Folha Metalúrgica n°726

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2ª EDIÇÃO DE OUTUBRO / 2013 Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 726 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320 Acordo garante reembolso aos trabalhadores Empresa melhora proposta e greve de 5 dias chega ao fim SCHAEFFLER FLEXTRONICS FUNDO DE GARANTIA Sócios podem aderir a processo coletivo para reaver perdas MÁQUINAS PARADAS Trabalhadores da Toyota completam 15 dias de greve, mas as negociações com a empresa foram retomadas e pode haver proposta de acordo nos próximos dias Semana de Saúde prossegue até sábado Confira a programação da Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho, promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. PÁGs.6 e 7 PÁG.3 PÁG.5 PÁG.3 PÁG.4

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2ª edição de outubro

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2ª EDIÇÃO DEOUTUBRO / 2013

Semanário do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região - nº 726 - Rua Júlio Hanser, 140. Lajeado - Sorocaba/SP - CEP: 18030-320

Acordo garante reembolso aostrabalhadores

Empresa melhora proposta e greve de 5 dias chega ao fim

SCHAEFFLER FLEXTRONICS FUNDO DE GARANTIA

Sócios podem aderir a processo coletivopara reaver perdas

MÁQUINAS PARADASTrabalhadores da Toyota completam 15 dias de greve,

mas as negociações com a empresa foram retomadas epode haver proposta de acordo nos próximos dias

Semana de Saúde prossegue até sábadoConfira a programação da Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentesde Trabalho, promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

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Folha MetalúrgicaDiretor responsável: Ademilson Terto da Silva (Presidente)Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de AndradeRedação e reportagem: Felipe Shikama Paulo Rogério L. de AndradeFotografia: José Gonçalves Fº (Foguinho)Diagramação e arte-final: Lucas Eduardo de Souza Delgado Cássio de Abreu Freire

Sede Sorocaba: Rua Júlio Hanser, 140. Tel. (15) 3334-5400

Sede Iperó: Rua Samuel Domingues, 47, Centro. Tel. (15) 3266-1888

Sede Regional Araçariguama: Rua Santa Cruz, 260, Centro. Tel (11) 4136-3840

Sede em Piedade: Rua José Rolim de Goés, 61, Vila Olinda. Tel. (15) 3344-2362

Site: www.smetal.org.brE-mail: [email protected]ão: Gráfica TaigaTiragem: 44 mil exemplares

Informativo semanal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

Quem não foi, perdeuQuem assistiu às

palestras de abertura da nossa 9ª Sesispat, na noi-te desta terça-feira (Leia na pág. 7), certamente não se arrependeu. Os expositores foram, sem exageros, brilhantes em seus argumentos e infor-mações. O volume e a qualidade dos fatos e da-dos apresentados nas pa-lestras esclarecem muito do que vem ocorrendo na disputa entre capi-tal e trabalho no Brasil e no mundo. Melhor: apontam caminhos para solucionar problemas enfrentados pelos tra-balhadores atualmente, não só na área de saúde e segurança ocupacio-nal, mas nas relações de trabalho em geral.

O juiz/desembarga-dor do Tribunal Regio-nal do Trabalho, João Batista Martins César, por exemplo, fez uma constatação que ajuda a explicar e justificar mui-tas das manifestações e greves de trabalhadores que vêm ocorrendo no Brasil, inclusive em So-rocaba. Ele lembrou que o país vive hoje uma si-tuação de pleno empre-go, com um desempre-go de apenas 6%, que é considerada uma taxa residual em qualquer país do mundo. Porém, a remuneração dos tra-balhadores ainda está longe de ser satisfatória de fato.

Até dez anos atrás, surrados por sucessivas crises econômicas, fe-chamento de empresas e demissões em massa, os trabalhadores, em sua maioria, viam-se obri-gados a sentir-se satis-feitos só pelo fato de ter um emprego. As prio-

Ao individualizar sua luta por melhorias, o trabalhador sujeita- se a condições precá-rias por muito tempo e, quando resolve se in-dignar, exige a solução de todos os problemas acumulados de uma só vez. Podemos afirmar que essa “explosão de indignação”, aliada à ansiedade da chamada nova classe média e ao imediatismo típico ju-venil, foram, também, em parte, responsáveis por bons e maus mo-mentos das manifesta-ções de junho.

