Fichamento_A casa da invençao_Milanesi

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Fichamento: MILANESI, Luís. A casa da invenção: biblioteca, centro de cultura. 4.ed. rev. ampl. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. Pág. Citação Observações CAP. 1 JÁ EXISTE, PARA QUE SERVE? p. 11 Centro cultural = sinônimo de civilidade p. 12 História = antecedentes franceses p. 12 “A pergunta, por que um centro cultural? Não propiciará um longo discurso. É um prédio, um teatro, uma biblioteca, um museu, um arco do triunfo, é uma forma com função imprecisa à qual o homem comum não atribuiria nenhuma utilidade à sua vida prática.” p. 13 Uma das solicitações mais freqüentes que chegam dos municípios é o pedido de apoio para a construção de um centro de Cultura – Minha cidade já tem uma biblioteca, um teatro... agora precisamos de um centro de Cultura Confusão conceitual p. 13 Diversas denominações: centro cultural, centro de Cultura, casa de Cultura, espaço de Cultura p. 14 A solicitação vem do segmento falante na maioria das vezes a demanda não é do povo p. 14 Um centro de Cultura é quase sempre caro: é o preço que se paga para ter, além de um espaço para atividades culturais, um monumento. p. 15 Os mesmos que defendem a construção do centro cultural ficam sem argumentos para justifica-la antes tantas carências (a fome, por ex.), os gastos não se justificam. p. 15 Doença = hospital ? = Cultura p. 16- 20 História: Seringas e Sapatões – descontinuidade de obras e projetos quando há a troca de partidos no poder CAP. 2 FORMAS DIFUSAS E SOBREVIVENTES DA CULTURA p. 23 A vida cultural brasileira sustentou-se numa base triangular formada pelas entidades da tradição européia e trazidas pela corte portuguesa: biblioteca, teatro e museu

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Fichamento: MILANESI, Luís. A casa da invenção: biblioteca, centro de cultura. 4.ed. rev. ampl. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.Pág. Citação Observações

CAP. 1 JÁ EXISTE, PARA QUE SERVE?p. 11 Centro cultural = sinônimo de civilidadep. 12 História = antecedentes francesesp. 12 “A pergunta, por que um centro cultural? Não propiciará um longo discurso. É um prédio, um

teatro, uma biblioteca, um museu, um arco do triunfo, é uma forma com função imprecisa à qual o homem comum não atribuiria nenhuma utilidade à sua vida prática.”

p. 13 Uma das solicitações mais freqüentes que chegam dos municípios é o pedido de apoio para a construção de um centro de Cultura – Minha cidade já tem uma biblioteca, um teatro... agora precisamos de um centro de Cultura Confusão conceitual

p. 13 Diversas denominações: centro cultural, centro de Cultura, casa de Cultura, espaço de Culturap. 14 A solicitação vem do segmento falante na maioria das vezes a demanda não é do povop. 14 Um centro de Cultura é quase sempre caro: é o preço que se paga para ter, além de um espaço

para atividades culturais, um monumento.p. 15 Os mesmos que defendem a construção do centro cultural ficam sem argumentos para

justifica-la antes tantas carências (a fome, por ex.), os gastos não se justificam.p. 15 Doença = hospital ? = Culturap. 16-20 História: Seringas e Sapatões – descontinuidade de obras e projetos quando há a troca de

partidos no poderCAP. 2 FORMAS DIFUSAS E SOBREVIVENTES DA CULTURA

p. 23 A vida cultural brasileira sustentou-se numa base triangular formada pelas entidades da tradição européia e trazidas pela corte portuguesa: biblioteca, teatro e museu

p. 24 A biblioteca é a mais antiga e freqüente instituição identificada como Culturap. 25 Teatro = + cultura, - lazer cine-teatro cinema

Daí teatro = cultura; cinema = lazerp. 26 Museus = papel de preservação [da história local]p. 27 “Na prática, museu, museu de imagem e do som, arquivo, biblioteca são nomes diferentes

para produtos muito semelhantes [...] Os conceitos para definir áreas e atribuições são frágeis e, com isso, duplicam ações, apresentando os mesmos produtos e serviços em lugares diferentes e, quase sempre, de maneira precária.”

