PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E PROPOSTA … · 8.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA ... 8.14 PLANO DE AÇÃO...

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ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E PROPOSTA PEDAGÓGICA Cornélio Procópio 2012 1

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ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE

ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

E

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Cornélio Procópio

2012

1

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 04

2 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 07

2.1 IDENTIFICAÇÃO............................................................................................... 07

2.2 QUADRO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS ....................................... 08

3 OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 09

4 FINALIDADES ..................................................................................................... 10

5 PRINCÍPIOS ORIENTADORES........................................................................... 11

6 MARCO SITUACIONAL...................................................................................... 13

6.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA.......................................................... 13

7 MARCO CONCEITUAL........................................................................................ 22

7.1 PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS-SOCIOLÓGICOS....................................... 22

7.2 PRESSUPOSTOS DIDÁTICO- METOLÓGICOS............................................. 26

7.3 CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM AS AÇÕES DA ESCOLA......................... 38

7.4 PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS.......................................................... 40

7.5 PRESSUPOSTOS POLÍTICOS........................................................................... 42

8 MARCO OPERACIONAL .................................................................................... 48

8.1 LINHAS GERAIS................................................................................................ 48

8.2 TURNOS HORÁRIOS DAS AULAS E USO DOS ESPAÇOS ESCOLARES. 50

8.3 MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL.............................. 50

8.4 QUADRO DE PROFESSOR E FUNCIONÁRIO............................................... 51

8.5 ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR.............................................. 52

8.6 AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E DEPENDÊNCIA............ 56

8.7 GESTÃO DEMOCRÁTICA................................................................................ 57

8.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA............................................................................. 58

8.9 FORMAÇÃO CONTINUADA........................................................................... 598.10 USO DO AMBIENTE TECNOLÓGICO NA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO

ESTADO DO PARANÁ............................................................................................ 60

8.11 NORMAS DE CONVIVÊNCIA........................................................................ 62

8.12 AÇÕES DE COMBATE PARA O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA E O USO

INDEVIDO DE DROGAS........................................................................................ 63

8.13 PROPOSTA DE AÇÃO EDUCACIONAL – Professor PDE........................... 64

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8.14 PLANO DE AÇÃO............................................................................................ 73

8.15 INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVO-PEDAGÓGICAS................................... 76

8.16 INSTÂNCIAS COLEGIADAS......................................................................... 77

9 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 78

ANEXOS.................................................................................................................... 82

ANEXO 1 - PROPOSTA PEDAGÓGICA................................................................ 83

1. IDENTIFICAÇÃO E MISSÃO DA ESCOLA...................................................... 84

2. QUALIDADE ALMEJADA.................................................................................. 85

3. LINHAS GERAIS DE CADA COMPONENTE CURICULAR........................... 86

3.1 CIENCIAS........................................................................................................... 86

3.2 ARTE................................................................................................................... 94

3.3 EDUCAÇÃO FÍSICA.......................................................................................... 109

3.4 ENSINO RELIGIOSO......................................................................................... 117

3.5 GEOGRAFIA....................................................................................................... 122

3.6 HISTÓRIA........................................................................................................... 136

3.7 LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................... 142

3.8 MATEMÁTICA .................................................................................................. 160

3.9 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA............................................................ 169

4 ATIVIDADES INTEGRADORAS DO CURRÍCULO.......................................... 183

4.1 ATIVIDADES CURRICULARES COMPLEMENTARES............................... 185

ANEXO 2 - PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO...189

ANEXO 3 - PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

CURRICULAR EM CONTRATURNO.................................................................... 191

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

1 – APRESENTAÇÃO

A Escola Estadual Paulo Freire – Ensino Fundamental, após sua

reativação passa a elaborar seu Projeto Político Pedagógico, tendo em vista sua

presente realidade, em novo endereço e com nova estrutura, procurando

promover a excelência na Educação, tem como meta o trabalho organizado e

coletivo de sua comunidade, para dar aos seus alunos melhores condições de

aprendizagem, não apenas teórica, mas tendo em vista prepará-los para vida

cidadã.

O amparo legal se encontra na LDB – LEI 9.394/96, nos seguintes

artigos:

Art. 12 – INCISO I – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as

normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

“I – elaborar e executar sua proposta pedagógica”.

Art. 13 e 14 – Definem as incumbências docentes com relação ao

projeto pedagógico:

Art. 13 “I – participar da elaboração da proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino”.

Art. 14 I – participação dos profissionais de educação na elaboração

do projeto pedagógico da escola.

Seu objetivo principal é a formação de cidadãos conscientes,

levando a socialização aos jovens e adultos desta comunidade, alunos que foram

distanciados de outras escolas e têm agora a oportunidade de concluir seus

estudos e melhorar suas vidas nos aspectos pessoal e profissional, obedecendo

aos seguintes princípios norteadores contemplados na LEI nº 9.394/96:

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Art. 3º:

I. igualdade de condições para acesso e permanência na

escola;

II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a

cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III. Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;

IV. Respeito a liberdade e apreço à tolerância;

V. ............

VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII. Valorização do profissional da educação escolar;

VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da

legislação do sistema de ensino;

IX. Garantia do padrão de qualidade;

X. valorização da experiência extracurricular;

XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas

sociais.

O espaço destinado à elaboração do Projeto Político Pedagógico

procurou sensibilizar os sujeitos envolvidos na dinâmica escolar, oportunizando a

reflexão e a construção coletiva de nossa identidade como instituição educativa,

tendo em vista, ser esse projeto o eixo norteador de nossa prática educativa.

Buscando esse direcionamento pretende promover a reflexão e discussão crítica

sobre os problemas da sociedade e da educação, para encontrar as

possibilidades de intervenção na realidade; articular a participação de todos os

sujeitos do processo educativo: professores, funcionários, pais, alunos e outros,

para construir uma visão global da realidade e dos compromissos coletivos;

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alicerçar o trabalho pedagógico escolar enquanto processo de construção

contínua: nunca é pronto e acabado; fundamentar as transformações internas da

organização escolar e explicita suas relações com as transformações mais

amplas (econômica, social, política, educacional e cultural). Ser o anúncio do

devir, do que foi sonhado coletivamente e que pode passar do sonho à ação.

Sinteticamente ficaram definidas neste PPP as seguintes metas:

ajudar formar sujeitos capazes de agir, interagir e transformar a sociedade, a

partir de saberes significativos que façam parte do cotidiano do aluno e que

permitam a utopia de uma sociedade justa e igualitária onde sejam respeitados

todos os direitos do cidadão. Sociedade que deve começar na escola acolhendo

as diferenças de todas as matizes. Contribuição a uma nova ordem social que se

dará através de uma educação emancipadora, humanitária e solidária, onde a

avaliação seja um processo justo e que contemple todos os aspectos do

desenvolvimento dos alunos.

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2. INTRODUÇÃO

2.1 Identificação

ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE – ENSINO FUNDAMENTAL

Código: 00853.

Endereço: Rua José Leandro de Barros, 125.

Telefone: 43 3523-7194

Turno de Funcionamento: Noturno das 18h50min às 23h10min

Atividade Complementar de Contraturno: Cultura e Artes em Dança em turno

intermediário 4, das 17h às 18h40min

Página da Escola na Internet: www.cpppaulofreire.seed.pr.gov.br

E-mail da escola: [email protected]

Município: Cornélio Procópio.

Código: 0640

NRE de Cornélio Procópio.

Código: 08.

Entidade mantenedora: Governo do Estado do Paraná / Prefeitura de Cornélio

Procópio.

CEP: 86300 000

Endereço: Rua José Leandro de Barros, 125.

Ato de Autorização de Funcionamento da Escola: Resolução 111/83 (DOE

16/11/1983).

Ato de Reconhecimento da Escola: Resolução 3397/88 (DOE 18/111988).

Ato de Renovação do Reconhecimento da Escola: Resolução 1590/2003 (DOE

24/06/2003).

Ato de Mudança de Denominação: Resolução 5013/06-DOE de 26/12/2006

Número e data da aprovação do Regimento Escolar: 094/2000, de 07/12/2000.

Número e data registro do Estatuto da APMF: Cartório Nilson F. Lopes Vilar: 362

livro A, nº 11, fls 288/289.

Distância da Escola ao NRE: 6 km.

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Localização: Urbana.

Nome completo do Diretor: LUZIA RAMOS NOGUEIRA

Decreto de nomeação: Resolução 144/2012.

Nome do pedagogo: Adriana Cristina dos Reis Silva

2.2 Quadro de Professores e Funcionários

ADRIANA CRISTINA DOS REIS SILVA - PEDAGOGA

ALESSANDRO BRESSAN GODOY – PROFESSOR

CARMELINA IZAURA VEIGA – PROFESSORA

DENISE HERNANDES CALDONAZZIO - PROFESSORA

EUDA NUNES DE ARAÚJO - PROFESSORA

HELEN REGINA PRIMO WATANABE - AUXILIAR ADMINISNISTRATIVO

JANAINA LETICIA PANAGGIO - SECRETÁRIA

JOSEFINA SOUZA DE OLIVEIRA - PROFESSOR A

LUZIA RAMOS NOGUEIRA - DIRETORA

MARLENE MARQUES DA SILVA - AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

MOACIR RICHARD LAUREANO – PROFESSOR

PAULO SERGIO A. ALCOVA - PROFESSOR

REGINA ESTELA R FACIMOTO - PROFESSORA

ROSIMEIRI DA S. DE MORAIS - PROFESSORA

RUBIANE BROCH - PROFESSORA

SELEIDE FORCATO - AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

SIMONI CUNHA VIGIANO - PROFESSORA

SIRLENE MATSUE – AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

SUELI ALVES PINHEIRO CORREA – PROFESSORA

TANIA APARECIDA PALHARES - PROFESSORA

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3 OBJETIVOS GERAIS

Assumir a responsabilidade de atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social;

Atender às diferenças e à diversidade cultural;

Cumprir os pressupostos legais, levando em consideração o tripé: pessoa, cidadania e trabalho;

Definir um projeto de avaliação elaborado pela própria escola.

Enfrentar os altos índices de evasão e repetência;

Estabelecer metas que possam gerar um movimento pedagógico diferente e coletivo;

Formular projetos coletivos;

Identificar a escola, conhecendo a sua singularidade;

Implantar uma metodologia participativa e inovadora centrada na solidariedade;

Melhorar o rendimento escolar entre os grupos menos privilegiados;

Organizar a construção coletiva e acompanhamento do Projeto Político Pedagógico;

Possibilitar a articulação das relações internas e com a SEED;

Promover uma gestão compartilhada;

Trabalhar os saberes, por meio do processo de ensino e aprendizagem, promovendo quem aprende e quem ensina;

Universalizar o, acesso ensino fundamental, buscando unidade na diversidade.

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4 FINALIDADES

Viver na sociedade brasileira exige das práticas pedagógicas, a

partir dos Princípios Estéticos da Sensibilidade, que reconheça nuances e

variações no comportamento humano. Assim como da Criatividade, que estimula

a curiosidade, o espírito inventivo, a disciplina para a pesquisa e o registro de

experiências e descobertas. E, também, da Diversidade de Manifestações

Artísticas e Culturais, reconhecendo a imensa riqueza da nação brasileira em

seus modos próprios de ser, agir e expressar-se.

São princípios que deverão orientar as práticas pedagógicas:

a) Éticos de Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e

do Respeito ao Bem Comum;

b) Políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da

criticidade e do respeito à ordem democrática;

c) Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diversidade de

Manifestações Artísticas e Culturais.

Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas da

escola, pois será através da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e

do respeito à ordem democrática orientando as práticas pedagógicas, que deverá

promove a experiência a cada aluno na vida em sociedade, na busca da justiça,

da igualdade, da equidade e da felicidade para o indivíduo e para todos. O

exercício da criticidade estimulará a dúvida construtiva, a análise de padrões em

que direitos e deveres devam ser considerados na formulação de julgamentos.

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5 PRINCÍPIOS ORIENTADORES

Há uma relação estreita entre sociedade e educação: a

sobrevivência social depende do acesso aos bens sociais construídos nas

transformações sociais cuja essencialidade está no trabalho como prática social;

No processo de disseminação e socialização de conhecimentos a

base deve ser o conteúdo sistematizado: dosado, sequenciado, científico,

devendo gradativamente a escola direcionar por uma prática e uma meta de

socialização do conhecimento numa dimensão histórico-crítica (ênfase no caráter

histórico do ser social). Função principal da escola segundo SAVIANI: promover a

construção das ferramentas que promovam o acesso ao saber elaborado

(aprender a ler, escrever, linguagem dos números, linguagem da natureza e a

linguagem da sociedade); definir conteúdos relacionados às atuais necessidades

humanas, sociais e produtivas a partir das relações sociais de produção; enfatizar

as formas de produção desenvolvidas a partir das necessidades geradas na

existência; e valorizar os aspectos ideológicos por mascararem a análise da

realidade; salientar que a atividade material dos homens é a base da sua

linguagem e idéias: revisar constantemente noções e procedimentos para que a

possibilidade de educar superficialmente não seja cada vez maior. Isto significa

trabalhar com conhecimentos historicamente produzidos, a escola deve promover

ao aluno a experiência da devassa daquele conhecimento. Ensino e

aprendizagem são irmãos siameses que expressam progresso e

desenvolvimento. O trabalho é o fator radical de transformação e crescimento

pessoal, individual e coletivo.

Estabelecer como ponto de partida e de chegada da escola a prática

da sociedade requer:

à Repensar tudo na escola: propósitos, objetivos, métodos,

conteúdos, avaliação;

à Precisar quais os problemas dos homens e mulheres de hoje, na

localidade e na sociedade contemporânea.

Exige resgatar a ação transformadora do homem como processo de

humanização: pelo trabalho o homem produz sua existência humana e a si

mesmo. Na transformação da natureza transforma a si mesmo, o modo de existir

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(descoberta do desconhecido, da essência, das características e as relações das

coisas) e criação de novas necessidades. Na atividade do homem está a

intencionalidade e objetivos que nos permite regular o que pensamos, refletimos

sobre nossa prática (tomada de consciência sobre o ser e o fazer humano). O

trabalho é a base de todas as relações humanas, e por isso um ato educativo do

qual a escola não pode abrir mão.

a) da vocação prescritiva da didática a um modelo aberto de

construção de novas práticas: a didática reorientada para a abertura de

caminhos para novas ações a partir do entendimento da teoria como resultado da

relação com a realidade.

b) da transmissão à produção do conhecimento: pesquisa-

ensino, uma unidade: é o repensar e re-propor a prática a partir da análise da

própria prática e do estabelecimento de relações sociais coletivas, cooperativas,

solidárias, no interior da escola. O conhecimento é entendido com algo a ser

trabalhado e não a ser assimilado de forma mecânica.

c) das relações hierárquico-individualistas para relações

sociais coletivas e solidárias: o parâmetro não é o conteúdo e nem é a técnica,

mas a relação, a forma como se realiza a ação prática.

d) da relação conteúdo-forma numa perspectiva linear de

causa-efeito, para uma perspectiva de causalidade complexa: as formas de

agir determinam as formas de pensar, os conteúdos e as teorias. A base do

conhecimento e a ação prática. Por isso, o ponto de partida da relação professor-

aluno-conhecimento deve ser uma situação prática em sua causalidade

complexa, não única.

e) do aluno sujeito individual, para o campo ideológico da

individualidade do aluno: considerar a individualidade dos alunos em sua

prática e experiência pessoal. De indivíduo receptivo a uma atitude ativa (que

define o que quer).

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6 MARCO SITUACIONAL

6.1 Aspectos Históricos da Escola - Histórico do Estabelecimento

A Escola Estadual Paulo Freire teve como denominação original,

Escola Estadual de Congonhas – Ensino Fundamental originou-se de um

convênio entre a Secretaria de Estado da Educação com a Prefeitura Municipal

de Cornélio Procópio e a Indústria Kanebo Silk do Brasil S/A.

Fundada no ano de 1976 em extensão da Escola Estadual São

Francisco de Assis – Ensino de Primeiro Grau, do Distrito de Congonhas. O

convênio foi firmado pelo então Secretário de Estado da Educação, Doutor

Francisco Borsari Netto, o Prefeito Municipal, Sr. Nelson Katumi Miyamoto e o

Diretor Presidente da Indústria Kanebo Silk do Brasil, Sr. Yoshizumi Suzuki, no

dia 26 de janeiro de 1976, para que funcionasse até o mês de dezembro de 1982.

O Padre Haruo Sassaki, foi o idealizador e muito lutou para que a

escola fosse implantada e até hoje seus frutos são colhidos por todos aqueles que

se beneficiaram desta conquista.

Em decorrência da Resolução nº 111/83 de 16/02/83, ficou extinta a

extensão da Escola Estadual São Francisco de Assis – Ensino de Primeiro Grau,

razão pela qual passa a ter nova denominação: Escola Estadual de Congonhas –

Ensino de 1º Grau, com o reconhecimento desta comunidade.

Em 1999, em cumprimento a políticas setoriais da SEED, fez-se

necessário a utilização da terminologia Escola Estadual de Congonhas – Ensino

Fundamental, sempre em constante luta pelo crescimento educacional e situada

no pátio da Indústria Kanebo Silk do Brasil S/A, Br 369, Km 95, Cornélio Procópio

– Paraná.

No ano de 2003 teve cessação temporária, por não haver mais

alunos naquela localidade.

No ano de 2005, a Escola Estadual de Congonhas – Ensino

Fundamental foi reativada e transferida para o conjunto Fortunato Cibin na zona

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urbana de Cornélio Procópio, onde reiniciou suas atividades em um espaço

compartilhado com a Escola Municipal Professor Átila Silveira Brasil, num prédio

municipal, no período noturno, com 4 salas de aula: 5ª série, 6ª série, 7ª série e

8ªsérie e além do bairro já citado atende a mais cinco conjuntos, sendo um o

resultado de um desfavelamento próximo da região.

A denominação “Escola de Congonhas” vinha causando mal

entendidos sobre sua localização, pois tinha o nome de Distrito distante a 10 km

da zona urbana e está localizada em um bairro do perímetro urbano de nome

totalmente diferente.

Em reunião com a comunidade escolar foi sugerido o nome do

Educador Paulo Freire (1921-1997). Passando portanto, a partir de janeiro de

2007 a ser denominado “Escola Estadual Paulo Freire”, atendendo, assim, as

expectativas da comunidade.

A maioria dos alunos aqui matriculada foi distanciada de outras

escolas por apresentarem grande defasagem escolar e muitos problemas de

indisciplina e relacionamento. São carentes de atenção, de valores ou padrões

morais e necessitam de atendimento muito especial.

Alguns apresentam diagnósticos comprovados de hiperatividade,

déficit de atenção e transtorno de conduta (esquizofrenia), o que tem exigido da

equipe pedagógica e também dos professores um acompanhamento constante.

O diagnóstico detectado e o acompanhamento do processo ensino-

aprendizagem testemunham a necessidade de um atendimento pedagógico

individualizado para os alunos, com atividades bastante diversificadas e um

trabalho mais articulado entre os professores que coletivamente buscam

alternativas para minimizar as dificuldades e juntos procuram atender as

expectativas desses alunos tão marginalizada, tanto pela multirrepetência, quanto

pela defasagem idade-série. A Sala de Recursos se compromete junto a equipe

pedagógica e demais professores a trabalhar em prol as integração desses

alunos.

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Por ser uma escola pequena, com um total de 64 alunos

matriculados, torna-se possível um trabalho organizado coletivamente e faz com

que professores, funcionários, pedagogo e direção tenham esforços e objetivos

comuns para melhorar a qualidade de ensino.

A participação dos pais é mínima, porém, a escola não mede

esforços para resgatar esta comunicação. Com freqüência, pelo menos uma vez

por mês, são realizadas palestras com profissionais de diversas áreas, tratando

de temas importantes e necessários para alunos e pais. Nestes encontros, os

alunos fazem apresentações artístico-culturais, o que tem colaborado para uma

integração cada vez maior entre família e escola. No entanto, um grande desafio

e meta é fazer a inclusão desses alunos não somente no âmbito escolar, como

também, á sociedade como um todo.

Tabela 01: Propriedade, divisão e uso das dependências do estabelecimentoProprietário Tipo de

construçãoFracionamento/utilização

Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio

Prédio escolar 08 salas de aula02 salas p/ informática01 sala p/ Direção01 sala p/ Supervisão01 sala p/ Orientação02 banheiros masculinos02 banheiros femininos01 banheiro professores01 sala p/ professores01 biblioteca01 cozinha01 área de serviço;01 sala p/ almoxarifadoRefeitório aberto;01 sala p/ depósito01 pátio interno no piso 1;elevador01 quadra01 sala p/ secretaria

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Tabela 02: Turmas e séries ofertadas por períodoPeríodo Nº de Turmas Séries ofertadas

Noturno04 6º ano A

7º ano A8º ano A9º ano A

Vespertino 01 Atividade Complementar Curricular - Dança

A forma de registro avaliativo é através de nota e na periodicidade

bimestral.

Atendendo os alunos em suas dificuldades, onde se constatou a

grande defasagem escolar e muitos problemas de indisciplina, relacionamento;

O quadro de docentes busca coletivamente alternativas para

minimizar as referidas dificuldades;

Oferecem atividades diversificadas tanto no planejamento dos

conteúdos curriculares, como na retomada de conteúdos que se faz necessário.

Alguns alunos apresentam diagnósticos comprovados de

hiperatividade, déficit de atenção, transtorno de conduta (esquizofrenia), o que

exige da equipe pedagógica acompanhamento constante.

Também respeitamos a diversidade, atendendo a afrodescendentes,

jovens e adultos, trabalhadores rurais, moradores do campo, entre outros.

Com frequência, pelo menos uma vez por mês, são realizadas

palestras com profissionais de diversas áreas, tratando de temas importantes e

necessários para alunos e pais. Nesses encontros, os alunos fazem

apresentações artístico-cultural, o que tem colaborado para uma integração cada

vez maior entre família e escola.

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As dificuldades encontradas, na prática, pela Comunidade Escolar

para a efetivação destas condições, foram: Evasão; Ausência de Projeto de Vida;

Ausência de Inspetor de aluno.

Após refletir sobre a função da escola, concluímos:

Todas as ações deverão visar a garantia de acesso, permanência e

sucesso de aprendizagem para todos os alunos em idade escolar e para aqueles

que não tiveram acesso ao ensino fundamental em idade própria, garantindo o

saber historicamente sistematizado pela humanidade, desenvolvendo, assim,

cidadãos com consciência crítica.

Observar a realidade do aluno;

Rendimento Escolar Fonte: INEP

Indicador Ensino 2007 2008 2009 2010 2011

Taxa de

Aprovação

Ensino Fundamental - Anos

Finais - 66.7% 65.0% 51.4% 70.4%

Taxa de

Reprovação

Ensino Fundamental - Anos

Finais 64.6% 10.3% 12.5% 32.4% 14.8%

Taxa de

Abandono

Ensino Fundamental - Anos

Finais - 23.0% 22.5% 16.2% 14.8%

Após diagnosticar, a escola, por meio da relação que os professores

estabelecem com o conhecimento e com os alunos nas múltiplas situações de

aprendizagem, criam condições para que o educando vença os obstáculos e vá

ampliando a sua leitura de mundo.

De acordo com as características dos alunos onde essa escola está

inserida, o grupo de profissionais luta junto à comunidade em primeiro lugar

trouxe o aluno para a escola, uma vez que ainda muitos jovens abandonaram os

estudos por não se adaptarem ao ensino regular diurno.

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Após conseguir a matrícula desses alunos o grupo de profissionais

se comprometeu em incrementar métodos e técnicas de motivação, cada qual em

sua disciplina, para manter o aluno em sala de aula. Um dos problemas gritantes

constatados foi a defasagem de conteúdos, com isso o professor, não

desprezando os conteúdos mínimos, houve uma adequação do currículo,

priorizando o aprendizado de fato, superando os obstáculos para os avanços.

O coletivo da escola tem encontrado, alternativas para trabalhar de

forma aprofundada e coerente os temas da vida cidadã, e isso vêm acontecendo

quando:

Fazemos da escola um espaço de pesquisa, de construção e

reconstrução do conhecimento;

Trazemos para a escola temos contemporâneos para serem

discutidos por profissionais especializados, em forma de oficinas e palestras;

Desenvolvemos projetos para discutirmos um novo

internacionalismo para enfrentar os problemas econômicos, culturais e

ambientais, que desconhecem as fronteiras entre as nações e entre as classes

sociais.

A partir do ano de 2007, a escola está fazendo parte do PROJETO

SUPERAÇÃO do Governo do Estado do Paraná, e a professora CARMEN

RODRIGUES FRÓES PEDRÃO (professora PDE) orientada por LUIZ CARLOS

SANTOS SIMON, esteve em nossa escola analisando nosso referido projeto e

descreveu no relatório a seguir alguns pontos importantes que devemos refletir

sobre nosso sistema de ensino

RELATÓRIO SOBRE SUPERAÇÃO

PROFESSORA: CARMEN RODRIGUES FRÓES PEDRÃO

ORIENTADOR: LUIZ CARLOS SANTOS SIMON

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As escolas visitadas por mim e que fazem parte do Projeto

Superação sabem que o problema não está apenas nelas. O problema é social.

Quando os pais dos alunos puderem sustentá-los para que apenas estudem sem

precisar trabalhar, teremos menos evasão, menos repetência.

Quem não tem comida, casa, roupa, saúde e educação não

consegue dar valor à escola. Os alunos que fazem parte da estatística da Prova

Brasil encontram-se nessa situação e não há bolsa-escola que resolva. Eles

necessitam de estabilidade e tranqüilidade para descobrir a importância de

estudar. Apenas um pai ou mãe empregada com bom salário pode oferecer aos

seus filhos segurança para que descubram o valor da escola e passem a

freqüentá-la até o final tendo acesso ao saber universal.

É preciso investir pesadamente em infra-estrutura. O esforço tem de

ser conjunto e atingir políticas públicas consistentes para a população pobre. Tais

políticas deveriam promover o desenvolvimento do país para gerar emprego,

através de construção de casa própria, melhoria do sistema de saúde e

investimento em educação tudo financiado com dinheiro público, desse mesmo

público que freqüenta a escola.

O quadro atual das escolas públicas brasileiras (evasão e

repetência) tem sua origem no século passado quando a transformação do perfil

social, econômico e cultural da população que as freqüenta se modificou.

População esta que tanto está na escola para aprender como para ensinar.

Até 1960 havia poucas escolas públicas no Brasil. Ensinavam e

aprendiam pessoas que pertenciam às classes médias e médias-altas. A partir da

década seguinte até hoje, iniciou-se o processo chamado de democratização do

ensino.

Entenda-se democratização aqui como a construção de um grande

número de escolas e adaptação de outros prédios para suprir a necessidade que

o aumento da população urbana precisava. As conseqüências, devido ao ritmo

acelerado de urbanização conseqüência da vinda da população do meio rural,

foram muitas. Surgiram periferias pobres e com elas o desemprego, a violência,

degradação física das cidades, poluição de todos os tipos.

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Os brasileiros moradores das periferias das grandes cidades são os

alunos e mais tarde serão os professores das escolas construídas na década de

setenta.

O acesso das classes menos favorecidas à escola causou um

desprestígio à profissão docente fazendo com que as classes média e média-alta

não mais escolhessem este tipo de formação. O número excessivo de alunos,

prédios mal conservados e mal construídos, equipamento obsoleto, material

insuficiente juntamente com o baixo salário foram as causas da deterioração das

condições de trabalho. Portanto, a profissão tornou-se pouco atrativa para

camadas mais alta da população, restando às classes mais pobres a opção de

seguir a carreira do magistério.

O que ocorreu foi uma formação de professores em cursos rápidos

sem muito embasamento teórico. Desta forma, a solução para esse professor

despreparado era simples bastava oferecer-lhe um livro que ensinasse aos alunos

tudo que fosse preciso. É de grande importância a reflexão de Jaime Pinsky faz

acerca da formação de professores:

Pode-se dizer que custa caro formar um bom professor.

ERRADO. Um mau professor é que sai caro, por ser

ineficiente e ineficaz. Um mau professor ajuda a

provocar a repetência (...), não segura o aluno na

escola; não prepara alunos para a vida profissional.

In: ANTUNES, Irandé. Aulas de Português. São Paulo,

Parábola Editorial, 2003. p.167.

Podemos observar que o problema é complexo, difícil, mas tem de

ser enfrentado. Quanto à geração de emprego, proporcionando casa própria e

saúde à população não se apontará cominhos aqui. Sobre a formação de

professores sim.

Investimentos governamentais dentro da concepção de formação

continuada de professores, retirando-os de sala de aula para que se dediquem

exclusivamente ao aperfeiçoamento é um bom caminho.

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Todos nós profissionais da educação sentíamos falta de uma política

pública dessa ordem na área da educação. Política esta que valoriza o trabalho

do professor que não fica reduzido à tarefa de dar aulas, sem tempo para ler, para

pesquisar, para estudar.

Pensando nisso, fiz minha proposta de ação para as escolas, mas

ressalto que apenas essa ação junto com as que as escolas já colocaram em

prática não são suficientes porque o problema é muito maior e se arrasta há

vários anos.

Capacitar os professores é o primeiro passo que deve ser seguido

de melhoria e adequação dos prédios escolares com salas amplas arejadas com

tela para retro-projetor, quadros negros adequados, iluminação adequada,

carteiras confortáveis, refeitório higienizado, quadra de esportes coberta, sala

apenas para professores e não adaptação de espaço para este fim, adequação

da biblioteca com profissional exclusivo e capacitado ou formado ou graduado

para cuidar do acervo e auxiliar os alunos e professores quando para lá se

dirigirem.

É necessário reservar dias dentro do calendário que se destinem às

reuniões por disciplina e da equipe técnico-pedagógica com o corpo docente para

discutir os problemas e observar os avanços.

Voltar aos cento e oitenta dias letivos e reservar vinte dias para

reuniões do corpo docente, conselhos de classe mensais, capacitação

profissional de pelo menos dez dias corridos, reunião com pais também seria uma

excelente opção. Estes vinte dias letivos a mais, previstos em lei, não auxiliaram

em nada a população educacional, apenas trouxeram mais cansaço aos

professores, haja vista o número de atentados médicos, a também aos alunos.

ANTUNES, Irandé. Aulas de Português: Encontro & Interação. São Paulo, 4

ed. Parábola Editorial, 2003

BAGNO, Marcos. Nada na Língua é por Acaso. São Paulo, Parábola Editorial,

2007.

GERALDI, João Wanderley. Portos de Passagem. São Paulo, Martins Fontes,

2002.

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7 MARCO CONCEITUAL

7.1. PRESSUPOSTOS FILOSÓFICO-SOCIOLÓGICOS

7.1.1 CONCEPÇÃO DE MUNDO

A contradição é a essência da dialética. Marx aplicou a lei da

contradição no estudo da estrutura econômica da sociedade capitalista e

demonstrou que a contradição principal da sociedade capitalista é a existência de

duas classes: o proletariado trabalhador e a burguesia improdutiva.

É preciso pensar o mundo e a história numa dimensão dialética.

Para tanto queremos assumir uma concepção de mundo que se firme nos

seguintes Princípios ou leis da Dialética:

1º Tudo se relaciona – é o princípio da totalidade. A natureza se

apresenta como um todo onde objetos e fenômenos são ligados entre si,

condicionando-se reciprocamente. Essa compreensão da totalidade significa não

só que as partes se encontram em conexão entre si e com o todo, mas também

que o todo não pode ser petrificado na abstração situada por cima das partes,

visto que o todo se cria a si mesmo na interação das partes.

2º Tudo se transforma – é o princípio do movimento. Esse

movimento é uma qualidade inerente a todas as coisas. A natureza e a sociedade

não são realidades acabadas, mas em contínua transformação, jamais

estabelecidos definitivamente.

3º Mudança qualitativa – a mudança das coisas não se realiza num

processo de eterna repetição. Esta mudança qualitativa dá-se pelo acúmulo de

elementos quantitativos que num determinado momento produzem o

qualitativamente novo.

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4º Unidade e luta dos contrários – é o princípio da contradição, isto

é, a transformação das coisas só é possível porque no seu interior coexistem

forças opostas tendendo simultaneamente à unidade e à oposição. A contradição

é a essência da dialética.

7.1.2 CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA E SOCIEDADE

A sociedade está organizada de forma injusta e desigual que

marginaliza e exclui as classes menos favorecidas. Queremos uma sociedade

onde os princípios de solidariedade existentes, possam realmente transformá-la

em justa, igualitária e efetivamente aberta às diversidades.

Materialismo Histórico é uma das concepções de história, uma das

formas de entendimento da história. Como materialismo diz respeito à teoria que

atribui à realidade material o sentido e explicação da realidade. Como dinâmica é

dialético porque concebe a realidade explicada e entendida a partir de uma

relação dinâmica e contraditória de vários processos que dão origem a novas

realidades. É uma teoria marxista segundo a qual a maneira ou modo como uma

sociedade realiza a produção da vida material (bens e serviços) interfere e define

o processo social, a política, a produção intelectual em geral. Entenda-se

materialismo como a produção dos bens necessários à vida que explicam a

maneira como os homens pensam. As manifestações do pensamento humano

surgem a partir da estrutura econômica da sociedade.

Desta forma as relações sociais e culturais se definem e são

influenciadas pelo modelo econômico; Os fenômenos econômicos explicam todos

os outros aspectos da sociedade; A estrutura econômica definida nas relações de

produção e forças de produção forma a infra-estrutura de uma sociedade, e sobre

esta se organiza a superestrutura, ou seja, todo o arcabouço de explicações,

idéias, definições, conceituações, organismos e instituições; A superestrutura

representa, justifica, reproduz e promove a estrutura econômica ou infraestrutura.

As maneiras de pensar se explicam pelas relações econômicas e sociais (RUSS,

Jacqueline. Dicionário de Filosofia. Scipione: São Paulo, 1994, p.178-179; 351-

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352). A escola, por exemplo, é uma superestrutura que pode estar a serviço de

estruturas injustas ou a serviço da contestação destas estruturas. É uma questão

de opção política.

