Fito1 - Aula - Outros agentes [Modo de Compatibilidade] · A realização de podas no interior das...

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04/03/2017 1 Outros agentes de doenças de plantas Fundamentos de Fitopatologia Daniel Diego Costa Carvalho Mestre em Fitopatologia (UFLA) Doutor em Fitopatologia (UnB) F1v003 Tópicos 1 – Plantas parasitas 1.1 – Cuscuta sp. (Fios-de-ovos ou Cipó-chumbo) 1.2 – Striga sp. (Witchweed ou Erva de bruxa) 1.3 – Arceuthobium pusillum M.Peck (Visco anão de coníferas) 2 – Algas verdes parasitas de plantas (Cephaleuros spp.) 2.1 – Etiologia 2.2 – Sintomatologia 2.3 – Epidemiologia 2.4 – Controle Introdução O que define uma “planta”? Seres autotróficos dotados de clorofila, são verdes e geralmente divididos em raízes, caules, folhas e flores. Seres heterotróficos desprovidos totalmente ou parcialmente de clorofila, que possuem estruturas especializadas ao seu modo de vida. •Mico-heterotróficas •Parasitas 1- Plantas Parasitas Podem ser divididas de acordo com seu nível de dependência nutricional, em dois grandes grupos: •Hemiparasitas; e •Facultativas e Obrigatórias. •Holoparasitas. Fonte: http://botanicaonline.com.br/ Representam perdas bilionárias em plantações; Mais de 2500 espécies de plantas são conhecidos por viverem parasitando outras plantas; 30 gêneros de angiospermas parasitas são patógenos de plantas cultivadas; Existe um grande investimento para o desenvolvimento de métodos efetivos para o controle. 1.1 – Fios-de-ovos ou Cipó-chumbo (Cuscuta sp. ) Família: Convolvulaceae Planta Perene Distribuição: Américas, Europa, África, sul da Ásia e Austrália. http://www.natureserve.org/explorer Fotografia de Kristian Peters

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04/03/2017

1

Outros agentes de doenças de plantasFundamentos de Fitopatologia

Daniel Diego Costa Carvalho

Mestre em Fitopatologia (UFLA)

Doutor em Fitopatologia (UnB)

F1v003

Tópicos

1 – Plantas parasitas1.1 – Cuscuta sp. (Fios-de-ovos ou Cipó-chumbo)1.2 – Striga sp. (Witchweed ou Erva de bruxa)1.3 – Arceuthobium pusillum M.Peck (Visco anão de coníferas)2 – Algas verdes parasitas de plantas (Cephaleuros spp.)2.1 – Etiologia2.2 – Sintomatologia2.3 – Epidemiologia2.4 – Controle

Introdução

O que define uma “planta”?

Seres autotróficos dotados de clorofila, são verdes egeralmente divididos em raízes, caules, folhas e flores.

Seres heterotróficos desprovidos totalmente ou parcialmente declorofila, que possuem estruturas especializadas ao seu modode vida.

•Mico-heterotróficas

•Parasitas

1- Plantas Parasitas

Podem ser divididas de acordo com seu nível de dependêncianutricional, em dois grandes grupos:

•Hemiparasitas; e

•Facultativas e Obrigatórias.

•Holoparasitas.

Fon

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Representam perdas bilionárias em plantações;

Mais de 2500 espécies de plantas são conhecidos por viveremparasitando outras plantas;

30 gêneros de angiospermas parasitas são patógenos deplantas cultivadas;

Existe um grande investimento para o desenvolvimento demétodos efetivos para o controle.

1.1 – Fios-de-ovos ou Cipó-chumbo(Cuscuta sp. )

Família: Convolvulaceae

Planta Perene

Distribuição: Américas, Europa, África, sul da Ásia e Austrália.

http://www.natureserve.org/explorer Fotografia de Kristian Peters

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http://climbers.lsa.umich.edu/?cat=14

http://dawaterohaniat.blogspot.com.br/2012/04/ilm-al-limiya-trees-rituals-amliyat.html

Sintomas

Ciclo de VidaCuscuta sp.

Desenvolvimento da Doença

Fonte: Documentário: A Vida Secreta das Plantas

Controle

Utilizar material livre de sementes de Cuscuta;

Limpeza completa do equipamento na troca de áreas;

Limitar a circulação de animais nas áreas infestadas;

Pulverização de herbicida;*

Corte e queima.

1.2 – Witchweed ou Erva de bruxa(Striga sp.)

Família: Orobanchaceae

Distribuição: Américas, África, Ásia e Austrália

AGRIOS, 2005https://www.uni-hohenheim.de/www380/380b/science/supraregional/ManSCPNR.htm

Sintomas

AGRIOS, 2005

https://www.uni-hohenheim.de/www380/380b/science/supraregional/ManSCPNR.htm AGRIOS, 2005

Desenvolvimento da Doença

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Controle

Utilizando material esterilizado de propágulos de “erva debruxa”;

Utilizar culturas intercalares com uso de planas hospedeiras;

Uso de culturas armadilha (leguminosas);

Uso de cultivares resistentes;

Tratamento de sementes com herbicidas de toxicidade.*

1.3 – Visco anão de coníferas(Arceuthobium pusillum)

Família: Santalaceae

Distribuição: América do Norte

Fonte: http://www.floristtaxonomy.com/category/dwarf-mistletoe/page/7

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Sintomas

Brotos em tufos ao longo dos ramos e troncos;

Galhos inchados e com cancros nas áreas infectadas;

Secções transversais na em forma de cunha inchaços;

Ocorrência de: Vassouras, raquitismos, quebra e morte.

http://parasiticplants.siu.edu/Viscaceae/cycle.html

http://www.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/miscellaneous/Pages/Dwarfmistletoes.aspx

Desenvolvimento da Doença

AGRIOS, 2005

Controle

Poda de ramos infectados ou de toda a árvore e queima domaterial

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2 – Algas verdes parasitas de plantas ( Cephaleuros spp.)

