Finey

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As doutrinas pregadas eram as que sempre apresentei como sendo as do evangelho de Cristo. Eu insistia em defender meu ponto de vista sobre a depravação moral, total e voluntária dos que não se haviam regenerado e a necessidade inalterável de uma mudança radical no coração, operada pelo Espírito Santo e por meio da verdade. Ressaltava a oração como condição indispensável para o avivamento. Procurava esclarecer, do modo mais completo possível, as doutrinas pertinentes à expiação por Jesus Cristo, sua divindade, sua missão divina, sua morte vicária, sua ressurreição e o arrependimento, a fé, a justificação pela fé e todos os temas a elas relacionados. Procurava aplicá-las com insistência, buscando, pelo poder do Espírito Santo, torná-las eficazes na vida dos crentes. Os meios utilizados eram simplesmente a pregação, a oração e as conferências, além de muita oração em particular, muita conversa pessoal e reuniões para a instrução dos que estivessem realmente interessados. Esses meios e nenhum outro, eram usados para realizar a obra. Não havia fanatismo, ressentimentos nem divisões. Não houve ali, nem na época nem durante o tempo de que tenho conhecimento, nenhum resultado daquele avivamento que pudéssemos lamentar ou de validade questionável. Muitas vezes repreendiam-me por eu ter o hábito de ilustrar meus sermões com referências às atividades comuns das pessoas de minha convivência, que trabalhavam em diversas áreas profissionais. Minhas ilustrações eram retiradas do trabalho dos agricultores, mecânicos e pessoas de outras classes sociais. Esforçava-me, também, para empregar um vocabulário que pudesse ser compreendido por qualquer pessoa. Dirigia-me a elas na linguagem do povo. Procurava expressar minhas idéias com o mínimo de palavras possível, utilizando sempre as mais comuns. Procurava,

