FOLD

88
fold Marcelo Coelho Pereira

description

pjihiphgpi

Transcript of FOLD

Page 1: FOLD

fold

Marcelo Coelho Pereira

Page 2: FOLD

fold

Marcelo Coelho PereiraOrientação: Prof. Dr. Claudio Roberto y Goya

Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação | FAACUniversidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” | UNESP

Projeto de Conclusão de Curso | Design Habilitação em Design de Produto

Bauru | 2012

Page 3: FOLD

eu não sentianada, só umatransformaçãopesável.muita coisaimportantefalta nome.

Guimarães RosaGrande Sertão:Veredas, p.125

Page 4: FOLD

índice

Page 5: FOLD

resumo

Arquivo

pesquisa

projeto

fotografiaconsiderações

introdução

referênciasagradecimentos

backgrounddesignabordagem pessoal

construção do conceitodesconstrução:reconstruçãoaplicação ao objetoinspirações

carregandofold#it’s a processprotótiposmateriais

8

12141719

2224262729

384047495254

56

77

78

80

Page 6: FOLD

resumoabstract

Page 7: FOLD

pt

en

Este trabalho relata o desenvolvimento de uma linha conceitual de acessórios composta por quatro peças que apresentam a possibilidade de união e reconfiguração entre elas, transformando o objeto.

As bases conceituais para o trabalho partem da relação entre desconstrução e reconstrução: como algo pode deixar de ser, e vir a ser outra coisa, sem, no entanto, abandonar sua essência, e toda ruptura e transformação que o processo envolve.

O projeto foi concebido a partir de um modelo experimental de construção, influenciando na forma final dos objetos.

This work describes the development of a conceptual line of accessories, composed of four pieces which presents the possibility of union and reconfiguration among them, transforming the object.

The conceptual bases to the work comes from the relation between construction and reconstruction: how something can no longer be, and become something else, without, however, abandon its essence, and all the rupture and transformation the process involves.

The project was conceived as from a experimental model of construction, influencing the final shape of the objects.

Page 8: FOLD

8

INTROdução

Page 9: FOLD

9

Muita coisa muda em um ano. Em uma semana, em um mês, em um dia.

E tem que mudar. Deixar agora o que se é para se encon-trar com o que se quer ser. Um novo ser.

Impressionante notar a intensidade das mudanças em nossa vida. Como nos relacionamos e interpretamos todas as coisas, o potencial transformador de cada acon-tecimento, como tudo nos afeta de alguma forma e nosso controle limitado sobre isso.

Em toda interação, a cada experiência, algo dentro de nós é modificado, alguma coisa levamos e alguma coisa deixamos, e com a recorrência dessas trocas, mesmo sem perceber, nos transformamos.

Eu não sou o mesmo de meses atrás, quando comecei este projeto, e não serei o mesmo ao finalizá-lo. A pessoa que agora inicia a leitura pode não ser a mesma ao final dela. Tudo acontece de forma muito dinâmica, em um fluxo contínuo de desconstrução e reconstrução ao qual estamos expostos constantemente e através do qual nos deixamos formar e explorar as potencialidades de tudo o que somos.

Não sei dizer se o trabalho foi tomando forma ou dando forma a mim. Da maneira que for, aqui estão registradas as principais reflexões, inspirações, pesquisas e referên-cias importantes ao seu desenvolvimento. Certamente, as influências vão além do que pude colocar aqui.

Pessoas, circunstâncias e momentos constantemente causam mudanças em nós e nos fazem um pouco dife-rentes do que éramos antes.

Page 10: FOLD

“Assim, não existe coisa alguma, nenhuma rocha na qual se possa apoiar. Não existe nada disso. É fluido. E nós sabemos que as rochas também podem ser fluidas, embora levem muito tempo para ficar assim. Nada é para sempre. Tudo muda.”

Joseph Campbell

Que esse trabalho represente uma celebração à nossa capacidade de inspiração e reinvenção, e a todas as mudanças que nos fizeram quem somos hoje.

Agradeço a todos que fazem parte de mim, e fazem parte disso.

Page 11: FOLD

arquivo 11

imagem vulcao

Page 12: FOLD

12

arquivo

Page 13: FOLD

arquivo 13

Page 14: FOLD

arquivo14

backgroundComecei sem saber muito o que esperar. Adolescente, a expectativa de fazer uma faculdade, e então, tinha que escolher algo o que estudar pelos próximos anos. Reuni algumas coisas de que gostava e que imaginava que pudesse ter prazer em fazer como trabalho. Equipamen-tos esportivos, moda, e a ideia de que as coisas podem ser melhores do que elas são. Fui atrás de onde poderia desenvolver isso, e cheguei ao curso de design.

Sair de casa, da convivência com meus pais e me mudar, sozinho, para outra cidade foi uma grande ruptura, que gerou efeitos e transformações enormes em minha forma de agir e observar.

Lembro-me bem de uma aula de filosofia em que o tema da transformação foi discutido, e foi onde eu percebi como, em poucos meses, eu já não era o mesmo, e que muito ainda seguiria se modificando.

Na faculdade adquiri uma visão sobre o design, tive a noção da dimensão de sua abrangência, suas funções e relações, todo o sistema em que está envolvido e suas possibilidades.

Um ponto muito importante para o meu aprendizado foi a experiência de um ano e meio no Laboratório de Design Solidário, o Labsol, projeto de extensão que tem a coordenação do professor Goya.

