Farmacê · PDF filecardo Francisco Simoni, MD, TSA, “Síndrome coronariana...

download Farmacê · PDF filecardo Francisco Simoni, MD, TSA, “Síndrome coronariana aguda: fisio-patologia”, da Dra. Adriana Bertola- ... Anestesia venosa total & técnica

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  • Pg. 16

    EM FOCORespiratrio: novo canal para a atualizao do farmacutico.

    1

    FarmacuticoemFoco

    Dando continuidade proposta de oferecer artigos sobre diversas reas teraputicas, ini-

    ciamos esta edio do Jornal Far-macutico em Foco com o Dr. Luiz Henrique Arajo, aluno da Ps-gra-duao da Diviso de Urologia do Hospital das Clnicas da FMUSP, e o Prof. Dr. Alberto Azoubel Antunes, chefe do Setor de Prstata da Diviso de Urologia do Hospital das Clnicas da FMUSP, que fazem uma compa-rao entre as opes de tratamento medicamentoso do cncer de prsta-ta em relao indicao e forma de administrao.

    Nas edies anteriores, iniciamos uma srie de publicaes sobre cn-

    cer de mama, e, nesta, convidamos a Profa. Dra. Maria Aparecida Azeve-do Koike Folgueira, Professora As-sociada da Disciplina de Oncologia da FMUSP, para falar sobre o tra-tamento do cncer de mama local-mente avanado, assim como sobre a importncia do diagnstico preco-ce e a consequente reduo na taxa de doena localmente avanada.

    Em artigo sobre neoplasia pulmonar, o Dr. Ricardo Caponero elenca im-portantes testes para a tomada de con-duta nos casos de CPNPC avanado, a fim de apresentar os recursos atuais para o diagnstico e tratamento deste grupo de carcinomas. Na sequncia, o Dr. Marcelo Polacow e a Profa. MSc. Adryella de Paula Ferreira Luz discu-

    tem um tema de grande relevncia na rea hospitalar, no artigo Infeces hospitalares graves: pneumonia asso-ciada ventilao mecnica.

    Leia tambm: Anestesia venosa total & tcnica de infuso alvo controlada, do Dr. Ri-cardo Francisco Simoni, MD, TSA, Sndrome coronariana aguda: fisio-patologia, da Dra. Adriana Bertola-mi e Custos da no adeso ao trata-mento com a Dra. Ceclia Attux.

    Aproveite para conferir as novidades do site Farmacutico em Foco.

    Atualizao teraputica e segurana no ambiente de cuidado sade*

    Pg. 2

    CNCER DE PRSTATA Tratamentos medicamentosos.

    Pg. 4

    CNCER DE MAMA Diagnstico e tratamento da doena localmente avanada.

    Pg. 6

    CNCER DE PULMO Testes importantes para a conduta no CPNPC avanado.

    Pg. 8

    INFECES HOSPITALARESPneumonia associada ventilao mecnica (PAV).

    Pg. 10

    SEGURANA NA ANESTESIAAnestesia venosa total & tcnica de infuso alvo controlada.

    * Este jornal tambm ser publicado no site www.farmaceuticoemfoco.com.br

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    de.

    FarmacuticoemFocoNmero 16 | Abril 2012 ISSN 2238-3972

    Pg. 12

    CARDIOLOGIASndrome coronariana aguda: fisiopatologia.

    Pg. 14

    SADE MENTALCusto da no adeso ao tratamento.

  • 2

    EpidemiologiaO cncer de prstata (CaP) o segundo mais frequentemente diagnosticado no mundo e a sexta neoplasia mais letal nos homens. Os exames de rastreamento para deteco precoce so o antgeno prosttico especfico (PSA) e o to-que retal1.

    O CaP pode ser tratado de diver-sas maneiras, desde a observao clnica at a realizao de cirur-gia ablativa (prostatectomia radi-cal), passando pela radioterapia, braquiterapia, terapia hormonal e quimioterapia. A escolha do trata-mento vai depender basicamente do estgio do tumor e da expectati-va de vida do paciente2.

    Histrico do tratamento medica-mentosoA base do tratamento medicamen-toso do CaP deve-se aos estudos do Dr. Huggins, realizados na dcada de 1940. Neles foram analisados os efeitos da ablao andrognica (cas-trao) em pacientes com CaP me-tastticos e identificou-se que esses pacientes evoluram com melhora clnica significativa. As clulas da prstata so fisiologicamente de-pendentes de andrgenos para esti-mular seu crescimento, sua funo e proliferao. A testosterona, embora no promova o surgimento de CaP, essencial para o crescimento e evolu-o dessas clulas3.

    Bloqueio hormonal (BH) O BH responsvel por atenuar os sintomas e melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes,

    Tratamento medicamentoso para cncer de prstataDr. Luiz Henrique Arajo*

    Prof. Dr. Alberto Azoubel Antunes**

    principalmente nos casos de doena avanada.

    As principais formas de BH so: castrao cirrgica (retirada dos tes-tculos) ou castrao qumica, que realizada por meio de medicaes, cujos principais representantes so os agonistas do hormnio liberador da gonadodrofina (GnRH), como gosserrelina e leuprorrelina. A efi-ccia desses dois tipos de bloqueio semelhante e a diferena que a castrao cirrgica um mtodo definitivo, barato, de rpida respos-ta e simples de ser realizado, porm tem menor aceitao pelo pacien-te; enquanto a castrao qumica mais cara, contudo simples de reali-zar e pode ser interrompida quando necessrio, sendo a mais aceita pelo paciente.

