g o s e externamente outro s , a sua c aract erí st i ca é que _.var i a , rnas o i ni migo é o mesrno , o i ni migo principal '1 é sempre o ,nesmo é a di sputa d a s s�perp o t ênci as , um é n o p l an o i n tern o , n o p l an o t á cti co , que é fazer a hevolução o outro é n o p l ano estr at é gi co , o consoli dar a revoluç ão .

� o dem- se dar mo d i fi c aç õ e s n o mun do e aqui n a eur o p a que re almente o s o ci al-impeF r i ali smo ganhe p o si ç õ e s d e tal ordem que o levem a a s sumir não só e s s a car a cterí s­t i c a de i ni migo mai s perigo so c o mo me smo i n i migo pr i n c i p al , porque e s c orraçou daqui o outro � ap enas apare c� um.

Já v i mo s que e s t amo s na últ i ma fase d a Revolução B urgue sa, e é a s s i m porque J a p a s s amo s �1que l a fase d e Democr aci a Bu:re;ue s a . E p ar a Por-eugal a revoluç ão que s e apre­s e n t a é a Revolução So ei a l i s t a , n ão h á outro tipo de Re�olução , há a revolução da Burgue s i a e há a rev:o lução do Pro l e t ari ado . ( ri sos) Ah , é que'' o s outro s" t amb é m d i zem i st o . A que s tão que se põe é a segui n t e : a gen te fala e m Demo cr a c i a P opular e outro s falam em 1iev o l uç ão Sociali st a . P arece que o s " outr o s" f i z eram 'Uma gr.:cnde d e s c ocerta t e6ri �a.Não fi zeram de scocer t a nenhuma. O ( Lenine ? ) j á t i nh a caracter i zado que a s revo l uç õ e s n o mundo são pre qi samen t e e s s a s , n o fundame n t a l : Revoluçáo burgue s a , sot di-­ve�sas formas , ( c aso da Chi n a , que é um caso exemp l ar , é um protótipo duma n ov a forma , soe que e l a se apr e se n t a) e Revolução Soci ali ata Porle t ári a . O que n ó s v i mo s foi f a s e s di feren�e s dest a . ! i mo s n a R�ssi a uma faseem que a r evoiliução se chamou aí Hevo lução Soei ali stru!\ e vi mo s , a f_orma como e l a se c on so l i d ou , a forma como se exerceu o p o der d o prole tari a d o , atr av é s de de termi nado s orgão s ( o s sovi.e t e s ) . M a s v i mo s que a Revolução Soci ali sta na R ú ssi a f0i cumprir um determinado o b j e ctiv o ; fo i levar a revo lução e urgu e s a à s suas Úl�i mas c o n s e quên c i a s , mas não foi pnr i s so que dei xou de ser l{evo lução Soeiali st a . N a europa v i m o s que se dão c o i sas di feren t e s . C o m a derro­cada da fasci smo , co m ·a e x i s t ê n c i a das fren t e s populare s , v i mo s que a t o ma d a do po der aí se dá soe forma di feren t e . A luta contra o fasci smo d e senvo lve - se , não é só uma lu�� i n ternamas é uma lut·a externa onde e s t á p atente o i nternaci o n alJb smo prole t ári o da I ª n ação prole t ári a .

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A s f o r ç a s d a turJue si a , a gr ande t urgue J i a , o f a s c i smo , o c api t a l f i n a n c e i r o , sio der­r o t ado s . Quem P.'?.o as forç n s qt:e e st ão n a lu-ta contra o fasci smo , al é m d e s s a a j u d a externa?E s t á o p r o l e t ari 8. d o c or.1o c l a s s e d i r igente d a s Fren t e s P o pular e s , e e s s e foi o o� j e ct iv� que o VI Cdngr e s s o da I I I I nt ern aci on al a p o n t ou , e e st á aí com outr a s c l a s s e s , co m a p e <:_U':?D ::.t--1;urgue 3 i a , ex+,r act o s d a mé di a-�urgue si a , ma s tem a hegemoni a . Dá- se a dc:::-r o .: a n 2c d o f a s ci srr:o e toma o p o de r . E m diver s o s p aí se s não h á só a derr0-cada do f a s c i s;n:) , h á e. c on s u l i daç�io dE- s s a d e rr o cada.E aparece u m c o n ce i t o novo , que é o t i p o à e :r;o der de E s t a d o � que é a D � m o c r a c i a P o p u l ar p o r que e r a a Frente

