Folha Metalúrgica Nº 725

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1ª EDIÇÃO DE OUTUBRO / 2013 Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 725 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320 Os metalúrgicos ligados à FEM/ CUT aprovaram, em assembleias nos últimos dias, acordos com os grupos patronais que garantem um reajuste salarial de 8% (6,07% de inflação e 1,82% de aumento real), a renovação das convenções coleti- vas de trabalho e o avanço em algu- mas cláusulas sociais do setor. Em Sorocaba, a assembleia que aprovou a proposta foi realizada na sexta-feira, dia 27. O acordo é considerado uma conquista, pois no início das nego- ciações os empresários se recusa- vam a oferecer aumento real. Até a semana passada, a propos- ta patronal era de cerca de 0,5% de reajuste acima da inflação. Mobilizações de metalúrgicos em várias regiões do estado, inclu- sive em Sorocaba, fizeram os gru- pos patronais aumentarem o valor do reajuste. Os metalúrgicos da Toyota de Sorocaba decidiram, em assembleia realizada em frente à fábrica no final da tarde desta quarta-feira, dia 2, iniciar uma greve na montadora de veículos. Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra. Categoria garante 8% de reajuste PÁG.3 PÁG.4 Foguinho Sindicalizados já podem se cadastrar Semana de saúde começa dia 15 Há 30 anos CUT vencia eleição em Sorocaba PROCESSO FGTS SESISPAT HISTÓRIA ESPORTE CAMPANHA SALARIAL Desde o dia 1º já está aberto, nas sedes do SMetal, o cadastramento de sócios interes- sados em participar da ação judicial que vai pedir reposição de perdas no FGTS. Acompanhe a programação da 9ª Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sesispat) promovida pelo Sindi- cato dos Metalúrgicos de Sorocaba. Em 24 de setembro de 1983, a chapa de me- talúrgicos liderada por Wilson Bolinha tomava posse da direção sindical e mudava os rumos dos movimentos sociais na região. Ao vencer o Cavelocos, nos pênaltis, no do- mingo, a equipe Âncora tornou-se a primeira campeã do torneio de futebol society promo- vido pelo SMetal em Araçariguama. PÁG.5 PÁG.6 PÁG.7 PÁG.8 COMEÇA A 1ª GREVE NA TOYOTA DE SOROCABA Âncora vence 1º Torneio de Society em Araça

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1ª Edição de Outubro de 2013

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1ª EDIÇÃO DEOUTUBRO / 2013

Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 725 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320

Os metalúrgicos ligados à FEM/CUT aprovaram, em assembleias nos últimos dias, acordos com os grupos patronais que garantem um reajuste salarial de 8% (6,07% de inflação e 1,82% de aumento real),

a renovação das convenções coleti-vas de trabalho e o avanço em algu-mas cláusulas sociais do setor.

Em Sorocaba, a assembleia que aprovou a proposta foi realizada na sexta-feira, dia 27.

O acordo é considerado uma conquista, pois no início das nego-ciações os empresários se recusa-vam a oferecer aumento real.

Até a semana passada, a propos-ta patronal era de cerca de 0,5% de

reajuste acima da inflação.Mobilizações de metalúrgicos

em várias regiões do estado, inclu-sive em Sorocaba, fizeram os gru-pos patronais aumentarem o valor do reajuste.

Os metalúrgicos da Toyota de Sorocaba decidiram, em assembleia realizada em frente à fábrica no final da tarde desta quarta-feira, dia 2, iniciar uma greve na montadora de veículos. Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e fornecimento de vale-compra.

Categoria garante 8% de reajuste

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Fogu

inho

Sindicalizados já podem se cadastrar

Semana de saúde começa

dia 15

Há 30 anos CUT vencia eleição em Sorocaba

PROCESSO FGTSSESISPAT HISTÓRIA ESPORTE

CAMPANHA SALARIAL

Desde o dia 1º já está aberto, nas sedes do SMetal, o cadastramento de sócios interes-sados em participar da ação judicial que vai pedir reposição de perdas no FGTS.

Acompanhe a programação da 9ª Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sesispat) promovida pelo Sindi-cato dos Metalúrgicos de Sorocaba.