Page 15: FOLD

arquivo 15

Minha função no laboratório era, junto de outros cole-gas, dar finalidade a resíduos industriais através de um projeto de design, e propor a aplicação deste projeto ao regime de trabalho de alguma comunidade de artesanato que tivesse condições de colocá-lo em prática, qualifi-cando o resultado final. Foi onde tive a oportunidade de participar de projetos que levavam em conta valores co-laborativos, entre outros, diferentes dos convencionais, e conceitos novos que se mostravam importantes frente a um sistema de produção com características antiquadas.

Ter essa vivência logo no início, ajudando a construir a base do meu aprendizado em design, foi essencial para minha formação e para a maneira com que interpreto as coisas desde então.

Durante esse período da faculdade tive o privilégio de conhecer muitas pessoas, e minha experiência se en-riqueceu muito com isso. Aprender a relativizar, enxer-gar sob diferentes pontos de vista, conviver e trabalhar com personalidades muito diferentes, constantemente me levava a desconstruir conceitos antigos e sair da experiência com algo novo e melhor, e hoje enxergo a importância de continuar buscando isso nas relações com as pessoas.

Ao longo dos anos, participei de vários concursos para estudantes de design, sempre foi uma boa oportunidade de aumentar o alcance dos trabalhos, qualificá-los e me aproximar dos professores através das orientações.

Foi através de um desses concursos que consegui uma vaga de estágio na Volkswagen do Brasil.

Nunca tive interesse particular pelo meio automobilísti-co, porém, essa se mostrava uma grande oportunidade

Page 16: FOLD

arquivo16

de crescimento e aprendizado, trabalhar no estúdio de Color & Trim, design de acabamentos de uma grande empresa.

E têm sido uma experiência importante. Logo no início, pude ter contato com a dimensão real da rotina em uma empresa, tudo acontecendo muito rápido, e a neces-sidade de se adaptar a um padrão de trabalho, ajustado com as aspirações de uma marca.

O trabalho no Color & Trim ampliou muito a minha visão sobre como algumas coisas funcionam, quase todos os dias me vejo de frente com coisas que não conhecia, cau-sando um grande impacto positivo à minha abordagem profissional.

Em meio a tantas transformações, vivendo agora em uma capital, criando novas responsabilidades e expec-tativas, tenho a oportunidade de conviver com pessoas que adicionaram e ainda adicionam muito à minha ex-periência e certamente fazem parte do que eu me tornei até hoje.

Sou muito grato pela generosidade e confiança dessas pessoas, e pensar nisso me trás a convicção de que as mudanças positivas podem acontecer, não importando para onde apontam as circunstâncias.

Page 17: FOLD

arquivo 17

designUm dos primeiros desafios com que me deparei ao in-gressar na faculdade foi encontrar uma definição para o que seria o design.

Eu entendia que, se eu não encontrasse uma forma de explicar exatamente o que estava fazendo, o que signifi-cava aquilo, não poderia me atrever a fazer.

Iniciei a busca por essa definição e, entre as pesquisas passei a conhecer a história e as origens do design, e tive conversas muito produtivas sobre seu papel e importân-cia histórica.

Entretanto, as definições eram muitas e diversas.

Foi então que comecei a perceber que o que eu estava procurando talvez não existisse, que o meu hábito de buscar segurança em conceitos estabelecidos como certos, começava a se transformar em dúvida, curiosi-dade e experimentação. E eu começava a me transformar também.

“Espere um segundo! Você disse que o design é um projeto. Mas o que um estudante faz com essa definição? Pratica-mente nada. Um projeto, um layout, ponto final. Nada, Isso não traz quaisquer possibilidades futuras” (RAND, 1995)

Page 18: FOLD

arquivo18

É natural que toda definição sobre alguma coisa esteja diretamente ligada ao contexto de quem a fez, e com o design, também é assim. Não existe hoje em dia alguma restrição ou regra muito rígida em relação à forma com que se interpreta o design. Cabe a quem faz, também, a responsabilidade de assimilar seu papel em sua reali-dade e contexto e pensar em projetos que sejam um registro dessas reflexões.

“O design, em todas as suas manifestações, é o DNA de uma sociedade industrial – ou pós industrial, se é isso o que temos hoje. É o código que precisamos explorar se quisermos ter uma chance de entender a natureza do mundo moderno. É um reflexo de nossos sistemas econômicos. E revela a marca da tecnologia com que temos que trabalhar. É um tipo de linguagem, e é reflexo de valores emocionais e culturais.O que torna essa visão do design realmente atraente é a noção de que há algo a entender sobre os objetos além das questões óbvias de função e finalidade. Isso sugere que há tanto a ganhar explorando-se o significado dos objetos quanto considerando o que fazem e o visual que têm.” (SUDJIC, 2010)

Não é possível entender o design por apenas uma definição ou ponto de vista. O design se define pelo que se faz através dele, por seu potencial de alcance, e como o resultado disso afeta as pessoas. Essa é a maneira como enxergo hoje, resultado de sucessivas transfor-mações e reinterpretações de conceitos que seguem se modificando.

Page 19: FOLD

arquivo 19

ABORDAGEMPESSOALDurante os anos de vivência na faculdade, participei de projetos que me envolveram com diferentes áreas, o que me mostrou mais sobre a dimensão e diversidade da atu-ação do design, modificando constantemente a forma como eu enxergava, e me apresentando caminhos que eu não imaginava.

