Ficha Para Catálogo de Produção Didático - Pedagógica ... · Práticas Pedagógicas em Estudos...
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Ficha Para Catálogo de Produção Didático - Pedagógica
Título Práticas Pedagógicas em Estudos da População em Geografia.
Autor Maria P. Fávaro Zancanaro
Escola de Atuação Colégio Estadual Presidente Castelo Branco
Município da escola Toledo
Núcleo Regional de Educação Toledo
Orientador Anderson Bem
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Disciplina/Área (entrada no PDE) Geografia
Produção Didático-Pedagógica Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
(Indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo
(Indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Professores de geografia que atuam na Rede Pública do Estado do Paraná e Alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco.
Localização
(Identificar nome e endereço da escola de implementação)
Rua Guaíra, 3275, Jardim La Salle. Telefone: (45)3252-2174 CEP: 85903-2 Email: –[email protected] Toledo-Paraná
Apresentação:
(Descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
No decorrer de nossa caminhada como professora na escola pública do Ensino Fundamental e Médio verificou-se por várias vezes na prática pedagógica, muitas dificuldades por parte dos alunos em entender os conteúdos de geografia. Essa questão pode estar relacionada não apenas ao desinteresse dos alunos, mas também na nossa prática pedagógica. Proporcionar interação e envolvimento dos alunos com o conteúdo trabalhado é uma
necessidade do ensino atual.
Diante do encaminhamento metodológico da Geografia da População como pressuposto da organização do trabalho docente, propomos contribuir com os professores que trabalham no Ensino Médio na Rede Pública do Estado do Paraná, para a compreensão e a organização de um ensino de Geografia na unidade temática – “Práticas Pedagógicas em Estudos da População em Geografia”, com a produção de um caderno pedagógico - unidade temática que oriente a prática pedagógica docente.
• Construir recursos e estratégias necessárias para o desenvolvimento do projeto;
• Estudar a Questão Demográfica para a contextualização na prática pedagógica;
• Propor e trabalhar com professores de geografia uma metodologia diferenciada e eficaz na prática de sala de aula;
• Buscar atividades múltiplas vinculadas ao ensino da Geografia da População;
Palavras-chave (3 a 5 palavras) “Geografia; Demografia; Docência”.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
MARIA P. FÁVARO ZANCANARO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA UNIDADE TEMÁTICA
TOLEDO-PR 2011
MARIA P. FÁVARO ZANCANARO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA UNIDADE TEMÁTICA
Orientador: Anderson Bem
Disciplina: Geografia
Núcleo Regional de Educação de Toledo
Colégio Estadual Presidente Castelo Branco
Conteúdo Estruturante: A Transformação Demográfica, a Distribuição Espacial e os
Indicadores Estatísticos da População
Série: 2º Ano Ensino Médio
TÍTULO: Práticas Pedagógicas em Estudos da População em Geografia.
TOLEDO-PR 2011
SUMÁRIO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA .................................................................. 4
1.1 Práticas Pedagógicas no Estudo da População em Geografia ................... 4
1.1.2 Fundamentação Teórica ........................................................................... 5
2. INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR . .................................... 9
2.1 TEORIAS DEMOGRÁFICAS ....................................................................... 9
2.1.2 Atividades com Imagens .......................................................................... 12
2.1.3 Atividades com Vídeo .............................................................................. 13
2.2 POPULAÇÃO BRASILEIRA ...................................................................... 14
2.2.1 Atividade com Imagem ........................................................................... 17
2.2.2. Atividades com Mapas ........................................................................... 20
2.2.3 Atividades com Textos ............................................................................ 23
3. POPULAÇÃO DE TOLEDO ........................................................................ 25
4.POPULAÇÃO DO PARANÁ ........................................................................ 27
4.1 Atividades com Pirâmides Etárias............................................................... 30
5. MIGRAÇÕES ............................................................................................... 35
5.1 Atividades com Músicas ............................................................................ 40
5.1.2 Atividade com Vídeo ............................................................................... 42
6. A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO ............................................. 43
6.1 Atividade. .................................................................................................... 44
7.PESQUISA JUNTO AOS ALUNOS ............................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 48
4
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Práticas Pedagógicas no Estudo da População em Geografia
Apresentação
Nesta Unidade Temática apresento aos professores de geografia propostas
de atividades para trabalhar população em sala de aula, entre as quais destacam-se:
Introdução aos Estudos da População em Geografia, Teorias e Políticas
Demográficas, Evolução da População Mundial. Este material tem como objetivo
subsidiar o professor para que ele ao estudar a população não faça apenas um
estudo descritivo e superficial, onde normalmente se apresenta números sendo que
a população não é uma abstração, temos que considerar as classes sociais que a
compõem, seus conflitos e suas relações sociais, deixar evidente o seu modo de
vida e o seu tipo de produção.
Esta unidade temática apresenta uma produção direcionada aos professores,
equipe pedagógica, eventuais interessados e/ou direção da escola. A produção
didático-pedagógica teve sua idealização fomentada no âmbito do PDE, sendo
considerada como um material didático que pode ser utilizado com o compromisso
de enriquecer ainda mais o processo ensino-aprendizagem que, prioritariamente
considera os sujeitos da escola como público primordial. O material ora apresentado,
busca oferecer informações e indicações bibliográficas, com o propósito de dar
sustentação teórica aos professores das escolas estaduais e das disciplinas afins.
No decorrer da caminhada como professora na escola pública do ensino
fundamental e médio verificou-se por várias vezes na prática pedagógica, muitas
dificuldades por parte dos alunos em entender os conteúdos de geografia. Essa
questão pode estar relacionada não apenas ao desinteresse dos alunos, mas
também na nossa prática pedagógica. Proporcionar interação e envolvimento dos
alunos com o conteúdo trabalhado é uma necessidade do ensino atual. A partir da
elaboração e o uso de recursos didáticos, adequando os conteúdos programáticos à
metodologia da geografia vivenciada pelos alunos, a relação professor-aluno se
torna mais prazerosa, pois dá uma significação especial aos conteúdos trabalhados
em sala de aula. Na busca pela qualidade no ensino se faz necessário descobrir e
5
desenvolver atividades que oportunize ao aluno aprender de forma prazerosa sem
perder a qualidade científica dos conteúdos.
1.1.2 Fundamentação Teórica
A partir do século XVIII, muitos países sofreram uma profunda transformação
que alterou significativamente, a vida da sociedade. Estas transformações ocorreram
pela Revolução Industrial, progressos técnicos na agricultura e na indústria
emergente, aumento da rede de transporte e outras transformações do espaço
geográfico. Neste período as cidades tinham péssimas condições sanitárias
retratada na falta de rede de água e esgotos.
A indústria desde a fase inicial de expansão, em alguns países da Europa,
necessitava de trabalhadores e de consumidores para seus produtos. Muitos
atraídos pelas novas perspectivas de trabalho e pelos benefícios encontrados nas
cidades, saíram do meio rural e se dirigiram para as zonas urbanas, aumentando a
população das cidades e reduzindo o número de habitantes do campo.
A Revolução Industrial concentrou os trabalhadores nas fábricas. O aspecto
mais importante, que trouxe radical transformação no caráter do trabalho, foi esta
separação: de um lado, capital e meios de produção (instalações, máquinas,
matéria-prima); de outro, o trabalho dos camponeses e artesãos se tornaram
assalariados dos capitalistas (donos do capital).