Em 24 de setembro de 1983, a chapa de me-talúrgicos liderada por Wilson Bolinha tomava posse da direção sindical e mudava os rumos dos movimentos sociais na região.

Ao vencer o Cavelocos, nos pênaltis, no do-mingo, a equipe Âncora tornou-se a primeira campeã do torneio de futebol society promo-vido pelo SMetal em Araçariguama. PÁG.5PÁG.6 PÁG.7 PÁG.8

COMEÇA A 1ª GREVE NA

TOYOTA DE SOROCABA

Âncora vence 1º Torneio de

Society em Araça

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Folha MetalúrgicaDiretor responsável: Ademilson Terto da Silva (Presidente)Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de AndradeRedação e reportagem: Felipe Shikama Paulo Rogério L. de AndradeFotografia: José Gonçalves Fº (Foguinho)Diagramação e arte-final: Lucas Eduardo de Souza Delgado Cássio de Abreu Freire

Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140. Tel. (15) 3334-5400

Sede Iperó: Rua Samuel Domingues, 47, Centro. Tel. (15) 3266-1888

Sede Regional Araçariguama: Rua Santa Cruz, 260, Centro. Tel (11) 4136-3840

Sede em Piedade: Rua José Rolim de Goés, 61, Vila Olinda. Tel. (15) 3344-2362

Site: www.smetal.org.brE-mail: [email protected]ão: Gráfica TaigaTiragem: 44 mil exemplares

Informativo semanal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Realidade sem máscarasPedimos ao jovem

metalúrgico que imagi-ne-se vivendo em um país onde um grupo de pessoas reunidos em praça pública esteja, automaticamente, sujei-to a passar por revistas policiais. Caso os “ele-mentos” do grupo sejam considerados suspeitos de ter ideias subversivas, são levados para a dele-gacia para averiguações. O resultado pode ser o “fichamento” deles em algum órgão de repres-são do regime militar.

Imagine também que nesse cenário, onde você habita, o governo tenha o poder de decidir o que você pode, ou não, ler e assistir. Livros, jornais, programas de TV, mú-sicas e outras formas de comunicação e de arte só são liberados ao público se não tiverem nenhum conteúdo contrário ao sistema social, econômi-co e político vigente.

Caso você seja pego consumindo algum pro-duto cultural ou de mídia com “ideias esquerdis-tas”, ainda que seja um boletim sindical, seu destino também será a delegacia ou os porões da ditadura, que são par-ques de diversão de tor-turadores.

Por fim, jovem tra-balhador, imagine que a pauta de reivindica-ções da sua categoria ao patrão contenha itens como: papel higiêni-co nos banheiros, água potável no ambiente de trabalho, fornecimento gratuito de uniformes e equipamentos de pro-teção individual (EPI), refeitório na fábrica ou, pelo menos, fogão para esquentar marmita e re-

sindicalismo combativo e cidadão da CUT.

A partir de então, os sorocabanos passaram a ver, após décadas, as-sembleias, passeatas e outras manifestações públicas nas ruas da ci-dade. Muitos cidadãos sentiram-se motivados a exercer, abertamente, seu direito de opinião e de expressão.

Necessário ressaltar que os militantes sindi-cais e sociais davam a cara para bater. Não se escondiam atrás de más-caras. Enfrentavam as consequências da cora-gem, sendo perseguidos e ameaçados em seus locais de trabalho e de moradia.

Cientes de sua condi-ção transitória na condu-ção das transformações sociais, Bolinha e seus companheiros também não eram mascarados no comportamento. A humildade autêntica, so-mada com a convicção ideológica e as atitudes diárias de quem cumpria uma missão coletiva, rendeu-lhes um mereci-do lugar na história.

Munidos também de inteligência estratégica, capacidade de articula-ção e negociação, de-dicação, perseverança, idealismo e sensibilidade social, aqueles trabalha-dores deixaram um pre-cioso legado para as dire-torias que os sucederam.

Eles fizeram a dife-rença. Por isso toda ho-menagem é pouca para celebrar o pioneirismo daqueles combatentes sociais. A lembrança de-les deve estimular novas e necessárias conquistas no mundo do trabalho e na sociedade.

gistro em carteira dos fun-cionários.