Voltando à palestra do juiz, ele afirmou que a remuneração insatis-fatória – e a consequen-te busca do trabalhador por complementos, como as horas-extras e a exposição a con-dições precárias – es-tão entre os motivos de muitos acidentes e doenças ocupacionais atualmente.

Neste editorial, ca-bem apenas pequenos exemplos da riqueza dos debates da última terça-feira. As informa-ções e análises expostas do evento, mais do que municiarem o público com leis, fatos e argu-mentos, proporciona-ram a oportunidade de reflexão sobre temas de suma importância para a classe trabalhadora contemporânea.

Por fim, só temos a agradecer a generosi-dade e a dedicação dos palestrantes Roberto Ruiz, médico do Tra-balho; Guilherme Bassi de Melo, professor de Direito; e João Batista Martins César, desem-bargador do TRT.

ridades da luta sindical coletiva tinham que ser a manutenção de postos de trabalho, a preservação de direitos trabalhistas pré-existentes (que eram constantemente ameaça-dos por patrões e gover-nos) e a reposição da in-flação estratosférica nos salários.

Hoje essa realidade mudou. O Brasil evoluiu. A estabilidade econômi-ca gerou um novo perfil de trabalhadores, que, ainda bem, não se con-tenta mais com o básico. O trabalhador quer ser valorizado, quer ganhar mais, quer ter mais bene-fícios e direitos.

Essa mudança é óti-ma e necessária, mas tem um “porém”. Em grande parte, a busca atual pelo crescimento e valoriza-ção profissional é indivi-dualizada. O espírito de coletividade é deixado de lado e, na sua ausência, o individualismo cria con-dições para a continuida-de da exploração patro-nal. A prática da injustiça muda de métodos, mas não de intenções.

O espírito de coletividade é

deixado de lado e, na sua ausência, o individualismo cria

condições para a continuidade da exploração

patronal

A Chapa 1 da eleição do Sindica-to dos Metalúrgicos de Itu, denomi-nada Ampliação com Organização, Renovação e Luta da CUT e enca-beçada pelo atual presidente da enti-dade, Dorival Jesus do Nascimento, venceu com 96,53% dos votos váli-dos. A oposição disputada pela Cha-pa 2 concorreu à eleição em apenas uma fábrica e obteve quatro votos (0,15%).

O primeiro turno da eleição sin-dical do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu terminou na sexta-feira, dia 11. Segundo a Comissão Eleito-ral, participaram do primeiro turno 2.677 trabalhadores. O número de votos em branco somou 76 (2,84%) e nulos, 13 (0,49%).

“Os metalúrgicos de Itu estão de parabéns, pois reafirmaram nas urnas o reconhecimento da luta e do comprometimento desta chapa cutista em defesa da categoria me-talúrgica”, parabeniza Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindi-cato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

Estão abertas as inscrições para o vestibulinho na Etec Rubens de Faria

Chapa cutista vence eleição dos metalúrgicos de Itu

A eleição sindical deu início a um novo formato de representação no local de trabalho, que são os Co-mitês Sindicais de Empresa (CSEs), como já acontece no Sindicato de Sorocaba e Região desde 2002.

Os trabalhadores voltarão às ur-nas nos dias 27, 28 e 29 de novem-bro para eleger os dirigentes que fa-rão parte da Executiva do Sindicato. A base metalúrgica em Itu é formada por 17 mil trabalhadores.

Estão abertas, até às 15h do dia 24 de outubro, as inscrições para o vestibulinho da Etec Rubens de Fa-ria e Souza. A escola técnica oferece vários cursos gratuitos nas áreas de alimentos, eletrônica, enfermagem, química, mecânica e mecatrônica, além de Ensino Médio integrado aos cursos profissionalizantes.

