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EditorialEditorial______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

....Oh Mestre, fazei com que eu procure mais, consolar que ser consolado,compreender que ser compreendido, amar que ser amado,

pois e dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado...

Francisco de Assis

niciamos este Editorial, pedindo perdão e paciência aos nossos leitores, mas não poderíamos, às vésperas do pleito eleitoral, deixar de falar sobre a consciência da cidadania. Sabemos que esse assunto, devido à onda de escândalos que assola nosso

país, chega a ser maçante, repugnante, mas imploramos sua atenção em nome de uma vida mais justa e digna para nossos filhos e netos.

IA máxima proferida por Platão, há mais de dois milênios, traduzia, naquela época, o quadro caótico em que vivemos hoje:

“Quem não gosta de política, permite, por sua omissão, ser governado por aqueles que gostam!”

Se nossa situação política não fosse trágica, confessaríamos que seria hilário assistir à propaganda veiculada pelo TRE, diga-se de passagem, inteligentemente elaborada, mostrando ao eleitor que quatro anos é muito tempo, quando votamos sem consciência. Ora a personagem, o eleitor, se apresenta com uma abelha dentro do ouvido; ora andando em círculos; ora sapateando por descontrole das pernas.

Podemos, sim, mudar essa situação! Temos uma arma poderosa e não vamos errar, novamente, o alvo, e, por mais quatro anos, lamentarmos que o político não presta. Ele vale tanto quanto valorizamos nosso voto!

Dizia Mahatma Ghandi:

“Seja você a modificação que você quer no mundo!”

Dentro desse escopo, chamamos atenção para a matéria da coluna Destaques, de autoria de nosso Irmão João Camanho, com o título “Eleições 2008 - Momento de Reflexão”, conscientizando-nos de nossa responsabilidade como eleitores; a Matéria da Capa, de autoria do saudoso escritor maçônico José Castellani, “A Estrela Pentagonal”, traz uma profunda interpretação desse símbolo mágico, utilizado por diversas Escolas de Iniciação.

Prestamos uma singela homenagem, através da coluna Os Grandes Iniciados, ao “Pobrezinho de Deus” – Francisco de Assis. Já, na coluna Ritos Maçônicos, apresentamos, de autoria do meu querido Irmão Francisco Miranda, a elucidativa matéria “A Ordem dos Mestres Maçons da Marca”.

Chamamos particular atenção para a coluna Informe Cultural, que apresenta o belo trabalho, desenvolvido pelo Irmão César Luiz Bueno, à frente do Projeto “Tempo de Estudos”, para o qual convido a participação de todos. Na coluna Trabalhos, ofertamos dois presentes aos nossos leitores, através das matérias “Os Doze Discípulos e os Símbolos Astrológicos” e “Iniciação”, de autoria dos Irmãos João Roberto Clímaco e Cleanto Pereira dos Santos, respectivamente.

Nossa Revista visa construir um mundo melhor e, para isso, não medimos esforços para darmos nossa contribuição aos nossos respeitáveis Irmãos, que, mensalmente, acolhem-nos, divulgando temas sérios, elucidando fatos, chamando-os à razão, conscientizando-os de que, se não formos parte da solução, seremos parte do problema.

Agradecemos aos diletos Irmãos colaboradores, que nos brindam com pérolas literárias, para que possamos dividi-las com vocês, leitores. Da mesma forma, agradecemos a confiança de nossos Irmãos patrocinadores, que anunciam suas empresas em nossa Revista e, com isso, viabilizam a produção da mesma.

Somente seremos fortes, se estivermos unidos!

Os tempos são chegados, e a Era de Aquarius traz uma nova vibração, onde os comportamentos individualistas, materialistas e egocêntricos não têm mais lugar.

“Para que somarmos, se podemos dividir?” Pensem nisso!

Que os exemplos da Vida e Obra do Mahatma Francisco de Assis possam nos inspirar, para sermos cada vez mais fraternos, solidários e conscientes de nossa Missão junto à Obra do

Eterno na face da Terra!

Nesta EdiçãoNesta Edição____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Capa – A Estrela Pentagonal...............................................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa - A Estrela Pentagonal................................3Informe Cultural – Projeto Tempo de Estudos...................4Destaque - Eleições 2008: Momento de Reflexão.................. .5

Os Grandes Iniciados – Francisco de Assis – O Pobrezinho de Deus.6

Ritos Maçônicos – A Ordem dos Mestres Maçons da Marca....7Trabalhos – Iniciação...............................................................9

- Os 12 Discípulos e os Símbolos Astrológicos....10Reflexões – Ser Desnecessário...............................................11

Boas Dicas – Sites /Indicação de Livros / Edições Anteriores.12

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Matéria da CapaMatéria da Capa____________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Estrela PentagonalA Estrela PentagonalJosé Castellani

Estrela de Cinco Pontas, ou Pentáculo, é um dos Símbolos da magia, sempre presente nos ritos de

diversas correntes iniciáticas e místicas.

ANa magia, de acordo com a sua orientação, ela pode

acompanhar operações de magia branca, ou de magia negra. Quando colocada com sua ponta isolada, para cima, significa teurgia e conclama as influências celestiais, que, por seu poder mágico, virão em apoio ao invocador; com a ponta isolada voltada para baixo, ela significa goécia e, de acordo com as intenções do mago, atrai maléficas influências astrais.

Teurgia é, em essência, a arte de fazer “milagres”; é o ramo da magia que trata das influências benéficas e do modo de invocá-las; refere-se, também, a todas as obras, cujas idéias envolvem o amor e o bem, e investiga, em especial, os fatos mais elevados da magia, os quais dependem do mundo angelical, dando ao homem os meios de se colocar em comunicação com as chamadas potências celestes (os textos bíblicos mostram muitos exemplos de teurgia). A teurgia é, também, chamada de magia branca.

Goécia é a arte de realizar malefícios e encantamentos; também, chamada de magia negra, nigromancia e feitiçaria, ela é a antítese da teurgia, pois esta se dedica às obras de luz, enquanto aquela, às obras das trevas. Ela é a parte experimental da magia, no que se refere aos poderes que o homem desenvolve em si, através de determinados processos, e ao domínio que poderá chegar a exercer sobre as entidades do astral; enquanto isso, a teurgia ensina o homem a se relacionar com os planos superiores da espiritualidade, abrindo-lhe caminho para os grandes segredos do esoterismo.

A missão principal da Estrela Pentagonal é, então, testemunhar a obra que está sendo feita: se for uma obra de luz, a ponta única estará voltada para cima; se for uma ação das trevas a posição será invertida.