Uma das primeiras manifestações da Revolução foi o desenvolvimento
urbano. Londres chegou ao milhão de habitantes em 1800. O progresso deslocou-se
para o norte, centros como Manchester, abrigavam massas de trabalhadores, em
condições miseráveis. Os artesãos, acostumados a controlar o ritmo de seu
trabalho, agora tinham de submeter-se à disciplina da fábrica. Passaram a sofrer a
concorrência de mulheres e crianças. Na indústria têxtil do algodão, as mulheres
formavam mais de metade da massa trabalhadora. Crianças começavam a trabalhar
aos 6 anos de idade. Não havia garantia contra acidente nem indenização ou
pagamento de dias parados neste caso.
6
A revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das
populações dos países que industrializaram. As cidades atraiam os camponeses e
os artesãos se tornavam cada vez mais importantes. Em 1850 já haviam mais
pessoas vivendo na cidade do que no campo. Entre 1500 e 1750 a população da
Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5 milhões e 1880 ela saltou para 36
milhões. Para que o contingente populacional mundial atingisse a 1 bilhão de
habitantes, por volta de 1850 foram necessários milênios de anos. Este crescimento
estava condicionado a fatores tais como: a fome as doenças, e a guerra. O índice de
crescimento da população mundial, entre 1650 e 1750, foi de 0,3% por ano e, entre
1750 e 1850, de 0,5%. A partir de 1850 houve crescimento da população, em torno
de 2% a 2,5%, ao ano.
Para muitos, esse crescimento populacional era motivo de preocupação e
deveria ser combatido, pois anunciava grandes problemas futuros. Quando a
explosão demográfica se anunciava, Thomas Robert Malthus considerava que o
crescimento populacional era tido como uma das principais limitações ao progresso
da sociedade. Segundo ele, o crescimento ilimitado da população não se ajustava à
capacidade limitada dos recursos naturais existentes no planeta, ele afirmava que a
população crescia numa progressão geométrica – PG, enquanto que os meios de
subsistência crescem numa progressão aritmética – PA. Ao lançar suas idéias,
Malthus propunha ao poder público criar medidas para controlar o crescimento da
população. Ele também era contrário à Leis dos Pobres, que existia na Inglaterra,
que obrigava o Estado prover as necessidades humanas aos menos favorecidos.
Essa lei, segundo ele, estimulava o crescimento populacional descontrolado, pois
amparava aqueles que mais procriavam e menos tinham condições de sustentar os
filhos que colocava no mundo.
Já, Karl Max considerava que as causas da fome, da miséria, da pobreza
estavam associadas com o modo de produção capitalista e não com o crescimento
da população.
No Brasil o desenvolvimento industrial foi acentuado a partir de 1930, com
Getulio Vargas, que realizou uma importante mudança na forma de conduzir a
7
política interna, ao afastar-se das oligarquias agrárias, adotando uma política
industrial, que priorizava a mão de obra do imigrante estrangeiro pelo nacional.
A crise do setor cafeeiro gerou um grande êxito rural, e contribuiu para o
aumento de mão de obra para as indústrias. A crise econômica mundial e um pouco
mais tarde a ocorrência da Segunda Guerra mundial, tiveram participação crucial no
esforço de substituição das importações pela produção nacional. Até meados da
década de 40 houve uma importante evolução da indústria de base e energia no
Brasil, com a criação da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, CVRD –
Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Hidrelétrica de São Francisco.
As mudanças ocorridas nesse período tiveram forte impacto sobre os Estados
de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, influenciando na
concentração industrial e populacional. A segunda aceleração do crescimento
populacional ocorreu a partir de 1950, particularmente nos países subdesenvolvidos.
Esse período, imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial foi marcado pelo
surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes
conquistas na área da saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra
uma série de doenças. Tais conquistas se difundiram pelos países subdesenvolvidos
graças a atuação das entidades internacionais, de ajuda de campanhas de
vacinação, a implantação de postos de saúde pública em zonas urbanas e rurais e a
ampliação das condições de higiene social. Todos esses fatores permitiram uma
acentuada redução nas taxas de mortalidade, principalmente a infantil, que até então
eram muito elevadas nos países subdesenvolvidos. A diminuição da mortalidade e a
manutenção das altas taxas de natalidade resultaram num grande crescimento
populacional.
Outro fenômeno que ajuda a compreender a população de um terminado
espaço geográfico, é a dinâmica populacional, que é muito complexa. As causas e
as motivações que levam aos deslocamentos são variadas, tendo conseqüências
bastante diversificadas, dependendo dos diferentes contextos sócio-culturais e da
singularidade de cada pessoa. Cabe frisar, contudo, que as migrações em si
representam um fenômeno basicamente positivo. Não podemos esquecer o direito
humano de ir e vir, as funções sociais e econômicas dos deslocamentos, a relativa
8
melhoria das condições de vida da fuga de situações de opressão ou de catástrofes
ecológicas, as novas oportunidades abertas e o enriquecimento cultural decorrente
do encontro entre diferentes povos, culturas e religiões.
Portanto, entendo que, com base no processo de industrialização, a nível
mundial que se constituiu a organização espacial que definiu o Brasil como país
subdesenvolvido e industrializado. A indústria enquanto atividade organizadora do
espaço e centralizadora das demais atividades econômicas introduziu outras
questões como, as relações cidade-campo e a estruturação do espaço urbano e a
modernização da agricultura. Entender o estudo da população numa compreensão
da realidade populacional como sociedade de homens concretos envolvidos em
relações sociais.
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2. INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
2.1 TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Em 1798 Thomas Malthus desenvolveu uma teoria demográfica que se
apoiava basicamente em dois princípios, crescimento da população e produção de
alimentos. Ao considerar esses dois princípios Malthus concluiu que o ritmo de
crescimento populacional seria mais acelerado que o ritmo de crescimento da
produção de alimentos (progressão geométrica versus progressão aritmética). Previu
também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam
esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela
agropecuária, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo. A
conseqüência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimentos para abastecer as
necessidades de consumo do planeta, e as mortes, doenças, guerras civis, disputas
por territórios, etc.
Hoje, sabemos que suas previsões não se concretizaram a população do
planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção alimentos se acelerou graças ao
desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a
quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade (quantidade
produzida por área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem
aumentando ao longo das décadas.
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de
previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de
dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do
comportamento demográfico em uma determinada região, com população
predominantemente rural, e às considerou válidas para todo o planeta no transcorrer
da história, sem considerar os progressos técnicos advindos da natural evolução
humana. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica
e do progresso tecnológico aplicado à agricultura. Desde que Malthus apresentou
10
sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência
da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da
metade da população mundial é resultado da má distribuição da renda e não da
carência na produção de alimentos. Nos primeiros anos do século XXI, a produção
agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas,
enquanto a população do planeta era pouco superior a 6 bilhões. A fome existe
porque as pessoas não possuem o dinheiro necessário para suprir suas
necessidades básicas, fenômeno este facilmente observável no Brasil, onde, apesar
do enorme volume de alimentos exportados e de as prateleiras dos supermercados
estarem sempre lotadas, a panela de muitos trabalhadores permanece vazia .
Em resposta aos neomalthusianos, foi elaborada a teoria reformista, que
inverte a conclusão das duas teorias demográficas anteriores, já anteriormente
contestada por nada mais, nada menos que Karl Marx, cuja teoria se sustenta em
que à causa de uma superpopulação se deve a forma de produção capitalista e seus
respectivos sistemas econômicos exigem um excesso relativo de população.
A explosão demográfica gerou um imenso contingente de mão-de-obra sem
qualificação, que continuamente ingressa no mercado de trabalho. Tal realidade
tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador e a empobrecer
enormes parcelas da população desses países. É necessário o enfrentamento, em
primeiro lugar, das questões sociais e econômicas.
