Fong Chi Keong faz apologia de alguma violência doméstica2015/01/14  · 12 Luta sem tréguas...

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4676 • Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 10 PATACAS PUB Pág. 11 Jornalista da Tribuna ajudou à vitória de CR7 Cristiano Ronaldo recolheu 37,66% dos votos na conquista da Bola de Ouro. Pedro Andr Santos foi o representante dos media da RAEM e contribuiu para a vitória do internacional português. Pág. 15 FOTO JTM França planeia medidas excepcionais contra o terrorismo O Primeiro-ministro francês disse ontem que o seu governo preten- de adoptar medidas “excepcio- nais” na luta contra o terrorismo, mas nenhuma que questione o Estado de Direito. “Uma situação excepcional deve ser seguida de medidas excepcionais, mas digo com a mesma força que não serão medidas de excepção, que trans- gridam o princípio do direito e dos valores”, afirmou Manuel Valls, na Assembleia Nacional, numa sessão de homenagem às 17 vítimas dos atentados jihadis- tas da semana passada. Adian- tando que pediu aos ministros de Interior, Justiça e Defesa para que entreguem as respectivas propos- tas no prazo de oito dias, Valls de- fendeu uma actuação com deter- minação e sangue frio, mas sem precipitação. O Primeiro-Ministro anunciou ainda a criação “at ao final do ano” de zonas específicas nas prisões do país para isolar os jihadistas detidos. Aproveitou tambm para deixar uma garan- tia: “a França não está em guerra contra o Islão e os muçulmanos”, mas sim contra “o terrorismo, o jihadismo e o radicalismo”. Na Assembleia Legislativa o deputado Fong Chi Keong não se limitou a condenar a proposta que visa proteger as vítimas de violência domstica, chegando mesmo a con- siderar as agressões como aceitáveis e necessárias numa relação. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura não deixou passar em branco a intervenção do deputado, frisando que a postura do Governo de “tolerância zero” perante o fenómeno. Fong Chi Keong faz apologia de alguma violência doméstica Denunciada exploração laboral em restaurante Cerca de 30 trabalhadores de um restaurante do hotel Lisboa apresentaram queixa por explo- ração laboral na DSAL, mas o caso pode envolver uma cente- na de funcionários. Pág. 2 Migrantes enfrentam condições “indecentes” Muitos trabalhadores mi- grantes vivem em Macau em condições “indecentes”, aler- tam acadmicos e grupos de defesa dos direitos dos não residentes. Hoje celebra-se o Dia Mundial do Migrante e Refugiado. Pág. 9 Papa altera agenda por má disposição No primeiro dia da visita ao Sri Lanka, o Papa cancelou alguns pontos da agenda prevista por ter revelado sinais de exaustão após um desfile no centro da capital do país. Pág. 12 Luta sem tréguas à criminalidade Pág. 3 Pág. 5 “Cats” estão de regresso FOTO JUHO SIM GARANTIA DADA POR WONG SIO CHAK

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4676 • Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 10 PATACAS

PUB

Pág. 11

Jornalista da Tribuna ajudou à vitória de CR7Cristiano Ronaldo recolheu 37,66% dos votos na conquista da Bola de Ouro. Pedro Andre Santos foi o representante dos media da RAEM e contribuiu para a vitória do internacional português. Pág. 15

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JTMFrança planeia

medidas excepcionaiscontra o terrorismoO Primeiro-ministro francês disse ontem que o seu governo preten-de adoptar medidas “excepcio-nais” na luta contra o terrorismo, mas nenhuma que questione o Estado de Direito. “Uma situação excepcional deve ser seguida de medidas excepcionais, mas digo com a mesma força que não serão medidas de excepção, que trans-gridam o princípio do direito e dos valores”, afirmou Manuel Valls, na Assembleia Nacional, numa sessão de homenagem às 17 vítimas dos atentados jihadis-tas da semana passada. Adian-tando que pediu aos ministros de Interior, Justiça e Defesa para que entreguem as respectivas propos-tas no prazo de oito dias, Valls de-fendeu uma actuação com deter-minação e sangue frio, mas sem precipitação. O Primeiro-Ministro anunciou ainda a criação “ate ao final do ano” de zonas específicas nas prisões do país para isolar os jihadistas detidos. Aproveitou tambem para deixar uma garan-tia: “a França não está em guerra contra o Islão e os muçulmanos”, mas sim contra “o terrorismo, o jihadismo e o radicalismo”.

Na Assembleia Legislativa o deputado Fong Chi Keong não se limitou a condenar a proposta que visa proteger as vítimas de violência domestica, chegando mesmo a con-siderar as agressões como aceitáveis e necessárias numa

relação. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura não deixou passar em branco a intervenção do deputado, frisando que a postura do Governo e de “tolerância zero” perante o fenómeno.

Fong Chi Keong faz apologiade alguma violência doméstica

Denunciada exploraçãolaboral em restauranteCerca de 30 trabalhadores de um restaurante do hotel Lisboa apresentaram queixa por explo-ração laboral na DSAL, mas o caso pode envolver uma cente-na de funcionários. Pág. 2

Migrantes enfrentam condições “indecentes”Muitos trabalhadores mi-grantes vivem em Macau em condições “indecentes”, aler-tam academicos e grupos de defesa dos direitos dos não residentes. Hoje celebra-se o Dia Mundial do Migrante e Refugiado. Pág. 9

Papa altera agendapor má disposiçãoNo primeiro dia da visita ao Sri Lanka, o Papa cancelou alguns pontos da agenda prevista por ter revelado sinais de exaustão após um desfile no centro da capital do país. Pág. 12

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02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

CASO ENVOLVE UMA CENTENA DE TRABALHADORES

Funcionários do “Palácio Lisboa”denunciam exploração laboralCerca de 30 trabalhadores de um restaurante do Hotel Lisboa apresentaram uma queixa por exploração laboral na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. O grupo de funcionários alega não receber horas extraordinárias nem os subsídios do trabalho nocturno. O deputado Pereira Coutinho diz que há uma centena de trabalhadores nesta situação, prevendo que mais queixas possam ser apresentadas nos próximos dias

Um dia após a detenção do di-rector executivo e de outros gestores do Hotel Lisboa, a

unidade hoteleira continua a ser notí-cia. Três dezenas de trabalhadores do restaurante Palácio Lisboa, situado no res-do-chão do hotel, apresentaram ontem uma queixa na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), acusando a entidade patro-nal de exploração laboral.

O deputado Jose Pereira Coutinho apoiou a iniciativa dos funcionários, cuja situação dizem arrastar-se “há vários anos”. Falta de pagamento de horas extraordinárias e de subsídios do trabalho nocturno são algumas das queixas feitas pelos funcionários.

Pereira Coutinho garante que há cerca de uma centena de trabalhado-res nesta situação e que mais queixas devem ser apresentadas na DSAL em breve. A maioria dos funcionários têm idades compreendidas entre os 60 e 70 anos e decidiram agora tornar a situa-ção pública por “já não terem medo de ser objectivo de retaliação e despe-dimento”, explicou o deputado. “Esta situação já se arrasta há 12 anos, mas no passado estes funcionários tinham medo de ser objecto de retaliação e

despedimento. [Os dirigentes do res-taurante] Fizeram a vida negra a estas pessoas para que estas saíssem por si próprias e assim evitarem pagar as compensações nos termos da lei labo-ral”, disse Pereira Coutinho ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU.

Uma funcionária com 17 anos de casa garantiu ao “Ou Mun Tin Toi” que trabalhava ate nove horas por dia com apenas meia hora para almoço, queixando-se de ter de assegurar “ho-ras extra” de forma “encapotada” e sem ser recompensada.

Numa resposta ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) confirmou que recebeu uma queixa de um grupo de trabalhadores da restauração, que envolve o não pa-gamento de horas extras e dos subsí-dios de trabalho nocturno.

A DSAL revelou já ter contactado o proprietário do restaurante e que a investigação do caso já foi iniciada. Jose Pereira Coutinho diz que esperar os processos de infracção possam ser enviados em breve para o MP para efeitos de acusação.

O deputado referiu que este tipo de queixas são cada vez mais frequen-tes, sendo que no ano passado recebeu mais de uma centena de participações relacionadas com trabalho extraordi-

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GCS

nário e envolvendo funcionários do Governo, casinos e instituições bancá-rias.

O JORNAL TRIBUNA DE MACAU

contactou a porta-voz do Hotel Lis-boa, mas ate ao fecho desta edição não foi possível obter uma reacção.

*Com Fátima Almeida

Liane Ferreira e Viviana Chan*

Deputado Pereira Coutinho apoiou iniciativa dos trabalhadores

Sónia Chan exige “máximo empenho” no IACMOs trabalhadores do IACM devem cumprir “rigorosamente” o conceito de “servir melhor os cidadãos”, frisou a Secretária para a Administração e Justiça durante uma visita a vários serviços daquele organismo

O rápido desenvolvimen-to social conduziu a um aumento das expecta-

tivas dos cidadãos em relação à acção governativa, disse Só-nia Chan, ao recordar que as funções do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) são “indissociáveis da vida quotidiana da população”, por abrangerem áreas relevan-tes como a arborização, segu-rança alimentar ou inspecção sanitária, entre outras. Nesse contexto, a Secretária para a Ad-ministração e Justiça sublinhou que os funcionários do IACM devem “empenhar-se ao máxi-mo, cumprindo rigorosamente o conceito de servir melhor os

cidadãos e o espírito de se reger por uma governação científica”, por forma a acompanhar o ritmo do desenvolvimento social.

De acordo com uma nota

oficial, Sónia Chan, que falava durante um encontro com os membros do Conselho de Ad-ministração do IACM e chefes dos serviços, exortou ainda os

funcionários do organismo a “continuar a melhorar e a opti-mizar, com todo o coração e co-ragem, a eficiência e qualidade dos serviços” que prestam, bem como a assumirem as “inerentes responsabilidades”. Na execu-ção das suas missões, devem ter tambem “sempre presente a no-ção de que o fim último é prestar serviços de melhor qualidade aos cidadãos”, acrescentou.

Durante o encontro com a Secretária, chefes de diversos serviços do IACM usaram da palavra, para fazer um ponto de situação dos respectivos traba-lhos, apontando “dificuldades e desafios sentidos na execução das suas tarefas” e apresentando

sugestões, no âmbito do gover-no electrónico e da optimização de procedimentos administrati-vos, entre outras materias.

A titular da pasta para a Ad-ministração e Justiça prometeu manter “uma boa comunica-ção e um intercâmbio contínuo com o pessoal do Instituto”, na convicção de que tal permitirá “melhorar, num esforço conjun-to, o trabalho de governação da RAEM”.

Alem do edifício do IACM, a Secretária deslocou-se ainda aos Serviços de Zonas Verdes e Jardins, Centro de Segurança Alimentar, Laboratório, Gabine-te do Cidadão e Serviços de Am-biente e Licenciamento.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 03

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GCS

O Secretário para a Segurança garantiu ontem que ninguém está acima da Lei e as recentes operações contra a criminalidade são para continuar, não sendo “sol de pouca dura” apenas porque tomou posse

Liane Ferreira

O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, aproveitou um encontro com os comandantes

dos Bombeiros para assegurar que as in-tensas acções de combate à criminalida-de realizadas nas últimas semanas não representam uma “onda isolada” e serão mantidas a longo prazo, não se limitando apenas a um período de pós- tomada de posse.

“O que estou a fazer e continuar a política e o trabalho de Cheong Kuoc Vá. Não tenho outro estilo de trabalho, ape-nas quero fazê-lo bem”, disse o novo Se-cretário para a Segurança, enaltecendo os resultados positivos do trabalho desen-volvido pelo seu antecessor.

Confrontado pelos jornalistas sobre o caso de controlo de prostituição que le-vou no domingo à detenção de mais de 100 pessoas, incluindo Alan Ho, sobrinho de Stanley Ho e director executivo do Hotel Lisboa, Wong Sio Chak começou por sublinhar que “todos são iguais pe-rante a Justiça”. Revelando que conheceu o caso quando ainda ocupava o cargo de director da Polícia Judiciária, o Secretário salientou que as detenções apenas acon-teceram agora porque esta era a altura certa em termos do processo de investi-gações.

O Secretário recordou que, nestes ca-sos, a polícia deve manter secretismo em torno dos trabalhos em curso e e neces-sário recolher provas, levando a que a investigação necessite de algum tempo. Neste caso as investigações já decorriam

há cerca de um ano, precisou o mesmo responsável.

Wong Sio Chak escusou-se ainda a adiantar pormenores sobre outros possí-veis casos de exploração de prostituição noutras unidades hoteleiras do território. “Não vou revelar os trabalhos de investi-gação”, disse.

Ainda assim, anunciou o reforço da comunicação com os “responsáveis de alto nível” dos hoteis e casinos para com-bater o crime, sendo que vão ser destaca-dos mais agentes para esses locais, du-rante 24 horas. Sublinhou ainda que as operadoras de jogo e hoteis devem ajudar e cooperar com as autoridades para resol-ver estas situações.

Destacando a importância do sector do jogo em Macau, o governante asseve-rou que a polícia vai garantir o desenvol-vimento saudável e estável desta indús-tria. No entanto, tal será feito de acordo com a Lei de Macau e não pelo facto do Governo Central chinês ter lançado uma vasta campanha anti-corrupção, ressal-vou Wong Sio Chak.

Relativamente ao caso da detenção de um agente da Polícia de Segurança Pú-blica por suspeitas de violação, coacção sexual e abuso de menores, o Secretário considerou que se trata de um caso isola-do, mas admitiu a existência de falhas no sistema de recrutamento policial.

“Ele [o suspeito] entrou na carreira em

2014 e já tinha cometido crimes. Por isso, quando recrutamos um agente precisa-mos de reforçar os criterios, por exemplo em termos de conduta do candidato e nas análises psicológicas”, salientou, acres-centando que “qualquer mecanismo tem falhas, por isso e que se tem de continuar a melhorar”.

Nesse sentido, indicou que já discutiu o caso com os responsáveis da PSP com vista a reforçar os trabalhos de disciplina e etica e a estarem mais atentos à vertente psicológica do processo de recrutamento.

Questionado sobre o caso de Emily Lau, presidente e deputada do Partido Democrático de Hong Kong a quem foi recusada a entrada na RAEM no dia 2 de Janeiro, Wong Sio Chak disse que não conhece esse processo em específico, mas garantiu que as autoridades locais não têm uma “lista negra” com indivíduos proibidos de entrar no território. Porem, recordou que “qualquer região ou país tem a sua política fronteiriça e a responsa-bilidade de proibir a entrada de alguem”.

Em termos de segurança pública, o Secretário declarou que o seu gabinete vai focar-se no combate à criminalidade organizada, drogas, fraude e terrorismo, tendo-se já encontrado com os chefes de diferentes unidades para recolher opi-niões.

O Secretário apresentou ainda uma filosofia de policiamento baseada em três conceitos: “policiamento activo; resposta e compreensão dos pedidos da popula-ção; e policiamento comunitário, utili-zando as questões e força da comunida-de para orientar e ajudar nos trabalhos da polícia”.

Reforço na gestão e controlo de multidõesDe visita ao Corpo de Bombeiros, Wong Sio Chak deixou algumas indicações, nomeadamente no sentido de aperfeiçoar aspectos ligados ao controlo de multidões. Já a olhar para o futuro, o Corpo de Bombeiros foi autorizado a recrutar perto de 500 membros

Depois do Estabelecimento Prisional e da Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, Wong Sio Chak terminou ontem de manhã a sua

ronda de visitas no Corpo de Bombeiros, onde deixou palavras de elogio e instruções para o futuro.

“Reconheço o trabalho dos Bombeiros ao longo dos 15 anos da RAEM, mas ainda há espaço para melhorias, nomeadamente no controlo dos movimentos de pes-soas”, afirmou o Secretário. “Recentemente, houve mui-tos desastres no Interior da China e precisamos de tomar atenção a este assunto e tomá-lo como exemplo”, disse, numa referência clara ao incidente em Xangai na noite de passagem de ano.

