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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE PAULA ANTONELA VIEIRA PINTO O IMPACTO DO BALANCED SCORECARD NOS RELATÓRIOS FINANCEIROS DA CST – COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO VITÓRIA 2004

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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE

PAULA ANTONELA VIEIRA PINTO

O IMPACTO DO BALANCED SCORECARD NOS RELATÓRIOS

FINANCEIROS DA CST – COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO

VITÓRIA

2004

1

PAULA ANTONELA VIEIRA PINTO

O IMPACTO DO BALANCED SCORECARD NOS RELATÓRIOS FINANCEIROS DA CST – COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (Fucape), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis – nível Profissionalizante.

Orientador: Prof. Dr. Aridelmo José Campanharo Teixeira

VITÓRIA

2004

2

FICHA CATALOGRÁFICA

Pinto, Paula Antonela Vieira.

O Impacto do balanced scorecard nos relatórios financeiros da CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão. Vitória: Fucape, 2004.

103 p. Dissertação – Mestrado. Inclui bibliografia. 1.Balanced scorecard 2.Relatórios contábeis 3.

Informação contábil 4.Estudo de caso 5. Análise de conteúdo l. Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças II.Título.

CDD - 657

3

A Idelze e Paulo Pinto dedico

este trabalho com todo amor e

gratidão possíveis.

4

AGRADECIMENTOS

Não poderia deixar de agradecer imensamente:

À minha família que sempre torceu, incentivou e sofreu comigo a cada etapa,

principalmente aos meus pais que são grandes exemplos de garra de conquistas

continuas;

Ao Prof. Dr. Aridelmo José Campanharo Teixeira, por todas as sugestões,

críticas, ensinamentos, idéias, e principalmente por sempre tentar colocar-me no

caminho certo para finalização desta dissertação, e ainda, por meio de suas análises

objetivas, amenizar erros e defeitos deste trabalho;

Ao Prof. Dr. Valcemiro Nossa, pela presteza e forma criteriosa de correção

deste trabalho, o que foi essencial para sua conclusão, e também à sua esposa

Silvania, que sempre se mostrou disposta a ajudar na formatação;

Aos Professores Dr. Arilton Teixeira e Dr. Alexandro Broedel, pela sinceridade

e brilhantismo de suas aulas;

A todos os meus colegas de sala pelo companheirismo e pelas divertidas

noites de estudo afora, principalmente Dimitri, Flavia, Luciene, Maria José e Márcio;

A Mariete, grande amiga, que todo o tempo não me deixou desanimar e dizia

que eu era capaz mesmo quando eu nem acreditava nisso.

A equipe do Centro Contábil que estendeu e superou minhas ausências.

A Phelippe, que acompanhou todo o curso e vibrava a cada módulo

concluído, pela compreensão e amor de sempre.

A toda equipe da Fucape que sempre está pronta a atender apelos.

Muito Obrigada por tudo!

5

Neste mundo os otimistas vencem, não porque estejam sempre certos, mas porque são positivos. Mesmo quando erram são positivos, e esse é o caminho da

realização, da correção, do aperfeiçoamento e do sucesso. O otimismo educado, de olhos abertos, compensa; pessimismo só pode oferecer a consolação vazia de

estar certo.

A única lição que se destaca é a necessidade de continuar sempre tentando. Nada de milagres. Nada de perfeição. Nenhum milênio. Nenhum apocalipse.

Devemos cultivar uma fé cética, evitar dogmas, ouvir e observar bem, procurar esclarecer e definir metas, os melhores que escolham os meios.

David S. Landes

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RESUMO

Os mecanismos de governança estão suprindo, em alguns casos, as deficiências que os relatórios contábeis possuem com o objetivo de melhorar sua qualidade. Este trabalho tem por objetivo verificar a influência de uma ferramenta estratégica, no caso em questão o Balanced Scorecard - BSC, nas publicações dos relatórios contábeis das organizações. Com base em um estudo de caso desenvolvido na Companhia Siderúrgica de Tubarão – CST, buscou-se verificar, por meio de análises qualitativas e quantitativas, se as mudanças ocorridas pela implementação do Balanced Scorecard acarretaram também mudanças na maneira como a empresa se comunica com seus stakeholders. Essa ferramenta foi efetivamente implementada em janeiro de 2003. A verificação foi feita em duas etapas: na primeira, verificou-se se os objetivos e indicadores das perspectivas da empresa seriam encontrados nos relatórios em forma de citações diretas ou indiretas. A segunda etapa, por sua vez, foi feita por meio da comparação entre os relatórios anuais, o balanço social e o balanço ambiental da empresa publicados entre os períodos de 1997 a 2003. Nessa comparação foram analisados o aumento do disclousure da informação (análise quantitativa) e a forma como essa informação foi apresentada, verificando seu caráter prospectivo ou retrospectivo (análise qualitativa). Pode-se observar por meio dessas análises um aumento do disclosure da informação divulgada em 2003 pela CST além de um aumento também do conteúdo prospectivo dessa informação. Esse aumento do conteúdo prospectivo é um dos sinais da influência do BSC, uma vez que essa ferramenta tem por intuito fornecer informações para a frente, informações que possam refletir no futuro.

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ABSTRACT

Governance mechanisms are fulfilling the deficiencies of accounting statements aiming at improving their qualities. The target of this paper is to verify the influence of a strategic tool, in this case the Balanced Scorecard, in the releasing of accounting statements of the companies. Based on a case study developed in Companhia Siderúrgica de Tubarão – CST one aimed to verify through qualitative and quantitative analyses if the changes caused by the implementation of the Balanced Scorecard have also brought changes to the way the company communicates with its stakeholders. This tool was effectively implemented in January 2003. The verification was done in two steps: in the first step it was verified if the elements established in the company’s forecasts would be found in the statements. The second step was the comparison of the annual reports, balance sheet and environmental balance sheet of the company that were published between 1997 and 2003. In this comparison it was analyzed the increase of information disclosure (quantitative analyses) and the way this information was presented, verifying their prospective or retrospective characteristics (qualitative analyses). One can observe through these analyzes an increase of information disclosure released by CST in 2003 besides an increase in the prospective content of this information. This increase of the prospective content is one sign of the influence of the BSC as this tool has the objective of supplying information that can show the future.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Análise de conteúdo........................................................................................................... 24 Figura 2: Período Pré e Pós-implantação do BSB................................................................. 26 Figura 3: A Hierarquia das Qualidades da Informação Contábil.......................................... 29 Figura 4: O Balanced Scorecad como Estratégia para a Ação............................................ 37 Figura 5: As perspectivas do BSC.......................................................................................... 43 Figura 6: Organograma CST.................................................................................................... 47 Figura 7: Modelo de articulação para a tradução da visão das perspectivas.................... 50 Figura 8: Cronograma implementação do BSC na CST........................................................ 55 Figura 9: Mapa estratégico corporativo da CST.................................................................... 58 Figura 10: Integração BSC departamentais com o BSC Corporativo................................. 59 Figura 11: Perspectiva da sociedade...................................................................................... 61 Figura 12: Gráfico do total de frases dos períodos............................................................... 107Figura 13: Gráfico do total de frases por tipo de disclosure................................................ 108Figura 14: Gráfico do total de frases retrospectivas e prospectivas.................................. 109

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Desenvolvimento das funções da área de controladoria................................... 16 Quadro 2: Relevância da informação contábil............................................................................... 30 Quadro 3: Valor preditivo da informação contábil....................................................................... 31 Quadro 4: Exemplo do paralelo entre os objetivos do BSC e o relatório anual de 2003... 62 Quadro 5: Perspectiva Financeira..................................................................................................... 65 Quadro 6: Objetivos da Perspectiva de Financeira X Relatório Anual 2003....................... 66 Quadro 7: Perspectiva de mercado.................................................................................................. 69 Quadro 8: Objetivos da Perspectiva de Mercado X Relatório Anual 2003.......................... 70 Quadro 9: Perspectiva da sociedade............................................................................................... 73 Quadro 10: Objetivos da Perspectiva da Sociedade X Relatório Anual 2003..................... 74 Quadro 11: Perspectiva dos processos internos......................................................................... 77 Quadro 12: Objetivos da Perspectiva dos processos Internos X Relatório Anual............ 79 Quadro 13: Perspectiva de aprendizado e crescimento............................................................. 81 Quadro 14: Objetivos das Perspectivas de Aprendizado e Crescimento X Relatório

Anual 2003.........................................................................................................................

82

Quadro 15: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre visão e missão..... 90 Quadro 16: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre Perfil corporativo. 91 Quadro 17: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre principais

indicadores............................................................................................................

92

Quadro 18: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre Mensagem da administração.......................................................................................................

93

Quadro 19: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre mercados e vendas...................................................................................................................

94

Quadro 20: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre produção e tecnologia..............................................................................................................

95

Quadro 21: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre logística................ 96 Quadro 22: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre suprimentos......... 97

10

Quadro 23: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre governança corporativa............................................................................................................

98

Quadro 24: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre desempenho econômico-financeiro..........................................................................................

99

Quadro 25: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre expectativas......... 100Quadro 26: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre investimentos...... 101Quadro 27: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre informações

sociais...................................................................................................................

102Quadro 28: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre informações

ambientais.............................................................................................................

104Quadro 29: Resultado da análise qualitativa e quantitativa................................................. 106Quadro 30: Resultado da análise qualitativa e quantitativa sem as informações sociais

e ambientais..........................................................................................................

108

11

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO........................................................................... 14

1.1 ANTECEDENTES DO TEMA............................................................ 14

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA.................................................................. 19

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................ 20

1.3.1 Objetivo Geral........................................................................ 20

1.3.2 Objetivos Específicos............................................................ 20

1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................ 21

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA..................................................... 22

1.5.1 Quanto à natureza.................................................................. 22

1.5.2 Quanto aos procedimentos técnicos................................... 23

1.5.3 Quanto aos mecanismos de coleta de

dados.................................................................................................

25

1.5.3.1 Análise de conteúdo................................................... 25

1.5.3.2 Entrevistas................................................................... 27

CAPÍTULO 2 2 TRANSPARÊNCIA E MELHORIA DA QUALIDADE DAS

INFORMAÇÕES DIVULGADAS PELAS INSTITUIÇÕES............

29

2.1 CARACTERÍSTICA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL....................... 29

2.1.1 Relevância da informação contábil...................................... 30

2.1.2 Confiabilidade da informação contábil................................ 32

2.2 EVIDENCIAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL........................... 33

CAPÍTULO 3

3 BALANCED SCORECARD....................................................... 35

12

3.1 ORIGEM............................................................................................ 35

3.2 OS PROCESSOS DO BALANCED SCORECARD.......................... 36

3.2.1 Primeiro Processo - Tradução da visão e da

estratégia...........................................................................................

37

3.2.2 Segundo Processo- Comunicação e Comprometimento... 38

3.2.2.1 Estabelecimento de metas................................................ 38

3.2.4 Terceiro Processo - Planejamento de negócios................. 39

3.2.5 Quarto Processo - Feedback e aprendizado....................... 41

3.3 AS PERSPECTIVAS......................................................................... 42

CAPÍTULO 4

4 BALANCED SCORECARD E A CST........................................ 46

4.1 A CST................................................................................................ 46

4.2. IMPLEMENTAÇÃO DO BSC........................................................... 48

4.3 VALUE REPORTING........................................................................ 56

4.4 MAPA ESTRATÉGICO CORPORATIVO DA CST........................... 57

4.5 COMO FUNCIONA O SOFTWARE QUE CONTROLA O BSC....... 60

CAPITULO 5 5 PERSPECTIVAS ADOTADAS E SEU REFLEXO NOS

RELATÓRIOS ANALISADOS................................................................

62

5.1 PERSPECTIVA FINANCEIRA...................................................... 63

5.2 PERSPECTIVA DE MERCADO.................................................... 67

5.3 PERSPECTIVA DA SOCIEDADE................................................. 70

5.4 PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS......................... 75

5.5 PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO............. 79

CAPÍTULO 6

6 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS................................................... 83

6.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................ 83

13

6.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO............................................................... 84

6.3 CATEGORIAS................................................................................... 85

6.4 TIPO DE DISCLOSURE.................................................................... 86

6.5 CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DA INFORMAÇÃO.................... 87

6.6 ANÁLISE POR CATEGORIAS......................................................... 89

6.6.1 Visão e Missão...................................................................... 89

6.6.2 Perfil Corporativo................................................................... 91

6.6.3 Principais Indicadores.......................................................... 92

6.6.4 Mensagem da Administração............................................... 93

6.6.5 Mercado e Vendas................................................................. 94

6.6.6 Produção e Tecnologia......................................................... 95

6.6.7 Logística.................................................................... 96

6.6.8 Suprimentos........................................................................... 97

6.6.9 Governança Corporativa....................................................... 98

6.6.10 Desempenho econômico-financeiro.................................. 99

6.6.11 Expectativas......................................................................... 100

6.6.12 Investimentos....................................................................... 101

6.6.13 Informações sociais............................................................ 102

6.6.14 Informações ambientais...................................................... 103

6.7 RESULTADO DA ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA..... 105

CAPÍTULO 7

7 CONCLUSÃO............................................................................. 110

REFERÊNCIAS............................................................................. 115

14

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 ANTECEDENTES DO TEMA

No século XX houve grandes modificações para as instituições devido à era

da informação. Talvez a mais importante delas seja a mudança de perspectiva no

que diz respeito aos ativos intangíveis que passaram a ter uma importância

estratégica maior nesse novo sistema organizacional.

As tecnologias desenvolvidas e os ativos físicos ainda são importantes para

as empresas, mas os ativos intangíveis assumiram uma posição de destaque para

aquelas que querem ser competitivas.

Conforme Kaplan e Norton (1997, p. 4-6), o novo ambiente organizacional fez

com que as empresas da era da informação tivessem:

a) Processos interfuncionais – melhoria e maior integração dos processos

internos;

b) Ligação com os clientes e fornecedores – melhoria no custo, qualidade

e tempo de resposta, por meio de um sistema integrado que vai do

cliente ao fornecedor;

c) Segmentação de clientes – produtos e serviços customizados, com

menores custos e mais variedade;

d) Escala global – visão de mercado global que também atenda as

expectativas locais;

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e) Inovação – devem-se prever as necessidades e desejos dos clientes

com a incorporação de novas tecnologias aos processos, buscando-se

dessa forma, maior eficiência; e

f) Trabalhadores de conhecimento – os funcionários passam a ser

solucionadores de problemas, em vez de meros operadores.

Nesse sentido, Martins (2004), em palestra realizada na Companhia

Siderúrgica de Tubarão, afirmou que a própria área de Controladoria das empresas

deve acompanhar essas mudanças, adotando uma postura estratégica.

Não cabe à área da Controladoria controlar ou formar os indicadores das

empresas, entretanto deve verificar se cada área está produzindo as informações de

forma correta e tempestivamente. Desse modo, a Controladoria deve fazer um

acompanhamento das informações que estão sendo produzidas.

Esse acompanhamento tem a pretensão de melhorar o monitoramento dos

indicadores institucionais a fim de diagnosticar possíveis problemas nas áreas

analisadas ainda durante o exercício e não ao final.

No Quadro 1, tem-se uma comparação elaborada por Martins (2004) sobre o

desenvolvimento das funções da área de controladoria:

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CONTROLADORIA TRADICIONAL CONTROLADORIA ESTRATÉGICA

Visão voltada para dentro da empresa Visão voltada para todos os stakholders (clientes, fornecedores, empregados, acionistas, concorrentes e sociedade)

Análise de dados e objetivos de curto prazo Análise de dados e objetivos de longo prazo

Preocupação com dados monetários internos Preocupação com dados monetários e físicos como produtividade e qualidade não apenas internos, mas também da concorrência

Pouca interação com outros setores, recolhendo informações sem a preocupação com sua origem

Participa ativamente do Planejamento estratégico da empresa e verifica se as outras áreas da empresa estão produzindo informações de forma coerente.

Consegue diagnosticar as causas apenas no final do exercício

Consegue diagnosticar as causas durante o exercício

Preocupação com o público interno e com acionistas majoritários

Preocupação com o público externo (principalmente com o acionista minoritário) buscando muni-lo de um maior número de informações possíveis (transparência e qualidade da informação)

Fonte: Martins, (2004). Quadro 1: Desenvolvimento das funções da área de controladoria

Para Martins (2004), a controladoria estratégica ainda tem os seguintes focos:

a) Criação de Mensuradores de Participação no Mercado -

Acompanhamento Trimestral;

b) Indicadores da Evolução e Satisfação do Cliente - Acompanhamento

Trimestral de Respostas a Questionários; e

c) Mensuração do Valor da Empresa a cada Semestre - Contratação da

Avaliação.

Além de todas as mudanças operacionais ocasionadas por essa nova era,

surgiram também novas formas de comunicação entre as instituições e a sociedade.

Pode-se observar que algumas empresas estão mais abertas à sociedade,

buscando maior interação com ela.

17

As formas como as organizações podem comunicar-se com a sociedade são

diversas, sendo as demonstrações contábeis as mais conhecidas e difundidas.

Assim, os relatórios financeiros podem apresentar-se como uma importante

ferramenta de comunicação, que pode objetivar a transparência e a credibilidade.