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Para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio, quando o cotidiano
familiar transcorre em condições miseráveis e as pessoas não têm consciência das
determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas, vivendo de
subempregos, em sub-moradias e subalimentadas, como esperar que elas estejam
preocupadas em gerar menos filhos?
No âmbito da teoria reformista os países subdesenvolvidos buscaram
identificar a raiz de seus problemas na colonização de exploração realizada em seus
territórios e na desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o
colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor amplas reformas nas
relações econômicas, em escala planetária, que diminuiriam as vantagens
comerciais e, portanto, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos países
subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos. Neste contexto histórico, foi
formulada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a
ocorrência da fome e do atraso nos países subdesenvolvidos. Ela é defendida por
setores da população e dos governos dos países desenvolvidos – e por alguns
setores dos países subdesenvolvidos – com o intuito de se esquivarem das
questões econômicas. Segundo essa teoria uma numerosa população jovem
resultante das elevadas taxas de natalidade verificada em quase todos os países
subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e
saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores
agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades
econômicas e conseqüentemente, da melhoria das condições de vida da população.
Seus defensores passam a propor, então, programas de controle da natalidade nos países
subdesenvolvidos mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais.
“É uma tentativa de enfrentar os problemas socioeconômicos partindo exclusivamente de posições contrárias à natalidade, e ainda acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos, apenas com base em uma argumentação demográfica conclusão bastante simples”. (SENE, 2008, p.432)
12
2.1.2 ATIVIDADES COM IMAGENS
1. Nas atividades com imagens, o professor pode propor as seguintes questões:
Primeiro os alunos farão uma análise crítica das figuras abaixo. Estabelecer
sua análise identificando formas de manifestações que as mesmas expressam,
utilizando diferentes leituras.
A partir das imagens, o aluno identificará quais conteúdos do estudo da população
em que estão presentes e como cada uma está ligada ao seu cotidiano.
Ilustração 1 - Gomes, Fabrício de Abreu. Produzida em 16 de maio de 2011.
2. Várias teorias têm sido sugeridas para explicar a explosão demográfica que
começou no século XVIII, e disparou com a Revolução Industrial.
• Através da imagem é possível estudar qual teoria demográfica? Ou as duas
teorias? Explique as mesmas analisando a figura.
• Com qual delas você concorda? Por quê?
Nesta atividade o professor poderá dividir a turma em dois grupos e cada
grupo defender uma Teoria Demográfica
13
Com quais textos as representações estão diretamente ligadas? Como podem
ocorrer as diferentes manifestações da dinâmica populacional.
3.Responda:
Fonte: www-ewertton.blogspot.com
a) Que relação às pessoas tem com a máquina?
b) Em que época da historia você relaciona esta figura?
c) Que importância teve a Revolução Industrial na Dinâmica Populacional?
2.1.3 ATIVIDADE COM VIDEO
a) Vídeo: “Corrida pela Comida”
Este vídeo mostra a evolução da tecnologia e o crescomento populacional,
fazendo um contraponto à teoria de Malthus.
b) Video: “O Germinal Filme”
O fragmento do filme Germinal, baseado na obra de Èmile Zolá, apresenta as
condições de vida e de trabalho dos mineiros franceses na segunda metade do
século XIX.
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2.2 POPULAÇÃO BRASILEIRA
A população brasileira começa a ser constituída durante o período da
colonização. Na sua origem, além dos colonos portugueses, estão os índios
americanos e os negros africanos. As principais estimativas referentes à população
indígena à época da invasão portuguesa são muito diversas entre si, variando de 1
milhão a 3 milhões de indivíduos. O certo é que essa população declina rapidamente
com a colonização, em função das doenças, da fome e das guerras de extermínio.
Supõe-se que, até a independência, dois terços dos nativos já haviam sido
eliminados. Quanto aos negros, as estimativas também são variadas. Calcula-se
entre 3,5 milhões e 4 milhões de indivíduos trazidos da África para o Brasil pelo
tráfico de escravos, sendo 1,5 milhão na sua última fase, entre 1800 e 1850.
Dois aspectos se destacam na evolução demográfica brasileira nesse
período. O primeiro é o grande salto da população no século XVIII, decorrente do
incremento da imigração colonial portuguesa e do tráfico africano provocado pela
mineração de ouro e diamante no Sudeste e Centro-Oeste. O segundo é o
crescimento da população mestiça gerado pela miscigenação de brancos e índios e
de brancos e negros, decorrente da alta taxa de masculinidade da imigração colonial
e do tráfico africano, estimulada pela política natalista da metrópole interessada em
ocupar mais rapidamente o território da colônia. Outro aspecto determinante do
crescimento e da formação da população brasileira é o alto grau de urbanização. Em
1940 a população urbana representa 30% da população total em 1970, ela já
alcança 55%; hoje é de 84,4%.
As origens do fenômeno estão ligadas ao processo geral da industrialização,
intensificada a partir dos anos 40 e 50. O incremento das atividades industriais faz
crescer o mercado de trabalho urbano e leva para as cidades médias e grandes boa
parte da força de trabalho rural. A proporção de pessoas vivendo em cidades no
Brasil supera os Estados Unidos de 82%, Na China, a parcela está em 49%. Na
Índia o grau de urbanização é ainda menor de 30%. O maior crescimento da
15
população das regiões: Norte 2,09%, e Centro-Oeste 1,91%, se explica em grande
parte, pelas novas oportunidades de empregos, principalmente no agronegócio. A
região sul, que desde 1970 apresentava expansão populacional de 1,4%, foi a que
menos cresceu na última década, 0,87%.
As cidades médias entre 100 mil 500mil habitantes são as que ganham mais
participação na população do país. As pequenas cidades até 10 mil habitantes e as
grandes cidades, acima de 5 milhões reduzem a participação. (IBGE,2010). A
população do Brasil alcançou a marca de 190.755.799 habitantes (censo 2010) A
população brasileira cresceu quase vinte vezes desde o primeiro censo realizado no
Brasil, em 1872, quando tinha 9.930.478 habitantes.O crescimento demográfico
relaciona-se com a urbanização e a industrialização e com incentivos à redução da
natalidade.
O Brasil apresenta uma baixa densidade demográfica de 22 hab./km², inferior
à média do planeta e bem menor que a dos países intensamente povoados, como a
Bélgica (342 hab./km²) e o Japão (337 hab./km. O estudo da população apóia-se em
alguns fatores fundamentais, que influenciam o crescimento populacional. IBGE,
2010). Até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas. O custo
social da manutenção e educação dos filhos é bastante elevado, similar a de outros
países subdesenvolvidos. Contudo houve sensível diminuição nos últimos anos, que
pode ser explicada pelo aumento da população urbana, já que a natalidade é bem
menor nas cidades, em conseqüência da progressiva integração da mulher no
mercado de trabalho, e do controle de natalidade. A taxa de mortalidade, desde
1940, também vem caindo, como reflexão de uma progressiva popularização de
medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, ampliação de
atendimento médico, campanhas de vacinação e outros.
O Norte e o Nordeste — regiões mais pobres — têm os maiores índices
de mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições de
vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população que tem
maiores rendimentos. A população de uma localidade qualquer aumenta em função
das migrações e do crescimento vegetativo. Assim, como esse aumento é alto,
conclui-se que o Brasil apresenta alto crescimento vegetativo, altas taxas de
16
mortalidade, sobretudo infantil. A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de
uma taxa bruta de natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67% nascidos para cada
grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰ — ou
seja, 6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento vegetativo
anual de 12,68.