A inscrição tem taxa de R$ 25 e deve ser feita pela internet no site www.vestibulinhoetec.com.br

No mesmo site, os interessados também podem conferir os cursos oferecidos por outras unidades das

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Dorival Jesus do Nascimento foi reeleito presidente

EDITAL

EXERCÍCIO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO À CONTRIBUIÇÃOASSISTENCIAL DA DATA BASE - 2013

O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICA E DE MATERIAL ELÉTRICO DE SOROCABA E REGIÃO, cuja base territorial abrange as cidades de SOROCABA, SÃO ROQUE, VOTORANTIM, PIEDADE, IPERÓ, PILAR DO SUL, SALTO DE PIRAPORA, ARAÇOIABA DA SERRA, ITAPETININGA, IBIÚNA, TAPIRAÍ, SARAPUÍ E ARAÇARIGUAMA, faz saber aos seus não associados que o presente virem ou dele tiverem conhecimento, que, para cumprimento do acordo realizado com a Procuradoria Regional do Trabalho, no Inquérito Civil nº 437/2008, o não associado que pretender exercer o seu direito de oposição ao pagamento da Contribuição Assistencial/Taxa Negocial, relativa à data base de 2013, terá que fazê-lo no período de 21 de outubro a 04 de novembro de 2013, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 20h00, na sede da entidade, na Rua Júlio Hanser, nº 140, Bairro Lageado, Sorocaba/SP.

Para isso, deverá fazê-lo pessoalmente, e, obrigatoriamente, através de carta escrita em 02 (duas) vias idênticas, uma para ser entregue ao Sindicato e a outra para ser protocolada junto ao seu empregador.

Sorocaba, 16 de outubro de 2013.

ADEMILSON TERTO DA SILVADiretor-Presidente

Etecs em Sorocaba e região. Em to-dos os casos, as inscrições se encer-ram dia 24. Saiba mais também no endereço www.smetal.org.br

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Após cinco dias de greve, os tra-balhadores da Flextronics conquis-taram, na última terça, dia 15, um Programa de Participação nos Re-sultados (PPR) com patamar melhor do que a empresa vinha pagando em anos anteriores. O benefício será de R$ 2.100, com primeira parcela de R$ 1.700, pagos no final deste mês. Os R$ 400 da segunda parcela, con-dicionados a metas, serão pagos em abril de 2014.

No ano passado, o PPR foi de R$ 1.800, sendo R$ 1.250 de primeira parcela. O agravante, em anteriores, eram as metas praticamente inatin-

gíveis. Em 2012, por exemplo, cada trabalhador recebeu cerca de R$ 14 na segunda parcela.

Para o Sindicato dos Metalúrgi-cos, o principal avanço do acordo foi a redução das metas. “Nos anos anteriores, além de exigir cinco me-tas dos trabalhadores, o pagamento do PPR dependia até do lucro ope-racional da empresa. Ainda que os trabalhadores atingissem as metas, a empresa alegava que o lucro tinha ficado abaixo do esperado”, explica o diretor do Sindicato, Alex Sandro Fogaça.

Pela proposta aprovada nesta ter-

ça, a segunda parcela do PPR depen-derá de três itens: perda de material, produtividade e absenteísmo.

Outro avanço foi em relação ao vale-compra, que antes podia ser cortado do funcionário caso ele fal-tasse ao trabalho. Com o novo acor-do, o vale-compra não está mais con-dicionado à assiduidade.

Pautas futurasAlex reconhece que o PPR na

Flex ainda não é o ideal. “Mas avan-çamos este ano e demonstramos organização ao deflagrar a greve e mantê-la cinco dias. A empresa tam-

bém sabe que o acordo foi aprova-do por pouco mais da metade dos funcionários. A insatisfação interna continua. Se a Flex ignorar as futu-ras reivindicações dos trabalhadores, podemos iniciar uma nova paralisa-ção”, afirma o dirigente.

A Flextronics tem cerca de 4.500 funcionários e fabrica produtos ele-trônicos para marcas importantes como Cielo, HP, IBM, Positivo, Lexmark, Acer, entre outras.

As assembleias que aprovaram o acordo e encerram a greve acon-teceram na entrada dos turnos desta terça, dia 15.

A greve dos trabalhadores da Toyota em Sorocaba completou 15 dias nesta quarta-feira, dia 16. Embora a fábrica continue quase totalmente parada, o Sindicato dos Metalúrgicos e a empresa retoma-ram as negociações e a expectativa é que uma nova proposta de acordo seja votada pelos funcionários nos próximos dias.