Essa imprecisão gera custos

p. 27 “Geografia, sociedade, história diferentes pedem espaços culturais diferentes. Não se trata de regionalizar a Cultura e podar as formas essenciais do conhecimento, anulando expressões diversificadas do homem, mas de dar resposta às necessidades locais. Tanto Maceió como Curitiba têm bibliotecas, teatros, museus, mas as suas formas e funções fazem-nos diferenciados.”

A regionalidade gera práticas culturais diferenciadas

p. 27 “A formação social é um dos fatores mais importantes para delinear uma política de Cultura,

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incluindo aí as formas e funções dos espaços a ela destinados.”p. 28 “Não há, pois, um modelo de centro cultural. Há uma base ampla que permite diferenciar um

espaço cultural de um supermercado: é a reunião de produtos culturais, a possibilidade de discuti-los e a prática de criar novos produtos. O público é formado pelos que exercitam a criatividade e pelos criadores potenciais – ou, em outras palavras todos. Quem entra num centro cultural deve viver experiências significativas e rever a si próprio e suas relações com os demais.”

p. 28 “Indústria Cultural da Cultura” = capaz de igualar comportamentos de sociedades diferentes.2.1 Do trem à TV (história)

p. 28-30 O trem ditava as tendências culturais; depois, o rádiop. 30-31 “Em tempos de produção e disseminação culturais sempre prevaleceu mão única: da capital

para o interior, do maior para o menor.”Do maior para o menor: hoje, RJ e SP para as demais localidades

p. 31 Indústria cultural – todos em torno da novela das 20hp. 33 Cinema = convivência boates, casas de show etcp. 34-37 “Homogeneização cultural” – TV = via de mão única p. 37 “Dos esforços criativos passou-se ao consumo” É fácil comprar pronto. Difícil é fazer em casa espaço para as capitais preponderam

CAP. 3 EM BUSCA DE UM ARQUÉTIPO E DO TEMPO PERDIDOp. 41 TV = via de mão única = estagnaçãop. 42-43 “Nas cidades, como prova de garantia da Cultura local, sobrevivem as bibliotecas que nada mais são que instituições que oferecem

suporte aos escolares (pesquisa enciclopédica)p. 43 Uma escola frágil e uma TV forte geram um homem com a cabeça na lua (mundo apresentado pela mídia) e pé na lama (qndo percebe sua

realidade, n tem ferramentas p muda-la)p. 45 “O produto cultural exposto pelos meios de comunicação e, como tal, a sua veiculação

obedece aos fatores encontrados em campanhas de divulgação de bens de consumo”p. 46 “Enfim, o produto cultural nem sempre é aceito, os ‘cultos’ justificando pela ‘ignorância do

povo’ e o povo justificando-se por ‘não ter entendido’ ou alegando que é ‘chato’ mesmo. A partir disso, compreende-se (mas n se justifica) que os centros de Cultura, na maioria dos casos, tenham o perfil de centros de exibição de produtos fáceis – uma extensão do universo da mídia.”

Linguagem fácil para o povo centros culturais como extensão do universo da mídia

p. 47 “A atividade cultural instiga, perturba, incomoda e, por isso, não se espera que o espaço onde ela se desenvolva seja lugar exclusivamente de lazer e procurado por multidões. [...] É um paradoxo: a casa deve atrair pessoas para o desconforto do novo e a reflexão. No entanto, não é isso que está na raiz da intenção de se construir o espaço. Ela é gerada sem conceito e sem programa. É como se fosse dito: 1º construímos um prédio e depois vamos ver o que fazer com ele [...].”

Primeiro constrói-se o prédio; depois, vê-se o que fazer com ele

CAP. 4 O MODELO PARISIENSECentro Cultural Georges Pompidou

p. 55 “Se os btecários, deixando de lado por alguns instantes os códigos e normas aprendidos em seus cursos, sentissem a liberdade de organizar os livros, revistas [...] construiriam uma bteca

O Centro Pompidou é um dos mais visitados de Paris. Na biblioteca do centro

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que não seria apenas um acervo organizado, mas uma organização de estímulos. Nessa biblioteca, há espaço para discussões, notícias....”

há uma vasta coleção de livros, acesso gratuito à internet, jornais e revistas de todas as partes do mundo e televisões com canais internacionais.

p. 56 “Todos essas atividades são sustentadas, quase que exclusivamente, pelos recursos públicos. Cultura não é uma ação cosmética de imediato e rápido efeito, mas um investimento com retorno garantido, mesmo sendo a longo prazo.”