No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 69 anos para os homens e
77 para as mulheres, conforme estimativas para 2010. Dessa forma, esse país se
distância das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50 anos
(Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas ainda não alcança o patamar das nações
desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 75 anos (Noruega, Suécia e
outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou
seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao
decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida.
Conforme estimativa de 2009, a taxa média de fecundidade é de 1,94 filhos
por mulher. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e
elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada ao nível sócio-
econômico desses segmentos populacionais; em geral, a população parda
concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levando-se
em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre outros fatores. Há
também variações regionais, as taxas são menores no Sul e no Sudeste sendo
maiores no Norte, Centro-Oeste no Nordeste.
Em 1980, os homens tinham duas vezes mais chances de falecer aos 22
anos de idade do que as mulheres. Vinte e nove anos depois, a sobre mortalidade
masculina mais que duplicou. Em 2009, houve uma morte de mulher para 4,5 mortes
masculinas, no universo de jovens com menos que 23 anos. A violência é a principal
causa de morte entre jovens no Brasil. Causas violentas foram os principais
motivadores de mortes no Brasil entre pessoas de 15 a 29 anos em 2009. Entre os
jovens de 15 a 19 anos este tipo de óbito respondeu por 60,29% do total, percentual
que salta para 61,29% entre jovens de 20 a 24 anos e fica em 52, 7% entre os de 25
a 29 anos.
17
2.2.1 ATIVIDADES COM IMAGENS
ILUSTRAÇÃO-Gomes, Fabrício de Abreu. Produzida em 16 de maio de 2011.
a) Os alunos poderão verificar as dinâmicas e transições que possibilitam
atitudes e procedimentos nas tomadas de decisão individuais que trazem novos
modos de vida da população que eram incomuns há algumas décadas.
b) Por que nas grandes cidades do mundo subdesenvolvido , a população
cresce muito mais rapidamente do que naquelas situadas nos países
desenvolvidos?
c) Qual a influência da urbanização no controle de natalidade?
d) Esta figura o professor poderá trabalhar a mulher no mercado do trabalho
ILUSTRAÇÃO -Gomes, Fabrício de Abreu. Produzida em 16 de maio de 2011.
18
Na figura acima o professor poderá trabalhar:
a) Teorias demográficas;
b) Industrialização e o subdesenvolvimento;
c) Distribuição da renda;
d) População ativa;
e) O controle de natalidade resolveria a questão da pobreza?
f) São os países subdesenvolvidos os responsáveis pelo alto consumo de
recursos naturais? Por quê?
Ilustração 5: Gomes, Fabrício de Abreu. Produzida em 16 de maio de 2011.
a) Nos últimos trinta anos, o Brasil passou por uma forte transição
demográfica, com o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de
fecundidade.
b) Esse processo já havia ocorrido na Europa, onde as mudanças foram
desencadeadas há muito tempo pelo advento da industrialização.
19
c) Para você, o que é transição demográfica? Quais fatores levaram a esse
acontecimento?
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4geografia/5aumento_populacional.jpg
a) Você é favor ou contra o controle de natalidade?
b) Se as pessoas estão vivendo mais, a população mundial pode aumentar?
20
2.2.2. ATIVIDADES COM MAPAS
Analise os mapas e responda:
a) No mapa acima, onde existe maior concentração da população?
b) E os maiores vazios demográficos?
c) Esse mapa representa o crescimento demográfico? Justifique.
21
MAPA DA DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA NO BRASIL
d) No mapa acima, quais as regiões no Brasil de maiores concentrações das
indústrias?
e) Que relação existe entre os dois mapas quanto: a industrialização e
distribuição da população no Brasil? Justifique.
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/04/29/primeiros-resultados-definitivos-do-censo-2010/
22
2.2.3 ATIVIDADES COM TEXTOS
Situação 1
Textos adaptados do livro “Para Ensinar Geografia”, de João Rua, p.167
Simone e José são casados há quinze anos. Eles se conheceram na
faculdade. José trabalha num banco e Simone é professora do Ensino Fundamental.
Eles moram no centro de Toledo, e possuem dois filhos. Adriana de 13 anos e Raul
de 16 anos. Simone e José estão preocupados com a defasagem salarial em que se
encontram. Cada dia fica mais difícil pagar aluguel, gás, luz, condomínio, telefone,
escolas dos filhos. Adriana e Raul estudam em escolas particulares, além disso,
ambos estão matriculados no curso de inglês. Outro dia Adriana pediu aos pais que
pagassem aulas particulares de matemática e geografia, matérias que ela tem
grandes dificuldades, Simone teve que explicar a Adriana, que no momento seria
impossível pagar estas aulas particulares, ainda mais agora que o plano de saúde
dobrou de preço. Simone comenta com José “como é difícil manter um filho.” José
responde: “Difícil e caro”.
Situação 2
Iracema e João são casados há 18 anos. Eles se conheceram no mercado,
onde João trabalhava de empacotador e Iracema era caixa. Eles moram no bairro
Santa Cruz em Cascavel e possuem 5 filhos: Carlos de 16 anos, Pedro de 15 anos,
Angel de 13 anos, Rosana de 11 anos e Maria Rita de 9 anos. Iracema e João estão
muitos preocupados com os preços das coisas. O salário de João é de pouco mais
que um salário mínimo. Iracema não pode trabalhar fora, pois precisa ficar em casa
para cuidar dos filhos, mas mesmo assim ajuda nas despesas de casa, pois faz
23
doces para vender, além de lavar roupas para fora. Os filhos estudam em escolas
públicas, mas também ajudam nas despesas familiares. Alguns vendem os doces
que a mãe faz. Outros buscam e lavam as roupas que a mãe lava. Iracema passou
amanhã toda na fila do posto de saúde para ver qual o problema da Maria Rita, que
tem tido febre nos últimos dias. Ao chegar em casa, ela comenta com João:” Como a
vida está cara. Se não fosse a ajuda de nossos filhos, a gente estaria passando
fome”.
Sabemos que a população, entendida como sociedade , é formada por
diferentes classes sociais. Nas duas situações expostas acima, são citados
problemas do cotidiano de duas famílias, uma de classe média e outra de classe
baixa. Com base nos textos responda as questões:
a) O custo de formação do indivíduo (total que os pais vão gastar com filhos
até que eles comecem a trabalhar) é muito diferente nas diferentes classes sociais
de um país. Quem vai gastar mais no custo de formação do indivíduo?
b) Como o caso de Simone, que trabalha fora e contribui com as despesas
familiares, pode exemplificar a diminuição dos percentuais de fecundidade no Brasil?
c) Como a situação da família de Iracema serve para explicar o aumento da
economia informal?
Situação 3
Casar? Quem sabe um dia...
Veja18/04/2011
Surge uma geração de brasileiros quarentões que nunca subiram ao altar,
eles são reflexos de uma população que envelhece e adia todo o ciclo de vida.