As reivindicações dos trabalha-dores são aumento do piso sala-rial, hoje em R$ 1.560; reajuste no adicional noturno, que é de 20%; e fornecimento de vale-compra. Após a paralisação, foram inclu-ídos na pauta o não desconto dos dias parados e a estabilidade no emprego.

Nas primeiras horas da manhã desta quarta, o Sindicato liderou um protesto na rotatória do Parque Tecnológico de Sorocaba, que fica próximo à Toyota e no trajeto das sistemistas (fornecedoras) da mon-

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TOYOTA

FLEXTRONICS

Trabalhadores da Flex aprovam proposta de PPR e encerram greve

Greve continua, masnegociações são retomadas

tadora de veículos. O objetivo era pedir a solidariedade dos funcioná-rios das sistemistas à paralisação.

O protesto durou uma hora e ocorreu sem incidentes. Como a intenção não era estender a greve a outras empresas, após a manifes-tação, os funcionários das sistemis-tas entraram normalmente para o trabalho.

ExpectativasAinda na manhã de quarta, Sin-

dicato e empresa retomaram as negociações interrompidas no dia anterior. A reunião avançou até o final da tarde e, novamente, serão retomadas nesta quinta-feira, 17. Na avaliação do Sindicato, a nego-ciação desta quarta foi produtiva, mas não se chegou a uma proposta de acordo.

“Pelo menos, sentimos mais in-teresse da empresa em resolver o impasse, além de mais dedicação

ao diálogo. Porém, ainda não existe nada definido”, afirmou o presiden-te do Sindicato, Ademilson Terto da Silva, no início da noite desta quarta-feira.

“Nas próximas horas, o Sindi-cato terá suas reuniões internas de diretoria e a Toyota fará as reuniões dela para avaliar o que foi discu-

tido até agora. Amanhã, teremos uma nova rodada de negociações”, informa Terto.

A expectativa do Sindicato é que, com a continuidade do diálo-go, uma nova proposta possa ser apresentada em assembleia aos tra-balhadores nos próximos dias. Até lá, a greve continua.

Fogu

inho

Fogu

inho

Na manhã desta quarta-feira Sindicato liderou protesto que reuniu trabalhadores da Toyota e das sistemistas

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Trabalhadores da Schaefflerrecuperam desconto indevido

Confira os novos pisosda categoria metalúrgica

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Após um aviso de greve ser aprovado pelos trabalhadores do grupo Schaeffler na segunda-feira, dia 7, a empresa voltou atrás e, nes-ta quarta-feira, dia 16, depositou o valor correspondente a impostos e contribuições descontados indevi-damente do abono pago aos funcio-nários em setembro.

O valor reembolsado, a título de “ajuda de custo”, assim como acon-teceu com os descontos no holerite do mês passado, varia conforme o salário-base de cada trabalhador.

O acordo que garantiu a devo-lução do desconto aos trabalhado-res foi aprovado em assembleias lideradas pelo Sindicato dos Me-talúrgicos nesta terça-feira, dia 15. “A unidade dos trabalhadores fez com que a empresa voltasse atrás e revisse sua posição”, afirma o

dirigente sindical Sidnei Morales Hernandes.

De acordo com o Sindicato, a forma como o abono foi pago, so-mado com o salário, causou uma sobretaxa de cerca de 20% no abo-no, a título de impostos e encargos. O valor do abono foi de R$ 1.580.

No aviso de greve, além da re-cuperação do dinheiro descontado, os trabalhadores exigiam respostas da Schaeffler a uma pauta de rei-vindicações.

A questão do desconto está re-solvida. Quanto aos demais itens da pauta, o Comitê Sindical de Em-presa (CSE) está negociando com a empresa a transformação da cesta básica em vale-compra, melhorias no plano de saúde e redução da jor-nada de trabalho de 42h para 40h semanais.

