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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO LUCAS DE CASTRO BRAGA DIAS MIRELLA BARBOSA NICOLAU RAPHAEL DE LIMA FERNANDES DESENVOLVIMENTO DE ECOINDICADORES PARA UMA PLANTA DE CUMENO COM REATOR DE TRANSALQUILAÇÃO VIA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Niterói 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO TECNOLÓGICO

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

LUCAS DE CASTRO BRAGA DIAS

MIRELLA BARBOSA NICOLAU

RAPHAEL DE LIMA FERNANDES

DESENVOLVIMENTO DE ECOINDICADORES PARA UMA PLANTA DE

CUMENO COM REATOR DE TRANSALQUILAÇÃO VIA SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL

Niterói

2015

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LUCAS DE CASTRO BRAGA DIAS

MIRELLA BARBOSA NICOLAU

RAPHAEL DE LIMA FERNANDES

DESENVOLVIMENTO DE ECOINDICADORES PARA UMA PLANTA DE

CUMENO COM REATOR DE TRANSALQUILAÇÃO VIA SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL

Projeto Final apresentado ao Curso de

Graduação em Engenharia Química, oferecido

pelo departamento de Engenharia Química e

de Petróleo da Escola de Engenharia da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Engenheiro Químico.

Orientadores: Prof. Dr. DIEGO MARTINEZ PRATA

Eng. IGOR ROSSI BATISTA

Niterói

2015

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

D541 Dias, Lucas de Castro Braga Desenvolvimento de ecoindicadores para uma planta de cumeno com reator de transalquilação via simulação computacional / Lucas de Castro Braga Dias, Mirella Barbosa Nicolau, Raphael de Lima Fernandes. – Niterói, RJ : [s.n.], 2015.

67 f. Trabalho (Conclusão de Curso) – Departamento de Engenharia

Química e de Petróleo – Universidade Federal Fluminense, 2015. Orientadores: Diego Martinez Prata, Igor Rossi Batista.

1.Engenharia química. 2. Cumeno. 3. Simulação por computador. 4. Processo industrial. 5. Reator. 6. Transalquilação. I. Nicolau, Mirella Barbosa. II. Fernandes, Raphael de Lima. III. Título.

CDD 660.2

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LUCAS DE CASTRO BRAGA DIASMIRELLA BARBOSA NICOLAU

RAPHAEL DE LIMA FERNANDES

"DESENVOLVIMENTO DE ECOINDICADORES PARA UMAPLANTA DE PRODUÇÃO DE CUMENO COM REATOR DE

TRANSALQUILAÇÃO VIA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL"

Igor Rossi Batista, Eng.Orientador

-, ,

Projeto Final apresentado ao Curso de Graduação emEngenharia Química, oferecido pelo departamento deEngenharia Química e de Petróleo, da Escola deEngenharia, da Universidade Federal Fluminense,como requisito parcial para obtenção do Grau emEngenharia Química.

Aprovado em 9 de julho de 2015.

BANCA EXAMINADORA

Presidente da Banca - Orientador

c;==:~<t2~An~ . S~~--Profº. Lizandro de Sousa Santos, D.Sc.

Profº. Diego Queiroz Faria de Menezes, M.Sc. COPPEIUFRJ

Niterói1/2015

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III

AGRADECIMENTO

Lucas de Castro Braga Dias,

Agradeço primeiramente aos meus pais, Paulo e Ivete, por me terem permitido chegar

até aqui, manifestando sempre infinito apoio e complacência.

Deixo aqui meu inefável desejo de agradecê-los. Ao grande companheiro Marcel

Lacerda e ao nosso mestre e orientador Diego Martinez Prata, pelo enorme e crucial suporte

sem o qual não seria possível a realização deste. Ao orientador Igor Rossi Batista pelo vital

auxílio com as simulações.

À minha amiga e amada Kika, pela terna compreensão durante toda a intensa

concepção deste trabalho e pelo imensurável estímulo recebido. Ao meu amigo Jim, que

mesmo distante, sempre foi o inquebrantável elo entre a volátil realidade da vida adulta e eu.

Ao meu amigo Hugo, por estar lá, mesmo não estando. Ao meu amigo Xandal, por não me

deixar errar sozinho. Ao meu amigo Faria, pela lealdade. Ao meu amigo Ori, por ser nosso

dândi. Ao meu amigo Bola, por seu admirável gênio. Ao meu amigo Xis, por nunca dizer não.

Ao meu amigo Diogão, por saber o que me faz rir. Ao meu amigo Cauby, por acompanhar

todos os percalços destes últimos anos. Ao meu amigo Pinheiro, por jamais se esquecer de

mim.

De maneira muito especial, quero agradecer aos meus companheiros Mirella e Rex por

tomarem parte nesta empreitada. A dedicação, as habilidades e a amizade de cada um de

vocês foi imprescindível para que alcançássemos êxito.

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IV

AGRADECIMENTO

Mirella Barbosa Nicolau,

Gostaria de iniciar agradecendo todas as decisões que as mais diversas situações da

vida me fizeram tomar e que, apesar de não terem sido fáceis, construíram o meu caráter e a

pessoa que sou hoje. A escolha de cursar Engenharia Química longe da minha família, de

mudar de rotina e vida por tantas vezes, dos sonhos, projetos e relacionamentos que construí

ao longo dos anos foram fundamentais na minha vida. Se todas elas foram corretas? Acredito

que eu jamais irei saber, porém foram tanto os erros como os acertos me possibilitaram estar

aqui hoje e por isso eu viveria tudo novamente.

Agradeço a minha madrinha e segunda mãe, Marilene Nicolau, por sempre me

proteger e me apoiar nos momentos em que eu mais precisei, e aos meus primos Gabriel e

Arthur, pelos tantos momentos de alegria. Agradeço aos meus irmãos, Frederico, Carolina,

Bruno e Marcus, que apesar da vida ter nos separado eu sempre levarei um pouco de cada um

em mim. Agradeço também ao meu pai, Sebastião, com quem eu aprendi algumas das minhas

maiores lições.

Agradeço também aos meus amigos Janaina, Rodrigo, Yan, Vitor, Laís, Philip, e todos

os outros que dividiram comigo a angústia do vestibular e tantos outros momentos de

aprendizado, felicidades e tristezas, pelos quais eu sou muito grata. Não menos importante,

agradeço a Família EQ e a todos os amigos que a UFF me proporcionou, sempre aliviando os

momentos mais difíceis e tornando a vida mais divertida.

Agradeço em especial a Nadine, Thathiana, Fernanda, Júlia e Thaisa, por tudo que me

ensinaram, por terem sido em tantos momentos exemplos e inspirações e pela amizade, que

sem as quais a minha vida acadêmica teria sido muito mais difícil. Ao meu namorado,

Hudson, agradeço pela paciência, por estar sempre do meu lado e por acreditar em mim

quando nem eu mesmo acredito.

Gostaria de agradecer também pela imensa oportunidade em fazer parte de Movimento

Empresa Júnior, o qual me ensinou valiosas lições profissionais e pessoais, mudando a minha

forma de enxergar o mundo e me ensinando que se for para sonhar, devemos sonhar grande!

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V

Em especial a P&Q Engenharia Júnior, ao meu mentor Gustavo Valentim e todas as pessoas

incríveis que passaram por lá.

Agradeço ao orientador Diego Martinez Prata, que sempre demonstrou imensa

dedicação a nossa Universidade e aos alunos, transbordando em si a essência do professor,

servindo de exemplo para muitos outros.

Ao co-orientador Igor Rossi Batista agradeço por ter sido fundamental na realização

deste trabalho, e agradeço também ao amigo Marcel Maia, pela orientação e pelas cobranças

que foram primordiais para realizar este trabalho.

Em especial agradeço aos meus parceiros Raphael e Lucas, por terem enfrentado esse

desafio ao meu lado e, mesmo diante de tantas dificuldades, terem tornado esse trabalho

possível.

Por fim, agradeço a minha maior fonte de inspiração, ao meu exemplo de vida e meu

anjo protetor, minha mãe, Leila, que mesmo de longe sei que guarda por mim, e a Deus por

tornar tudo isso possível.

“Happiness is only real when shared”

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VI

AGRADECIMENTO

Raphael de Lima Fernandes,

Dedico este trabalho, primeiramente, a todos os percalços com os quais me deparei.

Agradeço às horas curtas dos dias, às rotinas exaustivas e principalmente às mãos que não se

estenderam ao longo destes anos. A dificuldade me fez o profissional que sou hoje e a ela

serei eternamente grato.

Agradeço à minha equipe, Lucas e Mirella, que dividiu comigo momentos de

dedicação e, apesar dos desencontros, mostraram-se comprometidos e eficientes na

elaboração do trabalho que se apresenta. Uma conquista conjunta que fortaleceu, ainda mais,

laços e amizades.

Ao Mestre Diego Martinez Prata. Obrigado pelas diversas conversas nos corredores da

faculdade. Pelos cafés fora de hora e pelo direcionamento, não só na orientação do projeto,

mas como na minha vida acadêmica. Poucos professores têm uma visão moderna e corajosa

sobre a vida acadêmica e, por isso, parabenizo o Mestre Diego pela sua própria.

Ao orientador Igor Rossi e ao amigo Marcel Maia, deixo meus agradecimentos. A

solicitude com a qual instruíram os andamentos do trabalho foi essencial para a conclusão do

projeto. Seguimos amigos, acima de tudo. Que possamos manter a nossa amizade sempre

forte, como hoje, ao longo dos anos que ainda virão.

“A smooth sea never made a skilled sailor”

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VII

RESUMO

Com base na crescente preocupação da indústria com relação aos impactos ambientais de suas

operações, escolheu-se abordar a geração de ecoindicadores para um processo produtivo de

significativa importância comercial. O trabalho abordou as simulações computacionais de

dois diferentes processos de produção de cumeno, um na ausência de um reator de

transalquilação, apresentado Luyben (2010), e outro na presença, proposto por Pathak et al.

(2011). Foram apresentadas as características dos compostos envolvidos, bem como as dos

distintos processos. Paralelamente, foi introduzido o estudo de emissões de CO2 e gasto

energético para estes processos. A simulação foi conduzida prioritariamente no software

UNISIM. Ao final do trabalho, discutiu-se a sustentabilidade dos processos produtivos

abordados, constatando a existência de um processo mais ecoeficiente. Além da

disponibilização dos parâmetros utilizados nas simulações para reprodução posterior.