    QuimioprevenoAlguns outros estudos propuseram o uso de inibidores da 5 redutase (finasterida e dutasterida) para re-duo do risco de CaP na popula-o geral ou de maior risco (histria familiar, negros ou portadores de leses pr-malignas). Essa opo demonstrou reduo na incidn-cia dessa neoplasia em at 25% da populao, porm no houve dimi-nuio da mortalidade nesse grupo de pacientes, alm de serem obser-vados efeitos colaterais (principal-mente disfuno ertil) e aumento dos custos. So necessrios mais estudos para ratificar esses dados, por esse motivo as associaes ame-ricana e europeia de urologia ainda no recomendam seu emprego na prtica clnica5.

    * Ttulo de Especialista pela Sociedade Bra-sileira de Urologia. Aluno da Ps-graduao do Grupo da Prstata Urologia FMUSPCREMESP 118.438

    FarmacuticoemFoco

    **Professor Livre-docente de Urologia. Chefe do Setor de Prstata da Diviso de Urologia do HC FMUSPCREMESP 113.877

    Tratamento do CaP no metastticoA terapia medicamentosa para pacientes com doena restrita prstata no se mostrou benfica em associao cirurgia, porm, quando em associao radiote-rapia, principalmente nos casos de risco intermedirio e alto (tumores mais agressivos), houve melhora significativa na sobrevida desses pacientes e diminuio do risco de recidiva da doena6.

    Tratamento do CaP metastticoO BH o principal modo de trata-mento desse grupo de pacientes e seus principais objetivos so melho-rar a qualidade de vida e aliviar os sintomas da doena disseminada.

  • 3

    Os pacientes sintomticos (dor ssea) e com tumores mais agressivos se be-neficiam do incio imediato do BH, enquanto os pacientes assintomticos podem ser observados at que haja progresso clnica (BH tardio)7.

    Esses pacientes tem sua densidade mi-neral reduzida, podendo evoluir com fraturas sseas patolgicas. Para evitar essa complicao, podem ser admi-nistrados bifosfonados (zolendronato 4 mg EV a cada quatro semanas)8.

    Os pacientes que progridem para doena hormnio-refratria (CaPHR) apresentam clulas tumorais no

    de Urologia, 2011.4. Campbell-Walsh. Urology. 2007; 9 ed.

    v. 3;3082-3100.5. Stephenson AJ, Abouassaly R, Klein

    EA. Urol Clin N Am, 2010;37:11-21.6. Pagliarulo V et al. Contemporary role of

    androgen deprivation therapy for pros-tate cancer. Eur Urol, 2012;61:11-25.

    7. Makarov DV. The natural history of men treated with deferred androgen deprivation therapy in whom metas-tatic prostate cancer developed follo-wing radical prostatectomy. J Urol. 2008;179:156-161.

    8. Oefelein MG. J Urol. 2002;168:1005-7.9. Oh WK. Urology. 2002;60(3sup-

    pl1):87-93.10. Tannock IF et al. Docetaxel plus pred-

    nisone or mitoxantrona plus prednisone for 83 advanced refractory prostate can-cer. N Engl J Med. 2004;351:1502-12.

    FarmacuticoemFoco

    sensveis testosterona e, portanto, no respondem ao BH9. A melhor op-o nesses casos a quimioterapia com docetaxel (agente citotxico; dose: 75 mg/m2 a cada trs semanas) asso-ciado prednisona. O ganho de so-brevida desses pacientes pode chegar a trs meses, alm de melhorar a qua-lidade de vida10.

    Referncias bibliogrficas

    1. Jemal A et al. Global Cancer Statistics. Ca Cancer J Clin. 2011;61:69-90.

    2. Heidenreich A et al. EAU guidelines on Prostate Cancer. Eur Urol. 2008;53:68-80.

    3. DallOglio MF et al. Diretrizes de Cn-cer de Prstata Sociedade Brasileira

    Tabela. Opes de BH e suas propriedades4

    Classe Frmaco Dose Local de ao Mecanismo de ao Efeito colateral

    Agonistas GnRHLeuprorrelina;

    Gosserrelina

    7,5 mg/28 dias;

    3,6 mg/28 dias ou 10,8

    mg/3 meses

    Glndula pituitria

    anterior

    Diminuio da

    liberao do LH por

    down-regulation dos

    receptores GnRH

    Disfuno ertil, os-

    teoporose, aumento

    de peso, fogachos

    Antagonistas GnRHAbarelix;

    Degarelix80-160 mg 1x por ms

    Glndula pituitria

    anterior

    Inibio direta dos

    receptores GnRH

    Disfuno ertil;

    anafilaxia

    Ablao adrenal Cetoconazol 400 mg 3x ao dia Glndula adrenalInibio do citocro-

    mo P450

    Dispneia, nusea,

    insuficincia heptica

    e adrenal

    Antiandrognio

    perifrico

    Flutamida;

    Bicalutamida;

    Nilutamida

    750 mg/dia;

    50-150 mg/dia;

    150 mg/dia

    Glndula prosttica

    Inibio do receptor

    andrognico por

    competitividade

    Ginecomastia; Hepa-

    tite txica, diarreia

    Antiandrognio

    centralCiproterona 200-300 mg/dia Central e perifrica

    Inibio da secreo

    e produo de go-

    nadotrofinas e com-

    petio perifrica

    Toxicidade cardio-

    vascular, depresso,

    disfuno ertil

    Estrgeno Dietilestilbestrol 1-3 mg/dia PerifricaCompetio com o

    receptor andrognico

    Ginecomastia, disfun-

    o ertil, toxicidade

    cardiovascular, fen-

    menos tromboemb-

    licos, fogachos

    Inibidor da 5

    redutase

    Finasterida;

    Dutasterida

    5 mg/dia;

    0,5 mg/diaGlndula prosttica

    Inibio da conver-

    so da testoster