Pois bem, essa reali-dade “imaginária” era o Brasil na ditadura militar.

Esse cenário ainda existia quando a chapa de metalúrgicos liderada por Wilson Fernando da Silva, o Bolinha, venceu as eleições sindicais de 1983, com propostas de-safiadoras, como liber-dade de organização dos trabalhadores, formação de uma central sindical, direito de lutar por uma sociedade mais justa e so-lidária e de exigir melho-res condições de trabalho e de vida para a categoria.

Alguns podem dizer que em 1983 a ditadura já agonizava. É verdade. Mas o regime só esta-va no fim porque muitos brasileiros haviam lutado nas décadas anteriores para que isso aconteces-se. Além disso, feito um animal ferido, a ditadura ainda foi capaz de ser fe-roz e traiçoeira em muitos episódios dos anos 80.

Propusemos esse exercício de imaginação para termos noção da coragem daquele gru-po de trabalhadores que, 30 anos atrás, implantou uma nova concepção de sindicalismo na região, o

Toda homenagem é pouca para

celebrar o pioneirismo

daqueles combatentes

sociais

A Subsede da CUT em Sorocaba promove nesta sexta-feira, dia 4, o lançamento do livro “O Príncipe da Privataria”, com presença do autor Palmério Dória. O evento começa às 19 horas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e é aberto ao público.

O livro de 400 páginas revela, após 16 anos, a identidade do “Se-nhor X”, a misteriosa fonte que gravou a confissão de deputados em relação à compra de votos para garantir a aprovação da emenda da reeleição do então presidente Fer-nando Henrique Cardoso.

Nos diálogos com o “Senhor X”, deputados federais confirma-vam que haviam recebido R$ 200 mil para apoiar o governo. Um es-cândalo que mexeu com Brasília e que permanece muito mal explica-do até hoje. A obra também conta

Lideranças do governo e da bancada do PT na Câmara Federal se comprometeram a não votar o PL 4330, que amplia a terceiriza-ção e retira direito dos trabalhado-res com carteira assinada. O com-promisso foi feito ao presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, na manhã desta quarta-feira, dia 2.

No início desta semana, repre-sentantes da CUT voltaram a Bra-sília para acompanhar as sessões da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara e ga-rantir que o PL não fosse votado.

O risco de o projeto ser apro-vado cresceu após o presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB- RN), ter ameaçado levar o texto para votação diretamente ao plená-rio da Câmara.

Agora, o projeto volta à sua tra-mitação normal na CCJ com um prazo de cinco sessões para apre-ciação, seguindo depois para o Ple-nário da Câmara. “O que muda é o compromisso de um número cres-cente de partidos e parlamentares de não votar essa proposta”, afir-mou Freitas.

CUT lança livro “O Príncipe da Privataria” em Sorocaba

os bastidores das contraditórias privatizações do governo tucano.

Sobre o autorPalmério Dória (foto) é repór-

ter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital.

Com carreira iniciada no final da década de 1960, já passou por

inúmeras reda-ções da grande imprensa e da “imprensa na-nica”. Publicou seis livros, sen-do quatro de po-lítica e dois de memórias.

Trabalhadores viram o jogocontra projeto da terceirização

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Há mais de um mês militantes e dirigentes da CUT e de outras centrais sindicais vêm fazendo vigília em Brasília para evitar a votação do PL 4330. Houve episódios de confronto com a polícia, mas as manifestações resultaram em cancelamento da votação pela CCJ e o início dos debates abertos sobre a terceirização em plenário

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CAMPANHA SALARIAL

Em assembleia geral rea-lizada na noite de sexta-feira, dia 27, na sede do Sindicato em Sorocaba, os metalúrgi-cos aprovaram as propostas de reajuste salarial de 8% e renovação das cláusulas so-ciais da convenção coletiva da categoria de cinco dos seis grupos patronais. Os trabalhadores desses grupos representam 92% (41.400) dos 45 mil metalúrgicos da região.

