FRANCE Paulo Pisco candidato do PS pelo círculo da Europa02 Opinião Pergunta do leitor Pergunta:...

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CCP. O empresário António Capela de Toulouse vai liderar uma lista candidata ao Conselho das Comunidades pelo cír- culo de Bordeaux-Toulouse. 06 Esposende. Uma delegação de Es- posende esteve em Corbeil-Essonnes no quadro de uma Carta de Amizade com a união de freguesias Belinho e Mar. 09 Nomeação. Nathalie Pinheiro-Da- guette foi nomeada Cônsul Honorária de Portugal em Montpellier e aguarda a devida autorização do Quai d’Orsay. 04 Cinema. Acaba de ser editado em DVD o filme “Et Maintenant?” de Joaquim Pinto, um diário filmado do realizador que vive há 20 anos com VIH. 13 GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Edition nº 227| Série II, du 15 juillet 2015 Hebdomadaire Franco-Portugais LusoJornal / Marco Martins Cinco ciclistas e um técnico lusos nas estradas francesas Paulo Pisco candidato do PS pelo círculo da Europa Campeão Rui Costa no Tour de France 03 O EuroDeputado Nuno Melo diz que o voto dos emigrantes devia ser facilitado em qualquer sitio do mundo onde estiverem. 21 03 PUB O LusoJornal deseja boas férias a todos os leitores que já partiram PUB

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CCP. O empresário António Capela deToulouse vai liderar uma lista candidataao Conselho das Comunidades pelo cír-culo de Bordeaux-Toulouse.

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Esposende. Uma delegação de Es-posende esteve em Corbeil-Essonnes noquadro de uma Carta de Amizade coma união de freguesias Belinho e Mar.

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Nomeação. Nathalie Pinheiro-Da-guette foi nomeada Cônsul Honoráriade Portugal em Montpellier e aguardaa devida autorização do Quai d’Orsay.

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Cinema. Acaba de ser editado em DVDo filme “Et Maintenant?” de Joaquim Pinto,um diário filmado do realizador que vive há20 anos com VIH.

13

G R A T U I T

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Edition nº 227| Série II, du 15 juillet 2015 Hebdomadaire Franco-Portugais

LusoJornal / Marco Martins

Cinco ciclistas e um técnico lusos nas estradas francesas

Paulo Pisco candidato doPS pelo círculo da Europa

Campeão Rui Costano Tour de France

03O EuroDeputado Nuno Melo dizque o voto dos emigrantes deviaser facilitado em qualquer sitio domundo onde estiverem.

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03

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O LusoJornal deseja boas férias a todos os leitores que já partiram

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02 Opinião

Pergunta do leitor

Pergunta:

Senhor Diretor,Leio sempre o LusoJornal, masnão compreendo porque razão ovosso jornal não teve uma únicapalavra para dizer que o Benficafoi Campeão de Portugal, nempara falar da transferência do Eu-sébio para o Panteão português.Por isso fiquei admirado que nasemana passada tivessem publi-cado um artigo contra a ida do Eu-sébio para o Panteão. [...]

Adalberto Antunes (Amiens)

Resposta:

Caro leitor,Obrigado por ser um leitor assíduodo LusoJornal.Efetivamente os resultados doBenfica, em Portugal, não são no-tícia para o LusoJornal, que é edi-tado em França, e já várias vezesexplicámos porquê.O que teria acrescentado a notíciado LusoJornal, para além do muitoque foi dito sobre esse assunto. Amaior parte dos Benfiquistas sou-beram do resultado logo no fim dojogo. Acreditamos que foi o seucaso. O que teríamos acrescen-tado depois?Esta mesma lógica aplica-se àtransferência dos restos mortaisde Eusébio para o Panteão Nacio-nal. Toda a imprensa portuguesafalou. O que podia o LusoJornalacrescentar?Preferimos concentrar todos osnossos esforços para falar de as-suntos que só nós falámos. Porexemplo cobrimos a vinda aFrança de várias equipas do Ben-fica (ainda recentemente na Cór-sega) e mais nenhum outro mediaabordou este assunto. Passou-lhedespercebido?Quanto ao artigo de opinião quepublicámos na semana passada,precisamente sobre Eusébio, nãocomento. Os autores dos artigosde opinião são responsáveis peloque escrevem. E nós partimos doprincípio que, neste mundo demo-crático em que vivemos, cada umtem o direito de ter uma opinião.Se for o seu caso, se esta notícia oinspirou, pode enviar-nos o seutexto sem problema.Boa leitura.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Para que (não) servem os Certificados do Camões

Texto de opinião

Depois de terminada mais uma épocados famosos “exames”, instituídospelo Instituto Camões e destinados aosalunos dos cursos de Língua e CulturaPortuguesas, para obtenção de umCertificado, muitas vezes erradamentedesignado por “diploma”, urge escla-recer sobre a utilidade prática e valorreal do mesmo.Em primeiro lugar, convém informarque, para o referido instituto, nos paí-ses como a França, Espanha e Bél-gica, onde não existe pagamento da“Propina”, a participação dos alunosnos referidos exames, mediante pa-gamento, constitui fonte de receita,visto que o preço por exame é prati-camente igual ao valor da Propina deum ano inteiro paga nos restantespaíses.Mas afinal, para que serve o referidocertificado? Na realidade, serve paramuito pouco, pois não tem interfe-rência no progresso dos alunos nasescolas dos diversos países de aco-lhimento.Se a disciplina de Português estiver in-tegrada no currículo obrigatório, a res-ponsabilidade de certificar competeexclusivamente às entidades escolareslocais e o “Certificado” não tem qual-quer peso.Além disso, convém lembrar que, como referido “Certificado”, o aluno obtém

apenas uma classificação dos seus co-nhecimentos em Português como lín-gua estrangeira, o que significa que omesmo é totalmente inútil em casos deeventual ingresso na escolaridade ob-rigatória em Portugal, acesso a institu-tos ou universidades.Em Portugal a língua oficial é o Portu-guês e por isso não existe no sistemade ensino a disciplina Português línguaestrangeira, o que quer dizer que, emrelação aos país de origem, o valor docertificado do Camões é nulo.Para frequentar a escola em Portugal,ou em qualquer outro país da Europa,o aluno necessita apenas de entregar acaderneta escolar do país donde vem,sendo, segundo as normas europeias,obrigatoriamente colocado no ano es-colar seguinte àquele que terminou.Caso não domine a língua do país paraonde foi, terá de ter aulas de apoio.Mas nestes casos, como já dito acima,

o “Certificado” é inútil e não dá qual-quer direito a equivalências.Portanto, é absolutamente inútil quecrianças de 8, 9 ou 10 anos se sujei-tem a provas cujo resultado não lhestrará qualquer vantagem, além de sertotalmente antipedagógico para alunostão jovens participar em escritas, orais,etc., um processo complicadíssimo einadequado para tais níveis etários.Quanto aos alunos mais adiantados eque estão já a terminar a escolaridadeobrigatória, o Certificado poderá ser útilna obtenção de alguns créditos para in-gresso em estabelecimentos de ensinosuperior ou para canditatura a empre-gos, nos casos em que os alunos per-maneçam no estrangeiro.Mas, mesmo nos casos acima, é ne-cessário ter em conta que só os níveisa partir do B2 têm algum valor, os ní-veis A1 e A2, considerados de inicia-ção, e portanto conhecimentos

reduzidos, não são relevantes.Assim, é inútil os alunos fazerem pro-vas para obtenção dos dois primeirosníveis, pois são inúteis tanto no planoescolar como no profissional.Fazer alunos, principalmente no casodos mais jovens, participar nessas pro-vas só porque “é bonito” constitui umaviolência para as crianças, sujeitando-as a um stress desnecessário que ne-nhumas vantagens lhes trará.A questão do “passar” também não sepõe. A inscrição nas provas é voluntáriae qualquer aluno se pode propor aexame no nível que deseje sem ter feitoas provas de níveis inferiores.Portanto, em resumo. Certificado sim,mas só a partir do nível B1, no mínimo,e para os alunos que decidam trabalharou estudar no estrangeiro.Para Portugal, assim como para todosos países que tenham o Portuguêscomo língua oficial, um certificado dePortuguês língua estrangeira é despro-vido de valor, pois a preferência vaisempre para os falantes nativos.Resta fazer lembrar que, quando o EPEse encontrava sob tutela do Ministérioda Educação, os professores passavamaos alunos, gratuitamente, um certifi-cado de Português Língua Maternaque, em muitos casos, tinha até umvalor superior ao do certificado atual dePortuguês língua estrangeira.

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Alfredo Lima, Ana Catarina Alberto, Angélique David-Quinton, AntónioMarrucho, Aurélio Pinto, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Duarte Pereira (Cyclisme), Eric Mendes, Henri de Carvalho, InêsVaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos, José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento,Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Natércia Gonçalves (Clermont-Ferrand), Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patricia Valette Bas, RicardoVieira (Musique Classique), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos:Alfredo Lima, António Borga, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte deVanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Publicidade em Portugal: AJBB Network, Arnado Business Center, rua João de Ruão, nº12-1º Escrt 49. 3000-229 Coimbra. Tel.: (+351)239.716.396 / [email protected] | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juillet 2015 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Toujours plus hautHenri de CarvalhoÉcrivain à L’Isle Jourdain

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Chronique d’opinion

Quand les premiers humanoïdescommencèrent à dresser leursbustes sur les pattes arrière, un despremiers constats de leur balbu-tiante conscience, a été que la lu-mière, l’eau et le tonnerre venaientd’en haut. Donc il devrait y trônerquelqu’un de très puissant: un Dieu,peut-être? Peut-être plusieurs?... Orle mieux à faire, ont-ils pensé, seraitde s’octroyer les faveurs de cesDieux, et pour cela, s’en approcherle plus possible. Plus tard, quelquesuns, auront même prétendu les avoirrencontrés!Mais tout à fait au début ils avaient re-marqué, dans leur suite de préoccu-pations et recherches que certainsarbres touchaient presque le ciel. Lespremiers alliés dans leur conquête du«Là Haut» étaient donc trouvés.L’arbre gigantesque, puissant, vitali-sant, beau, accueillant, a été pour cespremiers humains en devenir, le pre-mier prêtre, silencieux, mais porteurde message divin. Il est ainsi devenu

la première nef ecclésiale en pleinenature, où l’on pouvait s’adonner auxchants et danses, des rituels et desfêtes, mais aussi lieu de contempla-tion, de sagesse et d’inspiration.Plus tard, quand les premiers outilssont apparus, c’est de ces arbres, déjàsource de symbolismes et de guéri-sons, qu’ils ont extrait les «totems»;les mâts centraux, véritables colonnesvertébrales des premiers foyers, maisaussi de portée symbolique structu-rante immense, car ils portaient dansson hauteur et verticalité, les aspira-tions profondes de toute la famille,vers le ciel.Beaucoup de milliers d’années ont éténécessaires pour amener l’Homme àgravir encore plus haut la distance quile séparait de la Divinité à travers, do-rénavant, de la pierre, dont la Tour deBabel reste le symbole le plus impor-tant, à côté d’autres, plus visuels,comme les obélisques, les pyramideset, bien plus tard, les flèches et toursdes cathédrales.

Dans tous les continents et civilisa-tions, des peuples, sans se connaîtreles uns les autres, comme dans unégrégore de chaîne d’union spirituelle,ont dressé vers le ciel des milliers etdes milliers d’élévations, afin d’attein-dre le «Très Haut». Expression pured’aspirations enfouies, reflétant bienle caractère universelle de l’âme hu-maine, et son désir fervent de trouveren Haut, l’apaisement de ses souf-frances d’en bas.Bien avant l’invention des religions,la religiosité, c’est-à-dire le senti-ment personnel en rapport exclusifavec ce que l’on ne saisit pas: l’im-manence et la transcendance, étaitdéjà, comme aujourd’hui, un pilierfondamental de chaque être hu-main.Actuellement encore, l’humanitén’ayant guère varié, nous sommestoujours dans cette recherche duplus Haut. Seuls les moyens sontdifférents. Voyez les tours bétonnéesdans les grandes capitales! Il y a

même concurrence… la plus hautetour appartenant toujours au groupequi se croit le plus vrai, le plus fort,l’élu, puisqu’il est le plus proche dela Divinité.Sans oublier que certains enginsspatiaux, comme les fusées et satel-lites explorateurs de l’univers, parti-cipent aussi de cet inconscientcollectif qui pousse les humains àaller le plus haut ou le plus loin. Ilest vrai aussi que quelques uns,croient aller vers le haut, mais enréalité ils vont simplement loin etrestent dans l’horizontalité.Mais le pire, demeure quand mêmecette majorité de personnes dont laseule préoccupation d’élévation spiri-tuelle, reste cantonnée exclusivementà des drapeaux ornés d’emblèmes, po-litiques, religieux, sportifs, au dessusde leurs têtes.Les néandertaliens se bariolaient laface et le torse, avec des ocres puisésdans la nature.Quel chemin parcouru!...

Teresa SoaresSecretária Geral do Sindicatodos Professores das Comunidades Lusíadas

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le 15 juillet 2015

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03Política

lusojornal.com

Nuno Melo quer que as condições de voto dos emigrantessejam facilitadas

O Eurodeputado Nuno Melo organizouem Bruxelas uma feira de produtosPortugueses em colaboração com aConfederação dos Agricultores de Por-tugal (CAP) e com a associação APonte. Durante dois dias, numa dasprincipais praças da capital do Reinoda Bélgica, passaram milhares depessoas para provar e comprar produ-tos portugueses, mas também paraouvir música.O LusoJornal, parceiro deste evento,aproveitou para entrevistar NunoMelo, Eurodeputado, mas que é tam-bém o Vice-Presidente do CDS-PP.

Os Portugueses espalhados pelomundo não estão todos recenseadose são acusados de se implicarempouco na vida cívica. Como explicaeste certo alheamento dos Portugue-ses residentes no estrangeiro paracom a política portuguesa?Explico pelo facto da emigração, porsi mesmo, implicar alguma distância.É muito importante que quem teveque encontrar fora a razão do seu sus-tento, na maior parte dos casos por-que assim teve de ser, não perca essaligação ao país. A expressão do voto,que é uma manifestação eleitoral quetem que ver com o próprio regime de-mocrático, também acontece tantomais quanto as pessoas que estão forasão capazes de sentir essa ligação.

O recenseamento é obrigatório e au-tomático para quem more em Portu-gal, mas deixa de o ser desde que sepasse a fronteira. Considera que sejustifica esta discriminação?Num regime democrático tem dehaver uma garantia de fiabilidade dosistema, o que significa que o sistematem de ser suficientemente expeditopara garantir que é fiável mas aomesmo tempo permitir que qualquerportuguês em qualquer parte domundo possa votar. Eu tendencial-mente defendo que o voto seja práticotanto quanto possível e que adminis-

trativamente não se criem entraves.

Considera então que o voto eletrónicopode ser uma solução?Há países onde o voto eletrónico temsido um sucesso, por exemplo noBrasil. A tendência é para que, numaprofundamento da própria Uniãoeuropeia se criarem mecanismospara que os cidadãos nacionaisdeste projeto comum, possam parti-cipar ativamente uma vez que um ci-dadão português que está emFrança, não é propriamente um emi-grante hoje em dia, é um cidadão daUnião europeia e isso confere-lhe di-reitos. É evidente que a tendência épara que se agilize e se facilite, queseja menos burocrático a possibili-dade de expressão. Eu defendo queos Portugueses, em qualquer parte domundo, devem participar no regimedemocrático que é o seu.

Ir votar a centenas de quilómetros aum posto consular, isso não facilita avotação...

Tecnicamente não domino suficiente-mente o tema para me poder defenderem consciência sobre determinadosistema. O que lhe digo é em tese: oaperfeiçoamento do sistema deve irno sentido de garantir de forma fácile expedita a maior participação pos-sível dos cidadãos em qualquer partedo mundo desde que assegurada afiabilidade dessa escolha, para quetambém não se preste a equívocos ouaté a fraudes. Tudo o que seja para fa-cilitar o voto, para mim é o sistemaideal. Hoje em dia há muitos Portu-gueses que têm de se deslocar a Con-sulados que estão muito distantes e éevidente que esse sistema não facilitae um outro será melhor, mas a níveltécnico eu não domino. Sei é que nin-guém pode ser excluído pelo simplesfacto de residir no estrangeiro.

Apesar dos Tratados Europeus, umPortuguês em França não pode serMaire nem Maire Adjoint. Comoaceita esta discriminação?A França não é um país que exclui. A

França é feita de um mosaico cultu-ral. Há muitos anos acolhe cidadãosde todo o mundo e Portugueses tam-bém. E nós devemos saber ser gratospor isso. Houve muitos Portuguesesque venceram num país que os aco-lheu. Por isso, quando falo da França,desse ponto de vista, falo de um paísque foi amigo de Portugal e dos Por-tugueses. Eu sempre defendi, nas re-lações políticas como nas relaçõescomerciais, a lógica da reciprocidade.A França não deveria aplicar menosdo que Portugal permite. Mas tam-bém tenho consciência que a Europaé feita desse mosaico. Os países nãosão todos iguais e pragmaticamentehá uma evolução que é lenta, masque tendencialmente vai no bom ca-minho.

Vai tudo muito lentamente...Desde que o projeto europeu come-çou, podemos questionar o ritmo,mas há um progresso que tendencial-mente vai num sentido. Eu acreditoque, a seu tempo, os Portuguesesterão uma participação maior. Aliásem França já há um grande númerode cidadãos portugueses autarcas. Al-guns deles contactam-me aqui noParlamento europeu e convidam-mepara ir a França.

Voltando ao recenseamento: 250 milPortugueses residentes no estrangeirorecenseados é muito pouco... Há algoque deve mudar, não acha?Aprendi na escola, nas aulas de filo-sofia, que a vida é feita de um eternodevir. Devir significa mudança. Pormuito que nós estejamos num deter-minado patamar, não significa quenão tenhamos depois uma evoluçãopara um patamar superior.

Uma pergunta para o Vice Presidentedo CDS. O CDS-PP não tem uma or-ganização nas Comunidades...Eu tento sempre estar próximo dasComunidades. Eu gosto de estar comPortugueses. Não há um dia da se-mana que não vá almoçar ou jantar ao

Café Portugal, aqui em Bruxelas, cujodono é o Albano e é um Beirão, por-que estou onde me sinto bem. SintoPortugal fora. Esta é uma realidadeque eu faço genuinamente.

Nas eleições Legislativas também vãoconcorrer com o PSD no círculo elei-toral da Europa?Sim, claro. Somos dois partidos, oPSD e o CDS, e vamos ser avaliadospelo que fizemos juntos no Governo.Sendo avaliados por isso, vamos con-correr juntos por um projeto nacional,na base de critérios objetivos.

Não acha que Portugal continua decostas voltadas para as suas Comuni-dades?Acho que o poder político, todos osPartidos, tendencialmente queremestar próximos dos Portugueses até nadiáspora.

Acha que sim?Acho que sim, até por uma razão na-cional. Os Portugueses que saíramforam pais da globalização e têm essadimensão global. Estamos a falar deum país que deu mundos ao mundo,que esteve na América, esteve emÁfrica, que descobriu os caminhosmarítimos para a Ásia e que hoje,com a emigração, também está pre-sente em todo o mundo. Os Portu-gueses têm essa dimensão depertença que transcende as nossaspróprias fronteiras. Apesar de eu sero único Eurodeputado do CDS-PP,tento ter uma expressão política quenão se limita àquilo que se faz noParlamento europeu. Eu não me li-mito a minha atividade à apresenta-ção de requerimentos, resoluções,ao trabalho em relatórios ou àquiloque tem a ver com as Comissõesparlamentares no Parlamento euro-peu. Quero estar próximo das Comu-nidades e tenho a sensação quefazendo isto vou muito para além doque muitos outros Eurodeputados fi-zeram no passado ou que têm feitopor Portugal.

