FRX_2014

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Caracterização de Catalisadores, Adsorventes e outros Materiais Prof a Deborah Vargas Cesar II. FLUORESCENCIA DE RAIOS – X (FRX)

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  • Caracterizao de Catalisadores,

    Adsorventes e outros Materiais

    Profa Deborah Vargas Cesar

    II. FLUORESCENCIA DE RAIOS X (FRX)

  • Mtodo Instrumental no destrutivo anlises qualitativas e quantitativas

  • APLICAES:

    Instituies de pesquisa Indstrias petroqumicas Indstrias farmacuticas Metalurgia Minerao Cimento

    Figura 1. Esttua de bronze do perodo

    helenstico O Pugilista (Museu Nacional de Roma)

    Figura 2. Estudos dos insertos metlicos com

    FRX. Insertos = tcnica para obteno de

    efeitos cromticos no metal

  • Teoria

    Absoro de raios-X pelo elemento que se transforma em on excitado e retorna ao

    estado fundamental pela transio de eltrons mais externos

    Transio caracterizada pela emisso de raios-X de caraterstico e

    intensidade relativa a concentrao do elemento

    FLUORESCNCIA

    Um feixe (primrio) de raios-X incidindo sobre uma

    substncia provoca a gerao de um feixe (secundrio) de

    fluorescncia de raios-X

  • Sculo XIX - Experimentos com tubos de raios catdicos Raios - X

    Os raios provenientes do catodo provocavam emisso de

    luz quando incidiam sobre cristais

    Natureza desconhecida RAIOS - X

    Tubos de raios catdicos

    Museu de La Villete (Paris)

    Os e produzidos no catodo aquecido so

    acelerados na direo do alvo (anodo

    metlico) por uma diferena de potencial de

    100kV

    J. J. Thomson

  • Rntgen (1894) experimentos mostraram que a radiao possua propriedades semelhantes

    a da luz estudado como uma forma de luz invisvel.

    Principais Propriedades:

    Propagao em linha reta; Elevada capacidade de penetrao; Indiferena campos magnticos; Propagam-se com a velocidade da luz e sem transferncia de massa; Alteram propriedades eltricas de lquidos, gases e slidos; Sofrem disperso, absoro diferencial pela matria, reflexo, refrao; Dfratados pelo cristal; Capacidade de impressionar chapas fotogrficas; Ionizam gases; Produzem luminescncia visvel e UV em certos materiais (base dos contadores de

    cintilao);

    Causam mudanas genticas em tecidos biolgicos; Produzem espectro de linhas quando interagem com a matria (FRX).

    Nobel de Fsica

  • Laue (1912) - estudos da

    difrao de raios-X em

    cristais.

    Nobel de Fsica - 1914

    dos raios X so da ordem de 10-8 cm (10-5 A)

    distncias dos tomos no cristal que serviriam como uma grade ideal para estudar a difrao.

    Primeiro difratograma de difrao CuSO4

    Formulou uma teoria de difrao de raios-X para estruturas tridimensionais (cristais)

  • Produo dos raios-X: gerados pela coliso de um eltron de elevada EC (gerado no

    catodo do tubo) com um alvo metlico (anodo)

    e da camada K liberado na forma de um fton com formao de vacncia nessa camada;

    em seguida, outro e de uma camada mais externa passa para a camada K liberando E na forma de raios-X

    Figura 1: Produo de raios-X a nvel atmico

    Ef entre as camadas

    Energia e especficos

  • Acelerador Sincrotron outra forma de produo dos raios-X

    Eltrons acelerados a grandes velocidades (prximo da luz) por campos magnticos e ao serem desacelerados produzem raios-X em vrios

    o LNLS: laboratrio Nacional de Luz Sincrotron

  • Unidades de Medida dos Raios-X

    FRX relaciona frequncia (); comprimento de onda (), energia dos ftons (E) e intensidade dos ftons (I)

    frequncia (): expressa em vibraes por segundo (s-1) ou Hertz (Hz)

    comprimento de onda (): 1 = 0,1nm = 10-10 m = 10-8 cm

    energia dos ftons (E)