“Tambem precisam de reforçar os trabalhos de ges-tão, para responder às necessidades de desenvolvimen-to”, considerou, destacando que uma boa gestão de equipa é um pré-requisito para uma aplicação eficaz da lei. Para alem disso, não deixou de apontar que os exem-plos devem partir “de cima”, das chefias, no sentido de reunir o apoio de toda a população e fazer um bom tra-balho.

Wong Sio Chak salientou que o Corpo de Bombeiros tem feito um trabalho muito profissional e importante “para proteger a vida e recursos dos cidadãos”, acres-centando que o seu gabinete vai dar apoio aos “soldados da paz” para ajudar a resolver problemas e atender às necessidades.

Outra área abordada foi a comunicação com a comu-nidade, tendo o Secretário defendido a necessidade de se reforçar este aspecto, mas tambem de efectivamente levar em conta as opiniões da população. Ao mesmo tempo, tambem indicou que deve ser reforçada a trans-parência dos trabalhos, aspecto que estendeu a todas as Forças de Segurança.

O Corpo de Bombeiros conta actualmente com 1.096 elementos, porem, já foi autorizado um recrutamento adicional que deverá elevar o total dos efectivos para 1.589. Tal aumento vai ao encontro dos futuros planos para construção de um posto operacional tanto nos novos aterros da Zona A, como na ponte Hong Kong--Macau-Zhuhai.

O organismo espera ainda o aval do Secretário para a Segurança para a renovação da estrutura orgânica da instituição, para dar resposta às necessidades de traba-lho e desenvolvimento futuro. Assim, novos departa-mentos como o de estrategia poderão ser incluídos na sua estrutura.

Wong Sio Chak fez uma revista à formatura dos sol-dados da paz e inspeccionou viaturas e equipamentos, por exemplo de combate a incêndio e desencarceramen-to. Assistiu ainda a uma simulação, que incluiu o sal-vamento de uma pessoa, presa num terceiro andar em chamas.

A visita terminou com uma apresentação da situação actual do Corpo de Bombeiros. De acordo com os dados apresentados, em 2005 foram registados 1.088 casos de incêndio, número que subiu para 1.186 em 2014. Quanto às entradas no Museu dos Bombeiros, a tendência tem sido de queda com 36.925 pessoas a visitarem o antigo quartel em 2014.

L.F.

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JTM

WONG SIO CHAK DIZ QUE TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI

“Mar bravo” contra o crime vai continuar

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201504 JTM | LOCAL

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ARQ

UIVOA Assembleia Legislativa aprovou ontem, na generalidade, um documento

que prevê o aumento do número dos funcionários do quadro. Porém, alguns deputados pedem que o Hemiciclo aproveite esta oportunidade para dar um salto qualitativo sobretudo ao nível da sua capacidade de legislar. O vice-presidente falou, contudo, em limitações: os assessores nem recebem horas extras

VICE-PRESIDENTE DO HEMICICLO FALA EM LIMITAÇÕES

Deputados querem “salto qualitativo” na AL

Fátima Almeida

Os deputados aprova-ram, por unanimida-de, o projecto de lei

de alteração à Lei Orgânica da Assembleia Legislativa (AL), contestando, contudo, o fac-to do grupo responsável pela elaboração do diploma não ter consultado a generalidade do Hemiciclo. O documento prevê aumentar o número de funcionários do quadro de 51 para 84 e perspectiva uma me-lhor gestão da estrutura admi-nistrativa.

Alguns deputados apro-veitaram a oportunidade de revisão desta lei para exigir que a Assembleia Legislati-va dê “um salto qualitativo”. Neste sentido, Leonel Alves propôs que seja elevada a ca-pacidade legislativa deste ór-gão da RAEM.

“Sugiro a criação de uma estrutura interna de serviços integrada por especialistas de Direito”, referiu o deputa-do e advogado. “O trabalho e cada vez mais exigente e daí que não e de todo desprovido aproveitar esta iniciativa le-gislativa para dar o salto qua-litativo que podemos dar para que a Assembleia Legislativa possa desempenhar mais ca-balmente a sua capacidade de legislar”, disse Leonel Alves, notando que apesar das restri-ções constitucionais impostas ao Hemiciclo há muitas mate-rias que merecem a iniciativa dos deputados.

Já Pereira Coutinho mos-trou-se preocupado com as condições dos trabalhadores da Assembleia Legislativa, pedindo mais benefícios para que seja possível criar um gru-po coeso. “Os profissionais da AL têm trabalhado imenso e

merecem de facto ter melho-res condições. E será que esta alteração agora proposta tem por objectivo estabilizar o quadro de pessoal?”, questio-nou Coutinho, denunciando a circunstância dos diplomas da AL não serem atempadamente disponibilizados nas duas lín-guas oficiais.

O deputado deu algumas sugestões para que o quadro da AL, que necessita de mais trabalhadores, seja mais está-vel. “Devemos oferecer mais condições do que o Governo para reter os bons tradutores, juristas, adjuntos. Por que não podemos fazer isso com co-ragem? Parece que estamos a fazer remendos. Sugiro uma alteração mais ambiciosa”, disse, notando ainda que a AL devia funcionar como a Au-toridade Monetária que tem regras próprias para tratar de forma independente os seus

assuntos financeiros.Em resposta às sugestões

dos deputados, o vice-presi-dente da Assembleia Legislati-va disse que o Hemiciclo “tem muitas despesas” e expôs que os assessores “não recebem horas extra”. “Não reunimos condições para avançar com essa ideia. Já transmitimos

anteriormente esta ideia de elevar a nossa qualidade legis-lativa, mas deparamo-nos com limitações”, disse Lam Heong Sang.

O vice-presidente do He-miciclo frisou que este projec-to de lei prevê para já “actua-lizar a estrutura e o quadro de pessoal”.

Leonel Alves sugeriu a criação de uma estrutura integrada por especialistas de Direito

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por esta via notificados MA SANDAR CHAN e MAUNG KYIN MAIN, proprie-tários da fracção do Bloco II, 9.º andar J do Edifício de Alameda da Tranquilidade, do seguinte:

Em relação ao assunto sobre a ocupação ilegal do espaço público, pelos proprietários MA SANDAR CHAN e MAUNG KYIN MAIN da fracção do 9.º andar J do Bloco II do Edifício de Alameda da Tranquilidade, este Instituto aplicou uma sanção, através do despacho n.º 66/IH/2013, de 5 de Setembro de 2013, mais se informou, através de ofício de 6 de Setembro de 2013, que os proprietários da fracção acima re-ferida estão obrigados a demolir o portão metálico instalado ilegalmente e repor a situação original ou colocar novamente as grades de segurança que obedeçam aos padrões definidos pelo Instituto de Habitação, no prazo de 30 dias, a contar da data de recepção do ofício acima referido.

Após o termo do prazo acima referido, este Instituto averiguou novamente nos dias 3 e 17 de Março de

2014 e, verificou que a situação ilegal da fracção acima referida ainda existia, como provam as fotografias.

Em virtude da existência do acto de violação das obrigações de não fazer, de acordo com o despacho do presidente, substituto, do Instituto de Habitação, exarado na Proposta n.º 0284/DAJ/2014, nos termos da alínea h) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 41/95/M, “Não colocar grades de segurança e estendais que não obedeçam aos padrões definidos pelo Instituto de Habitação,” do n.º 3 do artigo 18.º do mesmo Decreto-Lei e por Despacho n.º 66/IH/2013, estão sujeitos à aplicação de uma multa diária no valor de mil patacas (MOP 1 000,00), calculada entre o dia 3 a 17 de Março de 2014, no total de 10 dias, com o valor de dez mil patacas (MOP 10 000,00) e ainda a multa que não tenha sido efectuado o pagamento, aplicada pelo Des-pacho n.º 66/IH/2013, sendo o valor total de onze mil patacas (MOP 11 000,00).

ANÚNCIO [ 1/2015 ](Processo n.º: 68/CDH-DAG/2013)

Pelo que, devem dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, para efectuarem o pagamento da multa, no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação do presente anún-cio, sob pena de a mesma ser executada coercivamente em processo civil. (deve efectuar o pagamento da respectiva multa, através da ordem de caixa, a favor do “Instituto de Habitação”)

Simultaneamente, é obrigatório demolir de imedia-to o portão metálico instalado ilegalmente da respectiva fracção e repor a situação original ou colocar novamente as grades de segurança que obedeçam aos padrões definidos pelo Instituto de Habitação, caso contrário, de acordo com o n.º 3 do artigo 18.º do mesmo Decreto-Lei, será aplica-da uma multa diária até cessar a conduta violadora ou for reposta a situação original.

A Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Subst.ª,Wu Lai Fong

12 de Janeiro de 2015

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 05

PROPOSTA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SEGUE PARA DEBATE NA ESPECIALIDADE

Conceito de agressão leve gera dúvidasA proposta de lei contra a violência doméstica foi aprovada ontem na generalidade com uma abstenção. Alguns deputados esperam que o crime público seja aplicado a todos os casos. Para já, foram levantadas muitas dúvidas sobre o conceito de agressões leves

Fátima Almeida

Governo rejeita condescendência pedida por Fong Chi KeongAlexis Tam frisou que o Governo tem tolerância zero com a violência doméstica, depois de Fong Chi Keong ter pedido condescendência para as agressões olhando até para as mulheres como objectos

IAS promete mais um lar e diz ter recursos suficientes

Face às preocupações dos deputados sobre a protecção das vítimas de violência doméstica quando estas têm de deixar o seu lar, o presidente do Instituto de Acção Social avançou que está em conversações para abrir um novo centro de acolhimento com 30 camas. Actualmente existem dois lares para acolher vítimas, com 42 camas. Iong Kong Io disse ainda que há cerca de 200 profissionais, sendo que oito são assistentes sociais, a trabalhar nesta área de apoio pelo que tem “confiança que haja recursos humanos para aplicar este proposta”. “Não precisamos que a lei entre em vigor para começar os trabalhos de formação. Prevemos organizar 11 cursos com a participação de 140 pessoas”, referiu.

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GCS

Fong Chi Keong condenou a pro-posta que visa proteger as vítimas de violência domestica atraves da

tipificação de crime público pelo menos para casos de agressões graves. O depu-tado nomeado pediu tolerância sobretu-do para quando a vítima e a mulher, co-locando em causa ate a liberdade pessoal, e neste caso das esposas, escolherem ter relações sexuais, já que considera o acto apenas uma maneira de satisfazer as ne-cessidades do homem.

“Actos de violência domestica como crime público? Não concordo. Qual e a cultura dos chineses? É a tolerância. En-tre maridos e mulheres são frequentes as zaragatas. Se o marido ralha e a mulher não refilar, não vai haver consequência. Quando o filho é desobediente, dá-se duas chapadas ao filho, ou não?”, disse

o deputado, conquistando o riso geral na Assembleia Legislativa, ainda que não necessariamente a concordância dos cole-gas do Hemiciclo.

O deputado foi ainda mais longe, ao referir-se aos trâmites em que o diploma tenta proteger as vítimas - adultos e me-nores - do abuso sexual. “Abuso sexual entre cônjuges? Não. Tal para mim e uma necessidade. Então para que e que casa-ram? Não foi para suprir essa necessida-de? Se o marido quer e a mulher diz que não pode, claro que vai dar problema”.

Fong Chi Keong chegou mesmo a afir-mar que as agressões são uma manifesta-ção de amor, menosprezando o sofrimen-to das vítimas. “Quanto mais se ama a pessoa, mais se agride. Se a pessoa agride e porque ama o agredido. Mas parece que estou a ver apenas sanções. Haverá uma

tolerância diferente para cada pessoa? Há pessoas que gostam de ser agredidas”, proferiu.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura não deixou passar em branco a intervenção do deputado, avisando-o que a postura do Governo e de “tolerân-cia zero” perante a violência domestica. “Os deputados referiram que há sempre conflitos familiares, mas esses não caem no âmbito desta proposta. Peço descul-pa, mas a nossa posição e de tolerância zero”, vincou Alexis Tam, concordando com a opinião deixada por Wong Kit Cheng, que também defendeu o fim das agressões. “Numa família não se deve ve-rificar qualquer violência doméstica, quer seja abuso ou ofensa à integridade física”, acrescentou Alexis Tam.

F.A.

Fong Chi Keong diz que “há pessoas que gostam de ser agredidas”

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ARQ

UIVO

Após um debate de mais de três horas, a lei de prevenção e correcção da violência domesti-ca foi aprovada na generalidade, com uma

abstenção de Fong Chi Keong, que protagonizou um discurso contra a liberdade individual sobretudo das mulheres (ver texto secundário). O diploma espera-do há pelo menos três anos foi recebido com agrado pela maioria dos deputados que vêem neste articu-lado uma forma de proteger as vítimas de violência domestica, mas alguns conceitos inovadores geraram dúvidas, nomeadamente ao nível da classificação de agressões leves. Para minimizar as dificuldades de aplicação do diploma, alguns deputados têm espe-rança que todos os casos venham a ser considerados como crime público.

Para já a tipificação deste crime como público depende do grau de agressão, tendo o Governo fei-to uma distinção entre agressões consideradas leves - como uma chapada - e violência graves – ofensas à integridade física. No primeiro caso, o acto continua a ser um crime semi-público, ou seja, depende da quei-xa do agredido enquanto que no segundo qualquer pessoa pode denunciá-lo. Contudo, os deputados têm dúvidas sobre como se pode avaliar quando uma agressão é leve ou grave e quais os profissionais que estão habilitados para o verificar.

“Os casos de agressão leves à integridade física não se consideram como crime público, este e um conceito novo. Os profissionais da linha da frente ma-nifestaram preocupações, porque um agente policial não consegue avaliar com facilidade se são casos leves

ou não”, referiu o deputado Ng Kuok Cheong, ques-tionando se a avaliação só pode ser feita “com relató-rio medico”.

Wong Kit Cheng, dos Kaifong, expressou a mesma dúvida. “O Governo traçou uma nova definição, mas não sei como podemos considerar actos leves ou não. Disse que ia formar algum pessoal para lidar com essa questão. Será que vai seleccionar algumas pessoas para tratar desses casos?”, interrogou.

Risco de “zonas cinzentas”Chan Hong, que interveio em seguida, sublinhou

taxativamente que “a definição dos actos leves torna--se ambígua e pode dar lugar a zonas cinzentas”. “Irá gerar dificuldades na avaliação para verificar se o acto e leve”, disse, apoiada por Pereira Coutinho. “Em ter-

mos de operacionalidade, esta questão vai gerar dúvi-das. Como se vão considerar as agressões ocasionais e leves, ou seja, quantas ocasiões são necessárias e quando e que são leves?”, questionou o deputado, pe-dindo crime público para todos os tipos de violência domestica.

Na replica, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura tentou dar exemplos, que lhes foram transmi-tidos pelas associações. “Se um pai numa via pública estiver a ensinar um filho e bater, mas sem violência, não achamos estranho. Porem, se bater com violência já não se trata de um acto para ensinar, mas sim de violência domestica”, explicou Alexis Tam, tentando distinguir repreensões de agressão.

A sub-directora dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) usou o exemplo de uma bofetada para explicar que este acto pode ser considerado leve ao não deixar marcas. “Se for uma bofetada ou puxar os cabelos são actos leves. Como crimes públicos são ac-tos violentos contra a integridade física”, disse Leung Pou Ieng. “Não estamos a criar nenhum outro tipo de crime. Todos estes crimes já constam do Código Pe-nal. A única diferença e a passagem de alguns crimes semi-públicos para públicos”, disse.

As explicações não convenceram todos, tendo Leo-nel Alves pedido para que este conceito inovador seja estudado em sede de Comissão. “Não sei se tivemos uma fonte inspiradora, como alguma lei do exterior que já tenha esse conceito, se não tivermos a Comissão tem que com o Governo debruçar-se sobre esta mate-ria porque isto tem uma consequência”, alertou.