Sem defender o voto eletrónico

Por Carlos Pereira

le 15 juillet 2015

Paulo Pisco volta a ser Candidato a Deputado

O atual Deputado socialista eleito pelocírculo eleitoral da Europa, PauloPisco, foi escolhido pelo SecretárioGeral do PS, António Costa, para voltara ser cabeça de lista dos socialistas,por este mesmo círculo eleitoral, naspróximas eleições legislativas.Jornalista, licenciado em Filosofia naUniversidade Nova de Lisboa, compós-graduação em Estudos Europeusna Université Libre de Bruxelles, PauloPisco é Deputado eleito pelo Círculo daEuropa e Coordenador dos Deputadossocialistas na Comissão dos NegóciosEstrangeiros e Comunidades Portugue-sas.Pelo círculo eleitoral de Fora da Eu-ropa, António Costa escolheu AlziraSilva, que foi durante vários anos Dire-

tora regional das Comunidades e comvários ensaios publicados no âmbitodas Migrações e da Literatura.Reunida na sexta-feira da semana pas-sada, a Comissão política do PS fixoucritérios para as listas que deverão ficar

fechadas até dia 21. No Partido Socia-lista, o Secretário-geral tem direito aescolher e ordenar os candidatos quesurgem no primeiro terço de cada lista.

Hermano Sanches Ruivo

Paulo Pisco não é a primeira escolhade António Costa. O Secretário Geraldo PS queria que o Cabeça de listapelo círculo eleitoral da Europa fosseHermano Sanches Ruivo, mas encon-trou a barreira legislativa já que os bi-

nacionais não podem ser concorrentespelo círculo eleitoral que integre o paísdo qual também são Nacionais. Nat-halie de Oliveira tem vindo a defendera alteração da Lei. Nunca foi ouvida.António Costa ainda tentou fazer pas-sar uma alteração da Lei no Parla-mento, mas não conseguiu. O PS jáse tinha apercebido desta Lei quandoManuel de Almeida foi Cabeça deLista pelo círculo eleitoral da Europa.Desde então ficou passivo, tal como oPSD! Agora foi tarde demais.Já que Hermano Sanches Ruivo nãopode ser Cabeça de Lista pelo cír-culo eleitoral da Europa, AntónioCosta quer que ele seja o primeirosuplente na lista para o Círculo elei-toral de Castelo Branco, já que o au-tarca de Paris é originário de Alcains,naquele distrito.

Hermano Sanches Ruivo suplente por Castelo Branco

Por Carlos Pereira

Intervenção de Paulo Pisco no debate do Estado da Nação“O senhor e o seu Governo são responsáveis por reduzir a pó as políticas para as Comunidades! E um dos domínios maisbrutalmente atingidos é o Ensino de Português no Estrangeiro, fundamental para a valorização e expansão da Língua por-tuguesa. Também aqui o seu Governo bateu recordes de destruição: há hoje menos 11.000 alunos, menos 700 horáriose menos 170 professores. Os pais passaram a pagar os cursos e têm hoje um ensino pior e muitos professores estão nolimiar da pobreza.É este o sucesso das suas políticas… Um desastre Senhor Primeiro-Ministro…!

Lusa / Manuel de Almeida

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04 Comunidade

emsíntese

Réaction d’AnneHidalgo au décèsde Maria Barroso

Anne Hidalgo, Maire de Paris a éditéun message à l’occasion du décès deMaria Barroso, épouse de l’ancienPrésident de la République Portu-gaise, Mário Soares.«C’est avec une grande émotion quej’ai appris le décès de Maria de JesusSimões Barroso Soares, survenu au-jourd’hui à Lisbonne à l’âge de 90ans. Actrice, membre de la Compa-gnie du Théâtre national du Portugal,Maria Barroso était une femme deculture. Engagée et très attachée àl’idéal de partage et de justice, elleétait aussi une grande figure de lalutte pour la démocratie».Le communiqué a été envoyé aux ré-dactions par Hermano SanchesRuivo, Conseiller de Paris délégué àl’Europe.«En avril 1973, elle était la seulefemme parmi les cofondateurs duParti socialiste portugais, créé en exilsous le régime de Marcelo Caetano,successeur du dictateur Salazar. Ellea toujours eu à cœur de saisir les évo-lutions rapides de notre temps et deles orienter dans le sens du progrèset de l’humanisme. Maria Barroso alongtemps présidé la Croix Rougeportugaise et ensuite la fondationqu’elle a créée, Pro Dignitate».Anne Hidalgo termine son texte di-sant que: «Parlant haut et clair, avecautant d’intelligence que de force,Maria Barroso était une de ces voixque l’on écoute avec passion et quine doivent pas se taire. Mes penséesvont à ses proches, notamment à sonépoux, l’ancien Président de la Répu-blique portugaise, Mário Soares».Maria Barroso a été entérée la se-maine dernière.

Nathalie Pinheiro-Daguette foi nomeadaCônsul Honorária em Montpellier

Por Despacho do Ministro de Estadoe dos Negócios Estrangeiros, de 18 dejunho de 2015, ao abrigo do Regula-mento Consular, Nathalie Pinheiro-Deguette foi nomeada para o cargo deCônsul Honorária de Portugal emMontpellier, dependente do Consu-lado Geral de Portugal em Marseille.Nathalie Pinheiro é uma lusodescen-dente nascida em Paris, com origensem Lisboa, por parte do pai, Vila Realpor parte da mãe, e é Advogada espe-cialista em Direito de família, Direitoimobiliário e Direito penal, com escri-tórios em Montpellier.A causídica diz sentir-se «honradapela nomeação e pelo convite efe-tuado por Pedro Marinho da Costa,Cônsul Geral de Portugal em Mar-seille”, promete “ajudar a resolverproblemas dos emigrantes” e está“disponível para prestar todas as in-formações após a homologação dasautoridades francesas para o desem-penho destas funções», afirmou.Porque os Consulados honorários sãoestruturas que representam o EstadoPortuguês, mas não dispõem de com-petências para tratar dos atos consu-lares, nomeadamente atos de registocivil e de emissão de documentos, aComunidade portuguesa a residirnesta região do departamento del’Hérault, continua a ter que se des-locar a Marseille para tratar dos seusdocumentos e resolver os seus pro-

blemas.“Na região de Montpellier existem vá-rias associações de índole cultural erecreativa e fico surpreendido por nãoterem sido ouvidas e convidadas a dar

sugestões. Não tenho nada contraNathalie Pinheiro, não a conheço,não é conhecida dos Portugueses,esta nomeação não vai trazer ne-nhuma vantagem e não vai servir para

poder resolver as questões adminis-trativas dos muitos emigrantes portu-gueses que são acolhidos nestaenorme região, e que quando neces-sitarem de tratar de atos consularescontinuam a ter que se deslocar àMarseille ou esperarem que se reali-zem Permanências consulares nestaregião”, disse ao LusoJornal JoséDantas, Presidente da Associaçãocultural portuguesa de Frontignan.Manuel da Costa, Presidente da asso-ciação portuguesa folclórica de Ville-neuve-lès-Maguelone, avançou que é“contra esta nomeação que certa-mente não corresponde às carênciasdos compatriotas, que só serve paraprestigiar a nomeada Cônsul Honorá-ria que é desconhecida da Comuni-dade”, e que “o Consulado e oGoverno português foram deselegan-tes ao ignorarem pessoas muito pró-ximas das associações com enormecapacidade para desempenharemestas funções”, rematou.“A nomeação é política e não querofazer comentários”, concluiu TitoLívio Santos Mota, Presidente da as-sociação cultural Casa Amadis, quetinha sido convidado e tinha aceitedesempenhar este cargo.O LusoJornal tentou várias vezes en-trar em contacto com o Cônsul Geralde Portugal em Marseille, afim deobter um comentário, mas até ao en-cerramento desta edição não foi pos-sível chegar à fala com PedroMarinho da Costa.

Dirigentes associativos contestam...

Por José Manuel Santos

José Cesário quer ver mais funcionáriosprivados nos ConsuladosJá são mais de 150 os trabalhadoresconsulares providenciados por empre-sas privadas e o Governo quer aumen-tar este número porque aumentarama produtividade dos postos, afirmou oSecretário de Estado das Comunida-des Portuguesas.José Cesário disse à Lusa querer“quebrar o tabu” na relação do Estadocom o setor privado na rede consular,defendendo o recurso a empresas pri-vadas para os Centros de atendimentode Consulados de maior dimensão.“Temos já um corpo de colaboradoresda esfera privada que já ultrapassará150 pessoas em mais de 15 grandesConsulados que têm este modelo.Está mais desenvolvido na área dosvistos e vamos aprofundar esta expe-riência”, adiantou.Estes colaboradores podem inserirdados no sistema de gestão consulare nas diferentes bases de dados, no-meadamente para a emissão de Car-tões de cidadão e Passaportes, masnão finalizam atos consulares como osfuncionários do quadro público. “Hácoisas que só podem ser feitas porfuncionários do Estado, isso é inata-cável. Outras podem ser feitas porfuncionários externos, articulada-mente com os funcionários do Es-tado”, explicou.José Cesário afirma que este modelo

permite fazer mais atos consulares eque desde 2003, quando foi introdu-zido, refletiu um aumento de produti-vidade. “Apesar de termos menosfuncionários, temos mais 42% deatos concretos tratados do que tínha-

mos há quatro anos”, garantiu à Lusa.A Secretária-geral do Sindicato dosTrabalhadores Consulares e das Mis-sões Diplomáticas no Estrangeiro,Rosa Teixeira Ribeiro, discorda. “Issonão é pacífico nem inócuo como o Se-

cretário de Estado diz porque deve-semais à simplificação dos métodos ad-ministrativos e não aos funcionários”,retorquiu, em declarações à Lusa. Ainformatização dos serviços e a sim-plificação de alguns atos, vincou, re-duziram o tempo de atendimento epermitiram aumentar o número depessoas recebidas nos consulados.Rosa Ribeiro admite que pessoal commais idade possa ter “menor rendi-mento”, mas que isto é compensadopela experiência: “fazem atos do iní-cio ao fim e sabem lidar com situa-ções mais complexas, comoproblemas sociais”.Os funcionários privados “muitasvezes aceitam condições de trabalhomais precárias para melhorarem ocurrículo, mas mal adquirem conhe-cimentos mudam de emprego, o quecria grande instabilidade nos postos”.Além disso, a Secretária-geral doSTCDE questiona a forma de recruta-mento, que nem sempre tem emconta capacidades linguísticas ouprofissionais nem controla a idonei-dade dos funcionários. “Têm acessoa todo o tipo de informação pessoaldos Portugueses residentes no es-trangeiro. Tem funcionado bem por-que até agora nunca houve umgrande problema, mas pode aconte-cer”, alertou.

Governo quer “quebrar tabu"

le 15 juillet 2015

Nathalie Pinheiro -DeguetteLusoJornal / José Manuel Santos

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06 Comunidade

emsíntese

Le Portugal invitéd’honneur de laFoire de la Madeleine deMontargis

Le Portugal est le pays invité d’hon-neur de la 82ème édition de la Foirede la Madeleine de Montargis 2015,organisée par la Mairie de Montargis(45), du jeudi 16 au lundi 20 juillet,dans le Jardin des Expositions duPâtis à Montargis.L’inauguration de la Foire aura lieu lesamedi 18 juillet, à partir de 10h30,en présence de Joaquim Pedro Car-doso da Costa, Secrétaire d’Etat pourla Modernisation Administrative. Lesorganisateurs annoncent également laprésence du Préfet de la Région Cen-tre Val de Loire Michel Jau, du ConsulGénéral du Portugal à Paris PedroLourtie et du Consul Honoraire duPortugal à Orléans José de Paiva.Un jeu concours aura lieu pendant lestrois jours, pour permettre aux visi-teurs de remporter de nombreux lots(plus de 50 lots mis en jeu) mais sur-tout un week-end pour deux au Por-tugal, destination Quinta da Pacheca.Au cœur du Jardin des Expositions,l’ambiance portugaise sera assurée.On y retrouvera notamment différentsstands de produits typiques maisaussi des professionnels et des pas-sionnés du pays: stand de bière por-tugaise, stand de restaurationportugaise et les associations RondaTípica, Association des Portugais duGâtinais et Sporting Club.Le jeudi 16 juillet, a partir de 19h00,sera projeté le film «La Cage Dorée»,le vendredi 17 juillet, de 18h00 à19h00, aura lieu une conférence surle thème «Les Portugais en France»animée par le Sociologue Jorge Por-tugal Branco et le soir, à 21h00, unspectacle de Fado avec l’artiste Mó-nica Cunha, sous le Kiosque du Jar-din.Du jeudi 16 au lundi 20 juillet aura lieuune exposition permanente, dans laSalle des fêtes de l’artiste peintre JoãoMoniz «Pluriels du blanc», une expo-sition de l’Institut Camões, sur «Lesazulejos» et sur «Le Portugal Patri-moine mondial de l’Humanité», maisaussi une exposition de photographiessur les «Régions du Portugal» du pho-tographe Mário Cantarinha.

Círculo eleitoral de Bordeaux tem maisuma lista candidata às eleições do CCPNa semana passada foi apresentadamais uma lista candidata às eleiçõespara o Conselho das Comunidades Por-tuguesas, na área do Consulado Geralde Portugal em Bordeaux. O LusoJor-nal já tinha anunciado as candidaturasde Valdemar Félix e de Carlos Cunha,ambos residentes em Bordeaux e destavez foi anunciada a candidatura de An-tónio Capela e Carolina Amado, ambosresidentes em Toulouse, no mesmo cír-culo eleitoral.António Capela é empresário na áreada construção civil, e Presidente daAssociação de empresários de Haute-Garonne e Carolina Amado, é umajovem trabalhadora na indústria aero-náutica. Os dois suplentes da listasão Duarte Pedro, empresário na áreada construção civil e Carlos Carneiro,também empresário na área da cons-trução civil, e responsável pela emis-são em língua portuguesa na rádioCanal Sud.A Lista chama-se “Portugal mais pró-ximo de si” e toma em atenção o asso-

ciativismo, a relação com as entidadesoficiais francesas e portuguesas, a pro-moção da cultura e língua portuguesa,a integração da nova emigração e a li-gação ao tecido empresarial portuguêsdaquele círculo eleitoral.“Achamos que a inclusão de uma re-presentante da nova emigração é po-

sitiva para todos, e representa a inte-gração e ligação da Comunidade comas várias gerações” dizem numa notaenviada às redações. “O desenvolvi-mento das ligações associativas e aligação e união entre toda a Comuni-dade presente no nosso círculo elei-toral é também uma das nossas

prioridades”.O Conselheiros das Comunidades Por-tuguesas têm a possibilidade de emitirpareceres, produzir informações e for-mular propostas e recomendaçõessobre matérias que respeitem aos Por-tugueses residentes no estrangeiro.“Dada a dimensão do nosso círculoeleitoral, grande parte do Sudoeste deFrança, a criação de laços fortes e deproximidade com representantes locaisnos vários departamentos é de extremaimportância para nós. Serão estes ele-mentos de ligação que farão com queos Conselheiros estejam mais próximosda comunidade” diz o comunicado.Este círculo eleitoral é constituído pelaárea consular de Bordeaux e Toulousee elege 2 Conselheiros. “É neste órgãoque os Portugueses residentes no es-trangeiro se fazem representar e ouvir,podendo votar para o Conselho das Co-munidades Portuguesas os cidadãosportugueses residentes no estrangeiroque estejam recenseados nos cadernoseleitorais da sua área consular”.

“Portugal mais próximo de si” encabeçada por António Capela

Almoço de convívio do PCP em Cannes-la-BoccaNo domingo 21 de junho decorreu emCannes-La Bocca, no local do PCF, umalmoço de convívio e de esclareci-mento em direção da Comunidadeportuguesa local, nomeadamentedos novos emigrantes recém-chega-dos. Uma iniciativa que contou coma presença de Rosa Rabiais, mem-bro do Comité Central do PCP, queaproveitou a ocasião para destacaras grandes questões que se põemaos membros da Comunidade naperspetiva das eleições legislativasque vão ter lugar este ano em Por-tugal.Cerca de 40 pessoas participaramnum almoço fraterno e num debateanimado. Os intervenientes focaram“a difícil situação económica e so-cial que se vive em Portugal, contra-riamente aos discursos triunfalistas

do governo atual, e que levaram vá-rios deles, nomeadamente jovensqualificados e formados, a terem

que escolher a via da emigraçãopara poderem fazer pela vida”. Foitambém evocado pelos presentes, a

“terrível situação” de vinda paraFrança, através das agências inter-nacionais de trabalho temporário,“próximo da escravatura moderna”.Rosa Rabiais lembrou, partindo dasintervenções de vários presentes, asemelhança “dos estragos que aspolíticas de austeridade têm provo-cado tanto em Portugal como emFrança” e apelou para a mobilizaçãode todos “para sair desta lógica des-trutora e dar um novo alento aosideais de abril”. Todos concordaramem salientar que “não há fatalidadenas dificuldades que se deparamaos Portugueses” e que é, “mais doque nunca, necessário combater aresignação para trilhar novos rumosque se apoiam nas conquistas deabril para abrir novas perspetivas defuturo para todos os Portugueses”.

Alto Comissariado para as Migrações lançao primeiro Concurso de Ideias para o empreendedorismo emigranteO Alto Comissariado para as Migra-ções (ACM) acaba de lançar a pri-meira edição do Concurso de IdeiasVEM - Valorização do Empreendedo-rismo Migrante -, que tem como ob-jetivo apoiar os emigrantesmicro-empreendedores, que têm pro-jetos para a criação de negócios emPortugal.De acordo com o Alto-Comissáriopara as Migrações, Pedro Calado “oConcurso de Ideias VEM faz parte deum conjunto de medidas, incluídasno Plano Estratégico para as Migra-ções, que o ACM vai desenvolver paracapacitação do empreendedorismo ecaptação do investimento dos cida-dãos nacionais emigrantes, que que-

rem regressar a Portugal”.Pedro Calado acrescenta que “emparalelo com o VEM, o ACM vai pro-mover Projetos Locais de Capacita-ção, dando novas valências aosPortugueses que estão fora do país e,em especial, aos que querem regres-sar, para desenvolver o seu projetoprofissional em Portugal. Acredita-mos que esta capacitação em em-preendedorismo é um passoimportante na preparação dos emi-grantes que pretendem participar nosprogramas de apoio e de especial in-teresse para todos os Portuguesesque, apesar da distância, continuama sonhar um projeto profissional pró-prio no seu país”.

