FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Formação Leitora: Um dos caminhos para a ressocialização de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas

Autora MARTA STELLA GRESSANA

Escola de Atuação CEEBJA- Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Profª Joaquina Mattos Branco

Município da escola Cascavel

Núcleo Regional de Educação Cascavel

Orientador Profª Dtda Ruth Ceccon Barreiros

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Campus de Cascavel

Disciplina/Área (entrada no PDE)

Língua Portuguesa – EJA FASE I

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas FASE I – EJA no CENSE I – Centro de Socioeducação de Cascavel

Localização

CENSE I – Centro de Socioeducação de Cascavel

Avenida Brasil nº 8962- Bairro Coqueiral CEP 85807-030

Apresentação:

Este material didático se justifica uma vez que tem por objetivo a formação leitora de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, como determina a legislação, ou seja, propiciar condições de ressocialização e despertar o gosto pelo ato de ler. A metodologia escolhida foi a Sequência Didática com estudos dos gêneros discursivos/textuais música/canção e poema. A escolha dos gêneros deu-se por acreditar-se que estes podem levar os adolescentes a se apropriarem e perceberem o ato de ler como fonte de prazer, aprendizagem, comunicação e interação.

Palavras-chave Leitura, Formação Leitora, Socioeducação, Ressocialização

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério,

com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o

sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transforma a

sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

Paulo Freire

INTRODUÇÃO

O trabalho com Sequências Didáticas reúne um conjunto de atividades

escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero

discursivo/textual1 oral ou escrito, cujo contexto de leitura e de produção

necessita ser concebido de forma planejada com atividades e exercícios

múltiplos e variados. Essa metodologia tem por finalidade oferecer aos alunos

práticas de linguagens e instrumentos que desenvolvam suas capacidades de

expressão oral e escrita em diversas situações de comunicação (DOLZ, 2004).

A interlocução é o ponto de partida para uma Sequência Didática. Esta

fase é essencial para o sucesso do trabalho. É o momento em que se propicia,

aos alunos, uma situação de interação com o gênero a ser estudado.

Com base nesses pressupostos, propomos aqui, como Material Didático-

pedagógico, estudos pautados em uma Sequência Didática com os gêneros

discursivos/textuais música /canção e poema, voltada para alunos de uma

Unidade Socioeducativa da FASE I da EJA. A escolha dos gêneros

música/canção e poema se deram por serem textos pouco trabalhados nesse

ambiente educacional.

Trata-se, portanto, de uma sequência de atividades planejadas a partir

de uma situação inicial, em que os adolescentes demonstrarão seus

conhecimentos prévios, bem como suas dificuldades. Depois de detectadas as

dificuldades de comunicação, serão desenvolvidas atividades com o propósito

de saná-las, de maneira que seja possível encaminhá-los à produção final.

1 Importante lembrar que a expressão gênero do discurso ampara-se na teoria de Bakhtin (2000),

enquanto que a expressão “gênero de texto” faz parte dos estudos de Bronckart (2003), assim como

de Dolz, J.; Noverraz, M.; Schnewly, B. pesquisadores pertencentes ao Círculo de Genebra, mentores

da Sequência Didática.

1- APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

1º Momento:

Para tornar o trabalho com o gênero discursivo/textual “CANÇÃO” mais

interessante e envolvente, proponha aos adolescentes que adivinhem qual é a

canção procedendo da seguinte forma.

- Dentro de envelopes coloque estrofes de canções para que eles leiam ou

leiam aos colegas para descubram o nome da canção.

2º Momento

- Os adolescentes poderão escrever estrofes de canções que eles conheçam e

gostem e pedir aos colegas e ao professor (a) que tente descobrir o nome da

canção.

Exemplos:

Caro(a) Professor(a):

Os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e estão na FASE I necessitam de muito incentivo para iniciar toda e qualquer atividade relacionada à leitura e a escrita.

Eu vi as velas se acenderem para o Papa

Vi Babilônia ser riscada do mapa

Vi Conde Drácula sugando sangue novo

E se escondendo atrás da capa, eu vi...