A experimentação foi um elemento constante no desen-volvimento deste processo, e componente importante na construção da minha interpretação do mundo. Foi surpreendente descobrir o quanto está ao alcance de nossas mãos e o quão longe podemos chegar, através de coisas simples.

Muitas vezes, não ter domínio completo sobre determi-nado assunto, me levou a estabelecer conexões próprias, muito particulares, mas que sempre me levaram a algum fim, permeado por ingenuidade e curiosidade, porém com um objetivo em mente.

Essa forma de enxergar se fez muito mais presente no momento em que me mudei para São Paulo e iniciei o estágio na Volkswagen.

Page 20: FOLD

arquivo20

Dentro do ambiente de coisas novas que a cidade e o trabalho me colocaram, pude vivenciar mais de perto os conceitos de moda e lifestyle, que sempre me interes-saram, mas que durante a faculdade ficaram um pouco adormecidos em virtude das tantas outras coisas com as quais começara a interagir e conhecer. No estúdio de Color & Trim, a observação de tendências se mostrou como uma das ferramentas de trabalho, além do contato com materiais e técnicas, enquanto a cidade me envolvia com todo tipo de reflexão que ajudaria a construir em mim uma base conceitual.

A ideia de atualizar todas as inspirações iniciais que vivia nesse momento, ao projeto, se aproximava, natural-mente.

Deyan Sudjic (2010), a respeito de Marcel Breuer, Mart Stam e Mies van der Rohe e suas experiências acerca da transformação de aço tubular em cadeiras diz:

“ Já houvera cadeiras técnicamente semelhantes, concebi-das por engenheiros americanos anônimos, mas Breuer, Stam e Mies estavam fazendo outra coisa. Eles desejavam usar objetos domésticos familiares para dar uma opin-ião sobre o mundo moderno. [...] Todos esses designers criaram objetos que fizeram muito mais do que tratar da questão puramente pragmática de sentar. Cada um de seus produtos podia ser visto como uma espécie de mani-festo em prol de uma abordagem pessoal do design.”

Concluir a faculdade com um trabalho que refletisse minha abordagem pessoal sobre um tema que gosto, aplicando o que havia assimilado a respeito de projeto de design, associado ao contexto e ao momento, surgiu para mim como o caminho que deveria seguir. Então eu fui.

Page 21: FOLD

arquivo 21

Page 22: FOLD

22

pesquisa

Page 23: FOLD

pesquisa 23pesquisa 10

Page 24: FOLD

pesquisa24

construçãodo conceitoA observação da nossa vida como território para con-stantes transformações, dinâmicas e simultâneas, foi a inspiração inicial de onde se desenvolveu a base con-ceitual do projeto.

O caráter transitório de todas as coisas nos coloca na posição de sujeitos de constantes trocas, seja com o ambiente, com as pessoas, enfim, através de qualquer experiência.

Essa sequência de interações causa em nós mudanças, efeitos, que exercem importante impacto em nossa formação pessoal, um impacto que, muitas vezes, não se permite sequer ser percebido, muito menos mensurado.

Mas está lá.

E essa presença faz toda a diferença, essas mudanças trazem consigo uma ruptura com o que tínhamos como estabelecido. Nesse momento, essa ruptura assume uma forma devastadora, varrendo convicções e certezas, dando início à abertura de espaço para algo novo.

Já não há mais motivo para apego à conceitos que nos transmitiam segurança e conforto, quando estes, agora, nos sufocam e mantêm aprisionados à um casulo que

Page 25: FOLD

pesquisa 25

não é mais nosso, não mais nos pertence. É o momento de voar.

A destruição, porém, não é o fim.

É o começo, o primeiro passo para a consolidação da transformação e a abertura para um novo ser.

As ruínas devem ser encaradas como um estado tran-sitório, e único terreno para coisas novas.

Walter Benjamin (1986), em seu ensaio a respeito do caráter destrutivo, fala sobre o potencial de criação frente a uma situação de ruptura:

“O caráter destrutivo não vê nada de duradouro. Mas, por isso mesmo, vê caminhos por toda a parte. Mesmo onde os demais esbarram em muros ou montanhas, ele vê um caminho. Mas porque vê caminhos por toda a parte, também tem que abrir caminhos por toda a parte. Nem sempre com força brutal, às vezes, com força refinada. [...] Nenhum momento pode saber o que trará o próximo, Transforma o existente em ruínas, não pelas ruínas em si, mas pelo caminho que passa através delas.”

O trabalho busca incorporar estas reflexões ao objeto, tomando-o como suporte para a experimentação e atu-alização das idéias, e oferecendo-o para novos desdobra-mentos a respeito do potencial transformador.

Page 26: FOLD

pesquisa26

desconstruçãoreconstruçãoO processo de transformação, de que natureza for, apresenta em seu sistema uma importante dinâmica: a desconstrução, o rompimento com uma condição vigente, ao mesmo tempo em que, a partir dessa ruptura, se constrói uma nova condição, ou forma de estar. A reconstrução é o próximo passo da desconstrução.

Essa coexistência entre ideias conflitantes e simultâneas abriga todo potencial para que a transformação acon-teça.

Ayse Birsel, designer, que cresceu na Turquia e hoje vive em Nova York, baseia sua abordagem projetual, e também visão de mundo, na relação entre construção e desconstrução:

“Desconstrução é separar, quebrar o todo para que se possa desvincular as partes, dos conceitos pré-estabeleci-dos, permitindo que você veja as mesmas restrições e prob-lemas sob um novo ponto de vista. Ao mudar o ponto de vista você passa a enxergar as coisas sob uma perspectiva diferente, a partir da qual você pode rearranjar as partes em um novo sistema e com um novo valor.”(BIRSEL, 2012)

A minha identificação com essa definição foi imediata.

