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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS ARIQUEMES DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS GEOVANNA LEMOS LIMA CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI: OBTENÇÃO, ESTUDO E APLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE SNACK EXTRUSADO Ariquemes 2019

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS ARIQUEMES

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

GEOVANNA LEMOS LIMA

CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI: OBTENÇÃO, ESTUDO E

APLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE SNACK EXTRUSADO

Ariquemes

2019

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GEOVANNA LEMOS LIMA

CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI: OBTENÇÃO, ESTUDO E

APLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE SNACK EXTRUSADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Engenharia de Alimentos

da Fundação Universidade Federal de

Rondônia – UNIR, para obtenção do título de

Bacharel em Engenharia de Alimentos.

Orientadora: Profa. Dra Daniela de Araújo

Sampaio

Ariquemes

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Fundação Universidade Federal de Rondônia

Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)

Lima, Geovanna Lemos.

Concentrado proteico de tambaqui: obtenção, estudo e aplicação nodesenvolvimento de snack extrusado / Geovanna Lemos Lima. -- Ariquemes,RO, 2019.

63 f. : il.

1.Colossoma Macropomum. 2.Propriedades termofísicas. 3.Pescado -Beneficiamento. I. Sampaio, Daniela de Araújo. II. Título.

Orientador(a): Prof.ª Dra. Daniela de Araújo Sampaio

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Alimentos)- Fundação Universidade Federal de Rondônia

L732c

CDU 664.9

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________CRB 11/860Bibliotecário(a) Érica Elaine Costa

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RESUMO

Neste trabalho foi elaborado um concentrado proteico utilizando aparas do beneficiamento de

tambaqui (Colossoma Macropomum) (CPT). Realizou-se experimentos para determinar a

composição centesimal, a caracterização microbiológica, a vida de prateleira e as

propriedades termofísicas do CPT. Observou-se que o CPT é constituído principalmente de

proteínas (88,55%) e neste sentido, pode ser considerado uma matéria prima conveniente para

aplicação em formulações de produtos alimentícios. Quanto as medições experimentais

termofisicas do CPT obteve-se valores para calor especifico 2121,4 𝐽/𝑘𝑔℃, para difusividade

térmica 3,9355 𝑚²/𝑠, condutividade térmica 1,01124 W/m℃ e para densidade parente

212,582 kg/m³. Assim, desenvolveu-se também neste trabalho um snack extrusado de terceira

geração utilizando-se do CPT. Foram analisadas as características físico-quimicas,

microbiológicas e sensoriais do snack. Em relação ao conteúdo de proteína, foi observado um

valor de 20,65% (valor este que pode considerar o atributo “Alto conteúdo de proteínas”, caso

em estudos futuros, atenda as quantidades de aminoácidos essenciais estabelecidas por essa

legislação) e quando analisado sensorialmente obteve uma boa aceitação onde ocorreu um

empate no número de provadores que escolheram as notas 7 e 9.

Palavras- chave: Colossoma Macropomum, Propriedades termofísicas, Beneficiamento de

pescados.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ‒ Fluxograma de obtenção do concentrado proteico de Tambaqui............................ 23

Figura 2 ‒ Calorímetro desenvolvido para análise ................................................................... 27

Figura 3 ‒ Equipamento desenvolvido para análise de difusividade térmica........................... 29

Figura 4 ‒ Fluxograma de obtenção dos snacks proteicos ....................................................... 31

Figura 5 ‒ Moinho elétrico adaptado: (A)- Moinho adaptado; (B) Adaptações realizadas; (C) –

Matriz 3mm adaptada) .............................................................................................................. 32

Figura 6 ‒ Processo de inserção de ar na embalagem e selagem da mesma ............................ 33

Figura 7 ‒ CPT obtido de resíduos de tambaqui em embalagem a vácuo ................................ 35

Figura 8 ‒ Umidade do ambiente e da umidade do CPT ao longo do armazenamento ............ 39

Figura 9 ‒ Evolução da temperatura em função do tempo no ensaio de difusividade térmica 41

Figura 10 ‒ Massa do snack CPT após mistura bateção, embalada a vácuo antes da cocção 42

Figura 11‒ Imagem da rosca do canhão, com a massa do snack.............................................. 43

Figura 12 ‒ Snacks CPT embalados prontos para consumo ..................................................... 43

Figura 13 ‒ Imagem do Snack CPT ampliada 1000 X ............................................................. 44

Figura 14 ‒ Apresentação gráfica do Teste de Aceitabilidade ................................................. 48

Figura 15 ‒ Apresentação gráfica do Teste de Intenção de compra ......................................... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Metodologias aplicadas nas análises físico-químicas do CPT ............................... 24

Tabela 2 ‒ Formulações desenvolvidas .................................................................................... 30

Tabela 3 ‒ Metodologias aplicadas nas análises físico-químicas dos snacks........................... 33

Tabela 4 – Quantidade do mineral cálcio presente em diferentes alimentos ............................ 36

Tabela 5 ‒ Composição centesimal do CPT ............................................................................. 36

Tabela 6 ‒ Avaliações microbiológicas do CPT durante o armazenamento ............................ 38

Tabela 7 ‒ Resultados das análises termofísicas experimentais ............................................... 40

Tabela 8 ‒ Composição centesimal do Snack CPT e do Snack S ............................................ 45

Tabela 9 ‒ Resultado das analises microbiológicas realizadas no snack CPT ......................... 47

Tabela 10 ‒ Aceitação e intenção de compra. Valores expressos como moda (valores mínimo

e máximo) ................................................................................................................................. 49

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LISTA DE SÍMBOLOS

% Porcentagem

°C Graus Celsius

A Taxa de aquecimento (°C/s)

Ca Calor específico da água (kJ/kg.°C)

Ccal Capacidade calorifica kJ/°C

Cm Centímetros

Cp Calor específico (kJ/kg.°C)

g Gramas

K Condutividade Térmica

Kg Quilogramas

KJ Quilojoules

m Metros

m1 Massa de água quente (kg)

m2 Massa de água fria (kg)

Mf Massa conhecida (g)

Mf Massa de produto (g)

mL Miligramas

mp Massa do produto (kg)

Mp Massa do recipiente vazio e seco (g)

Mt Massa total do picnômetro (g)

Mw Massa de água no picnômetro (g)

pf Densidade aparente (kg/m³)

R Raio do cilindro (m)

T1 Massa de água quente (°C)

T2 Temperatura água fria (°C)

T3 Temperatura de equilíbrio da água (°C)

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T4 Temperatura do produto (°C)

T5 Temperatura de equilíbrio (água e produto) (°C)

TC Temperatura no centro do cilindro (°C)

Vf Volume da amostra (m³)

Vp Volume conhecido (m³)

Vp Volume do recipiente (m³)

Vw Amostra (g)

α Difusividade térmica (m2/s)

μm Micrometro

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AOAC Official methods of analysis

CMS Carne mecanicamente separada

CPP Concentrado proteico de pescado

CPT Concentrado proteico de tambaqui

FAO Food and Agriculture Organization

GLU Ácido glutâmico

HPP Hidrolisado proteico de pescado

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MPA Ministério da Pesca e Agricultura

RIISPOA Regulamento e Inspeção Industrial e Sanitária de produtos de Origem

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Snack CPT Snack com concentrado proteico

Snack S Snack sem concentrado proteico

UFC Unidades Formadoras Colônia

VRB Violet red

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 13

2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 13

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................... 13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 14

3.1 TAMBAQUI ................................................................................................................... 14

3.2 CONCENTRADO PROTEICO DE PESCADO ........................................................... 14

3.3 EXTRUSADOS .............................................................................................................. 16

3.3.1 Farinha de mandioca .............................................................................................. 18

3.3.2 Amido e fécula ......................................................................................................... 18

3.4 CALCIO .......................................................................................................................... 20

3.5 TERMOFÍSICAS ........................................................................................................... 20

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 22

4.1 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI

(CPT) .................................................................................................................................... 22

4.1.1 Obtenção do CPT..................................................................................................... 22

4.1.2 Cálculo do rendimento ............................................................................................ 24

4.1.3 Análises Físico-químicas do CPT ........................................................................... 24

4.1.4 Análises microbiológicas do CPT ........................................................................... 24

4.1.5 Determinação da vida útil ....................................................................................... 25

4.1.6 Analises termofísicas do CPT ................................................................................. 26

4.1.6.1 Densidade Aparente .......................................................................................... 26

4.1.6.2 Calor Específico ................................................................................................ 27

4.1.6.3 Difusividade térmica ......................................................................................... 28

4.1.6.4 Condutividade térmica ...................................................................................... 29

4.2 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO SNACK ENRIQUECIDO COM CONCENTRADO

PROTEICO DE TAMBAQUI ............................................................................................. 30

4.2.1 Obtenção do snack................................................................................................... 30

4.2.2 Análises Físico-químicas do snack 33

4.2.3 Análises microbiológicas do snack ......................................................................... 34

4.2.4 Análise Sensorial do snack ..................................................................................... 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 35

5.1 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI ... 35

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5.1.1 Obtenção .................................................................................................................. 35

5.1.2 Análises Físico-químicas ........................................................................................ 36

5.1.3 Analises microbiológicas do CPT ........................................................................... 37

5.1.4 Analises termofísicas do CPT ................................................................................. 39

5.2 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO SNACK ENRIQUECIDO COM CONCENTRADO

PROTEICO DE TAMBAQUI ............................................................................................. 42

5.2.1 Obtenção do snack................................................................................................... 42

5.2.2 Análises Físico-químicas do snack ......................................................................... 44

5.2.3 Análises microbiológicas do snack ......................................................................... 46

5.2.4 Análise Sensorial do Snack CPT ............................................................................ 47

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 50

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 51

Apêndices ................................................................................................................................. 59

Apêndice A- FICHA DE APLICAÇÃO DE ANALISE SENSORIAL .............................. 60

Apêndice B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) .. 62

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a FAO (2016) a estimativa é que o Brasil deva registrar um crescimento de

104% na produção de pesca e aquicultura até 2025, diante de tal crescimento faz-se

importante que o setor pesqueiro esteja engajado nas propostas de emissão zero de resíduos

(ZERI: “Zero Emission Research and Initiative”) (LEE, 1963; MORALES-

ULLOA;OETTERER,1995; SEIBEL; SOARES, 2003; FELTES et al., 2010). Assim, o setor

industrial deve dispor de alternativas para o gerenciamento dos resíduos gerados, o que se

torna fator diferencial para as empresas, para o crescimento sustentável e a responsabilidade

sócio-ambiental ( PESSATTI, 2001; BERTOLDI, 2003; FELTES et al., 2010).