Como símbolo mágico e necessário em todos os trabalhos de magia, obrigatoriamente, deverá ser composta por todos os metais e, na sua consagração, devem entrar todos os elementos. A consagração do Pentagrama, na magia, é feita da seguinte maneira: inicialmente, deve ser soprada cinco vezes, uma em cada ponta, molhando-se, em seguida, outras cinco vezes, com água lustral, e secando-se na fumaça dos cinco perfumes (incenso, mirra, enxofre, álóe e flor de cânfora); a seguir, são, novamente, sopradas as cinco pontas, enquanto são pronunciados os nomes dos cinco gênios (Rafael, Gabriel, Samael, Anael e Orifiel) ; depois, a Estrela é colocada no chão, virando-se a ponta única, sucessivamente, para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste, ao mesmo tempo em que são pronunciadas, em voz alta, as letras hebraicas iôd, hé e vav (ou vau) e, em voz baixa, as letras aleph e tau. Iôd, hé e vav são as letras que formam o nome hebraico de Deus, com a repetição da letra hé (iôd, hé, vav, hé), enquanto aleph e tau são, respectivamente, a primeira e a última letra do alfabeto hebraico, simbolizando tudo o que existe (similar a "de alfa a ômega"). Depois disso, é colocada sobre o altar das invocações, sendo rezadas as preces dos silfos, ondinas, salamandras e gnomos, enquanto são molhadas, novamente, as cinco pontas, secando-se, em seguida, na fumaça dos cinco perfumes.

O ocultista Eliphas Levi, assim, explica o significado da Estrela Pentagonal:

"O Pentagrama é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. O Signo do Verbo feito carne e, segundo a direção dos seus raios, este Símbolo, absoluto em magia, representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João, ou o bode de Mendés. É a iniciação ou a profanação, a vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã, ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador. O Pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça. Uma figura humana, de cabeça para baixo, representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a subversão intelectual, a desordem, a loucura".

Assim, para os ocultistas, todos os mistérios da Magia e da Alquimia Oculta, todos os Símbolos da Gnose e todas as Chaves Cabalísticas da Profecia resumem-se no Pentagrama, que o famoso alquimista Paracelso, cujo verdadeiro nome era Aurelius Filipus Teophrastus Bombastus von Hohenhein, do século XVI, proclamava como o maior e o mais poderoso de todos os Signos.

Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao Pentagrama foi o teólogo e médico Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, natural de Kholn (Colônia), onde nasceu, no final do século XV, que, também, era dedicado à Magia, à Alquimia e à Filosofia Cabalística.

Em Maçonaria, a Estrela Flamejante só foi introduzida nos meados do século XVIII, na França, pelo Barão de Tschoudy, também ligado ao Ocultismo. Ela, na Ordem Maçônica, é relacionada às Escolas Pitagóricas, mas não se pode esquecer de que Pitágoras, também, era dedicado à magia, não sendo de admirar o fato de ter adotado esse Símbolo máximo da Magia.

Sendo a Maçonaria uma obra de luz, é evidente que, nela, a Estrela Pentagonal tem a sua ponta única voltada para cima, inscrevendo a figura de um homem. Por isso, é, também, chamada de Estrela Hominal, representando, assim, os atributos da alta espiritualidade humana; em posição invertida, seriam inscritos, em suas cinco pontas, um homem de cabeça para baixo, ou a cabeça de um bode, representando, em ambos os casos, os atributos da animalidade e da materialidade. É importante ressaltar, todavia, que os primeiros Maçons Aceitos, de todo o século XVII e de metade do século XVIII, assim como os antigos Maçons Operativos, não conheciam o Pentagrama como símbolo maçônico, já que os Símbolos maçônicos tradicionais são os objetos ligados à arte da construção; além disso, não são todos os ritos que o adotam: o Rito de York, o mais praticado no mundo, por exemplo, adota a Estrela de Seis Pontas, Blazing Star, para o rito, ou Maguen David, para o Judaísmo - formada por dois triângulos equiláteros, cruzados e opostos pelo ápice, onde o de ápice superior é o símbolo da espiritualidade e o de ápice inferior, o símbolo da materialidade.

A Estrela Flamejante não é, portanto, um puro símbolo maçônico, tendo a sua origem na magia, desde os mais remotos

tempos.

A humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício e do Amor um pecado.Professor Henrique José de Souza

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Informe CulturalInforme Cultural____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Campanha de Educação e Cultura Maçônicas Tempo de EstudosCampanha de Educação e Cultura Maçônicas Tempo de EstudosFrancisco Feitosa

sta coluna nasceu com o propósito de divulgar Projetos maçônicos de cunho altruístico, visando,

tão somente, aos interesses da Família Maçônica. Nossa Revista não se poderia furtar a difundir essa bela Obra em prol da cultura maçônica, “Tempo de Estudos”, afinal, esse, também, é o nosso objetivo precípuo: estimular o estudo e a pesquisa e servir de veículo de divulgação da cultura maçônica a todos os Irmãos espalhados pelo Orbe terráqueo.

E

Recomendamos a todos participarem desse belíssimo trabalho, que tem como lema a trilogia Pesquisar, Estudar e Refletir e como seu idealizador, fundador e mantenedor o valoroso Irmão César Luís Bueno Gonçalves. O texto abaixo nos foi, por ele, enviado:

“Tempo de Estudos” de difusão da Cultura e Educação Maçônicas entre Irmãos regulares do GOB, CMSB e COMAB, um Projeto "supragrupos" em prol da Maçonaria brasileira. Integram-no os grupos: Atalaia, Acadêmica, Delta_Maçons do Triângulo, Egrégora, Dphf-Gscem, Maçonaria Pesqueirense (G1, 2, 3 E 100) e Tempo-de-Estudos.

O que é o "Tempo de Estudos”?É um Projeto de Educação e Cultura Maçônicas a

distância (apoiado por vários grupos de discussão maçônica na internet e formado, exclusivamente, por Irmãos regulares) voltado, principalmente, aos Irmãos Aprendizes e Companheiros, quiçá, àqueles, que, por diversas razões, não têm acesso aos centros onde são ministrados cursos de aprimoramento maçônico. Também, destina-se àqueles que carecem de recursos para aprimorar seus conhecimentos com bons livros e referências maçônicas. Podemos, então, dizer que é um Projeto de educação continuada a distância; começou com o Ir∴César Luís Bueno Gonçalves, em setembro de 2004.