Palavras-Chave: Simulação, UNISIM, Cumeno, Ecoindicadores.

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VIII

ABSTRACT

Based on the growing industry concern about the environmental impacts of its operations,

chose to approach the generation of eco-indicators for a process of significant commercial

importance. The study addressed the computational simulations of two different cumene

production processes, one in the absence of a transalkylation reactor, presented by Luyben

(2010), and another one in the presence, proposed by Pathak et al. (2011). Were presented the

characteristics of the compounds involved, as well as the distinct processes. At the same time,

the study of CO2 emissions and energy consumption for these processes was introduced. The

simulation was conducted primarily in UNISIM software. At the end of work, the

sustainability of the mentioned productive processes was discussed, noting the existence of a

more eco-efficient process. In addition, the parameters used on the simulations were made

available for later reproduction.

Keywords: Simulation, UNISIM, Cumene, Eco-indicators

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IX

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1-1. Dados históricos de emissão e absorção de CO2 (bilhões de toneladas por ano). . 16

Tabela 2-1 - Propriedades físicas do cumeno ........................................................................... 22

Tabela 2-2 - Propriedades físicas do benzeno .......................................................................... 24

Tabela 2-3- Propriedades físicas do propano ........................................................................... 26

Tabela 2-4 - Propriedades físicas do propeno .......................................................................... 27

Tabela 2-5 - Propriedades físicas do diisopropilbenzeno. ........................................................ 29

Tabela 2-6 - Geração de CO2 para diferentes hidrocarbonetos ................................................ 33

Tabela 3-1- Parâmetros das reações. ........................................................................................ 41

Tabela 4-1 - Descrição da Metodologia – Simulação. .............................................................. 46

Tabela 4-2 - Descrição da Metodologia – Ecoindicadores ....................................................... 47

Tabela 5-1 - Energias de consumo da planta, valores em kW. ................................................. 58

Tabela 5-2 - Comparação dos ecoindicadores de energia (valores em GJ/ton) ........................ 59

Tabela 5-3 - Parcelas de contribuição na emissão de CO2. ...................................................... 60

Tabela 5-4 - Comparação dos ecoindicadores de CO2 (valores em tCO2/h). .......................... 61

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X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2-1 - Estrutura química do cumeno ............................................................................... 20

Figura 2-2 - Representação global do processo do cumeno. .................................................... 21

Figura 2-3 - Estrutura química do benzeno .............................................................................. 23

Figura 2-4 – Estrutura química do propano .............................................................................. 25

Figura 2-5 - Estrutura química do propeno .............................................................................. 27

Figura 2-6 - Estrutura química do meta-diisopropilbenzeno. ................................................... 28

Figura 2-7 - Estrutura química do para-diisopropilbenzeno. .................................................... 29

Figura 2-8 - Objetivos do uso de modelos matemáticos para simulação de sistemas de

processos químicos ................................................................................................................... 30

Figura 2-9 - Planta proposta por Turton (2003) / Luyben (2010). ........................................... 35

Figura 2-10 - Planta proposta por Pathak et al. (2011). ............................................................ 36

Figura 3-1 - Planta do processo original. .................................................................................. 39

Figura 3-2 - Planta do processo estudado. ................................................................................ 42

Figura 4-1 - Resumo das etapas do processo de produção de cumeno .................................... 46

Figura 5-1 - Vazões molares da entrada (a) e saída do reator (b). ............................................ 50

Figura 5-2 - Vazões molares da entrada (a) e saída (b) da coluna C1. ..................................... 51

Figura 5-3 - Vazões molares da entrada e saída da coluna C2. ................................................ 51

Figura 5-4 - Vazões molares da entrada (a) e saída (b) da coluna C3. ..................................... 52

Figura 5-5 - Vazões molares de entrada (a) e saída (b) do reator de transalquilação. .............. 52

Figura 5-6 – Comparação dos resultados encontrados no topo de C1. .................................... 53

Figura 5-7 - Matriz Energética do Processo ............................................................................. 59

Figura 5-8 – Representação da contribuição em % de cada tipo de Emissão de CO2. ............. 60

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XI

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................... 15

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

1.1 CONTEXTO .............................................................................................................. 15

1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 18

1.3 ESTRUTURA ............................................................................................................ 18

CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 20

2.1 CUMENO .................................................................................................................. 20

2.1.1 Métodos para Obtenção do Cumeno .................................................................. 22

2.2 BENZENO ................................................................................................................. 23

2.2.1 Métodos para Obtenção de Benzeno .................................................................. 25

2.3 PROPANO ................................................................................................................. 25

2.3.1 Métodos para Obtenção de Propano ................................................................... 26

2.4 PROPENO ................................................................................................................. 26

2.4.1 Métodos para Obtenção de Propeno ................................................................... 28

2.5 DIISOPROPILBENZENO ........................................................................................ 28

2.5.1 Métodos para obtenção de diisopropilbenzeno .................................................. 29

2.6 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL ........................................................................ 30

2.7 ECOINDICADORES ................................................................................................ 31

2.7.1 Emissão de CO2 .................................................................................................. 32

2.8 OS PROCESSOS ....................................................................................................... 34

2.8.1 Processo Convencional ....................................................................................... 34

2.8.2 Processo com reator de transalquilação .............................................................. 35

CAPÍTULO 3 .......................................................................................................................... 37

3 DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS ..................................................................... 37

3.1 SIMULAÇÃO ............................................................................................................ 38

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XII

3.1.1 Pacotes Termodinâmicos. ................................................................................... 38

3.2 PLANTA DE CUMENO CONVENCIONAL .......................................................... 39

3.2.1 Seção de Aquecimento ....................................................................................... 40

3.2.2 Seção de Reação ................................................................................................. 40

3.2.3 Seção de Destilação ............................................................................................ 41

3.3 PLANTA DE CUMENO PROPOSTA ...................................................................... 42

3.3.1 Seção de Aquecimento ....................................................................................... 42

3.3.2 Seção de Reação ................................................................................................. 43

3.3.3 Seção de Purificação ........................................................................................... 43

3.3.4 Seção de Transalquilação ................................................................................... 44

CAPÍTULO 4 .......................................................................................................................... 45

4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 45

4.1 METODOLOGIA PARA SIMULAÇÃO ................................................................. 46

4.2 METODOLOGIA PARA CÁLCULO DOS ECOINDICADORES ......................... 47

4.2.1 Comparação de Ecoeficiência ............................................................................ 48

CAPÍTULO 5 .......................................................................................................................... 49

5 RESULTADOS ................................................................................................................ 49

5.1 SIMULAÇÃO ............................................................................................................ 49

5.1.1 Seção de Reação ................................................................................................. 50

5.1.2 Seção de separação ............................................................................................. 50

5.1.3 Seção de Transalquilação ................................................................................... 52

5.1.4 Desvios encontrados ........................................................................................... 52

5.2 ECOINDICADORES ................................................................................................ 58

5.2.1 Energia ................................................................................................................ 58

5.2.2 Dióxido de Carbono ........................................................................................... 59

CAPÍTULO 6 .......................................................................................................................... 62

6 CONCLUSÃO E SUGESTÕES ....................................................................................... 62

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XIII

6.1 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 62

6.2 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 63

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 64

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XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABIQUIM

CH4

C3H8

C3H6

C6H12

C6H6

C9H12

C12H18

CNTP

CO2

Chc(k)

DIPB

FEHE

: Associação Brasileira da Indústria Química

: Metano

: Propano

: Propeno

: Ciclohexano

: Benzeno

: Cumeno

: Diisopropilbenzeno

: Condições normais de temperatura e pressão

: Dióxido de Carbono

: Composição mássica de CO2

: Diisopropilbenzeno

: Feed-effluent Heat Exchanger

GLP

PIPB

PFD

SRK

UFF

WBCSD

: Gás Liquefeito de Petróleo

: Poliisopropilbenzenos

: Process Flow Diagram

: Soave Redlich-Kwong

: Universidade Federal Fluminense

:World Business Council for Sustainable Development

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15

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Temas como poluição de corpos hídricos, elevação da temperatura do planeta,

elevação do nível dos oceanos, dentre muitos outros tem se tornado assuntos recorrentes em

discussões sócio políticas sobre a sustentabilidade das atividades humanas no ambiente em

que está inserida.

Os processos industriais contribuem diretamente com as emissões de CO2 na atmosfera,

bem como atividades relacionadas a terrenos de plantio. Segundo dados de Friedlingstein et al

(2010), dados históricos apontam que, entre os anos de 1960 e 2009, 78,6% das emissões

globais são provenientes da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento,

enquanto 21,4% originam-se de atividades agropecuárias. Pela Tabela 1-1, representada

abaixo, é possível observar os dados de emissão e absorção de CO2 ao longo dos anos.

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16

Tabela 1-1. Dados históricos de emissão e absorção de CO2 (bilhões de toneladas por ano).

Ano

Combustíveis

Fósseis

+ Cimento

Agropecuária

Emissões

Globais

de’C02

Aumento

Atmosférico

Absorção

Oceânica

Absorções

Terrestres

Distribuição

Global De

CO

1960-1969 3,10 1,52 4,62 1,80 1,53 1,29 4,62

67%

33% 100% 39% 33% 28% 100%

1970-1979 4,69 1,34 6,03 2,69 1,74 1,61 6,04

78%

22% 100% 45% 29% 27% 100%

1980-1989 5,48 1,43 6,91 3,37 2,02 1,53 6,91

79%

21% 100% 49% 29% 22% 100%

1990-1999 6,37 1,52 7,88 3,15 2,22 2,52 7,89

81%

19% 100% 40% 28% 32% 100%

2000-2009 7,70 1,06 8,76 4,05 2,33 2,38 8,76

88% 12% 100% 46% 27% 27% 100%

Fonte: Friedlingstein et al. (2010).

Uma das iniciativas da comunidade científica em tentar reduzir o impacto das

atividades base do modelo sócio cultural atual, consiste em alterar as diretrizes de

desenvolvimento econômico, com o objetivo de implementar um modelo de desenvolvimento

sustentável. O conceito de sustentabilidade pode ser descrito segundo Pereira (2013), como:

"Capacidade de satisfazer as necessidades econômicas e produtivas presentes, sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades".

Este conceito pressupõe a cooperação mútua entre as nações com relação à redução de

atividades poluidoras, uso racional de recursos naturais, além de severas mudanças nas

regulamentações que permeiam atividades que geram impactos ambientais de forma direta e

indireta.