Depois de todas estas dúvidas, alguns deputados como Pereira Coutinho, Ng Kuok Cheong e Melinda Chan pediram crime público em pleno para que haja uma protecção plena. “Para concretizar o princípio de tolerância zero e necessário que todos os crimes sejam públicos. É lamentável que o Governo não tenha feito isso”, disse Coutinho, esperando ajustes na proposta em sede de Comissão.

“Devem considerar-se todos os actos como crime público”, reforçou Ng Kuok Cheong, pedindo ainda explicações sobre a exclusão dos casais homossexuais do diploma. A sub-directora da DSAJ justificou-se dizendo que tal implicaria uma alteração ao Código Civil que só poderá ser realizada quando a população “estiver bastante mais evoluída”.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201506 JTM | LOCAL

Novo Macau acusa Tsui Wai Kwan de interferir na investigação em torno da queixa apresentada ao CCAC

ASSOCIAÇÃO CLASSIFICA AFIRMAÇÕES DE DEPUTADO COMO “TRISTES”

Novo Macau lamenta acusações de Tsui Wai KwanA Associação Novo Macau classificou como “tristes” as declarações de Tsui Wai Kwan, que acusou a organização de “traição” e de se “aliar ao exterior” por ter apresentado uma queixa no CCAC contra as forças policiais. A Novo Macau considera que as afirmações do deputado são “falsas” e acusa-o de estar a interferir com a investigação

A Associação Novo Macau rea-giu ontem às declarações de Tsui Wai Kwan, classificando-

-as como despropositadas e “tristes”. Sendo nomeado pelo Chefe do Execu-tivo, Tsui Wai Kwan não representa a “opinião da população” e adopta uma postura constante de “defesa do Go-verno”, lamentou a associação.

A associação presidida por Sulu Sou apresentou uma queixa ao Comis-sariado contra a Corrupção (CCAC) onde acusa as autoridades policiais de “abuso de poder” por terem proibido a entrada de várias pessoas no território. Na Assembleia Legislativa, Tsui Wai Kwan classificou essa iniciativa como uma “pouca vergonha” e uma “trai-ção”, acusando a associação de estar a “aliar-se ao exterior contra Macau”.

A Novo Macau reagiu ontem em comunicado frisando que as acusações são falsas e sustentando que os cida-dãos e as associações “têm o direito de pedir ao CCAC que investigue” casos que envolvem “direitos previstos na lei e a protecção da liberdade individual”. Em relação às críticas, os membros da ANM consideram que o deputado está a “interferir na investigação de forma

pública”, algo que entendem ser “la-mentável”.

As autoridades policiais têm rejei-tado a entrada de alguns residentes de Hong Kong e de Taiwan, sendo que o caso mediático mais recente envolveu a presidente do Partido Democrático de Hong Kong, Emily Lau. O Secretá-rio para a Segurança tem invocado a Lei de Bases da Segurança Interna da RAEM para proibir a entrada de pes-soas, mas a Associação Novo Macau considera que as decisões carecem de fundamento. No entendimento da as-sociação, não existem quaisquer in-dicações de que as pessoas barradas pudessem constituir uma ameaça à se-gurança do território. Censura tambem as autoridades por não terem informa-do os visados das razões pelas quais não puderam entrar em Macau.

Na Assembleia Legislativa, Tsui Wai Kwan assegurou que a população da RAEM “vai continuar a apoiar firme-mente a polícia, impedindo a entrada de indivíduos perturbadores”. “Cada Estado tem as suas leis, e cada família as suas regras. É responsabilidade das autoridades policiais salvaguardar a estabilidade e a prosperidade de Ma-cau, assegurar a paz social, defender e aplicar a legislação, mas isto constituiu motivo para a Associação Novo Macau

apresentar queixa ao Comissariado Contra a Corrupção. Que pouca ver-gonha!”, afirmou o deputado na sessão plenária de segunda-feira.

“Em todos os países e regiões exis-tem políticas e leis próprias sobre as entradas e saídas que, naturalmente, permitem o impedimento da entrada a pessoas inadmissíveis. Tais situa-ções nunca foram exageradas nem

criticadas pelos povos desses países e regiões, nem justificadas publicamen-te pelas autoridades, por não haver, de facto, necessidade, pois e sempre importante prevenir”, afirmou ainda, acrescentando que as autoridades po-liciais de Macau “actuaram de acordo com a Lei, mas levaram com duras críticas” por parte de associações com “segundas intenções”.

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ARQ

UIVOViviana Chan

COMPANHIA DE TELECOMUNICAÇÕES DE MACAU, S.A.R.L.

Convocatória

Nos termos e para os efeitos do artigo décimo terceiro dos Estatutos, pela presente se convocam os Accionistas da “Companhia de Telecomunicações de Macau, S.A.R.L.”, para reunirem em Assembleia Geral Ordinária no próximo dia 10 de Fevereiro do corrente ano, pelas 12:30 horas, na sede social sita na Rua de Lagos, Edifício Telecentro, na ilha da Taipa, em Macau, em primeira convocatória, com a seguinte ordem de trabalhos:

1) Deliberar sobre a aprovação das contas anuais da Sociedade e do relatório do Conselho de Administração e parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2014;

2) Aplicaçāo de resultados;

3) Eleição dos membros do Conselho Fiscal;

4) Outros assuntos de interesse para a Sociedade.

Os documentos relativos à ordem de trabalhos encontram-se à disposição dos Accionistas, para consulta, na sede social, em qualquer dia útil durante as horas normais de expediente.

Macau, 14 de Janeiro de 2015.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, CITIC Telecom International Holdings Limited, representada por Poon Fuk Hei.

Poon Fuk HeiAdministrador-Delegado

Direcção dos Serviços de Turismo

ANÚNCIOA Direcção dos Serviços de Turismo faz público que, de acordo com o Despacho de 5 de Dezembro de 2014, do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para “Prestação de Serviços do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau”.

O Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta no Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, 12.° andar, Macau, a partir da data de publicação do presente aviso, dentro do horário normal de expediente, e as respectivas cópias poderão ser levantadas mediante o pagamento de MOP500,00 (quinhentas patacas).

Para quaisquer esclarecimentos, a partir da data da publicação do aviso e até dez (10) dias antes do termo do prazo para a entrega das propostas, os interessados podem apresentar as suas questões, na página electrónica da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macautourism.gov.mo), sendo as respostas, também, dadas nesta mesma página electrónica.

O limite máximo do valor do concurso é de MOP20.000.000,00 (vinte milhões de patacas).

Os critérios de apreciação das propostas e os respectivos factores de ponderação são os seguintes:- Conhecimento do conteúdo de prestação de serviços do plano (35%);- Método do plano e programa de trabalho das diferentes fases (20%);- Preço (15%);- Experiência (30%).

Os concorrentes devem entregar as suas propostas redigidas em chinês, português, ou inglês no Balcão de Atendimento da DST, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, 12.° andar, Macau dentro do horário normal de expediente, cujo prazo de entrega é até às 17:45 horas do dia 2 de Março de 2015. Devem, ainda, os concorrentes prestar uma caução provisória, no valor de MOP400.000,00 (quatrocentas mil patacas). A forma de pagamento dessacaução provisória pode ser: 1) mediante depósito bancário à ordem, do Fundo de Turismo, no Banco Nacional Ultramarino; 2) garantia bancária; 3) depósito entregue nesta Direcção dos Serviços de Turismo em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem do Fundo de Turismo; ou 4) por transferência bancária para a conta do Fundo de Turismo, no Banco Nacional Ultramarino de Macau (conta n.º 8003911119) .

O acto público do concurso realizar-se-á no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, no Edifício “Hot Line”, Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, 14.° andar, Macau, pelas 10:00 horas do dia 3 de Março de 2015.

Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços, por causa de tempestade ou força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora de abertura das propostas serão adiadas para o primeiro dia útil, imediatamente seguinte, à mesma hora.

Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público do concurso para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Dezembro de 2014.

A Directora dos Serviços Maria Helena de Senna Fernandes

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 07

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 587/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 王吉生 (portador do salvo-conduto para deslocação a Hong Kong e Macau da R.P.C. n.° W52227xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 110/DI-AI/2012 de 20.10.2012, levantado pela DST, por con-trolar da fracção autónoma situada na Taipa, Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 155, Treasure Garden, 9.° andar L, utilizada para prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 19.12.2014, exarado no Relatório n.° 970/DI/2014, de 09.12.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010.--O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamen-to de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010.--Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Dezembro de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 588/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 黃金中 (portador do passaporte da RPC n.° G56373xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 110/DI-AI/2012 de 20.10.2012, levantado pela DST, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Taipa, Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 155, Treasure Garden, 9.° andar L, bem como por despacho da signatária de 19.12.2014, exarado no Relatório n.° 971/DI/2014, de 09.12.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010.--O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo d e 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010.--Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada--O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Dezembro de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação Nº 589/AI/2014

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 黃金中 (portador do passaporte da RPC n.° G56373xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 110.1/DI-AI/2012 de 20.10.2012, levantado pela DST, por quem angariar pessoa com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Taipa, Avenida Dr. Sun Yat Sen (Taipa) n.° 155, Treasure Garden, 9.° andar L e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 19.12.2014, exarado no Relatório n.° 972/DI/2014, de 09.12.2014, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $20.000,00 (vinte mil patacas), nos termos do n.° 2 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010.--O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 d o artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010.--Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Dezembro de 2014.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

• • • BREVESMinuto de silêncio poruma “imprensa livre”A Associação de Imprensa em Portu-guês e Inglês de Macau (AIPIM) cum-pre hoje, pelas 18:30, na Fundação Rui Cunha, um minuto de silêncio em memória dos colegas mortos no ataque ao semanário satírico Char-lie Hebdo. “Será uma homenagem simples, um minuto de silêncio, pela memória de uma imprensa livre, de uma imprensa que manifesta as suas opiniões e que foi alvo de uma ten-tativa de silenciamento violenta e brutal”, disse João Francisco Pinto, presidente da Associação. O jornalis-ta explicou tambem que a acção de homenagem decorrerá na Fundação Rui Cunha, que se associa tambem à organização do evento, um espaço que tem janela para a rua e permiti-rá que a população perceba que os jornalistas, e a sociedade civil que se quiser associar, “não ficaram nem são indiferentes a este ataque”. “É uma luta entre os desenhos de uma cane-ta numa folha de papel e armas que matam”, acrescentou João Francisco, salientando a “desigualdade do com-bate”. A acção dos jornalistas decorre uma semana depois dos ataques ao Charlie Hebdo, o primeiro de três in-cidentes violentos na capital francesa que, no total, fizeram 20 mortos, in-cluindo os três autores dos atentados.

Procurador do MPnomeia novas chefiasTam Peng Tong e Wu Kit I tomaram ontem posse como Chefe de Gabine-te e Chefe-Adjunta do Procurador da RAEM. As nomeações, em comissão de serviço, são válidas pelo período de um ano. Tam Peng Tong era asses-sor do Gabinete do Chefe do Executi-vo entre 2010 e 2014 enquanto Wu Kit I foi Chefe do Instituto de Menores da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça entre 1999 e 2014.

MAK SOI KUN CRITICA INEFICÁCIA DA ADMINISTRAÇÃO

Contratação centralizada “falhou” objectivos

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ARQ

UIVO

O deputado Mak Soi Kun, responsável pela Comissão de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa, diz que a falta de eficiência da Administração na contratação de pessoal é cada vez maior, dirigindo críticas ao modelo centralizado criado em 2011. Segundo dados do Governo, em 2015 devem ser contratadas 2581 pessoas para a Função Pública

O presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos das Finanças Públicas, Mak Soi Kun, defende que o mecanismo centralizado de

ingresso na Função Pública criado em 2011 “falhou” no objectivo de aumentar a eficiência da Administração.

Citado pela Rádio Macau, Mak Soi Kun disse ainda que os deputados estão “muito atentos e preocupados com a eficiência da Administração”, sobretudo com os serviços e organismos com mais dificuldades na execu-ção orçamental.

De acordo com os dados fornecidos pelo Governo, o Instituto Cultural, os Serviços de Protecção Ambiental e o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecno-logia foram os que registaram as mais baixas taxas de execução orçamental da máquina administrativa.

Em relação ao mapa da contratação de pessoal ao longo de 2015, prevê-se que sejam realizadas 2581 novas contratações para a Administração Pública. O número consta do mapa de pessoal que foi apresentado à Comis-são de Acompanhamento para os Assuntos das Finanças Públicas, onde se calcula que os quadros de pessoal da Função Pública devem aumentar 6,8% em relação a 2014.

No final deste ano, o número total de funcionários da Administração deve superar os 35 mil. Por departa-mentos governamentais, os Serviços de Saúde são os que encabeçam a lista dos mais contratadores: no mapa on-tem divulgado prevêem-se 544 novas contratações, um aumento anual de 14,5 por cento.

As Forças de Segurança aparecem em segundo lugar com a contratação prevista de 501 novos funcionários em 2015, sobretudo pessoal militarizado. O Instituto Cultu-ral surge em terceiro lugar com a contratação de 184 no-vos funcionários, um aumento de 33,4%. O organismo liderado por Ung Vai Meng vai ainda ser reforçado com

os 257 trabalhadores que vão ser transferidos do Institu-to para os Assuntos Cívicos e Municipais.

A força laboral do Comissariado Contra a Corrup-ção, por seu turno, deverá aumentar 22,3% no corrente ano com a contratação de 57 novos elementos. O úni-co organismo que não prevê a contratação de qualquer funcionário e a Autoridade da Aviação Civil, que conta actualmente com 75 pessoas.

Mak Soi Kun criticou resultados da contratação centralizada

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201508 JTM | LOCAL

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas

AVISO

Faz-se saber que, em relação ao concurso público para «Empreitada de Remodelação de Equipamentos Sociais na Habitação Pública do Fai Chi Kei», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 51, II Série, de 17 de Dezembro de 2014, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, Macau.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 7 de Janeiro de 2015.

O Coordenador do Gabinete, substituto,Chau Vai Man

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ARQ

UIVO

As agências de emprego que violam a lei, com cobranças abusivas a empregadas domésticas, devem ser “processadas e colocadas na lista negra”, considera Cecília Ho

ACADÉMICA PEDE MAIS CONTROLO SOBRE RECRUTAMENTO DE EMPREGADAS DOMÉSTICAS

Defendida “lista negra” para agências laborais

Macau carece de legislação es-pecífica contra as agências de recrutamento que cobram

valores abusivos para arranjarem trabalho às empregadas domesticas, alerta a academica Cecília Ho, de-fendendo a criação de um sistema de classificação e lista negra.

“A legislação mais urgente para as empregadas domesticas e a supervi-são sobre as agências de recrutamento e um sistema de avaliação para pro-teger o empregador e as trabalhado-ras domesticas”, disse à agência Lusa a docente do Instituto Politecnico de Macau.

A academica denuncia as práticas das agências de emprego, pois, “ape-sar de, por lei, não poderem receber nenhuma taxa de recrutamento das empregadas domesticas, elas contor-nam a legislação e recebem dinheiro por taxas de formação, bilhetes de avião, taxas de alojamento e refeição, ou mesmo atraves da cobrança de exames medicos que na realidade são cobrados no país de origem das traba-lhadoras”.

Para a tambem consultora da PE-DULI – “Indonesian Migrant Workers Concern Group”, “o Governo pode intervir, e nos casos de violações, as agências de recrutamento devem ser processadas e colocadas na lista ne-gra”.

Cecilia Ho defende um sistema de classificação das agências de recruta-mento à semelhança do aplicado em Taiwan. “As que agem de forma cor-recta obteriam a classificação “A”; as que são objecto de avisos por terem cometido violações receberiam a clas-

sificação “B”, e as piores de todas se-riam classificadas com a letra “D”, que levaria à cessação da licença”, propõe.

Cindri Purnasari, indonesia de 34 anos, está em Macau desde 2004. E diz que tanto para entrar no territó-rio como para mudar de trabalho teve sempre de pagar à agência de traba-lho. “Quando cheguei só havia duas ou três agências de emprego. Tive sor-te: eles só deduziram o meu salário (2.500 patacas) durante três meses. No total paguei 7.500 patacas”, conta.

