FidelidadESPÍRITA | Julho...

28

Transcript of FidelidadESPÍRITA | Julho...

assine: (19) 3233-55962 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010

Edição Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Depto. EditorialJornalista Responsável Renata Levantesi (Mtb 28.765)Projeto Gráfico Fernanda Berquó SpinaRevisão Zilda NascimentoAdministração e Comércio Elizabeth Cristina S. SilvaApoio Cultural Braga Produtos AdesivosImpressão Citygráfica

O Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Rua Luís Silvério, 120 – Vila Marieta

13042-010 Campinas/SPCNPJ: 01.990.042/0001-80 Inscr. Estadual: 244.933.991.112

ASSINATURASAssinatura anual: R$45,00(Exterior: US$50,00)

FALE [email protected] (19) 3233-5596

FALE CONOSCO ON-LINE

CADASTRE-SE NO MSNE ADICIONE O NOSSO ENDEREÇO:

[email protected]

SUmáRIO

26 COm TOdAS AS LETRAS“MESMO”PODE VARIAR OU NãO

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 ChICOO NOSSO DEUS é UM FOgO CONSUMIDOR

Eu vim lançar o fogo sobre a Terra

14 CAPAJESUS E A FAMÍLIA

6 ESTUdOOS ESPINhOS DA MEDIUNIDADE

Responsabilidade de ser médium

24 ENSINAmENTORENOVAÇãO PELA EDUCAÇãO

Tirar de dentro para fora

9 hISTóRIAA ANTIgUIDADE

O Espiritismo sempre presente

20 ESCLARECImENTOSUCEDEM-SE AS CIVILIZACõES NO PROCESSO DA

EVOLUÇãO TERRENA

O mundo se renova constantemente

18 COmPREENSÃODO NASCIMENTO E DA MORTE

De onde viemos e pra onde vamos

12 dIáLOGODIáLOgO COM DIVALDO

Assuntos importantes

22 REFLExÃOA FORÇA DO ExEMPLO

Sempre buscando o melhor

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 3assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA

Fonte:

XAVIER, Chico. Pensamento e Vida. Págs. 29 – 32. Feb. 2009.

EdITORIAL

por Emmanuel / Chico xavier

Para encontrar o bem e assimilar-lhe a luz, não basta admitir-lhe a existência. É indispensável buscá-lo com perseverança e fervor.

Ninguém pode duvidar da eletricidade, mas para que a lâmpada nos ilumine o aposento recorremos a fios con-dutores que lhe transportem a força, desde a aparelhagem da usina distante até o recesso de nossa casa.

A fotografia é hoje fenômeno corriqueiro; contudo, para que a imagem se fixe, na execução do retrato, é preciso que a emulsão gelatinosa sensibilize a placa que a recebe.

A voz humana, através da radiofonia, é transmitida de um continente a outro, com absoluta fidelidade; todavia, não prescinde do remoinho eletrônico que, devidamente disciplinado, lhe transporta as ondulações.

Não podemos, desse modo, plasmar realização alguma sem atitude positiva de confiança.

Entretanto, como exprimir a fé? — indaga-se muitas vezes.

A fé não encontra definição no vocabulário vulgar. É força que nasce com a própria alma, certeza instin-

tiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas. Mostra-se no cristal fraturado que se recompõe, humilde, e revela-se na árvore decepada que se refaz, gradativa-mente, entregando-se às leis de renovação que abarcam a Natureza.

Todas as operações da existência se desenvolvem, de algum modo, sob a energia da fé.

Confia o campo no vigor da primavera e cobre-se de flores.

Fia-se o rio na realidade da fonte, e dela não prescinde para a sua caudal larga e profunda.

A simples refeição é, para o homem, espontâneo ato de fé. Alimentando-se, confia ele nas vísceras abdominais que não vê.

Todo o êxito da experiência social resulta da fé que a comunidade empenhe no respeito às determinações de ordem legal que lhe regem a vida.

Utilizando-nos conscientemente de semelhante energia, é-nos possível suprimir longas curvas em nosso caminho de evolução.

Para isso, seja qual for a nossa interpretação religiosa da idéia de Deus, é imprescindível acentuar em nós a confiança no bem para refletir-lhe a grandeza.

Recordemos a lente e o Sol. O astro do dia distribui eqüitativamente os recursos de que dispõe. Convergindo-lhe, porém, os raios com a lente comum, dele auferimos poder mais amplo.

O Bem Eterno é a mesma luz para todos, mas con-centrando-lhe a força em nós, por intermédio de posi-tiva segurança íntima, decerto com mais eficiência lhe retrataremos a glória.

Busquemo-lo, pois, infatigavelmente, sem nos deter-mos no mal.

O tronco podado oferece frutos iguais àqueles que produzia antes do golpe que o mutilou.

A fonte alcança o rio, desfazendo no próprio seio a lama que lhe atiram.

Sustentemos o coração nas águas vivas do bem ine-xaurível.

Procuremos a boa parte das criaturas, das coisas e dos sucessos que nos cruzem a lide cotidiana. Teremos, assim, o espelho de nossa mente voltado para o bem, incorporando-lhe os tesouros eternos, e a felicidade que nasce da fé, generosa e operante, libertar-nos-á dos grilhões de todo o mal, de vez que o bem, constante e puro, terá encontrado em nós seguro refletor.

ERRATA:Em nossa edição de Junho 2010, nr. 93, página 13, na Fonte, onde se lê “Conversa com Trabalhadores e Dirigentes Espíritas”, o correto é: “Diálogo com Trabalhadores e Dirigentes Espíritas”.

assine: (19) 3233-55964 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010ChICO

O Nosso Deus é umFogo Consumidorpor Suely Caldas Schubert

4 -1 -1948

“(...) Compreendo-te as lutas na direção da Casa que nos é tão venerá-vel. Eu nada represento, sou um verme na máquina do serviço espiritual e de há muito me sinto em pleno fogo. Há momentos em que me vejo desencarnar sob a pressão das duas esferas — a visível e a invisível. Valha-nos, meu caro ami-go, a afirmativa do Apóstolo quando nos disse: — O nosso Deus é um fogo consumidor.”

Este trecho da carta de Chico Xavier traz à nossa mente as palavras de Jesus: “Eu vim lançar o fogo so-bre a Terra, e que desejo senão que ele se acenda? Eu devo ser batizado com um batismo, e quanto me sinto apressado que se cumpra!” (Lucas, 12:49 e 50). Nenhum de nós, por certo, pode sequer imaginar as lutas tremendas enfrentadas por Chico Xavier. Certamente, a imagem que temos de sua vida particular é aquela do cidadão pacato, posto em sossego, nos instantes em que não está atendendo ao público, que se tornou a cada dia mais numeroso.

Por certo, julgamos que Chico Xavier passa os dias em perfeita tranqüilidade de espírito, entregue

ao seu labor psicográfico e cercado dos cuidados e carinhos dos fami-liares e amigos mais chegados que o poupam de quaisquer dissabores. Vemos, entretanto, a cada passo dessa correspondência, que a vida do médium mineiro é bem outra. É bem diversa daquela que imagi-namos.

O encontro com o Cristo não é um devaneio pelos campos da paz e da quietude. Não é um simples caminhar ao encontro da luz.

O encontro com Jesus representa o batismo de fogo do qual Ele pró-prio nos fala na passagem evangélica. E Ele mesmo adverte que veio lançar o fogo sobre a Terra e que tem pressa de que ele se acenda.

Não se realiza, pois, essa travessia sem passar-se pelo fogo purificador, a fim de se consumir de vez toda a erva daninha que cresceu no mundo íntimo de cada um de nós.

Por isso Chico Xavier escreve consoante as palavras de Paulo: “O nosso Deus é um fogo consumidor”, e faz dessa belíssima imagem a sua própria luta.

Dia e noite Chico Xavier se vê a braços com as perseguições, incom-preensões e injustiças humanas. Fazendo apenas o bem e sendo

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 5assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA ChICO

...seguir o Cristo é viver o seu Evangelho

bom recebe o mal, a ingratidão e as pedradas daqueles que ainda não se deram ao Cristo.

É por isso que ele se sente consu-mir ante a pressão das duas esferas — a visível e a invisível.

Realmente, seguir a Jesus não é um passeio pelo arraial da fé. Não é passatempo ou festa ruidosa.

Seguir a Jesus, na acepção do que

representa, é deixar-se consumir por esse “fogo”, na luta titânica contra as sombras que ainda demoram em nós e aquelas outras que nos cercam.

É preciso entendamos o real significado de ser cristão. Para a imensa maioria, ser cristão seria apenas proclamar-se adepto do Cristianismo. Para nós, seria ape-nas declarar-se espírita. Mas seguir o Cristo é viver o seu Evangelho. É sentir a presença dele dentro de nós. É o não importar-se em sofrer por amor a Ele, renunciando à vontade própria. É saber perdoar a cada momento, oferecendo a outra face ante as mais cruéis ofensas. É deixar-se abrasar por esse “fogo” renovador e não se acomodar jamais ante os apelos do mundo. Desligar-se deles e caminhar. Caminhar, mesmo aparentemente sozinho.