Tem por objeto os modos de produção que surgiram e que surgirão

na história. O Materialismo Histórico estuda sua estrutura, constituição e as

formas de transição de um modo de produção para outro. Refere-se tanto à

antiguidade como ao mundo moderno. Considera a forma das idéias tão concreta

quanto a forma da natureza. Tem um duplo objetivo: como dialética – estudar as

leis mais gerais do universo; como materialismo – é uma concepção científica que

pressupõe que o mundo é uma realidade material (natureza e sociedade), onde o

homem está presente e pode conhecê-la e transformá-la.

Marx pega a dialética de Hegel e a denuncia presente no contexto

histórico e social: antes de acontecer na realidade da idéias, acontece no chão da

história (DIALÉTICA MARXISTA). É a possibilidade de produção de uma nova

situação a partir do contraditório; da unificação dos opostos através de um

processo comandado pelos fenômenos econômicos e materiais; de uma chave de

compreensão da realidade histórica tanto natural como social que se dá por

contradição em forma de superação: no interior das realidades atuam

mecanismos onde os conflitos internos e as situações levam a mudanças.

Entende que as mudanças sociais são fruto de uma permanente luta de

contrários, mas podem se aceleradas com atuação consciente dos homens,

através de uma vinculação comprometida do pensamento à prática social no

sentido de desvelamento (tirar o véu, desmascarar as contradições) da realidade

(SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994, p. 136 – 139;

205 – 206).

7.1.3 CONCEPÇÃO DE ENSINO/ EDUCAÇÃO

A escola surgiu para divulgar o conhecimento científico a todo

cidadão. Porém, as classes dominantes a utilizaram para manter o poder, ficando

este acesso restrito à minoria. Atualmente, as políticas públicas estão voltadas ao

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acesso, permanência e sucesso para todos os cidadãos. Entretanto, os papéis

que a escola tem assumido e os saberes que estão sendo repassados não dão

conta da real função da escola. Para atender as questões emergentes, a escola

tem que resgatar sua real função, sendo aberta, democrática e emancipadora,

onde os alunos tenham consciência da importância desta instituição para seu

crescimento pessoal e acadêmico.

A educação enquanto ensino e transmissão de conhecimentos é

uma necessidade humana nascida da prática social específica dos homens;

portanto, um fenômeno próprio dos seres humanos. O ensino é o processo de

disseminação e apreensão do conhecimento historicamente produzido pela

sociedade. Porém, o ensino não se resume na socialização dos conhecimentos já

produzidos, ele deve viabilizar as condições para a produção de novos

conhecimentos, dentro dos limites de compreensão possíveis para cada momento

da vida acadêmica. Leitura da escola por fora. Ler o mundo fora do prédio

escolar. Leitura da escola por dentro. Ler o mundo dentro dos muros da escola.

Compreender a organização pedagógica, administrativa e o funcionamento da

escola, seu projeto político pedagógico, sua filosofia, seus diversos espaços de

relacionamento (relações de poder) entre direção e alunos, professores e alunos,

professor-professor, aluno-aluno, o ambiente físico pedagógico do espaço escolar

(ventilação, luz nas salas, níveis de ruído, acesso as diferentes dependências...),

Leitura da sala de aula. Ler o interior da sala de aula. A escola, e especificamente

o espaço da sala de aula dever ser construído na diferença de conhecimento.

7.1.4 CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Assim diz Paulo Freire: “...que seja tão fundamental conhecer o

conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do

conhecimento ainda não existente.”

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No processo pedagógico, alunos e professores são sujeitos e devem

atuar de forma consciente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de

conhecimento e aprendizagem, mas de seres humanos imersos numa cultura e

com histórias particulares de vida.

A aprendizagem é o modo como os seres adquirem novos

conhecimentos, desenvolvem competências e “mudam” o comportamento.

A pessoa é autora e criadora da história e da cultura; um ser

naturalmente pedagógico, histórico-social incompleto, inacabado, que se faz

humano na relação com o mundo histórico-social e na convivência com as demais

pessoas.

Não existe ensinar sem aprender, quem ensina aprende ao ensinar,

e quem aprende ensina ao aprender.

7.7.2 PRESSUPOSTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS

A doutrina liberal apareceu como justificação do sistema capitalista

que ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais na

sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada na

propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de

classes. Nos escritos de Aristóteles já se encontra clara a discussão sobre o

papel do Estado na educação sobre a importância desta na vida dos homens. No

inicio do século, Dewey, filósofo americano, criou as bases do que no Brasil viria a

se tornar o movimento da "Escola Nova". A Pedagogia da Esperança, a

Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire fincou raízes em diversos países. Até

hoje o pensamento de Paulo Freire continua na permanente busca da educação

como prática da liberdade. Voltando no tempo, um outro professor que viveu no

início do século na antiga União Soviética muito contribuiu, também, na área da

educação. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da

organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.

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A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa

um salto qualitativo na evolução da espécie. A aprendizagem é fundamental ao

desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas. Piaget

coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal (de origem

biológica) do desenvolvimento situado na relação com o ambiente no qual se vive,

oferecendo orientações de como fazer com o processo estrutural se agilize e

aconteça em toda a sua potencialidade, enquanto Vygotsky destaca as

contribuições da cultura, da interação social e a dimensão histórica do

desenvolvimento mental.

Estamos então diante de dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos

dominantes, onde a educação existe como prática da dominação, e a pedagogia

do oprimido, que precisa ser realizada, na qual a educação surgiria como prática

da liberdade. Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos

não pode dar-se alheio à formação moral do educando.

Considerando que a natureza específica da escola pública é a

“difusão da escolarização”, “colocando a formação cultural e científica nas mãos

do povo”, a delimitação de alguns elementos fundamentais seria definida na

busca por uma didática contextualizada social e historicamente, que se daria a

partir da valorização da instrução como domínio do saber sistematizado definido a

partir dos problemas sociais mais fundamentais enfrentados no contexto histórico-

social. Em síntese, o ponto de partida deve ser a realidade histórico-social mais

ampla, devendo os conteúdos responder à problemática apresentada por essa

realidade específica. É a valorização da especificidade do pedagógico na sua

relação com as demais dimensões, como, por exemplo, a política. Isto significa

não baratear o conteúdo e nem sua recepção passiva. O Professor deve atuar

como mediador do processo de contato do aluno com os conteúdos definidos

como representativos para a realidade a ser enfrentada, explicada, compreendida,

transformada. O trabalho docente deve considerar como fundamental nessa ação:

o desenvolvimento de uma apropriação ativa, o conhecimentos dos determinantes

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sócio-culturais, cognitivos, motivacionais do aluno em condições concretas de

vida. Em outras palavras, os elementos pedagógicos (conteúdo, método,

avaliação) devem ser sempre contextualizados no social. Numa didática voltada à

transformação da realidade, o ponto de partida e o ponto de chegada do ato

educativo são a prática social. Prática social deve ser entendida como toda

atividade humana transformadora da natureza e da sociedade, e que se dá

conforme o modo de produção da existência vigente que se realiza numa

realidade histórica determinada. No nosso caso uma sociedade de classes. Daí

que uma prática didática voltada para uma prática social num contexto de uma

sociedade de classes deve estar mobilizada para o enfrentamento com objetivo

de superação desta realidade opressora. Superação que não se dá de forma

individual, mas no emprenho coletivo. A mediação entre o ponto de partida e o

ponto de chegada do ato educativo (a prática social) é o conteúdo selecionado.

Conteúdo que na atuação do professor se define em função da escola oportunizar

o acesso às condições mínimas para esse enfrentamento: a valorização da

instrução e do ensino como instrumentos de humanização, o que exige uma

didática numa visão crítica da sociedade (domínio da matéria, domínio

metodológico que garantem efeitos formativos duradouros e relevantes para a

transformação do mundo social), e a articulação entre ensino e realidade histórica

e social). O que deve fazer sempre presente o questionamento sobre qual a

função de conteúdos, métodos e outros elementos pedagógicos na compreensão

e superação da realidade social vigente? (Didática e Prática Histórico-Social –

Uma Introdução aos Fundamentos do Trabalho Docente - José Carlos Libâneo).

Aprender é a uma necessidade estratégica da e na sociedade atual.

Por isso a Escola/Educação deve ocupar-se de preparar trabalhadores

intelectualmente ativos. O que significa isso? Preparar trabalhadores que tomem

decisões e repensem suas ações educativas a partir de uma fundamentação

teórica consistente. Aprender é uma exigência para toda a vida para que se possa

enfrentar os desafios, potencializar acesso ao trabalho, exercer a cidadania.

Diante do grande desafio e especificidade da educação (que é ensinar), as

estatísticas que medem a qualidade em educação são preocupantes e denunciam

as dificuldades, sobretudo de permanência e de permanência com a qualidade

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social necessária na escola. A retenção, a evasão e precariedade da qualidade

são denúncias do muito que ainda precisa ser enfrentado. O que demanda

conhecer, saber quais são as dificuldades, saber como os alunos aprendem,

saber como eles pensam. Criada as condições de relacionamento e de

conhecimentos prévios adequados, o fazer docente deve estar articulado ao

contexto sócio-cultural. O ponto de partida deve ser a experiência vivenciada, a

perspectiva de compreensão das realidades construídas pelo aluno até aquele

momento, e os grandes problemas enfrentados pelo contexto social mais geral. É

a contextualização do ensino. Retomando que a função definidora da prática

docente é o aprender, que é para isso que ela existe, é necessário promover uma

espécie de “dissecação” explicitadora do processo educativo que desnude as

relações entre o fazer e suas conseqüências na vida do educando, e por que não,

do professor. O conhecimento e o acesso ao conhecimento nunca são algo

estático, porque mediados por realidades e porque marcado por pessoas que

percebem essas realidades conforme suas influências (ROMANOWSKI, Joana

Paulin, PUC / Pr).

7.2.1 DIDÁTICA E PRÁTICA HISTÓRICO-SOCIAL

Pedagogia crítico-social - esta corrente da pedagogia progressista

defende o ponto de vista de que a principal contribuição da escola para a

democratização da sociedade está na difusão da escolarização para todos,

colocando a formação cultural e científica nas mãos do povo como instrumento de

luta para sua emancipação. Valoriza a instrução como domínio do saber

sistematizado e os meios de ensino como processo de desenvolvimento das

capacidades cognitivas dos alunos e viabilização da atividade de

transmissão/assimilação ativa de conhecimentos. A didática progressista

assentada numa pedagogia crítico-social dos conteúdos vai buscar formas

pedagógicas da pedagogia tradicional, da pedagogia renovada e outras

pedagogias, em procedimentos lógico-metodológicos de análise da realidade

concreta que sirvam de apoio ao professor nas situações pedagógicas

específicas.

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Como se manifestam os saberes construídos na práxis social dos

atores do espaço sócio-cultural da escola, docentes e discentes (saberes da

prática, do fazer, da experiência vivida, da cultura própria desses sujeitos)?

Estas questões são fundamentais na discussão para uma introdução

coerente aos seguintes fundamentos do trabalho docente:

Resgatar, no contexto escolar, a variedade de saberes sociais que

permeiam a escola, convocando para uma racionalidade do agir do professorado

(afirmação profissional, cultural e da identidade dos educadores);

Concentrar-se nos atores principais da prática pedagógica no

cotidiano escolar que simultaneamente ensinam e aprendem, que constroem as

práticas culturais docentes e as práticas culturais dos estudantes;

Identificar subsídios que possam contribuir nos debates sobre a

formação na prática;

Resgatar a variada gama de saberes sociais que permeiam o

contexto escolar.

7.2.2 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A ampliação do entendimento da atuação no atendimento aos

alunos com necessidades educacionais especiais (exemplo: antes eram surdos e

cegos, agora são atendidos, não só deficiências, mas necessidades educativas

diversas), é uma questão de cidadania. São educandos que apresentam

defasagem na idade cronológica, mental, emocional, apresentando dificuldades

de aprendizagem em algumas áreas do conhecimento. Boa parte destas

necessidades especiais se apresenta a partir de diferenças, sociais, culturais e

pessoais. Pessoas portadoras de necessidades especiais não são somente

aquelas que possuem alguma deficiência (auditiva, visual, mental, física) mas

todos os que possuem dificuldades, sejam elas de aprendizagem, limitações,

déficits intelectuais entre outros.

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Especificamente no que diz respeito à Educação Especial no ensino

regular deve-se gerar o apoio de conjuntos de serviços, ofertados pela escola e

comunidade geral. Tendo como objetivo fundamental as respostas educativas

para as dificuldades apresentadas, assim oportunizando regular serviços de apoio

pedagógico especializado que é desenvolvido em sala de aula, ou em

contraturno, por meio de oferto de recursos humanos, técnicos, tecnológicos,

físicos e materiais e tem por objetivo possibilitar o acesso e a complementação do

currículo comum, adaptado às necessidades do aluno. Na Escola Especial, o

serviço é especializado de ordem terapêutica, assistencial, profissionalizante

entre outros garantindo o atendimento integral às necessidades especiais dos

alunos, complementando sua escolarização formal.

O Projeto Político Pedagógico da escola expressa as ações para

enfrentar, com responsabilidade, o desafio da inclusão educacional através da

construção coletiva, ouvindo todos os membros da comunidade escolar,

traçaremos estratégias embasadas em textos norteadores para que esses alunos

sejam atendidos em todas as suas necessidades, dentro do possível, no interior

da escola e através de parcerias com grupos de apoio de nossa comunidade.

Ao longo da história da humanidade foram construídos modelos a

serem seguidos como padrão, com a marca da homogeneidade, prevalecendo a

negação à diferença, onde o não-diferente é o aceito socialmente. Na escola igual

para todos existe espaço para as diferenças? Como a diferença é abordada na

escola? Algo só é diferente se comparado com outro. A Cultura é a resposta

apresentada pelos grupos humanos ao desafio da existência, determinando o

comportamento do homem e justificando suas realizações. Este processo não

trata apenas de permitir o acesso destas pessoas na sociedade, mas sim, aceitar,

possibilitar e dar condições para que estes sujeitos possam efetivamente se

educar e se preparar para a realidade do mundo do trabalho.

É também a partir do ambiente escolar que a criança e o jovem

estabelece seu convívio social. O isolamento ao qual muitos alunos com

deficiência passam na sala de aula da rede regular de ensino, é atribuído a

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diversos fatores. A dificuldade expressa pelos professores em lidar com as

questões da diferença, da deficiência e seus limites é um deles.

A escola deve se organizar para a escolarização do aluno com

dificuldades educacionais especiais por meio de ações paralelas e contínuas de

apoio à aprendizagem, a saber: acolhimento do diferente, flexibilização de

planejamentos e conteúdos, elaboração de projetos de recuperação paralela e de

avaliação, específicos e adequados às necessidades dos alunos;

encaminhamento à sala de recursos; encaminhamento a salas especiais;

encaminhamento a centros de atendimento especializado.

O atendimento à inclusão exige um redimensionamento do Projeto

Político-Pedagógico; a implantação/implementação dos serviços e apoios

especializados; o envolvimento da comunidade escolar; o respeito às diferenças

de todas as origens (cultura, sexo, deficiências, origens, etnias, opções, religião,

etc); atendimento específico, acompanhamento da presença do aluno; a interação

do aluno e comunidade em todo processo educativo, recuperação de conteúdo;

projetos de parcerias. O aspecto fundamental será o

conhecimento/esclarecimento para os professores sobre as atividades a serem

desenvolvidas com alunos especiais ou não, colocando em equilíbrio o que é

comum e individual para cada aluno. Existem dificuldades em facilitar as

adaptações: mudar o sistema, repensar métodos e técnicas diferenciados. Há a

necessidade de uma constante conscientização da comunidade escolar: adaptar

não é recortar conteúdos, porque o que se acaba recortando são possibilidades

para o futuro. A escola de todos passa a não ser escola para todos. Tratar a

exclusão/inclusão não apenas relacionado a deficiência, mas também as

diferenças de classe social, racismo, etc., é o caminho para o enfrentamento

promissor da questão.

7.2.3 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

Atualmente, a realidade educacional brasileira está atrelada a um

processo de democratização do ensino com o empenho de garantir acesso e

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permanência a um maior número de crianças possível, no sistema escolar.

Porém, apesar de todo empenho, são assustadoras as altas taxas de reprovação

e evasão. A escola continua sendo altamente seletiva. Os dados mostram uma

expansão quantitativa da rede escolar que não tem sido acompanhada de

melhoria qualitativa. Muitos fatores contribuem para esse quadro altamente

seletivo, especialmente a avaliação que historicamente tem sido autoritária,

quantitativista, classificatória, discriminadora, contribuindo para exclusão escolar e

social. A repetência põe fora da escola as populações de baixa renda e produzem

uma grande distorção idade-série. Faz-se necessário romper com esta avaliação

marcada pela injustiça da seletividade que, no conjunto, instaura

sistematicamente o fracasso e, individualmente, destaca a figura do

multirrepetente, com graves prejuízos emocionais e danos para auto-estima e

auto-imagem. Sabemos que esta é uma difícil tarefa, pois ameaça o equilíbrio

estável consagrado tradicionalmente. Mas, torna-se necessidade premente

enfrentar o desafio, mexendo em todo sistema, para sairmos do caminho da

pedagogia da reprovação. Supõe-se, assim, a existência de uma avaliação

contínua, com recuperação paralela a partir dos resultados parciais apresentados

pelos alunos. Um dos pontos mais positivos dessa conquista é a possibilidade de

se abrir o debate sobre políticas públicas educacionais, criando espaços e

oportunidades para reflexão de todos os envolvidos nessas questões. Essa

reflexão deve se fundamentar, num primeiro momento, em questões conceituais.

Faz-se necessário re-significar a concepção de avaliação, de currículo, de escola

e, conseqüentemente de educação. Nesse sentido, a avaliação deveria ser

dinâmica, crítica, criativa, cooperativa, ou seja, uma avaliação formativa, que tem

sentido qualitativo, compartilhado e dialógico. A concepção de currículo deve

evoluir para uma proposta multifacetada, visto como construção cultural e social,

refletindo as contradições da realidade sócio-educacional. Nessa perspectiva de

avaliação e de currículo se redefine a concepção e o papel da escola. Esta passa

a ser autônoma, criativa, com uma gestão democrática e participativa, num

movimento incessante, onde a especificidade de cada unidade escolar deve ser

considerada. Ao considerarmos o papel da escola no processo avaliativo, é

imperativo ressaltar a proposta educacional que se pretende viabilizar, vindo

contextualizada em um projeto de educação e sociedade. Além das questões

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conceituais é preciso analisar o nível sistêmico. É fundamental substituir a

pedagogia da repetência pela pedagogia do sucesso e da promoção. Para que

haja esta inovação, são necessárias algumas condições fundamentais como:

suporte institucional, clima aberto na instituição e a presença de agentes de

inovação. Uma nova proposta de avaliação e o regime de progressão continuada

pressupõem mudanças de paradigmas. Um deles, talvez o mais angustiante, é a

questão do tempo de formação do aluno. Este tempo não deve ficar restrito a

dimensão cronológica, quantitativa de um ano escolar, mas deve ser considerado

de forma qualitativa de um tempo de construção de si mesmo, do seu

conhecimento, de sua vida e de sua história. Sabemos que os ritmos de

aprendizagem são diferenciados, jamais lineares, nem homogêneos. Ao se

pensar em progressão continuada, busca-se uma aprendizagem significativa sem

o medo da reprovação, busca-se uma relação cooperativa, não excludente,

acreditando no crescimento contínuo do aluno.

As dificuldades detectadas, deverão ser enfrentadas pela

recuperação contínua e paralela, com estratégias diversificadas, instrumentos de

avaliação adequados que ofereçam estímulos continuamente. Para atender a esta

nova sistemática avaliativa é preciso pensar no papel do professor, não

isoladamente, mas no coletivo. É necessário o empenho de profissionais

comprometidos com o objetivo de promover o aluno e garantir seu progresso e

avanços constantes, numa dimensão fundamentalmente ética, que luta pelo

acesso e permanência do aluno em um sistema de ensino de qualidade. Esse

trabalho cooperativo mostra as funções formativa e participativa da avaliação,

garantindo intenso diálogo entre todos os protagonistas de um Projeto Político

Pedagógico de qualidade, que privilegia articulação com pais e comunidade,

integrando os esforços que visam o progresso contínuo, o sucesso da

aprendizagem e a promoção do aluno (Mere Abramowicz).

Avaliar é preciso, faz parte de toda atividade humana organizada,

sistematizada ou não. Na escola avaliar deve estar a serviço do ensinar e do

aprender. Ao longo da história humana foram muitas as posturas equivocadas

quanto à avaliação, com fortes e profundos resultados negativos na estima do

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aluno. Hoje a avaliação deve ter uma função de entendimento dos avanços e

falhas do processo de ensinar e do aprender que supere a função punitiva,

selecionadora, segregadora. Por isso, ela deve estar presente durante todo o

processo e não em momentos estanques. No início do processo deve estar

presente para se conhecer o estágio em que se encontra o educando e para

definir como deve trabalhar o professor a partir desta constatação. Durante o

processo para que se possa analisar a validade dos procedimentos e resultados.

Ao final para que se análise os resultados obtidos e se repense os procedimentos.

Posterior ao processo para que se pense o grau de socialização que a

aprendizagem oportunizou.

Nesta visão a avaliação passa a ter uma função primordial de servir

ao desenvolvimento do processo educativo enquanto promove a reorganização

do ensino e das aprendizagens. Por que isso se garante, os critérios de avaliação

devem sempre ser muitos claros, de forma a permitir que aluno e professor façam

um julgamento de si: quais foram os avanços, se aconteceu estagnação ou

retrocesso. O que importa é o processo e não o produto, daí a necessidade de

diversificar as formas de avaliar, sobretudo a possibilidades de audiência daquilo

que o aluno está estudando: não pode ser só a da prova. Há que se diversificar as

maneiras de manifestação de construção do conhecimento a da aprendizagem:

oralidade, escrita, desenhos, resumos, gráficos, mapas, diagramas, teatro,

fotografia, canto, mímica, etc. Em qualquer caso, não se deve perder o norte de

que a avaliação deve servir para fornecer informações orientadoras ao aluno e

informar ao professor sobre o estágio de desenvolvimento de seu aluno, permite

decidir os passos que devem ser tomados a partir daquele momento. Para que se

pense adequadamente a avaliação há que se pensar que a capacidade de

aprender nunca é algo dado, mas algo que se constrói no próprio processo do

ensinar e do aprender (LIMA, Elvira Souza).

Optamos por uma avaliação formativa, cujas características são: é

conduzida pelo professor; seu objetivo é promover a aprendizagem; leva em

conta o progresso individual; são considerados vários momentos e situações em

que certas capacidades e idéias são usadas; os alunos exercem papel central. A

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avaliação formativa leva em conta onde o aluno se encontra em seu processo de

aprendizagem, em termos de conteúdos e habilidades. Ou seja, a análise de seu

progresso leva em conta aspectos como: o esforço despendido, o contexto

particular do seu trabalho e o progresso alcançado ao longo do tempo.

7.2.3.1 CONSELHO DE CLASSE

Em primeiro lugar é preciso redefinir seu verdadeiro significado,

rever os critérios de avaliação e superar a divisão de trabalho dentro do cotidiano

escolar. Isto significa a definição clara de objetivos comuns, segundo um Projeto

Político Pedagógico elaborado coletivamente, com metas traçadas por

professores e especialistas com o mesmo propósito. O fato de haver pluralidade

de percepções e posturas diferentes diante do processo pedagógico deve ser

visto como fator enriquecedor, já que a diversidade favorece e enriquece as

relações.

Essa marcante divisão de trabalho tem sua origem na Lei 5.692/71 e

apesar dos novos conhecimentos produzidos, as práticas continuam acontecendo

no mesmo tipo de relação dicotômica. O especialista espera que o professor dê

conta do seu espaço de sala de aula, e os professores esperam que os

especialistas dêem conta das questões do espaço não docente, inclusive das

questões sociais, problemas familiares e sócio-culturais de todos os alunos.

A situação torna-se complexa e conflituosa porque, no fundo, o que

se passa é um processo de avaliação entre os diversos profissionais, que não

admitem ser avaliados. Cada um se protege contra aqueles em quem não confia,

estabelecendo uma relação artificial e não efetiva. Em função disso, ninguém se

envolve na discussão, não se analisa os critérios adotados, a metodologia

desenvolvida e nem o processo de avaliação escolhido pelo colega, mesmo que

não concorde com ele.

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Quanto à participação dos alunos no Conselho de Classe, tem

ocorrido que, apesar de ser o centro das avaliações, colocado como elemento

central das discussões, o aluno permanece como elemento passivo, sem voz e

sem participação efetiva. O aluno não sabe quais os critérios pelos quais está se

submetendo a esse processo avaliativo, não sabem o significado dos parâmetros

utilizados, permanecendo numa situação de submissão e alienação total.

Concretiza-se na prática escolar o processo de internalização da

relação social hegemônica onde: uns educam e outros são educados, uns

avaliam e outros são avaliados, uns transmitem e outros assimilam, ou seja, uns

dominam e outros devem submeter-se.

Para que haja mudanças reais na realização dos Conselhos de

Classe é preciso que haja vontade, disposição e maturidade. É preciso ver o

Conselho de Classe como uma instância de possibilidades transformadoras,

espaço livre para reflexão coletiva.

É fundamental que os profissionais assumam-se como dotados de

consciência e vontade, como sujeitos do movimento histórico e da mesma forma

percebam seus alunos. Nessa perspectiva, o Conselho de Classe deve assumir

sua dimensão política e sendo um órgão colegiado, deve constituir-se como

instância capaz de propiciar o debate permanente e a geração de idéias numa

produção social.

Nesse sentido, a possibilidade de transformação do significado de

que se vem revestindo o Conselho de Classe está dada no contexto da Escola. É

necessário centrar-se na discussão do pedagógico. Conselho de Classe e Série é

um colegiado, no qual diretor, coordenador, professores e alunos se encontram

para discutir o desempenho dos alunos.

Mas quais sentidos esta instância pode adquirir? Afinal, o conselho

pode se tornar um momento de reflexão, quando se discute as dificuldades de

ensino, de aprendizagem, adequação dos conteúdos curriculares, metodologia

empregada, competências e habilidades, enfim, da própria proposta pedagógica

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da escola para se adequar às necessidades dos alunos, ou se restringir a um

veredicto formal: aprovado ou reprovado.

É composto por professores da turma; representantes dos

discentes; coordenador de curso/área; representantes da equipe pedagógica, e

diretor da escola.

O Conselho de Classe será constituído por professores da turma;

representantes da equipe pedagógica e administrativa, e diretor da escola. É um

momento para análise dos avanços dos alunos, do desempenho dos professores

e da equipe escolar, onde o Diretor é mediador e tem a missão de conduzir a

reunião de Conselho de forma democrática, usando sempre o bom senso para

resolver situações de conflito, que possam surgir e não perdendo de vista o

resgate da auto-estima dos alunos.

Os resultados apresentados possibilitarão fazer: levantamento de

grupos de alunos, para encaminhamentos à recuperação paralela e atendimento

especial do professor na recuperação contínua; levantamento de alunos sem

freqüência constante e com rendimento escolar insatisfatório, que necessitam de

atendimento especial da escola.

7.3 CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM AS AÇÕES DA ESCOLA

O QUE TEMOS? O QUE QUEREMOS?

SOCIEDADE

A sociedade está organizada de forma injusta que marginaliza e exclui as classes menos favorecidas.

Queremos uma sociedade onde os princípios de solidariedade existentes, possam realmente transformá-la em justa, igualitária e efetivamente aberta às diversidades.

ESCOLA

A escola surgiu para divulgar o conhecimento científico a todo cidadão. Porém, as classes dominantes a utilizaram para manter o poder, ficando este acesso restrito à minoria.Atualmente, as políticas públicas estão voltadas ao acesso, permanência e sucesso para todos

Para atender as questões emergentes, a escola tem que resgatar sua real função, sendo aberta, democrática e emancipadora, onde os alunos tenham consciência da importância desta instituição para seu crescimento pessoal e acadêmico.

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os cidadãos. Entretanto, os papéis que a escola tem assumido e os saberes que estão sendo repassados não dão conta da real função da escola.

ALUNOS

Nossos alunos provêm de uma classe desfavorecida econômica, cultural e socialmente, apresentando várias reprovas, com acentuada inadequação idade/série. Também temos alunos afrodescendentes, trabalhadores rurais, jovens e adultos, enfim atendemos a toda diversidade. Em alguns casos, apresentam diagnósticos comprovados de hiperatividade, déficit de aprendizagem e transtorno de conduta (esquizofrenia). Essas características fazem com que seus projetos de trabalho, vida pessoal e sociedade sejam praticamente inexistentes.

Almejamos que nossos alunos reais sejam capazes de ultrapassar as barreiras impostas pela sociedade, sendo autônomos, críticos, participativos e que possam intervir na sua realidade.

PROFESSORES

Todos os professores têm a formação inicial exigida pela legislação vigente, são concursados e comprometidos com a formação continuada.Conscientes da realidade escolar apresentada trabalham coletivamente para sua transformação.

A continuidade do compromisso já assumido com esta clientela tão carente e que permaneçam desenvolvendo os projetos apresentados com tanta dedicação e êxito.

FUNCIONÁRIOS

Nossos funcionários conhecem as dificuldades da comunidade e estão abertos à colaboração em toda e qualquer situação, sendo conscientes que também são responsáveis pela educação dos discentes.

Que continuem sensíveis e participativos às decisões tomadas pela escola.

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7.4PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS

7.4.1 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

Saber o que é a escola a partir do currículo e do ensino não é tarefa

simples e que se faça com muita facilidade. A escola é uma instituição social

conservadora ou progressista. Quando progressista, entende a educação como

parte da sociedade, portanto sofre e apresenta influências da estrutura social.

Isso se dá na escola através do currículo e do ensino controlado pela estrutura

hierárquica (Secretarias, diretores, supervisores, etc). Desconsidera-se que

ensino e currículo acontecem numa sociedade capitalista, e, portanto, separados

da realidade e não levando em importância as especificidades da escola

enquanto organização, alunos e educadores. Currículo deve ser entendido como

uma construção e realização coletiva. É básico considerar o currículo como

definição de opção política pela emancipação que apreensão do conhecimento

produzido pela sociedade sem menosprezar o conhecimento produzido pela

classe social do aluno. Isso depende da pedagogia assumida: crítica

(progressista) ou liberal (conservadora), portanto, depende da opção pela

construção de uma nova ordem social ou manutenção da ordem social existente.

É preciso dar vazão à reconstrução do conhecimento pelas camadas populares a

partir da apropriação das ferramentas necessárias a uma melhor compreensão do

contexto social em que se vive. É preciso também evitar metodologias que

privilegiam a transmissão de conhecimentos distanciados da realidade e da sua

confrontação crítica: é necessário ocupar-se dos problemas da prática social

relacionados com os conteúdos curriculares. Deve estar voltada para a totalidade

do processo. Deve estar comprometida com a superação do senso comum e o

estabelecimento da sistematização (organização) dos conteúdos produzidos pela

sociedade humana.

Entendemos currículo como algo polissêmico e multifacetado, visto

como uma construção cultural, historicamente situado, socialmente construído,

vinculado, indissociavelmente, ao conhecimento e constituindo o elemento central

do projeto educativo da escola. O currículo, hoje, reflete as contradições da

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realidade socio-educacional, espelhando lutas e conflitos e sendo o lugar no qual

se cruzam as reflexões sobre a prática e a teoria da educação.

Enfim há que repensar o conceito de currículo. Currículo deve ser

entendido como: conteúdo / métodos / avaliação / posturas. Atividades extra-

curriculares só tem sentido se fundamenta, se embasa e amplia o curricular. Deve

estar amparado na função específica da escola: transmissão / discussão da

cultura letrada (alfabetização / domínio da língua padrão / mundo dos cálculos /

interpretação / aprender estudar = condição de cidadania. Neste sentido se

estabelecem as diretrizes curriculares: acesso-permanência-aprendizado: acesso

à cultura letrada; contribuir para o enfrentamento das desigualdades sociais –

sociedade mais justa; elaboração de propostas curriculares baseadas nas

diretrizes – zelo pela aprendizagem; valorização do conhecimento sistematizado

(seleção do saber escolar) – elaboração coletiva da proposta curricular.

7.4.2CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

A visão de conhecimento está vinculada às visões de homem e de

mundo. O conhecimento escolar deve se apoiar na realidade concreta da escola.

Sendo assim, ele não é um produto pronto e acabado.

A escolha dos conteúdos, portanto, não é uma escolha “do gosto do

professor” ou “da imposição dos conteúdos por eles mesmos” ou da “vida

pregressa dos alunos”. A escolha dos conteúdos deve intimamente ligada aos

grandes problemas enfrentados na prática social

7.4.3 CONCEPÇÃO DE TRABALHO PEDAGÓGICO

Na perspectiva da nova organização do trabalho pedagógico, ensino

é entendido como uma atividade profissional complexa que exige preparo,

compromisso e responsabilidade do educador para instrumentalizar política e

tecnicamente o aluno, ajudando-o a constituir-se como sujeito social.

Aprendizagem é concebida como um processo de assimilação / apreensão de

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determinados conhecimentos, habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes e

valores, organizados e orientados no processo de ensino. A aprendizagem é a

atividade do aluno de assimilação / compreensão / produção de conhecimento.

7.5. PRESSUPOSTOS POLÍTICOS

7.5.1 CONCEPÇÃO DE GESTÃO

A gestão deve estar sustentada no diálogo e na alteridade, tem

como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar,

o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de

decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.

A Legislação assim se expressa em relação à Gestão Democrática:

CF/88: Art. 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios: VI – gestão democrática do ensino público, na forma da Lei.

LDB/96: Art. O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios: VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino.

LDB/96: Art. I – participação dos profissionais da educação na

elaboração da proposta pedagógica; II – participação das comunidades escolar e

local em conselhos escolares ou equivalente.