Page 27: FOLD

pesquisa 27

O mais impressionante é que conheci as ideias de Ayse Birsel durante o processo de desenvolvimento do con-ceito deste trabalho. Em meio a desenhos, frases soltas e dúvidas, me deparei com uma linha de pensamento e discurso muito simples, que diziam muito do que eu estava querendo dizer.

aplicaçãoao objetoA partir dessas reflexões, percebi como o objeto do trab-alho poderia ser mais do que uma indicação, pela forma, de sua função.

Passei a enxergar que, além do aspecto funcional, o objeto poderia se oferecer como plataforma para novas interações, desconstruções e reconstruções.

[transformações]

Sobre a minha intenção em relação a como seria essa plataforma, novamente me encontrei com minha grande atração por qualquer coisa que envolvesse vestuário, moda e esportes. Em meio ao trabalho no estúdio de Color & Trim, e a convivência com diversos materiais, principalmente têxteis, conheci aspectos técnicos como variações de composição, construção, a associação de

Page 28: FOLD

pesquisa28

materiais diferentes e seu comportamento em deter-minadas situações. Em todo contato com algo novo, inúmeras possibilidades passavam pela minha cabeça, e cada uma delas me fazia sentir que tudo estava muito próximo de acontecer. Eu precisava encontrar uma ma-neira de fazer acontecer.

Movido pela vontade de dar logo vazão às coisas que tinha em mente, procurei reunir tudo o que despertava meu interesse. Do arquivo pessoal a novas pesquisas, reuni tudo o que, no momento, se conectava aos meus pensamentos. Incrível como algumas coisas que havia anotado, e guardado ao longo dos anos, sem saber ao certo o porquê, faziam muito sentido agora, como se estivessem aguardando, pacientemente, o momento em que eu estivesse pronto para interpretá-las.

Page 29: FOLD

pesquisa 29

inspiraçõesReferências estéticas e conceituais, que representam a síntese das coisas que admiro, e que mais me desper-taram interesse.

Em cada uma delas estão presentes as características que, associadas, ajudaram a construir os fundamentos da minha interpretação sobre o vestuário e acessórios e, por sua vez, as bases para o desenvolvimento deste projeto.

Page 30: FOLD

pesquisa30

No final da década de 70 o jovem designer gráfico Mas-simo Osti (Bologna, 1944-2005), através do desenvolvi-mento de uma coleção de roupas masculinas, ajudou a fundar a Chester Perry Company, que depois se tornaria a C.P. Company.

Desde o início Osti baseou a filosofia criativa da com-panhia em dois conceitos estratégicos, a pesquisa sobre roupas funcionais derivadas de uniformes de trabalha-dores e militares, e a transformação do tecido através da experimentação com cores.

Os uniformes devem apresentar uma combinação entre praticidade e elegância. Todo e qualquer detalhe está presente para cumprir uma função no conjunto, com uma finalidade.

Isso faz da roupa uma ferramenta, com sua linguagem estética construída a partir de elementos funcionais.

A C.P. Company viveu em sua história, momentos distintos, e em todos eles o espirito e a pesquisa de Osti estiveram presentes, e proporcionaram a criação de um acervo que serve até hoje como base para as propostas da marca.

c.p. company

Jaqueta Mille MigliaImagem: Found NYC

Page 31: FOLD

pesquisa 31pesquisa 10

Page 32: FOLD

pesquisa32

Moreno Ferrari (La Spezia, 1955) atuou na C.P. Com-pany a partir do meio da década de 90, como principal designer da marca.

Ele assumiu o desafio de manter o mesmo foco de Osti, enfatizando a durabilidade e a funcionalidade das peças, assim como dar continuidade aos experimentos com novas técnicas e materiais.

Ferrari não só cumpriu sua tarefa como deixou seu nome na história da marca com as coleções Transformables e Urban Protection que, segundo ele são:

“[...]extensões do corpo humano, membros artificiais que aumentam a capacidade humana de sobrevivência em sua nova condição de nômades solitários” (Auto & Design no. 129 pg. 49)

c.p. company

Jaqueta Move, da coleção Urban Protection Imagem: Found NYC

Page 33: FOLD

pesquisa 33pesquisa 10

Page 34: FOLD

pesquisa34

Yohji Yamamoto + Adidas

A marca é resultado de uma colaboração que mescla a filosofia criativa do designer Yohji Yamamoto com a capacidade tecnológica característica da Adidas.

Yamamoto é conhecido como um gênio vanguardista, não um designer tradicional. Seu trabalho é marcado por reflexão intelectual e experimentalismo, que resultam em formas e volumes radicais, dentro de uma estética que tende à androgenia e ao desequilíbrio.

A associação entre a visão de Yamamoto e a inovação técnica da Adidas caracteriza a marca como o futuro do sportswear.

y-3

Y-3 Lux Backpack Imagem: www.y-3store.com

Page 35: FOLD

pesquisa 35pesquisa 10

Page 36: FOLD

projeto36

Archive Research Project é uma coleção de roupas inspi-rada no futebol, resultado do trabalho conjunto da marca de equipamentos esportivos Umbro e o designer Aitor Throup. A intenção foi reinterpretar itens clássicos do esporte desenvolvidos pela marca ao longo da historia, através da filosofia de criação e construção de Throup e da utilização de materiais tecnológicos.