É fundamentalmente isto o que Chico Xavier tem vivenciado em toda a sua existência.

Em 1948 ele nos dá pleno tes-temunho dessa vivência. Quase quarenta anos depois continuamos

a constatar que ele prossegue da mesma forma, arrostando todas as lutas e permanecendo fiel à sua rota evangélica. Por isso, ele diz com o Apóstolo: “O nosso Deus é um fogo consumidor.”

(...) Foi realizado no dia 31 (...) o casamento de minha irmã Lucília com o Sr. Waldemar Silva. (...) Esta é a última das minhas irmãs fadadas ao casamento,

porque a que fica solteira, presentemente, é semiparalítica. Entreguei-lhes a nossa antiga moradia e passarei a residir noutra casa) ao lado de uma das minhas irmãs mais velhas. Assim estarei em condições de atender à nossa família humana, cujos membros aumentam sempre. (...). Diz-nos o nosso prezado Emmanuel que em todas as horas da vida é preciso enfrentar os fatos e procurar o lema:

— “Por fora com todos e por dentro com Deus.»

(...) Das mensagens recebidas pelo nosso amigo Dr. Porto Carreiro Neto tenho recebido cópias. Achei muito educativa aquela de Emmanuel sobre “Semear e Colher”. De mim, penso que a publicação de qualquer trabalho só depende do mérito substancial e, desse modo, creio que a divulgação dessas pá-ginas só poderá trazer-nos o bem. Estou lendo «Ciência Divina” com grande encantamento. Ê um trabalho de sublime valor espiritual.

Anoto as tuas referências sobre a «afi-nação” e peço a Jesus para que o nossa companheiro prossiga firme e valoroso na missão escolhida.

O Dr. Rômulo voltou dos Estados Unidos. Disse-me não haver encontrado possibilidades de entrar em contacto com a comunidade espiritista do país.

(...) Por estes dias, ser-te-á enviado o novo trabalho do Irmão X. Agora, estamos à espera apenas do título. Que-ria guardar a surpresa, entretanto, não posso. Recebe-a, pois, estou recebendo as primeiras impressões do nosso amigo Sr. Fígner, no Além. É pensamento dele constituir delas um livro pequeno, ta-manho “Lázaro Redivivo”. São páginas de muito sabor para o meu coração. Peço-te para que esta notícia fique, por enquanto, entre nós dois, Ismael e o Sr. Gaio. Quando o trabalho ficar pronto, é minha intenção pedir-te dá-lo a conhecer à senhora filha dele, antes da publicação, para sabermos se ela consente em que o nome do pai figure na capa. Que achas? Tenho encontrado muito interesse e recon-forto nas narrativas do nosso amigo que passou em janeiro findo. (...)”

Notícias diversas, algumas de cunho familiar.

Ressalte-se entre as mensagens recebidas pelo Dr. Porto Carreiro Neto uma de autoria de Emmanuel: “Semear e Colher”. Oportuno observar a reação do Chico, pois poderia haver, de sua parte, oposi-ção automática, se cultivasse a idéia de ter Emmanuel exclusivamente para si. Ele, contudo, aceita o fato tranqüilamente e afirma que na sua opinião a publicação de qualquer trabalho depende do seu conteúdo. Havendo o que ele chama de “mé-rito substancial”, a sua divulgação só trará benefícios.

Fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 201 – 205. Feb. 1998.

assine: (19) 3233-55966 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010ESTUdO

Os Espinhos da Mediunidadepor Yvonne A. Pereira

Todos nós sabemos da grande responsabilidade que se assume no dia em

que participamos de uma sessão espírita pretendendo o posto de intérprete dos Espíritos. É natural o desejo de ser médium, de praticar o intercâmbio com o mundo dos Espíritos, de sustentar conversações com os nossos Guias Espirituais ou os nossos seres amados que parti-ram para o Além. Mas, o que muitos de nós ignoram é que os frutos bons que a mediunidade venha a dar dependem, dentre muitos outros quesitos importantes, do modo pelo qual ela é desenvolvida.

Em verdade, a mediunidade não carece de ser provocada. Ela se apre-sentará naturalmente, em época oportuna, suave ou violentamente,

conforme as faixas vibratórias que então nos envolvam, trate-se de espíritas ou de adeptos de outras religiões. Tratando-se de pessoa ponderada, estudiosa, fiel à idéia de Deus, dotada de boas qiialidades morais, a mediunidade desponta, freqüentemente, com suavidade, pelos canais da fé e do auxílio ao próximo. Vemos, então, profitentes de quaisquer credos religiosos, o espírita inclusive, impondo as mãos sobre o sofredor e transmitindo o fluido generoso da cura, do alívio ao angustiado, da esperança ao afli-to, sem que seja necessária a busca sistemática do desenvolvimento, a qual, se imprudente, na maioria dos casos tende a prejudicar o médium para sempre. E vemos também manifestações fortes, conflitos,

enfermidades e até obsessões, cujo advento se processa, evidentemente, à revelia do indivíduo que lhes sofre os influxos. Em tal acontecendo, é só orientar a mediunidade, instruir o médium, se ele desconhecer os princípios legados pela Doutrina Espírita; tratá-lo, se estiver doente, e deixá-lo praticar o bem com o dom recebido da Natureza.

Todos esses exemplos, que dia-riamente se apresentam em nossos caminhos, pois conhecemos pessoas de outros credos religiosos que tam-bém curam com a imposição das mãos, são lições que devemos acatar. Indicam que esses são os médiuns mais seguros porque espontâneos, cuja faculdade floresceu em tempo preciso, sem necessidade dos longos períodos, incômodos e muitas vezes

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 7assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA ESTUdO

O imoderado desejo de ser médium vai às vezes ao ponto de se exercitar a vidência

contraproducentes, das provocações do desenvolvimento.

Ora, freqüentemente somos soli-citados por candidatos ao exercício da mediunidade para esclarecimen-to sobre a sua própria situação de pretendentes ao intercâmbio com o Invisível. Sentem-se confusos, inquietos, vacilantes, sem nada obterem de positivo depois de um, dois e mais anos de esforços para o desenvolvimento, fato por si só bas-tante para indicar os pouquíssimos recursos mediúnicos do candidato, que entretanto é sincero e bem assistido pelo seu Espírito familiar, não se deixando enlear pela auto-sugestão. Que esforços, porém, faz ele? Apenas a presença à mesa de sessões, a insistência aflitiva para que possa escrever mensagens, coisas belas, ou fazer oratórias que satisfaçam. Muitas vezes, senão de modo geral, o desenvolvimento ad-vém não propriamente da faculdade mediúnica, mas da própria mente do médium, que assim se estimula, e então se dá o menos desejado: a subconsciência do médium a agir por si mesma, excitada pelo esforço e a vontade, como sendo um agente desencarnado; sua mente a externar-se em comunicações apócrifas, que só servem para empanar a verdadei-ra faculdade e empalidecer o brilho desse dom sublime outorgado por Deus ao homem.

Muitos dos que insistem no desenvolvimento mediúnico asseve-ram que determinado Espírito lhes afiançou que são médiuns dessa ou daquela especialidade: psicógrafos, de incorporação, de vidência, etc. No entanto, os mestres da Doutrina Espírita, com AlIan Kardec e Léon Denis à frente, e os Instrutores Es-

pirituais que merecem fé (porque há os pseudomentores espirituais) desde sempre observaram que “não há nenhum indício pelo qual se reconheça a existência da faculdade mediúnica. Só a experiência pode revelá-la”. Mesmo que tal faculdade seja de psicografia, de incorporação ou outra qualquer.

Poderemos, certamente, experi-mentar as nossas potencialidades. Mas, a prática tem demonstrado que a experiência não deverá ul-trapassar de alguns poucos meses, caso nada se obtenha nesse período, justamente para que a faculdade eventual seja protegida contra a invasão de fenômenos outros, também psíquicos, mas não medi-únicos; fenômenos que o linguajar moderno trata de parapsicológicos,

e aos quais nós outros até agora temos denominado de animismo, personismo, auto-sugestão, etc.

O imoderado desejo de ser médium vai às vezes ao ponto de se exercitar a vidência. Ora, a vidência é a faculdade melindrosa por excelência, que não poderá suportar tal tratamento sem sofrer sérios distúrbios. De modo algum pode ser provocada, a menos que se deseje tomar gatos por lebres, isto é, sugestionar-se de que está vendo alguma coisa, elaborando então os chamados clichês mentais, a ideo-plastia (idéia plasmada na mente

pela vontade). É bom não esque-cer que o pensamento é criador, constrói, realiza, mesmo que não concretize materialmente aquilo que mentaliza (ver o capítulo VIII de “O Livro dos Médiuns”).