O concurso, com candidaturas aber-tas entre 7 de julho e 7 de setembrode 2015, dirige-se a Portugueses eLusodescendentes que vivem no es-trangeiro e tem como objetivo apoiara estruturação e implementação desoluções empreendedoras, bemcomo o acompanhamento em todasas fases de operacionalização indis-pensáveis para transformar um pro-jeto num negócio em Portugal.Após o período de candidaturas doVEM, serão selecionados até 240projetos que beneficiarão de apoiotécnico para desenvolvimento doplano de negócio. Deste total serãoselecionados os finalistas, que apre-sentarão o seu projeto num elevator

pitch, momento crucial para elegeros empreendedores que vão obter até20 mil euros de financiamento,assim como acompanhamento e mo-nitorização para a implementação earranque do seu negócio.Podem concorrer a este Concurso oscidadãos de nacionalidade portu-guesa ou os lusodescendentes, maio-res de 18 anos, que residam fora dePortugal, que se comprometem a de-senvolver uma ideia de negócio a im-plementar no território nacional, eque vão fixar residência regular emPortugal, criando no país o seu postode trabalho.

www.acm.gov.pt/-/concurso-vem

le 15 juillet 2015

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07Comunidade

emsíntese

Conforama comnova loja em Matosinhos

O Grupo francês “Conforama” inau-gurou na semana passada a nova lojade Matosinhos, reforçando a sua pre-sença no Norte de Portugal ondeconta já com uma loja em Vila Novade Gaia. Esta nova loja criou 60 novospostos de trabalho, para uma área deexposição de 5.000m2 e um arma-zém de apoio de mais 5.000 m2.Na inauguração esteve presente o Di-retor internacional da Conforama, To-nino Pereira, que manifestou avontade e ambição da marca emcontinuar o investimento no mercadoportuguês que se reflete na aberturade mais cinco lojas até 2019, totali-zando 12 espaços com 400 postosde trabalho.A Conforama com sede em Françafundada em 1967, é o maior criadorde mobiliário para o lar integrando oGrupo Streinhoff. A empresa ocupa osegundo lugar a nível mundial nomercado de equipamento para o lar,sendo especialista em Cozinhas, Mó-veis, Decoração e Eletrodomésticos. A Conforama, do Grupo PPR, per-tence ao Grupo Steinhoff – o maior fa-bricante de móveis em África - sendoa segunda maior empresa no Mundona distribuição de produtos para o lare além de ser líder em França.A Conforama abre a sua nova loja emSetúbal esta quarta-feira, dia 15 dejulho.

Revista PORT.COM recebe os emigrantesna fronteira e no aeroporto do PortoPara receber “da melhor forma” osPortugueses que vivem no estrangeiro,a Revista de Portugal e das Comuni-dades Portuguesas, PORT.COM, estáa preparar uma “calorosa receção”, naqual equipas “devidamente identifica-das” darão as boas-vindas aos que re-gressarem ao seu país para usufruir domerecido descanso.Se nos anos anteriores a ação teve umfoco maior na via terrestre, com espe-cial enfoque na fronteira de Vilar For-moso, este ano a novidade passa pelapresença também no Aeroporto Fran-cisco Sá Carneiro, no Porto. Por estarjunto das zonas que têm maiores índi-ces de emigração - norte e centro dopaís -, este é o aeroporto portuguêsque conta com o maior movimento deemigrantes.A oferta de lembranças e da edição es-pecial de agosto da revista fazem partedestas ações. Desta forma, o próximonúmero da Revista PORT.COM está aser preparado com conteúdos que aju-dem as famílias de emigrantes noreencontro com Portugal. Sol, praias,destinos turísticos, petiscos e cerveja,entre outros, ajudarão a preencher aspáginas da próxima edição.Além de Vilar Formoso e do aeroporto

do Porto, esta mesma revista, que teráuma tiragem especial de 100 milexemplares, será distribuída tambémem Fátima, nos dias 12 e 13 deagosto, durante a grande peregrinaçãoanual que, como é sabido, atrai milha-res de emigrantes ao Santuário. Parachegar ao maior número de pessoaspossível, a revista vai ser oferecida em

hotéis, restaurantes, cafés, museus elojas de artesanato.

Aeroporto Francisco Sá CarneiroO Aeroporto do Porto irá proporcionaruma ação de boas vindas aos seuspassageiros, emigrantes e turistas, nosdias 30 de julho a 2 de agosto. No in-terior (zona de chegadas), enquanto os

passageiros esperam pelas suas baga-gens, podem visitar uma pequena ex-posição de artesanato e degustarprodutos tradicionais portugueses emambiente com animação folclórica. Atodos é oferecida a edição especial daRevista PORT.COM.

Fronteira de Vilar FormosoA ação tem lugar na linha de fronteira,nos dias 1 e 2 de agosto, onde equipasPORT.COM, vão receber e dar as boas-vindas às famílias de emigrantes quevêm passar férias em Portugal. Diaria-mente serão oferecidos milhares deexemplares da revista e outras lem-branças.

FátimaA “Peregrinação dos Emigrantes”, rea-lizada anualmente nos dias 12 e 13de agosto, integrada na Semana Na-cional das Migrações, atrai anual-mente milhares de emigrantes de todoo mundo ao Santuário de Fátima. ARevista PORT.COM será distribuídaaos emigrantes e peregrinos em locaisde grande movimento, tais como: ho-téis, museus, restaurantes e estabele-cimentos de artigos religiosos eregionais.

Operações de “receção dos emigrantes”

Encontro e debate sobre “Portugueses de lá, Portugueses de cá”A associação Cap Magellan orga-niza no dia 2 de agosto, em VilarFormoso, um novo evento em para-lelo da já tradicional campanha desegurança rodoviária: um encontrode jovens “Portugueses de lá, Por-tugueses de cá”.O dia será dividido em duas partes:de manhã, a partir das 11h00 osparticipantes, assim como persona-lidades institucionais, estarão pre-sentes a fim de assistir à ação desensibilização rodoviária. À tarde, eesta é a grande novidade, terá lugar

um debate entre jovens de Portugale jovens lusodescendentes.O objetivo desse evento é criar umencontro entre jovens portuguesesresidentes em Portugal e jovens por-tugueses “de fora” de Portugal, queaceitam participar num encontro in-formal com jovens locais e trocar ex-periências e sentimentos sobre o queé ser Português fora de Portugal. Aassociação anuncia a participaçãode 60 jovens, com idade entre 18 e30 anos, que vão debater à volta deuma mesa, assim como personalida-

des públicas e terá como principal“motor” o reforço da ligação de Por-tugal com a sua diáspora.“A troca de experiências com jovenscujo ponto comum é o de serem Por-tugueses mas cujas realidades devida fazem com que se sintam dife-rentes uns dos outros será o ponto departida da reflexão” diz uma nota deimprensa da Cap Magellan. “A ideiaé de descobrir essas diferenças, e deconstatar que se tornam numa ri-queza quando são abordadas sob oprisma da diversidade cultural e do

intercâmbio. Serão também coloca-das as questões da União Europeia,do emprego, da imigração, da cul-tura assim que dos estudos”.A organização promete um “pro-grama curto e informal mas suficien-temente denso e enriquecedor aonível das trocas de experiênciadando a conhecer a cada um dospresentes o seu país de origem, asua história, costumes e tradições,providenciando ao mesmo tempo,momentos de lazer e intercâmbiocultural”.

Domingo 2 de agosto, na fronteira de Vilar Formoso

le 15 juillet 2015

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Port.Com

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08 Comunidade

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Louis XIV et lesJuifs Portugais

Il y a tout juste 300 ans, le 1er septem-bre 1715 s’éteignait le roi de France,Louis XIV à Versailles.Un des mérites des anniversaires quiremontent à des périodes que nousn’avons pas vécues, est celui de nousplonger dans des recherches biblio-graphiques en rapport avec tel ou telsujet.Sur Internet, en tapant «Portugais etLouis XIV», s’affiche en un seul clic unouvrage qui pourrait retenir notre at-tention rédigé par Elvire Maurouard«Les Juifs de Martinique et Juifs por-tugais sous Louis XIV», aux éditions duCygne. Pour 14 euros. 126 pages.Paru en 2009. Format: 14x21.Comme il rentre facilement dans unsac de voyage, il me suivra cet été.

Almeida: Exposição “Exércitos Peninsulares das Invasões Francesas”

O Museu Histórico Militar de Almeidatem patente ao público, até ao dia 31,na sala de exposições temporárias, amostra “Exércitos Peninsulares das In-vasões Francesas”, da autoria de VítorMestre, Sérgio Tavares e David Silva.Segundo a organização, na exposiçãopodem ser apreciadas algumas forma-ções militares em miniatura, à escalade 1:72.A mostra contém representações dasforças francesas, inglesas e portugue-sas nas mais diversas formações, emlinha ou em marcha, infantaria delinha, ligeira e caçadores, artilharia ecavalaria.

Montalegre: minasde volfrâmio daBorralha

O Centro Interpretativo das Minas daBorralha, que foi inaugurado em Mon-talegre, e insere-se num projeto dedois milhões de euros que visa recu-perar e divulgar o património mineirodesta localidade onde chegaram a tra-balhar 800 pessoas.As minas pertenciam a uma empresafrancesa. Foi durante a PrimeiraGuerra Mundial que foi iniciada a ex-tração de volfrâmio que cessou em1986.Após a falência da empresa francesa,o património da empresa foi vendidoem hasta pública a um privado e omunicípio adquiriu as casas que ofe-receu a todos os residentes. Entre-tanto, foi também recuperado o antigocinema para um auditório, bem comoa padaria e a “sua altíssima chaminé”.

Par Gracianne Bancon

Trois histoires, trois parcours, trois vies...

Nous sommes portugais, français…nous sommes des citoyens dumonde. Ce qui nous est proche, noustouche, mais parfois ce qui nous estplus lointain peut également noustoucher, nous questionner, nousébranler.Trois histoires, trois destins. Celle dePapy Francisco, de Maggy et de Bri-gitt. Pour nous qui écrivons ceslignes… trois rencontres.Papy Francisco, Francisco Lopes daFonseca, est née le 20 janvier 1917et nous a quitté le 10 février 2014après 50 ans de vie en France. Unémigré portugais comme tant d’au-tres, comme des millions partis duPortugal natal, il a son histoire, il aécrit une petite partie de son histoire,mais quelle histoire… l’histoire deson parcours de «a salto». Ce sont 30pages du vécu, heure après heure,jour après jours entre le 25 septem-bre 1964 et le 06 octobre 1964.Son journal commence: «le 25 sep-tembre 64, vendredi, nous sommespartis de Lisboa, Santa Apolónia à23h15» et se termine par: «ma plusgrande douleur et blessure est d’avoirramené avec moi mon cher fils, quia été soumis au même supplice quemoi. Paris 06 octobre 1964». Le titrequi donnera à son manuscrit sera:«Mémoires d’un voyage désastreux etprécaire».Papy exemplaire, qui jusqu’à ses der-niers jours, a su garder une certaineligne directrice de sa vie et une cer-taine élégance dans ses attitudes etdans le rapport avec les autres. Don-nons la parole à sa petite fille, Carla:

Que représentait pour toi Papy Fran-cisco?

Papy dit «avô» était tout pour moi,depuis ma petite enfance, une pré-sence. Il partageait avec moi sonamour, son savoir, ses blagues, seshistoires et puis avec le temps, sesconfidences et bien plus tard, vers lafin, ses peurs. Notre relation étaitune histoire fusionnelle.

Comment as-tu su de l’existence deson journal de voyage clandestin versla France?Depuis ma petite enfance il m’en aparlé de son «diário». Ce voyagel’avait marqué. Devoir quitter sonpays, sa femme et ses autres enfantslui a été pénible, mais il en était fierde l’avoir accompli et d’être devenuce qu’il était.

Ce «diário», comment tu l’as récu-péré?Il me l’a confié quelques annéesavant son décès, en souvenir de lasouffrance et des sacrifices qu’il avaitaccompli pour les siens avant tout.

Penses-tu que son «diário» avaitcomme but, d’un jour être divulgué?Oui, je pense qu’il voulait qu’onsache ce qu’il a enduré et que la viene lui a pas toujours était facile. Au-jourd’hui c’est à moi de faire vivre samémoire. Il a écrit un autre texte,peu avant son décès, exprimant sesdernières volontés et les peines qu’ilavait dans le cœur… Sur son lit demort il m’a dit: «je n’ai pas peur demourir, j’ai juste de la peine de vouslaisser». Mon grand-père était un bat-tant, pugnace et combatif, il avaitune volonté d’enfer.

MaggyUn autre monde, une autre histoire.Il a encore quelques jours, nous ne

connaissions pas son histoire. Unerencontre et les évènements actuelsau Burundi, nous l’a dévoilé. Maggyest une femme extraordinaire, unexemple, elle est actuellement engrand danger. Toujours au Burundialors que plus de 100.000 Burun-dais ont fui le pays, elle vit cachéepour ne pas être arrêtée.Marguerite Barankitse, alias Mggy estune femme qui pendant la guerreentre Hutus et Tutsis, de 1993 à2003, n’a pas hésité à recueillir lesorphelins des deux ethnies.Mais Maggy, c’est beaucoup plus,c’est avant tout l’aide aux femmes etaux enfants malmenés, maltraités,c’est la mère aux 30.000 orphelins,c’est la fondatrice l’ONG «MaisonShalom» et de l’Hôpital Réma, lamaternité la plus performante du Bu-rundi, où GSF travaille depuis 2009.Maggy, c’est aussi la libératrice desenfants emprisonnés pour lesquelselle a conçu des Centres de rééduca-tion beaucoup plus humains que lesprisons d’Etat…Femme d’exception reconnue et ré-compensée dans le monde, y com-pris en France, à Lille, Paris, Nantes,Lyon, Draguignan… Elle a dédié savie à la protection des enfants et desfemmes du Burundi.A notre tour de la protéger. Que faire?En Parler, l’aider…

BrigittTroisième histoire, celle de Brigitt.Elle vit aux Etats-Unis. Soixante-dixans après la fin de la 2ème GuerreMondiale, celle qui a eu comme pèreRudolf Hoess, ce monstre qui a or-ganisé le pire crime de l’histoire del’Humanité, a 81 ans, malade etsentant que ses derniers jours nesont plus très lointains, ressent le be-

soin de témoigner. Et c’est là qu’onse rend compte à quel point l’autreet nous-mêmes pouvons avoir undouble visage, une double personna-lité. Brigitt a vécu avec ses parentspas loin du champ de concentrationd’Auschwitz, là où son père, à partirde juin 1941, a organisé l’horreur.Rudolf Hoess était un parent modelet attentionné. Brigitt et ses autresfrères, dans ses jeunes années pas-sées pas loin du champ de concen-tration, ne se sont jamais renducompte de ce qui se passait pas loinde chez eux. Le seul souvenir un peumarquant qu’elle a gardée, c’étaitd’odeur qui dégageait, parfois, leseaux du fleuve auprès duquel sonpère l’amenait promener. Elle a com-pris plus tard que celle-ci venait dulavage des terribles fourneaux.Brigitt parle encore, à son âge, avectendresse, de son père, qui, se sa-chant condamné, lui avoue: «mafille, je suis le plus grand criminel detous les temps». Phrase qui la mar-quera a vie. Tous les soirs, Brigitt serecueille devant la photo qu’ellegarde précieusement de son pèredans sa chambre. Quatre jours avantsa mort Rudolf Hoess écrivait au pro-cureur: «…puisse un jour le Sei-gneur me pardonner pour ce que j’aifait…». Brigitt, à un moment de savie, a travaillé pour des Juifs. Ilsn’ont jamais rendu Brigitt responsa-ble des crimes de son père. «Brigitta eu ses bonheurs et son lot de souf-frances».Pardonner, est l’un des principes denos religions. Cependant sommes-nous prêts à tout pardonner? Fai-sons toutefois très attentions, il peuty avoir en chacun de nous un bour-reau en puissance. L’homme estcomplexe…

Papy Francisco nous a laissé un ‘Diário’ de son voyage ‘a salto’

Par António Marrucho

le 15 juillet 2015

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Comunidade

Esposende visitou Corbeil-Essonnes em intercâmbio e troca de experiênciasA convite da Association des Originai-res du Portugal (AOP) de Corbeil-Es-sonnes (91), por ocasião do seu 21ºTorneio de Futebol, realizado no pas-sado dia 21 de junho, estiveram nestacidade francesa as três instituições doconcelho de Esposende que mantêmestreitas relações com as suas congé-neres francesas: a Junta de Freguesiade Belinho e Mar, detentora de uma“Carta de Amizade” celebrada em 10de junho de 2000 com a Mairie deCorbeil-Essonnes; o Centro Social daJuventude de Belinho que tem umaligação estreita com a AOP desde1992; e a Associação Humanitáriados Dadores de Sangue de Espo-sende, geminada desde 29 de abril de2006 com o Groupement pour le donde sang bénévole de Corbeil-Essonneset environs.Foi uma jornada intensa de convívio,amizade e de troca de experiências anível social, cultural, desportivo e desaúde entre a população e as institui-ções das duas localidades. No Torneiode futebol participou uma equipa deBelinho e Mar, composta essencial-mente por esposendenses e amigosradicados em Corbeil-Essonnes. OGrupo de Bombos da AOP e o RanchoFolclórico de Sainte Geneviève-des-Bois abrilhantaram o encontro ederam um colorido especial a estaconfraternização.A Mairie de Corbeil-Essonnes repre-sentada pela sua Vereadora JessicaMadaleno, Adjointe au Maire délé-guée à la Santé, formulou votos deuma boa estadia e agradeceu a pre-sença da Junta de Freguesia de Beli-nho e Mar, com a totalidade dos seusmembros, enquadrada no âmbito daCarta de Amizade estabelecida entreos dois municípios, bem como doCentro Social da Juventude de Beli-

nho e da Associação Humanitáriados Dadores de Sangue de Espo-sende, instituições diretamente liga-das ao seu pelouro, a saúde, e comas quais manifestou vontade de in-tensificar o conhecimento e a trocade experiências. Apresentou aindatoda a disponibilidade da Mairie deCorbeil-Essonnes para continuar e,se possível, incrementar as relaçõesentre os dois concelhos.Manuel Enes Abreu, Presidente daUnião de Freguesias de Belinho eMar, manifestou a sua satisfação pelapresença neste encontro e agradeceuo convite da AOP, convite esse que“para além de servir para reforçar oslaços de amizade entre Belinho e Cor-beil-Essonnes serviu também paraapresentar a freguesia de Mar, atenta areforma administrativa efetuada emPortugal, e da qual resultou a união defreguesias, agora com 3.300 habitan-tes, tem servido também para trazer re-cordações e coisas boas, pois para

além do intercâmbio de futebol omesmo tem acontecido com a Bandade música e com os Dadores de san-gue”. Finalizou a sua intervenção con-vidando a AOP para uma visita aBelinho e Mar, no próximo ano, emdata a acertar entre todas as institui-ções intervenientes. Formulou ainda odesejo, igualmente em nome das trêsinstituições, de que a Mairie de Cor-beil-Essonnes, nomeadamente o seuMaire e Jessica Madaleno, possam vi-sitar Esposende proximamente.José Amorim, Presidente do Centro So-cial da Juventude de Belinho, agrade-ceu igualmente o convite e depois defazer uma pequena retrospetiva destes23 anos de intercâmbio, iniciado em1992, lembrou que em 2017 se de-verá fazer uma comemoração condignados 25 anos.Adelino Marques, Presidente da Asso-ciação Humanitária dos Dadores deSangue de Esposende, congratulou-secom o sucesso deste intercâmbio e

com a amizade existente entre Espo-sende e Corbeil-Essonnes. Aproveitoua oportunidade para convidar a AOP ea Mairie, designadamente Jessica Ma-daleno, para a comemoração do Dia doDador de Sangue de Esposende, a rea-lizar em 10 de outubro próximo.Do programa constou ainda uma visitaao 51º Salon International de l’Aéro-nautique et de l’Espace, no Bouget, aconvite da Mairie de Corbeil-Essonnes,onde observaram as últimas inovaçõestecnológicas e o voo dos aviões AirbusA350 e A380. De assinalar a pre-sença, no Stand de Portugal, da em-presa Edaetech, de engenharia etecnologia, sedeada no concelho deEsposende.Entre os presentes destaca-se Berna-dete Lesage, Adjointe au Maire, em2006, o seu marido François Lesage,para além de Carlos Domingues e JorgeBoalhosa, principais impulsionadoresdeste intercâmbio, a nível de Corbeil-Essonnes.

