FORMATOS CATALOGRAFICOS

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Universidade Federal de Sergipe Núcleo de Ciência da Informação Graduação em Biblioteconomia e Documentação HILDA RODRIGUES DOS SANTOS Formato de Intercâmbio Bibliográfico e Catalográfico A adoção de um padrão nacional de formato de intercâmbio, significa aumentar extraordinariamente a eficiência e eficácia do intercâmbio de informações bibliográficas entre instituições com diferentes sistemas computadorizados de catalogação. Cada instituição, independentemente do sistema automatizado que usa, precisará apenas desenvolver dois programas de computador. Um programa para geração do formato de intercâmbio, a partir do formato interno de seu sistema, e o outro para a geração inversa. Introdução Para se entender o uso do formato de intercâmbio, é necessário que se faça distinção entre formato de entrada, formato de armazenamento ou interno e formato para comunicação ou intercâmbio de registros bibliográficos e catalográficos, porque embora todos sejam compostos basicamente pelos mesmos elementos, diferem na importância que atribuem a cada um de seus componentes, em função de cada formato ter objetivos diferentes. O formato de entrada que é visto pelo usuário através do formulário de capitação de dados (planilhas, folha de entrada ou folha de registro de dados), tem relação com o formato de intercâmbio, mas não precisa se igualar a ele. Porém, embora possam utilizar conceitos e estruturas diferentes, é necessário que os dados registrados pelo formato de entrada sejam transferidos automaticamente para o formato de intercâmbio, e para que isso aconteça é necessário no que a estrutura e as regras utilizadas para o tratamento no formato de entrada sejam compatíveis com o formato de

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sociedade da informao

Universidade Federal de Sergipe

Ncleo de Cincia da Informao

Graduao em Biblioteconomia e DocumentaoHILDA RODRIGUES DOS SANTOS

Formato de Intercmbio Bibliogrfico e Catalogrfico

A adoo de um padro nacional de formato de intercmbio, significa aumentar extraordinariamente a eficincia e eficcia do intercmbio de

informaes bibliogrficas entre instituies com diferentes sistemas computadorizados de catalogao. Cada instituio, independentemente do sistema automatizado que usa, precisar apenas desenvolver dois programas de computador.

Um programa para gerao do formato de intercmbio, a partir do formato interno de seu sistema, e o outro para a gerao inversa.

Introduo

Para se entender o uso do formato de intercmbio, necessrio que se faa distino entre formato de entrada, formato de armazenamento ou interno e formato para comunicao ou intercmbio de registros bibliogrficos e catalogrficos, porque embora todos sejam compostos basicamente pelos mesmos elementos, diferem na importncia que atribuem a cada um de seus componentes, em funo de cada formato ter objetivos diferentes.

O formato de entrada que visto pelo usurio atravs do formulrio de capitao de dados (planilhas, folha de entrada ou folha de registro de dados), tem relao com o formato de intercmbio, mas no precisa se igualar a ele. Porm, embora possam utilizar conceitos e estruturas diferentes, necessrio que os dados registrados pelo formato de entrada sejam transferidos automaticamente para o formato de intercmbio, e para que isso acontea necessrio no que a estrutura e as regras utilizadas para o tratamento no formato de entrada sejam compatveis com o formato de intercmbio. Deve ser definido visando os objetivos de seus produtos [mais. Representa a interface de Comunicao entre o catalogador e o computador.

O formato de intercmbio aquele que deve ter padronizao tal, que torne eficiente e econmico o intercmbio de informaes entre sistemas computadorizados de registros bibliogrficos e catalogrficos, de modo a prover uma estrutura de registro capaz de contemplar as necessidades de uma grande variedade de sistemas de registro bibliogrfico.

Formato de intercmbio MARC 21

o Formato de Intercmbio Machine Readable Cataloging -MARC ou seja, um registro catalogrfico legvel por computador, foi criado a partir da necessidade de minimizar esforos, reduzir custos dos processos tcnicos e compartilhar informaes. Como sabemos, toda inveno ou criao humana nasce da necessidade de facilitar avida cotidiana e beneficiar o prprio ser humano, e com o formato MARC no foi diferente. Merc 27 c XML ] 19 Devido exploso de publicaes cientficas aps a Segunda Guerra Mundial, buscava-se um meio de controlar, registrar e armazenar toda informao disponvel. A dcada de 1960 marcada pelo desenvolvimento dos recursos computacionais, e a Library of Congress - LC desenvolve e apresenta o formato MARC no perodo de 1965-1966. Isto conduziu a um projeto piloto, conhecido como MARC I, que investigou a praticabilidade de produzir dados de catlogo sem formulrios legveis por computador.

Um trabalho similar estava em andamento no Reino Unido onde o Conselho de Bibliografia Nacional Britnica ajustou o projeto acima chamando- o de BNB MARC para examinar o uso de dados legveis por computador na produo da Bibliografia Nacional Britnica impressa (BNB).