Cindri Purnasari, que agora tra-balha num casino, ainda teve outro trabalho como empregada domes-tica. “Penso que nessa altura, em 2010/2011, paguei dois meses de sa-lário, sete ou oito mil patacas no total. Sempre que mudamos de trabalho, quem ganha são as agências”, denun-cia a antiga presidente da PEDULI.

George Young, activista da mesma associação de defesa dos direitos das indonesias, tambem menciona os cus-tos do processo. “Penso que o nosso maior problema são as agências de recrutamento. Mas não só: antes de chegarem a Macau, elas têm de gastar muito dinheiro. Muitas vêm de áreas rurais, o que encarece ainda mais”, observa.

“Há muitos intermediários, que pedem dinheiro para tudo e mais al-guma coisa – documentação, etc – e e preciso pagar; às vezes mais de 20.000 patacas, alem do dinheiro que muitas vezes têm de dar em subornos para facilitar o processo antes de saírem da Indonesia”, acrescenta.

O pagamento à agência, diz Geor-ge Young, vem sobrecarregar o rol de

dívidas que as jovens mulheres con-traem antes de saírem do seu país em busca de uma vida melhor.

“Elas têm de pedir dinheiro em-prestado e depois de um ano a traba-lhar em Macau e provável que não te-

nham juntado o suficiente para pagar. Às vezes precisam de dois ou três anos para o fazer, ou mesmo mais, porque entretanto tambem têm de enviar di-nheiro para as suas famílias”, adianta.

JTM com Lusa

Cecilia Ho defende sistema de classificação das agências de recrutamento

ANTÓNIO FRANCISCO XAVIER DA LUZ VICENTE

Sua mulher, Frances Vicente, filhos Natália, Sebastião e Danilo, irmãos, Vasco, Fátima, Ro-gério, Yvonne e Diana, cunhadas e sobrinhos, participam o falecimento do seu ente querido

no passado dia 12 de Janeiro.

Mais informam que será rezada missa de corpo presente amanhã, dia 15, pelas 20

horas na Casa Mortuária Diocesana.

No dia seguinte, 16 de Janeiro, será ce-lebrada outra missa pelas 11 horas da

manhã, finda a qual o corpo seguirá para cremação. A todos quantos se queiram

associar a estes piedosos actos, a família enlutada agradece antecipadamente.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 09

Fátima Valente*

A situação dos trabalhadores mi-grantes tem vindo a piorar em Macau, considera Larry So, pro-

fessor do Instituto Politecnico (IPM). “As rendas estão a subir e muitas vezes eles vivem em condições indecentes”, disse à Lusa, por ocasião do Dia Mundial do Mi-grante e Refugiado, que se celebra hoje.

No caso das empregadas domesticas, Larry So aponta que as 500 patacas para custos de alojamento “não chegam para alugar uma cama num quarto”. “É im-possível, não e humano”, frisa.

O salário base das empregadas do-mesticas não residentes em Macau e de 2.500 patacas, valor que Cecilia Ho sugere que aumente para 3.800 para ficar equi-parado ao índice mínimo de subsistência. A investigadora do IPM reconhece que há casos em que os ordenados já foram actualizados – há quem ganhe 4.000 a 5.000 patacas–, mas diz que enquanto o governo não aumentar o valor base, “as que entram no mercado de trabalho vão continuar a passar por situações de gran-de dificuldade”.

Para a academica, “a falta de regula-mentação por via do contrato torna difícil desafiar os empregadores pelos canais legais. Embora a lei regulamente os dias de ferias, nem todos os empregadores a seguem. Alem disso, não há regulação so-bre as folgas, por isso muitos trabalhado-res não têm dias de descanso”.

O seguro e outro ponto crítico, uma vez que “a lei apenas estipula que os em-pregadores cubram casos relacionados

com acidentes de trabalho, mas não in-clui seguro de saúde ou vida”. Neste âm-bito recorda o incêndio numa loja usada como alojamento, que causou a morte de quatro trabalhadores migrantes em No-vembro. “Aquele fogo e um alarme para a segurança dos que não têm alojamento assegurado (…). Deve ser garantida mais protecção por via do seguro atraves da revisão da contratação de trabalhadores não residentes”, defende.

“Estamos a falar de coberturas muito básicas”, corrobora Larry So: “Os resi-dentes permanentes recebem ate vales de saúde para irem ao medico, mas no caso dos trabalhadores migrantes e melhor que tenham boa saúde quando vêm tra-balhar para Macau”. “A questão dos se-guros e da assistência medica para estes trabalhadores e fundamental”, sublinha.

Ao defender uma “política mais hu-mana” para os trabalhadores estrangei-ros, Larry So frisa que o Governo “precisa de incluir estas pessoas na definição da política demográfica. “Sem os migrantes, a população local vai envelhecer muito rapidamente, com todos os problemas que daí decorrem, por exemplo, ao nível da segurança social”.

“Rendas aumentam, os salários não”A habitação e outro dos grandes pro-

blemas dos migrantes. Sobrevivem aos pares, partilham quartos e, muitas vezes, camas, e dividem cubículos a quem nem sempre se pode chamar de casa.

“Eles estão a sofrer muito porque não

Migrantes à espera de políticas “mais humanas”Salários baixos e dias longos de trabalho com apenas uma folga semanal, muitas vezes aproveitada para fazer biscates, são o denominador comum dos trabalhadores migrantes não especializados em Macau, cada vez mais pressionados pelo custo de vida

têm sítio para ficar, e não conseguem pa-gar a renda de uma casa. As rendas au-mentam, os salários não. Eles não têm alternativa senão sair e, depois, não têm para onde ir”, afirma a irmã Maria Rosa Viloria, porta-voz da Rede para a Defe-sa dos Direitos dos Migrantes de Macau. “São poucos os casos dos que vivem em boas condições. A maioria não tem o privi-legio de ter um quarto só para si”, reitera.

Maria Rosa Viloria salienta o sistema de “cama-quente” a que alguns recorrem. “Partilham a cama: enquanto uns dor-mem os outros trabalham, e normalmente não têm muitos pertences porque não há espaço suficiente”, descreve. “O Governo devia arranjar um abrigo para estas pes-soas, mas isso na verdade e algo bastante impraticável”, reconhece, lembrando que a habitação insuficiente afecta os próprios residentes. “A primeira preocupação e sempre os locais. Para os migrantes a si-tuação e esta: Se não estás feliz, vai para casa. Que fazer?”, desabafa.

Já Vizeu Pinheiro aborda o problema da habitação pela perspectiva dos traba-lhadores dos casinos. “Os casinos contri-

buíram bastante para este problema por-que a nova zona que ocupam – o COTAI - foi projectada ainda no tempo da admi-nistração portuguesa para mais de 200 mil habitantes, mas hoje só tem casinos e zero habitantes”, frisa.

“É uma responsabilidade que e tan-to do governo, como dos operadores dos casinos”, sublinha, ao estimar um agra-vamento, dadas as necessidades de mão--de-obra de novos espaços de jogo com abertura prevista nos próximos dois anos.

Para Vizeu Pinheiro, “os casinos têm a obrigação de providenciar o alojamento dos seus trabalhadores, tal como acon-tecia, por exemplo, na antiga fábrica de panchões” de Macau. “Os casinos são fá-bricas de produzir dinheiro. Os trabalha-dores não podem ficar na rua. Quando há uma indústria tem de se cuidar realmen-te dos operários; não se pode adoptar a postura: ‘Se não são residentes de Macau desenrasquem-se’”, argumenta, frisando que “devem ser tratados como seres hu-manos e não como escravos ou cidadãos de segunda ou terceira categoria”.

JTM com Lusa

Macau tem sido “bastante compensador”Professor do IFT, Leonardo Dioko é um dos rostos de sucesso da comunidade filipina em Macau, a qual encontra, na maioria das vezes, sustento no trabalho doméstico, restauração e segurança

Leonardo Dioko, ou simplesmente Don para mui-tos que o conhecem, chegou a Macau em 1991 e “vinha por três anos no máximo”, mas acabou “a

adorar viver” na cidade. “Se quando eu era jovem me dissessem que eu ia viver e passar a maior parte da mi-nha vida adulta em Macau, eu ia pensar que estavam malucos. Antes de vir para cá nem sequer sabia onde ficava Macau”, afirma.

O acaso geográfico tornou-se entretanto permanente, com Bilhete de Identidade de Residente (BIR), família e carreira no território.

A razão mais imediata que o levou a ficar na Região foi o casamento com uma macaense, mas não foi a única: “Surgiram oportunidades profissionais para trabalhar noutros sítios antes e logo depois de casar, por isso po-díamos ter feito as malas e migrado. No final de con-tas, penso que o sentimento de comunidade, o modo de vida simples de Macau e o então pacato ritmo da cidade fez com que fosse difícil ir embora”.

Comparando a sua experiência de quase 23 anos em Macau com a de colegas que foram viver para a Europa, Estados Unidos, ou mesmo Singapura ou Hong Kong, o director do Centro de Investigação de Turismo do Insti-tuto de Formação Turística (IFT) não hesita ao dizer que “vir para Macau foi uma das melhores coisas” que lhe aconteceram na vida.

“Os meus colegas nos Estados Unidos e Europa tam-bem se deram bastante bem, mas atendendo ao fardo dos impostos, níveis de poupança e qualidade de vida - eles passam horas intermináveis no trânsito -, aceitação e tolerância na comunidade, diria que a minha estada em Macau tem sido bastante compensadora”, observa.

“Eu diria estas mesmas coisas se a economia de Ma-cau nunca tivesse disparado, como se verificou desde 2004”, reforça, aludindo ao sector do jogo.

Leonardo Dioko tem o BIR, mas a maior parte dos migrantes, como muitos dos seus compatriotas, vivem em Macau com “blue card”, ou seja, só podem perma-necer na região com contrato de trabalho.

O academico diz apreciar as políticas ate agora adop-tadas pelo governo para proteger os migrantes mais desfavorecidos, referindo obrigações que os emprega-dores têm de cumprir no que respeita, por exemplo, a ferias e seguro. Mas, na sua opinião, “há uma área muito importante a melhorar: dar-lhes acesso a representação legal para que possam recorrer à justiça sempre que pre-cisem”.

“O governo deve trabalhar com os empregadores para garantir que os trabalhadores vivem em condições decentes, seguras e saudáveis. A responsabilidade de encontrar alojamento continua só do lado dos trabalha-dores. Alem disso, o acesso aos cuidados e serviços de saúde devia ser melhorado”, adianta.

O especialista em turismo aconselha os trabalhado-res migrantes a terem um papel activo na “melhoria das suas condições de vida, atraves de programas de forma-ção, e a trabalharem ao mais alto nível das suas capaci-dades”, para conquistarem garantias de empregabilida-de e o apreço dos patrões.

Embora com um percurso de vida radicalmente di-ferente da maioria dos trabalhadores não residentes de Macau, Leonardo Dioko tambem sente as questões iden-titárias como qualquer migrante. “Tenho três filhos nas-cidos aqui, eles sentem-se, agem e consideram-se muito “macaenses”, embora comecem agora a descobrir que a sua identidade e muito mais complexa”, comenta.

“Para eles, Macau e a nossa casa permanente”, con-clui. * Jornalista da Agência Lusa

Leonardo Dioko dirige centro de investigação no IFT

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Page 10: Fong Chi Keong faz apologia de alguma violência doméstica2015/01/14  · 12 Luta sem tréguas Pág. 3 à criminalidade Pág. 5 “Cats” estão de regresso FOTO JUHO SIM GARANTIA

Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201510 JTM | PUBLICIDADE

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JTM | LOCAL 11 Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015

Com 21 anos de representação contínua, “Cats” e o musical que mais tempo esteve em cartaz no

West End, em Londres. Já foi visto por mais de 70 milhões de espectadores em mais de 45 mil apresentações e, depois de uma primeira passagem por Macau em 2007, está de regresso ao território para vários espectáculos durante o mês de Março.

As actuações vão acontecer no Teatro do Venetian entre 6 e 15 de Março. Os bi-lhetes começam a ser vendidos a partir de hoje e custam entre 280 e 680 patacas.

A vinda do espectáculo “Cats” a Macau insere-se numa nova digressão mundial iniciada pela companhia, que planeia levar o espectáculo a Paris, Ale-

manha e ate à Broadway, em Nova Ior-que, onde o espectáculo esteve em exi-bição pela última vez no ano de 2000.

A história de “Cats” e baseada em 14 poemas de T.S. Elliot, extraídos da obra “Old Possum’s Book of Pratical Cats”, que foi escrita em 1939. Cada um dos poemas define um tipo de gato, numa obra que e vista como uma sátira à so-ciedade inglesa. Dirigido por Trevor Nunn e coreografado por Gillian Lyn-ne , “Cats” subiu pela primeira vez ao palco do West End em 1981 partindo de seguida para a Broadway onde estreou em 1982, ganhando inúmeros premios incluindo o de melhor musical nos Tony Awards. A produção de Londres ficou em cartaz por 21 anos enquanto na Broadway esteve em cena 18 anos.

O elenco original era constituído por Elaine Page e Brian Blessed, nos

papeis principais, e Paul Nicholas, Wayne Sleep, Sarah Brigtman, Bonnie Langford, Marlene Danielle e Susan Powers. Elaine Page chegou a partici-par, em 1998, na gravação do espectácu-lo em DVD, que aconteceu no Adelphi Theater de Londres. John Mills, Ken Page, Rosemarie Ford e Michael Gruber foram outros dos protagonistas que par-ticiparam na gravação.

A produção que estará em cena em Macau conta com um elenco completa-mente renovado, mas resulta ainda as-sim da colaboração entre Lloyd Webber, o director Trevor Nunn, o coreógrafo Dame Gillian Lynne e o designer John Napier, a mesma equipa que montou o espectáculo original de 1981. A produ-ção inclui uma equipa de 60 pessoas, entre dançarinos e músicos.

Para alem de “Cats”, Andrew Lloyd

Webber esteve ligado à produção do “Fantasma da Ópera”, “Jesus Christ Su-perstar”, “Evita” e “Starlight Express” sendo considerado o mais aclamado criador de espectáculos musicais do mundo.

Em 2007, durante a primeira digres-são no território, a grande procura de bilhetes levou à realização de espectácu-los adicionais. Organizados pelo Centro Cultural de Macau, em associação com a “Really Useful Company Asia Paci-fic”, os espectáculos de “Cats” conta-ram com o patrocínio da Wynn Macau.

Para alem dos espectáculos, Cara Hamilton, então coreógrafa profissional do espectáculo, dirigiu um workshop sobre dança com criadores musicais de Macau. A iniciativa inseriu-se no Projec-to Residências Artísticas do Centro Cul-tural de Macau.

André Jegundo

MUSICAL DE ANDREW LLOYD WEBER APRESENTADO NO VENETIAN EM MARÇO

A magia de “Cats” regressa a MacauO célebre musical criado por Andrew Lloyd Webber está de regresso ao território para uma série de espectáculos, entre 6 e 15 de Março no Teatro do Venetian. “Cats” estreou-se em Macau em 2007 tendo realizado sete actuações que conquistaram o público local e que contaram sempre com casa cheia. Os bilhetes são colocados à venda a partir de hoje

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Estrelas de Hollywood vêm entregar prémios de entretenimento

A 15ª edição dos prémios de entretenimento “Huading” vai acontecer no próximo domingo, no Venetian Macau, contando com nomes de peso da indústria de cinema norte-americana, como os actores Naomi Watts e Chris Hemsworth (na foto), para além do realizador Michael Mann, autor de filmes como “Heat” (1995), “O Aviador” (2004), “Miami Vice” (2006), entre outros. Serão atribuídos oito prémios diferentes, incluindo os mais populares do ano na área da dança, da música e do cinema. Kim Soo-Hyun, Han Ye Seul, Super Junior, Song Seung Heon e Lisa Lu são outras das estrelas asiáticas do mundo do espectáculo que vão marcar presença no evento.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201512 JTM | ACTUAL

TAIWANTaiwan detectou novas infecções com o vírus H5N2 e H5N8 em quintas no sul da ilha, au-mentando para 14 o número de casos e mais de 140.000 aves sacrificadas. As autoridades sanitárias e agrícolas estão em alerta máximo, ordenaram o abate de aves dessas quintas e proibiram a venda de patos e gansos durante dois dias, reforçando os trabalhos de desinfec-ção e inspecção em toda a ilha.

