Frei luis de sousa

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E.E.E.F.M CÔNEGO LEITÃO TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORA: ISABEL MONTEIRO PEÇA FREI LUÍS DE SOUSA “Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi inicialmente apenas lido a um grupo selecto de amigos do autor (entre os quais Herculano)”. “A primeira representação fez-se em

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E.E.E.F.M CÔNEGO LEITÃOTRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESAPROFESSORA: ISABEL MONTEIROPEÇA FREI LUÍS DE SOUSA

“Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi inicialmente

apenas lido a um grupo selecto de amigos do autor (entre os quais Herculano)”. “A primeira representação fez-se em privado, no teatro da Quinta do Pinheiro, no mesmo ano de

1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o papel de Telmo”.

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RESUMO DE FREI LUÍS DE SOUSA, ALMEIDA GARRETT

D. João de Portugal, um nobre muito respeitado na sociedade, desapareceu, na batalha de Alcácer Quibir, em 1578. Por sinal a mesma na qual o rei D. Sebastião perdeu a vida, não deixando herdeiros ao trono, e deixando o país no domínio espanhol durante sessenta anos (1580-1640).

Entretanto, a mulher de D. João de Portugal, D. Madalena, esperou sete anos pelo regresso do marido, torna a casar com Manuel de Sousa Coutinho, um português fiel aos valores patrióticos e desconfortável com o domínio espanhol que se vivia.

Realmente, tudo apontava para uma alta improbabilidade da hipótese de D. João de Portugal ainda estar vivo e a sociedade não se opunha ao casamento entre Manuel e Madalena. O casal teve uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem muito especial, culta, perspicaz, intuitiva, no entanto, era simultaneamente uma criança fisicamente débil que acaba por morrer de tuberculose. Ora, caso D. João de Portugal, ainda estivesse vivo, Maria era uma filha ilegítima, o que, para a sociedade da época, era um pecado muito grave.

Temendo a catástrofe, D. Madalena tem constantemente premonições trágicas, alimentadas por Telmo Paes, o fiel escudeiro de D. João. As quais vão ser concretizadas com a chegada de um Romeiro, que diz vir da Terra Santa e querer falar com Madalena. Assim que a verdadeira identidade do Romeiro (D.João de Portugal) é revelada por Telmo, Manuel de Sousa Coutinho resolve tomar o hábito religioso, juntamente com Madalena.

Maria, a filha, revolta-se contra uma sociedade retrógrada, expondo os seus sentimentos e pensamentos em relação ao que está a acontecer à sua volta pela última vez, pois acaba por morrer aos braços dos pais.

Maria: «Vós quem sois, espectros fatais?... Quereis-mos tirar dos meus braços?... Esta é a minha mãe, este é o meu pai... Que me importa a mim com o outro, que morresse ou não, que esteja com os mortos ou com os vivos...»

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FREI LUÍS DE SOUSA ( ALMEIDA GARRET )

Drama – O drama pressupões uma acção menos tensa que o da tragédia, menos concentrado numa crise, mais submetida à influência dos acontecimentos exteriores.

Tragédia – Poema dramático que desenvolve uma acção séria e completa, tirado da história, entre personagens ilustres com o fim de provocar na alma dos espectadores o terror e a piedade dados através do espectáculo da paixões luares em luta entre si ou contra o destino.

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ELEMENTOS TRÁGICOS E DRAMÁTICOS EM FREI LUÍS DE SOUSA:

Trágicos: Tema – ilegitimidade de Maria ( adultério ) Personagens – n.º reduzidos e nobres Presságios – ( predestinação ) referida por parte de Maria e de Telmo em

que irá acontecer uma tragédia Coro – Frei Jorge e Telmo ( fatalismo/ Destino = Madalena ) representa o

papel de uma pecadora arrependida, pois amou Manuel de Sousa Coutinho na presença de D. João de Portugal. Acredita que o destino trará uma tragédia . Qualquer acção será irremediável ( predestinação – fatalismo ).

Estrutura Efeitos catárticos – piedade e terror. Drama: A peça é escrita em prosa.

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Espaço:O espaço vai-se reduzindo.África - Europa – Portugal - Lisboa - Alfeite - Almada - I palácio – II palácio.Tempo : O tempo vai-se reduzindo também, fechando-se dramaticamente em unidades cada vez mais curtas.1578 – Madalena casa com D. João. Madalena conhece M. de Sousa.1578 e 1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D. João1585 e 1599 – Madalena casa com M. de Sousa.1598 a 1599 ( 1 ano ) – D. João é libertado dirige-se para Portugal28 de julho a 4 de Agosto ( 8 dias ) – Madalena vive de novo no palácio de D. João.Agosto (3 dias ) – D. João apressa-se para chegar 4 de Agosto ( hoje ) – é um dia fatal para Madalena.

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Divisão da peça :3 actos escritos em prosa: 1 acto - Do início até ao incêndio do palácio de

Manuel de Sousa Coutinho. 2 acto – Até à chegada do Romeiro 3 acto – Até à morte de Maria

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Personagens: Manuel de Sousa Coutinho – Segundo marido de madalena; pai de Maria; teme

que D. João possa regressar ( ideia inconfessada ); que a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave ; decidido, patriota ( incendeia o seu palácio porque este iria ser ocupado pelos governadores espanhóis; sofre, sente remorsos ao pensar na cruel situação em que ficara a sua querida Maria; Amor paternal.