A ecoeficiência surgiu como uma valiosa diretriz no ímpeto da implementação de

conceitos de sustentabilidade. Teve seu conceito definido no World Business Council for

Sustainable Development (WBCSD) segundo citado por Pereira (2013), como:

"Competitividade na produção e colocação no mercado de bens ou serviços que

satisfazem às necessidades humanas, melhorando a qualidade de vida, minimizando os

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impactos ambientais e a intensidade do uso de recursos naturais, considerando o ciclo inteiro

de vida da produção".

A ecoeficiência associada às campanhas de conscientização induz o consumidor a

adquirir produtos oriundos de processos eco amigáveis, além de representar reduções

consideráveis de custos em processos industriais com reduções significativas de insumos

diretos e indiretos. Os processos que se adequam a este conceito contribuem para a redução de

emissões de gases de efeito estufa, resíduos sólidos e efluentes em geral.

Com a crescente demanda por produtos que atendam aos quesitos de sustentabilidade,

as empresas têm buscado adequar suas operações para conseguir competitividade em seus

produtos, além de garantir seu espaço em um mercado cada vez mais exigente com relação às

iniciativas ecológicas de seus fornecedores. Para isso, as indústrias fazem uso de

Ecoindicadores para realizar uma melhor análise ambiental do seu processo e com isso tomar

decisões acerca do mesmo.

Ecoindicadores consistem na relação entre uma variável ambiental e outra econômica.

Estes têm sido úteis na realização de comparativos para auxílio na tomada de decisão por

parte da equipe de engenharia de indústrias ou melhorias nos processos produtivos, visando

operações mais limpas e eficientes. Pereira (2013) enumerou as principais categorias de

ecoindicadores, sendo elas:

Emissão de CO2, consumo de água, consumo de energia, geração de resíduo sólido e

geração de efluente.

A simulação computacional tem sido peça fundamental no desenvolvimento de novos

projetos, bem como melhorias em processos existentes. Softwares como o UNISIM® são

amplamente utilizados na indústria e na academia, viabilizando diversos estudos de melhorias

para processos já conhecidos, tais como a produção de ferro (KHAREL et al., 2008), amônia

(ZHOU et al., 2010) e aço (SIITONEN et al., 2010).

A produção de cumeno, por sua considerável relevância econômica, tem atraído a

atenção de pesquisadores para sua otimização, principalmente energética (TURTON et al.,

2003; LUYBEN, 2010; PATHAK et al., 2011; MAITY et al., 2013). Identificou-se a ausência

de trabalhos que discutam as emissões de CO2 por parte destes processos. Portanto, com esta

motivação, este trabalho propõe a discussão das emissões de CO2, além de discussões

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energéticas, em uma planta de produção de cumeno, utilizando-se de ecoindicadores e por

meio de simulação. Trabalhou-se com a planta que apresenta reator de transalquilação

(PATHAK et al., 2011) por sua otimização econômica e energética e a ausência de dados de

simulação na literatura.

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho apresenta como intuito geral, estudar e produzir resultados por meio de

simulação computacional, mais especificamente através do software UNISIM, avaliando a

metodologia de produção de cumeno em reator de transalquilação.

Na abordagem preliminar pretende-se comparar os resultados de ecoeficiência da

planta apresentada por Luyben (2010), formulando um novo projeto, com tecnologia de

operação do reator distinta, com base no trabalho de Pathak et al. (2011).

O objetivo específico do presente trabalho é desenvolver o ecoindicador de emissão de

CO2 e geração de energia, para o processo de produção do cumeno analisado e comparar a

ecoeficiência da planta estudada em relação à planta apresentada por Luyben (2010).

Por fim, este trabalho dispõe-se a cooperar com o enriquecimento de fontes, na

literatura, referentes ao tópico de simulação computacional e ecoindicadores de processos

industriais.

1.3 ESTRUTURA

O presente trabalho será estruturado de acordo com os tópicos descritos abaixo.

Capítulo 2: Neste capítulo será realizada uma revisão bibliográfica acerca do cumeno

e dos compostos envolvidos no processo, apresentando suas características e utilização

na indústria. Além disso, também serão retratados os processos descrito por Turton

(2003) / Luyben (2010) e por Pathak et al., (2011), e por fim retratado o conceito geral

de simulação e ecoindicadores.

Capítulo 3: Consiste na apresentação do pacote termodinâmico utilizado na simulação,

além da metodologia utilizada na planta de cumeno original e da planta para o

processo proposto, utilizando um reator de transalquilação.

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Capítulo 4: Será apresentada a metodologia utilizada no desenvolvimento da

simulação da planta de cumeno proposta, além do desenvolvimento do ecoindicador

de emissão de CO2 e de energia.

Capítulo 5: Consiste na apresentação e discussão dos resultados obtidos através da

metodologia proposta, comparando os ecoindicadores encontrados na planta estudada

com a planta de Luyben (2010).

Capítulo 6: Neste último capítulo será apresentada a conclusão do trabalho, além de

sugestões para trabalhos futuros.

Este trabalho foi desenvolvido no Departamento de Engenharia Química e de Petróleo

da Universidade Federal Fluminense – UFF, e está inserido nas linhas gerais de modelagem,

simulação e controle de processos, e também, indústria petroquímica, meio-ambiente e

sustentabilidade.

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20

CAPÍTULO 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta revisão bibliográfica foram analisadas as características do cumeno e suas

aplicações na indústria, além das características dos principais compostos envolvidos no

processo. Além disso, também será dissertado sobre os processos descrito por Turton (2003) /

Luyben (2010) e por Pathak et al. (2011). Ao final será retratado o conceito geral de

simulação e ecoindicadores.

2.1 CUMENO

Cumeno é o nome mais comumente utilizado para denominar o composto orgânico

isopropilbenzeno, um hidrocarboneto aromático, líquido a temperatura ambiente, com odor

característico cuja estrutural química é C9H12, conforme apresentado pela Figura 2-1. A

produção de cumeno foi desenvolvida originalmente entre 1939 e 1945 para suprir a demanda

por gasolina utilizada nas aeronaves durante a segunda guerra mundial, ao ser utilizado como

um blend entre a gasolina para a elevação da octanagem, índice que avalia a resistência à

detonação de combustíveis usados em motores (MCALLISTER et al., 1942).

Figura 2-1 - Estrutura química do cumeno

Fonte: Hwang et al. (2010).

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Atualmente, o cumeno é um importante intermediário industrial na produção de

compostos fenólicos e de acetona, além de resinas de policarbonato, epóxi e nylon-6. Quase

todo o cumeno que é produzido como um componente puro em escala industrial é convertido

para peróxido de cumeno, o qual é utilizado como intermediário na síntese do fenol e acetona

em um processo conhecido como processo do cumeno. (DERWENT et al., 1990).

O processo do cumeno tem como vantagem a conversão de dois compostos

relativamente baratos, o benzeno e o propileno, em materiais com maior valor agregado,

conforme citado acima, sendo responsável pela maior parte da produção mundial de fenol e

acetona. Podemos observar o processo químico global pela Figura 2-2 (HOCK et al., 1944).

Figura 2-2 - Representação global do processo do cumeno.

Fonte: Hock et al. (1944).

A importância da obtenção do fenol se dá devido a vasta gama de compostos que

possuem como base a sua utilização, onde podemos citar (DESELMS, 2008):

Bisfenol-A, utilizado comumente na produção de policarbonato;

Desinfetantes;

Preparação de resinas e polímeros, como a baquelite;

Preparação do ácido pícrico, usado na preparação de explosivos;

Síntese da aspirina e de outros medicamentos;

Utilizado como catalisador.

O cumeno é um dos constituintes do óleo bruto e de combustíveis refinados. É

praticamente insolúvel em água, mas é solúvel em álcool e muitos outros solventes orgânicos.

Estruturalmente, cumeno é um membro do grupo alquil, família de hidrocarbonetos

aromáticos que também inclui o tolueno (metilbenzeno). Suas propriedades físico químicas

podem ser encontradas na Tabela 2-1.

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Tabela 2-1 - Propriedades físicas do cumeno

Constantes Valores

Ponto de Fusão (°C) -96

Ponto de Ebulição (°C) 152,4

Densidade 20 °C (g/ml) 0,8619

Massa molar (g/mol) 120,2

Temperatura Crítica (°C) 357,9

Fonte: Hock et al. (1944).

2.1.1 Métodos para Obtenção do Cumeno

A alquilação de Friedel-Crafts do benzeno com o propeno, é o método de obtenção de

cumeno mais comumente utilizado na indústria. A reação pode socorrer através do

mecanismo principal, descrito na Equaçõe (2-1), podendo dar lugar ao mecanismo secundário

representado na Equação (2.2), onde o cumeno sofre alquilação posterior dando origem ao

diisopropilbenzeno (DIPB), produto secundário indesejado no processo (GANNON et al.,

2014).

(2-1)

(2-2)

As reações supracitadas ocorrem através do mecanismo de alquilação de Friedel-

Crafts modificado (PATHAK et al., 2011). Vale ressaltar que a temperatura do processo de

alquilação deve ser controlada para evitar que a conversão dos reagentes em produtos seja

prejudicada pelas baixas temperaturas, e preservar a seletividade da reação, a qual é

desfavorecida por elevadas temperaturas.

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No processo sugerido por Pathak et al. (2011), existe um reator de transalquilação que

tem por objetivo converter o produto secundário DIPB em cumeno, reagindo-o com o próprio

benzeno reciclado na planta, segundo a Equação (2-3). Objetiva-se, com isso, obter um

processo mais eficiente que os propostos anteriormente.

(2-3)

2.2 BENZENO

O benzeno é um composto hidrocarboneto aromático cuja fórmula química é C6H6.

Nas CNTP é encontrado no estado líquido, é volátil, apolar, incolor, inflamável, com odor

característico e considerável estabilidade térmica. Sua estrutura química é mostrada.na Figura

2-3 (VILLALUENGA e MOHAMMADI, 2000).

Figura 2-3 - Estrutura química do benzeno

Fonte: Adaptado de ABIQUIM (2014).

As propriedades físicas do benzeno podem ser observadas pela

Tabela 2-2.