2.1 - Etiologia

Ordem: Trentepohliales

Família: Trentepohliaceae

Trentepohliaceae não são aquáticas, como a maioria, massim subaéreas.

Possuem hábitos subaéreas, crescendo em rochas, casca deárvores, folhas, caules e frutos.

Espécies endofíticas, parasitárias ou realizarem mutualismocom fungos.

As algas são protistas com cloroplastos e podem serunicelulares com formação de colônias, ou multicelulares devida livre.

A alga Cephaleuros sp., é formada por 15 espécies.

Forma discos irregulares que crescem por baixo da cutícula eda epiderme de folhas de plantas superiores.

Causa manchas foliares e em caules de mais de 200espécies de plantas.

É uma epífita obrigatória e pode ser também parasitária.

Microfungos, são medidos os esporos e demais estruturaspropagativas em suas dimensões.

Algas e organismos do reino Chromista: esporângios.

Cephaleuros, classificada por número de esporângios poresporângióforo e comprimento e largura do esporângio.

Esporangióforo em tufos ou solitário.

Comprimento e largura do esporângióforo.

Características micromorfológicasde Cephaleuros virescens. A)Esporangióforo solitário com seisesporângios (S: esporângio); B)Esporangióforo solitário (setamostra septo visível); C)Esporangióforo ocorrendo emforma de tufo e; D) Esporângio emmaior detalhe. Barras (A, B, C e D= 29; 32; 62 e 26,5 μm,respectivamente). Foto: CamilaVilela Vasconcelos.

Vasconcelos et al., 2016

Estrutura relacionada à reprodução assexuada de Cephaleuros sp. Os zoósporossão produzidos no esporângio, o qual é sustentado por uma célula suspensora(SC), gerando uma estrutura que é única para esta família de algas, o esporangiatolateral (SL). Essas estruturas são sustentadas pela célula cabeça (HC). Barracorresponde a 40 μm. Foto: Camila Vilela Vasconcelos. Vasconcelos et al., 2016

Lesões causadas por Cephaleuros virescens com aspecto saliente e de formatoarredondado. A) Folha de mangueira (Mangifera indica) exibindo lesões de coloraçãoalaranjada e; B) Folha de mogno (Swietenia macrophylla) exibindo lesões decoloração verde-oliva. Barras (A e B = 1,5 e 1,4 cm, respectivamente). Foto: FabíolaTeodoro Pereira.

2.2 - Sintomatologia

Vasconcelos et al., 2016

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Vasconcelos et al., 2016

2.3 – Epidemiologia

•Cephaleuros tem ampla distribuição no mundo;

•Chuvas ou irrigação frequentes;

•Elevadas temperaturas;

•Afloramento do lençol freático e deficiência na drenagem dosolo;

•Deficiência na nutrição;

•Baixa aeração;

•Ar estagnado;

•Sombreamento excessivo;

-> Dispersão dos zoósporos

Ciclo de vida de Cephaleuros. Adaptado de Thompson & Wujek (1997).

2.4 – Controle

É recomendável a correção do ambiente para desfavorecer opatógeno;

A drenagem do local onde a cultura está instalada;

A realização de podas no interior das plantas;

Em caso quando a doença se mostra com elevado grau deincidência realizar a aplicação de fungicida cúprico.

Bibliografia citada e recomendada:

AGRIOS, G.N. Plant diseases caused by parasitic higher plants, invasiveclimbing plants, and parasitic green algae. In: AGRIOS, G.N. PlantPathology. 5 th ed. San Diego: Academic Press, 2005, p.705-723.

THOMPSON, R.H.; WUJEK, D. Trentepohliales: Cephaleuros,Phycopeltis, and Stomatochroon. Morphology, Taxonomy and Ecology .United States of America: Science Publishers, 1997. 149 p.

VASCONCELOS, C.V.; PEREIRA, F.T.; CARVALHO, D.D.C. Aspectosrelevantes para o conhecimento de Cephaleuros sp.: morfologia,fisiologia e ecologia. Scientia Agraria Paranaensis , v.15, n.3, p.228-235, 2016.

VASCONCELOS, C.V.; PEREIRA, F.T.; GALVÃO, C.S.; CARVALHO,D.D.C. Occurrence of algal leaf spot (Cephaleuros virescens Kunze) onavocado in Goiás State, Brazil. Summa Phytopathologica, v.42, n.1,p.108-108, 2016.

Leitura Obrigatória:

VASCONCELOS, C.V.; PEREIRA, F.T.; CARVALHO, D.D.C. Aspectosrelevantes para o conhecimento de Cephaleuros sp.: morfologia,fisiologia e ecologia. Scientia Agraria Paranaensis , v.15, n.3, p.228-235, 2016.

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