Ainda levando em consideração a visão industrial, pode-se afirmar que transformar

os subprodutos residuais (potenciais poluentes provenientes da industrialização) em produtos

com valor agregado, é uma base para o desenvolvimento sustentável do mundo moderno

(XAVIER, 2009).

Uma alternativa para a redução de resíduos da indústria de beneficiamento de

pescados é a elaboração de produtos alimentícios a partir de tais resíduos, tais como:

concentrados proteicos de pescados (CPP), farinhas de origem animal hidrolisado proteico de

pescado (HPP), carne mecanicamente separada (CMS), gelatina de pescados, surimi, entre

outros.

Concentrados proteicos de pescados (CPP) vêm sendo estudados em bases científicas

nos últimos 30 anos, de forma que vários métodos vêm sendo aplicados para obtenção dos

concentrados. De acordo com Brody (1965), estes produtos podem conter entre 75 e 95% de

proteínas, assim, sua implementação na alimentação humana pode possibilitar a obtenção de

produtos alimentícios inovadores, saudáveis e com alto valor nutritivo.

O cotidiano dos brasileiros vem sofrendo mudanças ao longo dos últimos anos, com

o processo de globalização, o tempo tornou-se mais escasso, aumentando a busca por

praticidade. Os produtos portáteis também conhecidos como on-the-go, foram produzidos

para serem consumidos rápidos, em porções menores e em qualquer lugar. Snack é uma

palavra estrangeira que refere-se a lanche, assim os salgadinhos são os snacks mais populares

no mundo.

Diante do exposto, visou-se com este trabalho a obtenção de um concentrado

proteico de tambaqui (CPT). Visto que o estado de Rondônia é o maior produtor nacional de

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peixes em cativeiro, e que o Tambaqui corresponde a 80% dessa produção. O concentrado

obtido foi estudado (análises físico-químicas, microbiológicas, termofísicas e a vida útil) e foi

desenvolvida uma formulação de um snack extrusado contendo o CPT, onde foram analisadas

as características físico-quimicas, microbiológicas e sensoriais do snack.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do presente trabalho foi elaborar um produto alimentício (“Snack

Proteico”), utilizando um concentrado proteico elaborado a partir das aparas do

beneficiamento de tambaqui.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo geral pôde ser alcançado a partir da realização dos seguintes objetivos

específicos:

Obter o concentrado proteico de tambaqui (CPT);

Analisar o teor de cálcio do CPT;

Caracterizar físico-químicamente o CPT;

Medir de forma experimental as propriedades termofísicas do CPT;

Caracterizar microbiológicamente o CPT;

Determinar a vida útil do CPT;

Obter um produto snack proteico utilizando-se de CPT;

Caracterizar microbiológicamente o snack proteico;

Realizar a análise sensorial do snack proteico;

Realizar a caracterização físico-química do produto snack proteico.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 TAMBAQUI

O Brasil apresenta grande potencialidade para o desenvolvimento da aquicultura.

Condições favoráveis determinam este mercado, são 8,4 mil quilômetros de costa litorânea,

5,5 milhões de hectares de reservatórios de água doce, clima favorável as mais diversas

espécies, terras disponíveis e um crescente mercado interno (SEBRAE, 2014).

A produção nacional de peixes em 2016 totalizou 507,12 mil toneladas, ocasião na

qual Rondônia manteve-se na primeira posição do ranking, com 90,64 mil toneladas, o que

representa 17,90% da produção nacional, a espécie tambaqui (Colossoma macropomum) foi a

segunda mais cultivada no país, com 136.992 toneladas em 2016 (IBGE, 2016).

Dentre as indústrias de alimentos, a indústria de beneficiamento de produtos cárneos

apresenta-se como grande geradora de resíduos, os quais têm sido aproveitados para a

elaboração de diversos produtos alimentícios, tais como as farinhas de origem animal. Nas

indústrias especializadas em beneficiamento de pescados, podemos observar como resultado

desse aproveitamento, diversos produtos sendo eles CPP, HPP, CMS, gelatina de pescados,

surimi, entre outros.

Em relação ao tambaqui e a sua composição físico-química, este possui em média

75,0% de água, entre 15,3 a 22,4% de proteína, 2,1 a 6,5% de lipídeos e média de 2,0% de

cinzas, esta composição nutricional pode variar em função da composição da dieta, do manejo

alimentar, da idade e do tamanho dos peixes (CARTONILHO, 2011; MESQUITA, 2013;

JESUS 2015).

A indústria, leva para os consumidores produtos que estejam inseridos no contexto

de praticidade, sustentabilidade e saudabilidade, fato que pode ser alcançado a partir do

desenvolvimento de produtos utilizando de resíduos de pescado, como por exemplo o

tambaqui que se apresenta como o segundo pescado na produção da aquicultura nacional

(MPA, 2011; MPA, 2013; IBGE, 2016).

3.2 CONCENTRADO PROTEICO DE PESCADO

O CPP possui em média 75% de proteínas. A sua obtenção surgiu da tentativa de se

produzir um produto ainda mais concentrado em termos de proteína e que atendesse alguns

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requisitos como: quimicamente estável, baixo custo, pequenos teores de umidade e gordura,

desodorizado, fácil estocagem e alta digestibilidade (SOUZA et al., 2010).

Inúmeras são as formas de processamento de concentrado proteico de pescado,

entretanto alguns autores consideram três métodos como básicos: os biológicos, químicos e

físicos (NUNES; OGAWA, 1999).

De acordo com Nunes e Ogawa (1999), os métodos químicos são os mais

tradicionais, em que utilizam-se de solventes para remoção da água e dos lipídeos, nestes

métodos as características nutricionais e sensoriais são boas porem, as propriedades

funcionais são limitadas. Nos métodos biológicos, enzimáticos ou por fermentação, de forma

geral, ocorre a degradação proteica, possibilitando assim a separação da água e dos lipídeos

por filtração ou centrifugação. Já os métodos físicos compreendem inúmeras técnicas desde as

mais simples como prensagem mecânica ou hidráulica até procedimentos que envolvam

tecnologias mais sofisticadas como a passagem de descarga através da pasta de peixe para

separação das frações aquosas e lipídicas.

Um dos processos de produção do concentrado proteico caracteriza-se por uma

tecnologia simples basicamente a deslipidificação do pescado para concentrar sua proteína e

posterior desodorização (PRESSATI, 2001).

Levando em consideração Windsor (1984), que distingue o concentrado proteico de

pescado em três tipos sendo eles Tipo A, Tipo B, Tipo C, onde o Tipo A caracteriza-se como

pó insípido, que apresenta teor máximo de 0,75% de lipídeos. Já o tipo B caracteriza-se por

um pó que não tem limites específicos sobre odor ou sabor de peixe, com conteúdo lipídico

máximo de 3%. O tipo C é considerado uma farinha de peixe, produzida sob condições

higiênico-sanitárias satisfatórias.

O desenvolvimento de um concentrado proteico pode ser considerado como uma boa

alternativa para aproveitamento deste subproduto do beneficiamento do pescado originando

um produto que poderá ser utilizado na formulação e enriquecimento de uma infinidade de

alimentos.

A fim de produzir um suplemento proteico adequado às necessidades operacionais

das forças armadas, Castro (2003) desenvolveu um concentrado proteico de piracuí, em escala

semi-industrial, sob condições higiênico-sanitárias adequadas e acondicionado em

embalagens de lâmina de alumínio revestidas de polipropileno.

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Rebouças et al. (2008), em desenvolvimento de CPP obtido a partir dos resíduos da

filetagem de tilápia do Nilo, alcançaram teores de 85,16% de proteínas utilizando de método

químico com desodorização com uma solução de ácido fosfórico e a etapa de deslipidificação

foi realizada posteriormente colocando-se o material seco em contato com etanol. A fim de

obter um produto enriquecido com proteína, Rebouças et al. (2008) desenvolveram a

formulação de um biscoito proteico, que fornecesse 35 gramas de proteína em 100 gramas de

produto.

O CPP possui um alto valor nutritivo, e por poder ser produzido a partir de resíduos,

tem um baixo custo de matéria-prima empregada e tem por finalidade proporcionar ao homem

um produto com elemento construtor, sem gordura, evitando a ingestão de gorduras saturadas

causadoras de alto colesterol, obesidade e outras consequências negativas a saúde (CAMILO

et al., 2015).

