fiT Tjr© mar sem fundo, mas apenas um pequeno riacho; e não pense Vossa Senhoria que eu o tenha...

12
fiT Tjr .(?A 'WV -5^ RÍMAS Com esse título singelo Gaspara Stampa dedicou seus poemas de amot, em algum momento na metade do século XVI, ao homem quck inspirara a maior parte deles. Singela não era, no entanto, a dedicatória propriamente dita, que ocupa duas páginas: Ao meu Ilustre Senhor", diz o trecho inicial, nestas rimas "Vossa Senhoria verá, nãoo pélago das paixcies, lágrimas e tormentos meus, porque é mar sem fundo, mas apenas um pequeno riacho; e não pense Vossa Senhoria que eu o tenha feito para dar-lhe ciência de sua crueldade, pois não se pode falar em crueldade onde não existe obrigação, e nem para entristecê-lo, mas sim para dar-lhe conhe cimento de sua grandeza e alegrá-lo". O destinatário de tanta devoção e humildade era o conde Collaltino di C:ollalto, senhor feudal de terras banhadas pelo rio Tiavc, mecenas e guerreiro. A jovem Gaspara se deixa levar nas asas de sua imensa paixão, mas não encontra idêntico ímpeto no ser amado. Seus versos vão construindo a crônica da apaixonada adoração, do desespero da indiferença, do padecer a ausência, da esperança de retomar o fio do relacionamento, da decepção de sentir-se rejeitada e, finalmente, da tentativa de dirigir a outro seus sentimentos, ainda que a ferida anterior não estivesse de todo curada. Durante muito tempo a evidente qualidade literária de Gas para Stampa se viu relegada a segundo plano em função dos pre conceitos das épocas subseqüentes; os estudiosos se preocupavam mais em estabelecer julgamentos morais sobre sua conduta do que em analisar a essência de sua poesia, na qual a moldura rígida do soneto cliissit o mal contém a emoção ronifintica. A freqüência do uso de palavras como "logo", "(ogiieiia , arder , chama , as itna- 11

Transcript of fiT Tjr© mar sem fundo, mas apenas um pequeno riacho; e não pense Vossa Senhoria que eu o tenha...

fiT Tjr.(?A'WV

-5^RÍMAS

Com esse título singelo Gaspara Stampa dedicou seus poemasde amot, em algum momento na metade do século XVI, ao homemquck inspirara a maior parte deles. Singela não era, no entanto, adedicatória propriamente dita, que ocupa duas páginas: Ao meuIlustre Senhor", diz o trecho inicial, nestas rimas "Vossa Senhoriaverá, nãoo pélago das paixcies, lágrimas e tormentos meus, porqueé mar sem fundo, mas apenas um pequeno riacho; e não penseVossa Senhoria que eu o tenha feito para dar-lhe ciência de suacrueldade, pois não se pode falar em crueldade onde não existeobrigação, e nem para entristecê-lo, mas sim para dar-lhe conhecimento de sua grandeza e alegrá-lo".

O destinatário de tanta devoção e humildade era o condeCollaltino di C:ollalto, senhor feudal de terras banhadas pelo rioTiavc, mecenas e guerreiro. A jovem Gaspara se deixa levar nasasas de sua imensa paixão, mas não encontra idêntico ímpeto noser amado. Seus versos vão construindo a crônica da apaixonadaadoração, do desespero da indiferença, do padecer a ausência, daesperança de retomar o fio do relacionamento, da decepção desentir-se rejeitada e, finalmente, da tentativa de dirigir a outroseus sentimentos, ainda que aferida anterior não estivesse de todocurada.