Hoje, no Brasil, há um movimento para aumentar a transparência das informações das empresas, com a inclusão de informações nas demonstrações financeiras e nos relatórios da administração que atendam aos anseios dos investidores, institucionais ou não, e do restante do público interessado nos números e nas atividades da empresa. (...) É importante ressaltar que comunicar aos investidores sobre atividades que agregam valor à empresa e apresentar a importância de ativos não financeiros e intangíveis... não substitui as informações tradicionais, mas agrega valor aos relatórios da empresa, tornando-os mais relevantes para os investidores de hoje (PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2003, p. 16).

Dessa forma, algumas organizações estão apostando que a transparência

das informações financeiras e gerenciais pode trazer bons resultados, não só

melhorando a qualidade e credibilidade das informações, mas também podendo até

trazer bons frutos financeiros.

Outro defensor da corrente que assevera que está ocorrendo um aumento da

transferência das informações pelas empresas é o presidente do Instituto Brasileiro

de Relação com os Investidores, Alfredo Setúbal. Em entrevista à Revista RI –

Relação com Investidores, em 2003, ele afirma que cerca de 50 empresas fazem um

trabalho muito bom de relação com os investidores e que cerca de 21 estão

investindo continuamente no processo de maior comunicação com a sociedade de

uma forma geral (SETUBAL, 2003, p. 6).

Na literatura observada não foi verificada, na teoria contábil, uma

concordância sobre o que deve ou não ser divulgado, cabendo a cada organização

direcionar sua informação para quem escolher, e a quantidade de informação deve

ser divulgada, além daquelas exigidas por lei.

18

Um dos objetivos deste trabalho é analisar como uma ferramenta gerencial

pode influenciar na divulgação das informações de uma organização, inclusive

aumentando sua evidenciação.

Segundo Hendriksen e Breda (1999, p531):

A divulgação oportuna de informação relevante tende a dar aos investidores maior confiança nas informações financeiras a eles disponíveis. A natureza dos dados a serem divulgados depende, em parte, da natureza dos modelos de tomada de decisões (grifo nosso).

O modelo de decisão escolhido para desenvolvimento deste trabalho é o

Balanced Scorecard, que busca acompanhar as mudanças geradas pela era da

informação, uma vez que foca a “geração de valor futuro, investindo em clientes,

funcionários, processos, tecnologia e inovação” (KAPLAN e NORTON, 1997, p. 8).

Kaplan e Norton (2000, p. 27) afirmam que o Balanced Scorecard é um

processo de mobilização (mudança de estratégia, nova visão, novos valores, etc.)

que resultará em um processo de governança. Os autores afirmam ainda que a

implantação do BSC não ocorre apenas em momentos de crise, podendo surgir

como instrumento de afirmação de melhoria contínua e de desempenho futuro

melhor.

Com a implantação de um novo sistema gerencial que propõe a unificação de

estratégias, deve-se imaginar como todos esse fatores refletirão nos vários setores

da empresa, e principalmente como essa mudança pode transformar a forma com

que empresas divulgarão seus resultados.

O Balanced Scorecard não tem o propósito de ser um programa de

comunicação da organização com os acionistas externos, entretanto segundo

Kaplan e Norton “melhores políticas para elaboração de relatórios financeiros

19

nascerão de melhores políticas para confecção de relatórios internos” (KAPLAN e

NORTON, 1997, p. 219).

As empresas que implantam o BSC passam por um primeiro momento, no

qual objetivam estruturar a comunicação e a avaliação interna. Entretanto é

esperado ainda segundo Kaplan e Norton, que:

À medida que a alta administração adquire experiência e confiança na capacidade de monitoração do desempenho financeiro futuro, através das medidas do scorecard, acreditamos que encontrarão formas de comunicar essas medidas aos investidores externos sem revelar informações sensíveis que comprometam sua competitividade (KAPLAN e NORTON, 1997, p. 219).

Deve-se acreditar, portanto, que o BSC pode proporcionar influência nas

demonstrações contábeis e principalmente nos relatórios que as acompanham, ou

seja, em demonstrações complementares, como no caso estudado, buscando

fornecer informações gerenciais e principalmente previsões da organização.

Segundo Hendriksen e Breda (1992, p. 92):

A aceitação de outras fontes relevantes de informação financeira é um afastamento significativo em relação ao pensamento anterior, de que toda informação importante deveria estar refletida nas próprias demonstrações financeiras.

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

De acordo com o contexto discutido, este trabalho procura responder à

seguinte questão: Qual o impacto que a implantação do Balanced Scorecard na

CST- Companhia Siderúrgica de Tubarão - causou no disclosure de seus

relatórios contábeis?

20

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar os efeitos da implantação do BSC nos relatórios publicados, por

meio da análise de possíveis mudanças ocorridas na forma de divulgação das

informações da CST.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para o alcance do objetivo geral, são delineados os seguintes objetivos

específicos:

OE1 – Identificar ocorrências em forma de citações diretas ou indiretas nas

demonstrações do ano de 2003 que refletem as perspectivas e objetivos definidos

pelo BSC da CST;

OE2 – Verificar os reflexos quantitativos do BSC, por meio da análise de

conteúdo, no disclosure da informação nos relatórios de 1997 a 2003 publicados

pela CST;

OE3 – Verificar os reflexos qualitativos do BSC, por meio da análise de

conteúdo, no que diz respeito às informações prospectivas e retrospectivas nos

relatórios de 1997 a 2003 publicados pela CST.

21

1.4 JUSTIFICATIVA

Percebe-se que há grande difusão do tema Balanced Scorecard. Até o ano de

2000, o primeiro livro publicado por Kaplan e Norton - A Estratégia em Ação –

Balanced Scorecard – havia sido traduzido para 19 idiomas, já havendo ainda dois

volumes da continuidade da série.

Em termos práticos são muitos os casos de implantação dessa ferramenta.

Podemos citar como exemplo algumas instituições que já implantaram o BSC, sendo

elas: Cirque du Soleil, Coca Cola, Thornton Oil, Bank of América, National City Bank,

New York Stock Exchange, Northwestern Mutual, DaimlerChrysler, Motorola, Nextel

Communications, Nokia, Bayer ,Blue Cross Blue Shield, Pfizer, American Airlines,

PriceWaterhouseCoopers, Canon, Aracruz Celulose, Companhia Vale do Rio Doce,

Hewlett Packard, Microsoft, Seagate, entre outras (Kaplan e Norton, 2000, p. 8 e

Internet).

Por esses fatores, não se pode mais negar a importância do BSC como

ferramenta gerencial nem a necessidade de que mais estudos comprovem

resultados e evidências do seu desenvolvimento dentro das instituições.

Grande parte dos trabalhos desenvolvidos sobre o tema limita-se a analisar

aspectos teóricos do BSC, e os mais recentes procuram verificar aspectos da

implantação desse sistema, tais como: Costa (2001), Texeira (2004), Soares Junior

(2004), Osório (2003), Giuntini (2003), Ribeiro ( 2004) e Togo ( 2003).

Dessa forma, possuem grande validade trabalhos que busquem informações

sobre resultados obtidos da utilização do Balanced Scorecard e de seus possíveis

impactos.

22

Outro importante fato é verificar se os relatórios da CST estão acompanhando

as necessidades dos investidores externos, uma vez que estes estão mais

preocupados não apenas com relatórios financeiros sobre o desempenho passado,

mas também com informações que possam ajudar a prever desempenho futuro.

Essa verificação será possível por meio da análise qualitativa das informações.

Kaplan e Norton (1997, p. 40) afirmam que as informações sobre novos

produtos, investimentos, grau de satisfação dos clientes e expectativas da alta

gerência (medidas não-financeiras de desempenho) são de extrema utilidade para

investidores e analistas:

Os usuários estão preocupados com o futuro, enquanto os relatórios das empresas de hoje focalizam o passado. Embora as informações sobre o passado sejam indicadores úteis do desempenho futuro, os usuários também precisam de informações voltadas para a frente (KAPLAN e NORTON, apud AICPA, p 40).

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA

1.5.1 Quanto à natureza

Em relação à natureza da pesquisa, pode-se afirmar que ela será empírico-

analítica, uma vez que busca conhecimentos de aplicação prática, envolvendo

suposições e interesses locais (SILVIA, 2001 p. 20).

Com base em Martins (2000, p. 26), pode-se afirmar que a pesquisa empírico-

analítica possui:

A utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente quantitativos. Privilegiam estudos práticos. Suas propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista. Têm forte preocupação com a relação causal entre as variáveis. A avaliação da prova cientifica é

23

busca através de testes dos instrumentos, graus de significância e sistematização das definições operacionais.

Esta pesquisa se concentrará na análise das informações que foram

divulgadas pela CST, após a adoção de uma nova ferramenta gerencial. Esta

análise, portanto, será subjetiva, utilizando-se da análise de conteúdo e da análise

estatística descritiva.

1.5.2 Quanto aos procedimentos técnicos

No que se refere aos procedimentos técnicos, pode-se afirmar que esta

pesquisa é bibliográfica, documental e estudo de caso:

a) Bibliográfica – uma vez que são utilizados para embasamento teórico

livros, revistas, artigos científicos, periódicos, dados da Internet, etc, ou

seja, como a pesquisa utiliza um material já elaborado, ocorre a

seleção, análise e interpretação de contribuições teóricas já existentes;

b) Documental – a pesquisa pode ser tratada como documental, uma vez

que são analisados relatórios publicados pela CST no período de 1997

a 2003; e

c) De Estudo de caso – O Estudo de Caso será desenvolvido na

Companhia Siderúrgica de Tubarão, com o apoio do setor de

Controladoria da empresa, para fazer uma análise comparativa entre

relatórios contábeis divulgados antes e depois da utilização do BSC.

24

São analisadas as principais mudanças ocorridas nos relatórios da empresa

em todos os aspectos possíveis, entre os quais: aspectos formais, conteúdo,

objetividade dos relatórios, etc. É verificado ainda se os relatórios financeiros estão

refletindo as perspectivas e estratégias desenhadas no BSC.

Poderão ser comparados entre os relatórios fatores como: transparência das

informações prestadas, inovação, relatórios da administração, apresentação da

publicação, qualidade e grau de informação contida nas Notas Explicativas, entre

outros.

Para verificação do estudo, são analisados sete anos, devido ao fato de que a

implantação do BSC teve início no final de 2001, sendo totalmente implantado em

2003. Por isso apresenta-se uma representação gráfica para melhor compreensão

de cada período, denominado o ano de 2001 como P0 como demonstrado na Figura

1. A Figura traça os anos estudados indicando o período pré e pós implantação do

BSC.

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 1: Período Pré e Pós implantação do BSC

A análise nos relatórios é efetuada em duas etapas. Na primeira etapa

(capítulo 5) são demonstradas todas as perspectivas com seus objetivos e

indicadores específicos. Para cada objetivo da perspectiva é verificado se existem

P0 2001

P-3 1998

P-4 1997

P-2 1999

P-1 2000

P1 2002

P2 2003

P0 – Implantação do BSC

25

elementos citados nos relatórios correspondentes. Ou seja, como as perspectivas

foram construídas antes de 2003, os relatórios desse período já devem esboçar de

alguma forma esses objetivos e indicadores.

A segunda etapa (capítulo 6) é desenvolvida por meio da análise de conteúdo

em que são feitas uma análise quantitativa, buscando identificar o aumento do

disclosure da informação, e uma análise qualitativa que tem por meta verificar se os

relatórios analisados estão buscando evidenciar informações prospectivas da

empresa, e se, dessa forma, estão de acordo com os preceitos do BSC.

1.5.3 Quanto aos mecanismos de coletas de dados

Esta pesquisa utilizou-se de dois mecanismos de coletas de dados: a análise

de conteúdo e a entrevista, que serão detalhados nos tópicos a seguir.

1.5.3.1 Análise de conteúdo

A análise de conteúdo é um “conjunto de técnicas de análise das

comunicações” (BARDIN, 1977, p. 30) que tem por objetivo enriquecer a leitura e

ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por trás da mensagem analisada.

Bardin (1977, p. 30) afirma que a análise de conteúdo possui duas funções

básicas: função heurística – aumenta a prospecção à descoberta, enriquecendo a

tentativa exploratória; - função de administração da prova – em que a análise busca

provas para afirmação de uma hipótese.

26

Assim, a análise de conteúdo busca o que está em segundo plano na

mensagem que se estuda, buscando outros significados intrínsecos na mensagem,

como demonstrado na Figura 2.

(Se) (So) (Se) (So) Leitura Normal Se – significantes Variáveis Inferidas So – significados Análise de Conteúdo Fonte: Bardin (1977, p. 42) Figura 2: Análise de conteúdo

Bardin (1977, p. 41) sobre a figura afirma:

A leitura efectuada pelo analista, do conteúdo das comunicações, não é, ou não é unicamente, uma leitura “à letra”, mas antes o realçar de um sentido que se encontra em segundo plano. Não se trata de atravessar significantes para atingir significados, à semelhança da decifração normal, mas atingir através de significantes ou de significados (manipulados), outros “significados”...

Com base nos objetivos descritos e com o intuito de atingir essas duas

funções é que a metodologia da análise de conteúdo é a técnica que mais se

encaixa para a execução do trabalho proposto.

Este trabalho se propõe, por meio da análise de conteúdo, extrair

comparativamente, durante um período, a origem da mensagem, observando o

contexto em que ela foi produzida. Busca-se verificar se a mensagem analisada, nos

relatórios contábeis da CST é susceptível às ferramentas gerenciais utilizadas pela

empresa, que neste caso é o BSC.

Por fim, Bardin (1977, p. 42) conceitua análise de conteúdo como :

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos, sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo de mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de

27

conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.

Os atributos da análise de conteúdo, segundo Grawitz (apud FREITAS, 2000,

p. 40) são:

a) Ser objetivo – uma vez que existem regras e diretrizes que conduzem

o analista;

b) Ser sistemático – “pois todo o conteúdo deve ser ordenado e

integrado nas categorias escolhidas, em função do objetivo

perseguido”; e

c) Ser quantitativo – por meio da evidenciação de elementos

significativos.

Como afirma Nossa (2002, p. 173) a análise de conteúdo é pouco utilizada

nas “pesquisas contábeis de maneira geral, mas é fácil encontrar na literatura de

contabilidade ambiental pesquisas que buscam examinar e medir o disclosure

ambiental e social e que se utilizam dessa técnica”.

Assim, observa-se que a análise de conteúdo parece ser a metodologia

adequada para o desenvolvimento deste trabalho, com o intuito de medir a evolução

do disclosure da informação e verificar sua relação com o Balanced Scorecard.

1.5.3.2 Entrevista

Para execução deste trabalho e coleta de dados, foi feita entrevista com o

Gerente de Controladoria da CST, realizada em 9 de agosto de 2004.

28

Tratou-se de uma entrevista semi-estruturada, por meio de uma conversação

objetiva, com o intuito obter dados relevantes sobre a origem, implementação,

processos e etapas do Balanced Scorecard na CST.

Os principais pontos da entrevista foram:

a) Como foi feita a opção pelo BSC;

b) Etapas da implementação do BSC;

c) Principais problemas de implementação;

d) O porquê da escolha de 5 perspectivas e não 4, como afirmam Kaplan

e Norton;

e) Como foi feita a comunicação interna do BSC;

f) Como funciona o sistema de informação; e

g) Existem planos para se fazer uma comunicação aos investidores

externos sobre o BSC da CST?

As informações extraídas da entrevista serão abordadas no Capítulo 4.

29

CAPÍTULO 2

2 TRANSPARÊNCIA E MELHORIA DA QUALIDADE DAS

INFORMAÇÕES DIVULGADAS PELAS INSTITUIÇÕES

2.1 CARACTERÍSTICA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Não se pode falar de informação contábil sem se abordarem antes as

características qualitativas da informação contábil definidas pelo Fasb em seu

Statement nº 2 apud, Hendriksen e Breda, 1999, p. 95.

As características qualitativas da informação contábil são os elementos que

têm por objetivo torná-la útil (HERDRIKSEN e BREDA, 1999, p. 95). Essas

características seguem a orientação do objetivo da contabilidade, que tem por foco o

usuário da informação contábil.

Fonte: Hendriksen e Breda (apud Santos ,1998, p 10) Figura 3: A Hierarquia das Qualidades da Informação Contábil

VALOR PREDITIVO

TOMADORES DE DECISÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS

BENEFICIO > CUSTO

“UNDERSTANDABILITY”

UTILIDADE PARA DECISÃO

RELEVÂNCIA CONFIABILIDADE

COMPARABILIDADE

MATERIALIDADE

VALOR DE RETORNO

OPORTUNIDADE VERIFICABILIDADE NEUTRALIDADE FIDELIDADE REPRESENTATIVA

30

A primeira qualidade seria a relação de custo X benefício da informação

contábil. Essa qualidade, apesar de parecer um tanto imprescindível, é de difícil

mensuração. Fica ainda prejudicada a eficácia da verificabilidade dessa qualidade,

uma vez que é ainda muito difícil para a empresa verificar o benefício real de uma

informação.