Não me convidaram

Pra esta festa pobre

Que os homens armaram pra me convencer

Apagar sem ver, toda essa droga...

Depois que eu te conheci fui mais feliz.

Você é exatamente o que eu sempre quis.

Ela se encaixa perfeitamente em mim.

O nosso quebra-cabeça teve fim.

Eu vou ficar

Guardado no seu coração

Na noite fria, a solidão

Saudade vai chamar seu nome...

PROFESSOR (A)...

Esta atividade tem por objetivo situar os adolescentes em um contexto musical

e prepará-los para as próximas etapas de estudos.

2- RECONHECIMENTO DO GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL

CANÇÃO/MÚSICA

O gênero discursivo/textual canção corresponde a um texto escrito em

verso ou em prosa literária, destinado ao canto. É um gênero híbrido (litero-

musical). Diferente da música que corresponde à combinação de sons que

produz melodia, através de instrumento musical. A canção é uma combinação

de duas linguagens: verbal e musical. As canções também podem ser

composições musicais sem letra, recebendo o nome de canção instrumental ou

“canção à capela”.

A música é um gênero discursivo/textual que faz parte da vida do ser

humano desde os mais remotos tempos e desde a mais tenra idade,

considerada como uma forma da manifestação da oralidade. Corresponde à

GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL CANÇÃO

GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL MÚSICA

Professor (a):

Antes de iniciar as atividades de reconhecimento do gênero é importante que os adolescentes reconheçam a diferença entre os gêneros discursivos/textuais música e canção.

combinação de sons que produz melodia, por meio de instrumento musical. É

por sua extrema presença em nossa vida, que vamos trabalhar esse gênero

discursivo/ textual juntamente com o gênero discursivo/textual canção.

Vamos ouvir a música Cidadão de Zé Geraldo e responder oralmente...

a) Você conseguiu identificar quais são os instrumentos musicais presentes no

arranjo da música “Cidadão” de Zé Geraldo?

b) Há mais de uma voz cantando a canção? A (as) voz (vozes) são masculinas

ou femininas?

c) Qual é o estilo da música?(samba, funk, baião, MPB...)

COMO SE ESCREVE UMA CANÇÃO? Toda canção, ao ser escrita, tem duas partes:

1 – A parte poética (letra) – isto é, a composição escrita, usando palavras.

2 – A parte melódica (melodia) – escrita convencionalmente em notas musicais.

Geralmente, a letra de uma canção (narrada, descrita ou dissertada) é

organizada em versos, com muito ritmo, semelhante a uma poesia.

Toda canção tem um tema ou temática sobre o qual ela fala.

Toda canção pertence à esfera artístico-cultural, como os filmes, as obras

literárias, os poemas e a música.

Professor (a):

O gênero música compreendida como produção de sons, isto é, a melodia deve também ser explorada junto aos alunos por meio de leitura. Podemos entender a melodia como sendo um texto, um diálogo entre os instrumentos que compõem o arranjo musical. Dessa forma, você professor deverá criar situações de leitura em que os alunos sejam levados a perceber os vários instrumentos que fazem parte da música em estudo. Para isso, poderá partir das seguintes questões:

SUGESTÃO PARA OUTRAS ATIVIDADES...

Coletar em sites da internet imagens de instrumentos e sons para apresentá-los aos alunos, de preferência os instrumentos que mais se destacam no arranjo da música “Cidadão” de Zé Geraldo.

� Vocês quando cantam ou ouvem uma canção prestam atenção à sua

letra?

� Você gosta de ouvir músicas? Qual é seu estilo preferido?

3- SELEÇÃO DE UM TEXTO DO GÊNERO

� O que é ser um cidadão? Escreva o que você sabe sobre o significado

dessa palavra.

Cidadão Zé Geraldo Composição: Lúcio Barbosa Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição, era quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar. (...)