Durante muito tempo a evidente qualidade literária de Gaspara Stampa se viu relegada a segundo plano em função dos preconceitos das épocas subseqüentes; os estudiosos se preocupavammais em estabelecer julgamentos morais sobre sua conduta do queem analisar a essência de sua poesia, na qual a moldura rígida dosoneto cliissit o mal contém a emoção ronifintica. A freqüência douso de palavras como "logo", "(ogiieiia , arder , chama , as itna-

11

TRHS APAlXONAnA'^

gens eloqüentes do delírio de amor que a consumia, a excessivahumildade diante da escassa retribuição e — ao que se conhece —dos poucos dotes de espírito do conde, tudo denota a personalidade vibrante e a doçura do coração da poetisa. Extinta, ou pelomenos dominada, a paixão por Collaltino, Gaspara buscou alívioem outra relação amorosa, dessa vez com o veneziano BartolomeoZen, para quem escreveu catorze sonetos de amor. Dali em diante,

até sua morte em 1554, por volta dos trinta anos de idade, sua poesia foi se tomando cada vez mais resignada, filosófica e religiosa.

Escolhidos entre os quase duzentos que deixou, Oo vinte sonetos traduzidos a seguir percorrem a trajetória da vida amorosa deGaspara Stampa.

S. D.

I '

SONETOS'

DE

GASPARA STAMPA

TRÍ-S MULllERUS APAIXONADAS

Altri mai foco, stral, prigione o nodoSi vivo e acuto, e si aspra e si stretto

Non arse, impiagò, tenne e strinse il petto,Quanto 'I mi' ardente, acuto, acerba e sodo.

Né qual io moro e nasço, e peno e godo.Mor' altra e nasce, e pena ed ha diletto.Per fermo e vario e belio e crudo aspetto,

Che 'n voei e carte spesso accuso e lodo.Né fúro ad altrui mai le gioie care.

Quanto è a me, quando mi doglio e sfacio.Mirando a le mie luci fosche o chiare.

Mi dorrà sol, se mi trarrà d'impaccio,

Fin che potrò e viver ed amare,Io stral e '1 foco e Ia prigione e '1 laccio.

(XXVII)

GASPAR A S

Nao lia seta ou prisão, nem chama ou kçoAliada, austera, arder\te e emaranhado,Que iira, prenda, inflaipae ou tollla opassoAssim: aguda', ^el, viva eaper(ado.

i a! como em meu prazer sofro e renasçoOutra não há sofrido e regressadoDa morte, por um bem como o que façoFiu c voz bendito e amaldiçoado,

lampouco prova alguém mais alegria1)o que eu, quando em martírio e dor extremasA luz daqueles olhos me alumia

Paia deixar comigo, como emblemas,biKiuanto possa amar dia após dia,liechas, escravidão, fogueira e algemas.

.*«-in ^OBRAS

Otítulo sóbrio da coleção de escritos de Louise Labé, Cèuvres,publicada originalmente em 1555, pouco ou nada revela da almaedas fantasias dessa mulher do interior da França, casada com umcomerciante de cordas que não participava dos numerosos sarausliterários, moda da época, promovidos por Louise e sua corte deadmiradores em Lyon. Dela se sabe, pelo dizer de seus contemporâneos, que era mulher de grande beleza e elevados dotes deespírito. Do ponto de vista literário, sua obra-prima é o Debateentre Loucura eAmor, em prosa, que retoma a fábula em que Loucura, responsável pela cegueira de Amor, é condenada a servir-lhe de guia. Considerado muito superior a seus versos por numerosos críticos e estudiosos, o Debate é, contudo, menos conhecidodo que os sonetos, dos quais o mais comentado é o XVIII, quaseliccncioso e revelador de uma rebeldia pouco aceitável para omeio provinciano em que nasceu e viveu Louise Labé. Curiosamente, o primeiro dos sonetos foi escrito em italiano, o quedenota a influência do Renascimento peninsular em sua obra.