Mulheres atenção: segundo os demógrafos, o bordão “falta homem no mercado”
está ficando ultrapassado no Brasil. Pelo menos no que diz respeito à parcela da
população masculina que já cruzou a fronteira dos 40 anos. Eles, que costumavam
24
chegar a essa fase da vida casados e já com filhos, começam a ingressar no clube
dos quarentões sem nunca ter vivido uma relação amorosa sob o mesmo teto – seja
ela fruto de casamento ou de uma união informal. Segundo um recém-concluído
estudo sobre esse emergente grupo, a fatia de solteirões entre 40 e 50 anos de
idade cresceu a um ritmo mais de três vezes o da população brasileira como um
todo. Um espanto do ponto de vista estatístico. Com base em dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa revela ainda que,
numericamente, o perfil predominante entre os quarentões é o de homens egressos
dos estratos de renda mais alta e com diploma universitário. Existem 4,2 milhões de
brasileiros com tais características no país. Pois foi nesse universo que o time dos
solteirões subiu 66% desde 2003 – efeito de uma mudança bem maior no conjunto
da população brasileira. “Estamos assistindo a um fenômeno típico de populações
que envelhecem e começam a postergar todo o ciclo de vida, incluindo aí casamento
e filhos”, explica o doutor em demografia pela Universidade da Califórnia, em
Berkeley, Reinaldo Gregori, à frente do estudo.
Isso se manifesta de forma mais acentuada entre os homens principalmente
porque, ao contrário das mulheres, não recai sobre eles a premência da
maternidade. Com o pensamento típico dos novos quarentões, o empresário Flávio
Pereira nunca refutou a idéia de um enlace mais sério, mas, como todos os outros
que ilustram as páginas desta reportagem, só agora ele passou a encarar o
casamento como uma hipótese verdadeiramente concreta. Ainda que falte encontrar
a noiva. “Nos meus 30 anos, mulher e filhos eram uma coisa legal, mas para os
outros”, sintetiza Pereira, de 42 anos, que, acerca das duas últimas décadas,
conclui: “Tratei da carreira e de mim mesmo”. Gente como ele foi marcada por um
mercado de trabalho bem distinto do que absorveu a geração imediatamente
anterior. As exigências cresceram. “A maior competição no ambiente de negócios
impôs aos jovens que tivessem um currículo impecável”, observa o vice-presidente
da consultoria de recursos humanos DBM, José Augusto Figueiredo. “Muitos dos
atuais quarentões estavam completamente absortos na carreira um momento da
vida em que os seus antecessores já constituíam família.” Brasileiros com esse perfil
já são enquadrados por empresas de variados setores em um nicho próprio de
mercado. Depois de cruzar dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF), do IBGE, o novo estudo conduzido pelo demógrafo Reinaldo Gregori deixa
25
claras as razões. Em média, os solteiros com mais de 40 gastam o dobro com
celular e quatro vezes o que despende um cidadão típico em restaurantes. Também
não economizam na compra do carro nem em viagens ao exterior. Eles ajudam
ainda a impulsionar segmentos já voltados para brasileiros que vivem sozinhos.
Consideradas todas as faixas etárias, a proporção dos solitários mais que dobrou no
Brasil da década de 90 para cá, segundo levantamento do Centro de Políticas
Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os solteiros com mais de 40 devem
logo, logo deixar o grupo. Para eles, a passagem do tempo já começa a pesar.
Por meio da analise do texto, os alunos poderão verificar as dinâmicas e
transições que possibilitam atitudes e procedimentos nas tomadas de decisão
individuais que trazem novos modos de vida da população que eram incomuns há
algumas décadas.
a) Qual o perfil dos entrevistados na reportagem?
b) Qual a classe social?
c) A atitude de vida tomada pelos entrevistados, de retardar o casamento e
filhos, é aplicável para outras camadas sociais?
d) A taxa de fecundidade média das brasileiras, de 1,94 filhos por mulher em
2010. Que formato de pirâmide ela produz?
e) Algumas dinâmicas da população estão se modificando no Brasil,
conforme os mais recentes dados do IBGE. Poderiam estes dados identificar o que
chamamos de novos padrões populacionais?
3. POPULAÇÃO DE TOLEDO
Dentro deste contexto da Dinâmica Populacional, destacamos a população do
município de Toledo. Portanto, é importante observar alguns fatores que
determinaram grandes transformações no quadro evolutivo da população Toledana.
26
De março de 1946, com a chegada da primeira caravana, a 1949, ocorreram poucas
variações no aumento da população em decorrência das dificuldades iniciais. Com
aberturas de estradas, vendas de terras e planos de colonização, no início de 1950,
tornou-se evidente um grande aumento de moradores Toledanos.
Em 1955 o município de Toledo já contava com 7 mil habitantes. A fertilidade
do solo conjugada ao sistema de pequenas propriedades rurais e a policultura,
foram atrativos da concentração demográfica e do desenvolvimento da região.
População Absoluta Quadro Periódico
ANO URBANA RURAL TOTAL
1956 2720 7.225 9.945 1960 5.925 19.033 24.945 1970 14.986 53.899 68.885 1980 42.994 38.288 81.282 1990 72.232 22.477 94.879 2000 85.968 12.232 98.200 2010 108.287 11.066 119.353
Fonte: Projeto História, 1988. (IBGE)
O aumento da população urbana e diminuição da rural, a partir de 1970, se
deve principalmente a ocorrência da mecanização da terra e implantação da
monocultura da soja e do trigo , que passaram exigir menos mão-de-obra, causando
sérios problemas urbanos, inclusive habitacionais. O conforto e comodidade
oferecidos pela cidade acentuaram ainda mais o êxodo rural, fazendo com que
inúmeros agricultores mesmo sem vender suas propriedades fixassem residência na
área urbana. O processo de industrialização no município também foi o atrativo para
população estar na cidade, oferecendo maior número de empregos no comercio,
bancos, construção civil, transportes, indústria de alimentos (SADIA) e outros. De
acordo com dados do IBGE, 2010, Toledo tem uma população de 119,313
habitantes, sendo 58.359 homens e 60.9994 mulheres. Com área territorial de
1.197.002 Km² e sua densidade demográfica de 99,68 hab/km².
27
4. POPULAÇÃO DO PARANÁ
A formação da população paranaense confunde-se com a da população
brasileira, ela é constituída, pelo indígena, branco, negro e mestiço. O Paraná tem
hoje aproximadamente 9.000 indígenas, habitando mais de 85.000 hectares de terra.
Esta área está distribuída em 17 terras abrigando as etnias Kaigangue, Guarani, e o
povo Xetá.
No estado do Paraná devido a sua formação sócio-espacial, não apresenta
um grande contingente populacional de etnia africana. No estado a população negra
está dispersa espacialmente, havendo quilombos nos Campos Gerais, em Lapa, em
Paranaguá, Antonina e Guaira. De todos os imigrantes que povoaram o território
paranaense, os de maior representatividade são: portugueses, eslavos, ucranianos,
japoneses, e outros em menor. De todos os imigrantes que povoaram o território
paranaense, os de maior representatividade são: portugueses, eslavos, ucranianos,
japoneses, e outros em menor número. O primeiro censo da população paranaense
ocorreu somente no ano de 1872.
28
O grande crescimento da
população paranaense seguiu as
tendências do Brasil, isto é, a partir das
décadas de 40 e 50, com a redução da
taxa de mortalidade, e a fecundidade
permanecia em níveis elevados, e
posteriormente, com a mecanização do
campo e a urbanização. Até os anos 60,
o intenso crescimento demográfico do
Estado foi motivado por fluxo de
migrações procedentes de várias regiões
do país, que reflete em elevados
crescimento populacional.
