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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FEAR – FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA ENGENHARIA MECÂNICA TABALHO DE “BIOMECÂNICA” FRATURA DO ACETÁBULO Disciplina: Tópicos Especiais I – Biomecânica Professor: Dr. Leandro de Freitas Spinelli Acadêmico(s): André Hagen Cléo Paulo Luiz Tyburski Cristian Sielski Cristian Zanella Fábio Máximo Rutkoski Felipe Veroneze Guilherme Lopes Gustavo Rogalski Ricardo Pinheiro Samuel Brugnaroto Passo Fundo, maio de 2011.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FEAR FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA ENGENHARIA MECNICA TABALHO DE BIOMECNICA FRATURA DO ACETBULO Disciplina:Tpicos Especiais I Biomecnica Professor:Dr. Leandro de Freitas Spinelli Acadmico(s):Andr Hagen Clo Paulo Luiz Tyburski Cristian Sielski Cristian Zanella Fbio Mximo Rutkoski Felipe Veroneze Guilherme Lopes Gustavo Rogalski Ricardo Pinheiro Samuel Brugnaroto Passo Fundo, maio de 2011.SUMRIO 1INTRODUO ..................................................................................................................... 6 1.1Metodologia ............................................................................................................... 6 2REVISO BIBLIOGRFICA .............................................................................................. 7 2.1Anatomia do acetbulo .............................................................................................. 7 2.2Causas da cirurgia no acetbulo ................................................................................. 8 2.3Tipos de fratura do acetbulo ..................................................................................... 9 2.4Tratamentos e prteses para fraturas no acetbulo .................................................. 11 2.4.1Generalidades ........................................................................................... 11 2.4.2Tratamento conservador ........................................................................... 15 2.4.3Tratamento cirrgico ................................................................................ 17 2.4.4Vias de acesso ........................................................................................... 18 2.4.5Tcnica de reduo e fixao interna ....................................................... 20 2.4.6Como a cirurgia? .................................................................................... 21 2.4.7Prteses ..................................................................................................... 22 2.4.8Fixao ao osso ......................................................................................... 25 2.5Ps-operatrio .......................................................................................................... 27 2.5.1Anlise funcional geral ............................................................................. 28 2.5.2Anlise funcional por parmetros ............................................................. 28 3CONCLUSES ................................................................................................................... 29 4BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 30 2 5APNDICES ....................................................................................................................... 31 5.1Apndice A Ilustraes de fratura no acetbulo ................................................... 31 5.2Apndice B Modelos de prteses .......................................................................... 32 5.3Apndice C Avaliao dos resultados clnicos ..................................................... 33 3 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 - Osso do quadril...................................................................................................... 7 Figura 2.2 - Osso do quadril e fmur .......................................................................................... 8 Figura 2.3 - Diviso do acetbulo em colunas posterior e anterior........................................... 9 Figura 2.4 - Classificao das fraturas do acetbulo segundo Letournel................................ 10 Figura 2.5 - Placas e parafusos fixando uma fratura bilateral de acetbulo ............................. 