Em 1968, o projeto MARC II comeou como um esforo anglo americano para desenvolver um formato padro de comunicao,

ou seja, intercmbio. Apesar da cooperao emergiram DULIS verses, UKMARC e USMARC.

O formato MARC torna-se base para outros formatos, a famlia cresce vertiginosamente e na dcada de 1970 contavam-se mais

de cinqenta formatos. Listaremos aqui alguns exemplos:

USMARC- Estados Unidos, UKMARC - Inglaterra, MONOCLE - Frana,

CANMARC - Canad. MARC/BR - Blgica, IBERMARC - Espanha,MARC/MXICO - Mxico, SAMARC - frica do Sul, ANB MARC -

Austrlia, MAB 1 - Alemanha, DN/MARC - Dinamarca, PICA -

Holanda, NISSAT - ndia, MARCIS - Israel, Al'lNA MARC - Itlia,

JAPAN MARC - Japo, SWEMARC - Sucia, NORMARC - Noruega,

CALCO - Brasil, e muitos outros.

Com tantos formatos, inevitavelmente surgiram diferenas e dificuldades no intercmbio de informaes. Para solucionar o problema

de incompatibilidade a Library of Congress cria um formato internacional do MARC, o UNIMARC (MARC Universal).

Este formato cobriu originalmente monografias e sries, masfoi estendido em 1987 para incluir materiais no-livros. O formato

foi mantido e desenvolvido sob a superviso do Comit permanente do UNIMARC.

Devido s razes econmicas da Biblioteca Britnica (UKMARC), da Biblioteca do Congresso Americano (USMARC) e da Biblioteca

Nacional do Canad (CAN/MARC) deu-se incio ao movimento parLl120 Tccnologia c contedos informacionais a harmonizao desses trs formatos MARC buscando formas de reduzir os custos da catalogao por meio da harmonizao entre eles, para uma simplificao e padronizao da catalogao, e dessa forma, uma biblioteca poderia utilizar os registros preparados poroutras bibliotecas e assim reduzir custos nas instituies.

Depois de alguns estudos e tentativas, chegou-se concluso de que o formato UKMARC no poderia ser harmonizado completamente, em conseqncia das vrias diferenas entre o UKMARC, o USMARC e o CAN/MARC Alcanar a harrnonizao completa significariaque qualquer biblioteca e vendedores do sistema no Reino Unido teriam que fazer mudanas significativas ou os vendedores do sistema norte americano teriam que fazer mudanas caras no formato.

Dessa forma, concordaram em excluir o UKMARC da harmonizao dos formatos. Iniciou-se ento, em 1994, a harmonizao dos dois formatos nacionais, o USMARC que foi desenvolvido na dcada de 1960 pela Library of Congress - LC (Biblioteca do Congresso Norte Americano), e o CAN/MARC desenvolvido em 1973 pela Biblioteca Nacional do Canad, para controlar a sua catalogao legvel por mquina. Inicialmente foi utilizado o nome provisrio de IMARC para o formato harmonizado, ou seja, MARC Internacional. Porm, durante a conferncia da Federao Internacional de Associaes e Instituies Bibliotecrias - IFLA em 1996, o nome lMARC causou uma reao muito negativa em vrios pases europeus, inclusive da IFLA, pois o mesmo foi visto como uma competio com o formato UNIMARC o qual fora patrocinado pela IFLA. Certamente no foi inteno do Canad (CAl'J/MARC) competir com o UNIMARC assim o IMARC estava descartado como um nome para os formatos harmonizados e depois de dois anos, buscando possveis nomes, em outubro de 1998, a Library of Congress e o Escritrio de padres MARC propuseram o nome MARC 21 que significa M!\RC para osculo 2 'l , que foi aceito. MARC 21 passou a ser o nome dos formatos harmonizados do CAl'J/MARC e do USMARC (STEWAln, 1999).

O USO de um nico formato MARC padro evita duplicao de trabalho e permite o melhor compartilhamento de recursos bibliogrficos entre bibliotecas. A opo pelo uso do MARC 21 permite que as bibliotecas adquiram dados catalogrficos previsveis e confiveis (FURRIE, 2000).

Existem mutas variaes nacionais e internacionais do Formato MARC, entre as quais:

INTERMARC: o formato utilizado pela Biblioteca Nacional Biblioteca Nacional de Frana MARC 21: harmonizao entre o USMARC (americano) e o CAN/MARC (canadense)

AUSMARC: MARC australiano, criado pela Biblioteca Nacional da Austrlia em 1973, no entanto a Austrlia adotou o USMARC em 1991

NORMARC: MARC da Noruega DANMARC2: MARC da Dinamarca UNIMARC: criado pela IFLA (International Federation of Libraries Association) em 1977 e o formato oficial de MARC em Frana, Itlia, Rssia, Portugal, Grcia e outros pases

CMARC: utilizado na China KMARC: utilizado na Coreia do Sul