    Intensidade dos ftons (I): expressa pelo volume de energia carregado pelos raios-X em 1seg atravs de uma superfcie de 1cm2 perpendicular direo do feixe (unidade

    roentgen)

    contagem por unidade de tempo (ftons por unidade de rea por unidade de tempo)

    nmero de ftons de raios-X que incidem na janela do detector em uma unidade de tempo;

    cps = contagem por segundo

  • Emisso dos raios-X tubo de raios-x (fonte)

    Circuito externo para aquecer o filamento e acelerar os eltrons at o alvo;

    Anodo bloco de cobre recoberto com uma camada fina (placa) contendo o material alvo

    (ex.: Cr, Mo, Rh, Fe, Co, Ag, Cu);

    Seleo depende (principalmente)

    do material a ser analisado

    Figura 2: Esquema simplificado de

    um tubo de raios-X

    Janela: material transparente radiao (material leve) e com resistncia mecnica;

    !!! Ateno - refrigerao do tubo!!!

    H2O para refrigerao no deve ter

    condutividade eltrica deionizada permanentemente em circuito fechado

    Philips = janela lateral

    Machlett = janela no fundo Machlett

    30-60 kV

  • Tubos de raios-X:

    1. Philips = janela lateral

    alvo: W, Cr, Mo, Au, etc aterramento: anodo espessura da janela: 500m, 1000m carga mxima: 3kW gua de resfriamento: urbana

    2. Machlett = janela no fundo

    alvo: Rh, ... aterramento: catodo espessura da janela: 125m carga mxima: 3-4kW gua de resfriamento: deionizada

    Eficincia na gerao de raios-X ():

    = 1,1x10-9 Z V

    onde:

    Z=nmero atmico do material do

    anodo

    V= voltagem do tubo

    Tubo com janela lateral

    alvos de W, Mo aplicados para anlise de elementos pesados

    alvo de Mo anlise de poluentes (ex.: Hg, Pb, As)

    alvo de Cr utilizados nas anlises de leves

    Tubo de Rh com janela de fundo

    sensvel para elementos com Z < 16S

    sensibilidade relativamente boa para elementos pesados

    permite medidas de pesados e leves sem necessidade de troca do tubo

  • Emisso dos raios-X pelo bombardeamento de um alvo metlico com feixe de eltrons de alta E oriundos de um tubo de r-x gera dois tipos de espectro:

    Figura 3: Espectros continuo e

    de linhas

    1. Espectros Contnuos (brancos):

    faixa contnua de (similar luz branca)

    0 limite que depende da voltagem aplicada e independe do material do alvo

    0 = 12,4/V

    So resultantes da coliso do feixe de eltrons acelerados com os tomos do alvo

    (processo de desacelerao bremsstralung

    est relacionado frequencia mxima da radiao que pode ser produzida pela

    voltagem V

    apresenta um mximo de intensidade

    mx 1,50

  • 2. Espectros de Linhas:

    srie de comprimentos de onda discretos (linhas espectrais) caractersticas do elemento emitido;

    resultam das transies eletrnicas nos O.A. mais internos

    para sua obteno o fton incidente deve ter E E do eltron ligado ao ncleo

    Nvel de E

    Linhas K = transies entre os nveis de E mais elevados e a camada K

    Valores de mais baixos

    Ef (camadas)

    Ef K - L

    Varia com o elemento (alvo)

    Cu K1 = 1,54056 Mo K1 = 0,7093 Ni K1 = 1,65791

    No dependem do estado fsico do elemento

  • Notaes para as vrias sries dos espectros de linhas de raios-X:

    linha em letra maiscula indica o nvel final da transio, ex.: espectro K = transio

    de eltrons que terminam na camada K;

    a letra maiscula seguida de letra grega minscula, subscrita e seguida de nmero,

    por ex.: K1

    Figura 4: Nveis atmicos de

    energia e as emisses de

    referentes a cada transio

    Linhas K1 = e transita da camada LIII

    para a camada K

    notao quntica: 2p (3/2) 1s

  • inte

    nsid

    ad

    e

    K tem E > K I (K) > K

  • Absoro da radiao: ocorre quando a EF exatamente igual a E necessria para remover o eltron