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Tabela 2-2 - Propriedades físicas do benzeno

Constantes Valores

Ponto de Fusão (°C) 5,533

Ponto de Ebulição (°C) 80,1

Densidade 25 °C (g/ml) 0,8737

Índice de Refração, nD25 1,49792

Viscosidade (absoluta) a 20°C (cP) 0,6468

Tensão Superficial a 25°C (dyn/cm) 28,18

Temperatura Crítica (°C) 289,45

Fonte: VILLALUENGA e MOHAMMADI (2000).

O benzeno pode ser encontrado em baixas quantidades em quase todas as espécies de

petróleos brutos. Todavia, a separação deste se torna viável somente quando é aumentada a

concentração nas frações do petróleo. O benzeno pode também ser obtido a partir da produção

de gás leve do carvão, sendo este um dos principais componentes encontrados no óleo leve

recuperado a partir de gases da carbonização do carvão. O óleo leve tem sua composição

dependente, principalmente, da temperatura dos gases envolvidos. Em altas temperaturas é

possível encontrar proporções elevadas de benzeno (VILLALUENGA e MOHAMMADI,

2000).

O benzeno é amplamente utilizado na síntese de componentes como estireno (plásticos

de poliestireno e borracha sintética), ciclohexano (nylon), clorobenzenos, cumeno, entre

outros. Tendo também vasta utilização na produção de medicamentos, corantes, inseticidas e

plásticos. Além disso, o benzeno já foi bastante utilizado como solvente, mas foi

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recentemente substituído por solventes mais seguros como o polietilenoglicol

(VILLALUENGA e MOHAMMADI, 2000).

2.2.1 Métodos para Obtenção de Benzeno

O aumento da demanda por detergentes, plásticos e produtos químicos orgânicos,

impactou diretamente a produção de benzeno, fazendo com que esta crescesse

consideravelmente a partir da década de 50. Nesta época um dos processos utilizados para a

produção do benzeno era proveniente de compostos aromáticos de cadeia alquilada de

toluenos e xilenos ou alquis com cadeia aromática longa. Atualmente há rotas alternativas

para a produção de benzeno incluindo, entre essas, a extração do petróleo ou carvão, a

desidrogenação de cicloparafinas, a desalquilação de compostos aromáticos de cadeia

alquilada, como por exemplo, o tolueno e xilenos, transalquilação de tolueno, reformação-

separação e extração de carvão (VILLALUENGA e MOHAMMADI, 2000).

2.3 PROPANO

O propano, principal componente presente no GLP, possui fórmula estrutural C3H8,

conforme representada na Figura 2-4. A pressão ambiente o propano é apresentado na forma

gasosa, sendo incolor, inodoro, muito solúvel em benzeno e possuindo vasta aplicação tanto

doméstica como na indústria. É dificilmente detectável pelo cheiro em baixas concentrações,

e em decorrência da ausência de odor, frequentemente é adicionado um produto com forte

odor característico para aumentar a segurança durante a manipulação do propano (VAZ et al.,

2007).

Figura 2-4 – Estrutura química do propano

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Fonte: Lide et al. (2009).

As propriedades físicas do propano podem ser observadas na Tabela 2-3.

Tabela 2-3- Propriedades físicas do propano

Constantes Valores

Ponto de Fusão (°C) -187,1

Ponto de Ebulição (°C) -42,1

Densidade 25 °C (g/ml) 0,493

Massa molar (g/mol) 44,09

Temperatura Crítica (°C) 97

Fonte: Lide e Taylor (2009).

2.3.1 Métodos para Obtenção de Propano

Propano é um subproduto do processamento de gás natural e refino do petróleo. As

duas fontes são utilizadas praticamente em proporções iguais na produção do propano. O

processamento de gás natural envolve a remoção de butano, propano, e grandes quantidades

de etano do gás bruto, a fim de evitar a condensação destes gases voláteis em gasodutos.

2.4 PROPENO

O propeno ou propileno possui a fórmula estrutural C3H6, conforme consta na Figura

2-5 normalmente apresenta-se na forma gasosa, é incolor, inodoro e altamente inflamável. É

produzido durante o craqueamento do petróleo, ou seja, ato de aquecer o petróleo a uma alta

temperatura de aproximadamente 500ºC na qual são quebradas ligações carbono-hidrogênio, e

também na gaseificação do carvão. É uma das matérias-primas mais amplamente utilizadas na

indústria petroquímica (BUDAVARI, 1996).

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Suas principais atribuições são a aplicação na produção de polipropileno e cumeno. É

também usado como combustível em vários processos industriais, devido ao fato de ter uma

chama mais quente que a do propano. Apresenta insolubilidade em água, porém é solúvel em

solventes orgânicos como álcool, éter, entre outros.

Figura 2-5 - Estrutura química do propeno

Fonte: Budavari (1996)

.

A seguir, temos representado na Tabela 2-4, as propriedades físicas do propeno.

Tabela 2-4 - Propriedades físicas do propeno

Constantes Valores

Ponto de Fusão (°C) -185

Ponto de Ebulição (°C) -47,7

Densidade 21 °C (kg/m3) 1,71

Massa molar (g/mol) 42,08

Temperatura Crítica (°C) 91,8

Fonte: Budavari (1996).

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2.4.1 Métodos para Obtenção de Propeno

Dentre os métodos de obtenção do propeno, temos a produção via GLP, que nas

refinarias agrega valor à cadeia produtiva, visto que o preço do GLP é aproximadamente

metade do preço do propreno. A coluna depropenizadora compõe a última torre de destilação

do sistema de fracionamento do GLP. Seu objetivo é separar as correntes de propano, que é

incorporada ao pool de GLP e propeno. Para a obtenção do propeno, o produto de

craqueamento (GLP) é submetido a sucessivas etapas de destilação até a separação da fração

(propano/propeno) (VAZ et al., 2007).

2.5 DIISOPROPILBENZENO

O diisopropilbenzeno (DIPB) é um hidrocarboneto insolúvel em água de fórmula

molecular C12H18 encontrado sob forma dos isômeros meta e para, conforme apresentado na

Figura 2-6 e na Figura 2-7, respectivamente. A aplicação comercial dos isômeros DIPB são

como intermediários na síntese industrial de outros produtos químicos. No entanto, também é

usado como um componente em formulações de limpeza industrial.

Figura 2-6 - Estrutura química do meta-diisopropilbenzeno.

Fonte: Bakke et al. (1970).

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Figura 2-7 - Estrutura química do para-diisopropilbenzeno.

Fonte: Bakke et al. (1970).

É possível observar as propriedades físicas do propeno na Tabela 2-5.

Tabela 2-5 - Propriedades físicas do diisopropilbenzeno.

Constantes Valore (meta) Valores (para)

Ponto de Fusão (°C) -63 -17,1

Ponto de Ebulição (°C) 203 203

Densidade 21 °C (kg/m3) 0,8549 g/cm3 0,8549 g/cm3

Massa molar (g/mol) 162,27 g/mol 162,27 g/mol

Fonte: Bakke et al. (1970).

2.5.1 Métodos para obtenção de diisopropilbenzeno

A produção intencional de DIPB ocorre através da alquilação de benzeno com

propeno na presença de um catalisador, seguida de destilação para satisfazer as especificações

de pureza. O DIPB é formado como um subproduto no processamento do cumeno (mono-

isopropilbenzeno). Sendo que a alquilação do benzeno pode gerar, além do diisopropilbenzo,

poliisopropilbenzenos mais pesados (PIPBs).

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2.6 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

A importância dos benefícios dos simuladores computacionais tem sido cada vez mais

valorizada na engenharia química de processos. O dimensionamento da planta de processo é

realizado através de ferramentas de simulação de processos, assim como os processos de

otimização, os quais também são desenvolvidos, frequentemente, através da simulação.

(PRATA, 2013).

É possível realizar estudos que visem avaliar os riscos econômicos e de segurança

intrínsecos ao processo através de modelos matemáticos. Tais modelos permitem avaliar

diversos subcomponentes presentes na indústria de processos, possibilitando a análise e

estruturação do sistema de processo químico global (HIMMELBLAU et al., 1968).

Os modelos matemáticos utilizados no sistema de processo químico, quando

desenvolvidos satisfatoriamente, podem ser utilizados para diversos objetivos, como

observado na Figura 2-8.

Figura 2-8 - Objetivos do uso de modelos matemáticos para simulação de sistemas de processos químicos

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A simulação visa estimar o comportamento de uma planta através da utilização de

modelos matemáticos. A verificação de um projeto ou o treinamento de operadores, por meio

de simuladores, permite que seja realizada uma reprodução muito próxima ao processo real.

Quando a simulação é realizada em estado estacionário, é possível obter uma análise

mais adequada da planta e das condições necessárias ao seu funcionamento. A simulação em

estado estacionário é largamente utilizada para o desenvolvimento de ecoindicadores da

planta, entre outros dados que dizem respeito ao projeto (BEZZO et al., 2004). Os valores

encontrados para os ecoindicadores através da simulação deve ser atingido quando todo o

processo está operando em perfeitas condições, porém, essa hipótese não acontece de fato

para o processo real, pois a planta possui vazamentos e outras diversas perturbações, que

muitas vezes não podem ser controladas.

Em contrapartida, a simulação em estado dinâmico possui como objetivo o controle do

processo, para que seja possível atingir as especificações necessárias, manter os níveis de

segurança e estabilidade (PRATA, 2013).

Para suprir a demanda de simulações, foram desenvolvidos uma série de softwares

onde, de acordo com o programa utilizado, é possível que a simulação ocorra ainda mais

rapidamente, quando comparada ao real processo (VAZ, 2007). Alguns exemplos de

softwares mais conhecidos são: Aspen/HYSYS®, UNISIM®, Matlab®, Scilab®, PROII®,

EMSO®, gPROMS®, MathCad®, SpeedUP®, Maple® e CAPE-COCO®.

2.7 ECOINDICADORES

Os ecoindicadores, indicadores de ecoeficiência, são parâmetros expressos de forma

relativa, capazes de avaliar a razão entre uma variável ambiental e uma variável econômico-

financeira. As principais variáveis ambientais analisadas pela indústria dizem respeito ao

consumo de água, consumo de energia, emissão de CO2, geração de efluente, geração de

resíduo sólido e emissão de CO2. Tais variáveis representam uma tendência no meio

empresarial em incentivar o desenvolvimento sustentável, adotando uma postura

ecologicamente consciente (PEREIRA, 2013).