"Cidadão"- de Lúcio Barbosa

Esta obra prima cantada pelo respeitável Zé Geraldo foi criada por

Lúcio Barbosa, baiano de Senhor do Bonfim reside em um pequeno sítio em

Itapecerica da Serra em São Paulo. Em 1978, na realização do Festival de

Música em Itapetininga ele apresentou esta composição que fez em

homenagem ao tio Ulisses que construía casas em Senhor do Bonfim e não

tinha casa própria. Na realização de festival musical na Zona Leste de São

Paulo, ele conheceu Zé Geraldo. Felizmente, passamos, a saber, de sua

Para conhecer a letra completa dessa canção e o vídeo acesse o site: <http://www.letras.terra.com.br> Acesso em 16 abr. 2011. Outra dica é assistir ao clipe Zé Ramalho (Cidadão) Disponível em <http://www.youtube.com/watch> - Acesso em 23 abr. 2011.

existência. Mas ainda é muito difícil saber mais alguma coisa sobre este baiano

destacável na arte brasileira.

Disponível em: <http://estenioelbainy.blogspot.com/2010/07/cidadao-de-lucio-

barbosa.html> Acesso em: 23 de abr. 2011.

Depois de ler atentamente a letra da música “Cidadão” e as informações sobre

o autor, responda aos questionamentos que seguem. Para que a atividade seja

mais produtiva escreva as respostas no seu caderno.

a) Quem compôs essa música? E em que situação?

b) Quando foi apresentada ao público?

d) Qual o local de circulação do gênero discursivo/textual canção/música?

e) Qual a posição social do compositor?

f) Qual a temática abordada pela música?

g) Em sua opinião qual a relação entre a letra da música e o seu título?

h) Na sua percepção, a desigualdade social denunciada por meio da música

persiste na sociedade atual? Em que situações?

i) Para você, o que deveria ser feito para minimizar (diminuir) a desigualdade social? j) A seu ver, o que seria uma sociedade justa e igualitária? Dê exemplos.

1) Depois de ler/conhecer a letra da canção na íntegra, compare a sua

resposta, dada anteriormente, sobre o significado da palavra cidadão, com a

definição que segue e registre no seu caderno aquilo que você não mencionou

em sua resposta.

Sua vez de escrever... Registre suas respostas em seu caderno.

É importante lembrar que o termo “cidadania” relaciona-se também ao termo

“cidadão”, então vamos saber mais sobre essa palavra.

1) Todos os brasileiros possuem cidadania conforme a definição da palavra?

2) Qual a intenção do compositor ao dar o nome CIDADÃO para a canção?

3) Quais os sentimentos que o compositor deixou transparecer na canção?

4) Nesta canção, o compositor ou o trabalhador pode ser considerado um

cidadão? Justifique.

5) Você conhece alguém que tenha vivido uma situação parecida com a

descrita na canção?

6) Qual o sentimento que se destaca na canção?

Sua vez de escrever...

Registre suas respostas em seu caderno...

Vamos ler a definição de cidadão no dicionário de Língua Portuguesa. Cidadão: s.m. 1. indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este. (Novíssimo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa)

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. “Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. (DALLARI,Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

Disponível em:<http://www.advogado.adv.br/estudantesdireito/fadipa/marcossilviodesantana/cidadania.htm > Acesso em 23 abr. 2011.

7) Quais as dificuldades encontradas pelo trabalhador que estão presentes na

canção?

8) A letra da canção revela que o personagem ali descrito é um migrante.

(Migrante é a pessoa que muda de uma região ou país ) Qual é o seu lugar

de origem? Como você pôde chegar a esta conclusão? Comprove copiando

versos da canção.

9) Fui eu quem criou a terra enchi os rios e fiz as serras não deixei nada faltar hoje o homem criou asas E na maioria das casas Eu também não posso entrar...

Nesses versos percebemos o discurso de outra pessoa. Você sabe quem é?

Comente o seu entendimento com seus colegas e com o (a) seu (a) professor

(a) e escreva sobre isso no seu caderno.

