Fichamento Do Texto 6

8

Click here to load reader

Transcript of Fichamento Do Texto 6

Page 1: Fichamento Do Texto 6

Fichamento do texto 6 – A Transição do Regime de Padroado para um Novo Status

Político no Regime Republicano.

Parágrafo 1

Parágrafo 3

Parágrafo 5

Parágrafo 6

Parágrafo 7

MICELI, Sérgio. A elite eclesiástica brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand,

1998. (capitulo I – A transação do regime de padroado para o novo status

político do regime republicano).

“O processo de construção institucional da Igreja Católica brasileira

ao logo da República velha (1890-1930) se prende, de um lado, às novas

diretrizes e empreendimentos da Santa Sé durante a segunda metade do século

XIX e, de outro lado, aos desafios organizacionais e condicionantes políticos

que teve de enfrentar no interior da sociedade brasileira”.

“O movimento de reação eclesiástica desembocou numa série de

iniciativas que a longo prazo, significaram o fortalecimento organizacional e

condições mínimas de sobrevivência política no acirrado campo de

concorrência ideológica, cultural e religiosa, do mundo contemporâneo. (...) É

em meio a esse conjunto de mudanças da posição internacional da Igreja

Católica que se deve situar o processo de “construção institucional” da

organização eclesiástica no Brasil das primeiras décadas do regime

republicano”.

“No caso dos países latino-americanos e sobretudo no Brasil, a

política expansionista da Santa Sé em fins do século passado e começo do atual

adotou uma postura marcadamente patrimonialista. (...) Consistiu em firmar

uma sólida aliança político-doutrinária com os setores dos grupos dirigentes

favoráveis às pretensões católicas e cientes da colaboração ideológica eficaz

que a igreja estava em condições de prestar à consolidação da nova ordem

social e política”.

“De maneira distinta do que vinha ocorrendo nas áreas de colonização

européia na Ásia e na África. (...) O Brasil dava margem às valeidades

expansionistas da Santa Sé e das novas congregações “empreendedoras””.

“A rigor, uma das barreiras mais importantes para o êxito da política

de “romantização” derivava da herança da Igreja colonial e do estado de

Page 2: Fichamento Do Texto 6

Parágrafo 8

Parágrafo 9

Parágrafo 12

Parágrafo 13

Parágrafo 16

Parágrafo 17

Parágrafo 20

Parágrafo 21

Parágrafo 22

desagregação interna a que chegara a Igreja em simbiose com o Trono”.

“A primeira herança impediu que a Igreja enveredasse por completo

na opção de atendimento prioritário das demandas dos grupos oligárquicos”.

“Em fins do século passado e inicio do atual, os padrões de

relacionamento entre a Igreja e Estado na América Latina sofreram profundos

abalos”.

“Mesmo antes do confronto aberto entre bispos brasileiros e a Coroa

no início da década de 70, já se haviam claramente delineadas indisfarçáveis

rotas de colisão entre a cúpula da hierarquia eclesiástica”.

“Ao longo do período imperial, sucessivas medidas legais

praticamente lograram estancar o recrutamento de quadros para as ordens

religiosas”.

“Na conjuntura de implementação do regime republicano, a Igreja

católica passou a enfrentar um duplo desafio. A tarefa mais urgente era, sem

sombra de dúvida, a definição de uma moldura organizacional própria em

condições de garantir autonomia material. (...) Dentre as metas de curto prazo,

uma das mais urgentes era justamente reaver a parcela do patrimônio

incorporada pelo poder publico”.

“Do ponto de vista político-organizacional, a separação cancelava

praticamente todos os direitos de intervenção sobre os negócios eclesiásticos

de que dispunha o poder central conforme estipulava o regime de padroado”.

“A separação não significou uma ruptura com os grupos dirigentes

locais nem suscitou um redirecionamento das políticas e dos investimentos da

Igreja com vistas a ampliar seu público fora do espaço da classe dirigente ou a

estabelecer alguma forma de atendimento às demandas de setores sociais

subalternos”.

“Foram raros os casos de altas autoridades eclesiásticas que tiveram

uma participação direta no trato dos negócios públicos”.