CONQUISTA

CAMPANHA SALARIAL

Em assembleia realizada no dia 7, trabalhadores demonstraram disposição para entrar em greve, caso empresa não fizesse o reembolso do valor descontado nos holerites

Na semana passada a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) assinou os acordos coletivos com as bancadas patronais dos grupos 2, 3, 8, Estamparia e Fundição, referentes à Campanha Salarial da categoria. A

campanha garantiu reajuste salarial de 8%, sendo 6,07% à título de reposição da inflação dos últimos 12 meses e 1,82% de aumento real para os metalúrgicos de todos os grupos patronais. O Grupo 10 também já aceitou pagar os 8% de reajuste. Mas o acordo ainda não está assinado. A íntegra das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs)

está disponível no site: www.smetal.org.br, no link “Convenções Coletivas”.

Veja abaixo como ficam os pisos e tetos salariais para a categoria metalúrgica.

Luca

s Delg

ado

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Até o dia 31 de outubro, os sócios do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região podem se cadas-trar na ação judicial movi-da pela entidade, contra a Caixa Econômica Federal (CEF), que pede a reposi-ção das perdas ocorridas no Fundo de Garantia por Tem-po de Serviço (FGTS) des-de 1999. O cadastramento deve ser feito pessoalmente pelo sócio do Sindicato nas sedes de Sorocaba, Iperó, Araçariguama e Piedade.

Para ser atendido na sede de Sorocaba, o metalúrgico interessado deve marcar

a data e horário pelo site www.smetal.org.br/fgts

Para realizar o agenda-mento é necessário digitar nome completo e número do CPF.

Nas demais sedes, bas-ta comparecer ao local nos horários normais de atendi-mento, com os documentos solicitados em mãos.

A ação é gratuita e exclu-siva para sócios do Sindica-to. Não haverá honorários advocatícios nem custas judiciais. A única taxa co-brada será de R$ 10, neces-sários para cobrir gastos da entidade com a estrutura es-

pecial para atender aos inte-ressados.

O cadastramento co-meçou dia 1º de outubro. Mais de 400 associados já haviam aderido à ação até o início desta semana. A ade-são só não foi maior, por en-quanto, porque até a última segunda-feira, dia 14, não era possível aos interessa-dos solicitar o extrato analí-tico do FGTS junto à Caixa Econômica, devido à greve nos bancos.

O extrato analítico, um dos documentos necessários para o processo, é fornecido gratuitamente pela CEF.

Está disponível no site do sindicato, na seção dedicada ao processo do FGTS, um formulário padrão para solicitar o ex-trato analítico do Fundo junto à CEF.

Não são todas as agências da CEF que exigem esse formulário. Porém, como não há padronização do atendimento no banco, o Sindicato orienta os sócios a le-varem o formulário preenchido, em duas vias, como precaução.

O formulário contém nome, CPF e PIS do trabalhador, relação das empresas

nas quais ele trabalhou no período de so-licitação do extrato (desde 1999), as da-tas de admissão e desligamento em cada uma delas, além do aval do presidente do Sindicato, Ademilson Terto, para a soli-citação do extrato.

O documento pode ser baixado no site do Sindicato (www.smetal.org.br). Imprima o formulário, preencha, assi-ne, tire uma cópia e leve-as com você quando for solicitar seu extrato analíti-co na CEF.

Formulário para solicitarextrato está disponível no site

Adesão dos sócios ao processo das perdas no FGTSvai até dia 31

• Extrato do FGTS do período das perdas, entre 1999 e 2012 (fornecido pela Caixa Econômica Federal);

• Documento com foto (RG ou carteira de habilitação)

• Cartão do PIS ou Cartão do Cidadão (para comprovação do número do PIS);

• Cartão ou carteirinha de sócio do Sindicato dos Metalúrgicos;

• Comprovante atual de residência (preferencialmente em nome do interessado no processo e referente ao mês de setembro de 2013).

Documentos necessáriospara o processo

O processo sobre o FGTS será movido pelo setor jurídico do Sindi-cato dos Metalúrgicos e terá caráter de ação ju-dicial coletiva em bene-fício dos associados da entidade. A previsão é ingressar com o processo na Justiça Federal em no-vembro, já com todos os

nomes e documentos dos interessados.

Mais informações sobre o processo cole-tivo movido pelo Sin-dicato no endereço: www.smetal.org.br/fgts; ou na página principal do site (www.smetal.org.br): no menu à direita clique no link “Processo FGTS”.

Sobre as perdas

Ação coletiva

As perdas no FGTS aconteceram devido à de-fasagem da Taxa Referen-cial (TR) em relação à in-flação desde os anos 90. A ação será movida contra a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela administração das contas do Fundo.