União das freguesias de Belinho e Mar

Rebecca Abecassis recebeu as insígnias de “Chevalier” da Ordem Nacional do MéritoA 30 de junho, no Palácio de Santos,o Embaixador de França em Portu-gal Jean-François Blarel, condeco-rou a jornalista Rebecca Abecassiscom a Medalha de “Chevalier” daOrdem Nacional do Mérito.Editora dos programas internacio-nais do canal televisivo SIC, grandeconhecedora das questões europeiase perfeitamente francófona, Re-becca Abecassis entrevistou, no-meadamente, inúmeraspersonalidades francesas, como oPrimeiro-Ministro Manuel Vallsquando da sua visita a Lisboa no dia10 de abril de 2015.Antiga aluna do Liceu francês Char-les Lepierre (LFCL) e atualmenteVice-Presidente da Associação dosAntigos Alunos do Liceu, “RebeccaAbecassis dedica-se com um dina-mismo igualmente excecional à or-ganização de eventos importantesrelacionados com a França em Por-tugal” diz uma nota da Embaixadade França.Com esta distinção, as autoridadesfrancesas pretenderam recompensar

“uma jornalista muito profissional,que trabalha para uma melhor com-preensão das questões europeias epara o enriquecimento da amizadefranco-portuguesa”.

Paulo Cunha e Silva Cavaleiro das Artes e das LetrasPor outro lado, o Vereador da Cul-tura da Câmara Municipal do Porto,Paulo Cunha e Silva, também foi no-meado Cavaleiro da Ordem dasArtes e das Letras pela Ministrafrancesa da Cultura.Numa mensagem publicada na redesocial Facebook, Cunha e Silva fezquestão de partilhar a distinção comtodos com quem colaborou e queconsigo dividiram “uma visão estra-tégica da importância da cultura nodesenvolvimento do país”.“Muito obrigado a todas e todos emuito particularmente aos meus co-laboradores mais próximos que sou-beram transformar o meu ‘maufeitio’ num motor de Futuro”, escre-veu o Vereador do Porto.

le 15 juillet 2015

Como comunicam os senho-rios os contratos de arrenda-mento às Finanças?

Resposta:

A partir de novembro de 2015, ossenhorios têm que registar obriga-toriamente os contratos de arren-damento no Portal das Finanças,face às alterações legislativas doinício deste ano civil, deixando deser necessária a apresentação deum exemplar do contrato no ser-viço de finanças.

Encontram-se dispensados ossenhorios que:- Tenham 65 ou mais anos;- No ano anterior, não tenham au-ferido rendimentos provenientesde rendas superiores a 838,44euros.

A comunicação do contrato de ar-rendamento tem que ser efetuada:- Até ao fim do mês seguinte ao doinício do arrendamento;- Até ao fim do mês seguinte ao doinício do subarrendamento;- Até ao fim do mês seguinte aodas alterações;- Até ao fim do mês seguinte ao dacessação do arrendamento;- Até ao fim do mês seguinte ao dadisponibilização do bem locado,no caso da promessa.

No momento da submissão da de-claração é liquidado o Imposto doSelo e é emitido o documento decobrança para pagamento até aofinal do mês seguinte ao do iníciodo arrendamento (10% do valorde uma renda).Sendo o procedimento acimaidentificado o que deve ser ado-tado para os contratos celebradosapós 1 de abril, adverte-se que osanteriores a esta data não têm queser comunicados, devendo ossenhorios registar os elementosmínimos do contrato no Portal, deforma a poderem emitir os recibosde renda eletrónicos.O registo no Portal dos elementosmínimos dos contratos celebradosantes de 1 de abril de 2015 nãoimplica o pagamento do Impostodo Selo considerando que este foipago anteriormente.

Rita RibeiroJuristaRua Principal, nº 150Granja2425-013 Monte RealInfos: +351.926.300.365Infos: +33 (0)6.12.601.427

Rubrica jurídica

Comitiva portuguesa com Jessica MadalenoDR

Rebecca Abecassis discursa no Palácio de SantosEmbaixada de França em Lisboa

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10 Comunidade

emsíntese

Résultats duBaccalauréat2015 dans les Lycées Françaisau Portugal:100% de réussite!

Avec 132 admis au Baccalauréatfrançais sur 133 candidats, la pro-motion 2015 s’avère une bellecuvée pour le réseau de l’Agencepour l’Enseignement français àétranger (AEFE) au Portugal - quicomprend le Lycée FrançaisCharles Lepierre à Lisboa et leLycée International de Porto. D’au-tant que plus de 70% des bache-liers obtiennent le précieuxsésame avec une mention!En outre, l’AEFE a décerné pour2015-2016 six bourses d’excel-lence à des lycéens de ces deuxétablissements partant vers laFrance rejoindre l’établissementd’enseignement supérieur qu’ilsont choisi.Pour nombre de ces jeunes, cemoment est à la fois l’aboutisse-ment d’une scolarité complète de-puis leur plus jeune âge dans l’undes deux établissements portugaisdu réseau français à l’étranger, etle début de projets professionnelsau-delà des salles de classe qui lesont vu grandir et apprendre en-semble à devenir des citoyens res-ponsables. En effet, en sus dudiplôme tant convoité, ces jeunesquittent leur lycée français armésdes valeurs chères au systèmeéducatif français: l’excellence,l’ouverture d’esprit, la responsabi-lité, la tolérance.

Mulher francesadetida por tráfico de estupefacientes

A GNR anunciou na semana pas-sada a detenção de uma cidadãfrancesa, de 20 anos, pelo crimede tráfico de estupefacientes, emVilar Formoso, concelho de Al-meida.A mulher foi detida na terça-feira,no largo da fronteira de Vilar For-moso, por elementos do Núcleo deInvestigação Criminal da GNRlocal, durante a realização de umaação de fiscalização de controlomóvel, na posse de 35,9 gramasde canábis.Segundo a GNR, a mulher “trans-portava o produto estupefacientedissimulado no interior do veículo”onde viajava.A detida foi apresentada ao Tribu-nal de Almeida para primeiro inter-rogatório e aplicação de eventualmedida de coação.

lusojornal.com

Réitération du Protocole de Jumelageentre La Riche et EstarrejaLe 26 juin dernier a eu lieu, en l’Hôtelde Ville de La Riche (Indre-et-Loire),la réitération du Protocole de Jume-lage entre cette ville et celle d’Estar-reja.Le Jumelage avait été célébré il y a 25ans, et les deux municipalités, repré-sentées par deux délégations prési-dées chacune par leurs Mairesrespectifs, ont souhaité redynamiserles liens existants, afin de donner unnouveau souffle à cette magnifiqueinitiative.Wilfried Schwartz, Maire de La Riche,et Diamantino Sabina, Président de laCâmara Municipal de Estarreja, ontrappelé à cette occasion combien ilsétaient attachés à ce que vive et sedéveloppe ce partenariat.Wilfried Schwartz déclarait que «laconjoncture économique a fait qu’il ya eu du relâchement entre nos deuxcommunes, mais nos liens se poursui-vent. Un jumelage, c’est une passe-relle pour les échanges. Je souhaiteque ce Jumelage perdure, que ce nou-veau Protocole soit un signe d’amitié».Afin de symboliser cette farouche vo-lonté, un projet original et symbolique,a conduit quatre motocyclistes à sedéplacer d’Estarreja à La Riche, dansun périple qui a duré six jours pour ef-

fectuer les 1.617 km qui séparent cesdeux cités. De La Riche sont partis,huit cyclo touristes pour faire le che-min inverse.Étaient également présents Armando

da Silva, Président du Comité de Ju-melage, et Frédérico Domingo,Conseiller municipal délégué aux ju-melages.La cérémonie à laquelle assistaient de

nombreux habitants de La Riche s’estachevée par la signature du nouveauProtocole, par les deux Maires, et parLuís Palheta, Consul Honoraire duPortugal à Tours.

25 ans après…

Da “vergonha” dos “bidonvilles” ao retratoda emigração em França

As portas da emigração abriram-seduas vezes na vida de Maria da Con-ceição Tina Melhorado, que aos seisanos viveu em um bairro de lata dosarredores de Paris e em 2014 voltoua trocar Portugal por terras gaulesasdevido à crise.A professora de português e francês,de 56 anos, vive hoje nos arredoresda capital francesa, depois de ter re-gressado a Portugal em 1976 e de seter tornado, graças a uma fotografia,em um dos rostos da emigração por-tuguesa dos anos 60.“É a ironia da vida. Eu vim para cácom seis anos e passados 49 anos aminha vida mudou e eu tenho de,como boa portuguesa que sou, pegara vida pela frente e tentar lutar e ven-cer”, explicou a assistente de educa-ção num liceu em Enghien-les-Bains,nos arredores de Paris, há um ano emeio.A fotografia de uma menina a seguraruma boneca no “bidonville” de SaintDenis, nos anos 60, tem figurado emexposições e livros sobre a emigraçãoportuguesa para França, tendo sido acapa da exposição “Por uma vida me-lhor” do fotógrafo Gérald Bloncourtno Museu Berardo, em Lisboa, em2008.Foi graças a essa exposição que aimagem foi replicada em várias pági-nas na internet, acabando tambémpor ir parar ao olhar de Maria da Con-ceição. “Eu reconheci-me logo. Digoassim: ‘Ai meu Deus que vergonha!’É verdade, senti vergonha daquelalama e era uma fase da minha vida

que estava guardada numa gaveta eque eu não abria”, recordou à LusaMaria da Conceição, sublinhando queos filhos e o marido sabiam que elatinha estado “nos bidonvilles”, assimcomo os conterrâneos de Foz Coa por-que lá “toda a gente tem alguém quetenha estado nos bidonvilles”.Maria foi a quinta pessoa a reconhe-cer-se no arquivo de mais de 200 milimagens do repórter haitiano a viverem França Gérald Bloncourt, o qualretratou vários “bidonvilles” dos arre-dores de Paris e foi contactado, 47anos depois, pela menina que outrorafotografara. “Quando ela chegou, tivediante de mim meio século de memó-rias. Vi a minha pequena Maria queestava ali. Fiquei muito maravilhadoporque ela não tinha mudado. O seu

olhar era o mesmo que na fotografiade criança e o seu sorriso também.Abraçámo-nos, chorámos, foi muitoemocionante e reencontrei a Mariaque agora faz parte da minha famíliae eu da família dela”, contou o fotó-grafo à Lusa.Passaram 51 anos desde que Mariada Conceição viveu a chamada via-gem “a salto”, um trajeto clandestinopara deixar Portugal rumo a Françaque custou, inicialmente, “dez contosde reis” pela passagem da mãe “ecinco contos” pela de cada filho.Porém, à chegada à fronteira espa-nhola, o passador ameaçou abando-nar o grupo de “cerca de 70 pessoas”se não pagassem ainda mais di-nheiro. “A única solução era mandaralguém ir ter novamente com a minha

avó e a minha avó conseguir maisesse dinheiro. Para provar que real-mente era a minha mãe que pediaesse dinheiro, ela mandou-lhe aaliança que a minha avó conheceria”,recordou.Em Paris, apanhado de surpresa pelachegada da família, o pai de Mariacontou com a solidariedade de outrosPortugueses para construir uma bar-raca num bairro de lata de SaintDenis, nos arredores da capital, ondea sua família ficou dois anos até con-seguir um apartamento em Aubervil-liers. “Aquilo era pequeníssimo. Eraum quadrado que era dividido emquatro, no fundo”, descreveu, preci-sando que na rua é que se encontravaa casa de banho comum mas recor-dando que foi uma “criança feliz”.“Do lado esquerdo havia a cozinhacom a mesa onde a minha mãe tinhaum fogão, uma bacia para lavar alouça e depois, por baixo, uma baciamaior que era onde lavava a roupa etomávamos banho. Depois tinha umaporta que dava, do lado esquerdo,para o meu quarto e, do lado direito,para outro quarto que era o da minhamãe e do meu pai”, lembrou.Maria da Conceição Tina Melhoradoestá a preparar uma edição em fran-cês do livro “A Menina da Boneca -Emigração dos anos 60” no qualconta algumas das aventuras da via-gem clandestina até França, da vidanos bairros de lata nos arredores dacapital francesa e do encontro com ofotógrafo que a transformou num dosrostos da emigração dos anos 60. Nofundo, resumiu, “um documentosobre a emigração sem floreados”.

Por Carina Branco, Lusa

le 15 juillet 2015

Gérald Bloncourt

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Ensino 11

Carolina Machado da Silva finalista do Concurso Internacional de Leitura

O Concurso Internacional de Leitura éuma iniciativa do Plano Nacional deLeitura (PNL), da Direção-Geral doLivro, dos Arquivos e das Bibliotecas(DGLAB), da Rede de Bibliotecas Es-colares (RBE) e do Camões - Institutode Cooperação e da Língua IP, que pro-moveram, no ano letivo de2014/2015, a segunda edição desteconcurso, em articulação com a nonaedição do Concurso Nacional de Lei-tura, que constitui um desafio para osestudantes do 3º ciclo e do secundárioque estudam em Portugal ou no es-trangeiro e para o qual se inscrevemjunto do seu professor de português.Trata-se de uma competição salutarque tem como objetivo estimular ogosto pela leitura e desenvolver ascompetências de expressão oral e es-crita. A seleção dos estudantes é feitaem três etapas que se realizam aolongo do ano letivo e termina numafinal nacional, transmitida na RTP,com a apresentação de José CarlosMalato.Este ano, Carolina Machado da Silva,aluna da Première S3 da Secção Inter-nacional Portuguesa do Lycée Interna-tional de Saint Germain-en-Laye,chegou à final, após a leitura e estudode seis obras literárias.

Tudo começou na aula de LiteraturaPortuguesa, em que a professora CarlaLourenço propôs que os seus alunoslessem “Amor de Perdição” de CamiloCastelo Branco e “Capitães da Areia”de Jorge Amado. Depois de os quatrocandidatos voluntários terem prestadoprovas escritas e orais, a Carolina foiconsiderada pela professora como aaluna com melhor desempenho, atéporque a língua portuguesa é a sua lín-gua materna, uma vez que chegou jácom 8 anos a França.

Depois, numa segunda fase, a Coorde-nação do Ensino de Português emFrança indicou mais dois livros que aaluna deveria ler: “A máquina de fazerespanhóis” de Valter Hugo Mãe e “Cãocomo nós” de Manuel Alegre e, denovo, teve de provar que possuía co-nhecimentos sólidos sobre as duasobras da literatura portuguesa. Foi commuita alegria que soubemos, maistarde, que a Carolina tinha sido apu-rada como a vencedora do nível deliceu, não só em França, mas em todas

as Coordenações do ensino do portu-guês no estrangeiro.Consequentemente, o Instituto Ca-mões ofereceu à aluna os dois últimoslivros que deveria preparar: “O Delfim”de José Cardoso Pires e “Admirávelmundo novo” de Aldous Huxley. Alémdisso, o mesmo Instituto ofereceu-lhe,bem como à sua acompanhante, a pro-fessora Carla Lourenço, a viagem deavião Paris-Porto e a estadia de duasnoites num hotel para poderem estarpresentes na grande final.

Este percurso muito prometedor cul-minou no dia 1 de julho, na BibliotecaMunicipal Almeida Garrett, no Porto,onde Carolina, aluna representante doensino do Português no estrangeiro, as-sumiu o seu lugar junto de outros 20candidatos do nível secundário, repre-sentando cada um um distrito do con-tinente ou uma das regiões autónomas.Após as semifinais, provas escritas decompreensão e expressão, Carolina foiselecionada como uma das 5 alunas fi-nalistas para a prova final. No auditó-rio, perante o público e o júri de 5elementos, ela fez a leitura expressivade um excerto, mas também umaapresentação oral sobre uma persona-gem e, ainda, uma pequena dramati-zação sobre a obra de José CardosoPires. Finalmente, a Carolina Machadoda Silva ficou em quarto lugar, o quelhe valeu uma menção honrosa no seudiploma de participação.Este ano, aliás, há outra aluna daSecção Internacional de Saint Ger-main-en-Laye que está de parabéns,porque também obteve uma recom-pensa noutro concurso. Neste caso,trata-se do Concours Général des Ly-cées et des Métiers de 2015, na dis-ciplina de Português, em que à alunaAnaí Costa Martins, da turma de Ter-minale, foi atribuído o 2º Accessit noPalmarés National.

Aluna da Secção internacional de Saint Germain-en-Laye

Por José Carlos Janela Antunes

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Carolina Machado da Silva com José Carlos MalatoDR

le 15 juillet 2015

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12 Cultura

lusojornal.com

Exposição de Lourdes Castro em LisboaA artista Lourdes Castro, 84 anos, queviveu 25 anos em Paris, afirmou na se-mana passada, em Lisboa, que o maisimportante como criadora “é fazer algosem intenção, sem pensar em prémiosnem reconhecimento de carreira comoartista”.A artista falava aos jornalistas no finalde uma visita guiada à exposição“Lourdes Castro - todos os livros”, commeia centena dos seus livros de ar-tista, no Museu Calouste Gulbenkian,com curadoria de Paulo Pires do Vale. Questionada pela Lusa sobre que im-portância tinha a sua obra, respondeu:“A minha obra é a minha vida, é comorespirar. E faço tudo sem intenção, sóporque gosto”, sublinhou.Os livros de artista que criou desde osanos 1950 até hoje, muitos delesnunca expostos, estão na Galeria deexposições temporárias da Gulben-kian até 26 de outubro. Há livros comtextos, colagens, citações de poetas eescritores portugueses, franceses ealemães, como Herberto Helder, Rai-ner Maria Rilke, Guillaume Apolli-naire, Arthur Rimbaud, palavrasescritas com bordados; e os temas va-riam, desde a moda, à ilha da Ma-deira, onde nasceu, a histórias e ànatureza.Entre os livros inéditos, está “Un autreLivre Rouge”, realizado em Paris, noinício dos anos de 1970, em colabo-ração com o seu companheiro, Ma-nuel Zimbro, uma obra nunca antesexibida ao público, e que ocupagrande parte da galeria, partindo dolivro de Mao Tse Tung, mas que se es-tende a uma grande diversidade deobjetos e imagens em vermelho.“Nunca pensei nestes livros como li-vros de artista. É uma coisa que todosfazemos na infância. Hoje há muitacoisa, mas antigamente não haviaquase nada, e tínhamos de ser nós afazer os nossos brinquedos”, recordoua autora, acrescentando que esse fas-cínio pelo livro criado manteve-se atéhoje.Um aspeto da personalidade de Lour-

des Castro, muito falado pelo Comis-sário durante a visita guiada, é a ca-pacidade de organização da criadora,que regista tudo o que faz e sabe exa-tamente onde está guardado. “Sem-pre gostei de fazer essas notas. Nãome define como artista, mas acho quetudo é precioso”, salientou.A proximidade com a natureza, o jogo,os sonhos e a abertura, são outros in-teresses de Lourdes Castro, que se re-tirou da vida artística intensa nos anos1980, regressando à Madeira, em1983, depois de 25 anos em Paris.Organizada pela Biblioteca de Arte daFundação Gulbenkian, a mostra“constitui um testemunho da impor-tância destes trabalhos no desenvol-vimento da obra de Lourdes Castro”,considerada uma das figuras mais im-portantes da arte portuguesa.Muitos dos livros são únicos, outros ti-veram edições limitadas, feitas em se-rigrafia, e alguns resultaram da

colaboração com escritores, comoBenjamin Patterson, outros ainda darecolha sobre temas prediletos da ar-tista, nascida no Funchal.O livro de artista permitiu a LourdesCastro explorar muitas possibilidades,desde a criação, com o artista RenéBertholo, da revista e editora KWY, emParis, no final dos anos de 1950, atéhoje, continuando a completar o seu“Álbum de família”, no qual recolheas referências, imagens e textos, queencontra relativamente à sombra.Depois de ter estudado Belas Artes,foi para Paris, em 1958, onde pu-blicou, com René Bertholo, JoãoVieira, José Escada, Costa Pinheiro,Gonçalo Duarte, Christo e Jan Voss,a revista/movimento “KWY: Da abs-tração lírica à nova figuração”, comas três letras que não existiam no al-fabeto português.A revista tornou-se um objeto artístico,impresso à mão, no qual eram mistu-

radas serigrafias originais com frag-mentos de objetos, fotografias,imagens, ao mesmo tempo quepromoviam exposições. Ao longoda carreira apresentou exposiçõesindividuais em Portugal, na Alema-nha, na Holanda, na RepúblicaCheca, em França, no Brasil, noReino Unido, em Espanha.A sua obra encontra-se em diversascoleções públicas e privadas, taiscomo o Victoria e Albert Museum, emLondres, o Museu de Arte Moderna deHavana, o Museu de Arte Moderna deBelgrado, os Museus Nacionais deVarsóvia, Vroclaw e Lódz, o Centro deArte Moderna da Fundação CalousteGulbenkian, em Lisboa, e a Fundaçãode Serralves, no Porto.No âmbito da mostra, a Gulbenkianvai publicar o ‘catálogo raisonné’ doslivros de artista, com imagens e indi-cações sobre as obras, ao qual LouresCastro chama “catálogo comprovado”.