LDB/96: Art. Deliberação 16/99, CEE/PR: Art. 4.° - A comunidade

escolar é o conjunto constituído pelos corpos docente e discente, pais de alunos,

funcionários e especialistas, todos protagonistas da ação educativa em cada

estabelecimento de ensino. Deliberação 16/99, CEE/PR: Art. 6.º - A gestão

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escolar da escola pública, como decorrência do princípio constitucional da

democracia e colegialidade, terá como órgão máximo de direção um colegiado. §

1.º - O órgão colegiado de direção será deliberativo, consultivo e fiscal, tendo

como principal atribuição estabelecer a proposta pedagógica da escola, eixo de

toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino. § 3.º

Poderão participar do órgão colegiado de direção representantes dos movimentos

sociais organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que

sua representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.

7.5.2 CONCEPÇAO DE TRABALHO DA EQUIPE PEDAGÓGICA (pedagogo /

direção)

Em linhas gerais a organização do trabalho pedagógico no cotidiano

da escola pública, sendo definidas as seguintes atribuições e incumbências do

pedagogo: organizar o processo construção-avaliação-reconstrução do Projeto

Político Pedagógico; implementação do trabalho pedagógico no coletivo de

profissionais da escola; formação continuada do coletivo de profissional da

escola; incrementação das relações entre a escola e a comunidade; avaliação do

trabalho pedagógico.

O trabalho do pedagogo acontecerá obedecendo aos princípios da

gestão democrática e participativa, referenciando-se na Ética profissional; na

Autonomia da escola; na Atitude investigativa; na Formação continuada; na

Escola como ambiente educativo.

Objetivos da organização da prática pedagógica: Implementar a

proposta curricular da escola de acordo com as políticas educacionais da

SEED/PR e com as Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE. Elaborar projetos

de intervenção na realidade da escola para a melhoria do processo educativo.

Planejar o ensino e acompanhamento do trabalho pedagógico desenvolvido pelos

professores. Levantar e informar ao coletivo de profissionais da escola e

comunidade os dados do aproveitamento escolar. Participar da organização e

atualização do acervo de livros e periódicos da biblioteca da escola.

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Objetivos na formação continuada do coletivo de profissionais da

escola: elaborar o projeto de formação continuada dos profissionais da escola

para o aprimoramento teórico-metodológico, na forma de trocas de experiências,

estudos sistemáticos e oficinas. Organizar reuniões de estudo para a reflexão e

aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico da escola.

Objetivos nas relações entre a escola e a comunidade: Desenvolver

projetos de interação escola-comunidade ampliando espaço de participação da

comunidade nas decisões pedagógicas da escola.

7.5.3 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

A avaliação institucional acontecerá sempre no segundo semestre

em data a ser definida posteriormente.

Esta avaliação deverá utilizar como bases de dados a participação

dos docentes nos Programas de Formação de Professores, os resultados da

avaliação docente pelo discente, avaliação pelos parceiros (comunidade, Redes

Municipais de Ensino e outros). Também será contemplada na avaliação a análise

dos indicadores de qualidade, tais como: a articulação vertical e horizontal do

currículo, a qualidade do ensino ministrado, a interação teoria-prática, evasão e

repetência, entre outros.

Como produto final esperado, deverá ser elaborado um relatório

contendo comentários referentes aos dados apresentados e, ainda, as respostas

às seguintes questões:

Existe um projeto de escola? De que forma ele se manifesta? Existe

uma concepção homogênea sobre esse projeto de escola como um todo? Como

se dá a relação teoria/prática na dinâmica pedagógica? O conhecimento da

realidade histórico-social é sempre levado em conta no desenvolvimento das

várias atividades desenvolvidas na escola? De que forma os alunos são

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estimulados a participar de atividades extra-classe (estágios, seminários,

congressos, eventos culturais artísticos e políticos)?

Finalmente, explicitar claramente as propostas que resultaram da

Avaliação que permitirão melhorar a qualidade do Curso.

7.5.4 PARTICIPAÇÃO DE PROFESSSORES NO PROGRAMA DE FORMAÇÃO

PEDAGÓGICA.

A Lei nº 9394/96, as Diretrizes Curriculares para a Formação de

Professores da Educação Básica e o Plano Nacional de Educação determinam

uma melhor qualificação do corpo docente tanto em termos de formação inicial

como em termos de formação continuada. Tais iniciativas, se efetivadas, poderão

promover uma grande melhora na qualidade da atuação do profissional do

magistério nas séries iniciais do ensino fundamental. Infelizmente, ainda hoje, há

professores despreparados, que necessitam de melhor formação inicial e,

sobretudo, de formação continuada, para que sejam inseridos num processo

dinâmico de reflexão e, conseqüentemente, de melhoria da prática pedagógica.

O Programa de Formação Pedagógica dos Docentes será pensado

como parte integrante do Projeto de Avaliação Institucional com o objetivo de

sensibilizar a comunidade acadêmica para a necessidade de um espaço de

atualização, revisão e crescimento pedagógico, numa dimensão continuada.

Para alcançar tais objetivos foram realizados estudos que abordem

temas como: Os profissionais da educação e as tensões sócio-econômicas; A

formação dos profissionais da educação; Desafios e princípios da formação

continuada.

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No entanto, o processo é lento e exige dedicação dos professores e

gestores educacionais para um envolvimento maior no processo de formação

continuada.

Os princípios capazes de orientar os projetos de formação

continuada de qualidade e que desenvolvam a relação entre teoria e prática

profissional do docente, são os seguintes: 1. Professor como Formador-aprendiz;

2. A formação continuada no espaço da atuação docente; 3. Envolvimento da

coletividade; 4. O Princípio da totalidade; 5. O princípio da ação-reflexão-ação; 6.

Atuação do profissional reflexivo; 7. Construção do conhecimento próprio

A sociedade brasileira demanda uma educação de qualidade, que

garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos,

críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e

responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ser atendidas

suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas.

As políticas educacionais devem ser suficientemente diversificadas

e concebidas, de modo que a educação não seja um fator suplementar de

exclusão social.

Partindo desse pressuposto e visando as exigências da Sociedade e

as transformações em todos os níveis: social, político, tecnológico e ético, a

Escola busca atender seus alunos de maneira compatível com a sua realidade,

onde percebemos que essa comunidade realmente faz parte da diversidade

existente em nosso país.

Vivemos um período marcado por muitas contradições. Os grandes

avanços científicos e tecnológicos, a globalização, principalmente na economia e

nas comunicações, não têm contribuído, de fato, para que os homens vivam em

harmonia e melhor. Além disso, ainda temos grande parte de nossas crianças fora

da escola e uma vasta camada da população vivendo na mais absoluta situação

de miséria.

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Clamamos por democracia, igualdade e autonomia, numa sociedade

tão excludente e desigual, onde se torna difícil definir o verdadeiro sentido desses

conceitos.

Analisando o nosso pequeno espaço escolar, cuja população-alvo é

tão carente econômica, política e culturalmente, como viabilizar a compreensão

das relações sociais mais amplas através dos conteúdos históricos? Como definir

um currículo que contribua para autonomia e independência de uma camada da

sociedade tão desfavorecida? Qual o papel dessa escola na formação desses

cidadãos?

Para responder a estas questões, é necessário definir uma linha

filosófica transformadora, que não caia no determinismo histórico, como se

estivéssemos fadados ao fracasso.

Torna-se necessidade premente enfrentar o desafio, abrir o debate

sobre políticas públicas educacionais, criando oportunidades para reflexão de

todos os envolvidos. É imperativo banir as políticas unilaterais e excludentes e

assumir o compromisso com a aprendizagem e sucesso de todos os alunos.

Assim, abriremos possibilidades de instalação da cultura do sucesso, acreditando

que todos podem aprender. Nesta perspectiva, a escola estará cumprindo o seu

papel através da educação, tornar a sociedade mais justa, democrática e

solidária.

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8 MARCO OPERACIONAL

8.1 LINHAS GERAIS

Apesar do pouco tempo de funcionamento da escola, no decorrer

deste ano, pudemos identificar quais as necessidades e prioridades para

operacionalizar nosso projeto e atingirmos as metas e objetivos estabelecidos

neste plano. Temos um grande compromisso com uma gestão compartilhada e

democrática, onde o mais importante é atender os anseios desta comunidade que

necessita de um trabalho solidário e diferenciado, haja vista terem ficado

afastados dos bancos escolares por tanto tempo.

Daremos prioridade a algumas ações desenvolvidas no decorrer

deste ano pelo sucesso e êxito que obtivemos, por exemplo, as palestras com

profissionais das diversas áreas como: médico, dentista, psicóloga,

psicopedagoga, delegado, policial, pastor e padre enriqueceram e muito o

trabalho dos professores, trazendo novos conhecimentos tanto aos alunos quanto

para os pais. Além disso, sentimos também a necessidade de um reforço para os

alunos que apresentam maiores dificuldades de aprendizagem. Estabelecemos,

então, uma parceria com a FAFICOP, para que seus alunos possam fazer

estágios aqui ao longo do ano letivo e colaborar com o trabalho de nossos

professores.

Como a escola funciona somente no período noturno, nossas

reuniões pedagógicas são realizadas em horário intermediário e temos contado

com a presença da maioria dos professores. Queremos, também, intensificar os

trabalhos com as instâncias colegiadas como: Conselho Escolar, Conselho de

Classe, Associação de Pais, Mestres e Funcionários e com outros órgãos da

comunidade que muito têm contribuído com o sucesso do nosso trabalho.

A construção coletiva desse Projeto muito contribuiu para

engajamento de todos os profissionais da escola em torno de objetivos e esforços

comuns, numa visão transformadora de escola e sociedade e contribuiu, também,

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para assumirmos nosso compromisso político, enquanto educadores

responsáveis em oferecer ensino de qualidade à todos os cidadãos.

Queremos uma escola de Ensino Fundamental onde se oportunize:

a) Gestão democrática: participação de todos de forma harmônica,

sem esquecer a hierarquia; Valorização dos profissionais da educação,

oferecendo condições para tal; Respeito às diversidades, considerando o histórico

– social e as limitações de cada um; Resgate da verdadeira função da escola, que

é “ensinar” a cultura e a ciência acumuladas pela humanidade, em detrimento do

assistencialismo.

b) Ruptura com as desigualdades, considerando a diversidade como

fator de extrema importância para o desenvolvimento escolar; - Aproveitamento

da cultura e experiências trazidas pelo aluno e pelo professor. Inclusão de alunos

portadores de necessidades especiais, diferentes classes sociais e etnicorraciais.

c) Reflexão crítica de professores e alunos sobre suas práticas:

Maior integração entre os professores: troca de experiências, comprometimento

com a escola enquanto formadores de cidadãos.

d) Valorização da cultura e do saber: respeito à identidade do aluno;

acesso a novos conhecimentos (necessidades emergentes); projetos

educacionais onde os alunos sejam protagonistas; assumir sua função social

como um bem indispensável, encontrando um ponto de equilíbrio – mediação

entre conhecimento, cultura, mercado de trabalho e postura cidadã.

e) Levantar problemáticas a partir das necessidades locais e

elaborar um plano de ação para atendê-las;

f) Formação continuada para professores.

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8.2 TURNOS, HORÁRIOS DAS AULAS E USO DOS ESPAÇOS ESCOLARES

Tabela 01: Horário de início e término das aulas

Noturno 1ª aula18h50mina19h40min

2ª aula19h40mina20h30min

3ª aula20h40mina21h30min

4ª aula21h30mina22h20min

5ª aula22h20mina23h10min

8.2.1 DISTRIBUIÇÃO DE SÉRIES E TURMASO estabelecimento possui 04 turmas de alunos distribuídas em

séries e período de funcionamento da seguinte forma:

Tabela 02: Turmas e séries ofertadas por período

Período Nº de Turmas

Anos ofertadas Número de alunos

Noturno 04 6º A 127º A 68º A 89º A 9

Vespertino 1 6º ao 9º ano 20

8.3 MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

Tabela 03: matriz Curricular do Ensino Fundamental

NRE: 08 – CORNÉLIO PROCÓPIO MUNICÍPIO: 0640 – CORNÉLIO PROCÓPIO

ESTABELECIMENTO: 00853 - ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE

ENDEREÇO: RUA JOSÉ LEANDRO DE BARROS, 71

TELEFONE: (43) 3523-7194

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL: 6º / 9º ANO

TURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANAS

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA

BASE

DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º

Arte 02 02 02 02

Ciências 03 03 04 04

Educação Física 02 02 02 02

Ensino Religioso* 01 01 - -

Geografia 04 04 04 03

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NACIONAL COMUM

História 04 04 03 04

Língua Portuguesa 04 04 04 04

Matemática 04 04 04 04

Subtotal 24 24 23 23

PARTE DIVERSIFI-

CADA

L.E.M. - Espanhol 02 02 02 02

Subtotal 02 02 02 02

Total Geral 26 26 25 25

Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.*Ensino Religioso – Disciplina de matrícula facultativa.

8.4 QUADRO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS

Tabela 04: Quadro de Professores e Funcionários

ADRIANA CRISTINA DOS REIS SILVA - PEDAGOGA

ALESSANDRO BRESSAN GODOY – PROFESSOR

CARMELINA IZAURA VEIGA – PROFESSORA

DENISE HERNANDES CALDONAZZIO - PROFESSORA

EUDA NUNES DE ARAÚJO - PROFESSORA

HELEN REGINA PRIMO WATANABE - AUXILIAR ADMINISNISTRATIVO

JANAINA LETICIA PANAGGIO - SECRETÁRIA

JOSEFINA SOUZA DE OLIVEIRA - PROFESSOR A

LUZIA RAMOS NOGUEIRA - DIRETORA

MARLENE MARQUES DA SILVA - AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

MOACIR RICHARD LAUREANO – PROFESSOR

PAULO SERGIO A. ALCOVA - PROFESSOR

REGINA ESTELA R FACIMOTO - PROFESSORA

ROSIMEIRI DA S. DE MORAIS - PROFESSORA

RUBIANE BROCH - PROFESSORA

SELEIDE FORCATO - AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

SIMONI CUNHA VIGIANO - PROFESSORA

SIRLENE MATSUE – AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS

SUELI ALVES PINHEIRO CORREA – PROFESSORA

TANIA APARECIDA PALHARES - PROFESSORA

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8.5 ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

8.5.1 PLANO DE AÇÃO EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

8.5.1.1 INTRODUÇÃO

A importância de se estudar a história de africanos, de afro-

descendentes e indígenas está relacionada às profundas relações que guardamos

com a África e a colonização. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos

entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros.

Entendemos que história do Brasil e história da África estão

intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão sobre, por

exemplo, a escravidão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua

cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e

tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil antes e após a

independência política.

Nessa perspectiva, não podemos tratar a questão africana apenas do

ponto de vista da escravidão, como se fosse uma questão isolada e superada

pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Um ponto de partida para ampliar nossa

visão e tentar superar as visões estereotipadas sobre o tema é procurar recuperar

os elementos da resistência negra, suas formas de luta e de organização, sua

cultura, não apenas no passado, mas também no tempo presente.

A partir de 9 de janeiro de 2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva

sancionou a lei que institui a obrigatoriedade da inclusão do ensino da História da

África e da cultura afro-brasileira nos currículos de estabelecimentos públicos e

particulares de ensino da educação básica. A decisão ocorreu diante da

necessidade de debates sobre a pluralidade cultural que caracteriza o Brasil e de

reflexões sobre o papel do negro na formação da cultura brasileira.

Além de aspectos educacionais, a lei n°10. 639/03 e nº 11.645/08

acrescenta que o dia 20 de novembro deve ser inserido no calendário escolar

como Dia Nacional da Consciência Negra, com vistas a tratar da História e Cultura

da África, dos Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil.

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Esses aspectos são fundamentais no debate, se é esperado que os

alunos reconheçam a importância dos diferentes agentes na história do país:

entre eles, os africanos, os afro-descendentes e indígenas.

8.5.1 .2 JUSTIFICATIVA

É principalmente na escola que aprendemos a respeitar as diferenças

que existem entre as pessoas.

Essas diferenças existem na aparência física, nas práticas religiosas,

nos gostos culturais, nas opiniões sobre os assuntos mais diversos. Nós nunca

somos iguais, mesmo que muitas semelhanças existam entre nós.

Todos formamos, por exemplo, uma única raça: a raça humana. Mas

temos traços físicos e costumes bem diferenciados. É importante estarmos

conscientes disso: mesmo sendo todos humanos, apresentamos grandes

diferenças em nosso físico e em nossas maneiras de viver em comunidade.

Tudo isso é resultado de nossa história. Sendo assim, este plano de

ação justifica-se pela necessidade de mostrar aos nossos alunos que nenhuma

raça ou cultura é melhor do que a outra. As culturas são diferentes entre si e

também se transformam, porque os povos são diferentes, vivem diferentemente e

têm necessidades, desejos, ideais também diferentes.

8.5.1 .3 OBJETIVOS

−Reconhecer e discutir a Lei 10.639/03 e a Lei 11.645/08, que torna obrigatório o

ensino da história e cultura da África e indígena, e o que ela muda no contexto

sócio-político na sociedade atual;

−Reconhecer a historicidade da comemoração do Dia Nacional da Consciência

Negra, ou melhor, a percepção desta data como resultante de intensa atividade

do movimento negro no Brasil;

−Desenvolver atividades que visem ao debate sobre os preconceitos que ainda

são presentes na sociedade brasileira e à busca de algumas de suas raízes

históricas;

−Promover atividades que acontecem na semana da consciência na escola, de

acordo com o projeto pedagógico que é executado;

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−Valorizar os diferentes grupos étnico-raciais e suas manifestações culturais;

−Identificar diferenças culturais entre o modo de vida das diversas raças;

−Respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e

indivíduos.

8.5.1 .4 ESTRATÉGIAS

−Conhecimento ou reconhecimento, através de leituras e explicações sobre a

Abolição da Escravatura, da História da África, os passos, sua cultura, seus

costumes, como vieram para o Brasil, em que circunstâncias;

−Conhecimento ou reconhecimento, através de leituras e explicações sobre a

cultura indígena, bem como seus costumes e como vieram para o Brasil;

−Leitura e produção de textos;

−Trabalho com o percentual de escravos no Brasil, na disciplina de Matemática;

−Discussão sobre a estrutura da sociedade e desigualdade social;

−Caracterização da formação do Brasil antes e hoje, questões sociais e

econômicas;

−Construção de cartazes com figuras e desenhos de africanos, afro-descendentes,

afro-brasileiros e indígenas, ornamentação da sala;

−Palestras, filmes, debates, músicas;

−Trabalhos em grupo;

−Atividade extraclasse, visita ao Festival de Capoeira da cidade.

8.5.1 .5 RECURSOS

−Humanos: alunos, professores, funcionários, palestrantes e comunidade escolar

em geral;

−Físicos: sala de aula, pátio, biblioteca, Sala de Informática, transporte;

−Materiais: televisão, dvd, data-show, quadro-negro, giz, papéis, rádio.]

8.5.1 .6 AVALIAÇÃO

−Avaliação contínua do envolvimento e participação dos alunos nas atividades

propostas;

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−Avaliação dialogada com a turma sobre as aulas, pesquisas e tudo o que foi

planejado para que a compreensão e conhecimentos sejam adquiridos sobre o

tema proposto, descrevendo pontos positivos e negativos sobre o tema e

atividades propostas e executadas, quais os caminhos percorridos, as

dificuldades e incertezas surgidas e sugestões para as próximas atividades;

−Auto avaliação: análise que o próprio aluno fará sobre seu aprendizado (podendo

ser realizada oralmente ou por escrito).

8.5.1 .7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

−Revista Nova Escola, África de todos nós, novembro 2003, p.42;

−Revista Desvendando a história. Escravidão, ano 02 nº 10, p. 34- 39;

−Revista Nossa História, Princesa Isabel, ano 03, nº31, p. 68-73;

−BRAICK, Patrícia Ramos. História das Cavernas ao Terceiro Milênio. 2ª ed.

São Paulo. Ed. Moderna, 2006;

−Sites: http://portaldoprofessor.mec.gov.br;

−http://www.palmares.gov.br ;

−http://www.ne.org.br/index.htm ;

−http://www.portalafro.com.br ;

−http://www.aventurasnahistoria.com.br ;

− http://www.mundonegro.com.br;

−Filmes: “Mauá - O Imperador e o Rei”, Direção: Sérgio Rezende, Brasil, 1999,

132 min; “Kiriku e a Feiticeira” - Retrata a respeito da consciência Negra e seu

Desenvolvimento no Brasil atual; “Amistad” (legendado), “Guerreiro da Justiça”,

“Missipi em Chamas”, “Homens de Honra”, “Voltando a viver”;

−GONZALEZ, Lélia e HASENBALG, Carlos. Lugar de Negro (Marco zero);

−SANTOS, Joel Rufino dos. O que é o Racismo. Ed. Brasilense;

−SANTOS, Joel Rufino dos. Zumbi. Ed. Moderna;

−Clóvis. Rebeliões na Senzala. Ed. Global;

−SANTOS, Padre Anízio Ferreira dos. Eu Negro (org.). Ed. Loyola.

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8.6 AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E DEPENDÊNCIA

8.6.1 Avaliação

O objetivo é interpretar dados do trabalho do professor e do aluno

com a finalidade de aperfeiçoar o processo de ensinar e de aprender, iluminando

tomadas de decisões, reformulações de planejamentos e metodologia. Será

sempre processual e contínua, e em função dos objetivos estabelecidos nos

planejamentos (diagnóstica, formativa, somativa), privilegiando diferentes

experiências de aprendizagem por parte do aluno, conforme Regimento Escolar

nos artigos 58-64.

8.6.2 Recuperação Paralela de Estudos.

Será parte integrante do processo de ensino e adequada às

dificuldades dos alunos, e ofertada a todos os alunos com baixo rendimento

escolar e/ou a todos os alunos que dela quiserem usufruir, tendo como função o

resgate de conteúdos que não foram aprendidos. Havendo nota, na relação entre

a recuperação de estudos e a nota da avaliação normal, prevalecerá sempre a

maior nota, conforme artigos 69-73, do Regimento Escolar.

8.6.3 Regime de Progressão Parcial (não existe)

A escola não adota este regime.

8.6.4 Do aproveitamento de Estudos

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O aproveitamento de Estudos se fará de acordo com o capítulo V

(artigos 106 – 129) sempre em conformidade a Legislação Vigente no País e no

Estado do Paraná, com base no posicionamento dos Conselhos Federal e

Estadual de Educação e de acordo com a orientação da SEED, e terá o objetivo

de posicionar o aluno em série e etapa compatível.

8.7 GESTÃO DEMOCRÁTICA

Gestão democrática: participação de todos de forma harmônica, sem

esquecer a hierarquia; Valorização dos profissionais da educação, oferecendo

condições para tal; Respeito às diversidades, considerando o histórico – social e

as limitações de cada um; Resgate da verdadeira função da escola, que é

“ensinar” a cultura e a ciência acumuladas pela humanidade, em detrimento do

assistencialismo.

Fortalecimento e valorização da APMF e do Conselho Escolar,

respeitando sua autonomia e decisão; reunir mensalmente o Conselho Escolar e

APMF, informando-os sobre a situação da escola, buscando juntos a solução para

os problemas. Em especial aprendizado e evasão escolar. Ouvir o colegiado para

as tomadas de decisões, aplicando as medidas tomadas pelo grupo.

Motivar os alunos para a formação do Grêmio Estudantil.

Priorizar nos Conselhos de Classe a discussão da real necessidade

do aluno, com finalidade de promoção do aluno ou aluna, aplicando medidas

aprovadas pelo colegiado.

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Profissionais da escola: inserir os profissionais nas atividades

pedagógicas e na formação pedagógica. A superação desta situação será

possível na medida em que se garantam na escola os seguintes princípios:

educação, respeito interação direção-professores-funcionários-alunos-pais.

Respeito em todos os aspectos: não achar que um trabalho é mais importante

que o do outro, mas entendendo que o que dá resultado é o trabalho conjunto na

busca de um só objetivo combater a cada dia a visão fragmentada de escola e

sociedade.

8.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA

Cumprir a função principal da escola: ensinar;

Desenvolver projetos de incentivo a alunos egressos e com

dificuldade no aprendizado.

Equilíbrio de direito ao acesso e qualidade de atendimento a

professores, funcionários, alunos e pais ou responsáveis.

Estabelecer com clareza o plano de trabalho, em especial no que se

trata: planejamento, hora-atividade e reuniões pedagógicas.

Informar aos pais ou responsáveis e alunos o critério estabelecido

pela escola, bem como deveres e direitos, em especial os critérios avaliativos e

recuperação paralelas.

Manter a ordem, a paz, a disciplina proporcionando, da escola um

local de aprendizado.

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Propor e fortalecer as propostas de mudanças voltadas para o

pedagógico e melhoria do ambiente escolar.

Respeitar as diversidades, independentemente de gênero, raça, cor,

classe social ou opção sexual.

Para tanto o enfrentamento da evasão e da repetência se fará

através de atendimento diferenciado conforme a caracterização de cada situação,

num esforço conjunto de pais, professores, equipe pedagógico-administrativa, e

os conselhos da escola.

8.9 FORMAÇÃO CONTINUADA

Apoio irrestrito à capacitação e a projetos para a melhoria da

qualidade de ensino e aprendizagem.

Desenvolver projetos esportivos, sociais e culturais visando o

sucesso da comunidade escolar, estabelecendo um elo de companheirismo,

amizade e competitividade.

Integração com todos os órgãos e pessoas que atuam na área de

educação de forma a garantir troca de experiências na tomada de decisão.

Propor e fortalecer as propostas de mudanças voltadas para o

pedagógico e melhoria do ambiente escolar.

Realização de projetos de conscientização e envolvimento da

comunidade com as causas da escola.

Resgatar a identidade da escola da escola pública.

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Valorização dos trabalhos dos profissionais de educação,

funcionários e alunos, respeitando suas individualidades, promovendo a paz,

harmonia e o fortalecimento do grupo em pró de um só objetivo, o sucesso da

escola.

A fim de um maior enriquecimento teórico e reflexão da prática

pedagógica como ato constante, propomos que as horas-atividades sejam

utilizadas, também para Grupos de Estudo. Que nas reuniões pedagógicas sejam

inseridos temas que contribuam para um maior aperfeiçoamento de todos os

professores e equipe pedagógica, através de leituras, de textos que levem a tal

reflexão com temas diversos, tais como: avaliação, metodologias diferenciadas,

relação professor-aluno-comunidade e outros, sempre relacionando à realidade a

qual trabalhamos. Acreditamos que com um bom embasamento teórico e

constantes discussões, podemos propor meios de melhorar cada vez mais o

trabalho com nossos alunos, visando o crescimento destes de forma ampla

objetivando um maior desempenho, tanto a nível de aprendizagem escolar como

em todos os demais aspectos, colaborando para a formação de um cidadão

competente e capaz de decidir conscientemente ao ter que tomar decisões nas

diversas áreas.

Outros meios que podem e devem, ser utilizados na formação

continuada são a TV Paulo Freire, o laboratório do Paraná Digital, as tvs pen

drive, riquíssimos instrumentos para dinamizar o trabalho pedagógico tornando-o

atrativo tanto para os alunos quanto para os professores.

8.10 USO DO AMBIENTE TECNOLÓGICO NA REDE ESTADUAL DE ENSINO

DO ESTADO DO PARANÁ.

8.10.1 INTRODUÇÃO

A falta de conhecimento e o constante uso inadequado do

laboratório de informática e da TV Pendrive por professores e alunos nos leva a

refletir sobre os reais objetivos destas mídias como ferramentas pedagógicas

utilizadas no ambiente de ensino. O uso inadequado das tecnologias

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mencionadas anteriormente torna claro a necessidade de preparar os nossos

profissionais de ensino para utilizar adequadamente esses ambientes

tecnológicos.

8.10.2 OBJETIVO GERAL

Direcionar o uso adequado do laboratório de informática e da TV

pendrive no ambiente de ensino para alcançar a excelência na utilização destas

valiosas estratégias pedagógicas de aprendizagem e absorção de conhecimento.

8.10.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estimular a inserção do uso do laboratório e da TV Pendrive no PDT

(Plano de Trabalho Docente) como ferramenta pedagógica para a transmissão do

conteúdo previsto.

Proporcionar ao professor a utilização dos ambientes tecnológicos

para a elaboração das atividades escolares e disponibilizar o acompanhamento

de um profissional do CRTE (conforme acordo pré-estabelecido entre a equipe

pedagógica e NRE) para direcionar o trabalho futuramente desenvolvido pelo

educador.

Verificar o real domínio dos alunos com relação ao uso do

laboratório e da TV Pendrive, para posteriormente criar estratégias para

apresentar a forma adequada de utilizar as mídias e estar cientes de seus

direitos e deveres com relação ao uso dessas tecnologias.

Especificar o real uso do laboratório de informática e da TV Pendrive

para alunos e professores , evitando assim a banalização da utilidade das mídias

pertencentes à comunidade escolar.

Promover a inclusão dos alunos do Ensino Fundamental II Médio da

Rede Estadual de Ensino, na aquisição de habilidades necessárias para o uso

das novas tecnologias.

8.10.4 JUSTIFICATIVA

A dificuldade dos professores em manusear computadores e a TV

Pendrive, torna o uso destas mídias inviável, já que desestimula a busca para

aperfeiçoamento de conhecimentos necessários para o desenvolvimento de

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atividades relacionadas ao conteúdo ministrado em sala de aula ( utilização de

gráficos demonstrativos, pesquisa em sites, análise de reportagens, manuseio

correto das ferramentas das mídias utilizadas,etc.). A falta de interesse do

professor por sua capacitação prejudica o crescimento e a qualidade do ensino

oferecido pelos alunos da Rede Pública de Ensino, pois eles deixam de utilizar as

tecnologias disponíveis de forma adequada devido ao despreparo dos

educadores.

Devemos estar atentos às mudanças tecnológicas da nossa sociedade, pois

elas causam mudanças significativas na forma de ensinar e transmitir o

conhecimento historicamente adquirido. A cada dia que passa nos deparamos

com alunos que detêm conhecimentos outrora pertencidos somente aos

professores. Os estudantes possuem acesso direto à informações e dados

históricos atualizados com o suporte da rede mundial de computadores. O

educador do século XI deve buscar a excelência no ato de ensinar atrelado ao

uso correto das novas tecnologias. O advento da era digital veio para ampliar a

competência profissional dos nossos educadores e proporcionar um valioso

suporte aos nossos alunos para a utilização correta das mídias disponíveis no

ambiente de ensino.

8.11 NORMAS DE CONVIVÊNCIA

Na Escola Estadual Paulo Freire – Ensino Fundamental o

tratamento dispensado aos pais e alunos é regulamentado pelo que dispõe o

Regimento Escolar, Estatuto do Menor e do Adolescente, Estatuto do Conselho

Escolar, Estatuto da APMF e Estatuto do Grêmio Estudantil.

As normas de convivência não se definem tão somente pelo que

contemplam os documentos acima citados, elas implicam uma postura ética e

responsável no desempenho profissional das atividades escolares e de

relacionamento entre as pessoas que deve estar sujeita ao processo de

negociação, re-educação, o que demanda tempo conforme cada caso. Desta

forma são assegurados todos os direitos resguardados na Lei e, de forma

especial aqueles que permitem um bom relacionamento entre as pessoas.

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8.11.1 TRATAMENTO E AÇÕES PARA PROBLEMAS DISCIPLINARES

Em relação aos alunos, o estabelecimento utilizar para a solução

dos problemas disciplinares as alternativas propostas no Regimento Escolar e

Estatuto da Criança e Adolescente, seguindo o seguinte processo:

1. Diálogo particular provocado pelo professor;

2. Advertência verbal particular dada pelo professor;

3. Encaminhamento do aluno à equipe pedagógica, onde serão

ouvidas as partes envolvidas na questão, com registro oficial do

ocorrido;

4. Diálogo particular provocado pela equipe pedagógica;

5. Advertência por escrito da direção com comunicação ao pai ou

responsável pelo aluno;

6. Convocação de pais ou responsáveis para serem colocados a

par do comportamento disciplinar do aluno com registro oficial do

ocorrido em ficha própria:;

7. Convocação de Reunião do Conselho Escolar com a presença

de pais ou responsável, com registro em “Livro Ata do Conselho

Escolar”, que poderá optar por acompanhamento dos pais ou

responsáveis e aluno ou encaminhamento do aluno ao Conselho

Tutelar;

8. Na impossibilidade de se resolver os problemas no âmbito

escolar, o diretor comunicará, por ofício o Conselho Tutelar ou a

Delegacia de Policia (quando o assunto for daquela

competência), os fatos ocorridos para que providências sejam

tomadas;

Quanto ao corpo docente e equipe administrativa, o Regimento

Escolar prevê que a falta no cumprimento de seus deveres e transgressões às

proibições estará sujeitas a aplicação de penalidades de acordo com a legislação

vigente. As sanções aplicadas aos elementos do corpo docente e equipe

administrativa serão registradas em documento oficial, e na persistência dos atos

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infratores, serão comunicados aos NRE para que sejam tomadas providências

cabíveis.

8.12 AÇÕES DE COMBATE PARA O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA E O

USO INDEVIDO DE DROGAS

A adolescência é um período considerado como “latência social”

gerada por questões relacionadas ao ingresso no mercado de trabalho, à

necessidade de pertencer a um determinado grupo social, entre outros. Desse

modo, vão se preparando para a vida adulta, quando se intensificam as

produções de projetos de vida e se desenvolvem estratégias e ações para que os

sonhos se transformem em realidade.

Nesse período ocorre a perda de referenciais por parte do

adolescente e, consequentemente, podemos perceber a fragilização frente a

vulnerabilidade das referências e dos laços sócio-culturais.

Assim sendo, cabe aos profissionais da educação – aliados aos

profissionais da saúde – desenvolver ações focando a pessoa, apoiada no

conhecimento de si mesma, na auto-estima positiva buscando a transformação

social e as mudanças de atitudes e comportamentos individuais que levam ao

autocuidado e à percepção da necessidade de adotar um estilo de vida de baixo

risco.

Portanto, fica evidente a importância da educação nesse contexto

visando orientar o adolescente nessa etapa tão complexa de sua existência no

sentido de minimizar a violência vivenciada pelos alunos bem como o uso

indevido de drogas.