Quais são as "ferramentas" do Projeto?A primeira ferramenta criada foram os grupos no

Yahoo, onde somente são aceitos Irmãos de obediências regulares, como GOB, Grandes Lojas Estaduais e Grandes Orientes Independentes. Tais grupos servem como um fórum, onde os Irmãos postam suas dúvidas sobre os mais variados temas maçônicos, como ritos, ritualística, história maçônica, legislação, usos e costumes, etc., e os Irmãos mais experientes postam suas conclusões. Assim, é possível ao consulente elaborar uma síntese sobre os temas. Aliás, é a grande característica de nossos grupos no Yahoo: não há "donos da verdade", cada membro manifesta sua opinião ou idéia, e, juntos, tentamos estabelecer esta síntese. Importante lembrar

que é um sistema restrito, fechado.Recentemente, desenvolvemos um Portal

www.tempo-de-estudos.com, onde as ferramentas de interatividade e consulta foram aprimoradas. Com o Portal, tornou-se possível disponibilizar aos seus membros:

- salas de chat, onde Irmãos estarão, em tempo-real, auxiliando nas respostas dos questionamentos formulados e, é claro, confraternizando-se com outros de todas as regiões do Brasil;

- fóruns, protegidos por grau, com questionamentos e repostas, que ficam gravadas no Portal para posterior consulta por outros consulentes, cadastrados no Portal;

- biblioteca virtual, também, com acessos protegidos e por grau, onde se disponibiliza uma vasta biblioteca com Peças de Arquitetura. Nessa área, tem-se um cuidado especial, todos os trabalhos são formatados de modo a não permitir recortes, edições ou colagens. Os trabalhos somente podem ser salvos ou lidos. Dessa forma, desestimula-se a "preguiça" de alguns, que preferem recortar e colar os textos, apresentando-os em Loja como sendo seus... Se quiserem assim, proceder, terão que, pelo menos, digitar tudo novamente.

Também, disponibilizamos, no Portal, outras ferramentas de apoio aos Irmãos, como colunas de articulistas, indicador profissional dos membros, balcão de anúncios (empregos, vendas, serviços, etc.), orientações de saúde e muito mais...

Quais são os próximos passos do Projeto?Estamos trabalhando para lançarmos, até o final de

2008, a Revista Tempo-de-Estudos, com variedades, entretenimento, reportagens de eventos maçônicos e textos culturais-educativos.

Também, está, em nossos Projetos, a "TV Tempo-de-Estudos Online", que contará com entrevistas e uma videoteca cultural.

Qual a necessidade mais premente?Divulgar o Projeto. Sem dúvida, é um passo contínuo

no mesmo. Contamos com os Irmãos para que incentivem os membros de suas lojas a aderirem ao nosso Projeto. É muito importante termos Irmãos envolvidos em todo o processo exposto acima. Os Irmãos são o maior objetivo e patrimônio de nossa luta por uma Maçonaria consciente, contextualizada, operativa e composta por Obreiros valorosos, éticos e com alto espírito maçônico.

Acessem o site www.tempo-de-estudo.com e saibam

mais!

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DestaquesDestaques____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Eleição 2008 – Momento de Reflexão!Eleição 2008 – Momento de Reflexão!João Camanho

esde a fundação da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz, em 1797, na Bahia – a primeira manifestação da

Maçonaria no Brasil – até os dias de hoje, a nossa Instituição Secular mantém-se inalterada quanto aos seus princípios fundamentais. Entre esses: a crença no G∴ A∴ D∴ U∴ ; afirmação da liberdade e da tolerância; combate à ignorância; obediência às leis brasileiras; aceitação de todos os credos políticos e religiosos; prática da honradez, da fraternidade e da justiça; luta incessante pela felicidade da humanidade. Contudo, cotejando o passado da Maçonaria brasileira com o presente, podemos afirmar, com tristeza, que a manutenção de alguns desses princípios sofreu um acentuado esvaziamento.

D

O que se pode esperar, então, de uma Ordem que se amesquinha, afastando-se de suas gloriosas e heróicas campanhas de outrora? Qual a finalidade da mesma, se Ela não se posiciona, se não repudia esse sistema excludente, corrupto, cruel, historicamente, a serviço dos grandes latifundiários, e, ainda hoje, fiel aos interesses de grupos econômicos internacionais e nacionais, de grupos políticos, de especuladores, enfim, de tudo que se opõe à conquista da cidadania? E nós ouvimos, nas nossas sessões, o diálogo entre o Ven∴ Mestre e o Ir∴ Chanceler:

― O que é a Maçonaria, Ir∴ Chanceler?― Uma instituição que tem por

objetivo tornar feliz a humanidade ... No bojo de tal diálogo, no tocante à

conduta de vida maçônica, uma fonte de sabedoria, na qual beberam os eminentes Irmãos: D. Pedro I, Gonçalves Ledo, José Bonifácio, Irineu Evangelista (Barão de Mauá), Duque de Caxias, Padre Feijó, Bento Gonçalves, Castro Alves, Visconde do Rio Branco, Barão do Rio Branco, Carlos Gomes, David Canabarro, Frei Caneca, Benjamin Constant, Deodoro da Fonseca, Hermes da Fonseca, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva e, mais recentemente, Juscelino Kubitschek.

Constatamos, então, que, hoje, a referida resposta do Ir∴Chanceler é uma utopia, haja vista a nossa omissão, a nossa indiferença, a nossa incapacidade de se indignar diante desse desfile interminável de escândalos políticos, os quais seriam cômicos, se não fossem trágicos: mensaleiros, sanguessugas, mafiosos das ambulâncias, dólares na cueca, Congresso transformado em antro de corporativistas e fisiologistas, dossiês, corrupção generalizada, envolvendo não só os figurões dos Três Poderes em Brasília, como também aqueles dos Escalões menores em todo o território nacional. Uma vasta ópera bufa, conduzida pelo maestro Lula, que “não sabe de nada”.

E, distanciando-nos dos Irmãos citados, que foram

grandes por suas atuações no campo político, lutando em prol da sociedade brasileira, nós, os maçons atuais, ficamos de braços cruzados, num total alheamento da arena política, onde o povo brasileiro é massacrado. Por quê? Porque, em loja, ensinam-nos que não podemos discutir política. Enquanto isso, dados estarrecedores nos apontam o sofrimento do brasileiro: “o Brasil tem 60 milhões de pessoas nômades e miseráveis, fora do mercado” (dado do extinto Conselho Federal de Educação); “a taxa de analfabetismo alcança o índice de 18% ou 28 milhões de brasileiros” (UNICEF); “40.000 pessoas, ainda hoje, trabalham em regime de escravidão, uma grande parte delas, no Pará” (OIT); “de cada 100 crianças, que nascem no Brasil, 58 morrem de fome” (UNICEF).

Meus Irmãos, democracia e cidadania pressupõem inclusão e participação; o caminho da construção das duas

(inclusão e participação) é um trabalho que nos compete. E esse trabalho, esse resgate da massa

oprimida tem de começar ao nível da Loja. Mas como? Fazendo-nos presentes em debates políticos que visem às

conquistas básicas, garantidas pela Constituição: educação, saúde e segurança; questionando os desmandos e desvios na

administração da coisa pública; cobrando dos governantes em atos públicos, ostensivamente, a

realização das promessas feitas em campanha; votando, principalmente, com sabedoria, no dia

05 de outubro próximo, para elegermos uma bancada, que possa atender aos anseios do povo, fazendo, com

nosso voto, uma imensa varredura nos escalões da política em âmbito nacional. Se, assim, não fizermos,

estaremos subestimando nossa capacidade de mudar a nós mesmos, de mudar os outros, de mudar o país.