Artista viveu 25 anos em Paris

Livro sobre Aristides de Sousa Mendeseditado pela Sinapis EditoraAcaba de ser editado, pela SinapisEditora, o livro “Pela mão de Aristidesde Sousa Mendes”, uma ficção (216páginas), de António Alves Cardoso,com prefácio de Marcelo Rebelo deSousa.“Pela mão de Aristides de SousaMendes” perpassam as odisseias dealguns de muitos milhares de judeusfugitivos dos campos de extermíniodo terceiro Reich, graças à heroica edestemida intervenção do Cônsul por-tuguês em Bordeaux.Daniel Chatman, jovem pintor judeu,fixou na tela “o Navio dos Loucos”, otrágico destino dos homens, que asfantásticas pinturas de HieronymusBosch, já deixavam, de algum modo,antever.Neste romance não poderia deixar deestar presente Sara, a menina órfã,que surge como um exemplo, lumi-noso do triunfo do amor, sobre o ódioe o terror. Também tocante pela suasimplicidade, Lau, outra personagem,

vive num mundo construído pelamagia dos seus berlindes, das formi-gas e das seis músicas que toca, in-variavelmente, no seu oboé, durante

cada um dos seis dias da semana.Passa por terríveis acontecimentos,como se eles nunca tivessem exis-tido, conseguido de forma nobre e

pura, revelar a sublime dimensão dodivino.Aristides de Sousa Mendes morreu namiséria. A sua casa, o Passal, em Ca-banas de Viriato, esteve até há bempouco tempo em ruínas, como se um,tivesse anunciado o destino do outro.Talvez o Cristo descarnado e agoni-zante que se perfila em frente do Pas-sal mais não seja, do que o retrato fielde um homem abandonado, que foia enterrar embrulhado num humildehábito de burel dos Franciscanos.E no entanto, pela sua mão, salva-ram-se tantas vidas! Talvez mais de30.000 pessoas...O autor, António Alves Cardoso, nas-ceu em Agadão, no concelho deÁgueda. É licenciado em Direito pelaUniversidade de Coimbra, exercendoaí a sua profissão de advogado. “Tudoo resto está contido nos sonhos,esses, sim, perenes e que impelem àbusca” diz uma nota de imprensa en-viada às redações pela editora.

le 15 juillet 2015

“L’enfant caché”,de Godofredo deOliveira Neto

L’écrivain brésilien Godofredo de Oli-veira Neto a vécu longtemps à Parisdans les années 1970-80. D’ailleurs,l’action de son roman «Amores exi-lados» (2011), qui est l’un des seulsà avoir comme scénario l’univers desexilés brésiliens pendant la dictaturemilitaire, se déroule dans la capitalefrançaise. À travers un entretien pu-blié dans LusoJornal, lors du dernierSalon du livre de Paris, nous avionsdéjà eu l’occasion de faire connais-sance avec Godofredo de OliveiraNeto: né en 1951 à Blumenau (Étatde Santa Catarina), après des étudesuniversitaires en Droit et en Lettres àRio de Janeiro, il part pour Paris, en1973, où il poursuit ses études à laSorbonne.Actuellement il enseigne la littératureà l’Université Fédérale de Rio de Ja-neiro. Parmi ses publications, outre«Amores exilados», on citera aussises romans «Menino oculto», «OBruxo do Contestado» et «A Ficcio-nista». Godofredo de Oliveira Neto aégalement été vice-Recteur de l’Uni-versité de Rio de Janeiro (1990-1994) et a dirigé le département del’Enseignement supérieur au Minis-tère de l’Éducation du Brésil (2002-2005).Dans «L’Enfant caché» (mars 2015,éd. Envolume, traduction de RichardRoux), le personnage principal estAimoré. Artiste raté et faussaire detableaux, il aime les livres, lesfemmes et les voyages, et s’ac-croche à l’écriture sur son ordinateurpour essayer de retrouver l’axe de savie sur une bande enregistrée, sonhistoire. Le roman se passe à Rio deJaneiro, à l’époque actuelle, avecdes incursions dans les paysages dela Baie de Babitonga, dans le sud duBrésil. En se livrant à la contrefaçonde chefs-d’œuvre de la peinture bré-silienne, Aimoré vise autant à s’enri-chir qu’à s’amuser. Ainsi, à proposdu tableau «L’enfant mort», de Cân-dido Portinari, qui se trouve auMusée d’Art de São Paulo, la ques-tion est posée: serait-il un faux? Sioui, où se trouve donc le vrai? Le lec-teur se perd alors avec bonheurdans les pas de Aimoré, devenantson complice d’aventures, y comprislorsqu’il rencontrera Ana Perena, samuse.

Um livro por semana

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Lusa / António Cotrim

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lusojornal.com

Cultura

Film: «Et Maintenant?» disponible en DVDEpicentre Films vient d’éditer en DVD,le film «Et Maintenant?» qui est sortien salle en décembre dernier. Il estdésormais en vente au prix de 16,90euros.«Et Maintenant?», dont le titre originalest «E Agora? Lembra-me» est un do-cumentaire filmé où Joaquim Pinto,réalisateur portugais, filme de ma-nière poignante son combat contre leVIH et l’hépatite C. C’est un journalfilmé, une réflexion sur l’amour, l’ami-tié, le cinéma et le Portugal depuis laRévolution jusqu’à nos jours.Depuis vingt ans, Joaquim Pinto vitavec le VIH et l’hépatite C. Exilé dansla campagne de Lisboa avec son mariNuno Leonel et leurs chiens, JoaquimPinto mène un combat alors que sonpays lutte contre la crise. Animé parun esprit humaniste, il porte un regardempreint d’un émerveillement tou-jours possible sur le monde, un véri-table hymne à la vie!Né à Porto, en 1957, Joaquim Pintoa débuté sa carrière par le mixage son,en travaillant avec de nombreux ci-néastes comme Manoel de Oliveira,Raúl Ruiz et André Téchiné. Entre1987 et 1996, il a produit plusieursfilms, comme La Comédie de Dieu deJoão César Monteiro (1995). Il a réa-lisé son premier long métrage, «UmaPedra no Bolso», en 1988, suivi de«Onde Bate o Sol» (1989), tous deuxsélectionnés à la Berlinale. En 1992,il a signé «Das Tripas Coração» pré-senté dans le Concorso internazionaleà Locarno, puis des documentairescomme «Surfavela» (1996) ou «Ci-dade Velha» (1999). Il dirige une mai-son d’édition de musique et delittérature avec Nuno Leonel.

Votre film est aussi un registre person-

nel et autobiographique qui touche letemps du VIH, la décennie des an-nées 80…C’est un livre de bord que traverse mavie. Dans les années 80, beaucoup decinéastes que j’ai connus et qui sontd’ailleurs cités dans le film, HervéGuibert ou Derek Jarman, par exem-ple, ont été aussi attirés par l’autopor-trait en tant que témoin aussi urgentque nécessaire. Et pourtant il n’y a au-cune comparaison entre ce que j’aifait et ce qu’ils ont fait à l’époque. Carces autoportraits étaient tous devantl’inévitabilité de la mort. Alors quemoi, malgré tout, je vis avec la mala-die, je fais partie de ceux qui ont sur-vécu. Et je me pose la question dansle film, précisément: comment conti-

nuer à vivre? J’ai eu plein d’amis quisont passés par les mêmes chosesque moi, les mêmes traitements, lesmêmes difficultés et qui n’ont pas purésister. Ils se sont consommés trèsvite. Pourquoi pas moi? Quand j’ai dé-couvert que j’étais infecté, je n’ai pasvu ce fait comme une tragédie person-nelle, plutôt comme une vicissitudequi a impliqué des changements etqui m’a fait beaucoup réfléchir. Je necrois pas vraiment à ma ligne dechance. Mais j’ai eu sans doute de lachance dans ces années plus difficilesquand mon amitié avec Nuno a com-mencé à évoluer et à devenir quelquechose d’absolument central dans mavie. Si je ne l’avais pas rencontré, jene serais pas là, je suis sûr.

Quand est-ce que vous vous êtes ren-contrés?Nuno a fait le générique de mon pre-mier film, «Uma Pedra no Bolso» en1988. Il gagnait sa vie à l’époquedans un studio de cinéma d’anima-tion. J’avais commencé à travaillerdans le cinéma comme ingénieur duson, au début des années 80, puis j’aifondé ma propre société et je suis de-venu producteur, notamment de JoãoCésar Monteiro. Pendant ce temps-là,Nuno a toujours été très proche. Ilétait d’ailleurs une des très rares per-sonnes que Monteiro écoutait attenti-vement. Quand je suis tombé malade,tout d’un coup, c’est comme si tout lemonde avait disparu. Je crois que laplupart des gens ont cru que j’étaisfini. Mais Nuno était là. Il est resté.J’ai été sauvé par sa persévérance.

«Et Maintenant?» a reçu le Prix spé-cial du Jury, le Prix FIPR ESCI et lePrix du Jury Jeune au Festival de Lo-carno 2013; le Prix du Meilleur docu-mentaire international au FestivalInternational du Documentaire deBuenos Aires, Argentine 2013; le Prixdu Meilleur Film et le Prix de la Cri-tique au Festival International de Ci-néma de Valdivia, Chili 2013, leGrand Prix des Rencontres Internatio-nales du Documentaire de Montréal,Canada 2013, le Prix du MeilleurFilm, le Prix des Universités et leCPLP Award au DocLisboa, Portugal2013, mais a a également reçu desprix au Festival du Cinéma Luso-Bra-sileiro de Santa Maria da Feira, duFestival International du Film LGBTde Bilbao, du Festival International duCinéma de Cartagena, entre autres.

Un film de Joaquim Pinto très primé au niveau international

“Lumine clarescet” de Chagas Rosa apresentada no festival francês da abadiade SylvanèsA peça “Lumine clarescet”, para18 vozes, de António Chagas Rosa,é apresentada no dia 19 de julho,na abadia de Sylvanès, em França,no âmbito 38º Festival de MúsicasSacras e Músicas do Mundo, doqual faz também parte a fadistaCarla Pires.A edição deste ano do Festival, di-rigido artisticamente pelo seu fun-dador, Michel Wolkowitsky, temcomo mote “Caminhos da humani-dade”, e inicia-se no dia 18 dejulho, prolongando-se até ao dia 30de agosto.No dia 6 de agosto, às 21h00, emMillau, e no âmbito do Festival,atua a soprano Edurada Melo, que,com a meio-soprano GéraldineMélac, acompanhadas pela Or-questra Sinfónica Jovem de Stras-bourg, sob a direção de SylvainMarchal, interpreta uma programaconstituído por peças de Verdi,Rossini, Bizet, Puccini, Berlioz,Saint-Saëns. Este mesmo pro-grama é apresentado no dia 9 deagosto, às 21h00, nos claustros da

abadia de Sylvanès.A soprano bracarense é uma dassolistas do concerto da 26ª Acade-mia de Coro e Orquestra, cujo pro-grama é constituído por “SalveRegina” e Missa em Mi BemolMaior, de Franz Schubert, no dia13 de agosto, em Vigan, arredoresde Sylvanès, que repete, no dia 15de agosto, às 17h00 locais, naabadia de Sylvanès.Além de Eduarda Melo, participamGéraldine Mélac, os tenores DavidTricou e Boris Mychajliszyn, o baixoVirgile Ancely, o Grande Coro da38ª edição do Festival e a Orques-tra Contrepoint, sob a batuta deMichel Piquemal.Também na abadia de Sylvanès, nodia 15 de agosto, mas às 21h00,Eduarda Melo faz parte do elencode “Une schubertiade nocturne”,sob a direção de Michel Piquemal,com o ensemble vocal Michel Pi-quemal e o Interface Quartet. Oprograma deste concerto incluicoros, sonatas, “lider” e peças paraquarteto de cordas. Além da so-

prano portuguesa, o elenco inclui ameio-soprano Sophie Hanne, BorisMychajliszyn e o barítono MichelWolkowitsky, e ainda o pianistaJamal Moqadem.O compositor Chagas Rosa afirmouà Lusa que “Lumine clarescet” é“uma obra encomendada pelo corode câmara francês Les Éléments,de Toulouse, cujo Diretor artísticoé o maestro Joël Suhubiette”,tendo estreado, no passado dia 5de maio, na Catedral SaintÉtienne, em Toulouse.“O título é ‘Lumine clarescat’ e ostextos que utilizei são algumas dasProfecias Sibilinas, em latim, queLassus também usou para as suas‘Prophetiae Sybillarum’”, explicouo compositor à Lusa.A obra, que é interpretada pelocoro de câmara Les Éléments, soba direção Joël Suhubiette, é apre-sentada no dia 19 de julho, às17h00, na igreja da abadia, numprograma que inclui obras da poli-fonia ibérica do Renascimento, apar de criações contemporâneas,

nomeadamente a de Chagas Rosa,uma do espanhol Ivan Solano eainda uma peça do britânico Jonat-han Harvey, baseada num texto domístico espanhol São João da Cruz.O compositor português nasceu emLisboa, há 55 anos, trabalha naUniversidade de Aveiro e é autor,entre outras obras, de “Songs ofthe Beginning”, “Trois Consola-tions”, “Moh” e “Sept Épigrammesde Platon”.Também no dia 19 de julho, masàs 21h00, nos claustros da abadia,atua a fadista Carla Pires acompa-nhada pelos músicos GuilhermeBanza, na guitarra portuguesa,Pedro Pinhal, na viola, e Jorge Car-reiro, no contrabaixo.Em junho passado, Carla Piresatuou no Festival Hautes Terres,em Saint Flour, nos arredores deLyon, e, recentemente, participouna banda sonora do filme“L’échappée belle”, de EmilieCherpitel, com a canção “Cavalo àsolta”, de José Carlos Ary dos San-tos e Fernando Tordo.

le 15 juillet 2015

Philéas Lebesgue,un français amoureux du Portugal

Philéas Lebesgue, né le 26 novembre1869 dans l’Oise et mort le 11 octo-bre 1958 dans le même lieu, était unécrivain français, à la fois poète, ro-mancier, essayiste, traducteur, cri-tique littéraire et chroniqueur littéraireau Mercure de France, en poursui-vant assidûment et seul, un travail in-tellectuel prodigieux, notammentdans le domaine des langues étran-gères où il excelle et acquiert un sa-voir encyclopédique. En mêmetemps qu’il exerçait le métier d’agri-culteur dans son village, il voyageaitnotamment au Portugal, en Grèce eten Yougoslavie, les trois pays dont ilsuivait l’actualité littéraire.Dès 1896, il devient rédacteur auMercure de France, prestigieuserevue internationale dirigée par AlfredVallette. Il est alors le chroniqueur des«Lettres portugaises» et le resterajusqu’en 1951. Lebesgue est l’un desrares critiques à découvrir et appré-cier le grand poète portugais Fer-nando Pessoa.Il a collaboré dans les revues delangues étrangères, comme L’Arte(Coimbra, 1895-1896), Atlântida(Lisboa, 1917), O Mundo (Lisboa,1915), et d’autres à Athènes, à LaVos de Madrid.Philéas Lebesgue s’est constitué unimportant réseau d’amis écrivains, ar-tistes et hommes politiques par l’in-termédiaire du Mercure de France etdes Ambassades. Dans les vingt-cinqmille lettres reçues de ses correspon-dants français et étrangers apparais-sent les noms de Français,Martiniquais, Russes, Lituaniens,Grecs, Serbes et les Portugais ClaudeAvelina, Bernardino Machado et Ma-nuel Teixeira Gomes qui furent tousles trois Présidents de la Républiquedu Portugal.Un livre a été publié par Roma Edi-tora au Portugal, dont le titre est “Por-tugal dans le Mercure de France,aspects littéraires, artistiques, sociauxde fins du siècle XIX au milieu du XX,de Philéas Lebesgue”. Traduction etcoordination de Madalena CarreteroCruz et Liberto Cruz (préface de Jean-Michel Massa).