A avaliação de ecoindicadores, possui o objetivo de minimizar os impactos ambientais

que as atividades empresariais geram, representando uma melhora contínua na redução de

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custos, representada pela: diminuição de reprocessamento de matérias-primas, energia, água e

perdas no processo.

Entre as variáveis ambientais citadas acima, damos destaque à análise de

ecoindicadores relacionados ao consumo de energia, devido à otimização das condições de

operação da planta, o que influencia diretamente em fatores econômicos para a indústria, e na

emissão de CO2, que pode ser relacionado às leis ambientais e ao efeito estufa (OGGIONI et

al., 2011).

A análise de ecoindicadores referentes a emissão de CO2 pode ser relacionada ao

analisar a emissão total de CO2 em um período de tempo pela produção total equivalente (em

t/t), conforme representado abaixo na Equação (2-4):

eEquivalent Total Produção

fugitiva) e indireta,(combustão CO de emissão de Total 2

CO de Emissão 2

orEcoindicad (2-4)

A importância da análise destes ecoindicadores é observada quando verificamos que a

integração energética das plantas de processos industriais vem sendo uma das principais

medidas para a redução das emissões globais de CO2 e para a diminuição da dependência de

importação de combustíveis fósseis (OGGIONI et al., 2011).

2.7.1 Emissão de CO2

Em se tratando de fontes de emissão de CO2 em uma planta industrial, podemos

categorizá-las em 3 categorias diferentes (PEREIRA, 2013).

Emissões por Combustão – Provenientes da queima de combustíveis tanto líquidos

como gasosos.

Emissões Indiretas – Oriundas de fontes externas de energia, tais como a

cogeração, energia elétrica e vapor.

Emissões Fugitivas – Representam vazamentos em equipamentos do processo,

tanto na fase de produção como também em sua fase logística de transporte de

produtos e reagentes. Também se contabilizam as emissões geradas por alívio para

flare.

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A quantidade de CO2 emitido é calculada levando em conta a conversão total do

hidrocarboneto a CO2 (PEREIRA, 2013).

Na Tabela 2-6 encontram-se os dados de quantidade de CO2 produzidos por tonelada

de hidrocarbonetos utilizadas no processo de queima. Temos as relações mássicas dos

hidrocarbonetos com o CO2 representadas por phc, em t CO2/t. (PEREIRA, 2013).

Tabela 2-6 - Geração de CO2 para diferentes hidrocarbonetos

Fonte: Pereira (2013).

Uma vez mapeadas as diferentes origens de emissões de CO2 provenientes de

atividades de queima na planta, assim como fontes indiretas de emissões, chega-se na

Equação (2-5) (PEREIRA, 2013).

EMFFEMFTEMFVEMEMEMEMEMCOdeEmissão CombLiqCombGasGNVaporEE 2 (2-5)

EMEE – Emissões indiretas por energia

elétrica.

EMCombLiq – Geradas por combustão de

combustíveis líquidos

EMvapor – Oriundas de processos de

geração de vapor

EMFV – Emissões fugitivas por

vazamento de CO2

EMGN – Provenientes de combustão de

Gas Natural

EMFT – Emissões fugitivas oriunda de

transportes pertinentes ao processo

EMCombGas – Geradas por combustão

de combustíveis gasosos

EMFF – Emissões geradas por alívios

para flare

Hidrocarboneto Reações de Conversão: Reagentes / Produtos phc(tCO2/t)

Metano CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O 2,750

Etano 2 C2H6 + 7 O2 → 4 CO2 + 6 H2O 2,933

Propano C3H8 + 5 O2 → 3 CO2 + 4 H2O 3,000

Eteno C2H4 + 3 O2 → 2 CO2 + 2 H2O 3,143

Propeno 2 C3H6 + 9 O2 → 6 CO2 + 6 H2O 3,143

Butano 2 C4H10 + 9O2 → 8CO2 + 10 H2O 3,034

Gasolina C8H18 + 12,5 O2 → 8 CO2 + 9 H2O 3,088

C9+ C9H20 + 14 O2 → 9 CO2 + 10 H2O 3,094

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Vale ressaltar que se associa sinais positivos ou negativos aos termos de emissão de

CO2, dependendo da fonte a que se refere. Aplica-se sinais positivos para fontes importadas

ou sinais negativos para quantidades exportadas entre unidades, principalmente quando há

integração de unidades industriais em um complexo. A quantificação da emissão de CO2

vapor, oriunda da queima dos combustíveis fósseis é feita pelas unidades exportadoras

(PEREIRA, 2013).

2.8 OS PROCESSOS

Abaixo são descritos, de forma sucinta, os processos produtivos do Cumeno utilizados

como base para este estudo, bem como detalhadas as plantas pertinentes a cada um dos

métodos.

2.8.1 Processo Convencional

O processo produtivo de cumeno base considerado para análise neste trabalho foi

apresentado por Turton et al. (2003) e otimizado por Luyben (2010). Tem-se o fluxograma

deste processo representado na Figura 2-9.

As correntes de benzeno e C3 (95% de propileno e 5% de n-propano) são misturadas

com o benzeno do reciclo, a mistura é vaporizada num vaporizador, pré-aquecida num

trocador de calor (FEHE), usando o efluente quente do reator, antes de ser aquecida à

temperatura da reação numa fornalha. A corrente aquecida é alimentada em um reator de leito

fixo arrefecido. O efluente do reator quente perde calor sensível no FEHE e é ainda resfriado

com água de arrefecimento. A corrente arrefecida é enviada para uma primeira coluna de

destilação, a fim de separar os compostos leves. O n-propano inerte e pequenas quantidades

de propileno, não reagidos, são recuperados a partir da coluna como vapor de destilado. A

corrente de fundo é ainda destilada numa coluna de reciclo para recuperar e reciclar o benzeno

não reagido, sendo depois enviada para uma coluna de produto, onde 99,9% do cumeno é

recuperado como destilado e o DIPB como produto de fundo.

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2.8.2 Processo com reator de transalquilação

No processo proposto por Pathak et al. (2011), que se diferencia do apresentado por

Turton et al. (2003) e otimizado por Luyben (2010), principalmente, pela presença de um

reator de transalquilação, tem sua representação esquemática apresentada na Figura 2-10. As

alimentações de benzeno e C3 (95% de propileno e 5% de n-propano) são misturadas com o

benzeno de reciclo, vaporizado e pré-aquecido, num trocador de calor (FEHE). O trocador de

calor usa o efluente quente do reator para pré-aquecimento, antes de se aquecer a corrente à

temperatura de reação num trocador de calor que utiliza meio de aquecimento de alta

temperatura. A corrente aquecida é alimentada em um reator de leito fixo arrefecido (PBR). O

PBR é um trocador de calor tipo casco e tubo com tubos de catalisador recheado e água

quente pressurizada circulando no casco. O efluente quente do reator perde calor sensível no

FEHE, sendo ainda mais resfriado com água de arrefecimento. A corrente arrefecida é

enviada para um conjunto de três colunas de destilação. O n-propano inerte e pequenas

quantidades de propeno que não tenham reagido são recuperados como vapor de destilado da

primeira coluna. O fundo é ainda destilado na coluna de reciclagem para recuperar e reciclar o

Figura 2-9 - Planta proposta por Turton et al. (2003) / Luyben (2010).

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benzeno que não reagiu, como o destilado. O produto de fundo desta coluna é enviado para a

coluna de produto, afim de recuperar cumeno quase puro como o destilado e DIPB pesado

como fundo. A corrente de DIPB é misturada com uma fração da corrente de reciclo de

benzeno, a mistura é aquecida e alimentada em um reator de transalquilação adiabático onde o

DIPB reage com benzeno para formar cumeno. O efluente do reator de transalquilação é

alimentado na coluna de reciclagem afim de recuperar o benzeno e cumeno. O processo

apresentado é semelhante ao de Luyben (2010), com exceção da presença do circuito de

transalquilação.

Figura 2-10 - Planta proposta por Pathak et al. (2011).

Dessa forma foram apresentados os dois processos analisados nesse trabalho.

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CAPÍTULO 3

3 DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS

No atual capítulo será apresentada em maiores detalhes referente aos processos, a

planta de cumeno original e a planta para o processo proposto, utilizando um reator de

transalquilação.

As simulações dos processos foram executadas através do software UNISIM®, sendo

efetuada sob condição de estado estacionário. Os resultados obtidos neste processo são

apresentados e discutidos nos capítulos a seguir, juntamente com os cálculos do ecoindicador

de energia e de emissão de CO2, para o processo.

O estudo foi motivado pela notada importância, alta aplicabilidade e a ampla

utilização do cumeno e seus derivados na indústria, conforme apresentado. Visto que não

existem estudos do processo proposto por Pathak et al. (2011), onde são abordados os dados e

parâmetros utilizados na simulação, realizou-se este estudo com a finalidade de disponibilizar

essas referências à comunidade científica, além de avaliar a ecoeficiência da planta proposta

em relação a planta convencional base.

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38

38

3.1 SIMULAÇÃO

O ambiente de simulação escolhido para a simulação da planta de produção de

cumeno deste trabalho foi o software UNISIM® Design Suite R390 da Honeywell. Tal

software é uma ferramenta de simulação extremamente versátil, pois oferece alta flexibilidade

devido às várias vertentes existentes para realizar tarefas específicas além de possui uma

abordagem lógica e consistente de como esses recursos são fornecidos (HONEYWELL, 2010.

UniSim® Design User Guide).

A representação de um processo no simulador escolhido é denominada “flowsheet”, o

qual pode ser definido como um diagrama sistemático que representa as fases de qualquer

processo, indicando desde o processo completo até o funcionamento individual de cada

equipamento. A representação gráfica do flowsheet é realizada através do PFD (Process Flow

Diagram), onde estão inclusas as correntes de processo, unidades de operação e todos os

equipamentos necessários ao processo, permitindo a construção do diagrama da planta

desejada (DA COSTA, 2011).

3.1.1 Pacotes Termodinâmicos.

O UNISIM se utiliza de diversos pacotes termodinâmicos para melhor contabilização

das propriedades físico químicas dos compostos envolvidos no processo.

Estes pacotes baseiam-se nas diversas equações de estado com as quais são calculadas

diversas propriedades termodinâmicas, como por exemplo, volume molar, densidade,

entropia, entalpia, capacidade calorífica, além de propriedades de equilíbrio tanto de

substâncias puras quanto de misturas (SMITH et al., 2007). As equações de estado são

desenvolvidas com as relações entre volume molar, temperatura e pressão

As equações de estado utilizadas pelo UNISIM são bem trabalhadas na literatura.