12 Figura 2.6 - Reconstruo de acetbulo com fixao por parafuso .......................................... 12 Figura 2.7 - Evoluo das placas de osteossntese.................................................................. 13 Figura 2.8 - Placas e parafusos para fixao interna de fraturas no acetbulo........................ 14 Figura 2.9 - Medida de arco do teto acetabular....................................................................... 16 Figura 2.10 - Via de acesso de Kocher-Langenbeck............................................................... 18 Figura 2.11 - Via de acesso ilioinguinal.................................................................................. 19 Figura 2.12 - Via de acesso iliofemoral ampliada .................................................................... 20 Figura 2.13 - Instrumentos para reduo de fratura do acetbulo ............................................ 21 Figura 2.14 - Procedimento cirrgico no acetbulo ................................................................. 22 Figura 2.15 - Prtese do componente acetabular em Metal-polietileno.................................. 23 Figura 2.16 - Prtese do componente acetabular em Cermica-polietileno............................ 23 Figura 2.17 - Prtese do componente acetabular em Cermica-cermica............................... 24 Figura 2.18 - Prtese do componente acetabular em Metal-metal ........................................... 24 Figura 2.19 - Exemplo de prtese cimentada.......................................................................... 25 Figura 2.20 - Exemplo de prtese de fixao hbrida ............................................................... 26 4 Figura 2.21 - Exemplo de prtese de fixao no-cimentada................................................... 27 Figura 5.1 - Exemplo de fratura no acetbulo .......................................................................... 31 Figura 5.2 - Exemplo de correo cirrgica em fratura do acetbulo ...................................... 31 Figura 5.3 - Exemplo de prteses diversas da cavidade acetabular.......................................... 32 Figura 5.4 - Exemplo de combinao de prtese em polietileno e cabea femoral cermica .. 32 Figura 5.5 - Exemplo de prtese acetabular cermica-cermica .............................................. 32 Figura 5.6 - Exemplo de desgaste em prtese do acetbulo ..................................................... 33 Figura 5.7 - Resultados da avaliao funcional geral ............................................................... 33 Figura 5.8 - Resultados da avaliao funcional por parmetros ............................................... 34 Figura 5.9 - Resultados da avaliao por tipo de fratura .......................................................... 35 Figura 5.10 - Incidncia de fatores pertinentes ao prognstico ................................................ 36 5 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Tipos de fratura no acetbulo segundo Letournel (1981) ..................................... 10 Tabela 2.2 - Classificao das fraturas do acetbulo AO ......................................................... 11 6 1INTRODUO O acetbulo a estrutura ssea de formato cncavo que compe, junto com o fmur, a articulaodoquadril.partedapelve,cobertoporcartilagemarticular,formandoa superfcie articular. Oacetbulo,emconjuntocomacabeadofmur,apresentaumtipodearticulao chamado bola-soquete, sendo o acetbulo o soquete (cavidade) e a cabea do fmur que tem forma esfrica a bola. Afraturadoacetbuloocorrequandoessesoquetequebrado,devidoatraumasde grande energia, como quedas ou acidentes veiculares, sendo esses mais comuns em jovens. J empessoasidosas,aosteoporoseacausaprincipaldafraturadoacetbulo,poistornaa estrutura ssea mais frgil, fazendo com que traumas mais leves levem fratura. O presente trabalho apresenta as principais fraturas s que o acetbulo est sujeito e suas respectivas formas de tratamento, alm de mostrar a anatomia dessa regio do corpo. Abiomecnica,queestudaafunodossistemasbiolgicosutilizandomtodosda mecnica, responsvel pela criao das prteses metlicas que so usadas para o tratamento de fraturas. Depois de identificado o padro de leso no acetbulo, a forma de tratamento da fratura implicaremdefinirotipodeprteseadequadaparacadacaso,assimcomoadescriode suas respectivas caractersticas, sendo esta descrio o objetivo principal deste trabalho. 