A linha é integrada por sete peças icônicas, que repre-sentam, ao mesmo tempo, passado e futuro, herança e inovação.

a.r.p.

Jaqueta Ramsey Imagem: nikeinc.com

Page 37: FOLD

projeto 37pesquisa 10

Page 38: FOLD

38

projeto

Page 39: FOLD

projeto 39

Page 40: FOLD

projeto40

carregandoImerso em todas as referências e inspirações, meus pensamentos eram território para associações, formas, construções e desconstruções.

Movido pela necessidade/vontade de cristalizar essas ideias sob alguma forma, passei a registrar, principal-mente com desenhos, tudo o que se passava.

Me coloquei a analisar os objetos, desconstruindo-os mentalmente, e visualizando, através do desenho, suas partes e o conjunto que formavam.

A observação a partir da desconstrução possibilitou a in-terpretação das partes de um objeto como um conjunto coerente entre linguagem e função. O que me remeteu à ideia de uma coleção, em que cada um dos itens se apre-senta com uma função específica, e, quando associados, potencializam suas funções, criando um sistema.

Page 41: FOLD

projeto 41

Page 42: FOLD

projeto42

Page 43: FOLD

projeto 43

Page 44: FOLD

projeto44

Page 45: FOLD

projeto 45

Page 46: FOLD

projeto46

Page 47: FOLD

projeto 47

foldA experiência agora era bem diferente: explorar o con-ceito tridimensionalmente, mergulhar nos desenhos e transformá-los em construções reais. Nesta etapa, ainda não havia a preocupação em encontrar o material ideal para elaboração de modelos, e sim, estudar maneiras de construir objetos aplicando toda reflexão feita até então.

Para os primeiros estudos foi utilizada uma malharia, mas esta não apresentava a estruturação e rigidez dese-jadas, mesmo em acoplagens de maior espessura.

Observando algumas bolsas e mochilas, percebi que, nas áreas de maior rigidez, estava presente um pedaço de E.V.A., posicionado entre a parte externa e o forro. Na convivência com o trabalho diário na tapeçaria do estúdio da VW, havia notado que, na falta do material com a acoplagem necessária, era feita uma acoplagem ali mesmo, através da junção por cola.

Surgiu, então, a ideia de unir a malharia ao E.V.A. O teste foi feito e o resultado se mostrou bom. O E.V.A. conferiu rigidez e estruturação ao tecido, além de marcar muito bem vincos e relevos, elementos que compunham o desenho das peças desenhadas. [Fig. 01]

O material acoplado foi utilizado, então, para estudos de fechamento da peça. Uma das intenções do projeto era utilizar uma quantidade mínima de costuras. Para que isso fosse possível, foram eliminados alguns pontos de junção, que foram substituídos por um vinco no E.V.A.,

Page 48: FOLD

projeto48

na parte interna, fazendo com que o material se dobrasse e adquirisse volume. [Fig. 02]

Essa forma gerou um impacto interessante no desenho da peça, e a construção feita dessa maneira originou o nome da coleção: Fold.

O material acoplado mostrou um bom comportamento nos modelos testados, porém, quando aplicado a peças maiores, apresentava falta de estruturação, deformando a peça. Uma alternativa para a correção desse comporta-mento foi a aplicação de um não tecido na base de EVA, na parte correspondente ao interior das peças, quando fechadas. A aplicação do não tecido não só aumentou a rigidez da construção, melhorando a estruturação, como também resolveu a questão do acabamento interno. [Fig. 03]

Restava então, selecionar um material para aplicar na su-perfície, o terceiro elemento sobre a acoplagem de E.V.A. e carpete, fechando a base para a construção das peças. Foi escolhido um tecido, uma malharia do tipo ketten. [Fig. 04 e 05]

Este método de acoplagem experimental se mostrou muito alinhado à minha exploração conceitual do projeto, uma vez que cada um dos materiais presentes contribui com algumas de suas características para a construção de uma estrutura nova, com maior potencial.

Essa é a base em que se estabeleceram os experimentos do projeto Fold.

dobrar, envolver, abraçar, entrelaçar.

Page 49: FOLD

projeto 49

#it’s a processForam feitos estudos e ajustes no sentido de aplicar a base acoplada ao desenho da coleção. Ao mesmo tempo em que se procurava adaptar a construção para aplica-ção nas peças, o desenho delas se deixava influenciar por essa construção.

Modelo A

A primeira peça a ser estudada foi a que chamei de bolsa, foi utilizado papel kraft para a construção de modelos, reforçando-o com fita adesiva. A partir daí, pude avaliar volume e dimensões, sua relação com outros objetos e com o corpo. [Fig. 06]

As medidas foram estabelecidas com base no tamanho padrão de pastas, notebooks e cadernos.

A modelagem deste item foi importante, pois, a partir dele, foram definidas as medidas das outras peças e a proporção de todo o conjunto.

Modelo B

O segundo modelo construído foi um estudo da carteira. Por seu tamanho bem reduzido, alguns testes foram realizados utilizando o material final.

A peça possui montagem extremamente simples, sendo bem ilustrativa quanto ao conceito de construção: a base acoplada se dobra, através de dois pontos marcados com vinco, sobre uma espécie de bolsa que guarda o conteú-do. Essa bolsa foi representada por papel kraft. [Fig. 07]

Page 50: FOLD

projeto50

Modelo C

A terceira peça é uma variação da carteira, de construção idêntica apenas com alterações nas medidas, derivando em uma bolsa de mão.