A importância de sermos políticos está implícita no discurso do grande teatrólogo, poeta e ativista Bertolt Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro, que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

É preciso, sim, a Maçonaria unir-se e engajar-se nessa luta para a construção de um Brasil melhor e mais fraterno, atuando com a mesma coragem e com o mesmo fervor dos nossos valorosos Irmãos do passado, sob pena de sermos julgados futuramente como maçons inoperantes, que passaram

pela vida como meros espectadores da miséria humana.

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Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados________________________________________________________________________________________________________________________

Francisco de Assis – O Pobrezinho de DeusFrancisco de Assis – O Pobrezinho de Deus“Oh Mestre! Fazei com que eu procure mais consolar que ser consolado;

compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Pois é dando que se recebe,é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para vida eterna.”

Francisco Feitosa enhor, faça de mim um instrumento de sua Paz, para que eu possa, através desta singela matéria, saudar

este Grande Iluminado, Francisco de Assis – o Pobrezinho de Deus. Uma vida de dedicação e amor pelo próximo.

SDeverá o leitor postar-se em reverência a esse Grande

Iluminado ao ler essas linhas, que, por mais que eu me esforce, jamais, conseguirei transcrever o exemplo de humildade e de amor ao próximo, que foi Francisco de Assis.

Filho de um rico comerciante italiano, Pietro Bernardone, e de uma nobre francesa, Joana Picá de Bourlemont, em verdade, chamou-se, primeiramente, Giovanni Bernardone. Nome dado por sua mãe.

Seu pai, cujos os bens equivalia-se a sua prepotência, como passava boa parte da vida a construir fortunas em viagens comercias entre a França e a Itália, quando seu filho nasceu, encontrava-se viajando. Joana teve um parto muito difícil e quase perdeu a criança. Ao perceber que seu filho poderia não sobreviver, preferiu batizá-lo rapidamente, dando-lhe o nome de Giovanni. Pietro, ao chegar de viagem, não gostou do nome e mandou trocar por Francisco, fazendo alusão à França, país, onde fez fortuna e conheceu sua bela esposa.

Enfim, Francisco nasceu em Assis, na Itália, não se sabe, bem ao certo, se foi em 26 de setembro de 1181 ou 1182, em um momento meio conturbado por guerras e pela transição do Feudalismo para "comunas" - cidades repúblicas.

Teve uma infância e adolescência normal até os 17 anos, quando, induzido por seu pai, se alistou para lutar na Guerra entre a Perúgia e Assis, almejando, com a vitória, um título de nobreza para sua família, o que muito ambicionava Pietro. Trabalhou construindo fortificações para a cidade de Assis. Lamentavelmente, Perúgia venceu a guerra, e Francisco caiu prisioneiro durante um ano. Por ser de família rica, ficou junto aos prisioneiros nobres, sendo resgatado por seu pai.

Ao sair da prisão, passou a ter uma visão diferente da vida abastada que levava. Ainda, atendendo à ambição do pai por um título de nobreza, se alistou no Exército do Conde Gentile, ligado ao Papa. Francisco, sempre, teve uma saúde frágil e, logo, ficou gravemente doente, passando cinco longos meses de cama e acabou voltando para Assis.

A partir de então, mudou completamente seu comportamento, passando a ter uma vida de introspecção e isolamento.

Viajou para Roma, a fim de visitar a tumba de Pedro, quando deparou, na cidade, muitos mendigos. Sensibilizando-se com eles, distribuiu todos os seus pertences, inclusive, trocou suas belas roupas com os maltrapilhos, passando a esmolar em Roma, para poder voltar a Assis. Assim, foi seu primeiro contato com a Senhora Pobreza. Ao chegar a Assis, foi tido como louco.

Incompreendido e aproveitando a ausência de seu pai em casa, fugiu carregando uma boa quantidade de tecidos do comércio dele, em um cavalo. Vendeu o material e o animal e doou o dinheiro para ajudar na reconstrução da Igreja de São Damião, que andava em ruínas. Passou a morar em uma

caverna e a trabalhar na reconstrução da mesma.Seu pai, voltando de viagem, mandou buscá-lo e

prendê-lo em um compartimento sob as escadarias de sua rica casa. Sua mãe, sensibilizada com a situação do filho, aproveita mais uma viagem de Pietro e facilita a fuga de Francisco, que volta a viver na caverna. Novamente, Pietro, regressando de viagem, irritadíssimo, manda prendê-lo e exige-lhe prestar conta do prejuízo, que lhe deu, deserdando-o. Foi quando Francisco devolve-lhe o dinheiro e toda a roupa do corpo, dizendo-lhe que, a partir daquele momento, nada queria dele e,

somente, teria a Deus como seu pai.A partir daquele episódio, afastou-se totalmente

da família, passou a pregar a palavra de Deus e a ajudar os mais desafortunados.

Reformou três Igrejas: S. Damião; S. Pedro; Santa Maria dos Anjos. Seu exemplo atraiu seguidores: Pedro Cattani (padre); Bernardo (rico); Egídio (órfão); Sabatino; Mórico; João da Capela; Filipe Longo; João de S. Constâncio; Bernardo de

Viridante; Ângelo de Rieti; Silvestre. Em 1210, já formava um grupo de doze, que ficou conhecido

como a Távola Franciscana. Começa, então, a criação da Venerável Ordem Franciscana.

Passou a sair em missões de evangelização por toda a Itália e países vizinhos. Através do Bispo local, conseguiu uma audiência com o Papa, ao qual apresentou seu altruístico Projeto de trabalho em prol dos mais necessitados, recebendo seu apoio.

Criou o Código Franciscano, composto de doze artigos, tendo por base: obediência; pobreza; pureza; oração; alegria.

Conheceu a jovem Clara, de família nobre, que abandonou tudo para segui-lo. Ambos ficaram conhecidos como Irmão Sol e Irmã Lua. Em 1212, criou a Ordem Segunda, com Clara à frente de várias Irmãs, seguidoras de Francisco.

Em 1219, a que passou a ser chamada de Ordem Primeira já contava com cerca de 5000 frades.

Viviam de donativos e repartiam tudo que recebiam com os desafortunados.

Francisco, certa vez, abordou um leproso com intuito de ajudá-lo. O miserável o desprezou e o ofendeu, dizendo que ele era mais um frade, que, ao ver, de fato, seu estado deplorável, também, fugiria, assim como tantos outros.