Vistos como um todo, os 24 sonetos parecem evocar episódiosque leprescntam sonhos, aspirações, desejos e talvez realizações, seguidos de desilusões e arrependimentos. As aventuras amorosasque lhe foram atribuídas, de que terão sido protagonistas poetasque freqüentaram seu círculo, acarretaram um processo judicialcontra ela, movido pelas autoridades calvinistas que então governavam Lyon. O último de seus sonetos dá a impressão de haversido escrito com afinalidade de simultaneamente dar satisfação àsmulberes tie seu meio e de seu tempo e delas zombar, como umasutil e liuii vingança por mitledicências que certamente e.spalha-lam utüspelli) ilessa muIIht bonila, cuil ivada e atlinirada —peca-

TRÊS MULHERES A P A IX O N A 11A S

dos mortais para suas contemporâneas menos hem-i-iotadas nu íisi-CO e no intelecto...

Seja como for, esses sonetos, em que pe.seiu ik-slin s lormaisfacilmente identificáveis, nos fazem reviver uin iiiiiveiso interiorcheio de romantismo, no qual sení laise.' iinpossnel distinftuirentre o real e o ideal, ou idealizado. ( "oiiu) disse uni de mus recentes admiradores — pois até hoje, passados <(u,iiio seeiiios, Louisecontinua a ser admiraria niio sei.i .iliMilui.iiuenie lua iLssiirio aopoeta relatar a histiiria de auioies \ i\ idos pui.i que seja capaz deconceber e reali.'ar uma oiasi dem.id.i do .iiiuh e da hilcza.

S. D.

\ ..I.ili I.Ir ,li\. I',cl.n i.r- >1.1 .'IMMii.il I..I iln.ilr.i.l.i .Ir ,. ml. >l ml. tlili' i >>111 ,i iMi. i iüHi.l>a.. i.li>.m.i li 111. > I I .li>1 "IIli .11.1 l.iim.f. |.i.i|>n.i. .Ir MM I i» .. ii. I\.i|f «liSMH»

SONETOS

DE

LOUISE LABÉ

TRÊS MULHER1:S A PA i X NA L) AS

7H

Baise mencor, rebaise moi et baise:

Donne m'en un de tes plus savoureuxDonne m'en un de tes plus amoureuxJe t'en rendrais quatre plus chauds que braise.

Las, te plains-tu? ça que ce mal j'apaiseEn te donnant dix autres doucereux.

Ainsi mêlant nos baisers tant heureux

Jouissons-nous Tun de fautre à notre aise.

Lors double vie à chacun en suivra.

Chacun en soi et son ami vivra.

Permets m'Amour penser quelque folie;Toujours SLiis mal, vivant discrètement,

Et ne me puis donner contentement,Si hors de moi ne fais quelque saillie.

(XVIIl)

Beijai-me agora, e muito, e outra vez mais.Dai-me um de vossos beijos saborososE depois, dai-me um desses amorosos

E eu pagarei com brasa os que me dais.Virei vos socorrer, se vos cansais,

Com mais dez beijos longos, langorosos,E assim, trocando afagos tão gostosos.Gozemos um do outro, em calma e paz.

Vida em dobro teremos, sendo assim;Eu viva em vós e vós vivendo em mim.

Deixai que vague, pois, meu pensamento:Não dá prazer viver bem-comportada;

Bem mais feliz me sinto, e contentada,Quando cometo algum atrevimento.

Li.)UISE LA

7')

r/.^: (>:;"'V\-;ra.v

r.- ••- ' ,:^ •••••:. • i. > ••./"• .(

1 ' ^

í'?:;.:

:í'.ív.•..-..•VÍV-,':'

ÍS. }

TL_

xw/

Baise m'encor, rebaise-moi et baise;

Donne m'en un de tes plus savouteux:Donne m'en un de tes plus amoureux,Je t'en rendrai quatre plus chauds que braise.

Las! te plains-tu?Ça que ce mal t'apaise,En t'en donnant dix autres douccreux.