As qualidades estão divididas em dois tópicos que são subordinados à

compreensibilidade da informação divulgada e à utilidade para a tomada de decisão

(objetivo da contabilidade), são elas: relevância e confiabilidade.

2.1.1 Relevância da informação contábil

O Fasb definiu relevância como “a capacidade de a informação fazer

diferença numa decisão, auxiliando o usuário a realizar predições sobre os efeitos de

eventos passados, presentes e futuros, ou a continuar ou a corrigir expectativas

anteriores” (SANTOS, 1998, p. 10).

Dessa forma, como demonstrado no fluxograma da Figura 3, a informação,

para ser relevante, deve ter pelo menos valor preditivo e valor de retorno (feedback),

e ainda ser oportuna.

RELEVÂNCIA

Relevância para metas

Alcançada quando a informação permite que os objetivos dos usuários sejam atingidos. É difícil de ser verificada, já que os objetivos e as metas são subjetivos.

Relevância semântica

Alcançada quando o receptor da informação compreende o pretendido pela informação reportada. Um requisito essencial, mas não o objetivo fundamental.

Relevância para tomada de decisão

Alcançada quando a informação facilita a decisão tomada pelos usuários. Este é o objetivo fundamental definido pelo Fasb

Fonte: Hendriksen e Breda (1999, p. 97) Quadro 2: Relevância da informação contábil

31

VALOR PREDITIVO

Predição Direta Fornecimento de previsões pelos administradores: por exemplo, fluxos de caixa projetados. Potencial má utilização e tendenciosidade, nos casos de previsões inexatas, restringem seu uso.

Predição Indireta Fornecimento de dados passados: por exemplo, fluxo de caixa passados para capacitar os usuários a prever fluxos de caixa futuros. Pressupõe alta correlação entre eventos passados e futuros, o que pode não ser correto.

Indicadores adiantados

Fornecimento de dados cujo mecanismo precede o mecanismo dos objetivos ou eventos a serem previstos: por exemplo, crescentes taxas de prejuízo podem preceder uma deterioração nos fluxos de caixa. Assume que indicadores que conduziram a turning points no passado irão continuar a fazê-lo no futuro.

Informação comprobatória

Fornecimento de dados contábeis que podem ser usados para prever outros dados: por exemplo uma crescente taxa de retorno sobre o ativo pode refletir um aumento da eficiência gerencial, que pode anunciar um acréscimo no fluxos de caixa. Assume que o relacionamento entre os dados contábeis e outros dados é conhecido.

Fonte: Hendriksen e Breda (1999, p. 98) Quadro 3: Valor preditivo da informação contábil

Bushman e Col (apud Lopes, 2002, p. 9) afirmam que:

A contabilidade funciona como um mecanismo de redução da assimetria da informação e de conflitos, de forma que modelos contábeis mais “fracos” fazem com que as empresas adotem outros mecanismos de governança corporativa para controlar as ações dos administradores que não seriam necessários com os modelos contábeis mais informativos. Nesse sentido, verifica-se quão ampla é a influência da qualidade dos padrões contábeis no mecanismo de gestão e controle da empresas.

Pode-se observar dessa forma como os processos internos devem estar em

consonância com os relatórios contábeis. Caso contrário, estes perdem o sentido,

perdem parte de sua razão principal, que é o fornecimento de informação útil e

relevante.

Os mecanismos de governança estão suprindo algumas deficiências que os

relatórios contábeis possuem e, por fim, melhorando a qualidade e utilidade deles.

32

2.1.2 Confiabilidade da informação contábil

A função da característica confiabilidade segundo Hendriksen e Breda (1999,

p. 99) é: fidelidade de representação, verificabilidade e neutralidade.

Fasb (apud HENDRIKSEN e BREDA, 1999, p. 99) afirma que a fidelidade de

representação é a “correspondência ou concordância entre uma medida ou

descrição e o fenômeno que visa a representar (às vezes chamada de validade)”.

A fidelidade representativa fica mais limitada no que diz respeito à descrição

dos fenômenos que não possuem interpretação econômica, uma vez que nestes

itens dificilmente se consegue apurar com precisão o resultado de sua precificação.

A verificabilidade, por sua vez, é uma característica que pressupõe a

ausência de avaliação subjetiva e viés pessoal, ou seja, é a característica que

determina que a informação deva ficar imune da interpretação do mensurador,

podendo essa informação ser verificada por outra pessoa.

É nesta afirmação que se deve basear a verificabilidade. Dificilmente será

produzida uma informação contábil sem o viés do mensurador. A verificabilidade

ocorre quando uma informação pode ser concluída da mesma forma por indivíduos

diferentes.

A neutralidade, por fim, segundo Hendriksen e Breda (1999, p. 100) quer dizer

que “não há viés na direção de um resultado predeterminado”.

33

2.2 EVIDENCIAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

A transparência da informação contábil e um maior diclosure têm-se

apresentado como uma importante ferramenta estratégica, uma vez que tais atitudes

adotadas pela empresa beneficiam os usuários externos da informação contábil.

Sabe-se que é tarefa difícil fornecer informações específicas para cada um

dos usuários, mas tal exigência já está presente no mercado.

Segundo Giuntini (2000, p. 6):

Julgamos que o ideal seja o mercado requerer uma alta qualidade de evidenciação e valorizar as empresas que assim procedam... por meio da competitividade dos mercados, as empresas devem ser requeridas a procurar melhorar a sua reputação pela apresentação de informações contábeis adicionais de forma voluntária.

Iudicibus (1997, p. 112) apresenta os tipos de evidenciação como sendo:

a) Forma e apresentação das demonstrações contábeis;

b) Informação entre parênteses – que tem por objetivo dar, dentro das

demonstrações contábeis, explicações curtas sobre títulos, contas, etc;

a explicação pode ter por objetivo dar uma informação complementar

àquele dado;

c) Notas explicativas –muito utilizados nas publicações brasileiras; nesse

método de disclosure, busca-se evidenciar informações que não

podem ser colocadas no corpo das demonstrações contábeis;

d) Quadros e demonstrativos suplementares;

e) Comentários do auditor; e

34

f) Relatório da diretoria.

Deve existir a preocupação por parte da organização de evidenciar os

controles internos para que as futuras decisões de seus usuários externos estejam

com um maior embasamento.

A divulgação de controles internos também pode proporcionar uma

compreensão maior do estado da empresa.

35

CAPÍTULO 3

3 BALANCED SCORECARD

3.1 ORIGEM

O Balanced Scorecard tem por objetivo traduzir a missão e a estratégia das

empresas por meio de conjunto abrangente de medidas de desempenho que

formará um sistema de medição e gestão estratégica.

O BSC é instrumento que integra as medidas derivadas da estratégia e as

medidas financeiras do desempenho passado, e que mede o desempenho

organizacional sob quatro perspectivas equilibradas: financeira, do cliente, dos

processos internos da empresa, e do aprendizado e crescimento.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p.23) o BSC no início tratava de

mensuração e não de estratégia. Acreditava-se que confiar exclusivamente em

indicadores financeiros poderia induzir as empresas a opções errôneas, já que essas

mensurações se concentram em resultados, conseqüência de ações passadas.

Com base nessa premissa, as mensurações do desempenho financeiro foram

complementadas com outros vetores do desempenho futuro. No entanto,

recomenda-se que os objetivos e indicadores do BSC – financeiros e não financeiros

– tenham como ponto de partida a visão e a estratégia da organização. Desse modo,

o BSC converteu-se em uma ferramenta para a gestão da estratégia (KAPLAN e

NORTON, 2001).

Kaplan e Norton (1997, p.28) afirmam que o BSC reflete o equilíbrio entre

objetivos de curto e longo prazos, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre

36

indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e

externa de desempenho. Esse conjunto abrangente de medidas serve de base para

o sistema de medição e gestão estratégica, por meio do qual o desempenho

organizacional é mensurado de maneira equilibrada, sob as quatro perspectivas,

contribuindo, dessa forma, para que as empresas acompanhem o desempenho

financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na construção de

capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento

futuro.

3.2 OS PROCESSOS DO BALANCED SOCRECARD

O balanced scorecard possui quatro processos que conectam, por meio de

indicadores, os objetivos e metas de longo prazo com as ações de curto prazo.

Os processos definidos por Kaplan e Norton (2000, p. 36) são:

a) traduzir a visão;

b) comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;

c) planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas (planejamento dos

negócios); e

d) fornecer feedback e aprendizado estratégico.

A Figura 4 demonstra os processos e suas etapas que adiante serão mais

detalhadas.

37

Fonte: adaptação do quadro Kaplan e Norton apud Logo, 2003,p. 20. Figura 4: O Balanced Scorecad como estrutura para Ação

3.2.1 Primeiro processo - Tradução da visão e da estratégia

A missão de uma empresa deve ser colocada em prática usando os

empregados de alta qualificação para prestar serviços que ultrapassem as

necessidades dos clientes. Mas, se os gerentes não souberem transformar a

estratégia em ações apropriadas, vai existir uma lacuna entre a declaração de

missão e as ações no dia-a-dia dos empregados. Essa ações, desvinculadas da

missão, deixam contribuir para a concretização da visão empresarial (KAPLAN e

NORTON, 1997, p. 11).

1º processo: Esclarecer e Traduzir a Visão e a Estratégia • Esclarecer a visão • Obter consenso

BALANCED

SCORECARD

4º processo: Feedback e Aprendizado • Testar hipótese • Ajustar das

estratégias • Facilitar a revisão de

estratégica e aprendizado

2º processo: Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas • Comunicação e

educação • Fixação de metas • Compreensão das

metas

3º processo: Planejar de Negócios • Fixação de metas • Alinhamento de

iniciativas estratégicas • Alocação de recursos • Estabelecimento de

marcos de controle

38

3.2.2 Segundo processo - Comunicação e Comprometimento

Todas as pessoas da organização devem entender qual é a estratégia

empresarial adotada pela empresa. Na criação do Balanced Scorecard, os

executivos de alto escalão formulam os objetivos financeiros e de atendimento ao

cliente, em seguida, os nos outros níveis de gerentes, formulando objetivos dos

processos de negócios internos e objetivos de aprendizado e crescimento (PATON

et al., 2000, p. 8).

Para se obter informações incorporadas aos objetivos internos e maior

entendimento das metas de longo prazo, é de suma importância a participação dos

executivos na criação do BSC.

Após a criação e definição de todos os objetivos e estratégia outro passo

importante é a criação de um programa de comunicação com base ampla,

compartilhando com todos os empregados a estratégia e os objetivos críticos que

eles têm que atingir, se quiserem que a estratégia seja bem sucedida.

3.2.2.1 Estabelecimento de metas

Os objetivos e os indicadores estratégicos de alto nível da organização devem

ser transformados em objetivos e indicadores para gerir unidades operacionais e

pessoas. O scorecard contém três níveis de informação segundo PATON et al, 2000,

p. 9:

a) Descrever os objetivos, as medidas e as metas da empresa;

39

b) Transformar metas da empresa em metas para cada unidade de

negócios; e

c) Articular, no terceiro nível de informação, objetivos próprios das

equipes e do resto da instituição, para que haja com consistência entre

os objetivos da unidade de negócios e os da empresa.

3.2.4 Terceiro processo - Planejamento de Negócios

Um dos objetivos do Balanced Scorecard é incrementar mudanças

organizacionais. Metas devem ser estabelecidas para os objetivos do scorecard com

três a cinco anos de antecedência, as quais, se alcançadas, poderão trazer

mudanças para a empresa. Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 14), as metas

deverão representar uma descontinuidade no desempenho da unidade de negócio,

devendo dobrar o retorno sobre o capital investido.

Sobre o retorno de capital, Paton et al., 2000, p. 8 afirmam:

Para que se alcance esse objetivo financeiro, metas de superação para seu processo de atendimento ao cliente, processo interno e objetivos de aprendizado e crescimento, devem ser estabelecidos. As metas de superação podem ter diversas origens. Metas que vêm da satisfação ou da superação das expectativas do cliente devem ser tomadas como mais importantes. Na procura de um desempenho excepcional, as preferências dos clientes atuais e potenciais devem ser examinadas.

Depois de estabelecidas as metas para cada perspectiva, os executivos

estarão em condições de alinhar suas iniciativas estratégicas de qualidade, tempo e

respostas e reengenharia, para alcançar resultados extraordinários. Dessa forma, o

Balanced Scorecard oferece foco e integração para melhoria contínua, a

reengenharia e programas de transformação.

40

Essas metas estratégicas vêm do scorecard, tais como redução do tempo dos

ciclos dos processos dos pedidos, redução de lançamentos de novos produtos e

aumento da qualificação dos funcionários. Por meio de uma série de relações de

causa e efeito incorporadas ao Balanced Scorecard, essas capacidades acabam

sendo transformadas em um desempenho superior (PATON et al, 2000, p. 10).

Sobre essa sinergia proporcionada pelo BSC, diz Rezende (2003, p. 87):

Por meio do Balanced Scorecard, permite-se que a empresa integre seu planejamento estratégico ao processo anual de orçamento. Os usuários do scorecard escolhem pontos de controle de progresso a partir da aplicação das quatro perspectivas do scorecard e estabelecem metas para cada uma delas.

Na seqüência, determinam as ações que os conduzirão às suas metas, identificando os indicadores que eles aplicarão a esses direcionadores, a partir das quatro perspectivas: financeira, mercado, processos internos e aprendizado e conhecimento. Assim, estabelecem marcos de curto prazo que avaliarão o progresso ao longo dos caminhos estratégicos que escolheram. Os marcos de controle são expressões tangíveis das crenças dos gerentes sobre em que grau seus programas atuais afetarão os indicadores.

No final do processo de planejamento de negócio, os gerentes deverão

segundo (PATON et al, 2000, p. 10):

a) ter estabelecido metas para os objetivos de longo prazo que eles

gostariam de atingir em todas as quatro perspectiva do scorecard;

b) ter identificado as iniciativas estratégicas exigidas e destinado os

recursos necessários a essas iniciativas; e

c) ter estabelecido marcos de controle para os indicadores que marcam o

progresso em direção à obtenção das metas estratégicas da empresa.

41

3.2.4 Quarto processo - Feedback e Aprendizado

O balanced scorecard deve dar à empresa a capacidade de efetuar pesquisas

em tempo real. Os executivos precisam saber, em qualquer ponto de sua

implementação, se o que foi planejado está de fato acontecendo, e, se não, o por

quê.

Panton e outros, 2000, p. 12 informam que:

Traduzindo a visão, a comunicação, o comprometimento e o planejamento de negócio são os três primeiros passos do processo de gestão que são importantes para a implementação da estratégia, porém não são suficientes em um mundo imprevisível. Juntos formam um importante ciclo no processo de aprendizado, ciclo no sentido de que qualquer desvio da trajetória do objetivo deve ser tratado como exceção a ser revista. No processo de aprendizagem, esse ciclo não requer nem facilita um novo exame, tanto da estratégia quanto das técnicas usadas para implementá-la.

Algumas ferramentas de gestão de finanças tratam do desempenho a partir

de uma perspectiva e não envolvem aprendizado estratégico, por isso não podem

comprometer os executivos no ciclo duplo de aprendizagem. O aprendizado

estratégico consiste em obter feedback, testar as hipóteses sobre as quais a

estratégia esteve baseada e fazer os ajustes necessários.

Segundo Kaplan e Norton, 1997, p. 261 e seguintes, o Balanced Scorecard

fornece três elementos que são essenciais ao aprendizado estratégico. Em primeiro

lugar, articula a visão compartilhada sobre a empresa, definindo, em termos claros e

operacionais, os resultados que a empresa, como um todo, está tentando atingir. O

scorecard comunica um modelo global que liga os esforços isolados e suas

realizações aos objetivos da unidade de negócios.

Em segundo lugar, o BSC fornece um sistema essencial de feedback

estratégico. Um sistema de feedback estratégico deve ser capaz de testar, validar e

42

modificar as hipóteses contidas na estratégia de uma unidade de negócio. Ao

estabelecer metas de curto prazo, ou macros de controle, dentro do processo de

planejamento de negócios, os executivos estão prevendo a relação entre as

mudanças nos direcionadores de desempenho e a implicação em uma ou mais

metas específicas.

Em terceiro lugar, o scorecard facilita a revisão da estratégia que é essencial

ao aprendizado estratégico. Tradicionalmente, as empresas se reúnem mensal e

trimestralmente para analisar resultados financeiros do período. Essas discussões

se concentram no desempenho passado e nas explicações da razão pela qual os

objetivos financeiros não foram atingidos.

O balanced scorecard, com sua especificação da relação de casualidade

entre os direcionadores de desempenho e objetivos, permite aos executivos da

corporação e da unidade de negócio utilizar suas sessões de revisão periódica para

avaliar a legitimidade da estratégia da unidade e a qualidade de sua execução.

3.3 AS PERSPECTIVAS

O BSC é uma ferramenta gerencial de avaliação de desempenho. As

decisões, decorrentes dessa avaliação, que nortearão o futuro da empresa,

dependerão não só dos relatórios financeiros e contábeis, mas também da relação

desta com seus funcionários, clientes, fornecedores e todas aquelas pessoas (físicas

ou jurídicas) que interagem, direta ou indiretamente, com a organização (GIUNTINI,

2000, p. 55).