A respeito desses espinhos que às vezes laceram os que tentam a mediunidade, fez o sábio analista Ernesto Bozzano preciosas obser-vações em seu elucidador livro “Pensamento e Vontade”; Léon Denis, o continuador de Kardec, em seu compêndio “No Invisível”, brinda-nos com esclarecimentos substanciosos, enquanto Allan Kardec, além das lições gerais, diz o seguinte sobre a vidência, no capítulo XIV, n° 171, de “O Livro dos Médiuns”:

— “A faculdade de ver os Espí-

ritos pode, sem dúvida, desenvol-ver-se, mas é uma das que convém esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se queren-do ser joguete da própria imagi-nação. Quando o gérmen de uma faculdade existe, ela se manifesta de si mesma. Em princípio, devemos contentar-nos com as que Deus nos outorgou, sem procurarmos o impossível, por isso que, pretenden-do ter muito, corremos o risco de perder o que possuímos.

Quando dissemos serem fre-qüentes os casos de aparições espon-tâneas (n° 107), não quisemos dizer

assine: (19) 3233-55968 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010ESTUdO

Não existem, pois, médiuns extraordinários, não existem eleitos na mediunidade

que são muito comuns. Quanto aos médiuns videntes, propriamente di-tos, ainda são mais raros e há muito que desconfiar dos que se inculcam possuidores dessa faculdade. É pru-dente não se lhes dar crédito, senão diante de provas positivas.”

Da advertência do mestre insigne deduzimos, portanto, que é absurdo (e a experiência vem demonstrando que assim é) fazer exercícios visando ao desenvolvimento da vidência, bem como entregar-se a professores da vidência. A vidência é manifes-tação espírita como qualquer outra e, portanto, os seus registros devem

ser examinados por pessoas compe-tentes e experientes, que os passará pelo crivo da razão e do bom senso, a fim de serem aceitos.

Pouco sabemos ainda sobre a mediunidade. Intensamente, po-rém, sentimos e presenciamos os seus efeitos. Acharmono-nos ainda nas preliminares da questão, não obstante datar a mediunidade de todos os tempos, o que revela ser ela um dom outorgado por Deus. Mas, o que dela se sabe, apesar da igno-rância em que nos encontramos a seu respeito, já cabe em vários volu-mes, como realmente vem cabendo, pois diversos livros existem sobre o magno assunto.

Uma das mais importantes faces da mediunidade, e que não pode-

mos ignorar, porque o Alto disso nos esclarece e a observação confir-ma, é que a prática da Caridade e do Amor para com o próximo não somente é indispensável ao bom desenvolvimento da faculdade, mas também garantia poderosa ao seu exercício feliz. Não, certamente, a prática de uma caridade de fachada, interesseira, mas sim inspirada no verdadeiro sentimento do coração. Desse modo, o candidato a intérpre-te do mundo espiritual deve iniciar o seu compromisso não só pela fre-qüência às sessões mediúnicas, mas pela prática do Bem, pelo auxílio ao

sofredor, além do estudo conscien-cioso e do empenho em prol da re-forma moral gradativa de si mesmo. Assim agindo, no momento em que advenham os sinais indicadores de que realmente possui faculdades a desenvolver, estas se apresentarão suavemente, sem choques, por se acharem protegidas pelas faixas vibratórias da Caridade.

E será bom repisar: convém não precipitar o desenvolvimento me-diúnico. O seu progresso é lento; a mediunidade, ao que tudo indica, desdobra-se, indefinidamente, e um médium nunca estará comple-tamente desenvolvido, mormente nos dias penosos da atualidade, quando mil problemas se entrecho-cam ao seu derredor. Quanto mais a

Fonte:

PEREIRA, Yvonne A. À Luz do Consolador.

Págs. 130 – 134. Feb.1998.

cultivarmos, com submissão às leis divinas, mais ela se ampliará, cres-cerá no rumo dos conhecimentos espirituais. Não existem, pois, mé-diuns extraordinários, não existem eleitos na mediunidade. Por conse-guinte, não nos devemos fanatizar pela mediunidade, endeusando os médiuns como se fossem homens e mulheres à parte na escala humana. Eles são apenas instrumentos, ora bons, ora maus, das forças invisíveis do Além, consoante o modo pelo qual dirijam os próprios atos coti-dianos. E deixarão de ser médiuns se os Espíritos não mais puderem ou quiserem se servir deles.

Convém, pois, que os candi-datos ao mediumato meditem bastante ao se aprestarem para o papel que representarão na seara de Jesus, o Mestre por excelência. A mediunidade é, certamente, um dom, entre os muitos que Deus con-cede às almas criadas à sua imagem e semelhança. E a um dom de Deus devemos, necessariamente, amar, respeitar e cultivar com sensatez e prudência.

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 9assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA hISTóRIA

As crenças na imortalidade da alma e nas comunica-ções entre os vivos e os

mortos eram gerais entre os povos da antigüidade.

Mas, ao contrário do que acon-tece hoje, as práticas pelas quais se conseguia entrar em relação com as almas desencarnadas, eram o apaná-gio exclusivo dos padres, que tinham cuidadosamente monopolizado essas cerimônias, não só para fazerem delas uma renda lucrativa e mante-rem o povo em absoluta ignorância, quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte como também para revestirem, a seus olhos, um caráter sagrado, pois que só eles podiam revelar os segredos da morte.

Encontramos nos mais antigos arquivos religiosos a prova do que avançamos.

Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remo-tíssimas da História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade.

O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cris-to, afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito: “Os Espíritos dos antepassados, no estado invisí-vel, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em

comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam.”

Um outro autor hindu declara: “Muito tempo antes de se despoja-rem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem, como as que habitam o corpo dos sannyassis e dos vanaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que as prece-deram no Swarga; é sinal que, para essas almas, a série de suas transmi-grações sobre a Terra terminou.”

Desde tempos imemoriais, os padres iniciados nos mistérios pre-param indivíduos chamados faquires para a evocação dos Espíritos e para a

obtenção dos mais notáveis fenôme-nos do magnetismo. Louis Jacolliot, em sua obra — “Le Spiritisme dans le monde” — expõe amplamente a teoria dos hindus sobre os Pitris, isto é, Espíritos que vivem no Espaço depois da morte do corpo. Resulta das investigações deste autor que o segredo da evocação era reservado àqueles que pudessem ter quarenta anos de noviciado e obediência passiva.

A iniciação comportava três graus: No primeiro, eram formados todos os brâmanes do culto vulgar e os ecônomos dos pagodes encar-regados de explorar a credulidade da multidão.

Ensinava-se-lhes a comentar os

A Antiguidadepor gabriel Delanne

O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cristo, afirma a existência dos Espíritos

assine: (19) 3233-559610 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010hISTóRIA

três primeiros livros dos Vedas, a dirigir as cerimônias e a cumprir os sacrifícios; os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação cons-tante com o povo: eram seus direto-res imediatos. O segundo grau era composto dos exorcistas, adivinhos, profetas evocadores de Espíritos que, em certos momentos difíceis, eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.

Eles liam e comentavam o Athar-va-Veda, repositório de conjurações mágicas.

No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão; o estudo de todas as forças físicas e naturais do Universo era a sua única ocupação, e, quando se manifestavam exteriormente, faziam-no sempre por meio de fenô-menos aterrorizadores, e de longe.

Desde tempos imemoriais, o povo da China entrega-se à evo-cação dos Espíritos dos avoengos. O missionário Huc refere grande número de experiências, cujo fim era a comunicação dos vivos com os mortos, sendo que, em nossos dias, essas práticas estão ainda em uso em todas as classes da sociedade. Com o tempo e em conseqüência das guerras que forçaram parte da po-pulação hindu a emigrar, o segredo das evocações espalhou-se em toda a Ásia, encontrando-se ainda entre os egípcios e entre os hebreus a tradição que veio da Índia.

Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos padres do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos. Os ma-gos dos faraós realizavam estes prodí-gios que são referidos na Bíblia; mas, deixando de parte o que pode haver

de legendário nessas narrações, é bem certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas: “Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade.”

A despeito dessa proibição, ve-mos Saul ir consultar a pitonisa de Endor e, por seu intermédio, comu-nicar-se com a sombra de Samuel. É o que em nossos dias denomina-se materialização. Veremos, mais adiante, como se podem obter essas manifestações superiores.

Apesar da proibição de Moisés, houve sempre investigadores que foram tentados por essas evocações misteriosas; instituíam uma doutrina secreta a que chamavam Cabala, mas cercando-se de precauções e fazendo o adepto jurar inviolável segredo para o vulgo. “Qualquer pessoa que — diz o Tamuld —, sendo instruída nesse segredo (a evocação dos mortos), o guarda com vigilância em um coração puro pode contar com o amor de Deus e o favor dos homens; seu nome inspira respeito, sua ciência não teme o olvido, e tor-na-se ele herdeiro de dois mundos: aquele em que vivemos agora e o mundo futuro.”

Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Todos os templos possuí-am mulheres chamadas pitonisas encarregadas de proferir oráculos, evocando os deuses; mas, às vezes, o consultante queria, ele próprio, ver e falar à sombra desejada, e, como na Judéia, conseguia-se pô-lo em comunicação com o ser ao qual desejava interrogar.

Homero, na Odisséia, descreve, minuciosamente, por meio de que

cerimônias Ulisses pôde conversar com a sombra do divino Tirésias. Este caso não é isolado; tais práticas eram freqüentemente empregadas por aqueles que desejavam entrar em relação com as almas dos paren-tes ou amigos que tinham perdido. Apolônio de Tiana, sábio filósofo pitagórico e taumaturgo de grande poder, possuía vastos conhecimentos referentes às ciências ocultas; em sua vida, há abundância de fatos extraor-dinários; ele acreditava firmemente nos Espíritos e em suas comunica-ções com os encarnados. As sibilas romanas, evocando os mortos, inter-rogando os Espíritos, são continua-mente consultadas pelos generais, e

nenhuma empresa importante foi decidida sem se receber previamente aviso dessas sacerdotisas.

Na Itália sucede o mesmo que na Índia, no Egito e entre os he-breus. O privilégio de evocar os Espíritos, primitivamente reservado aos membros da classe sacerdotal, espalhou-se pouco a pouco entre o povo e, se crermos em Tertuliano,

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 11assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA hISTóRIA

Fonte:

DELANNE, Gabriel. O Fenômeno Espírita.

Págs. 17 – 22. Feb. 2009.

o Espiritismo era exercido entre os antigos pelos mesmos meios que, hoje, entre nós.

“Se é dado — diz ele — aos magos fazer aparecer fantasmas, evocar as almas dos mortos, poder forçar a boca das crianças a proferir orácu-los; se eles realizam grande número de milagres, se explicam sonhos, se têm às suas ordens Espíritos mensa-geiros e demônios, em virtude dos quais as mesas que profetizam são um fato vulgar, com que redobrado zelo esses Espíritos poderosos não se esforçarão por fazer em próprio proveito o que eles fazem em serviço de outrem?”

Em apoio das afirmações de

Tertuliano, pode-se citar uma pas-sagem de Amiano Marcelino sobre Patrício e Hilário, levados perante o tribunal romano por crime de magia, acusação esta de que eles se defenderam referindo “que tinham fabricado, com pedaços de loureiro, uma mesinha (mensulam) sobre a qual colocaram uma bacia circular feita de vários metais, tendo um

alfabeto gravado nas bordas. Em se-guida, um homem vestido de linho, depois de ter recitado uma fórmula e feito uma evocação ao deus da profecia, tinha suspendido por cima da bacia um anel preso a um fio de linho muito fino e consagrado por meios misteriosos. O anel, saltando sucessivamente, mas sem confusão, sobre várias letras gravadas, e paran-do sobre cada uma, formava versos perfeitamente regulares, em resposta às questões propostas”.

Hilário acrescentou: “Um dia, ele tinha perguntado

quem sucederia ao imperador atual, e o anel, designando as letras, deu a sílaba: Theo. Nada mais inquiriram, persuadidos de que se tratava da palavra Theodoro.”

Os fatos, diz Amiano Marcelino, desmentiram os magos, mais tarde, porém não a predição, porque esta foi Theodósio.

A interdição de evocar os mortos, que vemos estabelecida por Moisés, foi geral na antigüidade.

O poder teocrático e o poder civil estavam muito intimamente ligados para que esta prescrição fosse severamente observada. Não convinha que as almas dos mortos viessem contradizer o ensinamento oficial dos padres e lançar a pertur-bação entre os homens, fazendo-os conhecer a verdade.

A Igreja Católica mais do que qualquer outra, tinha necessidade de combater essas práticas, para si detestáveis, e, portanto, durante a Idade Média, milhares de vítimas foram queimadas sem piedade, sob o nome de feiticeiros e mágicos, por terem evocado os Espíritos. Que sombria época essa em que o Bon-din, o Delancre, os Del-Rio assanha-

vam-se sobre as carnes palpitantes das vitimas para aí encontrarem o vestígio do diabo! Quantos miserá-veis alucinados pereceram no meio das torturas, cuja narração causa arrepios de horror e desgosto e isto para maior glória de um Deus de amor e de misericórdia!

A heróica e casta figura de Joana d’Arc, a grande Lorena, mostra como as comunicações com os Espíritos podem dar resultados tão grandiosos quão inesperados. A história dessa pastora expulsando o estrangeiro de seu país, guiada pelas potências espi-rituais, pareceria maravilhosa ficção, se a História não a tivesse recolhido sob seu pálio inatacável.

Apesar de todas as perseguições, a tradição conservou-se; é possível segui-la na História com os nomes de Paracelso, Cornelius Agripa, Swe-denborg, Jacob Boehm, Martinez Pascalis, Conde de Saint-Germain, Saint-Martin, etc. Às vezes, as mani-festações eram públicas e atingiam desenvolvimento extraordinário. Não é sem terror que se lêem as narrações relativas aos possessos de Loudun, os fatos estranhos atribuí-dos aos convulsionários de Cevenas e aos visionários do cemitério de Saint-Médard mas essa demonstra-ção levar-nos-ia muito longe.

É suficiente termos demonstrado que, em todos os tempos, a evocação dos mortos foi praticada universal-mente, e que todos esses fenômenos, na realidade, são tão velhos quanto o mundo.

assine: (19) 3233-559612 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010dIáLOGO

Diálogo com

Divaldo

1.4 - multiplicação de Sociedades Espí-ritas

Pergunta: E a multiplicação de Centros, Grupos e Sociedades Espíritas, caro divaldo, é benéfica para o movimento Espírita?

Divaldo: Sim, desde que tendo como alicerce a codificação Kardeciana. A proliferação dos Cen-tros Espíritas nas comunidades é muito positiva, se pautada na disciplina, no equilíbrio e na palavra de libertação do próprio Cristianismo restaurado, que Allan Kardec trouxe para o mundo

Normalmen-te, o espiritualis-ta crê que, den-tro da liberdade doutrinária, é permitido tomar qualquer atitude e, a pretexto de divulgar a Doutrina, cria células em quaisquer condições. é óbvio que isto é permitido, mas não é uma atitude correta, porque nem tudo que se faz permitido é legal e moral e, mesmo quando se torne legal, por impositivos de documentos feitos pelos homens, nem sempre se torna moral, no sentido de profundidade.

Para que essas células sejam realmente be-

néficas, não podemos prescindir do espírito de união, perfeitamente estabelecido nos códigos éticos do espírito de unificação. Dessa união dos trabalhadores resultará a unificação dos objetivos e das diretrizes doutrinárias e, reciprocamente, porque através da unificação de bases, de postu-lados e de tarefas mantém-se a referida união dos trabalhadores.

1.5 - Pesquisa Científica na doutrina

Pergunta: Em sua opinião, divaldo, o Centro Espírita encontra-se preparado

para enfrentar a pesquisa cien-tífica?

D i v a l d o : — Pelo menos, genericamente, neste momento, não. O Centro

Espírita, em linha geral, e especialmente no Brasil, tem sido uma célula religiosa do Cristianismo, pulsante e ativa. Temos dado maior enfoque, con-siderando a situação moral e espiritual do planeta, a esse trabalho de valorização do homem, de colocação do homem na sociedade, de estímulos para as suas transformações morais. Também nos faltam os instrumentos hábeis para um trabalho

O Centro Espírita, em linha geral, e especialmente no Brasil, tem sido uma célula religiosa do Cristianismo

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 13assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA dIáLOGO

Diálogo com

Divaldo

honesto e correto de investigação científica. Mas acreditamos que, em próximos dias, as Entidades que têm interesse em aprofundar o bisturi da pesquisa no organismo da investigação científica criarão, na Casa Espírita, departamentos próprios para esses interessados, adredemente preparados, realizarem o mister, que é também muito relevante para nossa colocação no contexto da atualidade cultural da humanidade.

1.6 – méto-dos e Técni-cas moder-nas

Pergunta: E a utilização de métodos e técnicas modernas pode prejudicar as atividades da Instituição Espírita?

Divaldo: Não, desde que essas técnicas e métodos não objetivem submeter o contexto da Doutrina Espírita à sua diretriz, mas, sim, trazer o contributo válido dos estudiosos, que adquiriram experiência nesse campo de atividades culturais, para aplicar toda essa metodologia e toda essa tecnologia na melhor divulgação e vivência dos postulados espíritas. E tentar trazer a técnica ao método espírita e não submeter o Espiritismo à metodologia das técnicas.

1.7 - Atividades Fundamentais do Centro Espírita

Pergunta: Quais são, a seu ver, as ativi-dades fundamentais para a Instituição Espírita?