Ainsi mêlant nos baisers tant heureux

louissons-nous l'un de 1'autre à notre aisc,

Lors doLible vic à chacun en suivra;

Cdiacun en soi et son ami \ ivra.

Permets m'amour penscr quelque lolie:

Toujours suis mal, vivant discrètement,Et ne me puis donner contentement,Si hors de moi ne sais quelque saillie.

i(i

(ira .í

Beija-me mais, beija-me ainda e beija;Dá-me um daqueles teus mais saborosos;Dá-me um daqueles teus mais amorosos,Dou-te outros quatro em brasa que flameja.

Ah! tu te queixas? Que este mal te sejaPaz ao te dar dez outros deliciosos.

Mesclando nossos beijos mais ditosos

("rozcmos um do outro, o amor sobeja.

E vida cm dobro cada um terá;

Em si e no amante cada um vixcrá.

Permite, amor, pensar esta k)ucura:

Sempreestou mal, em discrição vivendo,E não me posso dar contentamento,Sede algo fora eu não for à procura.

á7

XVIII

Beija-me ainda, rebeija-me e beija;Dá-me um daqueles teusmais saborosos,Dá-me um daqueles teus maisamorosos:Quatroeu darei emquea brasa viceja.

Reclamas? mas o teu malsefestejaCom mais dez beijos meus deliciosos.E ao misturar os beijos fervorososOsdois gozemos o queem nós chameja.

Cada um duplavida assim terá.Cada um noutro e em si mesmo estará.

Permite Amorqueeu pense tal loucura:

Sempreestoumal, poisvivo em desalento,E só consigo ter contentamentoFora de mim, ao buscar aventura.

•f-O A~T\i K/A

XIX

Diane estant en Tespesseur d'un bois,Apres avoir mainte beste assenee,Prenoit le frais, de Nynfes couronnee:J allois resvant comme fay maintefois,

Sans ypenser: quand j'ouy une vois,Qui mapela, disant, Nynfe estonnee,Que ne t estu vers Diane tournee?Et me voyant sans are et sans carquois,

Qu as tu trouve, ocompagne, en ta voye,Qui de ton are et flesches ait fait proye?Je manimay, respons je, àun passant.

Et lui getay en vain toutes mes fleschesEt1are apres: mais lui les ramassantEt les tirant me flt cent etcenr bresches.

f

SONETOS PORTUGUESES

Nascida em 1806 em família abastada, Elizabeth Barrett já erarespeitada nos meios literários da Inglaterra vitoriana quando seapaixonou por Robert Browning, poeta ainda obscuro e oriundode círculos menos afortunados. Conheciam-se apenas pelas obraspublicadas de ambos, efoi Robert quem promoveu aaproximaçãocom uma carta que começava assim: "Cara senhorita Barrett, amoseus versos com todo o meu coração".

O romance se desenrolou em segredo, em encontros pessoaiseepistolares, por temor ao despótico pai de Elizabeth, que exerciasevero poder e domínio sobre os filhos. Vivendo reclusa comoinválida na casa de Wimpole Street —embora pouco se conheçada verdadeira natureza de sua doença —, Elizabeth aos 38 anosgranjeara a admiração de seus contemporâneos pela qualidade eOIiginalidade criativa de sua poesia, publicada pela primeira vezem coletânea na Inglaterra, em 1844.

Um ano após o inicio do romance, em 1846, sempre em segredo, ocasal planejou eexecutou afuga para Florença. Lá, os doiscontinuaram a escrever poesia e a amar-se no lugar que tornaramfamoso, a Casa Guidi, onde, cm junho de 1861, Elizabeth morreunos braços de Robert.