43

A Figura 5 mostra cada perspectiva (perspectiva financeira, do cliente, dos

processos internos e perspectiva do aprendizado e conhecimento) do Balanced

Scorecard e como elas estão ligadas à visão da empresa.

Fonte: Giuntini (2003, p. 55) Figura 5: As perspectivas do BSC

Perspectiva financeira – Aborda as conseqüências econômicas das

decisões estratégicas da empresa no que tange ao curto prazo. Mensura a

lucratividade e a participação do produto no mercado. São exemplos de indicadores

dessa perspectiva:

a) percentual de participação do produto no mercado;

b) retorno sobre o investimento;

c) EVA – Valor Econômico Agregado; e

d) fluxo de Caixa líquido.

PERSPECTIVA FINANCEIRA

PERSPECTIVA DO

CLIENTE

APRENDIZADO OPERACIONAL

PERSPECTIVA DE

PROCESSOS

VISÃO VISÃO

44

Perspectiva do cliente – Aborda os mercados e clientes-alvo da empresa,

para, com base nisso, traduzir as declarações de missão e estratégia em objetivos

específicos. Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 68), as empresas que tentam ser

tudo para todo mundo normalmente acabam não sendo nada para ninguém. Para

tanto, as empresas precisam identificar os segmentos de mercado em suas

populações atuais e potenciais de clientes. São exemplos de indicadores dessa

perspectiva:

a) Participação de clientes;

b) Retenção de clientes;

c) Captação de clientes;

d) Satisfação de clientes; e

e) Lucratividade de clientes.

Perspectiva dos processos internos – identifica os processos críticos para

a empresa alcançar a excelência empresarial, surgindo posteriormente às

perspectivas financeiras e de clientes. Nesse sentido, são exemplos de medidas de

desempenho:

a) Inovação;

b) Operações; e

c) Serviços de pós-venda.

Perspectiva do aprendizado e crescimento – levantamento da infra-

estrutura que a empresa deve construir para gerar crescimento e melhoria de longo

45

prazo. Com essa perspectiva, a organização se propõe avaliar de maneira integrada

três grupos de agentes internos: pessoas, sistemas e procedimentos

organizacionais. E os indicadores de desempenho podem ser mensurados sob três

óticas:

a) Satisfação dos funcionários;

b) Retenção de funcionários; e

c) Produtividade dos funcionários.

O diferencial do BSC em relação a outras medidas de desempenho se

concentra em dois fatores:

a) a integração da estratégia com os objetivos e metas da empresa; e

b) a qualidade dos indicadores de desempenho, alinhados à estratégia

empresarial.

O BSC indica as atividades críticas na geração de valor por meio da avaliação

de desempenho.

Definir as atividades críticas do processo organizacional é crucial para a

gestão, pois conhecer a realidade da atividade possibilitará ao gestor identificar,

avaliar, controlar e interferir no processo evolutivo empresarial.

46

CAPÍTULO 4

4 BALANCED SCORECARD E A CST

4.1 A CST1

A Companhia Siderúrgica de Tubarão é a maior produtora mundial de semi-

acabados do aço com cerca de 20 anos de funcionamento, sendo controlada por

grupos nacionais e estrangeiros desde a sua privatização em 1992.

A empresa diversificou a sua produção em 2002 com a implantação de um

Laminador de Tiras a Quente (LTQ). Em 2004, a CST possui meta de produção de 5

milhões de toneladas/ano, com a finalização da montagem da Central Termelétrica 4

(CTE 4), o que garante também a auto-suficiência energética da CST, mesmo com a

operação do LTQ.

Localizada na região da Grande Vitória, entre os municípios de Serra e

Vitória, a empresa possui uma área total de 13,5 milhões de m², e é servida por uma

aparelhada malha rodo-ferroviário: Estrada de Ferro Vitória-Minas e Ferrovia Centro

- Atlântica (antiga Rede Ferroviária Federal) e Rodovias BRs -101/262. Também é

ligada a um complexo portuário entre os mais eficientes do mundo, em que se

destaca o porto de Praia Mole.

A estrutura organizacional da empresa pode ser verificada no organograma

da Figura 6

1 Todos os dados do item 4.1 são originados de pesquisa na Internet. Site:www.cst.com.br, acesso em 03 de agosto de 2004.

47

Fonte: adaptação do organograma disponível em <www.cst.com.br> acesso em 03 ago 2004 Figura 6: Organograma CST

48

4.2. IMPLEMENTAÇÃO DO BSC2

A CST, segundo a gerência da controladoria corporativa, é uma empresa que

se utiliza do planejamento empresarial como uma ferramenta de gestão em que se

desdobram diretrizes estratégicas, departamentais e operacionais. E esse

planejamento era renovado a cada ano, ou seja, a empresa sempre começava do

zero, traçando a cada ano suas metas para cada setor.

Existe na empresa uma discussão sobre as metas e objetivos de cada

período, entretanto faltava uma ferramenta que pudesse trazer reflexão e,

principalmente, monitoramento no desenvolvimento das tarefas. Havia o desejo de se

medir a estratégia durante todo o período e não apenas no final de cada ciclo.

As tarefas da empresa precisavam ser monitoradas continuamente e não

apenas após um longo período.

Um problema para a empresa eram os índices utilizados para medir o

desenvolvimento, tais como: volumes operacionais, qualidade do produto, satisfação

do cliente, atendimento de metas de qualidade operacional, aumento patrimonial,

valor da ação. Essas medidas, com o tempo, foram consideradas dispersas e

desconectadas, e não abrangentes. E a sua maioria só poderia ser verificada no final

do período o que não estava mais satisfazendo as necessidades da empresa.

Foi detectado então que a empresa precisava de um sistema que permitisse

fazer avaliações em um período mais curto, podendo verificar se seus resultados

estavam sendo atingidos durante todo o processo. A verificação de resultados dentro

2 As informações contidas neste item são originadas de entrevista realizada em 9 de agosto de 2004 com o gerente da controladoria corporativa e de outras fontes citadas.

49

ainda do mesmo período permitiria correções de algum tipo de posição que estivesse

errada ou que pudesse prejudicar a consecução da meta formulada.

O Balanced Scorecard apareceu como a ferramenta que melhor se encaixa

nessa necessidade da empresa, e sua implantação começou a ser planejada no final

de 2001 e início de 2002 com o apoio da consultoria Symnetics - empresa brasileira

que representa o Balanced Scorecard Colaborative. A empresa foi contratada para

ajudar a desenvolver todas as etapas do BSC, com o propósito de alinhar a

estratégia à ferramenta.

O BSC da CST foi idealizado para ser corporativo e top-down, ou seja, para

fazer desdobramentos em níveis departamentais. Dessa forma, o período de 2002 foi

um período de reflexão, debate e construção em todos os setores da empresa para a

construção do mapa estratégico.

Para a construção do mapa estratégico o passo inicial foi a definição da

missão e da visão da empresa. A missão e visão existiam desde 2000 e sofreram

apenas alguma modificações.

A missão da CST é:

Contribuir, através do fornecimento de produtos e serviços de qualidade, para o aumento da competitividade de nossos clientes, em harmonia com os interesses dos acionistas, empregados, fornecedores, financiadores e comunidade (CST, relatório 2003).

A visão da empresa é:

Ampliar a liderança da CST, através de seu crescimento, como fornecedor preferencial de semi-acabados de qualidade para a indústria siderúrgica mundial (CST, relatório 2003).

A visão estratégica é o ponto de partida para a formulação de outras questões

que tinham por objetivo estabelecer a estratégia de cada perspectiva de acordo com

a figura 7, a seguir. Com a definição da missão e da visão da empresa foram

50

formuladas questões para cada perspectiva a fim de definir estratégias e objetivos

como demonstra a Figura 7.

Fonte: Togo, 2003, p. 71 Figura 7: Modelo de articulação para a tradução da visão das perspectivas

VISÃO

Ampliar a liderança da CST

PERSPECTIVA FINANCEIRA Se formos bem sucedidos, como seremos

percebidos pelos acionistas e investidores?

PERSPECTIVA DA SOCIEDADE Como fomos vistos pela sociedade pela estratégia

traçada?

PERSPECTIVA DE MERCADO Como nossos clientes percebem o sucesso da nossa

estratégia?

PERSPECTIVA DE PROCESSOS INTERNOS Como nossa cadeia de valor interna suporta a estratégia?

PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO Como devemos aprender e inovar para suportar a

estratégia?

51

Após a construção do mapa, iniciou-se a construção dos indicadores que

foram desenvolvidos por cada uma das áreas que participaram ativamente do

processo.

Vale ressaltar que o BSC da CST possui 5 perspectivas, como pode ser

observado na Figura 7, adicionando àquelas apresentadas por Kaplan e Norton

(1997) a perspectiva da Sociedade. Da perspectiva da sociedade resultaram os

Relatórios Social e Ambiental que foram publicados separadamente dos Relatórios

de 2003. A CST possui a meta de publicar ao mesmo tempo todos os relatórios em

2004.

Com o modelo construído, mapa e indicadores, os dados foram colocados em

um sistema para controle.

Para o adequado funcionamento do sistema, foram feitas uma série de

treinamentos com os gestores e muita comunicação interna para haver uma

transição mais tranqüila. O desenvolvimento do BSC da CST envolveu cerca de 300

pessoas diretamente e 11 empresas externas.

Com todo o sistema montado, foi dado início à sua utilização em janeiro de

2003. As avaliações do BSC são feitas mensalmente, e o modelo é descentralizado,

ou seja, o gestor de cada área é responsável por alimentar o sistema, com

informações relacionadas ao seu setor.

Cada setor possui um responsável por alimentar o programa de informações.

Esse responsável é denominado padrinho. Nos 15 departamentos participantes do

projeto existem 18 padrinhos que possuem as seguintes funções: estabelecer

critérios de cálculos dos indicadores, garantir a mensuração das informações e

52

alinhar projetos, decidir a forma e o conteúdo do detalhamento de cada indicador

(TOGO, 2003, p.75).

Dessa forma, todo dia 10 de cada mês, o padrinho coloca as informações

sobre cada indicador de sua área no sistema que captura a informação e verifica se

houve ou não cumprimento da meta.

O setor de Controladoria, após o dia 11 de cada mês, divulga para todos os

gerentes o resultado daquele período. Em um primeiro momento pensou-se em

divulgar o resultado apenas para a alta administração, mas verificou-se que, para

motivação, seria ideal abrir o resultado para os gerentes de cada área. O

conhecimento dos resultados por todos os gerentes proporcionou um maior

comprometimento com o cumprimento das metas traçadas.

Dessa forma, todo o corpo gerencial da empresa - diretoria, gerência de

departamentos, gerência de divisão e gerência de sessão - recebe mensalmente o

resultado final, podendo verificar se as metas e os indicadores estão sendo atingidos.

Até julho de 2004 já haviam sido apurados 19 períodos, e no segundo

semestre de 2004 está prevista a segunda revisão do BSC. Nessa revisão são

analisados os objetivos, metas e indicadores. Na primeira revisão, por exemplo, foi

detectado que alguns indicadores estavam rígidos demais para a realidade do

mercado e, portanto, foram alterados para ficarem mais próximos da realidade. A

gerência da Controladoria da empresa deixou claro que houve grande mudança na

cultura organizacional que passou a estar totalmente voltada para a estratégia da

empresa. Outra conquista é a maior interação entre os setores.

53

No que diz respeito ao relatório anual de 2003, publicado pela CST, segundo a

gerência da Controladoria, ele foi feito com base em dados emitidos do próprio BSC.

Sua apresentação foi dividida em 05 partes: perspectivas de mercado,

perspectivas de processos internos, perspectiva de aprendizado e crescimento,

perspectiva financeira e perspectiva da sociedade. O próprio relatório anual de 2003

descreve que:

A sustentabilidade empresarial da CST, decorrente de sua estratégia tem sido garantida por um modelo de gestão integrado e alinhado como modelo de negócio da companhia. Graças a tal modelo a estratégia transcende seu modelo teórico – filosofia e políticas – para abrigar-se nas práticas diárias da organização e de todos os seus colaboradores. O mapa estratégico da CST, vinculado ao Plano Empresarial, engloba e direciona as ações desenvolvidas no dia-a-dia da companhia sobre cinco grandes perspectivas, interdependentes e intrinsecamente relacionadas, que garantem agilidade e foco nas decisões, sem perda da visão sistêmica.

O próximo passo será o desenvolvimento dos mapas estratégicos

departamentais. Alguns departamentos, como a controladoria e a metalurgia, já

possuem seus próprios BSCs.

A figura 8 demonstra um cronograma de toda a implementação do BSC desde

outubro de 2001 até o segundo semestre de 2004 em que começaram a ser

projetados os BSCs departamentais.

55

Fonte: Colodetti, 2004, 4º SETEC realizado pela CST Figura 8: Cronograma implementação do BSC na CST

PPeeoopplleeSSoofftt –– PPrroojjeettoo SSaallttoo OOuutt//22000011

IInníícciioo ddooss ttrraabbaallhhooss cc// aa DDiirreettoorriiaa MMaarr//22000022

IInníícciioo ddaa ccoonnssttrruuççããoo ddoo ssooffttwwaarree SSeett//22000022

AApprroovvaaççããoo ddoo BBSSCC CCoorrppoorraattiivvoo NNoovv//22000022

TTrreeiinnaammeennttoo ddooss aappuurraaddoorreess DDeezz//22000022 PPrriimmeeiirraa aappuurraaççããoo

FFeevv//22000033

11ªª RReeuunniiããoo ddaa GGeessttããoo MMaarr//22000033

BBSSCC CCoonnttrroollaaddoorriiaa MMaarr//22000044

BBSSCC MMeettaalluurrggiiaa JJuunn//22000044

BBSSCC IInnffoorrmmááttiiccaa AAggoo//22000044

NNoovvoo ffóórruumm ppaarraa ddiissccuussssããoo eessttrraattééggiiccaa

PPaarrttiicciippaaççããoo ddee ttooddooss ooss ddeeppaarrttaammeennttooss

CCoommpprroommeettiimmeennttoo ddaa aallttaa aaddmmiinniissttrraaççããoo

DESENVOLVIMENTO DO BSC

56

4.3 VALUE REPORTING3

Juntamente com o BSC, outra ferramenta adotada foi o Value Reporting. O

BSC era uma ferramenta de comunicação interna, e a empresa precisava de uma

ferramenta de comunicação externa que trabalhasse conjuntamente com os dados

produzidos internamente. O BSC surgiu como a ferramenta da construção, fixação e

monitoramento da estratégia da empresa, e o Value Reporting surgiu como a

ferramenta estratégica de divulgação.

O Value Reporting foi uma filosofia adotada pela empresa com o objetivo de

aumentar o disclosure das informações divulgadas nos relatórios, sendo a primeira

empresa da América Latina a adotar essa metodologia. Trata-se de um novo

conceito de comunicação corporativa, abrangendo diferenças significativas entre o

modelo atual de divulgação financeira e a demanda do mercado por mais informação

sobre a dinâmica do mercado, estratégia, ativos intangíveis e medidas de

performance, financeiras e não-financeiras.

Por meio da consultoria da PricewaterhouseCoopers, utilizando-se de

pesquisas de mercado referentes à necessidade dos usuários da informação, a CST

buscou ampliar seus relatórios, abrangendo vários temas.

Ocorreu, portanto, a partir de 2002, uma valorização dos relatórios emitidos

pela empresa, sendo eles semestrais, anuais, internos ou externos.

3 As informações contidas neste item são originadas de entrevista realizada em 9 de agosto de 2004 com o gerente da controladoria corporativa.

57

4.4 MAPA ESTRATÉGICO CORPORATIVO DA CST

O Mapa Estratégico é a representação gráfica das conexões entre os

indicadores estratégicos de cada perspectiva. As perspectivas são independentes

mas possuem uma relação de causa e efeito entre si que é representada pelo mapa

estratégico (Kaplan e Norton, 2004, p.10).

Segundo Kaplan e Norton (2004, p.10 a 12), o Mapa Estratégico baseia-se

nos seguintes princípios: a) a estratégia equilibra forças contraditórias – as

perspectivas podem possuir objetivos contraditórios entre si; b) a estratégia baseia-

se em proposição de valor diferenciada para cliente; c) cria-se valor por meio dos

processos internos; d) a estratégia compõe-se de temas complementares e

simultâneos;e e) o alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis.

A montagem final do mapa estratégico da CST deu-se, segundo Togo, 2003,

p. 57 a 61, em quatro passos: Passo 1 – definição da arquitetura dos indicadores

(seleção da unidade organizacional adequada e identificação das relações entre a

unidade de negócio e a corporação); Passo 2 – consenso referente aos objetivos

estratégicos (realização da primeira rodada de entrevistas e realização de workshop

executivo); Passo 3 – escolha e elaboração dos indicadores (reuniões dos

subgrupos e segundo workshop executivo); e Passo 4 – elaboração do plano de

implementação.

A Figura 9 mostra o Mapa Estratégico Corporativo da CST.