11) Leia novamente sobre Lúcio Barbosa. Por que você acha que ele quis

homenagear o tio? Justifique escrevendo.

12) Você já fez ou teve vontade de fazer uma canção em homenagem a

alguém? Quem? Por quê?

13) Leia para seu (a) professor (a) em voz alta o trecho da canção que mais

chamou sua atenção. Se você quiser poderá escrever também em seu

caderno.

1) Vamos ler a canção “Cidadão” para fazer a análise:

a) Você lembra qual é o tema da canção?

2) Procure explicar o que o compositor quis dizer com “Foi um tempo de

aflição.”

MAIS ATIVIDADES...

4) A intenção do compositor foi chamar a atenção para um dos grandes

problemas que aflige muitos trabalhadores brasileiros. Que problema é esse?

5) Quais os problemas que os trabalhadores que você conhece enfrentam?

Escreva sua resposta no caderno.

6) Em quais versos percebemos que o trabalhador tem religiosidade? Copie da

canção.

4- ESTRUTURA DO GÊNERO 1) Quantos versos há na canção “Cidadão” de Zé Geraldo? E quantas

estrofes?

2) Esta canção tem rimas? Registre no seu caderno os pares de rimas que encontrou 3) Observe estes pares de RIMAS para responder a questão 4:

aflição-condução perdido-entristecido tédio-prédio 4) Pense em outras palavras que rimam com as que estão escritas abaixo e escreva ao lado:

moço___________________

filha____________________

amém___________________

Rima s.f. 1. Ruma. 2. (Liter.) Igualdade de som no fim (às vezes no fim e no meio) de dois ou mais versos; correspondência de som na terminação de duas ou mais palavras. 3. Palavra que rima com outra. Minidicionário Luft. Ed Ática. PNLD 2001

A CANÇÃO é composta de versos e estrofes.

VERSOS são cada linha da canção. ESTROFES são os conjuntos ou grupos de versos.

5) É com você... Complete com outras palavras que rimem. Meu domingo tá perdido Vou pra casa____________ Minha filha inocente____________ Vem pra mim toda__________________ VARIEDADE LINGUÍSTICA Nossa linguagem varia de acordo com o contexto em que estamos

inseridos. Em algumas situações é exigido que falemos de uma maneira mais

formal, como numa entrevista para obter um emprego. Já em outras, podemos

“relaxar” e falar de uma maneira mais informal, como quando conversamos

com os amigos ou familiares. Na escrita, acontece o mesmo. Há gêneros

discursivos/textuais que exigem linguagem formal em outros podemos utilizar

uma linguagem mais informal.

No Brasil, onde o território é enorme e há pessoas de várias culturas e

vivências, a Língua Portuguesa adquiriu características próprias em cada

localidade, o que gerou as variedades linguísticas. Isso significa que todos nós

falamos e entendemos a Língua Portuguesa, embora possamos nos expressar

de maneiras diferentes. Você já observou que pessoas com mais escolaridade

usam a língua falada e escrita de uma maneira diferente daquelas que

possuem menos escolarização? Essas diferenças são conhecidas como

dialetos.

O mesmo ocorre entre profissões: padeiros, mecânicos, médicos e

bancários, por exemplo, têm maneira própria de falar. Existem diferenças

também entre maneiras de falar de classes sociais diferentes, de pessoas do

campo, de pessoas de idades diferentes e assim por diante. Às vezes as

pessoas escrevem de maneira muito próxima da forma como falam e trazem

Professor (a): A letra da canção em estudo apresenta vários termos que não fazem parte da norma padrão da língua. Assim, é importante que este aspecto seja também explorado junto aos adolescentes, isto é, a variedade linguística. Comente com eles sobre o respeito que devemos ter com as pessoas que usam outras variedades da língua.

para os textos escritos àquilo que chamamos marcas de oralidade. A Língua

Portuguesa tem uma norma padrão (falada e escrita), mas ela tem variantes

regionais decorrentes das diversidades sócio-culturais, o que permite haver

maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. Isso aparece também nas letras

das canções.