Podemos citar como exemplo as equações do gás ideal, equação de Peng Robinson e equação

SRK (Soave Redlich-Kwong) (SMITH et al., 2007). Para este trabalho, utilizou-se a equação

de Peng Robinson, a qual representa bem o comportamento das substâncias utilizadas no

processo. Para maiores detalhes sobre o equacionamento, vide Vera e Sryjek (1986).

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3.2 PLANTA DE CUMENO CONVENCIONAL

No processo original, proposto por Turton (2003) e otimizado por Luyben (2010), não

foram contabilizadas as quedas de pressão nos equipamentos, com exceção da válvula (VLV-

100), cuja função é reduzir a pressão na linha de 25 bar para 1,75 bar. O que contribui no

processo de separação no vaso flash (V-100) e nas colunas de destilação (T-100 e T-101). Na

seção final do processo há uma bomba (P-100), utilizada no reciclo, cuja finalidade é manter a

pressão da linha. Tal fator foi apontado por Luyben (2010), porém a bomba não consta no

fluxograma de seu trabalho. A planta do trabalho pode ser vista abaixo na Figura 3-1.

Figura 3-1 - Planta do processo original.

Fonte: Luyben (2010)

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3.2.1 Seção de Aquecimento

A corrente de alimentação do processo (identificada pelo número 1) possui vazão de

101,94 kmol/h, composta por 95% de propeno e 5% de propano. Esta é introduzida à um

misturador onde também é adicionada uma corrente de benzeno puro (identificada pelo

número 2) com vazão de 98,78 kmol/h, ambas à pressão de 25 bar e temperatura de 25°C. No

curso no fluxograma essa mistura passa por um vaporizador (E-100) de volume 4,59m³. O

efluente do vaporizador está a uma temperatura de 210°C e pressão de 25 bar. A temperatura

do efluente do reator é 385,5°C, sendo utilizado para pré-aquecimento da carga afluente ao

reator (PFR-100) que possui temperatura de 210°C. No decorrer desta troca térmica o efluente

do reator que estava à 385,5°C é resfriado à 279°C, após passar pelo trocador (E-101),

responsável pelo pré-aquecimento da carga inicial (FEHE, acrônimo para feed-effluent heat

exchanger). Seguidamente, conforme fluxograma, a corrente passa pelo condensador (HX2)

de volume 0,5m³, onde é resfriada com água fria, chegando à 90°C. O FEHE é um trocador do

tipo casco e tubo contracorrente (um passe no casco), com 320 tubos. Os tubos possuem

volume de 8,76m³ e diâmetro 0,0763m. Os tubos possuem volume idêntico ao do casco. A

área de troca térmica é de 460m². Precedente a entrada do reator há um aquecedor (HX-1) por

onde passa a alimentação, chegando a temperatura de 358°C. As duas fases do efluente do

condensador são encaminhadas ao vaso flash (V-100) de volume 4,15m³, onde se dá a

separação das fases líquida e vapor. A fase vapor é queimada no flare (corrente identificado

pelo número 10) e a fase líquida é enviada à coluna de destilação (T-100), responsável pelo

reciclo do benzeno (BATISTA et al., 2014).

3.2.2 Seção de Reação

A seção de reação é constituída de um reator tubular arrefecido (PFR-100), as reações

exotérmicas na fase vapor que ocorrem na parte interna deste, que geram vapor de água de

alta pressão. O reator dispõe de 1500 tubos de 0,0763m de diâmetro cada e 6m de

comprimento. Os tubos têm seu interior constituído de catalisador sólido esférico de

densidade 2000 kg m-3 e a fração de vazios vale 0,5. O coeficiente global de transferência de

calor é de 0,065 kW m-2 k-1. Os parâmetros reacionais (taxas em kmol s-1 m-3) são

apresentados na Tabela 3-1 (BATISTA et al., 2014).

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Tabela 3-1- Parâmetros das reações.

Parâmetros

Reação 1 - Equação (1)

Reação 2 - Equação (2)

K 2,80 × 107 2,32 × 109

E (kJ/kmol) 104174 146742

Termos das concentrações (kmol/m3) CPropileno CBenzeno CCumeno CPropileno

3.2.3 Seção de Destilação

Depois de passar pelo vaso flash, onde ocorre a separação dos compostos leves

(propano e propeno que não reagiram) e os compostos pesados (benzeno, cumeno e

diisopropilbenzeno), os pesados são encaminhados à primeira coluna de destilação (T-100).

A coluna (T-100) de reciclo de benzeno é composto por 15 estágios (o primeiro

estágio é o condensador e o último é o refervedor). A alimentação se dá no 8º estágio, fator

minimizante do calor adicionado à coluna através do refervedor (LUYBEN et al., 2010). O

diâmetro é de 1,36m e a energia adicionada no refervedor é 1,69 Gcal/h. A pressão de

operação é de 1,75 bar, o que atribui ao vaso de refluxo a temperatura de 64°C. A razão de

refluxo é de 0,44. Ao fim do processo, tem-se o destilado oriundo do topo da coluna

composto quase inteiramente por benzeno e baixas quantidades de propano e propeno (não

separadas no vaso flash). Após a passagem por esta coluna, o benzeno oriundo do topo é

reciclado a uma vazão de 108,22 kmol/h e mistura-se a corrente de benzeno fresco,

proporcionando uma vazão total de 207 kmol/h, enquanto o produto de fundo segue para a

segunda coluna de destilação (T-101).

A purificação do cumeno (separação do benzeno) ocorre numa coluna contendo 20

estágios. A alimentação se dá no 12º estágio. O diâmetro é de 1,26 m e a energia adicionada

ao refervedor é de 1,19 Gcal/h. A pressão de operação é 1 bar, o que proporciona ao vaso de

refluxo a temperatura de 152°C. A razão de refluxo é 0,63. A corrente de cumeno efluente da

coluna T-101 contem 0,1% de contaminantes. A distância entre os pratos é igual a 2ft

(BATISTA et al., 2014).

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3.3 PLANTA DE CUMENO PROPOSTA

No trabalho realizado, substituiu-se a abordagem convencional de Luyben (2010) pela

implementação de um reator de transalquilação segundo os estudos de Pathak et al. (2011).

Desta forma, pretende-se aumentar a eficiência do processo de produção do cumeno, bem

como reduzir os impactos de emissões de CO2 por queima de subprodutos nos alívios para

flare. A planta simulada pode ser analisada na Figura 3-2.

Figura 3-2 - Planta do processo estudado.

3.3.1 Seção de Aquecimento

Uma alimentação de 98,9 kgmol/h de benzeno puro a 25 ⁰C e 2575 kPa e uma

corrente de reciclo contendo 99% de benzeno e 1% de cumeno à uma temperatura de 96,9 ⁰C

e 2575 kPa são adicionadas ao misturador (M1), cuja mistura efluente encontra-se a 53,5 ⁰C e

2575 kPa. À esta mistura é adicionada uma corrente de 105,3 kmol/h de propeno à 24,7 ⁰C e

2575 kPa no misturador (M2).

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A corrente sofre vaporização em um vaporizador (EV) com queda de pressão de 49,9

kPa. A corrente de saída, com 99,9% de fração vapor e temperatura de 198,3 ⁰C, troca calor

em um FEHE (feed-effluent heat exchanger) em contra-corrente com o efluente do reator

(Reactor) que se encontra à 343,4 ⁰C e 2400 kPa. A corrente oriunda do trocador, que se

encontra a 249,4 ⁰C e 2500 kPa, é submetida à um aumento de temperatura em um aquecedor

(Fuel) atingindo 342,8 ⁰C.

3.3.2 Seção de Reação

A mistura, contendo 262,7 kmol/h, efluente da seção de aquecimento, entra no 2º prato

de uma coluna reativa contendo um total de 15 pratos. Esta coluna possui um condensador a

50 ⁰C e 1500 kPa, além de um refervedor à 252,7 ⁰C e 1510 kPa. A taxa de refluxo é de 21

kmol/h e a taxa de vent 6 kmol/h. O produto de topo consiste em um alívio para flare de 6

kmol/h com composição de 87,6% de propano, 11,4% de propeno e 1% de benzeno.

O produto de fundo, cuja vazão molar é 157,4 kmol/h, temperatura de 155,9 ⁰C e

pressão de 171,2 kPa, possui composição de 37,4% de benzeno, 61,8% de cumeno e 0,8% de

DIPB. Esta saída é misturada à corrente de número 24, detalhada na Seção de Transaquilação,

em um misturador (M4).

3.3.3 Seção de Purificação

A saída do misturador (M4) à temperatura de 156,0 ⁰C, pressão de 171,2 kPa e vazão

molar de 164,6 kmol/h, possui composição de 38,1% de benzeno, 60,2% de cumeno e 1,7%

de DIPB. Esta corrente é alimentada no 6º prato de uma coluna de destilação (C2) de um total

de 23 pratos. O condensador encontra-se à 140 kPa e 91,5 ⁰C, e o refervedor à 140 kPa e

167,5 ⁰C. A taxa de refluxo do equipamento é 148,4 kmol/h.

O produto de topo consiste em uma corrente de 63,3 kmol/h à 91,5 ⁰C e 140 kPa, com

composição de 99% benzeno e 1% cumeno, que é pressurizada pela bomba (P1) até 6933 kPa

com adquirindo temperatura de 95,5 ⁰C, identificada como corrente número 17. Uma fração

de 92,4% da vazão desta corrente é reciclada e misturada (M1) à alimentação de benzeno puro

no início do processo.

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A corrente de fundo é submetida à um aumento de pressão na bomba (P2) de 1953 kPa

(delta P). Esta corrente, agora completamente na fase líquida, de composição 97,3% cumeno e

2,7% DIPB, entra no 12º prato, de um total de 20 pratos, na coluna de destilação (C3). O

condensador encontra-se à 140 kPa e 166,7 ⁰C e refervedor à 140 kPa e 220,3 ⁰C. Este

equipamento possui uma taxa de 36,6 kmol/h.

A saída do topo consiste em uma corrente de 98,9 kmol/h à 166,7 ⁰C e 140 kPa, cuja

composição é 99,6% cumeno e 0,4% DIPB.