Divaldo: A prática da caridade por todos os meios e métodos possíveis ao alcance da Entidade. Quando nos referimos à prática da caridade, damos

uma abrangência muito ampla. Ca-ridade, que não se restringe apenas no atendimento das necessidades corporais, fisioló-gicas, emocionais,

imediatas, mas, e principalmente, àquela caridade mais profunda: a da libertação da consciência pelo estudo, pela educação do neófito, pela orientação, para que ele adquira bons hábitos e desenvolva os propósitos superiores, exercitando essa aprendiza-gem no labor de socorro ao seu próximo.

Fonte:

FRANCO, Divaldo. Diálogo com Trabalhadores e Dirigentes Espíritas.

U.S.E. 2001.

...trazer a técnica ao método espírita e não submeter o Espiritismo à metodologia das técnicas

assine: (19) 3233-559614 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010CAPA

Jesus e a Famíliapor Therezinha Oliveira

Jesus havia começado o seu ministério. Percorrendo a Galiléia, pregara a boa nova do reino dos céus, realizara curas

e fenômenos admiráveis, atraindo multidões, fazendo muitos discípulos.

Ao voltar para Cafarnaum, sua cidade e sua casa, a multidão afluiu de novo e de tal modo que Jesus e seus discípulos nem se podiam ali-mentar.

À porta da casa chegaram sua mãe, irmãos e ir-mãs, relatam Mateus (12:46-50), Marcos (3:31-35) e Lucas (8:19-21), José, o pai, não é citado. Talvez já estivesse desencarnado. Aludem a irmãos e irmãs... Não era Jesus o filho primeiro e único de Maria? Mas José fora viúvo, poderia ter filhos do seu casamento anterior. Ou serem primos e primas, chamados de irmãos. Temos também a hipótese de que Jesus tivesse sido apenas o filho primogênito, mas não único, e Maria teria tido outros filhos depois dele.

Essa controvérsia pouco importa em nosso estudo. Ali estavam familiares de Jesus, parentes bem próximos, e queriam falar com ele.

Não conseguiram entrar, por causa da multi-dão, mas a notícia de que a família de Jesus che-gara entrou e foi passando de boca em boca, no interior da casa, até alcançar os que estavam mais perto do Mestre que o avisaram: Aí fora estão tua mãe, teus irmãos e irmãs e te chamam.

Jesus redargüiu com uma pergunta: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?

A pergunta surpreendeu a todos. Surpreende a nós, também, porque Jesus parece se sentir des-ligado dos familiares, indiferente aos seus, não dar valor aos laços de família. Estaria renegando a própria mãe, ele que pregava e exemplificava o amor a todos?...

Entenderemos melhor a atitude de Jesus se, nesse capítulo 3 do evangelista Marcos, retroce-dermos ao versículo 21, onde nos informamos

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 15assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA CAPA

Todo aquele que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, e irmã, e mãe

que, ao ouvirem dizer que Jesus estava no meio de uma multidão atraída por seus feitos, os parentes exclamaram: Está fora de si, ou seja, está transtornado!

Não nos admiremos de que falassem assim. Os familiares ainda não haviam escutado suas pregações nem presenciado os seus feitos. Por isso, os irmãos de Jesus não acredi-tavam nele (Jo 7:5), não achavam que fosse um emissário divino.

Quem sabe concordassem com os escribas que tinham vindo de Jerusalém e afirmavam estar Jesus possesso de um Espírito imundo, ou Belzebu, isto porque Jesus cen-surava a hipocrisia dos escribas e fariseus.

Talvez os seus irmãos temessem que, com isso, Jesus os pudesse prejudicar perante as autoridades judaicas.

Enfim, era por não acreditarem na missão de Jesus, que aqueles familiares pensaram: está fora de si, está transtornado, e saíram para o prender. Por isso estavam ali!

A mãe de Jesus estaria entre eles e com eles? Liderando, não, pois entre os israelitas a mulher não liderava, mas talvez quisessem a presença dela para comover Jesus e persuadi-lo a interromper, a aban-donar as atividades que começara e tanto os escandalizavam, porque não compreendiam nem podiam aceitar.

Maria entenderia a missão de seu filho? Nota-se que não o acom-panha nos Labores pelas ruas e estradas, mas talvez pela sua con-dição feminina e, quem sabe, de idade. Mas era mãe e certamente desejaria estar lá, ao lado do filho,

para protegê-lo de eventuais maus-tratos, pois não o abandonou nem mesmo na crucificação.

Aí fora estão tua mãe, teus ir-mãos e irmãs e te chamam... Mas tinham vindo para o prender. E Jesus sabia. Como ficou sabendo: por um aviso espiritual? Por telepa-tia? Talvez apenas por conhecer o modo de pensar usual neles, como também conhecemos as reações comuns de nossos familiares e até as podemos antecipar, em certos casos.

Após a pergunta intrigante, que atitude tomará Jesus: denunciará o que querem fazer? Acusará e agredi-rá? Ou se deixará apanhar e deter?

Após dizer quem é minha mãe e quem são meus irmãos?, correu o olhar pelos que estavam assentados ao seu redor. Não eram do mesmo sangue... Mas estavam unidos a ele pelo anseio de conhecer a Deus e cumprir as suas leis, prontos a acei-

tar-lhe a orientação e partilhar com ele a luta pelo mesmo ideal.

Então, concluiu Jesus: Todo aquele que fizer a vontade

de Deus esse é meu irmão, e irmã, e mãe.

Não agrediu, mas também não se deixou reter e ainda aproveitou o incidente para novo ensino a todos: além da família consangüínea e pa-rentela corporal, existe uma outra família, a espiritual, formada pela afinidade do pensar, sentir e agir.

Ante os problemas da vida, sai-bamos fazer opções e tomar atitudes tão acertadas como a de Jesus.

E se queremos fazer parte da família espiritual dele, procuremos cumprir a vontade de Deus, em todos os momentos.

A VISãO ESPÍRITA DA FAMÍLIA O Espiritismo, que relembra,

confirma e amplia tudo o que Jesus

assine: (19) 3233-559616 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010CAPA

ensinou, ao falar de família também o faz, como o divino Mestre, sob o ponto de vista espiritual.

Informa o Espiritismo que todos nós, espíritos, seres inteligentes da Criação, quer habitemos a Terra ou qualquer outro mundo dos muitos que existem no espaço infinito, somos irmãos uns dos outros, pois criados pelo mesmo Pai, que é Deus. Constituímos uma família: a humanidade, nossa grande família universal!

Na vida do espaço, libertos do corpo físico, os espíritos se agru-pam, atraídos pela afeição, simpatia,

semelhança das inclinações, e assim formam famílias espirituais.

Sentem-se felizes por estarem juntos e, caso algum deles se atrase no seu progresso intelecto-moral, os mais adiantados se esforçam por fa-zer que se recupere e progrida, para que não haja separação entre eles.

Às vezes, uns seguem outros na encarnação, vindo aqui se reunirem numa mesma família, ou círculo de relações, a fim de trabalharem jun-tos pelo seu mútuo adiantamento.

Quando uns encarnam e ou-tros não, continuam unidos pelo pensamento e os que se conservam

livres velam pelos que se acham no cativeiro terreno. Ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem.

Se os laços que unem as pessoas da família corpórca forem puramen-te materiais podem se extinguir com o tempo ou se dissolverem moral-mente, já nesta vida. Mas quando há afinidade, simpatia, semelhança das inclinações, os espíritos se sen-tirão unidos entre si antes, durante e depois da vida terrena.

NOSSA FAMÍLIA NA TERRA

Gostaríamos que nossa família corporal fosse também uma fa-mília espiritual, reunindo apenas espíritos da mesma linhagem, que pensassem, sentissem e agissem do mesmo modo; um grupo no qual estivéssemos inteiramente bem sem nunca haver problemas nem dissensões.

Em vez disso, a família, salvo exceções, costuma ser de grupos heterogêneos e até conflitivos.

Por que nossa família é assim? Emmanuel, em Leis de Amor in-forma: Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação. Nos elos da consangüini-dade através das portas benditas da reencarnação, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino pelos vínculos do bem ou do mal.

A família que temos é a que fomos construindo ao longo das existências, traduz não somente nossas afinidades espirituais mas também expiações inadiáveis ou provas necessárias. Em alguns casos,

Constituímos uma família: a humanidade, nossa grande família universal!

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 17assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA CAPA

E se quisermos nos tornar, um dia, membros da família espiritual de Jesus, aprendamos a amar a Deus

é ensejo abençoado de realizarmos uma boa obra em especial.

Com alguns, na família, combi-namos bem. Serão parte de nossa família espiritual? Talvez. Nesse caso, encarnaram conosco por nos quererem bem, para ajuda e estímu-lo mútuos, chegando junto (como irmãos), antes (como ascendentes) ou depois (como descendentes). Por nos darmos bem com eles, serão mesmo nossos afins? A pessoa bon-dosa, afável, se dá bem com todos.