CAP. 5 AS EXPERIÊNCIAS DOMÉSTICAS5.1 A grande construção

p. 60 Brasília sem bibliotecap. 61 “É muito mais fácil projetar um hospital ou uma cadeia: sabe-se exatamente para que servem

e há especialistas para fornecerem programas específicos aos que arquitetam as formas. No caso dos espaços culturais, isso não ocorre como regra.”

p. 62 “O centro de Cultura traz em si um grave problema de identidade, exatamente como o conceito de Cultura.”

Centro de Cultura = problema de identidade, já que há problemas com a def. de Cultura

p. 62-67 História: A biblioteca de vidro5.5 Síntese

p. 71 “O que importa, tudo parece indicar, é a obtenção de um bem que possa conferir à coletividade o orgulho de posse de algo que, se n servir p nada, pelo menos é bonito. Não é à toa que a arquitetura torna-se exuberante quando projeta obras ligadas à esfera cultural.”

p. 72 “Por que as pessoas aplaudem os acordes iniciais de melodia que está na memória de todos? Pela capacidade de reconhece-la ou até por saber identifica-la. Sendo reconhecível, será valorizada. O produto cultural nem sempre tem uma etiqueta do preço. O que o faz diferença é o acúmulo de informação que os indivíduos detêm.”

O que é reconhecível, é valorizado música erudita em um comercial, por ex.

p. 73 “Algo parece claro: na concepção comum, o cultural é algo ‘superior’, está acima das facilidades da rotina.”

Rotina como algo superior

p. 74 “[...] configura-se uma das questões do trabalho cultural: atender a segmentos menores da população, apresentando um produto com maior valor enquanto linguagem ou tornar viável o acesso de um público maior, oferecendo um produto mais fácil?”

p.74 “O sentido do centro está essencialmente na ação e só as pessoas que dela participam poderão avaliar para que serve.”

Cap. 6 – AQUILO DEU NISSOp. 77 “Por uma convergência de fácil explicação, a área para armazenar documentos e discutir,

inclusive discuti-los, passou a ser a mesma. Por isso, a Biblioteca de Alexandria pode ser caracterizada como nítido e antigo centro de Cultura.”

Biblioteca de Alexandria = Centro de Cultura

6.1 No Brasil, os padresp. 80 “Como Cultura tem faces diferentes e muitas, alternadas no tempo, o seu centro poderá ser

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tão impreciso quanto o próprio conceito.”p. 81 “Dentro da colonização portuguesa e da transfusão do pensamento e das práticas européias,

os colégios da Companhia de Jesus, os mosteiros e conventos eram, praticamente, os únicos centros de leitura e discussão. Podiam, pois, ser identificados como primitivos ‘centros culturais’, ainda que mais preocupados em uniformizar o pensamento do que em transformá-lo. No entanto, atuavam como espaço de aprendizado e de exercício do pensamento.”

Companhia de Jesus = primitivos centros de Cultura (pois havia a preocupação em uniformizar o pensamento)

p. 83 “A ação jesuítica faz parte substancial da herança que deram os contornos daquilo que se identifica como ‘Cultura brasileira.”

p. 84 “Em Salvador, em 1811, foi criada a primeira biblioteca brasileira que pode ser identificada como pública. [...] Essa primitiva biblioteca baiana de acesso público foi, talvez, o primeiro ensaio do centro de Cultura onde o acesso ao conhecimento diversificado era o seu objetivo básico.”

1ª biblioteca brasileira – ensaio de centro de Cultura

6.2 Na República, os leigosp. 88 “O espaço que as ordens religiosas ocupavam na instrução formal passou a ser controlado

pelo estado e a escola transformou-se em repartição pública. Talvez essa passagem tenha acentuado um fato significativo: os programas de ensino tornaram-se definidos e detreminados pelos currículos previamente estabelecidos pelo Estado que, por meio deles, indicava o que as escolas deveriam ensinar e o que o cidadão brasileiro precisava conhecer para ser integrado na sociedade. O diploma seria salvo-conduto para a obtenção do reconhecimento do meio. O Estado criou os critérios para identificar o apto e o inapto.”

Importância dada ao diploma.

p. 88 “Ao que tudo indica, foi com a República que se iniciou a separação daquilo que se chamava Instrução de um outro elemento pouco mencionado: a Cultura. No fim do século XIX, no campo da criatividade e do brilho intelectual, o destaque era o jornalismo.”