O produto de fundo possui vazão molar de 2,4 kmol/h à 220,3 ⁰C e 140 kPa, com

composição de 95,8% DIPB e 4,2% cumeno. Esta corrente é misturada (M3) aos 7,6%

remanescentes da corrente número 17, aquecida até 240 ⁰C no aquecedor (H2) dando origem

à corrente número 22, de vazão molar 7,2 kmol/h, 240 ⁰C e 4146 kPa. Esta corrente possui

composição de 66,2% benzeno, 2% cumeno e 31,8% DIPB e alimenta o reator de

transalquilação.

3.3.4 Seção de Transalquilação

Em um reator de transalquilação do tipo PFR (Trans-alkylator) de volume 0,7 m³,

comprimento de 1.6 m, diâmetro de 7,5 cm, 100 tubos e espessura de parede de 0,5 cm, ocorre

a reação onde o DIPB é convertido à cumeno, segundo a reação descrita anteriormente.

Utilizam-se catalisadores de densidade de 2500 kg/m³ com diâmetro de 1 cm e

capacidade térmica de 1000 kJ/kg·⁰C.

A corrente de saída de número 23, com vazão de 7,2 kmol/h, se encontra à 240,5 ⁰C e

4146 kPa. Sua composição é 54,6% benzeno, 25,3% cumeno e 20,1% DIPB, e esta é

misturada (M4) com a corrente de número 14 oriunda do produto de fundo da coluna de

destilação (C1).

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CAPÍTULO 4

4 METODOLOGIA

Nessa seção será abordada a metodologia para simulação e determinação do

ecoindicador de CO2. A simulação computacional da planta de cumeno será analisada em

regime estacionário e o processo de produção analisado será o descrito por Turton et al.

(2003) e otimizado por Luyben (2010), sendo a metodologia de solução baseada

fundamentalmente no correto preenchimento das especificações da planta. Em relação a

metodologia de obtenção do ecoindicador de CO2, serão tomadas como base para

contabilização de CO2 três tipos de emissões: Indireta, por combustão e fugitiva.

Com isso, temos a metodologia deste trabalho dividida em dois pontos:

1. Simulação da planta de produção de cumeno estudada.

2. Desenvolvimento do ecoindicador de geração de energia e emissão de CO2,

tendo como base o trabalho de Pereira (2013).

A partir da efetuação da metodologia descrita acima, será possível apresentar e discutir

os resultados deste trabalho, os quais serão apresentados respectivamente nos Capítulos 5 e 6.

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4.1 METODOLOGIA PARA SIMULAÇÃO

Conforme descrito nos capítulos anteriores, a simulação proposta se resume nas etapas

observadas na Figura 4-1.

Figura 4-1 - Resumo das etapas do processo de produção de cumeno

Na Tabela 4-1, representamos a metodologia para a realização da simulação.

Tabela 4-1 - Descrição da Metodologia – Simulação.

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Para análise dos resultados obtidos na simulação do processo, foi realizada uma

comparação em relação aos resultados obtidos pelo trabalho Pathak et al. (2011). Para isso foi

feito uma análise no desvio de ambos, calculado pela Equação (4-1).

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = |𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑃𝑎𝑡ℎ𝑎𝑘|

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑃𝑎𝑡ℎ𝑎𝑘∙ 100%

(4-1)

4.2 METODOLOGIA PARA CÁLCULO DOS ECOINDICADORES

Na Tabela 4-2, podemos observar a metodologia para o desenvolvimento de

ecoindicadores.

A Equação (4-2) indica a relação entre um dado ambiental, que pode representar a:

emissão de CO2, consumo de energia, consumo de água, geração de resíduo sólido e geração

de efluente, em toneladas, e um dado econômico, neste caso representado pela quantidade de

produto gerado em toneladas. Números pequenos representam altas ecoeficiências para o

processo abordado.

Tabela 4-2 - Descrição da Metodologia – Ecoindicadores

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𝐸𝑎𝑚𝑏 =𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝐴𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠)

𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝐸𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑎 (𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜)

(4-2)

4.2.1 Comparação de Ecoeficiência

Com o objetivo de avaliar o nível de impacto ambiental e sustentabilidade do processo

desenvolvido por Pathak et al (2011) com relação à planta de Turton et al. (2003) e Luyben

(2010), avaliou-se as emissões de CO2 diretas e indiretas e os gastos energéticos de ambos os

processos. O fator comparativo final será o parâmetro de ecoeficiência calculado segundo as

premissas citadas ao longo deste capítulo.

Assim foram apresentadas as metodologias necessárias para atingir os objetivos

propostos no escopo deste trabalho, a parte de simulação computacional e a parte de

desenvolvimento dos ecoindicadores.

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CAPÍTULO 5

5 RESULTADOS

Neste capítulo, serão apresentados os resultados obtidos na simulação realizada neste

presente trabalho, assim como a comparação com os resultados obtidos por Luyben (2010) e

Batista et al. (2014). Além disso, após os resultados da simulação, também será possível

observar a análise ambiental realizada através do desenvolvimento e apresentação dos

ecoindicadores da planta.

5.1 SIMULAÇÃO

A comparação dos resultados obtidos através da simulação é fundamental para validar

os dados obtidos neste trabalho e posteriormente a aplicação dos mesmos no desenvolvimento

da análise ambiental. Nesta seção, serão apresentados os resultados obtidos pela simulação,

além de tabelas comparativas entre as vazões (kmol/h) e as frações molares, obtidas na

simulação e no artigo de Pathak et al. (2011). Vale ressaltar, que será utilizada uma variável

de desvio para calcular a aproximação entre os valores encontrados na simulação e os valores

do artigo.

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50

50

5.1.1 Seção de Reação

A seção de reação é a principal fonte de formação do cumeno, fazendo com que o seu

alto rendimento seja determinante na eficiência do processo. Vale ressaltar que um baixo

rendimento nesta seção acarreta em um aumento da vazão de reciclo e, consequentemente nos

gastos energéticos.

Na Figura 5-1observam-se os valores das vazões molares da entrada e saída do reator.

A conversão encontrada para o reator em questão é de 98,05% em relação ao propeno.

Figura 5-1 - Vazões molares da entrada (a) e saída do reator (b).

5.1.2 Seção de separação

Após a saida do reator a corrente começa a ser purificada, assim temos a retirada dos

reagentes leves na primeira coluna.O benzeno é retirado para ser reaproveitado na segunda

coluna e na ultima coluna é aumentado o grau de pureza do cumeno ao retirar o

Diisopropilbenzeno.

A Figura 5-2apresenta os valores das vazões de entrada e saida da coluna, que possui

como especificações:

Recuperação de benzeno no distilado de 0,1%;

Vazão de 20,97 kmol/h de vazão de refluxo.

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Figura 5-2 - Vazões molares da entrada (a) e saída (b) da coluna C1.

A corrente “Fuel Gas” é direcionada para a alimentação do flare, o que corresponde

uma redução de 40% na vazão molar em relação a corrente do flare encontrada no trabalho de

Luyben (2010).

A Coluna C2 é responsável pela separação do benzeno. São especificadas as vazões de

topo e fundo, além das vazões molares de cada corrente que podem ser observadas na Figura

5-3.

Figura 5-3 - Vazões molares da entrada e saída da coluna C2.

A fim de aproveitar o Diisopropilbenzeno formado no reator o processo, este é

separado na terceira coluna. Ao especificar uma fração molar de 0,9584 de

Diisopropilbenzeno no fundo da coluna e uma vazão de fundo são obtidos os resultados da

Figura 5-4.

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Figura 5-4 - Vazões molares da entrada (a) e saída (b) da coluna C3.

5.1.3 Seção de Transalquilação

O reator de transalquilação atingiu uma conversão de 36,60%, a Figura 5-5apresenta

os valores de entrada e saída do reator de transalquilação.

Figura 5-5 - Vazões molares de entrada (a) e saída (b) do reator de transalquilação.

5.1.4 Desvios encontrados

Uma maneira eficiente de comparar os resultados obtidos na simulação deste processo

é a comparação do desvio encontrado entre os resultados obtidos pela simulação em questão e

os resultados referente ao trabalho de Pathak et al. (2011). O desvio foi definido sobre a forma

de desvio, conforme equação (4-1).

Da Tabela 5.7 a Tabela 5.6 são encontradas a comparação entre o presente trabalho e

de Pathak et al. (2011) para os balanços mássicos, assim como as Figuras 5-1 a Figura 5-6,

onde por meio de gráficos é possível apresentar uma visão geral acerca dos resultados e os

desvios encontrados, comparando a porcentagem que cada valor contribui para um total de

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100%. Caso ambas as barras estiverem em 50%, temos que os valores comparados são iguais

e o desvio é de 0%. Através da análise gráfica é possível observar facilmente a discrepância

entre os dois valores.

A Tabela 5.7 e a Figura 5-7 apresenta estas comparações para os balanços de energia.

Tabela 5.1. Comparação dos resultados obtidos no topo da coluna C1.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 6,007 6,348 5,37%

Fração molar de Propano 0,876 0,829 5,67%

Fração molar Vazão de Propeno 0,114 0,161 29,19%

Fração molar de Benzeno 0,009 0,009 0,00%

Figura 5-6 – Comparação dos resultados encontrados no topo de C1.

Tabela 5.2. Comparação dos resultados obtidos no fundo da coluna C1.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 157,4 157,4 0,00%

Fração molar de Benzeno 0,374 0,379 1,32%

Fração molar de Cumeno 0,618 0,608 1,64%

Fração molar de Diisopropilbenzeno 0,008 0,012 33,33%

6,007

0,876

0,114

0,009

6,348

0,829

0,161

0,009

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Propano

Fração molar Vazão de Propeno

Fração molar de Benzeno

Trabalho Pathak (2011)

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Figura 5-2 – Comparação dos resultados encontrados no fundo de C1.

Tabela 5.3. Comparação dos resultados obtidos no topo da coluna C2.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 63,35 63,35 0,00%

Fração molar de Benzeno 0,991 0,992 0,10%

Fração molar de Cumeno 0,009 0,008 12,50%

Figura 5-3 – Comparação dos resultados encontrados no topo de C2.