3.3 EXTRUSADOS

No início do ano de 1930, o processo contínuo em extrusora simples passou a ser

utilizado para a expansão de alimentos, dando origem à produção industrial mecanizada de

macarrão. Por volta do início de 1960 as extrusoras de processamento de polímeros foram

adaptadas com sucesso no processamento de alimentos ricos em amido (CARVALHO, 2011).

Ao processo de expansão de alimentos em extrusora dá-se o nome de extrusão.

A extrusão termoplástica de alimentos pode ser definida como um processo contínuo

no qual o cisalhamento mecânico é combinado com calor para gelatinizar amido e desnaturar

materiais proteicos, consequentemente eles são plastificados e reestruturados para obtenção de

produtos com novas texturas e formas (EL-DASH, 1981; SANTOS et al. 2011).

Assim a extrusão termoplástica resulta na elaboração de dois tipos básicos de

produtos: os extrusados expandidos diretos e os não expandidos diretos. Os últimos saem da

extrusora sem o aparecimento de bolhas de ar visíveis no interior de suas estruturas e em

seguida são levados a exposição do calor, que promove a expansão. O calor é necessário para

desprender a água presa na estrutura do amido pré-cozido. O desprendimento da água na

forma de vapor gera a expansão, e quanto mais distribuída estiver a água, no interior do

extrusado, maior será a expansão. Já os extrusados expandidos diretos, caracterizam-se pelo

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aparecimento de pequenas bolhas de ar imediatamente após a saída da extrusora ou matriz

formadora (CARVALHO, 2011).

Lopes-da-Silva et al. (2015) explicam que uma extrusora na sua forma mais comum

é composta por um funil de alimentação, canhão ou carcaça, terminando num orifício de

saída. No interior do canhão gira um parafuso helicoidal ou rosca acionada por uma bomba,

que empurra o material em direção a um orifício de saída, denominado de trefila ou fieira,

estrutura esta semelhante a do moedor elétrico utilizado.

Um aspecto muito importante no processamento por extrusão é a formulação. Esta

definirá que tipo de produto se deseja obter e as condições de processo que se poderão

modificar, ou melhor, ajustar para que se obtenha o produto desejado. Para salgadinhos

extrusados usualmente chamado de snacks, costuma-se empregar amido de milho. Para

fixação do aroma e sabor, utiliza-se um veículo lipídico que, normalmente, é a gordura

vegetal hidrogenada (MURER; MOURA, 2013).

Produtos prontos para consumo, como os cereais matinais e snacks, sofreram grande

evolução, tendo ocorrido três gerações. Os snacks de primeira geração caracterizam-se pela

matéria-prima ser processada na forma de grãos inteiros, combinando umidade, temperatura

de cozimento, redução de tamanho e secagem. Nos denominados snacks de segunda geração

eram trabalhados a partir de uma massa, produzida com diferentes farinhas e ou amidos a qual

é transformada em pequenas peças, secado e armazenado utilizando-se de extrusor,

geralmente são expandidos e prontos para consumo (HARPER, 1981; HUBER; ROKEY,

1989; CARVALHO, 2000). Os snacks de terceira geração chamados de half-products, ou

pellets, tem o preparo semelhante aos de segunda geração, com a diferença que não são

expandidos. A expansão desses produtos ocorre posteriormente, por meio de aquecimento

com ar quente, fritura ou micro-ondas (CARVALHO, 2000).

Diferentes matérias primas podem ser utilizadas na extrusão, as mais importantes

para a produção de alimentos extrusados são os amidos ou féculas e, as farinhas como a

farinha de milho, farinha de mandioca farinha de arroz entre outras.

Neste trabalho optou-se por utilizar a farinha de mandioca e um amido que

promovesse maior crocância ao produto final, a fécula de mandioca.

A fécula ou o polvilho é um produto originário da mandioca sendo que o teor de

amido aumenta de acordo com o crescimento das raízes, atingindo o teor máximo entre o

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oitavo e decimo segundo mês após o plantio. Ocorrendo a redução do amido após esse

período e aumentando o teor de fibras (MOOTRHY et al., 1986).

3.3.1 Farinha de mandioca

A mandioca (Manihotesculenta Crantz) teve origem na América do Sul, mais de 80

países produzem mandioca, sendo que Brasil participa de 15% da produção mundial. É uma

planta de fácil adaptação, porem a produção brasileira de mandioca está estagnada em um

nível que varia de 22 a 25 milhões de toneladas desde 1985. As estatísticas indicam que o

Brasil é o segundo produtor mundial (DEL BIANCHI, 1998).

A maioria da produção brasileira é destinada à produção de farinha de mandioca.

Diferente da farinha de mandioca, a produção de fécula, da mandioca de mesa e de raspas ou

pellets, conta com mercados de exportação significativos (VILPOUX, 2003).

É uma das mais importantes fontes de carboidrato para consumidores de baixa renda.

As raízes de mandioca apresentam uma composição média de 68,2% de umidade, 30,0% de

amido, 2,0% de cinzas, 1,3% de proteínas, 0,2% de lipídios e 0,3% de fibras

(ALBUQUERQUE et al., 1993). A matéria seca é quase totalmente constituída por amido,

sendo praticamente desprovida de proteínas (EL-DASH; GERMANI, 1994).

Para Lima (1982), a farinha é considerada o principal produto, absorvendo cerca de

70,0 a 80,0% da produção mundial da raiz, isso porque, a farinha de mandioca produzida no

Brasil destina-se em grande parte ao comércio interno, pois não apresenta valor relevante

como produto de exportação.

Denominado de fécula de mandioca ou polvilho, é originário da mandioca, o teor de

amido aumenta, de acordo com o crescimento das raízes, atingindo o teor máximo entre o

oitavo e o decimo segundo mês após o plantio. Ocorrendo a redução do amido após esse

período e aumentando o teor de fibras (MOOTRHY et al., 1986).

3.3.2 Amido e fécula

O amido pode ser denominado como o produto amiláceo extraído das partes aéreas

comestíveis dos vegetais, e fécula o produto amiláceo obtido da extração das partes

subterrâneas comestíveis dos vegetais (tubérculos, raízes e rizomas).

Em relação a sua estrutura, o amido é um homopolissacarídeo composto por cadeias

de amilose e amilopectina. A amilose é constituida por unidades de glicose unidas por

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ligações glicosídicas α (1→4) dando origem a uma cadeia essencialmente linear. A

amilopectina é formada por unidades de glicose unidas em α (1→4) e α(1→6), formando uma

estrutura ramificada (DENARDIN; SILVA, 2008).

O comportamento do grânulo de amido se diferencia em função da temperatura e da

presença de excesso de água. São quatro etapas divididas em: adsorção (acima de 20 ºC);

gomificação (de 50 a 60 ºC); gelificação (de 80 a 100 ºC); e retrogradação (de 60 reduzindo a

20 ºC) (ASTÉ, 1994).

A partir de uma rede tridimensional constituída apenas por ligações de hidrogênio,

uma estrutura de amido estabelecida em condições apropriadas pode apresentar propriedades

viscoelásticas que são suficientes para sustentar os gases resultantes da fermentação da massa,

o que pode substituir a rede de glúten (EL-DASH, 1991).

O polvilho azedo é um tipo de fécula de mandioca que sofreu modificação através do

processo de fermentação e secagem, o que caracteriza diversas diferenças do polvilho doce. A

fermentação desse amido ocorre de forma natural, sem inoculação ou suplementação

nutricional, em que o substrato utilizado para acidificação do meio é a fécula doce

(CARVALHO et al., 1995).

A modificação desse amido pode ser considerada por oxidação, onde a fermentação

ocorre através de uma microflora diversificada e pela produção simultânea de ácidos

orgânicos como os ácidos lácticos, propiônico, butírico, acético, succínico, entre outros, que

definem as propriedades funcionais do polvilho. A fermentação pode levar de 30 a 40 dias e

posteriormente ocorre a secagem (CEREDA, 1987).

Pesquisas indicam que entre as féculas a de mandioca é a que proporciona o maior

grau de expansão, o que caracteriza a obtenção de produtos de maior qualidade. Constatou-se

que a fécula fermentada é mais solúvel, apresenta maior adsorção de água e a pasta é menos

viscosa que a fécula doce (CARVALHO, 2010).

O amido adapta-se ao processo de produção do snack, seja ele assado, frito ou

extrusado, e junto com o processo de produção, são responsáveis pela crocância, textura,

adesão de flavors, aparência de superfície, expansão e redução de quebras (GUERREIRO,

2007).

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20

3.4 CÁLCIO

Sabendo que o produto obtido neste trabalho é composto em grande parte por

material ósseo (espinhos em y) e sabendo que o tecido ósseo é constituído de alguns minerais,

dentre eles o cálcio, julgou-se importante maiores esclarecimentos sobre tal mineral.

O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano. É um nutriente essencial

necessário em diversas funções biológicas como a contração muscular, mitose, coagulação

sanguínea, suporte estrutural do esqueleto e transmissão de impulsos nervosos. (GUÉGUEN;

POINTILLART, 2000; NORDIN, 2000; HEANEY 2006). Através de estudos, demonstrou-se

que o consumo de cálcio pode prevenir doenças como osteoporose, hipertensão arterial,

obesidade e câncer de cólon. (MILLER et al. 2001).

Quanto a sua biodisponibilidade geralmente este mineral encontra-se mais abundante

e biodiponivel no leite bovino e derivados (WEAVER et al, 1999; ANDERSON, 2003)

Alguns alimentos têm teores razoáveis de cálcio, porém sua absorção pelo organismo

humano pode ser variável. Os peixes pequenos, por exemplo, quando ingeridos com os ossos,

podem representar uma fonte do elemento. Em estudo Hansen et al. (1998), compararam a

absorção do cálcio em humanos com duas refeições distintas: sendo uma compostas de

pequenos peixes indígenas, e outra com leite bovino. Onde os autores não encontraram

diferenças nas porcentagens de absorção das duas refeições (HANSEN et al. 1998).