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As doutrinas pregadas eram as que sempre apresentei como sendo as do evangelho de Cristo. Eu insistia em defender meu ponto de vista sobre a depravao moral, total e voluntria dos que no se haviam regenerado e a necessidade inaltervel de uma mudana radical no corao, operada pelo Esprito Santo e por meio da verdade. Ressaltava a orao como condio indispensvel para o avivamento. Procurava esclarecer, do modo mais completo possvel, as doutrinas pertinentes expiao por Jesus Cristo, sua divindade, sua misso divina, sua morte vicria, sua ressurreio e o arrependimento, a f, a justificao pela f e todos os temas a elas relacionados. Procurava aplic-las com insistncia, buscando, pelo poder do Esprito Santo, torn-las eficazes na vida dos crentes.Os meios utilizados eram simplesmente a pregao, a orao e as conferncias, alm de muita orao em particular, muita conversa pessoal e reunies para a instruo dos que estivessem realmente interessados. Esses meios e nenhum outro, eram usados para realizar a obra. No havia fanatismo, ressentimentos nem divises. No houve ali, nem na poca nem durante o tempo de que tenho conhecimento, nenhum resultado daquele avivamento que pudssemos lamentar ou de validade questionvel. Muitas vezes repreendiam-me por eu ter o hbito de ilustrar meus sermes com referncias s atividades comuns das pessoas de minha convivncia, que trabalhavam em diversas reas profissionais. Minhas ilustraes eram retiradas do trabalho dos agricultores, mecnicos e pessoas de outras classes sociais. Esforava-me, tambm, para empregar um vocabulrio que pudesse ser compreendido por qualquer pessoa. Dirigia-me a elas na linguagem do povo. Procurava expressar minhas idias com o mnimo de palavras possvel, utilizando sempre as mais comuns. Procurava, muito diligentemente, evitar o emprego de termos que no pudessem ser compreendidos por aqueles de menor instruo sem o auxlio de dicionrio.! Queixavam-se de que eu rebaixava a dignidade do plpito; que era uma vergonha para o ministrio pastoral; que me expressava como um advogado no tribunal; que conversava com o povo de modo coloquial; que me dirigia diretamente aos ouvintes, em vez de usar a terceira pessoa como era o costume de quem pregava sobre pecado e pecadores; que eu dava muita nfase palavra "inferno", deixando a congregao chocada.. Queixavam-se, tambm, de que eu atribua muita culpa aos que me ouviam. Certo estudioso da Bblia revelou-me que sua tendncia era chorar pelos pecadores, em vez de culp-los. Respondi-lhe que no me admirava disso, pois ele acreditava que os pecadores tinham uma natureza pecaminosa, que pecado estava vinculado a eles e que eles no podiam evitar o pecado. Depois de eu haver pregado em muitas ocasies e de o Senhor ter derramado sua bno em muitos lugares, sempre que encontrava entre os ministros resistncia minha maneira de pregar e sentia que desejavam que eu adotasse as idias deles e pregasse como eles, eu confessava no estar disposto a mudar. Declarei-lhes: "Mostrem-me um caminho mais excelente. Mostrem-me os frutos do ministrio de vocs. Se forem mais significativos que os alcanados por mim, a ponto de provar-me que vocs descobriram um caminho mais excelente que o meu, adotarei os conceitos defendidos por vocs. Mas, como esperam que eu abandone meus mtodos e adote os vossos, se vocs mesmos no podem negar que, a despeito dos erros que eu tenha cometido, das imperfeies de estilo de minha pregao e de todos os outros defeitos, os resultados alcanados por mim so incomparavelmente maiores que os vossos?"Declaravam que eu empregava linguagem de uso muito comum, que me dirigia aos ouvintes de modo muito direto, usando o pronome de tratamento "vocs"; que no me preocupava em fazer uso de floreios na linguagem; que no mantinha uma pose adequada no plpito. Os pastores evitam, ao pregar, dar a impresso de que esto-se dirigindo diretamente aos ouvintes. Pregam a respeito de outras pessoas e dos pecados de outras pessoas, em vez de se dirigirem diretamente ao pblico e declarar: "Vocs so culpados desses pecados" e: "O Senhor requerer isso de vocs". Preferem falar a respeito do evangelho, em vez de pregar o prprio evangelho. Escolhem pregar a respeito dos pecadores, em vez de falar diretamente a eles. Evitam ao mximo as aplicaes pessoais, para no parecer que a pregao refere algum na plateia. Eu, porm, estive sempre consciente de que meu dever era seguir um caminho diferente e o seguia mesmo.Em minhas pregaes, minha inteno foi sempre fazer com que cada pessoa que me ouvia sentisse que eu me estava referindo a ela, pessoalmente. Vrias vezes adverti: "No pense o ouvinte que estou falando a respeito de outras pessoas: eu me refiro a voc, a voc e a voc. E vrias vezes fui advertido de que o povo no suportaria linguagem to direta, que todos se levantariam, sairiam e nunca mais voltariam para ouvir-me pregar. Nada mais equivocado. Tudo depende do esprito com que se fala. Se a congregao perceber que tudo dito no esprito de amor, com o desejo ardente de fazer o bem; se ningum puder dizer que no h ressentimento pessoal envolvido; se perceberem que, em vez disso, aquilo trata-se de revelao da verdade em amor; se sentirem que as palavras ouvidas tm o objetivo de salv-las individualmente poucos se ressentiro da mensagem que lhes transmitida. Se sentirem que esto sendo repreendidos, logo sero convencidos de que precisavam dessa repreenso. Em ltima anlise, sabero que a pregao para seu bem.Quando vejo que alguns se sentem ofendidos, costumo dizer: "Agora vocs se ressentem disso e iro embora, afirmando que no voltaro mais. Mas, tenho a certeza de que voltaro. A convico que sentem fala a meu favor. Vocs sabem que vos digo a verdade e que a estou colocando diante de vocs para vosso prprio bem. Portanto, no ficaro ressentidos por muito tempo".Circulo entre o povo e procuro tomar conhecimento de suas necessidades. Depois, luz do Esprito Santo, escolho um assunto que, na minha concepo, satisfaa essas carncias. Medito intensamente a respeito do assunto, oro muito a respeito na manh do domingo, por exemplo, at sentir a mente transbordar do tema. Ento, vou igreja e derramo o que acumulei diante da congregao.Quase sempre recebo de joelhos, em orao, a inspirao para a escolha do assunto sobre o qual vou pregar. Em geral, a experincia consiste em receber do Esprito Santo a inspirao de um assunto atravs de uma forte impresso em minha mente, to forte que me provoca tremor, a ponto de eu sentir-me impedido de escrever.Os sermes mais eficazes que preguei em Oberlin foram recebidos dessa forma, depois de o sino ter anunciado o incio do culto. Ento, eu era obrigado a derram-los sobre a congregao a partir de meu corao transbordante, sem ter anotado nada alm de um pequeno esboo que, em geral, no abrangia nem metade do que eu iria falarQue ningum diga que me estou vangloriando de uma inspirao superior que prometida aos pastores ou que tm o direito de receber. Acredito que todos os ministros chamados por Cristo para pregar o evangelho devem ter a mesma inspirao para pregar o evangelho. O que mais poderia querer dizer o Senhor Jesus quando ordenou: "Vo e faam discpulos de todas as naes [...] E eu estarei sempre com vocs, at o fim dos tempos" (Mt 28.19,20)? Qual seria a sua inteno ao referir-se ao Esprito Santo: "Ele [...] receber do que meu e o tornar conhecido a vocs" (Jo 16.14)? Ou: "O Consolador [...] lhes far lembrar tudo o que eu lhes disse" (Jo 14.26)? E qual seria o sentido destas palavras: "Quem crer em mim [...] do seu interior fluiro rios de gua viva" (Jo 7.38)? Ele estava-se referindo ao Esprito que, mais tarde, seria recebido pelos que nele cressem. Todos os pastores podem e devem estar cheios do Esprito Santo, a ponto de seus ouvintes ficarem impressionados e convencidos de que "certamente, Deus est com eles".A pouca distncia de onde eu estava, havia uma lareira aberta. Lembro-me muito bem de que minha alegria era to grande que eu no conseguia controlar o riso. Ajoelhei-me e coloquei a cabea depois de cobri-la com um leno na lareira, para que eles no me vissem rindo. Sabia que no entenderiam que meu riso era fruto de uma alegria santa e irreprimvel. Com muita dificuldade, controlei-me para no gritar glrias a Deus.A igreja batista era bastante influente no local e sua tomada de posio ajudou a intensificar a oposio e a contribuir para aumentar o rancor dos amigos do avivamento. Os jovens que formaram o grupo de resistncia ao avivamento e havia muitos deles pareciam uma muralha diante do progresso da obra. Eram notoriamente apoiados pela igreja batista, alguns irmos pelos prprios pais, membros da igreja. Nessa situao, o irmo Nash e eu chegamos concluso de que o problema s poderia ser solucionado por muita orao. Nenhum outro caminho nos levaria soluo. Por isso, juntamo-nos em um bosque e dedicamo-nos orao at alcanar a vitria, em inteira certeza de que nenhum poder que a terra ou o inferno lanasse contra a obra conseguiria impedir o avivamento de modo permanente.

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