JAPÃOA emissora pública japonesa NHK vetou co-mentários satíricos sobre políticos nacionais que a dupla de comediantes Bakusho Mondai tinha preparado para um programa de Ano Novo. “Tenho a certeza que não havia pressão por parte dos políticos. Foi uma restrição vo-luntária por parte da cadeia de televisão para evitar causar problemas”, disse Hikaru Ota, um dos apresentadores. A NHK não comentou o caso.

AUSTRÁLIASydney vai ter um monumento de homena-gem aos dois reféns que morreram num café da cidade na sequência do sequestro feito por um radical islamita em meados de Dezembro. Tori Johnson, de 34 anos, gerente do café, e Katrina Dawson, advogada de 38 anos, morre-ram durante o ataque da polícia para libertar mais de uma dezenas de reféns. O memorial também prestará homenagem às equipas de emergência e serviços policiais.

ESTADOS UNIDOSUm grupo de hackers supostamente vincula-do ao grupo jihadista Estado Islâmico invadiu a conta do Twitter do Comando Central do Pentágono, órgão que coordena as operações no Iraque e na Síria. O grupo, que se chama “CyberCaliphate”, transformou toda a conta, publicou dados pessoais de membros do Pen-tágono e deixou mensagens extremistas e de ameaça aos americanos.

MOÇAMBIQUEPelo menos 69 moçambicanos morreram após beber cerveja caseira contaminada, suposta-mente por bílis de crocodilo, durante a reali-zação de um funeral na cidade de Chitima (na província de Tete). Segundo as autoridades de Tete, 196 pessoas foram hospitalizadas após ingerir a cerveja nos últimos dias, pelo que o número de vítimas poderá aumentar.

ITÁLIAA polícia de Salerno, na Itália, deteve 21 pessoas por associação mafiosa. Segundo a agência Ansa, além de se aliarem à máfia, os suspeitos deverão ser acusados de extorsão e troca de benefícios políticos com a Camorra. Os suspei-tos teriam ligações com um “braço” da Camorra que explora o tráfico de drogas e jogo ilegal.

CROÁCIAKolinda Grabar Kitarovic, candidata da oposi-ção, venceu a segunda volta das eleições na Croácia, derrotando Ivo Josipovic, chefe de Es-tado cessante, tornando-se a primeira mulher eleita presidente nos Balcãs. “Prometo que a Croácia será um país próspero e rico, um dos mais desenvolvidos da União Europeia e do mundo”, disse Kitarovic, após a vitória.

UCRÂNIAA Interpol emitiu uma ordem de busca interna-cional contra o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich a pedido de Kiev, que o acusa de gestão danosa de fundos públicos. O Presiden-te russo Vladimir Putin reconheceu em Outu-bro que ajudou Yanukovich a fugir da Ucrânia após a queda do seu governo.

VOLTA AOMUND

SRI LANKA

Papa pede respeito por direitos humanosO Papa Francisco apelou ontem ao respeito pela “dignidade humana” e “busca pela verdade” no Sri Lanka, no início de uma visita a um país que ainda não cicatrizou as feridas de uma longa guerra civil

Uma multidão de várias centenas de milhares de pessoas, que se aglomeraram na rota de 30 km que separa o aeroporto do centro de Colombo,

recebeu ontem com fervor o Papa que cumpriu o trajecto inicial da visita ao Sri Lanka no “papamóvel” sob um sol intenso. Após a chegada do Papa, o porta-voz do Vati-cano, Federico Lombardi, afirmou que foi cancelado um encontro com os bispos devido a um atraso na agenda, enquanto que uma fonte de segurança do Sri Lanka que pediu para não ser identificada disse à AFP que o Pontí-fice parecia exausto após o trajecto.

Nesta viagem de dois dias ao Sri Lanka, que ocor-re pouco depois da surpreendente eleição de um novo Presidente no país, Francisco irá pregar sobretudo pela reconciliação e a unidade, como se percebeu logo à che-gada. “A grande obra de reconciliação deve incluir a melhoria das infra-estruturas e cobrir as necessidades materiais, mas, tambem, e ainda mais importante, pro-mover a dignidade humana, o respeito dos direitos hu-manos”, declarou.

Os direitos humanos constituem um tema extrema-mente sensível no Sri Lanka, cujos líderes rejeitaram co-laborar com a ONU na investigação sobre as acusações de crimes de guerra cometidos contra civis.

“O processo de cura exige incluir a busca pela verda-de”, defendeu o Papa.

Num país ainda dividido entre cingaleses e a minoria tamil, na sequência de 37 anos de conflito entre o exérci-to e a guerrilha, a Igreja tem um papel particular, já que existem católicos nas duas comunidades etnicas.

O Papa foi recebido no aeroporto de Colombo pelo recem-empossado Presidente, Maithripala Sirisena, que prometeu uma investigação independente sobre as acu-sações de crimes de guerra alegadamente perpetrados sob a presidência do antecessor, Mahinda Rajapakse.

Em declarações aos jornalistas franceses que acom-panham a viagem, o Papa disse ainda que “tinha rezado pela França e voltará a fazê-lo” após os atentados que deixaram 17 mortos na semana passada.

No Sri Lanka, país que conta com 70% de budistas, 12% de hindus, 10% de muçulmanos e 7% de cristãos, o diálogo inter-religioso deverá dominar a mensagem do Papa, que agendou encontros com líderes budistas,

hindus e muçulmanos do país. A violência religiosa mul-tiplicou-se nos últimos anos na ilha, onde grupos budis-tas radicais atacaram igrejas e mesquitas para denunciar, segundo eles, a influência das minorias religiosas.

Hoje, o Papa vai realizar, perto do mar em Colombo, uma missa que deverá contar com a presença de um mi-lhão de pessoas. Nesta ocasião, canonizará o primeiro santo do Sri Lanka, Joseph Vaz, um missionário prove-niente da Índia no fim do século XVII, que, com a ajuda do rei budista, acabou com as perseguições contra cató-licos.

Num dos momentos mais emblemáticos da visita, o Papa irá deslocar-se ainda ao santuário mariano de Ma-dhu, em zona tamil, uma região onde a guerra foi muito intensa.

Amanhã, o Sumo Pontífice viajará para as Filipinas, país com 85% de católicos, onde foram decretados cin-co dias de feriado e são esperadas multidões em vários eventos.

TIMOR-LESTE

Águas agitadas na Justiça timorenseO presidente do Tribunal de Recurso timorense acusou o Governo de continuar o “assalto” à independência dos tribunais, por ter cortado o orçamento para a contratação de assistência técnica internacional em 2015

O magistrado Guilhermino da Silva, que e tambem presi-dente do Conselho Superior

de Magistratura de Timor-Leste, dis-se, em entrevista à agência Lusa, que só se apercebeu do corte nas contas dos tribunais, na sexta-feira, quan-do o director financeiro do Tribunal de Recurso analisou em detalhe os vários livros do Orçamento do Esta-do para 2015. Assim, acrescentou, o orçamento disponível para os tribu-nais contratarem assistência tecnica ou peritos - tanto nacionais como in-ternacionais - caiu de 1,9 milhões de dólares em 2014, para 523 mil euros este ano.

Segundo a Lusa constatou nos da-dos orçamentais publicados no Jornal da República, o orçamento total para os tribunais cai em 2015 de cerca de 8,12, para 5,6 milhões de dólares, ou menos 2,5 milhões de dólares do que no ano anterior. Paralelamente, o OE

de 2015 confirma um aumento de quase 5 milhões de dólares na parte destinada ao Ministerio da Justiça, que passa de 21,34 para 26,32 mi-lhões de dólares.

“Ninguem no parlamento ou na comissão referiu este detalhe. Foi uma decisão à última hora do minis-tro da Justiça. Mas nós não tivemos

conhecimento antes. Vamos esperar pelas novidades para ver como o Go-verno vai implementar isto”, decla-rou à Lusa, em Díli.

Para Guilhermino Silva, esta de-cisão e a “continuação” da resolução aprovada pelo Governo e pelo parla-mento em Outubro do ano passado que determinou uma auditoria ao sistema judicial do país e suspendeu os contratos com funcionários judi-ciais internacionais, “invocando mo-tivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional”.

Em Outubro de 2014, dias depois desta decisão, o Governo timorense ordenou a expulsão, num prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano, o que levou Portugal a suspender o protocolo de colaboração com o sec-tor judicial timorense.

JTM com Lusa

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JTM | ACTUAL 13 Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015

CHINA

Economia chinesa começa a ser “dona” do próprio destinoA China poderá demonstrar já este ano que controla realmente o seu próprio destino, graças aos promissores resultados de uma reestruturação económica favorecida por diversos factores, desde a queda dos preços do petróleo a uma onda de privatizações, consideram especialistas ouvidos pela agência Bloomberg

Reforma “Hukou” pode fomentar consumo

Por outro lado, a liberalização do sistema de registo de famílias (“hukou”) em ci-dades de pequena e média dimensão, juntamente com a reforma na assistência social, poderá ajudar a diminuir poupanças e a aumentar o consumo, entende Louis Kuijs, líder do Royal Bank of Scotland Group e um dos principais econo-mistas em Hong Kong. O actual sistema de “hukou” nega a muitos cidadãos o direito a serviços públicos, inclusive, à assistência médica e educação. “A reforma do sistema ‘Hukou’ deve ajudar a China a avançar para uma urbanização plena, com migrantes mais capazes de viverem como verdadeiros cidadãos, facilitando assim o reequilíbrio do padrão de crescimento”, defende Kujs, que já desempe-nhou funções no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial.

Com o Governo chinês empenhado em desen-volver um modelo de

crescimento assente no consu-mo e no mercado, em detrimen-to da actual dependência dos investimentos e da exportação, economistas e analistas estão a observar sete vectores asso-ciados a uma mudança estrate-gica que poderá reforçar uma reestruturação económica em 2015, incluindo um aumento na procura interna, petróleo mais barato, reformas dos preços de energia, melhorias no sistema de assistência social e uma onda de privatizações.

Em causa estão áreas que, muito provavelmente, irão con-ferir novo impulso à segunda maior economia do mundo, refere a agência Bloomberg, ao sublinhar o facto da procura in-terna estar a “ganhar vida”.

A mudança da China para um crescimento baseado no consumo e parte de uma vi-ragem drástica que oferecerá “oportunidades fantásticas” ao mundo desenvolvido, defende Stephen Roach, ex-economista senior da Morgan Stanley.

Para Roach, que actualmente e consultor do “Jackson Institute of Global Affairs” da Univer-sidade de Yale, o motor econó-mico da China está a deixar de funcionar essencialmente como produtor orientado para a ex-portação para se transformar num consumidor que oferece procura ao resto do mundo.

“2015 pode ser o ano em que a China demonstrará que tem realmente o controlo do próprio destino – o que pode conter a desvantagem de uma desacele-ração cuidadosamente planeada sem sucumbir à temida descida forçada que tantos acreditam ser inevitável. A história da procura interna está prestes a ganhar vida de uma forma que nunca vimos”, sustentou o economista.

Kenneth Courtis, actual pre-sidente da Starfort Holdings e antigo vice-presidente para a Ásia da Goldman Sachs, nota por sua vez que as quedas dos preços do petróleo e outros pro-dutos fizeram da China a “gran-de vencedora” da recente agi-

tação dos mercados mundiais. Tudo porque pôde economizar nas despesas com petróleo, car-vão e gás e aumentar as suas re-servas estrategicas de energia de forma barata.

De acordo com Courtis, a queda dos custos com a energia irá manter a inflação baixa e os preços dos produtores negati-vos, deixando muita margem para cortes nas taxas de juros. “Mesmo sonhando com óptimas notícias para a economia chine-sa, ninguem poderia ter imagi-nado um cenário tão positivo”, frisou.

Alem disso, o “choque” do preço do petróleo tambem ofe-rece a “oportunidade perfeita” para uma mudança orientada para o mercado no sector ener-getico, disse à Bloomberg Derek Scissors, academico do “Ameri-can Enterprise Institute” em Wa-shington, focado em questões económicas da Ásia. A China

poderá tomar medidas para que o sector da energia seja mais efi-ciente cortando ou eliminando subsídios, apontou.

“O consenso e de que a Chi-na enfrenta um dilema entre apoiar o crescimento económi-co com estímulo e implemen-tar reformas para uma eficácia a longo prazo”, refere Scissors, acrescentando que, no entanto, os baixos preços do petróleo são um estímulo natural para um grande importador de energia. “Em 2015, a China tem a opor-tunidade de cortar ou eliminar subsídios [para a energia] – aproximando assim a procura, oferta e o preço dos seus níveis de mercado – sem custos acresci-dos para a economia domestica ou empresas”.

Onda de privatizaçõesOs analistas do Deutsche

Bank acreditam que a China po-derá estar prestes a registar uma

onda de privatizações, já que os Governos locais procuram trans-ferir os seus activos, incluindo auto-estradas e ate algumas em-presas estatais. “Isso deverá aju-dar a promover a produtividade na economia e melhorar a previ-são de crescimento”, escreveram Zhang Zhiwei e Audrey Shi, economistas sediados em Hong Kong, numa nota aos clientes em Dezembro.

Dados estatísticos da Admi-nistração Estatal para a Indústria e Comercio da China indicam que foram constituídas mais de 10 milhões de novas empresas entre Março e Novembro de 2014, na sequência da redução dos trâmites burocráticos. Nesse contexto, as privatizações deve-rão reforçar o impulso à “nova” economia, incluindo a produção privada, que já está a superar o desempenho da “antiga” China.

Na perspectiva da Goldman Sachs, as tentativas da China de

introduzir mudanças baseadas no mercado interno contarão com um cenário mais favorá-vel em 2015 já que as exporta-ções aumentarão devido a três grandes factores: a recuperação económica em mercados desen-volvidos, uma política monetá-ria que se mantem globalmente flexível e baixos preços dos pro-dutos básicos.

Ao longo deste ano, haverá mais progressos em termos da liberalização das taxas de juros, com a remoção do limite da taxa de depósito a afigurar-se como possível, previu um grupo de economistas da Goldman Sachs liderado por Yu Song, de Pe-quim.

Porem, tendo em conta o pesado calendário de reembol-so de dívidas para promotores imobiliários, tambem e provável que ocorram alguns casos de in-cumprimentos nos pagamentos de dívidas, admite Dong Tao, economista-chefe para a Ásia do grupo Credit Suisse em Hong Kong. “Mas e uma incógnita se esses incumprimentos resulta-rão apenas em casos isolados ou em algo que gere uma reac-ção em cadeia a nível nacional. Parece que o Governo e o Banco Central estão a fazer algumas jogadas para fazer circular li-quidez no sistema por forma a que os casos de cessação de pa-gamentos não causem grande impacto”, afirma o especialista.

Com o crescimento do sec-tor de serviços a acelerar e a população em idade activa a diminuir, a China poderá criar os empregos que necessita com taxas de expansão mais baixas, diz David Loevinger, antigo coordenador de assuntos da China do Departamento do Te-souro dos EUA.

“Nada de implosão econó-mica, nada de agitação social em massa e nada de crise bancária”, diz Loevinger, hoje analista do grupo TCW em Los Angeles, ao sustentar que “este pode ser o ano em que se dissipe finalmen-te a noção equivocada de que a China e de certa forma diferen-te, de que precisa manter um crescimento elevado sob pena de se transformar num inferno”.