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Insistindo, Francisco lhe ofereceu um banho, a fim de limpar suas feridas. Arrumou uma bacia e um local e começou a banhar o leproso; ao contato de suas mãos as feridas iam desaparecendo. Francisco, humildemente, ajoelhou-se em prantos, pedindo perdão a Deus por não ter tido a intenção de tal milagre.

Os simpatizantes à causa franciscana, que não podiam ou não queriam fazer o voto de pobreza, passaram a compor a Ordem Terceira. Mesmo assim, prestavam juramento, participavam de reuniões mensais, pagavam uma cota mensal e vestiam o borel franciscano.

O seu amor era incondicional a tudo e a todos. Tratava, com o mesmo respeito, a planta, o animal, o mineral e o ser humano.

Em Gúbio, cidade vizinha, havia um lobo feroz que atacava as pessoas. Francisco foi a sua procura e, para surpresa de todos, domesticou o animal com serenas palavras, passando a segui-lo. Certa ocasião, quando pregava para a população de Assis, sua voz estava sendo abafada pelo barulho dos pássaros. Com suaves palavras, ordenou que se calassem, sendo prontamente obedecido.

Colhendo donativos de casa em casa, pediu pão a um morador, que lhe negou, dizendo que sua despensa estava vazia. Ao abri-la, para justificar tal atitude a Francisco, para sua surpresa, a mesma se apresentou totalmente lotada de pães.

O movimento franciscano teve um crescimento fantástico e, ainda, florescia, quando Francisco se recolheu ao Monte Alverne e passou 40 dias jejuando. Foi nesse período que surgiram, em suas mãos e pés, as marcas das Chagas do Cristo e passaram a sangrar. Após esse período, desceu do Monte no lombo de um jumento, assim como Jeoshua Ben Pandira, Jesus, adentrou Jerusalém, após receber a consciência avatárica, como o Cristo.

No dia 02 de outubro de 1226, com a saúde muito

debilitada, passou muito mal e convidou alguns de seus fiéis seguidores para uma Ceia, sua última ceia, quando dividiu, entre os presentes, o pão, em uma cerimônia eucarística.

No dia seguinte, no final da noite, sentindo que estava prestes a deixar esse plano terreno, pediu, como um gesto de pobreza, que o deitassem no chão, sem roupas, e recitou, com todos, o Salmo 141. Naquele momento, estranhamente, já altas horas da noite, surgiu uma revoada de pássaros no local, e o

Pobrezinho de Deus finalizou sua altruística passagem nesse plano físico.

Queridos leitores, confesso que tenho uma extrema admiração por esse Mestre de Sabedoria. Lembro que, por volta da virada do milênio, eu estava envolvido em fazer muitas palestras e, todo ano, tentava conciliar a data de 04 de outubro, para falar sobre Francisco de Assis, mas surgia sempre alguma coisa que me impossibilitava. Até que, em 2003, consegui, justamente, na data de 04 de outubro, proferir uma palestra pública sobre sua Vida e Obra.

O local escolhido foi o auditório da Sociedade Brasileira de Eubiose, no RJ. Oportunamente, naquele mesmo ano, tive o privilégio de repeti-la em algumas Lojas maçônicas, também, naquela cidade.

O que me causou espécie, na oportunidade, e me causa até hoje, foi que, quando subtraí o ano de sua morte (1226) do ano em que, de fato, consegui prestar-lhe uma homenagem (2003), encontrei, exatamente, a diferença de 777 anos. Diante de um número tão expressivamente cabalístico, cheguei à conclusão de que causas e efeitos concorreram para que assim acontecesse.

Permita-me, leitor, como Francisco, que, também, sou, mais uma vez, humildemente, prestar essa singela homenagem a esse Mahatma (Grande Alma) Francisco de Assis.

Que possamos inserir, em nossas vidas, o belo exemplo

de altruísmo, que Ele nos deixou!

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Ordem dos Mestres Maçons da MarcaA Ordem dos Mestres Maçons da MarcaFrancisco Miranda

á muito, e além da Maçonaria Simbólica, o estudo aprofundado e suas práticas vêm sendo realizados

em instâncias denominadas de: Maçonaria Filosófica, Graus Superiores ou Graus Adicionais. Sendo este último, a denominação, que considero mais apropriada ao estudo, ora apresentado.

H

Dentre os Graus, considerados como Adicionais, existem, em nosso cenário maçônico, principalmente nas Lojas de jurisdição inglesa ou por ela reconhecida, alguns, que estão, tornando-se destaques, acredito eu, impulsionados pelo pronunciamento do Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil (GOB), em publicação no Boletim Oficial nº5, de 30/03/2007, onde se destaca, em suas páginas 26 e 27, o seguinte trecho:

“A sorte está lançada. O GOB, hoje, é reconhecido e reconhece todas as Grandes Potências Regulares do Grupo Principal do globo, além de ter trazido para o Brasil as Ordens Unidas Militares, Religiosas e Maçônicas do Templo e de São João de Jerusalém, Palestina, Rhodes e Malta, a Grande Loja de Mestres Maçons da Marca (grifo meu), a

Antiga e Honrada Ordem dos Navegantes da Arca Real e o mais importante de todos, o Grau do Arco Real.

Os futuros Maçons do GOB terão a chance de desenvolvimento até o infinito de suas capacidades

intelectuais, voltando-se à prática constante da virtude, dentro das possibilidades oferecidas...”.

Como podemos observar, há, no trecho citado, um rol de Graus adicionais que merecem, também, em um futuro oportuno,

esclarecimentos específicos, visto que o objetivo deste trabalho é o Grau de Mestres Maçons da Marca (MMM).

Cabe ressaltar, ainda, que o Grau de Mestres Maçons da Marca, aqui abordado, é o de tradição, aceitação e chancela inglesa, já que esse

Grau, também, existe, no Brasil, na forma de Grau Iniciático e Capitular, sob a responsabilidade do Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil.

O termo "Marca" origina-se a partir da prática de antigos pedreiros que anexavam, ao seu trabalho, uma marca pessoal que os identificava para fins de pagamento ou, simplesmente, para a posteridade, como uma questão de orgulho no reconhecimento de seu Trabalho.

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Registra-se como primeira aparição de vestígios da Ordem dos Mestres Maçons da Marca uma Ata de Loja, datada de 31 de julho de 1599, da St. Mary’s Chapel Lodge of Edimburgh, confirmada pela Marca do Vigilante, registrada na Ata.

Na Inglaterra, o registro mais antigo da Maçonaria da Marca, em um corpo especulativo, data de 1 de setembro de 1796, e esse registro consta da Ata de abertura do Royal Arch Chapter of Friendship, atualmente, a nº 257 de Portsmouth. Nessa Ata, há o relato de uma Carta Patente do Capítulo e a instituição do Grau da Marca aos Maçons daquele Capítulo do Arco Real.