Modelo D

A última peça ainda apresentava algumas indefinições em relação aos desenhos, e mais estudos foram feitos através de modelos. Nos desenhos, a forma estava ainda muito relacionada a uma mochila convencional, em termos de estrutura e caimento do tecido.

Isso não a identificava com a linguagem das outras peças, que já estavam bem definidas, além de dificultar bastante a construção. Em uma conversa com o Goya, foi sugerido que o conceito da construção dos outros mod-elos determinasse, também, a forma desta peça, simpli-ficando sua construção e empregando os elementos que naturalmente fariam a identificação com a coleção.

O modelo foi desenvolvido a partir de papel kraft, levando a testes mais específicos para avaliar a colocação das alças e zíper.

Page 51: FOLD

projeto 51

Com as dimensões estabelecidas, era o momento de definir como seria feita a união entre as peças.

Esta etapa exigiu um pouco mais de desenhos, modelos e testes, para o desenvolvimento de uma estrutura, co-mum a todas as elas, que permitisse essa interação. [Fig. 08 e 09]

Como resultado dos estudos, temos um sistema em que, uma tira de vinil passa através do espaço aberto por outra tira, de nylon, e se fecha sobre esta através de um botão de pressão.

A junção entre as peças representa a expressão máxima da aplicação do conceito ao objeto: quando duas ou mais peças estão unidas, suas funções se potencializam, transformando o conjunto.

Sempre que havia a necessidade de incorporar um el-emento novo às peças, surgia a preocupação em manter a linguagem entre elas. Tudo o que foi adicionado, partiu de alguma intenção construtiva ou funcional, o que naturalmente deu unidade à coleção, identificando os itens como parte do mesmo conjunto.

“Uma árvore tem coerência: o contorno de sua silhueta, a forma de uma folha, os anéis de seu tronco, a forma de suas raízes, tudo isso é formado pelo mesmo DNA; e tem a mesma categoria.” (SUDJIC, 2010)

Page 52: FOLD

projeto52

protótiposA construção dos protótipos seguiu praticamente tudo o que havia sido definido pelo desenvolvimento e observação dos modelos, partindo da base acoplada [Carpete+EVA+Malharia]. [Fig. 10]

Alguns detalhes sofreram alterações, visando o melhor acabamento das peças. A seguir, um descritivo das etapas de montagem de cada item da coleção:

01 Carteira

A base acoplada foi marcada com vincos em três pontos, sobre os quais se fecha, adquirindo seu volume final.

Uma malharia foi utilizada como material secundário na confecção de uma pequena bolsa, fixada na parte de dentro da base, protegendo o conteúdo e delimitando o grau de abertura da peça. [Fig. 11]

Na parte de trás, é fixada uma tira de vinil, fechada por botões de pressão, um dos elementos que possibilita a união entre as peças. [Fig. 12]

02 Bolsa de mão

Parte do mesmo princípio de construção da carteira, apresentando apenas modificações em suas dimensões.

Page 53: FOLD

projeto 53

03 Bolsa Lateral

Antes da última etapa da acoplagem, foram posicionadas e fixadas sobre o EVA, duas tiras de nylon na parte fron-tal, originando o outro elemento que possibilita a união entre as peças. A malharia foi fixada sobre o conjunto, e nela foi feito um corte, de modo que uma parte da tira de nylon ficasse aparente. [Fig. 13]

Foram fixadas as tiras de vinil, na posição e tamanho determinados e aplicados os botões de pressão.

Foi feita a aplicação dos botões magnéticos, e argolas lat-erais, e o fechamento da construção, através de costura e cola.

Para essa peça, foi desenvolvida uma alça removível, a partir de uma tira grande de nylon, acabamentos em vinil, e aplicação de fivelas e mosquetões, que realizam a fixação à bolsa. [Fig. 14]

04 Mochila

Com a base planificada, o procedimento de fixação das tiras de nylon foi realizado e repetido também nas laterais. No fechamento foram aplicadas as alças, feitas de nylon e vinil, as peças de ajuste da alça e as fivelas. Ao final do fechamento foi aplicado o zíper, com o trilho acoplado a uma tira de vinil. [Fig. 15]

Page 54: FOLD

projeto54

materiaisMalharia circular

Os tecidos de malha são fabricados a partir da interliga-ção de laçadas, que podem ser tricotadas ao longo da urdidura ou da trama, proporcionando uma qualidade elástica.

As linhas horizontais da malha são conhecidas como “carreiras”, e as verticais, como “fileiras”. A malharia por trama é criada a partir de um fio que corre ao longo da “carreira”; se um ponto escapar, a malha desfia ao longo da “fileira”. O tricô à mão é um excelente exemplo.

Malharia Ketten [Tecsuede]

É um tipo de malharia, de processo por urdume, que normalmente são criadas em uma maquina de tricô plana e caracterizam-se como o modo mais rápido de produzir o tecido do fio. A malharia Ketten, recebe esse nome por ser produzida em um tear da marca Ketten-stuhl. A produção nesse tear proporciona tecidos lisos, mais simples e elásticos. Depois de produzido, o tecido é lixado e navalhado, que confere seu aspecto final.