A necessidade de cálcio varia conforme a faixa etária, sendo maior em períodos de

rápido crescimento. De acordo com a FAO o consumo diário de cálcio para adolescentes e

idosos é de 1300 mg dia, já para adultos, o consumo deve ser de 1000 mg/dia (LOOKER,

2006).

Em estudo realizado com mulheres japoneses, observou-se o consumo de pescados e

vegetais contribuiu com 46,7% da ingestão diária de cálcio, caracterizando esses alimentos

como excelentes fontes desse mineral (ZHANG et al., 2007).

3.5 PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS DE ALIMENTOS

Um desenho industrial correto requer dados adequados das propriedades

termofisicas, pois essas facilitam a otimização de processos e são fundamentais no

dimensionamento de equipamentos.

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As propriedades termofísicas são dados importantes utilizados para cálculo de

projetos, modificações e atualizações em equipamentos utilizados nas industrias de alimentos,

como bombas, misturadores, filtros evaporadores, trocadores de calor entre outros (ZURITZ

et al. 2005)

A exatidão do conhecimento dessas propriedades esta relacionada a precisão dos

cálculos de engenharia, onde analises criteriosas são necessárias para uma seleção de dados

confiáveis e precisos (INCROPERA ; DEWITT, 1998).

A determinação de forma experimetal desses dados, podem ser uma alternativa

viável para a indústria na implementação de rotinas computadorizadas para a automação e o

projeto de processos industriais (TELIS-ROMER O, 1998).

Uma propriedade de interesse é a densidade ou massa especifica, esta que é definida

como a massa do produto por unidade de volume do produto, pode ser obtida através do

conhecimento de um volume da amostra onde o seu valor pode variar conforme composição

composição e temperatura da amostra (ALVARADO; ROMERO, 1989).

O calor especifico é uma propriedade muito utilizada na analises termodinâmica de

processos, sendo este definido como calor necessário para elevar um grau Celsius a

temperatura de um grama de determinado material (MATUDA, 2008; SILVA, 2008). Este

valor permite indicar o gasto energético do processo, seja para determinar a energia removida

ou adicionada.

A difusividade térmica é uma propriedade importante pois descreve o fluxo do calor

sob influencia de um gradiente térmico em um material (CHANDRA e MUIR 1971). Já a

condutividade térmica expressa a variação de temperatura do material quando este é

submetido a um processo de aquecimento ou resfriamento sendo calculada em função das três

propriedades citadas a cima: a densidade aparente, o calor especifico e a difusividade térmica.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI

(CPT)

4.1.1 Obtenção do CPT

As aparas do filé (espinhos em y) de tambaqui (Colossoma macropomum) foram

obtidas em uma peixaria localizada no município Ariquemes, no estado de Rondônia. As

mesmas foram embaladas, armazenadas em caixa térmica, com gelo em escama na proporção

1:1 (peixe:gelo) para então serem transportadas ao Laboratório de Engenharia de Alimentos

da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Campus de Ariquemes), onde foram lavadas

com água clorada (5 ppm), conforme legislação para retirada de vestígios indesejados e

homogeneidade da coloração da matéria prima, em seguida foram pesadas, embaladas em

sacos de polietileno, etiquetadas e congeladas. Um fluxograma da obtenção do CPT está

apresentado na figura 1.

Para obtenção do CPT, realizou-se a moagem das aparas juntamente com os ossos

em moedor elétrico para carnes. Após a moagem, o material obtido foi levado a banho-maria

em recipiente de aço inoxidável para redução do teor lipídico. Após o banho-maria (100°C),

foi utilizado o método de prensagem em tecido para retirada de líquidos e gorduras em

excesso. Em seguida a massa prensada foi disposta uniformemente em assadeira e então

levada ao forno à temperatura de 160 °C, por três horas. A cada 30 minutos foi promovida

uma agitação manual visando maior eficiência da secagem. A massa seca no forno foi

processada em liquidificador, peneirada (Tyler, abertura 600 μm, 28 mesh), e levada ao forno

à 160°c por mais dez minutos. Após resfriamento o CPT foi embalado a vácuo em embalagem

de polietileno até o momento das análises. O teor de cálcio do produto elaborado foi

determinado por oxidimetria, método que visa determinar o teor de cálcio em produtos origem

animal, conforme descrito em BRASIL (2014).

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Figura 1 ― Fluxograma de obtenção do concentrado proteico de Tambaqui

Fonte: Autor (2019)

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4.1.2 Cálculo do rendimento

Calculou-se o rendimento a partir da diferença do peso inicial e final de cada

amostra, em cada processo (secagem e moagem), por meio da equação (1).

Rendimento (%) = (peso final x 100) / peso inicial (1)

4.1.3 Análises Físico-químicas do CPT

Foram realizadas, no CPT, análises físico-químicas para a determinação do conteúdo

de: umidade, cinzas, lipídeos e proteínas. As análises de umidade, cinzas e proteínas foram

realizadas como descrito em Instituto Adolfo Lutz (2005). Já a análise do conteúdo lipídico

foi realizada como descrito por Bligh e Dyer (1959), que consiste em uma extração a frio. Na

Tabela 1 estão apresentadas as metodologias empregadas nas análises físico-químicas.

Tabela 1― Metodologias aplicadas nas análises físico-químicas do CPT

Análise Metodologia

Teor de umidade Secagem direta em estufa a 105 °C

Teor de Cinzas Resíduo por incineração

Teor de Lipídeos Bligh e Dyer

Teor de Proteínas Kjeldahl clássico

Fonte: Autor (2019)

O teor de carboidratos foi calculado pela diferença entre 100 e a soma das

porcentagens de água, proteína, lipídeos totais e cinzas, como descreve a equação (2).

Carboidratos (g/100g) = 100 - (umidade + cinzas + fração lipídica + proteínas totais) (2)

4.1.4 Análises microbiológicas do CPT

O CPT foi avaliado microbiológicamente quanto aos parâmetros: Coliformes totais a

35 ºC e coliformes termotolerantes a 45 °C, Staphylococcus aureus, Salmonella sp., contagem

total de bactérias aeróbias mesófilas e bolores e leveduras, determinados de acordo com a

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RDC 12 - ANVISA (2002). Todas as análises microbiológicas foram realizadas conforme

metodologias de Silva et al. 2010.

A avaliação de coliformes totais foi realizada por método de contagem em placas,

pela técnica de plaqueamento por profundidade “pour plate”, teste presuntivo que determina

as unidades formadoras de colônia (UFC) utilizando ágar VRB – violet red com incubação a

35 °C por 24 h. Utilizou-se para confirmação de coliformes termotolerantes a metodologia de

número mais provável (NMP) onde se sugere a inoculação das colônias de coliformes totais

em Caldo Escherichia coli (EC) a 45 °C por 24 h.

A análise para determinação de Staphylococcus aureus foi realizada pela técnica de

espalhamento em superfície “spread plate” empregando 0,1 mL de cada diluição em placas de

Petri contendo Agar Baird Parker adicionado de emulsão de gema de ovo a 50 % e solução de

telurito de potássio, com espalhamento com alça de Drigalsky e incubação a 35 °C por 48 h.

Para análise de Salmonella sp., foi empregado o método de estria simples, no qual 25

gramas de amostra de CPT foram inoculadas em 225 mL de água peptonada a 1% tamponada,

após inoculação foram incubadas à 35 ºC, por 24 horas. A partir do caldo de enriquecimento

foram feitas estrias com o auxílio de alça de platina em placas contendo ágar Salmonella-

shigella (S-S) e incubadas á 35 ºC por 24 horas.

Para a contagem de bolores e leveduras utilizou-se a técnica “spread plate”, onde

0,1 ml de cada diluição foram espalhados com auxílio de alça de Drigalsky na superfície de

placas de Petri contendo Agar Sabouraud, seguido de incubação a 25 °C por 5 dias.

4.1.5 Determinação da vida útil

Conforme Dos Santos (2008), com algumas adaptações, para avaliação da

estabilidade do CPT foram considerados os parâmetros: umidade e avaliação microbiológica,

como já citada. As análises foram realizadas a cada 15 dias, sendo a última análise em 150

dias de armazenamento. Os produtos foram mantidos em local com umidade e temperatura

ambientes durante todo o período de avaliação. O controle da umidade e da temperatura

durante o armazenamento foi realizado com auxílio de um termo-higrômetro digital. Para a

representação do tempo zero de avaliação, foram separadas amostras logo após o processo de

embalagem.

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Os critérios adotados para encerramento das análises periódicas foram definidos a

saber: (a) valores de umidade deveriam permanecer abaixo de 12% (máximo de umidade para

o pescado seco integro de acordo com RIISPOA ); (b) contagem microbiológica acima do

descrito pela RDC 12- ANVISA (2001).

4.1.6 Analises termofísicas do CPT

4.1.6.1 Densidade Aparente

A densidade aparente do CPT foi determinada pelo método de deslocamento de

fluido em picnômetro, segundo norma n° 985.19 da AOAC. O picnômetro de volume

conhecido (Vp) foi previamente calibrado com água destilada. O procedimento adotado

consistiu em inserir no picnômetro uma massa conhecida do produto (𝑀𝑓) com umidade

também conhecida e preencher o espaço vazio com água destilada a temperatura ambiente. A

massa total do picnômetro contendo água e produto (𝑀𝑡) foi determinada com auxílio da

balança analítica.

