Fichamento O Ensino Da Compreensão e a Formação Do Leitor

download Fichamento O Ensino Da Compreensão e a Formação Do Leitor

of 5

description

fichamento do texto o ensino e compreensão e a formação do leitor.do livro Praticas de leitura do ensino fundamental.

Transcript of Fichamento O Ensino Da Compreensão e a Formação Do Leitor

BRANDO, Ana Carolina; O ensino da compreenso e a formao do leitor: explorando as estratgias de leitura. IN: Souza, Ivane; BARBOSA, Maria Lcia; Prticas de leitura no ensino fundamental. 1. Ed. Belo Horizonte: Autntica, 2006. P.59-76, cap. 4Ester da Silva CorreiaEmbora o ensino da compreenso de textos escritos venha sendo um tanto negligenciado na escola, inegvel, que sem compreenso, a leitura perde todo o sentido. (p.59)A compreenso, porm, no ocorre de forma mgica, como a escola parece supor (CHARMEUX, 1994). (p.59)Por essa razo, partimos do princpio de que a compreenso deve se constituir em objeto de ensino e de aprendizagem (...) (p.60)Infelizmente, sabemos que a estranha dissociao entre leitura e compreenso existe, e os baixssimos resultados em leitura alcanados pelos estudantes brasileiros nas provas do SAEB 1999 (Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica) e do PISA 2000 (Programa Internacional de Avaliao de Estudantes) evidenciam essa realidade em todas as classes sociais e regies do pas. (p.60)Cabe ao professor a tarefa de propor a leitura de textos interessantes, que tenham significado para seu grupo de alunos, assim como proporcionar um bom trabalho de explorao e compreenso desses textos, pois no basta estar alfabetizado e ler fluentemente para se ter garantia de compreenso. (p.60) Repetimos, portanto, que a compreenso pode e deve ser ensinada! (p.60)1 O que entendemos por compreensoDe modo muito simples, podemos definir a compreenso como resultado da busca de sentido empreendida pelo leitor diante dos textos com os quais se depara. (p.61)A compreenso, portanto, no deve ser vista como sinnimo de extrao e memorizao de informaes ou significados dados no texto. (p.61)Ao contrrio, a compreenso resulta da produo desses significados e, sendo assim, deve ser tomada como um processo criador, ativo e construtivo que vai alm da informao estritamente textual (p. 56, MARCUSCHI, 2001). (p.62) exatamente por essa razo que, muitas vezes, vivemos situaes em que o mesmo texto entendido de modo diferente por pessoas diferentes. (p.62)Isso ocorre porque o texto no traz seu significado prontamente disponvel para ser captado pelo leitor. (p.62)O trabalho de formao de um leitor ativo, que processa o texto e traz para o ato de leitura seus conhecimentos, experincias e esquemas prvios, deve considerar a distino fundamental entre o que foi efetivamente escrito pelo autor e quais so as nossas expectativas, crenas e opinies pessoais. (p.62)A escola deve, portanto, viabilizar espaos para que o leitor desenvolva a capacidade de distinguir entre esses dois plos e, conseqentemente, confront-los. (p.62)2 Montando, em conjunto, um quebra-cabeaNa escola, embora o desenvolvimento da compreenso seja sempre apontado como um dos objetivos primordiais do ensino da lngua portuguesa, na verdade, observa-se que, geralmente, os professores investem mais na avaliao da capacidade de compreenso dos seus alunos do que no ensino dessa competncia. (p.63)A compreenso no surge como conseqncia automtica da apropriao do sistema de escrita alfabtico. (p.63)Competem ao professor vrias atribuies para a constituio de um leitor autnomo que, cada vez mais, faz da leitura uma ao consciente, reflexiva e intencional (KLEIMAN, 1993) (p.63)2.1 As relaes entre as finalidades da leitura, gneros textuais e estratgias de leituraDiferentes modos de ler tm, evidentemente, uma relao direta com a finalidade da leitura, que por sua vez tambm influencia o gnero textual selecionado pelo leitor. (p.63)Em cada caso, o leitor desenvolver estratgias para interagir com o texto, atribuindo-lhe significao com base na finalidade que orienta sua leitura, no gnero textual selecionado, ou ainda na imagem que faz a respeito de quem escreveu o texto e suas possveis intenes. (p.63) tarefa do professor viabilizar o uso dessas estratgias, oferecendo a seus alunos a leitura de diversos gneros textuais, atendendo a uma variedade