157,4

0,374

0,618

0,008

157,4

0,379

0,608

0,012

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Benzeno

Fração molar de Cumeno

Fração molar de Diisopropilbenzeno

Trabalho Pathak (2011)

63,35

0,991

0,009

63,35

0,992

0,008

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Benzeno

Fração molar de Cumeno

Trabalho Pathak (2011)

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Tabela 5.4. Comparação dos resultados obtidos no fundo da coluna C2.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 101,27 101,26 0,01%

Fração molar de Cumeno 0,973 0,976 0,31%

Fração molar de Diisopropilbenzeno 0,027 0,024 12,50%

Figura 5-4 – Comparação dos resultados encontrados no fundo de C2.

Tabela 5.5. Comparação dos resultados obtidos no topo da coluna C3.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 98,88 98,88 0,00%

Fração molar de Cumeno 0,996 0,999 0,30%

Fração molar de Diisopropilbenzeno 0,004 0,001 300,00%

Observa-se na Figura 5.5 que o desvio porcentual encontrado para a fração de

Diisopropilbenzeno é de 300% um valor elevado se não for analisado o contexto e as

variáveis. A diferença absoluta é de 0,003 em uma variável que está sempre entre o valor zero

e um, e no contexto de ser a variável não desejada uma vez que não é o produto de interesse

(cumeno). Como os valores são muito baixos quaisquer diferenças percentuais geram

números elevados. Esse número nesse contexto não é considerado elevado.

101,27

0,973

0,027

101,26

0,976

0,024

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Cumeno

Fração molar de Diisopropilbenzeno

Trabalho Pathak (2011)

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Figura 5-5 – Comparação dos resultados encontrados no topo de C3.

Tabela 5.6. Comparação dos resultados obtidos no fundo da coluna C3.

Variável Trabalho Pathak et al.

(2011)

Desvio

Vazão (kmol/h) 2,390 2,378 0,50%

Fração molar de Cumeno 0,0416 0,0416 0,00%

Fração molar de Diisopropilbenzeno 0,9584 0,9584 0,00%

Figura 5-6 – Comparação dos resultados encontrados no fundo de C3.

98,88

0,996

0,004

98,88

0,999

0,001

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Cumeno

Fração molar de Diisopropilbenzeno

Trabalho Pathak (2011)

2,39

0,0416

0,9584

2,378

0,0416

0,9584

Vazão (kmol/h)

Fração molar de Cumeno

Fração molar de Diisopropilbenzeno

Trabalho Pathak (2011)

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Tabela 5.7. Comparativo do consumo das energias na planta, valores em kW.

Nome da corrente Trabalho Pathak et al. Desvio

EV 2720,6 2720 0,02%

EF 959,7 959 0,07%

E2 38,2 37,38 2,19%

ERC1 1066,5 1065 0,14%

ERC2 549,5 591 7,02%

ERC3 1166,1 1327 12,12%

Figura 5-7 – Comparação dos resultados pelo consumo das energias na planta.

2720,6

959,7

38,2

1066,5

549,5

1166,1

2720

959

37,38

1065

591

1327

EV

EF

E2

ERC1

ERC2

ERC3

Trabalho Pathak

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5.2 ECOINDICADORES

Os ecoindicadores são utilizados como base para uma análise de ecoeficiência, sendo

utilizados como fatores decisivos para melhorar o desempenho da planta. Esta seção apresenta

os resultados obtidos para os ecoindicadores de energia e CO2.

5.2.1 Energia

A energia utilizada na planta pode ser observada na forma elétrica do Sistema

Nacional Integrado ou na forma de energia de combustão do gás natural. A Tabela 5-1

apresenta os valores de energia consumida na planta.

Tabela 5-1 - Energias de consumo da planta, valores em kW.

A matriz energética do processo é mostrada na Figura 5-7, a importância da energia

elétrica fica evidente nesta figura, isso se deve ao fato dos aquecedores que não estão em

conjunto com as colunas trabalharem com energia elétrica.

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Figura 5-7 - Matriz Energética do Processo

O ecoindicador de energia encontrado para o processo da planta simulada por Batista

et al. (2014), foi de 1,975 GJ/t.

Apesar de Batista et al. (2014) não realizar o cálculo do ecoindicador de energia, ao

utilizarmos os dados fornecidos por Luyben (2010) e obtermos o valor do ecoindicador de

energia, é possível realizar uma análise comparativa entre os processos.

A Tabela 5-2 mostra os valores encontrados para o ecoindicador de energia para as

duas situações.

Tabela 5-2 - Comparação dos ecoindicadores de energia (valores em GJ/ton)

Presente trabalho Luyben. (2010)

1,975 2,395

5.2.2 Dióxido de Carbono

As diferentes formas de emissão de CO2 contribuem de maneiras diferentes, logo as

parcelas da contribuição na emissão de CO2 são apresentadas na Tabela 5-3.

57%

43%

Matriz energética da planta

Energia Elétrica Energia Combustão

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Tabela 5-3 - Parcelas de contribuição na emissão de CO2.

Tipo de emissão Valor da Emissão (tCO2/h)

Direta 0,6610

Indireta 0,3598

Fugitiva 0,8019

A emissão direta foi calculada com base no valor da relação dada em Batista et al.

(2014) que argumenta que para o cálculo da emissão direta deve-se considerar a energia

gerada através da queima do gás natural e que cada GJ consumido, gera 0,0561 de CO2. A

geração de energia para os refervedores da coluna gera 0,66 t de CO2.

A emissão indireta é calculada através do fator fornecido na Tabela 5-3. Cada MWh

consumido gera 0,096 toneladas de CO2.

Tendo o valor de cada tabela e o valor da produção total da planta, torna possível o

cálculo do ecoindicador de CO2, o ecoindicador de CO2 é 0,1531 tCO2/t.

Figura 5-8 – Representação da contribuição em % de cada tipo de Emissão de CO2.

20%

36%

44%

Tipos de emissão de CO2

Emissão indireta Emissão direta Emissão fugitiva

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Uma rápida comparação do ecoindicador de CO2 deste presente trabalho com o de

Luyben (2010) e com Batista et al. (2014) é apresentado na Tabela 5-4.

Tabela 5-4 - Comparação dos ecoindicadores de CO2 (valores em tCO2/h).

Presente trabalho Batista et al. (2014) Luyben (2010)

0,1531 0,25 3,01

Observa-se que nos resultados apresentados que a planta de processo de cumeno

modificado com a inserção do reator de transalquilação possui um ecoindicador de emissão de

CO2 na base produção menor, ou seja melhor, do que o processo convencional proposto por

Luyben (2010) e analisado e otimizado por Batista et al. (2014). Assim, pode considerar que a

planta proposta é mais ecoeficiente da perspectiva da emissão de CO2. Entretanto, para uma

análise mais aprofundada ainda se faz necessário a avaliação dos demais ecoindicadores

industriais apresentados por Pereira (2013): consumo de energia, consumo de água, geração

de efluentes líquidos e geração de resíduos sólidos conjuntamente pelo método de Índice de

Comparação de Ecoeficiência.

Do ponto de vista de processo esse resultado é mesmo motivador para que os novos

engenheiros de processo considerem as variáveis ambientais em todo processo de tomada de

decisão de projetos de novos processos, e que realmente é possível modificar processos já

existentes com base na tecnologia atual para torná-los menos impactantes ao meio ambiente,

um dos objetivos e motivações da execução do presente trabalho.

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CAPÍTULO 6

6 CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Neste capítulo serão apresentadas as conclusões do trabalho desenvolvido e as

sugestões para desenvolvimento de trabalhos futuros em plantas de produção de cumeno.

6.1 CONCLUSÕES

A partir deste trabalho foi possível realizar um estudo e uma análise da produção de

cumeno, tomando como referência artigos desenvolvidos inicialmente por Turton et al. (2003)

e Luyben (2010), e posteriormente modificada por Pathak et al. (2011) com a inclusão do

reator de transalquilação, mais conforme a realidade industrial.

Os resultados da simulação foram comparados com os originalmente propostos por

Pathak et al. (2011). Foi possível verificar que a maioria dos resultados apresentaram valores

aproximados, com desvios variando de 0% a 7,02%. Todavia, foram observados alguns

valores com desvios maiores, sendo observados desvios de 29,19% na fração molar de

Propenoe de 12,50% na fração molar de Cumeno. Os desvios encontrados para as frações

molares de Diisopropilbenzeno também foram significantes, apresentando erros de 12,50%,

33,33% e até 300%.

Tais valores discrepantes podem ser explicados pelo excesso de variáveis no processo o

que pode ter gerado erros durante a simulação e a propagação destes. Além disso, caso a

temperatura do processo não seja devidamente controlada, é possível que a conversão dos

reagentes em produtos seja prejudicada pelas baixas temperaturas ou a seletividade da reação

também seja desfavorecida por elevadas temperaturas, o que pode ter ocorrido. Vale ressaltar

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que os desvios observados no fundo da coluna C3 foram praticamente de 0%, mostrando de

forma clara a confiabilidade do estudo realizado.

Com base nos resultados encontrados, foi possível calcular também os ecoindicadores

de consumo de energia e de emissão de gás carbônico (CO2) na planta de processamento de

cumeno. O ecoindicador de energia encontrado foi de 1,957 GJ/ton, apresentado uma redução

de 17,5% quando comprado ao resultado encontrado por Luyben (2010). O ecoindicador de

emissão de CO2 foi de 0,1531 tCO2/t e também apresentou uma redução de 38,8% quando

comparado aos resultados encontrados por Batista et al. (2014).

A partir destes resultados é possível constatar a maior eficiência do processo proposto

por Pathak et al. (2011) quando comparado ao processo proposto por Turton et al. (2003) e

otimizado por Luyben (2010), consumindo menos energia e causando um impacto ambiental

significantemente menor. Tais fatores são de extrema importância para o ambiente industrial,

reduzindo os seus custos de produção e incentivando o desenvolvimento sustentável dos

processos. Desta forma, podemos concluir com o presente trabalho a maior eficiência da

planta proposta, agregando valor ao estudo dos processos de produção de cumeno.

6.2 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

A partir do trabalho apresentado, temos como sugestões para estudos futuros:

Desenvolvimento dos ecoindicadores de consumo de água, geração de resíduos

sólidos e geração de efluentes para este processo;

Pesquisa de outros processos para a produção do cumeno, visando uma

otimização cada vez maior de sua ecoeficiência através da simulação do seu

processo;

Desenvolvimento de estudos de otimização para as condições operacionais da

planta.

Por fim, acredita-se que este trabalho venha a contribuir e agregar valor ao tema de

sustentabilidade e ecoindicadores de processos industriais, auxiliando em questões ambientais

na indústria química

.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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