8.13 PROPOSTA DE AÇÃO EDUCACIONAL – Professor PDE

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Dentro do PROJETO SUPERAÇÃO do Governo do Estado do

Paraná a professora CARMEN RODRIGUES FRÓES PEDRÃO (professora

PDE), propôs uma Ação Educacional, a qual segue descrita abaixo:

Quando da minha visita aos estabelecimentos de ensino que me

foram destinados, pude observar que ambos já haviam contemplado em seus

Planos de Ação muitas iniciativas. Também já havia acontecido uma

movimentação no NRE de Cornélio Procópio no sentido de montar grupos de

estudo com os professores e equipe técnico-pedagógica das escolas: Escola

Estadual Paulo Freire de Cornélio Procópio e Colégio Estadual Huberto Teixeira

Ribeiro da cidade de Bandeirantes.

Então, trata-se aqui de sugerir complemento para as iniciativas todas

criadas com muita lucidez e clareza. É necessário também observar que este

complemento está ligado à minha área de formação: Língua Portuguesa.

Devido à dificuldade com a leitura, os alunos frustram-se no esforço

de estudar outras disciplinas. Isso os impede de tomar a palavra ou ter voz para

fazer valer seus direitos, duas atitudes primordiais para que participem ativa e

criticamente do que acontece ao seu redor.

Além da causa interna, há causas externas à escola que interferem

de forma decisiva nos resultados escolares desses alunos, as quais foram

discutidas brevemente no relatório feito por mim sobre esse programa e entregue

às escolas para fazer parte do marco situacional dentro do Projeto Político

Pedagógico de cada uma delas.

Como qualquer outra instituição social, a escola reflete as condições

de vida da comunidade em que está inserida. A possibilidade de que nossos

alunos fiquem apáticos diante dos textos escolares decidindo por não entendê-los

e apenas decodificá-los deve-se provavelmente ao esforço que teriam de fazer

para romper com sua passividade e isto tem de ser levado em consideração.

A passividade diante dos textos de todas as disciplinas parece ser

uma atitude segura. O diálogo com os textos acarretaria novas exigências, no

mínimo exigiria romper com a costumeira passividade. A mudança de atitude

diante dos textos poderia ser o início de uma mudança de posição diante de suas

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vidas, eles passariam a se fazer perguntas: o texto está a favor de quem? A favor

de quê?

Nossos alunos talvez não queiram encontrar as respostas, pois elas

poderiam causar-lhes maiores frustrações do que as que vivem diariamente. A

realidade do dia-a-dia deve parecer-lhes imutável ou pelo menos a mudança

estaria muito longe de seu alcance e do grupo social ao qual pertencem.

Sendo assim, a simples decodificação é a resposta possível,

resposta essa que não compromete, não exige mudança de posição, não requer

resposta. Decodificar é um caminho seguro, não deixa ninguém frustrado, apenas

o professor e mostra uma interpretação mais ampla da realidade, e interpretação

de que mudá-la está fora do alcance de nossos alunos.

E é esta decodificação a responsável pelos resultados das

avaliações institucionais, pois se os alunos realmente interpretassem textos tenho

certeza de que estaríamos aqui discutindo outras coisas e não projetos para

superar o baixo índice de aprendizagem deles.

Professores que formem leitores

Devido a toda essa conjuntura essa proposta ater-se-á ao problema

interno da escola no diz respeito à leitura. De imediato é necessário melhorar a

formação de professores, Este assunto foi inicialmente discutido no meu relatório

diagnóstico. Também nesse relatório observei que a formação continuada de

professores nos moldes do PDE é um caminho. Mas, após terminar o PDE como

seria a formação continuada?

Faz-se necessário pensar como se daria a formação pós-PDE.

Nestas escolas e posteriormente em toda a rede pública de ensino, seria

necessário rever o calendário escolar, talvez voltando aos cento e oitenta dias

letivos e utilizando os vinte dias a mais para formação continuada dividia em duas

etapas uma no início e outra ao final do ano para avaliação da implementação do

que foi objeto de estudo na primeira etapa. Como já foi dito no relatório das

escolas, estes vinte dias a mais parecem não ter surtido o efeito desejado, haja

vista, o índice de evasão e repetência ter-se acentuado.

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Um projeto de leitura cujo objetivo fosse a formação de alunos

leitores em que o alunos descobrisse sentidos e reelaborasse aquilo que ele é e o

que pode vir a ser deveria ser objeto de um curso para formação de professores.

Uma proposta fundada no método semiológico

Esta proposta teria como objetivo tomar a aprendizagem uma prática

cotidiana de intercâmbio e coexistência de valores diferenciados que coloquem a

linguagem literária e outras linguagens como meio de circulação. A sociedade se

apresenta na visão deste método como um conjunto de vozes, atitudes e ações,

individualizadas e pessoalizadas que podem conviver na contradição, alimentado-

se justamente dela.

O pressuposto da proposta está centrado na teoria do Círculo de

Bakhtin. Sob o ponto de vista dessa teoria, a linguagem concentra ao mesmo

tempo a individualidade do falante e da coletividade de que ele participa

historicamente. Os signos de qualquer espécie são entendidos como intencionais,

ou seja, carregados de ideologia. Os homens tornam-se conscientes através da

superestrutura ideológica que se manifesta na política, religião, e arte a partir daí

travam sua luta na base sócio-econômica que é o centro material da sociedade

civil.

A base sócio-econômica, de acordo com Marx, é a infra-estrutura da

sociedade, são os modos de produção que garantem a subsistência dos cidadãos

e a superestrutura são todos os sistemas de idéias que justificam e explicam a

atividade econômica, por exemplo: Direito, Filosofia e Ciência.

A partir daí Bakhtin vê o signo ideológico como um segmento da

realidade que possui um significado, ou seja, remete a algo fora de si mesmo.

Desta forma linguagem e sociedade, economia e ideologia se interpenetram e

interdeterminam e as práticas lingüísticas devem ser vistas não na neutralidade

de um sistema ideal, mas dentro de um contexto social concreto em que têm

existência.

O que deve ser depreendido pelo aluno é ler a literatura ou qualquer

outra linguagem da sociedade percebendo as intenções ideológicas dos signos. É

importante então atentar para os níveis de sentido dos textos.

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A leitura dentro deste método implica apreender os procedimentos

de que o produtor da arte verbal ou não verbal (de qualquer objeto cultural)

emprega para satisfazer seus interesses em relação a seu usuário. São

necessárias habilidades de análise, inferência e extrapolação, pois elas

possibilitam descobrir as intenções autorais na escolha do material e nas formas

de organização do mesmo.

Uma compreensão semiológica requer domínio de técnicas de

composição de produtos culturais. Semiólogo é o sujeito capaz de ler a moda, o

cinema, a televisão, o esporte, o artesanato, a literatura, a pintura, a culinária, a

escultura, etc., captando o modo particular de o signo ser combinado com outros

em cada uma das manifestações e o efeito alcançado sobre o consumidor em

termos ideológicos.

Objetivos e critérios de avaliação

Os objetivos do método semiológico, sempre de acordo com o ponto

de vista do aluno são:

Admitir a diversidade de textos na vida social;

Adquirir normas intencionais do jogo semiológico, posicionando-se

criticamente ante elas;

Perceber a realização diversa das regras pelos diferentes sujeitos

produtores de signos;

Captar as intenções dos textos que transitam no meio social.

Os objetivos acima dão conta de problemas tais como as diferentes

variedades de gêneros e estilos literários, a intencionalidade dos discursos,

encoberta pela unicidade do sistema de combinação se signos, os aparelhos de

poder dos segmentos dominadores dentro dos grupos e classes sociais,

manifestados especialmente pela assimilação e esvaziamento dos discursos

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desviantes. O estudante é instrumentalizado, assim, a mover-se com olhos

críticos nesse ambiente contraditório que é a cultura das sociedades burguesas.

Para avaliar o aprendizado do estudante deve-se focalizar o

processo de conscientização e seus efeitos. No processo de conscientização o

professor acompanha a atividade individual ou grupal e verifica se o aluno aceita

os textos recebidos, exercendo um pensamento crítico e não simplesmente

conformando-se com o que lhe é oferecido para consumo. Já a respeito dos

efeitos obtidos examinar-se-á a eficácia do manejo das regras do jogo

semiológico intencional, a alteração crítica dessas regras em termos de atuação

social produtiva e a capacidade de criar novos sistemas de sentido a partir das

necessidades captadas no interior dos agrupamentos sociais maiores ou

menores.

Técnicas

A leitura de um texto nunca é unânime, é a escola que baseada

numa tradição autoritária impõe seu sentido privilegiado. Na situação escolar em

que se empregue o método semiológico esta atitude arbitrária não se sustenta.

Os problemas de sentido de um texto estão vinculados às intenções

ideológicas. Numa relação entre duas ou mais pessoas ocorre um jogo pelo poder

que pode se resolver de forma simétrica ou assimétrica. Se os interesses são

conflitantes e adota-se um sentido comum significa que houve argumentação ou

persuasão ou que se usou a força. Desta forma é imposta uma verdade de

determinado grupo sobre os demais por aceitação ou submissão.

Nos texto, este jogo ideológico de interesses sempre aparece tanto

na forma como no conteúdo e é isto que impede a neutralidade dos signos e dos

textos produzidos. Decifrar as intenções históricas dos sujeitos das falas é

compreender e interpretar os textos. Devido à pessoa que decifra estar imersa no

mesmo jogo social do qual o texto faz parte, ela interfere na constituição dos

sentidos pelas próprias intenções particulares. Se o interpretante não quiser

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tornar-se joguete das forças sociais é necessário conscientizar-se dos fatos

semiológicos.

Qualquer texto traz o interesse daquele que o produz e o interesse

que ele supõe ser do público, assim como os interesses divergentes de quem o

lê. A diversidade de sentidos que transitam num texto determinam sua polifonia,

isto é, a figuração de várias vozes presentes nele, mesmo que elas estejam em

conflito. Assim sendo um texto pode ser mais ou menos polifônico quando uma

das vozes tende a impor-se sobre as demais.

Numa sala de aula que adote o método semiológico a primeira etapa

do trabalho é:

A coleta de textos culturais diversificados não se privilegiando

apenas as formas prestigiadas de texto, mas estimulando o estudante a buscar na

sua comunidade toda espécie de textos. Estes textos versarão sobre um tema

previamente escolhido pela sala. Em seguida será feita a leitura destes textos por

toda a classe e os alunos devem registrar por escrito todas as suas impressões

sobre a proposta de cada texto dentro do tema escolhido. Este trabalho pode ser

feito em equipe ou individualmente, os alunos podem utilizar fichas, arquivos

coletivos, álbuns, criações musicais e plásticas, simulações de jornais falados.

Aquisição das regras do jogo para instrumentalizar os alunos a

uma leitura mais arguta da obra após a primeira leitura descompromissada e

ingênua. Aqui compete ao professor ensinar o aluno a ler quadrinhos, livros de

ficção e não ficção, noticiários de imprensa falada, escrita e televisionada,

cinema, música, artes plásticas, cartazes, artesanato, moda, culinária,

brinquedos, jogos e esporte, costumes, teatro, dança, etc. Para descobrir as

regras, o ponto de partida é a observação dos elementos que compõem cada

sistema e o modo como se combinam e do efeito que produzem. Esta tarefa em

sala de aula seria desenvolvida com atividades de observação sempre registradas

e discussões sempre sob forma de jogos de simulação, reprodução de cartazes,

colagens, dramatizações, brincadeiras de pátio ou classe onde são figurados ou

assumidos os papéis dos signos do texto e suas relações, ou disputas

argumentativas, como júri simulado, entrevistas, programas de perguntas e

respostas, gincanas, etc., em que os desafios sejam planejados para revelar o

sistema semiológico do produto tema.

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Reconhecimento do uso intencional da linguagem percebendo

que os textos possuem combinações de signos e que estas são carregadas de

intenções tanto claras como ocultas. Nos meios utilizados para conquistar o leitor

transparecem as intenções do produtor quanto ao seu público. Estas podem ser

de modificar o comportamento ou valores ideológicos ou mantê-los inalterados.

Elas se traduzem pela maior ou menor universalidade dos temas que indicie o

desejo de transitoriedade ou permanência do produto e pela valoração positiva ou

negativa dos elementos do texto, levando a razão e a emoção do leitor à

identificação ou rejeição. Reconhecer a intencionalidade das linguagens é dar-se

conta de que as combinações que o autor faz não são ingênuas, mas obedecem

a propósitos ideológicos, ou seja, manifestam uma visão de mundo que não

pertence apenas ao produtor do texto, mas provem das concepções que sua

classe social faz da realidade.

Análise das intenções conformadoras ou emancipatórias dos

textos facilitada pelo trabalho anteriormente feito com os textos. Analisar as

visões de mundo reconhecidas através da representação do real que elas

fornecem. Representação esta que é sempre ideológica, e por isso interessada

em valores eleitos por determinada classe social, ela pode ser conformadora ou

emancipatória. Se conformadora há uma tentativa do autor, através de sua obra,

de impor ao público sua visão de mundo sem admitir a possibilidade de outras

visões divergentes. Emprega todos os meios formais disponíveis para justificar

sua postura ideológica, não permitindo ao leitor contestá-la. Se emancipadora, o

autor criará uma obra que permite várias leituras, trazendo à tona vários sentidos

que não convergem necessariamente para usa concepção pessoal do mundo.

Quando apresenta esta pluralidade de visões, obriga o público a um exercício de

crítica, para poder optar pelo sentido que melhor atende ou desestabiliza os

interesses de cada um. Este processo pode ser executado empregando técnicas

de argumentação. Os alunos devem separar para cada visão de mundo

constatada no texto justificações no plano das ideais ou das formas e compará-las

a fim de verificar quais as que querem persuadi-los sem permitir divergências e

quais proporcionam várias perspectivas possíveis. Debates, júris simulados,

reportagens interpretativas, entrevista com autores, mesas-redondas e seminários

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são meios de organizar a discussão e incentivar a tomada de posições através da

argumentação.

Interação entre os sujeitos com os textos é a etapa em que os

alunos de posse dos conhecimentos obtidos, são conduzidos a manifestarem

suas relações com os signos e suas intenções. É quando se dão conta de que

são sujeitos que fizeram uma leitura criadora, pois captaram as intenções do

produtor do texto e se posicionaram diante delas de acordo com suas visões

pessoais. Deste modo, conscientizam-se de que os textos não são objetos

acabados e imóveis, mas podem se transformar de acordo com as necessidades

e interesses de cada época. Essa etapa dessacraliza o texto, retirando-o do

pedestal em que as elites culturais costumam entronizá-lo. Diante da análise dos

textos, o aluno é incentivado a comentar as intenções do produtor e a justificar

suas opiniões dando-se conta de que lê também e faz parte de visões de mundo

socialmente interessadas. Assim, é encorajado a discutir com o texto, deixando

de aceitá-lo passivamente. O aluno pode destacar os achados do produtor como

pode questionar fundamentos, argumentos, coerência, estrutura e valores da

obra, que se transforma em objeto a ser construído e não dado pronto. O diálogo

dos alunos com os textos faz-se através de atividades expressivas, tais como

defesa de teses, composições e dissertações, debates coletivos, tendo em vista

sempre a comparação do tratamento conferido ao tema pelos textos e pelos

estudantes.

Conclusão

Como foi dito no início desta proposta, é preciso fazer o professor de

Língua Portuguesa e Literatura um formador de leitores. Aqui se sugeriu uma

metodologia que é um complemento de meu Plano de Trabalho do início do PDE.

O método aqui delineado forma alunos com uma visão ampliada e

pluralista da realidade, torna-se capazes de perceber e atuar dentro dos jogos

ideológicos dos aparelhos de manutenção das estruturas de poder.

Deve-se insistir na percepção dialética das relações humanas para

acabar com a ameaça de posicionamentos maniqueístas e redutores.

A falta de uma metodologia para trabalhar a formação de alunos

leitores fez o trabalho educativo desaguar num ensino caótico e ineficiente, mas

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apenas definir um método e empregá-lo não garantirá o sucesso do ensino da

literatura na escola brasileira.

O professor deve partir de três princípios básicos na sua atuação

perante os alunos para garantir que o método torne-se eficiente. Primeiro,

conhecer a classe em que atua e pretende aplicar o método no que se refere às

expectativas, interesses, necessidades e aptidões. Segundo, deve dominar

suficientemente os fundamentos do método que escolheu como mais adequado.

Por fim, é necessário ter bem nítido o fim último da educação que o move.

Apenas deste modo o formará leitores capazes de transformarem a sociedade.

AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas

metodológicas/ Vera Teixeira Aguiar/e/ Maria da Glória Bordini. 2 ed. Porto

Alegre, Mercado Aberto, 1993.

8.14 PLANO DE AÇÃO

8.14.1 INTRODUÇÃO

O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, a avaliação

diagnóstica e o Conselho de Classe testemunharam a necessidade de um

atendimento pedagógico individualizado para os alunos que apresentaram

dificuldades significativas na aprendizagem.

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O funcionamento do apoio pedagógico se justifica pela necessidade

de acompanhamento diferenciado para tais alunos, acreditando que o principal

objetivo da escola é garantir o direito a aprendizagem dos conhecimentos

científicos, culturais e éticos a todas as crianças. Diante desta constatação e

convicção, estabelecemos os seguintes objetivos como componente do Plano de

ação:

Construir uma escola pública de qualidade;

Intensificar a gestão democrática com a democratização das

relações de poder no interior da Escola;

Implementar as ações do Projeto Político Pedagógico;

Propiciar condições e desenvolver no aluno habilidades

fundamentais para o seu desenvolvimento no processo ensino aprendizagem;

Garantir o direito de aprendizagem dos conhecimentos

científicos, culturais e éticos a todas as crianças;

Contribuir para fazer da escola lugar justo e igualitário para

todos os alunos;

Despertar e desenvolver nos alunos criatividade, criticidade,

espírito de participação, desenvolvimento, auto-estima, respeito por si e aos

outros, confiança, esperança e outros valores.

8.14.2 JUSTIFICATIVA

O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, a avaliação

diagnóstica e o Conselho de Classe testemunharam a necessidade de um

atendimento pedagógico individualizado para os alunos que apresentaram

dificuldades significativas na aprendizagem.

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O funcionamento do apoio pedagógico do professor em sala, da

Sala de Apoio à Aprendizagem e das Atividades Complementares em

Contraturno, se justifica pela necessidade de acompanhamento diferenciado para

tais alunos, acreditando que o principal objetivo da escola é garantir o direito a

aprendizagem dos conhecimentos científicos, culturais e éticos a todos.

8.14.3 OBJETIVOS GERAIS

Propiciar condições e desenvolver no aluno habilidades

fundamentais para o seu desenvolvimento no processo ensino aprendizagem;

Garantir o direito de aprendizagem dos conhecimentos científicos,

culturais e éticos a todos os alunos;

Contribuir para fazer da escola lugar justo e igualitário para todos os

alunos.

8.14.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Expressar-se adequadamente na oralidade e por escrito;

Despertar e desenvolver nos alunos criatividade, criticidade, espírito

de participação, desenvolvimento, auto-estima, respeito por si e aos outros,

confiança, esperança e outros valores;

Produzir textos significativos;

Operar em situações problemas, envolvendo as quatro operações;

Desenvolver e organizar o pensamento lógico.

8.14.5 ESTRATÉGIAS

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Sondagem das dificuldades do aluno, no mínimo três vezes por ano,

sendo registrado em ficha individual do aluno;

Estabelecimento de um plano de recuperação em sala de aula,

individualizado e em contraturno na Sala de Apoio à Aprendizagem e das

Atividades Complementares ;

Recuperação em Sala, feita pelo professor regente diariamente;

Em contraturno

8.14.6 COORDENAÇÃO

Pedagoga

8.14.7 AVALIAÇÃO

Aplicação de atividades específicas para esta

finalidade;

Observação do rendimento do aluno.

8.14.8 REPLANEJAMENTO

Será realizado de acordo com a necessidade da escola e

todo início letivo.

8.14.9 ESPECIFICIDADES LOCAIS

Desenvolver projetos articulados com outros segmentos públicos

(escolas, secretaria municipal, secretarias de governo) e comunidade;

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Incentivar e incrementar o Projeto Gincanas Temáticas e

Comemorativa existente na escola,

Promover gincanas culturais e esportivas entre alunos, pais,

professores, funcionários e comunidade escolar, visando o bem estar e a

coletividade do grupo;

Realizar e divulgar feiras e exposições dos projetos e trabalhos

executados pela comunidade escolar;

Promover jogos esportivos e excursões de alunos, professores e

funcionários do estabelecimento, desenvolvendo o intercâmbio de experiências,

conhecimento e laços de amizade.

8.1.10 DA RESPONSABILIDADE

Serão responsáveis pela aplicação do plano de ação todos os

envolvidos no processo, visto que na gestão democrática todos fazem parte de

um só contexto e para que o sucesso ocorra todos tem que participar (papel de

cada segmento; relação pedagógico-administrativo; papel das instâncias

colegiadas).

Para atingir os objetivos e finalidades propostos para o Ensino

Fundamental o estabelecimento apresenta a seguinte estrutura organizacional.

8.15 INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVO-PEDAGÓGICAS

8.15.1 Direção: A Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de

garantir o alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino

definidos no Projeto Pedagógico. As competências do Diretor e Diretor Auxiliar

estão definidas no Regimento Escolar do Estabelecimento. O processo de eleição

para direção é de acordo com as instruções da SEED.

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8.15.2 Pedagógico: A Equipe Pedagógica é composta pela supervisão escolar,

orientação educacional, Conselho de Classe, corpo docente e responsável pela

Biblioteca Escolar com suas atribuições determinadas no Regimento Escolar do

Estabelecimento.

8.15.3 Equipe Administrativa: Secretaria e Serviços Gerais: A Equipe

administrativa é o setor que serve de suporte ao funcionamento de todos os

setores do estabelecimento de ensino, proporcionando condições para que os

mesmos cumpram suas reais funções. As atribuições e competências da

Secretaria e Serviços Gerais estão descritas no Regimento Escolar.

8.16 INSTÂNCIAS COLEGIADAS

8.16.1 Conselho Escolar: o Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza

consultiva, deliberativa e fiscal, com objetivo de estabelecer, o Projeto

Pedagógico da Escola, critérios relativos à sua ação, organização, funcionamento

e relacionamento com a comunidade, nos limites da legislação em vigor e

compatíveis com as diretrizes e política educacional traçadas pela Secretaria de

Estado da Educação. O Conselho Escolar, tem ainda por finalidade, promover a

articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os setores da

escola, a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu funcionamento.

8.16.2 Conselho de Classe: O Conselho de Classe é um órgão colegiado de

natureza consultivo e deliberativo em assuntos didático-pedagógicos, com

atuação restrita a cada classe do ensino aprendizagem, na relação do professor /

aluno e nos procedimentos adequados a cada caso.

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8.16.3 APMF: Associação de Pais, Mestres e Funcionários é o órgão destinado a

promover o intercâmbio entre a família do aluno, os professores, a Direção do

Estabelecimento e propor medidas que visem ao aprimoramento do ensino

ministrado e assistência de modo geral, ao corpo discente. A organização e

funcionamento da APMF estão definidos em estatuto próprios. Número e data

registro do Estatuto da APMF: Cartório Nilson F. Lopes Vilar: 362 livro A, nº 11, fls

288/289.

8.16.4 Grêmio Estudantil: Grêmio Estudantil é o órgão escolar que congrega

todos os alunos do estabelecimento com finalidade social, desportiva, cultural,

cívica e espiritual. Da mesma forma a APMF, o Grêmio Estudantil está organizada

conforme estatuto próprio.

8.16.5 Representante de Turma: pg 12 do Estatuto do Grêmio Estudantil

9. REFERÊNCIAS

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uma reflexão –

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CONTINI, Maria de Lourdes Jeffery. KOLLER, Sílvia Helena. BARROS, Monalisa

Nascimento dos Santos. - Adolescência e Psicologia – Concepções, práticas e

reflexões críticas. Brasília, 2002.

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ANEXOS

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ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE

ENSINO FUNDAMENTAL

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

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Cornélio Procópio

2012

Anexo 1 - PROPOSTA PEDAGÓGICA

1 IDENTIDADE E MISSÃO DA ESCOLA

Uma escola que assuma a responsabilidade de atuar na transformação e

na busca do desenvolvimento social exige uma redefinição dos processos de

ensino que devem estar voltados para a aprendizagem dos conteúdos

disciplinares com estratégias de ensino e projetos de intervenções pedagógicas

que partam da realidade do aluno e com ele estejam identificadas.

Dentro da definição da especificidade da educação escolar está a de

disponibilizar aos professores e alunos contato com a cultura formal e com o

conhecimento científico – essencial o trabalho com o conhecimento escolar,

disponibilizando esse conhecimento sistematizado. Desta forma, a diretriz básica

da escola será a ampliação de vários conhecimentos, abrindo espaço para várias

reflexões das diferentes demandas das camadas escolares dando curso ao

contínuo processo de ensino público.

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“O fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que

possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo é

importante direcionar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da língua

vernácula, o mundo dos cálculos, os instrumentos de explicação científica estejam

disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele currículo básico da

escola elementar (Português, Aritmética, História, Geografia e Ciências) é uma

coisa que temos que recuperar e colocar como centro das nossas escolas de

modo a garantir, que todas as crianças, assimilem esses elementos, pois sem

isso elas não se converterão em cidadãos com as possibilidades de participar dos

destinos do país e interferir nas decisões e expressar seus interesses, seis pontos

de vista” (Saviani, 1986, p. 82).

2 QUALIDADE ALMEJADA

A cultura da reprovação deve ser combatida e outras soluções

devem ser procuradas. Nesta direção a escola pretende promover projetos

diferenciados no sentido de construir uma identidade própria.

A escola é carente de recursos financeiros, humanos e tecnológicos.

A situação de carência é compensada pela criatividade, iniciativa de professores e

alunos e caridade da comunidade. Mesmo assim a escola dispõe de um mínimo

de materiais, recursos humanos, materiais pedagógicos. Infelizmente falta à

escola recursos financeiros e humanos para atender plenamente às necessidades

que se apresentam cotidianamente. A construção comunitária do Projeto

Pedagógico é um primeiro passo para a melhoria do ensino em uma escola. A

escola deve estar aberta, sempre a novas experiências, teorias, concepções e

soluções.

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Os espaços educativos internos e externos da escola devem

prioritariamente estar a serviço do ensino e da aprendizagem. Na escola haverá

diretrizes para a avaliação do pessoal docente e não docente, do currículo, dos

projetos não curriculares e do próprio Projeto Pedagógico da escola. O fórum

privilegiado para uma avaliação madura da escola é o Conselho Escolar.

Prioritariamente deverá acontecer o planejamento participativo,

grupos de estudo, assessoria pedagógica ao corpo docente e condições de

trabalho para professores.

3.3 LINHAS GERAIS DE CADA COMPONENTE CURRICULAR

3.1 CIÊNCIAS

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências deve ser vista como uma disciplina que possibilita espaços efetivos de discussão e reflexão a respeito de uma identidade científica, ética, cultural, instrumentalizando o aluno para compreender e intervir no mundo de uma forma consciente.

O ensino de Ciências sempre teve como objeto principal a preparação científica dos jovens, de modo a permitir-lhes o prosseguimento dos estudos nas universidades e a formação de novos cientistas. Estas reformas afirmavam a necessidade da educação científica dos cidadãos em série, padronizando o ensino de Ciências. Ao longo do tempo, outras reformas foram propostas inserindo novos métodos e modelos para o ensino da disciplina. No entanto, as mudanças não evidenciaram uma reforma curricular eficiente que tenha proporcionado marcos firmes e objetivos a serem implementados pelo professor na prática pedagógica, que considerasse o próprio processo de produção do conhecimento científico e as novas demandas curriculares constantemente apresentadas.

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O ensino de Ciências tem o desafio de oportunizar a todos os alunos, por meio dos conteúdos, noções e conceitos, uma leitura crítica de fatos e fenômenos relacionados à vida, a diversidade cultural, social e da produção científica. Nesta perspectiva, a disciplina de Ciências favorecerá a compreensão das inter-relações e transformações manifestadas no meio (local, regional, global), bem como reflexões e a busca de soluções a respeito das tensões contemporâneas, como por exemplo: preservação do meio ambiente/ necessidades oriundas da produção industrial, ética/ produção científica, tendo como princípios gerais:

• instigar a curiosidade, a criatividade e a observação dos educandos;

• considerar o desenvolvimento cognitivo e a diversidade cultural dos educandos;

• respeitar os conhecimentos prévios dos alunos, como ponto de partida para o desenvolvimento do saber;

• contribuir com a formação de cidadãos críticos, capazes de posicionar-se frente às situações do seu tempo;

• desenvolver a responsabilidade, a solidariedade, a autonomia e o respeito ao bem comum;

• possibilitar situações de aprendizagem nas quais os conteúdos sejam abordados numa perspectiva de totalidade;

• incentivar numa postura crítica e participativa face às novas tecnologias.

Dessa forma, estará priorizando os princípios específicos como a inter-relação, a intencionalidade, a aplicabilidade e a provisoriedade, ou seja, o ensino de Ciências constitui-se em um meio para o aluno compreender as relações e inter-relações que se estabelecem na sociedade entre espécie-humana e espécie humana-natureza, bem como suas respectivas implicações, relacionando o todo e não apenas partes, discutindo e refletindo sobre os aspectos econômicos, sociais, culturais, ambientais, éticos e políticos, apontando as relações de poder existentes na produção científica, encontrando os elementos reflexivos que se constituem em subsídios para que os alunos possam fazer suas escolhas, tomar suas decisões, sabendo argumentar para posicionar-se frente às produções científicas de seu tempo e de seu contexto social. Com isso, os alunos poderão utilizar os conhecimentos do cotidiano, adequando-os às suas necessidades e interesses, não ficando vulnerável ao poder da mídia e da política, para compreender a relação ciências, tecnologia e sociedade e, assim interagir de maneira saudável no meio em que vivem, exercendo sua cidadania. Isto também propicia ao aluno e à aluna refletir e propor idéias (hipóteses), soluções que possibilitem explicações temporárias para determinado fenômeno, sem desconsiderar a historicidade da ciência. Essas explicações temporárias apontam aos educandos a provisoriedade da ciência, e resgatam o caráter problematizador, a possibilidade da dúvida e da continuidade. A disciplina de ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico, que resulta da investigação da Natureza, formando um conjunto de elementos integradores, que constitui o universo em toda sua complexidade. Cabe ao ser humano interpretar as relações entre os elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida.

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As relações entre os seres vivos humanos com os demais seres vivos e com a Natureza, ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Entretanto, a interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências técnicas,conhecimentos e valores, produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente.

A história e a filosofia da ciência, mostram que a sistematização do conhecimento científico, evoluiu pela observação de regularidade percebidas na Natureza, o que permitiu sua apropriação por meio de compreensão dos fenômenos sociais, econômicos, culturais, éticos e políticos que nelas ocorrem.

OBJETIVOS GERAIS

• Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive em relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente.

• Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana e histórica associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural.

• Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas.

• Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes.

• Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática, conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidas na aprendizagem escolar.

• Saber utilizar conceitos científicos básicos,associados com energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida.

• Combinar leituras, observações, experimentações e registros para a coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão de fatos e informações.

• Valorizar o trabalho em grupo e ser capaz de agir crítica e cooperativamente para a construção coletiva do conhecimento.

CONTEÚDOS

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, é importante a compreensão de que os conteúdos estruturantes serão trabalhados a partir da sua articulação com os conteúdos básicos, que serão desdobrados em conteúdos específicos e necessariamente constarão no Plano de Trabalho Docente .

É importante que os conteúdos específicos a serem previstos no

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Plano de Trabalho do professor, sejam vistos a partir da mediação realizada pelo professor de Ciências, podendo utilizar-se de estratégias que procurem estabelecer relações interdisciplinares e contextuais, buscando conceitos de outras disciplinas, assim como, questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas.

Os conteúdos disciplinares, de maneira geral, devem ser tratados de forma contextualizada, e sobretudo, contribuir para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes na sociedade atual. ENSINO FUNDAMENTAL: 6º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOSASTRONOMIA

MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS

ENERGIA

BIODIVERSIDADE

UniversoSistema solarMovimentos terrestresMovimentos celestesAstros

Constituição da matéria

Níveis de organização celular

Formas de energiaConversão de energiaTransmissão de energia

Organização dos seres vivosEcossistemaEvolução dos seres vivos

ENSINO FUNDAMENTAL: 7º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS

ENERGIA

BIODIVERSIDADE

AstrosMovimentos terrestresMovimentos celestes

Constituição da matéria

CélulaMorfologia e fisiologia dos seres vivos

Formas de energiaTransmissão de energia

Origem da vida

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Organização dos seres vivosSistemática

ENSINO FUNDAMENTAL: 8º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS

ENERGIA

BIODIVERSIDADE

Origem e evolução do universo

Constituição da matéria

CélulaMorfologia e fisiologia dos seres vivos

Formas de energia

Evolução dos seres vivos

ENSINO FUNDAMENTAL: 9º ANOCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

MATÉRIA

SISTEMAS BIOLÓGICOS

ENERGIA

BIODIVERSIDADE

AstrosGravitação universal

Propriedades da matéria

Morfologia e fisiologia doss seres vivosMecanismos de herança genética

Formas de energiaConservação de energia

Interações ecológicas

METODOLOGIA

O ensino de Ciências está intimamente ligado a um ensino que promova a alfabetização científica, como um conjunto de conhecimentos que facilitem aos educandos uma leitura crítica do mundo em que vivem, como também o entendimento da necessidade das transformações que ocorrem no âmbito da ciência e suas implicações.

As atividades propostas deverão possibilitar uma participação do aluno como sujeito ativo que colabora progressivamente na construção do seu conhecimento. É importante que estes, por meio das atividades práticas,

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compreendam e reflitam as noções e conceitos pertinentes aos fenômenos em estudo, bem como sobre os processos de extração e industrialização da matéria-prima, os impactos ambientais decorrentes destes processos, os materiais utilizados, os procedimentos destas atividades e o destino dos resíduos.