Com a consolidação da Maçonaria Inglesa, por meio da União das duas Grandes Lojas, em 27/12/1813, foram decretados 21 Artigos, e o de nº 2 diz exatamente o seguinte: “A Maçonaria Pura e Antiga é composta de três, e somente três Graus: o de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Santo Arco Real”, o que ocasionou um problema para a época, visto que, na Inglaterra, naquela data, várias Lojas trabalhavam, também, com o Grau da Marca, portavam Carta Constitutiva e, mesmo com a consolidação, não deixaram de trabalhar e conferir esse Grau.

Na Escócia e na Irlanda, a posição era bastante diferente da observada na Inglaterra, uma vez que o Grau da Marca era qualificação essencial ao Arco Real.

Em 1817, é criado o Supremo Grande Capítulo do Arco Real da Escócia, exercendo autoridade sobre o Grau da Marca e dividindo essa autoridade com a Grande Loja da Escócia.

Em 1856, sete membros da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) e sete membros do Supremo Grande Capítulo do Arco Real da Inglaterra, nem todos Maçons da Marca, reportam-se à GLUI com a seguinte proposta:

“... Que o Grau de Maçom da Marca ou Mestre da Marca não esteja em desacordo aos antigos Landmarks da Ordem; que seja um acréscimo e faça parte da Maçonaria Simbólica e, conseqüentemente, possa ser conferido por Lojas Regulares Certificadas...”. (Mitchell, 33.)

Essa proposta foi aceita na reunião trimestral da GLUI, mas, na reunião trimestral seguinte, em 4/6/1856, devido à mobilização da oposição, voltou-se à situação em que se encontrava. Ou seja, sem validade para a GLUI.

Um mês depois, julho de 1856, foi criada a Grande Loja da Marca Inglesa, e todos os Corpos, que conferiam o Grau da Marca, na Inglaterra, ficaram sob sua autoridade, participando, dessa criação, as seguintes Lojas:

• A Northumberland and Berwick Lodge em Newcastle-upon-Tyne;

• A Royal Cumberland Lodge de Bath;• A Old Kent Lodge de Londres;• A Bom-Accord Lodge de Londres.Tendo como seu primeiro Grão-Mestre o Lord Leigh.Em 1878, ambas as Grandes Lojas (da Marca e Unida)

firmaram um acordo e criaram a Grande Loja de Mestres Maçons da Marca da Inglaterra e País de Gales, domínios e dependências da Coroa Britânica, hoje, denominada Grande Loja de Mestres Maçons da Marca da Inglaterra e País de Gales, seus Distritos e Lojas Além-Mar. Única Governante do Grau da Marca em todas as Regiões, abrangidas pela Maçonaria Inglesa, sendo, inclusive, a responsável pela fundação e reconhecimento da Grande Loja da Marca do

Grande Oriente do Brasil e da Grande Loja de Mestres Maçons da Marca do Estado do Rio de Janeiro, únicas potências de Mestres Maçons da Marca por ela reconhecida e fundadas no Brasil.

O Grau de Mestre Maçom da Marca é aberto, apenas, para os Mestres Maçons vinculados a Potências Maçônicas, independentes do rito, cuja regularidade seja reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra, que, no caso do Brasil, são:

• Grande Oriente do Brasil;• Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro;• Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo;• Grande Loja Maçônica do Estado do Mato Grosso do

Sul.No Grau da Marca, praticado nas Lojas de origem

Inglesa, não há uma escala de Graus como as existentes nos Graus Filosóficos do REAA, ou nos Graus Capitulares do Real Arco Americano; nem há a formação de chapas para concorrer a uma eleição.

Os seus principais cargos e a seqüência de ocupação ocorre, segundo, por exemplo, O § 3º, do Art. 55, da Constituição da Grande Loja de Mestres Maçons da Marca do

Estado do Rio de Janeiro, da seguinte forma: Venerável Mestre; Primeiro Vigilante; Segundo Vigilante; Mestre Supervisor; Primeiro Supervisor; Segundo Supervisor; Capelão; Tesoureiro; Fiel de Registro de Marcas; Secretário; Diretor de Cerimônias; Primeiro Diácono e Segundo Diácono; Mestre de Caridade; Assistente de Secretário; Assistente do Diretor de Cerimônias; Esmoler; Organista; Guarda Interno e Guarda Externo.

Cabe destacar que o cargo de Venerável Mestre, mesmo estando na seqüência o 1º Vigilante, é eleito pelos membros da Loja, anualmente, numa sessão regular, e o postulante ao cargo deverá preencher os seguintes pré-requisitos, para ser instalado: ter servido em uma Loja regular de Mestres Maçons

da Marca por um ano completo; ter sido instalado como Venerável Mestre de uma Loja Simbólica regular; ser membro contribuinte de pelo menos uma Loja Simbólica Regular.

Como observação, deixo registrado, também, que na Grande Loja de Mestres Maçons da Marca existem, além dos cargos acima, descritos para as suas Lojas, alguns outros particulares, mais os de Grão-Mestre, Grão-Mestre Adjunto e Grão-Mestre Assistente.

As sessões ritualísticas, desenvolvidas em Lojas de MMM, tornam-se um local adequado para o crescimento e a harmonização entre Lojas, Potências e Irmãos, tanto no sentido coletivo quanto individual, pois suas particularidades, não-encontradas no simbolismo, como a formação da Loja por Mestres Maçons praticantes de qualquer Rito, junto com as instruções do Grau – chamadas de preleções – complementam, e muito o aprendizado do Mestre Maçom, dando a esse Grau o título de “Grau Amigável”, pois procura dar muita ênfase ao Amor Fraternal, trabalhando os mais altos valores pertencentes a um amigo e a um companheiro, bem como, dentre outros maravilhosos assuntos, o destaque ao aprendizado: “de que não devemos tentar receber aquilo ao qual não temos direito” e “O mérito de um produto, fruto de um esmerado e cuidadoso trabalho, deixado de lado por outrem como algo sem valor, pode, mais tarde, tornar-se notável, estimado e

honroso”. (Mitchell,39.)

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TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IniciaçãoIniciaçãoCleanto Pereira dos Santos

texto, a seguir, enfoca iniciação no seu sentido mais amplo, uma mudança de estado de consciência, não

enfocando uma escola iniciática especifica. “A verdadeira iniciação é aquela que obriga o homem a descobrir, por si mesmo (pela meditação), o que não pode, desde logo, ser desvendado diante de seus olhos nublados pelos densos véus da matéria em que se acha envolvido. Daí a frase: “do ilusório conduz-me ao real, das trevas à luz, da morte à imortalidade.” (JHS.)