58

Fonte: Togo, 2003, p. 88. Figura 9: Mapa estratégico corporativo da CST

Perspectiva de Mercado

Aumentar retorno total para o acionista

ROCE RTA (Retorno Total aos Acionistas)

Buscar o crescimento da receita

Taxa de crescimento de receita líquida

Perseguir mix de maior valor agregado

Faturamento de extra preço

Manter custos competitivos

Custo médio por processo

MARGEM Maximizar a utilização dos ativos

Giro do ativo imobilizado Custo do ciclo financeiro/receita Geração de Caixa com impostos recuperados/receita

Otimizar a estrutura de capital

WACC (Custo médio ponderado do capital) Fluxo da Caixa Livre RETORNO

Ser reconhecido como fornecedor preferencial de semi acabados de

qualidade

a definir

Desempenho do produto Prazo de entrega Serviços Agilidade de resposta Volume Menor volatividade de preços

Atender a demanda de bobina quente

Market Share segmentado da CST do BQ no Brasil Vendas mínimas destinadas à exportação Plano de vendas de BQD

Plano de vendas de BQ no mercado interno

Estabelecer relacionamentos de

longo prazo

% de faturamento advindo de clientes com alto índice de recompra % mínimo de vendas de placa N. Mínimo de clientes de LP na carteira de venda de placas

Ofertar produtos e serviços sob medida

tornando o cliente mais competitivo

Desempenho de entrega de produto

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

Valorizar a cultura de responsabilidade social

Número de parceiros com programas compartilhados Número de Beneficiários nos programas sociais

Resultado da Avaliação Ethos de Responsabilidade Social

Comunicar com transparência para a

sociedade

Resultado da Pesquisa de Imagem da CST junto a Comunidade Menções desfavoráveis

Antecipar-se às demandas ambientais

Indicadores ambientais que cumprem as normas e legislação internacionais

SUSTENTABILIDADE

Perspectiva da Sociedade

Viabilizar a alavancagem de capital

Capital de terceiros nos investimentos Índice de cobertura financeira

Viabilizar a expansão da

produção

Índice de consecução das atividades críticas do Projeto de Expansão

Prolongar a vida útil das unidades

Atingimento da curva de vida útil

Manter atualização tecnológica

Índice de consecução do Plano de Qualidade

Índice de consecução do Plano de Tecnologia

Otimizar e estabilizar a produção e reduzir a

variabilidade

Índice da atendimento ao Plano de Produção

Índice de variabilidade da estabilidade operacional Índice de cumprimento de qualidade interna Índice de reprogramação

Adequar flexibilidade de produto para o mercado

% das vendas de BQ nos nichos de correntes dos diferenciais técnicos do LTQ EPCCs não atendidos segmentados

Interagir para captar as expectativas dos

clientes

a definir

Desenvolver inteligência mercadológica

Índice de acerto de previsões de volume e preço Índice de consecução de relatórios de análise setorial

Desenvolver parcerias estratégicas

Índice de atendimento das necessidades de Vega

Fornecimento mínimo para aplicação Alto no mix de Vega

CLIENTES

Perspectiva de Processos Internos

Buscar excelência

% de conhecimento e desempenho no PADE % de empregados certificados Índice de atitude

Multi função Gestão da Melhoria Gerência da Rotina Foco em Resultado

Desenvolver gestão proativa por processo

% de cumprimento das metas gerenciais

Pro Atividade Crenças Valores da Empresa

Aprimorar moral e motivação

Índice Global de Favorabilidade da pesquisa de clima % de atingimento do Plano de Ação elaborado a partir da pesquisa de clima organizacional

Ter sistemas de informação que suporte o negócio e nos integre com

clientes e fornecedores

Índice de disponibilidade de sistemas (internos e externos) Índice de implantação de sistemas (interno e externo)

Perspectiva Aprendizado e Crescimento

Mapa Estratégico

59

Após a construção e implementação do Balanced Scorecard Corporativo, a

CST já construiu alguns BSC departamentais, como no caso da Controladoria e do

setor de Metalurgia.

O departamento é tratado como uma Unidade de Negócio (BU) com Missão,

Valores, Visão, Estratégia Clientes e Processos Próprios;

Cada departamento terá o seu BSC alinhado com o BSC Corporativo.

Fonte: Colodetti, 2004, 4º Setec realizado pela CST Figura 10: Integração BSC departamentais com o BSC Corporativo

• BSC dos Departamentos da Diretoria Industrial

• BSC dos Departamentos da Diretoria Financeira

• BSC dos Departamentos da Diretoria

Comercial

BSC CORPORATIVO

60

4.5 COMO FUNCIONA O SOFTWARE QUE CONTROLA BALANCED

SCORECARD

Cada uma das cinco perspectivas da Companhia possui seus próprios

indicadores. Cada área é responsável por seus indicadores e deve abastecer o

sistema com informações mensais sobre os resultados.

Dentro da perspectiva da sociedade, por exemplo, pode-se encontrar um

indicador que mede como a empresa está sendo vista pelos meios de comunicação.

Esse indicador é medido pelas notícias positivas e negativas publicadas nos meios

de comunicação.

Dessa forma são selecionados uma série de jornais, revistas, rádios e

programas de televisão que são monitorados e em que são contadas as menções

que são feitas sobre a empresa. Existe um máximo de informações negativas que a

empresa pode ter por ano e dessa forma é verificado se a empresa está atingindo

essa meta.

Assim, todo mês o sistema é alimentado com o número de notícias positivas e

negativas, e o próprio sistema informa se as metas estão sendo atingidas. No

período em que não for atingido, surge uma marca vermelha no indicador analisado.

Se for atingido, surge a marca verde, como pode ser observado no exemplo da

Figura 11.

Segue um exemplo de como funciona o software. O nome exato e os símbolos

não correspondem exatamente aos utilizados pela empresa, a pedido dela:

61

Perspectiva da sociedade Indicador Períodos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Notícias sobre a empresa

Indicador atingido Indicador inexistente

Indicador não atingido Indicador em construção

Fonte: Entrevista realizada com o gerente da controladoria d CST Figura 11: Perspectiva da sociedade

Conforme Figura 11, pode-se observar que, no primeiro período, o indicador

ainda não existia; no período seguinte observa-se que ele começou a ser construído

e, a partir daí, a ser medido.

Para obter informações específicas de cada período, basta clicar naquele

período em que o programa fornece dados e gráficos sobre o assunto. No sexto e

sétimo períodos, por exemplo, a empresa ficou abaixo da meta. Isso pode ter

acontecido por influencia de um acidente na empresa, ou por uma queda no valor

das ações.

Em fevereiro de 2004, por exemplo, uma explosão em um dos fornos da

empresa provocou 4 mortes, desencadeando uma série de noticias negativas sobre a

CST em todos os meios de comunicação. Esse fato provocou o que pode ser visto

nos períodos 6 e 7.

62

CAPÍTULO 5

5 PERSPECTIVAS ADOTADAS NO BSC DA CST E SEU REFLEXO

NOS RELATÓRIOS ANALISADOS

Além da própria forma de apresentação do Relatório Anual de 2003 que foi

dividido nas 5 perspectivas, já refletindo uma possível influência do BSC, busca-se

neste tópico apresentar uma relação entre os objetivos do BSC e as citações diretas

e indiretas contidas nesse Relatório.

Serão apresentados os objetivos e indicadores de cada perspectiva e para

cada um desses objetivos será apontado um trecho ou citação do Relatório de 2003

que tenha correspondência com o objetivo apresentado.

Seguem alguns exemplos extraídos do Relatório Anual de 2003, para melhor

compreensão de como foi feito o paralelo entre os objetivos e as citações desse

Relatório. Seguem exemplos da perspectiva financeira e da perspectiva de mercado:

Objetivos da Perspectiva Financeira Relatório Anual 2003

Aumentar Retorno Total para o Acionista

Um tópico inteiro com o título “Retorno Total do Acionista” apresentando os fundamentos da companhia; melhoria da apresentação das demonstrações; modelo de gestão; desempenho de mercado das ações com a valorização de cada tipo de ação.

Objetivos da Perspectiva de Mercado Relatório Anual 2003

Estabelecer relacionamento de longo prazo

”A Companhia mantém um intenso relacionamento técnico e de longo prazo com seus clientes”

“Até a conclusão do projeto de expansão, a Companhia irá manter um equilíbrio entre o consumo interno e externo, priorizando no fornecimento os parceiros de longo prazo”.

Fonte: Togo, 2003 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual de 2003 Quadro 4: Exemplo do paralelo entre os objetivos do BSC e o relatório anual de 2003

63

Como ficou demonstrado no Quadro 4, e poderá ser constatado nos quadros a

seguir, pode-se observar que as perspectivas traçadas pela empresa e seus

respectivos objetivos estão expressos no Relatório Anual de 2003 de alguma forma,

mesmo como uma expectativa para o próximo exercício.

Dessa forma, são apresentados dois quadros em cada perspectiva. O primeiro

quadro apresenta os objetivos, os indicadores de resultado, o responsável pelo

indicador e os projetos estratégicos da empresa que formam o BSC, e o segundo

refere-se ao paralelo entre os objetivos e trechos ou indicações que se referem aos

objetivos encontrados no relatório anual de 2003.

Vale ressaltar que as citações feitas nos quadros são apenas alguns exemplos

existindo outros trechos no Relatório em questão.

5.1 PERSPECTIVA FINANCEIRA

A perspectiva financeira tem como definidos os seguintes objetivos (TOGO,

2003, p. 73):

a) Aumentar o retorno total para o acionista – buscar patamares

crescentes para o retorno dos acionistas, visando agregar valor ao seu

patrimônio e remunerando-os com os níveis do mercado;

b) Buscar o crescimento da receita – garantir que o crescimento da

empresa seja atingido, por meio das taxas de crescimentos positivos

oriundos dos projetos da companhia;

64

c) Perseguir mix de maior valor agregado – alcançar um mix selecionado

de produtos semi-acabados que tenha um valor agregado;

d) Manter custos competitivos – sustentar a competitividade de custos da

empresa, de acordo com as tendências de mercado;

e) Maximizar a utilização dos ativos – conquistar maior resultado (volume,

receita,lucro) a partir dos ativos (capital de giro e imobilizado) usados

na CST; e

f) Otimizar a estrutura de capital – buscar minimizar a necessidade e

capital próprio, buscando capital de terceiros e de empresas

financeiras.

Os objetivos e indicadores de resultado da perspectiva financeira podem ser

encontrados em vários momentos no relatório de 2003.

O quadro 5 apresenta os objetivos, os indicadores de resultado, o responsável

pelo indicador e os projetos estratégicos da perspectiva financeira

65

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos • ROCE Diretoria Aumentar Retorno

Total para o Acionista • RETORNO TOTAL AOS ACIONISTAS Departamento de Finanças - FDF

• Plano de aumento de liquidez das ações CST

Buscar o Crescimento da Receita • Taxa de Crescimento de Receita Líquida

Departamento de Vendas - CDV

• Percentual de faturamento com extra-preço Departamento de

Vendas - CDV Perseguir Mix de Maior

Valor Agregado • Extra-margem por tonelada

Departamento de Vendas/Finanças

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferenciais técnicos para BQ e Placa;

• Plano de vendas com foco na rentabilidade e na produtividade (ordens repetidas e grandes volumes)

Manter Custos Competitivos • Custo médio por processo Diretoria

• Giro do Ativo Imobilizado Departamento

Controladoria - FDC

• Custo do Ciclo Financeiro / Receita Departamento

Controladoria - FDC Maximizar a Utilização

dos Ativos

• Geração de caixa com impostos / receita Departamento

Controladoria - FDC

• Custo médio ponderado do capital Departamento

Controladoria/Finanças

• Índice de Lucratividade Departamento

Controladoria - FDC Otimizar a Estrutura de

Capital

• Fluxo de Caixa Livre Departamento

Controladoria - FDC

Fonte: Togo, 2003, p. 75 Quadro 5: Perspectiva Financeira

66

O Quadro 6 demonstra trechos ou forma de apresentação do Relatório Anual

de 2003 que possuem relação direta com os objetivos e indicadores apresentados.

Pode-se observar que todos os objetivos estão citados no Relatório.

Objetivos da Perspectiva Financeira

Relatório Anual 2003

Aumentar Retorno Total para o Acionista

O relatório apresenta o ROCE que é um dos indicadores deste objetivo; O relatório apresenta um tópico inteiro com o título “Retorno Total do Acionista” abordando os fundamentos da companhia; melhoria da apresentação das demonstrações; modelo de gestão; desempenho de mercado das ações com a valorização de cada tipo de ação.

Buscar o Crescimento da Receita

Apresentação da Receita Líquida de 2003, apontando todos os itens que a influenciaram, e previsões da receita para 2004. Ex: “No exercício de 2003, a CST obteve uma receita líquida de vendas de R$ 31% em relação a 2002”.

Perseguir mix de maior valor agregado “ o diferencial do nosso modelo de negócio – atrelado ao expressivo preço da placa, à produção a plena capacidade de um mix cada vez de maior valor agregado, com atendimento integral às exigências dos clientes...”

Manter Custos Competitivos

Preocupação em abordar fatores internos e externos que influenciaram o custo dos produtos deixando claro que “a CST manteve-se como uma das empresas mais competitivas em termos de custo industrial do mundo...”.

Maximizar a Utilização dos Ativos

“temos prática de buscar permanentemente o aumento da longevidade dos ativos da Companhia aumentando sua disponibilidade...”; “a otimização da utilização responsável dos seus ativos é tida pela Companhia como um dos seus pontos críticos de sucesso”

Otimizar a estrutura de Capital

apresentação do fluxo de caixa; apresentação do índice de lucratividade.

Fonte: Togo, 2003, p. 75 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual de 2003, p. 46 a 59 Quadro 6: Objetivos da Perspectiva Financeira X Relatório Anual 2003

67

5.2 PERSPECTIVA DE MERCADO

Os objetivos da perspectiva do mercado, demonstrados no quadro 7, são

segundo Togo (2003, p. 76):

a) Ser reconhecido como fornecedor preferencial de semi acabados de

qualidade – ser visto como a melhor solução para o fornecimento de

semi-acabados. E criar demanda futura para suportar o crescimento de

nosso clientes;

b) Atender a demanda de bobinas a quente – buscar a conquista do

mercado de bobinas a quente no mercado brasileiro, verificando a

demanda de bobinas a quente no Mercosul e conquistar os clientes-

alvo;

c) Estabelecer relacionamento de longo prazo – buscar relacionamento

diferenciado com os clientes, objetivando uma relação estável (volume

e preço), contratos contínuos e grandes lotes;

d) Ofertar produtos e serviços sob medida tornando o cliente mais

competitivo – atender a cada cliente de forma diferenciada segundo

suas necessidades.

O Quadro 7 mostra os objetivos e indicadores da perspectiva do mercado.

69

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• Tamanho médio do item de compras por cliente Departamento de

Vendas - CDV Ser reconhecido como fornecedor preferencial de semi acabados de

qualidade • Participação média das compras dos clientes

alvo Departamento de

Vendas – CDV

• Plano de vendas com foco na rentabilidade e na produtividade (ordens repetidas e grandes volumes).

• Market Share segmentado da CST de BQ no Brasil

Departamento de Vendas – CDV

• % das vendas destinadas à exportação Departamento de

Vendas – CDV Atender a demanda de

bobinas a quente • Realização do Plano de Vendas de BQ no

Mercado Interno

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferenciais técnicos para BQ e Placa.

Estabelecer relacionamento de

longo prazo • Percentual de faturamento advindo de clientes

com alto índice de recompra Departamento de

Vendas - CDV • Plano de vendas com foco no atendimento dos

clientes de longo prazo. Ofertar produtos e

serviços sob medida tornando o cliente mais

competitivo • FIC (Fator de Insatisfação do Cliente)

Departamento de Vendas - CDV

• Entregas no prazo para clientes preferenciais; • Entregas no prazo para demais clientes. Obs.: % do prazo definido na Delivery Date.

Fonte: Togo, 2003, p. 77 Quadro 7: Perspectiva de mercado

70

No quadro 8 também se pode verificar a presença de todos os objetivos da

perspectiva de mercado. Vale ressaltar que existem para cada um dos objetivos, no

mínimo, mais três ou quatro citações, além das relatadas no quadro.

Objetivos da Perspectiva de Mercado

Relatório Anual 2003

Ser reconhecido como fornecedor preferencial de semi-acabados de

qualidade

• Identificação dos principais clientes e seus percentuais de compras;

• Apresentação da metodologia de venda e atendimento ao cliente e expectativas de vendas para o próximo exercício.

Atender a demanda de bobinas a quente

• Apresentação das porcentagens de vendas de cada mercado e expectativas para o próximo exercício;

Estabelecer relacionamento de longo prazo

• O relatório é claro sobre esse objetivo afirmando: ”A Companhia mantém um intenso relacionamento técnico e de longo prazo com seus clientes”.

• “Até a conclusão do projeto de expansão, a Companhia irá manter um equilíbrio entre o consumo interno e externo, priorizando no fornecimento os parceiros de longo prazo”

Ofertar produtos e serviços sob medida

tornando o cliente mais competitivo

• “O atendimento se dá nos processos de pré-venda, produção e pós-venda, com o objetivo de fornecer o produto de acordo com as necessidade e exigências do consumidor.”