Affinités

Maria FernandaPinto

Historiques

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14 Cultura

emsíntese

Produção luso-francesa“Mined soil” de Filipa Cesár venceu o GrandePrémio do Curtasde Vila de Conde

O Grande Prémio do 23º Festival deCurtas de Vila de Conde, que terminouno domingo passado, na área interna-cional, foi para “Mined soil”, da portu-guesa Filipa César.“Mined soil” - “terreno minado”, emtradução livre - é uma coproduçãoluso-francesa, “liga a história do com-batente e agrónomo guineense Amíl-car Cabral e a sua investigação, sobrea erosão, em Portugal, à documenta-ção contemporânea da exploração mi-neira por parte de uma empresacanadiana na mesma região, em tem-pos estudada” pelo fundador doPAIGC.O Grande Prémio Melhor Filme emCompetição Internacional tem o valorde 2.000 euros.Na Competição Nacional o Prémiopara o Melhor Filme foi para “Maria doMar”, de João Rosas, que conta o fimde semana de dois irmãos e os seusamigos, na zona rural de Sintra, nosarredores de Lisboa.O nomeado do Festival para os Pré-mios de Cinema Europeu/2015, nacategoria de Melhor Curta-Metragem,é “Kung fury”, de David Sandberg, daSuécia, que venceu também o Prémiodo Público.Na Competição Internacional foramainda entregues o Prémio Ficção a“Beech Week”, de David Raboy, dosEstados Unidos, Prémio Documentá-rio Manoel de Oliveira a “Bear”, dePascal Florks, da Alemanha, o Prémiode Animação, a “Mynarski chute mor-telle”, de Matthew Rankin, do Canadá,e o Prémio Experimental, que distin-guiu “The dent”, de Basin Magdy, doEgito.Na Competição Nacional, além de“Maria do mar”, foram distinguidostrês outros filmes. O Prémio do Públicofoi para “Amélia & Duarte”, de AliceEça Guimarães e Mónica Santos, umacoprodução luso-alemã, que recebeutambém o Prémio Canal Plus.O Festival, que se iniciou no passadodia 4 de julho e que exibiu 221 filmes,entregou a “Bétail”, de Joana deSousa, de Portugal, quatro galardões,designadamente os prémios InstitutoPortuguês do Desporto e Juventude,Smiling, Agência da Curta Metrageme Restart, no valor total de 2.600 euros. “Sala vazia”, de Afonso Mota, tambémde Portugal, recebeu uma mençãohonrosa.

lusojornal.com

Exposition photographique d’Evelyne Pachebat sur l’architecture de Brasilia

Evelyne Pachebat possède plusieurscordes à son arc. Outre le violoncelle,l’aquarelle, la peinture à l’huile et sur-tout le dessin à la plume, elle étonneune fois de plus, en exposant des pho-tographies en noir et blanc, prises il ya 25 ans à Brasilia. Elles sont visiblesau premier étage de l’Oustau dou Sa-leys, la Maison culturelle de la stationthermale de Salies-de-Béarn (64).Prises en format 6x6, elles sont tiréesen argentique.Une sélection d’une vingtaine de cli-chés porte essentiellement sur le tra-vail d’Oscar Niemeyer. Normal,l’architecture contemporaine, voired’avant garde, l’intéresse autant quel’architecture rurale et traditionnellequ’elle révèle par le dessin. Commeelle se plaît à le dire et l’écrire «Lechoix du sujet, la composition del’image, les ombres portées, le jeu descourbes et des lignes, c’est le travailde l’œil et cela participe au dessin».Ce qui la différencie est l’attentionphotographique portée aux détails ar-chitecturaux de l’œuvre d’Oscar Nie-meyer. Le Christ en croix sur fond

grillagé me rappellerait la couronned’épines, le labyrinthe en rez-de-chaussée d’un immeuble sur pilotis deprofil en demi-cercle invite à la prome-nade à l’ombre, les façades en reliefassez tranchantes coupent l’arrivée dela lumière solaire pour éviter et l’aveu-glement en extérieur et la chaleur par

radiation à l’intérieur. Ses prises devue mettent l’accent sur les lignesadoucies par les courbes rendues pos-sibles avec le béton armé. Ellescontrecarrent les fonctions fortes etpuissantes qu’elles habitent. A savoir,l’armée, les pouvoirs juridiques, reli-gieux, présidentiels, voire même théâ-

traux. Seuls le reflet des nuages sur lesvitres, ou le regard plein de candeurd’un jeune Brésilien croisant les brasface à l’objectif ajoutent un peu depoésie à l’environnement du bâti.Exposition visible jusqu’au 19 juillet.Avec la présence effective d’EvelynePachebat les deux derniers jours.

A Salies-de-Béarn (64)

Par Gracianne Bancon

Concerto de órgão em Lisboa por François EspinasseO 41º Festival de Música Estoril Lis-boa promoveu um recital de órgão, emLisboa, na Sé, por François Espinasse.François Espinasse apresentou um re-cital constituído por peças de organis-tas franceses de 1500 a 1900. Doprograma, entre outras, faziam parte,as peças “Fantasia a cinco sobre ‘Unejeune Fillette’”, de Eustache du Caur-roy, “Fugue sur le cromorne” e “Duasfantasias”, de Louis Couperin, a ária

“Wenn die frühlingslüfte streichen”,da Cantata BWV 202, de Johann Se-bastian Bach, segundo transcriçãopara órgão de André Isoir, “Tema e va-riações da Grande Partita”, de Wolf-gang Amadeus Mozart, tambémsegundo transcrição para órgão deIsoir, e “Ária”, de Jehan Alain, entreoutras.O órgão que Espinasse vai utilizarfoi construído por Flentrop, em

1964, e localiza-se no Coro Alto,do lado do Evangelho.Nascido em 1961, François Espi-nasse estudou no ConservatoireNational de Région de Toulouse.Em 1980 venceu o prémio deÓrgão na classe de Xavier Darasse,tendo prosseguido os estudos comAndré Isoir. Foi laureado nos con-cursos de Toulouse, em 1986, demúsica contemporânea e de Tó-

quio-Musashino, em 1988.Organista titular da igreja de Saint Sé-vérin, em Paris, é professor de Órgãono Conservatoire National Supérieurde Musique de Lyon, e membro da Co-missão Superior dos Monumentos His-tóricos, e um dos titulares do órgão dacapela do palácio de Versailles.Recentemente, apresentou em pri-meira audição obras de Betsy Jolas,Pierre Farago e Philippe Hurel.

Disco tributo a Amália Rodrigues dirigidopor Ruben Alves sai a 17 de julho“Amália: As Vozes do Fado” é o discoque reúne Ana Moura, António Zam-bujo, Carminho, Camané, Gisela João,Ricardo Ribeiro e Celeste Rodriguesnuma homenagem ímpar a AmáliaRodrigues. O disco, que terá data deedição a 17 de julho e inclui partici-pações excecionais de Bonga, CaetanoVeloso, Mayra Andrade e Javier Limón.

A edição deluxe e limitada já está empré-venda na Fnac.Caetano Veloso canta com Carminho“Naufrágio”, Bonga e Ana Moura apa-recem num dueto inesperado em “Va-lentim”, Mayra Andrade e AntónioZambujo cantam juntos “Lisboa NãoSejas Francesa” e Javier Limón acen-tua as referências do flamengo no fado

“Maria La Portuguesa”, cantado porRicardo Ribeiro. Há ainda o dueto deGisela João e Camané em “Meu Amor,Meu Amor”.“Amália: As Vozes do Fado” partiu deum projeto proposto pela UniversalMusic França a Ruben Alves, autor dofilme “A Gaiola Dourada”. A produçãodeste disco serviu como base de par-

tida para um documentário sobre oFado, assinado por Ruben Alves eChristophe Fonseca, com estreia pre-vista em televisão no final de 2015.Vhils (Alexandre Farto) é o responsávelpela fachada e capa do disco, umaobra inédita do artista em calçada por-tuguesa, que pode ser vista na Rua deSão Tomé, em Lisboa.

Amália: As Vozes do Fado

le 15 juillet 2015

Escrita íntima entre Vieira da Silva eArpad Szénes exposta em CoimbraA correspondência íntima, sobretudográfica e alguma inédita, trocadaentre Maria Helena Vieira da Silva eo marido, Arpad Szénes, vai ser ex-posta, a partir de 17 de julho, noMuseu Nacional de Machado deCastro, em Coimbra.

A mostra, apresentada no âmbito daprogramação do 7º Festival dasArtes, revela, através de desenhos,cartas e pinturas, a história dogrande amor entre os dois artistas,que se conheceram em Paris, cidadeonde viveram muitos anos.

Com curadoria de Marina BairrãoRuivo, diretora do Museu Arpad Szé-nes - Vieira da Silva, a exposição éproduzida em parceria com a FASVS,a Fundação Inês de Castro e oMuseu Nacional de Machado deCastro.

A maioria das peças são desenhos,testemunhos e retratos um do outroe da sua intimidade, "rastos de umenamoramento que passava da vidapara a obra", segundo um texto daFundação sobre esta mostra de obraspouco conhecidas, algumas inéditas.

LusoJornal / Gracianne Bancon

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16 Associações

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emsíntese

Concert de LuísPeças et JoãoPaulo Ferreira àNeuville-sur-Oise

Un concert de Luís Peças et JoãoPaulo Ferreira, sera organisé par ungroupe de personnes ayant fait laconnaissance de Luís Peças lorsd’une visite au Monastère d’Alcobaçail y a deux ans et qui sont tombéssous le charme de la voix de ce con-tre-ténor portugais. Ils se sont lancésdans l’organisation d’un concert dansl’église de Neuville-sur-Oise, villageplein de charme proche de Cergy(95). «Leur initiative mérite d’être en-couragée, ce sera un très beau con-cert» écrivent Françoise et RobertCollet, responsables de l’AssociationFrance Portugal Tours 37.Ce concert qui présente une nouvelleforme puisque les deux contre-ténorschantent en solo et en duo, contribueà faire valoir le Portugal en tant quepays de culture. «C’est ce qui s’estréalisé à Noizay, près d’Amboise, avecun énorme succès! L’église étaitpleine» disent Françoise et RobertCollet.

Katia Guerreiroatua em França

A fadista Katia Guerreiro atua emFrança para apresentar o seu maisrecente álbum, “Até ao fim”. No dia22 de julho, a criadora de “Nestanoite” atua na Ópera de Vichy.A fadista vai ser acompanhada pelosmúsicos João Veiga, na viola, Fran-cisco Gaspar, no contrabaixo, e Pedrode Castro e Luís Guerreiro, na guitarraportuguesa.

Workshop deJean-Guy Lecatno Festival de Almada

A relação entre o teatro e a arquiteturaestão no centro de um programa deconferências, teatro e exposições,para festejar os dez anos do TeatroMunicipal Joaquim Benite, no âmbitodo 32º Festival de Almada. Durante o Festival realizar-se-á um‘workshop’ de cenografia, coorde-nado pelo reconhecido cenógrafofrancês Jean-Guy Lecat, organizadopela Ordem dos Arquitetos SecçãoRegional Sul.As atividades terão lugar na EscolaBásica D. António da Costa e no Tea-tro Municipal Joaquim Benite, em Al-mada.

Festa da Associação Franco-PortuguesaCriada em 1972, a AssociaçãoFranco-Portuguesa de Saint Benoît-sur-Loire, perto de Orléans, é umadas mais antigas Associações de por-tugueses em França e conta cerca de120 aderentes.Nos dias 11 e 12 de julho levou aefeito a sua tradicional festa deverão, que decorreu nas margens doLoire em local disponibilizado peloMaire Gilles Burgevin.O Maire esteve presente na noite desábado, dia 11 de julho, ponto departida para um longo fim de semanade festa e de alegria, a que não fal-taram as especialidades gastronómi-cas portuguesas à volta de um“barbecue” gigante. A animação foiiniciada pela atuação dos Bombos deMeung-sur-Loire, a anteceder ogrande baile animado pelo grupoNova Imagem, que prosseguiu pelanoite fora, com um milhar de pessoaspresentes, portugueses e franceses.No domingo, a festa continuou denovo com a intervenção dos Bom-bos de Meung-sur-Loire e, igual-mente, com as participações dosgrupos de folclore Ronda Típica, deChalette-sur-Loing e Soleil du Por-tugal de Meung-sur-Loire. A anima-

ção musical foi assegurada pelogrupo Por do Sol.O Presidente da Associação, Aquilinoda Silva, acompanhado por NunoCorreia (vice-Presidente), AntónioCoelho (Tesoureiro), Mário Rodrigues(vice-Tesoureiro), e numerosos ade-rentes benévolos não tinham mãos a

medir, tanto mais que o tempo eraideal para um acontecimento festivodesta natureza.O Cônsul Honorário de Portugal emOrléans, José de Paiva, esteve pre-sente no domingo, no convívio com aComunidade.Saint Benoît-sur-Loire conta com

2.000 habitantes, estimando-se emmais de 10% a população de origemportuguesa. É célebre pela sua Aba-dia romana beneditina e encontra-sesituada no departamento do Loiret, acerca de 35 km de Orléans, na regiãoCentre-Val de Loire, inscrita no patri-mónio mundial da Unesco.

Saint-Benoît-sur-Loire (Loiret)

Appel à candidatures pour la Nuit de Galade Cap MagellanLa Nuit de Gala, lancée en 2011, of-ferte par la Mairie de Paris à la Com-munauté portugaise verra une nouvellefois sa programmation confiée à CapMagellan. «En 2015 il s’agira de conti-nuer de fêter la République portugaiseavec cette fois encore une soirée richeartistiquement» annonce l’associationfranco-portugaise. L’évènement auralieu le samedi 10 octobre.La cérémonie de Gala réunira des per-sonnalités de tous les milieux, artistes,entrepreneurs, associations, hommespolitiques ainsi que des étudiants lu-sophones ou simplement lusophiles.C’est dans les Salons de l’Hôtel de Villede Paris que sera accueillie la cérémo-nie de remise des prix, «animée parune guest star en tête d’affiche et d’au-tres stars de la musique lusophoneviendront pour vous offrir des duosavec des jeunes chanteurs lusodescen-dants de France».

Appel à candidatures pour les Prix Cap MagellanCap Magellan vient de lancer un appelà candidatures pour les Prix - 5 Prixd’une valeur de 1.500 euros et 1 Prixnon financier.- Prix Cap Magellan - Simão Carvalhodu Meilleur projet associatif (prix finan-cier): projet lusophone qui se dé-marque de tout autre projet associatif,par sa nature, son objet, son public, saportée et son utilité.- Prix Cap Magellan du Meilleur étu-diant (prix financier): étudiant qui dansle cadre de son rendement scolaire,mais aussi de son projet professionnelet de ses engagements extrascolaires,se dénote; le lien avec la lusophoniepouvant advenir de l’origine de l’étu-diant ou bien de son parcours scolaire.

- Prix Cap Magellan du Meilleur lycéen(prix financier): jeune qui dans le cadrede ces études au lycée s’est démarquépar son rendement scolaire, son projetprofessionnel et ses engagements ex-trascolaires; le lien avec la lusophoniepouvant advenir de l’origine de l’étu-diant ou bien de son parcours scolaire;- Prix Cap Magellan de la Meilleure ini-tiative citoyenne (prix financier): projetdont la préoccupation porte sur l’intérêtcollectif et les thématiques de citoyen-neté et de solidarité, en rapport avec lalusophonie;- Prix Cap Magellan du Meilleur jeuneentrepreneur (prix financier): personnequi, de par ses fonctions au sein d’uneentreprise, se distingue par la mise enplace d’un projet entrepreneurial origi-nal, utile et bénéficiant au public engénéral; le lien avec la lusophonie peutadvenir de l’origine de l’entrepreneurou du public cible touché par l’actionentrepreneuriale;- Prix Cap Magellan de la meilleure ré-vélation artistique (prix non financier):personne ou projet qui, dans le mondedes arts, développe une action carac-térisée par l’originalité et l’intérêt en fa-veur de la communauté lusophoneet/ou lusophile.

Appel à candidatures pour les DuosTous les ans depuis la première éditiondu Gala en 2011 des duos ont lieuentre des artistes professionnels et desjeunes amateurs lusophones. En 2014ces duos ont été réalisés avec la parti-cipation de Tozé Santos, FernandoTordo e Luís Represas, des artistes re-connus dans le monde de la musiqueportugaise. Lors d’éditions antérieures,Pedro Abrunhosa, Miguel Ângelo, RuiReininho, João Gil ont également faitpartie de ces duos. Ces duos sont des

représentations sur scène devant unpublic de 650 personnes et d’environune dizaine de minutes. «Si vous êtesun jeune motivé ayant envie de profiterde cette expérience et de saisir l’oppor-tunité de monter sur scène avec un ar-

tiste reconnu votre inscription est labienvenue» dit l’appel de Cap Magel-lan.

Infos: [email protected]

le 15 juillet 2015

Cônsul Honorário com Presidente e alguns membrosLeslie da Silva

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17Associações

emsíntese

Festival de folcloreluso-espanhol emFeyzin

A Associação Cultural Portuguesa deFeyzin (ACPF), nos arredores deLyon, organizou um Festival de fol-clore no domingo dia 5 de julho, emparceria com o banco CIC Iberbanco.O parque da Europa foi o palco destefestival cheio de cor e de variedades,onde vários grupos de folclore portu-gueses e espanhóis apresentaramcantares e dançares tradicionais.“O CIC Iberbanco foi nosso parceironeste evento. Ajudou-nos muito naorganização, pois havia dificuldadepara os contactos com os grupos es-panhóis que são já semi profissionais,através deles tudo foi facilitado e con-cluído” disse a jovem PresidenteDelphine da Rocha. “Tivemos muitagente, logo pelo almoço, pois propú-nhamos bacalhau e frango assado nabrasa, assim como um bar com be-bidas à portuguesa”.A partir das 14h00 os grupos folclóri-cos desfilaram nas ruas da cidade:Juventude Alto Minho de Priest,Campinos de Meyzieu, Estrelas Dou-radas de Vaulx-en-Velin, Grupo folcló-rico de Lyon 6, e os grupos espanhóisZicatinta e Apfeef de Villeurbanne.No dia 27 de junho, a ACPF tambémtinha preparado a sua Noite de S.João, mas teve de ser anulada pelo“Plan Vigipirate” instaurado na regiãoapós o atentado no departamento vi-zinho do Isère.A associação vai festejar o 10° aniver-sário em outubro, na presença deuma imagem de Nossa Senhora deFátima na igreja da Paróquia de Fey-zin, instalada num altar a pedido daComunidade aqui residente e que lhededica uma festa no mês de outubro.E em novembro a ACPF vai festejar oS. Martinho para as tradicionais cas-tanhas assadas com jeropiga portu-guesa.

LusoJornal / Jorge Campos

Por Jorge Campos

Segunda edição da Corrida Solidária daSanta Casa da Misericórdia de Paris

Pelo segundo ano consecutivo, aSanta Casa da Misericórdia de Paris(SCMP), em parceria com a empresaOxibol, vai promover uma Corrida So-lidária, que terá lugar no dia 04 deoutubro próximo, no “Domaine de laCour Roland”, em Jouy-en-Josas(78).Aberta a todos os participantes, aCorrida terá dois percursos: de 4 e 8km. O primeiro percurso é indicadopara as pessoas que nasceram em2001 ou antes. O segundo é pro-posto para os cidadãos nascidos em

1999 ou antes. Os 4 km estão tam-bém abertos aos que pretendem ape-nas fazer uma marcha a pé. Umaautorização parental é exigida para osmenores.A corrida começará pelas 10h00 e osparticipantes dispõem de um tempomáximo de 2 horas para efetuar ospercursos. Os participantes terão queescolher entre efetuar o percurso so-zinhos ou em equipa. Se escolher aparticipação em equipa, note-se queserão necessárias no máximo 5 pes-soas. O regulamento, que pode serconsultado em www.cpmdp.com, su-blinha que não se pode efetuar uma

inscrição em equipa e sozinho aomesmo tempo. A classificação seráestabelecida a partir dos três primei-ros que chegarem à meta de cadaequipa. A participação nesta compe-tição está condicionada à apresenta-ção de um atestado médico (válidoaté à data do evento), referindo a nãocontraindicação para a prática des-portiva (desta modalidade).Espera-se que esta segunda ediçãoseja um sucesso. A Comunidade por-tuguesa é solidária e capaz de se or-ganizar nos momentos mais difíceis.No ano passado, o evento contoucom cerca de 200 participantes ins-

critos e estiveram mais de 500 pes-soas no recinto.Para além do momento de encontroe de convívio com a Comunidadeportuguesa residente em França, oobjetivo desta Corrida é a angariaçãode fundos para a Santa Casa da Mi-sericórdia de Paris, que conta com21 anos de História e de Obra emprol da Comunidade, sobretudo noapoio às pessoas em situação de fra-gilidade social. Um compromissoque tem sido apanágio da instituiçãoe das pessoas voluntárias que afazem.Inscreva-se e participe!