Com a república: separação de Instrução e Cultura – marcada pelo Jornalismo

p. 89 “Os ‘instruídos’ liam textos e, inclusive, liam para os que não podiam fazê-lo. Eram decorados e difundidos oralmente. A obra de Bilac chegava aos analfabetos. Pela imprensa e pela oralidade ampliava-se o literário, formando uma categoria de cultivadores de palavras, os cultos.”

Origem do termo “culto”

p. 90 “A ‘Cultura’, enquanto idéia e palavras divulgadas, não nasceu nos locais de ensino e na prática de ‘instrução pública’, mas nas redações e páginas de imprensa. Os estabelecimentos de ensino até poderiam estimular a leitura de Machado de Assis, mas isso era apenas ‘Instrução’. A ‘Cultura’ nasceu da diferenciação do escolar.”

A ‘Cultura’ nasceu da diferenciação do escolar (Instrução)

p. 91 “A Igreja Católica, cuja hierarquia comandava milhares de padres, muitos deles estrangeiros, criou uma rede de trabalho apostólico alternativo de ensino leigo. Atividades culturais foram estabelecidas de forma organizada pelos movimentos e associações.”

Movimentos culturais para o ensino de leigos.Dramatizações, danças, corais... = Cultura

p. 91 “A rede oficial de ensino, responsável pelas primeiras letras, oferecia também atividades culturais, provavelmente, em parte, extracurriculares.”

Escola – atividades culturais = extracurriculares

p. 92 Identificam-se duas vertentes de ação cultural: o ensino republicano e a Igreja Católica. Mas o povo, analfabeto, manifestava-se através da oralidade e de outras formas = Cultura popular

p. 92 “Ao que tudo indica, foi na década de 30 que se delineou claramente uma área específica, sem 1930-Cultura propriamente dita – separada

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subterfúgios: a Cultura, separando-se da Educação, saindo da escola, distinguindo-se da pastoral religiosa e claramente diferenciada da expressão tradicional.”

da Igreja, da Escola e “do popular”

Motivo da separação: a Escola estava gerando o conhecimento em série. Apenas objetivando a formação e o diploma; não a criação.

p. 93 “Em síntese, da ‘instrução’, que condensava a literatura e outras artes, derivou uma prática extracurricular de ler, ver discutir e criar que extrapolava a escola. Esse instrumento [teatro ateu, “mau”] encontrou contrapartida na atuação católica do ‘bom teatro’, da ‘boa’ leitura. Esta prática diluiu-se no tempo. Os estabelecimentos de ensino tornaram-se, progressivamente, mais uma formalidade para diplomar do que ação educadora. A ‘Cultura’, com todas as suas imprecisões, firmou-se num espaço amplo e multifacetado que não é o mesmo da escola ou da propaganda. Isso pelo menos até a popularização do rádio e da TV [...].”

6.3 E os artistas?p. 93 “Em épocas diferentes, bares e restaurantes caracterizavam-se como vivíssimos espaços de

Cultura.”Arte e boemia

p. 94-97 História do cinema e do teatro (ambientes de encontros, de trocas de idéias...)p. 97 “Em todo caso, teatro casa de ópera, cinema, gabinetes de leitura e bibliotecas foram os

elementos dispersos que durante séculos repartiram as atividades que, agora, se denominam ‘culturais’.”

1970 = a fusão de espaços culturais (bibliotecas, teatros, museus...) formou os “centros de Cultura”

p. 97 “Essa fusão de espaços e funções a partir dos 70 proliferou-se com nomes variados, incluindo entre eles os ‘centros de Cultura’.”

p. 98 “A palavra ‘Cultura’ foi entronizada nas atividades públicas, e destacada por Mário de Andrade, Paulo Duarte e outros na década de 30, em São Paulo.”“O acesso livre ao conhecimento caracterizou-se fator fundamental do trabalho no campo da Cultura.”“Aqui surge uma questão, a mesma que sempre é posta no momento em que os recursos públicos são direcionados para o financiamento de atividades culturais: [...] se há fome para que Cultura?”