O

Sabem todos os iniciados que não é possível alcançar a Sublime Aspiração, a realização interior, se o discípulo não se apoiar numa tradição organizada, que lhe sirva de base, a fim de poder enfrentar as forças adversas do meio em que vive. Essa tradição não deve ser exclusivamente de ordem social e moral, senão de ordem oculta, e nossa Sublime Ordem encaixa-se perfeitamente nesse conceito.

Os que sabem as coisas secretas falam, veladamente, da Comunhão das Almas Santas ou da Comunhão dos Santos, como diz a Igreja Católica, servindo de eco a um conhecimento mais antigo, que ela, cujo sentido verdadeiro lhe escapa completamente. Isso quer dizer que cada aspirante à Verdade, que tenta o caminho direto, mais fino que o fio de uma navalha, precisa se apoiar numa força, criada através dos séculos pelos seus inumeráveis predecessores nessa vereda espinhosa.

Isso porque o homem, que se faz mestre perfeito, deixa, no ambiente terreno, o resultado de seus tremendos e perseverantes esforços, com um poder espiritual consciente, que se une aos demais Irmãos de todas as épocas, como um influxo vivo, verdadeira torrente espiritual. Os gurus, perfeitos conhecedores da lei da evolução, dizem não ser possível ao homem alcançar a iluminação, sem que esteja ligado a essa torrente ininterrupta, através da qual são concedidos aos discípulos graus, que variam segundo as iniciações ascendentes. Essas consagrações são definitivas, porque ligam um discípulo a um poder infinitamente superior ao que nele possa existir de mais elevado.

O processo iniciático trabalha no interior de cada um, visando transformar a vida energia externa em vida consciência interna. O corpo físico é o suporte; a alma, a sede; o espírito, o objetivo da evolução. A mente é a ferramenta usada para derrubar as barreiras da evolução: nossa ignorância, nosso egoísmo, nossos dogmas e nossos apegos.

A transformação real ocorre na alma pela ação de nosso mental, o que está representado na mitologia pela luta de Teseu contra o Minotauro. Este mito liga-se a Minos, rei de

Creta, filho de Europa e de Zeus. Um dia, Minos solicitou a Poseidon que fizesse sair do mar um touro para sacrificar em sua homenagem. Poseidon o atende, fazendo surgir um lindo animal, que minos guarda, não realizando o sacrifício.

Poseidon, então, castiga Minos, fazendo com que sua esposa Parsifae, filha do Sol, tivesse irresistível paixão pelo touro, e da união concebesse um ser monstruoso com corpo de homem e cabeça de touro, o Minotauro, que se alimentava de carne humana.

Dédalo, que era arquiteto, a pedido de Minos, construiu, no palácio de Cnossos, um labirinto escuro, onde colocou o Minotauro. Estando Creta e Atenas em guerra, Minos pede a Zeus que lance uma peste sobre seu inimigo, o povo de Atenas. Zeus atende a seu pedido, e, posteriormente, para que a peste cessase, fizeram um acordo, no qual Atenas deveria, de 9 em 9 anos, enviar 7 rapazes e 7 moças para o Minotauro se alimentar. Num dos grupos, estava Teseu,

treinado pelo centauro Quíron, ser, com cabeça humana e corpo de cavalo.

Teseu chega a Creta e encontra a filha de Minos e Parsifae, Ariadne, que se apaixona por ele e lhe dá um novelo de linha.Teseu, amarrando uma extremidade do fio em seu corpo e a outra deixando com Ariadne, penetra o labirinto, onde luta e vence o Minotauro. Graças ao fio condutor, consegue sair dele como herói. Esse mito tem, entre outras, a seguinte simbologia:

Teseu, Herói ou Discípulo na luta da iniciação; Centauro, Ser com cabeça e tronco de homem e corpo de cavalo, representando a mente dominando o

animal ou emocional, postura que o Mestre passa a Teseu; Minotauro, ser com cabeça de touro e corpo de homem, representando a animalidade ou emocional dominando o homem.

O fato de se alimentar de carne humana simboliza a animalidade, consumindo o próprio homem; Cnossos, nosso corpo físico, suporte da evolução e da luta iniciática; Labirinto, nossa alma, verdadeiro labirinto, onde nos perdemos na escuridão de seu desconhecimento; Ariadne, nossa consciência cósmica superior, nosso espírito, o objetivo da iniciação e do lento processo evolutivo da humanidade, o prêmio, após, vencermos os desafios da alma; Fio condutor, Fio de Sutratmã, que liga a consciência física (inferior) à consciência superior; Minos e Parsifae, Rei-Sarcedote e sua contraparte, pais de Ariadne ou da Raça Ariana (que, ocultamente, significa nascidos sob a égide de Áries); Touro, símbolo da Terra. O amor de Minos e Parsifae pelo Touro representa o amor de

Deus pela Terra e seu fruto, a humanidade.

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TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Os Doze Discípulos e os Símbolos AstrológicosOs Doze Discípulos e os Símbolos AstrológicosJoão Roberto Climaco

cada ciclo, grupo de Seres vem ao planeta cumprir sua tarefa. Pela lei da afinidade, vem desenvolver e trabalhar

sua essência sob determinada configuração e características, que conhecemos como signo e conjunturas astrológicas.

A"E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao Monte a orar e

passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze deles a quem, também, deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual, também, chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago (menor) e João, Filipe e Bartolomeu; e Mateus e Tomé, Tiago (maior), filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelador, e Judas (Tadeu), filho de Tiago e Judas Iscariotes, que foi o traidor." (Lc:6 12-16.)

Com o desaparecimento de Judas, apresentaram-se dois: José, o Justo, e Matias, "e, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos". (At:2-26.)

Houve uma época em que a Química e a Alquimia eram uma só ciência, assim como a Astrologia e Astronomia, até que, por volta do século XIII, o Papa Inocêncio III decretou uma Bula, separando a ciência entre sagrada e profana. Daí, astrólogos e alquimistas passaram a ser perseguidos.

Leonardo da Vinci, que era um iniciado, decidiu imortalizar, através da pintura, toda a simbologia astrológica e numerológica, contida nos ensinamentos do Cristianismo Esotérico, deixando esse registro no quadro A Última Ceia, onde cada um dos 12 apóstolos corresponde a cada um dos doze signos astrológicos.

Leonardo da Vinci esquematizou a disposição dos apóstolos de acordo com a posição astronômica, da direita para a esquerda de quem vê o quadro.

Portanto, quem está na cabeceira da mesa é Simão, que corresponde ao signo de Áries. Signo de fogo e de ação, Simão indica, com as mãos, a direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana, também, é mostrada pelas mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem cardeal de Áries.