Com a aprovação dos acordos, os metalúrgicos dos grupos 2 (máquinas e eletrô-nicos); 3 (autopeças, forja-

ria, parafusos); 8 (trefilação, laminação de metais ferro-sos, entre outros); Fundição e Estamparia garantiram o reajuste salarial de 8% (sen-do 6,07% de inflação pelo INPC dos últimos 12 meses e 1,82% de aumento real) retroativos à 1º de setembro, data-base da categoria.

“O acordo aprovado as-segura reajustes salariais e direitos inclusive nas peque-nas empresas, onde não há condições de mobilização e, por isso, os trabalhadores estariam sujeitos a ficar sem condições mínimas de salá-

rios nem garantias sociais”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindica-to dos Metalúrgicos de Soro-caba e Região.

Nos próximos dias, após receberem as assinaturas dos representantes dos metalúr-gicos e da bancada patronal, as convenções coletivas de todos os grupos serão pu-blicadas na íntegra no site www.smetal.org.br

Já as principais cláusulas sociais desta campanha sa-larial serão divulgadas nas próximas edições da Folha Metalúrgica.

Os grupos patronais, que até meados de outubro insistiam em emperrar as negociações, só apre-sentaram proposta satisfatória aos metalúrgicos depois que a catego-ria iniciou uma série de paralisa-ções e protestos em todo estado

de São Paulo, inclusive em Soro-caba.

A pauta de reivindicações da FEM foi entregue aos grupos pa-tronais no dia 4 de julho. Desde então, as negociações estavam emperradas. As empresas se recu-

savam a pagar aumentos acima da inflação e não queriam ceder no-vos direitos sociais na convenção coletiva.

“Neste ano, o aumento real médio de toda a indústria nacional foi de 1,62%. Na nossa campanha

salarial, conquistamos 1,82%. Além da garantia das cláusulas sociais, esse é outro motivo que faz com que a nossa campanha sa-larial tenha sido vitoriosa”, come-morou o presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva.

Mobilizações garantiram campanha salarial vitoriosa

Confira os novos pisos da categoria

Edição 725 Pág. 3Outubro de 2013

Categoria aprova proposta de 8% e renovação das cláusulas sociais

Em nova rodada de negociação, na segunda-feira, dia 30, a bancada pa-tronal do Grupo 10 (lâmpadas, equi-pamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros) atendeu à reivindicação da FEM-CUT/SP e, a exemplo dos demais grupos patronais, concedeu reajuste salarial de 8%.

Na proposta anterior, apresentada na sexta-feira, dia 27, e rejeitada pela FEM, a bancada empresarial havia apresentado índice de 7,15% para as empresas com até 30 funcionários.

Cálculo preliminar feito pela subseção Dieese Metalúr-gicos de Sorocaba. Os valores definitivos serão divulgados após as assinaturas das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), que devem acontecer até o final desta semana.

A eventual diferença entre o valor preliminar e o valor definitivo do reajuste pode acontecer devido ao arredonda-mento dos números na assinatura das CCTs.

G10 apresenta propostaigual aos demais grupos

Mídia

Con

sulte

Com a proposta do G10, igual ao dos demais grupos patronais, Federação Estadual dos Metalúrgicos fecha campanha salarial

GRUPO 2

PISOAté 50 Trabalhadores R$ 1.077,62 51 - 500 Trab. R$ 1.143,15 Acima de 500 Trab. R$ 1.259,64 TETO R$ 6.374,72 FIXO ACIMA DO TETO R$ 509,98

GRUPO 3

PISOAté 75 Trab. R$ 1.161,73 Acima de 75 Trab. R$ 1.416,01 TETO R$ 6.800,11 FIXO ACIMA DO TETO R$ 544,01

GRUPO 8

PISOAté 50 Trab. R$ 1.069,13 51 - 500 Trab. R$ 1.145,08 Acima de 500 Trab. R$ 1.263,10 TETO R$ 6.368,06 FIXO ACIMA DO TETO R$ 521,54

GRUPO 10

PISOATÉ 30 Trab. R$ 1.006,93

30 - 500 Trab. R$ 1.112,40 Acima de 500 Trab. R$ 1.275,34 TETO R$ 6.415,20 FIXO ACIMA DO TETO R$ 513,22