IBGE-2010
Os anos 70 inauguram uma fase nessas tendências, que se prolonga por toda
a década de 80. Marcado por um intenso processo de modernização das práticas
agrícolas e de transformação da base produtiva no sentido da integração dos
setores econômicos sob a hegemonia do capital industrial, o Estado passa a
experimentar um conjunto de mudanças estruturais de profundo significado. Alteram-
se as relações de produção e de trabalho no campo, provocando a desestabilização
das condições rurais de sobrevivência e a expulsão de enormes contingentes
populacionais, até então vinculados às atividades agrícolas. Parcela significativa
desses emigrantes rurais se transfere para os centros urbanos do próprio Paraná,
em busca de oportunidades de trabalho e de obtenção de renda. Nesse processo, o
grau de urbanização do Estado e a tendência de concentração da população nos
centros urbanos de maior porte. Ao mesmo tempo, extensas correntes migratórias
dirigem-se às áreas urbano-industriais do Sudeste, particularmente para São Paulo
e às regiões de fronteira agrícola do Norte e do Centro-Oeste brasileiro. Dessa
forma, o Paraná, de receptor, passa a constituir uma das principais áreas expulsoras
de população do país, e se até esse período se destacava em função do forte ritmo
DATA DO CENSO
NÚMEROS DE HABITANTES
1872 126.722 hab.
1890 249.491hab.
1900 327.136 hab.
1920 685.711 hab.
1940 1.326.276 hab.
1950 2.115.547 hab.
1960 4.277.763 hab.
1970 6.299.868 hab.
1980 7.630.202 hab.
2000 9.558.454 hab.
2010 10.439.601hab.
29
de incremento de sua população, passa a apresentar o menor crescimento
populacional dentre as UF brasileiras Entretanto, não apenas o fator migratório foi
definidor dos novos rumos da dinâmica demográfica do Estado, mas também a
fecundidade que começa a diminuir a partir do final dos anos 60 e início dos anos
70.
De um número médio de 6,5 filhos por mulher, apresentado na década de
1950, o Estado chega ao final dos anos 80 evidenciando um nível de fecundidade de
apenas 2,6 filhos, em média, por mulher. A mortalidade prosseguia em ritmo
declinante, traduzido pela melhoria dos índices de mortalidade infantil e elevação
dos níveis de expectativa de vida. Os anos 90 refletem uma ligeira retomada no
ritmo de crescimento populacional paranaense, sem dúvida ainda sob influência
estreita da dinâmica migratória. A grande maioria da população estadual reside em
cidades-8.906.442 pessoas, perfazendo um grau de urbanização de 85,3%. Embora
essa proporção seja elevada, é importante considerar que as áreas rurais do Paraná
ainda abrigam 1.533.159 habitantes, um volume considerável de população, quase
toda ela vinculada às atividades agrícolas.
A taxa de crescimento da população urbana na década atual, 1,35% ao ano
também é inferior à observada nos anos 90, 2,59% ao ano. Por outro lado, as áreas
rurais se esvaziaram mais lentamente entre 2000e 2010, uma vez que o decréscimo
populacional neste período se deu a – 1,47% ao ano. Dentre as mesorregiões, as
mais urbanizadas são a Metropolitana de Curitiba, a Norte Central- ambas com
91,6% de urbanização – e a Oeste, com 85,6%. Na outra ponta, as mesorregiões
que apresentam maiores proporções de pessoas residindo no meio rural são
sudeste com 58,6 % e a Centro-Sul, com 67,1%.
A urbanização foi bem maior nas cidades com mais de 100 mil hab. Essas
cresceram a 1,93% ao ano entre 2000 e 2010, ao passo que as cidades com mesmo
período. Assim, em 2010 quase 53% da população urbana do Estado está
concentrada em 15 cidades maiores. Em 2000 eram 12 cidades e o respectivo
percentual era pouco inferior a 50%. Os três municípios que ao longo dessa década
passaram abrigar mais de 100 hab. Em suas áreas urbanas foram Araucária, Toledo
e Arapongas. O Estado tem 485.060 mulheres e 391.083 homens. Curitiba, Ivatuba
30
e Londrina são os municípios que mais tem mulheres. Com predominância
masculina são os municípios de Manfrinópolis, Mato Rico, e Guaraqueçaba
(IBGE,2010).
4.1 ATIVIDADES COM PIRÂMIDES ETÁRIAS
FONTE -IBGE-2010
31
FONTE-IBGE-2010
32
FONTE-IBGE-2010
a) Há aspectos em comum entre as três pirâmides (Brasil, Paraná e Toledo)?
b) Como se comportam as taxas demográficas (natalidade, mortalidade e
expectativa de vida) nas três pirâmides e o que justificaria tal comportamento?
c) Como tarefa, será proposta a reflexão acerca do espaço do município e as
diferentes intervenções que terá que sofrer para abrigar o novo perfil etário da
população. Propostas deverão ser elencadas e apresentadas em sala de aula em
forma de seminário.
DEMONSTRATIVO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
33
Dados sobre a população mundial http://www.ufjf.br/ladem/pop-clock-2009/
d) faca uma relação entre a Pirâmide Etária do Brasil nos anos de 2010 e
1978. Porque ocorreram essas transformações?
e) Peça que os alunos comparem a pirâmide etária do Brasil atual aos
padrões de pirâmide associados a pelo menos três padrões de transição
demográfica :
• . As pirâmides que possuem uma base larga, com uma população
formada por muito jovens e poucos idosos.
• As pirâmides etárias que possuem uma base menor, com menos
crianças que a população jovem e adulta, e uma população idosa, com
mais de 60 anos mais significativa que as pirâmides do primeiro e
terceiro padrões.
• As pirâmides etárias nas quais a população jovem possui uma base
mais restrita que a população adulta e a população idosa é bastante
significativa, “engrossando” o topo da pirâmide. Peça que analisem
qual é o padrão brasileiro.
34
Pirâmide etária hipotética
Fonte: http://pessoal.educacional.com.br/up/4380001/2578018/t131.asp
f) Nesta atividade o professor pode propor que o aluno se identifique em que
lugar da pirâmide etária ele está.
g) Depois o professor poderá construir a pirâmide da turma. É importante que
o aluno perceba que ele faz parte desta distribuição da população.
35
5. MIGRAÇÕES
Roberto Marinucci/Ir.Rosita Milesi (adaptações e inserções)
A migração movimenta-se pelo espaço geográfico dentro de um mesmo país,
ou muitas vezes, atravessando oceanos e mudando de continente. Esse movimento
é chamado de migração, e compreendem a imigração e a emigração. Quando
acontecer dentro do país, são chamadas de migrações. As pessoas migram por
vários motivos: econômicos, religiosos e políticos. As diferenças de desenvolvimento
entre os países também são causa de movimentos populacionais. A pobreza e o
desemprego existem praticamente em todo o mundo, mas nos países
subdesenvolvidos em maior número.
As migrações não ocorrem como conseqüências de eventuais desequilíbrios
econômicos, sociais ou demográficos: mais que isso, os deslocamentos da
população trabalhadora constituem-se em elementos centrais da organização
espacial de uma sociedade. A distribuição territorial da população é essencialmente
dinâmica e a cada momento histórico, como condição para a realização dos diversos
processos sociais. Elas contribuem, ainda hoje, para intervenção sobre a natureza,
na medida em que se expressam como movimentos de ocupação territorial. O Brasil
é exemplo disso, uma vez que apresenta processos de ocupação em regiões que,
se não são vazios demográficos, encontram-se em momentos de redefinição
demográfica e econômica, com nítidas implicações ambientais.
Brasil é um país de migrantes. É bastante comum encontrar nas nossas
comunidades no trabalho, entre os colegas de aula ou na parada de ônibus pessoas
provenientes de outras cidades, outros estados e até mesmo de diferentes países.