E às vezes, combinamos com aqueles que são tão imperfeitos como nós. Quando não gostamos dos que na família são discipli-nados, corretos, trabalhadores e responsáveis, poderá ocorrer de estarmos rejeitando protetores encarnados.

Com outros nos damos mal, sen-timo-nos antagonistas, adversários. Por quê? Talvez sejam nossos opo-sitores naturais, gratuitos. Cumpre-nos evitar que a situação se agrave. Se a animosidade vier de vidas anteriores, temos aí a oportunidade para o perdão e reajuste recíprocos, aconselhado por Jesus quando nos recomenda: Reconcilia-te com o teu inimigo enquanto estás a caminho com ele... Ainda que nos pareça o familiar um obsessor reencarnado, consideremos que é melhor om-brear com ele aqui, do que tê-lo desencarnado, pois estando ambos encarnados poderemos semear ati-tudes e exemplos que nos redimirão e reconciliarão com ele.

E aqueles familiares que estão sempre carentes e dependentes de

nós? Se formos devedores ou res-ponsáveis pelo fato de eles se terem tornado assim, nossa obrigação é ampará-los e recuperá-los. Se não for por devermos a eles, então temos a oportunidade de servir e amar, fraternalmente, a quem precisa de ajuda, e já sabemos que coisa mais bem-aventurada é dar do que receber.

E os que são diferentes de nós? Servem-nos de prova ou aprendiza-do: testam nossas virtudes, ensinam ângulos novos e diferentes da vida e dos seres.

Heterogênea, composta de tipos humanos muito variados, costuma ser nossa familia. Isso é bom e apro-priado para nossa maior evolução, porque enseja mais ampla gama de experiências e realizações.

A grande e única questão é saber como viver bem em família. Diz Emmanuel, em Leis de Amor, que devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender a vencer, na luta doméstica. Não se trata de vencer uns aos outros, mas de vencer-se e às dificuldades na convivência.

Triunfemos sobre as nossas imperfeições, controlemos a agres-sividade, superemos o egoísmo e a tendência à inércia, para favo-recermos a nossa vida familiar. E se quisermos nos tornar, um dia, membros da família espiritual de Jesus, aprendamos a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Fonte:

OLIVEIRA, Therezinha. Jesus, o Cristo. Págs.

49 – 56. Editora Allan Kardec. 2006.

assine: (19) 3233-559618 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010COmPREENSÃO

O poder de Deus é o poder da sabedoria, o encanto do amor

O nascimento e a morte são ambos cercados de trevas impenetráveis.

Ninguém sabe de onde veio, quan-do Deus o chamou; ninguém sabe aonde irá, quando Deus o chamará. Quem poderia dizer-me se eu já não existi, antes de tomar o meu corpo atual? O que é esse corpo, que pertence tão pouco ao meu eu, que, durante uma existência de cinqüenta anos, eu o teria mudado várias vezes como uma roupa? Eu não tenho mais a mesma carne e o mesmo sangue que tinha quan-do era amamentado, nos anos de minha juventude e na maturidade; as partes de meu corpo, que me pertenceram durante a primeira idade, já estão, desde muito tempo, dissolvidas e evaporadas. Só o Espí-rito permanece o mesmo durante todas as variações que sofre o seu invólucro terreno. Por que neces-sitaria eu, para a minha existência, do corpo que possuía quando era pequenino? Se existi antes dele, onde estava eu? E quando me de-sembaraçar de minha roupa atual, onde estarei? Ninguém me respon-de. Vim aqui como que por milagre e é por milagre que desaparecerei. O nascimento e a morte lembram ao homem esta verdade tantas vezes

esquecida, a de que ele se encontra sob o poder de Deus.

Mas essa verdade é, ao mesmo tempo, uma consolação. O poder de Deus é o poder da sabedoria, o encanto do amor. Se o começo e o fim de minha vida são envoltos em trevas, devo pensar que deve ser um benefício para mim, como tudo o que vem de Deus é benefício e graça. Quando tudo ao meu redor

proclama sua sabedoria suprema e sua bondade infinita, posso crer que as trevas que cercam o berço e o ataúde são as únicas exceções? É possível que eu já tenha existido uma vez, mesmo várias vezes? Quem conhece os mistérios da natureza dos Espíritos? Minha presença não seria talvez uma fraca imagem da existência eterna? Já não vejo aqui a minha passagem da eternidade

Do Nascimento e da Morte

por Allan Kardec

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 19assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA COmPREENSÃO

Fonte:

Revista Espírita. Ano 11 - 1868.

O dia da morte terrena tornar-se-á, então, meu novo dia de nascimento para uma vida mais elevada e mais perfeita

à eternidade, como num espelho opaco?

Eu ousaria embalar-me em es-tranhos pressentimentos? Esta vida seria realmente uma imagem em miniatura da existência eterna? Que seria se eu já tivesse tido várias existências, se cada uma delas fosse uma hora de vigília da infância de meu Espírito e cada mudança de seu envoltório, de suas relações ou o que se chama morte, uma letargia para um despertar com forças no-vas? É verdade que me é impossível saber quantas vezes e como existi, antes que Deus me tivesse chamado à existência atual; mas a criança de peito sabe mais do que eu de suas primeiras horas? Então perdeu tanto que não possa lembrar-se de seu primeiro sorriso e de suas primeiras lágrimas? Quando tiver

mais idade não se recordará mais, muito certamente, mas saberá o que foi nos seus primeiros anos; saberá que sorriu, chorou, velou, dormiu, sonhou, absolutamente como os outros. Se aqui é possível, por que seria impossível que um dia, depois de uma viagem mais elevada de meu Espírito imortal, pudesse este lembrar-se e analisar a carreira per-corrida, as diversas circunstâncias em que se encontrou durante sua viagem e os mundos em que habi-

tou? Em que degrau de idade estou agora colocado? Assemelho-me ain-da à criança que, uma hora depois, já esqueceu os acontecimentos da hora precedente e não está em con-dição de guardar a lembrança de um sonho que, tendo-a transportado à vida exterior, a separou da vigília precedente; mas me pareço com uma criança que, todavia, já sabe reconhecer os seus pais. Esquece os prazeres e os desgostos do momento decorrido; mas, a cada despertar, reconhece novamente suas feições queridas. Assim se dá comigo: também reconheço meu Pai, meu Deus no Todo-Eterno. Eu o teria procurado com os olhos, tê-lo-ia chamado, mesmo que ninguém me tivesse falado dEle; porque a lembrança do Pai celeste é, ao que se diz, inata em cada homem. Todos

os povos guardam essa lembrança, mesmo os mais selvagens, cujas ilhas solitárias, banhadas pelo oceano, ja-mais foram abordadas por viajantes civilizados. Dizem inata; talvez se devesse dizer herdada, transportada de uma vida anterior, exatamente como a criancinha, de um sonho anterior a outro posterior, se refere à lembrança de sua mãe.

Mas eu caio nos sonhos! Quem está em condições de aprová-los ou rejeitá-los? Eles se assemelham às

primeiras lembranças, muito vagas e muito fracas que uma criança tem de algo que lhe parece ter ocorrido em seus momentos de passadas vigílias. Nossas mais audaciosas suposições, mesmo quando as jul-gamos verdadeiras, não passam do reflexo fugidio e confuso de nossos sentimentos que datam de um pas-sado esquecido. Aliás, eu não me censuro por isso. Mesmo supondo-as quiméricas, elas levantam o meu Espírito, porquanto, encarando a nossa vida terrena como uma hora de uma criança de peito, que vasta e incomensurável perspectiva da eter-nidade se desdobra à minha frente! Qual será, então, a juventude mais avançada, a plena maturidade de meu Espírito imortal, quando, ainda muitas vezes, eu tiver velado, dormido e subido um maior núme-ro de degraus da escada espiritual?

O dia da morte terrena tornar-se-á, então, meu novo dia de nasci-mento para uma vida mais elevada e mais perfeita, o começo de um sono que será seguido de um agradável despertar. A graça divina me sorrirá com um amor maior que a afeição com que uma mãe terrena sorri ao filhinho ao despertar, no momento em que este abre os olhos.

assine: (19) 3233-559620 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010ESCLARECImENTO

Sucedem-se as Civilazações no Processo da Evolução Terrena

O Espiritismo, como o Cristianismo Primiti-vo, vai-se impondo ao

mundo de maneira irresistível. A mitologia greco-romana era ainda senhora do mundo antigo, e seus deuses de pedra ou metal domi-navam nos templos do Império, quando o Cristianismo começou a se espalhar pela Terra, como erva humilde que se alastra no solo, pisada pelos homens e desprezada

pelos poderosos. Pouco a pouco, os princípios cristãos se infiltraram na gigantesca estrutura do Império, substituindo o vazio angustiante das religiões mitológicas e a vã sabedoria das escolas filosóficas dominantes.