FUNDIÇÃO

PISOAté 350 Trab. R$ 1.148,32 Acima de 350 Trab. R$ 1.366,44 TETO - FIXO ACIMA DO TETO -

Subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba

Fogu

inho

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Metalúrgicos iniciam primeiragreve na Toyota de Sorocaba

Pág. 4 Edição 725 Outubro de 2013

PARALISAÇÃO

Os 600 metalúrgicos do segundo turno da Toyota decidiram, em assembleia realizada em frente à fábrica no final da tarde desta quarta- feira, dia 2, começar uma greve por tempo inde-terminado na unidade da montadora de veículos em Sorocaba.

Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, reajuste no adicional noturno e forneci-mento de vale-compra.

Na manhã desta quinta-feira, dia 3, o Sindi-cato dos Metalúrgicos irá realizar uma nova as-sembleia em frente à Toyota para pedir a adesão dos 900 trabalhadores do primeiro turno à greve.

A pauta com as reivindicações dos trabalha-dores foi protocolada junto à empresa em março deste ano e reforçada com uma nova pauta em setembro. As negociações, no entanto, não evo-luíram.

Esta é a primeira greve dos metalúrgicos na

montadora em Sorocaba, que foi inaugurada em agosto de 2012.

Em protestos realizados na quinta e na sexta- feira da semana passada, com os funcionários dos dois turnos, os trabalhadores aprovaram o prazo de até esta terça, dia 1º, para a Toyota atender às reivindicações. Como não houve acordo, os tra-balhadores decidiram iniciar a paralisação.

Proposta rejeitadaAntes de iniciar a greve nesta quarta, os tra-

balhadores da Toyota rejeitaram a única propos-ta apresentada pela empresa, sete meses após a entrega da pauta de reivindicações.

Em reunião com diretores do Sindicato, na tarde desta terça-feira, dia 1º, representantes da Toyota ofereceram proposta de reajuste do piso salarial de 8% retroativos a primeiro de setem-bro (6,07% de reposição da inflação nos últimos

12 meses e 1,82% de aumento real. Atualmente, o piso dos trabalhadores da Toyota é de R$1.560. Desses 8%, no entanto, 6,07% já estavam garan-tidos em acordo anterior, que tratou da campa-nha salarial da categoria.

Quanto aos demais tópicos da pauta – a cria-ção do vale-compra e o aumento do adicional noturno -, os representantes da empresa afirma-ram que esses itens só poderão ser atendidos a partir de abril de 2014. Mesmo assim, a empresa não apresentou valor do vale-compra.

Já o adicional noturno, que atualmente é de 20% (o mínimo previsto pela CLT), seria ele-vado para 25% em abril do ano que vem. “Vale lembrar que várias montadoras do estado, e também algumas sistemistas [fornecedoras] da Toyota já concedem adicional noturno de 25% ou 30%”, comentou o vice-presidente do Sindi-cato, João de Moraes Farani.

Antes de iniciar a greve, trabalhadores demonstraram à Toyota que estavam insatisfeitos ao realizar protestos nos dias 18, 26 e 27 de setembro; cada protesto parou a produção por até três horas e meia

Fogu

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Assembleia no final da tarde desta quarta-feira, dia 2, deu início à paralisação, que deverá ganhar a adesão do primeiro turno na manhã de quinta

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Começou dia 1º, terça-feira, a adesão de metalúrgicos sin-dicalizados que quei-ram participar de uma ação judicial que o Sindicato vai mover contra a Caixa Econô-mica Federal (CEF) para reaver perdas no FGTS dos trabalhado-res desde 1999.

A adesão ao processo vai até dia 31 de outubro e pode ser feita em qualquer uma das quatro sedes do Sindicato (Sorocaba, Iperó, Araçariguama e Pie-dade).

No caso da sede de Sorocaba, onde vai se con-centrar o maior volume de atendimento, a ade-são deve ser agendada pela internet, na página www.smetal.org.br/fgts. Também há um link dispo-nível na página principal do site, no campo Canais, no ítem “Processo FGTS”.