P o p u l ar que co;·. qni sta'!a o p o d e r . A mi m p are ce-me que �1 ão P. b e m i st o , não er a a Fren­te P o p u 1 ? r que cor. :]_u:i. s t 8.v a o p o der , er a o pr o l e t ar i ado que con qui s t av a o po der ser­v i n d o - se d o p ar t i el o pr..:.:-a i1 d i rt=: cç ão da Fr ente , que er a o agrup ame n t o quer d e p ar !R i ­d o s quer de cam::J d as que: i n t egrav a!i� o s comun i s t c. s e s e c t o r e s ge ou tr a s c l a s s e s : o s camp o n e s e r. pG�r,-:: s _. a p e quen a- -t urGUl'? Sii:t , u;na p ar t e d a m é d :' a·-� nrgv.e s i a , e t c . A mé d i a t urgue s i c t E;; � a :1 t é:..l c l a s r--: 0 a n eutra�. i z a-:o:- l o e o ap ó s a con qui s t a d o po d e r e f o i o que se , p a s sou . o qlw ,_3 <.lqu:i. J.. o ? A..:n.J2. } .o nc fur: d o é n. E.evoluç8..o S o c j ali s t n , m a s c o m o aque l a

R�volução e r n. co;.1tc:-e. r., f p. s c i srnc chamou- s e a j)emocr aci a P o p u l ar . Quem con qui s t o u G p dar f o i o pr o le t ari ad c que t i nh a a h e �eoo n i a n a Frente . Se n�o a d e t iv e s s e a Demo­

craci a P op ul 2.r i1U'1 C' a ce p o c ; i a :·. n G t aurar } e terr.o s diver so s c a s o s ( a Áustri a) em que i s s o n�o �e p a � � o Q : i s s o d�- se em p aí se s e m que a Revoluçâo Burgue s a não t i nh a i d o ain da a·c i c:o i'� �l (H•-...leã'-' i A. , P o lôn i a í e t c - ) qne e r am p aí s e s c ap i t al i s t a s mas e m qué o c�nfo & r h � �i t n i �r o � � an t e . � �v i a q�e continuar aí o d e s envo lvi mento d a s for-

ç a s p:::-:-J dut.j_va;:. , d ei :\:l:c ...; ;... !1 :_: i :.1'-" a:>:' a�. c;rn par-te o capi t a l i smo , nio para que e l e se con s o l i ce m a ::J �_:, c":·a l.L'-� 0 l e c::.t.:pr2. ape·n as urna t Rr e f a que é d e s e n v o l v e r .

H a s p o :::· c; u.'2 .::r a. t' .rra R.·:n:"c lt:.ção I? r o l e t ár i a , uma 1-:evo luçâo Soei a l i s t a? Por que cl i z i a o ( 'óf'l2rac� c?. D··_ m"i.to·:Jv , c._uA f o J. d c s pouco s t e óri c o s que s� debruçou

er�:ce e s ::· c' a r. ' ' .. m r. o , e: � (' der d e e st n d o que �L á. se exer c i a. não era atr av e s de Sovi e t e s d i z e l e e xr ::.:·· . .-..� ç.r.'.s '·· ·�e :-:.·�� €-::·a ':1 . - R':· é s d� organ i smo s p o p n l ar e s , p or ex : comi t é s d e d e f� ::- a $ e ·�- c , . -:->n c�> :; 2 s l :.cn .. :1 a � l a :=; �: e o p e r ci.ri. a , a p e quena-b urgue s i a , o camp e s i n at o pobre e t c . P or e:-.-· ; a J.C:':l ;. rr.a �--�-]._· :i·-:-:'. a :12. ]j ,üg:á::- i a f o i ape n a s d e cr e t ad a e f o i o P ov o ' o s c a mp o n e sc· ; 1 c:-. c '. ;..;. ;-1 '-" " Oil é·:·"â.L� 'l; ':"'-� i r.m p ar a o campo r e p ar t i r aqui l o , fi z eram aqui -l o r áp i d2.tr.<?n-�- : . :N a ��� c:::: dt- .•. y•: o ..;. Cl:j:'�o o.:;e r:rn o üiac ali foi uma c o i s a em que o s campone­ses yi n!-. � .m j_D ..