Em outubro próximo

Por Vítor Rosa

Segundo a Direção Geral dos Assun-tos Consulares e das ComunidadesPortuguesas (DGACCP), em 2009existiriam em França (teoricamente)1.039 associações de Portugueses.Esta seria a maior rede do associati-vismo português imigrante nomundo, estimada em 2.825 associa-ções para os cerca de cinco milhõesde Portugueses que residem no es-trangeiro. A rede associativa da Co-munidade portuguesa constituiriaassim o maior movimento associativoda história da imigração em França.Mas num estudo mais recente, feitoem 2013, os Consulados recenseiamapenas 592 associações presentesnas suas áreas de jurisdição. Destasassociações só 372 são consideradasrealmente ativas na organização deatividades e eventos.Mesmo se existe um grande númerode associações de Portugueses emFrança, o número de sócios entre os18 e os 50 anos, membros dessas

associações é reduzido, segundo oINSEE (2012). Os residentes portu-gueses, juntamente com os imigran-tes do Magrebe e da Turquia,possuem a taxa mais baixa de adesãoa uma associação, com menos de18%. De facto, nas respostas a uminquérito feito em 42 associações em2013, verificamos que apenas 7(16,7%), têm mais de 200 mem-bros.Na presidência destas associaçõesparece existir atualmente uma equi-dade entre homens e mulheres(47,6% e 52,4% respetivamente).Metade destes dirigentes voluntáriostêm mais de 50 anos o que denotaum certo envelhecimento. As suasprofissões são muito diversificadas:professores, comerciais, enfermeiras,mecânicos, eletricistas, estudan-tes,... sendo a maior percentagem(16,7%) reformados.Um grande número destas associa-ções (92,9%) desenvolve atividades

culturais. Outras desenvolvem simul-taneamente atividades educativas(31%), desportivas, musicais ou deação social.Constatamos no inquérito feito em2013 que apenas 33,3% das asso-ciações interrogadas têm mais de 20anos de existência o que pode deno-tar um certo dinamismo do meio as-sociativo português em função dasvagas de imigração. Notamos tam-bém que a maioria das associações(71,4%) que responderam a este in-quérito se situam nos sete departa-mentos da região parisiense, o quenão é surpreendente porque corres-ponde à região onde está concen-trada quase metade da Comunidadeportuguesa em França.Quando analisamos os nomes das as-sociações de portugueses em França,podemos constatar a mesma estru-tura na designação que exprime umadupla referência identitária: antes demais a palavra “association, amicale,

union,...”, a referência comunitária:“portugaise” ou “franco-portugaise”e finalmente o espaço geográficoonde se encontra a sede ou a ativi-dade da associação: aldeia, cidadeou região.Como afirma Albano Cordeiro(1992): “Cette structure est bien sig-nificative d’une volonté d’insertionlocale, d’être reconnue comme étantde tel ou tel endroit de France, ou(...) d’être reconnu comme ‘Portugaisde…’ un endroit de France”.Um outro domínio que marca a ativi-dade associativa da Comunidade por-tuguesa é o da informação. Segundoos dados da Embaixada existem emFrança 43 rádios locais com progra-mas em português, 6 jornais e maisrecentemente um canal de televisãopela internet. Seria interessante ana-lisar como é que as associações eestes meios de comunicação contri-buem ou não para a promoção da lín-gua portuguesa em França.

le 15 juillet 2015

Breve perfil das associações dePortugueses em França

Adelino de SousaProfessor de Português EPEem França

[email protected]

Crónica de opinião

A primeira edição da corrida foi um sucessoLusoJornal / Mário Cantarinha

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18 Associações

lusojornal.com

emsíntese

Ofertas de emigrantes aumentam espólio do únicomuseu dedicadoà emigração açoriana

O Museu da Emigração, na RibeiraGrande, inaugurado há uma década,recebe todos os anos visitas “emocio-nadas” de emigrantes que vão “àprocura das suas memórias” e queao longo dos anos têm contribuídopara o aumento do espólio deste es-paço.Malas, baús, mobílias, pinturas, arte-sanato, fotografias, loiças, roupa, car-tas de chamada, uma máquina deescrever de 1972, uma máquina fo-tográfica de 1942, bilhetes de avião eobjetos evocativos das festas do Espí-rito Santo são algumas das peças ex-postas no museu, instalado no antigomercado do peixe da Ribeira Grandee o único dedicado à emigração aço-riana.O espaço começou por ter ofertas re-cebidas pelo ex-Presidente do Go-verno Regional Mota Amaral emdeslocações oficiais que efetuou àsComunidades de emigrantes.Mas fruto do “trabalho junto dos Emi-grantes e das atividades que tem pro-movido, o museu tem conseguidoangariar ofertas de instituições, departiculares e dos próprios emigran-tes, o que permitiu ao longo destesanos aumentar consideravelmente oseu espólio”, disse o Diretor domuseu, em declarações à Lusa.“Os emigrantes já vêm com a ideia deseparar um dia para uma deslocaçãoao Museu da Emigração. São as visi-tas mais emocionadas. É normal. De-pois, comprometem-se a ofereceruma coisa para o museu. Sentemque o museu é um espaço onde tam-bém podem deixar as suas memó-rias”, disse Rui Faria, revelando que“uma das últimas ofertas foi umabandeira do Espírito Santo do iníciodo século XX que estava arrumadanos EUA e foi recuperada por umEmigrante”.O espaço, segundo Rui Faria, pre-tende divulgar e preservar o movi-mento migratório do arquipélago enasceu da pretensão de “alguns emi-grantes que sempre ansiaram por umespaço” que permitisse contar ummarco “na vida dos açorianos”.“No concelho, ou em qualquer fre-guesia dos Açores, há sempre al-guém ou um familiar que emigrou”,frisou.O Museu da Emigração criou, ainda,no seu sítio na internet, uma ferra-menta que permite às pessoas des-cobrirem os seus antepassadosemigrados, acedendo a fichas comfotografias de emigrantes.

Manuel da Costa succède à Filipe Dantas

C’est le samedi 27 juin dernier quel’Assemblée Générale de l’AssociationPortugaise Folklorique de l’Héraults’est tenue à Villeneuve-lès-Mague-lone, commune située à 10 kilomètresde Montpellier.Lors de son allocution, le Présidentsortant, Filipe Dantas, a retracél’évolution de l’association - crééele 31 mai 2009 par José Aguiar -qui a pris son essor et acquis unebelle visibilité au sein du paysageinterculturel. Après 2 ans de bonset loyaux services, il a été chaleu-reusement remercié par tous, nonseulement pour sa gentillesse, sonhumeur toujours égale, mais égale-ment pour sa disponibilité, son im-plication et son dynamisme.Par conséquent, la situation moralede même que le rapport financiersur les comptes de l’exercice ont

unanimement été approuvés parles administrateurs.Quant au nouveau Président, Ma-

nuel da Costa, natif de Vila Novade Famalicão au Portugal, il vit enFrance depuis 45 ans et réside à

Mèze. «Continuer à développer nosactivités, faire preuve d’innovationcomme mes prédécesseurs, pro-mouvoir la culture portugaise, sestraditions, son folklore et sa gastro-nomie dans le but de tisser desliens entre nos deux pays demeu-reront nos priorités» a-t-il expliqué.Il sera entouré, durant son mandat,du vice-Président Nuno Couto, dela Secrétaire Lisa da Costa, sa fille,et de la Trésorière Helena Ricardoqui constituent désormais le nou-veau Bureau. Bien évidemment, ilne faut pas omettre les membres etbénévoles toujours enclins à s’in-vestir lors des diverses manifesta-tions.A ce jour, le nombre d’adhérentss’élève à 128 mais la liste ne sau-rait être exhaustive. L’adhésion an-nuelle demeure inchangée et sera,par conséquent, pour l’année2015-2016 de l’ordre de 5 euros.

Changement de présidence pour l’APFH à Villeneuve-lès-Maguelone

Par Patricia Valette Bas

Festa Portuguesa em Brive-la-Gaillarde

Ocorreu no fim de semana de 4 e 5de julho, na Sala Georges Brassens,em Brive-la-Gaillarde, a tradicionalFesta Portuguesa organizada peloGrupo Folclórico de Brive “Da MinhaTerra”.A festa começou no sábado, ao finalda tarde, com um jantar tradicional-mente português de Bacalhau, confe-cionado pelas mãos das cozinheirasda organização deste Festival.Seguiu-se pela noite dentro um baileanimado pelo conjunto português“Sameiro e a sua Banda”, onde todospuderam dar o seu pezinho de dança,em ambiente de boa descontração,alegria e festa, terminando a noite jácom a madrugada bem presente.Bem cedo, no domingo, começaramos preparativos para a receção dos vá-rios Grupos folclóricos que iriam atuarnessa tarde.Numa tarde com muito calor, mas

bastante animada, todos os presentesno festival, tiveram a oportunidade dever atuar o Grupo folclórico Alegria doMinho de St. Brieuc, o Grupo Estrelasdo Vale do Lima da Gironde, o GrupoLa Belle Vie de Tulle e, como não

podia deixar de ser, o grupo anfitriãodesta magnífica festa, o Grupo DaMinha Terra de Brive-la-Gaillarde.Após todos terem atuado com váriasdanças e cantares tradicionais portu-gueses, onde cada um mostrou um

bocadinho da sua terra natal, o muitopúblico presente na Sala GeorgesBrassens foi presenteado novamentecom a atuação sempre alegre e bem-disposta de “Sameiro e a sua Banda”,que com a sua energia contagiantevoltou a por a sala a dançar. No fimdistribuiu carinho pelo público pre-sente, pois incansável tirou váriasfotos com os seus fãs.Durante toda a tarde a organizaçãodeste Festival manteve as suas cozi-nheiras ao serviço, e serviu verdadei-ros petiscos nacionais, tais como aSardinha assada na brasa, Entrecostona brasa, Bifanas e Pataniscas de ba-calhau.Para terminar, a organização agrade-ceu a todos os presentes a visita nestafesta portuguesa, com a promessa deque tudo continuará a fazer para man-ter este festival vivo, dando oportuni-dade a que todos que possamrecordar “o seu cantinho à beira-marplantado”.

Por André Leite

Bron: Último festival de folclore portuguêsda temporada na região de Lyon

No sábado dia 4 de julho, a associa-ção portuguesa “Colombe de la Paix”de Bron (69), nos arredores de Lyon,organizou o seu Festival de folclore noestádio desta cidade, onde oito gru-pos apresentaram o reportório de dan-ças e cantares da região minhota.“Este ano devido à ‘Canicule’ a Mairiesó nos autorizou começarmos às16h00 pois o calor era muito. Chegá-mos a registrar aqui cerca de 39°. Ostrajes são pesados e espessos, e osdançarinos sofreram muito comestas temperaturas, mesmo se dan-çavam à sombra do palco” confiou oPresidente José Pires. “Para nósseria difícil anular, mas finalmentetudo se passou bem e o povo queaqui se juntou ficou contente e afesta durou ate tarde” concluiu ao

LusoJornal.No decorrer do festival, o públicopresente pode aplaudir os grupos daregião de Lyon e também da região

de Grenoble e de S Etienne. Estive-ram presentes os grupos Flores deBron - o grupo da casa -, Os Portu-gueses da Loire, Rio Lima de Caluire,

Províncias de Portugal de Brignais,Mocidade do Verde Minho de St.Martin d’Hères, Rancho folclórico deMartigny, vindo da Suíça, Mocidadedo Minho de St. Maurice l’Exil, Es-trelas do Minho de Vaulx-en-Velin, osCavaquinhos de Bron, e finalmenteo grupo de dança Lusidance de Bron.Neste fim de semana ficou concluídoo calendário dos festivais de folcloreda região de Lyon que mobilizarampraticamente todas as associações,e que tem nas suas atividades prin-cipais o “salvaguardar das nossastradições e do nosso folclore princi-palmente os das regiões do norte dePortugal. Em média, cada grupoconta com cinquenta elementosentre músicos e dançarinos e depoistodos os simpatizantes e sócios queos acompanham no decorrer do anonos ensaios animações e festivais.

Por Jorge Campos

le 15 juillet 2015

Filipe Dantas avec Manuel da CostaLusoJornal / Patricia Valette Bas

LusoJornal / Jorge Campos

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20 Desporto

emsíntese

Hélder Costa ingressa no Mónacoemprestado peloBenfica

O Mónaco, da I Liga francesa, anun-ciou o ingresso, a título de emprés-timo do Benfica, do extremoesquerdo e internacional esperançaportuguês Hélder Costa por umatemporada.Nascido em Luanda, o jovem es-querdino fez todo o percurso nasSeleções jovens portuguesas, masfalhou o último europeu de Sub-21,no qual Portugal perdeu a finalfrente à Suécia.Depois de dar nas vistas na equipaB do Benfica, juntou-se a Ivan Ca-valeiro no Deportivo da Corunha, noúltimo mês de janeiro, por emprés-timo, sendo nessa mesma condiçãoque chega agora ao Mónaco, clubeno qual também já está Cavaleiro,mas este a título definitivo. “À seme-lhança de Ivan Cavaleiro, HélderCosta representa o futuro do futebolportuguês e estamos muito satisfei-tos com a sua chegada. O Hélder éum extremo ainda mais jovem, mastambém muito talentoso. Repre-senta mais uma opção, mas vamosdar-lhe tempo para se adaptar eevoluir”, disse Vadim Vasilyev, Vice-Presidente e Diretor-geral do Mó-naco.

Marítimo vemjogar a França

Ainda com o plantel incompleto e al-gumas dúvidas, o Marítimo deu iní-cio à época 2015/2016 da I Ligaportuguesa de futebol, na qual aaposta passa, uma vez mais, pelaconquista de um lugar europeu.O plantel, que volta a ser treinadopelo madeirense Ivo Vieira, vai tra-balhar na Madeira até ao dia 22 dejulho, viajando depois para Lou-sada, onde irá cumprir um períodode estágio competitivo entre os dias23 e 31 de julho, durante os quaisserão disputadas seis partidas. Aequipa viaja depois para França,onde irá defrontar o Nantes (02 deagosto) e o Créteil/Lusitanos (03 deagosto).

Francês Billal noEstoril-Praia

O Treinador brasileiro Fabiano Soaresfoi reconduzido no comando técnicodo Estoril-Praia, da I Liga de futebol,para a próxima temporada.A SAD ‘canarinha’ confirmou tam-bém a contratação do médio francêsBillal, de 23 anos, que, na temporadapassada representou o Beira-Mar,tendo alinhado em 28 encontros emarcado quatro golos.

lusojornal.com

Deux nouveaux Portugais débarquent à St Maur

Les Lusitanos de Saint Maur conti-nuent leur recrutement très actif pourla prochaine saison en CFA 2. Aprèsavoir recruté Hugo Silva (CD Sanjoa-nense, Portugal), Fabien Carn (Chas-selay), Alexandre de Oliveira (FCPérigny) et Johan Caurant (SainteGilloise, Belgique), la formation du 94a encore convaincu deux joueurs por-tugais, André Fonte (Fátima) et PedroNova (Salgueiros). Une petite présen-tation s’impose.André Fontes Melo Pereira, né à Fá-tima, au Portugal, le 6 août 1990, in-tègre l’União de Leiria en 2006 où ily effectue sa préformation et sa for-mation avant d’intégrer l’équipe pre-mière. Mais la disparition du clubl’obligera à quitter Leiria pour l’Uniãoda Serra où il démarre vraiment sacarrière de joueur. Attaquant ou ailierpouvant évoluer sur les deux côtés del’attaque, André Fontes s’impose ra-

pidement comme un élément promet-teur de la D3 portugaise.En 2011, il est transféré pour l’Atlé-tico Ouriense où sa vitesse et sa tech-nique lui permettent rapidementd’attirer l’œil du club de sa ville na-tale, le CD Fátima en 2013.L’an passé, il a permis à son équipede jouer les premiers rôles avec 9 butsau compteur. Profitant de l’intérêt desLusitanos, André Fontes n’a pas hé-sité au moment de rejoindre ses an-ciens coéquipiers, João Fonseca etFilipe Sarmento, à Saint Maur. «J’ar-rive aux Lusitanos dans un club am-bitieux. Et comme je suis un joueurambitieux, je n’ai pas hésité. J’ai toutde suite accepté la proposition devenir en France. J’espère que tout vabien se passer pour moi. Si le club ar-rive à avoir le succès espéré, forcé-ment cela aura aussi un impact surmoi. J’aurais aussi le plaisir de retrou-ver des anciens compagnons commeJoão et Filipe. Ils m’ont déjà dit de

bonnes choses sur le club, sur son en-vironnement et sur les personnes quiy sont présentes. Ça m’a permis d’ac-cepter plus facilement l’idée de vivrema première expérience à l’étranger.Maintenant l’objectif sera de gagnerles matchs qui arrivent pour monterrapidement en CFA. C’est mon sou-hait le plus profond».Pedro Henrique Costa Nova, plusconnu sous le nom de Pedro Nova, auPortugal, né le 11 février 1988 à Sen-hora da Hora, dans la région de Mato-sinhos, a débuté sa carrière à Boavistaavant de tenter de percer dans desclubs professionnels comme Maia ouencore Leixões. Mais c’est en D3 por-tugaise que ce milieu de terrain capa-ble de jouer à droite et à gauche aréussi s’imposer successivement dansdes clubs comme Aliados Lordelo,Arouca, Nogueirense, Grijó avec qui ilsera Champion de D3, puis Salguei-ros, ces deux dernières années.A 27 ans, Pedro Nova a tout de suite

accepté l’invitation de Carlos Secréta-rio de le suivre en France pour faireprofiter de son expérience et ses qua-lités de passeur à sa nouvelle forma-tion. «Je n’étais jamais parti duPortugal. Je pense être arrivé à un âgeoù je pouvais prendre le risque et ten-ter ce challenge. J’ai été contacté parCarlos Secrétario, le nouvel entraîneurdes Lusitanos, avec qui j’avais déjàtravaillé par le passé. J’ai tout de suiteaccepté. Je vais tout faire pourm’adapter au pays et à la ville. Je n’aieu que de bons échos. Je vais toutfaire pour donner mon maximum surle terrain. Les gens me jugeront surmes prestations. J’arrive dans un pro-jet ambitieux, dans un club en Franceavec une grosse identité portugaise.Cela a pesé au moment de me déci-der. C’était une occasion à saisir. J’aihâte maintenant de commencer cettenouvelle aventure avec les Lusitanos».Qui a dit que Lusitanos n’avait pas unaccent portugais?

Lusitanos de Saint Maur

Par Eric Mendes

Victoire face à Feirense!

Opposée au Clube Desportivo de Fei-rense dans le cadre de son deuxièmematch test, l’US Créteil/Lusitanos adécrochée sa deuxième victoire dela phase de préparation! Ce sontpourtant les Portugais qui ont ouvertle score les premiers mais un but deRafaël Dias puis une tête de FanevaAndriatsima ont permis à Créteil/Lu-sitanos de s’imposer sur la pelousedu stade Marcolino de Castro.Les automatismes se mettent enplace! Pour boucler sa troisième se-maine de préparation, passée en stageà Quiaios, au Portugal, l’US Créteil/Lu-sitanos a signé son deuxième succèsen deux matches. Il a peut-être falluattendre la seconde période pour voirles Franciliens faire trembler les filetsdu CD Feirense mais les deux réalisa-tions cristoliennes sont le signe que legroupe de Thierry Froger s’appuie déjàsur quelques repères.Bien servi par Faneva Andriatsima,Rafael Dias a inscrit, dans le cours dujeu, son deuxième but de la phase de

préparation. Lui aussi auteur de sadeuxième réalisation depuis la reprise,Faneva Andriatsima a profité du cornerde… Rafael Dias pour placer la têtevictorieuse.Tour à tour buteurs et passeurs, lesdeux joueurs à vocation offensive mon-

trent que l’entente naît sur le terrain.C’est de bon augure pour la suite!