1-Você acha que há preconceito em relação à maneira de como algumas

pessoas falam? O que você pensa sobre isso? Comente com seus colegas e a

sua professora e escreva no seu caderno a sua opinião sobre isso.

2-Tomando por base a letra da canção “Cidadão”, podemos perceber que

quem fala nos versos tem um jeito de expressar típico da linguagem de um

homem sem estudo ou de um homem com muito estudo? Justifique sua

resposta escrevendo.

3- Vamos assinalar a alternativa correta. O registro dos versos

( ) corresponde à maneira de falar de quem estudou muito.

( ) apresenta uma linguagem típica do público jovem.

( ) buscou representar por meio da escrita, a fala de um homem simples

trabalhador com pouco estudo.

4- Como ficariam esses versos se traduzíssemos para a norma padrão da

Língua Portuguesa?

Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição, era quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar. Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me chega um cidadão

MAIS ATIVIDADES...

E me diz desconfiado, tu ta aí admirado Ou ta querendo roubar? Meu domingo ta perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer.

5- Por que o compositor empregou esse tipo de linguagem na canção.

Justifique sua resposta.

6- Ao compor a canção, Lúcio Barbosa quis nos passar qual mensagem?

Como você concluiu isso?

Caro Professor (a): Para ampliar os estudos sobre o gênero canção, mantendo a mesma temática da Canção Cidadão, sugerimos: O que É ... Gonzaguinha. Pacato cidadão – Skank O meu guri – Chico Buarque Saudosa Maloca – Adoniram Barbosa Quatro Morros – Rappin Hood Brasil – Cazuza Pra não dizer que não falei de flores – Geraldo Vandré Maria Maria – Milton Nascimento Perfeição – Legião Urbana

1- APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

1º Momento

Converse com os adolescentes sobre como as pessoas fazem para expressar

ou expor seus sentimentos se é somente por meio de músicas ou se faz

também por meio de poesias?

2º Momento

Para começar, procure saber junto aos adolescentes sobre os poemas que

eles já conhecem ou já escreveram.

3º Momento

Lembre também aos adolescentes que esse gênero obedece a uma estrutura

diferenciada do texto em prosa, pois se utiliza de rimas, versos e estrofes.

4º Momento

Retome com seus alunos a aprendizagem realizada sobre a estrutura do

gênero canção e faça uma comparação entre as estruturas dos dois gêneros

de forma que os alunos possam reconhecer as semelhanças.

PROFESSOR (a)...

AGORA VAMOS CONHECER O GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL POEMA. VOCÊ ACHA QUE POEMA TEM A VER COM CANÇÃO?

2- RECONHECIMENTO DO GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL POEMA

POEMA x POESIA

É bom ressaltar a diferença entre poema e poesia. Apesar de serem

tratadas por muitos como sinônimos, o uso dos dois termos entre os estudiosos

apresentam diferenças:

Poesia : Caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugerir emoções por

meio de uma linguagem. (1)

Poema: obra em verso em que há poesia. (2)

O poema é a arte de escrever em versos. Trata-se de uma estrutura textual

formada por versos, estrofes e rimas (quando há), geralmente de pequena

extensão.

GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL POEMA

Professor (a): Antes de introduzir o gênero é importante que você e os adolescentes tenham bem claro o que é POEMA e o que é POESIA.

Professor (a):

Para saber mais sobre estes conceitos consulte o site: < www.sitedeliteratura.cjb.net> Acesso em: 25 abr. 2011. 1 - Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa. RJ: Nova Fronteira, 1993. 2 - LYRA, Pedro. Conceito de Poesia. São Paulo: Ática, 1986.

Cada linha do poema corresponde a um verso. Ao conjunto de versos

damos o nome de estrofe. Os poemas podem apresentar uma ou mais

estrofes.