A massa de água no picnômetro (𝑀𝑤) foi calculada subtraindo-se da massa total do

picnômetro (𝑀𝑡), a massa de produto (𝑀𝑓) e a massa do recipiente vazio e seco (𝑀𝑝), de

acordo com equação (3).

𝑀𝑤 = 𝑀𝑡 − 𝑀𝑓 − 𝑀𝑝 (3)

onde 𝑀𝑝 é a massa do recipiente vazio e seco que foi previamente determinada com auxílio

da balança analítica.

O volume equivalente a esta massa de água (𝑉𝑤) foi estimado a partir da equação

(4):

𝑉𝑤 =𝑀𝑤

𝜌𝑤 (4)

onde 𝜌𝑤 é densidade da água na temperatura do ensaio.

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O volume da amostra (𝑉𝑓) foi determinado pela diferença entre o volume do

recipiente (Vp) e o volume de água contida no recipiente juntamente com a amostra (𝑉𝑤).

Assim, a densidade aparente da amostra, foi determinada pela equação (5):

𝜌𝑓 =𝑀𝑓

𝑉𝑓 (5)

4.1.6.2 Calor Específico

O calor específico (𝑐𝑝) do CPT foi obtido pelo método das misturas, de acordo com a

metodologia descrita por Sasseron (1984), utilizando um calorímetro.

Para a construção do calorímetro utilizou-se folhas de poliestireno expandido com

espessura de 4,0 cm para estruturação de uma caixa, com dimensões previamente

estabelecidas (26,5 cm altura x 20 cm largura), a tampa que se constitui do mesmo material

possui uma perfuração de 0,1 cm para introdução do termopar. No interior da caixa, adaptou-

se um recipiente cilíndrico de material metálico com dimensões de 15,5 cm de altura e 8,5 cm

de diâmetro, com fundo metálico e tampa de material plástico com perfuração de 0,1 cm para

introdução do termômetro. Para maior isolamento térmico preencheu-se os orifícios existentes

entre a caixa e o material metálico com pequenos pedaços de poliestireno expandido. Na

figura 2 está demonstrado o calorímetro construído e utilizado neste trabalho.

Figura 2 ― Calorímetro desenvolvido para análise

Fonte: Autor (2018)

Após a construção do calorímetro, foi determinada sua capacidade calorífica (Ccal).

Para tanto, mediu-se a massa do calorímetro fechado e vazio, bem como a temperatura

ambiente no interior do calorímetro, rapidamente adicionou-se uma quantidade de água em

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ebulição. Em seguida aguardou-se a temperatura entrar em equilíbrio mediu-se a temperatura

do conjunto (calorímetro + água) após estabilização da mesma e então foi pesado o

calorímetro com a água e efetuou-se os cálculos (equação 6) para obtenção da massa de água

adicionada e da capacidade calorifica do calorímetro.

𝐶𝑐𝑎𝑙 =[𝐶𝑎.𝑚2.(𝑇3−𝑇2).𝐶𝑎.𝑚1(𝑇1−𝑇3)]

(𝑇1−𝑇3) (6)

onde: 𝐶𝑐𝑎𝑙 = capacidade calorífica do calorímetro (kJ/°C); 𝐶𝑎 = calor específico da água

(kJ/kg°C); 𝑚1 = massa de água quente (kg); 𝑚2 = massa de água fria (kg); 𝑇1 = temperatura

da água quente (°C); 𝑇2 = temperatura da água fria (°C) e 𝑇3 = temperatura de equilíbrio da

água (°C).

Em seguida, o produto com massa e temperatura conhecidas foi colocado no

calorímetro, contendo água com temperatura e massa também conhecidas. Atingindo o

equilíbrio térmico, o calor específico do produto foi determinado, empregando-se a equação

(7).

𝑐𝑝 =𝐶𝑎.(𝑚1+𝑚2).(𝑇3−𝑇5)+𝐶𝑐𝑎𝑙(𝑇3−𝑇5)

𝑚𝑝.(𝑇5−𝑇4) (7)

onde: 𝑐𝑝 = calor específico do produto (kJ/kg°C); 𝑚𝑝 = massa do produto (kg);

𝑇4 = temperatura do produto (°C); 𝑇5 = temperatura de equilíbrio (água e produto) (°C).

4.1.6.3 Difusividade térmica

A difusividade térmica do CPT foi determinada, utilizando-se um aparato similar ao

descrito por Dickerson (1965), apresentado na figura 3. O aparato consistia em um cilindro

metálico vedado com uma rolha de cortiça em uma das extremidades e na outra utilizou-se de

luva de policloreto de vinila com plug roscável para vedação e dois termopares tipo k (um

acoplado à superfície externa e outro inserido internamente, no centro da secção cilíndrica).

O cilindro metálico (com 2,55 cm de diâmetro externo; 2,25 cm de diâmetro interno

e 8,7 cm de altura) foi preenchido com a amostra e mergulhado em banho termostático

(marca: Marconi, modelo: MA 093/1). As temperaturas do centro do cilindro (𝑇𝑐) e na

superfície externa (𝑇𝑠) foram medidas em intervalos de 2 minutos, sendo as temperaturas

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iniciais medidas no instante em que o banho termostático foi ligado (temperatura ambiente).

O experimento foi conduzido até que a temperatura do produto (interior do cilindro) fosse

maior que 70 °C. A difusividade térmica (𝛼) foi obtida, empregando-se a equação (8)

(DICKERSON, 1965):

𝛼 =𝐴𝑅2

4(𝑇𝑠−𝑇𝑐) (8)

onde: 𝛼 = difusividade térmica (m2/s); 𝐴 = taxa de aquecimento (°C/s); 𝑅 = raio do cilindro

(m); 𝑇𝑠 = temperatura na superfície do cilindro de raio R (°C); 𝑇𝑐 = temperatura no centro do

cilindro (°C).

Figura 3 ― Equipamento desenvolvido para análise de difusividade térmica

Fonte: Autor (2019)

O valor geral da constante da taxa de aquecimento do banho termostático (A) foi

obtido por regressão linear do gráfico de temperatura do banho versus tempo, construído a

partir dos dados coletados, onde A é o coeficiente angular da reta.

4.1.6.4 Condutividade térmica

A condutividade do CPT foi determinada indiretamente através da relação com as

outras três propriedades, dada pela equação (9):

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𝛼 =𝑘

𝜌𝑐𝑝 (9)

onde: 𝛼 = difusividade térmica (m2/s); 𝑘 = condutividade térmica (W/m.°C); 𝜌 = densidade

aparente da amostra (kg/m3); 𝑐𝑝 = calor específico do produto (kJ/kg°C).

4.2 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO SNACK ENRIQUECIDO COM

CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI

4.2.1 Obtenção do snack

Foram desenvolvidas duas formulações sendo uma um Snack enriquecido com CPT

(Snack CPT) e a outra formulação Snack sem CPT (Snack S). A formulação utilizada foi

composta pelos ingredientes apresentados na tabela 2, já no fluxograma, apresentado na

Figura 4, é possível observar a metodologia utilizada para obtenção dos snacks.

Tabela 2 ― Formulações desenvolvidas

Ingredientes Snack CPT

(Quantidade %)

Snack S

(Quantidade %)

Água 54,95 63,05

Farinha de Mandioca 21,13 24,25

Polvilho azedo 7,60 8,73

CPT 12,85 --

Cebola desidratada 1,42 1,63

Alho desidratado 0,47 0,54

Salsa 0,57 0,66

Sal 0,49 0,56

Glutamato Monossódico 0,48 0,55

Total 100 100

Fonte: Autor (2019)

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Figura 4 ― Fluxograma de obtenção dos snacks proteicos

Fonte: Autor (2019)

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Após pesagem dos ingredientes, os mesmos foram misturados e batidos em batedeira

(potência de 300 W) por 5 minutos, até obtenção de uma massa homogênea. Em seguida

embalou-se a massa a vácuo em embalagem de polietileno e levou para cocção em água

fervente por 30 minutos. Após cocção a massa foi levada ao moinho elétrico de rosca

adaptado (potencia 1,2 W) (Figura 5), já saindo moldada no formato desejado, utilizando de

assadeiras para disposição dos snacks que em seguia foram assados em forno elétrico por 15

minutos a 200 °C, resfriados e embalados.

Figura 5 ― Moinho elétrico adaptado: (A)- Moinho adaptado; (B) Adaptações realizadas; (C)

– Matriz 3mm adaptada)

Fonte: Autor (2019)

É importante salientar que para a elaboração da formulação dos snacks realizaram-se

testes preliminares, até adequação desejada. A princípio, as primeiras formulações para o

snack CPT apresentaram defeito no produto final, a textura arenosa ou arenosidade,

característico da inclusão do CPT à formulação.

Na ausência de uma extrusora, para desenvolvimento do produto, realizaram-se as

etapas da extrusão de forma separada. Para obtenção da pressão utlizou-se de moedor rosca

parafuso, adaptado com matriz de 3 mm, com encanamento acoplado a saída da maquina de

moagem como pode ser demonstrado na Figura 5, de forma que o snack saia moldado, pronto

para assamento.

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Para embalagem utilizou-se sacos de polietileno, insuflados com ar seco, obtido

através da utilização de uma geladeira devidamente higienizada, utilizando-se de bomba (4,5

W), acoplada a embaladora a vácuo, que depositava ar seco em condições de umidade 20%

temperatura de 2 °C, conforme pode ser demonstrado na Figura 6.