. E �" · > >� e ;_-_ �;_ :--:- �. [.) i. do . B e n t au ele d i z que i s so é D e mo cr ac i a P opular . P o i s c : a:::- o � l'c ·:::, .:·:' <:! c .i.a p n·,�-1 :) _;}ovc· , t:o a s o q_uc é c2 :::· t o é que e l e t amt ém d i z que é p r !". c i so nE: ..tt�-: c; 1 i ?. , n · :::. "' � d .i a .·nn·gue s:i . .::.� , a s f::>rç -'.l s r e a. c c i c mári a s e e l e d i z m n i s a d i .­an t e - · " L s t n. · lc ,·;:� :Cv:·:t: é c� :: •::-he � t r" :r: � p o dec: , que n ão atrav é s d o s sovi e t e s , er a uma outra .t or·� "l. o r i .:_� j na:. ' ' . .!.li s 8e c c:-.t'lar nda Le!1 i G e r.ts po s s i r i l i d a d e s d i s s o a c o n t e cer r e f er i u - o r e rn , ->�L' s :l_ a p .e.::: � :;. cu.1.;; ::' i d nd c: do s sovi e t .:: s era na URS S , n o utr o s p aí s e s as -su.tni a o u ·:·:· as ?or·�a.::: . Aque l a forcr.a era a f o r :na p 8 l a qual o prol e t ar i ad o exer c i a a sua di t et d Ll:.>:' a , ]'-io fw1c'.o a llr?mo c:r n c i êt l1 o p u l ar é 2. forma que ns sume a d i t a dura d o p r ;:, l e :_;nl irldo . .. -l'J.i t& g 2 n te p <: D s n qu0 8. Demo c r a c i a P opulR.r é a a l i anç a do s o p e·rári o .J com o c. c -u:1pc 1� 8 s •� G � ±'un d o.r · e>n t alrw n t e quer:1 P. s t â no p o d e r é o p r o l e tari ado com o c amp<... a i: 1 :..:;.t •_, I·OC:.:�.-· 7 � ':.'18. 21.:i. anç a ce c J. a s se s . P o i s é , o camarRda Lenine tam -

t é m d i s se 1 a d i � �6ura J o p r o l e t ariado � o exer c i c i o d o p o d e r p o r p ar t e de uma nl i an ç a de c l n s ..:;e s . P a"':' r? c e 1;..:r1. p ê. raG o xo y d i � - ldu..:ra do pro l et ar ié:: do fa�z. pen sar que é só o­pr o l e t ar i n d o e v �� � 2 9 0 \ s d i �er que -'.1 d l t adu� n do pr o le t ari a d o � - o p o d er d e uma a -l i an ; a de c l a f:J J 2 s . i� i: J .:) o ;:: r v J. e t n r i adc. s Õ 6 i nho qu� exer c e a d i t a dura p r o l e t 2..r i a t e m e a sue. b e;_; 2mor.i ;:-.. c p ar t _;_ l h i1 o u o d e:r C O (!l s e c t o r e s d e c l n. s s e que têm o s m e sm o s i nt e r e s s e 3 �: (j'..l.0 s8o r u s c e r, ·>"::v e :!. 0 de s r.::·ern condu·:ü d o s p ara o s �e smo s i nt e r e s sP s , é o c n•np E si nato p ot r c . j�le c ::_ ._, 1 d ?.Í que eu t i v e s se r e c o m e n t a d o h :1 t o c a d o o " C o mo i lu­d i r o povu ' ' , & l i badnra �� pro l 2 � ari �do 6 o exer c í ci o do p o der por uma a l i anç a d e c l a·s sc s . ;) ên:: ::2 u-:1 po.rr-. . i c . �o . m a s é verd aàe , é d i al e c t i c o . S e i st o é as s i m , e é uma f a s e . c :.: d c s 2 ': c-::j_ à <•.:.:: c à e s envoJ.vi 11e n to do c ap i t r-lli smo ai n d a cá em P o r tugal levar a �Revo luç 3 o Bu�·gu e s 2 ;:; i; 0 Ê!S GUa.J úl ticr.�s c o n se qu ê n ci :::: s , e s s a fase em que a� r e l a -ç o e s no C 3. ":11) 0 ; : 1 a ·.1 e::- à qu0 él e sr:m·.r o l \·er p r i m e i r o a co o p er aç ã o e r e p ar t i ção de t erra p ar a os carn!}'J n . : ;'.2 d •. c.: Cl) ffi e s t 2 s avr: nç o s não s e i com :::J s er f� 7 o P n.r t i d o terá <]_Ue o faz:z e r .