Às vezes, quem migrou foram os pais, os avós ou os bisavós. No fundo, se
remontamos às origens históricas, somos todos migrantes ou descendentes de
migrantes. Essa realidade, que pode ser averiguada pela experiência do dia-a-dia, é
o espelho de um país de grande mobilidade humana mulheres, homens, crianças,
idosos, famílias, trabalhadores com e sem emprego perambulam no país em busca
de melhores condições de vida, muitas vezes fugindo de situações insustentáveis,
outras vezes perseguindo um sonho. A história das migrações para o Brasil é, de
certo modo, a história do próprio país.
36
Fonte: www.diaadia.pr.gor.br
No século XVI, os portugueses foram protagonistas do primeiro grande fluxo
migratório europeu para o Brasil. Trouxeram as tradições culturais e religiosas da
península ibérica e, ao mesmo tempo, introduziram o Brasil no sistema colonial. O
hediondo tráfico negreiro foi uma das conseqüências dessa situação. Comprados ou
capturados na África, os escravos e as escravas eram tratados como simples
mercadoria - “estoques” ou “peças” - e destinados a alimentar o comércio triangular
entre Europa, África e Américas, comércio que enriqueceu apenas o primeiro dos
três continentes. Estima-se que cerca de 4 milhões de escravos e escravas
chegaram no Brasil, principalmente entre os séculos XVII e XIX.
A “imigração” dos escravos e das escravas no Brasil foi forçada, compulsória.
As condições das viagens eram terríveis, sendo freqüentes as mortes antes da
chegada no lugar de destinação. Assim como os índios, eles perdiam o direito de ir e
vir, confinados entre a senzala e o trabalho. A única mobilidade possível decorria da
venda por parte dos amos, das perigosas fugas e das andanças dos negros libertos.
Existem casos de escravos e escravas que, movidos pela profunda saudade da terra
37
de origem, conseguiram voltar para África, onde ainda hoje conservam traços
culturais adquiridos no Brasil.
A partir do século XIX até os dias de hoje, outras populações aportaram no
Brasil, com prevalência de italianos, espanhóis, alemães e poloneses. Mas não pode
ser esquecida também a imigração de outros grupos que contribuem para a
variedade cultural e do nosso país, como os turcos, holandeses, japoneses,
chineses, sul-coreanos, sírio-libaneses, judeus, latino-americanos, entre outros. Não
é fácil avaliar as motivações de tal imigração. Em geral, foi determinante a
combinação entre fatores de atração (especialmente a demanda de mão-de-obra
barata para substituir o extinto sistema escravagista) e fatores de expulsão na terra
de origem como, crises econômicas, conflitos internos, questões políticas e
perseguições.
http://www.ibge.gov.br/brasil500/tabelas/imigracao_nacionalidade_45a54.htm
38
Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste e teve o início
do ciclo do ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas em
direção ao novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e,
posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar
efetivamente o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua região de
origem em busca de empregos ou melhores salários. Acentuou-se o processo de
êxodo rural pela concentração de terras nas mãos dos latifundiários e pela
mecanização das atividades agrárias. A população rural sente-se atraída pelas
perspectivas de um emprego urbano, que melhore seu padrão de vida.
Segundo o IBGE 2010, hoje nós temos a saída de população das metrópoles
em direção às cidades médias do interior. A causa desse movimento é que as
metrópoles estão completamente inchadas, com precariedade no atendimento de
praticamente todos os serviços públicos, altos índices de desemprego e
criminalidade. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por
um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à
população.
39
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/censo2010/index.html
A população rural no país perdeu 2 milhões de pessoas entre 2000 e 2010, o
que representa metade dos 4 milhões que foram para as cidades na década
anterior, significando que o êxodo rural caiu pela metade. No último censo, a média
de habitantes que deixavam a zona rural era de 1,31% a cada ano, enquanto na
atual amostra a média caiu para 0,65%. Sendo assim um país cada vez mais
urbano.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste ocorreram movimentos inversos, com o
aumento da população rural (4,2 milhões e 1,6 milhão, respectivamente). A região
Norte concentra os quatro Estados que tiveram a maior taxa de crescimento da
população rural no período (Roraima, Amapá, Pará e Acre).
O Norte ainda atrai pessoas para a área rural principalmente pela mineração
e, no Centro-Oeste, o movimento ocorre pelo forte desenvolvimento da agricultura
da região. O maior crescimento da população das regiões: Norte 2,09%,e Centro-
Oeste 1,91%, se explica em grande parte, pelas novas oportunidades de empregos,
principalmente no agronegócio. As cidades médias entre 100 mil 500mil habitantes
são as que ganham mais participação na população do país. As pequenas cidades
até 10 mil habitantes e as grandes cidades, acima de 5 milhões reduzem a
participação.
40
Pela atração agrícola e mineração a Região Norte apresentou o maior
crescimento populacional entre as cinco regiões do país nos últimos dez anos.
IBGE-2010
5.1 ATIVIDADES COM MÚSICAS 1) Cidadão Zé Ramalho/Zé Geraldo Composição: Lucio Barbosa Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me chega um cidadão E me diz desconfiado, tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Pus a massa fiz cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem pra mim toda contente Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no chão Aqui não pode estudar
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2) Asa Branca Luíz Gonzaga Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira. Até mesmo o asa branca Bateu asas do sertão Então eu disse adeus Rosinha Guarda contigo meu coração 2x Hoje longe muitas léguas, nessa triste solidão, espero a chuva cair de novo, pra eu voltar pro meu sertão. 2x Quando o verde dos teus olhos, se espalha na plantação, eu te asseguro, não chores não, viu..... 3) Luar do Sertão Maria Bethânia Oh que saudade do luar da minha terra Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão Este luar cá da cidade tão escuro Não tem aquela saudade, do luar lá do sertão! Se a lua nasce por detras da verde mata Mais parece um sol de prata, prateando a solidão E a gente pega na viola e ponteia E a canção e a lua cheia, a nascer no coração Não há, ó gente, oh! Não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! Não, luar como esse do sertão... 4) Lamento Sertanejo Gilberto Gil Composição: Dominguinhos / Gilberto Gil Por ser de lá Do sertão, lá do cerrado Lá do interior do mato Da caatinga do roçado. Eu quase não saio Eu quase não tenho amigos Eu quase que não consigo Ficar na cidade sem viver contrariado. Por ser de lá Na certa por isso mesmo.... 5) Casinha Branca Maria Bethânia Às vezes saio a caminhar pela cidade À procura de amizades Vou seguindo a multidão Mas eu me retraio olhando em cada rosto Cada um tem seu mistério Seu sofrer, sua ilusão Eu queria ter na vida simplesmente Um lugar de mato verde Pra plantar e pra colher Ter uma casinha branca de varanda Um quintal e uma janela Para ver o sol nascer ....
Na música Luar do Sertão retrata o homem na cidade com saudades de
sua terra (migrante).
a) Para você qual a relação que existe entre a música Asa Branca de Luiz
Gonzaga e Lamento Sertanejo de Gilberto Gil? Em que elas se diferenciam?
b) Agora construa a relação da música Luar do Sertão com Maria Bethânia e
Casinha Branca
42
5.1.2 ATIVIDADES COM VIDEO
a) O HOMEM QUE VIROU SUCO (1979) Trecho 1
Disponivel em http://www.youtube.com/watch?v=nAyBfuvB838
Trecho do filme O homem que virou suco (1979). Roteiro e Direção: João
Batista de Andrade. 90 min. SelecioneiTrecho do filme O homem que virou suco
(1979). Roteiro e Direção: João Batista de Andrade. 90 min. Selecionei alguns
trechos desse filme que é pouco conhecido. O mesmo foi restaurado em 2006
(www.originalvideo.com.br) Trata da peleja do poeta nordestino Deraldo na capital
São Paulo. Trabalho precário, humilhações, violência, enfim, são aspectos presentes
nessa obra trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no período. Um
cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que esfaqueou o patrão.
b) Observe a Imagem Abaixo e responda:
Ilustração7 Gomes, Fabrício de Abreu. Produzida em 16 de maio de 2011.
a) Os movimentos migratórios estão relacionados a que tipos de fatores?
b) Explique migração pendular.