A poesia é o próprio entusiasmo de seu criador (autor/poeta) que,

inspirado pelos seus sentimentos, revela, no texto (poema), o belo, a fantasia,

o sonho. Portanto, a poesia é o que há de elevado ou comovente nas pessoas

e nas coisas. Transmite encanto, graça e atração. Ela está sempre presente no

poeta e pode estar presente no leitor. O poema é o texto concreto e a poesia

é a essência que este texto exala (coisa que nem todo o leitor sente). A

intenção de textos desse gênero pode ser variada: emocionar o leitor, chamar a

atenção para o belo, apresentar o encanto, a indignação, a fé, a esperança do

poeta frente às situações da vida.

Ao produzir um poema, o autor pode assumir a voz de um adulto, de

uma criança, de um objeto, de um animal, de um profissional, entre outros.

Para fazer isso, ele precisa imaginar como é o representado, o que ele diria,

sentiria, como agiria. O “eu” presente nos versos revela-se ao leitor conforme

as intenções do autor.

À voz que fala em um poema damos o nome de eu poético.

É importante não confundir o autor do poema com o eu poético. O autor

é aquele que escreve o texto e o eu poético corresponde à voz que fala no

poema.

LEMBRE-SE...

Nem sempre quem fala no poema é o poeta, mas pode ser uma personagem criada por ele. Um poeta do sexo masculino, por exemplo, pode escrever um poema dando voz a uma personagem feminina. Essa personagem inventada pelo poeta é chamada de eu lírico ou eu poético .

2.1 ESTRUTURA DO GÊNERO “POEMA”

3- SELEÇÃO DE UM GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL

3- SELEÇÃO DE UM GÊNERO DISCURSIVO/TEXTUAL

Site dessa imagem

Disponível em:<www.dominiopublico.gov.br > <http//guiadoestudante.abril.com.br> Acesso em: 30 abr. 2011.

Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Poeta, compositor, escritor, cantor. Tantos adjetivos não bastam para descrever o que na verdade é a grandeza de Vinícius, e todas suas marcas artísticas deixadas, imortais, para nós, infinitas enquanto durarem. Morreu a nove de julho de 1980, no Rio de Janeiro.

Professor (a):

Para os estudos sobre a estrutura do gênero poema sugerimos que sejam levados para a sala de aula vários poemas e distribuídos entre os alunos para que realizem a leitura. A partir de uma leitura individual, os alunos devem ser convidados a fazerem uma leitura em voz alta e comentários sobre o que acharam dos poemas lidos. É aconselhável que também o professor faça uma leitura expressiva de um poema, ressaltando que para este tipo de texto a leitura expressiva é essencial. Terminada esta etapa, escolha um dos poemas para proceder à análise da estrutura de maneira interativa, sempre recorrendo ao conhecimento que os alunos tenham adquirido nos estudos sobre o gênero canção. Para a exploração da estrutura do poema instigue-os a encontrarem o tema, a estabelecerem uma relação entre o título e o tema, a perceberem como as palavras estão dispostas no papel, os versos, as estrofes, as rimas. Para a exploração dos sentidos do texto poema leve os alunos a decifrarem o jogo de palavras e suas conotações. É importante lembrar que o poema a ser analisado em sala de aula deve ter sido amplamente estudado, pelo professor, antes da sua apresentação aos alunos.

Operário em construção Vinícius de Moraes Era ele que erguia casas Onde antes só havia chão. Como um pássaro sem asas Ele subia com as casas Que lhe brotavam da mão. (...)

1-Quem é o autor do poema “Operário em construção”?

2-Você conhece outros poemas desse autor?

3-Qual a função social do autor?

O poema “O operário em construção” escrito por Vinícius de Moraes há mais de meio século, em 1956, descreve o trabalho como base da vida humana; descreve o processo de tomada de consciência de um operário, partindo de uma situação de completa alienação: “tudo desconhecia/ de sua grande missão”, sem saber “que a casa que ele fazia/ sendo a sua liberdade/ era a sua escravidão”. No nível simbólico “Operário em Construção” trata de um operário que entra em processo de conscientização individual e resiste à exploração através da palavra “não”. O poema inicia com o papel do operário na construção das coisas e o desconhecimento da importância da sua profissão. Narra, em versos, a alienação verificada na multidão que empilha os tijolos com suor e cimento. Disponível em: <http://www.usinadeletras.com.br> Acesso em: 30 abr. 2011.