Comércio externo cresceu metade do previsto

As exportações chinesas cresceram 6,1% em 2014, mas, no conjunto, o comércio exter-no do país aumentou apenas 3,4%, ficando aquém dos “cerca de 7,5%” projectados pelo governo, indicam as contas divulgadas ontem pela Administração-geral das Alfândegas da China. O resultado deve-se ao reduzido aumento das importações, que só cresceram 0,4% em relação a 2013. Segundo a mesma fonte, a União Europeia continuou a ser o maior parceiro comercial da China, seguida dos Estados Unidos e da Associação dos Estados do Sudeste Asiático (ASEAN). O comércio com a União Europeia subiu 8,9% para 3,78 biliões de yuan e com os Estados Unidos 5,4%, para 3,41 biliões. Com o Japão, quarto parceiro comercial da China, as trocas caíram 1% em relação a 2013, para 1,92 biliões de yuan.

Consumo deverá assumir maior importância na economia chinesa

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201514 JTM | ROTEIRO

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:35 Avenida Brasil (Repetição) 19:30 O Teu Olhar 20:30 Telejornal 21:15 15 Anos e Agora “De Esperanças” 21:45 Arquitectarte 22:10 Avenida Brasil 23:00 TDM News 23:30 15 Anos e Agora “De Es-peranças” (Repetição) 00:00 Claridade Incandescente 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 The Ultimate Fighter 14:00 Australian Open Tennis 2015 Films 2012 Official Film 15:00 Australian Open 2014 Highlights 16:00 (LIVE) Rafa’s Summer Set 19:30 (LIVE)FOX SPORTS Central 20:00 Australian Open Preview 2015 21:00 Australian Open Tennis 2015 Films 2012 Official Film 22:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 22:30 UFC on FOX SPORTS UFC

31 FOX SPORTS 213:00 Badminton Unlimited 13:30 AFC Asian Cup 2015 Group C, IR Iran vs Bahrain 14:30 Asian Fishing Championships 2014 14:55 (LIVE) AFC Asian Cup 2015 Group B, DPR Korea vs Saudi Arabia 16:55 (LIVE) AFC Asian Cup 2015 Group B, China PR vs Uzbekistan 19:00 Badminton Unlimited 19:30 AFC Asian Cup 2015 Group A, Kuwait vs Korea Republic 20:30 Asian Fishing Championships 2014 21:00 Volvo Ocean Race 21:30 AFC Asian Cup 2015 Group B, China PR vs Uzbekistan 23:30 AFC Asian Cup 2015 Group A, Oman vs Australia 00:30 Volvo Ocean Race

40 FOX MOVIES12:45 The Hunger Games: Catching Fire 15:15 X-Men Origins: Wolverine 17:05 Need For Speed 19:20 Avpr: Aliens Vs. Predator 21:00 Alien Abduc-tion 22:35 Vampire Academy 00:20 I Love You, Beth Cooper

41 HBO11:50 Jack Ryan: Shadow Recruit 13:35 Grown Ups 2 15:15 Inside Man 17:25 Sister Act 19:05 47 Ronin 21:00 Warm Bodies 22:35 Girls 23:05 Togetherness 23:35 Inside Llewyn Davis

42 CINEMAX12:05 Tombstone 14:10 Dark Shadows 16:00 Out Of Sight 17:30 Na-tional Lampoon’S Favorite Deadly Sins 19:00 Empire State 20:30 Death Warrant 22:00 The Big Lebowski 23:55 Dead In Tombstone

50 DISCOVERY13:00 Tethered Year 1 14:00 Yukon Men 16:00 Deadliest Catch-Up 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Dual Survival 19:00 Gold Fever 20:00 What Happened Next? 20:30 Time Warp:Episode 21:00 Strip The City 22:00 Codes And Conspiracies 23:00 World’s Top 5 00:00 What Happened Next? 00:30 Time Warp

51 NGC12:30 Kingdom of The Oceans 13:25 Secrets Of The King Cobra 14:20 Incredibly Small World 15:15 Crowd Control 16:10 Street Genius 17:05 Monster Fish 18:00 Hidden Worlds 19:00 Kingdom of The Oceans 20:00 Monster Fish 21:00 Going Deep With David Rees 22:00 Street Genius 23:00 Monster Fish 00:00 Going Deep With David Rees

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 United Stuff Of America 15:00 Storage Wars 16:00 Monumental Challenge 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars: New

York 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 The Pickers 22:00 In Search Of Aliens 23:00 Ancient Aliens 00:00 Stan Lee’s Superhumans

55 FYI13:00 Flip This House 14:00 Bondi Vet 15:00 Taste Of Vietnam 16:00 Destination Flavour: Japan 17:00 Food Factory 18:00 Flipping Boston 19:00 Travels With The Bondi Vet 20:00 Bondi Vet 22:00 Taste Of Vietnam 23:00 Food Factory 00:00 Bondi Vet

63 STAR WORLD12:55 DC Cupcakes Specials 13:45 Million Dollar Listing 14:35 Glee 16:15 Devious Maids 17:05 Masterchef US 18:00 How I Met Your Mother 18:25 New Girl 18:55 Masterchef Junior US 20:45 America’s Next Top Model 22:35 Masterchef Junior US 00:25 Devious Maids

82 RTPI07:00 Bom Dia Portugal-Direto 08:01 Os Nossos Dias 08:30 Biosfera 08:59 Cuidado com a Língua! 09:14 Poplusa 10:10 Bem-vindos a Beirais 11:00 Telejornal Ásia-Directo 11:31 Ideias que Brilham Estreia 11:51 Sabia que? 12:15 Cuidado com a Língua! 12:30 Água de Mar 13:00 Jornal da Tarde-Directo 14:10 Por Amor ao Piano 15:12 Tanto Para Conversar 15:52 Surf Total 16:14 Os Nossos Dias 16:41 O Preço Certo 17:31 Biosfera 18:00 Portugal em Directo-Directo 19:02 Sabia que? 19:27 Água de Mar

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

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• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 9.38 9.50YUAN (RPC) 1.278 1.301

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A programação é da responsabilidade das estações emissoras

21:00HBO

Warm Bodies

CINETEATROS1 Taken14:00 • 15:45 • 17:50 • 21:30

S2 Seventh Son14:30 • 16:30 • 21:30

TORRE DE MACAUTaken 314:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)13:40 • 16:10 • 19:50 • 21:00 • 22:00 • 00:35

Taken 316:10 • 15:35 • 19:00 • 20:00 • 22:45 • 23:40

Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | DESPORTO 15

Para a conquista da Bola de Ouro, Cristiano Ronaldo recolheu 37,66% dos votos, o dobro dos rivais juntos, pois quer Neuer, quer Messi não chegaram aos 16% cada

O jogador do Real Madrid rece-beu 37,66% dos votos de jorna-listas, capitães e selecionado-

res, juntando o premio, atribuído pela FIFA e pela revista France Football, aos conquistados em 2008 e 2013, igualan-do os holandeses Johan Cruyff e Marco van Basten e o francês Michel Platini, vencedores por três vezes, quando o premio era só para europeus.

Na segunda posição ficou o argen-tino Lionel Messi, vencedor por quatro vezes da Bola de Ouro, com 15,76%, apenas mais 0,04 do que o alemão Ma-nuel Neuer.

Ronaldo votou no Real O capitão da selecção portuguesa

atribuiu os seus votos a Sergio Ramos, Gareth Bale e Karim Benzema, todos seus colegas no Real Madrid. Como capitão da selecção portuguesa, Ronal-do, que repetiu os triunfos de 2008 e 2013, apontou o defesa espanhol como o melhor jogador do ano, secundando--o de Bale e Benzema.

O seleccionador luso, Fernando Santos, elegeu Cristiano Ronaldo, colo-

cando o guarda-redes alemão Manuel Neuer no segundo lugar e o avançado holandês Arjen Robben no terceiro, e o

jornalista Joaquim Rita repetiu o voto em Ronaldo, à frente de Robben e do argentino Angel Di Maria.

O português Jorge Costa, seleciona-dor do Gabão, atribuiu os seus cinco pontos a Messi, relegando Cristiano Ronaldo para o segundo posto, à fren-te de Robben.

Ronaldo foi o preferido para Carlos Queiroz, responsável pela selecção do Irão, e para Rui Águas, seleccionador de Cabo Verde, que deixaram Messi e Neuer e Robben e Di María nos segun-do e terceiro lugares, respectivamente.

O argentino Lionel Messi votou no seu compatriota Di Maria para melhor jogador, deixando os seus companhei-ros de equipa no Barcelona Andres Iniesta e Javier Masquerano nos res-tantes lugares do pódio.

O seleccionador da Argentina, Ge-rardo Martino, tambem optou por votos patrióticos, com Messi no primeiro pos-to, seguido de Di María e Mascherano.

Joachim Löw, que foi eleito o me-lhor treinador de 2014, votou em Neu-er, tal como o capitão da selecção ale-mã Bastian Schweinsteiger, que, em nenhum dos casos, dispensaram qual-quer ponto para Ronaldo ou Messi.

O seleccionador espanhol, Vicente Del Bosque, tambem atribuiu os seus cinco pontos a Ronaldo, entregando três ao alemão Phillip Lahm e um a Ramos, à semelhança do que fez Iker Casillas, que secundou o português de Ramos e do alemão Thomas Müller.

O capitão da selecção brasileira, Neymar, destacou o seu companheiro de equipa Messi, remetendo Ronaldo para o segundo posto, à frente de Mas-cherano. Já o seleccionador canarinho, Dunga, ordenou a sua preferência des-tacando Neymar, de Ronaldo e do sue-co Zlatan Ibrahimovic

Ronaldo recebeu ainda os cinco pontos referentes às votações do selec-cionador de Angola, Romeu Filemon, do capitão da selecção de Cabo Ver-de, Marco Soares, enquanto os capi-tães moçambicano, Dário, o angolano, Gilberto, o selecionador de Moçambi-que, João Chissano, preferiram Kroos, Lahm e Robben, respectivamente.

Jornalista da Tribuna contribuiu para vitória de Cristiano Ronaldo

Convidado pela organização FIFA Ballon D’Or-France Football, o jornalista do JORNAL TRIBUNA DE MACAU Pedro André Santos foi o representante dos media da RAEM e contribuiu para a vitória do internacional português, dando o seu voto a Cristiano Ronaldo, com Arjen Robben e Angel Di Maria nos lugares seguintes. O capitão da se-lecção local, Paulo Cheang Cheng Ieong, deu igualmente o seu voto a Ronaldo, com Robben e Messi nos lugares seguintes. Totalmente diferente foi a votação do trei-nador da selecção de Macau, Leung Sui Wing, que atribuiu o primeiro lugar a Messi seguido de Manuel Neuer e Robben. O capitão da selecção da China, Zhang Linpeng, também deu os seus votos a Ronaldo, o mesmo acontecendo ao representante dos media, Luo Ming. Já o seleccionador da RPC colocou no primeiro lugar o avançado alemão Thomas Muller, que acabou por ficar na quinta posição com 5,4 por cento dos votos. Em relação a Hong Kong destaque-se que só o representante dos media, Gabbi Alvarado, acertou no vencedor. O capitão da selecção Chan Wai Ho e o seu treinador Kim Pan Gon apostaram em Lionel Messi, e só o jogador deu votos a Ronal-do para o segundo lugar. O treinador coreano preferiu dar pontos a Yaya Touré, que no final ficou com 0,86 por cento dos votos...

Ronaldosuperou total de votos deMessi e Neuer

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201516 JTM | OPINIÃO

“Je suis Charlie” e tu és o terroristaque se senta diariamente ao nosso lado

UM ARTIGOFrancisco José Leandro*

Os cartazes negros com a inscrição “Je suis Charlie” que, na semana passada, encheram as ruas de

Paris e ainda enchem um pouco todo o mundo das redes sociais, mostram bem a vontade de nos transformarmos todos em mensageiros, independentemente do conteúdo da mensagem. Aquilo que está em discussão não e tanto saber da validade da mensagem, mas a mais ine-quívoca rejeição de um acto de “extrema barbárie” (para usar a expressão do Pre-sidente François Hollande) que foi pro-tagonizado na cidade das luzes contra o jornal semanal satírico Charlie Hebdo. Charlie Hebdo foi rebaptizado “Charia Hebdo” em resposta à publicação dos tristemente celebres cartazes do Profeta Maome em 2011 e 2012, publicação for-temente criticada pelo então Ministro Francês dos Negócios Estrangeiros Lau-rent Fabius. Ao que parece e apesar do seu carácter mais ou menos sensaciona-lista, Charlie Hebdo conquistou apenas franjas de popularidade e nunca foi um jornal de larga tiragem. O jornal funda-do em 1969 interrompeu a publicação entre 1981 e 1992 por dificuldades finan-ceiras e foi alvo de uma acção de vanda-lismo em 2009.

Tenho vindo a escrever neste espaço sobre a questão dos fundamentalismos. Não e, pois a primeira vez que procuro evidenciar que o fundamentalista e o ac-tor principal, o interprete super-profeta, o não escrutinável, aquele que certifica a ascensão divina do seu semelhante, o manipulador profissional da “Verda-de”, um vagabundo moral, aquele que ignora o conceito de “lei” em sentido amplo, aquele que escarnece do conceito de “ciência”, aquele que perdeu o senti-do da “arte” nas suas diversas manifes-

tações e, em suma, um mestre infalível sem o qual o Divino se despojaria dos utensílios transcendentes. Um juiz de última instância em causa própria. Um homem-Deus que nasceu para oprimir em nome de um Deus, que tambem aperfeiçoa.

Desta vez creio que o essencial e afirmar que o fundamentalista não é necessariamente uma personagem de aparência sinistra, vindo de lugares dis-tantes, trajando uma indumentária não usual, falando uma língua estranha. O fundamentalismo e um lamentável es-tado de alma que pode crescer naqueles que desejam aperfeiçoar Deus e que se sentam todos os dias ao nosso lado no autocarro. O fundamentalismo fala a nossa língua mas modificada pela apro-priação de significados que ignoramos. O fundamentalista e um actor que se mascara da normalidade e usa-a para fertilizar a vontade do martírio como uma meta, em que os meios justificam sempre os fins e que serve de instrumen-to para uma colocação pessoal no pódio da eternidade. O fundamentalista cede--nos cordialmente a passagem, educa os nossos filhos, sorri ao comprar o jornal, passeia-se com a família e o cão, ate ao dia em que decide interpretar o chama-mento divino e transformar-se no car-rasco sem soldo nem limites para quem a única ponte para o nirvana e, simples-

mente, o martírio.Estou convencido que, quando se

confunde a mensagem com o mensa-geiro, se confunde tambem Deus com a melhor interpretação da sua doutrina. Confunde-se a vontade em servir com o destruir do próprio fim servido. Con-funde-se o valor essencial da dignidade do respeito pelo outro e pelo sentido do colectivo, com uma especie de mes-sianismo em que o messias se basta a si próprio. Neste sentido, este acto terroris-ta contra o jornal Charlie Hebdo, cuja li-nha editorial tem vindo a levantar algu-mas reservas e reticências nos diversos sectores da sociedade francesa (e da so-ciedade internacional), não pode deixar de ser um acto criminoso de extremismo ignóbil, da mais gratuita e vil violência, uma barbárie que em todos deve des-pertar um especial sentido de cidadania

de serviço e ao serviço das instituições do Estado, que têm por responsabilida-de primária assegurar o bem-estar e a segurança. Uma acto que não pode nem deve deixar ninguem indiferente.

Finalmente, penso que a sociedade francesa foi duplamente afectada: não só perdeu os mensageiros às mãos dos seus próprios cidadãos, como tambem aumentou dramaticamente o risco de transformar o valor maior da sua diver-sidade social, numa das causas substan-ciais da sua potencial intolerância. No limite, o caso Charlie Hebdo deixou--nos a todos, incluindo aqueles que o perpetraram, mais distantes dos valores essenciais da existência humana e, con-sequentemente, mais pobres.

*Docente da Universidade de São José.Escreve neste espaço

bimensalmente às quartas-feiras.