    = coeficiente de absoro Distino entre um material pouco

    absorvedor (poucos e na estrutura total)

    e aqueles com maior capacidade de

    absoro.

    material e

    PROPRIEDADES DOS RAIOS-X

    Absoro da Radiao: ocorre quando um feixe de raios-X sofre atenuao (reduo de

    sua intensidade) aps atravessar a amostra como consequncia de uma srie de interaes com os tomos presentes na amostra.

    extremamente importante e significativo nas anlises por fluorescncia de raios-X funo da composio.

  • Lei de Beer aplica-se a absoro de raios-X

    xP

    P0ln

    onde: x = espessura da amostra (cm) P e P0 = potncia do feixe = coeficiente de absoro linear (caracterstico elemento)

    = coeficiente de absoro linear: relaciona a reduo da intensidade do feixe incidente quando este atravessa um material com espessura dx

    a absoro depende da densidade do material e tem como unidade de medida massa por unidade de rea

    xxP

    PM

    0ln

    onde: M = coeficiente de absoro de massa [cm

    2/g] independe dos estados fsico e qumico do elemento e funo somente do e de Z

    = densidade da amostra

  • Obs.: M = funo aditiva das fraes em peso dos elementos contidos na amostra

    ... CCBBAAM WWW

    onde: W = frao em peso dos elementos A, B, C

    Limite de Absoro: ponto onde ocorre descontinuidade na variao do coeficiente de absoro.

    - para alguns elementos ocorre um aumento no M quando , os raios-X de menor

    atravessam a amostra mais facilmente.

  • PREPARAO DA AMOSTRA

    Maior fonte de erros pode ser atribuda preparao das amostras:

    contaminantes (impurezas)

    rugosidade e ranhuras na superfcie

    heterogeneidade (segregao de fases, presena de elementos leves ou pesados)

    granulometria (dimetros desejveis ~ 32 45nm)

    1. Amostras Tipo Blocos:

    Sem segregao: cortar no tamanho adequado (porta amostra); polir a superfcie com lixa

    de papel (# 100); os materiais fundidos no necessitam polimento.

    Com segregao: pulverizar a amostra (< 200 mesh) e preparar uma pastilha

    se no puder ser pulverizada oxidar (p) pastilha

    metais liquefazer ou fundir

    quantidade trao: liquefazer

    variao significativa na composio: diluir em soluo para diminuir os efeitos dos

    elementos coexistentes

    pea de metal ou rejeito: fundir o metal novamente

  • 2. Amostras em P:

    Finamente divididas: preparar uma pastilha

    Formada por gros grandes: pulverizar a amostra (< 200 mesh) usando moinho de bolas

    ou vibratrio e obter gros com tamanho uniforme evitar o efeito do tamanho da

    partcula/elementos leves*); preparar uma pastilha

    se mida: secar

    quando difceis de solidificar: adicionar 5-10% de um ligante (amido de milho ou

    celulose)

    quantidade trao: liquefazer

    Figura 5: Efeito do tamanho da partcula

  • 3. Amostras Lquidas:

    Medida direta: usar porta amostras para lquidos (coberto com uma lmina de polister

    ou polipropileno como janela analtica)

    Uso de solventes cidos : da absoro dos raios-X ocorre HNO3 < HCl < HClO4 < H2SO4

    efeito menor com HNO3

    absoro do solvente elevada observar

    suspenso ou presena de precipitados: filtrar ou separao por

    centrifugao/filtrao

    irradiao por perodo longo de tempo ocorre aumento da temperatura (30-40C)

    uso de solvente voltil anlise em perodos curtos

  • PREPARAO DA AMOSTRA

    tamanho do gro, rugosidade e ranhuras na superfcie

    homogeneidade da amostra

    contaminao durante a preparao

    Figuras 6: Efeito da textura da superfcie

    Obs.: preparo da amostra contendo o analito deve ser nas mesmas condies das

    amostras padro

    FONTES DE ERRO

  • Anlise Qualitativa

    Recomendvel trabalhar com voltagem do tubo de raios-X elevada (< mximo): garante que um maior nmero de elementos presentes na amostra produzam

    fluorescncia e a obteno de maiores intensidades. (V ~ 40 60kV)