Lembrada especialmente por suas duas coleções de poemas, osde 1844 e os de 1850, e sobretudo pela "novela em versos" AuroraLeigh, considerada sua obra-prima, Elizabeth Barrett Browningdeixou também 44 sonetos compostos à maneira clássica —diversa lia do soneto inglês tradicional —, dedicados aRobert epor elainiiiiilados Sonacls jruni ihc Portuguusc. Aorigem do títtilo é incerta: ai iediia SC que ilc\ idi) a sen tom intimista, até mesmo ousado|'aiu ii époi.a, aaiitoia tnesse pn lei ido dar aentender que se trata-

TKES MULHERES APAIXONADAS

va de traduções do português, idioma cuja literatura clássica conhecia e admirava.

Browning apreciava especialmente um poema de Elizabeth,"Catarina a Camões", que falava do amor do poeta luso, e achamara carinhosamente "minha pequena portuguesa". Os sonetos foram publicados em 1850, a instâncias de Robert, que teriaafirmado não ousar guardar somente parasi "os mais belos sonetosescritos em qualquer língua desde Shakespeare". Compostos comdelicadeza e rigor formal, os sonetos da coletânea têm continuidade narrativa e traçam a história da paixão de EMzabeth peloúnico homem que amou. A seguir, catorze dos mais sugestivosdentre os Sonetos portugueses.

S. D.

SONETOS

DE

ELIZABETH BARRETT BROWNING

TRÉS MULHERES ARAIXONAUAS

I thought once how Theocritus had sungOf the sweet years, the dear and wished for years,Who each one in a gracious hand appearsTo bear a gift for mortais, old or young:

And, as I mused it in his antique tongue,

I saw, in gradual vision through my tears,The sweet, sad years, the melancholy years,Those of my own lifc, who by turns had dung

A shadow across me. Straightway I was 'ware,So weeping, how a mystic Shape did moveBehind me, and drew me backward by the hair.

And a voice said in mastery while I strove,...'Guess now who holds thee?' — 'Death', I said. But, there,

The silver answer rang — 'Not Death, but Love*.

(I)!'

() Os isnnc iinii.un'-. mJii .iin o miincin i.il il<i iholi) cMi Siitiit. is /lout í/k'

LLUABETII IlARKirn BROVVNIÍ

Teócrito cantava alegrementeOs anos bons, serenos, almejados,Que generosos vinham, sem cuidados,A cada qual trazendo seu presente;

Eeu, lendo os versos seus de antigamente.Revi, no véu de meus olhos molhados.Os anos doces, tristes, carregadosDe sombras, que vivi. Mas de repente

Senti, chorando ainda, uma divinaPresença asujeitar-me com vigorEperguntar: "Sabes quem te domina?"

Sem me voltar a ver meu opressorA Morte", retruquei; mas cristalina

Veio a resposta; "A Morte, não; o Amor".

TUÍiS MULHKRliS APAIXONADAS

How do I love thee? Let me count the ways.

I love thee to the depth and breath and heightMy soul can reach, when feeling out ofsightFor the ends of Being and ideal Grace.

I love thee to the levei of everydays

Most quiet need, by sun and candlelight.I love thee freely, as men strive for Right;I love thee ptirely, as they turn from P'-aise.

I love thee with the passion put to use

In my old grlefs, and with my childhood's faith.1 love thee with a love 1 seemed to lose

With my lost saints, — I love thee with the breathSmiles, tears, of ali my life! — and, if God choose,1 shall but love thee better after death.

(XIJU)

I

El IZAHFTM BARRI

Como te aiiKr.' deixa que te conte:Amo-te quanto em largo, alto eprofundoMinh alma alcança, se fugindo ao mundoBusca aorigem do Ser, da Graça afonte.

De dia, ou quando osol cai no horizonte.Amo do mesmo amor cada segundo:Opuro amor modesto em que me inundo,Oamor liberto de quem ergue a fronte.

Eu te amo com a paixão que conheceraNas velhas dores, e com fé tão forteComo ada infância; oamor que se perdera

Com minhas crenças; te amo no transporteDo pranto eriso, eapenas Deus quisera,Mais te amarei ainda após a morte.