1.1Metodologia Otrabalhofundamentadonumabreverevisobibliogrficaacercadoassunto supracitado. 7 2REVISO BIBLIOGRFICA 2.1Anatomia do acetbulo O acetbulo uma cavidade localizada no quadril onde fica alojada a cabea do fmur. A Figura 2.1 mostra o osso do quadril, onde possvel ver o acetbulo e outras caractersticas da anatomia do quadril. Figura 2.1 - Osso do quadril 1 1 Disponvel em http://www.auladeanatomia.com 8 Na Figura 2.2 possvel visualizar alm do acetbulo, a cabea do fmur numa posio deslocada do acetbulo. Figura 2.2 - Osso do quadril e fmur2 2.2Causas da cirurgia no acetbulo A necessidade decirurgia noacetbulo decorre de problemas relacionados ao desgaste da cavidade acetabular e por traumas de grande energia. O desgaste tem como causa principal a ocorrncia de osteoartrite ou osteoartrose, alm de desgaste causado por artrites crnicas (MACEDO, 2011) Oscasosdetraumassomaiscomunsempessoasidosasdevidoprincipalmentea osteoporose,quefragilizaaestruturassea,levandosfraturasportraumasmaisleves.No casodepessoasjovens,ostraumassodecorrentesdequedasouacidentesveicularesque geram grande impacto na regio do quadril (MACEDO, 2011). 2 Disponvel em http://www.auladeanatomia.com 9 2.3Tipos de fratura do acetbulo Adeterminaodasfraturastemcomoobjetivoorientarotratamentoaserseguido assim como determinar o prognstico. JudeteLetournel(1964,apudSchwartsmannetal.,2003)introduziramoconceitode colunas, dividindo o acetbulo em colunas posterior e anterior (Figura 2.3). Figura 2.3 - Diviso do acetbulo em colunas posterior e anterior (SBOT-PI, 2011) DeacordocomLetournel(1981,apudSchwartsmannetal.,2003),asfraturasso divididas conforme a Tabela 2.1. As ilustraes correspondentes so mostradas na Figura 2.4. 10 Tabela 2.1 - Tipos de fratura no acetbulo segundo Letournel (1981) Tipo de FraturaSubtipoTipo (Figura 2.4) Fraturas Elementares Parede posteriorA Parede anteriorB Coluna anteriorC Coluna posteriorD TransversaE Fraturas Associadas Fratura em TF Fratura das 2 colunasG Coluna posterior e parede posteriorH Transversa e coluna anteriorI Transversa e parede posteriorJ Fonte: Schwartsmann, 2003 Figura 2.4 - Classificao das fraturas do acetbulo segundo Letournel (Schwartsmann, 2003) 11 OgrupoAO(ArbeitsgemeinschaftfrOsteosynthesefragen)ouASIF(Associationfor theStudyofInternalFixation)padronizaaclassificaodasfraturasdoacetbulodeacordo comagravidade,definidoassimostiposA,BeC.AsfraturasdotipoAsodeumanica paredeoucoluna,asdotipoBsofraturastransversaisouemTeasdotipoCsoem ambas as colunas. A tabela 2.2 mostra a classificao AO das fraturas do acetbulo. Tabela 2.2 - Classificao das fraturas do acetbulo AO Tipo de Fratura A uma coluna fraturada e a outra intacta A1 parede posterior A2 coluna posterior A3 parede ou coluna anterior B tipos transversos B1 transversa e parede posterior B2 em T B3 anterior e hemitransversa posterior C ambas as colunas fraturadas C1 coluna anterior estendendo a crista ilaca C2 coluna anterior borda anterior do ilaco C3 penetra na sacro ilaca Fonte: SBOT-PI, 2011 2.4Tratamentos e prteses para fraturas no acetbulo 2.4.1Generalidades Otratamentoparafraturadoacetbulocirrgico,sendonecessriaainclusode prtesenoformatodacavidadeacetabularetambmdeplacasmetlicaseparafusospara reconstruo,dependendodocasoedotipodeleso.Ouseja,aprtesepodesertotalou parcial,sendoparcialquandoapenasacabeafemoralsubstitudaetotalquandoo componente acetabular aplicado osteossntese. 12 AFigura2.5umachapadoquadrilextradaatravsderaioX,eapresentaum exemploemqueplacasmetlicaseparafusosfazemafixaodeumafraturabilateralde acetbulo. Figura 2.5 - Placas e parafusos fixando uma fratura bilateral de acetbulo3 NaFigura2.6possvelvisualizarumafraturadaparedeposteriordoacetbulocom fragmento impactado. A osteossntese feita com insero de parafuso para fixao. Figura 2.6 - Reconstruo de acetbulo com fixao por parafuso (Schwartsmann, 2003) 3 Disponvel em http://www.rbo.org.br/materia.asp?idIdioma=1&mt=1176 13 A Figura 2.7 mostra a evoluo dos tipos de placas e parafusos utilizados na fixao de fraturas em geral. Figura 2.7 - Evoluo das placas de osteossntese (Schwartsmann et al., 2003) 14 Os componentes para fixao interna do acetbulo de uso mais comum podem ser vistos na Figura 2.8. So placas retas e curvas, alm de parafusos