Figura 6 ― Processo de inserção de ar na embalagem e selagem da mesma

Fonte:Autor (2019)

4.2.2 Análises Físico-químicas do snack

Foram realizadas análises físico-químicas no snack CPT e no snack S para

determinação do conteúdo de: umidade, cinzas, lipídeos e proteínas. As análises de umidade,

cinzas e proteínas foram realizadas como descrito em Instituto Adolfo Lutz (2005), já a

análise do conteúdo lipídico foi realizada como descrito por Soxhlet, que consiste em uma

extração a quente. Na Tabela 3 estão apresentadas as metodologias empregadas nas análises

físico-químicas.

Tabela 3 ― Metodologias aplicadas nas análises físico-químicas dos snacks

Análise Metodologia

Teor de umidade Secagem direta em estufa a 105 °C

Teor de Cinzas Resíduo por incineração

Teor de Lipídeos Soxhlet

Teor de Proteínas Kjeldahl clássico

Fonte: Autor (2019)

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O teor de carboidratos foi calculado pela diferença entre 100 e a soma das

porcentagens de água, proteína, lipídeos totais e cinzas, como descreve a equação (1).

4.2.3 Análises microbiológicas do snack

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece que os

microrganismos padrões para avaliação microbiológica de produtos sólidos prontos para o

consumo (petiscos e similares) são Coliformes a 45 °C e Salmonella sp. (BRASIL, 2001). As

respectivas análises foram realizadas de acordo com os métodos estabelecidos pela

Associação Americana de Saúde Pública (APHA, 2015).

4.2.4 Análise Sensorial do snack

Participaram da pesquisa 45 voluntários, provadores não treinados, da comunidade

acadêmica do campus universitário – UNIR de Ariquemes, envolvendo funcionários,

professores e estudantes.

Avaliou-se no teste de aceitação, a aceitação global da formulação, utilizando-se o

método sensorial afetivo, por meio de escala hedônica de 9 pontos. E Escala de Atitude em

escala de 5 pontos a intenção de compra do produto.

Os provadores receberam um formulário, onde nele foram incluídas duas escalas,

uma de 1 a 9 pontos (desgostei muitíssimo - gostei muitíssimo) para o teste de aceitabilidade,

e na outra uma escala de 1 a 5 (decididamente eu compraria - decididamente não compraria).

Todos os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), entregue junto ao formulário, a amostra em bandeja de isopor em guardanapo

branco, e um copo de 150 ml de água para eliminar interferências no sabor dos produtos.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI

5.1.1 Obtenção

O rendimento do processo de elaboração do CPT foi de 25,06%. Tal valor pode estar

relacionado ao elevado teor de umidade do Colossoma macropomum 66,30% (AGUIAR,

1996) e o reduzido teor de umidade encontrado no produto final 1,66%, indicando a grande

perda de umidade (desejável) durante o processamento. A Figura 7 demonstra o CPT

embalado a vácuo e armazenado para análises.

Figura 7 ― CPT obtido de resíduos de tambaqui em embalagem a vácuo

Fonte: Autor (2019)

Na Tabela 4 estão apresentados alguns exemplos da quantidade de cálcio presente

em alimentos. Pode-se observar que o teor de cálcio no CPT elaborado neste trabalho é

superior ao encontrado em alimentos considerados ricos em cálcio pela Associação Brasileira

de Nutrologia (ABRAN). O consumo de 100 gramas de CPT elaborado neste trabalho oferece

a ingestão de 670 mg de cálcio, mais da metade da ingestão média recomendada pela ABRAN

(1000 mg/dia), sendo uma alternativa para complementar a dieta humana ajudando a suprir a

deficiência de cálcio.

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36

Tabela 4 ― Quantidade do mineral cálcio presente em diferentes alimentos

Fonte ‒ ABRAN (2019); Autor (2019)

5.1.2 Análises Físico-químicas

Na Tabela 5 estão apresentados os resultados obtidos nas análises físico-químicas

(composição centesimal) do CPT.

Tabela 5 ‒ Composição centesimal do CPT

Componente Valor

Proteínas 88,66%

Lipídeos 4,34 ± 0,16%

Cinzas 3,03 ± 0,02%

Carboidratos 2,42%

Umidade 1,66 ± 0,04%

Fonte: Autor (2019)

Como pode ser observado na tabela 5, o baixo teor de umidade (1,66%), reflete no

aumento da concentração dos demais constituintes. Tal valor está de acordo com o

Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA,

1997) que descreve que pescado desidratado não deve conter mais de 5,00% (cinco por cento)

de umidade.

Em relação aos valores obtidos para os constituintes lipídeos (4,34%) e umidade

(1,66%), pode-se afirmar que por serem reduzidos, podem colaborar na manutenção (vida de

prateleira) do CPT, pois favorecem a redução dos riscos de oxidação lipídica e degradação do

produto. Stevanato et al. (2007) encontraram teores de 35,50% de lipídeos e 6,00% umidade

para a farinha de resíduo de tilápia. Vidal et al. (2011) encontraram os valores médios de

32,63% para lipídeos e 1,38% para umidade no concentrado proteico de resíduo de tilapia-do-

nilo.

Origem Produto (100 g) Cálcio (mg)

An

imal CPT obtido nesse trabalho 670

Leite integral 120

Sardinha sem pele 84 V

eget

al Caruru 538

Linhaça 200

Castanha do pará 176

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O valor encontrado para carboidratos foi de 2,42%. Para cinzas o teor apresentado foi

de 3,03% (±0,02%) valor inferior ao encontrado por Stevanato et al. (2007) para a farinha de

cabeça de tilápia que foi de 19,40%. Inferior também ao encontrado por Jesus (2015) em sopa

de carcaça de tambaqui (11,91%), porém próximo ao valor de cinzas encontrado pelo mesmo,

para as carcaças de tambaqui in natura de 1,02%.

O alto valor proteico apresentado pelo CPT (88,50%) é semelhante ao encontrado

por Morais et al. (2009), que encontraram teores de até 86% de proteína em biomassa em

base seca de spirulina (proteína vegetal). Vidal et al. (2011), avaliando concentrado proteico

de resíduos da filetagem de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) encontraram um

percentual médio de 62,39% e Stevanato et al. (2007) encontraram para a farinha de resíduo

de tilápia (cabeça de tilápia) 38,40% de proteína.

A proteína de pescado possui em sua constituição, todos os aminoácidos essenciais

para a dieta humana, apresentando alto teor de lisina e alta digestibilidade, o que lhe confere

valor biológico superior às de outras fontes animais, tais como, ovos, leite e carne bovina

(BALDISSEROTTO e NETO, 2004). Em estudos realizados por Ogawa e Maia (1999) o

músculo de pescado pode conter de 60,00 a 85,00% de umidade, aproximadamente 20,00% de

proteínas, de 1,00 a 2,00% de cinzas, de 0,30 a 1,00% de carboidratos e de 0,60 a 36,00% de

lipídios.

O resultado apresentado por Ogawa e Maia (1999) em relação ao conteúdo proteico

de pescado corrobora com o fato de o produto obtido no presente trabalho (CPT) ser

considerado um concentrado proteico, visto que o conteúdo de proteína no concentrado deve

ser em média quatro vezes maior que o valor do teor proteico da matéria-prima inicial

(VIDAL et al. 2011 apud PESSATTI, 2001).

5.1.3 Analises microbiológicas do CPT

Na Tabela 6 estão representados os resultados encontrados nas análises

microbiológicas do CPT.

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Tabela 6 ― Avaliações microbiológicas do CPT durante o armazenamento

Tempo

(dias)

Coliformes a

35 °C (UFC

g-1

)

Coliformes

a 45 °C

(UFC g-1

)

Staphylococcus

aureus (UFC g-1

)

Salmonella

sp (25g)

Bolores e

Leveduras

(UFC g-1

)

0 dias <10¹ <102

<10¹ Ausência <10¹

20 dias <10¹ <102 <10¹ Ausência <10¹

40 dias <10¹ <102

<10¹ Ausência <10¹

60 dias <10¹ <102 <10¹ Ausência <10¹

80 dias <10¹ <102 <10¹ Ausência <10¹

150 dias <10¹ <102 <10¹ Ausência <10¹

Fonte: Autor (2019)

Para manutenção da qualidade do CPT, a baixa umidade encontrada e a embalagem a

vácuo foram cruciais para a manutenção da qualidade microbiológica do produto.

É importante ressaltar, principalmente por se tratar de uma matéria prima com alto

grau de perecibilidade, que a estabilidade microbiológica do CPT, durante todo seu período de

estocagem e avaliação, está diretamente ligada às boas condições higiênico-sanitárias de

elaboração do produto.

As operações envolvidas na produção do concentrado, as quais a matéria prima foi

submetida, temperaturas de cocção e secagem empregadas para obtenção do CPT estão acima

das temperaturas toleradas pela maioria dos microrganismos (acima de 90 º C) (Silva et al.,

2010) e também pelas embalagens e armazenamento adequado de maneira que não se

permitisse contaminação posterior ao seu processo.

No dia “um” da elaboração do CPT, obteve-se a umidade de 1,66%, desde então a

umidade foi aumentando gradativamente, com vinte dias da produção da farinha, a mesma

apresentou um percentual de 2,84% de umidade e após 150 dias de avaliação a farinha

apresentou o valor de 6,22%. O valor apresentado para o dia 40 foi 4,52% é superior ao

encontrado na análise do dia 60 de 3,34%, pode-se atribuir essa variação com a troca de

umidade do ambiente que sofreu alterações devido ao início do tempo das chuvas em

Rondônia ou também ao acondicionamento em embalagem com falha na selagem,

favorecendo a troca de umidade entre farinha e ambiente.