Nas sedes de Iperó, Araça e Piedade, basta com-parecer ao local com os documentos necessários. Os horários de funcionamento dessas sedes também es-tão disponíveis no site, nos mesmos campos descri-tos no parágrafo acima.

A ação é gratuita e exclusiva para sócios do Sin-dicato. Não serão cobrados honorários ou custas ju-diciais. A única taxa será de R$ 10, a ser paga na sede, na adesão ao processo, para cobrir gastos da entidade com uma estrutura especial para atender aos interessados.

Confira nesta página o passo a passo de como aderir ao processo coletivo do Sindicato.

As perdas no FGTS aconteceram devido à defasagem da Taxa Referencial (TR) em re-lação à inflação desde os anos 90. O reajus-te necessário na conta do FGTS, para repor as perdas, pode chegar a 88,30%, no caso de o trabalhador ter uma conta ativa no Fundo desde 1999.

Caso a conta seja posterior a 1999, as per-das são proporcionais ao período de atividade da conta até os dias atuais.

A previsão do Sindicato dos Metalúrgicos é ingressar com o processo na Justiça Federal em novembro, já com todos os nomes e docu-mentos dos sócios interessados.

Começa adesão de sócios emprocesso para reaver perdas no FGTS

Reposição necessáriapode chegar a 88,30%

Edição 725 Pág. 5Outubro de 2013

PARA SINDICALIZADOS

Onde eu peço o extrato do FGTS?

O extrato analítico, necessário ao processo, pode ser solicitado em qualquer agência da Caixa Econômica Federal (CEF). O extrato é gratuito, mas o pedido deve ser feito pelo próprio titular da conta no FGTS. A página do Sindicato na internet tem uma lista de endereços das agências da CEF na região.

Quem não é sócio pode aderir?

Não. O jurídico do Sindicato não abrirá processos do FGTS para quem não é metalúrgico sindicalizado, em nenhuma hipótese.

Quem ficar sócio agora, pode?

Sim. A Justiça orienta que o processo coletivo movido pelo Sindicato represente trabalhadores que são sócios da entidade no momento da entrada da ação na Justiça (prevista para novembro). Portanto, quem se sindicalizar agora pode aderir ao processo.

Por que na sede de Sorocaba é necessário agendar atendimento?

O agendamento na sede (pela internet ou por telefone) foi implantado para proporcionar mais qualidade e agilidade aos sócios. Pois a expectativa é de grande procura e o Sindicato quer reduzir ao máximo o tempo de espera por atendimento.

Dúvidas frequentesNos últimos dias, o SMetal recebeu diversas dúvidas de trabalhadores sobre o processo do FGTS. Confira abaixo as perguntas mais frequentes e as respectivas respostas.

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Pág. 6 Edição 725 Outubro de 2013

Depois de dois dias e meio em greve, os cinquenta trabalhadores da Permax, fabricante de perfis de alu-mínio instalada em São Roque, retor-naram ao trabalho ao conquistarem folgas alternadas aos finais de sema-na. A paralisação começou na manhã

de segunda-feira, dia 23, e terminou na tarde de quarta-feira, dia 25.

Conforme o acordo, aprovado em assembleia, os trabalhadores do terceiro turno passarão a ter folgas aos domingos alternados a partir de outubro. Já os funcionários do pri-

meiro e segundo turno vão ter fol-gas em sábados alternados a partir de janeiro de 2014.

Atualmente, os metalúrgicos do primeiro e segundo turno tra-balham todos os sábados; já os funcionários do terceiro turno tra-

balham aos domingos.Com a mobilização, os traba-

lhadores também conquistaram o benefício do café da manhã. A as-sembleia também aprovou acordo do pagamento do Programa de Par-ticipação nos Resultados (PPR).

Após greve, trabalhadores da Permax conquistam folgas aos finais de semana

Semana de saúde promovida pelo Sindicato começa dia 15

O texto-base da 9ª Sesis-pat, que justifica o tema es-colhido para este ano, está disponível na página do Sin-dicato dos Metalúrgicos na internet www.smetal.org.br

“Todos os interessados estão convidados a participar das atividades da Sesispat, independente de serem me-talúrgicos ou serem sindi-calizados. Cada participante

tem potencial para ser um multiplicador das informa-ções debatidas no evento. E esse é um meio muito eficaz de divulgar as orientações à população, nas fábricas e nos bairros”, afirma Ailton da Silva, o Madruga, coorde-nador da secretaria de Saúde do Sindicato.