de 3.5 mm, 4.5 mm e 6.5 mm de dimetro. Figura 2.8 - Placas e parafusos para fixao interna de fraturas no acetbulo (SBOT-PI, 2011) DeacordocomasinformaesdaSBOT-PI(2011),deumaformageralotratamento para fraturas no acetbulo depende muito da idade do paciente e da extenso do deslocamento e instabilidade do quadril. Em pacientes idosos, devido osteoporose e dificuldade tcnica em fixaodafraturaemumossoosteoportico,podeserindicadootratamentoconservador, proibindo a descarga de peso no lado afetado, at que ocorra a consolidao da fratura. O tratamento cirrgico indicado principalmente para os seguintes casos: Realinhar a superfcie articular Remover corpo estranho da articulao Restaurar a articulao do quadril 15 Assimpormuitosanosotratamentoindicadoparaasfraturasdoacetbulofoimotivo de controvrsias, com as principais divergncias centradas no tratamento conservador contra o tratamento cirrgico. Fraturasintra-articulares,principalmenteemarticulaesquesustentampesomerecem reduo anatmica para uma boa funo a longo prazo. Porm para as fraturas de acetbulo, a aceitao desse principio no unnime em funo de uma anatomia complexa, difcil tcnica dereduoefreqentementepacientesgravesepolitraumatizados.Assim,otratamento cirrgicoestaindicadoparaamaioriadoscasoseadecisofinalfeitabasicamenteno estudo de uma serie inicial de radiografias (SBOT-PI, 2011). No APNDICE A podem ser vistas imagens ilustrativas de uma fratura no acetbulo e a posterior correo cirrgica realizada no local. 2.4.2Tratamento conservador No a opo mais freqente, mas possui sua serie de indicaes, tais como: Desvio menor que 3 mm Fratura baixa da coluna anterior Fraturas transversas baixas Fratura das 2 colunas com congruncia secundria. ParasedefiniracongrunciapodemserutilizadososmtodosdeMattaeda coxometria.OmtododeMattaconsisteemmediroarcodotetoacetabular,cujasmedidas so feitas pela incidncia radiogrfica da fratura, h trs arcos acetabulares que so linhas que representam a poo do osso subcondral tangente ao raio-x (SBOT-PI, 2011). Afigura2.9indicaamedidadoarcoacetabular,comoindicado,amedidadoarcodo acetbulode65possibilitaotratamentoconservador,osautoresconsideramque45a medida mnima para que o arco se mantenha estvel. 16 Figura 2.9 - Medida de arco do teto acetabular (SBOT-PI, 2011) Segundo a SBOT-PI (2011), o mtodo da coxometria baseia-se no fato da curvatura da cabeafemoraleacurvaturadoacetbuloseremparalelasnaarticulaonormal,amedida pode ser feita por raio-x. O tratamento conservador pode ainda ser indicado em situaes especiais, tais como: Contra-indicaes mdicas Osteoartrite pr-existente Infeco local ou geral Osteoporose grave Politrauma no compensado. 17 2.4.3Tratamento cirrgico4 Para a realizao do tratamento cirrgico torna-se necessrio avaliar a personalidade da fratura propriamente dita, do paciente e da equipe cirrgica. Personalidadedafratura:tipodafratura,extensodedanoreadeapoio,graude desvio, presena de fratura associada, grau de cominuio, leses de vsceras ocas associadas, fratura exposta da pelve, presena de leso vascular ou neural associada. Personalidade do paciente: a maior parte composta de politraumatizados, importante consideraroriscocirrgico,almdaidade,suaavaliaoincluiestadogeraledoenas associadas, o nvel de atividade e pretenses futuras. Personalidadedaequipecirrgica:devecontarcomumcirurgioespecialistaem quadrilexperienteeumagamaamplademateriaispararesolverasdificuldadesencontradas noprocedimento,aspossibilidadesdeumcirurgioeventualobterummalresultadoso muito grandes. O tratamento cirrgico indicado nos seguintes casos: Desvio maior que 2 mm Reduo no concntrica aps luxao Fragmento intra-auricular Fratura instvel da parede posterior O tempo ideal para o procedimento de at 10 dias, a partir de 3 semanas a fratura j consideradaenvelhecida(calosseo)dificultandobastanteareduo,deveserfeitauma rigorosaavaliaocomplementar(lesesassociadas)eaanestesiadeveproporcionar tranqilidade a equipe cirrgica (durao imprevisvel). 