O reajuste necessário na conta do FGTS, para repor as perdas, pode che-

gar a 88,30%, no caso de o trabalhador ter uma con-ta ativa no Fundo desde 1999. Caso a conta seja mais recente, as perdas são proporcionais ao perí-odo de atividade da conta.

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Comunicar para incluir

De maneira geral, o poder público, as em-presas, as cidades e mesmo as famílias, estão preparadas hoje para incluir as pessoas com deficiência?

“A sociedade, de maneira geral, ainda não está preparada. Em muitos casos, o preconceito já vem da própria família da pessoa com deficiência. Então, se dentro da família já existe esse preconceito, ima-gina fora, na sociedade. Você vê que os municípios, tanto a parte de estrutura física como o tratamento no dia-a-dia, eles não estão aptos, não conseguem receber essas pessoas. Quando elas conseguem chegar, acabam enfrentando esse desafio de buscar o seu espaço. Existe, ainda, muita barreira e mui-to preconceito. Aos poucos, vão surgindo leis e os próprios deficientes começam a se organizar para buscar mais espaço na sociedade, mas é um proces-so que vai durar um longo período para que a gente construa uma sociedade mais inclusiva.

As leis específicas e políticas afirmativas que visam à inclusão das pessoas com deficiên-cia na sociedade e no mundo do trabalho são fundamentais neste processo?

Sim, elas são. No Brasil existem várias leis que favorecem as pessoas com deficiência. A le-gislação brasileira, nesse sentido, é avançada, mas muitas dessas leis não são cumpridas. Por exem-plo, existe o artigo 93 da lei 8.213, que obriga as empresas com mais de cem funcionários a contra-tarem entre 2% e 5% dos trabalhadores com defi-ciência. Este ano essa lei completa 22 anos, mas a gente ainda vê a batalha dos deficientes tendo de lutar para buscar o seu espaço, tendo que provar que é capaz. O ideal, com certeza, seria que de início não houvesse leis específicas, mas, se com leis já é complicado, imagina como seria sem elas. Esperamos que, daqui a alguns anos, os empre-sários percebam que esses profissionais também estão aptos a desenvolver o trabalho, afinal isso é benéfico tanto para a empresa quanto para o traba-lhador com algum tipo de deficiência.

Quais são as maiores dificuldades que a pes-soa com deficiência enfrenta para ingressar no mercado de trabalho?

Além de todas as questões relacionadas à pró-pria acessibilidade, o primeiro impasse, como com qualquer outro trabalhador, se refere à quali-ficação. Em muitos casos, quando a qualificação da pessoa é baixa, não é porque ela não quer ou não gosta de ir à escola. É porque muitas vezes no bairro onde ele mora a escola não é acessível. Às vezes não tem equipamento específico para a deficiência dele. Depois, tem a questão social da família, do transporte. E fora isso, às vezes den-tro da própria escola, nem sempre os profissionais estão qualificados em atender as pessoas com de-ficiência. Então, são várias as barreiras externas.

Também existe preconceito por parte do empregador, em contratar pessoas com defici-ência?

Com certeza. Às vezes também pela falta de informação, mas, de maneira geral, eles querem o mais próximo da não deficiência. Porque se você ti-ver uma qualificação até melhor que a minha, mas se você anda de cadeira de rodas e eu ando de mu-letas, eles vão me contratar, pois, na cabeça deles, eles vão ter menos gastos comigo do que com você.

O IBGE estima que aproximadamente 24% da população brasileira têm algum tipo de de-ficiência. Existe um censo que aponte o núme-ro de pessoas com deficiências aptas ao merca-do de trabalho?

Nos últimos anos, principalmente no estado de São Paulo, as cidades que têm políticas públicas para a inclusão das pessoas com deficiência têm realizado esse levantamento. Sorocaba já deveria ter feito, já que até cidades menores da região já fizeram, mas infelizmente até agora não fez. Então, como o poder público vai planejar políticas públi-cas se ele não tem o mapeamento dessa população?