Ao seu lado, está Judas Tadeu, o Taurino. Seu semblante é sereno; enquanto escuta Simão (Áries/cérebro), vai digerindo lentamente suas impressões, acolhendo-as com uma das mãos, revelando a possessividade de Touro (que é terra/receptivo). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e o de Judas Tadeu está bem destacado.

Mateus vem em seguida, correspondendo a Gêmeos, signo duplo, que necessita de interação com as pessoas e de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando a dinâmica geminiana de querer falar e ouvir a todos ao mesmo tempo.

Mateus era repórter e historiador da vida de Jesus, e Gêmeos rege a casa III, setor de comunicação e conhecimento.

Logo após, está Filipe, o Canceriano. Suas mãos em direção ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir; Filipe está inclinado, como se estivesse oferecendo-se para alguma tarefa.

Ao seu lado, está Tiago Menor, o Leonino, de braços abertos, revelando, nesse gesto largo, o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o chacra cardíaco); ele se impõe nesse gesto

confiante, centralizando atenções. Atrás dele, quase que

escondido, está Tomé, o Virginiano, que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de Virgem – com o dedo em riste, ele contesta diante de Cristo; foi Tomé quem o quis ver para crer.

Libra é simbolizado por João, o discípulo amado de Jesus. Com as mãos entrelaçadas, ele pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições - Libra rege a casa VII, é o setor do

outro, e isso requer imparcialidade e diplomacia. Ao seu lado, está Judas Iscariotes, representando

Escorpião. Com uma das mãos, ele segura um saco de dinheiro, pois era o organizador das finanças da comunidade dos apóstolos (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos bens e valores dos outros), e, com a outra, bate na mesa, protestando.

Sagitário é representado por Pedro, o Pescador de Almas. Foi ele quem fez o dogma e instituiu a lei da Igreja – Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual – e, na outra mão, segura uma faca, representando o lado instintivo nos homens. Ele se eleva entre outros dois apóstolos, trazendo esclarecimentos (luz) à discussão.

Ao seu lado, está André, que representa Capricórnio. Conhecedor das responsabilidades, com seu gesto restritivo, impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biótipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria. Os temores de André são apaziguados por Tiago Maior.

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Tiago Maior, Aquariano, que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo, liderado pelo Mestre. Aquário rege a casa XI, que é o setor dos grupos, amigos e esperanças.

O último da mesa é Bartolomeu, que representa Peixes. Seus pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele parece absorvido pelo que acontece à mesa, e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção, envolvido pelo clima desse último encontro entre os apóstolos e Jesus Cristo, já que, numa determinada hora, as coisas ficaram um pouco confusas, pois Jesus revelou que "a mão do que me trai está comigo à mesa".

A traição veio de Judas IscariotesPolítico, administrador e homem de negócios, Judas

viu, em Cristo, a esperança de mudança no plano material, porém, quando Cristo deixou claro que libertaria, apenas, o espírito, e não a matéria, provocou, em Judas, um grande equívoco. Após ser delatado, Jesus foi levado a um conselho do qual fazia parte José de Arimatéia. Senador, rico e membro ilustre desse conselho, não concordou com a condenação de

Jesus – secretamente, era, também, um cristão. Quando Jesus foi crucificado, depois que os soldados

romanos se foram, José de Arimatéia levou, até a cruz, a Taça (o Graal), usada na última ceia, e recolheu, também, a lança que o soldado Longinus havia usado para ferir Cristo. “Depois, levou o Graal para Patmos, e lá seu filho Josephus deu a Taça a um santo inglês, que a escondeu em Gales; primeiro, numa caverna, e, depois, no castelo do Graal.”

A busca do Santo Graal passou, então, a ser a meta dos que queriam a vida eterna. Sua prática construtiva envolve os Cavaleiros da Távola Redonda da Corte do Rei Artur. Quanto à lança, conta-se que percorreu longo caminho, pois lhe foi atribuída poderes de cura, já que o próprio Longinus foi, inexplicavelmente, curado. Ele tinha uma infecção no olho, e, ao ferir Jesus, um pouco de sangue caiu na vista doente, fazendo desaparecer imediatamente a infecção.

A conquista de muitas batalhas foram atribuídas ao uso da ponta dessa lança por muitos líderes, entre eles, Constantino, Carlos Magno, Napoleão e Hitler – este último desprezava o Cristianismo, porém a retirou do palácio de

Nuremberg, usando-a como símbolo de limpeza étnica.

ReflexõesReflexões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ser Desnecessário*Ser Desnecessário*ma das situações, talvez, a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente

desnecessário, seja no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós maçons, em nossa Instituição.

UOs Maçons tornam-se desnecessários:

· Quando, decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro Grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e sob juramento solene;

· quando, durante as sessões, já "enturmados", ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com as palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem, que atrasa o ágape e a esticada;

· quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de salário, não tendo a mínima idéia dos assuntos, dentre os quais podem escolher os seus temas, simplesmente, copiam alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar;

· quando, ainda Companheiros, começam a participar de grupos, para ajudar a eleger o novo Venerável, e, não raro, já pensando, seriamente, assim que chegarem a Mestres, em trabalhar, para obter o "poder" na Loja;

· quando Mestres, não aceitam que, ainda, não sabem nada a respeito da Ordem e acham que estudar e comparecer ao máximo de sessões do ano é coisa para a administração, para os Companheiros e Aprendizes;

· quando Mestres, participando das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente, ao de Venerável, e não sendo eleitos, somem ou filiam-se a outra Loja, onde poderão ter a "honra" de serem cingidos com o

avental de M.: I.:, que é muito mais vistoso do que o de um "simples" Mestre;

· quando já Mestres e até participando dos Graus Filosóficos não terem entendido, ainda, que o essencial, para o

verdadeiro Maçom, é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus

semelhantes, e que a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante, mas

não essencial;

· quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que

suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas

inevitáveis;

· quando, como Veneráveis Mestres, deixam o caos se abater sobre a Loja, não sendo firmes o suficiente para

exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não

cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas, a eles determinadas, e não se importando com a educação

maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros;

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· quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois, em todas as Lojas, nas quais um ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e, principalmente, com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico;

· quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas;

· quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja;

· quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos e de outras Lojas; quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiando Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio;

· quando a Instituição programa uma Sessão Magna Branca, para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada e se constata a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram, para realizar o evento à altura da Maçonaria, todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem, habitualmente, a essas sessões, são desnecessários à nossa Ordem;

· quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, recolhe-se um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média,

todos são desnecessários, pois a benevolência é um dever do Maçom;

Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico, e não com o espírito profano, rogando, ainda, que, em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância

e sem utilidade no meio em que se vive. *Matéria publicada na Revista O Delta

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