Fonte: Togo, 2003, p. 77 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual de 2003 Quadro 8: Objetivos da Perspectiva de Mercado X Relatório Anual 2003

5.3 PERSPECTIVA DA SOCIEDADE

O quadro 9 demonstra que a perspectiva da sociedade possui três objetivos,

segundo Togo (2003, p. 78):

a) Antecipar-se às demandas ambientais – reforçar o compromisso da

CST com os princípios e as melhores práticas em relação ao

desenvolvimento sustentável. E trabalhar questão ambiental juntamente

71

com a comunidade, buscando conhecer suas demandas, comunicar as

políticas aplicadas etc;

b) Comunicar com transparência para a sociedade – promover uma

imagem positiva da CST, através de uma comunicação de qualidade;

c) Valorizar a cultura de responsabilidade social - empresa procura

incentivar, desenvolver e apoiar iniciativas e programas de

responsabilidade social.

A perspectiva da sociedade foi introduzida pela CST às quatro perspectivas

existentes uma vez que o alto escalão da empresa entendeu que essa deveria ser

uma preocupação e ser analisada isoladamente e não dentro de outra perspectiva.

Segunda a gerência da controladaria, essa perspectiva gerou um Balanço

social e Ambiental (sendo este publicado pela primeira vez) muito mais completo

Os objetivos da perspectiva da sociedade estão presentes no Relatório Anual

e nos Balanços Social e Ambiental.

73

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• Indicadores ambientais que cumprem normas e legislações internacionais

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM Antecipar-se às

Demandas Ambientais

• Freqüência de ocorrências ambientais

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Enquadramento dos padrões ambientais internos aos padrões da União Européia

• Menções desfavoráveis

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM Comunicar com

transparência para a sociedade

• Resultado da pesquisa de imagem da CST junto à comunidade.

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Ampliação do conhecimento da sociedade sobre a CST.

• Número de beneficiários nos programas sociais

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Resultado da avaliação ETHOS de Responsabilidade Social

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

Valorizar a cultura de Responsabilidade

Social

• Número de parceiros com programas compartilhados

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Valorização da cultura de responsabilidade da CST;

• Projeto de gestão de recursos de terceiros para contratadas selecionadas.

Fonte: Togo, 2003, p. 79 Quadro 9: Perspectiva da sociedade

74

O Quadro 10 apresenta citações referentes aos objetivos da perspectiva da

sociedade. Esses objetivos e seus respectivos indicadores foram os que a

apresentaram um maior número de citações nos Relatórios.

Existe uma preocupação no Relatório Ambiental de demonstrar o

cumprimento das normas e legislações internacionais e mostrar a transparência com

que a empresa se relaciona com sociedade que são os dois primeiros objetivos.

O Relatório Social, por sua vez, e o Relatório Anual, na perspectiva da

sociedade, relatam detalhadamente todos os projetos sociais desenvolvidos pela

empresa (objetivo “valorizar a cultura de responsabilidade social”).

Objetivos e Indicadores da Perspectiva da Sociedade

Relatório Anual/Balanço Social/Balanço

Ambiental Antecipar-se às demandas ambientais

Indicadores ambientais que

cumprem normas e legislações internacionais;

Freqüência de ocorrências ambientais

Apresentação de certificações ambientais como: ISO14001; certidão negativa de débitos ambientais; relatório ambiental de 2003 auditado; Apresentação de indicadores ambientais no Balanço Ambiental; “Foram registradas 22 ocorrências ambientais, com uma redução da ordem de 31%em relação a 2002.” 1ª publicação do balanço Ambiental

Comunicar com transparência para a sociedade

Menções desfavoráveis; Pesquisa de imagem da CST junto

à comunidade

“Pesquisa de imagem da empresa realizada em 2003, qualitativa e quantitativa, junto à população da grande Vitória sendo a empresa apontada como a que tem a melhor imagem”; “Controle de menções desfavoráveis sobre a empresa pelos meios de comunicação (rádio, jornais, televisão, etc)”.

Valorizar a cultura de responsabilidade social

Nº de beneficiários nos programas sociais;

Resultado da avaliação Ethos; Nº de parceiros com programas

compartilhados

No relatório anual e no balanço social foram apresentados todos os projetos sociais e seus respectivos beneficiários que são apoiados pela empresa, perfazendo um total de 130 mil pessoas atingidas e R$ 5,2 milhões gastos;

Fonte: Togo, 2003, p. 79 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual, p. 36 a 44. Balanço Social e Balanço Ambiental, 2003. Quadro 10: Objetivos da Perspectiva da Sociedade X Relatório Anual 2003

75

5.4 PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS

A Perspectiva de Processos Internos, como demonstra o Quadro 11, aborda o

desempenho de seus padrões operacionais que são representados com os seguintes

objetivos (TOGO, 2003, p 85 e 86):

a) Viabilizar a Expansão da Produção - preparar para o inicio do projeto,

buscando o apoio dos acionistas, cumprimento dos projetos para a

execução, identificando a demanda necessária, etc;

b) Prolongar a Vida Útil das Unidades - preservação e proteção das

instalações industriais, produção acima da capacidade nominal dos

equipamentos, postergar grandes reformas, adiar a substituição de

equipamentos e atualizar equipamento com softwares;

c) Desenvolver Parcerias Estratégicas - buscar e consolidar parceiros,

com fornecedores, clientes, acionistas e outros;

d) Otimizar Estabilizar a Produção e Reduzir a Variabilidade - consolidar a

estabilidade da produção, com a redução da variabilidade dos

processos, tendo como valores incorporados à proteção e saúde dos

empregados e a minimização do impacto ambiental;

e) Manter Atualização Tecnológica - identificação de novas tecnologias

que tragam resultados para a CST e seus clientes, realização de novos

investimentos para estar à frente tecnologicamente e a capacidade de

comprar e usá-la de forma eficiente;

76

f) Interagir para Captar as Expectativas dos Clientes - trabalhar

permanentemente com as expectativas e as percepções dos clientes

de forma a torná-lo mais competitiva. Deve incorporar a avaliação de

seu mercado, a cadeia de suprimento e as características competitivas;

g) Desenvolver Inteligência Mercadológica - usar mais eficazmente, o

acesso às informações do mercado mundial de produtos siderúrgicos

para suportar o processo de tomada de decisão;

h) Adequar Flexibilidade de Produto para o Mercado: os processos de

venda, produção e distribuição devem suportar a escolha de diferentes

produtos (placa e BQ) e diferentes mercados (internos, externos e

segmentos);

i) Viabilizar a Alavancagem de Capital: viabilizar o financiamento das

necessidades de recursos para investimentos em montante, custo e

risco que otimizem o capital de novos investimentos.

Essa perspectiva é a que possui um maior número de objetivos e indicadores,

e pela característica da própria perspectiva, seus indicadores não possuem tanta

incidência nos relatórios de 2003 como as outras perfectivas, como demonstra o

Quadro 12.

O Quadro 12 apresenta apenas 4 objetivos citados no Relatório Anual de 2003

dos 9 objetivos apresentados pela perspectiva de processos internos.

77

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos Viabilizar a expansão

da produção • Índice de consecução das atividades críticas do

Projeto de Expansão Departamento

Engenharia - CDE • Expansão da Produção fase 7,5 Mt

Prolongar a vida útil das unidades • Atingimento da curva de vida útil

Departamento Produção de Gusa IDG

• Plano de prolongamento da vida útil; • Plano de prolongamento da vida útil da

coqueria; • Verificar planos de vida útil no Plano

Empresarial. • Índice de atendimento das necessidades

(especificações, volumes e prazos) da Vega do Sul

Departamento Vendas - CDV Desenvolver parcerias

estratégicas • Índice de Fornecedor Parceiro A DEFINIR

• Efetivar parcerias com clientes estratégicos; • Plano de fornecedores estratégicos; • Projeto de desenvolvimento de novas

aplicações para produtos especais.

• Índice de Atendimento ao Plano de Produção (IAPP)

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Índice de Variabilidade da Estabilidade Operacional (IVEO)

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Índice de Qualidade de Transferência Interna IDM / IDG / IDA IDT / IDU / IDP

• Índice de Reprogramação

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

Otimizar estabilizar a produção e reduzir a

variabilidade

• Índice de consecução das atividades críticas do Projeto de Otimização

Departamento Engenharia - CDE

• Plano de Qualidade; • Otimização da Produção fase 5,0 Mt; • Plano de Tecnologia.

• Índice de Consecução do Plano de Qualidade

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Plano de Qualidade Manter atualização tecnológica

• Índice de Consecução do Plano de Tecnologia Assessoria DI • Plano de Tecnologia

78

Interagir para captar as expectativas dos

clientes • Nº contatos com clientes

Departamento Vendas - CDV

• Implantar metodologia para obtenção sistemática de informações de mercado (clientes, concorrentes, substitutos, etc)

• Índice de acerto de previsões de volume e preçoDepartamento Vendas -

CDV Desenvolver inteligência

mercadológica • Índice de consecução de Relatório de Análise Setorial.

Departamento Vendas - CDV

• Implantar metodologia para obtenção sistemática de informações de mercado (clientes, concorrentes, substitutos, etc);

• Multidisciplinar: incluir dados financeiros de empresas;

• Tecnologia (estado da arte).

• EPCC’s não atendidos segmentados Departamento Vendas -

CDV • % das vendas de BQ nos nichos decorrentes

dos diferenciais técnicos do LTQ Departamento Vendas -

CDV

Adequar flexibilidade de produto para o

mercado • Desempenho de entrega de produto

Departamento Logísitica - CDL

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferencias técnicos para BQ e Placa;

• Projetos de Logística; • Plano de Qualidade.

• Índice de cobertura financeira Departamento Finanças - FDF Viabilizar a

alavancagem de capital• Capital de terceiros nos investimentos

Departamento Finanças - FDF

• Plano de viabilização de novas alternativas de fontes de financiamento

Fonte: Togo, 2003, p. 82 Quadro 11: Perspectiva dos processos internos

79

Objetivos e Indicadores da Perspectiva dos processos Internos

Relatório Anual

Prolongar a vida útil das unidades “...o trabalho de manutenção acurada com avaliações periódicas foi postergando a parada do Ato-forno 1. Essa é uma conquista decorrente de uma responsável e bem definida política de investimentos no prolongamento da vida útil dos equipamentos.”

Adequar flexibilidade de produto para o mercado

Desempenho de entrega de produto;

A logística ganhou destaque especial no relatório de 2003, vindo pela primeira vez como um tópico separado.

Desenvolver parcerias estratégicas

A área de suprimentos também teve destaque pela primeira vez no relatório de 2003 trazendo principalmente os seguintes dados: adoção de prática e e-business, lojas in company e inicio da etapa do portal financeiro que será um canal eletrônico de comunicação entre a CST e o fornecedor

Otimizar estabilizar a produção e reduzir a variabilidade

“todas as áreas da Companhia realizaram um mapeamento dos processos internos identificando tarefas criticas e, conseqüentemente, elaboraram e revisaram seus procedimentos, com o objetivo de estabilização da rotina. Como conseqüência, foram tramitados mais de 3.000 padrões da Companhia.”

Fonte: Togo, 2003, p. 82 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual de 2003, p. 18 a 26 Quadro 12: Objetivos da Perspectiva dos processos Internos X Relatório Anual 2003

5.5 PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO

A perspectiva de Aprendizado e Crescimento, conforme Quadro 13, busca dar

sustentação às outras perspectivas anteriores, tendo o propósito de (TOGO, 2003, p.

6):

a) Buscar Excelência: buscar continuamente a excelência do indivíduo e

dos processos, otimizar competências e habilidades, garantir a

capacidade de multifunção e melhorar a gerencia de rotina e melhorias;

80

b) Desenvolver Gestão Pró-ativa por Processo: aprimorar e incorporar

modelos de gestão gerencial, visando integrar e alinhar a visão e a

estratégia da empresa;

c) Aprimorar Moral e Motivação: focalizar no comprometimento e clima

organizacional, de acordo com os valores e crenças pregados pela

CST, através do reconhecimento dos funcionários e da empresa;

d) Ter Sistemas de Informação que Suporte o Negócio e nos Integre com

Clientes e Fornecedores: integrar as diversas áreas da Companhia e

estar com os clientes e colaboradores, através de moderna tecnologia

e que suporte os processos e gestão da CST, garantindo consistência

e agilidade da informação. E otimizar a disponibilidade dos sistemas da

empresa, de forma a garantir a eficiência da produtividade.

81

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• % de conhecimento: Desempenho no PADE Departamento

Recursos Humanos FDH

• % de empregados certificados Departamento

Recursos Humanos FDH

Buscar Excelência

• Índice de Atitude Departamento

Recursos Humanos FDH

• Projeto de otimização de treinamento e desenvolvimento (inclui Projeto de Certificação de Ocupações, PDG e EAD - Ensino a Distância);

• Projeto Gestão Integrada de Pessoas; • Aprimorar política de Recrutamento e Seleção

(Oxigenação do Quadro x Aposentado); • Certificar 100% dos empregados passíveis de

certificação.

Desenvolver gestão proativa por processo • % de cumprimento das metas gerenciais

Departamento Recursos Humanos

FDH • Aprimorar “Sistema de Avaliação de

Desempenho de Gerentes”.

• Índice Global de Favorabilidade da Pesquisa de Clima mensal, suporte gestão clima.

Departamento Recursos Humanos

FDH Aprimorar moral e motivação

• % Atingimento do Plano de Ação elaborado a partir da Pesquisa Clima Organizacional

Departamento Recursos Humanos

FDH

• Projeto de melhoria em Organização e Remuneração;

• Projeto de Clima Organizacional

• Índice de Disponibilidade de Sistemas (Internos e Externos)

Departamento Informática - FDI

Ter sistemas de informação que suporte o negócio e nos integre

com clientes e fornecedores

• Índice de Implantação de Sistemas (Internos e Externos)

Departamento Informática - FDI

• Integração de sistemas; • Disponibilidade de serviços de infra-estrutura de

hardware e software.

Fonte: Togo, 2003, p. 84

Quadro 13: Perspectiva de aprendizado e crescimento

82

O Quadro 14 apresenta todos os objetivos do Quadro 13 com suas citações

respectivas. Os objetivos e indicadores da perspectiva de aprendizado e crescimento

estão em sua maioria representados no Relatório Anual de 2003 tendo quase todos

os indicadores citados.

Objetivos e Indicadores da Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

Relatório Anual/Balanço Social

Buscar Excelência

% de conhecimento; % de empregados certificados;

Apresentação de projetos educacionais para funcionários, incluindo estatísticas;

Apresentação da forma de certificação, certificação atuais e metas para o próximo exercício. Ex: “A meta da empresa é certificar 2,3 mil empregados até 2008”;

Desenvolver gestão proativa por processo “O programa de desenvolvimento gerencial – PDG, tem por objetivo fortalecer a competência dos gestores da Companhia, no que tange à capacidade de lidar com mudanças, agregar e desenvolver pessoas, maximizar resultados e cumprir metas, mantendo o compromisso com a estratégia empresarial”

Aprimorar moral e motivação

Pesquisa de clima organizacional;

“Em 2003, a CST conquistou o primeiro lugar no ranking nacional geral das empresas em relação ao clima organizacional, com o índice de satisfação de 74%...”;

Ter sistema de informação que suporte o

negócio e nos integre ao cliente e fornecedores

“... a CST vem aplicando recursos consideráveis na otimização de seus sistemas de informação, de forma a garantir a conectividade necessária às diversas áreas da companhia, e destas com clientes, fornecedores e colaboradores...”

Fonte: Togo, 2003, p. 84 (objetivos da perspectiva) e CST, Relatório Anual de 2003, p. 28 a 35. Quadro 14: Objetivos das Perspectivas de Aprendizado e Crescimento X Relatório Anual 2003

83

CAPÍTULO 6

6 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

6.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As informações societárias da CST são divididas em Relatório Anual,

Demonstrações Contábeis, Balanço Social e Balanço Ambiental. A análise deste

trabalho se restringirá aos Relatórios Anuais, aos Balanços Sociais e ao Balanço

Ambiental, publicados entre o período de 1997 a 2003.

O Balanço Social foi publicado a partir de 2000, sendo denominado Relatório

Social em 2003. O Relatório Ambiental teve sua primeira publicação em 2003.

As publicações analisadas (de 1997 a 2003) são divididas em categorias, nas

quais será efetuada uma análise quantitativa e uma análise qualitativa. A análise

quantitativa objetiva verificar se houve ou não um aumento do disclosure dos

relatórios.

Segundo Bardin,

A abordagem quantitativa funda-se na freqüência de aparições de certos elementos da mensagem. A abordagem não quantitativa recorre a indicadores não frequenciais susceptíveis de permitir inferências; por exemplo, a presença (ou ausência), pode constituir um índice tão (ou mais) frutífero quanto à freqüência de aparição (BARDIN, 1977, p. 114) (grifo nosso).

Juntamente com a análise quantitativa será classificado também o tipo de

disclosure (nula, declarativa, quantitativa não-monetária, quantitativa monetária).

84

6.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO

Para efetuar a análise de conteúdo, deve-se codificar o material. Segundo

Bardin (1977, p. 104). A codificação compreende três etapas: escolha das unidades

(recorte), regras de contagem (enumeração) e escolha das categorias.