A sua palestra na Sesispat, na sexta-feira, dia 18, no Sindicato, terá como tema “Pesso-as com deficiência na mídia: Uma abordagem humanizada”. Em sua opinião, quando o as-sunto é pessoas com deficiência, de que forma a mídia tem tratado?

Até cinco anos atrás, a gente mal ouvia fa-lar sobre pessoas com deficiência na mídia. E quando surgia alguma coisa, na TV, rádio e jor-nal, eram assuntos que acabavam reforçando o preconceito. Agora, começa a surgir meios mais específicos para pessoas com deficiência e a difusão de informações que, até então, eram completamente desconhecidas. Hoje já se fala sobre esporte adaptado, educação inclusiva en-tre outros assuntos que ajudam a potencializar a inclusão de forma positiva. Mas essa mudança de postura da mídia é bastante recente.

Você tem um amplo trabalho voltado à in-clusão de pessoas com deficiência como o jor-nal Inclusão, o Rádiojornal Inclusão (transmi-tido de segunda a sexta, das 6h50 às 7h pela rádio Cruzeiro FM, 92.3Mhz) e o site Portal Inclusão (www.portalinclusao.com). Fale um pouco desse trabalho de apostar na comuni-cação para, de certa forma, ajudar a tornar a sociedade mais inclusiva.

No início de 2010, lançamos o jornal, cujo objetivo é facilitar e difundir informações às pessoas com deficiência e mobilidade reduzi-da. Em maio deste ano, em uma parceria com a Uniso e a rádio Cruzeiro FM, iniciamos o rá-diojornal, que nos ajudou a ampliar ainda mais esse trabalho. Em seguida, lançamos o portal que, além de reunir todos os trabalhos que nós realizamos, nos permite oferecer informações ainda mais atualizadas e guia de serviços para pessoas com deficiência. O nosso próximo de-safio, mas que depende de muitas parcerias, é criação de um programa na televisão que será a TV Inclusão.

Criadora de um jornal impresso e de um programa de rádio, ambos dedicados às pessoas com deficiência, a fisioterapeuta Dariene Rodrigues aposta na comunicação como ferramenta de transformação de uma sociedade mais inclusiva.

Também diretora da ONG Associação Desportiva dos Deficientes de Sorocaba, Dariene é uma das palestrantes da 9ª Sesispat na manhã desta sexta-feira, dia 18 (veja programação na página 7).

Em entrevista à Folha Metalúrgica, ela fala sobre os avanços e os desafios no processo de inclusão dos mais de 45,6 milhões de brasileiros com deficiência.

Sobre o mercado de trabalho, a profissional e militante destaca que a lei que garante cota para trabalhadores com deficiência já completou 22 anos, mas, por resistência e preconceito dos empresários, ainda não é cumprida.

Luca

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Para especialista, falta de informação agrava exclusão de pessoas com deficiência e faz com que sociedade e empresários mantenham preconceitos

SEMANA DE SAÚDE E PREVENÇÃO

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“No dia em que o mau empregador for preso, os acidentes vão diminuir”

Com objetivo de disciplinar o aten-dimento médico em casos de acidente de trabalho ocorridos em empresas de Sorocaba, o vereador Izídio de Brito (PT) apresentou um projeto de lei que começou a tramitar na Câmara Muni-

cipal nesta terça-feira, dia 15. Se o projeto for aprovado, todas as

empresas da cidade ficarão obrigadas a solicitar o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em caráter de urgência sem-

pre que ocorrer acidentes de trabalho em suas dependências.

Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e atual di-retor da entidade, Izídio destaca que já ouviu inúmeros relatos sobre aciden-

tes, cujas sequelas foram agravadas por causa da omissão de socorro por parte da empresa. “Assim o acidente de trabalho não é configurado e o em-pregador se exime das responsabilida-des e suas consequências”, explica.

Desembargador e médico

Três mil mortes por ano

Projeto quer disciplinar atendimento médico em casos de acidente

Fotos

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Além de Melo, a abertura da Se-sispat contou com outros dois pa-lestrantes bastante conceituados em suas áreas de atuação: João Batista Martins César, desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas); e Roberto Ruiz, Médico do Trabalho e consul-tor em saúde do trabalhador.