E.V.A. [Etileno Acetato de Vinila]

É um polímero que possui características semelhantes a materiais elastômeros, no entanto, pode ser processado como outros termoplásticos. O material tem proprie-dades de isolamento, resistência a baixas temperaturas e resistência à radiação UV. E.V.A. tem pouco ou nenhum

Page 55: FOLD

projeto 55

cheiro, e é competitivo com borracha e vinil em algumas aplicações.

Vinil

É um laminado de PVC, policloreto de vinila, obtido através da passagem do polímero, em estado pastoso, por cilindros giratórios, que submetem a massa à com-pressão até que se chegue à espessura desejada. A massa pode passar por um processo de texturização, para con-ferir diferentes aspectos a sua superfície.

Nylon

Também conhecido como poliamida, é formado por longas cadeias poliméricas de moléculas, resultando em uma fibra resistente, leve, mas que não apresenta resistência a altas temperaturas. É uma fibra lisa, que não retém sujeira. Para o trabalho, foi utilizada uma construção específica denominada webbing, adequada a utilização em componentes de acessórios e vestuário.

Não tecido [Carpete]

De acordo com a definição normalizada conforme NBR 13370 pela ABNT, um não tecido é:

Não tecido é uma estrutura plana, flexível e porosa, constituída de véu ou manta de fibras ou filamentos, orientados direccionalmente ou ao acaso, consolidadas por processo mecânico [fricção] e/ou químico [adesão] e/ou térmico [coesão] ou combinações destes. As fibras podem ser naturais ou químicas. Uma das aplicações de um não tecido na área automotiva é para a fabricação de carpetes, material que foi utilizado no projeto.

Page 56: FOLD

56

fotografia

Page 57: FOLD

arquivo 57

[Fig

. 01]

: Tes

tes

inic

iais

com

aco

pla

gem

de

E.V

.A. e

ma

lha

ria

Page 58: FOLD

arquivo58

[Fig. 02]: Prim

eiras con

struções feita

s a p

artir d

a a

copla

gem

Page 59: FOLD

arquivo 59

[Fig

. 03]

: Ca

rpet

e n

o a

cab

am

ento

inte

rior

de

um

dos

mod

elos

Page 60: FOLD

arquivo60

[Fig. 04]: Verso d

a m

alh

aria

Ketten

com m

arca

ção p

ara

corte

Page 61: FOLD

arquivo 61

[Fig

. 05]

: Tes

te d

e co

nst

ruçã

o co

m o

s m

ate

ria

is fi

na

is

Page 62: FOLD

arquivo62

[Fig. 06]: Bolsa

mod

elad

a em

pa

pel kra

ft

Page 63: FOLD

arquivo 63

[Fig

. 07]

: Pa

pel

kra

ft e

ba

se a

cop

lad

a e

m t

este

s d

a a

ca

rtei

ra

Page 64: FOLD

arquivo64

[Fig. 08]:Estu

dos p

ara

o sistema

de fi

xaçã

o entre a

s peça

s

Page 65: FOLD

arquivo 65

[Fig

. 09]

: Est

ud

os p

ara

o s

iste

ma

de

fixa

ção

entr

e a

s p

eça

s

Page 66: FOLD

arquivo66

[Fig. 10]: Ca

rpete, m

alh

aria

e E.V.A

. em eta

pa

de a

copla

gem

Page 67: FOLD

arquivo 67

[Fig

. 11]

: Bol

sa in

tern

a e

m m

alh

ari

a, fi

xad

a à

ca

rtei

ra

Page 68: FOLD

arquivo68

[Fig. 12]: Tira

de vin

il fecha

da

com b

otões de p

ressão

Page 69: FOLD

arquivo 69

[Fig

. 13]

: Tir

a d

e n

ylon

fixa

da

na

eta

pa

da

aco

pla

gem

Page 70: FOLD

arquivo70

[Fig. 14]: Alça

removível, com

mosqu

etões que se p

rend

em à

bolsa

latera

l

Page 71: FOLD

arquivo 71

[Fig

. 15]

: Con

jun

to d

o zí

per

, aco

pla

do

à t

ira

de

vin

il

Page 72: FOLD

arquivo72

[Fig. 16]: Ma

teriais u

tilizad

os na

confecçã

o dos p

rotótipos

Page 73: FOLD

arquivo 73

[Fig

. 17]

: D

esen

hos

Page 74: FOLD

arquivo74[Fig. 18]: Modelos desenvolvidos para testes de construção

Page 75: FOLD

arquivo 75

[Fig

. 19]

: Mod

elos

con

stru

ídos

du

ran

te o

pro

cess

o

Page 76: FOLD

arquivo76[Fig. 19]: Protótipos finalizados

Page 77: FOLD

arquivo 77[Fig. 20]: Protótipos finalizados

Page 78: FOLD

arquivo78

[Fig. 21]: Protótip

os fin

aliza

dos

Page 79: FOLD

arquivo 79

[Fig

. 22]

: Pro

tóti

pos

fin

ali

zad

os

Page 80: FOLD

arquivo80

[Fig. 23]: Protótip

os fin

aliza

dos

Page 81: FOLD

81

CONSIDERAÇÕESFINAISSomos o resultado de tudo o que passamos até hoje, e permitir que nossa vida seja território para constantes in-terações, é essencial para que nossa trajetória se projete para frente.

Como as peças dessa coleção, realizamos, com frequên-cia, trocas entre nós, sempre deixando um pouco do que somos e levando um pouco do outro. E assim surge algo novo, novas percepções, novos pontos de vista. Uma forma modificada de interagir com o mundo, que pode nos fazer melhores, se tivermos a coragem de assimilar e vivenciar as mudanças.