4 Disponvel em http://www.sbotpi.org.br 18 2.4.4Vias de acesso5 Osbonsresultadoscirrgicosdasfraturasdoacetbulodependem,almdeumaboa reduoefixao,deumacessocirrgicoadequadobaseadonaclassificaodafratura,o pacientedeveserposicionadodeacordocomoacessoindicadopoisexposiesmuito alongadas trazem uma gama maior de complicaes, tais como, necrose da musculatura gltea e calcificao heterotpica, devido ao grande deslocamento da musculatura da pelve. A figura 2.10 mostra um esquema da via de acesso de Kocher-Langenbeck, que fornece o melhor acesso coluna posterior. Porm limitado pelos vasos e nervos glteos superiores. Aincisocomealateralespinhailacapstero-lateraleseestendeatotrocanter maior podendo alcanar o ponto mdio da coxa. Figura 2.10 - Via de acesso de Kocher-Langenbeck (SBOT-PI, 2011) 5 Disponvel em http://www.sbotpi.org.br 19 Afigura2.11mostraumaviadeacessoilioinguinal,quepossibilitaomelhoracesso coluna anterior e face interna do osso, a inciso feita ao longo do ligamento inguinal a partir dasuainseromedialnopbisataespinhantero-superior.Duranteoacessovrias estruturasnobresdevemserisoladascomoonervocutneolateraldacoxa,nervofemorale msculoileopsoas,artriaeveiafemoraisecordoespermtico,aflexodoquadrile extenso do joelho evitam leso do nervo femoral por estiramento. Figura 2.11 - Via de acesso ilioinguinal (SBOT-PI, 2011) Afigura2.12mostraumaviadeacessoiliofemoralampliada,ondesetemacesso simultneo s 2 colunas do acetbulo, a inciso comea na espinha pstero-superior, segue a cristailacaataespinhantero-superiorecorreparalelaaofmurnafacentero-lateralda coxa.Umadaspreocupaescomoacessoaviabilidadevascularinervaodogrande retalho, alm da possibilidade de calcificao heterotpica. 20 Figura 2.12 - Via de acesso iliofemoral ampliada Haindaapossibilidadedeacessoduploqueconsistenacombinaodoacessode Kocher-Langenbeckedoacessoanteriorilioinguinal,menosagressivoqueoiliofemoral alongadomasapresentaumadificuldadeemposicionamentodopacientequedeveser mudado de posio durante o ato cirrgico assim este pode ser feito em 2 estgios (o segundo aps alguns dias). 2.4.5Tcnica de reduo e fixao interna6 Areduodeumafraturadoacetbuloumdesafio,mesmocominstrumental adequadoeatcnicadereduosempreindividualizadaparaotipodefratura,amesa ortopdica facilita a trao, mas no permite mudar o paciente de posio e, alm disso, essa trao pode ser causa de leso neural. O posicionamento do paciente vai variar de acordo com acesso escolhido, durante a reduo os fragmentos sseos devem ser separados e uma trao vigorosa deve ser feita e a reduo pode ser auxiliada por certos dispositivos apropriados. Apsareduo,deve-sefazerafixaotemporriacomfiosdeSteimnanou interfragmentriacomparafusos,areduoeafixaoprosseguemdeumamaneira 6 Disponvel em http://www.sbotpi.org.br 21 gradativa,comreduoseguidadefixaodefragmentosindividuaiseomaterialutilizado deve ser altamente especfico. Afigura2.13mostraalgunsinstrumentospararealizaodoprocedimentodereduo aberta de fraturas de acetbulo. Figura 2.13 - Instrumentos para reduo de fratura do acetbulo 2.4.6Como a cirurgia? Naprtesetotaldequadrilclssicafeitoumcortenaalturadocolodofmurea cabeafemoralretirada.Procede-sefresagem(raspagem)doacetbulo(bacia)paracriar umacavidadeesfrica.Oacetbulopodeserpresoporpresso(press-fit)oucimentado. feitaaaberturadocanaldofmureapreparaoparareceberahastefemoral,quetambm pode ser presa por presso ou cimentada (BUSATO, 2011). 22 Figura 2.14 - Procedimento cirrgico no acetbulo 2.4.7PrtesesExiste uma grande variedade de modelos e fabricantes de prteses. Eles diferem quanto superfcie de contato, meios de fixao ao osso e filosofia de tratamento. QuantosuperfciededeslizamentochamamosdeParTribolgicopodemser classificadas em:

23 Figura 2.15 - Prtese do componente acetabular em Metal-polietileno (BUSATO, 2011) Metal-polietileno (Figura 2.15): este o par mais tradicional e tambm o mais estudado. Geralmente usado em pacientes mais idosos e com demanda funcional relativamente baixa. Sua desvantagem o desgaste com o decorrer dos anos e o modo como o organismo reage ao ser exposto aos micro-fragmentos de plstico resultantes deste desgaste. Esta reao biolgica associadaafenmenosmecnicosalongoprazopoderesultaremsolturadaprtese.O polietileno um tipo especial de plstico de alta resistncia. Atualmente vrios estudos esto emandamentoinvestigandovariaeschamadasdecross-linked,queteoricamentesero ainda mais resistentes e duradouras (BUSATO, 2011). Figura 2.16 - Prtese do componente acetabular em Cermica-polietileno (BUSATO, 2011) Cermica-polietileno(Figura2.16):umaalternativabastanteatraente,usadahojeem algumassituaesemsubstituioaoparmetal-polietileno.Acermicatemumaafinidade maiorcomaguaepermiteumamelhorlubrificaoeummenordesgastedopolietileno (BUSATO, 2011).