2ª Vez “JTM” - 14 de Janeiro de 2015

Acção Ordinária nº CV1-14-0071-CAO 1° Juízo Cível

Autora: LEONG CHEONG SENG, casado, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, Avenida Dr. Sun Yat Sen, Edf. “Hoi Keng Fa Un”, Bloco “Lei Keng”, 9º andar G.Réus: LI CHIKANG e sua esposa YAN SUE, casados em regime de comunhão de adquiridos, titulares do B.I.R.M., com última residência conhecida em Macau, Rua Cidade de Coimbra nº 342, Edf. “Kam Un”, 16º andar L.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível deste Tribunal, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando os dois Réus LI CHIKANG e YAN SUE, supra identificados, para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar contra a supracitada Acção Ordinária, requerendo o A. a seguinte sentença:

1. Os dois RR., solidariamente, pagam integralmente ao A. a dívida, que perfaz o total de HKD$22.640.000,00, equivalente a MOP$23.353.160,00.

2. Acrescidos dos juros legais contados desde o vencimento das dívidas até à data do presente recurso, que perfaz o total de HKD$7.512.238,77, equivalente a MOP$7.748.879,29.

3. Acrescidos dos juros legais contados desde o vencimento do prazo de pagamento até à liquidação efectiva dos juros legais, bem como,

4. Todos as custas processuais, a procuradoria, e as despesas decorrentes do presente processo serão assumidas pelo RP.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposição dos citandos, sob a cominação de, que a falta de con-testação, em caso de revelia absoluta, não importa o reconhecimento dos factos articulados pela A., ficando os mesmos advertidos de que é obrigatória a consti-tuição de advogado (art. 74º do C.P.C).

R.A.E.M., aos 05 de Janeiro de 2015.

A JuizCheong Weng Tong

A Escrivã Judicial PrincipalAna Capelo

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

2ª Vez “JTM” - 14 de Janeiro de 2015

Arresto (apenso) nº CV1-14-0071-CAO-A 1° Juízo Cível

Requerente: LEONG CHEONG SENG, casado, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, Avenida Dr. Sun Yat Sen, Edf. “Hoi Keng Fa Un”, Bloco “Lei Keng”, 9º andar G.Requerido: LI CHIKANG, casado, titulares do B.I.R.M., com última residência conhecida em Macau, Rua Cidade de Coimbra nº 342, Edf. “Kam Un”, 16º andar L.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível deste Tribunal, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o Requerido, supra identificado, de que por sentença de 18/09/2014, proferida no autos supracitado, foi ordenado o arresto do um imóvel, servindo de garantia para pagamento integral da dívida HKD$22.640.000,00, equivalente a MOP$23.353.160,00, bem como das custas judiciais, e respectivos juros.

O imóvel arrestado é o seguinte Denominação: da fracção autónoma, “L16” do 16º andar “L”.Situação: sito em Macau, nº 158 a 208 da Avenida 24 de Junho, nº 157 a 209 da Avenida Sir Anders Ljungstedt, nº 321 a 365 da Rua Cidade do Porto e nº 322 a 364 da Rua Cidade de Coimbra.Finalidade: para habitação.Número de matriz: 73001.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22234, a fos. 145 do Livro B4K.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 8544, a fls. 216, do Livro F34K, inscrição de proprietário nº 60349G.

É expressamente advertido ao citado, nos termos do artigo 333º do Código de Processo Civil, que dispõe do prazo de dez dias, findo o dos éditos para apresentar o recurso ou oposição contra a sentença que decretou a providência.

Tudo como melhor consta do duplicado do requerimento inicial que se encontra nesta secretaria à disposição do citando, sob a cominação de, que a falta de recurso ou oposição, em caso de revelia absoluta, não importa o reconhecimento dos factos articulados pelo Rquerente, ficando o mesmo advertido de que é obrigatória a constituição de advogado (art. 74º do C.P.C).

R.A.E.M., aos 05 de Janeiro de 2015 .

A JuizCheong Weng Tong

A Escrivã Judicial PrincipalAna Capelo

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ANÚNCIO

2ª Vez “JTM” - 14 de Janeiro de 2015

Arresto (apenso) nº CV1-14-0071-CAO-A 1° Juízo Cível

Requerente: LEONG CHEONG SENG, casado, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, Avenida Dr. Sun Yat Sen, Edf. “Hoi Keng Fa Un”, Bloco “Lei Keng”, 9º andar G.Requerido: LI CHIKANG, casado, em regime de comunhão de adquiridos, titulares do B.I.R.M., com última residência conhecida em Macau, Rua Cidade de Coimbra nº 342, Edf. “Kam Un”, 16º andar L.Cônjuge do Requerido: YAN SUE, casada, em regime de comunhão de adquiridos, titular do B.I.R.M., com última residência conhecida em Macau, Rua Cidade de Coimbra nº 342, Edf. “Kam Un”, 16º andar L.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível deste Tribunal, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando YAN SUE, cônjuge do requerido LI CHIKANG, para, no prazo de QUINZE DIAS, findo o dos éditos, requerer a separação de bens pelo seguinte bem arrestado, que constituí o bem comum do casal ou juntar certidão comprovativa da pendência de acção em que a separação já tenha sido requerida, sob pena de a execução prosseguir nos bens arrestados/penhorados (art. 709º do C.P.C.).

O imóvel arrestado é o seguinte Denominação: da fracção autónoma, “L16” do 16º andar “L”.Situação: sito em Macau, nº 158 a 208 da Avenida 24 de Junho, nº 157 a 209 da Avenida Sir Anders Ljungstedt, nº 321 a 365 da Rua Cidade do Porto e nº 322 a 364 da Rua Cidade de Coimbra.Finalidade: para habitação.Número de matriz: 73001.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 22234, a fos. 145 do Livro B4K.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 8544, a fls. 216, do Livro F34K, inscrição de proprietário nº 60349G.

R.A.E.M., aos 05 de Janeiro de 2015 .

A JuizCheong Weng Tong

A Escrivã Judicial PrincipalAna Capelo

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

Dito

(...) “Se pudermos dar o contributo à sociedade e ao desenvolvimento socioeconómico de Macau, estamos todos disponíveis. E obviamente que a nossa associação poderá sentir essa responsabilidade mas não tem como objectivo principal a política” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 14/01/1995

TV EDUCATIVA VAI ARRANCAR EM MARÇOO projecto da Televisão Educativa vai ser utilizado no ensino de lín-guas e na formação e educação cí-vica da população de Macau, disse o Governador. Falando após a assi-natura de um protocolo entre o Ins-tituto Politecnico e a Teledifusão de Macau, Rocha Vieira afirmou que o “projecto completa-se se abranger a vertente do ensino da língua e a da formação e educação cívica da população”. A formação e educa-ção cívica da população tem senti-do, segundo Rocha Vieira, porque a “radicalização da população no Território e recente. Cinquenta por cento dos habitantes do Território residem há menos de 20 anos e apenas 40 por cento da população e que nasceu em Macau”, referiu Rocha Vieira. O Governador afir-mou que Macau “merece e preci-sa” do projecto de Televisão Edu-cativa, salientando que “a raiz e a característica de Macau está ligada à língua, à capacidade de entendi-mento entre as suas comunidades, à maneira própria, à singularidade e à especificidade do Território”. “Macau e uma sociedade comple-xa, assente essencialmente na co-munidade portuguesa e chinesa, mas tem uma característica plural sob o ponto de vista sociológico e cultural da população. É essa ca-racterística que fundamenta a raiz mais sólida da realidade histórica da população”, referiu o Gover-nador. “Todos nós sentimos neste período de transição que e impe-rioso para Macau e para o projecto e compromisso que Portugal e a China assumiram perante o Ter-ritório e a sua população que seja possível prolongar no futuro essa realidade histórica, essa raiz e essa característica”, acrescentou. O Go-vernador salientou que “e atraves de cada um de nós que devemos assumir a consciência cívica da so-ciedade”. Durante a cerimónia, o presidente do Instituto Politecnico, Oliveira Dias, referiu que esta es-cola está “em total sintonia com os objectivos da administração, dis-ponibilizando-se para colaborar na política de formação dos recursos humanos necessários a esta fase de transição”. Oliveira Dias salientou ainda “a competência, agilidade e eficácia do coordenador do pro-jecto, o jornalista Jose Rocha Dinis, para colocar em prática este traba-lho que inclui fundamentalmente acções de formação”.

Lutar contra a inercia, a rotina, a pa-ralisia, por vezes a incompetência que, nos últimos meses do anterior

governo, se haviam apossado dos seus responsáveis. A divisa que esperamos seja, desde já, a do novo Executivo. Di-visa que era nos tempos de confronto que se seguiram a Abril de 74, a voz do comando do MRPP, o Movimento Reor-ganizativo do Partido do Proletariado que infernizou a vida do PCP e que, ao ultrapassá-lo pela esquerda, demonstrou que não passava de um Partido burguês que, perdida que fosse a cumplicidade do sector mais esquerdista do MFA, apenas representaria uma pequena percentagem do eleitorado. Como se viu.

Foi este grito de guerra - Ousar lutar, Ousar vencer - que me lembrei a propó-sito da entrevista do Secretário Alexis Tam publicada há dias pelo Hoje Macau depois da sua espectacular visita ao Hos-pital Conde de São Januário. Entrevista essa que alem do seu interesse, teve a im-portância de, ao contrário do que vinha sendo habitual, ter dado respostas con-cretas e objectivas - e em bom Português - às perguntas directas da jornalista Joana Freitas sobre os mais candentes proble-mas da sua vasta área de governação.

Este facto - e a coragem assim eviden-ciada - lembrou-me os meus tempos de forcado amador em que, de vez em quan-do, o meu grupo fazia uma pega ainda mais arriscada do que as habituais, fos-sem elas de caras ou de cernelha: pouco antes de o toiro ser largado para a arena, o forcado da cara avançava pimpão de mãos na cinta para a saída do curro e, mal o bicho arrancava para a primeira investi-da, saltava-lhe para os cornos a segurá-lo ate o dominar. Palmas, música, alegria na praça, chapéus e flores pelo ar e, como de costume, algumas costelas partidas que a

Ousar lutar

gente só sentia quando pulava a barreira.Mal acomparado, como se dizia lá no

Ribatejo, foram estes o estilo e as respos-tas de Alexis Tam nesta entrevista: “Di-zem que sou corajoso, ambicioso mas, sendo ou não sendo não importa - e esse o objectivo e isso e que interessa”.

Do que dele se foi conhecendo ao longo dos 15 anos em que esteve no Go-verno, sabe-se que o novo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, alem de inteligente e trabalhador, e politicamente ambicioso e dotado de uma visão estra-tegica rara na área da Função Pública. Só lhe faltou dizer, como o Prof. Oliveira Sa-lazar no seu primeiro discurso “Sei muito bem o que quero e para onde vou”. Alem, como se viu, de ser um “animal político: enquanto os seus colegas de Governo co-meçaram a exercer as suas funções com pequenas reuniões com os seus colabora-dores mais próximos ou visitas discretas a algumas instituições da sua tutela refe-ridas depois em pequenos comentários do GCS, Alexis Tam chegou ao Hospital - de longe o estabelecimento cujo defi-ciente funcionamento mais preocupa a vida da população - com uma bateria de jornalistas, fotógrafos e operadores de câ-mara, reuniu com medicos e enfermeiros, apertou a mão aos doentes e respondeu “de caras” a todas as perguntas dos jor-nalistas, espantados com o novo estilo deste governante. Que com o seu à von-tade e desenvoltura não só mostrou estar a par dos problemas da área da Saúde

como ate já das possíveis soluções para os resolver, conseguindo transformar o que seria uma simples visita de trabalho num acontecimento que mereceu a primeira página de todos os jornais e a abertura dos noticiários. Resultado, já os seus cole-gas da Administração e das Obras Públi-cas e, especialmente, o da Segurança (que se atreveu a pegar de caras esses outros toiros desgarrados ate agora à solta que são os táxis e a prostituição nos hoteis-ca-sinos), passaram a enfrentar os seus com a mesma certeza.

É verdade que esta aposta na resolu-ção concreta dos problemas que há muito em vão se enchiam de bolor nas mesas dos seus antecessores dá muito mais tra-balho - e supõe mais riscos políticos - que de calar os jornalistas dizendo-lhes que os problemas iam ser estudados que se ia nomear uma comissão… São dias e noi-tes de trabalho que os esperam: “Desde o primeiro dia em que comecei a trabalhar aqui - recordou Alexis Tam - na minha área não há lua-de-mel. Assim seja tam-bem nas outras áreas que continuam a destruir a nossa qualidade de vida - infla-ção, rendas de casa, custos dos alimentos, transportes públicos… A espectativa e grande mas, se avançarem, têm a certeza de que toda a população os acompanha.

Penso que Alexis Tam irá visitar uma--a-uma todas as instituições da sua des-mesurada área. E que terá o tacto político de distinguir aquelas a que irá com “ban-deiras e bandas de música” das que de-vem decorrer discretamente.

Se assim for capaz e assim continuar - sempre ignorando naturais invejas que a sua postura poderá suscitar… - alem de ter ousado lutar, tambem acabará por ou-sar vencer.

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

CR é mesmo um monumentoO pintor Ingres foi segundo violino na orquestra de Tou-

louse, que não era exactamente a Orquestra Filarmónica de Viena...

Do pintor, dizia Picasso: “Era o melhor de nós todos.” No entanto, o nome de Ingres ficou cunhado pela expressão “violi-no d’Ingres” (o de alguem que e excelente noutra arte).

Ontem, soubemos qual o violino de Cristiano Ronaldo. Ele tem como passatempo a haka, a difícil arte dos jogadores

de râguebi All Blacks. E o seu grito de assustar e: “Sííííííí!” Fracote. Era de esperar, em materia de ócio, CR não e grande

pontape. O campeonato dele e o negócio – e traduzo o que e uma sincera homenagem: negócio e a negação de ócio.

CR, alem do talento com que nasceu, e trabalho, ambição, milhares de piscinas ate cultivar num bom corpo um corpo de deus de Olimpo e um querer capaz de fintar traiçoeiras facilida-des da fama.

CR ou Messi e falso dilema, os apaixonados de futebol de-vem e agradecer viver a epoca que junta dois maravilhosos fu-

tebolistas. Mas o português e mais: porque e exemplo. Ele e ele, feito

por ele, não só um pe esquerdo divino. CR não e destino herda-do, e uma boa base trabalhada pelo próprio ate ao monumento.

Quando ele não se esquece de citar a mãe, não e porque se lembre que ela o pariu, um acaso, mas porque a mãe o acompa-nhou enquanto ele se dedicou a uma vontade.

Colar futilidade a CR e das ideias mais fúteis que conheço. Como não reconhecer trabalho quando ele nos entra pelos

olhos dentro?JTM/DN

Duarte Alves, presidente da Associação dosJovens Macaenses, em entrevista ao “Ponto Final”

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

NA MARCHA DE PARIS ESTAVAMLÍDERES DE PAÍSES QUE NÃORESPEITAM A LIBERDADE DE

INFORMAÇÃO, FREGUESA. DE MEDO?

AGORA DEVEM ESTARCHEIOS DE MEDO.

DE QUE OSPRENDAM QUANDO

REGRESSAREM A CASA.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 201518 JTM | LAZER

A “Plateia” de Eduardo Relvas

• O jornal português “Ensino Magazine”, publicação mensal, traz uma longa entrevista, com chamada destacada na 1ª página, ao ilusionista Mário Daniel, autor, apresentador e mágico, do programa “Minutos Mágicos” popularizado nos ecrãs da SIC. O jornal “Ensino Magazine” dirigido por João Carrega, com sede em Castelo Branco, em Novembro de 2013 celebrou um protocolo que tornaria disponível o jornal na Escola Portuguesa de Macau.

• O BES ou ex-BES ou Bom/BES ou Mau/BES está a fazer correr muita tinta e muita fotografia para consumo in-terno e externo. Os (ir)responsáveis “peso pesados”, Machado da Cruz o “arrependido”, os investidores bonzinhos, os investidores mauzinhos, os assim-assim os “chutados” para o cestinho do Mau/BES, já deram indícios de que a guerra terá muitas batalhas nos terrenos jurídicos. Dúvida de Mágico: a continuar assim, será que as comadres irão fazer as pazes e Vítor Bento e a sua equipa, acabarão condenados por ocupação selvagem do BES?