Origem da palavra Cultura – 1930 – Depto. de Cultura (SP)p. 99

p. 100

p. 100-101 “O problema central dessa questão está, sem dúvida, no conceito de Cultura. De acordo com ele justifica-se ou não canalizar recursos para atividades culturais. Se a Cultura for uma prova de erudição, uma capa de bom gosto, não há por que estender essa capa nos ombros esquálidos daqueles que não têm o que comer [...]. No entanto, se ela for uma forma de desvelamento da realidade, uma possibilidade de permitir e estimular o acesso ao conhecimento, deixa de ser identificada como um enfeite de perdulários e passa a ser um investimento, uma vez a informação [...] é uma elemento essencial ao desenvolvimento da sociedade.”

O investimento de recursos em Cultura justifica-se quando se entende que a informação gera crescimento – pensamento que movimentou o Depto. de Cultura.

p. 102 “[...] na prática as bibliotecas [...] eram o que mais se aproximava de um espaço polivalente Mas a biblioteca com o perfil de instituição

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de ações culturais e de convivência.” pública afasta os usuários – por isso no Brasil não se pensa em um Centro de Cultura como em Paris. (p. 104)

CAP. 7 – CULTURA PARA QUEM? BIBLIOTECAS PARA ANALFABETOS?p. 107 “Por quatro séculos, o registro de informações foi efetuado basicamente com o concurso da

imprensa. Os livros, revistas e jornais eram os únicos veículos que disseminavam informações. A partir do cinema e do disco fonográfico, quebrou-se o monopólio da imprensa. As bibliotecas, hoje, antes de se identificarem apenas como uma coleção de livros, definem-se como um espaço informativo [...].”

p. 108 Bibliotecas com as novas tecnologias – bibliotecas em redes – bibliotecas convencionais não mais atendem às expectativas.p. 109 “Elas [bibliotecas], por questão de elementar praticidade e de economia de recursos, aos

poucos, foram se desdobrando, incorporando várias modalidades de registro do conhecimento, oferecendo serviços variados – sempre com o objetivo de facilitar o acesso à informação. Dessa forma, passaram a se caracterizar como espaços para conhecer, discutir e criar. Deixou de existir barreiras conceituais entre bibliotecas públicas e centros de Cultura.”

Bibliotecas públicas = centros de Cultura

CAP. 8 – INFORMAÇÃO QUE VIROU ACERVO. SÓ.p. 117 “Em 1937, com o Estado Novo, nasceu o primeiro programa brasileiro de incentivo às

bibliotecas públicas.”Instituto Nacional do Livro – INL política de doações

p. 118 “A censura literária, em tds os tempos, não ocorreu unicamente na interdição de gráficas ou no fechamento de editoras, mas também na distribuição de livros cuidadosamente escolhidos.”

Censura – Distribuição de livros

p. 119 “Ao lado da doação massiva de livros, foi criado um programa de formação de ‘auxiliares de biblioteca’.”

p. 120 1987 INL + Biblioteca Nacional = Fundação Pró-leitura, no âmbito do Minc – nada mudou!p. 121 A idéia de biblioteca como instituição precária, dependente de doações, permitiu aos dirigentes diferenciar biblioteca (acervo precário) de

centros de Cultura (várias atividades emocionantes de cobiçadas)p. 122 “Quaisquer recursos, quer para acervo ou para construção de prédios modernos, torna-se

inúteis se a questão humana não for levada em consideração.”Muito importante!

p. 126 “A base de td atividade cultural é a disponibilidade de infos., tornando-as acessíveis a tds. O trabalho cultural busca, essencialmente, conhecer o que já foi criado para poder criar uma nova expressão.”

p. 127 “A informação é o fio e a Cultura, o tecido. A coletividade tece. A elaboração de tessitura é, enfim, a construção do homem que pensa com a própria cabeça e sabe o que importa para si e para o meio onde vive.”

p. 128 “Como estímulo à reflexão, o trabalho cultural está em permanente diálogo com a política, de forma harmônica ou carregada de conflitos. Essa relação é permanente e necessária e de tal forma que a ação cultural é, também, uma ação política.”

p. 128 “Um outro fator colaborou para a paralisia das bibliotecas públicas: a formação dos

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bibliotecários centrada em técnicas de organização de acervos.”CAP. 9 – A CULTURA DO CENTRO

p. 136 “A partir da idéia de ‘Cultura’ como acúmulo, de exibição num mostruário, algo que se lega, as crianças passaram a ser eleitas como público preferencial, uma vez que elas devem ter o acesso facilitado a essa herança. Se os pais não têm esse capital, são utilizados os benefícios públicos, obrigatoriamente, a escola e, eventualmente, a biblioteca municipal. Quase nunca ela é identificada como um produto para adultos.”