24 Figura 2.17 - Prtese do componente acetabular em Cermica-cermica (BUSATO, 2011) Cermica-cermica (Figura 2.17): o par que menos sofre desgaste. Ainda parece ser a opomaisseguraparapacientesjovensemaisativos.Antigamentehouveproblemascom algumas fraturas de implantes cermicos, o que os deixou sob suspeita por algum tempo. Os materiaisatualmenteusadostiveramestesproblemascorrigidoseafraturaextremamente rara.Tambmrarossoalgunscasosderangidosouvidosaomovimentar-se,chamadosde squeakinghips.Estasituaopareceestarrelacionadaaproblemascomoposicionamento dos implantes e a alguns modelos especficos de prteses (BUSATO, 2011). Figura 2.18 - Prtese do componente acetabular em Metal-metal (BUSATO, 2011) Metal-metal (Figura 2.18): este par promete permitir ao paciente retomar sua atividade fsicaplenamente,devidodurabilidadeegrandetamanhodoscomponentes,mimetizando umquadrilnativoemtermosdetamanhoemobilidade;pormaindaestsobinvestigao. Foramrelatadoscasosdeaberraocromossmica,pseudotumoresealergiaametalem portadoresdestasprteses.Aindanosesabequaisosefeitosdaexposiocrnicaaons metlicosnoorganismo.contra-indicadaemmulheresemidadefrtil.Estudosclnicos esto em andamento (BUSATO, 2011).

25 Outrospares:somenosusadosemnossomeio,comocermica-metal(emestudos)e oxinium-polietileno (metal coberto por uma fina camada de cermica). Deformageral,ostiposdeprtesesmaisusadosforamcitadosaqui.Maisimagens contendo essas prteses podem ser vistas no APNDICE B. 2.4.8 Fixao ao osso Basicamente, refere-se ao modo como a prtese fixada ao osso humano. Figura 2.19 - Exemplo de prtese cimentada (BUSATO, 2011) Cimentadas(Figura2.19):somecanicamentepresasaoossopormeiodecimento sseo,queumpolmeroderpidasecagem,similaraousadopordentistas.Somais indicadas em certascondies sseas do paciente, como presena de osteoporose importante ou canal femoral muito largo (BUSATO, 2011).

26 Figura 2.20 - Exemplo de prtese de fixao hbrida (BUSATO, 2011) Hbridas(Figura2.20):tmapartesuperior(acetbulo)presaaoossoporpress-fit (encaixe sob presso, sem cimento)e a parte inferiorcimentada. Atualmente bastante usada, devidoaosbonsresultadosclnicosdosacetbulosno-cimentadoseaconfiabilidadeda cimentao femoral (BUSATO, 2011). Nocimentadas(Figura2.21):soprtesesfeitasdetitniocomalgumacobertura osteo-integrvel, como a hidroxiapatita. So mais usadas em pacientes jovens, com ossos bem corticalizados (fortes), onde buscamos uma fixao biolgica, mais duradoura. A fixao dita biolgica porque depende do crescimento sseo dentro das micro-porosidades da prtese (BUSATO, 2011).