A experimentação formal em laboratórios didáticos, por si só, não resulta na apropriação dos conteúdos/conceitos pelos alunos, sendo assim, ressalta-se que as atividades práticas acontecem em diversos ambientes, na escola ou fora dela, ou seja, o laboratório não é o único cenário para o desenvolvimento dessas ações. As atividades experimentais podem ser realizadas na sala de aula, por demonstração, em visitas, saídas de campo e por outras modalidades, com o objetivo de permitir a apropriação de noções e conceitos de suscitar a reflexão sobre o objeto estudado, o fenômeno envolvido e, ainda, sobre a conjuntura em que este se insere.

As aulas práticas não esgotam as possibilidades de tratamento dos conteúdos, na medida em que configuram uma das várias estratégias metodológicas com caráter de ilustração, concretização e reflexão dos conteúdos da disciplina de ciências. Qualquer que seja a atividade a ser desenvolvida, deve-se ter clara a necessidade de períodos pré e pós-atividade (vinculando teoria e prática), visando a construção das noções e conceitos. Essa perspectiva evita a utilização de roteiros e procedimentos que induzem a respostas ou comprovação de uma lei, teoria ou fenômeno.

As atividades práticas têm o seu conceito ampliado quando entendidas com qualquer atividade pedagógica que os alunos se envolvem diretamente, como por exemplo, na utilização do computador, leitura, análise e interpretação de dados, gráficos, imagens, gravuras, tabelas e esquemas; resolução de problemas; elaboração de modelos; estudos de caso, abordando problemas reais da sociedade; pesquisas bibliográficas, entrevistas, dentre outras.

Desse modo por meio de atividades práticas e das aulas práticas os alunos passam a compreender a inter-relação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos envolvidos na explicitação de fenômenos naturais, bem como os processos de extração e industrialização de matéria-prima, os impactos ambientais decorrentes desses processos, os materiais utilizados, os procedimentos dessas atividades e o destino dos resíduos, caracterizando uma abordagem ampla e articulada dos fenômenos estudados.

Cada um dos materiais alternativos, reagentes químicos e equipamentos utilizados precisa ser reconhecido pelos sujeitos envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem considerando desde a sua origem, composição química, funcionalidade, até sua relevância, não só no momento da aula prática para o estudo do fenômeno em questão, mas também na vida cotidiana, sem deixar de considerar sempre, os princípios da disciplina de Ciências e os aspectos econômicos, políticos, sociais, ambientais, éticos entre outros.

Além do encaminhamento metodológico já apresentado e visando que a disciplina não pode ficar restrita a um único método também será utilizado: a observação, o trabalho de campo, os jogos de simulação e desempenho de papéis, visitas às indústrias, fazendas e museus; desenvolvimento de projetos individuais e em grupos, redação de cartas para autoridades, palestrantes convidados, fóruns, debates, seminários, conversação dirigida. Outras atividades

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que estimulam os educandos ao trabalho coletivo são as que envolvem música, desenho, poesia, jogos didáticos, dramatizações, histórias em quadrinhos, painéis, murais, exposições, feira, mostra pedagógica, entre outras.

Para o desenvolvimento das atividades, poderá ser utilizado os mais variados recursos pedagógicos Tvpendrive, pendrive, DVD´s, CD´s, CD-ROM´s educativos e softwares livres, transparências e outros.

Com esse encaminhamento metodológico, os conteúdos específicos a serem tratados e as relações estabelecidas a partir destes, não serão simplificados ou tratados de forma reducionista. Nesse sentido, o tratamento dos conteúdos específicos irá considerar as relações entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos, a prática social, o mundo natural (ciência), o mundo construído pelo ser humano (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade).

É importante o registro que os alunos fazem no decorrer das atividades desenvolvidas nas aulas pois através destes, o professor poderá analisar a própria prática e realizar uma intervenção pedagógica coerente no processo educativo. Além disso, pode-se divulgar a produção dos alunos com intuito de promover a socialização dos saberes, a interação entre os estudantes.

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais, (2008, p.68) no âmbito de relações contextuais, ao elaborar o plano de trabalho docente, o professor de Ciências deve prever a abordagem da cultura e história afro-brasileira (Lei 10.639/03), história e cultura dos povos indígenas (Lei 11.645/08) e educação ambiental (Lei 9795/99).

AVALIAÇÃO

É a avaliação que permite aos sujeitos da ação escolar interpretar a realidade do processo, redefinir metas e repensar os objetivos. Isto se dá através de confrontos de textos, trabalhos em grupos, produção de textos a partir de determinados conceitos, avaliações escritas, murais, cartazes, experimentações, relatórios, etc.

A avaliação deverá verificar a aprendizagem a partir daquilo que é básico e essencial, sendo fundamental entender que o processo ensino-aprendizagem é contínuo, devendo acontecer então de formas variadas.

A avaliação é a atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos escolares, que deverá ser diagnóstica, contínua, cumulativa e formativa em relação ao desempenho do aluno nos aspectos qualitativos.

A ação avaliativa pode proporcionar momentos de interação e construção de significados nos quais o aluno aprende. Esta ação se torna significativa, por isso, o professor precisa refletir e planejar os procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente.

A investigação da aprendizagem significativa pode ser por meio de problematizações envolvendo relações conceituais, inter disciplinares ou contextuais, como jogos educativos, recursos instrucionais propostos diante das problematizações.

O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo compreendidos pelo aluno. Corrigir os “erros” conceituais para a

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necessária retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando - se estratégias e recursos para que ocorra a aprendizagem dos conceitos, bem como os processos evolutivos que, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais, (2008, p. 127), envolvem:

-Origem e evolução do universo;-Constituição e propriedades da matéria;-Sistema biológico de funcionamento dos seres vivos;-Conservação e transformação de energia;-Diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente

em que vivem, bem como os processos evolutivos envolvidosAvaliar no ensino de Ciências, implica intervir no processo ensino-

aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para a sua vida.

A avaliação, entendida na perspectiva de investigar para intervir, estará atrelada à recuperação de estudos, que será realizada paralelamente ao processo de ensino e aprendizagem.

RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos, ela dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem. Será organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados. Serão realizadas atividades como lista de exercícios, pesquisas, leitura e discussão de livros sobre os conteúdos abordados. Após a recuperação do conteúdo, poderá ser ofertada uma avaliação substitutiva, prevalecendo a maior nota.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AUSUBEL, D.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. Rio de

Janeiro: Interamericana, 1980.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA CIÊNCIAS. Secretaria

de Estado da Educação do Paraná, 2008.

FREIRE-MAIA, N. A A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 2000

HOFFMANN, J. M. L. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva

construtivista. Educação e Realidade, Porto Alegre, 1991.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: UnB, 1999.

RUSS, J. Dicionário de filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.

VIDEIRA.A. A. P. Breves considerações sobre a natureza do método

científico. In:

SILVA, C. C. (Org.). Estudo de história e filosofia das Ciências. São Paulo:

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Editora Livraria

da Física, 2006. P. 23-40.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,

1991a. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991b.

DELIBERAÇÃO n. 007/99 – CEE-Pr – Recuperação de Estudos.

CARVALHO, A, M, P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de Ciências:

tendências e inovações, São Paulo: Cortez, 2001.

CHUAÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2005. da 5ª a 8 serie. – 1 ed.

São Paulo: Saraiva, 2006.

Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, São Paulo, V.1, n.o,

Ago. 2005.

3.2 ARTE

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A primeira forma registrada de arte na educação ocorreu no período

colonial, quando a Companhia de Jesus veio ao Brasil e desenvolveu uma

educação de tradição religiosa.

Por volta do século XVIII, buscou-se superar o modelo teocêntrico

medieval, voltando para o projeto iluminista, onde a explicação de tudo estava na

razão e na ciência.

No início do século XIX, os colégios-seminário incluíram em seus

currículos estudos do desenho associado à matemática e da harmonia na música.

Somente em 1808 chegou um grupo de artistas franceses para

fundar a Academia de Belas-Artes, onde os alunos poderiam aprender as artes e

ofícios artísticos esse grupo chamou-se Missão Francesa.

No Paraná foi fundado em 1876 a Escola Normal e a “Escola

Profissional Feminina” em 1886, oferecendo desenho, pintura, cursos de corte e

costura, arranjos de flores e bordados.

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Nesse contexto ocorreu a primeira reforma educacional do Brasil

República, entre conflitos de idéias positivistas e liberais, o primeiro, inspirado em

Augusto Comte, valorizava em Arte o ensino do desenho geométrico como forma

de desenvolver a mente para o pensamento cientifico e os liberais inspirados

Spencer e Walter Smith, que baseavam no desenvolvimento econômico e

industrial, esta proposta educacional secundarizava e deslocava do currículo o

ensino da Arte.

A Semana de Arte Moderna foi um marco para a arte brasileira e os

movimentos nacionalistas, que influenciou artistas que valorizavam a expressão

singular e rompiam com os modos de representação realista, Anita Malfatti e

Mário de Andrade direcionaram seus trabalhos para a pesquisa e produção de

obras a partir de raízes nacionais.

Com a Escola Nova procurou-se valorizar a cultura nacional e no

ensino em que a liberdade de expressão do aluno era priorizada.

O ensino de Arte e os cursos oficiais públicos se estruturaram por

meio de movimentos sociais e artísticos. Em todos os períodos históricos a arte

foi ensinada.

No Paraná houve reflexos dos processos pelos quais passou o

ensino de Arte até tornar-se disciplina obrigatória a partir do final do século XIX,

período que foi acentuado com o movimento imigratório, pois os artistas

imigrantes trouxeram novas idéias e culturas diferentes, como a arte como

expressão individual.

Tendo como referência as Diretrizes Curriculares e visando pensar o

aluno como um sujeito histórico-social a disciplina de Arte para o ensino

fundamental tem como elementos basilares, a arte, a cultura e a linguagem.

Na educação, o ensino da Arte amplia o repertório cultural do aluno

a partir dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizados, aproximando-o

do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.

Portanto, a arte não é uma produção fragmentada ou fruto de

módulos aleatórios ou apartados do contexto social, nem tampouco, mera

contemplação e sim uma área de conhecimento que interage nas diferentes

instâncias intelectuais, culturais, políticas e econômicas, pois os sujeitos são

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construções históricas que influenciam e são influenciadas pelo pensar, fazer e

fluir Arte.

A arte viabiliza a integração das diferentes linguagens artísticas a

manifestações culturais entendendo os educadores como sujeitos que constroem

e são construídos historicamente, possibilitando e ampliando as oportunidades

para as exigências estéticas a partir dos conteúdos, instigar a memória,

percepção e as possíveis associações com a realidade/cotidiano do educando.

Possibilita o estudo da Arte como campo de conhecimento,

construindo saberes específicos envolvendo as manifestações culturais locais,

regionais e globais. O contexto histórico social e o repertório de conhecimento do

próprio educando.

Envolvendo contexto histórico (político, econômico e sociocultural)

dos objetos artísticos e contribui para compreensão de seus conteúdos explícitos

e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse objeto.

O processo criativo relaciona-se com o fazer e conhecer.

Considerando desde o imaginário à elaboração e à formalização do objeto

artístico até o contato com o público. Durante esse processo as formas

resultantes das sínteses emocionais e cognitivas expressam saberes específicos

a partir das experiências com materiais, com técnicas e com os elementos formais

básicos constitutivos das Artes Visuais, da Dança, da Música e do Teatro.

A disciplina de Arte contempla as linguagens das Artes Visuais, da

Dança, da Música e do Teatro, cujos conteúdos estruturantes estão articulados

entre si, compreendem aspectos significativos do objeto de estudo e possibilitam

a organização dos conteúdos específicos. Estes conteúdos apresentam uma

unidade interdependente e permitem uma correspondência entre as linguagens.

De cada um dos conteúdos estruturantes pode-se destacar aspectos

de abordagem, conforme a linguagem trabalhada. E estes são:

- Elementos básicos das linguagens artísticas – estão presentes em

todas as linguagens artísticas, desdobram-se em conteúdos específicos.

Os elementos básicos formam a matéria-prima para construir o

conhecimento artístico. O ritmo, a harmonia, a simetria, a tonalidade e intensidade

são alguns exemplos que podem ser observados em pintura, música, encenações

teatrais e em composições coreográficas.

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- Produções e manifestações artísticas – também está presente em

todas as linguagens artísticas e configura-se na organização e articulação dos

seus elementos básicos na forma de composição, improvisação ou interpretação,

ou seja, nas produções/manifestações percebidas pelos sentidos humanos.

As pinturas, as instalações, as esculturas, as danças de tradições,

as danças clássicas ou modernas, a tragédia, a comédia, as canções populares,

as sinfonias e as demais formas de expressões artísticas são compostas pela

organização, intencional ou não, dos elementos básicos, tanto por artistas visuais

quanto por coreógrafos, dramaturgos, compositores e pela tradição histórica.

- Elementos contextualizadores – ampliam e aprofundam a

apreensão de um objeto de estudo em Arte. Abrangem aspectos históricos,

sociais, políticos, econômicos e culturais; autores e artistas; gêneros, estilos,

técnicas, as várias correntes artísticas e as relações identitárias – locais,

regionais, globais – tanto do autor como do aluno em relação à obra. A analise de

cada um desses elementos é importante porque aprimora o senso crítico no

aluno.

Os elementos contextualizadores permeiam a prática pedagógica do

professor em todas as linguagens artísticas, ao mesmo tempo em que constrói

uma relação entre elas e permite uma melhor apreensão dos conteúdos

específicos. Os objetivos gerais da disciplina são:

-ampliar sua visão de mundo e compreender as construções

simbólicas de outros sujeitos pertencentes às mais diversas realidades culturais;

-permitir a leitura e interpretação das produções/manifestações, a

elaboração de trabalhos artísticos e o estabelecimento de relações entre esses

conhecimentos e o seu dia a dia;

-aprimorar seu senso crítico através do aprofundamento e

apreensão de um objeto de estudo na realidade em que foi criado, a qual é

composta por fatores sociais, econômicos, políticos e culturais;

-compreender os processos de criação e execução das linguagens

artísticas.

A Arte tem com objeto de estudo o Conhecimento Estético, o

Conhecimento Artístico e o Conhecimento Contextualizado.

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CONTEÚDOS

Conteúdos Estruturantes:

Elementos Formais; Composição; Movimentos e Períodos

Conteúdos Básicos e Específicos:

6º ANO

Área Música:

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas: diatônica, pentatônica cromática maior, menor...Improvisação

Gêneros: erudito, popular

Greco-Romana

Oriental

Ocidental

Idade Média

Música Popular (folclore)

Área Artes Visuais:

Ponto

Linha

Textura

Forma

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

99

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Figurativa

Abstrata

Geométrica

Técnicas: Pintura, desenho, baixo e alto, relevo, escultura, arquitetura

Gêneros: paisagem, retrato, cenas da mitologia

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Oriental

Idade Média

Arte Pré-Histórica

Renascimento

Barroco

Área Teatro:

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação,

máscara

Gênero: Tragédia, Comédia, enredo, roteiro

Espaço Cênico, circo

Adereços

Greco-Romana

Teatro Oriental

Africano

Teatro Medieval

Renascimento

Teatro Popular

Área Dança:

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Eixo

Deslocamento

100

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Ponto de Apoio

Formação Técnica: Improvisação

Gênero: Circular

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Idade Média

Arte Popular (folclore)

7º ANO

Área Música:

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Escalas: diatônica, pentatônica cromática maior, menor,,

Improvisação

Música popular e étnica (ocidental e oriental)

Brasileira

Paranaense

Africana

Renascimento

Neoclássica

Caipira/Sertanejo

Raiz

Área Artes Visuais:

Ponto

Linha

Textura

Forma

101

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Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa

Abstrata

Geométrica

Técnicas: Pintura, desenho, escultura, modelagem, gravura, mista, pontilhismo

Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta

Arte indígena

Arte Popular Brasileira e Paranaense

Abstracionismo

Expressionismo

Impressionismo

Área Teatro:

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

Representação

Leitura dramática

Cenografia

Gêneros: Rua, Comédia, Arena

Caracterização

Técnicas: jogos dramáticos e teatrais, Mímica, improvisação, forma animadas

Comédia dell’ arte

Teatro Popular Brasileiro e Paranaense

Área Dança:

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Gênero: Folclórica, popular, étnica

102

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Ponto de Apoio

Formação

Rotação

Coreografia

Salto e queda

Níveis (alto, médio e baixo)

Dança Popular Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Renascimento

8º ANO

Área Música:

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Tonal, modal e a fusão de ambos

Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista

Sonoplastia

Industria Cultural

Eletrônica

Minimalista

Rap, Rock, Tecno

Sertanejo pop

Vanguardas

Clássica

Área Artes Visuais:

103

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Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnicas: Pintura, desenho, fotografia audiovisual, gravura

Gêneros: Natureza morta,retrato, paisagem

Área Teatro:

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

Representação no Cinema e Mídias (Vídeo, TV e Computador)

Texto dramático

Cenografia

Maquilagem

Sonoplastia

Roteiro, enredo

Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica

Indústria Cultural

Realismo

Expressionismo

Cinema Novo

Vanguardas

104

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Classicismo

Área Dança:

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Direções Dinâmicas

Aceleração

Improvisação

Coreografia

Sonoplastia

Gênero:Industria Cultural, espetáculo

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultural

Dança Moderna

Dança Clássica

9º ANO

Área Música:

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ritmo

Melodia

Harmonia

Estrutura Técnicas: vocal, instrumental, mista

Gêneros: popular, folclórico, étnico

Música Engajada

Música Popular Brasileira

Música contemporânea

105

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Hip Hop, Rock, Punk

Romantismo

Área Artes Visuais:

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Geométrica

Figura-fundo

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnica: Pintura, desenho, performance

Gêneros: Paisagem urbana, idealizada, cenas do cotidiano

Realismo

Dadaísmo

Arte Engajada

Muralismo

Pré-colombiana

Grafite (Hip Hop)

Romantismo

Área Teatro:

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

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Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro Fórum, Teatro

Imagem, Representação Roteiro, enredo

Dramaturgia

Cenografia

Sonoplastia

Iluminação

Figurino

Gêneros

Teatro Engajado

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro Absurdo

Romantismo

Área Dança:

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Ponto de Apoio

Níveis (alto, médio e baixo)

Rotação

Deslocamento

Gênero:Salão, espetáculo, moderna

Coreografia

Arte Engajada

Vanguardas

Dança

Contemporânea

Romantismo

METODOLOGIA

É importante adotar uma postura metodológica, que propicie ao

aluno uma compreensão mais próxima da totalidade da arte. Somente abordando

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metodologicamente, de forma horizontal, os elementos formais, composição e

movimentos e períodos, relacionados entre si e demonstrando que são

interdependentes, possibilita-se ao aluno a compreensão da arte como forma de

conhecimento, como ideologia e como trabalho criador,

Inicia-se por meio da experimentação e da exploração de materiais e

técnicas vinculadas à produção artística que possibilitará ao aluno a familiarização

com as variadas linguagens artísticas.

O ensino da arte toma a dimensão de aprofundamento das

linguagens artísticas, para reconhecer os conceitos e elementos comuns

presentes nas diversas representações culturais.

Dessa maneira, o professor cria e amplia condições de

aprendizagem pela análise das linguagens artísticas, a partir da idéia de que elas

são produtos da cultura de um determinado contexto histórico, aborda os

elementos artísticos que identificam determinadas sociedades e a forma como se

deu a estilização de seus valores, pensamentos e ações. Esta materialização do

pensamento artístico de diferentes culturas coloca-se como referencial simbólico

a ser interpretado pelos alunos, por meio do conhecimento dos recursos

presentes nas linguagens artísticas.

Serão contempladas as quatro linguagens; nas Artes Visuais

explorarão formatos bidimensionais, tridimensionais e virtuais, trabalhando as

características específicas contidas na estrutura, na cor, nas superfícies, nas

formas e na disposição desses elementos no espaço.

Será explorada a possibilidade de improvisação e composição do

aluno acerca das relações entre o movimento e os conceitos a respeito do corpo

na Dança.

Na linguagem Musical prioriza-se a escrita consciente dos sons

percebidos, bem como, a identificação das suas propriedades, variações e

maneira intencionais de como esses sons são distribuídos numa estrutura

musical.

Na linguagem Teatral, exploram-se os conteúdos de possibilidades

de improvisação e composição no trabalho com as personagens, com o espaço

da cena e com o desenvolvimento de temática que provém tanto de textos

literários ou dramáticos clássicos quanto de narrativos orais e cotidianas.

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AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de Arte é diagnóstica e processual,

servindo de referência para o (re) planejamento das aulas, faz-se presente em

todos os momentos da prática pedagógica, através de trabalhos realizados pelo

aluno em sala de aula: apresentações de trabalhos artísticos, trabalhos em grupo

ou individuais, análise de textos, pesquisas, aulas expositivas, multimídia,

seminários, avaliações teóricas e práticas.

O professor levará em consideração a observação e os registros

realizados durante as aulas de como o aluno soluciona os problemas

apresentados, como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo. O

aluno elaborará seus registros de forma sistematizada e também realizará sua

auto-avaliação.

A avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de

medição da apreensão de conteúdos, busca propiciar aprendizagens

socialmente significativas ao aluno para que este possa discutir as suas

dificuldades e progressos em suas produções, permitindo posicionar-se em

relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos.

REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Arte – Ensino Médio. Curitba: SEED – PR, 2006.

COLUCCI, M., ARIANE P., VELLO, V. Artes – Pranchas de Linguagens Visuais,

São Paulo: Scipione, 2001.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares Estaduais de Artes e Artes para a Educação

Básica. Secretaria de Estado da Educação. Curitiba: SEED, 2008.

PARANÁ. LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED, 2006.

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POUGY, Eliana. Criança e Arte vol. 4. São Paulo: Ática, 2006.

PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1a ed. São Paulo: Ática,

2005.

PROENÇA, Graça. História da Arte. 4a ed. São Paulo: Ática, 1994.

VENTRELLA, Roseli e ARRUDA, Jacqueline. Link da Arte. 7a série. São Paulo:

Moderna, 2003

3.3 EDUCAÇÃO FÍSICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Em todo o mundo, o século XIX foi caracterizado por intenso debate

sobre a questão da educação popular. Difundia-se a crença no poder da escola

como fator de modernização, progresso e mudança social. Era imperativo que se

criasse uma escola que atendesse as exigências que o processo de urbanização

e industrialização exigia. Nesta perspectiva, a organização escolar, métodos de

ensino, livros e manuais didáticos, classificação de alunos, estrutura física da

escola, formação docente e a inclusão de disciplinas tais como ciências, desenho

e educação física – ginástica – serviam a nova causa: orientar um novo homem

para uma nova sociedade. O Brasil na figura de Rui Barbosa, não ficou alheio ao

debate internacional. Preconizava-se até então, um ensino menos verbalista,

repetitivo e lotado de abstrações. Em seu lugar propunham-se lições das coisas

que hoje talvez pudesse ser visto como o ensino significativo, no qual o aluno

toma parte de maneira ativa.

Em 1972, Rui Barbosa solicitou paridade das aulas de Educação

Física às demais disciplinas oferecidas pela escola elementar. Mesmo avesso às

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atividades físicas que os tempos modernos impunham, solicitou melhores

condições físicas para as aulas, a prática da ginástica segundo preceitos médicos

e recomendações de gênero, pedia também remuneração adequada aos

docentes.

Quanto à presença das aulas que tratassem de movimento humano

foram orientadas pelos padrões europeus vigentes. A pedagogia da educação

física articulava-se à alimentação, ao vestuário, ao exercício corporal e a

degenerescência física, os nossos primeiros professores foram pessoas com

patentes militares.

Quanto ao método, eram propostos exercícios do corpo livre e os

dependentes do aparelho e acessórios. Em ambos a flexibilidade, equilíbrios,

lutas, forças, saltos exercícios físicos, natação e de volteios militares seriam

praticados.

Atualmente, o currículo está organizado em conformidade com a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN 9394/96, onde passou-se a

entender o currículo como um todo. A escola., portanto, deve ser vista como um

lugar de informação, de produção e conhecimento, de socialização e de

desenvolvimento integral de todos os estudantes. Para a consecução de tal

tarefa, todos os envolvidos com o processo de ensino aprendizagem devem ter

compromisso com o desenvolvimento dos aspectos teóricos práticos além de

articulá-los aos Desafios Educacionais Contemporâneos (saúde, meio ambiente,

trabalho e consumo, orientação sexual e ética). Também devemos contemplar a

Cultura Indígena conforme a Lei 11.645/08 e conteúdos voltados à História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana, conforme o amparo legal: 10.639/03, ambas

relacionadas aos conteúdos disciplinares e, portanto, contextualizados.

O objeto de estudo da disciplina de Educação Física é a Cultura

Corporal.

Encaminhamento metodológico

As aulas serão ministradas utilizando diversos recursos , tais como:

vídeos, pesquisas acerca de um determinado tema ou assunto, textos

diversificados, bem como aulas práticas e teóricas. Serão trabalhados também,

palestras, seminários, debates, trabalhos individuais ou em grupo, jogos

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interclasse (campeonato interno). Devendo, para tanto, utilizar a TV Pendrive,

DVD's, bolas, entre outros, quando necessário.

Todos os conteúdos serão trabalhados visando adaptações no

atendimento para os alunos portadores de necessidades especiais, quando

houver.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos estarão interligados aos

conteúdos estruturantes e serão abordados e trabalhados durante o decorrer das

aulas sempre fazendo-lhes referência, bem como as Leis 11.645/08 que se refere

à Cultura Indígena, a Lei 9795/99 que se refere ao Meio Ambiente e a Lei

10639/03 que refere-se à História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, sempre

relacionando-os e respeitando a realidade onde a escola está inserida.

OBJETIVOS GERAIS

• Compreender e apreciar a Educação Física como meio importante de

desenvolvimento de habilidades motoras intelectivas e sensoriais, e com

isso integrando o aluno ao meio social;

• Aprofundar-se no conhecimento do funcionamento do organismo humano

de forma a reconhecer as atividades corporais, valorizando a corporeidade

individual do educando;

• Abordar de forma geral os aspectos socioculturais e a melhoria da

qualidade de vida;

• Compreender e apreciar a Educação Física como meio importante de

desenvolvimento de habilidades motoras, intelectivas e sensoriais;

• Desenvolver a prática pelo prazer, expressão e sentimentos, afetos e

emoções pela inclusão de todos nas atividades desportivas;

• Reconhecer e dominar a coordenação dos movimentos juntamente com

ritmos variados;

• Participar de atividades em grupos, potencializando e canalizando as

diferenças individuais;

• Ter responsabilidade na forma de sobrevivência trabalhando hábitos de

higiene para uma boa formação corporal;

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• Oportunizar a formação integral do educando na elaboração de conteúdos

específicos e condizentes com as diferentes faixas etárias, interesses e

realidade do aluno, permitindo a troca de experiências, selecionando

conteúdos, baseados na realidade local, proporcionando maior acervo

bibliográfico e atendimento especializado, palestras mensais sobre temas

bem diversificados e de interesse do aluno e formação de grupos de ação

participativa na comunidade escolar social.

CONTEÚDOS

Os conteúdos estabelecem relações com o eixo central “cultura

corporal”, favorecendo a ampliação do campo de intervenção da Educação Física,

para além das abordagens centradas na motricidade; o desenvolvimento dos

conteúdos elencados no currículo de maneira que sejam relevantes e estejam de

acordo com a capacidade cognoscitiva do aluno; as práticas corporais tendo

como princípio básico o desenvolvimento do sujeito unilateral; a superação do

caráter da Educação Física como mera atividade, de “prática pela prática”; a

integração do processo pedagógico como elementos fundamentais para o

processo de formação humana do aluno; propiciar ao aluno uma visão crítica do

mundo e da sociedade na qual está inserido; valorizar o respeito mútuo e

estabelecer critérios de respeito proposto pelo próprio grupo, levando-os a refletir

os questionamentos de preconceito, racismo, exclusão e violência em relação ao

corpo.

ESPORTE

Origem dos diferentes esporte e sua mudança na história,

articulando-o com outras possibilidades corporais através de brincadeiras

individuais e em grupos; o esporte como fenômeno de massa em conjunto com a

participação das pessoas em atividades coletivas organizadas; princípios básicos

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dos esportes, táticas e regras; o sentido da competição esportiva, visando a

integração e a socialização, trabalhando os diferentes limites; possibilidades dos

esportes como atividade corporal através de brincadeiras individuais e em grupos;

elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,

passes, fintas, utilizando meios como imagens, revistas, jornais, vídeos, que

estimulem a reflexão; práticas esportivas: esportes com e sem materiais e

equipamentos adaptando o esporte à realidade escolar, tendo o compromisso

com a solidariedade e respeito humano.

GINÁSTICA

Origem da ginástica e sua mudança no tempo, visando a percepção

do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e tensão

dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral; diferentes tipos de

ginástica, como preparação para outras modalidades, inserir a cultura local,

cultura de rua, cultura do circo: malabares e acrobacia e sua relevância com o

trabalho; como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda

de forma recreativa, competitiva e de convívio social; a mídia, modismo e

consumismo.

JOGOS E BRINCADEIRAS

A construção coletiva de jogos e brincadeiras, resgatando

brinquedos e brincadeiras tradicionais (amarelinha, pular corda, elástico, bambolê,

cabo-de-guerra), brincadeiras regionais, jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de

rua e as brincadeiras infantis de modo geral; oficina de construção de brinquedos

(bolas de meia, peteca, perna de pau, bets), brinquedos cantados, rodas e

cirandas; diferentes manifestações e tipos de jogos (jogos pré-desportivos:

queimada, pique-bandeira); comportamento e uso ou não de materiais; diferença

entre jogo e esporte.

DANÇA

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Evolução da dança, danças tradicionais e folclóricas, a pesquisa

sobre danças e brincadeiras cantadas de regiões distantes, com características

diferentes das danças e brincadeiras locais; valorizar a cultura local, com o

desenvolvimento de brincadeiras representativas; desenvolvimento de formas

corporais rítmico-expressivas; mímica, imitação e representação; expressão

corporal com e sem materiais; diferentes formas-estéticas, sensuais e corporais

que permitam a inserção gradativamente na dança.

LUTAS

Trabalhar e explorar as potencialidades dos alunos a partir das mais

variadas formas de conhecimento da cultura humana, historicamente produzida e

repleta de simbologias. As chamadas artes marciais possuem características

bastante distintas das lutas ocidentais.

O processo de escolarização desta atividade pode ser um caminho

para o esclarecimento dos propósitos aos quais servem as lutas, inclusive

apontando as transformações pelas quais passaram ao longo dos anos,

distanciando-se, em grande parte, da sua finalidade inicial ligadas às técnicas de

ataque e defesa, com o intuito de auto-proteção e em combates militares.

Podem ser citados como exemplos de lutas desde as brincadeiras

de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais complexas da capoeira,

do judô e do karatê.

METODOLOGIA

Textos, vídeos, aulas práticas, aulas teóricas, debates, pesquisas,

exercícios em grupo e individual, incluir métodos que atenda alunos com

necessidades especiais, jogos pré-esportivos, jogos propriamente ditos, projeto

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composição corporal, projeto fut-vôlei, jogos interclasses (campeonato), jogos

colegiais do Paraná, palestras, seminários.

AVALIAÇÃO

O papel que o professor assume diante do processo da avaliação

requer uma reflexão que elucide como o docente necessita entender este

componente de ensino e de aprendizagem: a) a avaliação é aprendizagem;

enquanto se avalia se aprende e enquanto se aprende se avalia; b) avaliação é

aprendizagem para alunos e professores o que requer postura avaliativa diferente

da tradicional, em que o professor e a escola tudo decidem, sem a participação

dos alunos e pais; c) a avaliação é responsabilidade coletiva. Mudar a cultura

avaliativa é um processo longo; d) a avaliação é um processo; e) a auto-avaliação

é um componente importante do processo; f) a avaliação informal está sempre

presente, exerce papel importante, mas os estudos sobre ela ainda são

incipientes; g) a avaliação é um processo que precisa ser planejado.

A avaliação deverá ser feita de forma clara, consciente e contínua, a

fim de priorizar a qualidade e o processo de ensino e aprendizagem, identificando

dessa forma os progressos do aluno de acordo com o planejamento anual,

executado durante o ano letivo, levando-se em consideração o que preconiza a

LDB 9394/96, pela chamada avaliação formativa em comparação à avaliação

tradicional, qual seja, somativa ou classificatória, com vistas à diminuição das

desigualdades sociais e com a luta por uma sociedade mais justa e mais humana.

Os princípios da avaliação formativa apontam para a autonomia dos

sujeitos envolvidos no processo. Desse modo, a avaliação formativa não é

término, mas início para mudar o espaço pedagógico e fazer com que conteúdos

importantes sejam cada vez mais bem compreendidos pela maioria dos alunos.

Quando isso de fato acontece, ela assume sua verdadeira função de subsidiar a

aprendizagem, deixando de ser utilizada apenas como um recurso de autoridade,

que decide sobre os destinos do educando, e assumindo seu verdadeiro papel de

auxiliar a aprendizagem.

Identificando lacunas no processo de ensino e aprendizagem, o

professor deverá propor outros encaminhamentos que visem a superação das

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dificuldades constatadas, visando as diversas manifestações corporais nas

formas de ginástica, do esporte, dos jogos, da dança e das lutas, possibilitando

um posicionamento crítico dos alunos em relação com o mundo.

Os instrumentos utilizados na avaliação desta disciplina serão:

provas práticas, provas teóricas, trabalhos de pesquisa, sempre elaborados no

sentido de perceber o que o aluno realmente se apropriou de cada conteúdo

trabalhado.

RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A recuperação será a retomada dos conteúdos com outros

encaminhamentos metodológicos, para que a aprendizagem se concretize.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, D. Dança: Ensino, Sentidos e Possibilidades na Escola.

Campinas/SP. Autores Associados, 2004;

CARLINI, Alda Luiza. A Educação e a Corporalidade do Educando. Discorpo.