Biblioteca = lugar para crianças

p. 16 “O capital cultural a ser transferido aos herdeiros é aquele identificado como ‘útil’, sendo pouco capitalizados os valores transmitidos pela família e pelos mais velhos. Não importa tanto a ‘escola da vida’, mas o certificado de conclusão de curso, pois isso tem uma significação social claramente identificada como positiva, uma vez que é um instrumento poderoso que permite ‘vencer na vida’.”

p. 137 “Em setores letrados da população, minoritários, pode persistir a idéia da Cultura como restauradora da dignidade humana, e da leitura como instrumento de humanização (numa seqüência de idéias iniciadas pelos jesuítas que viam nos livros veículos de salvação da alma).”

Leitura = salvação da alma (idéia originária dos jesuítas)

p. 138 “Os atos são desconexos e realizados mais pelas eventualidades que permitem uma ‘programação’ formal e menos como exercícios constantes de reconhecimento do indivíduo e do seu tempo/ meio.”

Programação do centro cultural = não leva em consideração demanda, mas uma eventualidade qq

p. 139 No momento, flutuam 2 acepções para o termo cultura: 1) tudo que explica as relações do homem com a realidade (cultura brasileira, cultura dos nhambiquara); 2) posse de conhecimentos (culto e inculto)

p. 139-140 Conceitos de Cultura: Taylor (1871); Lowie (1921); Sapir; Herskowitz (1948); Malinowski.p. 140-141 Cultura de massa/ indústria culturalp. 143 Cultura de sustentação = “[...] oposta ao que se pode identificar como Cultura de conflito, é poderosa em suas imposições. É a

normalidade: está entranhada no cotidiano e tanto que, na concepção coletiva, o seu oposto seria estranho.”9.1 Anticultura

p. 145 “Dentro desse panorama de múltiplas possibilidades de info. No qual, praticamente, é impossível passar ileso, há um fenômeno que pode ser denominado ‘anorexia informacional’. Mesmo havendo uma alta quantidade e variedade de veículos bombardeando cada indivíduo, a sua capacidade de absorção e de seleção é limitada.”

Anorexia informacional – Ex: Pensamento atual: para estar informado, basta o jornal diário da TV – As pessoas não buscam mais por sentirem-se saciadas

p. 146 Só é útil o que está na grade escolar, as matérias, a nota para passar de ano; o mais é desnecessário.Com isso, as crianças atrofiam, ficam talhadas em seu modo de pensar.

Colaboração da escola para a anorexia informacional

p. 149 “O fortalecimento do subalterno, o aluno, só ocorrerá com a desordem que se instaurar no processo de transmissão do conhecimento: ao invés de informações programadas, o extracurricular; ao invés de discurso único, o impasse dos múltiplos e conflitantes; ao invés das certeza, as dúvidas.”

Necessidade de quebrar esse círculo – “ordenar para desordenar”

p. 149 TV + conhecimento empacotado das escolas = necessidade de caminhos alternativos que concedam a liberdade de chegar ao

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conhecimento esta é a função das bibliotecas e outros centros de Cultura.MASBiblioteca e sala de aula = assumem o lado cinza das instituições públicas e são prática e cenário do reverso da cultura

p. 149

p. 150-157 Lili e os moinhos – história da bibliotecária “revolucionária”p. 160 “O centro de cultura [...] propõe, oferece o contraditório a partir da vastidão do

conhecimento humano. É condição prévia de todas as atividades do pensamento e da sensibilidade ter acesso às informações, o máximo possível, para, a partir delas, repensar o que foi posto. Caso contrário, fazem-se oficinas de reprodução e não centro cultural.”

Importante!!!

CAP. 10 CENTRO DE AÇÃO CULTURALp. 163-164 E a que e a quem são destinados os centros de Cultura? “Pelos caminhos e reflexões feitas

aqui, fundamentadas na observação de diversos centros e suas programações, supõe-se qu eles se enquadrem na Cultura de sustentação, destinando-se a um público que possa ter condições mínimas de aproveitamento de suas oferendas, dentro daquela idéia de ‘bom possuído’. Nesse sentido, os espaço culturais, mesmo construídos para ‘divulgar a Cultura’, acabam recebendo os mesmos iniciados de sempre. [...] Isso representa uma parcela mínima da cidade.”