N ó s �ererr. ) :.; Fq_ui 'v-:.:.1 J; e -r � o rl. o d e de senvolvimento d a s f o r ç a s p r o d u t i v a s e e s se per_i o d o i mp o e nl �cm� d refo���8 a e t i p o d e mo cr �t i co e v2i n e c e s si tar que a s r e l aç õ e s d e pro dução C R p i t "l:Li < > c r:,�L. 2 G e çt o:-�e s dn m é d i a 1:- trrguesi a, & e�· si stam a i n d a •' las que o no s so f i m s e j a n eut�ali zà - ! 0 s e � e s trui - lo s . I st o & um f a c to .

Page 14: FERNANDO MP CARDOSO A L M- - amigoscoimbra70.pt · e e 1n.1m1go ac J.co. oe nao ex1s em var1cs 1nur11gos segunao · um ... temos ipimigo s e strategi co s .,-quando o objective est:

E é n e ste p erí o d o , a preparaçao p �ra o s o ciali smo , e quer o . lemtrar que n a URSS não houve n o fll e s part i culares , mAs houve t amt érn um períof.o d e s t e s 1 am que o camar..§: d a L8nine d i "?. i a que 1 1 o soci ali smo n e ste mo �àent o são t arrae;en s11 • E porquê t arragens? B arragen s produzem e l 8 c tr i ci dade , a e le cri t t d ad e é preci sa para as fâtr i c a s , é ne­c e s ê ã r i a para e s i d erurg i a , i ndóstri a p e s a d a .