Confira ao lado a progra-mação da 9ª Sesispat.

A 9ª Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Aci-dentes de Trabalho (Sesis-pat) deste ano será de 15 a 19 de outubro. A participação no evento, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos, é gratuita e aberta ao público em geral, sem necessidade de confirmação prévia.

O objetivo da Sesispat, desde 2004, é estimular o debate, na categoria meta-lúrgica e na sociedade, de temas relacionados à saúde, à qualidade de vida e à inte-gridade física dos trabalha-

dores, tanto nas empresas quanto na comunidade.

A programação do even-to inclui palestras, debates, orientações e serviços básicos de saúde no encerramento.

Este ano, o tema da Se-sispat é “Saúde não tem pre-ço, mas doença custa caro” e procura avaliar o impacto econômico das doenças e acidentes ocupacionais na vida do trabalhador e nas estruturas públicas de saúde e de previdência social vol-tadas para o atendimento às vítimas dessas ocorrências.

Texto na internet

Além de palestras e debates, no encerramento da Sesispat haverá serviços de saúde

Luca

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

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Três décadas de sindicalismo independente e participativo

METALÚRGICOS CUT / SOROCABA

Há 30 anos os trabalha-dores de Sorocaba e região passavam a conviver com uma nova forma de fazer sindicalismo. Liderada pela categoria metalúrgica, a CUT, recém-criada no ABC Paulista, chegava a Sorocaba pela filiação do Sindicato dos Metalúrgi-cos à nova central. A nova entidade propunha um sin-dicalismo mais amplo so-cialmente, mais combatívo e desatrelado dos patrões e

das políticas totalitárias que vigoravam na época desde o golpe militar de 1964.

As mudanças de rumo do sindicalismo da região começaram efetivamente em 24 de setembro de 1983, quando Wilson Fernando da Silva, o Bolinha, encabeça-dor da Chapa 3, elegeu-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

A vitória de Bolinha ti-rou a entidade das mãos

de uma diretoria aliada aos patrões e ao regime mili-tar que governava o Brasil havia quase 20 anos. “Os trabalhadores estavam in-satisfeitos com o sindica-lismo burocrático, assis-tencialista, chegado aos entendimentos de cúpula e distanciado dos problemas das classes, como empre-go [falta] e arrocho sala-rial”, registrou o jornal Cruzeiro do Sul da época em editorial.

Na primeira campanha salarial liderada pela nova diretoria cutista, seis meses após a posse, já era possível ver a mudança. Firme em suas posições e com protes-tos e paralisações, a nova diretoria demonstrava aos patrões, e aos próprios tra-balhadores, que o sindicato havia tomado outro rumo.

Os cutistas não aceita-

vam mais acordos de basti-dores sem a participação da categoria, revelando que a nova diretoria não era mais submissa às imposições do patronato, nem do governo.

Mesmo sob repressão policial houve paralisações em diversas fábricas e até mesmo um decreto do go-verno federal, que impedia reajustes acima da inflação,

fora atropelado, pois os metalúrgicos conquistaram reajustes acima da inflação em várias empresas. “É esse modelo de independência e de comprometimento com os trabalhadores, nascidos com a criação da CUT, que nos norteiam até hoje”, de-clara o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ademilson Terto da Silva.

Mudanças de postura são imediatas

Avanço vai além das questões trabalhistasMas as conquistas da

CUT e dos Metalúrgicos nestes 30 anos não ficaram apenas no chão de fábrica. Ainda na primeira metade dos anos 80 a Central lutou pela redução da jornada de trabalho, que foi alcança-da com a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando a jornada foi reduzida de 48 para 44 ho-ras semanais.

Em Sorocaba e região o

novo sindicalismo cutista também ajudou a fomen-tar outros movimentos so-ciais, sempre em busca de mais bem-estar social para a classe trabalhadora e toda a sua família.