São Paulo, n. 04, p. 41-60, 1995;

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São

Paulo: Cortez, 1992;

COLETIVO DE AUTORES. Diretrizes Curriculares da Educação Física para o

Ensino Fundamental. Secretaria do Estado do Paraná de Educação e

Superintendência da Educação. Versão Preliminar, julho-2006;

DARIDO, S. C. e RANGEL, I. C. Educação Física na Escola: implicações para

a Prática Pedagógica. Rio de Janeiro/RJ. Guanabara Koogan, 2005;

117

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ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: Formação do Estado e Civilização.

Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993;

VAGO, Tarcísio Mauro. Intervenção e Conhecimento na Escola: por uma

Cultura Escolar de Educação Física. In: GOELLNER, Silvana Vilodre (org.).

Educação Física/Ciências do esporte: intervenção e conhecimento. Florianópolis:

CBCE, 1999;

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de

Educação Física para as séries finais do Ensino Fundamental e Ensino

Médio. Curitiba: SEED, 2008.

3.4 ENSINO RELIGIOSO

A. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Tendo em vista o crescente número de conflitos que, historicamente,

se deram e se dão nos mais variados espaços e épocas, o estudo da

religiosidade, do sagrado e de suas manifestações, proporciona a ampliação do

conhecimento dessas práticas nas mais diferentes culturas, podendo contribuir

também para dirimir ou minimizar tais conflitos. Não se trata de conhecer para

destruir, anular, deslegitimar ou evitar, mas sim, para garantir a plena liberdade de

consciência e crença das pessoas ou grupos variados.

O objeto do Ensino Religioso é o estudo das diferentes

manifestações do Sagrado no coletivo. Seu objetivo é analisar e compreender o

sagrado como o cerne da experiência religiosa do cotidiano que nos contextualiza

no universo cultural. Assim sendo, no espaço escolar justifica-se este estudo por

fazer parte do processo civilizador da humanidade. E, para nortear a organização

pedagógica, se abordarão três conteúdos estruturantes: Paisagem Religiosa,

Universo Simbólico-Religioso e Texto Sagrado.

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O tratamento dos conteúdos considerará os seguintes princípios: a)

a superação, pelo conhecimento, do preconceito à ausência ou à presença de

qualquer crença religiosa, toda forma de proselitismo, bem como a discriminação

de toda e qualquer expressão do sagrado; b)o entendimento de que a escola é

um bem público e laico, cujo acesso e permanência é direito adquirido por todo

cidadão brasileiro não podendo acontecer doutrinação, evangelização, de

expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações; c)reconhecimento das

diversas manifestações do sagrado como sendo componentes do patrimônio

cultural e as relações que estabelecem entre si; d) a necessidade da construção,

reflexão e socialização do conhecimento religioso que proporcione ao indivíduo

sua base de formação integral, de respeito e de convívio com o diferente; e) o uso

da linguagem pedagógica e não religiosa referente a cada expressão do sagrado,

adequada ao universo escolar, na compreensão desse espaço como sendo de

reflexão e sistematização de diferentes saberes; f) o respeito ao direito à

liberdade de consciência e à opção religiosa do educando.

O Ensino Religioso como componente curricular busca a

compreensão cultural por meio da elaboração de suas temáticas, a relação na

manifestação do sagrado em sua profunda diversidade. Aquilo que, para alguns é

normal e corriqueiro, para outros é encantador, tornando-se sublime,

extraordinário, repleto de importância e, portanto, merecedor de um tratamento

diferenciado. O sagrado é aquilo que tendo como respaldo toda herança cultural

influencia na forma como se visualiza o que é focado e vivenciado pelo homem no

âmbito religioso.

Podemos citar, como exemplo, um determinado objeto que pode ser

sagrado para uma pessoa ou na coletividade, sendo que para outros não passa

de apenas mais um objeto. O mesmo ocorre com locais, templos, símbolos, textos

orais ou escritos, manifestações, entre outros.

B. OBJETIVOS

• Contribuir para o reconhecimento e respeito às diferenças religiosas

advindas da elaboração cultural dos povos.

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• Possibilitar o acesso às diferentes fontes de cultura sobre os fenômenos

religiosos.

• Promover para os educandos a oportunidade de escolarização

fundamental para se tornarem capazes de entender os movimentos

religiosos específicos de cada cultura.

• Superar as desigualdades étnicas e religiosas e garantir o direito de

liberdade de crença e culto.

C. CONTEÚDOS POR ANO

Conteúdos Estruturantes: Paisagem Religiosa, Símbolos e Textos Sagrados

6º ano – Conteúdos Básicos:

1. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS

1.1 – Fundadores e líderes religiosos

1.2 – Estruturas hierárquicas

2. LUGARES SAGRADOS

2.1 – Lugares na natureza: Rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

2.2 – Lugares construídos: Templos e cidades sagradas

3. TEXTOS ORAIS E ESCRITOS

3.1 – Literatura oral e escrita (cantos, narrativas, poemas, orações, pinturas,

tatuagens...)

3.2 – Textos grafados como Vedas, o Velho e o Novo Testamento, Torá, Al Corão

e textos das culturas africana e indígena.

4. SÍMBOLOS RELIGIOSOS

4.1 – dos ritos.

4.2 – dos mitos.

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4.3 – do cotidiano.

7º ano – Conteúdos Básicos:

1. TEMPORALIDADE SAGRADA1.1 – Tempo sagrado e tempo profano1.2 – “A Criação” em diversas tradições religiosas

2. FESTAS RELIGIOSAS2.1 – Peregrinações2.2 – Festas familiares2.3 – Festas nos templos2.4 – Datas comemorativas

3. RITOS3.1 – de passagem.3.2 – mortuários.3.3 – propiciatórios.

4. VIDA E MORTE4.1 – Sentido da vida.4.2 – Reencarnação.4.3 – Ressurreição.4.4 – Culto aos mortos.

D. METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico deverá levar a uma aula

dialogada, tendo como ponto de partida a vivência do aluno e de seus

conhecimentos prévios, geralmente compostos por uma visão de senso comum,

empírica e sincrética. O professor será o mediador entre os saberes do aluno e os

conteúdos a serem trabalhados, ele deverá posicionar-se de forma clara, objetiva

e crítica quanto ao conhecimento sobre o Sagrado e seu papel sócio-cultural, é o

momento da problematização, podemos considerar esse o segundo momento da

aula, quando se pergunta: como desenvolver a prática social do aluno frente ao

conteúdo trabalhado? Estabelecem-se, assim, relações entre o que ocorre na

sociedade e o objeto da disciplina e seus conteúdos estruturantes. Para tanto o

aluno usará conhecimentos adquiridos no estudo de outras disciplinas e analisará

a expressão do Sagrado no contexto em questão, sempre partindo do ponto de

vista laico e não do ponto de vista religioso.

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O professor considerará a diversidade de referenciais teóricos para

cada conteúdo, dando prioridade às produções de pesquisadores da respectiva

manifestação do Sagrado em estudo.

E. AVALIAÇÃO

O processo de avaliação tem como objetivo, obedecendo ao

princípio da continuidade, verificar o nível de identificação, entendimento,

conhecimento e aprendizagem em relação às manifestações religiosas presentes

na sociedade, sobretudo em relação à característica espiritual. Isso se observará

tanto no campo coletivo quanto no individual.

Os princípios da avaliação formativa apontam para a autonomia dos

sujeitos envolvidos no processo. Desse modo, a avaliação formativa não é

término, mas início para mudar o espaço pedagógico e fazer com que conteúdos

importantes e valores sejam cada vez mais bem compreendidos, discutidos e

vivenciados pelos alunos.

Apesar de não haver aferição de notas, será registrado o processo

avaliativo realizado por meio de diversos instrumentos, como: trabalhos orais e

escritos, individuais ou em grupos, pesquisas, entrevistas, seminários, produção e

interpretação de textos, entre outros. Estes auxiliarão o professor a verificar se o

aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções

religiosas diferentes da sua; se aceita as diferenças de credo ou de expressão de

fé; se reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade

de cada grupo social; se ele emprega conceitos adequados para referir-se às

diferentes manifestações do Sagrado.

F. BIBLIOGRAFIA

BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Rio de Janeiro, Jorge

Zahar, 1997.

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CISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: Editora Scipione Ltda. 1994.

DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo:

Edições Paulinas, 1989.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo,

Martins Fontes, 1992.

HINNELS, John R. Dicionário das religiões. São Paulo, Cultrix, 1989.

OTTO, R. O sagrado. Lisboa, Edições 70, 1992.

SEED/SE. Diretrizes curriculares da educação básica, SEED, PR, 2008.

WITTGESTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. Petrópolis, Vozes, 1994.

3.5 GEOGRAFIA

Apresentação Geral da Disciplina

O ensino desta disciplina opta por uma postura crítica que mostra a

realidade e concebe o espaço geográfico como sendo um espaço social,

produzido e reproduzido pela sociedade humana com vistas a nele se realizar e

se reproduzir.

Neste sentido temos que preparar nossos alunos para que se

compreendam como sujeitos e agentes de transformação social, na medida em

que identificam e refletem sobre diferentes aspectos da realidade,

compreendendo a relação sociedade e natureza.

Em seus vários aspectos a geografia nos dá condições de

compreensão do espaço como fator integrante de um sistema de ações, onde o

todo é integrado e não separado; compreender a vida de cada um de nós, tendo

uma re-leitura do mundo que permita formar educandos para uma sociedade mais

crítica e indignada diante de qualquer miséria humana.

O mundo, a escola e a Geografia é dinâmica e esta proposição tem

como provocação considerar esse movimento e a velocidade das mudanças no

meio técnico-científico-informacional. Cabe aos professores fazer uso deste

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documento, levando em conta essa dinamicidade e a urgência, juntamente com

seus alunos, de reconhecer a identidade e pertencimento ao mundo em que

vivemos.

A escola é um dos locais privilegiado onde alunos e professores

problematizam as implicações e as possibilidades de inferências, individuais ou

coletivas, diante da realidade de um mundo que marcadamente atinge a todos

pelas incertezas e contradições. Cabe ao professor fazer com que a dinamicidade

levem os alunos a reconhecerem sua identidade e o seu pertencimento ao mundo

em que vivem.

A leitura do espaço preconizada pela Geografia escolar pode ser um

dos instrumentos de efetivação do ensino e da aprendizagem eficaz para a

formação e exercício da vida cidadã.

É por meio da pesquisa que o professor, juntamente com os seus

alunos, poderá problematizar a realidade a partir da análise do espaço construído,

pois as informações que chegam através dos diversos meios de comunicação

exigem um professor constantemente atualizado, capaz de orientar na

observação, na descrição, na análise e interpretação dos dados e fatos, e na sua

representação, numa perspectiva de (re)significação de novos saberes e

produção do conhecimento escolar.

Considera-se que, para o aluno, o acesso à pesquisa no ambiente

escolar pode proporcionar a ele sua iniciação como pesquisador, descobrindo

suas potencialidades, as quais servirão para a produção do seu conhecimento

geográfico e como base para o seu desenvolvimento pessoal e intelectual. Nesse

sentido, o ensino da Geografia tem a responsabilidade de oportunizar ao aluno

diversas possibilidades interpretativas do espaço geográfico, para nele interagir

criticamente, entendendo e relacionando as especialidades da Geografia.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Discute-se neste conteúdo estruturante os espaços de produção

como o industrial-urbano e o agropecuário-rural, as aproximações e

especificidades de cada um, a hierarquia dos lugares, as relações econômicas

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entre as diferentes porções territoriais como as cidades, os estados/províncias, os

países e regiões. Relações de produção e de trabalho, como as sociedades

produzem o espaço geografico sob a perspectiva da produção de objetos (fixos e

móveis) necessários para a manutenção da dinâmica da sociedade (capitalista).

Ênfase nas desigualdades econômicas, na produção de necessidades, nas

diferentes classes sociais, na configuração sócioespacial.

Todos os conceitos geográficos são desenvolvidos nesse conteúdo estruturante,

especialmente o de Rede.

DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Relações de poder e domínio sobre os territórios. Discutir quais são

as instâncias e instituições ( oficiais ou não) que governam os territórios. Neste

conteúdo estruturante aborda-se desde as relações de poder sobre territórios na

escala micro (rua, bairro) até a escala macro (país, instituições internacionais). O

papel do Estado e das forças políticas não estatais (ongs, narcotráfico, crime

organizado, associações), bem como as redefinições de fronteiras, orientados por

motivos econômicos, culturais, sociais, políticos, são fundamentais.

Os conceitos geográficos mais enfatizados neste conteúdo estruturante são

Território e Lugar.

DIMENSÃO CULTURAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

As questões demográficas da constituição do espaço geográfico são

centrais neste conteúdo estruturante, bem como as constituições regionais em

funções das especificidades culturais. As marcas culturais na produção das

paisagens (rural e urbana) e suas razões históricas, econômicas, naturais; a

ocupação e distribuição da população no espaço geográfico e suas

conseqüencias econômicas, culturais, sociais. Os grupos sociais e étnicos em sua

configuração espacial urbana, rural regional.

Os conceitos geográficos mais enfatizados neste conteúdo estruturante são os de

Região (singularidades e generalidades) e paisagem.

DIMENSÃO SOCIAOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

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As relações cidade-capital-natureza e sua lógica banalizam as

discussões deste conteúdo estruturante. A produção do espaço geográfico, a

criação de necessidades e a mobilização de “recursos” naturais para satisfaze-

las, no modelo econômico do capitalismo, são questões centrais para esse

conteúdo estruturante. Como essas relações se concretizam na diferenciação das

paisagens sociais e culturais. Os conceitos de Sociedade e Natureza são

entendidos como categorias de análise neste conteúdo estruturante. Modo de

produção, classes sociais, consumo sustentabilidade, dinâmica da natureza e

tempo são discutidos da perspectiva da produção espacial e da paisagem.

CONTEÚDOS BÁSICOS POR SÉRIE:

6º ano

Formação e Transformação das paisagens naturais e cultura;

Dinâmica da Natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

A formação. Localização, exploração e utilização dos recursos naturais;

A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re) organização do

espaço geográfico;

As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista;

A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da

diversidade cultural;

As diversas regionalizações do espaço geográfico.

7º Ano

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território

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brasileiro;

A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

As diversas regionalizações do espaço brasileiro;

As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

Movimentos migratórios e suas motivações;

O espaço rural e a modernização da agricultura;

A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização;

A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do

espaço geográfico;

A circulação de mão-dobra, das mercadorias e das informações.

8º Ano

As diversas regionalizações do espaço geográfico;

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do

continente americano;

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

O comércio em suas implicações sociespaciais;

A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das

informações;

A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do

espaço geográfico;

As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

O espaço rural e a modernização da agricultura;

A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

Os movimentos migratórios e suas motivações;

As manifestações sociespaciais da diversidade cultural;

Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

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9º Ano

As diversas regionalizações do espaço geográfico;

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço

da produção;

O comércio mundial e as implicações socioespaciais;

A formação, a mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O conceito adotado para o objeto de estudo da Geografia é o

espaço geográfico a partir dessa perspectiva, os objetos geográficos são

indissociáveis das ações humanas, mesmo sendo objetos naturais.

O espaço geográfico é entendido como interdependente do sujeito

que o constrói. Trata-se de uma abordagem que não nega o sujeito do

conhecimento nem supervaloriza o objeto, mas antes, estabelece uma relação

entre eles, entendendo-os como dois pólos no processo do conhecimento.

A espacialização dos fatos, dinâmicas e processos geográficos, bem

como a explicação das localizações relacionais dos eventos em estudo são

próprias da analise geográfica da realidade. Nesse sentido, numa perspectiva

crítica, algumas perguntas devem orientar o pensamento geográfico e o trabalho

do professor, tais como:

• Onde?

• Como e este lugar?

• Por que este lugar e assim?

• Por que aqui e não em outro lugar?

• Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço

geográfico?

• Qual o significado deste ordenamento espacial?

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• Quais as conseqüências deste ordenamento espacial?

• Por que e como esses ordenamentos se distinguem de outros?

Tais perguntas, orientadoras da reflexão sobre o espaço e o ensino

da Geografia, embora considerem como pressupostos alguns dos princípios da

Geografia clássica superam-nos em complexidade e diferenciam-se em método.

Para respondê-las, conforme a concepção de espaço geográfico adotada pela

geografia crítica é necessário compreender a intencionalidade dos sujeitos

(ações) que levou as escolhas das localizações; os determinantes históricos,

políticos, sociais, culturais e econômicos de tais ações; as relações que tais

ordenamentos espaciais pressupõem nas diferentes escalas geográficas e as

contradições socioespaciais que o resultado desses ordenamentos produz. Para

essa interpretação tomam-se os conceitos geográficos e o objeto da Geografia

sob o método dialético.

Para a formação de um aluno consciente das relações

socioespaciais de seu tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro

conceitual das abordagens criticas dessa disciplina, que propõem a analise dos

conflitos e contradições sociais, econômicas, culturais e políticas, constitutivas de

um determinado espaço.

Alguns conceitos geográficos.

Paisagem

A Geografia Critica a partir da década de 1980, reelabora o conceito

de Paisagem .Manteve-se o aspecto empírico herdado da geografia tradicional,

entendendo paisagem como “o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não

e formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons

etc.” (SANTOS, 1988, p. 61).

Reconheceu-se, também, a dimensão subjetiva da paisagem, já que o domínio do

visível esta ligado à percepção e a seletividade, mas considerou-se que seu

significado só pode ser alcançado pela compreensão de sua objetividade.

A paisagem é percebida sensorial e empiricamente, mas não é o

espaço, é isto sim, a materialização de um momento histórico. Sua observação e

descrição servem como ponto de partida para as análises do espaço geográfico,

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mas são insuficientes para a compreensão do mesmo.

Na escola e em grande parte dos materiais didáticos, a paisagem foi,

por muito tempo, tratada como o objeto da Geografia. Mais recentemente,

sobretudo a partir dos debates instigados pela vertente critica do pensamento

geográfico, a abordagem pedagógica desse conceito, tanto na pratica do

professor quanto nos materiais didáticos, vem considerando a paisagem como um

aspecto do espaço geográfico, sem confundí-los. Por isso, o tratamento

pedagógico a ser dado ao conceito de paisagem, na escola, deve ser o de “par

dialético” do espaço geográfico, de expressão material que não se autoexplica

completamente.

Região

No Brasil, o conceito de região geográfica marcou o ensino da

Geografia por muitas décadas – ate meados dos anos de 1980 – e nos currículos,

nos livros didáticos, nas salas de aula, esse conceito era abordado de maneira

descritiva e compartimentada, de modo que a região (nacional ou continental) era

tomada como organismo autônomo, caracterizado pela relação entre fatores

naturais e socioculturais próprios. Dentre esses fatores, pode-se citar: clima,

vegetação, relevo, hidrografia, origem, étnica e religião predominantes, língua

oficial, países e capitais, portos, alem dos principais

produtos do setor primário, do secundário e seus respectivos destinos.

Vistos todos os detalhes de uma região, partia-se para analise de

outra, de maneira que a primeira se tornava conteúdo aprendido e superado. O

ensino assumiu o mesmo recorte analítico da pesquisa: enfocar o espaço

geográfico em suas porções regionais de forma compartimentada, cada região de

uma vez, ate que todas fossem estudadas.

A partir dessas reflexões, pirose, que no ensino de Geografia esse

conceito seja tratado a partir das determinações políticas, econômicas e culturais

que, articuladas com as características naturais e técnicas do espaço, formam,

definem e redefinem a extensão e a longevidade das regiões nas diversas

escalas geográficas.

Na escola, considera-se importante as discussões sobre os

regionalismos, mesmo que construam regiões pouco longevas; sobre os blocos

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econômicos, uma vez que direcionam a política e a economia em relações

internacionais; sobre a formação das redes que articulam e conferem estatuto

diferenciado a locais que compõem diferentes regiões, nas diversas escalas

geográficas. Tais abordagens já são encontradas em alguns materiais didáticos,

mas devem ser enriquecidas com os estudos e a prática pedagógica do professor.

Lugar

Na Geografia Critica o conceito de lugar passa a ser em suas mais

recentes elaborações teóricas, o não desprezo à dimensão subjetiva desse

conceito, mas valorizou suas determinações poli tico em relação às demais

escalas geográficas. Assim, os lugares podem

ser, a um só tempo, espaços do singular e locais da realização do global, o que

possibilita tornarem-se arenas de combate.

Os lugares transformam-se em territórios quando as relações de

poder se evidenciam em

função de conflitos de interesses.

Adota-se o conceito de lugar, desenvolvido pela vertente critica da

Geografia, porque por um lado e o espaço onde o particular, o histórico, o cultural

e a identidade permanecem presentes, revelando especificidades, subjetividades

e racionalidades. Por outro lado, e no espaço local que as empresas negociam

seus interesses, definem onde querem se instalar ou de onde vão se retirar, o que

afeta a organização socioespacial do(s) lugar (es) envolvidos pela sua

presença/ausência.

Essa relação local-global traz, em suas contradições próprias, a

possibilidade tanto de os lugares se tornarem espaços onde se realizam os

interesses hegemônicos quanto de, por meio de uma mobilização social,

contraporem-se a esses interesses, o que fortaleceria a idéia de política (relações

de poder). Essa e, então, a abordagem do conceito de lugar que se propõe nestas

diretrizes.

Território

O conceito de território será abordado a partir das relações políticas

que, nas mais variadas escalas, constituem territórios, cartografados ou não,

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claramente delimitados ou não; desde os que se manifestam nos espaços

urbanos, como os territórios do trafico, da prostituição ou da segregação

socioeconômica, ate os regionais, internacionais e globais.

O conceito de território e fundamental para a analise do espaço

geográfico e a compreensão da relação entre o global e o local.

É importante abordar as diferentes territorialidades espaciais, desde

os micros até os macro territórios. Analisar como as relações de poder

institucionalizadas ou não, exercidas por grupos, governos ou classes sociais,

espacializam-se. Como ocorrem as disputas territoriais em diferentes escalas que

interferem na (re) organização do espaço.

Natureza

Para a Geografia Crítica a natureza é anterior e exterior ao Homem,

mas também o constitui.

A interação entre sociedade e natureza ocorre por meio do trabalho,

ação humana, social e econômica que transforma a primeira natureza em

segunda natureza, objeto de uso ou de consumo, que vai circular socialmente.

Assim, a paisagem de um lugar é a materialidade das intervenções humanas

sobre a natureza. Inicialmente essa paisagem guardava as singularidades das

relações sociedade-natureza locais, mas atualmente, com a mundializacão, as

paisagens são compostas por diferentes quantidades de técnica e artificializarão

produzidas e/ou importadas de outros lugares (SANTOS, 1988).

Atualmente, as abordagens criticas da Geografia tem tratado as

relações sociedade natureza pelo viés socio-ambiental. Ha., porem, criticas sobre

essas abordagens, pois priorizam tão somente o resultado da ação do Homem

sobre essas dinâmicas.

Ao trabalhar com esse conceito, espera-se que o professor explicite

todos os aspectos que envolvem as relações Sociedade Natureza de modo que

supere possíveis abordagens parciais do conceito de natureza que contemple a

analise de suas dinâmicas próprias e que evidencie o uso político e econômico

que as sociedades fazem dos aspectos naturais do espaço.

Sociedade

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A Sociedade é estudada em seus aspectos sociais, econômicos,

culturais e políticos e nas relações que ela estabelece com a Natureza para

produção do espaço geográfico, bem como no estudo de sua distribuição

espacial.

A Sociedade produz um intercambio com a Natureza, de modo que a

ultima se transforma em função dos interesses da primeira. Os aspectos naturais

são, inegavelmente, componentes das paisagens e dos espaços geográficos e na

sociedade capitalista contribuem com a distribuição espacial das diferentes

classes sociais, uma vez que são interferem na determinação do preço dos solos

urbano e rural.

Conflitos e contradições, próprias da sociedade capitalista,

materializam-se nas paisagens e podem ser reveladas sob uma analise critica dos

espaços ocupados pelos diferentes segmentos sociais, culturais, étnicos que

compõem a sociedade.

Pirose que o conceito de Sociedade seja abordado nessa relação

com posicional com a Natureza, nas escalas local, nacional, regional, em suas

relações com sociedades distantes e com os migrantes que acolhe e nas fortes

ligações que esses migrantes tem com seus lugares de origem, dos quais trazem

influencias.

É necessário ainda que o conceito de Sociedade continue associado

aos estudos demográficos e a estatísticas de diferentes tipos, como as

econômicas, importantes para as discussões políticas sobre planejamento

ambiental, rural, industrial e urbano. Tais estudos permitem que sejam

evidenciadas as contradições sociais – etnia, religião, gênero, faixa etária,

densidade demográfica, entre outros – existentes numa mesma Sociedade.

Sobre a teoria e o ensino da Geografia, destaca-se a relevância

dessa discussão para que a disciplina cumpra sua função na escola: desenvolver

o raciocínio geográfico e despertar uma consciência espacial.

O trabalho pedagógico com esse quadro conceitual de referencia é

fundamento para que o ensino de Geografia na Educação Básica contribua com a

formação de um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, nas mais

diversas escalas, e atuar de maneira critica na produção socioespacial do seu

lugar, território, região, enfim, de seu espaço.

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Os conteúdos estruturantes deverão fundamentar a abordagem dos

conteúdos básicos, transmitindo aos alunos os conceitos fundamentais da

Geografia (Paisagem, lugar, região, território, natureza e sociedade, utilizando-se

para tanto instrumentos de leitura cartográfica e gráfica, abordando as legendas,

escalas, tipos de orientação.

As análises de caráter geográficos, tais como: Sociedade-natureza;

espaço-temporais, entre outras, são de fundamental importância para a

compreensão dos conteúdos, bem como suas implicações complexas na

organização do espaço.

A realidade local e estadual deverão ser consideradas sempre que

possível, bem como a abordagem das culturas indígenas e afro-brasileiras, além

do enfoque na questão da Educação Ambiental.,

O uso do livro didático não será a única fonte de trabalho, para que

se evite o engessamento da criatividade. O seu uso será dosado. Todos os

conteúdos, recursos, projetos, serão desenvolvidos de maneira que atenda a

todos os alunos, independentemente de suas dificuldades.

a) à análise geográfica partindo de temas e/ou lugares numa discussão que

articule as questões da natureza e da sociedade. Exemplo: o fenômeno urbano, a

demografia, o êxodo rural, a saúde, a economia, a globalização, a geopolítica, a

cultura, os movimentos sociais; fenômenos da natureza: como a hidrografia, o

clima, a vegetação, o relevo, solos e ecossistemas;

b) à representação do mundo e dos diversos lugares, por meio de mapas

temáticos, iconografia, maquetes e plantas, tendo presentes a legenda, a escala e

a orientação, levando-se em conta ainda o tratamento das informações

geográficas e as novas tecnologias;

c) ao uso da cartografia sistemática: a astronomia, coordenadas geográficas,

fusos horários, escalas e sistemas de informações geográficas – SIG. Caberá ao

professor encaminhar as diversas inter-relações entre os conteúdos pertinentes à

Geografia, os saberes dos alunos e os conhecimentos produzidos pela

humanidade. Cumpre enfatizar que todas as questões do nosso mundo podem

ser analisadas na perspectiva geográfica, isto porque o espaço deve ser

compreendido como dimensão da vida social.

No planejamento a ser realizado pelo professor, algumas premissas

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são de fundamental importância: a necessidade de conhecer a disciplina em seus

aspectos teórico-metodológicos, tendo o domínio conceitual; a dimensão

pedagógica do fazer profissional; a referência a Diretriz Curricular de Geografia;

necessidade de conhecer os documentos oficiais, dentre os quais destaca-se o

Projeto Político-Pedagógico e considerar o contexto onde se insere a escola. Para

tanto é necessário que o professor reconheça:

a) que o livro didático pode ser utilizado enquanto referencial de consulta para o

aluno e para o professor, porém sem esquecer que este material é produzido no

interior de um concorrente e lucrativo mercado editorial, com um número de

páginas limitado, e desde sua produção até a sua distribuição muitas

informações/conteúdos já estão defasados. Por outro lado, não se pode esquecer

que o livro didático, às vezes, é o único livro que passa pelas mãos do aluno e por

isso tem um significado que o professor deve considerar.

b) a análise e a discussão dos conteúdos contextualizados e não sua

memorização, o que pode ser alcançado, inclusive, considerando-se a referência

ao livro didático feita acima;

c) o entendimento de que deve haver sempre a possibilidade de inserção do

inesperado, ou seja, de inserir temas não previstos que ganham relevância em

razão de algum fato inusitado (atentados terroristas, desastres naturais, guerras,

copa do mundo,olimpíadas, viagens espaciais etc.) e que são motivadores do

aprendizado em função da massificação dos meios de comunicação.

d) a compreensão da importância das aulas de campo, desde aquela ao redor da

escola, até outras de maior distância, pois a compreensão da realidade será mais

completa quanto maior for o contato do aluno com a concretude do real, o que lhe

permitirá perceber a complexidade do mundo;

e) a utilização das diferentes linguagens tecnológicas e recursos

pedagógicos como: projetor de slides, laboratório de informática, mapas, globos,

TV, vídeo ou DVD, produção de maquetes e cartogramas, para a apreensão dos

conceitos relativos à cartografia e à representação, a fim de proporcionar aos

alunos aulas dinâmicas, criativas e atraentes de acordo coma realidade da escola

e da comunidade em questão;

f) o trabalho lúdico como R.P.G., Batalha naval, Busca ao tesouro, Quem é o

vizinho?, Disco voador, Banho de papel, entre outros, que favoreçam o raciocínio

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espacial e garantam maior dinamismo e interação durante as aulas.

A cultura e a história afro-brasileira e indígena (Leis nº 11.645/08) e

também a Educação Ambiental (lei nº 9795/99) serão trabalhadas de forma

contextualizada e relacionadas aos conteúdos de ensino da Geografia.

A Geografia do Paraná também será trabalhada contextualizada aos

conteúdos da disciplina.

OBJETIVO GERAL

A Geografia tem como objetivo geral o estudo do espaço geográfico

entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade, sendo a ação

humana indissociável dos objetos geográficos.

O espaço geográfico é interdependente do sujeito que o constrói,

estabelecendo e assumindo a análise dos conflitos e contradições sociais,

econômicas, culturais e políticas, constitutivas de determinados espaços.

AVALIAÇÃO

A avaliação será formativa sendo de maneira organizada e precisa,

onde todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem, bem como as

dificuldades e os avanços obtidos pelos alunos, de modo que esses registros

tanto explicitem o caráter processual e continuado da avaliação quanto atenda às

exigências burocráticas do sistema de notas. Para tanto as técnicas e

instrumentos de avaliação serão diversificados de forma a possibilitar várias

formas de expressão dos alunos .Critérios adotados para diversificar a avaliação:

interpretação e produção de textos de Geografia; interpretação de fotos, imagens,

gráficos, tabelas e mapas; pesquisas bibliográficas; relatórios de aulas de campo;

apresentação e discussão de temas em seminários; construção, representação e

análise do espaço através de maquetes, entre outros.

Os alunos precisam formar conceitos geográficos e assimilar as

relações Espaço-Temporais e Sociais – Natureza de forma a compreender o

espaço nas diversas escalas geográficas.

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A avaliação será parte do processo pedagógico, devendo

acompanhar a aprendizagem dos alunos e nortear o trabalho do professor

permitindo a melhoria do processo pedagógico levando a uma reflexão tanto do

fazer pedagógico quanto das metodologias do professor , da seleção dos

conteúdos, dos objetivos estabelecidos podendo ser referencial para o

redimensionamento do trabalho pedagógico.Ao final do percurso o aluno deve

avaliar a realidade socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la,

onde quer que esteja.

BIBLIOGRAFIA

Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Geografia, SEED-PR. 2008

--------, Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, 23 de

dezembro de 1996;

SANTANA, Elza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e

instrumentos. Petrópolis, RJ, 1995;

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo – razão e emoção, 2ª

ed. Ed. Hucitec, 1997;

CAVALCANTE, Meire. Interdisciplinaridade: um avanço na educação. Revista

Nova Escola, edição 174, 08/2004, p. 52 a 55;

CARLOS, A.F.A. A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999;

3.6 HISTÓRIA

Fundamentação

A presente disciplina vista como ciência que estuda as experiências

humanas historicamente acumuladas, é um saber perspectivo já que o

conhecimento historicamente acumulado não pode ser experimentado pelo

observador. É uma ciência que comporta a multiplicidade de interpretações

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devido às ações e as relações humanas praticadas no tempo e a respectiva

significação destinada a esses sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações.

As relações que são produzidas por formas de agir, pensar, sentir, imaginar,

instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente dentro de um

determinado contexto histórico.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Orientadoras Estaduais,

busca-se em uma primeira abordagem, a reorganização curricular das disciplinas,

tendo como objetivo facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa perspectiva

de interdisciplinaridade e contextualização. Dessa forma passa a integrar a etapa

do processo educacional que é considerada básica para o exercício da cidadania,

base para o acesso às atividades produtivas, para o prosseguimento nos níveis

mais elevados e complexos de educação para o desenvolvimento pessoal,

referido à sua interação com a sociedade e sua plena inserção nela, ou seja, que

“tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum

indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir

no trabalho e em estudos posteriores” (Art. 22, Lei 9394/96).

Nesse sentido a investigação histórica é voltada para as descobertas

das relações humanas que são analisadas a partir do conhecimento histórico

construído ao longo dos anos, buscando compreender e interpretar os sentidos

que os sujeitos atribuem às suas relações humanas. Portanto, a História oferece

elementos capazes de levar o aluno a refletir sobre o seu papel na sociedade, à

medida que dota de importância indivíduos e segmentos antes submetidos à

marginalidade social.

A História tem como objetivo formar cidadãos preparados para

exigências científico-tecnológicas da sociedade contemporânea, pois estas são

consideradas necessárias a adaptação do indivíduo frente às aceleradas

mudanças sociais. Nesse sentido, os conteúdos se tornam meios para a

aquisição de conhecimentos, valores, necessários e vivenciados pelo educando,

principalmente no trabalho e no exercício da cidadania, abrindo espaço para uma

visão ampla da História.