Freqüentadores de centros culturais – sempre as mesmas pessoas – parcela mínima da sociedade Cultura de sustentação

p. 164-165 “Com freqüência são feitas tentativas para estabelecer as diferenças, os limites claros entre o erudito e o popular. Se a identificação for feita pelo receptor, o produto sofrerá variações de acordo com o perfil do ‘povo’. Como o povo não é tão homogêneo e monolítico, por certo existem várias gradações entre as áreas e a tal ponto que o próprio conceito de popular se dilui. Se ‘popular’ é o que o povo gosta, o animador de auditório na TV é mais popular que o bumba-meu-boi. Aliás, há uma forte tendência na população que leva ao desprezo daquilo que, às vezes, se denomina ‘raiz’, algo que ele vê como velho, superado e eliminável.”

Popular (raiz) = visto como velho

p. 166 “Há, portanto, dois tipos e ações de resgate: a preservação quase museóloga e a transformação a partir da matriz tradicional que permite, com um tratamento estético, tornar o produto mais palatável para o consumidor.”

Preservação cultural

p. 166 “Rotular produtos oferece dificuldades e perigos porque com isso se estão categorizando bens culturais.”

Perigo na diferenciação entre ‘erudito’ e ‘ popular’

p. 167 “Um centro cultural, de sua localização ao seu programa, passando necessariamente pela sua forma, é a concretização de um modo de ver a atividade cultural. As questões ligadas ao ‘popular’ e ao ‘erudito’ deságuam na divisão de classes. A ‘opção preferencial pelos pobres’ leva aos esforços para criar núcleos de Cultura em favelas, bairros operários, outras áreas carentes. Já a concepção de ‘erudita’ conduz ao centro da cidade ou a local nobre e a uma forma física compatível a essa Cultura ‘superior’.”

Cultura popular centros culturais em local carentesCultura erudita centros culturais nos centro da cidade

p. 168 São as atividades que ocorrem nos centros culturais que definem o conceito de ação culturalp. 168 “Independente do produto, é preciso fazer uma leitura crítica dele, interpretá-lo e inventá-lo

[o mundo]. Independente do produto, é preciso fazer uma leitura crítica dele, interpretá-lo, reinventá-lo. Não importa que seja bumba-meu-boi ou Mozart, o essencial é que se busque

Centro de Cultura local de invenção

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a invenção como objetivo. Tanto a ‘elite’ quanto o ‘popular’ inventam.”p. 169 “Se a ação cultural cria a inquietação e o desejo do conhecimento, e este satisfeito poderá

suscitar outros, torna-se fundamental que o abastecimento seja contínuo.”Mudança contínua de programação, por ex.

p. 170 “Em vista da fragmentação da sociedade brasileira, com as suas regiões tão diferenciadas e com as profundas diferenças entre as classes sociais a relação com o público passa a significar o próprio perfil do espaço cultural e o contorno das ações que nele vão se desenvolver.”

Quem é o público alvo? é ele quem dita as regras ( p programação, etc)

p. 171 “Por isso, antes de se iniciar um projeto para a construção de um centro cultural é inevitável que se pergunte a quem se destina e dessa resposta vai derivar o seu perfil físico e sua localização.”

Foi feito isso nos Centros Culturais Multiuso?

p. 171 Os centros culturais não são feitos para as pessoas, mas com eles necessidade de participação da comunidadep. 172 “A busca necessária dos conflitos – inerentes ao próprio campo cultural – passa a ocorrer de

forma clara a partir das relações interpessoais, sem as quais não é possível existir ação cultural.”

Sem trocas sem ação cultural

10.1 Três verbosp. 172 Os três verbos conjugados em um centro de cultura são: informar, discutir e criar Os três verbosp. 172 Verbo informar = função da biblioteca O start para o ciclop. 177 “Não há tecnologia que substitua os recursos humanos na área do acesso ao conhecimento a

partir da necessidade que a ação cultural estabelece.”Tecnologia não substitui o RH

p. 177 “A imersão no conhecimento com total liberdade é fundamental para o homem chegar ao seu limite e desejar trasnpô-lo. O contrário disso é a anorexia informacional e a anemia criativa.”