A codificação da análise de conteúdo pode ser representada pela freqüência

que, por sua vez, pode ser medida pelos números de palavras, frases, parágrafos,

temas, entre outros (unidades de codificação).

A unidade de codificação utilizada para a análise de conteúdo foi o conjunto de

palavras entre um ponto e outro, e entre um ponto-e-vírgula e um ponto dentro dos

parágrafos dos relatórios analisados. Essa unidade de codificação foi denominada

frase. Apesar de saber-se que, semanticamente, a frase pode ter outros conceitos,

adotou-se o referido para fins de uniformidade na análise.

Apesar dos diversos conceitos de frase, segue-se o do Dicionário Houaiss

(2001, s.v., p. 1386) que conceitua “frase” como:

construção que encerra um sentido completo, podendo ser formado por uma ou mais palavras, com verbo ou sem ele, ou por uma ou mais orações; pode ser afirmativa, negativa, interrogativa, exclamativa ou imperativa, o que na fala é expresso por entonação típica e, na escrita, pelos sinais de pontuação... (grifos nosso).

A segunda etapa da codificação diz respeito à enumeração, que é o modo de

contagem da unidade de registro, que, no caso deste trabalho, será a quantidade de

frases (o conjunto de palavras entre um ponto e outro, ou entre um ponto e um

ponto-e-vírgula, compreendendo um significado).

O modo de contagem escolhido é a freqüência simples, ou seja, será contado

o número de frases de cada categoria e as frases terão peso igual.

85

A terceira etapa da codificação é a escolha das categorias, o que será

debatido no próximo tópico.

6.3 CATEGORIAS

As categorias apresentadas na análise de conteúdo são um importante fator

para o resultado da análise.

Bardim (1977, p. 117) define a categorização como “uma operação de

classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e,

seguidamente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios

previamente definidos”. Dessa forma, as categorias são uma classificação em que

são agrupados assuntos em comum dos documentos analisados.

As categorias deste trabalho buscam seguir os assuntos abordados,

principalmente os indicados na publicação de 2003, uma vez que esses relatórios

apresentam uma divisão orientada pelas perspectivas do BSC.

As categorias são:

a) Visão e missão;

b) Perfil corporativo;

c) Principais indicadores;

d) Mensagem da administração;

e) Mercado e vendas;

86

f) Produção e tecnologia;

g) Logística;

h) Suprimentos;

i) Governança corporativa;

j) Desempenho econômico-financeiro;

k) Expectativas;

l) Investimento;

m) Informações sociais; e

n) Informações ambientais;

6.4 TIPO DE DISCLOSURE

No que se refere a tipo de disclosure as mensagens dos relatórios analisados

podem ser classificadas como: declarativa, quantitativa não monetária e quantitativa

monetária. A análise será feita por meio da verificação do conteúdo dessas

mensagens.

Seguem-se alguns exemplos extraídos do relatório anual de 2003, para melhor

compreensão de como foi feita a classificação do tipo de disclosure:

Declarativa: A mudança de perfil na destinação das placas em 2003 deveu-se à extraordinária participação da China no mercado siderúrgico mundial, que, de certa forma, vem desconfigurando o padrão mercadológico existente até então, com uma participação sem precedentes.

87

O mercado aquecido, aliado a sua estratégia de negociação, permitiu à CST destacar-se em relação ao mercado, o que impactou favoravelmente sua rentabilidade e lucratividade no período. Quantitativa não monetária: Em 2003, a CST vendeu 3.669 mil toneladas de placas, volume 21% inferior ao do ano passado, em razão da maior destinação do produto para a produção de bobinas a quente. Desse total, 49% (1.650 mil toneladas) foram destinados ao mercado norte-americano e 44% (1.614 mil toneladas) para o mercado asiático, contra 56% e 31%, respectivamente, no ano anterior. Quantitativa monetária: Em 2003 foram investidos mais de US$ 120 milhões, elevando para cerca de US$ 2 bilhões o total de investimentos realizados pela CST desde sua privatização em 1992. A Companhia obteve um preço médio anual para placas de US$ 237/tonelada, um dos mais altos preços de toda a sua história.

6.5 CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DA INFORMAÇÃO

A análise qualitativa é um método mais indutivo e, neste momento, busca-se

entender o significado da mensagem.

A análise qualitativa é essencial para responder à questão deste trabalho. A

verificação da freqüência é um fator importante para a conclusão do disclosure das

informações prestadas pela Companhia analisada, entretanto a análise qualitativa

tem a função de verificar primordialmente se a mensagem divulgada pela CST no

ano de 2003 tem um caráter mais prospectivo.

Neste momento, busca-se atestar se os relatórios da CST têm por objetivo

aumentar o valor preditivo da informação contida.

Esta análise será feita por meio da classificação das frases em: frases

retrospectivas (frases que representam o passado) e frases prospectivas (frases que

representam o futuro). Tal classificação é oriunda da orientação de que o balanced

scorecard tem por objetivo a prospecção da empresa sempre para o futuro.

88

Kaplan e Norton (1997, p. 41) dizem que as empresas devem adotar uma

abordagem mais orientada para o futuro com o objetivo de atender às necessidades

dos usuários, devendo seus relatórios conter: informações sobre planos,

oportunidades, riscos e incertezas, fatores que criam valor a longo prazo (medidas

não-financeiras) e, por fim, o alinhamento de informações reportadas externamente

com as informações reportadas internamente.

Dessa forma, frases que possuem conteúdo explicativo e que dão direção

para objetivos futuros, projetos, pretensões da empresa serão classificadas como

frases prospectivas, como se depreende dos exemplos citados no Relatório Anual da

CST 2003:

A Companhia está iniciando um plano de expansão sustentado que elevará sua capacidade de produção para 7,5 milhões de toneladas de placas por ano a partir de meados de 2006. Esse projeto representa novos investimento de US$ 1 bilhão. O principal projeto é a Central Termelétrica 4, com entrada em operação em janeiro de 2004, com capacidade de geração de até 75 MW, possibilitando a preservação da auto-suficiência energética da Companhia, mesmo com o LTQ a plena operação.

As frases que por sua vez, abordarem resultados do exercício, dados e

informações do período da publicação, serão classificadas como frases

retrospectivas, como nos exemplos citados no Relatório Anual da CST 2003:

Em 2003, a CST consolidou a otimização da produção para 5 milhões de toneladas de placas/ano, dentro do planejado. O resultado financeiro líquido da CST em 2003 foi positivo em R$ 133 milhões ante um resultado negativo de R$ 586 milhões em 2002. Esse resultado é decorrente basicamente das influências da variação cambial no período – apreciação de 18,23% do real em relação ao dólar – e seu impacto sobre o endividamento da Companhia.

89

6.6 ANÁLISE POR CATEGORIAS

6.6.1 Visão e Missão

No ano de 2003, o relatório da administração apresenta, logo na sua abertura,

em destaque, a visão e a missão da Companhia. O mais importante é que em várias

partes no relatório é citada a necessidade de que todas as áreas da empresa devam

estar em consonância com a missão e a visão.

Outro destaque para esse ano de 2003 foi a citação da missão e da visão da

empresa também no Relatório Ambiental e Social. Existem citações sobre a missão e

a visão no relatório de 2003 nas perspectivas em que foram divididos os relatórios,

como se pode observar a seguir:

a) Perspectiva de processos internos

Todas as áreas da companhia realizaram um mapeamento dos processos internos, identificando tarefas críticas, e, conseqüentemente, elaboraram e/ou revisaram seus procedimentos com o objetivo de estabilização da rotina sempre voltados para o foco dos objetivos, estratégia e missão da empresa (CST, Relatório Anual 2003, p. 19).

b) Perspectiva de aprendizado e crescimento

A CST considera cada empregado um elemento fundamental na consecução de sua visão e de sua missão empresarial. E a missão e visão estão presentes no dia-a-dia de nossos empregados trabalhando todos com os mesmos objetivos (CST, Relatório Anual 2003, p. 28).

c) Perspectiva da sociedade

Para alcançar nosso objetivo e visão, atuamos com os seguintes valores: • Competência: buscando níveis de conhecimento cada vez maiores. • Satisfação: trabalhando com orgulho e prazer. • Desempenho: promovendo resultados que atendam e superem as expectativas de nossos empregados, clientes e acionistas. • Participação e Cooperação: cultivando um ambiente onde prevaleçam o trabalho em equipe e o respeito às opiniões, favorecendo a criatividade e a iniciativa. • Disciplina: cumprindo normas e padrões que garantam a Estabilidade dos Processos, a Segurança do Homem e o Respeito ao Meio Ambiente.

90

• Comprometimento: cultivando a lealdade e integrando as ações que priorizem os objetivos globais da empresa.

• Cidadania: contribuindo para o desenvolvimento auto-sustentável da sociedade (CST, Relatório Social, 2003, p. 4).

O Quadro 15 mostra que a missão e a visão também foram citadas no ano

2000 (diferentemente do de 2003), mas não existem citações no decorrer do relatório

nesse período. Não existe no relatório do ano de 2000 uma preocupação em mostra

alinhamento entre os tópicos apresentados e a missão e a visão.

Isso pode ser visto como um reflexo da implantação do Balanced Scorecard,

já que esse sistema traduz a missão e a estratégia da empresa, funcionando como

um “sistema de comunicação, informação e aprendizado” (KAPLAN e NORTON,

1997, p. 25).

O Quadro 15 indica no número de citações dos itens missão e visão nos

períodos de 1997 a 2003.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 0 - - - - -

1998 0 - - - - -

1999 0 - - - - -

2000 02 02 - - - 02

2001 0 - - - - -

2002 0 - - - - -

2003 04 04 - - - 04

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 15: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre visão e missão

91

6.6.2 Perfil Corporativo

O perfil corporativo traça uma apresentação e algumas características da CST,

como, por exemplo, localização, produtos, tempo de funcionamento, produção,

expectativas, fatia do mercado e fatos marcantes no período, e principais mudanças.

No perfil corporativo são apresentados alguns comentários sobre o que vai ser

mais detalhado em todo o Relatório Anual.

Como se pode observar no Quadro 16, no que diz respeito à categoria perfil

corporativo, houve um aumento do disclosure da informação. Entretanto o mais

importante é que, a partir de 2001, mesmo ano de implantação do BSC, surgiram

frases prospectivas, mesmo sendo está uma categoria que possui o intuito de

apresentar a empresa.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 06 05 01 - 06 -

1998 07 06 01 - 07 -

1999 11 08 03 - 09 -

2000 10 06 03 01 07 -

2001 11 06 04 01 09 02

2002 12 08 03 01 09 03

2003 16 09 05 02 10 06

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 16: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre perfil corporativo

92

6.6.3 Principais Indicadores

Os principais indicadores aparecem em todos os períodos analisados, tendo a

preocupação de apresentar 5 (cinco) anos anteriores, pelo menos, para fins

comparativos.

Pode-se verificar um aumento dos índices durante os anos. No ano de 2003,

especificamente, os indicadores foram divididos em indicadores operacionais e

indicadores econômico-financeiros consolidados. No ano de 2003 pode-se observar

ainda que os indicadores foram apresentados em duas formas, pela legislação

societária (R$) e em US GAAP (US$).

Observa-se também que, nesta categoria, são apresentados gráficos para

melhor exemplificar os índices. Em 2003 também ocorreu a preocupação de fazer

uma maior apresentação gráfica, havendo 6 (seis) gráficos contra 3 (três) em 2002 e

2001.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 12 - 06 06 12 -

1998 12 - 06 06 12 -

1999 18 - 07 11 18 -

2000 11 - 03 08 11 -

2001 12 - 04 08 12 -

2002 13 - 04 09 13 -

2003 22 - 05 17 22 -

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 17: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre principais indicadores

93

6.6.4 Mensagem da Administração

Nesta categoria são mostrados os principais acontecimentos do ano, tanto

internos quanto externos, apresentando aspectos que influenciaram as atividades da

empresa como: mercado externo e interno, decisões governamentais, produção

mundial e interna, entre outros.

Apresenta principalmente as principais realizações da CST no período e

algumas expectativas para o próximo ano.

O Quadro 18 demonstra a evolução quantitativa em ralação a esse item

valendo ressaltar também a evolução de frases prospectivas nos anos de 2002 e

2003 com o objetivo de transmitir ao leitor não somente os acontecimentos do

período em questão, mas também expectativas do próximo exercício.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 14 10 02 02 10 04

1998 08 04 02 02 06 02

1999 21 18 01 02 16 05

2000 12 10 - 02 08 04

2001 23 19 01 03 10 13

2002 36 32 03 01 16 20

2003 39 27 10 02 19 20

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 18: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre Mensagem da administração

94

6.6.5 Mercado e Vendas

Nesta categoria estão englobadas todas as informações sobre o mercado e

vendas no âmbito nacional e internacional.

Nos anos de 1997 a 2000 havia menção sutil sobre o mercado, entretanto

2001 e 2002 os temas (vendas e mercado) são tratados conjuntamente.

Em 2003, diferentemente dos relatórios anteriores, foram apresentados

separadamente os resultados e expectativas sobre as vendas e sobre o mercado

tanto nacional quanto internacional.

O Quadro 19 pode demonstra como houve um crescimento significativo tanto

na análise quantitativa quanto na análise qualitativa. O aumento de frases

prospectivas, uma das características do BSC, triplicou em relação ao ano anterior.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 07 - 05 02 07 -

1998 12 04 07 01 12 -

1999 10 02 05 03 08 02

2000 35 23 09 03 31 04

2001 25 14 09 02 21 04

2002 19 11 04 04 13 06

2003 48 30 13 06 27 21

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 19: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre mercados e vendas

95

6.6.6 Produção e Tecnologia

Neste tópico estão incluídos basicamente os dados referentes à produção da

empresa e seus processos internos referente à tecnologia utilizada, tais como:

manutenção, dados sobre os altos-fornos, gastos em novas tecnologias, entre outros.

Em 2003 deu-se um destaque na área de tecnologia e produção para o

Laminador de Tiras a Quente – LTQ, que possibilitou um avanço no mercado

brasileiro para a Companhia.

Da mesma forma como nos itens anteriores, o Quadro 20 aponta um aumento

significativo do número de frases no relatório de 2003, no que diz respeito ao item

produção e tecnologia.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 10 06 04 - 08 02

1998 09 05 04 - 08 01

1999 21 15 06 - 20 01

2000 12 06 05 01 11 01

2001 20 11 09 - 12 08

2002 28 18 09 01 15 13

2003 60 39 21 - 37 23

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 20: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre produção e tecnologia

96

6.6.7 Logística

A logística mereceu um espaço especial a partir do relatório de 2002 com o

início das atividades do Laminador de Tiras Quentes – que atende ao mercado

interno – exigindo uma reestruturação do sistema logístico que passou a ser muito

mais complexo.

A logística aparece com algum destaque a partir do ano de 2002 e é mais

detalhada em 2003.

O item logística também ganha mais espaço dentro do Relatório Anual de

2003, devido ao LTQ, uma vez que este tem por objetivo atender o mercado interno,

tornando essa atividade bem mais complexa.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 0 - - - - -

1998 0 - - - - -

1999 0 - - - - -

2000 0 - - - - -

2001 01 01 - - 01 -

2002 05 05 - - 04 01

2003 10 03 06 01 06 04

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 21: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre logística

97

6.6.8 Suprimentos

A área de suprimentos também ganhou destaque especial no relatório de

2003. Em nenhum relatório anterior havia menção sobre suprimentos

especificamente.

Neste relatório até as parcerias com os fornecedores são mencionados como

importante ferramenta estratégica.

O Quadro 22 mostra que as citações sobre suprimentos só tiveram destaque

no ano de 2003.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 0 - - - - -

1998 0 - - - - -

1999 0 - - - - -

2000 0 - - - - -

2001 0 - - - - -

2002 0 - - - - -

2003 06 5 1 - 5 1

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 22: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre suprimentos

98

6.6.9 Governança Corporativa

Esta categoria engloba informações sobre o modelo de organização e gestão

adotado pela Companhia Siderúrgica de Tubarão.

O item mais importante dessa categoria a ser observado é o fato de que as

frases prospectivas tiveram seu início no ano de 2001, assim como em outras

categorias.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 07 05 01 01 07 -

1998 14 10 04 - 14 -

1999 11 03 02 03 11 -

2000 02 02 - - 02 -

2001 14 07 05 02 13 01

2002 09 04 05 - 08 01

2003 19 09 08 02 11 08

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 23: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre governança corporativa

99

6.6.10 Desempenho econômico-financeiro

Na categoria de desempenho econômico-financeiro, são abordados os

seguintes temas: desempenho financeiro do exercício, endividamento, apuração do

lucro, receitas operacionais e financeiras, despesas operacionais e financeiras,

capital de giro, créditos fiscais, ações da empresa e dividendos.

O Quadro 24 engloba o total da análise dos itens acima.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 10 03 01 05 10 -

1998 04 03 - 01 04 -

1999 08 05 - 03 07 01

2000 26 06 05 15 26 -

2001 30 09 04 17 28 02

2002 27 12 07 08 23 04

2003 50 30 12 08 41 09

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 24: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre desempenha econômico-financeiro

100

6.6.11 Expectativas

Nesta categoria são abordados as medidas futuras e expectativas do

mercado.