de propsitos inseridos em diferentes situaes de interao. (p.63)2.2 Mas, afinal, o que so as estratgias de leitura e quais so elas? As principais estratgias utilizadas na atividade de leitura. Traar objetivos para a leituraA determinao de um objetivo para a leitura quer seja pelo professor, quer seja pelo aluno, extremamente importante para definirmos o plano como o texto ser lido e o que deve ser priorizado durante a leitura. (p.65) Selecionar informaes do textoAo se deparar com um texto o leitor deve buscar focar sua ateno nas informaes percebidas como teis em funo do atendimento dos objetivos ou necessidades estabelecidos para aquela determinada leitura.(p.65) Ativar os conhecimentos prviosDurante a atividade de leitura, o leitor deve utilizar seus conhecimentos prvios, estabelecendo, continuamente, relaes entre tais conhecimentos e o que l. (p.65)Na sala de aula, fundamental ampliar e ativar os conhecimentos prvios dos nossos alunos sem, porm, perder de vista a reflexo sobre o que, efetivamente, est expresso no texto, bem como sobre o que possvel ou no ser inferido a partir dele. (p.66) Antecipar sentidos no texto(...) so justamente idias, crenas, conhecimentos e experincias, que fazem parte dos conhecimentos prvios do leitor, que iro embasar a gerao de hipteses (antecipaes) pessoais, que lhe permitiro a construo de conexes entre o que l e as suas expectativas. (p.66 67)Elaborar inferncias(...) ao buscar compreender um texto, utilizamos uma estratgia inferencial. Dessa forma, vamos preenchendo as lacunas deixadas pelo autor, lendo nas entrelinhas, construindo novas proposies com base nas relaes entre informaes dadas no texto ou entre essas informaes e os nossos conhecimentos de mundo. (p.67) Avaliar e controlar a compreenso do textoO leitor, no transcorrer do processo de leitura, deve, continuamente, refletir sobre o que l. Isso significa que, ao antecipar como o texto ir prosseguir, deve buscar comprovar ou refutar suas suposies iniciais, modificando-as, descartando-as, ou construindo novas, medida que vai lendo. (p.68)2.3 Ensinando a compreender textos escritosUm dos caminhos , certamente, oferecer oportunidades para que os alunos possam acessar diferentes textos, experimentando distintos propsitos de leitura, pondo, assim, em ao, estratgias diversificadas sob a orientao e superviso do professor. (p.69)Nessa perspectiva, o professor assume um papel central, pois ele comunica os comportamentos tpicos de um leitor, ensinando como se faz para ler (LERNER, 1996), funcionando como um modelo de aes, atitudes e expresses de um leitor que dirige e regula seu prprio processo de leitura. (p.69)Formula ou explicita objetivos para a leitura proposta, traz seus interesses, experincias e conhecimentos prvios para a leitura, mostra-se curioso, surpreso, emocionado, entusiasmado, divertido ou, por que no, at mesmo decepcionado diante do que l. (p.69)Ao discutir o texto com seus alunos, o professor pode fornecer elementos contextuais que venham a conferir maior sentido leitura e favorecer a antecipao do que o texto diz, estimulara elaborao e o confronto de idias entre os alunos, a partir do que foi lido, propiciar a construo de antecipaes e inferncias, solicitar que seus alunos justifiquem suas respostas e pontos de vista sobre o texto. (p. 69-70)O professor pode ainda dar informaes quando julga necessrio, solicitar que os alunos destaquem no texto o que consideram relevante, com base em seus objetivos para a leitura, e chamar a ateno a indcios que possam confirmar ou rejeitar diferentes interpretaes produzidas entre os alunos. (p.70)Para compreender antes da leitura do texto, o professor poderia motivar os alunos para ler o texto em questo, bem como formular perguntas que possam funcionar como desafios a serem enfrentados e fornecer objetivos para que a leitura ocorra. (p.70)Finalmente, caberia ao professor retomar os objetivos para a leitura e buscar atend-los; gerar com os alunos a idia principal ou um resumo do texto e, com base no texto, formular perguntas literais (que solicitam informaes explicitamente apresentadas no texto), inferenciais (que requerem a leitura de dados implcitos ou subentendidos) e avaliativas (em que o leitor opina sobre eventos, personagens ou idias expressas no texto). (p.70)