Abonnez-vous à l’USCL!La nouvelle saison de Ligue 2 reprendle 31 juillet, mais il est déjà temps dedevenir (ou redevenir) abonné du club!

Avec le retour de grands clubs deLigue 1 comme Lens, Metz et l’ETG etles derbys franciliens qui s’annoncent,la saison prochaine sera palpitante!N’attendez plus, téléchargez dèsmaintenant votre formulaire d’abonne-ment.

Feirense 1-2 US Créteil/Lusitanos (1-0)

Par Jöel Gomes

le 15 juillet 2015

André Fonte (ex-Fátima) Pedro Nova (ex-Salgueiros)

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21Desporto

Primeira semana de quedas para os Portugueses

O Tour’2015 não tem sido fácil paraos Portugueses. Rui Costa, Campeãode Portugal, Tiago Machado e JoséMendes caíram na primeira semana.Quedas que não foram graves vistoque podem continuar em prova, masque incomodam quando o esforço éintenso como acontece claramente naVolta a França. Os únicos que não ti-veram muitos problemas foram Nél-son Oliveira, Campeão de Portugal decontrarrelógio, e Armindo Fonseca, ojovem corredor lusodescendente.Na hora do fecho desta edição, o me-lhor português e o único líder luso deuma equipa, Rui Costa, ocupava o23° lugar. Em declarações ao Luso-Jornal, Rui Costa, da equipa Lampre-Merida, continuava com o objetivo delutar por um bom resultado na geral.

Continua a não ter sorte na primeirasemana do Tour?Quando venho para o Tour, já esperoum pouco de tudo, e é por isso quenunca faço previsões em relação àprova. Tenho de pensar dia a dia. Oque posso dizer é que após a quedaaparatosa [ndr: na terceira etapa],tenho vindo a recuperar a cada diaque passa, pelo menos recuperoaquilo que posso.

Na geral já está a uma certa distânciados primeiros?Continuo com os mesmos objetivos delutar por um lugar na classificaçãogeral. Por exemplo numa etapa demontanha, se estamos num dia mau,podemos perder, seis, sete ou até dezminutos. Vamos continuar com osnossos objetivos iniciais que é alcan-çar um bom lugar na geral. Pelomenos neste momento é assim. Todosos dias vão ser importantes e ainda vaihaver muita tensão no pelotão. Temosé de estar bem colocados e não ficar-mos surpreendidos com cortes. Temosde continuar a lutar. Não quero perdermais tempo.

As lesões incomodam muito na bici-cleta?Tenho vindo a melhorar dia a dia mas

é certo que ainda estou um poucomassacrado da queda aparatosa quetive. O que me tem incomodado aindaé a minha perna esquerda. As lesõesacabam por serem sempre incómodasem cima da bicicleta, mas em relaçãoà ferida que ainda me doi, uma quei-madura na perna, o que me incomodamais é para dormir. Quando dou al-guma volta na cama, toca na ferida edificulta-me o sono. Mas pronto o Touré o Tour e o que interessa é passar diaapós dia, melhorar, e fazer uma boarecuperação depois das etapas.

O Rui Costa parece algo isolado emcertas etapas?A equipa está dividida em duas par-tes. Os homens que me vão ajudar nasegunda parte do Tour, na montanha,

e para quem esta primeira semana écomplicada para eles estar na frente.Depois temos a segunda parte daequipa, que sou eu, o Nélson, o Poz-zato, o Cimolai e o Bono, aliás o Bonoesteve doente antes de vir para o Toure não está numa boa condição física.Quanto à referida etapa dos ‘pavés’[ndr: na quarta etapa], é certo que mefaltou um pouco a equipa mas tam-bém tivemos azar. Encontrei-me sozi-nho com o Nélson Oliveira porque oCimolai furou logo depois do segundosetor e o Pozzato esteve envolvidonuma queda antes do segundo setor.Com estes problemas, claro que foidifícil para mim ter chegado nafrente, e também devido ao mau po-sicionamento na entrada para o úl-timo setor que era muito importante.

O público português tem estado pre-sente nas estradas?É muito bom, sobretudo que levo acamisola de Portugal, é um orgulhopara mim. Era algo que já queria hámuito tempo trazer esta camisola co-migo para o Tour. Sinto o apoio daparte do público português. Claro queesta camisola é vistosa e de muitolonge as pessoas já me conseguemver e reconhecer.

Faltam duas semanas de prova, o quepodemos esperar do Rui?Nos Pirenéus e nos Alpes, vamos vercomo vai estar a condição física, masespero estar na frente com os melho-res.

De referir que a melhor classificaçãode Rui Costa no Tour, foi um 18°lugar em 2012, além de ter conquis-tado três vitórias em etapas.

Nelson OliveiraO LusoJornal também falou com Nel-son Oliveira, colega de equipa de RuiCosta.

Como decorreu a primeira semana?Este início de Tour tem sido stres-sante como se podia esperar mas ad-mito que o vento e a chuva vieramestragar os dias, trazendo ainda maisstress ao pelotão. O nosso líder, o Rui,também já caiu, mas vamos lutar atéao fim.

Rui Costa já perdeu algum tempo nageral…Na montanha se temos um dia mau,ou se a etapa for muito dura, pode-mos perder dez, quinze ou vinte mi-nutos. Ainda falta muito Tour.

Como se sente o Nelson neste Tour?Sinto-me bem, mas admito que háum certo cansaço no fim das etapassobretudo devido ao stress dentro dopelotão. É um cansaço que me deitaabaixo psicologicamente mas aequipa consegue sempre trazer-mepara cima e isso é bom.

Rui Costa parece estar algumas vezesisolado no pelotão…No Tour, todas as equipas queremestar na frente. Por vezes o líder vaipara um lado, uma outra equipamete-se entre nós, e quando damospor ela há um corredor em cada lado.Mas é um problema que estamos atentar resolver e ajudamos o líder damelhor forma possível.

Tem alguma ambição pessoal, comoentrar nas fugas, nesta Volta aFrança?Isso depende muito da equipa. Parajá não é um objetivo entrar nas fugas.

Nelson Oliveira, ciclista da Lampre-Merida, ocupava o 115° lugar commais de 30 minutos de atraso, nofecho desta edição do LusoJornal.

Ciclismo / Tour de France

Por Marco Martins

le 15 juillet 2015

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Rui Costa, com a camisola de Campeão de PortugalLusoJornal / Marco Martins

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22 Desporto le 15 juillet 2015

lusojornal.com

emsíntese

Automobilismo:Citroën dominaprova WTCC deVila Real

A oitava prova do Campeonato domundo de carros de turismo, WTCC,decorreu no circuito de Vila Real emPortugal. Os carros da marca fran-cesa, Citroën, venceram as duas cor-ridas. Na primeira, foi o argentinoJosé María López que venceu à frentedo francês Sébastien Loeb, igual-mente ao volante de um Citroen, en-quanto o húngaro Norbert Michelisz,ao volante do Honda, fechou o pódio.Quanto ao português Tiago Monteiro,também ao volante do Honda, termi-nou no quinto lugar.Na segunda corrida, foi o chinês MaQing Hua (Citroën) que venceu àfrente do francês Ivan Muller (Citroën)e do italiano Gabriele Tarquini(Honda). Quanto a Tiago Monteiro,teve de desistir após um acidente.A Citröen conseguiu 14 vitórias napresente época em 16 provas. Nascontas do Campeonato, o fim de se-mana acabou por ser uma vez maispositivo para o argentino José MaríaLópez, que segue no comando com322 pontos, com 55 de vantagemsobre o francês Ivan Muller e 102 amais do que o terceiro classificado, otambém francês Sébastien Loeb.Quanto a Tiago Monteiro, caiu parasétimo classificado, sendo no fim desemana ultrapassado pelo húngaroNorbert Michelisz (Honda), pelo ita-liano e companheiro de equipa Ga-briele Tarquini e pelo chinês Ma QingHua (Citroën). De referir que a reali-zação do WTCC em Vila Real está ga-rantida até 2017, o que acontecemeses depois de a Câmara do Portoter decidido suspender a realizaçãodo Circuito da Boavista em 2015.

Luso-francês Mickaël no Olhanense

O Olhanense, clube da II Liga de fu-tebol, garantiu o reforço para a novatemporada, do médio Mickaël, 23anos, oriundo do Limianos (CNS),que representa desde a passagem asénior.O jogador luso-francês, nascido emGrenoble, passou pelo Sporting e peloRio Ave nas camadas jovens.

Por Marco Martins

Katusha, a outra equipa dos “Portugueses”

A Volta a França tem cada vez maisrepresentantes portugueses nas di-ferentes equipas. Além de cinco ci-clistas lusos, há umDiretor-desportivo que está presentena equipa russa da Katusha, JoséAzevedo, antigo ciclista.Em conversa com o LusoJornal,José Azevedo abordou a primeirasemana da prova.

Que balanço podemos fazer dos pri-meiros dias do Tour?O balanço para nós é positivo vistoque já conseguimos uma vitóriacom o Joaquim Rodríguez. Quantoao Alexander Kristoff, não tevemuita sorte até agora nos sprints.Na etapa da passada quarta-feira,por exemplo, quando estávamos apreparar o sprint, houve uma quedaonde ficaram quatro corredores danossa equipa. Sozinho ele teve depreparar o sprint e pagou esses es-forços.

Como está o Tiago Machado quecaiu várias vezes…O Tiago caiu duas vezes, na quarta-feira, mas não houve nada de grave.As quedas vão deixar as suas mar-cas para os próximos dias, mas nãoforam com gravidade, ele continuouem prova.

Quais são os objetivos do Tiago Ma-chado?O Tiago está no Tour para ajudar osnossos líderes. O importante é o tra-balho que ele tem vindo a fazer eque vai fazer nas próximas etapas.Ao nível das ambições pessoais, eleestá limitado a isso. Joaquim paraa geral, Kristoff para as etapas, e osoutros sete estão para ajudá-los.

No entanto a equipa acredita novalor do ciclista português?Ele não veio ao Tour para fazer umresultado mas o facto de ser sele-cionado mostra que a equipa acre-dita no seu valor e acredito quepode ser importante na equipa. NaKatusha cada corredor tem o seupapel e está tudo bem definido.

De referir que José Azevedo, na suacarreira de ciclista, alcançou bonsresultados no Tour: quinto lugar em2004, com a equipa US Postal, esexto lugar em 2002, com a equipaOnce.

Tiago MachadoA Katusha tem um Diretor-despor-

tivo português, José Azevedo, e umciclista luso, Tiago Machado. O Lu-soJornal também teve a oportuni-dade de falar com o ciclista.

O início do Tour foi complicado parasi?Na passada terça-feira foram duasquedas, às quais tenho de acres-centar a queda na segunda etapa nachegada a Zelândia, mas são situa-ções da corrida que não dão paraevitar. Caí e dói-me um pouco o joe-lho direito, aliás custa-me andar.Acredito que, com o decorrer dacorrida, as dores vão passar.

Quais são os objetivos do Tiagonesta Volta a França?O meu objetivo aqui é tentar ajudaros nossos líderes o máximo detempo possível. Não vinha para oTour com o objetivo de alcançar umbom resultado na classificaçãogeral, mas claro que não gosto deestar na situação que estou, envol-vido em quedas. Na passada terça-feira as quedas foram feias e abicicleta ficou muito danificada.Mas o importante é que não partinada e posso continuar em prova.

Como podemos explicar as quedas

no pelotão?Todos os ciclistas querem estar bemcolocados e isso traz mais tensão nopelotão. Mas no fundo é um poucode azar: estar no lugar errado à horaerrada. No Tour há muitas equipas,muitos ciclistas, todos querem mos-trar-se e acaba por haver quedas.

O Balanço da equipa é positivo coma vitória de Joaquima Rodríguez naterceira etapa?Sim mas temos tido pouca sorte naschegadas para o Kristoff porque eletem qualidade para vencer aosprint. Na passada terça-feira porexemplo caí eu e mais três colegas,o que fez com que o Kristoff ficassesem o colega de equipa que o lançapara o sprint. Ele sozinho fica emdesvantagem em relação aos outros.Espero que a má sorte acabe e queele consiga vencer uma etapa.

Participa pela segunda vez no Tour,mas com um papel completamentediferente…É diferente porque aqui é umaequipa maior. Tenho tido as minhasoportunidades ao longo da tempo-rada mas aqui sei o papel quetenho. Estou satisfeito por estar aolado de grandes ciclistas. O ano

passado na Netapp tinha outro tipode papel mas não me posso esque-cer que passei toda a minha carreiraao lado de grandes Campeões, e sópor aí mostra o valor que tenho.

Alberto Contador, ChristopherFroome, Nairo Quintana e VincenzoNibali, são os quarto favoritos… Acomunicação social até fala dosquarto fantásticos…Para mim o Rodríguez é o únicofantástico. Ele já foi líder do rankingUCI mais do que uma vez e é um ci-clista com uma grande classe. Elepode vencer provas de uma semanacomo de três. Acho que ele fazparte dos fantásticos e para mim éo único.

De notar por último que Tiago Ma-chado ocupa o 84° lugar no fechodesta edição.Para sermos completos, de referirque José Mendes da equipa Bora-Argon18 ocupa o 168° lugar, e Ar-mindo Fonseca da equipa BretagneSéché-Environnement está no 89°lugar. Aliás os melhores resultadosnas etapas foram alcançados porArmindo Fonseca, um 14° lugar nasexta etapa, e uma 19ª posição nasétima etapa.

Ciclismo / Tour de France

Por Marco Martins

Vendée U presente nas estradas portuguesas

A equipa francesa de ciclismo, Ven-dée U, esteve a disputar o TroféuJoaquim Agostinho em bicicleta quedecorreu no município de Torres Ve-dras de 9 a 12 de Julho. O ciclistafrancês em destaque foi RomainGuyot que foi o melhor classificadoda equipa Vendée U ao longo das

quatro etapas.No prólogo em Turcifal ficou noquinto lugar, na primeira etapa entreVentosa e o Alto de Montejunto ter-minou na 28ª posição, na segundaetapa entre Ameal e Torres Vedrasficou no segundo lugar, e na terceirae derradeira etapa entre São Marti-nho do Porto e Carvoeira terminouna 29ª posição.

Na classificação geral individual, ofrancês Romain Guyot terminou no18° posto. Na classificação porequipas, Vendée U ficou no 11°lugar, numa classificação ganhapela equipa portuguesa Radio Popu-lar-Boavista. Na geral das Metas Vo-lantes, o francês Paul Ourselinvenceu a classificação com 15 pon-tos. Na geral da Juventude, Romain

Guyot arrecadou a segunda posição.De referir que o português JoãoBenta da equipa lusa Louletano-RayJust Energy venceu a Geral Indivi-dual à frente do espanhol Delio Fer-nandez que representa a equipaportuguesa W52-Quinta da Lixa, edo espanhol Alberto Gallego que re-presenta a equipa lusa Radio Popu-lar-Boavista.

Ciclismo:

Par Marco Martins

Tiago Machado da equipa russa KatushaLusoJornal / Marco Martins

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LJ 227-II

le 15 juillet 2015

É tempo de descanso!

Se na semana passada escutáva-mos Jesus que enviava os seusdiscípulos em missão, o Evange-lho deste domingo, por sua vez,apresenta-nos o regresso dos “en-viados” (que é, como já aquivimos, o significado da palavra“apóstolos”). A missão correubem e os “apóstolos” estão entu-siasmados, mas naturalmentecansados. Jesus diz-lhes então:«Vinde comigo para um lugar iso-lado e descansai um pouco».Sabe bem escutar este convitefeito por Jesus aos seus amigos edescobrir que o descanso mere-cido também é “evangélico”. Otempo do descanso não é diabó-lico e nem sequer desperdiçado,pois sem descanso não é possívelviver bem. Aliás, este convite équase um grito de alerta contra oativismo exagerado, que destrói asforças do corpo e do espírito epode levar sacerdotes e leigos aperder o sentido da missão.O convite de Jesus recorda-metambém este magnífico hino queencontramos no terceiro capítulodo livro do Eclesiastes:

Para tudo há um momento e umtempo para cada coisa:tempo para nascer e tempo para morrer,tempo para plantare tempo para colher,tempo para chorar e tempo para rir,tempo para se lamentar e tempo para dançar,tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço,tempo para guardar e tempo para atirar fora,tempo para calar e tempo parafalartempo para trabalhar e tempo para descansar.

É um hino (uma oração) que nosensina que todas as coisas têm oseu tempo! Confesso-vos que o úl-timo verso é da minha autoria…mas digam-me lá: depois de escu-tarmos o convite feito por Jesus,não apetece mesmo acrescentá-lo?

Boas férias e bom descanso!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Cathédrale St Spire14 rue du Cloître Saint Spire91100 Corbeil-EssonneMissa ao domingo, às 9h30

boanotícia

lusojornal.com

Sporting Club de Paris: un bilan inachevé

Cette saison sera marquée par laperte du titre de Champion deFrance et ce malgré une phase ré-gulière quasi parfaite: 1er du Cham-pionnat, meilleure attaque,meilleure défense, une seule dé-faite à Douai… On ne peut que dé-plorer l’instauration des plays-offssur un seul match (une exception

mondiale). En effet la perte de cetitre se résumera sur une mi-tempsface au KB United à domicile (unepremière depuis octobre 2009).L’objectif majeur de la saison2015/16 sera donc la reconquêtedu titre de Champion de France.Néanmoins cette saison sera mar-quée par un parcours extraordinaireen Coupe d’Europe UEFA (l’équiva-lent de la Champions League). Une

qualification au Tour Elite avec 6matchs dont une seule défaite faceau vainqueur de la Coupe d’Europeet Champion du Monde en titre, leKairat Almaty (et après avoir digne-ment tenu le score plus d’une mi-temps). Ce parcours vaudra auSporting d’être classé parmi les 8meilleures équipes d’Europe.Le Sporting clôturera cette saisonpar une victoire en Coupe de

France, soit son 5ème titre enCoupe Nationale et son 9ème tro-phée national en six saisons.«Nous tenons à remercier tous nospartenaires, sponsors et bénévolessans qui cela ne serait pas possible.Ces victoires ce sont aussi vos vic-toires. Nous comptons sur vouspour la saison prochaine» dit uncommuniqué du club franco-portu-gais.

Futsal

Par Julien Milhavet

Voleibol: Sub-18 Femininas em MulhouseA Selecção Nacional de Voleibol deSub-18 Femininos participa, de 14 a18 de julho, em Mulhouse, no Tor-neio da WEVZA referente a esta cate-goria. A comitiva portuguesa viajoupara terras gaulesas na segunda-feiradia 13, até Basileia, na Suíça e de-pois seguiu até Mulhouse, a cerca de30 quilómetros, de autocarro.No Centre Sportif Mulhouse Alsace,as Portuguesas, orientadas por GildaHarris e Paula Semedo, começarampor defrontar, na Poule B, a Alema-nha (no dia 14, já depois do fechodesta edição do LusoJornal), a Suíça(dia 15) e a Bélgica (dia 16).A Poule B é formada pelas Seleçõesde Itália, França, Holanda e Espanha.Os dois primeiros classificados dasPoules lutarão pela vitória no Torneio,em meias-finais cruzadas: 1ºAx2ºB e1ºBx2ºA.

Page 24: FRANCE Paulo Pisco candidato do PS pelo círculo da Europa02 Opinião Pergunta do leitor Pergunta: Senhor Diretor, Leio sempre o LusoJornal, mas não compreendo porque razão o vosso

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