O mundo se renova constan-temente, porque o seu destino é a evolução. A sua lei básica, irredu-tível, é a lei do progresso. Perecem as formas numa sucessão contínua, ao ritmo do desenvolvimento uni-versal. Através das formas, a vida

cresce, se expande, e exige novos instrumentos de manifestação. As civilizações, como as plantas, os animais e os homens, nascem, crescem, se desenvolvem, atingem o apogeu, entram em declínio e morrem. Mas não morrem apenas. Porque renascem também. Cerca de vinte civilizações já passaram na Terra. Suas estruturas desaparece-ram, mas o espírito que as animava ressurgiu nas seguintes. A grega foi

herdeira da egípcia e da babilônia, a romana da grega, a nossa, da grega e da romana.

Cada nova civilização traz consi-go um novo e mais poderoso sopro do espírito. Segundo as observações de Dilthey e Whetehead, o espírito racionalista dos gregos fundiu-se no tempo com a mentalidade jurídica dos romanos e o providencialismo judeu-cristão, para a criação da consciência moderna, estruturada lentamente no caldeirão ideológico da Idade Média. Dessa elaboração

milenar resultou o esplendor da Renascença.

O próprio nome atribuído ao fenômeno revela a sua natureza: a Renascença nada mais foi do que um renascimento do espírito das antigas civilizações numa nova forma, num corpo novo. É claro que não usamos a palavra “forma” no sentido aristo-télico, mas no sentido comum de estrutura, de configuração exterior.

O Cristianismo constituiu o grande alicerce ideológico sobre o qual se ergueu o edifício de um novo mundo, de uma nova civilização, a partir da decadência do Império Romano. Mas os ideais do Cristia-nismo não puderam concretizar-se perfeitamente e desenvolver-se em plenitude na civilização moderna. A nova estrutura, herdeira da antiga, conservou muito daquela, da mesma maneira por que o organismo do fi-lho repete as características paternas. O Cristianismo é uma revolução em marcha, suas transformações continuam em desenvolvimento. Prevendo a amplitude dessa revo-lução, o próprio Cristo anunciou, como vemos no Evangelho de João, a vinda de “um novo consolador”, o advento do Espírito de Verdade, incumbido de restabelecer a pureza

por J. herculano Pires

Cada nova civilização traz consigo um novo e mais poderoso sopro do espírito

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 21assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA ESCLARECImENTO

dos seus ensinos e dar novo impulso à evolução terrena.

O Espiritismo é o cumprimento dessa promessa. Surgindo na hora precisa, em meados do século pas-sado, no momento exato em que os princípios do Cristianismo, ame-açados pela estagnação dogmática, se defrontavam com o livre exame da nova mentalidade científica, ele abriu perspectivas inesperadas ao prosseguimento da civilização cristã. Kardec acentua esse fato, com pala-vras claras e precisas, em O Evan-gelho e A Gênese. O Espiritismo é também um renascimento, é o que Emmanuel chamou “a renascença cristã”. Por isso, no momento em que o mundo moderno vacila, entre as crenças que não mais o satisfazem, e as promessas do espírito científico, o Espiritismo se infiltra em toda a sua estrutura, para salvar o futuro, preparando as bases da nova civili-zação.

Todos os golpes desferidos con-tra o Espiritismo são tão inúteis como os que foram desferidos no passado contra o Cristianismo. A força do Espiritismo é a da própria vida à procura de nova forma, mais adequada à manifestação de seus novos desenvolvimentos. Pouco importa que sua posição seja margi-nal, na cultura moderna. Também os estóicos e epicuristas, os rabinos de Jerusalém e os sábios de Roma e de Atenas consideravam marginal e supersticioso o Cristianismo. As lições da história deviam servir para alertar os espíritos mais arejados, chamando-lhes a atenção para afir-mações como a de sir Oliver Lodge, o grande sábio inglês, para quem o Espiritismo “é uma nova revoluçao copernica.

Fonte:

PIRES, José Herculano. O Infinito e o Finito.

Págs. 31 - 34 – Correio Fraterno. 2008.

assine: (19) 3233-559622 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010REFLExÃO

Constitui sempre motivo de alegria para os instrutores espirituais, perceberem que o indivíduo, ao tornar-se espírita, modifica-se para melhor

A Força do Exemplo

por Martins Peralva

A influência do Espiritis-mo não se faz sentir, apenas, nos meios que

lhe são peculiares. A sua atuação, salutar e cons-

trutiva — altamente construtiva, convém ressaltar —, estende-se, sem dúvida, a outros ambientes, outros setores, outras esferas.

Reformando-se, pouco a pouco,

à medida que vai compreendendo, sentindo e aceitando de coração a mensagem renovadora da Doutri-na, o espírita começa, muitas vezes

sem o notar, a ser um elemento proveitoso ao meio onde vive.

Isso acontece, decerto, por ser o Espiritismo uma doutrina de autorresponsabilidade.

Quando o homem começa a sentir a influência renovadora da Terceira Revelação, sente, igual-mente, simultaneamente uma no-ção de responsabilidade irresistível,

que o faz iniciar, logo, a sua meta-morfose íntima, principiando, de modo especial, a preocupar-se com o problema a exemplificação .

...vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais também vós.

Se exerce, lá fora, na vida pú-blica, funções de mando, sente o imperativo de ser justo e bom, porque bondade e justiça são qua-lidades que o Espiritismo aponta por essenciais à felicidade e ao progresso.

Se, ao contrário, desempenha atividades subalternas, logo com-preende a necessidade de esmerar-se no cumprimento de suas obri-gações, com disciplina, respeito e boa vontade, porque boa vontade, respeito e disciplina são virtudes que a Doutrina lhe recomenda.

Administrando, pois, ou servin-do, o comportamento do espírita esclarecido tende para o bem e para a verdade, eis que os preceitos doutrinários não se harmonizam com a maldade e a mentira, por se acharem, aqueles, impregnados de substância evangélica.

Não se pode exigir, evidente-mente, do obreiro espírita, a santifi-

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 23assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA REFLExÃO

Fonte:

PERALVA, Martins. Estudando o Evangelho.

Págs. 170 – 172. Feb. 1992.

cação compulsória, de um dia para outro, uma vez que profundas são as nossas vinculações ao pretérito; contudo, pode-se-lhe sugerir esfor-ço e boa vontade, perseverança e fidelidade na correção de defeitos e na conquista de qualidades eno-brecidas.

Constitui sempre motivo de alegria para os instrutores espiritu-ais — encarnados e desencarnados — perceberem que o indivíduo, ao tornar-se espírita, modifica-se para melhor.

Se fora vingativo e rancoroso, converte-se, via de regra num ser generoso e cordato, esforçando-se, infatigavelnte para perdoar e servir aos que antes o ofenderam.

Se fora preguiçoso e comodista, transforma um obreiro diligente e operoso.

Se se comprazia no comentário maledicente, com relação a tudo e a todos, torna-se discreto, habitu-ando-se, inclusive, a observações ponderadas e sinceras.

Transformando-se, assim, gradu-almente, para o bem e para a luz, para o amor e para o conhecimen-to, o servidor do Espiritismo pode influenciar, de maneira satisfatória, a comunidade a que pertence.

Beneficiar o ambiente onde a Suprema Bondade o situou.

Melhorar a coletividade de que participa. Reajustar caracteres e aprimorar sentimentos de compa-

nheiros que lhe partilham a expe-riência evolutiva.

Isso porque o exemplo — a for-ça do Exemplo — constitui a mais edificante pregação que o homem fiel a si mesmo pode realizar, a beneficio seu e do próximo.

A palavra, embora culta e supe-rior, pode ser esquecida.

O bom exemplo, observado e sentido, permanece, indelével, na retina e nos refolhos conscien-ciais.

Daí ter o Mestre asseverado aos discípulos, após lhes ter lavado os pés: “...Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais também vós” (João, 13:15.)

assine: (19) 3233-559624 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho 2010ENSINAmENTO

Renovação pela Educação

por Vinícius

Já ensinou o inigualável Educador de Nazaré que só há um pecado e uma virtude: esse pecado é o egoísmo e essa virtude é o amor

Educar é tirar de dentro para fora e não introduzir de fora para dentro.

Todos possuem em estado de latência poderes e faculdades ma-ravilhosas cujo desenvolvimento harmônico e progressivo deve cons-tituir o objeto da educação.

Se os nossos esforços se focaliza-rem numa determinada faculdade deixando as demais em abandono, produziremos indivíduos anômalos, constituindo povos desequilibrados, verdadeiros aleijões morais.

É precisamente esse o quadro doloroso que nos apresenta o

panorama internacional, onde as nações não conseguem encontrar o equilíbrio que as mantenha dentro do ritmo natural da Vida.

Agindo como rivais, na persua-são de acautelar interesses particula-

res, todas elas, outra coisa não têm feito senão cavarem a ruína comum, gerando conflitos e convulsões internas a par de guerras cruentas e fratricidas que colimam na des-truição das suas mais decantadas e vultosas realizações.