Não subestime nem superestime nada. Acredite na capacidade que todas as coisas e situações têm de sur-preender, ensinar, inspirar e transformar.

E aceite. Esteja aberto.

Page 82: FOLD

82

Obrigado!Obrigado mãe, por me mostrar, sem nunca me impor, os caminhos em que seguir na vida. Por me ensinar, através do exemplo, o valor que existe na palavra dada, no respeito e cuidado com as pessoas. E por me ensinar a importância de lutar pelo que queremos.

Obrigado pai, por me fazer entender que coisa alguma se equivale à honestidade. Que a vida pode testar nosso limite, mas, com paciência e persistência, nos enchemos da força e energia que a caminhada exige. Obrigado aos dois pela completa doação e entrega.

Lene, Paulo, Camila, Cristiano, Marina e Renato, por fazerem parte da base que me constitui, pela preocupa-ção e imensa ajuda não apenas durante a faculdade, mas por toda minha vida. A toda minha família pela torcida e apoio.

Obrigado Goya, pelas conversas e conselhos de amigo, pela confiança e paciência, por tantas coisas que aprendi com você, e por me mostrar a importância de se man-ter o espirito jovem. Obrigado por esta, e tantas outras orientações.

Aos meus grandes parceiros Álvaro, Nathalia, Mauricio, Leonardo e Luiza. Obrigado pelo companheirismo, por todos os momentos de alegria e trabalho.

Artur, sua amizade sempre presente foi referência para mim durante esses anos, obrigado por tudo.

Page 83: FOLD

83

Juliana, por acreditar em mim, algumas vezes mais do que eu mesmo, por me incentivar e me inspirar a ser melhor. Por suportar a distância, respeitar meu silêncio e escutar minha conversa. Obrigado.

Redi, Kenji, Mari, Dani, por serem meu lar e minha famí-lia longe de casa, obrigado por cada momento.

Erika, Luigi e Marília, pela generosidade, apoio e paciên-cia. Por me darem a chance de errar e aprender, e pelas risadas e alegria que colocam nos meus dias.

Wanderson, a quem agradeço especialmente por dedicar todo seu empenho e enorme qualidade na execução deste projeto. Obrigado por seu comprometimento e responsabilidade, e, acima de tudo, por sua amizade e ajuda.

André e Carlão pelos excelentes momentos vivídos nesse ano, que se propagem por muito tempo.

Obrigado China, Roman e Bosco pelo auxílio e conselhos no trabalho de tapeçaria.

Meus agradecimentos aos professores Osmar e Barata, pelas orientações e ensinamentos. É uma grande satisfa-ção tê-los presentes no cumprimento desta etapa.

A todos os professores, colegas e todos com que tive con-tato durante esses anos de faculdade e que contribuíram para a formação de quem sou hoje.

Obrigado Deus, por me colocar aqui, e me proporcionar a vida com momentos incríveis e pessoas maravilhosas.

Page 84: FOLD

84

ReferênciasBAUDOT, François. Yohji Yamamoto. Tradução: Vera Sílvia de Albuquerque Maranhão. São Paulo: Cosac Naify, 2000.

BENJAMIN, Walter. Documentos de cultura, documentos de barbárie: Escritos escolhidos. Tradução: Celeste H. M. Ribeiro de Sousa. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1986.

CAMPBELL, Joseph. Mito e Transformação. Tradução: Frederico N. Ramos. Revisão Técnica: Ana Figueiredo e Rafael Souza. São Paulo: Editora Ágora, 2008.

KROEGER, Michael. Conversas com Paul Rand. Tradução: Cristina Fino. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

SEIVEWRIGHT, Simon. Pesquisa e Design. Tradução: Ed-son Fumankiewicz e Sandra Figueiredo. Revisão técnica: Camila Bisol Brum Scherer. Porto Alegre: Editora Book-man, 2009

SUDJIC, Deyan. A linguagem das coisas. Revisão técnica: Umberto Figueiredo Pinto e Maria de Fátima Maciel. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2010.

UDALE, Jenny. Tecidos e Moda. Tradução: Edson Fumankiewicz. Revisão técnica: Luiz Carlos Robinson. Porto Alegre: Editora Bookman, 2009.

Page 85: FOLD

85

A.R.P. + Aitor Throup:

www.aitorthroup.com

nikeinc.com/news/umbro-and-aitor-throup-introduce-archive-research-project

www.complex.com/art-design/2011/09/interview-aitor-throup-talks-sportswear-superheroes-and-umbro-ar-chive-research-project

Ayse Birsel + Descontrução | Construção :

dereconstruction.com/start

www.hermanmiller.com/microsites/whydesign

C.P. Company + Massimo Osti:

www.found-nyc.com

www.cpcompany.com

ideasfrom.massimoosti.com

Y-3 + Yohji Yamamoto:

www.y-3store.com

thisismydreamthefilm.com

Page 86: FOLD

86

BEBAS NEUEARegular/Italic/Bold/Bold Italic

UtopiaCorpo do texto: 10pt

Page 87: FOLD

arquivo 87

Page 88: FOLD

a erupção vulcânica é um fenômeno natural, associado à extravasação do magma de regiões profundas da terra em sua superfície, devido a alta pressão. as erupções magmáticas espalham-se pela superfície e solidificam-se, dando origem às rochas de derrame. a lava arrefecida gera, normalmente, um ótimo solo para plantação.

fold