Ficha formativa poesia

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FICHA FORMATIVA DE PORTUGUÊS Lê com atenção o texto da poetisa brasileira: Se eu fosse apenas uma rosa, com que prazer me desfolhava, já que a vida é tão dolorosa e não te sei dizer mais nada! Se eu fosse apenas água ou vento, com que prazer me desfaria, como em teu próprio pensamento vais desfazendo a minha vida! Perdoa-me causar-te a mágoa desta humana, amarga demora! - de ser menos breve do que a água, mais durável que o vento e a rosa... Cecília Meireles, Antologia Poética I 1. Refere o tema do poema e justifica a tua resposta com expressões textuais. 2. Destaca a expressividade do articulador condicional com que se iniciam os primeiro e quinto versos. 3. Indica as realidades com as quais o sujeito poético deseja identificar-se. 3.1. Aponta as razões que fundamentam esse desejo. 4. Atenta nos últimos quatro versos do poema, momento em que o sujeito poético se dirige diretamente ao seu interlocutor. 4.1. Transcreve os deícticos pessoais que identificam ambas as entidades do discurso. 4.2. Identifica o modo em que se encontra a forma verbal com que se iniciam estes versos. 4.2.1. Destaca um dos efeitos de sentido produzidos pela sua utilização. 4.3. Indica o ato ilocutório concretizado nas frases, justificando. 4.4 Apresenta a razão que leva o eu lírico a dirigir-se, de forma explícita, no final da composição, ao recetor das suas palavras. 5. Procede à descrição formal do poema.

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FICHA FORMATIVA DE PORTUGUÊS

Lê com atenção o texto da poetisa brasileira:

Se eu fosse apenas uma rosa, com que prazer me desfolhava, já que a vida é tão dolorosa e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento, com que prazer me desfaria, como em teu próprio pensamento vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa desta humana, amarga demora! - de ser menos breve do que a água, mais durável que o vento e a rosa...

Cecília Meireles, Antologia Poética

I

1. Refere o tema do poema e justifica a tua resposta com expressões textuais.

2. Destaca a expressividade do articulador condicional com que se iniciam os primeiro e quinto versos.

3. Indica as realidades com as quais o sujeito poético deseja identificar-se.

3.1. Aponta as razões que fundamentam esse desejo.

4. Atenta nos últimos quatro versos do poema, momento em que o sujeito poético se dirige diretamente ao seu interlocutor.

4.1. Transcreve os deícticos pessoais que identificam ambas as entidades do discurso.4.2. Identifica o modo em que se encontra a forma verbal com que se iniciam estes versos.

4.2.1. Destaca um dos efeitos de sentido produzidos pela sua utilização.4.3. Indica o ato ilocutório concretizado nas frases, justificando.4.4 Apresenta a razão que leva o eu lírico a dirigir-se, de forma explícita, no final da composição, ao recetor das suas palavras.

5. Procede à descrição formal do poema.6. Observa a frase seguinte: Se eu fosse apenas uma rosa, desfolhar-me-ia com prazer, já que a vida é tão dolorosa e não te sei dizer mais nada!

6.1. Divide e classifica as frases que compõem esta frase complexa.

II

1. Redige um texto expressivo/criativo, de cem a cento e cinquenta palavras, subordinado ao título "Se eu fosse...".

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Lê atentamente o texto seguinte:

1. Identifica as funções sintáticas presentes nas frases sublinhadas.

2. Reescreve a frase seguinte, substituindo todos os adjetivos pelos seus antónimos."... naquele tom cavo a que os tectos baixos davam uma sonoridade dolente e triste."

Resumo - Resuma o texto a seguir transcrito, constituído por 371 palavras, num texto de 100 a 140 palavras.

Para sobreviver e vencer em espaços exíguos, o Homem urbano perdeu, completamente, a noção das suas múltiplas relações de dependência do espaço envolvente. O modo como a água que usamos dentro das nossas casas nos é colocada à disposição não nos faz pensar no rio, na fonte ou na nascente donde vem. A canalização dos esgotos para a rede de saneamento é suficientemente eficiente para não nos dar sequer tempo de apreciar as profundas diferenças na composição química entre a água que nos sai da torneira e a que se escoa pelo esgoto. E onde vai desaguar a intrincada rede de saneamento? É certamente muito, muito longe, num lugar que, normalmente, evitaremos quando procurarmos descansar “ao ar livre”. A cadeia trófica do cidadão urbano, como afirmam alguns autores, resume-se ao percurso curto entre o supermercado e o balde do lixo. Quanto maiores são as cidades, mais o cidadão urbano está privado do contacto com o meio ambiente, mais menospreza ou, simplesmente, ignora os outros elementos do Ecossistema. Este torna-se cada vez mais hostil e os homens procuram refúgio, durante mais tempo, dentro de ambientes artificiais. O edifício, de abrigo protector durante algumas horas da noite ou na época, climaticamente, mais rigorosa do ano, passa a ser o único lugar possível durante as 24 horas do dia. Apesar de tudo isto, continuam a afluir às cidades cada vez mais pessoas e a tendência é para este ser o meio preferido pela maior parte da população do globo no século XXI. A motivação

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que leva os homens a ultrapassarem a inércia de uma vida no campo, mais calma e saudável, tem de ser, obviamente, a busca de “melhores condições de vida”. O que, pelo que atrás se disse e todos conhecemos de cidades, parece profundamente contraditório. Que tipo de oferta de qualidade de vida e bem-estar estarão a elas associados, que justifiquem a preferência dos mais de 40% de pessoas do globo e que propicie uma tendência, assustadoramente crescente, até ao final do século. Só uma grave perda da noção, por parte do Homem, da sua real dimensão no mundo, pode justificar este tipo de opções contra-natura que, além de agressivas para com os outros elementos, são sobretudo fatais para si próprio.

Ana Monteiro, O Clima Urbano do Porto