“Foi essa visão ampliada das questões sociais que fez da CUT peça fundamental na transformação do País. Sem ela o Partido dos Tra-balhadores não teria elegi-do Lula e Dilma para presi-

dente do Brasil. E sem eles [Lula e Dilma] nosso País não teria passado por tama-nha transformação social, tecnológica e econômica como estamos vivendo nos últimos 10 anos”, analisa o vereador Izídio de Brito, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, seguidor dos princípios da CUT e ad-mirador dos ensinamentos, da garra e da ousadia do amigo do Bolinha.

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Metal

Com a CUT, os metalúrgicos passaram a participar efetivamente das decisões sindicais

Bolinha (esq.) e Lula na sede do Sindicato em Sorocaba em meados dos anos 80

Diretoria do SMetal eleita em 1983Wilson Fernando da SilvaPresidente

João Batista SilvaVice-Presidente

Antonio Alves SilvaSecretário Geral

Américo Ximenes Peres1º Secretário

Pedro Ferreira dos Santos Tesoureiro

Elizeu Pereira 1º Tesoureiro

José Carlos Pereira Diretor Patrimônio

Romeu Pires de BarrosIracemo de CamargoBenedito Fatimo dos SantosJoveniano Ferreira de BarrosGerson FurtadoCelso DelfinoAlmira Rodrigues GabrielEdson João MoraJosé Eduardo AssunçãoNelson PaccolaEzequiel Pinto FerreiraJair Pereira da SilvaJosé Carlos da CostaAlvacy Lopes FerreiraAdhemar do NascimentoLourival GarciaRodinei Germano Ghnó

Page 8: Folha Metalúrgica Nº 725

Jogadores do Âncora comemoram o título de campeão

Fotos

: Fog

uinho

Pág. 8 Edição 725 Outubro de 2013

Em uma final dispu-tadíssima, decidida nos pênaltis, a equipe Âncora venceu a Cavelocos e le-vou o título de campeã do 1º Torneio de Futebol So-ciety dos Metalúrgicos de Araçariguama. A partida decisiva foi realizada na manhã de domingo, dia 29, no Arena Sport Bar, no Centro de Araça.

No tempo regulamentar, Âncora e Cavelocos em-

pataram em 3 a 3. Porém, nas cobranças de pênaltis, a Âncora levou a melhor, vencendo por 3 a 2.

Antes, na disputa pelo terceiro lugar, a Unidos Metalvic venceu a Metal-vic por 8 a 3.

Além de ser a campeã, a Âncora foi a equipe me-nos vazada do torneio. Em quatro jogos, o golei-ro Gilmar Lopes sofreu 11 gols, média de 2,8 gols

sofridos por partida.A Cavelocos recebeu

troféu de artilharia da com-petição. Nos quatro jogos disputados, o jogador An-dré Guilherme Cordeiro dos Santos marcou 9 gols.

Na primeira edição do Torneio, a competição con-tou com a participação de oito equipes. O evento foi realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos e teve apoio da Livofus.

Âncora é campeã do 1º Torneio de Society dos Metalúrgicos em Araça

ESPORTE

Inscrições abertas para 9ª Taça PapagaioSegue até o dia 31 de outu-

bro o prazo para as inscrições das equipes interessadas em disputar a 9ª Taça Papagaio de Futebol de Salão do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. Os times devem ser for-mados exclusivamente por só-cios do Sindicato e dependentes. As fichas de inscrição podem ser retiradas na sede do Sindica-to em Sorocaba ou no Clube, de quarta a domingo, das 9h às 18h. Mais informações pelo telefone (15) 3225-3377 ou pelo e-mail [email protected]

Âncora (foto) venceu Cavelocos por 3 a 2 nos pênaltis, após empate em 3 a 3 no tempo regulamentar

Título da competição foi decidido nas cobranças de pênaltis

Equipe vice-campeã da competição, a Cavelocos ficou com a artilharia do torneio O artilheiro André Guilherme, da Cavelocos, marcou 9 gols em quatro jogos

O goleiro Gilmar Lopes, da Âncora, foi o menos vazado do torneio