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Na Figura 8 está apresentado o gráfico sobre o monitoramento da umidade do

ambiente e da umidade do CPT ao longo do armazenamento.

Figura 8 ―Umidade do ambiente e da umidade do CPT ao longo do armazenamento

Fonte: Autor (2019)

Foi possível estabelecer uma relação entre o aumento gradativo da umidade da

farinha com o aumento gradativo da umidade do ambiente, determinado pelo termo

higrômetro, onde o mesmo variou de 72 - 90% (Figura 8). Na legislação brasileira atual não

há parâmetros estabelecidos para concentrado proteico de peixe, mas, segundo o Regulamento

da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, o pescado seco íntegro não

deve conter mais do que 12% de umidade, logo, mesmo com a pequena variação da umidade

da farinha, o produto obteve valores satisfatórios quanto ao teor de umidade, favorecendo com

isso uma vida de prateleira estável nos 150 dias avaliados.

5.1.4 Analises termofísicas do CPT

Na tabela 7 estão apresentados os resultados das análises termofísicas experimentais

realizadas neste trabalho.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 50 100 150

% U

mid

ade

Dias de Armazenamento

Umidade da farinha

Umidade do

ambiente

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Tabela 7 ― Resultados das análises termofísicas experimentais

Propriedade Termofísica Resultado Experimental Unidade

Calor específico* 2121,4±0,1608 (𝐽

𝑘𝑔℃)

Difusividade Térmica 3,9355 (𝑚2

𝑠)

Condutividade Térmica 1,01124 (𝑊

𝑚℃)

Densidade Aparente 1212,582±24,481 (𝑘𝑔

𝑚3)

Fonte : Autor (2019) (*valor encontrado considerando a capacidade térmica do calorímetro, definida

experimentalmente, igual a 0,145568 kJ /kg °C)

As propriedades termofísicas de produtos alimentícios podem variar de acordo com a

variedade cultivar, clima, solo, características físicas, químicas e biológicas. O conhecimento

de tais propriedades é de grande importância para industrialização de alimentos visto que são

necessárias para cálculos de dimensionamento de equipamentos e tempo de processo.

Na Figura 9 está apresentada a evolução das temperaturas da superfície e do centro,

medidas durante o experimento. Nesta Figura também pode-se observar a regressão linear da

variação da temperatura no centro do produto com coeficiente de determinação (R²) igual a

0,9964 e coeficiente angular igual a 0,7634.

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Figura 9 ― Evolução da temperatura em função do tempo no ensaio de difusividade térmica

Fonte: Autor (2019)

O valor obtido para condutividade térmica foi de 1,01124 𝑊

𝑚℃. Vale ressaltar que a

condutividade térmica de um material é a medida da sua capacidade de conduzir calor (RAO

E RIZVI, 2005), onde esta capacidade depende da composição do produto, principalmente da

umidade, esta propriedade decresce com a redução do percentual de água no produto

investigado (ARAUJO et al., 2004).

Para densidade aparente o CPT apresentou 1212,582 𝑘𝑔

𝑚3. Este parâmetro é de grande

importância para projetos, modelagem e otimização de processos da indústria de alimentos

isso porque interfere diretamente nas propriedades físicas do alimento (RAHMAN, 2005).

Oliveira (2010), realizando estudos em mistura proteica obtida por tratamento de

subprodutos de indústrias frigoríficas (4% de umidade e 40-60% de proteína), encontrou

valores para calor específico, condutividade térmica a temperatura ambiente e densidade

aparente, respectivamente: 366 J kg-1

K-1

, e 0,038 W m-1

K-1

,396 kg m-3

.

y = 0,7634x + 29,117

R² = 0,9964

20

30

40

50

60

70

80

90

0 10 20 30 40 50 60

Tem

pra

tura

(˚C

)

Tempo (min)

Parede Centro Banho Linear (Centro)

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42

5.2 OBTENÇÃO E ANÁLISES DO SNACK ENRIQUECIDO COM

CONCENTRADO PROTEICO DE TAMBAQUI

5.2.1 Obtenção do snack

Na figura 10 é possível observar a massa do snack apenas com a batedura dos

ingredientes, antes do processo de extrusão e imersão em água para cocção. Através da figura

11 está sendo demonstrada a rosca do moedor, nela é possível observar a diferença

apresentada na massa cozida (textura e cor) antes e após a passagem do produto pela rosca.

Na figura 12 esta apresentado os Snacks embalados prontos para consumo.

Figura 10 ― Massa do snack CPT após mistura e bateção, embalada a vácuo antes da cocção

Fonte:Autor (2019)

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Figura 11― Imagem da rosca do canhão, com a massa do snack

Fonte:Autor (2019)

Figura 12 ― Snacks CPT embalados prontos para consumo

Fonte:Autor (2019)

Os snacks produzidos neste trabalho (Figura 12) podem ser classificados como

extrusados de 3ª geração, isso porque a expansão dos mesmos ocorre após aquecimento do ar

em processo de forneamento. Os snacks de terceira geração também denominados como

produtos intermediários (half-products) ou pellets, são produtos que não estão expandidos

após a extrusão. Os produtos assim classificados são submetidos à secagem e expansão por

meio de fritura rápida em óleo, por aquecimento com ar quente ou forno de micro-ondas,

estando então prontos para o consumo (CARVALHO et al, 2010).

Antes da pressão Após pressão

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44

A expansão do produto ocorre quando a temperatura é suficientemente elevada,

assim ocorre a produção de vapor, que é responsável pela formação de pequenas bolhas no

seu interior. A transferência de calor eleva a temperatura do produto por aumento do ponto de

ebulição, ocasionado numa evaporação instantânea. Dessa forma a pressão de vapor infla as

células do produto (CARVALHO 2000).

A figura 13 apresenta a imagem do snack CPT, em microscópio digital com

ampliação de 1000 vezes, nesta imagem é possível observar a formação das bolhas que

inflaram através da pressão de vapor produzida, que ocasiona na expansão do produto.

Figura 13 ― Imagem do Snack CPT ampliada 1000 X

Fonte:Autor (2019)

5.2.2 Análises Físico-químicas do snack

A tabela 8 apresenta a composição centesimal do snack CPT e os resultados obtidos

para snack S.

Bolhas geradas pela

pressão de vapor

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Tabela 8 ― Composição centesimal do Snack CPT e do Snack S

Componente Snack CPT (%) Snack S (%)

Carboidratos 64,57 84,08

Proteínas 20,65 2,45

Umidade 10,42 ± 0,9% 10,35 ± 0,23

Lipídios 2,05 ± 0,05% 0,39 ± 0,08

Cinzas 1,66 ± 0,04% 2,7± 0,16

Fonte:Autor (2019)

Conforme a tabela 8, o Snack CPT apresenta uma concentração de proteínas

(20,65%) significativamente maior quando comparado ao Snack S (2,45%). Os altos níveis de

proteína apresentados no snack CPT demonstram que este produto pode oferecer benefícios

relacionados à nutrição e à saúde dos consumidores.

De acordo com a RDC 54/2012 da ANVISA, que regulamenta as informações

nutricionais, quando se refere a proteínas, fica estabelecido que para quantidades presentes de

no mínimo de 12 gramas de proteína por 100 gramas do produto pronto ou porção, pode-se

considerar o atributo “Alto conteúdo de proteínas”, atendendo as quantidades de aminoácidos

essenciais estabelecidas por essa legislação (histidina, Isoleucina, leucina, lisina,

metionina+cisteina, fenilalanina + tirosina, treonina, triptofano, valina).

Em pesquisa, Andrade (2009), estudou para “MincedFish” de tambaqui” (polpa de

tambaqui mecanicamente separada e moída), o perfil dos aminoácidos presentes. Quando

analisado, foi possível observar a presença de todos os aminoácidos apresentados na RDC

54/2012, porém, faz-se necessária as análises do perfil de aminoácidos deste produto, já que

tanto o CPT, quanto o snack CPT passam por processos de cocção e assamento, que podem

interferir nas concentrações de aminoácidos presentes.

Nos valores demonstrados para carboidratos onde o snack CPT apresentou 64,57% e

o snack S obteve 84,04%, observou-se que as quantidades de carboidratos apresentaram-se

superiores aos demais componentes, já que os produtos contem em suas formulações

componentes derivados da mandioca em quantidades predominantes.

Os valores encontrados para lipídeos diferiram-se, onde o snack CPT obteve uma

maior quantidade 2,05% quando comparado a outra formulação 0,39%, o que pode ser

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atribuído a inclusão do CPT, já que o mesmo possui em sua composição 4,34% de lipídios.

Magalhaes et al. (2018), na avaliação de snacks extrusados de grãos de arroz quebrados e

farinha de carne de tilapia encontraram valores semelhantes aos apresentados para o snack

CPT, onde para lipídeos apresentou 2,48% e 20,73% para proteínas. Valores reduzidos de

lipídios para massas extrusadas podem ser considerados um fator positivo, uma vez que o alto

conteúdo lipídico pode impedir a expansão das extrusões, onde valores até 5% facilitam a

extrusão e melhoram a textura do produto (MAGALHÃES et al, 2018). Outro fator positivo é

que altos valores de lipídios podem contribuir para a deterioração do produto durante o

armazenamento, produzindo odor e sabor ranço (KUBOW, 1993)

Vitorino e Souza (2015) encontraram em barras de cereais aromatizadas incluídas de

concentrado proteico de salmão 8,17% de proteínas e 10,21% para lipídeos. Centenaro et al.