138

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Objetivo Geral

Possibilitar a aproximação entre a realidade vivida pelos alunos e a

disciplina de História, as relações em diferentes situações, as transformações e

modificações, a preocupação em formar cidadãos preparados para exigências

científico-tecnológicas da sociedade contemporânea.

Coanteúdos

Conteúdos Estruturantes:

• Relações de trabalho;

• Relações de poder;

• Relações culturais.

6º ano – Os diferentes sujeitos suas culturas e suas histórias.

Conteúdos básicos:

• A experiência humana no tempo;

• Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;

• As culturas locais e a cultura comum.

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7º ano – A constituição histórica do mundo real e urbano e a formação da

propriedade em diferentes tempos e espaços.

Conteúdos Básicos:

• As relações de propriedade;

• A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;

• Conflitos e resistências e produção cultural no campo e na cidade.

8º ano – O mundo do trabalho e os movimentos de resistência.

Conteúdos Básicos:

• História das relações da humanidade com o trabalho e a vida em

sociedade;

• O trabalho e as contradições da modernidade;

• Os trabalhadores e as conquistas de direito.

9º ano – Relações de dominação e resistência: a formação do Estado e das

instituições sociais.

Conteúdos Básicos:

• A constituição das instituições sociais;

• A formação do Estado;

• Sujeitos, guerras e revoluções.

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METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para que o ensino de História contribua para a construção da

consciência histórica é imprescindível que se retome constantemente com os

alunos o processo de construção do conhecimento histórico, ou seja, como é

produzido a partir do trabalho de um pesquisador que tem como objeto de

estudos os processos históricos relativos às ações e as relações praticadas no

tempo bem como os sentidos que os sujeitos deram as mesmas, adotando um

método de pesquisa de forma a problematizar o passado, buscando por meio de

documentos, perguntas e respostas às suas indagações, produzindo uma

narrativa histórica,que tem como desafio contemplar a diversidade das

experiências políticas, econômico-sociais e culturais.

Valorizar a diversificação de diferentes documentos (imagens,

canções, objetos arqueológicos) na construção do conhecimento histórico.

O trabalho pedagógico será embasado em diversos autores e suas

respectivas interpretações, seja presentes nos manuais didáticos disponíveis ou

por meio de textos historiográficos referenciais. As atividades desenvolvidas em

sala de aula serão desenvolvidas de forma que possam possibilitar a reflexão por

parte do aluno do seu papel como sujeito e transformador da história.

A utilização de filmes (excertos) será usada para a ilustração menos

abstrata dos contextos históricos. Para o aluno compreender como se dá a

construção do conhecimento histórico, o trabalho pedagógico será desenvolvido

através do uso de vestígios e fontes históricas nas aulas de História para

favorecer o pensamento histórico e a iniciação aos métodos de trabalho do

historiador.

Tal abordagem será fundamentada para que os alunos entendam:

• os limites do livro didático;

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• as diferentes interpretações de um mesmo acontecimento

histórico;

• a necessidade de ampliação do universo de consultas para

entender melhor diferentes contextos;

• a importância do trabalho do historiador e da produção do

conhecimento histórico para compreensão do passado

AVALIAÇÃO

Critérios: considerar três aspectos importantes para a avaliação: a

apropriação de conceitos históricos, o aprendizado dos conteúdos estruturantes e

dos conteúdos específicos, aspectos que são entendidos como complementares e

indissociáveis.

Instrumentos: o professor deve se utilizar de diferentes atividades

como:leitura, interpretação, análise de textos historiográficos, mapas, documentos

e outras. Tendo como referência os conteúdos de História que foram tratados em

sala da aula, que são essenciais para o desenvolvimento da consciência histórica.

RECUPERAÇÃO DE CONTEÚDOS

Ela se dará concomitantemente ao processo ensino aprendizagem,

considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos

os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

BIBLIOGRAFIA

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Diretrizes Curriculares de Historia para o Ensino Fundamental - -Versão

Preliminar, julho, 2006, Paraná.

Secretaria de Estado da Educação Currículo Básico para a Escola Pública do

Paraná – 3a ed. Curitiba –SEED,1997.

Vicentino, Cláudio, Viver História, S.Paulo:Scipione, 2002, 1a ed.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN, 1996.

BOULOS Júnior, Alfredo. História: sociedade e cidadania. 1ª ed. São Paulo:

FTD. 2009.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 2010.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares

Orientadoras Estaduais da Educação Básica da Disciplina de História.

Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED?DEB, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação

Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para a escola

pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.

_______ . Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de

Segundo Grau. Reestruturação do ensino de segundo grau no Paraná:

História/Geografia. 2ª ed. Curitiba: SEED, 1993.

_______ . Razão histórica: teoria da história: os fundamentos da ciência

histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.

3.7 LÍNGUA PORTUGUESA

1. JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA

143

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Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no

Brasil iniciou-se com a educação jesuítica. Essa educação era instrumento

fundamental na formação da elite colonial, ao mesmo tempo em que se propunha

a “alfabetizar” e “catequizar” os indígenas (Moll, 2006). Evidenciava-se, já na

constituição da escola e do ensino no Brasil, que o acesso à educação letrada era

determinante na estrutura social, fazendo com que os colégios fossem destinados

aos filhos da elite colonial. Quanto ao ensino da Língua Portuguesa, limitava-se,

nessa época, às escolas de ler e escrever, mantidas pelos jesuítas. Nos cursos

chamados secundários, as aulas eram de gramática latina e retórica, além do

estudo de grandes autores clássicos. No Brasil colonial, a língua mais falada era o

tupi, o português era a língua da democracia. A fim de reverter esse quadro, em

1758 um decreto do Marquês de Pombal torna a Língua Portuguesa idioma oficial

do Brasil e torna também obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal

e no Brasil. Em 1772, foi criado o subsídio literário, um imposto que insidia sobre

a carne, o vinho e a cachaça, e que era direcionado para a manutenção dos

ensinos primário e secundário. Dessa forma, o ensino público, anteriormente sob

a tutela dos jesuítas, passou a ser financiado pela Metrópole. Mas somente nas

últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passou a

integrar os currículos escolares brasileiros. Seguindo os moldes do ensino de

Latim, o ensino de Língua Portuguesa fragmentava-se no ensino de Gramática,

Retórica e Poética. Com o advento da República e da industrialização, a estrutura

curricular foi influenciada tendo em vista a formação profissional, ou seja, as

disciplinas que compunham a chamada Humanidades não eram consideradas

prioritárias. Em 1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português

e foi criado, por decreto imperial, o cargo de Professor de Português. No contexto

do movimento romântico e também com a implantação da República, houve uma

valorização da língua nacional, retomada posteriormente pelos modernistas que

defendiam a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e

privilegiar o falar brasileiro. O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua

característica elitista até meados do século XX, quando se iniciou, a partir da

década de 1960, um processo de expansão do ensino primário público, o qual

incluiu, entre outras ações, a ampliação de vagas e, em 1971, a eliminação dos

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chamados exames de admissão. Nesse contexto, que foi também de

consolidação da ditadura militar, uma concepção tecnicista de educação gerou

um ensino baseado em exercícios de memorização. A Lei 5692/71 dispõe ainda

que o ensino deveria estar voltado à qualificação para o trabalho. Desse vínculo

decorreu a instituição de uma pedagogia tecnicista que, na disciplina de Língua

Portuguesa, pautava-se na concepção de linguagem como meio de comunicação

(cujo objeto é a língua vista como código), com um viés mais pragmático e

utilitário em detrimento do aprimoramento das capacidades linguísticas do falante.

Essa concepção baseou-se nos estudos de Saussure, o qual se preocupou com a

organização interna da língua ao elegê-la como objeto de estudo. A disciplina de

Português passou a denominar-se, a partir da Lei 5692/71, no primeiro grau,

Comunicação e Expressão (nas quatro primeiras séries) e Comunicação em

Língua Portuguesa (nas quatro últimas séries). Na década de 70, além disso,

outras teorias a respeito da linguagem passaram a ser debatidas, entre elas: a

Sociolinguística; a Análise do Discurso; a Semântica; a Linguística Textual.

Dessas teorias resultou o questionamento sobre a autoridade e a eficácia das

aulas de gramática no ensino. Porém, apesar das discussões acadêmicas, os

livros didáticos continuavam porta-vozes da concepção tradicional de linguagem,

reforçando metodologias que não possibilitavam a todos os estudantes o

aprimoramento no uso da Língua Materna tanto no ensino da língua propriamente

dito, quanto no trabalho com a literatura. As únicas inovações eram o trabalho

sistemático com a produção de texto (compreendida como veículo de transmissão

de mensagens) e a leitura entendida como um ato mecânico. O ensino de Língua

Portuguesa fundamentava-se, então, em exercícios estruturais, técnicas de

redação e treinamento de habilidades de leitura. Com o movimento que levaria ao

fim do regime militar, houve um aumento de cursos de pós-graduação para a

formação de uma elite de professores e pesquisadores, possibilitando um

pensamento crítico em relação à educação. Ganham força as discussões sobre o

currículo escolar e sobre o papel da educação na transformação social, política e

econômica da sociedade brasileira. A consolidação da abertura política resultou

em pesquisas que fortaleceram a pedagogia histórico-crítica, propiciando uma

rede de outras pesquisas, inserindo, no pedagógico dos anos 80, uma vertente

progressista. A pedagogia histórico-crítica vê a educação como mediação da

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prática social. Na disciplina de Língua Portuguesa, essa pedagogia se revelou nos

estudos linguísticos centrados no texto/contexto e na interação social das práticas

discursivas. As novas concepções sobre a aquisição da Língua Materna

chegaram ao Brasil no final da década de 1970 e início de 1980, quando as

primeiras obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios

acadêmicos. Essas primeiras leituras contribuíram para fazer frente à pedagogia

tecnicista. A dimensão tradicional de ensino da língua cedeu espaço a novos

paradigmas, envolvendo questões de uso, contextuais, valorizando o texto como

unidade fundamental de análise. Nas discussões curriculares sobre o ensino de

Língua Portuguesa, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), do final da

década de 1990, também fundamentaram a proposta para a disciplina de Língua

Portuguesa na concepção interacionista, levando a uma reflexão acerca dos usos

da linguagem oral e escrita, mas restringe o trabalho com o texto em modelos

preestabelecidos, afastando-se da proposta do dialogismo bakhtiniano.

Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua

Portuguesa na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com a

situação de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e

produção de textos apresentada pelos alunos – segundo os resultados de

avaliações em larga escala e, mesmo de pesquisas acadêmicas – as Diretrizes

Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa requerem, neste momento histórico,

novos posicionamentos em relação às práticas de ensino; seja pela discussão

crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores na

construção de alternativas. Essas considerações resultaram, nas DCEs, numa

proposta que dá ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação,

permanentemente reflexiva e produtiva. Tal ênfase traduz-se na adoção das

práticas de linguagem como ponto central do trabalho pedagógico.

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de

diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a

finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Ou seja, aprender

língua ultrapassa o limite de aprender somente palavras e saber usá-las em

expressões complexas; na verdade, pretende alcançar o construção do

conhecimento de significados culturais e, com isso, a interação entre sujeitos

historicamente situados que, via linguagem, se apropriam e transmitem

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experiências significativas para a vida em sociedade. Como diz Geraldi (1991, p.

6), “a linguagem não é o trabalho de um artesão, mas trabalho social e histórico

seu e dos outros e é para os outros e com os outros que ela se constitui”. Pela

linguagem, o homem se comunica, expressa e defende o ponto de vista, partilha e

constrói visões de mundo, produz conhecimento, exercendo com autonomia sua

condição de cidadão. Assume-se, assim, que o objeto de estudo da disciplina de

Língua Portuguesa é a língua como fenômeno social de interação verbal e o

discurso como prática social conteúdo estruturante.

2. FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

O ensino da Língua Portuguesa, a partir dos estudos do círculo de

Bakhtin, deve privilegiar a história, o sujeito e o contexto (Travaglia / 2000). A

concepção assumida é aquela que tem a linguagem como fenômeno social,

nascida da interação política, social e econômica entre os homens. As DCEs

citam Bakhtin / Volochinov que afirmam em 1999: “Toda palavra comporta duas

faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo

fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do

locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.

[...] A palavra é território comum do locutor e do interlocutor.” As DCEs também

nos apontam que, sob esta perspectiva, o ensino-aprendizagem de Língua

Portuguesa visa aprimorar os conhecimentos linguisticos e discursivos dos

alunos, para que eles possam compreender os discursos que os cercam e terem

condições de interagir com esses discursos.

Assume-se, então uma atitude diferente frente aos conceitos de

letramento e alfabetização, texto (produção e leitura), ou seja, o letramento vai

além da alfabetização, da decodificação do código linguístico, cabendo ao

professor propiciar ao educando a prática, a discussão, a leitura de textos das

diferentes esferas sociais e das múltiplas linguagens. Quanto ao conceito de

texto, também se observam os estudos de Bakhtin / Volochinov (1999) que o

apresentam não como um objeto fixo num momento do tempo, mas como diálogo,

ou seja, o texto é sempre uma atitude responsiva a outros textos.

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Nossos textos – enunciados – são heterogêneos; para Bakhtin

(1992), os tipos relativamente estáveis de enunciados são denominados gêneros

discursivos. A definição de gênero, em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a

dinâmica, a fluidez, a imprecisão da linguagem, não aprisiona os textos em

determinadas propriedades formais: O enunciado reflete as condições específicas

e as finalidades de cada uma das esferas, não só por seu conteúdo (temático) e

por seu estilo verbal, ou seja, para seleção operada nos recursos da língua –

recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais, mas também, e sobretudo, por sua

construção composicional. Estes três elementos (conteúdo temático, estilo e

construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado e

todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação.

Qualquer enunciado considerado isoladamente, é claro, individual, mas cada

esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de

enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso.

Através das práticas de leitura, de escrita e de oralidade, se dará o

aprimoramento da competência linguística do aluno. Pelo caráter dinâmico dos

gêneros discursivos e pelo trânsito nas diferentes esferas de comunicação se

possibilitará ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido de poder

formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está inserido.

Dessa forma, se propõe o trabalho com as práticas discursivas, pois

a ação pedagógica referente à linguagem precisa se pautar na interlocução e

possibilitar ao aluno a leitura, a produção oral e a escrita, bem como a reflexão e

o uso da linguagem em diferentes situações.

2.1 ORALIDADE: O trabalho com a oralidade deverá promover a acolhida

democrática às variações linguísticas, para construir situações que incentivem os

alunos a fazer uso da variedade de linguagem que são empregadas em suas

relações sociais, mostrando que as diferenças de registro não constituem,

científica e legalmente, objeto de classificação e que é importante a adequação

do registro nas diferentes instâncias discursivas.

2.2 ESCRITA: Segundo Bakhtin (1992): todo enunciado é um elo na cadeia da

comunicação discursiva. É a posição do falante nesse ou naquele campo do

objeto de sentido. A produção escrita possibilita que o sujeito se posicione, tenha

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voz em seu texto, interagindo com as práticas de linguagem da sociedade. O

papel da Língua Portuguesa é fazer com que o aluno se envolva com os textos

que produz e assuma a autoria do que escreve, visto que ele é um sujeito que

tem o que dizer. Já informava Antunes (2003) que o professor deve desenvolver

uma prática de escrita que considere o leitor, uma escrita que tenha um

destinatário e finalidades, para então se decidir sobre o que será escrito, tendo

visto que “a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre funções comunicativas

socialmente específicas e relevantes”.

2.3 LEITURA: A leitura implica uma resposta do leitor ao que lê, é dialógico,

acontece num tempo e num espaço. No ato de leitura, um texto leva a outro e

orienta para uma política de singularização do leitor que, convocado pelo texto,

participa da elaboração dos significados, confrontando-o com o próprio saber,

com a sua experiência de vida. Devem as aulas de Língua Portuguesa levar a

uma prática de leitura de diferentes contextos, em que se compreendam as

esferas discursivas em que os textos são produzidos e circulam, bem como se

reconheçam as intenções e os interlocutores do discurso.

2.3.1 LITERATURA: Quanto ao texto literário é preciso admitir que ele oferece

múltiplas interpretações, mas não qualquer uma. O texto literário que deve ser

trabalhado nas aulas de Língua Portuguesa é carregado de pistas/estruturas de

apelo, as quais direcionam o leitor, orientando-o para uma leitura coerente. Além

disso, o texto traz lacunas, vazios, que serão preenchidos conforme o

conhecimento de mundo, as experiências de vida, as ideologias, as crenças, os

valores... que o leitor / aluno carrega consigo.

2.4 ANÁLISE LINGUÍSTICA E AS PRÁTICAS DISCURSIVAS: O estudo da língua

deve se ancorar no texto e extrapolar o horizonte da palavra e da frase. A prática

de análise linguística se constitui num trabalho de reflexão sobre o texto escrito

e/ou falado. Assim, o texto deixa de ser pretexto para se estudar a nomenclatura

gramatical, e a sua construção passa a ser o objeto de ensino. Conforme as

DCEs, o trabalho de reflexão linguística a ser realizado deve voltar-se para a

observação e análise da língua em uso, o que inclui morfologia, sintaxe,

semântica e estilística; variedades linguísticas; as relações e diferenças entre

língua oral e língua escrita, quer no nível fonológico-ortográfico, quer no nível

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textual e discursivo, visando à construção de conhecimentos sobre o sistema

linguístico.

3. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Entende-se por Conteúdo Estruturante, em todas as disciplinas, o

conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e

organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem

trabalhados no dia-a-dia da sala de aula. A seleção do Conteúdo Estruturante

está relacionada com o momento histórico-social. Na disciplina de Língua

Portuguesa, assume-se a concepção de linguagem como prática que se efetiva

nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o Conteúdo Estruturante da

disciplina que atende a essa perspectiva é o DISCURSO COMO PRÁTICA

SOCIAL.

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os

professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o

amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para

que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com

seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção

a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua

emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de

linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas

discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão de

mundo e tenha voz na sociedade.

4.1 PRÁTICA DA ORALIDADE: No dia-a-dia da maioria das pessoas, a fala é a

prática discursiva mais utilizada. Nesse sentido, as atividades orais precisam

oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais; adequar

a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções);

aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente, praticar e

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aprender a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir. Ao contrário do

que se julga, a prática oral realiza-se por meio de operações linguísticas

complexas, relacionadas a recursos expressivos como a entonação. Cabe ao

professor planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que respeite as

variantes linguísticas e que permita ao aluno conhecer e usar a variedade

linguística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados

contextos sociais. As possibilidades de trabalho com os gêneros orais são

diversas e apontam diferentes caminhos, como: apresentação de temas variados

(histórias de família, da comunidade, um filme, um livro); depoimentos sobre

situações significativas vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio;

dramatização; recado; explicação; contação de histórias; declamação de poemas;

troca de opiniões; debates; seminários; júris-simulados e outras atividades que

possibilitem o desenvolvimento da argumentação. Além disso, pode-se analisar a

linguagem em uso em outras esferas sociais, como: em programas televisivos

(jornais, novelas, propagandas); em programas radiofônicos; no discurso do poder

em suas diferentes instâncias: público, privado, enfim, nas mais diversas

realizações do discurso oral.

4.2 PRÁTICA DA ESCRITA: O exercício da escrita, nas Diretrizes, leva em conta

a relação entre o uso e o aprendizado da língua, sob a premissa de que o texto é

um elo de interação social e os gêneros discursivos são construções coletivas.

Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar, de agir no mundo. Escreve-

se e fala-se para convencer, vender, negar, instruir... O aluno precisa

compreender o funcionamento de um texto escrito, que se faz a partir de

elementos como organização, unidade temática, coerência, coesão, intenções,

interlocutor(es), dentre outros. As atividades com a escrita devem se realizar de

modo interlocutivo, relacionando o dizer escrito às circunstâncias de sua

produção. Isso implica o produtor do texto assumir-se como locutor, conforme

propõe Geraldi (1997) e, dessa forma, ter o que dizer, razão para dizer, como

dizer, interlocutores para quem dizer. Segue-se também que o processo da

escrita se compõe de três etapas interdependentes e intercomplementares

sugeridas por Antunes (1993): PLANEJAR, ESCREVER E REESCREVER OS

TEXTOS.

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4.3 PRÁTICA DA LEITURA: Na concepção de linguagem assumida pelas DCEs,

a leitura é vista como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem

um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor,

procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita

conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas

experiências e na sua vivência sócio-cultural. Ler é familiarizar-se com diferentes

textos produzidos em diversas esferas sociais, por isso, as aulas de Língua

Portuguesa devem propiciar ao aluno contato com textos de esferas jornalísticas,

artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária,

publicitária, etc. Também é preciso contemplar as linguagens não-verbais: fotos,

cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais. De acordo com Antunes

(2003), conforme o texto que se quer trabalhar, seu gênero, finalidade e suporte,

variam as estratégias a serem usadas no trabalho didático. Seguindo Koch

(2003), esse trabalho se realiza por meio de estratégias cognitivas (inferências,

focalização, busca da relevância); sociointeracionais (preservação das faces,

polidez, atenuação, atribuição de causas e mal-entendidos); textuais (conjunto de

decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do texto).

4.3.1 LITERATURA: As DCEs apontam o Método Recepcional como sugestão

para o encaminhamento metodológico do trabalho com Literatura. Essa proposta,

de acordo com Bordini e Aguiar (1993), tem como objetivos: efetuar leituras

compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e à leitura de outrem;

questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural;

transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da

escola, da comunidade familiar e social. Esse trabalho divide-se em cinco etapas:

determinação do horizonte de expectativa do aluno/leitor; atendimento ao

horizonte de expectativas; ruptura do horizonte de expectativas; questionamento

do horizonte de expectativas; ampliação do horizonte de expectativas.

4.4 ANÁLISE LINGUÍSTICA: A análise linguística é uma prática didática

complementar às práticas de leitura, oralidade e escrita, faz parte do letramento

escolar, visto que possibilita “a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais

e textual-discursivos que perpassam os usos linguísticos, seja no momento de

ler/escutar, de produzir textos ou de refletir sobre esses mesmos usos da língua”

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(Mendonça, 2006). Considerando a interlocução como ponto de partida para o

trabalho com o texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de

seus aspectos funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados.

Daí a importância de considerar não somente a gramática normativa, mas

também as outras, como a descritiva, a internalizada e, em especial, a reflexiva.

5. CONTEÚDOS BÁSICOS

6º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS: GÊNEROS DISCURSIVOS

PRÁTICA DA ORALIDADE

Tema do texto

Finalidade

Argumentatividade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas e gestos...

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

PRÁTICA DA LEITURA:

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Léxico

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Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

PRÁTICA DA ESCRITA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Divisão do texto em parágrafos

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem

Processo de formação de palavras

Acentuação gráfica

Ortografia

Concordância verbo/nominal.

7º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS: GÊNEROS DISCURSIVOS

PRÁTICA DA ORALIDADE

Tema do texto

Finalidade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas e gestos...

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos

Semântica

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PRÁTICA DA LEITURA:

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Aceitabilidade

Situcionalidade

Intertextualidade

Informações explícitas e implícitas

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Repetição proposital de palavras

Léxico

Ambiguidade

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

PRÁTICA DA ESCRITA

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Informatividade

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem

Processo de formação de palavras

Acentuação gráfica

Ortografia

Concordância verbo/nominal.

155

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8º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS: GÊNEROS DISCURSIVOS

PRÁTICA DA ORALIDADE

Conteúdo temático

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...

Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras)

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

Elementos semânticos

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc)

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

PRÁTICA DA LEITURA:

Conteúdo temático:

Interlocutor

Intencionalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situcionalidade

Intertextualidade

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais do gênero

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito)

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Semântica: operadores argumentativos, ambiguidade, sentido conotativo e

denotativo das palavras no texto, expressões que denotam ironia e humor no

texto.

PRÁTICA DA ESCRITA

Conteúdo temático

Interlocutor

Intencionalidade do texto

Informatividade

Situcionalidade

Intertextualidade

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais do gênero

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito)

Concordância verbal e nominal

Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e

sequenciação do texto

Semântica: operadores argumentativos, ambiguidade, significado das palavras,

sentido conotativo e denotativo, expressões que denotam ironia e humor no texto.

9º ANO

CONTEÚDOS BÁSICOS: GÊNEROS DISCURSIVOS

PRÁTICA DA ORALIDADE

Conteúdo temático

Finalidade

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Papel do locutor e interlocutor

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...

157

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Adequação do discurso ao gênero

Turnos de fala

Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras)

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos

Semântica

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc)

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

PRÁTICA DA LEITURA:

Conteúdo temático

Interlocutor

Intencionalidade do texto

Aceitabilidade do texto

Informatividade

Situcionalidade

Intertextualidade

Temporalidade

Discurso ideológico presente no texto

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais do gênero

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

Partículas conectivas do texto

Progressão referencial no texto

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito)

Semântica: operadores argumentativos, polissemia, sentido conotativo e

denotativo das palavras no texto, expressões que denotam ironia e humor no

texto.

PRÁTICA DA ESCRITA

Conteúdo temático

Interlocutor

Intencionalidade do texto

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Informatividade

Situcionalidade

Intertextualidade

Temporalidade

Vozes sociais presentes no texto

Elementos composicionais do gênero

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto

Partículas conectivas do texto

Progressão referencial no texto

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.

Sintaxe de concordância

Sintaxe de regência

Processo de formação de palavras

Vícios de linguagem

Semântica: operadores argumentativos, modalizadores, polissemia.

6. AVALIAÇÃO

A avaliação, em seu caráter dialógico, deve sempre ser contínua,

analisando avanços e apontando direções para que o professor (re)direcione sua

prática pedagógica. A avaliação, muito mais do que atribuir nota, deve ser

instrumento de motivação e de aprendizagem. Em Língua Portuguesa, a

avaliação deverá basear-se na prática metodológica da disciplina que visa atingir

as práticas discursivas: de oralidade, de leitura, de escrita, de reflexão e análise

linguística, isto é, deverá acompanhar o desenvolvimento do aluno em tais

práticas, para que, ao final do Ensino Fundamental, o aluno seja um leitor crítico,

capaz de apresentar suas ideias com clareza, utilizando-se, com propriedade, de

normas da língua padrão, quando for o caso. Assim, quanto à oralidade, será

considerada a participação do aluno nos trabalhos propostos, sua adequação à

situação de prática oral e seu desenvolvimento na argumentação; quanto à

leitura, deverá ser observada a compreensão do texto e as estratégias utilizadas,

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valorizando sempre a reflexão que o aluno faz a partir do texto; em relação à

escrita, é preciso ver os textos dos alunos como uma fase do processo de

produção, nunca como um produto final; em relação à análise linguística, que

perpassa as práticas da oralidade, da leitura e da escrita, conforme proposto na

metodologia que deve levar o aluno a usar o conhecimento gramatical para bem

entender e produzir um bom texto, pretende-se que o aluno demonstre a noção

sobre unidade temática e estrutural, que ele seja capaz de demonstrar interação

com o texto e com seu leitor.

Conforme Vasconcelos (1995), a finalidade da avaliação, dentro de

um horizonte de uma educação libertadora, numa abordagem sociointeracionsta,

é ajudar a escola a cumprir sua função social transformadora, ou seja, favorecer

que os alunos possam aprender mais e melhor, tendo em vista o compromisso

com uma sociedade mais justa e solidária. Desta forma, a avaliação precisa ser

vista como um processo contínuo dentro de uma fase, não apresentando

resultados imediatos, mas apontamentos de crescimento tanto para o aluno como

para o professor ao longo de todo um período letivo, levando em conta todo o

trabalho desenvolvido pelo aluno e seus avanços.

7. REFERÊNCIAS

AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. G. Literatura e formação do leitor: alternativas

metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

ALVES, Adda, NARI M.Alves & MELLO, Angélica, Mucho, Editora Moderna

ANTUNES, I. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola,

2003.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

BORDIEU, P. (1996) A economia das trocas linguísticas. São Paulo: EDUSP,

p.54

160

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Brasil. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Parecer

nº CEB 04/98, de 29 de janeiro de 1998.

_____. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional. Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Editora

do Brasil S/A.

_____. Parâmetros curriculares nacionais. Linguagens, códigos e suas

tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e

Tecnológica, 1998.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação e da Cultura. Currículo básico da

escola pública do paraná. Curitiba, 1990.

_____. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação

básica – língua portuguesa. Curitiba, 2008.

3.8 MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA

A Matemática é uma disciplina com características muito próprias,

sendo utilizada em praticamente todas as áreas do conhecimento científico e,

principalmente, no cotidiano da sociedade onde é usada no dia-a-dia para facilitar

ao ser humano a contar, adicionar, diminuir, multiplicar e dividir elementos. Em

diversas ocasiões nos deparamos com a Matemática nos fornecendo dados para

que possamos interpretá-los e resolvê-los, como por exemplo: vamos à feira,

compramos uma série de coisas ,usamos o dinheiro para pagar o que

compramos, recebemos o troco, nesse momento estamos usando matemática.

A principal razão para se estudar a Matemática é seu caráter

interessante, prazeroso e desafiador. A resolução de um problema provoca uma

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excitação e uma satisfação. Essa disciplina atua sobre a análise lógica, dedução,

cálculo, análise de padrões e estruturas. Ela tem uma influência persuasiva em

nossas vidas cotidianas e contribui para a riqueza do país.

É importante ressaltar que nem todas as aplicações da Matemática

são fáceis de serem percebidas e tão pouco aplicadas. O conhecimento ensinado

na escola e a Matemática aplicada ao cotidiano têm abordagens diferentes, uma

enfatiza o conhecimento formal o qual torna-se distante da realidade do estudante

e a outra dá ênfase ao cotidiano, desse modo, cabe ao professor adequar os

conteúdos à realidade dos alunos de modo a vivenciarem o que aprenderam.

A Matemática é uma das disciplinas, considerada pelos alunos,

como difícil, árida e com pouca relevância para a sua vida diária, dizem eles.

Porém, ela é absolutamente fundamental para o desenvolvimento mental do

indivíduo, não é apenas pela simples aritmética do dia a dia, mas sim, o

desenvolvimento do raciocínio. Grande parte da Matemática assenta em

deduções lógicas, dependentes umas das outras. Devemos ser capazes de

repartir um problema em passos lógicos e resolvê-lo passo a passo, usando

técnicas e teoremas que muitas vezes são o resultado de anos de aprendizagem.

O raciocínio que temos de desenvolver para a resolução dos problemas

matemáticos pode, e deve, ser utilizado em muitas outras áreas do conhecimento

e da nossa vida e é a grande mais valia que esta disciplina traz ao comum dos

cidadãos .

O objeto de estudo desse conhecimento ainda está em construção,

porém, está centrado na prática pedagógica e engloba as relações entre o ensino,

a aprendizagem e o conhecimento matemático (FIORENTINI & LORENZATO,

2001), e envolve o estudo de processos que investigam como o estudante

compreende e se apropria da própria Matemática “concebida como um conjunto

de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos etc.” (MIGUEL & MIORIM,

2004, p. 70). Investiga, também, como o aluno, por intermédio do conhecimento

matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua

formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma

visão histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos,

construídos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do aluno.

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A efetivação desta proposta requer um professor interessado em

desenvolver-

se intelectual e profissionalmente e em refletir sobre sua prática para tornar-se

um educador matemático e um pesquisador em contínua formação. Interessa-lhe,

portanto, analisar criticamente os pressupostos ou as ideias centrais que

articulam

a pesquisa ao currículo, a fim de potencializar meios para superar desafios

pedagógicos.

Nesse encaminhamento, é importante que o professor reflita sobre a

sua

concepção de Matemática enquanto campo de conhecimento levando em

consideração dois aspectos:

• pode-se conceber a Matemática tal como ela vem exposta na maioria

dos livros didáticos, como algo pronto e acabado, em que os capítulos se

encadeiam de forma linear, sequencial e sem contradições;

• pode-se acompanhar a Matemática em seu desenvolvimento progressivo

de elaboração, de modo a descobrir-se suas hesitações, dúvidas,

contradições,

as quais um longo trabalho de reflexão e apuramento consegue eliminar,

para que logo surjam outras hesitações, outras dúvidas, outras contradições

no fazer matemático. Isto é, sempre haverá novos problemas por resolver.

(CARAÇA, 2002, p. XXIII).

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Entende-se por Conteúdos Estruturantes os conhecimentos de

grande amplitude, os conceitos e as práticas que identificam e organizam os

campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a

sua compreensão. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações

sociais.

Os Conteúdos Estruturantes propostos nestas P. P.C. para a

Educação Básica da Rede Pública Estadual.

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Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais

para cada série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio,

considerados imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas

diversas disciplinas da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é

direito do aluno na fase de escolarização em que se encontra e o trabalho

pedagógico com tais conteúdos é responsabilidade do professor.

ANO CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

6º ANO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

Sistemas de numeração;

Números Naturais;

Múltiplos e divisores;

Potenciação e radiciação;

Números fracionários;

Números decimais.

GRANDEZAS E MEDIDAS

Medidas comprimento;

Medidas de massa;

Medidas de área;

Medidas de volume;

Medidas de tempo;

Medidas de ângulos;

Sistema monetário.

GEOMETRIA Geometria Plana;

Geometria Espacial;

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Dados, tabelas e gráficos;

Porcentagem.

CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS

164

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ESTRUTURANTES

7º ANO

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

Números Inteiros;

Números Racionais;

Equação e Inequação do 1o grau;

Equação e Inequação do 1o grau;

Razão e proporção;

Regra de três simples.

GRANDEZAS E

MEDIDAS

Medidas de temperatura

Medidas de ângulos

GEOMETRIA Geometria Plana;

Geometria Espacial;

Geometrias não-euclidianas.

TRATAMENTO DE

INFORMAÇÃO

Pesquisa Estatística;

Média Aritmética;

Moda e mediana;

Juros simples.