    Obs.: em condies de excitao seletiva voltagem mais baixa

    as anlises so realizadas sob vcuo (de modo geral ) X lquidos ou amostra com

    tendncia a espalhar facilmente os rios-X ar ou He

  • 1. Identificar os raios-X caractersticos do material do tubo;

    2. Identificar as linhas K, K, L, L e outras;

    3. Elementos leves devem ser identificados individualmente;

    4. Em caso de sobreposio de linhas, ex.: Pb L e As K, observar outras linhas dos

    elementos;

    5. As intensidades relativas das linhas K, K, L, L diferem pelo valor padro (vide

    tabela)

    Anlise dos Resultados: identificao do espectro

    Srie K : Ti (22) Nd (60)

    IRELATIVA K1 K2 K1 K2

    100 50 15 5

    Srie L : Cs (55) U (92)

    IRELATIVA L1 L2 L1 L2 L3 L4

    100 10 70 30 10 5 IRELAT elemento, amostra, condies de anlise

    Razo entre IRELAT K e K > pesados; ex.: S = 100:3

    K1 e K2 muito prximas

    Anlise Qualitativa

  • Objetivo = determinar a composio qumica da amostra

    Anlise Quantitativa

    Intensidade do raios-X fluorescente teor do elemento

    Necessrio amostra padro (referncia)

    Preciso da anlise textura da superfcie, interao dos raios-X com os elementos

    presentes na amostra

    Obteno do espectro: a tabela a seguir apresenta as principais linhas medidas em

    funo do elemento analisado.

    Elemento Linhas

    F (9) Ag (47) K

    Cd (48) Ce (58) K, L

    Pr (59) U(92) L

  • Determinao da Composio:

    1. Curva de Calibrao: mtodo mais simples, amostras sem interferentes

    - Grfico da intensidade do sinal X concentrao do analito no padro (%m/m)

    Figuras 6: Curva de calibrao

    Obs.: mnimo de cinco pontos

  • 2. Mtodo do Padro Interno: amostras com matrizes complexas; utilizado para

    amostras de lquidos e em p.

    - Padro interno elemento que no esteja na amostra e com espectro semelhante ao analito

    - Linhas das sries K, L e M podem ser usadas

    - Quantidade do padro interno adicionada de forma que a intensidade das linhas seja

    da mesma ordem das linhas do analito

    - Amostras em p o padro interno adicionado deve ser misturado de forma

    homognea

    - Quando os elementos da matriz afetam as linhas analticas e de refencia da mesma

    forma

  • 3. Mtodo da diluio: quando o efeito da matriz muito acentuado; aplicado

    preferencialmente em amostras de lquidos (ou em p).

    diluente substncia com maior nmero atmico

    4. Mtodo da Adio de Padro: quando os padres usuais no esto disponveis

    admite-se que a curva de calibrao linear

    concentraes < 500 ppm (p) dificuldades na homogeneidade

  • ERROS

    INSTRUMENTAIS AMOSTRA

    Perda de contagem

    Sobreposio de espectros

    Estabilidade do equipamento

    Homogeneidade

    Textura da superfcie

    Granulometria

    Efeitos da matriz

    Natureza da amostra (umidade)

    detector flutuaes na temperatura ambiente (mximo de 2 C)

  • Vantagens

    Espectros simples e de fcil interpretao

    Anlise rpida e completa

    Elevada exatido e preciso

    No destrutivo (pinturas, joias, arqueologia, moedas)

    Estudo de amostras com caractersticas diversas

    Ex.: Pb e Br na gasolina; Ca, Ba e Zn em leos lubrificantes

    Menor sensibilidade que os mtodos pticos (C = 0,01-100%)

    No aplicvel aos elementos leves

    - Dificuldades na determinao dos elementos de Z < 23

    Desvantagens