“A estadualização da política expansionista adotada pela Igreja

contribuiu tanto para o estreitamento dos vínculos entre bispos e o Vaticano

Page 3: Fichamento Do Texto 6

Parágrafo 24

Parágrafo 26

Parágrafo 28

Parágrafo 30

Parágrafo 32

Parágrafo 33

Parágrafo 35

como para o acirramento da concorrência entre os próprios prelados”.

“A organização eclesiástica encontrou, portanto, meios de recuperar

boa parte do terreno político e institucional perdido com a separação, driblando

assim aquelas medidas impostas pelo governo provisório”.

“Decerto a expansão acelerada dessas oportunidades de investimento

no mercado de ensino secundário viabilizou a importação de pessoal religioso

europeu cuja disponibilidade se devia naquele momento às severas restrições

que vinha enfrentando em seus países de origem”.

“O regime republicano e a Igreja católica tinham objetivos

semelhantes de estabelecer influencia por todo o país”.

“A Igreja brasileira pós-separação teve de lidar com dois

interlocutores sociais cujas demandas por vezes se revelaram contraditórias.

(...) De outro, os benfeitores abastados, os clãs oligárquicos, os governos e

lideranças estaduais desejosos de cecear a influência eclesiástica sobre os

negócios temporais”.

“A reaproximação com o papado trouxe assim mais benefícios do que

desvantagens, do ponto de vistas dos interesses dominantes no interior da

organização eclesiástica”.

“Tais mudanças tornaram o encaminhamento para diversas

alternativas de carreira, e a movimentação nelas, extremamente dependentes da

decisão episcopal”.

“O êxito considerável desse modelo organizacional romanizado nas

condições peculiares da República Velha contribuiu bastante para fomentar

vocações junto aos próprios grupos dirigentes, permitindo à Igreja brasileira

compensar em parte a perda de sustentação política junto a parcelas

importantes da elite política e intelectual dos fins do Império e início do regime

republicano”.

Page 4: Fichamento Do Texto 6

Comentário

Sérgio Miceli inicia o capitulo mostrando que a igreja católica no Brasil iniciou o

século XIX com grandes desafios a enfrentar para sua consolidação. Primeiro, os rumos que a

igreja passara a tomar com novas diretrizes que o século a conduzia e logo em seguida às

políticas da sociedade brasileira.

Logo em seguida, vemos que a igreja frente às diversidades tomou iniciativas

reacionárias que em longo prazo significou o fortalecimento dela no Brasil, principalmente no

que diz respeito às alianças feitas entre igreja e autoridades políticas, dando assim, uma

expectativa de expansão através dessas alianças.

Vemos então, um obstáculo significativo para a consolidação institucional da igreja

que foi justamente a herança trazida desde o período colonialista que era o afastamento dela

para com o trono trazendo assim, grandes abalos. Assim, o fim do sistema de padroado

estabeleceu uma separação entre Estado e Igreja, fazendo com que todos os direitos

intervencionistas do Estado sob os negócios eclesiásticos tivessem um fim, ao passo que a

criação de novos patrimônios eclesiásticos ficava por conta apenas das autoridades e da

hierarquia eclesiástica.

Além da herança colonialista, a igreja católica sofreu também um duplo desafio logo

após a proclamação da república. Primeiro precisava ter uma organização que garantisse sua

autonomia e em segundo lugar retomar terrenos que o poder público tomara.

A primeira saída para esses problemas foi a estadualização da política expansionista da

igreja, onde trouxe uma aproximação nas relações entre os bispos e o vaticano. Isso tornou as

figuras da igreja em personagens ativos dentro de seus estados levando-os a serem

considerados participes ativos na resolução dos problemas estaduais, pois estes passaram a

trazer consigo um maior respeito, ganho no decorrer desses anos em que as festividades e

celebrações da igreja tornaram-se importantes no meio social.

Assim, a igreja católica no Brasil pôde os poucos recuperar poder político desviando-

se assim das leis impostas pelo governo. Isso levou a igreja a uma influencia muito grande em

todo o país, coisa que o poder republicano também ansiava.

Page 5: Fichamento Do Texto 6

Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central

Universidade Estadual de Ceará

6º Fichamento

Curso: História 7º semestreDisciplina: História do Brasil IIIProfessor: Marcos DinizUniversitário: Cristiano Bento de Lima