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

8º ANO

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

Números racionais e Irracionais;

-

Sistemas de Equações do 1o grau;

Potências;

Monômios e Polinômios;

Produtos Notáveis

GRANDEZAS E

MEDIDAS

Medida de comprimento; ;

Medida de área;

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Medida de volume;

Medidas de ângulos.

GEOMETRIA

Geometria Plana

- Geometria Espacial; Geometria Analítica;

- Geometrias não

euclidiana

TRATAMENTO DE

INFORMAÇÃO

Gráfico e Informação;

População e amostra

ANO CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

9º ANO

NÚMEROS E

ÁLGEBRA

Números Reais; -

Propriedades dos radicais;

Equação do 2o grau;

Teorema de Pitágoras;

Equações Irracionais;

Equações Biquadradas;

Regra de Três Composta

GRANDEZAS E

MEDIDAS

Relações Métricas no Triângulo

Retângulo;

Trigonometria no Triângulo Retângulo;

FUNÇÕES

Noção intuitiva de

Função Afim .

Noção intuitiva de

Função Quadrática.

GEOMETRIAS Geometria Plana;

Geometria Espacial;

Geometria Analítica;

Geometria Não- Euclidiana.

166

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TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Noções de Análise Combinatória;

Noções de Probabilidade

Estatística;

Juros Composto.

Conteúdos obrigatórios: História do Paraná ( Lei nº 13.381/01) – História e cutura

afro-brasileira, africana e indígena/equipe multidisciplinar ( Lei nº 10.639/03 e nº

11.645/08), música ( Lei nº 11.769/08), prevenção ao uso indevido de drogas,

sexualidade humana, educação ambiental, educação fśicia, enfrentamento à

violência contra a criança e o dolescente – Direito das Crianças e adolescentes

( Lei Federal nº 11.525/07)- Educação Tributária ) Dec. ( nº 1.143/99, Portaria

( nº 413/02). - Educação Ambiental ( Lei Federal nº 9.795/99).

3 METODOLOGIA

Os conteúdos Básicos do Ensino Fundamental deverão ser

abordados de forma articulada, que possibilitem uma intercomunicação e

complementação dos conceitos pertinentes à disciplina de Matemática.

As tendências metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares

de Matemática sugerem encaminhamentos metodológicos e de aporte teórico

para os conteúdos propostos neste nível de ensino, numa perspectiva de valorizar

os conhecimentos de cada aluno, quer seja adquiridos em séries anteriores ou de

forma intuitiva. Estes conhecimentos e experiências provenientes das vivências

dos alunos, deverão ser aprofundados e sistematizados, com objetivo de validá-

los cientificamente, ampliando-os e generalizando-os. É importante a utilização de

recursos didáticos-pedagógicos e tecnológicos como instrumentos de

aprendizagem, tais como , aula espositiva, análise de dados em gráficos em

tabelas, material dourado, sólidos geométricos, calculadora, tranferidor,

compasso, régua, laboratório de informática, TV Multimidia, softwares

educacionais.

4 AVALIAÇÃO

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As pesquisas em Educação Matemática têm permitido a discussão e

reflexão sobre a prática docente e o processo de avaliação. Historicamente, as

práticas avaliativas têm sido marcadas pela pedagogia do exame em detrimento

da pedagogia do ensino e da aprendizagem (LUCKESI, 2002).

Com o objetivo de superar tal prática, considera-se que a avaliação

deve acontecer ao longo do processo do ensino-aprendizagem, ancorada em

encaminhamentos metodológicos que abram espaço para a interpretação e

discussão, que considerem a relação do aluno com o conteúdo trabalhado, o

significado desse conteúdo e a compreensão alcançada por ele.

Para que isso aconteça, é preciso que o professor estabeleça

critérios de avaliação claros e que os resultados sirvam para intervenções no

processo ensino-aprendizagem, quando necessárias. Assim, a finalidade da

avaliação é proporcionar aos alunos novas oportunidades para aprender e

possibilitar ao professor refletir sobre seu próprio trabalho, bem como fornecer

dados sobre as dificuldades de

cada aluno (ABRANTES, 1994, p. 15).

No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da

observação sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar

oportunidades diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais

oportunidades devem incluir manifestação escritas, orais e de demonstração,

inclusive por meio de ferramentas e equipamentos, tais como materiais

manipuláveis, computador e calculadora.

Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas

pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:

• comunica-se matematicamente, oral ou por escrito

(BURIASCO, 2004);

• compreende, por meio da leitura, o problema matemático;

• elabora um plano que possibilite a solução do problema;

• encontra meios diversos para a resolução de um problema

matemático;

• realiza o retrospecto da solução de um problema.

Dessa forma, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado

a:

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• partir de situações-problema internas ou externas à

matemática;

• pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na

solução dos problemas;

• elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;

• perseverar na busca de soluções, mesmo diante de

dificuldades;

• sistematizar o conhecimento construído a partir da solução

encontrada, generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições

particulares;

• socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma

linguagem adequada;

• argumentar a favor ou contra os resultados (PAVANELLO &

NOGUEIRA, 2006, p. 29).

O professor deve considerar as noções que o estudante traz,

decorrentes da sua vivência, de modo a relacioná-las com os novos

conhecimentos abordados nas aulas de Matemática.

Assim, será possível que as práticas avaliativas finalmente superem

a pedagogia do exame para se basearem numa pedagogia do ensino e da

aprendizagem utilizando os seguintes instrumentos: trabalho de pesquisa,

trabalho de grupo, avaliação teórica, atividades avaliativas.

Recuperação de Estudos

Os conteúdos selecionados para o ensino são todos importantes

para a formação do aluno,então é preciso investir em todos as estratégias e

recursos possíveis prova que ele aprenda, a recuperação é justamente

isso:esforço de retomar de voltar aos conteúdos,de modificar os

encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de

aprendizagem, através da aula do erro e atividades complementares.

REFERÊNCIAS

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FONSECA, MARIA DA CONCEIÇAO FERREIRA REIS, Educação Matemática

de Jovens e de Adultos: especificidades, desafios e contribuições, 91 Global

3.9 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Desde o início da colonização do território brasileiro, o Estado

Português tinha a preocupação de facilitar o processo de dominação e expandir o

catolicismo. Coube aos jesuítas a responsabilidade de evangelizar e ensinar o

170

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latim aos povos jesuítas foram considerando os principais incentivadores da

resistência dos nativos. Esse foi um dos fatores que contribuiu para a decisão de

expulsar os padres jesuítas no Brasil.

Em 1759, o ministro Marquês de Pombal instituiu o sistema régio no

Brasil (o Estado tinha a responsabilidade de contratar professores não-

religiosos). As línguas que continuaram a entregar o currículo eram o grego e o

latim.

Em 1809, D. João VI assinou o decreto de 22 de junho, para criar as

cadeiras de Inglês e Francês, valorizando o ensino das línguas modernas.

Em 1837, ocorreu a fundação do Colégio Pedro II. O currículo do

Colégio Pedro II continha sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de Alemão.

A abordagem pedagógica tradicional de raízes européias, também

chamada de gramática-tradução, prevaleceu até o princípio do Século XX. A

língua era concebida como um conjunto de regras e privilegiava a escrita.

Com a publicação de Cours de linguistique générale de Ferdinand

Saussure (1857-1913), na Europa, em 1916, os estudos da linguagem assumiram

um caráter científico. Os estudos de Saussure forneceram elementos para a

definição do objeto de estudo específico da linguística: a língua.

Desde o final do século XIX e, principalmente, a partir do início do

século XX, imigrantes europeus vieram ao Brasil devido ao aumento populacional,

do desemprego, da falta de terras agricultáveis, períodos de pós-guerra e

perseguições étnicas. Foram criadas colônias de imigrantes em todo o Brasil

(italianos, alemães, ucranianos, espanhóis, russos, poloneses e japoneses), em

especial no sul do país, que se organizaram para construir escolas com o objetivo

de preservar as suas culturas.

Para efetivar os propósitos nacionalistas, em 1917, o governo federal

decidiu fechar as escolas de imigrantes que funcionavam, sobretudo, no sul do

Brasil, e criou, a partir de 1918, as escolas primárias subvencionadas com

recursos federais sob a responsabilidade dos Estados.

Em 1930, quando assumiu o governo brasileiro, Getúlio Vargas criou

o Ministério de Educação e Saúde e as Secretarias de Educação nos Estados,

com vistas à reforma do sistema de ensino.

171

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A reforma de 1931, intitulada Francisco Campos, atribuía à escola

secundária a responsabilidade pela formação geral e pela preparação para o

ensino superior. A reforma de 1931 estabeleceu o primeiro método oficial de

Língua Estrangeira: o Método Direto, que privilegiava a habilidade oral, com

constante contato com a língua de estudo, sem intervenção da tradução.

Em 1942 surgiram nos Estados Unidos por ocasião da Segunda

Guerra Mundial, os Métodos Audiovisual e Audio-Oral, com o objetivo de formar

rapidamente pessoas que falassem outras línguas.

A partir do Estado Novo, a estrutura do ensino intensificou a ênfase

no discurso nacionalista de fortalecimento da identidade nacional, como um dos

resultados da instauração do governo Vargas. Nesta conjuntura, o prestígio das

línguas estrangeiras foi mantido no ginásio. O Espanhol foi introduzido como

matéria obrigatória alternativa ao ensino do Alemão.

O Espanhol, que até então não havia figurado como componente

curricular, é escolhido para compor os programas oficiais de ensino científico,

que pertencia à escola secundária. A língua de um povo que mesmo com

importante participação na história ocidental, com episódios gloriosos de

conquistas territoriais, não representava ameaça para o governo durante o

Estado Novo. A Língua Espanhola foi valorizada como Língua Estrangeira porque

representava para o governo um modelo de patriotismo e passou a ser

incentivado no lugar dos idiomas Alemão, Japonês e Italiano, que, em função da

Segunda Guerra Mundial, foram desprestigiados no Brasil.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n. 4.024, promulgada

em 1961, criou os Conselhos Estaduais de Educação. Essa lei determinou a

retirada da obrigatoriedade do ensino da Língua Estrangeira no colegial e instituiu

o ensino profissionalizante, compulsório, em substituição aos cursos Clásico e

Científico.

O Método Áudiovisual apresentou um pequeno avanço em relação

ao Método Áudio-Oral, porque não usava sentenças isoladas, mas sim diálogos

contextualizados. O uso de gravados, projetor de slides, cartões ilustrativos e

filmes fixos, conferiu um avanço inestimável à aquisição de línguas.

A partir da década de 1960, a concepção estruturalista da língua

enfraqueceu-se diante dos novos estudos científicos. No campo da linguística,

172

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surgiu o modelo de descrição linguística postulado por Chomsky (1965) – a

Gramática Gerativa Transformacional – que reestruturou a visão de língua e de

sua aquisição.

Na década de 1970, em oposição ao modelo inatista de aquisição de

linguagem, teve início, no Brasil, a discussão das teorias de Piaget sobre a

abordagem cognitiva e construtivista. Nessa abordagem, a aquisição da língua é

entendida como resultado de interação entre o organismo e o ambiente.

No mesmo período, educadores brasileiros passaram a estudar a

concepção de Vygotsky (1896-1934), no campo da aquisição da linguagem. Para

Vygotsky, a linguagem acontece nas trocas sociais e num processo mental, no

qual as trocas sociais exercem um movimento de interiorização.

Com a Lei n. 5692/71, o governo militar desobrigou a inclusão de

línguas estrangeiras nos currículos de primeiro e segundo graus, sob o argumento

de que a escola não deveria se prestar a ser a porta de entrada de mecanismos

de impregnação cultural estrangeira.

Em 1976, o ensino de Língua Estrangeira voltou a ser valorizado,

quando a disciplina se tornou novamente obrigatória somente no segundo grau.

De acordo com o parecer n.581/76 do Conselho Federal, a Língua Estrangeira

seria ensinada por acréscimo, conforme as condições de cada estabelecimento.

No Estado do Paraná, tais questões geraram movimento de

professores insatisfeitos com a reforma de ensino. Esses movimentos ecoaram no

Colégio Estadual do Paraná, onde foi criado o Centro de Línguas Estrangeiras

em 1982, que passou a oferecer aulas de Espanhol, Inglês, Francês e Alemão,

aos alunos do contra turno. Nesse mesmo ano a Universidade Federal do Paraná

(UFPR) incluiu no vestibular as Línguas Espanhola, Italiana e Alemã. Esse fato

estimulou a demanda de professores dessas línguas.

Em 15 de agosto de 1986, a Secretaria de Estado da Educação

criou, oficialmente, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM),

como forma de valorizar o plurilinguismo e a diversidade étnica que marca a

história paranaense. Tal oferta tem sido preservada pela SEED há mais de vinte

anos.

Nesse contexto histórico, a Abordagem Comunicativa começou a ser

discutida no Brasil. Em tal abordagem, a língua é concebida como instrumento de

173

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comunicação ou interação social, concentrada nos aspectos semânticos, e não

mais no código linguístico.

Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência

comunicativa ao incorporarem, além da competência gramatical, outras três em

seu modelo final: a competência sociolinguística, a estratégica e a discursiva.

Além disso, esses linguistas propuseram quatro habilidades respectivas: leitura,

escrita, fala e audição. Na abordagem comunicativa, o professor deixa de ser o

centro do ensino e para á condição de mediador do processo pedagógico.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna

no Ensino Fundamental, a partir da quinta série, e a escolha do idioma foi

atribuída à comunidade escolar, conforme suas possibilidades de atendimento

(Art. 26, 5º).

Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua

Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade

escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades de

instituição (Art. 36, inciso III).

Em 1998, como desdobramento da LDB/96, o MEC publicou os

Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Língua

Estrangeira (PCN), pautados numa concepção de língua como prática social

fundamentada na abordagem comunicativa.

Em 1999, o MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais de

Língua Estrangeira para o Ensino Médio, cuja ênfase está no ensino da

comunicação oral e escrita, para atender as demandas relativas à formação

pessoal, acadêmica e profissional.

A fim de valorizar o ensino de Língua Estrangeira Moderna, no ano

de 2004, a SEED abriu concurso público para compor o quadro próprio do

magistério, com vagas para professores de Espanhol, para suprir a demanda

prevista pela lei. Também ampliou o número de escolas que ofertam cursos do

CELEM, estabeleceu parcerias para formação e aprimoramento pedagógico dos

professores e adquiriu livros de fundamentação teórica de Língua Estrangeira

para as escolas de todo o estado. Como resultado de um processo que

buscava destacar o Brasil no Mercosul, em 5 de agosto de 2005, foi criada a lei n.

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11.161, que tornou obrigatória a oferta de Língua Espanhola nos

estabelecimentos de Ensino Médio.

Os sujeitos da Educação Básica da escola pública brasileira

(crianças, jovens e adultos) tem direito ao acesso do conhecimento produzido

pela humanidade. Concluímos, então, que o acesso ao aprendizado de uma

Língua Estrangeira proporciona o atendimento igualitário aos sujeitos da

Educação Básica, seja qual for sua condição social e econômica.

Os alunos da Rede Estadual de Ensino da região de Cornélio

Procópio residem em uma região geograficamente estratégica, já que o estado do

Paraná faz divisa com países de Língua Espanhola (Venezuela, Peru, Bolívia,

Paraguai, Argentina e Uruguai.) e o nosso país tem como maioria, nações

vizinhas que dominam o Espanhol. É necessário oferecer aos nossos educandos

a ampliação do contato como outras formas de conhecimento e com outros

processos de interpretação de construção da realidade.

OBJETIVOS GERAIS

Espera-se que o aluno use a Língua Estrangeira em situações de

comunicação oral e escrita, vivenciando as formas de participação que lhe

possibilite estabelecer relações entre ações individuais e coletivas, compreenda

que os significados são sociais e historicamente construídos e tenha maior

consciência sobre o papel das línguas na sociedade, reconhecendo e

compreendendo a diversidade linguística e cultural.

Segundo as práticas discursivas presentes nas Diretrizes

Curriculares da Educação Básica, trata-se de tornar a aula de Língua Estrangeira

um espaço de

[...] acesso a diversos discursos que circulam globalmente, para construir

outros discursos alternativos que possam colaborar na luta política contra

a hegemonia, pela diversidade, pela multiplicidade da experiência huma

na, e ao mesmo tempo, colaborar na inclusão de grande parte dos brasilei

ros que estão excluídos dos tipos de [...] (conhecimentos necessários)

para a vida contemporânea, estando entre eles os conhecimentos

(em língua estrangeira) (MOITA LOPES, 2003, p. 43).

175

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CONTEÚDOS

Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

CONTEÚDOS BÁSICOS – 6º, 7º, 8º e 9º ano

GÊNEROS DISCURSIVOS

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita,oralidade e análise

linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos

conforme suas esferas sociais de circulação.

ENSINO FUNDAMENTAL: 6ºANO

LEITURA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Elementos composicionais do gênero;

Léxico;

Repetição proposital de palavras;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos

Gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

ESCRITA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Elementos composicionais do gênero;

176

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Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos

Gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

Tema do texto;

Finalidade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,gestos...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

Repetição, recursos semânticos.

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

ENSINO FUNDAMENTAL: 7ºANO

LEITURA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Informações explícitas;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Repetição proposital de palavras;

Léxico;

177

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Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),figuras de

linguagem.

ESCRITA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

Tema do texto;

Finalidade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,

gestos, etc;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas lingüísticas, coesão, coerência, gírias,

repetição, semântica.

ENSINO FUNDAMENTAL: 8ºANO

LEITURA

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

178

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Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Vozes sociais presentes no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, figuras de

linguagem.

Semântica:

operadores argumentativos;

ambiguidade;

sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;

expressões que denotam ironia e humor no texto.

Léxico.

ESCRITA

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Vozes sociais presentes no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);

Concordância verbal e nominal;

Semântica:

operadores argumentativos;

ambiguidade;

significado das palavras;

figuras de linguagem;

179

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sentido conotativo e denotativo;

expressões que denotam ironia e humor no texto.

ORALIDADE

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Elementos semânticos;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral

e o escrito.

ENSINO FUNDAMENTAL: 9ºANO

LEITURA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

180

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Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de

linguagem);

Léxico.

ESCRITA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Relação de causa e consequência entre as partes e

elementos do texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e

humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem;

Processo de formação de palavras;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

181

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ORALIDADE

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Semântica;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

LEI nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003: Inclui no currículo oficial

da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasilei-

ra”.

A valorização dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e

cultura hispanoamericana, com o objetivo de utilizar o Espanhol como ferramen-

ta de linguagem para difundir a importância da aprendizagem sobre outras cultu-

ras.

METODOLOGIA

A partir do Conteúdo Estruturante Discurso como prática social,serão

trabalhadas. a riqueza e a variedade dos gêneros do discurso, proporcionando a

interação ativa do aluno, onde poderão ser desenvolvidas atividades lúdicas

(representações teatrais, textos literários, filmes, Mostras Culturais e colagens),

utilização de textos literários, poesias, reportagens, o uso da internet como

ferramenta de consulta e apoio, troca de experiências com alunos intercambistas,

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trabalhos de pesquisa sobre a história e a geografia da Espanha e de países que

tenham o Espanhol como língua oficial, contemplando assim o uso do

conhecimento adquirido.

AVALIAÇÃO

O aluno pode aprender a absorver a matéria estudada de muitas

formas, e a metodologia adotada em sala de aula coopera muito para o sucesso

desse processo de avaliação.

A capacidade do educando não pode ser medida apenas por

meio de números, e sim, por seu rendimento diário, fornecendo dados preciosos

para que o aluno progrida e atinja a competência necessária.

Os testes, trabalhos e atividades propostas devem conter clareza,

coerência e objetivo. A avaliação e recuperação de estudos são contínuas, num

processo de somatória que totaliza 10,0 pontos. O sistema de avaliação é

bimestral, servindo para alimentar, sustentar e orientar a ação pedagógica e não

apenas constatar certo nível de conhecimento do aluno.

As atividades ministradas no dia-a-dia em sala de aula passam a

ser gratificantes, a medida que o professor demonstra ao aluno, de forma prática,

seu conhecimento adquirido, tanto oral como escrita, auditiva e de interpretação,

causando uma grande satisfação individual e coletiva, fundada sobre um sistema

de valores, com práticas participativas e fraternas, alicerçado no aprender a

conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

BIBLIOGRAFIA

DONIN, Eleci Schröder. et al. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês

– Curitiba, SEED – PR, 2006.

ROMANOS, Henriques, Expansión: español en Brasil, São Paulo: FTD, 2002.

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4. ATIVIDADES INTEGRADORAS DO CURRÍCULO

Há de se destacar, a partir do que foi produzido pelas escolas na

Semana Pedagógica de fevereiro de 2010, duas reflexões que permearam a

discussão de alguns estabelecimentos de ensino: a) o papel dos conteúdos

universais no currículo e, b) a integração das atividades curriculares.

Acerca destes “temas”, é importante lembrar que ambos fazem

referência à forma de se conceber os conteúdos escolares no currículo. Ao se

explicitar a função social da escola e, neste sentido, da educação básica, fica

claro o contexto pelo qual se produziu e se produz o conhecimento. Ele é fruto da

interação intencional dos homens que, conforme descrito no tópico “Trabalho,

educação e função social da escola”, pelo trabalho produzem linguagem, crenças,

cultura, conhecimento e, neste sentido, história. A intenção de se mediar este

conhecimento na escola expressa a concepção de educação que se manifesta,

por sua vez, no currículo. A questão a se refletir é: que conhecimento? Para quem

e para quê? São questionamentos já indicados no texto I da presente Semana

Pedagógica.

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Esse conhecimento, no currículo, pode e tem sido abordado, em

diferentes momentos da história da educação brasileira, por diferentes vias, como

por exemplo, a partir de projetos de aprendizagem, complexos temáticos, temas

geradores ou conteúdos estruturantes. Cada uma destas formas de organização

do currículo expressa uma intencionalidade e, portanto, uma concepção de

educação e de escola.

A discussão que cabe é: em que medida esta organização do

currículo irá fragmentar, secundarizar ou pulverizar o conteúdo, ou, por outro lado,

em que medida poderá permitir uma relação maior entre as disciplinas,

articulando os conhecimentos entre si sem, de forma alguma, secundarizá-los?

Esta última forma de perceber o currículo se manifesta na abordagem

interdisciplinar que constitui o currículo por disciplinas. Isto implica dizer, conforme

já abordado no texto I, que o conteúdo é a via de acesso ao conhecimento e se

organiza a partir de suas áreas de referência que sistematizam os conteúdos

históricos, científicos, culturais, filosóficos artísticos, ou seja, conteúdos universais

que devem ser socializados para todos.

Esta reflexão fundamenta, também, as atividades curriculares que

complementam o currículo, como a Atividade Curricular Complementar, por

exemplo. Esse Programa se constitui em complementação curricular. Isto significa

dizer que, como o tempo de aprendizagem de tais conteúdos é diferente entre os

alunos, haja vista o referencial conceitual real dos mesmos para aprender, bem

como suas condições concretas - sejam elas subjetivas ou objetivas (sem jamais

sonegar conhecimento em nome das dificuldades de aprendizagem) – a forma de

se trabalhar um ou outro conteúdo das disciplinas pode variar em outro tempo ou

outro espaço. O que isto significa? Que as Atividades Pedagógicas de

Complementação Curricular, contempladas na Proposta Pedagógica Curricular

(PPC) relativas aos possíveis recortes do conteúdo disciplinar são trabalhadas em

horário diferenciado. Isso implica numa seleção de atividades organizadas em

núcleos de conhecimentos que venham ao encontro do Projeto Político-

Pedagógico (PPP), com o objetivo de: a) dar condições para que os profissionais

da educação, os alunos da Rede Pública Estadual e a comunidade escolar

desenvolvam diferentes atividades pedagógicas no contraturno, no

estabelecimento de ensino ao qual estão vinculados; b) viabilizar o acesso, a

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permanência e a participação dos alunos da Rede Pública Estadual em atividades

pedagógicas de seu interesse, oferecidas pelo estabelecimento de ensino onde

estão vinculados; c) possibilitar maior integração na comunidade escolar ao

realizar Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular, de modo a

promover a interação entre alunos, professores e comunidade (Instrução n°

010/2009 –SUED/SEED).

Portanto, quando a escola opta por propor uma atividade de

complementação curricular no contra turno, o faz tomando como referência o

currículo, os conteúdos propostos para a disciplina, o plano de trabalho docente e

uma avaliação sobre as necessidades de seus alunos.

Ao se analisar que conteúdos devem, ainda, ser trabalhados de

forma mais ampliada e metodologicamente diferente, a escola pode, então, propor

atividades complementares com este fim. É, portanto, a defesa pelo conteúdo

escolar como via de acesso ao conhecimento e a emancipação do sujeito que

move a organização do currículo da escola pública e, por conseqüência, de todas

as atividades curriculares nela propostas.

4.1 ATIVIDADE CURRICULAR COMPLEMENTAR

Os professores que assumirem as atividades do Programa de

Atividade Curricular Complementar deverão elaborar um Plano de Trabalho

Docente Semestral, referente a atividade desenvolvida na escola. Para tanto

deverão utilizar como base, a proposta apresentada pela escola e a Resolução

3683/2008 e Instrução no 010/09 –SUED/SEED

No Plano de Trabalho Docente o professor deverá, descrever as

atividades mensais que serão realizadas, tendo em vista o desenvolvimento de

um processo de investigação.

Após conclusão o Plano de Trabalho Docente deverá ser inserido no

sistema online do Programa.

É necessário ainda considerar, que:

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1. A atividade de Complementação Curricular deverá respeitar o

calendário escolar.

2. A inscrição dos alunos participantes deverá ser feita no sistema

on-line do Programa.

3. A presença do aluno e as atividades desenvolvidas deverão ser

registradas da mesma forma que as demais aulas (registro de classe).

4. A freqüência do Professor deverá ser registrada no livro ponto da

escola.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A metodologia utilizada no desenvolvimento dessa atividade deve

priorizar aspectos cultos, técnicos e de improvisação em dança, bem como a

efetiva apropriação dos elementos que a estruturam e organizam, usando a

atuação dos sujeitos em sua realidade singular e social.

Dessa maneira em sua metodologia, o professor pode enfatizar, em

seu recorte, alguns pontos significativos, com vistas a investigação e ampliação

dos conhecimentos nessa área. São eles:

- Contextualizar historicamente o objeto trabalhando de modo a

situar os fatores constituíram/influenciaram as diversas manifestações em Dança.

- Perceber a organização e classificação das produções artísticas a

partir das semelhanças e diferenças em relação ao objeto trabalhado.

- Observar as técnicas de composição em dança.

- Identificar um conjunto de artistas que comungam das mesmas

idéias de forma a constituir tendências que caracterizam um período ou

movimento artístico.

Sugestões de atividades

Atividade: Danças de suas – Street Dance.

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Objetivos: Possibilitar a análise crítica em relação as formas de

movimentos das Danças de Rua que redijam o seu significado dentro de um

contexto sócio cultural da periferia, reconhecer as ações corporais cotidianas que

derrotam uma realidade de nas danças de rua, bem como as transformações em

ações corporais expressivas, vivenciar os movimentos corporais e suas

características artísticas coreográficas no tempo e no espaço.

Metodologia

Serão desenvolvidas várias possibilidades de improvisação em

Dança para o processo de construção de padrões de movimentos, valorizando o

processo de criação e contextos pessoais, culturais e sociais dos alunos.

Nessas improvisações se dará a articulação entre os significados

dos movimentos do cotidiano e a complexidade das diversas manifestações da

cultura corporal e da expressão do corpo em movimento. A partir dessas

propostas será encaminhada novas leituras de Danças populares na versão dos

alunos participantes desta atividade.

Plano de Trabalho do Professor

Visa a valorização dos alunos dentro do contexto social em que vive,

passando a importância deles na escola e na sociedade.

Valorizando o seu meio em que vive, mas passando que é possível

enxergar no horizonte com muito trabalho digno de seriedade, aprendendo e

conquistando os seus espaços nesta sociedade em que vive.

Através deste conceito a importância de ter uma boa alimentação,

higiene e boas horas de sono.

A escola é o primeiro degrau para esta escola na vida social,

convivência para impor nesta sociedade sua importância como ser humano.

Dança de Rua – Projeto de Complementação Curricular

Trabalhos, corridas, alongamentos, exercícios de flexibilidade,

agilidade para demonstrar através da mímica e gesto corporal que a sua

linguagem para esta sociedade em que vive.

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1º Escolhemos a música depois os passos no ritmo musical para

expressar a nossa linguagem.

No contexto de exclusão social em conversas com os alunos se diz

que são discriminados pela sociedade média e pobre da cidade ao qual viveu em

favelas, e este momento de expressão cultural a qual são demonstrativos para

sociedade dos valores que eles têm e podem superar momentos críticos de suas

vidas através da expressão destes movimentos ao qual a sociedade não aprova.

Mas sem dúvidas e nestes momentos de expressão espontânea a

qual estes alunos mostra para a sociedade outras virtudes que eles possuem e

podem fazer parte desta sociedade se mostrando com expressão de vencer numa

sociedade hipócrita na qual nós vivemos.

Dança de Rua

Mostra indignação deste povo isolada, discriminado pela sociedade

a qual nós vivemos (periferia).

Sendo assim com expressão de movimentos rústicos e

coordenados, e através de gestos mímicos e movimentos expressivos. Soltar a

expressão, através de movimentos para a sociedade a qual vivem mostrando a

sua importância e dizendo “eis me aqui”.

Projeto Metodologia de Trabalho.

- Vivência artística e exercícios de dança contemporânea;

- Apreciação de dança ao vivo e em vídeo;

- Discussões e problematização sobre o vivido e apreciado;

- Leitura e discussões de textos;

- Elaboração de diário de bordo e registro de aula;

- Elaboração e aplicação de projetos de ensino.

Conteúdos:

1 Princípios do movimento: respiração, equilíbrio, apoios, dinâmica postural.

2 Elementos do movimento: o quê, como, e com que nos movemos.

3 Processos da dança: Improvisação, composição, coreografia, e respiratórios.

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4 Dimensões sócio-histórico-culturais da dança e aspectos estéticos histórias,

estudo e técnicas, música, crítica e estética.

5 Relações entre o ensino de dança nas escolas e a sociedade contemporânea

conceitos de tempo, espaço, corpo e novas tecnologias, interdisciplinaridade.

ANEXO 2 - PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

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GERAÇÃO DA PAZ

Desenvolvido semanalmente em dias alternados, onde são desenvolvidos temas

de relevância para o contexto social de nossos alunos, com vídeos e textos retirados do

material GERAÇÃO DA PAZ – Em um mundo de conflitos e violência, da RAIO

(Recurso Audiovisual Interativo) editora

Objetivo: Provocar a reflexão, com profundidade, sobre causas e conseqüências

de conflitos e violência, sobre pequenas e grandes mudanças comportamentais, individuais,

sociais e políticas.

MOSTRA CULTURA

Objetivo: estudar e manter vida a cultura camponesa brasileira através do

resgate, ensaios e apresentações à comunidade das produções artístico-culturais do povo

brasileiro e de sua culinária.

PALESTRAS

Proposta que procura responder a necessidades, dificuldades, problemas e mesmo

curiosidades detectadas pelos professores, alunos e comunidades. Delas participam

professores, alunos, direção, comunidade, de forma coletiva. O critério de escolha dos

temas e palestrantes segue sempre uma preocupação pedagógica.

Objetivo: oportunizar situações para se tomar contato e discutir assuntos de uma

forma diferenciada ao contexto do dia-a-dia escolar e com pessoas que possam dar uma

contribuição significativa.

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GINCANAS DE ALUNOS

Atividade realizada mais de uma vez por ano e que se compõe de atividades de

lazer e competitivas envolvendo grupos de alunos por série. É composta sempre por tarefas

antecipadas, surpresa e relâmpago.

Objetivo: promover a integração e o congraçamento entre os alunos e alunos na

turma e com os alunos de outras turmas

GINCANAS DE PAIS

Atividade realizada mais de uma vez por ano é que consiste em atividades de

lazer e competitivas envolvendo pais e mães de alunos, com tarefas diversificada e

adequadas à condições dos pais e mães de nossos alunos.

Objetivo: promover a integraçã o pais/mães com escola no sentido de que eles

sintam que a escola é também um espaço deles.

ANEXO 3 - PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE

COMPLEMENTAR CURRICULAR EM CONTRATURNO

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MACROCAMPOCULTURA E ARTE

TURNOVespertino

CONTEÚDO

Elementos Formais: movimento corporal, tempo e

espaço;

Composição: deslocamento, formação, coreografia;

Movimentos e Períodos: Hip Hop, Musicais,

Impressionismo e

Dança Moderna;

OBJETIVO

Contextualizar historicamente o objeto trabalhado, de

modo a situar os fatores que constituíram /

influenciaram as diversas manifestações em Dança.

- Perceber a organização e classificação das

produções artísticas a partir das semelhanças e

diferenças em relação ao objeto trabalhado.

- Observar as técnicas de composição em Dança. -

Identificar um conjunto de artistas que comungam das

mesmas idéias, de forma a constituir tendências que

caracterizam um período ou movimento artístico.

ENCAMINHAMENTO

METODOLÓGICO

- A metodologia utilizada no desenvolvimento dessa

atividade deve priorizar aspectos críticos técnicos e de

improvisação em Dança, bem como a efetiva

apropriação dos elementos que a estruturam e

organizam, visando a atuação dos sujeitos em sua

realidade singular e social.

AVALIAÇÃO

RESULTADOS ESPERADOS PARA O ALUNO

Espera-se que os alunos desenvolvam atividades que

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envolvam em seu planejamento diversas formas e

estilos de dança, considerando a vivência,

experimentação e criação.

PARA A ESCOLA

Integração do aluno à sociedade através de

apresentações em diversos ambientes.

PARA A COMUNIDADE

Produzir momentos de lazer com a dança, objetivando

enriquecer a cultura local e também matérias que

possam ser utilizados por toda a comunidade escolar

no processo ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

Diretrizes Curriculares Estaduais

PARECER DO NRE

Espera-se que o programa promova momentos de

apreciação da dança contemporânea, valorizando a

cultura local e enriquecimento da cultura da dança

como um todo.

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