p. 178 Informação utilitária = para o dia-a-dia – ex.: um telefone, um endereçop. 179 Verbo discutir = potencializa a informaçãop. 180 “O valor que um espaço cultural poderá ter é medido pelos debates que nele se realizam.”p. 180 Objetivo de um centro de Cultura = criação permanentep. 181 “A invenção é conseqüência de paciente trabalho: da organização dos estímulos, da

eliminação dos obstáculos à liberdade de expressão, do conforto que não inibe, mas anima. Essas condições raramente são encontradas nas escolas (onde a reprodução é a ordem e a invenção é desacato) ou nas bibliotecas tradicionais (onde o silêncio é a regra e a expressão da pessoa é desordem). Os centros de Cultura, superando esses bloqueios, indo contra os preceitos que pedem aos homens que não inventem, que não ousem, que não saiam da rotina, devem centrar na invenção de discursos o seu objetivo. Ou há a criatividade ou não existe a ação cultural.”

Ou há a criatividade ou não existe a ação cultural portanto, não há ação em escolas e bibliotecas tradicionais.

p. 182 A comunidade, principalmente, crianças e adolescentes têm interesse passageiro pela novidade necessidade de renovaçãop. 183 “[...] o trabalho cultural começa pelo estímulo à expressão. Isso se inicia pelo diálogo na

porta da bteca e se aprofunda em uma oficina de criação.”p. 183 “Num município de São Paulo, um prefeito resolveu fazer uma série de centros

comunitários e entregá-los à gerência da população periférica. As decisões que a Gestão e sustentabilidade

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coletividade tomou, sendo incerto se foi mesmo a maioria da população que fez as opções, ao que tudo indica, não resultaram em benefícios para ela, pois acabaram esses centros sendo explorados comercialmente como clubes de dança: o que comunitário passou a ser privado, o que era da população foi-lhe expropriado por interesses particulares e, aparentemente, populares. O resultado acabou alterando a proposta original.”

p. 184 Um exemplo da prática dos três verbos: informar, discutir e criar, pode ser dado a partir da Morte de Carlos Drummond de Andradep. 185 O centro de Cultura deve ser antenado com o ambiente externo.p. 186 “É absolutamente necessário compatibilizar o nível de informação com o nível de quem

deverá recebe-la. [...] Nesse sentido, as atividades num centro de Cultura [...] devem, preferencialmente, desenvolver ações com grupos específicos e não apresentar apenas programas genéricos. [...] Isso, inclusive, altera o perfil do agente cultural. Ele não é apenas um indivíduo informado que estabelece uma programação para os outros, mas cria atividades com os outros.”

Atividades adequadas por grupos espaço para crianças, por ex.

Agente cultural criar com as pessoas, não para as pessoas

10.2 A Cultura e a cidadep. 187-188 “Nesse processo as realizações são concretizadas mais pelas condições do meio do que

pelas opções estéticas.”“As atividades culturais expressas, mais do que qq outro elemento, a história e a vida de cada coletividade.”

Interação com o meio

p. 189 “Os dirigente municipais de Cultura pedem aquilo que acham que não sabem fazer e, quando ganham, continuam não sabendo. Da mesma forma que a educação não é uma série de conhecimentos descartáveis que se retêm por algum tempo, a Cultura não é elaborada fora e doada á criar a sua própria verdade e a construção de sua vida. A cultura é essencialmente da cidade.”“Para o desenvolvimento de trabalhos culturais na cidade é necessário que haja uma organização, pública ou privada – ou ambas – que elabore planos de ação, transformando recursos em benefícios. Nos municípios menores não há, praticamente, nenhum trabalho organizado. Em cerca de 70% das cidades é inexistente a atividade cultural organizada.”

Gestão e sustentabilidade

p. 194 “Uma concepção já amadurecida em países desenvolvidos e que aos poucos se fortalece no Brasil é a criação de espaços culturais polivalentes onde várias atividades ocorrem e se relacionam.”

Cap. 11 Concretamentep. 197 “Quando uma instituição se propõe criar um espaço cultural, primeiramente deve

estabelecer os objetivos e dimensioná-los em função do meio.”Sustentabilidade

p. 199 “Um arquiteto ao planejar um centro de Cultura deve levar em consideração os três elementos essenciais: área de acesso ao conhecimento, espaços para a convivência e discussão, setor de oficinas e laboratórios. A riqueza de um projeto está na integração desses elementos e na forma como esses espaços se relacionam.”

Arquitetura de um centro de Cultura