O Quadro 25 demonstra que a categoria “expectativa” só passou a ser

mencionada nos relatórios da CST, a partir do ano de 2001. As expectativas são em

sua maioria expressos nos relatórios em frase prospectivas que passaram a ter uma

maior importância após a implantação do BSC.

Como já abordado, O BSC deve refletir as expectativas da empresa em seus

objetivos e indicadores e, como pode ser observado no Quadro 25, tais informações

também passaram a serem relevantes para os Relatórios da CST nos anos de 2001

a 2003.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 0 - - - - -

1998 0 - - - - -

1999 0 - - - - -

2000 0 - - - - -

2001 09 08 01 - 01 08

2002 09 06 01 02 - 09

2003 11 06 05 - - 11

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 25: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre expectativas

101

6.6.12 Investimentos

Qualquer tema que tratar de atualização da tecnologia, da expansão da

capacidade de produção, do enobrecimento do mix de produtos e de melhorias

operacionais será tratado como Investimento.

Nesta categoria serão englobadas as explicações dadas sobre os

investimentos do período estudado e aqueles investimentos que ainda estão em

curso.

No Quadro 26 pode-se perceber a necessidade que os relatórios de 2001 a

2003 tiveram de estar abordando sobre investimentos futuros. Neste período também

pode-se perceber um aumento do disclosure da informação.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 09 06 - 03 06 03

1998 12 08 01 03 07 05

1999 10 07 02 1 05 05

2000 11 07 01 03 08 03

2001 20 09 03 08 06 14

2002 22 10 03 09 09 13

2003 35 25 05 05 04 31

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 26: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre investimentos

102

6.6.13 Informações sociais

No período de 1997 a 2001 as informações sociais foram abordadas no

Relatório Anual. Essas informações, nos períodos citados, não possuíam muita

expressividade como pode ser observado no Quadro 27.

Nos anos de 2002 e 2003 foi publicado o Balanço Social da CST e por isso

houve o aumento expressivo de frases nesses períodos.

Segundo a gerência da controladoria da CST, o aumento de informações

sociais e, a publicação do Balanço Social da empresa, é uma conseqüência da

perspectiva da Sociedade, que possui como um dos objetivos “comunicar com

transparência para a sociedade”.

Esse objetivo tem por projeto estratégico (ver Quadro 9, p. 73) ampliar o

conhecimento da sociedade sobre a CST. Talvez este objetivo e conseqüentemente

projeto estratégico tenham influenciado fortemente no aumento do disclosure da

informação no que diz respeito a categoria analisada.

Ainda segundo a gerência da controladoria da empresa, o aumento expressivo

de informações do ano de 2002 para 2003 deu-se pela efetiva implantação do BSC

no início de 2003, que permitiu que a perspectiva da Sociedade fosse mais

trabalhada e discutida.

Outro objetivo da perspectiva da Sociedade (ver Quadro 9, p.73) é “valorizar a

cultura de Responsabilidade Social”. Este objetivo tem por indicadores de resultado a

análise completa dos programas sócias e a avaliação da Ethos. O Balanço Social de

2003 tem por diferencial do relatório de 2002 o detalhamento de todas as ações

103

sociais e projetos da empresa, atendendo de forma mais completa aos objetivos da

perspectiva da Sociedade.

O Balanço Social de 2003 está muito mais completo, podendo ser um reflexo

da perspectiva da Sociedade do Balanced Scorecard.

Outro fator a ser observado no Quadro 27 é que também no ano de 2001 deu-

se início às frases prospectivas, identificando novos projetos sociais e ações futuras

nos programas existentes.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 02 01 - 01 02 -

1998 06 05 - 01 06 -

1999 14 08 - 04 14 -

2000 16 15 01 - 16 -

2001 28 15 08 05 24 04

2002 152 114 22 16 125 27

2003 453 331 79 43 356 97

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 27: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre informações sociais

6.6.14 Informações ambientais

O Relatório Ambiental foi publicado pela primeira vez em 2003 o qeu gerou

aumento do número de frases do ano de 2002 para 2003, conforme demonstrado no

Quadro 28.

104

Nos relatórios anteriores, as informações ambientais foram apresentadas no

Relatório Anual.

A gerência da controladoria da CST informou que a publicação do Balanço

Ambiental só foi possível pelo cumprimento do objeto traçado pela perspectiva da

Sociedade que é “antecipar-se às demandas ambientais”. Este objetivo tem como

projeto estratégico (ver Quadro 9, p. 73) “enquadramento dos padrões ambientais

internos aos padrões da União Européia”.

Tal enquadramento aos padrões permitiu que a empresa estruturar um

Relatório Ambiental.

O Quadro 28 ainda mostra que as frases prospectivas surgiram de forma

expressiva a partir de 2002, identificando novos projetos e ações ambientais futuras.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 06 04 01 01 06 -

1998 07 04 03 - 07 -

1999 08 03 03 02 07 01

2000 20 14 06 - 20 -

2001 23 13 09 02 23 -

2002 48 35 09 04 33 15

2003 306 247 50 9 273 33

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 28: Análise quantitativa e qualitativa das informações sobre informações ambientais

105

6.7 RESULTADO DA ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA

Como se pode observar na análise das categorias escolhidas, houve um

aumento gradativo do disclosure da informação nos relatórios da CST. Entretanto,

no ano de 2003, esse aumento representou quase o triplo em relação a 2002.

Dessa forma, esse aumento da quantidade de informação publicada não pode

ser encarado como uma conseqüência natural do crescimento da empresa. Esse

aumento teve origem na adoção de uma nova ferramenta estratégica adotada pela

empresa em 2002 e implementada no início de 2003.

O BSC, sendo uma ferramenta de comunicação interna entre os

departamentos, fez com que a empresa adotasse também uma política de divulgação

das informações adequando seus relatórios às metas, objetivos e indicadores

traçados pelo Balanced Scorecard Corporativo.

Outra característica do BSC, que pode ser encontrada nos relatórios

publicados em 2003, foi o aumento de informações de caráter prospectivo, ou seja, o

aumento de informações que tem por objetivo o futuro, atendendo assim de uma

melhor forma às necessidades dos usuários.

O Quadro 29 e a Figura 12 representam o somatório de todas as frases das

categorias juntas. Pode-se perceber pelo Quadro 28 que:

a) A quantidade de frases vem aumentando a cada ano, aumentando

assim o disclosure da informação das demonstrações;

b) Do ano de 2002 para 2003, ano de implementação do BSC, o número

de frases quase triplicou;

106

c) Aumento gradativo também das frases prospectivas, sendo que do ano

de 2002 para 2003 essa frases foram 2,4 vezes maiores. Vale ressaltar

que o aumento de frases prospectivas não cresce na mesma proporção

das frases retrospectivas. Enquanto até o ano de 2002 as frases

retrospectivas crescem na proporção de 20 a 30%, as frases

prospectivas cresceram na proporção de 50 a 60%.

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 83 40 21 21 74 9

1998 91 49 28 14 83 8

1999 132 69 29 29 115 15

2000 155 89 33 33 140 12

2001 216 112 57 48 160 56

2002 380 255 70 55 268 112

2003 1077 763 220 95 811 266

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 29: Resultado da análise qualitativa e quantitativa

A Figura 12 mostra graficamente o total de frases apurados no período de

1997 a 2003 pela análise de conteúdo.

107

1997199819992000200120022003

Fonte: Elaborado pela autora Figura 12: Gráfico do total de frases dos períodos

O grande salto no número de frases entre ano de 2002 para o ano de 2003 foi

influenciado principalmente pelas informações sociais e ambientais, uma vez que

estas juntas perfazem um total de 759 frases.

Desta forma, o Quadro 30 apresenta o total de frases das categorias juntas

excluindo as categorias das informações sociais e informações ambientais.

O Quadro em questão tem por objetivo demonstrar que mesmo sem as

informações sociais e ambientais, que possuem muita representatividade, houve um

aumento de mais de 77% no total de frases do ano de 2002 para 2003.

Assim, mesmo sem as informações referidas houve um aumento do disclosure

da informação após a implementação do BSC.

O mesmo pode ser verificado no que diz respeito às informações prospectivas

no ano de 2003. Estas, mesmo sem as informações ambientas e sociais, dobraram

em relação ao ano de 2002.

108

Ano de Publicação

Nº de frases

Total Declarativa Quantitativa Não

Monetária

Quantitativa Monetária

Retrospectiva Prospectiva

1997 74 35 20 19 66 9

1998 78 40 25 13 70 8

1999 108 58 26 23 88 14

2000 119 60 26 33 104 12

2001 165 84 40 41 113 52

2002 180 106 39 35 110 70

2003 320 186 91 43 182 138

Fonte: Elaborado pela autora Quadro 30: Resultado da análise qualitativa e quantitativa sem as informações sociais e ambientais

A Figura 13, por sua vez, demonstra o total de frases de cada período

analisado identificado pelo tipo de disclosure, ou seja, frases declarativas, frases

monetárias e frases não-monetárias.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

DeclarativaQuant. N. MonetáriaQuant. Monetária

Fonte: Elaborado pela autora Figura 13: Gráfico do total de frases por tipo de disclosure

109

Pode-se observar que o tipo de disclosure teve um aumento gradativo e

regular entre os nos de 1997 até 2001. Entretanto observa-se um aumento

considerável de frases declarativas no período de 2002 e 2003. Este aumento foi

gerado em 2002 pelo Relatório Social e em 2003 pelos Relatórios Sociais e

Ambientais.

Os Relatórios Sociais e Ambientais possuem em sua maioria frases declarativas.

A Figura 14 demonstra o total de frases de cada período por meio da análise

qualitativa identificando as frases de conteúdo prospectivo e as frases de conteúdo

retrospectivo.

0100200300400500600700800900

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Retrospectiva Prospectiva

Fonte: Elaborado pela autora Figura 14: Gráfico do total de frases retrospectivas e prospectivas

Essa classificação qualitativa da análise é muito importante pelo fato de que o

BSC tem uma proposta sempre prospectiva, ou seja, voltada para o futuro. A partir

do ano de 2001 pode-se observar um crescimento das frases prospectivas.

Nos anos de 1997 a 2000, as frases prospectivas permaneceram quase no

mesmo patamar, entretanto a partir de 2001, ano do início da construção do BSC,

essas frases passaram a se destacar, como pode ser observado na Figura 14.

110

CAPÍTULO 7

7 CONCLUSÃO

Os usuários da informação contábil estão cada vez mais exigentes. Existe

uma busca maior de informações sobre as atividades que agregam valor à empresa

e sobre os ativos não financeiros e intangíveis.

Os investidores de um modo geral estão preocupados com informações que

contenham indicadores de desempenho futuro da organização. Dessa forma,

algumas organizações têm apresentado informações nos seus relatórios sobre:

novos produtos, investimento, grau de satisfação de funcionários e clientes,

expectativas da alta gerência, entre outros.

No mesmo sentido dos investidores, a alta gerência da empresa também

precisa de informações atuais, tendo necessidade de medir resultados

continuamente durante o exercício e não somente ao final de um longo período.

Existe a necessidade do controle contínuo do alcance das metas, objetivos e

estratégias traçadas pelos setores das organizações, facilitando previsões e

planejamento.

O Balanced Scorecard surgiu como uma ferramenta capaz de monitorar em

períodos curtos metas e indicadores dentro da organização, unificando a

comunicação interna, divulgando a estratégia geral, e alinhando os setores com

essa estratégia. Além disso, é uma importante ferramenta de comunicação interna

voltada para o futuro.

111

Nesse sentido, começaram a surgir os questionamentos para a construção

dessa pesquisa. Será que a adoção do balanced scorecard como ferramenta

gerencial, que tem por fim melhorar a comunicação interna, pode influenciar os

relatórios publicados pela empresa? Surgiu assim a problema deste estudo de caso:

qual o impacto que a implantação do Balanced Scorecard na CST-Companhia

Siderúrgica de Tubarão causou no disclosure de seus relatórios contábeis?

Para responder a este problema, foi traçado o objetivo geral desta pesquisa:

Identificar os efeitos da implantação do BSC nos relatórios publicados, por meio da

análise de possíveis mudanças ocorridas na forma de divulgação das informações

da CST.

Surgiram também os objetivos específicos: Identificar ocorrências em forma

de citações diretas ou indiretas nas demonstrações do ano de 2003 que refletem as

perspectivas e objetivos definidos pelo BCS da CST; verificar os reflexos

quantitativos do BSC, por meio da análise de conteúdo, no disclosure da informação

nos relatórios de 1997 a 2003 publicados pela CST; Verificar os reflexos qualitativos

do BSC, por meio da análise de conteúdo, no que diz respeito às informações

prospectivas e retrospectivas nos relatórios de 1997 a 2003 publicados pela CST.

Para alcançar esse objetivo foram analisados Relatórios Anuais, Balanços

Sociais e Balanço Ambiental dos anos de 1997 a 2003. Essa análise foi efetuada em

duas etapas. Na primeira etapa foram abordadas todas as perspectivas com seus

respectivos objetivos e indicadores. A segunda etapa é desenvolvida por meio da

análise de conteúdo em que são feitas uma análise quantitativa, buscando identificar

o aumento do disclosure da informação, e uma análise qualitativa, que tem por meta

verificar se os relatórios analisados estão buscando evidenciar informações

112

prospectivas da empresa, e se, dessa forma, estão de acordo com os preceitos do

BSC.

Pelos dados analisados pode-se concluir que:

1. Análise da primeira etapa:

a) No que diz respeito ao aspecto formal do Relatório de 2003 pode-se

observar que este está dividido em 5 perspectivas, as mesmas do BSC

da empresa. Vale ressaltar ainda que a perspectiva financeira no

relatório em questão, por exemplo, está subdividida de acordo com os

objetivos do balanced sorecard.

b) Entre os 26 objetivos traçados nas perspectivas do BSC, 20 objetivos

encontram citações diretas nos Relatórios de 2003, totalizando 77%;

c) Em alguns casos, principalmente na perspectiva da sociedade e

financeira, indicadores dos objetivos foram citados diretamente no

Relatório Anual de 2003;

d) Itens não citados, ou com pouco destaque, nos relatórios anteriores,

que estão presentes nas perspectivas, passaram a ter destaque no

relatório anual de 2003, como é o caso da logística e suprimentos;

e) Em 2003 foi publicado pela primeira vez o Balanço Ambiental em

consonância com os objetivos e indicadores de resultado da

perspectiva da sociedade.

113

2. Análise da segunda etapa:

a) Os relatórios publicados em 2003 (Relatório Anual, Balanço Social e

Ambiental) perfazem um total de frases de 1.077 que correspondem a

50% de tudo o que foi analisado por esta pesquisa do período de 1997

a 2003;

b) O aumento do número de frases de 2003 em relação a 2002 foi num

total de 35%;

c) Houve, dessa forma, um aumento do disclosure da informação no

relatório de 2003, após a implementação do BSC, na medida em que o

este relatório está estatisticamente maior que os anteriores;

d) Pode-se perceber também pela pesquisa um aumento sensível do

número de frases prospectivas. De 2002 para 2003 elas aumentaram

cerca de 43%. Esse resultado também reflete a essência do BSC, uma

vez que este está sempre voltado para o futuro;

e) Das catorze categorias analisadas, dez apresentaram

representatividade de frases prospectivas a partir do ano de 2001, ano

em que se iniciou a implantação do BSC.

Com base nessas análises, observou-se que o Relatório de 2003 apresenta

algumas características oriundas do Balanced Scorecad, seja na sua forma de

apresentação, seja no conteúdo que apresenta aspectos encontrados no BSC da

empresa.

114

No que diz respeito aos objetivos específicos observou-se que a análise

quantitativa demonstrou um aumento no disclosure da informação durante os anos

principalmente no Relatório de 2003. A análise qualitativa, por sua vez, demonstrou

também um aumento considerável de frases prospectivas, principalmente nos anos

de 2002 e 2003.

Este aumento de frases prospectivas pode ser um dos principais indícios da

influência do BSC sobre os relatórios dos anos de 2001, 2002 e, principalmente do

ano de 2003, uma vez que uma das principais características do BSC é a produção

de informações voltadas para frente, para o futuro.

Pode-se identificar como limitações da pesquisa que:

a) Os resultados correspondem a uma empresa específica, não podendo

ser generalizados;

b) A análise foi desenvolvida considerando apenas um período com a

ferramenta efetivamente implantada, não tendo desta forma base

estatística; e

c) A análise de conteúdo depende em boa parte do analista, o que pode

acarretar subjetividade à análise.

Têm-se ainda as seguintes sugestões para novas pesquisas:

a) A empresa está desenvolvendo os BSCs departamentais. Tais mapas

estratégicos, com seus respectivos objetivos e indicadores, poderão

trazer mais modificações para os relatórios da CST, desta forma,

115

poderá ocorrer a verificação da influência no disclosure das

informações da empresa decorrentes dos BSCs departamentais ; e

b) Ampliação do número de anos, após a implantação do BSC, trará base

no histórico de dados para análises do disclosure em seus respectivos

relatórios.

116

REFERÊNCIAS

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