Ruiz, que foi médico do traba-lho do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, expôs diversos núme-

ros, estatísticas e também exemplos de como as empresas agem para se esquivar de responsabilidade sobre acidentes e doenças ocupacionais. Ele afirmou, por exemplo, que ape-nas 4% dos acidentes e doenças que acontecem no Brasil são notificados oficialmente. “Na maioria dos ca-sos, o patrão não abre a CAT (Co-municação de Acidente de Traba-lho), causando a subnotificação de ocorrências no país”, afirmou.

O desembargador João Batista afirmou que, apesar da subnotifi-cação, o Brasil registra quase 3 mil mortes por acidente de trabalho por ano. Ele disse que o Brasil vive hoje uma situação de quase pleno empre-go, com uma taxa de desemprego de apenas 6%. “Mas a remuneração ainda não é a ideal. Então, as pessoas se sujeitam a condições precárias de trabalho”, afirmou.

João Batista, que foi procurador do Ministério Público do Trabalho em Sorocaba, criticou aqueles que defendem uma reforma da Constitui-ção. “Temos uma ótima Constitui-ção. Não virá nada melhor. Ela tem é

que ser aplicada integralmente”.O desembargador também fez

um apelo ao público, especialmente aos sindicalistas presentes: “Criem um espírito coletivo para combater a ideia de reforma da Constituição. O Congresso [que votaria uma eventu-al reforma] nunca foi tão capitalista. Que tipo de reforma viria?”.

O juiz do TRT também citou vá-rios artigos e leis de proteção ao tra-balhador e defendeu que as perícias e laudos fraudulentos, que negam direitos legítimos ao acidentado, de-vem ser denunciados à corregedoria ou à Câmara de Coordenação do Mi-nistério Público.

A afirmação é do especialista em Direito Penal, Guilherme Bassi de Melo, na noite de abertura da 9ª Sesispat

Confira a programação dos próximos dias

Na abertura da 9ª Semana Sin-dical de Saúde e Prevenção a Aci-dentes de Trabalho (Sesispat), na noite de terça-feira, dia 15, um dos palestrantes do evento, o advogado Guilherme Bassi de Melo, defendeu que os acidentes e doenças do tra-balho devem ser investigados crimi-nalmente. “Causar morte ou mutila-ção de um trabalhador não é menos importante do que outros crimes que podem acontecer dentro das empre-sas e que dão causa ao Direito Penal, como agressões ou roubos”, afirmou o professor de Direito e especialista em Interesses Difusos e Coletivos pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo.

A Sesispat é realizada anualmen-te pelo Sindicato dos Metalúrgicos

de Sorocaba e Região e a maioria das atividades acontece na sede da entidade (veja programação nesta página).

Melo explicou que o empregador é, por Lei, responsável pela integri-dade física do funcionário durante o trabalho e também no trajeto. “As multas da legislação trabalhista têm impacto sobre a empresa, mas o em-presário faz contas. Às vezes fica mais barato pagar multas e arrastar processos do que investir em pre-venção”, afirma.

“Porém, se o mau empregador fosse preso, não haveria custo con-tábil que compensasse a perda de liberdade do patrão que não tomou providências para evitar o acidente de trabalho”, disse o palestrante. Guilherme Bassi: causar morte ou mutilação de um trabalhador não é menos grave do que outros crimes

“Na maioria dos casos,o patrão não abre a CAT”

“Temos uma ótima Constituição. Não virá nada melhor”

João BatistaRoberto Ruiz

Edição 726 Pág. 7Outubro de 2013

Page 8: Folha Metalúrgica n°726

Pág. 8 Edição 726 Outubro de 2013

Centenas de famílias de metalúrgicos, sócios do Sindicato, participaram no sába-do, dia 12, da festa de Dia das Crianças, realizada no clube de campo da categoria, no Éden.

Durante todo o dia, as crianças se diver-tiram com atividades como cama-elástica, pula-pula e brinquedos infláveis.

Além de modelagem de balões e pintura facial, a festa para os filhos dos metalúrgi-

cos também contou com distribuição gra-tuita de doces, pipoca e sorvete.

À tarde, o público também curtiu apre-sentações de contação de história e música ao vivo.

Festa da criançada!CLUBE DE CAMPO

Veja galeria completa em: www.smetal.org.br

Fotos

: Luc

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