(2007), na elaboração de pão enriquecido com proteína de pescado (polpa seca), encontraram

17,1% de proteínas e 2,8% de lipídeos.

Os valores de umidade encontrados 10,42% para snack CPT e 10,35% para o snack

CPT corroboram aos relatados em trabalho realizado por Carvalho (2000) com snacks de

terceira geração obtidos de misturas de trigo, arroz e banana, com teores de umidade variando

de 7,73 a 10,75% em função da formulação empregada. Para Barbosa-Cánovas et al. (2007),

valores de umidade abaixo de 14% contribuem na estabilidade química e enzimática, impede

o desenvolvimento microbiano, proporcionando aumento da vida útil do produto.

Para o teor de cinzas, o valor encontrado para o snack adicionado de CPT foi menor

do que o snack S, pode-se atribuir este resultado a um possível processo que pode ter

ocorrido, a formação de quelatos entre metais e aminoácidos. Este processo se dá quando ions

metálicos ligam-se quimicamente a uma molécula orgânica, ou seja os elementos inorgânicos

minerais, são transformados em formas orgânicas, formando estruturas únicas de estabilidade

e alta biodisponibilidade mineral (PEIXOTO et al. 2005).

5.2.3 Análises microbiológicas do snack

Na tabela 9 estão apresentados os resultados das análises microbiológicas, onde

demonstra que a contagem do NMP (Número Mais Provável) para coliformes totais e

termotolerantes (E. coli) 45 oC (NMP/g), Staphylococcus aureus (< 10UFC/g), bolores e

leveduras e mesofilos mostram que em nenhuma das amostras houve contaminação. Estando

de acordo com a legislação RDC 12 - ANVISA (2001).

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Tabela 9 ― Resultado das analises microbiológicas realizadas no snack CPT

Parâmetros Snack CPT Referência RDC 12/2001

Coliformes totais 37 oC (NMP/g) 0 -

Coliformes termotolerantes (E.

coli) 45 oC (NMP/g)

0 5x10

Salmonella sp./25g Ausência Ausência

Staphylococcus aureus < 10UFC/g -

Bolores e leveduras 0 -

Mesófilos 0 0

Fonte: Autor (2019)

5.2.4 Análise Sensorial do Snack CPT

Os testes afetivos avaliam a resposta dos provadores com relação à aceitação ou

características específicas de um produto. Dessa forma, a análise da aceitação reflete o grau

em que os consumidores gostam ou desgostam de determinado produto (DUTCOSKY, 2013;

MINIM, 2013).

Na figura 14 estão apresentados os resultado quanto a aceitação do produto. Pode-se

verificar uma boa aceitação da formulação do snack CPT, uma vez que ocorreu um empate no

numero de provadores que escolheram as notas 7 e 9, onde o valor 7 corresponde a gostei

moderadamente e o valor 9 a goste muitíssimo. Para Ferrari et al. (2013), valores acima de 6

indicam uma considerável aceitação pelos provadores, e valores acima de 7 indicam uma boa

aceitação.

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Figura 14 ― Apresentação gráfica do Teste de Aceitabilidade

Fonte: Autor (2019)

De acordo com a pesquisa 82,23% atribuíram ao snack CPT uma avaliação positiva,

onde respectivamente 6,67%, 26,67%, 22,22%, e 26,27% atribuíram as notas 6 (gostei

ligeiramente), 7 (gostei moderadamente), 8 (gostei muito) e 9 (gostei extremamente).

Quanto ao teste de intenção de compra, é possível observar na figura 15 que 28,9%

dos provadores informaram que decididamente compraria o snack CPT e 31,1% responderam

que provavelmente compraria, demonstrando que 60% dos provadores responderam de forma

favorável a intenção de compra e 28,9% informaram a opção talvez sim/ talvez não.

Figura 15 ― Apresentação gráfica do Teste de Intenção de compra

Fonte: Autor (2019)

0 0

2,22

8,89

6,67 6,67

26,67

22,22

26,67

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9

28,9 31,1

28,9

8,88

2,22

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5

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Houve boa aceitação das formulações, com nota moda de 7 e 9, já que estas

obtiveram o mesmo números de provadores optantes por esta nota, e no teste de intenção de

compra a moda foi 2 (provavelmente eu compraria) conforme representado na tabela 10.

Tabela 10 ― Aceitação e intenção de compra. Valores expressos como moda

(valores mínimo e máximo)

Amostra Aceitação Intenção de compra

Snack CPT 7 - 9 (3-9) 2 (1-5)

Fonte: Autor (2019)

Segundo Ganesanet et al. (2014), a incorporação de farinha de peixe a níveis

considerados altos geralmente pode provocar alterações sensoriais desagradáveis no odor e

sabor dos produtos, gerados principalmente por ácidos graxos livres e compostos de enxofre

voláteis. O que não ocorreu a este produto.

Em virtude da boa aceitação e do elevado valor proteico, o snack CPT seria indicado

principalmente para esportistas e também para crianças.

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6 CONCLUSÃO

O CPT obtido e estudado neste trabalho é uma alternativa viável para o

aproveitamento de resíduos tanto para a elaboração de novos produtos que se apresentem

como práticos e nutritivos quanto para a inserção de um produto com alto valor nutricional,

tendo apresentado uma boa estabilidade microbiológica.

O CPT elaborado neste trabalho apresentou elevado teor proteico e conteúdo de

cálcio, de forma que pode ser utilizado para enriquecer a dieta de pessoas com tais

necessidades. Além disto, a produção deste concentrado possibilitou um destino ao

subproduto que seria descartado.

A obtenção experimental das propriedades termofísicas do CPT, além de agregar

dados na literatura científica (visto que não foram encontrados tais valores na literatura

consultada), é importante para realização dos cálculos de dimensionamento de equipamentos

para produção e armazenagem deste produto.

Levando em consideração as propriedades do CPT, foi possível produzir snacks de

terceira geração por extrusão a partir da incorporação do CPT na formulação original. Tal fato

proporcionou o desenvolvimento de um produto prático para consumo, com alto teor de

proteínas, bem aceito sensorialmente além de ser uma opção diferenciada para públicos com

intolerâncias alimentares restritas como os celíacos e os intolerantes a lactose.

Vale salientar que o processo de extrusão para a produção do referido snack alcançou

o objetivo de agregar ao snack a propriedade de maior crocância do produto, tornando

imperceptível a textura arenosa do CPT ao produto pronto.

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51

REFERENCIAS

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Apêndices

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60

Apêndice A- FICHA DE APLICAÇÃO DE ANALISE SENSORIAL

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61

Nome:__________________________________ Idade:___________

1- Teste de aceitabilidade

Por favor, prove a amostra de snack enriquecido com Concentrado

Proteico de Tambaqui e avalie utilizando a escala abaixo indicando o quanto você gostou ou

desgostou.

9- gostei muitíssimo

8-gostei muito

7-gostei moderadamente

6-gostei ligeiramente

5-nem gostei/nem desgostei

4- desgostei ligeiramente

3-desgostei moderadamente

2-desgostei muito

1-desgostei muitíssimo

Avaliação: ____________

2- Teste de intenção de compra

Por favor, prove a amostra de snack enriquecido com Concentrado

Proteico de Tambaqui e avalie utilizando a escala abaixo indicando a intenção de compra do

produto.

1-decididamente eu compraria

2-provavelmente eu compraria

3-talvez sim/talvez não

4-provavelmente eu não compraria

5-decididamente eu não compraria

Avaliação: ____________

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Apêndice B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

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63

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE ARIQUEMES

Departamento de Engenharia de Alimentos

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Convidamos o (a) Sr. (a) para participar da pesquisa intitulada “snack enriquecido com

concentrado Proteico de tambaqui”, sob a responsabilidade da pesquisadora Daniela de Araujo

Sampaio, a qual pretende elaborar e avaliar as características físico-químicas, culinárias,

nutricionais e sensoriais.

Sua participação é voluntária e se dará por meio de participação na análise sensorial snack

enriquecido com concentrado Proteico de tambaqui. Os testes serão realizados no laboratório de

análise sensorial do Departamento de Engenharia de Alimentos da Fundação Universidade Federal

de Rondônia. As amostras serão extrusadas e assadas. Aproximadamente 3 unidades serão servidas

em pratinho plástico descartável, acompanhados de um copo com água mineral para a limpeza do

palato e a ficha de avaliação.

Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são os riscos inerentes ao consumo de

Tambaqui, derivados de mandioca, cebola, alho, salsa e sal. Caso ocorra eventual dano ao

voluntário este deverá consultar os responsáveis pela pesquisa para reparo e/ou custeio.

Se você aceitar participar, estará contribuindo com estudos a respeito das características

sensoriais de snack enriquecido com concentrado Proteico de tambaqui. Não haverá benefício direto

ao provador.

Se depois de consentir em sua participação o (a) Sr. (a) desistir de continuar participando,

tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou

depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. O (a) Sr.

(a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da

pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada, sendo guardada em

sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr. (a) poderá entrar em contato com o pesquisador no

endereço: Avenida Tancredo Neves, 3450, Setor Institucional, Ariquemes/RO, 76872-848, pelo

telefone (69) 3535-3563, email: [email protected], ou poderá entrar em contato com o Comitê de

Ética em Pesquisa – CEP/UNIR, Campus José Ribeiro Filho, BR 364, Km 9,5, sentido Rio

Branco/Acre. Anexo ao Núcleo de Saúde, telefone (69) 2182-2111.

Consentimento Pós–Informação Eu,___________________________________________________________, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós.

DATA __/__/____

_______________________________ _______________________________ Assinatura do participante Assinatura do pesquisador responsável