Ai ri d a h � outra co i sa , a NEP ( N o v a P o l í t i ca Económi ca ) . Nó s a i n d a não estud a­mo s . Cômo · é que n ó s p od emo s caract eri zar a NEP? B o t al período d e d e s truição d a médi a bÚrguesia ·e d a grande 'turgu e s i a agrár i a , o s koul11. cs .· NÓ s devemo s é e n c arar que a De···1o craci a Popular É realmen te e s sa prime i r a fase da Hevo lução Soci al i sta, em qu� é o S o c i al i smo j á , não o S o c i a l i smo j á como relaçõe� de produção , porque as r el�ç õ e s d e p r o duç�o capi tali st&s ainda n�o e st�o t o t almente de senv o lvi das neste p aí s , não é já o so d ali smo , S o c i ali smo é o ólti rtlo estf;dio queap�:;-.e,ce depo i s d a H� vo lução turgu e s a ser l ev.-"da RS suas últimas con sequên c i a s . N�o é I ... '-facto d e tomar­mo s o p o d er , que p a s s a a exi stir S o c i ali smo � o So c i ali smo aparece por c o n d i çõe s m� t er i ai s , enquanto tal exi ste é um8. l u t a p e l o S o c i a l i smo , rr1esmo depoi s d a to mA.da do po der'� contra o s r eaccionári o s , contra a t urguesi a , que ai n d a sut si st e , 2inda não foi e l i rTlinada, . � tudo i s s o é r:. lut a p e l o so-ciali smo n e s ta 1ª f a s e . Eu p e n so que é i n co rrecto , p o s so e s t ar errado , e d AÍ uma divergên ci a que temo s , o que o P CP ( R ) di z : C'JUe n a Democraci a P o pular o t i p o d e p o ­der é umr.. D i t adura De•no crií t i c R Eevolucionár i A. , o que 'lle p arece err2.do , e porquê? Nas" " Duas t á c t i cn.s1 1 o C 'l,nar n d a Lenine d i 7, que o p o der n a Hevo lução turgues2.; que � ra a fase d a Revolu•5ão Hus sa que se apre sen t ava ant A :' d e Pevereiro de 1 9 1 7 ; ( e s t a olra é à e 1 90 5 ) o t i?O d e p o der que se i a exer cer e r a uma Di t e dura Demo cráti ca de vári as classe s revo luci o n :3r i a s , Demo crát i c a Hevo luci o n ár i a. , e p o r quê? Porque e l e d i z i a que o prol <?tariado i a d e t er q heg emoni a n e s s a Hevo lução t urgue s a , i a d e se n c_§ d e ar· ele" ,;_ �·:�rola:;?io turgue sa com a t urp:ue s i a l it eral , e d aí a p al:wra d e ordem do s t o l chev i qu e s que era " P r:, l a ali anç a do pro l e t ar i ado com o ca;'lp e si nato " , i st o é médi'a b urgu e s i a campe sina e t urp;ue s i a l i t er a l i n rlustr i a l , para d e serJVolver as re­laçõ e s de pro du ç ão · c a pi tal i st a s , p ar a neutrali z ar a lurguesi a li l· eral , conqu i s t ar sectores d a t urgue s i a C8.m p e s i n a , 3. pequena t ure;ue s i a , n eutr ;:;, l i '?. ar a méd i a rurgue­s i a camp e s i n a , dar o golpe de mi seri córdi a , fazer a Revolução S o c i ali s t a a seguir . Mas i·sto , d i >Ü a e l e , era n a R - voluç'?io l:urgu e s a , a D i t adura D e mo cr át i ca H.evoluci on_ê: ri a era a Revo lução r urguesa em que o p r o l e tari ado deti nha a hep:emoni a, e d aí que por exemp l o o camarada Mao � se- tung chame Demo cra c i a Nova � e t a p a d a flevo luç�o turguesa na u h i n a , e� que o pro l e � ariado d e t êm a h e�emon i a , mas num p a í s d i ferent e , num p aí s não capi tali s t a , num p aí s feu d al , semi - reudal , colon i al . C l aro que a evo­lução di sto p arn. a Hevolução S o c i a l i s t a não é cora n ov o s gol:9e s , p o i s o proletari a­do det�� a h€gemoni a , aqui l o � �radual , l i n ear , C l ar o que h � nqui uma con tradi ç ã o ( n a tese do P CP ( ll ) ) e d epoi s eles dizem que a Di t adura Demo crát i ca Hevoluci o n..§: r i a , é a fo rmn que as sume n e s t e mome n t o a D i t adura do Pro l e t ari ad o , c l aro que não p o d e ser a s s i m . P orque a Di�adura do Pro l e t ar i ado , se t em que s e j a o exer c í c i o do po der por uma ali anç a de c l a s s e s , é p or c l a s s e s 't el!l d e l i mi t ad a s , é o pro l etar· i ado . e o c amp e si n ato p o t r e , aquilo que n a H6s s i a ( e h� una n o t a sotr e i sso ) � o P ar t i do Bo l chevi que n o seu ::?rograma d e signava por s erni -pro l e t nri ado , e u �1a .:J equena fr-nn j a d a p e quena r urgu e s i a l i t er al . "-' s t u. ali anç A d e c l asse , o exer cí cio d o p o r>er ::;>or c s­t � ali an ç R d e clas s e , cof\'1 a hep:emon i a do proletari ado , é a Di tacturP d o Pro l e t ar i a­do . Ora <=t D i t adura Demo r.r áti c a Hevolucionár i a é o exer c í c i o do p o der por vári as cl as se s 9 e'l!l' o r a com a her, e .non i a do prol e t ar i ado , cor'l. i ntere sses t em d i st i n t o s , co­mo s e j a m é d i a turr:,ue si a ; F.: pqra d r,; senvolver a 1tev o l u ç ão , p e.r a fazer "1 revolução turgue s a é uma ;) l i ança di r� erPnte , e d aí que por exe•IJ.p l o em 1 9 17 , qp ó s Fev ereir o , co mo quem fi cou com c p oder f o i "' turguesi a l i t eral , pen sou- se qu e·• ''i i:\' d e senvolver ã rl evo luç�o turgu e s a na Rós s i a ser i a a turgue s i a , e apó s FevPreiro deu- s e � mo d i f i c a ç8o d a :,>alavra el e o r d em d o P art i do B o l chevi que que p ;;.s sou d e "Ali an�a do pro l e t a-­ri ado com o c am:;esi nato ( n a sua t o t al i dade7 '' , p ara 1 1 A l i an ç a do DYo l etariado com o camp e s i n ato p or r e , que era o novo t i p o d e p o d 2r p q r a exercer na nova RPvo luç�o .