• Fraco se torna um Senhor se louvado por assassinos. EU SOU CHARLIE porque, em qualquer Janeiro, somos Abril.

ENTRADA LIVREACardinal*

Dicas

Em meados de 1986, trinta e poucos anos depois de ter nascido, finava--se a Revista “Plateia” após pu-

blicadas mais de um milhar de edições sobre Artes tais como Cinema, Teatro, Cantigas, entrevistas e bisbilhotices leves, etc. Tudo o que fosse espectáculo de en-tretenimento, a “Plateia” dava opinião ou notícia acompanhada de fotografia. Era, ao tempo, única, embora o título “Pla-teia” com grafismo “Platea” já constasse como título, em formato jornal, criado no Porto nos anos 30 tomando como tema o espectáculo nas variadas vertentes. Esta “Platea” foi de curta vida. Já a “Plateia”, em formato de revista, propriedade de António Joaquim Dias, distribuída pela então Agência Portuguesa de Revistas apresentava-se semanalmente com uma 1ª página ilustrada a cores retratando uma “figura do momento” do mundo do espectáculo. Nas páginas interiores, para alem das notícias e entrevistas dos protagonis-tas dos palcos e dos ecrãs, oferecia-nos uma ou duas páginas de título “Arte Má-gica” com assuntos relacio-nados com o Ilusionismo, cujo autor era Eduardo Rel-vas “Savler”.

Os assuntos sobre a ma-gia eram variados, pedagó-gicos e cativantes.

Havia tambem opinião que nem sempre agradava aos visados, histórias sobre figuras, sobretudo portu-guesas, que queriam conquistar espaço no difícil “território” mágico e ainda a divulgação, com o respectivo ensina-

Através da extinta revista “Plateia”,o mestre Relvas deu-nos muita Magia

mento, de uns truques que os leitores não deixavam de apreciar e ate, opinar. Mui-tos desses leitores, com o decorrer dos anos, lendo na “Plateia” Eduardo Relvas, foram-se transferindo da classe curiosos para simpatizantes ou mesmo pratican-tes do Ilusionismo.

Eduardo Relvas pelo seu tempera-mento de intransigência e rigor que pu-

nha ao serviço da Arte do Ilusionismo quer rejeitando “modernices” fragilmen-te estruturadas ou pondo em causa certas “correntes progressistas” com azedos re-paros, foi coleccionando incompatibilida-des no meio mágico embora não deixas-se, simultaneamente, de ver reconhecido o trabalho preponderante na promoção e divulgação da Arte mesmo a nível inter-nacional, já que Relvas assinava crónicas nas revistas da especialidade em países como Brasil e Espanha.

Nasceu em Lisboa em 1896 onde viria a falecer nos primeiros dias de Junho de 1977. Discípulo de J.G. Oliveira, figura ca-rismática da epoca que a seu tempo abor-daremos em crónica própria, seguia uma linha artística orientada por nomes como Richiardi e o espanhol Florences. No pe-ríodo de 1917 a 1922 fez do Ilusionismo a sua profissão actuando em Casinos, Tea-tros/Cinemas ou colectividades recreati-vas de Lisboa e Província. A sua estreia, como amador, data de 1913 em Lisboa no Teatro da Rua dos Condes. Fundou, em Lisboa, o Gremio Mágico Português em meados dos anos 20 e nos anos 40 e 50 a TML (Tertúlia Mágica de Lisboa) e SPI (Sociedade Portuguesa de Ilusionismo)

respectivamente, onde editou o boletim “Tesouro da Magia”. Colaborou com Martins Oliveira na qualidade de Secre-tário-Correspondente do I.I.R.S. e de 1965 a 1974 escreveu, semanalmente para a re-vista “Plateia” textos a que deu o nome de “Arte Mágica”. No Torneio Ilusionista Coimbrão Savler arrecadou o 1º premio na categoria de “magia geral”. Nos últi-mos anos da sua vida o número de “in-compatibilizados” tinha crescido expo-nencialmente a ponto de a sua presença, em eventos, sobretudo a Sul, não merecer o destaque e o respeito que, em nosso en-tender, lhe era devido. Tivemos a oportu-nidade de várias vezes conversar e trocar correspondência que guardamos com especial estima. Eduardo Relvas o “pai Relvas” deixou-nos uma imensa e valiosa obra escrita. Um apreciável número das crónicas publicadas na revista “Plateia” foram, por ele, reunidas em quatro vo-lumes, publicados em 1968, 1972, 1973 e 1974. No conjunto dos quatro volumes, a obra “Arte Mágica” reuniu mais de 800 páginas de textos com algumas centenas de ilustrações.

* Ilusionista - Coordenador do MagicVa-longo Festival Internacional de Ilusionismo

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Beyoncé e Jay Zcriticados pordefensores dos animaisPelo menos duas organizações de defesa dos direitos dos animais reagiram com indignação à publicação de uma foto no Instagram de Beyonce, mostrando a cantora, o marido Jay Z e a filha Blue Ivy a brincarem com uma cria de tigre. A imagem foi captada no parque temático “FantaSea” de Phuket, cidade tailandesa onde a família gozou férias recentemente. “Um tigre não é um brinquedo”, alertou Jan Schmidt-Burbach, da “World Animal Protection”, frisando que “fotografias festivas como esta apoiam uma indústria que se baseia na crueldade animal”. Críticas idênticas foram igualmente feitas pela “One Green Planet”.

Concerto deChris Browntermina em tiroteioUm concerto de Chris Brown em San Jose, na Califórnia, não terminou da melhor forma. O cantor estava em cima do palco quando teve de parar a actuação por causa de uma discussão que estava a acontecer no público. Em seguida, ter-se-ão ouvido tiros e cinco pessoas ficaram feridas. No entanto, de acordo com o site «TMZ», Chris Brown não sofreu ferimentos e abandonou o local em segurança.

Famíliaem

primeiro lugar

Daisy Lowe é uma modelo inglesa e uma “rockstar” de 25 anos que cresceu junto de

Kate Moss, desfilou para a Chanel e conta com

Cara Delevingne e Harry Styles no grupo dos

seus melhores amigos. Durante anos, a jovem

moldou uma carreira de sucesso como modelo,

mas não esconde o desejo de voltar a

estudar… e só depois constituir a sua própria

família.

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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Choi Si Man

Macau tornou-se uma cidade com excesso de turistas, por isso, os cidadãos vivem cada vez com

menos espaço para as suas actividades, sobretudo na Península de Macau. Os transportes também

constituem um dos principais problemas de Macau. Com muitas pessoas a viverem nesta cidade, penso que os trans-portes públicos estão sobrecarregados. Espero que a constru-ção do Metro Ligeiro possa ser concluída o mais rapidamente possível, permitindo assim, por um lado, reduzir a poluição e

o número de veículos que circulam nas estradas e, por outro lado, facilitar as deslocações das pessoas, especialmente dos trabalhadores dos casinos. Penso que, com o Metro Ligeiro em Macau, o problema dos transportes poderá ser resolvido. E eu também vou deixar de usar viatura particular.

Um natal radicalBecas Carreiro decidiu passar o Natal em Niseko, Japão, e aventurar-se em

actividades mais radicais. Esta foto assim o comprova, tendo sido tirada minutos antes da primeira aula de “snowboard”.

Juramento de bandeiraAdriano Silva surge nesta foto com o seu pelotão e instrutores no dia do

juramento de bandeira no quartel dos Bombeiros em Macau, num momento para mais tarde recordar.

Comemorando de uma forma saudávelOs membros e instrutores da Krav Maga Macao, reuniram-se no Natal para uma sessão

de treino e almoço natalício num restaurante de Coloane, mantendo assim o forte relacionamento que já existe entre o grupo.

Diade festa

No dia 6 de Janeiro, Dia de Reis, a mãe de

Verónica Madruga, Zélia Ribeiro, perfez

a bonita idade de 70 anos. A data foi

comemorada com o carinho da família e

amigos.

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Airbus vai instalar caixas negras ejectáveis e flutuantes nos aviõesOs Airbus A350 e A380 serão equipados num futuro próximo com caixas negras ejectáveis e flutuantes, para facilitar a sua localização em caso de acidente no mar, avançou a AFP. “A Airbus recebeu, no final do ano passado, o sinal verde da AESA (Agência Europeia de Segurança Aérea) para efectuar as modificações necessárias nos seus aviões para instalar estas novas caixas negras na parte trasei-ra”, disse uma fonte à agência noticiosa francesa. Um porta-voz da AESA confirmou que a agência está a trabalhar “na actualização do regulamento de certificação denominado CS 25 para que haja a pos-sibilidade de equipar as aeronaves com essas caixas negras” e expli-cou que a “modificação geralmente é rápida”. “A ideia é modificar as caixas negras para que cada uma registe tanto as informações do voo, como as conversas. Uma seria ejectável e a outra, não”, expli-cou fonte próxima do fabricante europeu. A caixa negra ejectável possuirá um sistema de “airbag” para mantê-la à superfície em caso de acidente no mar, o que permitirá a recuperação dos dados e das conversas, alem de se apontar o lugar exacto da queda, para a loca-lização dos destroços e das vítimas.

20 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015 • Fecho da Edição • 00:40 horas

Resgatados 37 bebés que eram alimentados com “noodles” e restos de comidaAs autoridades policiais chinesas resgataram 37 bebes e uma criança de três anos numa operação contra o tráfico de menores que levou à detenção de 103 suspeitos. De acordo com o jornal “South China Morning Post”, os bebés eram alimentados pelos traficantes com “noodles e sobras de vegetais”. Os valores da venda dos bebes do sexo masculino variavam entre 50.000 e 89.000 yuans, enquanto que, segundo a polícia, as meninas eram traficadas por valores mais baixos. “Uma nova forma de crime”, declarou Chen Shiqu, director do Gabinete Anti-Tráfico do Ministério de Segurança Pública, citado pela CCTV. Provenientes de regiões de Shandong, Linyi, Qufu e Jining, os traficantes eram conheci-dos por “contratar” mulheres grávidas que estavam dispostas a “vender” os seus bebes e viviam numa fábrica abandonada de Jining, no sul de Shandong, até os filhos nascerem. “As crianças eram trans-portadas, escondidas em malas, ate à morgue onde eram mantidas ate serem encontrados compradores”, indicou a polícia. O detetive, Hou Jun, disse ainda que “as crianças eram maltratadas”, sublinhando que, na rusga à morgue, foram encontrados muitos bebes em “más condições, com alguns a sofrer escaras devido aos poucos cuidados”.

Ainda falando de transportes públicos. Re-cordo que, ao longo dos tempos, os preços dos transportes públicos locais, autocarros e táxis, foram subindo com o argumento dos aumentos do preço dos combustíveis.

Ao contrário de Portugal, onde os combus-tíveis subiram no início deste ano, quando os preços do petróleo atingem mínimos históri-cos, Macau não tem grandes impostos sobre os combustíveis que “disfarcem” o valor real da materia-prima.

Parecia, pois, que a baixa dos combustíveis, já sensível no encher dos depósitos, deveria agora estender-se tambem aos preços dos trans-portes públicos, podendo assim o Governo dei-xar de subsidiar tão fortemente as empresas de autocarros públicos e abrindo negociações com as associações de táxis para baixar os preços.

Nesta altura em que algumas associações de táxis andam “a falar grosso”, fico surpreendido como ainda não foram pedir ao Governo para baixar o preço da bandeirada.

E se o Governo não aceitar, ate podiam fazer uma marcha lenta pelo centro da cidade...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Para baixar o preço da bandeirada

Três Secretários do Governo da RAEM recebem hoje José CesárioDurante a visita a Macau, no âmbito da qual vai inaugurar a plataforma online do Consulado-Geral de Portugal, o secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas, Jose Cesário, vai encontrar-se com três dos Secretários do novo Governo. Hoje, começará o dia com uma reunião com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, seguindo-se um encontro com o Secretário dos Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. À tarde, e depois de uma reunião com a direcção da Associação dos Apo-sentados, Reformados e Pensionistas, Jose Cesário vai encontrar-se com o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. Na agenda do governante português está ainda uma visita às instalações da Santa Casa da Misericór-dia e um encontro com a Direcção da Associação dos Trabalhadores da Função Pública. Amanhã, último dia da visita a Macau, está prevista uma reunião com o presidente da Associação dos Macaenses, entre outros contactos.

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Apanhado com 94 iPhones no corpona fronteira entre Hong Kong e ChinaUm jovem tentou atravessar a fronteira entre Hong Kong e a China com 94 iPhones colados ao corpo com plástico e fita adesiva. O cida-dão de Hong Kong foi detido pela polícia no posto fronteiriço de Futian, depois de os agen-tes notarem que o homem se movia com difi-culdade. Os investigadores avaliaram em cer-ca de 300.000 yuan os produtos que o jovem tentou contrabandear para a China. Os iPho-nes, iPads e outros produtos da Apple, que em Hong Kong são vendidos mais baratos, ou são modelos mais avançados, já que as novas versões saem neste mercado primeiro do que no Interior da China, são das mercadorias que com mais frequência são introduzidas no país atraves de contrabando.

Ministro de Goa quer criar centro para tornar homossexuais “normais”O ministro do Desporto e Juventude do Estado de Goa anunciou que vai criar um centro similar ao dos Alcoólicos Anónimos para “tratar” jovens da comunidade LGBT (Lesbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) com o objectivo de os tornar “normais”. Os jovens vão ser “treinados” e receber medicação durante o alegado tratamento no centro, afirmou Ramesh Tawadkar, membro do BJP, partido do Primeiro-Ministro indiano. Segundo o canal NDTV, Tawadkar acrescentou que as au-toridades vão levar a cabo “um inquerito detalhado para que os problemas da comunidade LGBT possam ser tratados”. O activista e organizador do festival ‘gay’ Nigah Queer, Gautam Bhan, disse à EFE que o anúncio era “infeliz e sem nenhum rigor científico”. Classificar a homossexualidade como uma doença vai contra a visão das instituições indianas, como a Sociedade de Psiquiatria da Índia, argumentou Bhan.

Jornalista Luís Ochôa morreu aos 63 anosO jornalista e delegado da Antena1 em Bruxelas, Luís Ochôa, mor-reu na madrugada de ontem na capital belga vítima de AVC, se-gundo uma nota interna enviada aos trabalhadores da RTP e da estação oficial de rádio. Luís Ochôa fez carreira na RDP, para onde entrou em 1980, depois de ter sido jornalista na ANOP (Agência Noticiosa Portuguesa). Depois de ter sido editor e chefe de redação, Luís Ochôa foi duas vezes director de informação da RDP, a primeira durante pouco mais de um mês, em 1994, e a segunda de 1998 a 2003, altura em que pediu a demissão. Pouco depois foi no-meado delegado da Antena 1 em Bruxelas, cargo que desempenhava ate ao momento. É mais um competente jornalista português que desaparece. O JTM, onde há pessoas que trabalharam com o Luís Ochoa, apresenta as condolências à família.

Nike ofereceu a Ronaldo botas com diamantesEsta semana, o melhor jogador do mundo vai entrar em campo com botas especiais. Por Bruno Contreiras Mateus A Nike quis homenagear Cristiano Ronaldo pela conquista da terceira Bola de Ouro e, para este momento histórico, “criou umas botas especiais e tão únicas como o seu talento”, segundo a marca desportiva. A prenda foi oferecida ao melhor jogador do mundo logo após a cerimónia da FIFA, em Zurique. O ouro foi a tonalidade escolhida para as chuteiras Mercurial CR7 Rare Gold e, pela primeira vez na história da marca, foram aplicados à mão micro--diamantes para criar o logo CR7. Estas botas exclusivas serão calçadas por Ronaldo ainda esta semana, quando o internacional português entrar em campo ao serviço do Real Madrid.