D . João de Portugal – Casado com Madalena, mas desaparecido na batalha de Alcácer Quibir; austero; sentimento amoroso por Madalena; sonhador; crente ( quando pensa, por momentos, que Madalena o ama ).

Dona Madalena – suporte viuva de D. João de Portugal; casa com Manuel de S. Coutinho; nasce Maria, filha de Manuel; Angustia em relação à situação insegura do seu casamento; remorso por ter gostado de Manuel de S. enquanto era ainda casada com D . João; Inquietação em relação a Manuel de Sousa e a Maria; Insegurança e hesitação; profunda, feminina; mulher p/ lágrimas e para o amor, ela sofre e sofrerá sempre, porque a dúvida não a deixará ser feliz; perfil romântico; solidão.

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Maria de Noronha – Filha de D. Madalena e D. João; amor filial, curiosidade; sonho, fantasia, idealismo, filha fatal, adolescente fantasista, sebastianista por influência de Telmo, adivinhava " lia nos olhos e nas estrelas " ; sempre febril, cresceu de repente, criança precoce; gosto pela aventura, frágil, alta, magra, faces rosadas, patriota, intuitiva, inteligente.

Telmo Pais – escudeiro de família dos condes vimioso, sofre pela volta de D. João, pois esta tirará a tranquilidade da sua " menina " ; sofre porque é forçado a ver o seu velho amo como um intruso que nunca deveria ter vindo. Por amor a Maria, dispõe-se a declarar o Romeiro como um impostor; confessor das personagens femininas; o coro da tragédia, sádico, fiel, confiante, desentendido, supersticioso, sebastianista, humilde, enorme sabedoria.

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A CRENÇA DO SEBASTIANISMO:

O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra. Logo no início, Madalena afirma a Telmo "..mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a esse desgraçado rei de D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda quis acreditasse que morresse, por quem ainda espera em sua leal incredulidade ! “

No sebastianismo, como ele é representado no Frei Luís de Sousa, por Telmo e Maria, reside somente a crença em que o rei ao voltar conduzira a uma época mundial do direito e da grandeza, a qual será última no plano de salvação dos Homens.

SENAS:

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Cena I à IV – localização das personagens no tempo Acto 1 Cena V à VIII – preparação da acção para o que se ai passar a seguirCena IX à XII – o IncêndioA obra de Frei Luís de Sousa é ambas tragédia e drama, é tragédia pelo

conteúdo do texto e é drama pela forma.Cena 1 – solução adoptadaActo 3 até à 10º cena temos a preparação do desenlace.Cena 11 até à 12º temos o desenlace com morte de Maria em palcoActo 3:Cena 1 – Manuel debate-se com um dilema enorme, a doença de filha, a

ilegitimidade.Maria ficava ilegítima cheia de infâmia tal e qual como Garret. Sempre que alguém pergunta a D. João quem ele é, ele responde

espontaneamente"ninguém", este ninguém significa que D. João de Portugal já não tinha Pátria, não tinha família, não tinha lugar na sociedade, não tinha o seu palácio, pois perdeu-o .

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A TRAGÉDIA CLÁSSICA: A todo o sistema de forças, que comprime e pesa sobre a liberdade individual, o

cidadão, o homem opõe o seu vivo protesto e lança um desafio ( hybris ).À hybris responde a vingança, a punição, o ressentimento, uma espécie de ciúme

ferido pela corajosa atitude assumida pelo homem – a nemesis divina.O coro actua como um trovão ao ímpeto libertário do indivíduo aconselhado a

moderação, o comedimento, a serena contenção, e traduz as ideias e os sentimentos da média humana. Os acontecimentos desenrolam-se segundo as cotas das personagens e os logros do destino, de necessidade do fatum; encadeiam-se uns nos outro se, por vezes, precipitam a acção no seu curso através de peripécias ( acontecimentos ), que acabam por voltar o rumo do drama em sentido inesperado ( catástrofe ). Esta mudança brusca é muitas vezes levada a cabo por um reconhecimento ( agnórise ) de laços parentescos até então insuspeitos.

As consequências patéticas, avolumam-se num crescendo inquietante ( climax ), até se resolver numa reviravolta brusca e brutal dos acontecimentos – a catástrofe.

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ESPECTADOR E ACÇÃO DRAMÁTICA:

O agenciamento da acção dramática da tragédia visava a exibição das consequências ( pathos ) do descomedimento humano de modo a sugerir no espectador o temor religioso ou sua simpatia.

Sebastianismo:• O mito do sebastianismo está espalhado por toda a obra. No sebastianismo,

como ele é representado no frei Luís de Sousa, por Telmo e Maria, reside somente a crença em que o rei ao voltar conduzirá a uma época mundial do direito e da grandeza, a qual será a última no plano de salvação dos Homens.

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BIBLIOGRAFIA:Internetwww.brasilescola.com.brwww.google.com.br

Equipe: Língua do Saber

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