27 Figura 2.21 - Exemplo de prtese de fixao no-cimentada 2.5Ps-operatrio OgrupodaRBO(1993)apresentaumestudodosresultadosclnicosdotratamento cirrgicoprecoceetardiodefraturasnoacetbulo,realizadoporGottfriedKberle,Joo Batista De Miranda, Edson Yamanaka, Andr Lus De Souza Grava, William Dias Belangero, no perodo de novembro de 1981 a outubro de 1991. Osidealizadoresdoestudoconcluramqueotratamentocirrgicodasfraturasdo acetbulo, tanto precoce quanto tardio, gera bons resultados.Ospioresresultadosficaramvinculadosaoscasosdefraturascomplexas,almdos problemas ps-operatrios como luxao posterior e leso da cabea femoral. 28 Cinqentaeseis(56)pacientesforamsubmetidososteossntesedoacetbulono Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNICAMP. Do total de pacientes, doze (12) foram excludos por no estarem aptos ao procedimento. Outros dois (02) pacientes vieram a bito no ps-operatrio, sendo um (01) por motivos cardacos e outro devido a complicaes abdominais.2.5.1Anlise funcional geral AavaliaofuncionalfoibaseadanosistemadepontuaodeTorontoHipRating (modificaodomtododeMerleDAubign),emquesepontuamde1 a6ador,funoe mobilidade. A soma dos trs parmetros gera o resultado final: 16 a 18 pontos (bom); 13 a 15 pontos (regular); 12 pontos ou menos (mau) (RBO, 1993). Nototaldos42pacientesanalisados,71,4%obtiverambonsresultadosnaavaliao funcional, 16,7% foram regulares e 11,9% tiveram maus resultados. 2.5.2Anlise funcional por parmetros Analisando parmetros separadamente, o resultado do quesito ausncia de dor chegou a 90,5%, no havendo ocorrido nenhum caso de dor forte. Quando funo, todos os pacientes deambulavamsemlimitededistncia,sendo66,6%commarchanormal;23,9%com claudicao; e 9,5% utilizaram suporte para marcha. Amobilidadedoquadrilfoiamaisafetada,sendo52,4%commovimentonormal; 40,5% com alguma limitao; e 7,1% com anquilose. As tabelas com todos os resultados citados, mais os resultados quanto recuperao por tipodefratura,problemasps-operatrioscomolesodacabeafemoral,necrosee ossificao, podem ser vistos e analisados nas tabelas do APNDICE C. 29 3CONCLUSES Otrabalhomostrouboapartedostiposdefraturasasquaisoacetbuloestsujeitoe suas causas, assim como a classificao das fraturas segundo alguns autores. Mostroutambmostiposmaiscomunsdeprtesesutilizadasnareconstruodo acetbulo,comoplacas,parafusoseasprtesesdecavidadeacetabulareosmateriaisque compes essas prteses. DeacordocomBusato(2011),cadacasoparticularirdefinirosparmetrosparao melhorprocedimentocirrgico.AindasegundoBusato,boaprtese,bomcirurgioebom paciente so fatores que influenciam diretamente nos bons resultados de uma cirurgia. Deoutraforma,otrabalhofeztambmumaintroduoaoestudodabiomecnica, expondosuaimportncianareadasade,noquedizrespeitocriaoeimplantaode prteses, a anlise dos materiais pertinentes e da estrutura de cada prtese. 30 4BIBLIOGRAFIA AULADEANATOMIA.COM.AuladeAnatomia,2011.Disponivelem: . Acesso em: 07 maio 2011. BUSATO,T.S.Dr.ThiagoSampaioBusato-OrtopediaeTraumatologia,2011. Disponivelem:. Acesso em: 10 maio 2011. MACEDO,C.CarlosMacedo-CirurgiadeQuadril,2011.Disponivelem: . Acesso em: 11 maio 2011. RBO.RevistaBrasilveiradeOrtopedia,2011.Disponivelem: . Acesso em: 06 maio 2011. SBOT-PI. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - PI, 2011. Disponivel em: . Acesso em: 10 maio 2011. SCHWARTSMANN, C.; LECH, O.; TELKEN, M. Fraturas - princpios e prtica. Porto Alegre/RS: Artmed Editora, 2003. 31 5APNDICES 5.1Apndice A Ilustraes de fratura no acetbulo Figura 5.1 - Exemplo de fratura no acetbulo Figura 5.2 - Exemplo de correo cirrgica em fratura do acetbulo 32 5.2Apndice B Modelos de prteses Figura 5.3 - Exemplo de prteses diversas da cavidade acetabular Figura 5.4 - Exemplo de combinao de prtese acetabular em polietileno e cabea femoral cermica Figura 5.5 - Exemplo de prtese acetabular cermica-cermica 33 Figura 5.6 - Exemplo de desgaste em prtese do acetbulo 5.3Apndice C Avaliao dos resultados clnicos Figura 5.7 - Resultados da avaliao funcional geral 34 Figura 5.8 - Resultados da avaliao funcional por parmetros 35 Figura 5.9 - Resultados da avaliao por tipo de fratura 36 Figura 5.10 - Incidncia de fatores pertinentes ao prognstico