Professor(a):

Para obter o poema na íntegra e o vídeo clip acesse o site Disponível em: <http://www.webletras.com.br/musica/vinicius-de-moraes/o-operario-em-construcao> Acesso em: 30 abr. 2011.

É com você... Registre suas idéias novamente...

4-Em sua opinião, para quem foi produzido este poema?

5-Esse poema foi produzido para circular onde? (escola, igreja, sociedade...)

6-Qual é o assunto (tema) que o poema trata?

7-Por que o operário ia construindo tudo o que existe e não se dava conta do

valor e da utilidade de cada coisa?

8- Quando é que o operário começa a se dar conta do valor que as coisas têm?

Que relações o operário consegue fazer a partir desse conhecimento?

9- O que podemos entender no verso: Assim, nascia um novo mundo para o

operário.

10- Em que parte do poema se percebe claramente a exploração por parte do

patrão?

11- Que lições interessantes retiramos do poema?

12- Qual o problema que está em questão no poema?

13- Qual a solução para o problema em questão?

a) Quantas estrofes têm o poema OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO de Vinicius

de Moraes que você leu?

b) E quantos versos?

c) Assim, como na canção, no poema podemos perceber que há rimas:

casas-asas chão-mão-missão

d) Agora é com você... Dê exemplos de outras rimas que você encontrou no

poema.

MAIS ATIVIDADES...

1- Releia a primeira estrofe do poema.

Era ele que erguia casas Onde antes só havia chão. Como um pássaro sem asas Ele subia com as casas Que lhe brotavam da mão. Mas tudo desconhecia De sua grande missão: Não sabia, por exemplo: Que a casa do homem é um templo Um templo sem religião Como tampouco sabia Que a casa que ele fazia Sendo sua liberdade Era sua escravidão.

2- As palavras sublinhadas na primeira estrofe referem-se a quem? Como você

chegou a essa conclusão? Qual é a função desses pronomes no texto?

3 – Você sabe o que são e para que servem os PRONOMES?

4 – Vamos ler novamente o poema “Operário em construção”, de Vinícius de

Moraes e observar as três primeiras estrofes para responder a questão que

segue:

Quais as palavras que demonstram a alienação do operário? Comente com

seus colegas e professor (a) e escreva sua resposta no caderno.

5 – Agora, vamos ler novamente a primeira estrofe do poema “Operário em

construção” de Vinícius de Moraes. Nesta estrofe o poeta utiliza-se de uma

comparação quando se refere ao operário. Que comparação é essa? Escreva

em seu caderno.

PRONOMES são palavras que substituem ou acompanham os nomes. Nas suas produções orais ou escritas, você utiliza diversos tipos de pronomes sem a preocupação de classificá-los: eu, meu, ele, lhe, aquele, ninguém...

6 – O poeta Vinícius de Moraes emprega na terceira estrofe do poema

“Operário em construção” muitos nomes (substantivos) para indicar as coisas

que ele fazia. Copie algumas dessas palavras que indicam nomes

(substantivos) em seu caderno.

4 - PRODUÇÃO E REESCRITA DE TEXTO

Depois das leituras e análises realizadas nas atividades com os gêneros

estudados, chegou o momento de o adolescente descobrir o poeta que há

dentro dele. Para a produção e reescrita vamos trabalhar com os gêneros

discursivos/textuais canção e poema.

AGORA É COM VOCÊ...

PROFESSOR (a)...