43
6. A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres estavam inseridas no
mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada,
percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). As mulheres
empregadas sem carteira e trabalhando por conta própria correspondiam a 30,9%.
Enquanto 61,2% das trabalhadoras tinham 11 anos ou mais de estudo, ou seja, pelo
menos o ensino médio completo, para os homens este percentual era de 53,2%. A
parcela de mulheres ocupadas com nível superior completo era de 19,6%, também
superior ao dos homens (14,2%). Por outro lado, nos grupos de menor escolaridade,
a participação dos homens era superior a das mulheres.
O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua
inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de
rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em
torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, este percentual era
de 70,8%.
Considerando um grupo mais homogêneo, com a mesma escolaridade e do
mesmo grupamento de atividade, a diferença entre os rendimentos persiste. Tanto
para as pessoas que possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que
tinham curso superior completo, os rendimentos da população masculina eram
superiores aos da feminina. Verificou-se que nos diversos grupamentos de atividade
econômica, a escolaridade de nível superior não aproxima os rendimentos recebidos
por homens e mulheres. Pelo contrário, a diferença acentua-se: no caso do
“Comércio”, por exemplo, a diferença de rendimento para a escolaridade de 11 anos
ou mais de estudo é de R$ 616,80 a mais para os homens. Quando a comparação é
feita para o nível superior, ela é de R$ 1.653,70 para eles. No entanto, no
grupamento da Construção, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo têm
rendimento ligeiramente superior ao dos homens com a mesma escolaridade: elas
recebem, em média, R$ 2.007,80, contra R$ 1.917,20 dos homens. Aumentou a
escolaridade das mulheres que procuram trabalho.
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Em 2009, entre 1,057 milhões de mulheres desocupadas e procurando por
trabalho, 8,1% tinha nível superior. Houve aumento na escolaridade dessas
mulheres, visto que em 2003, em média, 5,0% tinham nível superior. Esse
crescimento resulta do aumento da escolaridade de uma forma geral. O aumento da
escolaridade também pode ser verificado em outros níveis. Em 2003, em média,
44,7% das mulheres desocupadas tinham 11 anos ou mais de estudo. Em 2009,
essa proporção ultrapassou significativamente a metade da população (59,8%).
Verificou-se que a população feminina desocupada é proporcionalmente mais
escolarizada que a população feminina acima de 10 anos. Enquanto, em média,
81,2% da população feminina desocupada tinham oito anos ou mais de
escolaridade, na população em idade ativa este percentual era de 61,1%. Cresceu o
percentual de mulheres adultas querendo trabalhar. A população feminina
desocupada (1,057 milhão de mulheres, em 2009) está muito concentrada no grupo
etário entre 25 e 49 anos de idade. Em 2003, as mulheres nesta faixa etária
correspondiam a 49,3% da população feminina desocupada. Em 2009, elas já eram
mais da metade 54,2%.
6.1 ATIVIDADE
Comece a aula propondo uma discussão sobre a situação social da mulher na
atualidade. Para estimular o debate, peça aos alunos para ler e discutir em grupo o
texto abaixo, escrito pela socióloga Débora Carvalho.
A mulher: da esfera doméstica à esfera pública
Modernamente, a família sofreu grandes mudanças em decorrência da
expansão do processo de industrialização verificado após os anos 1950 em muitos
países. Parte dessas mudanças foi ocasionada pelo fato de a mulher começar a
trabalhar no processo produtivo, adquirindo autonomia financeira e intelectual.
Emancipada, ela conquista direitos semelhantes aos dos homens, que perderam em
quase todos os lugares o papel tradicional de provedor do lar. Esse fenômeno tem
grande significado. Ao solapar o poder e o privilégio masculino no interior da relação
familiar, ele contribui decisivamente para o aparecimento de uma situação nova, na
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qual os parceiros estão em posição de mais igualdade. Isso torna possível a
supressão do autoritarismo masculino na relação familiar e contribui para o
aparecimento de uma nova forma de organização da família, mais baseada na
decisão de cada parceiro e no diálogo aberto. Tal fato está, por sua vez, diretamente
relacionado aos valores e práticas de uma sociedade democrática. Se democracia é
compartilhar direitos e deveres em situação de igualdade, então a nova estrutura
familiar é democrática.
O sociólogo inglês Anthony Gilddens constata, inclusive, uma alteração
significativa nos motivos que levam à formação de um casal ou de uma unidade
familiar. A relação não mais é estabelecida para garantir a sobrevivência material,
como ocorria no casamento tradicional, com suas imposições e normas arcaicas,
mas para os parceiros conquistarem e criarem vínculos afetivos, nos quais podem
desenvolver suas potencialidades, de modo a poder viver conjuntamente com base
em mútua decisão ancorada numa “comunicação emocional”. Giddens identifica a
emergência de uma “democracia das emoções na vida cotidiana”, que seria tão
importante quanto a democracia pública.
a) Por que embora se verifique uma tendência geral para a igualdade dos
gêneros no mercado de trabalho, as mulheres ainda ganham 28,4% menos do que
os homens?
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7. PESQUISA JUNTO AOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO
Este questionário é um instrumento investigativo que aplicaremos junto aos
alunos do 2º Ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco-
Toledo. O referido instrumento busca investigar informações com relação a Dinâmica
Espacial do estudo da População em Geografia em que o aluno está inserido, e
pesquisar o interesse do aluno pelo estudo da disciplina de geografia.
1-Idade:
( ) 13 a 14 ( ) 15 a 16 ( ) 17 a 18 ( ) 19 a 20 ( ) + de 20
2-Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
3-Residência:
( ) Toledo ( ) Distrito de Toledo ( ) outro município
4-Local de nascimento:
( ) município de Toledo
( ) outro município do Paraná . Qual? –
( ) Em outro Estado. Qual?-----------------------------------------------------
5-Você mora com:
( ) pai e mãe ( ) só com o pai ( ) só com a mãe ( ) com os avós ( ) com tios
( ) outros
6-Quem trabalha fora para o sustento da família?
( ) pai e mãe ( ) pai ( ) mãe ( )ninguém ( ) irmão ( ) outros
7-Qual a profissão do seu pai?----------------------------------
8-E da sua mãe?------------------------------------------------
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9 .Você gosta da sua escola?
( ) sim Por quê?-------------------------
( ) não Por quê?--------------------------------------
10- E de estudar, você gosta? ( ) sim Por quê?------------------------------- ( ) não Por quê?----------------------------------
11- Cite três matérias que você mais gosta de estudar:------- ----------------
12 -E três que você não gosta de estudar:------------------------- ---------------
13. Você gosta ou não da matéria de Geografia? Justifique sua resposta.
14 . Pra que serve a Geografia para você?
15 .Você e sua família já migraram para outras regiões : ( ) sim ( ) não 16. Se migrou, qual foi o motivo?
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REFERÊNCIAS
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Conhecimentos. Ed. Papirus, 4º Edição, Campinas 2003.
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Contexto, São Paulo 2010.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Ensino de Geografia. Editora Moderna, Porto
Alegre, 2000.
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Moderna, São Paulo, 2000.
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49
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