Procurando a causa de tão ino-minável insânia que vem, através de séculos e milênios, mantendo a Humanidade nesse estado de de-mência coletiva, vamos encontrá-la na educação unilateral, ou seja, na monocultura da inteligência com menosprezo do sentimento.

Já ensinou o inigualável Educa-

dor de Nazaré que só há um pecado e uma virtude: esse pecado é o egoís-mo e essa virtude é o amor. O mais tudo, seja na esfera do mal, seja na esfera do bem, são efeitos que da-queles dois elementos decorrem.

O egoísmo tem suas raízes mer-gulhadas nas profundezas do nosso passado, requerendo por isso grande soma de esforços a sua erradicação. Nada obstante, os homens porfiam em acoroçoá-lo, de vez que a inte-ligência, muito amanhada, sem o controle do sentimento, fornece ambiente e terreno propício à sua expansão cada vez mais acentuada. E o nosso mundo acha-se sob o despotismo da inteligência. Daí o grande surto de progresso verificado no plano utilitário e material, con-trastando escandalosamente com a barbárie e brutalidade reinantes em todas as camadas sociais.

A inteligência, atendendo aos reclamos egoístas constrói sobre a areia. Suas obras, portanto, não oferecem estabilidade e segurança, ruindo, a cada passo, sob o fragor das paixões desencadeadas. Trata-dos e convênios, pactos e ajustes jamais solucionarão o problema da paz internacional tampouco aqueles de ordem social interna, como o pauperismo, o desemprego, a orfan-dade, o vício e o crime. Só a edu-cação sob o seu aspecto harmônico e congruente, devidamente com-preendida em sua finalidade, con-

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 25assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA ENSINAmENTO

Fonte:

VINÍCIUS. O Mestre na Educação. Págs. 91

– 93. Feb. 2009.

A renovação do caráter depende da renovação dos métodos e processos educativos

jurará as nossas velhas e debatidas questões. Qualquer outra medida não passará de paliativos aleatórios e estéreis, conforme os fatos vêm demonstrando cabalmente.

A nossa sociedade é uma enfer-ma entregue nas mãos de curandei-ros charlatães que se preocupam em combater sintomas, visando com isso impressionar a doente cujo esta-do se agrava continuamente. Todas as perturbações sociais, de caráter

nacional ou internacional, são fe-nômenos acidentais, revelando um estado mórbido geral e permanente que ainda não foi focalizado pelos bisonhos terapeutas que rodeiam o leito da extenuada enferma. A mo-léstia, no entanto, vai se definindo cada dia com mais evidência.

Trata-se de lepra da alma assina-lada na insensibilidade moral que caracteriza o homem deste século.

Eduque-se o sentimento, cultive-

se a ciência do bem que é a ciência do coração, e ver-se-á a moléstia decrescer e a enferma entrar em franca convalescença.

Urge dar essa orientação ao pro-blema educacional. A Humanidade precisa ser reformada. Do interior do homem velho cumpre tirar o homem novo, a nova mentalidade cujo objetivo será desenvolver o amor na razão direta do combate às multiformes modalidades em que o egoísmo se desdobra. A renovação do caráter depende da renovação dos métodos e processos educativos.

Cabe ao Espiritismo a nobre e grandiosa missão de iniciar esse trabalho fundando colégios, giná-sios e educandários cuja finalidade seja produzir uma geração nova, cristianizada, opondo-se, dessarte, à velha escola que se esforça em submeter ou sufocar os germes de renovamento, procurando adaptar a juventude que desponta às exi-gências de um ambiente deletério, corrupto, inflado de vaidades e prenhe de hipocrisias.

Inspiremo-nos nas seguintes pa-lavras do inolvidável Apóstolo dos Gentios: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que saibais qual é a boa e perfeita vontade de Deus”.

assine: (19) 3233-559626 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP assine: (19) 3233-559626 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA |Julho 2010

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág. 75. Editora Moderna.

São Paulo/SP, 1999.

por Eduardo Martins

COm TOdAS AS LETRAS

“Mesmo” podevariar ou não

Como a palavra exerce diferentes funções no texto, é preciso distinguir os vários usos de mesmo e quais as condições

para que o vocábulo se flexione ou fique invari-ável.

Quando mesmo significa idêntico ou igual, varia normalmente: O mesmo homem (os mesmos homens, a mesma mulher as mesmas mulheres) voltou aqui esta manhã. / Todos tinham o mesmo medo (os mesmos receios, a mesma preocupação, as mesmas inquietações) diante da morte.

A situação que leva ao maior número de erros é aquela em que mesmo vem depois de um substan-tivo ou pronome pessoal e equivale a próprio ou própria. Repare nos exemplos: A professora mesma (equivalente a a própria professora) preparou a sala de aula. Estaria, portanto, errado escrever: A professora “mesmo” preparou a sala de aula.

Veja mais alguns casos: Eles pensaram consigo mesmos (consigo próprios) e não consigo mesmo. / Eles mesmos (eles próprios) fizeram a viagem e não eles “mes-mo” fizeram a viagem. / Ela conseguiu o emprego por si mesma (por si própria) e não por si “mesmo. / Elas conseguiram o emprego por si mesmas (por si próprias) e não por si “mesmo.

E há casos em que mesmo não varia? Há. Quan-do significa até, de fato ou realmente: Eles pensaram

mesmo (até) em pedir demissão. / As alunas trouxeram mesmo (realmente) o livro. / O amigo veio mesmo (de fato) ao seu encontro. / Os Estados recorrerão mesmo (realmente, de fato) ao governo federal.

O mESmO NãO FAZ NADA

É errado o uso de mesmo com artigo para substituir substantivo ou pronome, em frases como: A moça voltou de viagem hoje e “a mesma” fará o vestibular amanhã. No caso, o pronome ela (que nem seria necessário, na verdade) pode perfeitamente substituir a mesma.

Veja outro exemplo: A emissora vai definir a premiação, ou seja, como o público poderá participar “da mesma”. A contração dela resolveria o problema: ... e o público poderá participar dela.

Um terceiro exemplo: Os diretores da empresa reuniram-se na semana passada e na segunda-feira os funcionários conhecerão as decisões “dos mesmos”. Veja como dizer e na segunda-feira os funcionários conhecerão as suas decisões ou as decisões deles.

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP 27assine: (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Julho 2010 | FidelidadESPÍRITA mENSAGEm

“Que fazeis de especial?” Jesus. (Mateus, 5:47.)

Que Fazeis de Especial?

Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiri-tistas cristãos possuem patrimônios de entendi-mento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vito-riosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação es-piritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa colheita futura se verifi-cará, de acordo com a sementeira de agora; que a luz do Senhor clarear-nos-á os caminhos, sempre que estivermos a serviço do bem; que toda opor-tunidade de trabalho no presente é uma bênção

dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a verdade surpre-enderá toda a gente; que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

Efetivamente, sabemos tudo isto. Em face, pois, de tantos conhecimentos e in-

formações dos planos mais altos, a beneficiarem nossos círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a interrogação do Divino Mestre:

— Que fazeis mais que os outros?

CURSOS GRATUITOS

Centro de Estudos Espíritas“Nosso Lar”

R. Prof. Luís Silvério, 120Vl. Marieta - Campinas/SP

(19) 3386-9019 / 3233-5596

Ônibus:Vila Marieta nr. 348* Ponto da Benjamim Constant em frente à biblioteca municipal.

www.nossolarcampinas.org.br

www.nossolarcampinas.org.br

Aberto ao Público:Necessário Inscrição:3386-9019 / 3233-5596

Aberto ao Público:Necessário Inscrição:3386-9019 / 3233-5596

ATIVIdAdES PARA 2010

Cursos dias horários Início

1º Ano: Curso de Iniciaçãoao Espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. Duração1 ano com uma aula por semana. 2ª Feira 20h00 - 21h30 01/03/2010

1º Ano: Curso de Iniciaçãoao Espiritismo com aulas eprojeção de filmes (em telão)alusivos aos temas. Duração1 ano com uma aula por semana. domingo 10h00 - 11h00 07/03/2010

2º Ano 3ª Feira 20h00 - 22h00 02/02/2010 Restrito

2º Ano Sábado 16h00 – 18h00 06/02/2010 Restrito

3º Ano 4ª Feira 20h00 - 22h00 03/02/2010 Restrito

3º Ano Sábado 16h00 – 18h00 06/02/2010 Restrito

Evangelização da Infância Domingo 10h00 – 11h00 Fev / Nov Aberto ao público

mocidade Espírita Domingo 10h00 – 11h00 ininterrupto Aberto ao público

Atendimento ao público

Assistência Espiritual: Passes 2ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes 4ª Feira 14h00 - 14h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes 5ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes Domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto Aberto ao Público

Palestras Públicas Domingo 10h00 - 11h00 ininterrupto Aberto ao Público

CURSOS GRATUITOS