Caro(a) Professor (a): Para ampliar os estudos sobre o gênero poema sugerimos: Reforma Agrária – Patativa do Assaré Meninos – Murilo Mendes Além da imaginação – Ulisses Tavares Não há vagas – Ferreira Gullar

Os poemas e as canções produzidas serão lidas e revisadas, pelo

professor (a), o (a) qual deverá criar novos módulos de estudo sobre os dois

gêneros, se necessário, com vistas a retomar os aspectos em que os alunos

apresentarem maiores dificuldades. Por exemplo, se os alunos apresentarem

dificuldades em relação à identificação dos pronomes, o professor (a) deverá

elaborar novo módulo de estudos, centrando as atividades nos pronomes, o

mesmo procedimento deverá ser adotado para outras dificuldades, conforme

prevê a metodologia da Sequência Didática, até que o gênero tenha sido

completamente aprendido. Agora, chegou o momento de fazer os seguintes

questionamentos:

1 – Para quem vamos escrever?

2 – Qual será o tema?

3 – Por que estamos escrevendo esse poema ou essa canção? (Objetivo)

4 – Irá circular somente dentro da Unidade de Socioeducação? Ou podemos

socializar com outras Unidades?

5- Como encontrar o título mais adequado para o tema escolhido?

Obs. A primeira produção será somente um rascunho. Num outro momento

faremos à releitura e as correções necessárias. Lembrando sempre aos

adolescentes que a poesia sempre estará presente na produção, tanto do

poema como da canção, pois, este é o momento de falar sobre os sentimentos

em relação à vida. Os adolescentes, se desejarem, poderão ilustrar as suas

produções.

5 – CIRCULAÇÃO DO GÊNERO

Após as correções e ajustes necessários, os poemas e as canções

serão expostos no refeitório da Unidade de Socioeducação para que possam

ser lidos por outros adolescentes e profissionais que compartilham desse

ambiente (educadores sociais, técnicos administrativos, outros professores e

adolescentes) que não participarão do projeto de implementação.

Com essa atividade, visamos não só expor e valorizar o trabalho dos

adolescentes que participaram dos encontros, como também promover e

incentivar a leitura às pessoas que por ali circulam.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMOP, Associação dos Municípios do Paraná. Sequência Didática: uma

proposta de ensino de Língua Portuguesa para as séries iniciais. Organizadora:

Terezinha da Conceição Costa-Hübes. Cascavel: Assoeste, 2007. Caderno 01.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal . São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, texto e discurso . São Paulo:

EDUC, 2003.

CEREJA, Willian Roberto. Gramática reflexiva , 5ª série/Willian Roberto

Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – São Paulo: Atual, 2003.

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEWLY, B. Sequências didáticas para o oral e

a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SCHNEWLY,

Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização:

Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004

EJA 6º ano - Volume 1 – 2. Ed. –São Paulo – IBEP, 2009. (Coleção Tempo

de Aprender) Vários autores.

LYRA, Pedro. Conceito de Poesia . São Paulo: Ática, 1986. Série Princípios.

FERREIRA, Givan...[et al.] Trabalhando com a linguagem ; ilustrações Fábio

Cruz...[et al.].– 1ª Ed. – São Paulo: Quinteto Editorial, 2006. – (Coleção

trabalhando com a linguagem)

SITES CONSULTADOS:

Disponível em: <http://letras.terra.com.br> Acesso em: 16 abr. 2011.

Disponível em:<http://www.youtube.com/watch> Acesso em 23 abr. 2011.

Disponível em: <http://www.usinadeletras.com.br>Acesso em: 30 abr, 2011.

Disponível em: <http://estenioelbainy.blogspot.com/2010/07/cidadao-de-lucio-barbosa.html> Acesso em: 23 de abr. 2011.

Disponível em:

<http://www.advogado.adv.br/estudantesdireito/fadipa/marcossilviodesantana/ci

dadania.html > Acesso em 23 abr. 2011.

Disponível em:< www.sitedeliteratura.cjb.net> Acesso em: 25 abr. 2011

Disponível em:< www.dominiopublico.gov.br> Acesso em: 30 abr. 2011.

Disponível em: <www.guiadoestudante.abril.com.br> Acesso em: 30 abr. 2011.

Disponível em:< http://www.webletras.com.br/musica/vinicius-de-moraes/o-operario-em-construcao> Acesso em: 30 abr. 2011.